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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    PATOLOGIA E TERAPIADAS ESTRUTURAS

    INTERVENES DEREPARO

    ( RESTAURAES )

    PROF. LVIO MOSCI PIANCASTELLI

    ESCOLA DE ENGENHARIA

  • Patologia e Terapia das Estruturas Intervenes de Reparo

    (Restauraes) Prof. lvio Mosci Piancastelli

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ........................................................................................ 02

    2. TRATAMENTO DAS SUPERFCIES DO CONCRETO E DO AO .. 02

    3. REPAROS ............................................................................................... 04

    3.1. Reparos Localizados Superficiais ........................................................ 04

    3.2. Reparos Localizados Profundos ........................................................ 06

    3.3. Reparos Superficiais de Grandes reas ............................................ 09

    3.4. Reparos Devidos a Corroso de Armaduras ..................................... 10

    3.4.1. Corroso por Despassivao da Armadura .............................. 11

    3.4.2. Corroso pela Presena de Cloretos ........................................ 13

    3.4.3. Proteo Catdica ...................................................................... 14

    3.5. Reparos de Bordas de Consolos Curtos e Dentes Gerber .................. 15

    3.6. Reparos em Estruturas Submersas ...................................................... 17

    3.7. Reparos em Fissuras ........................................................................... 19

    3.7.1. Reparos em Fissuras Inativas ..................................................19

    3.7.1.1. Fissuras de Pequena Abertura (0,3 a 1,0mm) em Superfcie Vertical ou Inclinada ................................ 19

    3.7.1.2. Fissuras de Pequena Abertura (0,3 a 1,0mm) em Superfcie Horizontal ................................................. 21

    3.7.1.3. Fissuras de Grande Abertura (acima de 1 mm) ........... 27

    3.7.1.4. Fissuras Capilares (abertura inferior a 0,3 mm) ........... 27

    3.7.2. Reparos em Fissuras Ativas (ou Inativas com Monoliticidade No Exigida) ............................... 28

    3.8. Reparos Especiais ............................................................................... 32

    4. Pinturas e RevestimentoS Estticos ou Protetores ..................................... 35

    5. Bibliografia ................................................................................................ 36

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    1. INTRODUO

    So chamadas de reparos as intervenes que visam corrigir pequenos danosocorridos em elementos estruturais.

    Ao falar em pequenos danos, est-se referindo a danos que no comprometem odesempenho estrutural do elemento ou o fazem de forma bem pouco significativa.

    Na realidade, a linha que separa os reparos das recuperaes (intervenes quevisam devolver o desempenho original da estrutura) tnue em funo da definiodada para pequenos danos.

    importante salientar que alguns casos, primeira vista de reparos, transformam-se em casos de recuperao, devido intensa reduo da seo de concreto exigidano preparo do substrato. Caso tpico ocorre nas intervenes devidas a oxidaode armaduras em pilares.

    Mesmo que de forma no totalmente correta, tendo em vista as recuperaes, asintervenes de reparo so chamadas de restauraes.

    2. TRATAMENTO DAS SUPERFCIES DO CONCRETO E DO AO

    Para o bom desempenho de um reparo de fundamental importncia que osubstrato (superfcies de concreto e ao) seja convenientemente tratado.

    So duas as finalidades bsicas do tratamento:

    retirar todo material deteriorado ou contaminado; propiciar as melhores condies de aderncia entre o substrato e o material de reparo.

    Na sua execuo, podem ser adotados os seguintes procedimentos:

    Escarificao manual (talhadeira, ponteiro, marreta); Escarificao mecnica (martelete, rompedor, fresa); Escovamento manual (escova de ao); Lixamento manual ou eltrico (lixas para concreto e ao, lixadeira eltrica);

    Hidro-demolio (equipamento especfico); Jateamento de areia (equipamento especfico);

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    Jateamento de gua e areia (equipamento especfico); Queima controlada com chama (maarico); Corte de concreto (disco de corte); Jateamento de ar comprimido (equipamento especfico); Jateamento de gua fria ou quente (equipamento especfico); Jateamento de vapor (equipamento especfico); Lavagem com solues cidas (soluo de cido clordrico, Reebaklens da Fosroc);

    Lavagem com solues alcalinas (soluo de soda custica); Aplicao de removedores de leos e graxas (Reebexol Super, Fosroc);

    Aplicao de removedores de gordura e cido rico - suor (lcool isoproplico, acetona);

    Umedecimento ou saturao da superfcie do concreto com gua (asperso, pano ou areia molhados).

    Na retirada do concreto deteriorado ou contaminado, deve-se cuidar para que ocontorno das aberturas seja bem definido e suas faces laterais apresentem ngulosque favoream a aderncia, facilitem a aplicao e garantam a espessura mnima domaterial de reparo. A Figura 1 ilustra o descrito.

    Figura 1 - Retirada do Concreto Deteriorado ou Contaminado Geometria do Contorno e das Faces das Aberturas

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    Em qualquer caso, a superfcie do concreto velho, que entrar em contato com omaterial de reparo, dever ser apicoada para a retirada da nata de cimentosuperficial. Essa superfcie dever apresentar-se seca ou mida (saturada comsuperfcie seca) em funo do material a ser utilizado.

    3. REPAROS

    A seguir, so descritos os reparos mais freqentemente executados.

    Eles foram nomeados em funo de sua extenso e profundidade, da enfermidade,causa ou sintoma, ou, ainda, do elemento estrutural e sua localizao.

    Para alguns tipos de reparo, so apresentados os diversos materiais utilizados e astcnicas e procedimentos correspondentes.

    3.1. REPAROS LOCALIZADOS SUPERFICIAIS

    So, normalmente, chamados de superficiais, os reparos que no ultrapassam aespessura da camada de cobrimento das armaduras.

    Tais reparos so exigidos em funo de disgregaes, desagregaes, segregaes,porosidades ou contaminaes que atingem o concreto de cobrimento dasarmaduras.

    Podem ser executados com os seguintes materiais e tcnicas:

    A) Reparo com Argamassa Modificada com Polmero - Pr-dosada (Sika Top - 122) ou Preparada na Obra (base acrlica ou SBR).

    O reparo, ilustrado pela Figura 2, deve ser executado obedecendo-se a seguinteseqncia de procedimentos:

    a) tratar o substrato e umedec-lo sem saturao. Para argamassa preparada na obra,aplicar ponte de aderncia compatvel (cimento+gua+polmero, relaogua:polmero = 1:1);

    b) preparar a argamassa;

    c) aplic-la pressionando-a contra o substrato, inicialmente com as mos, e, a seguir,com esptula ou colher de pedreiro, obedecendo-se a espessura mxima

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    preconizada pelo fabricante para cada camada e dando-lhe acabamento final comdesempenadeira metlica;

    d) executar cura mida.

    A cura atravs da aplicao de produtos que formam pelculas (comumentechamada de cura qumica) pode ser utilizada, devendo-se lembrar, entretanto, quealgumas dessas pelculas impedem ou prejudicam a aderncia de pinturas eargamassas de assentamento ou revestimento.

    Figura 2 - Reparos Localizados Superficiais - Disgregaes, Desagregaes, Segregaes, Porosidades e Contaminaes.

    B) Reparo com Argamassa Grout Tixotrpica - base mineral (Sika Grout -Tix).

    O reparo, ilustrado, tambm pela Figura 2, deve ser executado obedecendo-se aseguinte seqncia de procedimentos:

    a) tratar o substrato;

    b) umedec-lo sem saturao;

    c) preparar o grout, conforme especificaes do fabricante;

    d) aplicar o material pressionando contra o substrato com esptula ou colher depedreiro, obedecendo-se a espessura mxima por camada preconizada pelofabricante, e dando-lhe acabamento final com desempenadeira metlica;

    e) executar cura mida ou com pelcula.

    Obs.: Caso o concreto do substrato no apresente boa aderncia ao grout, deve-se

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    aplicar, sobre o substrato seco, adesivo de base epxi (Sikadur 31) paraservir de ponte de aderncia. Para substrato mido utilizar adesivo debase acrlica ou SBR (cimento + gua + polmero, relao gua:polmero =1:1).

    C) Reparo com Outros Materiais:

    Neste tipo de reparo, podem ser usados, ainda, outros tipos de argamassas, como asde base epxi ou poliester, que exigem procedimentos especficos.

    3.2. REPAROS LOCALIZADOS PROFUNDOS

    Convencionou-se chamar de profundos os reparos cujas profundidades ultrapassam acamada de cobrimento das armaduras.

    Esse tipo de reparo, geralmente, surge devido ocorrncia de segregaes, ninhos,ou presena de corpos estranhos ao concreto.

    Na sua execuo, podem ser adotados os seguintes materiais e tcnicas:

    A) Reparo com Concreto Grout ou Argamassa Grout (Sika Grout).

    O reparo, ilustrado pela Figura 3, deve ser executado obedecendo-se a seguinteseqncia de procedimentos:

    Figura 3 - Reparos Localizados Profundos

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    a) tratar o substrato e umedec-lo, sem satur-lo;

    b) instalar formas com cachimbo (se necessrio, aplicar antes adesivo epxi deelevado pot-life);

    c) preparar a argamassa ou o concreto grout (argamassa grout + pedriscos);

    d) lanar o grout nas formas e adens-lo;

    e) antes do completo endurecimento do grout, desformar e, cuidadosamente, retirarseu excesso. Tal excesso pode ser retirado, tambm, aps o total endurecimento(24 horas) atravs de corte e lixamento.

    f) executar cura.

    B) Reparo com Concreto e Ponte de Aderncia de Base Epxi.

    O concreto dever ter consistncia fluida, baixo fator gua/cimento e,preferencialmente, ser aditivado com agente expansor (p de alumnio, Intraplast Nda Sika).

    O reparo, ilustrado, tambm, pela Figura 3, deve ser executado conforme a seguinteseqncia de procedimentos:

    a) tratar o substrato, que deve apresentar-se seco antes da prxima etapa;

    b) preparar e aplicar o adesivo epxi de elevado pot-life. Evitar a aplicao doadesivo epxi sobre as armaduras. Caso isso seja difcil, antes do adesivo, aplicarproduto inibidor de corroso sobre as armaduras (Sika Top 108);

    c) instalar formas com cachimbo;

    d) lanar o concreto nas formas e adens-lo;

    e) antes do completo endurecimento do concreto, desformar e, cuidadosamente,retirar seu excesso. Tal excesso pode ser retirado, tambm, aps o totalendurecimento atravs de corte e lixamento;

    f) executar cura.

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    C) Reparo com Argamassa Seca (dry pack) e Adesivo Epoxdico.

    A argamassa seca poder ser de grout especfico (Sika Grout - Tix), grout comum(Sika Grout) com pouca gua, ou argamassa de cimento e areia, de prefernciaaditivada com agente expansor (p de alumnio, Intraplast N da Sika).

    O reparo, ilustrado pela Figura 4, deve ser executado da seguinte maneira:

    Figura 4 - Reparos Localizados Profundos - Dry Pack

    a) tratar o substrato, que deve apresentar-se seco antes da prxima etapa;

    b) preparar a argamassa seca;

    c) preparar e aplicar o adesivo epxi. Evitar a aplicao do adesivo epxi sobre asarmaduras. Caso isso seja difcil, antes do adesivo, aplicar produto inibidor decorroso sobre as armaduras (Sika Top 108);

    d) aplicar a argamassa seca em camadas ( 2 cm) socadas contra o substrato;e) dar acabamento e executar cura.

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    3.3. REPAROS SUPERFICIAIS DE GRANDES REAS

    Tais reparos so exigidos em funo de disgregaes, desagregaes, segregaes,eroses, desgastes, contaminaes ou calcinaes que atingem grandes reas doconcreto de cobrimento das armaduras.

    Podem ser executados com os seguintes materiais e tcnicas:

    A) Reparo com Argamassa Modificada com Polmero, Pr-dosada (Sika Top - 122) ou Preparada na Obra (base acrlica).

    O reparo, ilustrado pela Figura 5, deve ser executado atravs da seguinte seqnciade procedimentos:

    Figura 5 - Reparo Superficial de Grandes reas.

    a) tratar o substrato e umedec-lo sem satur-lo;

    b) preparar a argamassa;

    c) aplic-la, em camadas (conforme especificaes do fabricante), pressionando-acontra o substrato com desempenadeira ou colher de pedreiro, e dando-lheacabamento final com desempenadeira de ao;

    d) executar cura.

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    B) Reparo com Argamassa ou Concreto Projetado

    O reparo, ilustrado, tambm, pela Figura 5, deve ser executado da seguinte forma:

    a) tratar o substrato;

    b) promover, se necessrio, o seu umedecimento (tipo saturado - superfcie seca);

    c) executar a projeo;

    d) dar acabamento sarrafeado e desempenado;

    e) executar cura.

    OBS.: Nos casos de eroso ou desgaste, cujas causas no foram eliminadas, conveniente, aps o reparo com qualquer dos dois materiais, aplicarrevestimento protetor de base epxi. A utilizao de material de reparocom formulao epoxdica , tambm, bastante indicada nesses casos.

    Como os produtos de base epoxdica so caros, tm-se optado, com timosresultados, pela adoo de argamassas ou micro-concretos aditivados commicrosslica. Tal material exige, entretanto, uma cuidadosa cura mida,geralmente feita atravs de asperso contnua.

    3.4. REPAROS DEVIDOS A CORROSO DE ARMADURAS

    Para que seja possvel executar, com eficincia, reparos que visem interromper oprocesso de corroso das armaduras, importante analisar como funciona o sistemade proteo do ao dentro da massa de concreto.

    Para tanto, necessrio verificar as relaes existentes entre o pH do concreto e opotencial de corroso (potencial eletroqumico) do ao.

    Essas relaes foram estudadas por Pourbaix e so mostradas na Figura 6 atravs dodiagrama que leva o seu nome.

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    Figura 6 - Diagrama de Pourbaix - Potencial x pH

    Pelo diagrama de Pourbaix, observa-se que para manter a proteo do ao dentro doconcreto deve-se:

    manter o pH entre 10,5 e 13 (esta a proteo naturalmente dada pelo concretohomogneo e compacto);

    abaixar o potencial de corroso (< -0,8 V) a fim de se atingir a faixa da imunidade(o que se obtm com a chamada proteo catdica);

    elevar o potencial de corroso (> +0,8) a fim de que seja atingida a faixa depassivao (princpio da utilizao dos inibidores andicos, como o nitrito desdio).

    3.4.1. Corroso por Despassivao da Armadura

    A despassivao da armadura ocorre em funo da diminuio do pH do concreto,devido reao entre o hidrxido de clcio a ele inerente e o CO2 que nele penetra,no fenmeno denominado carbonatao, facilmente detectado pelo teste defenolftaleina.

    Ca(OH)2 + CO2 = CaCO3 + H2O (carbonatao) concreto com pH 10

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    O reparo, ilustrado pela Figura 7, deve ser executado atravs dos seguintesprocedimentos:

    a) retirar todo o concreto disgregado;

    b) limpar a armadura retirando todos os produtos da corroso (tratamento aobranco, ou seja, com o ao apresentando brilho metlico);

    c) completar o tratamento do substrato (ver item 2);

    d) aplicar, sobre as barras, polmeros inibidores de corroso (Sika Top 108);

    Alguns fabricantes produzem inibidores de corroso que so compostos porresinas aditivadas com p de metais cujos xidos no so expansivos(NitoPrimer Zn, Fosroc). Esses metais funcionam como andos de sacrifcio.

    e) executar o reparo conforme profundidade e extenso da rea afetada (itens 3.1 a3.3);

    f) em funo da carbonatao do concreto ainda no disgregado, conveniente quea armadura subjacente seja tratada, para que seja evitado o incio ou acontinuidade do processo de corroso. Isso pode ser feito atravs do uso deinibidores de corroso, aplicados por impregnao do concreto (SikaFerroGuard 330), que repassivam as armaduras.

    Quando o objetivo for simplesmente impedir o avano da carbonatao, aaplicao de pelcula impermeabilizante (tinta ou verniz) pode ser adotada,tomando-se os cuidados necessrios (ver item 4).

    Figura 7 - Reparo de Corroso por Despassivao da Armadura.

    Obs.1: Em qualquer caso, a necessidade de escoramento da estrutura deve serverificada. Tal necessidade pode ser reduzida com a execuo do reparo portrechos.

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    Obs.2: A influncia dos procedimentos de reparo, no comportamento estruturaldo elemento reparado, deve ser, criteriosamente, avaliada.

    Em muitos casos fica-se diante de uma recuperao e no de um reparo.Por isso, torna-se perigoso, principalmente no caso de pilares, a atitude dealgumas empresas, at mesmo especializadas em recuperao, de considerardispensvel a anlise estrutural nos casos de oxidao de armaduras.

    3.4.2. Corroso pela Presena de Cloretos

    As intervenes seguir descritas so bastante eficazes. Entretanto, por serembastante invasivas, devem ter suas influncias sobre o comportamento estruturaldo elemento tratado, cuidadosamente, avaliadas. O escoramento da estrutura ,praticamente, inevitvel.

    A filosofia do tratamento consiste no isolamento das barras da armadura, impedindoseu contato com o concreto contaminado.

    A) Reparo com Aplicao de Polmeros Inibidores de Corroso (Sika Top 108 ou NitoPrimer Zn - Fosroc).

    O reparo, ilustrado pela Figura 8, deve ser executado da seguinte forma:

    Figura 8 - Reparo de Corroso por Presena de Cloretos - Aplicao de Polmeros Inibidores de Corroso.

    a) retirar todo o concreto que envolve as barras da armadura, deixando um espaomaior ou igual a 2 cm entre o concreto e as barras;

    b) seguir os passos b a d do item 3.4.1;

    c) restaurar a pea com argamassa modificada com resina acrlica (ver item 3.1-A).

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    B) Reparo com Inibidores de Corroso Adicionados ao Concreto ou Argamassa.

    O reparo, ilustrado pela Figura 9, deve ser executado da seguinte forma:

    a) retirar todo o concreto que envolve as armadura, deixando um espao maior ouigual a 2 cm entre o concreto e as barras;

    b) limpar as armaduras retirando os produtos da corroso (tratamento ao branco);

    c) completar o tratamento do substrato (ver item 2);

    Figura 9 - Reparo de Corroso por Presena de Cloretos - Inibidores de Corroso Adicionados ao Concreto ou Argamassa.

    d) preparar e aplicar o material de reparo aditivado com inibidor de corroso (SikaFerroGuard 901), observando a necessidade de ponte de aderncia;

    e) dar acabamento e promover a cura.

    Obs.: no Brasil, no se tem, ainda, dados que confirmem a eficincia da tcnica.

    3.4.3. Proteo Catdica.

    A maneira, teoricamente, mais eficiente que se tem para previnir ou interromperum processo corrosivo a chamada proteo catdica.

    O processo consiste em abaixar o potencial de corroso das armaduras (zona deimunidade do Diagrama de Pourbaix), introduzindo-se corrente eltrica nocircuito formado por todas as barras da armadura e metal instalado na superfciedo concreto. Dessa forma, as armaduras passam a fazer parte da regio de ctodo(regio no sujeita corroso).

    A proteo catdica pode ser feita por andos de sacrifcio ou por correnteimpressa. Qualquer uma dessas duas tcnicas exige manuteno constante porprofissionais especializados.

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    3.5. REPAROS DE BORDAS DE CONSOLOS CURTOS E DENTES GERBER

    Os reparos de bordas de consolos ou dentes Gerber so bastante comuns. A quebrade bordas ocorre em funo de erros de detalhamento da armadura, por mauposicionamento do aparelhos de apoio ou por sua falta.

    No reparo podem ser adotados diversos materiais e, na sua execuo, comumente,lana-se mo do macaqueamento da estrutura, conforme descrito seguir.

    A) Reparo com Concreto Grout ou Argamassa Grout (Sika Grout)

    Os reparos, mostrados nas Figuras 10-A e 10-B, so, normalmente, executadossegundo a seguinte seqncia de procedimentos:

    Figura 10-A - Reparo de Consolo Curto

    Figura 10-B - Reparo de Dente Gerber

    a) iar a viga que se apoia no consolo, ou na viga de base, atravs de macaqueamento;

    b) escor-la e aliviar o macaco;

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    c) tratar a superfcie do concreto;

    d) corrigir, se necessrio, o detalhamento da armadura:

    d-1) corte, retificao, soldagem de barra de ancoragem;

    Figura 11-A - Retificao e Soldagem de Barra de Ancoragem

    d-2) corte, retificao, instalao de dispositivos de ancoragem (CCL - Fosroc),

    Figura 11-B - Retificao e Instalao de Dispositivos de Ancoragem

    d-3) instalao de armadura suplementar.

    Figura 11-C - Armadura Suplementar

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    e) instalar formas estanques e impermeveis;

    f) preparar, lanar e adensar o grout;

    g) iniciar cura mida do grout aparente (panos molhados) logo aps o adensamento;

    h) aps 24 horas, instalar o aparelho de apoio, macaquear, retirar as escoras e,lentamente (escoras cada vez mais curtas), baixar a viga iada;

    OBS.: O tempo de entrada em carga pode ser menor do que o indicado acima, emfuno da necessidade e da resistncia exigida do grout.

    B) Reparo com Outros Materiais:

    Na execuo desse tipo de reparo, podem ser utilizados ainda grouts de base epxi econcreto de alto desempenho inicial (CADI).

    3.6. REPAROS EM ESTRUTURAS SUBMERSAS

    Esses reparos so exigidos, geralmente, em funo de segregaes, disgregaes oueroses em estruturas, principalmente, de barragens.

    Eles podem ser executados com os seguintes materiais e tcnicas:

    A) Reparo com Argamassa Epoxdica (adesivo epxi especial + agregado mido)

    O reparo executado por mergulhador, atravs dos seguintes procedimentos:

    a) promover o tratamento do substrato;

    b) preparar a argamassa de epxi, que deve ter consistncia tal que permita aconfeco manual de bolas;

    c) aplicar a argamassa com as mos, pressionando de baixo para cima a fim de evitaraprisionamento de gua, e dar acabamento.

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    B) Reparo com Grout para Uso Subaqutico (Sikagrout AC, ou Conbextra UW-Fosroc)

    O reparo, mostrado na Figura 12, executado, em grande parte por mergulhador, daseguinte forma:

    Figura 12 - Grouteamento subaqutico.

    a) tratar o substrato;

    b) instalar forma estanque, suspiro (mangueira transparente) e mangueira para injeodo grout;

    c) preparar e bombear o grout at este sair pelo suspiro.

    OBS.: em preenchimento de grandes vazios, estes podem ser preenchidos comagregados grados antes do lanamento do grout (Figura 12-A).

    Figura 12-A

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    3.7. REPAROS EM FISSURAS

    Nos reparos de fissuras, deve ser, inicialmente, determinado se elas so ativas ouinativas.

    As fissuras causadas por retrao hidrulica, recalques estabilizados e juntas deconcretagem mal executadas podem ser tratadas como inativas. As devidas aesforos excessivos o podem em muitos casos, principalmente se forem efetuadasintervenes de reforo.

    As fissuras ativas funcionam como juntas naturais da estrutura, devendo,portanto, ser tratadas como tal. As causadas por variao de temperatura so oexemplo tpico.

    A regra geral : se o agente causador da fissura no mais atua, ela pode ser tratada como inativa, caso contrrio, como ativa.

    Por outro lado, considerado apenas o aspecto de comportamento do reparo,qualquer fissura pode ser tratada como ativa.

    3.7.1. REPAROS EM FISSURAS INATIVAS

    O reparo de fissuras inativas geralmente implica na restaurao da monoliticidadedo concreto. Consiste, portanto, na aplicao de produtos (adesivos) capazes depromover a aderncia entre os concretos de suas duas faces.

    A aplicao dos adesivos pode ser feita por gravidade ou por injeo sob presso(ar comprimido), conforme o caso.

    3.7.1.1. Fissuras de Pequena Abertura (0,3 a 1,0mm) em Superfcie Vertical ouInclinada.

    Essas fissuras so, geralmente, reparadas atravs da injeo de resinas epoxdicas degrande fluidez (Sikadur 52).

    O reparo, mostrado na Figura 13, deve ser executado atravs da seguinte seqncia:

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    Figura 13 - Injeo de Adesivo Epxi

    a) abrir externamente a fissura, dando-lhe a forma de V;

    b) executar, com broca de vdea, furos com dimetro de 12,5 mm espaados de 5 a30cm (funo da abertura da fissura) e com 3 cm de profundidade;

    c) retirar o p atravs de ar comprimido e escova de plo;

    d) se indispensvel, executar lavagem com jato dgua;

    e) com o substrato completamente seco, colar mangueiras plsticas transparentes comresina epxi tixotrpica (Sikadur 31), bem como calafetar toda a fissura com omesmo produto;

    f) verificar a intercomunicao entre os furos com ar comprimido;

    g) aps, no mnimo, 8 horas da calafetagem da fissura, preparar a resina de injeo(Sikadur-52), de maneira a no ocorrer incorporao de ar e nem aquecimento damistura por agitao excessiva. Aplic-la, imediatamente, iniciando pela mangueirainferior (primeira mangueira). Quando a resina comear a verter pela segundamangueira, obstruir a primeira e continuar a injeo pela segunda. Continuar assimat o preechimento total da fissura;

    h) aps 24 horas, retirar as mangueiras plsticas por corte e broqueamento, obturar osorifcios com o adesivo epxi (Sikadur 31), e dar acabamento por lixamento.

    Caso seja exigido melhor acabamento, pode-se retirar todo o adesivo epoxdico decalafetamento da fissura e aplicar material de reparo de melhor efeito esttico.

    OBS.: Se a fissura ocorrer dos dois lados do elemento estrutural (fissura passante),adotar os procedimentos acima nas duas faces. Os furos das duas facesdevero ficar defasados, e a injeo ser alternada entre elas.

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    3.7.1.2. Fissuras de Pequena Abertura (0,3 a 1,0mm) em Superfcie Horizontal.

    Essas fissuras so, tambm, normalmente, reparadas com resinas epoxdicas degrande fluidez (Sikadur 52), aplicadas por injeo ou, em algumas situaes, porgravidade.

    O mtodo de aplicao depende da posio da fissura em relao ao elementoestrutural, de sua abertura mnima e do fato dela ser, ou no, passante.

    Caso 1: Fissuras Passantes

    No caso de fissuras passantes em superfcie horizontal, interessante a verificaopreliminar da possibilidade de aplicao da resina por gravidade. Esse processo bem mais simples e barato do que o de injeo por ar comprimido.

    Tal verificao pode ser feita da seguinte maneira:

    a) limpar toda a extenso da fissura, atravs de jato de ar comprimido e jato dgua.

    Em funo do tipo de material ou produto que tenha nela, porventura, penetrado,pode ser necessria a utilizao de desengordurantes ou solventes especficos, que,posteriormente, devero ser completamente eliminados atravs de lavagem;

    b) aps a completa secagem do substrato, lanar a resina (preparada em pequenaquantidade) num pequeno trecho da fissura, pela face superior do elementoestrutural, e verificar seu surgimento, ou no, na face inferior.

    Um bom fluxo de resina pela fissura, na face inferior do elemento estrutural, sersinal de possibilidade de aplicao da resina por gravidade. Caso contrrio, ainjeo por ar comprimido dever ser utilizada.

    Caso 1-A: Fissuras Passantes - Aplicao de Resina por Gravidade.

    Confirmada a eficincia da aplicao da resina por gravidade, o reparo deve sercontinuado (lembrar que a limpeza do substrato j foi executada), dentro da seguinteseqncia de procedimentos:

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    a) obturar a fissura na face inferior do elemento, fixando-se, entretanto, mangueirasplsticas, espaadas em torno de 30cm, que serviro como suspiros (ver sub-tensde a at e do item 3.7.1.1);

    b) preparar a resina, sem que haja incorporao de ar ou aquecimento por agitaoexcessiva, e vert-la de uma extremidade a outra da fissura.

    No intuito de facilitar a penetrao da resina e evitar perdas excessivas, pode-seconfeccionar uma pequena canaleta provisria (com gesso ou massa devidraceiro) envolvendo toda a fissura, conforme ilustra a Figura 13-A.

    A infiltrao da resina pode ser ainda mais favorecida pela execuo prvia defuros ao longo da fissura, pela face superior do elemento tratado (ver Figura 13-A).

    Figura 13-A - Aplicao de Resina Epoxdica por Gravidade.

    c) medida que a resina fluir por um suspiro, ele dever ser vedado;

    d) aps o endurecimento da resina, demolir a canaleta e dar acabamento superficialcom lixadeira;

    Caso 1-B: Fissuras Passantes - Aplicao de Resina por Injeo.

    Confirmada a ineficincia ou impossibilidade de aplicao da resina por gravidade, ainterveno dever seguir os passos seguintes:

    a) abrir externamente a fissura, nas duas faces do elemento estrutural, dando-lhe aforma de V;

    b) executar, com broca de vdea, furos com dimetro de 12,5 mm e profundidadeigual a 3 cm; espaados, na face superior (furos de injeo), de 10 a 30cm (funoda abertura da fissura), e, na face inferior (furos extravasores), de 50cm

    c) retirar o p atravs de ar comprimido e escova de plo;

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    d) se indispensvel, executar lavagem com jato dgua;

    e) com o substrato completamente seco, colar, com resina epxi tixotrpica (Sikadur31), mangueiras plsticas transparentes nos furos, assim como calafetar toda afissura, nas duas faces, com o mesmo produto;

    f) verificar, atravs de ar comprimido, a intercomunicao entre furos contguos daface superior e dos da face inferior com pelo menos um da outra face. Casonecessrio, furos intermedirios devero ser executados;

    g) aps, no mnimo, 8 horas da calafetagem da fissura, preparar a resina de injeo(Sikadur-52), de maneira a no ocorrer incorporao de ar e nem aquecimento damistura por agitao excessiva. Imediatamente, injet-la, atravs das mangueiras,sequencialmente, de uma extremidade a outra da fissura. A mudana deinjeo de uma mangueira (que dever ser tamponada) para a seguinte dever serfeita quando, nesta ltima, posicionada na vertical, a resina atingir uma altura de10cm. A mudana dever ser feita, tambm, no caso da resina fluir,simultaneamente, pelas duas mangueiras seguintes.

    As mangueiras da face inferior devero ser, permanentemente, observadas etamponadas to logo seja observado o extravazamento de resina. A finalidadeprincipal dessas mangueiras confirmar a penetrao da resina em toda aespessura do elemento estrutural. Caso se queira, elas podero ser utilizadas,tambm, para injeo de resina.

    Caso no seja observado o extravasamento de resina por alguma mangueira daface inferior, aps 24 horas da primeira injeo, executar dois novos furos emcada lado dela, afastados de 10cm. Nesses furos, devero ser instaladasmangueiras, e, atravs delas executada seqncia de injees;

    h) aps 24 horas, retirar as mangueiras plsticas por corte e broqueamento, obturar osorifcios com o adesivo epxi (Sikadur 31), e dar acabamento por lixamento.

    Caso seja exigido melhor acabamento, pode-se retirar todo o adesivo epoxdico decalafetamento da fissura e aplicar material de reparo de melhor efeito esttico.

    Caso 2: Fissuras Apenas na Face Superior.

    Como no caso de fissuras passantes, nas fissuras que ocorrem apenas na face superiordo elemento estrutural, interessante a verificao inicial da possibilidade deaplicao da resina por gravidade.

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    A verificao de tal possibilidade, neste caso, um pouco mais complexa, mas podeser desenvolvida da seguinte maneira:

    a) limpar toda a extenso da fissura, atravs de jato de ar comprimido e jato dgua.

    Em funo do tipo de material ou produto que tenha nela, porventura, penetrado,pode ser necessria a utilizao de desengordurantes ou solventes especficos, que,posteriormente, devero ser completamente eliminados atravs de lavagem;

    b) em ponto situado em um dos teros extremos da extenso da fissura, executar furocom broca de vdea (dimentro de 6 a 10mm) que atravesse toda a espessura doelemento estrutural, e proceder sua limpeza com ar comprimido e escovao;

    c) a uma distncia do furo igual a duas vezes a espessura do elemento, confeccionarcanaleta provisria (ver item 3.7.1.2 - Caso 1-A) com 10cm de extenso;

    d) aps a completa secagem do substrato, lanar a resina (preparada em pequenaquantidade) dentro da canaleta, e verificar se h, na face inferior do elementoestrutural, extravasamento de resina pelo furo.

    Um bom fluxo de resina extravasando ser sinal de possibilidade de aplicao daresina por gravidade. Caso contrrio, a injeo por ar comprimido dever serutilizada.

    Caso 2-A: Fissuras Apenas na Face Superior - Aplicao de Resina porGravidade.

    Confirmada a eficincia da aplicao da resina por gravidade, o reparo deve sercontinuado (lembrar que a limpeza do substrato j foi executada), adotando-se osprocedimentos descritos para o Caso 1-A (Fissuras Passantes - Aplicao deResina por Gravidade), desprezando-se, obviamente, aqueles que fazem meno fissura na face inferior do elemento estrutural reparado.

    Caso 2-B: Fissuras Apenas na Face Superior - Aplicao de Resina por Injeo.

    Confirmada a ineficincia ou impossibilidade de aplicao da resina por gravidade, ainterveno dever seguir os procedimentos descritos para o Caso 1-B (FissurasPassantes - Aplicao de Resina por Injeo), desprezando-se, obviamente, aquelesque fazem meno fissura na face inferior do elemento estrutural reparado.

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    Caso 3: Fissuras Apenas na Face Inferior

    Essas fissuras so as mais difceis de serem reparadas.

    Duas tcnicas podem ser adotadas, como a seguir descrito.

    Caso 3-A: Fissuras Apenas na Face Inferior - Possibilidade de Acesso pelasDuas Faces.

    A aplicao da resina feita atravs da seguinte seqncia de procedimentos:

    a) executar furos (dimetro de 12,5mm), de baixo para cima, atravessando toda aespessura da laje e espaados de 5 a 30cm (em funo da abertura da fissura);

    b) limpar toda a extenso da fissura e os furos, atravs de ar comprimido, escovaoe, se indispensvel, atravs de jato dgua;

    c) com o substrato completamente seco, obturar completamente a fissura e os furos naface inferior do elemento estrutural (Sikadur 31);

    d) instalar mangueiras plsticas transparentes (Sikadur 31) nos furos da face superior;

    e) injetar a resina de uma extremidade a outra da fissura. A mudana de injeo deuma mangueira (que dever ser tamponada) para a seguinte dever ser feitaquando, nesta ltima, posicionada na vertical, a resina atingir uma altura de 10cm.A mudana dever ser feita, tambm, no caso da resina fluir, simultaneamente,pelas duas mangueiras seguintes;

    f) aps 24 horas, retirar as mangueiras plsticas por corte e broqueamento, obturar osorifcios com o adesivo epxi (Sikadur 31), e dar acabamento por lixamento.

    Caso seja exigido melhor acabamento, pode-se retirar todo o adesivo epoxdico decalafetamento da fissura e aplicar material de reparo de melhor efeito esttico.

    Caso 3-B: Fissuras Apenas na Face Inferior - Possibilidade de Acesso Somentepela Face Inferior.

    Caso no seja possvel a execuo de furos que atinjam a face superior do elementoestrutural, a injeo dever ser feita pela face inferior.

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    Apesar de ser operao bastante delicada e sem garantia de preenchimento total dafissura pela resina, ela pode ser executada atravs dos seguintes procedimentos,ilustrados pela Figura 14:

    Figura 14 - Injeo pela Face Inferior

    a) executar furos ( = 12,5mm) para instalao dos suspiros (mangueiras = 8mm) edas mangueiras de injeo ( = 10mm), e verificar a intercomunicao entre eles;

    b) limpar toda a extenso da fissura e os furos, atravs de ar comprimido, escovaoe, se indispensvel, atravs de jato dgua;

    c) com o substrato completamente seco, instalar mangueiras plsticas transparentes(Sikadur 31) e obturar completamente a fissura;

    d) aplicar a resina por uma das mangueiras de injeo, enquanto as outras ficamobstruidas;

    e) quando a resina comear a sair por um dos suspiros, parar a injeo, obstru-lo,assim como a mangueira por onde se executava a injeo; e comear a injetar pelamangueira seguinte;

    f) continuar a sequncia at que a resina flua pelo ltimo suspiro, que deve serinstalado na extremidade final da fissura;

    g) aps 24 horas, retirar as mangueiras plsticas por corte e broqueamento, obturar osorifcios com o adesivo epxi (Sikadur 31), e dar acabamento por lixamento.

    Caso seja exigido melhor acabamento, pode-se retirar todo o adesivo epoxdico decalafetamento da fissura e aplicar material de reparo de melhor efeito esttico.

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    3.7.1.3. Fissuras de Grande Abertura (acima de 1 mm).

    Fissuras de grande abertura so, geralmente, tratadas aplicando-se o material dereparo por gravidade, desde que a fissura atinja a face superior do elementoestrutural, conforme mostra a Figura 15. Quando a fissura afeta apenas faces lateraisou inferiores do elemento, o tratamento feito por injeo, segundo procedimentosj descritos (sub-itens 3.7.1.1 e 3.7.1.2).

    Figura 15 - Fissura Atingindo a Face Superior do Elemento

    A escolha do material de reparo feita com base na abertura mnima da fissura ede sua posio em relao estrutura.

    So, normalmente, utilizados:

    a) resina de base epoxdica de elevada fluidez (Sikadur 52) pura ou misturada comareia sinttica de grande finura.

    A mistura garante reduo de custos e previne problemas de expanso e retraotrmicas, sendo que a relao areia/resina , tambm, definida em funo daabertura da fissura;

    b) resinas epoxdica de mdia fluidez (Sikadur 32);

    c) argamassas, aditivadas com agentes compensadores de retrao;

    d) argamassas grout de base mineral ou epoxdica.

    3.7.1.4. Fissuras Capilares (abertura inferior a 0,3 mm).

    Fissuras com aberturas inferiores a 0,3mm no podem ser tratadas atravs de injeode resina epoxdica, porque seria necessria uma resina com fluidez bem maior doque as existentes no mercado.

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    Salienta-se que fissuras com abertura igual ou menor do que 0,1mm, teoricamente,no pecisam ser tratadas, por no significarem risco durabilidade do concreto oudas armaduras. O mesmo acontece com as que apresentam abertura menor ouigual a 0,2mm, desde que o elemento estrutural no esteja em meio fortementeagressivo.

    Quando o tratamento for julgado necessrio ou conveniente, ele pode ser executadoutilizando-se produtos que reajam com os sub-produtos de hidratao do cimento(Xypex Concentrado -MC-Bauchemie). Na reao, so formados cristaisinsolveis que preenchem o vazio criado pela fissura, colmatando-a.

    Na aplicao deve-se adotar a seguinte sequncia de procedimentos:

    a) promover a limpeza, a retirada da nata superficial de cimento, e a abertura dosporos do concreto, atravs de lixamento de faixa que se extenda 5cm para cadalado da fissura;

    b) saturar o concreto da regio a ser tratada atravs de asperso dgua, devendo,entretanto, a superfcie apresentar-se isenta de empoamentos (tratamento 4S -Substrato Saturado, Superfcie Sca);

    c) preparar o Xypex Concentrado (relao xypex: gua = 3:1), num volume possvelde ser aplicado em, no mximo, vinte minutos (pot life);

    d) sombrear a rea a ser tratada e aplicar o material de reparo com trincha;

    e) aps a secagem inicial do produto de reparo, executar cura mida, durante 5 dias,atravs de spray dgua aplicado com intervalo de 4 a 6 horas;

    f) aps o perodo de cura, manter, ainda, a regio tratada umedecida, por mais 15dias;

    g) aps a secagem superficial, lixar a rea tratada, e, se necessrio, aplicar pintura ourevestimento esttico (ver item 4)

    3.7.2. REPAROS EM FISSURAS ATIVAS (ou Inativas com Monoliticidade No Exigida)

    As fissuras ativas devem ser tratadas como juntas de dilatao.

    Para impedir a penetrao de materiais que impeam sua livre movimentao (p,areia, brita, etc) ou que sejam deletrios ao concreto (gua, leos, fuligens, etc), asnovas juntas devem ser vedadas com mastiques ou outros materiais elsticos.

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    A seguir, so relacionados diversos materiais utilizados no tratamento de fissurasativas, assim como descritos os procedimentos utilizados em suas aplicaes.

    A) Reparo com Mastiques de Poliuretano

    Existem, no mercado, basicamente, dois tipos de mastiques de poliuretano: osaromticos (Sikaflex / PU-30 - Fosroc ) e os alifticos (Sikaflex 1a- plus).

    Nos aromticos, durante a secagem, ocorre a evaporao dos solventes, implicandona surgncia de micro-poros no seu interior. Nos mastiques alifticos, como no hsolventes, o mecanismo de formao de micro-poros por evaporao no ocorre.

    Essa sutil diferena de fundamental importncia nos casos de do mastiquetrabalhar com grandes deformaes, visto que os micro-poros internos, alm deimplicarem na reduo da seo transversal do mastique, funcionam comoanomalias geomtricas que propiciam o incio precoce do processo de ruptura.

    A resistncia do mastique aos raios ultra violeta e seu comportamento associado asistemas de pintura so aspctos a serem considerados na especificao.

    O reparo deve ser executado dentro da seguinte seqncia de prodedimentos:

    a) definir a junta atravs de disco de corte ou desbaste, conforme mostra a Figura 16.

    Figura 16 - Reparo de Fissuras com Mastique

    Na Figura 16, observa-se que a relao largura:espessura (fator de forma) domastique deve ser igual a 2:1. Mastiques aplicados com largura entre 5 e 8mmpodem ter fator de forma de 1:1. A largura do mastique funo da abertura dafissura, da intensidade de movimentao e da deformao admissvel no mastique.

    importante salientar que a seo 2, mostrada na Figura 16, deve ser utilizada,apenas em juntas inativas com monoliticidade no exigida, quando o mastique tema simples funo de vedante.

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    b) proceder limpeza (jato de ar comprimido e escovao) e secagem do substrato;

    c) instalar isolante de aderncia (isopor, espuma, corda, etc) no fundo da junta;

    d) aplicar, quando necessrio, primer (Sika Primer 1) no concreto das laterais dajunta;

    e) isolar as bordas externas da junta com fita crepe para facilitar a limpeza;

    f) aplicar o mastique, nivelar com esptula umedecida em gua com sabo e,imediatamente, retirar as fitas crepe.

    B) Reparo com Poliuretano Hidro Expansivo (Fissuras com Percolao dgua)(Sikafix HH LV, ou MC-Injekt 2033 - hidro-ativado + 2300NV-gel - Bauchemie)

    O reparo deve ser executado obedecendo-se seguinte seqncia de procedimentos:

    a) executar furos inclinados, que devem atingir a fissura na metade da espessura dapea, para evitar a ruptura do concreto com a expanso da resina (ver Figura 16);

    OBS.: Para o produto Sikafix HH LV, no caso de paredes com espessurainferior a 20cm, os furos devero ter a direo da fissura;

    b) instalar os plugs de injeo (plstico ou metal), conforme Figura 17;

    Figura 17 - Injeo de Resina de Poliuretano

    c) preparar a resina expansiva e executar a injeo (cada plug injetado vrias vezes);

    d) retirar o excesso de resina atravs de raspagem;

    Caso tenha sido aplicada a resina hidro-ativada MC-Injekt 2033, injetar, seguir,a resina gel MC-Injekt 2300NV.

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    e) dar o acabamento desejado.

    OBS.: Se no momento da injeo da resina hidro expansiva, o concreto das faces dafissura estiver seco, ele dever ser saturado atravs de asperso dgua.

    C) Manta de Elastmero Colada com Epxi (Sikadur - Combflex)

    O reparo, mostrado na Figura 18, deve ser executado da seguinte maneira:

    Figura 18 - Manta de Elastmero Colada com Epxi

    a) lixar e limpar toda a superfcie do concreto, que pode estar mida mas nosaturada;

    b) retirar o plstico transparente da face inferior da manta e limp-la com AtivadorCombiflex (aguardar no mnimo 30 minutos e no mximo 8 horas),

    c) preparar e aplicar o adesivo epxi (camada com espessura de 1 a 2 mm) dos doislados da fissura, numa faixa de 5 a 6 cm. Em fissuras estreitas deixar uma faixacentral sem adesivo de, no mnimo, 2 cm;

    d) fixar a manta sobre o adesivo, e recobrir suas bordas com uma camada deespessura decrescente de adesivo;

    e) retirar a tira vermelha de polipropileno que recobre a faixa central do elastmero;

    f) esperar a cura do adesivo epxi, antes de solicitar a junta.

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    3.8. REPAROS ESPECIAIS

    Convencionou-se chamar de reparos especiais, aqueles nos quais invivel aexecuo de tcnicas padronizadas.

    Nesses casos, utiliza-se, normalmente, combinaes de tcnicas, algumas delas comadaptaes. Procedimentos alternativos so tambm utilizados para resolverproblemas executivos.

    A Figura 19 ilustra um caso onde foi preciso executar um reparo especial.

    Nele, vigas de grandes dimenses e alta densidade de armadura - longarinas deponte ferroviria - apresentavam segregaes e falhas de concretagem. Em funo dautilizao da estrutura, o tempo disponvel entre o incio da execuo do reparo e aentrada da viga em carga era de oito horas.

    Figura 19 - Situao Exigindo Reparo Especial

    Pelo Corte AA da Figura 19, conclui-se que:

    era impossvel utilizar-se concreto projetado - o que seria ideal em funo daextenso das vigas -, em funo das obstrues provocadas pelas armaduras;

    a tcnica do dry-pack tambm era invivel, devido ao pequeno espao entre asbarras e profundidade dos vazios;

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    no era possvel retirar o concreto de entre as barras mais centrais, e mesmo quefosse, no poderia ser executado, tendo em vista a elevada reduo da adernciaentre concreto e ao e a precoce solicitao do reparo (oito horas);

    o volume de vazios era muito grande para injeo de resinas, e, para injeo deargamassa, criavam dificuldades, a extensa rea de obturao superficial e ocurto tempo disponvel entre a injeo e a solicitao dos elementos estruturais.

    Pelo acima exposto, e pelo tempo dirio disponvel para os trabalhos, a intervenofoi idealizada para execuo em etapas e por trechos de viga, da seguinte forma:

    1a Etapa (ver Figura 20):

    a1) tratamento do substrato;

    b1) instalao de mangueiras para servirem de suspiros e injetores;

    c1) instalao de armadura para reduo da retrao da argamassa de reparo elimitao da fissurao de flexo;

    d1) instalao de frmas suspensas, impermeveis e estanques, que acompanhavam osmovimentos das vigas ao serem solicitadas pela composio ferroviria;

    OBS.: a vedao frontal de cada trecho das vigas foi feito atravs de estopasembebidas em calda de gesso, encunhadas entre as barras da armadura eentre estas e as faces laterais e inferiores da forma.

    Figura 20 - Reparo Especial - Procedimentos

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    2a Etapa (ver Figura 20):

    a2) preparao, lanamento (inicialmente apenas por um dos lados das formas) eadensamento de argamassa grout (Sika-grout);

    b2) preparao e injeo de calda de cimento aditivada com agente compensador deretrao (Intraplast N -Sika);

    c2) imediato incio da cura da argamassa grout, com aplicao de panos midossobre as superfcies expostas.

    3a Etapa:

    a3) Aps o endurecimento do groute da calda de cimento, preparao e injeo deresina epxi (Sikadur 52) nas interfaces do concreto velho com a argamassa groutou a calda de cimento;

    4a Etapa:

    a4) tratamento, com mastique de poliuretano aliftico (Sikaflex 1a - na poca dainterveno, no existia o Sikaflex 1a - plus), das fissuras de retrao (fissurasinativas com monoliticidade no exigida), que surgiram na argamassa grout dereparo;

    b4) proteo e uniformizao de textura e cor do concreto de toda a viga, atravs depintura base de cimento (Super Conservado P - Sika).

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    4. PINTURAS E REVESTIMENTOS ESTTICOS OU PROTETORES

    Aps intervenes de reparo, pode ser necessria a aplicao de pintura com oobjetivo de uniformizao de cor da estrutura (pintura esttica).

    Para tanto, podem ser utilizadas, conforme o caso, pinturas de base pva, acrlica,epoxdica ou cimentcia.

    Para uniformizao de textura (revestimento esttico), podem ser empregadasargamassas de espatular (argamassas de estucamento), pr-dosadas (Sika Top 121)ou preparadas na obra (argamassas polimricas - de base acrlica ou SBR).

    Pode ser necessria, ainda, principalmente nos casos de intervenes devidas acorroso de armaduras, aplicao de pinturas que visem proteger (pinturasprotetoras) o concreto contra a penetrao de gua e gases.

    Na mesma linha, convm salientar que pinturas ou revestimentos protetoresdevem ser especificados, tambm, nos casos em que, por imposies construtivas,tve-se de adotar, nas intervenes, cobrimentos de armaduras com espessurasinferiores s especificadas nas normas.

    importante salientar que elementos estruturais, que possam receber umidade poruma ou mais de suas faces, s devem receber pinturas ou revestimentos nas demaisfaces, se forem permeveis ao vapor dgua. Caso tal regra no seja observada,estar criada situao favorvel para acelerado processo de oxidao dearmaduras.

    Finalmente, importante registrar que um tratamento protetor, bastante esttico,que pode ser utilizado, tanto em estruturas restauradas, quanto novas,curiosamente no adotado por engenheiros e arquitetos. Trata-se do polimento doconcreto atravs de lixamento adequado, obtendo-se o concreto polido.

    Os mecanismos de proteo so simples: reduo da rea de absoro, peladiminuio da rea desenvolvida da superfcie exposta do concreto, e reduo dotempo de absoro, pelo aumento da velocidade de escorrimento da gua.

    O tratamento extremamente melhorado, quando, antes do polimento do concreto, aplicado em sua superfcie produtos impermeabilizantes, que atuam obturando oscapilares do concreto, atravs de formaes cristalinas insolveis.

    Portanto:

    Com um simples, mas adequado, tratamento, o concreto convencional podetornar-se um granito raro, - um granito impermevel.

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    5. BIBLIOGRAFIA

    [1] Piancastelli, E.M. - Patologia, Recuperao e Reforo de Estruturas de ConcretoArmado - Ed. Depto. Estruturas da EEUFMG - 1997 - 160p.

    [2] Johnson, S.M. - Deterioro, Conservacion y Reparacion de Estructuras, 1a ed.,Editora Blume, Madrid, 1973, 334p.

    [3] Cnovas, M.F. - Patologia e Terapia do Concreto Armado, 1a ed., Editora Pini,So Paulo, 1988, 522p.

    lvio Mosci Piancastelli.Professor Adjunto do Depto. de Engenharia de Estruturas daEscola de Engenharia da UFMG.Engenheiro Consultor pela Fundao Christiano Ottoni e FUNDEP.

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