4400 - Promessas Quebradas - David Mack

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    Promessas Quebradas 

    David MackTradução: Vinícius Fernandes

      Helena Padim 

    Visite: http://brenooficial.wordpress.com/

     

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    dos esses morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas tendo vistanciarem-se, e foram induzidos a elas, agarram-nas, e confessaram que eram estranhregrinos na Terra.

    ebreu 11:13

    ARTE UM

    TRANHOS E PEREGRINOS

    M

    RÊS DE ABRIL DE 2008

    U E TREMENDO, Roger Keegan acordou amarrado à uma cadeira. Estava sentadntro de uma poça de uma desagradável luz incandescente, mas a sala ao seu redor eergulhada no breu. Algemas de metal mordiam seus pulsos, que estavam presos atrás única coisa que conseguia cheirar era amônia.

    rece um porão, pensou. Ainda estou no cassino? Ele viera para Las Vegas para algunsbem-merecidas férias: algumas cartas, algumas strippers, quem sabe um pouco de

    lvez em algum momento entre seus seis copos de bebida no Mirage alguma coisa uito, muito errada.

    ma porta se abriu na escuridão, mas não houve luz que atraiu os olhos de Roger. Os paam respondidos por ecos apressados enquanto se aproximavam.

    ger engoliu em uma tentativa inútil de diminuir o gosto de álcool metabolizado em sua líne estava coberta por uma pasta repugnante. Piscando os olhos, o gerente de quares anos viu três figuras sombrias pisarem no anel de sombra além de seu círculo deas pareciam-se com homens, a outra tinha as curvas atraentes de uma mulher.

    homem à esquerda acendeu um cigarro, iluminando seu rosto moreno com uma luz lartão ele fechou o isqueiro, e tudo o que restou foi uma rodilha de luz na ponta do cigger tremeu diante do cheiro forte de tabaco. O que quer que aquele homem estiv

    mando, era mais forte e mais amargo.

    Então? — disse o homem no centro. — É ele?

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    Sim — respondeu a mulher. — Ele foi preparado.

    nçando olhares assustado a cada membro do trio, Roger disse:

    Espere um pouco, deve ter havido algum erro! Sou apenas um representante de veeu nome é Roger Keegan, eu não… — O estalo de algo girando numa semiautomátrtou.

    Devíamos começar — disse o homem no meio. Ele e seus dois companheiros pisara.

    tavam vestidos com roupas de trabalho casuais – ternos sem gravatas para os homensnjunto de saia e jaqueta cinza para a mulher. Ela era pálida e loira, e segurava um apatranho com uma seringa e uma agulha. Roger não a reconheceu o negro com o cigrado no meio deles, no entanto, estava um homem de barba grisalha que parecia familia

    morou um momento até que Roger puxasse o nome do homem de sua memória. Eorreu a ele.

    Puta merda! — exclamou, os olhos arregalados em descrença. — Você é o Geerling! Isso é um filme?

    O famoso produtor-diretor de Hollywood ignorou Roger e estendeu uma mão aega masculino.

    — Vamos logo com isso.

    O homem negro estendeu a pistola a Sterling. Então o produtor de filmes levanma, encostou o cano em sua própria têmpora e puxou o gatilho.

    O som ecoou através do chão e das paredes quando o lado esquerdo da cabeçerling explodiu num suculento espirro vermelho.

    Seu corpo amoleceu, caiu com o rosto para os pés de Roger e pousou comrulho abafado. A pistola escapou de sua mão e espatifou-se no chão.

    sangue se espalhou numa rápida maré ao redor dos pés descalços de Roger. Tremendedo e adrenalina agora, ele gritou para a loira e para o negro:

    Mas que inferno está acontecendo?

    es não responderam. A mulher deu um passo à frente, ajoelhou-se ao lado titã mortllywood e enfiou a agulha de seu dispositivo em seu crânio, na sua medula espinha

    exeu em um teclado ao lado do aparelho. Um momento depois, um fluido prata brilh

    meçou a encher a seringa atrás da agulha, saindo do pescoço de Sterling.

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    ger berrou:

    Quem são vocês? O que é isso?

    Logo você vai descobrir — disse o negro indo para o lado da cadeira de Roger.

    oira removeu a seringa do pescoço de Sterling, levantou-se e caminhou na direçãger.

    Segure-o — disse ela.

    u comparsa enrodilhou um braço musculoso na garganta e mandíbula de Roger. ecisão e força, ele virou o queixo de Roger e o imobilizou.

    Pare! — implorou Roger. — Por favor, não faça isso!

    mulher recebeu seu apelo com um sorriso frio e olhos azuis sem piedade.

    O que você acha que nós vamos fazer?

    Eu… eu não sei — disse Roger, tão assustado que não consegui nem pensar.

    olpeando-o no rosto, ela perguntou:

    Então por que ter medo?

    quanto ele pensava em uma resposta, ela enfiou a agulha em sua nuca. Uma dor perfu

    rcorreu sua espinha abaixo como um solavanco elétrico. Então o calor o invadiu, embaça visão e deixando-o com vertigens.

    e sentiu-se gritando, mas só o que ouviu foi o silêncio.

    kes não sentira medo algum ao puxar o gatilho. Essa morte seria apenas um interlúdio. uito breve, por sinal.

    No entanto, meter uma bala no cérebro o machucara assim mesmo.

    Ele inalou bruscamente enquanto sentia sua consciência se enraizar em uma ma. Os sentidos desse corpo eram aguçados. Ele sentiu as fragrâncias opostas de ônia fajuta e um perfume caro.

    Seus olhos abriram-se e ele viu seus companheiros Marcados.

    — Estou bem, Wells — disse ao seu colega homem.

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    Eles haviam sido removidos dos corpos de quem tinham sido no futuro, antes de tas identidades convertidas em nanodispositivos para sua arriscada missão no passadomeira vez que assumiram outros corpos, haviam concordado em se chamarem pelos nmes, para manterem a farsa e evitar confusão. Com tão pouco deles restando, entreto havia razão para não usarem seus nomes reais.

    Satisfeito com sua nova voz, ele perguntou:

    — Quanto tempo demorou?

    — Menos que dois minutos — disse Wells. Ele olhou para Kuroda, que afasarelho transferidor de nanodispositos. — As atualizações no processo de vincu

    ncionaram melhor do que esperávamos.

    Jakes acenou com a cabeça.

    — Ótimo. Então você não se importaria em me desamarrar.

    — Já que somos obrigados — brincou Wells. Ele postou-se do lado da cadeirou as algemas dos pulsos de Jakes.

    Enquanto seu amigo desamarrava o resto de suas amarras, Jakes massageou vos pulsos, apertou os olhos contra o brilho intenso da luz acima de sua cabeça e torcriz para o cheiro de enxofre no ar. Olhou para o corpo ensanguentado de George Ste

    nha pena em ter que se livrar de uma identidade que lhe provera uma vasta riqueuência, mas fora para o melhor.

    Os Marcados recentemente haviam sofrido contratempos em sua guerra cont00 – pessoas abduzidas de diferentes partes do mundo durante quase seis décadas noséculo XX e começo do XXI, levadas por agentes do futuro determinados a mudar o

    tava para acontecer. Injetados com a promicina neurotransmissora, o que os presem extraordinárias habilidades sobrenaturais, os 4400 haviam voltado todos ao mesmo te

    dia 14 de agosto de 2004, para impedir uma catástrofe que destruiria o mundonheciam.

    Em outras palavras, os retornados haviam sido modificados e mandados de volta

    agar o passado e mudar o último bastião de uma civilização estável, que os Marctavam determinados a defender.

    Infelizmente, a guerra se virara contra os Marcados. Um esquadrão de assassiandado por Jordan Collier, o líder carismático do movimento de promicina que se espapidamente, e comandado pelo ex-militar e retornado telecinético Richard Tyler – mataras colegas agentes de Jakes.

    Era uma questão de sorte Jakes ter escapado do ataque de Tyler ao Ca

    yngate, o baluarte opulente que George Sterling construíra com sua fortuna da indematográfica. Se não fosse por uma passagem secreta que Sterling tivesse adiciona

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    opriedade, ele, Wells e Kuroda provavelmente estariam mortos.

     Agora eram os últimos agentes dos Marcados. Somente eles restavam para sauro de Collier e seu movimento promicina quase-religioso.

    Quando todas as amarras caíram, Jakes levantou-se.

    — Assim está melhor — disse ele. Kuroda o entregou suas roupas. Ele se vpidamente, então caminhou na direção da saída. Wells e Kuroda o seguiram.

    — Eu juntei o que sobrou da fortuna de Sterling com a dos Cayman e nossas podisse Jakes. — Podemos usar isso como um capital inicial.

    Kuroda pegou sua maleta, na qual ela carregava seu novo aparelho transmissnodispositivos.

    — Ainda não vejo como vamos fazer algumas coisas possuindo esses zé manése ela.

    — Personificar pessoas importantes funcionou o quanto podia — disse Jakeora devemos agir às escondidas.

    Wells consternou-se.

    — Como isso nos ajuda? Já perdemos nossa oportunidade contra o Collier.

    — Talvez sim — disse Jakes. — Talvez não.

    Ele abriu a porta para a escadaria mal-iluminada, onde o ar estava quente e abamparado aos confins do subsolo.

    — É por isso que devemos fazer um novo amigo – um que quer detê-lo tanto qs.

    Sob seus passos arrastados, Kuroda disse:

    — Você já falou com esse “novo amigo”, não falou?

    — Sim, já falei — disse Jakes. Embora seu novo corpo fosse relativamente jovudável, o calor na escadaria fazia o suor descer por suas costas enquanto ele subice atrás do outro voltando ao andar principal.

    Subindo os degraus atrás dele, Wells protestou:

    — Ainda assim é muito tarde. A data da calamidade veio e já se foi.

    — Eu sei — disse Jakes. Abrindo a porta para o andar térreo do hotel em constru

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    encolheu-se sob o brilho do sol do meio dia. Uma rajada quente de vento açoitou belos castanhos de seu rosto.

    — Mas isso tudo significa que Collier se preveniu do desastre que sabia. — Ermitiu um sorrisinho malévolo. — É hora de mostrá-lo um que ele não irá prever.

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    OISNTE E UM JUNHO DE 2008

    ARBOR ISLAND ESTAVA pegando fogo. Chamas avermelhadas preenchiam o céu do fide com fumaça negra e cheiro forte de óleo.

    O enorme triângulo de terra construído na foz do rio Duwamish era um labustrial de refinarias de combustível, fundições e estaleiros. Também abrigava as ma

    servas de gasolina e combustível de aviação de Seattle, e era uma das partes da ce não havia caído no controle de Jordan Collier nos meses que se seguiram à renomeTerra Prometida, o porto seguro dos positivos de promicina no mundo.

    Naquela noite era um campo de batalha.

    Descendo uma rua flanqueada por abrasadoras paredes de fogo, o agenteldwin da NTAC segurava sua Glock 26 firmemente, com os dedos tão apertados que s estavam embranquecidos, enquanto avançava através da contenda. Ao seu lado ea parceira, Diana Skouris. À frente deles e indicando o caminho estava uma equipe tátic

    TAC, guarnecida por um completo equipamento de combate e rifles M4A1. Luz de holoda de um helicóptero que pairava sobre eles varria o caminho à frente.

    O sargento da equipe tática ergueu um braço, sinalizando para que os dois agensana aguardassem. Tom e Diana se ajoelharam, mas mantiveram suas pismiautomáticas de prontidão, enquanto a equipe tática se espalhava por um cruzamoqueado por escombros ardentes e carros destroçados. Com uma mão suada, Tom a

    u colete à prova de balas, que estava um pouco apertado nas axilas.

    Relâmpagos brilharam no céu. Linhas brancas ofuscantes atingiram três membrouipe da NTAC, que caíram ao solo, fumegantes. Seus companheiros abriram fogo, enchar com a gagueira nervosa do bombardeio automático. Tom duvidava de que eles tiveuma ideia daquilo em que estavam atirando.

    Todos atingiam o deque quando um brilho de detonação encheu a rua, à distâtro tanque de combustível explodia. A onda de choque quase arrancou as obturações

    ntes de Tom. Uma bola de fogo vermelho-alaranjada rasgou a noite.

    Tom esticou o braço e colocou a mão no ombro de Diana. Ele gritou, em mazarra das metralhadoras:

    — Você está bem?

     A morena esguia concordou com a cabeça, e então gritou de volta:

    — Somos alvos fáceis aqui!

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    Ele concordou, e então apontou para um caminho claro através detacionamento.

    — Por ali!

    Eles se arrastaram pela Rua Lander, cruzaram a Décima Terceira Avenida, e corrra o leste pelo terreno à margem da Décima Primeira Avenida.

    Um grupo de homens e mulheres corria bem à frente, no mesmo caminho que Tana. No tremeluzir da luz do fogo, Tom conseguiu ver que eles vestiam uniformes de Of

    Paz da Terra Prometida, uma entidade oficial recém-criada, composta por ex-policiaattle que eram p-positivos, bem como voluntários civis. Eles respondiam apenas a Jollier, o que deixava Tom contrariado, mas eram a melhor defesa de Seattle contra ositivos perigosos.

    Uma figura de fumaça apareceu dentre os Oficiais da Paz. Ela se solidificou, formm jovem vestido de preto, que enterrou uma faca no dorso de um dos oficiais. Enquanmpanheiros do oficial assassinado se voltavam para encarar o atacante, estnsformou novamente em fumaça e evaporou.

    Mais relâmpagos foram lançados do céu nublado, martelando os Oficiais da Paz.gueu o braço para proteger os olhos do brilho doloroso. Um trovão rugiu em seu raando ele abaixou o braço, viu que Diana havia feito o mesmo. Eles retomaram a corrideção aos policiais sitiados da Terra Prometida.

    Motores de motocicleta rosnaram. Uma onda de força cinética que tremulou diação térmica derrubou os poucos oficiais restantes. Momentos depois, três motos S

    ncaram rua abaixo, em direção ao sul, afastando-se da região dos tanques de combum erupção.

    Tom parou e ergueu sua Glock. Diana fez o mesmo. Eles miraram e dispararam vos contra os motociclistas fugitivos.

    O piloto do meio e o último vacilaram e caíram das motos, que tombarrraparam, enquanto os terroristas feridos deslizavam, arrastando-se pelo asfalto.

    Os últimos tiros não acertaram o primeiro piloto, que acelerou em direçãsfiladeiro de contêineres multicoloridos e empilhados, que dominavam as partes sul e ilha.

    — Vamos lá! — gritou Tom, recolocando sua Glock no coldre e correndo em dispaé as motos caídas. Diana o acompanhou, indo em seu encalço a toda. Eles alcançaroto mais próxima, cujo motor havia apagado. — Ajude-me — disse Tom, enfiando suas r baixo da moto. Juntos colocaram-na de pé. Tom subiu nela e rapidamente religou o mquanto Diana pulava para o assento atrás dele.

    Ele engrenou a marcha e torceu o acelerador. O motor rugiu, e a moto deixou m

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    pneu no solo quando Tom disparou com ela. O vento batia contra seu rosto e o forçamicerrar os olhos conforme acelerava.

    Diana envolveu a cintura de Tom com seu braço esquerdo e usou a mão direitavar o walkie-talkie.

    — NTAC-cinco para NTAC-um — ela gritou por sobre o barulho do vento. — Um m uma motoca rumando para o sul pela Décima Primeira! Agentes em perseguição! Câm

    O comando da equipe de campo chiou em resposta.

    — Entendido, NTAC-cinco. Estamos de olho no prêmio. Câmbio.

    Tom mantinha seus olhos na figura distante à frente deles. O piloto fugitivo se mm direção à Ponte Oeste de Seattle, que passava sobre Harbor Island sem conceder ac

    local. Viaturas de polícia haviam fechado os dois lados da ponte, e suas luzes azrmelhas piscavam, brilhantes, contra o céu obscuro.

     Atiradores de elite da NTAC estavam posicionados na ponte com suas aontadas sobre a mureta, enquanto observavam Harbor Island e esperavam que seus arecessem.

    Outra ondulação perturbou o ar acima do suspeito fugitivo e fez a ponte padular, como uma miragem. Então o efeito abalou meia dúzia de suportes de concret

    evado, que se espatifaram como se fossem feitos de casca de ovo. Metal partido e pesabaram em escombros poeirentos, e o elevado entortou-se e desmoronou com um lamofundo de aço distorcido, num estrondo de impacto ensurdecedor.

    O suspeito desviou para a Rua Spokane e desapareceu por entre a crescente nza de fumaça e névoa.

    Gritando por cima do ombro de Tom, Diana perguntou:

    — Aonde diabos ele vai?

    — Quem sabe? — respondeu Tom, enquanto contornava a beirada da nuvem qu

    pandia, procurando por algum sinal do suspeito.

     Acionando novamente o walkie-talkie, Diana disparou:

    — NTAC-cinco para NTAC-sete! Desça já aqui e sopre esta droga de poeira! Câm

    — Entendido, NTAC-cinco. Câmbio — respondeu o piloto do helicóptero. Segupois, o helicóptero negro desceu bem baixo, à frente de Tom e Diana. Seus rotores gernto o bastante para dissipar a névoa suja e fizeram barulho suficiente para abafar o m

    sua motocicleta, enquanto Tom torcia o acelerador ao máximo. Do outro lado da aurcada Ponte Oeste de Seattle, o suspeito estava correndo em direção à marina de H

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    and.

    — NTAC-sete – gritou Diana pelo rádio —, o suspeito está na marina! Repspeito está na marina! Jogue luz nele, mas mantenha distância! Câmbio!

    — Já o vimos, NTAC-cinco — respondeu o piloto. A luz branca implacável do hominou de vez o suspeito fugitivo, enquanto ele embarcava em uma lancha atracadarina. O jovem voltou-se e lançou um olhar furioso para o feixe de luz. Então uma ncentrada de distorção seguiu o feixe até o helicóptero, e o estraçalhou em pleno voo. u do céu, numa chuva de fogo, metal partido e corpos carbonizados.

    Tom desviou para a esquerda e por pouco evitou ser esmagado pela aerostroçada, quando esta se chocou com o chão e rolou por sobre uma dúzia de carrotacionamento da marina, atrás dele. Um veículo após o outro explodiu em chansformando o local em um flamejante cemitério automotivo. Projéteis tamborilaram o

    m ambos os lados de Tom e Diana, enquanto corriam para fora do estacionamento e desampa de embarque da marina.

    O motor da lancha acordou rosnando, e o suspeito soltou as amarras do ancoradm um pequeno estouro causado por seu poder de rompimento. Tom apertou os freiosotocicleta patinou e derrapou pela doca. Diana já estava fora da moto antes que rasse de se mover, sua Glock já em punho enquanto ela se posicionava para atirar.

     Assim que a moto parou, ela abriu fogo contra o barco, mas os tiros perfurenas as águas escuras do Duwamish. Tom pegou sua Glock e juntou-se ao tiroteio inúa parceira. A arma de Diana clicou, sem munição. A pistola de Tom se esvaziou um segpois.

    Então uma branca e fina camada de gelo paralisou a superfície turbulenta do riostro de espuma do barco parou em meia onda. A transformação gelada ultrapasscha, que se esforçou por um momento contra o lodo espesso, depois parou com um eudo de fibra de vidro se estilhaçando, conforme a superfície do Duwamish congelou-sais meia milha em cada direção.

    O jovem no barco voltou-se e olhou, alarmado, e então cambaleou para tsabou.

    Olhando por sobre seu ombro, Tom viu um par de Oficiais da Paz da Terra Promformizados na margem. Um tinha colocado a mão na agora congelada superfície da águtro ainda olhava através da mira de seu rifle de precisão. A boca larga da arma haviaodificada para atirar dardos. Tom deduziu que os dardos deveriam estar carregados cstura de sedativo concentrado e inibidor de promicina que podia tornar p-posonscientes e temporariamente suprimir suas habilidades extra-humanas.

    Diana notou os Oficiais da Paz e guardou sua arma.

    — Acho que temos que ir lá agradecer — disse ela, não parecendo

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    tusiasmada com a ideia.

    — Acho que sim — respondeu Tom. Ele guardou sua Glock enquanto eles volta doca para a margem.

    Nos dois minutos que Tom e Diana levaram para andar até os Oficiais da Paorços chegaram. Um pelotão de forças de ataque da NTAC, dúzias de policiais de Seaciais da Paz da Terra Prometida, e seis agentes da NTAC, liderados por ambacarnações de Jed Garrity, cujos dois egos eram distinguidos pelas cores de suas grav

    ma vermelha, a outra azul, corriam através da lâmina de gelo, todos competindo paraem iria efetuar as prisões.

     As únicas pessoas que não tinham pressa de alcançar o barco, ao que parecia, m, Diana e os dois Oficiais da Paz que tinham sido os verdadeiros responsáveis por imuga do suspeito.

    — Belo trabalho — disse Tom, com um aceno de cabeça amigável para a dupla. —u Tom Baldwin, e esta é…

    — Sabemos quem são vocês — disse a mulher de cabelos negros e lustrososm sotaque britânico seco. Ela encarou Tom com seus impressionantes olhos verdes.

    Tom e Diana trocaram olhares apreensivos. Nos anos seguintes ao retorno dos 4NTAC havia sido a principal responsável por vigiá-los, e Tom e Diana tinham estado no c

    muitos dos mais tumultuados eventos envolvendo os retornados. Consequentemmbos os agentes tinham conquistado certa notoriedade; ou, em alguns círculos, infâmia.

    Como de costume, Diana permaneceu calma face à hostilidade.

    — Nós só queríamos agradecer, é isso.

    O homem musculoso e de cabelo cortado ao estilo militar ofereceu a mão a ela.

    — Estamos às ordens — ele disse. — Sou Jim Myers. E esta é minha parceirand.

    — É um prazer — respondeu Diana, apertando brevemente a mão dele.

    Tom disse:

    — Se me permitem perguntar, como vocês conseguiram chegar aqui antes de nósnsei que Jordan havia concordado em deixar a NTAC defender as reservas de combucidade.

    — E vocês fizeram um trabalho brilhante — disse Eva, lançando um olhar irritad

    eção do inferno que ardia na extremidade norte da ilha.

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    ora, Tom. E quando eu chegar lá, terei uma conversa bem longa com Maia.

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    RÊS

    RDAN COLLIER ESTAVA de pé diante da janela em seu escritório no sétimo sexto ae olhava para sudoeste, além da Baía Elliot, para o inferno furioso que engolfara Hand. As chamas duravam por quase uma hora, brilhando cada vez mais alto no céucurecia. O incêndio era refletido nas águas ondulantes.

    Houve uma batida na porta de seu escritório.

    — Entre — disse ele.

     A porta abriu-se e fechou-se. Em seguinte, houve passos.

    Refletido na janela estava Kyle Baldwin, um dos mais importantes assessorerdan, caminhando em sua direção.

    — Queria me ver?

    — Queria — respondeu Jordan. Seus lábios apertados mal escondiam suaando ele virou-se para encarar o rapaz de cabelos amarelados. — O que acontec

    mbaixo?

    Kyle parou diante da mesa Jordan e curvou a cabeça.

    — Você está chateado por causa de Harbor Island.

    — Sim, eu estou — disse Jordan. — Pessoas morreram lá fora hoje, e não hzão para isso. — Ele pegou um relatório de uma página e o sacudiu nervosamente. — m ao menos me consultou antes de mandar nosso pessoal à territórios da NTAC. bia que a ilha estava sob a jurisdição deles, Kyle. O que estava tentando fazer?

    — Salvar a vida deles — disse Kyle. — Tivemos uma informação de que um bandquenta/cinquenta furioso estava indo para os tanques de combustível. Achei que se

    ovêssemos rápido o suficiente, poderíamos impedir o ataque. — Ele fez uma pausa qurdan girou e olhou o espetáculo flamejante de cima a baixo através da janela. Virand

    os, Kyle acrescentou: — Eu sei que falhamos.

    Jordan jogou o papel em sua mesa e então se sentou em sua cadeira. Ele passão pela sua barba escura enquanto recuperava a compostura.

    — A maioria doa agentes da NTAC são p-positivos, Kyle, assim como nós, einados para situações como essa. — Consternado, ele apertou o pulso. — A verdagédia é que todas essas pessoas morreram por nada. E se eles explodissem os tanqmos pessoas que podem transformar líquido no que quiserem: água potável, gasolina…

    — Promicina — interrompeu Kyle.

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    Jordan franziu as sobrancelhas. Levantando um dedo, ele continuou:

    — Não vamos falar sobre isso, Kyle. Não é o momento apropriado. Estamos cercas forças armadas americana, e temos p-positivos experientes pela cidade inteira. A úsa que quero agora é começar uma guerra contra o governo.

    — Você já está em guerra com o governo — retrucou Kyle. — Uma quemeçaram.

    Exasperado, Jordan levantou-se e caminhou até um armário de madeira que abrbidas e alguns copos pequenos.

    — Acho que você e eu temos definições diferentes sobre guerra. Eu chamaria nuação atual de impasse. — Jordan abriu a porta do armário, que abaixou-se para dar uma prateleira.

    — Claro, Jordan, mas por quanto tempo? Você acha que o Exército vai esperar mpo enquanto preparamos nosso próximo passo?

    — Provocá-los não nos dará mais tempo. — O peculiar líder do Movimento Promsitiva abriu uma garrafa de whisky Glenmorangie Quinta Ruban e serviu-se uma nerosa.

    Um dos privilégios de transformar a exilada antiga sede da Haspelcorp tigamente era conhecido como Centro Columbia, o prédio mais alto de Seattle) na Fundllier era que a nova base de operações de Jordan fora completamente mobilia

    nerosamente estocada com luxúrias.

    Colocando a rolha novamente na garrafa, Jordan continuou:

    — De qualquer modo, já passamos das táticas de guerra. A diplomacia é nrdadeira mostra de força. Somente de uma posição de poder alguém tem a opçãgociar. — Ele sorveu o líquido âmbar e saboreou cada gota.

    Kyle aproximou-se de Jordan enquanto respondia:

    — Ótimo. Enquanto você está ocupado negociando, as Forças Armadas estãeparando para nos mandar pro espaço. Precisamos começar a pensar em termos de “dconquistar”. Se colocarmos promicina na água de seis ou sete cidades grandesçaríamos a dividir o alvo deles.

    — E provavelmente mataríamos quarenta ou cinquenta milhões de pessoas — rdan, imaginando quando seu jovem xamã se tornara tão agressivo em sua visão de me colocou sua bebida na mesa novamente. — Não é exatamente a receita para se ga

    rações e mentes.

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    — E daí? Você sabia antes mesmo de começar a distribuir que a promicina maetade das pessoas que a tomassem. Quando nove mil pessoas morreram no ano passcê chamou isso de “O Grande Passo Adiante”. Então qual é o problema? Cinco milhõ

    m número muito grande?

    — O problema — replicou Jordan, seu tom afiado e indignado. — é que ningnca foi forçado a tomar promicina. A habilidade viral de seu primo Danny foi um acido parte do plano. — Ele pegou seu copo. — Já ocorreu a você que poderíamos construuro onde aqueles que foram presenteados com promicina possam viver em paz com aqe não foram?

    Kyle virou-se e começou a caminhar em frente à mesa de Jordan, balançanbeça em uma negação amarga.

    — Sonhe à vontade, Jordan. Pessoas normais nos odeiam. Eles têm pavor deerem-nos mortos.

    — Alguns sim — admitiu Jordan. — Mas só porque as pessoas tendem a odiar om medo, e ter medo do que não entendem. — Sentando-se novamente em sua cadeirarescentou: — Eu me recuso a aceitar que assassinato em massa seja a solução paoblema. Nossa guerra não é contra as pessoas do mundo, Kyle, ou contra seu governerra que temos que lutar é contra o preconceito.

    O jovem fungou pelo nariz.

    — Se você diz.

    — Sim, eu digo mesmo. E espero que você entenda.

    Um olhar carrancudo mostrou a rendição forçada de Kyle.

    — Você pode ir — disse Jordan, gesticulando na direção da saída.

    Kyle caminhou rapidamente, claramente ansioso para ficar longe de Jordan. Ele ruptamente a porta do escritório. Ela bateu na com um baque surdo enquanto Kyle saíamorado.

    Enquanto a porta fechava-se lentamente, Jordan acomodou-se em sua caderveu sua bebida. Ele imaginou, não pela primeira nos últimos meses, que Kyle possar a ser um problema ao invés de ajuda. Quando o jovem viera procurá-lo no ano ant provara seu valor como um visionário. Kyle e sua invisível e inaudível guia esp

    minino, Cassie, haviam ajudado Collier e seus seguidores a andar pelo difícil caminheção ao seu objetivo de transformar o mundo e cumprir a profecia de um melhor futurohumanidade.

    Porém, nos meses desde que haviam transformado Seattle no reduto de promnhecido como a Terra Prometida, Kyle ignorara os planos diplomáticos de Jordan e apro

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    cas pesadas e às vezes até mesmo violentas.

    Jordan imaginava o quanto dessa mudança era vontade Kyle, e o quanto essie – se é que havia alguma distinção a ser feita entre eles. Até agora, Jordan fora cmanter seu irritado assessor mais velho sob controle, mas ele temia que esse t

    ríodo de graça terminasse em breve.

     A porta começava a fechar-se quando foi aberta com um estalo. Depois uma bpida e baixa, seu assistente Jaime Costas colocou a cabeça para dentro da sala.

    — O senhor tem uma visita, Sr. Collier. Uma das pessoas da sua lista para o conliderança.

     Acenando, ele disse:

    — Tudo bem.

    Jaime abriu a porta.

    Seu visitante adentrou a sala.

    Jordan ficou boquiaberto. Ele piscou os olhos de tanta surpresa. Abaixou sua bevantou-se e cumprimentou o hóspede com um aceno gentil.

    — Por favor, entre — disse ele, seu coração enchendo-se de esperança. — Énra.

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    UATRO

    ana Skouris abriu a porta de seu apartamento e retirou a chave da fechadura. Demonstru estado de espírito, bateu a porta atrás de si e explodiu enquanto atravessava a sala.

    — Maia! — ela gritou, sua voz reverberando pelas paredes. — Venha já aqui!

    Ela estava mais do que aborrecida, mais do que zangada, e mergulhada emacional quando despiu a jaqueta e arremessou-a ao sofá. Havia tantas coisas que qtar para sua filha adotiva que não sabia por onde começar. Depois de todos os anos emtiveram juntas, e todos os riscos que Diana correra, todos os sacrifícios que fizera oteger Maia, ela sentia como se tivesse o direito de esperar da menina mais respeito dota demonstrava.

    Droga, eu já disse a ela mais de cem vezes para ficar longe de Jordan e do povo fava Diana, enquanto retirava seu coldre de ombro e depositava a arma no balcãzinha. Tudo o que os 4400 haviam feito por ela fora colocá-la em perigo – então porqumais leal a eles do que a mim?

     Aquela questão retórica a perturbava quando abriu a geladeira e tomou notabras disponíveis para o jantar daquela noite – do qual Maia poderia ou não ser autorizarticipar.

    O apartamento estava silencioso, exceto pelo murmúrio da geladeira. Diana não alquer som de movimentação vindo do quarto de Maia.

    Não era surpresa para ela que Maia não estivesse com pressa de sair de lá e enfatos, mas depois de todo o grito, todo o escândalo e mau humor que se seguiu ao deDiana determinando que Maia cessasse todo e qualquer contato com Lindsey Hamm

    a amiga e companheira no Centro 4400, ela ao menos esperava ouvir Maia desafiar dens com a música de Frank Sinatra.

    Ela provavelmente está assustada ou aborrecida, pensou Diana. Fechou a poradeira e caminhou em direção ao quarto de Maia.

    — Maia? Estou falando sério: você tem que vir até aqui falar comigo.

    Não houve resposta.

    Diana passou pela porta e entrou no quarto da filha. Maia não estava lá. A tava feita, e pela porta aberta do closet deduzia-se que várias das roupas preferidaenina não estavam mais lá. Também não se via o diário de Maia, que continha suas prealarmantes visões do futuro.

    Oh, meu Deus. O medo tomou conta de Diana como se água gelada percorresse as. Embora sua menininha tivesse agora treze anos de idade e não precisasse mais de

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    bá com ela em casa, Diana ainda tinha medo de que alguém tentasse levá-la. Qualquesde os 4400 até alguém do governo, ou mesmo um maníaco qualquer, pareciam teuta “a garota que conseguia ver o futuro”.

    Seu coração se acelerou, sua respiração se tornou curta e ofegante, enqocurava pistas pelo quarto de Maia. Não havia sinais de luta, nenhum bilhete. Aquilo eraal, mas Diana ainda estava em pânico. Ela sentia a pulsação forte em suas têmp

    avava uma batalha para manter a mente quieta, enquanto mil pensamentos terríveis sumesmo tempo dos cantos mais obscuros de sua imaginação. Imagens de Maia amar

    mordaçada, ou drogada e inconsciente na parte de trás de uma van.

    Ela se sentiu zonza, quase com vertigem, enquanto saía do quarto de Maia e zana casa como uma bola prateada de uma máquina de pinball, ricocheteando nos batens paredes, indo de seu quarto para o banheiro e voltando para o corredor, para a cozinpois a sala de estar.

    Então ela viu, no chão, em frente à televisão.

    Uma câmera de vídeo portátil. Havia um bilhete adesivo cor-de-rosa grudado nm fio ligava o aparelho à entrada lateral da TV plana digital de alta definição. Diana cra a câmera e a pegou.

    O post-it tinha uma mensagem de duas palavras apenas, rabiscadas nas letrama características de Maia: ME ASSISTA.

    Deixando de lado a sensação torturante que vinha de seu estômago, Diana pegntrole remoto da mesinha de centro e ligou a TV. Assim que a tela se acendeu, perc

    e o aparelho já estava ajustado para a entrada auxiliar. Ela ligou a câmera digital; aou azul e mostrou um contador zerado. Diana respirou fundo e apertou o botão do play.

    Uma imagem borrada tremulou na tela, depois ajustou o foco. Era Maia, sentadfá da sala de estar, exatamente onde Diana estava sentada assistindo à gravação.

    — Oi, mamãe — disse Maia na gravação. Ela afastou um cacho de seus cabelomel do rosto e continuou. — Se você estiver assistindo isto, provavelmente já descobriunão estou em casa. Eu resolvi ir embora e ir ficar com Lindsey na Fundação Colli

    ana praguejou, murmurando entre dentes, enquanto o vídeo rodava. — Eu sei que você e eu avisei o pessoal de Jordan sobre Harbor Island, e eu sei que você vai voltar para gritar mais um pouco comigo, eu sinto muito, mas… – a menina rolou seus olhos azuis. —tou cheia disso, tá bom? Então eu estou indo embora, o que sei que também vai te diosa. Mas não se preocupe em ficar zangada com Lindsey, porque isto não foi ideia delnha. — Ela desviou o olhar da câmera por vários segundos, quando um ar de culpa tonta de seu rosto inocente. Então tornou a encarar a câmera com uma expressãmorso. — Eu te amo, mamãe, mas é lá que eu devo estar. Me desculpe. Tchau.

    Maia se inclinou para frente e estendeu o braço para a câmera. Um momento degravação terminou. Houve um momento de estática e chuvisco na TV, seguido pela tela

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    m o aviso de “sem sinal”.

    Diana apertou o botão “parar” e desligou a TV, e então sentou-se com o rosto entãos por alguns minutos que pareceram horas.

    Emoções conflitantes cresciam dentro dela, competindo por espaço: sua raiva ddesafio declarado de Maia contra seu medo pela segurança da filha; sua falha em con

    comportamento voluntarioso de Maia enchia Diana de vergonha; e a sensação de quvia perdido o respeito da filha a deixava frustrada e amarga.

    O mais irritante de tudo é que não havia muito a ser feito no sentido de ajudázer Maia de volta contra a vontade dela. Apesar de a menina ser menor de idade, não mo Jordan permitir que Diana ou qualquer outra pessoa retirasse contra a vontade qua

    m dos 4400 de seu refúgio na Fundação Collier. A não ser que conseguisse convencer Mpara casa por vontade própria, Diana teria de aceitar que a havia perdido para Jord

    a quixotesca missão de disseminar a promicina ao redor do globo.

    Seu rosto parecia em brasa, corado pela raiva de sua própria impotência. Eantou, andou até a cozinha e abriu a água fria na pia. Colocando as mãos em concha so fresco, ela as encheu e jogou no próprio rosto, depois bateu algumas vezes as paolhadas em sua nuca.

    Ela estava apenas começando a recobrar um resquício de calma, quando o telecou. Depois de enxugar as mãos e o rosto com um pano de prato limpo, ela o atendeu.

    — Alô?

    — Diana? É o Tom. A Meghan quer nos mandar ao Centro 4400 imediatamente. Ppara te pegar em mais ou menos dez minutos.

    — Por quê? O que está acontecendo?

    — É o Jordan. — Tom disse, parecendo preocupado. — Ele acabou de marcarunião.

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    NCO

    ETADE DA ATENÇÃO de Tom estava no volante, e a outra metade na falação de Diana.

    — É sério, Tom, estou farta das atitudes da Maia — disse ela parecendo ainda iosa do que estava apenas uma hora atrás em Harbor Island. — Fugir é uma coisa, meto para o alvo? Ela ficou louca?

    Ele levantou a cabeça e deu um sorriso fraco.

    — Às vezes acho que somos todos loucos por ficarmos aqui.

    Diana não disse nada; apenas ficou olhando pela janela para a agitada vida noturnpitol Hill. Era uma noite quente de verão, e as calçadas fervilhavam de gente. Umasa trazia o cheiro fraco de fumaça de cigarro e café fresco até o carro.

    O bairro — uma mistura de condomínios baratos no estilo de apartamentos e algs mais elegantes mansões — há muito tempo vinha sendo o centro de contraculturattle. Nos anos 90, alguns diziam que sua abundância de lanchonetes e bares fora a rnascimento da música e da moda grunge¹. Até mesmo agora, depois que Jordan tomade, quase nada mudara. Tom nunca se sentira confortável andando por aqueles ladoattle, mas ele admirava sua resiliência.

    Tom virou o Sedan da NTAC à esquerda na rua Easter Galer, passou pela esdoeste do Parque Interlaken, pela estrada Crescent de três pistas, e pelo caminho p

    ntro 4400. Quatro anos antes, o prédio pré-modernista branco fora o Museu Collieodesto, porém de grande importância, repositório de arte moderna. Depois da volta00, Jordan o convertera em um abrigo seguro e ponto de encontro para os retornados. dins meticulosamente enfeitados no fundo e flanqueados nos três outros lados tacionamento, o lugar era um oásis necessário na cidade. Durante a usurpação de Jo

    governo local, o Centro também servia como um “território neutro” onde epresentantes da NTAC podiam se encontrar.

    Outro Sedan de quatro portas comum estava estacionado na fachada do prédio.

    s duas encarnações de Jed Garrity estava em pé ao lado de Meghan Doyle, a diretode em Seattle da NTAC, que desde que chegara tornara-se a namorada “não-tão-see Tom.

     A loira aproximou-se da lateral do carro de Tom enquanto ele estacionava emga e desligava o motor. Enquanto ele e Diana saíam do carro, o comportamento de Mea estritamente profissional.

    — Collier ainda não disse sobre o que isso se trata.

    — Que surpresa — disse Tom sarcasticamente. Enquanto os quatro integrante

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    TAC caminhavam uma calçada de cimento até a entrada co Centro, Tom acenou parau colega de longa data. — E aí, JV?

     As iniciais eram a abreviação do apelido de Jed, “Jed Vermelho”. Depois qdemia de promicina no ano anterior o infectara, ele manifestara uma habilidade omum: uma cópia de si mesmo.

     A princípio, ninguém o que fazer com a réplica de Jed; alguns o aceitavam commples clone. Mas depois que um dos Jeds morrera em uma batalha, uma duplatamente igual do Garrity assassinado aparecera a quilômetros de distância, levando o pensamentos da NTAC, Marco Pacella, à hipótese de que a habilidade Jed era uma

    gura de ele mesmo. Se algo acontecesse a ele, uma nova cópia aparecia em algum guro. Jed a chamava de “uma habilidade estranhamente inútil”. Marco a chamava de “apseguro final”.

     Atualmente o único jeito de distinguir as duas cópias idênticas, mas separadas, dea a cor de suas gravatas: um usava somente gravatas vermelhas, e o outro somente aas ninguém na NTAC gosta de dizer Jed Vermelho por causa da sonoridade, e Jed uxera muitas piadinhas com Jedzul. Então agora eles eram JV e JA.

    Quando a porta de entrada do Centro se abriu diante deles, liberando uma lufadeiro de limpeza e ar fresco do interior do prédio, Tom notou pela primeira vez o quão maeirava. Entre o massacre em Harbor Island e a papelada que se seguira, ele não tmpo para tomar banho ou trocar suas roupas, que estavam imundas e fedendo a suor.

    O chefe executivo do Centro, Shawn Farrel, saiu para recebê-los.

    — Obrigado por virem mesmo com o aviso de última hora — disse o jovem de cro curto a Meghan. Apertando a mão de Tom, ele acrescentou: — É bom vê-lo, tambémmmy.

    — Você também, Shawn — disse Tom.

    — Vamos entrar — disse Shawn, acenando para que eles o seguissem para o inCentro. — O Jordan e o pessoal dele estão aguardando.

    Do lado de dentro, seus passos ecoavam no chão encerado do pátio prinquanto seguiam Shawn para a sala de reuniões do primeiro andar, Tom ficou surpresoo de que seu sobrinho, que fisicamente tinha vinte e um anos (vinte e quatro, se se contanos que ele ficara desaparecido durante sua abdução), o guiava com a confiança

    agnificência de um homem mais velho. Apenas alguns anos antes, seria impossível encoawn usando outra coisa senão jeans, camisetas e tênis; agora ele sentia-se confortáve

    m terno Armani e sapatos italianos feitos à mão. A responsabilidade forçada o forjarrdadeiro líder da comunidade 4400.

    Susan se orgulharia dele, refletiu Tom, antes que a lembrança da morte prematua irmã durante o 50/50 estragasse o momento de orgulho do seu filho.

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    Shawn abriu a porta dupla da sala de reuniões. Uma longa mesa de madeira estendia-se diante dele e dos agentes da NTAC. À direita de Tom, de pé ao centro da mtava Jordan Collier vestido casualmente. Ao lado dele estavam dois conselheiros: o filhm, Kyle, e para a surpresa de Tom, o telepático Gary Navarro. Com a ajuda de Tom, ador negro de baseball se exilara alguns anos antes, para fugir de uma vida de servçada à Agência de Segurança Nacional. Essa era a primeira vez que Tom via Gary deste que ele fugira.

    De pé atrás de Jordan estava a sua nova assistente executiva, uma mulher pequcasa dos vinte anos chamada Jaime Costas. À esquerda de Jordan estava um rosto

    m não esperava ver essa semana: Maia Skouris.

     A garota de treze anos sussurrou algo a Jordan enquanto a equipe da NTAC entrposicionava do lado oposto a eles, no outro lado da mesa. Um minuto depois, enqu

    dos ainda se olhavam, Jordan acenou para que Shawn se aproximasse, passou ssurro confidencial, e então Shawn contornou a mesa com uma expressão envergonhadsto.

    Tom ouviu quando ele se inclinou na direção de Diana e disse suavemente:

    — Sinto muito por isso, mas receio que tenha de pedi-la para esperar do lado de

    Diana lançou um olhar furioso a Shawn, que levantou as mãos e se afastou ependido. Então ela virou-se para Maia, que evitou seu olhar, carrancuda. Era arduamvio que tal momento constrangedor era coisa da garota.

    — Tudo bem — disse Diana, não mais contendo sua raiva.

    Quando ela se virava, Tom a parou com um toque gentil no braço. Ele baixou a voz

    — Falarei com ela por você.

    — Não se preocupe com isso — respondeu Diana. Ela saiu da sala a passos ráuriosos e deixou a porta bater às suas costas. O impacto ecoou pela sala de reuniões

    squício da memória de fúria.

    Meghan se concentrou em Jordan.

    — O que você quer?

    — Primeiramente, me desculpar por Harbor Island — disse ele.

    Tom cruzou os braços e acenou com a cabeça na direção da porta por onde ana.

    — Não começou muito bem.

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    Jordan continuou, embaraçado.

    — Os policiais da paz da Terra Prometida foram lembrados de que a NTACsdição sobre Harbor Island…

    — Sobre o que sobrou dela — interrompeu J.V.

    Jordan fez uma pausa, depois continuou:

    — O fogo cruzado de hoje a noite foi resultado de uma falta de comunicação pelaassumo a responsabilidade.

    — Que engraçado — disse Tom, fixando o olhar em Maia, que o olhava sem piscansei que fosse o resultado de alguém te dando um aviso sem autorização.

    Kyle entrou na conversa:

    — Não importa de onde veio o aviso, pai. O que importa é que estávamos tentvar vidas.

    — Tudo bem — disse JV. — É por isso que você e o seu pessoal estavam usça mortal lá fora? Para salvar pessoas matando elas?

    — Nunca mandei alguém usar força mortal — disse Kyle. — Só falei que eles deproteger.

    Tom jogou sua ira no filho:

    — Isso foi decisão sua?

    — Não estamos aqui para jogar as culpas — disse Jordan, levantando uma mãomenizar a discussão ascendente. — O que importa agora é que trabalhemos juntos anter o povo da Terra Prometida a salvo e prevenir que eventos como esse acontvamente.

    Meghan balançou a cabeça, mas franziu o cenho suspeita:

    — E como propõe que façamos isso?

    — Os russos chamam de glasnost — disse Jordan. — Abertura. Dividiremos as vMaia em troca de uma discussão aberta sobre das intenções do governo americano acTerra Prometida, e sobre as identidades promicina-positiva pelo mundo.

    Virando os olhos e soltando um pesado suspiro, Meghan disse:

    — Isso não vai virar em Washington, você sabe disso.

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    Olhando para Meghan, mas falando com Jordan, Gary interrompeu:

    — O que ela quer dizer é que a NTAC de Seattle está sendo cortada. Washingtonxando-os no escuro, eles não têm nada a oferecer.

    Tom segurou-se para não xingar o telepata. Ao invés de fazê-lo, ele fechou aquerda atrás de suas costas.

    Meghan virou-se e caminhou na direção da porta.

    — Terminamos por aqui — disse a Jordan. — Da próxima vez que quiser uma reuxe o leitor de mentes em casa.

    JV seguiu-a na direção da saída. Jordan e o sua equipe foram na direção oposteção de uma porta diferente que levava a outra parte do Centro.

    — Me espere lá fora — disse Tom a Meghan, então passou por ela e por Jedntornar a mesa e alcançar Maia. Ele parou a adolescente antes que ela chegasse à por

    — Maia, espere um pouco — disse ele, tentando parecer diplomático.

    Maia parou na soleira da porta e virou-se para encará-lo. Seu olhar era severo, sto começara a substituir as feições rechonchudas de uma criança pela fisionomia fin

    ma mulher atraente.

     Atrás dela, Jordan, Kyle e Gary estavam olhando e ouvindo. Tom esforçou-se

    orá-los.

    — Eu sei que você e sua mãe estão com problemas no momento, mas acho queo vai ajudar em nada. Você acha?

    — Sim, acho — disse ela e começou a virar-se.

    Ele apertou o ombro dela gentilmente.

    — Espere — disse. Então ele viu os três homens olhando fixamente e soltou-a. ou para trás e esperou-o falar. — Qual é? — disse ele. — Sua mãe está preocupadacê. E, sim, ela está furiosa, e eu entendo se você talvez não quiser ir para casa hoje…rá que não poderiam ao menos conversar antes que ela vá embora?

    Maia pareceu considerar a ideia por um momento. Então seus olhos se tornaramsem misericórdia. Com um desprezo maior do que sua idade, ela disse:

    — Não há o que conversar. — Então saiu pela porta sem se desculpar ao batê-

    ra de Tom.

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    Poderia ter sido melhor, repreendeu-se ele. Baixou a cabeça, soltou um susanimado e imaginou o que ia contar à sua parceira. Olha, não se sinta mal, Diana — as dois temos filhos que trabalham para Jordan Collier.

    tas:

    Grunge (às vezes chamado de Seattle Sound, ou Som de Seattle) é um estilo muependente que se tornou bem-sucedido comercialmente no início da década de 199

    unge é uma ramificação do hardcore, heavy metal e rock alternativo do final dos anos 19meço da década de 1990.

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    IS

    DE JULHO DE 2008

    nnis Ryland, Vice-Presidente Executivo da Corporação Haspelcorp, desceu de seurticular para a claridade ofuscante do sol da manhã nas salinas brancas. As turmeas do Gulfstream G650 profanavam o silêncio do deserto de Nevada com seu lamermitente.

     Apenas alguns meses antes de seu sexagésimo sexto aniversário, Dennis sentia o sol estivesse consumindo preciosos anos de sua vida nos segundos que levou

    scer os degraus da escada para a pista de decolagem. A temperatura havia atingidaus Celsius, e o calor árido evaporava o suor de seu rosto antes que pudesse escaparos.

    Inalando o causticante ar do deserto profundo, ele se recordou de um dos álogos favoritos do cinema clássico, do épico “Lawrence da Arábia, de David Lean.” Inqbre o porquê de ele gostar tanto do deserto, Peter O’Toole havia respondido comcura característica: “Porque é limpo”.

    O asfalto irradiava calor através das solas dos sapatos de Dennis. Ele apresssso e amaldiçoou o protocolo que determinava que usasse paletó e gravata, mesmo naqculo do inferno.

    Uma brisa sufocante desgrenhou seu cabelo ainda escuro, mas quase grisando ele alcançou a porta de uma cabana de madeira castigada pela areia, de telhadha de estanho corrugado enferrujada. Para um observador casual, a pequena constrndo aos pedaços parecia estar prestes a ser carregada pela próxima tempestade de auela impressão era inteiramente proposital.

    Ele abriu a frágil porta de madeira e adentrou a sombra abafada de um vestíbulo al caberiam duas pessoas em pé. A porta externa fechou-se atrás dele.

    Por um momento houve apenas a débil iluminação da luz do dia, que espreavés das frestas ao redor da porta. Então um painel deslizou de dentro da parede em f

    Dennis, revelando a face brilhante e verde do leitor de mão — o primeiro de três dispossegurança biométricos que ele deveria satisfazer para conseguir entrar no labora

    creto e não-oficial de pesquisa de armamentos da Haspelcorp. Ele colocou a mão no pesperou.

    O aparelho zumbia enquanto um feixe luminoso passava de um lado a outro, len

    ma de sua mão. Uma voz sintética vagamente feminina, mas essencialmente neclarou através de um alto-falante oculto:

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    positivos hidráulicos arfavam e geradores rugiam, vagarosa e continuamente. Bbóticos moviam peças de um lado para outro, lapidando minúsculos componentes apecificação exata, e modelando os detalhes microscópicos de novos microchips. Teias de dados rolavam ininterruptamente em enormes monitores de computador. Odoreônio e metal aquecido preenchiam o ar.

    E pensar, meditou Dennis, com um leve sorriso, que três meses atrás este laboratava vazio.

     A Haspelcorp tinha estado a ponto de desmanchar o laboratório antes de Dervir. Na esteira do escândalo que eclodiu depois que a Haspelcorp foi revelada cordadeira fonte da promicina que Jordan Collier roubara e distribuíra ilegalmente pelo muDepartamento de Defesa revogara muitos dos contratos de pesquisa de defesa rativos da companhia. Sem eles, este laboratório parecia não ter mais razão de ser

    anutenção tinha se tornado apenas mais uma dívida no balancete da empresa.

    Oficialmente, o laboratório ainda se encontrava inativo. As únicas pessoas que sae estava de volta à ativa eram Dennis e o trio de cientistas que agora tinha acesso excl

    mesmo. Eles haviam procurado Dennis dois meses antes, com uma propostarpreendente e tentadora que, se ele tivesse recusado, jamais teria perdoado a si mesm

    Eles haviam dito que poderiam livrar o mundo da promicina.

    Quarenta e oito horas depois, após um turbilhão de reuniões clandestinemorandos confidenciais, Dennis os havia instalado ali, naquele laboratório, com todocursos da Haspelcorp secretamente à disposição deles. Hoje ele pretendia descobrir oecisamente, sua generosidade havia comprado.

    No centro do amplo espaço subterrâneo, os três pesquisadores, em seus jaancos, estavam reunidos em torno de uma grande mesa de trabalho de cerâmica, napousava um dispositivo cilíndrico. A metade superior de seu invólucro havia sido removelando um complexo amálgama de fios, circuitos impressos e componentes blindados.ríade de peças minúsculas e ferramentas de precisão bagunçava a mesa.

    O cientista-chefe levantou o olhar quando Dennis se aproximou. Ele interceptou Destendeu-lhe a mão.

    — Senhor Ryland! Obrigado por vir. Trouxe as amostras do LHC1?

    Ele apertou a mão do homem.

    — Sim, Doutor Jakes, eu trouxe.

    Notando que Dennis havia chegado de mãos vazias, Jakes arqueou uma sobranceboçou um sorriso irônico e travesso.

    — O senhor as está escondendo em algum lugar sobre o qual eu não quero saber

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    — Elas ainda estão no avião – disse Dennis, largando a mão do homem mais novtes de entregá-las, acho que precisamos conversar um pouco mais sobre este seu promeçando por como você conseguiu ensinar à equipe do Grande Colisor de Hadrons a

    m elemento que até ontem era apenas teoria.

    — Esta teoria tem sido a base de toda a minha carreira, senhor Ryland — kes. Ele retornou à mesa de trabalho e acenou com a cabeça para Dennis segui-lo.

    ma geração de cientistas antes de mim dedicou suas vidas a desvendar seus segredaior parte do trabalho foi feita antes do meu envolvimento. Metaforicamente falandenas tive sorte de subir nos ombros dos gigantes.

    Em pé diante da mesa com os três cientistas, Dennis olhou desconfiado paringonça high-tech murmurante que eles estavam construindo.

    — Muito bem — disse ele. — Mas eu não acho que vocês gostam da posição eme colocaram. Uma descoberta como esta não pode ser mantida debaixo do tapetemaradas do CERN vão enlouquecer com isto, e isto já está no radar da Segurança Naciazer aquela amostra de antimatéria da Suíça custou quase um bilhão de dólarspelcorp. Mantê-la em segredo vai custar outro bilhão. Então, antes de entregá-la a v

    eciso saber por que a querem.

    Sacudindo a mão por sobre a semi-finalizada invenção na mesa, Jakes respondeu

    — Para fazer isto funcionar.

    — Explique-me. Em palavras simples.

    Jakes acenou com a cabeça para sua colega loira, Doutora Kuroda. Dennis supôsuroda” seria seu sobrenome de casada, mesmo nunca tendo visto uma aliança em sua que não era incomum para pessoas que trabalhavam em laboratórios de artefatoecisão como aquele.

    Kuroda pousou suas mãos no aparelho.

    — Nós precisamos daquele elemento porque, quando bombardeado com rad

    riogência, emite partículas alfa de alta energia. Por ser um elemento superdenso e estnto com capas de prótons fechados como com capas de nêutrons fechados, pode setas funções por vários meses. A radiação que emite vai destruir os laços monoaminicoomicina, sem afetar outros tecidos orgânicos.

    Dennis massageou a testa para evitar a iminente dor decabeça.

    — Eu pedi termos simples — reclamou ele.

    O terceiro cientista, um homem afro-americano chamado Wells, respondeu:

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    — Isto é uma bomba de nêutron para promicina. Ela tira os poderes, mas deissoas ilesas.

    — Isto eu entendi — disse Dennis. — Qual é o alcance e a área de efeito?

    Wells trocou olhares com Jakes e Kuroda, e então disse:

    — De uma plataforma aérea a um limite de vinte milhas, você pode atacar uma cande com duas rajadas em cerca de cinco minutos.

    — Bom — aprovou Dennis. — Isto é muito bom. As pessoas no solo sentirão algsa?

    — Nada mesmo — declarou Jakes, voltando à conversa. — Eles não saberão oonteceu até tentarem usar seus poderes de promicina; então descobrirão que elesstem mais.

    Dennis imaginou o sorrisinho orgulhoso de Jordan Collier transformando-se empressão de horror. Tal pensamento fez surgir um sorriso em seu rosto.

    — Quanto tempo falta para termos um protótipo funcionando?

    Jakes deu de ombros.

    — Do momento em que você nos entregar as amostras? Talvez dois ou três vo contratempos ou interferências.

    — Excelente — vibrou Dennis. Ele pegou o telefone. — Vou mandar a minha ezê-las. — Digitou um número da Haspelcorp que o ligaria diretamente à equipe no aquanto esperava atenderem, ele disse para os cientistas:

    — Trabalhem rápido. Talvez precisemos disto mais cedo do que esperávamos.

    — Não se preocupe, senhor Ryland — disse Jakes, com um sorriso beatífico. — mundo estará completamente de volta ao normal.

    ta:

    LHC – Sigla de Large Hadron Collider, o Grande Colisor de Hadrons, o maior aceleradrtículas e o de maior energia da atualidade, hospedado no CERN (Organização Eurora Investigação Nuclear), na fronteira franco-suíça.

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    TE

    NÃO LIGO QUE tenham sido feitos com uma habilidade 4400 — disse Tom Baquanto adentrava o escritório que dividia com Diana na NTAC. — Estes são os melhnuts de baixa caloria que já comi.

    Ele colocou dois donuts enrolados em guardanapos e um copo do café feitcritório em sua mesa, então abriu uma gaveta e tirou um pequeno frasco de pquinonas. As “U-pills”, como eram comumente conhecidas, eram um suplemento diee conseguia repelir o vírus da versão aérea de promicina. Embora não tivesse oconhuma denúncia de casos 50/50 desde o incidente com Danny Farrel no ano anterior,o arriscava, especialmente depois que a cientista da NTAC Abigail Hannicut tentara revírus alguns meses antes, como um prelúdio para uma nova pandemia. Ele jogou uma boca e a engoliu com um gole do café.

    Na mesa da frente, Diana sentava-se desleixada em sua cadeira — coisa quamente fazia desde quando ela e Tom começaram a trabalhar juntos. Ela olhava parede do fundo da sala, carrancuda. Tom sabia o que a estava incomodando, maperava que conseguisse mudar de assunto.

    — Quer um donut?

    Sua voz não era mais do que um resmungo:

    — To sem fome.

    — Que tal um copo de café? Já tomou cafeína hoje?

    Ela chutou seu balde de lixo de plástico pelo espaço vazio entre as mesas deleeto parou diante da perna de Tom. Ele olhou para baixo e viu quatro copos de papel v

    anchados de café. Um aroma suave de café queimado emanava do balde.

    — Acho que sim — disse Tom. Vendo que ficar em silêncio talvez fosse a coisa nsata a fazer, ele recostou-se à sua cadeira, ligou seu computador e deu uma mordidu donut. Mastigou três vezes antes que Diana falasse.

    — Mas que droga, Tom, como a Maia pôde fazer isso comigo?

    Ele fez força para engolir a comida parcialmente mastigada, tomou um gole doente e suspirou.

    — Eu não…

    — Quero dizer, ela sempre foi uma boa filha, entende? Meiga, educada, sen

    ediente. — Diana balançou a cabeça confusa, então Tom fez o mesmo com a suampatia. — E madura! Houve vezes em que ela parecia mais crescida do que a minha

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    ril.

    Ele teve que rolar os olhos.

    — Grande parte das pessoas é mais crescida do que April.

    Ela concordou com uma leve inclinação de cabeça.

    — É verdade. Mas eu esperava coisas melhores da Maia. E do nada ela ficoutada e reservada o tempo inteiro. Ela não falava comigo. Ficou teimosa, também. Chentade. Rebelde. E agora isso? Juntando-se com Jordan contra mim? Fugindo para a ometida? Eu simplesmente não entendo, Tom. Que diabo aconteceu?

    Todo parecia tão familiar que ele teve que sorrir.

    — Isso se chama adolescência, Diana. Você agora é a mãe orgulhosa de uma gtreze anos. Minhas condolências. — Ele estendeu um de seus doces entre seus monito espaço vazio entre suas mesas adjacentes. — Pega um donut.

    O gesto simples, mas sincero, teve um efeito sentimental em Diana, e um sorrisoalegria iluminou seu rosto enquanto ela aceitava o donut.

    — Obrigada — disse ela.

    — Faz parte do serviço — respondeu Tom.

    Ele deu mais uma mordida em seu donut, determinado a aproveitá-lo dessa vez.

    Um alerta piscou na tela de seu computador. Um alarme gutural chiou das caixinham. Era um aviso de que sinais importantes e de alta prioridade para a segurança doméham acabado de ser interceptados pelos novos filtros de dados online da NTAC. Ánte, barulhos e luzes semelhantes indicavam que Diana estava vendo a mesma coisao de fora do escritório, ecos do alarme enchiam os cubículos dos agentes juniores.

    Mas que droga, pensou Tom, engolindo sem saborear outro pedaço de seu caanhã. Ele e Diana entraram em ação, tentando captar os sinais para análise.

    Não havia nada lá.

    — Diana, tem alguma intercepção na sua tela?

    — Não, nada. — A cada tecla que batia no teclado e a cada clicada no mouserugava a testa preocupada. — Pensei que tinha algo nos canais internos, mas quando guir apareceu “Não Encontrado”.

    — Aconteceu a mesma coisa comigo — disse Tom. Sua frustração só aumequanto ele seguia fantasmas digitais pelo sistema de vigilância da NTAC.

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    Um dos Jeds inclinou-se por entre a porta do escritório, sua gravata azul balançmo um pêndulo sob sua cabeça.

    — Vocês pegaram o alerta de intercepção?

    — O alerta, sim — disse Tom, seus dedos voando pelo teclado. — A intercepçãonto.

    — A mesma coisa aqui fora — disse J.A.

    Meghan apareceu por trás dos ombros dele e apertou-se para entrar na sala.

    — Desculpe — disse ela, e ele acenou aceitando a desculpa breve da moça. m e Diana ela disse: — O que está acontecendo?

    Com os olhos abertos de frustração, Diana levantou o olhar de sua tela sponder a Meghan:

    — Alguma coisa fincou um monte de bandeiras vermelhas nos servidoregurança Doméstica, mas não tem nada nos logs¹. É a maior falha que o sistema já tevo muito estranho acabou de acontecer.

    — E os nossos backups automáticos? — perguntou Meghan.

    Tom balançou a cabeça.

    — Nada chegou assim tão longe. O que quer que tenha ativado o alarme consgir antes que nosso sistema visse.

    Olhando por sobre o ombro de Meghan, J.A. perguntou:

    — E agora?

    Um olhar divergente trespassou pelo rosto de Meghan.

    — Talvez não tenhamos um arquivo desse dado, mas aposto que a NSA tembrar um favor de um velho conhecido, ver se conseguimos colocar as mãos no originaa bateu no batente de madeira da porta para ter sorte e então saiu para o seu escritório

    Tom, Diana e J.A. trocaram olhares desconfiados momentos depois da saídeghan.

    Diana quebrou o silêncio.

    — Não é ilegal a NSA trocar informações internas conosco?

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    Era assustadora a sensação de conversar com alguém a quem havia acabado dportas da morte, mas Maia já havia passado por aquilo tantas vezes que conse

    farçar. Forçando um semblante calmo, ela simplesmente disse:

    — … não deve ser utilizada para destruir ou desmerecer outros direitos pertencepovo.

    — Excelente — aprovou Heather. Ela começou a juntar seus livros e papeis. — Nmpo acabou por hoje, mas se esta questão tivesse caído no seu teste, você teria tiradmenos, ao invés de um C-mais — guardando suas coisas em uma mochila, ela continuoas vou te dizer uma coisa. Se você puder escrever um texto de duzentas palavras soportância da Nona Emenda e me entregar amanhã, vou aumentar sua nota para Bather pendurou a mochila no ombro. — Combinado?

    Maia concordou com a cabeça.

    — Combinado.

    — Ótimo — aprovou Heather. Ela caminhou até a porta da suíte de Maia, e a meacompanhou, parando alguns passos atrás dela. A tutora abriu a porta, e enquanto saarto sorriu e se despediu. — Até amanhã! — acenou simpática e então se foi.

     Acenando em resposta, Maia forçou um sorriso, depois fechou a porta do quartncou.

    Escorando as costas na porta, ela soltou um suspiro de alívio. Não era nada

    ever a morte de alguém de quem gostava, e ela já havia testemunhado isto muitas veais do que já havia contado, mais do que jamais admitiria. Tinha apenas treze anos de idá sentia como se tivesse toda uma vida de segredos.

    Ela cambaleou, com passos pesados, através da suíte residencial que Jordan ocado à sua disposição. Localizada num andar alto do Edifício Collier, seu apartamentm maior do que aquele em que havia morado com Diana, e decorado com mais reqvia várias mesas de vidro, estofados de couro claro, aço inoxidável e granito polido.

    a reluzente e perfeito. Havia até uma cama king size só para ela.

    O luxo de suas acomodações não se resumia à suíte em si. Havia um serviçarto vinte e quatro horas que se podia chamar pelo telefone, uma equipe de tamésticas para lavar sua louça e sua roupa, e até se mudar para lá ela jamais havia saantos canais de televisão via satélite existiam de fato.

    Tudo o que Jordan pedia em troca era que ela aceitasse o monitoramento acadêHeather, para que seus estudos não ficassem parados. Maia havia reclamado que estverão e que a escola podia esperar até o outono, mas Jordan fizera pé firme e colo

    uilo como condição imprescindível para que ela residisse em seu quartel-general.

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    Maia se arrastou até a cozinha e abriu a geladeira, movida em parte pelo leve aem parte pelo tédio. Uma suculenta maçã verde chamou sua atenção e ela apanhou a prateleira. Dando uma boa dentada na fruta firme e levemente ácida, ela deixou a poradeira se fechar com um barulho surdo. Voltou para a sala de estar e deixou-se cair no

    m seu lanchinho.

    Um sentimento incômodo a aborrecia. Quando pensou em Diana, seu coraçãcheu de ressentimento. Depois de tudo o que Maia fizera para demonstrar seu próprio ra sua mãe adotiva e todos os outros, morrera de raiva ao se ver tratada como quatra criança.

     Ao menos Jordan e seu pessoal me tratam de igual para igual, pensoumargamente. Mas não podia negar que sentia falta de seu lar. Mais do que tudo, sudades de sua mãe. Ser tratada de igual para igual era uma mudança agradável, rteza – mas não era o mesmo que ser amada.

    Um pensamento fútil lhe causou uma dolorosa pontada de culpa: quem poderiamado mais do que seus pais verdadeiros? Ethan e Mary Rutledge já estavam mortocadas, mas para Maia haviam se passado apenas quatro anos, desde a última vez emgurara as mãos de sua mãe e sentira a segurança cálida do abraço de seu pai.

     A amiga e colega retornada de Maia, Lindsey Hammond, a havia apresentado a o00, cujas habilidades haviam possibilitado que ela visse e tocasse seus falecidos vamente. Nem o fato de que eles eram apenas uma ilusão, um tipo de truque físicental, fez com que a experiência fosse menos poderosa ou tocante. O fato de vê-los ado Maia às lágrimas. Deixá-los para voltar para casa e para Diana, a havia pressiom de seus limites.

    Ela voltara para casa, após aquele encontro, sentindo-se assolada pela culpa. Dtodo o amor e a devoção que Diana havia dedicado a ela, seria justo compará-la a pes

    e já estavam mortas e ausentes? Era certo desejar tanto outra tarde na companhsões, quando ela havia abandonado Diana em um lar vazio?

    Sua solidão e suas saudades do que havia perdido eram poderosas demais sistir. Maia levantou-se do sofá e foi até o telefone, que estava sobre uma mesa, pertela. Ela ligaria para Lindsey e lhe pediria que arranjasse outro encontro com os 4400

    ocavam as sombras dos mortos.

    Quando ela tirou o fone da base, outra visão tomou conta de seus sentidos.

    Um navio de guerra na água, mas próximo à terra, dispara um míssil. Fumaça bsabrocha como uma flor, e então mancha o céu enquanto o foguete o cruza ruidosam

    m borrão voando baixo.

    Ele mergulha e serpenteia entre os edifícios de uma paisagem urbana familiar. E e

    contra seu alvo, atingindo o topo de um prédio. Impacto.

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    Fogo e trovão. Gritos. Corpos.

    Jordan desaparece em uma muralha de chamas brancas.

     A visão acabou, fazendo Maia suar frio. Seus dedos tremiam acima do tecladefone. Ela havia sido instruída sobre como proceder se um momento como aquele vieontecer.

    Ela apertou o botão vermelho de emergência no meio do teclado e desejou queso pudesse chegar a tempo.

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    OVE

    YLE BALDWIN ADENTROU o de fato “centro de crise” da Fundação Collier, uma sauniões num subnível protegido, seguido por Cassie — sua habilidade promicina personifmo uma mulher ruiva de seu subconsciente, uma conselheira que somente ele podia vvir.

    Limpando o suor de sua testa e do seu cabelo loiro curto e sujo, ele anunciouesença às quatro pessoas que haviam atendido ao seu chamado urgente.

    — Escutem. — Os outros viraram para olhá-lo. Ele recitou o que Cassie lhe maner: — Maia diz que temos um míssil vindo na direção do porto. Está vindo da água, e

    ovavelmente foi lançado de um navio. O primeiro trabalho é parar aquele míssil. Emos nos juntar.

    Ele sentiu Cassie assomando-se às suas costas enquanto jogava o braço esqur sobre os ombros de Lucas Sanchez, um telepata gestáltico¹ de cabelos e bigodes nee tinha por volta de quarenta anos, e apoiava o seu braço direito nas costas de Re

    aetano, uma italiana de cabelo loiro tingido e de cintura larga. Ela, que adquirirabilidade há alguns meses durante aquilo que Jordan chamava de “O Grande Passo Ado resto da cidade chamava de epidemia 50/50, era uma eletrocinética com ênfasestruir e controlar equipamentos e sistemas eletrônicos.

     Ao lado direito dela estava Hal Corcoran, mais um voluntário que tomara promm sessenta anos recém-completados, ele era um homem pesado que tivera sua

    ubada pela diabetes. No que parecia a Kyle uma espécie de justiça de carma, o hoos olhos estavam escondidos por óculos escuros de lentes opacas adquirira a habilidad

    ão remota; sua habilidade em particular permitia que ele visualizasse grandes árepois se aproximasse dos alvos de interesse, até mesmo daqueles movendo-se a graocidades.

    Completando o círculo estava Kemraj Singh, um homem magro do Paquistão. Um00 originais, Kemraj era um poderoso hidrocinético. Enquanto ele fechava sua mão esbre a de Lucas, fechou os olhos. Kyle fez o mesmo, e Lucas ativou seu dom.

    Participar da telepatia gestáltica era uma das mais estranhas sensações que K

    ntira. Todos os que estavam no círculo tornaram-se parte de uma pequena mente, lia habilidade de Lucas. O primeiro sentimento da conexão era físico. Cada membrculo sentia a respiração do outro. Em poucos segundos, suas respirações estcronizadas. Cinco mentes tornaram-se uma. Os pensamentos passaram instantaneamuma pessoa a outra. Mas ainda que estivessem unidos mentalmente, suas v

    ntinuaram distintas.

    — Encontrem o míssil — sussurrou Kyle, sabendo que seria ouvido mesmo seasse em voz alta.

    Hal foi o primeiro a se distanciar, espalhando sua visão especial por sobre a

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    ometida. Virando para oeste, o céu cheio de nuvens refletia-se nas águas de cobalot Bay. Lançando-se para frente, eles distanciaram-se da cidade, por cima de West Se

    por cima da espumante e bonita Puget Sound².

    Contra a superfície curvilínea da água, Hal avistou um veloz rastro branco vindntido contrário. Ele concentrou-se na ponta do míssil que vinha na direção deles.

    — Ali — disse.

    — Deixa comigo — disse Renata. Kyle sentiu a mente dela aproximar-se do mízer contato com seu sofisticado sistema eletrônico. Enquanto ela preparava-se para lan

    direção de um espaço vazio em Elliot Bay, a respiração de Cassie ficou quente na nucle quando ela sussurrou para ele:

    — Impeça ela.

    — Pare — disse Kyle. Por causa de experiências passadas ele sabia que nenhumtros podia ver ou ouvir Cassie, mesmo com a ligação gestalt.

    Como que seduzindo-o, Cassie continuou:

    — Não estrague essa oportunidade, Kyle. — Ele virou a cabeça para vê-la sorrine o fez imaginar que plano sinistro ela matutava.

     Através da visão remota de Hal, a linha do horizonte estendeu-se em vista, ficaior a cada segundo.

    — Kyle…? — perguntou ele.

    Renata acrescentou:

    — O que quer que eu faça, Kyle?

    No momento seguinte ele ouviu sua voz falando em sincronia com a dela, comesse se tornado sua marionete.

    — Deixe o míssil pairar pela cidade — disseram em uníssono. — Então jogueta para o navio que o disparou.

    Ele não conseguia acreditar nas palavras que saíam de sua boca. Seus sentimechoque e hesitação refletiam-se nos rostos dos outros no círculo.

    — Faça logo — ele e Cassie disseram.

    Concentrando-se em seus pensamentos, Renata tomou controle do míssil. Kyle se

    vacilar sob o comando da moça e ela guiou-o por uma curva aberta da cidade querigosamente perto dos prédios mais altos do centro. Então ele estava em uma traje

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    ntrária, arremessado por sobre Elliot Bay, voando tão baixo que Hal podia ver seu reflexperfície da água.

    Kyle falou mais palavras quando Cassie as colocou em sua boca.

    — Renata, mantenha o míssil em movimento. Hal, encontre o navio de onde ele Na velocidade de um pensamento, Hal projetou sua vista por cima de Puget So

    guindo o rastro que se dissipava do míssil até um navio de guerra do Exército Americanmraj — disse Kyle/Cassie. —, afaste toda a água das hélices… e segure firme.

    Cassie direcionou a concentração de Kyle em uma parte específica do casco do disse-lho o que fazer.

    — Atinja o convés perto da arma que disparou — ele disse a Renata. — E ferre cfesa deles.

    — Tudo bem — disse Renata com uma relutância óbvia.

    Todos obedeciam às ordens de Kyle. Não havia nada que ele pudesse fazer a nãar assistindo — e ouvindo, horrorizado, Cassie sorrindo com uma alegria maliciosa.

    tas:

    A palavra Gestalt tem origem alemã e surgiu em 1523 de uma tradução da Bnificando “o que é colocado diante dos olhos, exposto aos olhares”.

    uget Sound é um sistema de caminhos aquáticos que dão na Costa Pacifica.

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    EZ

    Havia cerca de trinta pessoas, dentre oficiais e pessoal alistado, no Centrormação de Combate do destróier de mísseis teleguiados U.S.S. Momsen, da Ma

    mericana, e o oficial executivo, Comandante Alim Gafar, estava convencido de que nees sabia o que diabos estava acontecendo – ele próprio, inclusive.

    — Alguém me dê um relatório da situação, pelo amor de Deus! — ele disse, eleva voz acima do falatório que preenchia o compartimento fracamente iluminado. Rnfusos ergueram-se de mesas iluminadas e bancadas de monitores de compuistramente brilhantes.

     A Tenente Carrie Wright, que era o oficial de ação tática, hesitou em seu nevém entre a mesa de comunicação da bateria de artilharia e o supervisor de radar.

    — Nós perdemos controle do Tomahawk1, senhor — disse ela. — Ainda está aas não conseguimos corrigir sua posição.

    — Se ainda está ativo, não atingiu o alvo — respondeu Gafar. — Use o conanual e coloque-o em posição.

    Wright sacudiu a cabeça.

    — O controle manual falhou, senhor. Não houve resposta.

    Por detrás de Gafar, o supervisor de radar gritou:

    — Achamos nosso pássaro, senhor! Mantendo nove-seis, CBDR2 e abraçanddas!

     A notícia causou um arrepio em Gafar: CBDR era um acrônimo para manttabilidade, diminuindo distância. Uma rota de colisão.

    — Alerta de colisão! — gritou Gafar. — Controle de fogo, aborte esse míssil já!

    — Não há resposta, senhor! — rebateu um soldado da linha de frente.

    Uma pesada onda de ansiedade inundou o Centro de Informação de Combate. Gbia que tinha apenas alguns segundos para agir.

    — Arme o CWIS3 — ele disse, pronunciando o acrônimo “Diabo do Mar”4.

    O Sistema de Aproximação de Armas5 era um canhão automático de coojetado para explodir e destroçar mísseis ou aeronaves que se aproximassem. Ele ja

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    nsara que um dia usaria aquilo contra um dos próprios mísseis cruzadores Tomahawu navio.

    — Está na mira — relatou o operador de comunicações da artilharia antiaéreacial menor a quem Gafar só conhecia pelo apelido Kiwi. — Seis segundos para atino…

    Gafar parou e aguardou, depositando sua confiança na equipe do centrormações. Disparar o míssil não havia sido uma decisão sua; a ordem tinha vindo direesidente para o Oficial Comandante do Momsen, Capitão McIntee, que por sua vpassara para Gafar. Sabendo quem era o alvo, ele não esperava que nada de sultasse daquela decisão, mas certamente jamais esperara aquilo.

    Inesperadamente ele se viu em completa escuridão, escutando apenas o lmento dos discos rígidos dos computadores parando de funcionar.

    — Alguém acenda uma luz! — ele gritou. — Oficial Monroy, me passe o telefonee me ligue com o comando.

    Lanternas criaram um brilho sepulcral, quebrando a escuridão.

    O oficial de comunicações ajustou o equipamento de comunicação de emergênssou o telefone sem fio para Gafar, que disse:

    — Passadiço, Combate.

    O Capitão McIntee respondeu:

    — Combate, real. Prossiga.

    — Capitão, temos queda geral de energia. O Controle de Fogo Auxiliar prsicionar a mira do CWIS.

    — Negativo – respondeu o capitão. — Todos os setores estão no escuro, e estamriva. Nós…

    Pelo telefone, Gafar ouviu outro oficial gritar:

    — Contato visual! Colisão iminente!

    — Preparar para impacto! — berrou Gafar pelo Centro de Informações. — Equipmunicações e de Artilharia! Fechamento hermético! Movam-se!

    Todos o seguiram quando ele correu para a saída e voou pelo corredor para lacrcotilhas e avisar a equipe de manutenção e a brigada de incêndio para se prepararem

    pior.

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    A explosão da bomba rugiu através de cada convés e compartimento do Momsevio sacudiu violentamente sob os pés de Gafar, e então girou para estibordo. Em segun

    e sentiu o forte odor sulfúrico de cordite6, e o fedor picante de óleo vazando e combueimado.

    Ele gritava ordens, mas ninguém o ouvia. Homens estavam em chamas, rredores fediam a carne queimada. Fumaça tóxica ardia em seus olhos, e uma sequênctonações confirmou seu temor de que o míssil tivesse atingido o suprimento de muniçãvio.

    Movimentando-se aos tropeções, ele se esforçou para enxergar por cima da ngra que o cobria. Tripulantes em pânico trombavam com ele e seguiam em frente, ignoru aviso de que eles estavam correndo para labaredas letais.

    Outra explosão fez tudo ficar branco por um momento, depois deu novamente lugmbras produzidas pelas chamas.

    O Momsen gemeu como um leviatã7 de aço ferido e o convés se ergueu bem perafar, que procurou algo em que se agarrar. Suas mãos acharam o corrimão de uma escele se agarrou enquanto escombros e objetos pessoais dos marinheiros rolavam cdos pelo convés agora vertical.

    Uma lanterna acesa foi arremessada por uma escotilha aberta acima dele e quangiu na cabeça, quando passou por ele. Um momento depois, atingia destroços flutuanterente de água quase congelada que ia inundando a embarcação a pique.

     A anestesiante água gelada levou apenas alguns segundos para alcançar os pé

    afar. Em menos de um minuto o engolia até o pescoço. Ele lutou para continuar flutuara tentar escapar no embalo da crista da onda, mas tudo o que achou foram escoradas e passagens bloqueadas por destroços. E então não havia mais para onde ir.

    Ele não tentou prender a respiração.

    Sabia que congelaria mesmo antes de se afogar.

    De toda forma já estava morto.

    tas:

    Tomahawk – tipo de míssil americano.

    CBDR – em inglês: Constant Bearing, Decreasing Range.

    CWIS – em inglês, Close-In Weapon System.

    Diabo do Mar” – em inglês, Sea Whiz , que é como soa a pronúncia de CWIS.

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    Sistema de Aproximação de Armas – em inglês, Close-In Weapon System, ou CWIS.

    Cordite – pólvora à base de nitrocelulose.

    Leviatã – criatura imaginária, geralmente de grandes proporções, bastante comumaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna.

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    NZE

    ODOS OS TELEFONES estavam tocando no escritório da NTAC. Ninguém eendendo.

    Tom Baldwin concentrava-se em seu computador e em sintonizar o som estridenersos toques telefônicos, incluindo o de seu próprio. Cada luzinha de extensão ecando.

    Do lado de fora, Diana, os dois Jeds, o analista sênior Marco Pacella e quase toutros agentes juntavam-se para assistirem as últimas notícias nas várias televisõe

    critório. De onde Tom estava sentado, as vozes chegavam até ele em zumbidos sem um.

    Um canal mostrava ao vivo, da vista aérea de um helicóptero, uma mancha de óleget Sound — o único traço restante do contratorpedeiro Momsen do Exército amer

    undado. Outra tela mostrava uma montagem de vídeos amadores do míssil, que passarocidade supersônica sobre a cidade antes virar-se para o mar.

    Um terceiro canal mostrava imagens de pânico nas ruas.

    Como se eu precisasse do noticiário para saber disso, matutou Tom. Ajuganizar ocorrências era sua tarefa primária no momento. A maioria delas era garrafamentos nos postos que cercavam a benigna cidade usurpada de Jordan.

    Havia caos quase o suficiente para distrair Tom do pensamento que seu filho e

    ntro do prédio de Collier. Quase — não o suficiente.

    Meghan se inclinou pela porta de seu escritório.

    — Acabei de falar com o chefe do Departamento Policial se Seattle — disse ele falou que seu pessoal tem Beacon Hill sobre o controle, então você pode relaxar um pquiser.

    — Graças a Deus — disse Tom, passando as mãos no rosto para afastar o can

    Você viu o que está passando no canal cinco? Foi um Tomahawk.

    Ela fez uma careta.

    — Eu vi.

    — Não acho que o Exército nos deu um aviso antes de jogar um míssil em nntal.

    — De acordo com a Secretaria de Defesa, o ataque era direcionado a um ppecífico — disse Meghan. — Era de se esperar que estivéssemos dentro dessa área.

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    — Grande surpresa — disse Tom, dividindo suas frustrações. — O que dizem so?

    — Não acho que eles saibam ainda.

    Da sala principal atrás de Meghan, Tom ouviu o som de vozes furiosas crescendoma delas era a de Diana. Ele levantou-se da cadeira e dirigiu-se na direção da porta. Me

    u do caminho e o seguiu enquanto ele se apressava para ver o que estava acontecendo

    Diana andava como um tigre enjaulado, xingando enquanto lançava olhares assusturiosos à uma tela de TV que mostrava imagens do ataque próximo ao prédio da Fundllier. Vários outros agentes estavam ao redor dela, inclusive Marco e os dois Jeds.tava com as mãos levantadas e tentava acalmar Diana.

    — Escute, Diana — disse ele. — Pode ser um erro.

    Ele se encolheu quando ela respondeu.

    — O Departamento de Defesa acabou de confirmar o alvo! Não foi um erro!

    — Você tem que se acalmar — disse J.A., pousando uma mão no ombro de Da afastou sua tentativa de consolo.

    — Não me mande ficar calma! — gritou, sua raiva transbordando em formrimas. — A Maia estava lá! O Exército acabou de lançar uma porra de um míssil na ma!

    Tom se postou entre Diana e J.A. antes que o homem pudesse dizer algo que pioda mais a situação.

    — J.A., sai fora — disse Tom. — E leve seu gêmeo com você. — Os dois Jedastaram carregando expressões mal-humoradas. Tom virou-se para Diana, que escus olhos vermelhos de lágrimas em uma mão e colocava a outra no peito. Sem mexãos, Tom disse gentilmente: — Ele não tem filhos. Não entende como é.

     A voz dela tremia com o medo e a raiva mal contida:

    — Eles podiam tê-la matado, Tom. E ao Kyle também.

    — Eu sei — disse Tom, sentindo a própria fúria crescendo.

    Meghan aproximou-se dos dois com uma precaução visível.

    — Diana — disse. — Já mandei ligarem para o pessoal do Jordan. Quer que eu

    ocar a Maia na linha para você? — Diana acenou, aparentemente tomada pelas emora conseguir responder em voz alta. Meghan indicou seu escritório com a cabeça. —

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    conseguirmos falar com ela, você pode usar minha sala. — Acenando novamente, Drriu tristemente para Meghan e tocou o braço de Tom num gesto de gratidão. Então as ulheres se afastaram na direção do escritório executivo de Meghan.

    Virando sua atenção para outra imagem ao vivo da mancha de óleo em chamaget Sound, Tom sentiu sua mandíbula apertando-se e seus pulsos fechando-se. Ele tse dia desde quando Jordan desafiara o governo ao declarar um pedaço de Seattle u território e ao nomeá-lo “Terra Prometida”.

    Marco apareceu ao lado de Tom e fixou o olhar na tela.

    — Isso é ruim — disse o jovem d