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4X4 com ADN de Aventura

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|EDITORIAL

4x4

O SUV tem um tipo de carroçaria onde o estilo se situa entre um monovolume e um 4x4, exatamente como o Crossover. Ficou perdido? É normal porque agora designa-se por estes nomes tudo e mais não sei quê. Ou seja, existem diferenças sim senhor mas são mínimas.

Mas vamos ser simpáticos: a principal diferença a reter entre o SUV e o Crossover, é que o design do SUV está mais próximo de um monovolume enquanto que o Crossover se aproxima mais de um 4x4. Mas também não é totalmente verdade. No fundo, as diferenças não passam de ínfimos pormenores deixados à apreciação do observador.

No entanto, nem sempre foi assim. Os primeiros crossovers vendidos nos EUA na década de 60 não tinham nada a ver com os nossos. Foi preciso esperar pelo ano de 1977 para que o Talbot Matra Rancho, de duas rodas motrizes, tração dianteira, com modelos entre os 78 e os 80 cv e com falso ar de 4x4, aparecesse.

Na época, recordo, até porque tinha uma ligação de trabalho com a secção de circuitos elétricos da fábrica da Matra, que este veiculo com ares de grande expedicionário surgiu, provavelmente, muito à frente do seu tempo e não vendeu muito bem.

Os outros construtores decidiram não seguir a tendência de inovação do construtor francês na via da hibridização entre um 4x4 e um utilitário. Entretanto, a Renault redimia-se e construía a Espace, uma das suas obra-prima e que foi, sem mais nem menos, a origem da categoria MPV (Multi-purpose Vehicle), entre nós mais conhecido por monovolume.

| O SUV ENTRE A MONOVOLUME E O TODO-O-TERRENOO acrónimo SUV significa Sport Utility Vehicle. O nome não podia ser mais bem escolhido: com três letrinhas apenas se define todo o conceito de um automóvel que se quer desportivo e prático.

Correndo o risco de usar um clichê, este tipo de carroçaria não é propriamente revolucionaria em comparação com o que já foi feito antes. Todavia, esta estirpe faz furor. Uma das principais razões apresentadas pelos seus proprietários é a sensação de segurança e a posição de condução elevada. A segunda causa é a imagem que este tipo de veículos transmite. É mais gratificante e mais “verde” que um

4x4. Não podemos dizer exatamente a mesma coisa de um Crossover?

Um SUV está projetado para “fazer mais estrada”, tem bom espaço interior e, portanto, ideal para uso familiar. O Crossover anda ali “perdido” entre o SUV e o 4x4. Fazendo a analogia no dominio da electrónica,podemos afirmar que o Crossover designa um tipo de circuito que serve de ponte entre dois elementos electrónicos. Neste caso, o Crossover é o elo “electrónico” que liga o SUV ao 4x4.O Crossover é um conceito mais recente, mais desportivo, e com ares de 4x4. Tem maior altura ao solo, é maior que o SUV e oferece um design mais orientado para a juventude. Curiosamente, mais de 90% dos Crossovers que se vendem em Portugal, são com duas motrizes, os chamados 4x2.

Neste sentido, tenho as minhas dúvidas que a máquina do marketing consiga manter a diferenciação, desde logo, pouco diferenciada, por muito mais tempo. Neste número, é interessante observar como as marcas apresentam os seus SUV e Crossovers de forma diferente e em abono da verdade deixando, casa vez mais, os rótulos na gaveta.

A Nissan, por exemplo, lançou o X-Trail e lançou a “confusão”. O novo X-Trail passou de 4x4 cúbico para uma fluidez entre o SUV e o Crossover. Mas não admira, esta mistura fina vai de vento em popa no construtor japonês que prossegue a sua política de êxito de misturar géneros, num só, de forma superior com tudo a que se tem direito: design, espaço, funcionalidade, tecnologia e inovação.

No caso da Suzuki, uma das marcas pioneiras no conceito SUV, o novo Vitara surge com melhores níveis de acabamento e conforto, mas mantendo-se fiel às suas definições 4x4. Por outro lado, com o lançamento do novo Sorento, a KIA sobe as fasquia e não cria tabus: a tendência foi construir, sem preconceitos, um SUV posicionado no segmento D mas com motores mais potentes e com quase, quase tudo, de um SUV Premium, a preços muito competitivos. É preciso ter descaramento.

Estes são apenas alguns assuntos interessantes que pode ler nesta sua 4x4. Boa leitura. Até daqui a dois meses.

por Manolo

SUV OU CROSSOVER?

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| SUMÁRIO

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EDITORIALSUV OU CROSSOVER?

BREVES

AVENTURARITUAIS DE PASSAGEM

NOVO SUZUKI VITARAO HERDEIRO

GEOREFERENCIAR AS FOTOS DAS SUAS AVENTURAS

IV LADIES EXTREME TT SOLIDÁRIO AGORA É QUE SÃO ELAS

NISSAN X-TRAILQUANDO SE NASCE PARA SEDUZIR

TT VELOCIDADEMIGUEL BARBOSA AO ATAQUE PELAS MARGENS DO DOURO

RAID TT DA FERRARIADOMÍNIO DE JOÃO LOPES NAS PISTAS ALENTEJANAS

27º RALI TT VINHOS CARMIMNONA VITÓRIA DE MIGUEL BARBOSA ...

MERCEDES-BENZ UNIMOGUM "BICHO" QUE É MUITO MAIS DO QUE UM SIMPLES 4x4

KIA SORENTOBELA EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE

8º PASSEIO TT TURÍSTICO PINHAL TOTALOLHOS NOS OLHOS COM A NATUREZA!

AO VOLANTE DO CITRÖEN C4 CACTUSDE VENDAS-NOVAS A MONTEMOR-O-VELHO

CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4X4VALONGOARRANQUE NUBLADO

CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4X4O CÉU É O LIMITE

CAMPEONATO REGIONAL TRIAL E RESISTÊNCIA DA MADEIRAPONTAPÉ DE SAÍDA... EM GRANDE!

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FICHA TÉCNICARevista bimestral

PROPRIEDADE:Azitania Global Expedition S.L.U.C.I.F. B8662786Calle Génova 15 . Piso 3 Derecha 28014 Madride. [email protected]

DIRETOR:Manolo Oliveira

GESTÃO DE CONTEÚDOS:Glória Oliveira

REDAÇÃO (Colaboraram neste número): Alberto Pascual, Luis Almeida (RMS), Fátima Baptista, Lili Sousa, Gonçalo Pereira, Luis Miguel Almeida, Pedro Barreiros, Rui Simão, Paulo Marques e Nuno Freitas.

DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃOPatrícia Machado

IMPRESSÃOAzitania Global Expedition S.L.U.Tiragem: 10.000 exemplares

Isenta de registo a ERC ao abrigo do Decreto-Lei 8/99 de 09/06 artº 12 nº1 A

ASSINATURAS6 números > 21 Euros12 números > 40 Euros

[email protected]

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| BREVES

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www.outback-import.com| FIRESTONE REFORÇA PRESENÇA NA EUROPAA conhecida marca americana tem vindo, aos poucos, a intensificar a sua presença na Europa. Embora a marca tenha “invadido” a Europa na década de 30, a marca tem passado quase despercebida ao longo dos anos. Com a aquisição da marca por parte da Bridgestone, a marca americana ganhou novo fôlego e a presença no velho continente tem-se vindo a fazer notar. Recentemente, a marca tem vindo a lançar vários modelos novos. No que ao SUV diz respeito, a marca lançou recentemente o Destination HP, uma opção versátil para utilização constante. Para as viaturas ligeiras, a marca apresentou ainda o Multiseason que apresenta excelente desempenho em piso molhado graças à alta resistência à aquaplanagem. Para os condutores que pretendem um modelo mais performer, a Firestone oferece o Multihawk 2 – evolução do já conhecido Multihawk – que visa garantir melhor tração, nomeadamente em piso molhado.

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| AVENTURA

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Nem sempre os grandes aventureiros foram bem compreendidos, sobretudo, os que fazem da aventura a sua forma de vida. Muito menos os nómadas do nosso tempo, pessoas que vagueiam pelo mundo como a brisa num fim de tarde quente de verão.

Não se cofundem com os turistas, cumprem rituais de passagem e por vezes ultrapassam os limites em nome da sua filosofia de vida. A aventura está-lhes no ADN.

Para a maioria dos mortais estes aventureiros não passam de uns vagabundos que correm o mundo navegando à vista, sem querer assumir

responsabilidades. Já para eles próprios, são pessoas que prezam a sua liberdade e se recusam a ser formatadas por uma sociedade consumista.

No início da década de 80, a imprensa belga noticiava em grandes manchetes o caso de um casal , ela secretária de administração, ele engenheiro mecânico, ambos a trabalhar na mesma empresa, o que na altura foi considerado um escândalo nacional. O debate não só dividiu a opinião pública como extremou posições e ultrapassou as barreiras do apaixonante e controverso. Alguns exigiram a detenção imediata do casal ou que

lhe fosse retirado o filho, outros defendiam a sua filosofia de vida e acusavam os detratores de apresentarem argumentos motivados pela frustração, mesquinhez e até inveja. Andrea e Paul Dewit, pouco dias depois de terem sido pais partiram num veículo 4x4 com o seu filho Lee, um bebé recém-nascido, para uma expedição, para uma expedição em África.

A expedição e as condições supostamente insuficientes para criar um bebé foram então motivo de grande controvérsia. O jovem casal, alheio a toda esta polémica , iniciou uma viagem que, hoje, passadas mais de três décadas, ainda não terminou.

RITUAIS DE PASSAGEM(OU A CELEBRAÇÃO DA VIDA)

| Em cima: Lee e Cocon Dewit. Em baixo: Andre e Paulo Dewit. Uma família que celebra a vida à sua maneira: a viajar.

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| Cinco anos a viajar pelo continente australiano marcaram, definitivamente, a geografia da alma destes aventureiros.

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| AVENTURA

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| Lee, não se separa do velhinho urso de peluche que o seu pai lhe ofereceu

quando festejou o seu primeiro aniversário, no continente africano.

Actualmente, o <<bebé>> Lee Dewit tem 35 anos e continua a viajar com os pais, mas noutro veículo. Os progenitores num Toyota BJ-46, oferecido na altura da gravidez, Lee, com a sua mulher, Cocon, uma psicóloga que conheceu nas Filipinas, com quem se casou em 2006, num Toyota HZJ 79.

<<Desde que a nossa espécie partiu de África, há mais de sessenta mil anos, a ânsia de ir mais além e de explorar novas terras moldou a mentalidade e a cultura humana. Este impulso persiste ainda na minha família>>, começa por nos dizer Lee Dewit.

A sua casa na Bélgica é a “porta de entrada para o mundo”. Percorreram a Austrália durante 5 anos, atravessaram os EUA e alcançaram o Alasca. Enfronharam-se na cordilheira dos Andes. Conheceram e viveram

com todos os povos andinos. Atravessaram o Sara e desceram até á África do Sul, viveram rituais de passagem por outras latitudes onde o pôr-do-sol não pode ser sentido nos vídeos ou nas fotografias.

Quando passaram por Portugal, oriundos do continente africano, o plano era fazer escala na Bélgica para reverem a família e prepararem a próxima expedição, desta vez, à Rússia, Mongólia e China, descendo em seguida até às Filipinas para visitarem a família de Cocon. Durante os seus 35 anos de vida Lee Dewit passou cerca de 25 anos a cumprir rituais de passagem. Conhecemos a família Dewit numa outra latitude, daquelas onde o pôr-do-sol é impossível deslumbrar nos vídeos ou nas fotos e onde a musicalidade do vento a ventar é uma celebração de vida.

Ficamos amigos, ficaram de passar por minha casa, queriam recolher informações precisas sobre a China e a Mongólia. E, num dia de chuva torrencial, entre um bom vinho tinto e um pernil assado no ponto, mapas espalhados pelo chão, referências, dicas e um cálice de vinho de Porto, o serão passou depressa. Vinham acompanhados de um surfista, solitário, que os acompanhava desde Marrocos até França, a sua terra natal, num VW “Pão de forma” e que afirmava, repetidamente e eufórico, talvez motivado pelos fluxos do éter, “tenho que comprar um 4x4...tenho que comprar um 4x4”.

O que faz andar numa roda viva estes <<genes>> irrequietos? Paul Dewit, o pai, explica: <<O impulso irresistível de querer ver o que existe para além de uma cumeeira distante é uma característica que define a maneira de ser e a forma como queremos viver. Se a

| Paul, é o <<Professor Pardal>> da tribo e todas as <<engenhocas>> por si inventadas

aumentam o bem-estar da família, como por exemplo, os veículos auto suficientes

em energia através dos painéis solares que inventou. Uma destas invenções foi

adquirida e patenteada por uma conhecida empresa de equipamentos para

todo-o-terreno australiana.

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nossa vida é uma passagem, então devemos celebrá-la da melhor maneira possível. O salto dos Vanuatu, no Oceano Pacifico, é um ritual de celebração pela vida. O nosso é viajar>>.

Neste momento da leitura, provavelmente, imbuído de uma curiosidade indisfarçável, o leitor não resistirá à sensação de perguntar: E vivem de quê? Onde vão arranjar o dinheiro para subsistirem? Não é?

Quem nos responde é a Andrea, responsável pela finanças da tribo: <<Nós gastamos muito pouco, em certos países cada casal não gasta mais do que 25/30 euros, por mês. Deslocamo-nos calmamente e ficamos estacionados alguns dias nos locais que nos agradam>>.

Curiosamente, na costa alentejana, Lee Dewit pescou uns belos robalos: <<Não apanhei mais

porque a policia marítima me disse que para pescar tinha de ter uma licença, no entanto, deixaram-me trazer o peixe>>, referiu o jovem.

<<Pescamos muito e muitos agricultores oferecem-nos fruta e legumes. Claro que também compramos comida: carne, pão, lacticínios...Nunca vamos a restaurantes, não temos necessidade disso. Fazemos uma boa gestão dos nossos recursos>>, conclui.

Paulo Dewit continua a exercer as funções de engenheiro mecânico em <<part-time>> na mesma empresa onde sempre trabalhou, o que lhe garante parte da sua subsistência. Algo impensável de acontecer, por exemplo, no nosso país. Para além disso, tem outras fontes de rendimento, acrescentando que quando está <<de regresso à Bélgica os vizinhos aproveitam para fazer todas as reparações que têm para

fazer, também já é um ritual nas nossas passagens por casa>>.

Foi Paul que construiu de raiz as duas auto-caravanas 4x4. Cada vez que passam por casa os veículos sofrem alterações e melhoramentos em todos os aspectos. Ambas, têm água canalizada, aquecimento central, frigorífico, fogão, forno, tudo alimen-tado a corrente de elétrica de 220 volts. Os veículos estão equipados com painéis solares fabricados por ele, <<o s que se vendem por aí não valem nada>>, diz, os quais garantem a auto suficiência em energia; assim como uma entrada de ar que faz o efeito turbina e que posto em acção, com a ignição do motor, sis-tema fabricado e adaptado pelo <<Professor Pardal>> , recarrega rapidamente a 4 baterias do veículo.

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| AVENTURA

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Durante os momentos calmos dos rituais de passagem, aproveita para estudar novas soluções, na área da energia solar que envia para a empresa.

Por sua vez, Lee Dewit é gemologista, acreditado pelo União Europeia. Estuda, identifica e classifica com precisão pedras preciosas. Muitas vezes em viagem é solicitado para identificar, atestar a genuinidade e classificar pedras preciosas. << Muitas vezes as gemas parecem iguais, mas há uma grande diferença entre elas: as gemas sintéticas possuem as mesmas propriedades físicas e químicas das gemas naturais, a única diferença é que as sintéticas foram criadas em laboratório e não na natureza>>, explica Lee.

Cocon, a sua mulher, é filipina e formou-se em psicologia numa universidade em Manila. <<A filosofia de vida da família do meu marido surpreendeu-me e, ao mesmo tempo, sedu-ziu-me. Hoje tenho a certeza do que quero fazer, sinto-me muito bem e empreendi um modo de vida que nunca imaginei que pudesse ser possível. Sou muito feliz.>>.

A família Dewit não se cansa de destacar que por todo o lado onde têm passado são muito bem recebidos. Por vezes, proferem palestras em colóquios, sobre gemologia, viagens ou mesmo sobre o conhecimento de povos indígenas e a valorização do seu próprio património (aliás, foi num destes colóquios que Lee conheceu Cocon).

Mas esta filosofia de vida também implica correr riscos. Infeções, ataque de crocodilos, guerras civis, ou ser mordida por uma

“mortífera” cobra, como aconteceu com Andrea. Paul, teve que lhe fazer um golpe, extrair o veneno e queimar-lhe a ferida. <<Foi muito complicado, tive quer lhe dar aguardente para a inebriar e fazer a <<operação>>. Correu tudo bem e a Andrea apenas ostenta uma pequena cicatriz na perna <<uma recordação da Malásia>>, refere.

Na Malásia, Tailândia e no Uganda mas, curiosamente, a situação mais melindrosa que viveram foi na famosa Route 66, nos EUA, onde foram vitimas de tentativa de perseguição e tentativa de assalto.

<<Riscos? Riscos corremos nós todos, todos os

dias. A vida é um risco. Toda a gente sabe que a vida pode acabar num segundo . Temos que ser positivos. Por outro lado, há a parte positiva, conhecemos muitas pessoas. Temos muitos amigos espalhados pelo mundo. Em Portugal não conhecíamos ninguém, conhecemos a Glória e o Manolo no Ruanda, em condições de alguma perigosidade. Hoje, estamos aqui, confortavelmente, e foi muito importante para nós, são uma espécie de porto de abrigo.

Ao leme das suas próprias vidas e com espírito de aventura, a família Dewit continua a viajar à volta do mundo. Continua a celebrar a vida e, pelas últimas noticias recebidas, parece que vai haver mais um viajante...a aventura continua.

| Lee, é gemologista, acreditado pela União Europeia. Na Rússia foi solicitado

para atestar e classificar uma coroa avaliada em 8 milhões de euros.

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| NOVO SUZUKI VITARA

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O HERDEIRO

Pioneiro no género SUV há mais de um quarto de século,

o novo Suzuki Vitara tem que enfrentar uma concorrência

muito forte com vários galos para o mesmo poleiro: Nissan

Juke, Renault Captur, 2008 Peugeot, C4 Cactus da Citröen,

o novíssimo Jeep Renegade ou até mesmo o Opel Mokka.

Rivais que o novo Vitara enfrenta com um carácter definitivamente mais aventureiro, quer em termos de estilo, inteligentemente tosco, quer com a sua capacidade fora de estrada autorizada pela tração às 4 rodas, disponível em todos os motores.

Este novo modelo foi projetado para substituir o atual Gran Vitara (2ª geração) lançado em 2005, perfazendo mais de 3 milhões de unidades vendidas desde do seu lançamento, em 1988. Um sucesso, sem dúvida.

Com este novo modelo não haverá mais Vitara de 3 portas (4,06 m de comprimento) nem Gran Vitara de 5 portas (4,50m), mas si um só Vitara.O seu comprimento foi fixado em 4,17 m que o coloca em concorrência direta com o Renault Captur, Nissan Juke ou Peugeot 2008, de dimensões semelhantes.

O Vitara assenta sobre a plataforma do S-Cross, o seu irmão mais

velho de 4,30m de comprimento encurtado de 10 cm entre eixos ( de 2,6 para 2,5m) e de 13,5 cm no comprimento total (4,30 para 4,175 m). O novo modelo também herda motores e transmissão. O novo Vitara é o reconhecido <<Herdeiro>> de toda a tecnologia Suzuki.

Os motores encaixam na perfeição nas normas ambientais Euro 6. Para conseguir isto, o motor diesel inicial 1.6 DDIS utiliza duas voltas de recirculação dos gases de escape.

Disponível com tração às duas e às quatro rodas motrizes através do sistema AllGrip, a Suzuki não adiantou objectivos para Portugal mas face aos preços bastante competitivos não admiraria que as vendas fossem repartidas entre as duas transmissões.

Este novo Vitara surge com melhores níveis de acabamentos e conforto, mantendo-se fiel às suas definições: simples, funcional, por vezes, com plásticos modestos e sem luxos interiores a destacar.

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Corretamente equipado, este SUV apresenta 3 níveis de equipamento: GL, GLE e GLX.

Gasolina GL GLE GLX2WD x x x4WD x x

Diesel GL GLE GLX2WD x x x4WD x x

A versão base GL (2WD) compreende as jantes em aço de 16”, Kit de reparação de pneus, climatização, retrovisores exteriores eléctricos (preto), CD+MP3+UDB+Bluetooth, 7 airbags, ESP, TPMS, EASS, HHC (controlo de retenção em subidas), embelezador capô (preto) grelha frontal (preto) ... As versões GLE (2WD/4WD) adicionam ao GL as jantes de liga leve 17”,

puxadores de portas exteriores da cor da carroçaria, retrovisores exteriores (aquecidos, na cor da carroçaria), climatizador, ecrã táctil de 7” com ligação smartphone, câmara de visão traseira, controlo de velocidade, controlo de velocidade adaptativo (4WD), travagem de emergência autónoma (4WD), vidros escurecidos, barras de tejadilho, volante em pele, vidros eléctricos traseiros, luzes diurnas LED, controlo de descida de pendentes HDC (4WD), entre outros itens.

As versões GLX (2WD/4WD) adicionam à GLE, jantes de liga leve 17” com superfície polida, embelezador de capô (cromado), grelha frontal (cromada), faróis de led (médios) regulação automática da altura dos faróis, sensor de luz/chuva, sistema de navegação, revestimento dos bancos misto (pele e tecido),controlo de velocidade adaptativo (2WD/4WD), travagem de emergência autónoma (2WD/4WD), retrovisores exteriores rebatíveis electricamente, intermitentes integrados nos retrovisores, arranque sem chave, bancos aquecidos, relógio no painel central, Tweeter X2, sensores de estacionamento

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| NOVO SUZUKI VITARA

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(dianteiros/traseiros), entre outros, revelando-se nas 3 versões, o equipamento mais completo face aos seus concorrentes.

| A VIDA A BORDOO carácter paralelepípedo da sua carroçaria garante ao Vitara uma excelente habitabilidade. Com uma posição de condução superior, como se impõe num SUV, a posição de condução é de fácil acesso e oferece um bom campo de visão. O layout interior é agradável, embora peque por excesso de plásticos de inferior qualidade. A capacidade da mala é de 375 l, apenas batida pela do Captur que oferece mais dois litros.O Vitara é muito agradável de conduzir. Diria que foi uma agradável surpresa conduzir este SUV quer em estrada quer fora-de-estrada, mas sobre esta última já lá vamos porque há muito boas noticias.

O novo Suzuki Vitara já não é aquele “micróbio aventureiro” que ia até ao fim do mundo, que brincava nas dunas, voava sobre a lama e tinha um comportamento fora-de-estrada que punha muitos “latagões 4x4” rosadinhos de vergonha. Não, não é. Digamos que se adaptou às exigências do momento. É o primeiro dos Vitara apresentar versões com tração às 2 rodas, mas mantém os modelos com tração às 4 rodas com um sistema apelidado de AllGrip, que não engana!

| NO CAMPONos trilhos é muito fácil conduzir. A única coisa que aconselhamos é desligar o ESP para que ele deslize livremente, o que em abono da verdade, não é muito fácil porque ele adere muito bem. Não é um puro e duro, nem nasceu para isso, mas está muito longe de ser ridículo

como alguns dos seus mais diretos rivais. Especialmente porque é mais leve entre os seus pares, tem um sistema 4x4 “à séria” (AllGrip) e só peca na altura ao solo, podia ter mais 2 ou 3 cm, mas também não fica a dever nada à concorrência, pois os ângulos de ataque e saída são excelentes!

Altura ao solo: 185mmÂngulo de ataque: 18.2 grausÂngulo ventral: 18.2 graus Ângulo de saída: 28.2 graus

A tração 4x4 mostrou ser um poderoso aliado, para quem quer um SUV que meta o “pé” na terra. Foi essa a sensação com que ficamos no nosso primeiro contacto com o carro. A experiencia foi muito simpática, apesar dos pneus de estrada e de um percurso favorável, embora molhado. Com um solo seco (ou com pneus mais adequados) o novo Suzuki Vitara impressionará, certamente os mais cépticos.

A grande novidade na versão 4x4 é o Controlo de descida de pendentes ( HDC) de série no 4WD. O HDC ativa-se apenas em modo Lock e é aqui que apresenta a grande inovação. Para descer - e atenção que experimentamos um descida bastante íngreme - acionamos o HDC, engrenamos em primeira e o carro desce seguro, sem “pestanejar”. Mas, se por alguma razão (leia-se: erro) colocarmos o carro em ponto morto o sistema funciona imperturbável na sua função. Mais: se por alguma razão (leia-se novamente: erro) metermos o pé na embraiagem, o sistema HDC, continua a funcionar e a proporcionar uma descida segura. É sem dúvida uma mais valia, inovadora, do novo Vitara.

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MOTORIZAÇÕESMotor Diesel PotênciaBinárioEuro 6Consumo combinado anunciado

Motor Gasolina PotênciaBinárioEuro 6Consumo combinado anunciado

TRANSMISSÃODiesel caixa manual de 6 velocidadesGasolina caixa manual de 5 velocidadesA partir de julho de 2015 caixa automática de 6 velocidades para a versão a gasolina.

SISTEMA DE TRACÇÃO 4WD ALLGRIP

4 Modos de condução, optimizando o rendimento do veículo de acordo com as condições do terreno:

AutoSportSnowLock

Grip Control: Actua sobre o sistema ESP nos 2WD. Rodas M+S

1.6 l120 cv320 Nm

4.0 l

1.6120 cv156 Nm

5.3 l

Preços:

GasolinaGL 2WD > 19.673 €GLE 2WD > 21.140 €GLX 2WD > 22.705 €GLE 4WD > 23.520 €GLX 4WD > 25.085 €

Diesel GL 2WD > 22.637 €GLE 2WD > 24.162 €GLX 2WD > 25.788 €GLE 4WD > 26.648 €GLX 4WD > 28.274 €

Carroçarias monocolor e <<bitone>> (tecto em branco sólido/preto metalizado). 14 cores.

Preço de campanha > 18.373 €Preço de campanha > 19.840 €Preço de campanha> 21.405 €Preço de campanha > 22.220 €Preço de campanha > 23.785 €

Preço de campanha > 21.337 €Preço de campanha > 22.862 €Preço de campanha > 24.488 €Preço de campanha > 25.384 €Preço de campanha > 26.974 €

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| GEOREFERENCIAR AS FOTOGRAFIAS DAS AVENTURAS

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Não sei se já passaram por alguma situação semelhante, mas eu debato-me muitas vezes com este problema quando partimos por aí… em caravana.

E o problema prende-se com a estruturação das fotografias dos participantes, quando as queremos organizar cronologicamente para criar uma história da viagem segundo a perspectiva fotográfica de cada um.

Uma vez que as máquinas fotográficas não são todas iguais, gerando por isso ficheiros com designações diferentes, a única forma de

conseguir facilmente tal «proeza» será todos acertarem entre si os relógios das respectivas máquinas. E isto porque muitas fotografias são registadas com datas do tipo 01.01.1999 ou outras datas de tipo diferente.

Portanto, o problema ficará resolvido se todos acertarem as máquinas com a mesma data e hora. Isso é muito importante, não só para facilitar a catalogação das imagens, como também para que possa ser usada outra funcionalidade ainda mais útil, sobre a qual falaremos mais adiante. E até mesmo nas viagens ao estrangeiro, no caso a Marrocos,

por exemplo, em que se pode tomar como referência a hora de Lisboa. Recentemente começaram a surgir modelos de GPS equipados com máquinas fotográficas. Apesar de a qualidade destas imagens ficar muito aquém da qualidade das imagens das máquinas fotográficas habituais, estas têm a vantagem de ser georeferenciadas, ou seja,apresentam os dados das posições geográficas dos locais onde foram tiradas. Se por um lado para algumas utilizações estes modelos são muito úteis (levantamentos topográficos, «geocaching», etc.), as funcionalidades ficam muito longe do que se pretende quando o

GEOREFERENCIAR AS FOTOGRAFIAS DAS AVENTURAS

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objectivo é guardar «aquele» momento ou uma paisagem deslumbrante com a qualidade que merecem. Além do mais, aparentemente é pouco prático retirar o GPS dos suportes das viaturas para fotografar um camelo ou uma gruta que surja numa curva da estrada em plena montanha.

Outra solução, igualmente completa, seria adquirir uma boa máquina fotográfica com GPS, mas isso tem alguns inconvenientes: o preço; a autonomia da bateria; o tempo de captura do sinal de GPS, que muitas vezes é incompatível com o instantâneo que se pretende registar. Além do mais, normalmente

a maioria dos participantes nos passeios não tem máquinas deste tipo. Esta segunda hipótese torna-se, portanto, pouco viável.

Mas se o interesse é ter as fotografias com informação geográfica, há uma solução fácil e que não exige investimento num equipamento mais caro.

Depois de todos terem acertado a data e hora nas suas máquinas fotográficas, vamos agora tratar do GPS.

Para se fazer o serviço pretendido basta um único GPS, mas ter-se-á em atenção que

este deve permanecer ligado pelo menos enquanto o grupo estiver em movimento. Mas terá de ser um equipamento que faça registo de percursos («track»), funcionalidade que é comum a todos os modelos de «outdoor» da GARMIN. Por último, deve conferir-se se a hora apresentada no GPS é a mesma que foi acertada nas máquinas fotográficas. Se não foi terá que se fazer o acerto alterando o fuso horário. Nos modelos mais recentes deve também desligar-se o comando do fuso horário automático, para se impedir que o GPS accione essa funcionalidade automaticamente, por exemplo, ao passar-se uma fronteira.

| basecamp 1

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Depois de acautelados estes procedimentos, é necessário manter o GPS ligado todo o tempo em que se estiver em movimento e a efectuar o registo da viagem. Todos os membros do grupo poderão, então, tirar as fotografias a seu belo prazer.

No final da viagem pede-se aos participantes que entreguem as fotografias que pretendem partilhar com os restantes companheiros de andanças a um elemento do grupo, para que este faça o trabalho de coordenação final. Este deverá colocá-las numa directoria, ordená-las pela data em que foram tiradas e proceder à sua renomeação de forma a terem

uma sequência numérica. Para isso pode usar-se um de vários programas gratuitos disponíveis na Web (pessoalmente, eu uso este: www.faststone.org/).

Procede-se então à instalação da última versão do programa BASECAMP, que se pode obter gratuitamente do «site» da Garmin. Corre-se o programa, liga-se o GPS ao computador e espera-se que o programa importe o traçado da viagem.

Na página do mapa do Basecamp identifica-se o traçado importado. Clica-se em cima com o botão direito do rato. Escolhe-se a opção

«Adicionar coordenada às fotos usando o trajecto…» (basecamp2). O menu seguinte pede para se indicar a directoria onde se colocaram as fotografias (basecamp3).Saltam-se as opções seguintes. O programa vai agora correr as fotografias, identificar a data e hora a que foram tiradas e associar o local onde se estava no momento de obtenção de cada uma. Automaticamente vai adicionar essa informação a cada fotografia. Pronto, está tudo terminado! (basecamp1).

Mas, afinal, para que serviu este trabalho?Além de se poder ter as fotografias ordenadas por ordem temporal (ou seja, pela data e hora

| basecamp 2

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em que foram tiradas), também se fica com a informação sobre o local exacto onde foram obtidas.

Essas fotografias também podem ser introduzidas directamente no Google Earth ou outro programa similar. Se cada um carregar as suas fotografias em «sites» de armazenamento destinados a esse fim, nalguns também se poderá activar a função para que junto com a fotografia surja o lugar da «acção».

Outra função não menos interessante é a

que permite colocar essas fotografias num dos novos modelos, e, quando se pretender ir a um dado lugar que conste na imagem, se poder ir clicando apenas na foto: o GPS conduzirá cada um a esse lugar.

Mas é preciso que não fique esquecido um aspecto muito importante: as coordenadas registadas nas fotografias não são as da imagem registada em cada fotografia mas sim as do local onde estava a máquina no momento em que a tirou. A título de exemplo, se tirar uma fotografia ao Cristo Rei, que fica em Almada,

mas se se estiver em Alcântara, as coordenadas serão deste último local, não do local do objecto da fotografia. Esta informação pode parecer básica mas normalmente dá origem a uma reclamação recorrente.

Boas fotos e boa viagem!

| basecamp 3

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| IV LADIES EXTREME TT SOLIDÁRIO

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AGORA É QUE SÃO ELAS

Todo-o-terreno é solidariedade. A necessidade de querer mudar o mundo deve começar em nós mesmos. Nada mais fácil de dizer, nada mais difícil de fazer. Passamos grande parte da nossa vida em busca da felicidade que outros nos podem oferecer, a responsabilizar outros pela nossa infelicidade. Esquecemo-nos quase sempre do fundamental que é a felicidade que depende de nós e podemos oferecer aos outros. E o principio devia de ser oferecer mais do que procurar receber, apesar de que é difícil dar sem pensar em recompensa, dar sem nos sentirmos vitimas de ingratidão. Simplesmente dar e mantermo-nos firmes no propósito de mudar a nossa realidade e inevitavelmente a que nos rodeia.

O todo-o-terreno nos “tempos modernos” leva-nos hoje em dia a uma apologia recorrente da busca do bem-estar, pelo equilíbrio interior, pela paz que devemos procurar dentro de nós próprios, sem que esta moderna busca incessante do “eu” se transforme numa quase “religião deturpada”, num caminho oposto àquele em que nos devemos realmente encontrar a nós próprios para nos incluirmos no mundo, e não nos alhearmos dele e arranjar mecanismos de defesa para que resultam na indiferença às dificuldades e ao sofrimento que nos rodeia.

A quarta edição do “Ladies Extreme TT Solidário” trouxe à tona, mais uma vez, que o todo-o-terreno turístico pode e deve abraçar

causas solidárias. Desta vez, teve o objetivo de angariar donativos para aquisição de mate-rial escolar, de higiene e alimentares para “O CRIAL” - Centro de Recuperação Infantil de Almeirim. Uma instituição de solidariedade social, sem fins lucrativos que surgiu em 1978 por iniciativa de um grupo de pais e técnicos que tomaram consciência da inexistência, a nível local, de respostas concretas para crianças e jovens especiais.

Com a solidariedade no coração e porque que são as mulheres que transportam o amor para a sociedade, as <<Ladies>> levaram muito a sério o desafio de tomar o lugar habitualmente ocupado pelo homens. O repto não intimidou

Texto: Fátima BaptistaFotos: Lili Sousa e Gonçalo Pereira

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|EXPLORER CUP 2015

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| IV LADIES EXTREME TT SOLIDÁRIO

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as senhoras que compareceram em grande número.

A iniciativa teve o seu epicentro na lezíria ribatejana, na singela cidade de Almeirim, onde 6 dezenas de intrépidas senhoras trazendo consigo filhos, maridos, namorados, amigos e familiares, reuniram um grupo solidário de mais de 200 pessoas vindos de diversas zonas do país, alguns percorrendo muitos quilómetros mas que não quiseram deixar de estar presentes e participar numa causa tão nobre, em prol dos meninos especiais.

A quarta edição do “Ladies Extreme TT Solidário” não podia ter começado melhor.

Os meninos especiais da instituição “O CRIAL” presentearam todos os presentes, em forma de agradecimento, com duas bonitas atuações de dança. Foi sem dúvida nenhuma o momento alto do dia. Mas, o mais importante, foi consciencializar e dar a conhecer a luta do dia-a-dia destes meninos com necessidades especiais. Havia mar nos olhos de cada um dos assistentes.

Por outro lado, a organização, também quis agradecer a quem tem todos os direitos do mundo. Os meninos especiais foram convidados a participar numa pequena parte do percurso. No final, era bem visível a sua enorme satisfação e quanto adoraram a surpresa.

| PERCURSO. SENHORAS AO VOLANTE, CHARME CONSTANTE!A caravana composta por 60 veículos 4x4 abandonou o parque das Tílias, em Almeirim, para a escassos metros deixar o asfalto para entrar na prestigiada Quinta da Alorna que se destaca não só pela qualidade dos seus vinhos premiados que produz como também pelos seus espaços naturais.

E foi neste ambiente que surgiu o primeiro obstáculo que foi ultrapassado com naturali-dade transformando o ar apreensivo do inicio num ar de felicidade contagiante.

Em seguida a caravana enfronhou-se numa

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|EXPLORER CUP 2015

zona de serra e eucaliptos “mergulhando” nalgumas poças de lama para trajar a rigor. Ainda a lama não tinha secado e a caravana alcançava o “céu”, no alto da serra para se inebriar paisagisticamente com uma panorâmica deslumbrante sobre o Tejo, com a cidade de Santarém, cuja fundação reporta à mitologia greco-romana e cristã, como pano de fundo.

Em seguida, a caravana convergiu para a “Herdade dos Gagos” que pertence à Junta de Freguesia de Fazendas de Almeirim, onde as pilotos revelaram toda a sua mestria, na progressão em areia. O esforço e a sombra dos sobreiros convidava a uma pausa e o brunch não se fez esperar, sensivelmente, a

meio do percurso. Com o aconchego na alma e no estômago, a caravana desapareceu entre sobreiros, com os raios de sol a passar entre as árvores envolvendo a sua silhueta com brilhos radiantes, reaparecendo nalgumas subidas íngremes e passagens sinuosas, umas, à primeira, outras, após várias tentativas. De uma maneira ou de outra as <<Ladies>> não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Aliás, não vimos homens a roer as unhas nem à beira de um ataque de nervos.

E é de toda a justiça salientar o espírito de entreajuda entre participantes: desde o empréstimo de uma cinta ao desenrolar de um guincho, foi bonito de ver. Assim como o

papel de navegadores tão bem desempenhado pelo homens.

Já o sol denunciava algum cansaço, quando a caravana chegou ao restaurante “O Forno” no Largo da Praça de Touros, em Almeirim, para fechar esta quarta edição do “Ladies Extreme TT Solidário” com chave de ouro, ou melhor, com a famosíssima Sopa da Pedra.

FICHA TÉCNICAOrganização: Fátima e César Baptista Quilómetros percorridos: 40Grau de dificuldade: MédioOrientação: Caravana e fitas

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| NISSAN X-TRAIL

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QUANDO SE NASCE PARA SEDUZIR

O novo Nissan X-Trail passou de um 4x4 um tanto ou quanto cúbico para uma fluidez mais de Crossover do que até de SUV. Mas não admira, o conceito Crossover vai de vento em popa no construtor japonês que prossegue a sua política de misturar os géneros, num só, de forma superior com tudo a que se tem direito: design, espaço, funcionalidade, tecnologia e inovação. Do velho aventureiro, de linhas quadradas, não resta senão o nome e o gabarito.

Lançado em 2001, o X-Trail de primeira geração foi um verdadeiro sucesso. Vendeu mais de 1,7 milhões de unidades em todo o mundo. Com a chegada em 2007 do seu irmão mais novo, o Qashqai (outro sucesso de vendas), sentiu um declínio gradual nas suas vendas, acentuado ainda mais no final do ano 2008 com o aparecimento do Qashqai + 2, dotado de 7 lugares.

Quer isto dizer que este X-Trail surge com a grande responsabilidade de seduzir as grandes famílias, mais civilizado e com mais assentos. Posiciona-se ali a meio caminho entre o SUV e o Crossover. Curiosamente, como se tratasse de uma receita culinária, a Nissan até avança com as

Para amenizar este canibalismo interno, Nissan foi obrigada a rever o posicionamento da sua gama de SUV. O novo Qashqai lançado em fevereiro de 2014 foi reconduzido numa versão de cinco lugares. Por sua vez, o X-Trail recebeu 7 lugares.

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percentagens: 70% Crossover, 30% SUV. Em suma, e termos de marketing à parte, parece-nos que a Nissan procura equilibrar o melhor de dois mundos, oferecer um SUV de luxo, mas o menos ostensivo possível, com um bom espaço interior e uma mecânica mais racional possível. Qual é o resultado? Para descobrir isso ensaiamos a versão de duas rodas motrizes que, em termos de vendas, representa o grosso da coluna (a versão 4x4 só por encomenda).

Não são almas gémeas, mas o X-Trail é muito semelhante ao Qashqai. É uma espécie de versão esticada: o mesmo chassis, a mesma silhueta fluida, focinho quase igual, o mesmo motor, a mesma transmissão, painel de instrumentos muito semelhante...no entanto, no tamanho impressiona mais: 2 cm na largura, 10cm na altura e 36 cm no comprimento! A distância ao solo apresenta mais 5 cm. Mesmo a distância entre eixos ganha 6 cm (2.706 cm) em proveito do comportamento estradista e de habitabilidade.

O leitor poderá ser levado a pensar que o X-Trail é o novo termo para o Qashqai + 2, mas não é. Parece-nos um veiculo mais vasto, mais polivalente e apresenta uma linhagem familiar mais forte.

Uma vez a bordo, encontramos os “móveis” do Qashqai , cujo estilo não é de sonho mas a ergonomia é impecável. Os plásticos são mais sólidos, e habitabilidade é mais generosa que a bordo do Qashqai. Mas é sobretudo na parte de trás que encontramos a mais valia do espaço. Com mais espaço para as pernas (66 cm) e conforto, graças à adopção do banco deslizante de 26 cm do nível de entrada, o encosto pode ser reclinado para 8 posições e dividido em 40/20/40. Muito simpático.

Se optar pela terceira fila opcional de bancos rebatíveis, podemos dizer que o acesso à terceira fila não é propriamente “filé mignon”, embora o ângulo de abertura das portas traseiras seja muito generoso. Todavia, a altura ao teto mantém-se correta mesmo para um adulto. Outro ponto forte é a capacidade da mala, mais 100 litros que o defunto Qashqai + 2 . O X-Trail 5 lugares oferece um volume variável de 550 litros (600 com o deslizamento de um assento) até 1982 litros. Enquanto a capacidade para versão de 7 lugares vai de 135 l ( em 7 lugares) para 445 l (5 lugares) e 1877 litros com as costas dos assentos rebatidos. A modularidade deste X-Trail é muito interessante. Por exemplo, o assento do passageiro da frente pode ser rebatido para proporcionar uma carga máxima de 2,60 m. Convém destacar que a porta traseira é de abertura eléctrica, de série.

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| NA ESTRADA A primeira impressão é que a Nissan optou claramente por privilegiar o comportamento estradista, deixando o conforto numa segunda linha quase paralela. O X-Trail inaugura Controlo Activo da Trajetória que analisa a performance e a trajetória do veículo, actuando subtilmente sobre os travões, para imitar a função de Diferencial de Deslizamento Limitado e, assim, proporcionar uma melhor tracção e limitar a subviragem. Trabalhando de forma suave para que o condutor não se aperceba da sua acção. Este sistema inteligente distribui de maneira equilibrada o binário, proporcionando uma condução ágil e segura. Na prática o sistema mostra-se bastante interventivo e o X-Trail revela uma boa estabilidade.

Do lado da mecânica as coisas são muito simples: um só motor disponível, o Diesel 1.6 dCi de 130 cv. Mais que suficiente com os seus 320 Nm às 1.750 rpm para levar valentemente o nosso X-Trail, que, à primeira vista parece mais leve ( 1.540 Kg).

A caixa de velocidades foi uma agradável surpresa: mais suave que as caixas robotizadas e tão fluida como os modelos de dupla embraiagem. Prestações perfeitas para proporcionar o torque máximo, sem dar qualquer impressão de titubear. O X-Trail oferece três tipos de transmissão: 4x2 (Manual), 4x2 (XTRONIC) e 4x4 (Manual). Apesar da eficiência de energia, no nosso ensaio, não conseguimos um consumo inferior a 8 l /100 km. O X-Trail apresenta-se com 3 níveis de equipamento: “Acenta”, “360” e “Tekna” e uma boa relação preço/equipamento. Consoante o nível de equipamento podemos encontrar: apps através do smartphone, tecnologia Google sendo-to-car (para programar o seu percurso a partir do portátil, por exemplo) ecrã táctil de 7” (mais duas polegadas do que no Qashqai), sistema de navegação 3 D, aviso de mudança involuntária de faixa, identificador de sinais de trânsito, regulador automático das luzes de máximos, sistema anti-colisão frontal, aviso de ângulo morto, alerta de fadiga, detecção de objetos em movimento, assistente de arranques em subida, controlo activo de condução (Analisa a superfície da estrada para detectar ondulações ou buracos que possam potencialmente afectar a estabilidade da carroçaria, e gere a distribuição do binário, aplicando subtilmente os travões para compensá-lo), controlo activo de trajetória, sistema de estacionamento automático, sistema de monitorização de pressão de pneus, entre outros.

Transmissão: Manual 4x2

O QUE MENOS GOSTÁMOS: O sistema de GPS, um tanto ou quanto <<démodé>> e esperávamos mais do conforto.

O QUE MAIS GOSTÁMOS:o X-Trail sobe a parada sem fazer explodir a fatura (Consultar tabela de preços). É um veiculo com excelente comportamento em estrada, materiais razoáveis, excelente modularidade, bem equipado, bom volume de carga e boa performance do motor conforme se espera de um veiculo dentro destes preços.

Preço P.V.P: MODELOS 4x2 dCi 130CV (96 kW) ACENTA dCi 130CV (96 kW) 360dCi 130CV (96 kW) TEKNAdCi 130CV (96 kW) XTRONIC ACENTAdCi 130CV (96 kW) XTRONIC 360dCi 130CV (96 kW) XTRONIC TEKNA

ALL MODE 4X4-IdCi 130CV (96 kW) 4x4-i TEKNA

34.000.0036.000.0038.000.0036.000.0038.000.0040.000.00

41.050,00

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| TT VELOCIDADE

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A temporada 2015 do Campeonato Nacional de Todo-o-terreno começou com a realização da Baja TT Rota do Douro, numa organização a cargo do GAS - Gondomar Automóvel Sport. A organização chama-lhe a mais bela prova de todo-o-terreno do calendário e não será para menos. Ter um parque de assistência nas margens do Rio Douro; um parque intermédio de assistência nas margens do Rio Tua (em Amarante) e ainda um percurso de 140 quilómetros pela “cordilheira” do Marão certamente não deixará ninguém indiferente.

| PRÓLOGOA prova arrancou com a realização de um prólogo, disputado em Valongo, com duas passagens por um traçado com cerca de 5km de extensão. Muito público e um percurso rápido despertaram uma temporada que

promete ser animada. João Ramos e Vítor Jesus (Toyota Hilux) puseram a concorrência em alerta garantindo os melhores tempos, em ambas as passagens, e deixando Miguel Barbosa/Miguel Ramalho a cerca de 6 segundos e os terceiros classificados já a quase trinta segundos. Estava dado o mote para um segundo dia de prova.

| 1ª ETAPA A prova ganhava corpo com duas passagens, com cerca de 140 km cada, a ter lugar na região de Amarante e com a Serra do Marão a preencher grande do percurso e no qual se incluíam alguns dos troços que viriam a ser visitados também pelo Campeonato do Mundo de Ralis.Um traçado montanhoso que obrigava a atenção redobrada e que fez as primeiras “vítimas” ao fim de pouco mais de 20 km. Uma peça

MIGUEL BARBOSA AO ATAQUE PELAS MARGENS DO DOURO

Miguel Barbosa e Miguel Ramalho, ex-campeões nacionais, entraram em 2015 da melhor forma.

No arranque da temporada, cortesia da Baja TT Rota do Douro, assinaram um triunfo “folgado”,

perante as duplas Nuno Matos/Filipe Serra (Opel Mokka proto) e de Pedro Grancha/Pedro Velosa

(BMW Evo X1) que animaram a luta pelos lugares do pódio.

Texto: Luís Miguel AlmeidaFotos: Luís Miguel Almeida/ equipas

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|NOVO SUZUKI VITARA

defeituosa, ao nível da direção, deitou por terra as ambições de João Ramos e de Vítor Jesus e estendeu a passadeira vermelha a Miguel Barbosa e Miguel Ramalho.

Os ex-campeões nacionais ficaram assim com campo aberto para atacar e fizeram-no de forma brilhante terminando o setor da manhã com uma margem assinalável para os segundos mais rápidos, então Pedro Grancha/Pedro Velosa (BMW X1 proto), que vinham já com atraso considerável e com a dupla Nuno Matos/Filipe Serra (Opel Mokka proto) a morder os calcanhares. De fora estavam já os experientes Filipe Campos/Jaime Batista - a participar a convite da CaTTiva Sport - (Range Rover Evoque); devido a problemas de motor; André Amaral/Nelson Ramos (Mercedes Proto) ficaram atascados enquanto César Sequeira/Tânia Sequeira (Toyota Land Cruiser), abandonaram

devido a problema de travões.

Bruno Oliveira/ Nuno Rodrigues da Silva (Nissan Navara), vinham já a queixar-se de problemas na Nissan Navara Off Road, mas mantinha-se na luta pelo pódio; enquanto os experientes Lino Carapeta/Rui António (Bowler proto) surgiam num animador quinto posto, e os irmãos Franco (BMW X1 proto) – ex-campeões nacionais de T2 – que faziam a estreia aos comandos de viatura T1 surgiam também bem posicionados.

| VELOCIDADE CRUZEIROCom Miguel Barbosa/Miguel Ramalho confortáveis no comando – deixando antever que só uma hecatombe poderia roubar a vitória – a segunda

| Primeiro pódio da época: 1.º Miguel Barbosa/Miguel

Ramalho (Mitsubishi Lancer Racing), 4m30,24s; 2.º

Nuno Matos/Filipe Serra (Opel Mokka Proto), a 6m58s;

3.º Pedro Grancha/Pedro Velosa (BMW Evo X1), a

10m00s

| Pedro Grancha/Pedro Velosa (BMW X1 proto). | Lino Carapeta/Rui António, uma boa performance

até capotarem.

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passagem prometia animação com um forte quarteto (no mínimo) a prometer luta animada pela vitória. A dupla do Mitsubishi Lancer começou por jogar à defesa mas na fase final voltou a atacar rubricando de novo o tempo mais rápido.

“Este percurso é muito melhor e temos que dar os parabéns à organização porque souberam ouvir as recomendações dos pilotos (face a edição de 2014) e nota-se que houve um intenso trabalho de fundo. O início da prova foi difícil, entramos ao ataque mas fomos apenas segundos no prólogo. No primeiro setor seletivo entramos ao ataque; passamos entretanto pelo João Ramos parado mas mantivemo-nos ao ataque e registamos o melhor tempo da manhã. Na etapa da tarde, adotamos um andamento mais cauteloso mas tentando manter a rapidez e na fase final voltamos a atacar para registar o melhor tempo na etapa. Este ano estamos com um projeto diferente, com estrutura própria. Já fizemos alguns melhoramentos mas ainda vamos continuar a melhorar ao nível da suspensão. Este resultado foi um merecido prémio para todos os membros da equipa”, concluía no final Miguel Barbosa.

A luta pela segunda posição ficaria reduzida a dois protagonistas depois de verificados os abandonos de Bruno Oliveira e de Lino Carapeta (ver caixa) e ainda dos problemas que atrasaram irremediavelmente Alexandre Franco.No confronto direto, Pedro Grancha começou por levar vantagem. Entrou ao ataque e na fase intermédia vinha com vantagem mas após 60 quilómetros, um furo impediu-o de segurar a vantagem.

“Esta prova tem enorme potencial. Creio que nem tudo foi perfeito mas acreditamos que a prova pode e irá melhorar. No prólogo apanhamos um susto porque partimos uma transmissão e não tínhamos a peça. A equipa de assistência fez um trabalho notável que nos permitiu alinhar no dia seguinte. Durante a manhã andamos muito concentrados e terminamos na 2ª posição. Entramos no segundo setor (disputado à

tarde) apostados em manter a segunda posição (face a Nuno Matos) e estávamos a conseguir mas um furo nos quilómetros finais deitou tudo a perder. Não perdemos muito tempo mas o suficiente para descermos para a terceira posição”, admitiu Pedro Grancha.

Quem agradeceu foi a dupla Nuno Matos/Filipe Serra que vinha em crescendo – retiraram cerca de três minutos ao tempo realizado no setor da manhã – e assim conseguiram alcançar o lugar intermédio do pódio deitando para trás das costas toda uma temporada azarada.“Gostei mais desta segunda edição. Achei o percurso fantástico. Depois de um ano de 2014 bastante atribulado em que tivemos que lidar com muitos azares creio que este resultado é o revelador do progresso feito e esperemos que seja a mostra que o Mokka está mais fiável. É um início de temporada bastante agradável e que serve para animar a equipa. Na primeira passagem pelo setor seletivo tivemos alguns deslizes mas nada de preocupante. Na segunda passagem, tínhamos a pressão do Pedro Grancha e entramos ao ataque. Fizemos uma setor perfeito e retiramos cerca de três minutos à primeira passagem. Creio que estiveram em prova um excelente leque de pilotos e terão de contar com a nossa equipa na luta pelos lugares do pódio. Esta primeira prova deixa antever uma época bastante animada”, resumiu um moralizado Nuno Matos.

Com os lugares do pódio atribuídos, Alexandre Franco logrou chegar ao quarto posto da geral. Um resultado significativo para o ex-campeão da categoria T2 e que ainda teve que sofrer fruto de uma falha ao nível dos travões.

“Depois do título em T2 tivemos que subir o degrau e apostamos agora na classe T1. É uma viatura muito diferente, tudo se passa mais rápido face à viatura T2, a aceleração, a travagem, tudo é mais intenso. Noto

| A dupla Bruno Oliveira/Nuno Rodrigues da Silva tiveram uma participação difícil.

| A fechar o top-cinco, na ronda nortenha, terminaram Eduardo Mota/Manuel

Porém (Nissan Pathfinder) que lhes permitiu ainda amealhar a vitória na categoria

T2.

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|NOVO SUZUKI VITARA

que ainda conduzo como se estivesse aos comandos de T2 e por isso tenho que estar constantemente a corrigir mas acredito que uma vez ultrapassado essa mudança as coisas possam correr ainda melhor. Esta prova foi um teste a vários níveis. Durante o setor da manha tudo correu bem mas no decorrer do setor da tarde tivemos uma fuga de travões. A solução foi eliminar os travões à frente e passamos a ter apenas travões na retaguarda. Queríamos sobretudo somar quilómetros e o resultado revelou-se uma agradável surpresa, que nos deixa otimistas para o restante campeonato”, avisa Alexandre Franco.

A fechar o top-cinco, na ronda nortenha, terminaram Eduardo Mota/Manuel Porém (Nissan Pathfinder) que lhes permitiu ainda amealhar a vitória na categoria T2. “É a minha prova preferida. Acho o percurso fantástico. Durante a manhã entramos fortes e tudo ficou mais fácil face ao abandono e penalizações de alguns dos nossos adversários diretos. O setor da tarde foi disputado com mais cautelas gerindo a prova”, anuncia Eduardo Mota.

De destacar ainda a vitória na classe T8 por parte da dupla Alexandre Mota/Luís Martins (Nissan Navara). “A organização melhorou bastante face a 2015. Creio que este formato – duas passagens contra passagem única da edição de 2014 – funciona melhor. Os primeiros 15 quilómetros foram complicados. Na segunda passagem já estávamos. Precisamos melhorar a suspensão. Não tivemos tempo de testar e por isso toda a prova foi o nosso treino”, destaca o vencedor T8.

Próxima prova – Baja TT de Reguengos, a 1 e 2 de Maio, organizada pela Sociedade Artística Reguenguense.

| ABANDONOSA prova do GAS começou de forma animada com um prólogo onde se percebeu que a luta pela vitória prometia ser animada. Se alguns apontavam alguma falta de quantidade – apenas 18 inscrito resultante sobretudo pelo facto de o troféu Mazda não ter feito a deslocação ao norte e de algumas equipas não marcaram ainda presença na ronda inaugural – todos estavam de acordo que qualidade não faltava. A luta prometia ser intensa mas infelizmente o rol de abandonos começou cedo. Ainda durante o primeiro setor ficavam de fora dois dos esperados animadores: João Ramos e Filipe Campos e ainda André Amaral.

“É inacreditável, tudo estava a correr na perfeição, estávamos a andar muito forte, mas com muita confiança, até que de repente fiquei sem direção. A peça onde o tirante da caixa de direção liga à manga de eixo partiu e por isso fiquei com o volante solto. Verificamos mais tarde que a peça em causa apresentava defeito que não foi provocado por qualquer pancada, mas sim por material desgastado”, adiantava João Ramos visivelmente irritado com o desfecho.A dupla Filipe Campos/Jaime Batista (Range Rover Evoque) viu-se forçado a abandonar devido a falha de motor. Azarada esteve também a dupla André Amaral/Nelson Ramos (Mercedes proto) que não evitaram uma saída de estrada e ficaram irremediavelmente presos numa vala.

Já no segundo setor, foi a vez de Bruno Oliveira e de Lino Carapeta engrossarem a lista de abandonos. A dupla Bruno Oliveira/Nuno Rodrigues da Silva tiveram uma participação difícil. Problemas vários ao nível da eletrónica condicionaram o andamento no primeiro setor. Com os problemas resolvidos no parque de assistência intermédio a formação da Oceano Trade Racing Team saiu determinada para a segunda

| Alexandre Mota/Luís Martins (Nissan Navara) vitória na classe T8 | Nuno Matos/Filipe Serra (Opel Mokka proto)

| Alexandre Franco à volta dos problemas que o atrasaram irremediavelmente. | Uma peça defeituosa, ao nível da direção, deitou por terra as ambições de João

Ramos e de Vítor Jesus.

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| OLHOS POSTOS NA SEGURANÇAO GAS – Gondomar Automóvel Sport – tem nome sonante mas quando toca a organizar provas – sejam passeios TT turístico, ralis ou Bajas a palavra de ordem é “fazer com calma e bem”. Depois de um ensaio geral em 2014, como prova extra; o GAS voltou ao serviço para pôr em marcha a 2ª edição da Baja TT Rota do Douro. A ronda nortenha, primeira contar para o campeonato nacional de todo-o-terreno apresentou um figurino diferente deixando de ser uma prova em linha para se materializar num percurso com cerca de 140 quilómetros, em redor sobretudo da região de Amarante, a disputar em duas vezes.A «4x4» acompanhou a Baja TT Rota do Douro ao lado de Paulo Magalhães, diretor de prova que nos permitiu perceber os “encargos” a que está sujeita uma organização.

As provas de desporto motorizado, em especial as que são disputadas na serra, implicam sob o ponto de vista de organização um colossal trabalho de equipa no que respeita à segurança. No GAS a agitação começa alguns dias antes com a distribuição de pessoas pelos vários postos previstos. Ao todo serão mais de uma centena de elementos da “prata da casa” para não apenas pôr de pé uma prova mas acima de tudo, assegurar que tudo correr sobre rodas.| Pedro Ferreira Baja Douro. Uma estreia agridoce para o jovem piloto

CLASSIFICAÇÃO FINAL

1.º

2.º 3.º4.º 5.º 6.º7.º 8.º9.º 10.º11º

Miguel Barbosa/Miguel Ramalho (Mitsubishi Lancer Racing), 4m30,24s;Nuno Matos/Filipe Serra (Opel Mokka Proto), a 6m58s;Pedro Grancha/Pedro Velosa (BMW Evo X1), a 10m00s;Alexandre Franco/Rui Franco (BMW Série 1 Proto), a 47m33s;Eduardo Mota/Manuel Porém (Nissan Pathfinder), a 54m25s; Alexandre Mota/Luís Martins (Nissan Navara), a 1h06m20s; Filipe Carvalho/Maria Carvalho (Nissan Navara), a 1h20m51s; Avelino Reis/Filipe Martins (Toyota RAV4), a 1h36m48s; Daniel Pereira/Filipe Salgueiro (Nissan Navara), a 1h51m22s; Luís Ferreira/Pedro Colaço (Nissan Navara), a 2h01m55s; Pedro Ferreira/Valter Cardoso (DePieres 2RM), a 2h05m49s

CAMPEONATO:

1.º 2.º3.º 4.º5.º6.º7.º8.º9.º10.º11.º

Miguel Barbosa, 27 pontos;Nuno Matos, 20;Pedro Grancha, 17;Alexandre Franco, 14;Eduardo Mota, 12;Alexandre Mota, 10;Filipe Carvalho, 8;Avelino Reis, 6;Daniel Pereira, 4;Luís Ferreira, 2;Pedro Ferreira, 1

passagem mas logo ao quilómetro oito o motor calou-se. “Com o carro em condições normais poderia ter disputado a segunda posição com Nuno Matos e Pedro Grancha”, adianta Hélder Oliveira.De fora de forma precoce ficou ainda a dupla Lino Carapeta/Rui António não evitaram um erro, também nos quilómetros iniciais da segunda passagem, que deu por terra um bom resultado, quando ocupavam a quinta posição da geral. “Logo aos 800 metros da especial, numa lomba seguida de curva para esquerda acabamos por capotar. Foi pena porque estava a correr conforme planeado. A posição que ocupava mostra bem a evolução que o carro teve desde o ano passado”, acrescentou no final Lino Carapeta.

| RESULTADO AGRIDOCEO povo fala em “sorte de principiante” e esse até poderia ser o título desta coluna mas, para Pedro Ferreira (DePieres Proto 2RM) o resultado acabou por ser “azar de principiante”. Estreante nestas andanças terminou o dia num excelente quinto posto da geral. Um resultado extremamente moralizador e deixou o jovem nas nuvens. O pior veio depois, com a atribuição de penalizações por excesso de velocidade numa zona de velocidade controlada – facto a quem nem o vencedor do dia escapou – mas que no caso de Pedro Ferreira o atirou para a cauda do pelotão, vindo a terminar já fora do top-ten.

“Ainda nem sei o que pensar deste resultado. É uma estreia e tanto. Só queríamos fazer quilómetros e perceber como tudo funciona, ganhar ritmo e começar a ambientar-me nesta competição. Apesar disso não deixamos de tentar and ar rápido. O Valter Cardoso foi uma preciosa ajuda porque foi-me ajudando a gerir toda a prova. Tudo isto é uma novidade mas estou otimista em continuar”, dizia o jovem ainda antes de saber da forte penalização de que foi alvo.

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| AZÁFAMA Na noite anterior à prova, a azáfama na sede do clube é enorme. Cinco elementos jantaram na sede, nos intervalos dos trabalhos preparatórios. Aos poucos os vários associados vão chegando para receberem as últimas instruções. Levantam um saco - preparado na véspera e do qual consta 1x road-book, 1x colete refletor, 1x rolo de fita de marcação de prova, 1x autocolante identificador de viatura e crachá identificador do “funcionário” - e ouvem as ultimas recomendações por parte de Paulo Magalhães, diretor de prova e o homem “forte” do GAS. Cada equipa (dois a dois) recebe o kit - em função da função a desempenhar – e com indicação do local para onde foram designados. Rapidamente a sede fica repleta de “mão-de-obra barata”. A estrutura está experimentada e por isso algumas das instruções já estão memorizadas: “Se vires que estão a cortar a curva põe-te do outro lado, já sabes”, reforça, ainda assim, Paulo Magalhães.

O clube nasceu “à custa” do todo-terreno turístico, mas nos últimos anos têm sido as provas de rali e, mais recentemente, as Bajas que têm ocupado as reuniões. “O trabalho começou há vários meses. Depois de tudo visto e revisto é necessário pôr a máquina a trabalhar”, avança José Paciência, um dos responsáveis pela logística dentro do GAS. O clube tem em carteira equipamento para cerca de uma centena de elementos e placas identificadoras para acautelar todas as situações.As equipas têm de estar no terreno às 8h30 mesmo se o primeiro concorrente tem arranque marcado para as 10h, cerca de 90 minutos do «aquecimento» para assegurar que quando o cronómetro estiver a contar tudo corra sobre rodas.

| RADIOGRAFIA EM TEMPO REALO GAS testou este ano um sistema de comunicações que se revelou uma preciosa ajuda. Com o patrocínio da Vodafone - que disponibilizou cerca de 25 equipamentos smartphone e de solução digital - a prova beneficiou de uma rede de comunicações com qualidade digital (adeus

interferências), que trabalhavam por ondas internet, ou seja, sem limitações de distância. O resultado foi uma gestão de prova “tranquila” e perfeita ao longo de todo o dia. “As comunicações são um elemento fundamental para o sucesso de uma prova. Temos que saber tudo o que se passa, a todo o momento. Já conhecemos este serviço há cerca de dois anos e aqui (referindo-se às provas de rali e de todo-o-terreno) revelou-se extremamente útil. Estamos todos em contato, e todos sabem o que se passa. É uma rede interna com uma qualidade acima da média”, esclareceu Paulo Magalhães.

As novas tecnologias revelam-se uma preciosa ajuda para a organização. Com um smartphone numa mão e uma tablet na outra, o diretor de prova pode tirar uma radiografia em tempo real. Todos os carros em prova - inclusive as três viaturas «0» (viaturas que passam antes da viaturas de prova para avisarem o publico) e as três viaturas de fecho (que passam depois das viaturas de prova) carregam um transponder que emite sinal GPS à organização que permite que a mesma “veja” onde se encontra cada uma das viaturas.

Na tablet, um programa de localização permite ainda “desenhar” o posicionamento das várias equipas, sejam elas da responsabilidade do GAS, sejam das forças públicas de segurança envolvidas. “Montamos a prova conforme entendemos. Neste momento, sei posto a posto quais os elementos que estão presentes ou seja, se temos GNR, bombeiros e ambulância presentes e até onde estão posicionados reboques que possam facilitar uma eventual remoção de viaturas”, adianta Paulo Magalhães.

Quando se apagam os holofotes, o trabalho do GAS continua. “Até à lavagem dos cestos é vindima” o que significa que é preciso limpar todos os acessórios e arrumar tudo nos devido lugares, o que maios uma vez é feito a titulo voluntário. Haja “carolice”.

| Paulo Magalhães, diretor de prova

| Todo o trabalho é voluntário. Haja “carolice”.

| As novas tecnologias revelam-se uma preciosa ajuda para a organização

| Na noite anterior à prova, a azáfama na sede do clube é enorme.

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| RAID TT DA FERRARIA

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DOMÍNIO DE JOÃO LOPES NAS PISTAS ALENTEJANAS

Num palco que há três dezenas de anos vem sendo utilizado para competições de todo-o-terreno, a vila alentejana do Gavião recebeu os concorrentes para mais uma edição do RaidTT da Ferraria. Em complemento à tradicional passagem da Baja 500 Portalegre pelas pistas da zona, esta prova, que começou por ser exclusivamente destinada a motos foi recebendo posteriormente os Quad e mais recentemente os UTV/Buggy a mais jovem disciplina de uma modalidade onde Portugal

tem os seus créditos firmados tanto a nível nacional como internacional.

E é desta competição que reuniu no Gavião 27 equipas que vos damos conta nesta edição da Revista 4x4 acompanhada de alguns importantes dados da disciplina. O Raid TT da Ferraria iniciou-se com um troço de 20 quilómetros de extensão onde João Lopes, acompanhado de Bruno Santos, confirmou o excelente momento de forma e impôs-se aos

irmãos Teo e Roberto Viñaras que gastaram respetivamente mais 12 e 24s que o vencedor do dia. 312 Na quarta posição terminou Vítor Santos, o piloto nortenho que fora 2º classificado em Góis. Com um Top 10 composto quase exclusivamente por Polaris nas posições seguintes terminaram sucessivamente quatro pilotos bastante jovens: Pedro Antunes que acompanhado de Pedro Baiona ficou escassos quatro segundos à frente que Pedro Santinho Mendes a fazer a sua segunda corrida de

_Texto: Pedro BarreirosFotos: Pedro Barreiros e equipas

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UTV, enquanto na 7ª posição terminou João Dias, um dos poucos pilotos que ainda utiliza um Polaris 900, e que se colocou imediatamente à frente de Miguel Jordão. Todos estes oito pilotos terminaram dentro do mesmo minuto.

O vencedor entre os Buggy foi Bruno Martins que, aos comandos de um Rage, terminou imediatamente à frente da vencedora das senhoras, a francesa Dorothee Ferreira, também ela e tal como a maioria dos pilotos, pilotando um Polaris.

A segunda etapa do Raid TT da Ferraria seria composta por um troço de 65 quilómetros a percorrer por três vezes. O traçado circular

tinha o seu centro nevrálgico na Quinta da Margalha onde eram dadas as partidas e as chegadas e ali estavam colocadas a Zona de assistência e de espetáculo.

João Lopes bisou e está agora mais confortável na liderança do campeonato. Na pista o segundo mais rápido foi Vítor Santos a quem seria todavia atribuída uma forte penalização de 47m por atraso tardio no parque fechado após a 1ª etapa. A 2ª posição foi assim para João Dias que terminou a mais de 6m do vencedor e que ao longo de toda a corrida travou animado duelo com Pedro Santinho Mendes terminando separados por escassos 28s. Quarto lugar para o vencedor da Classe Buggy que ficou a apenas 34s do pódio

absoluto. Brilhante 5º lugar para a francesa Dorothee Ferreira que, com este resultado, subiu ao 4º lugar do campeonato.

Na posição seguinte terminou o atual terceiro classificado no campeonato o espanhol Roberto Viñaras que teve uma prova bastante atribulada. A fazer a sua segunda corrida João Araújo venceu a classe promoção e foi 7º lugar na geral absoluta terminando à frente do primeiro UTV não Polaris, o CanAm Turbo pilotado por Avelino Luís.

O Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno regressa a 1 e 2 de Maio quando Reguengos de Monsaraz, capital europeia do vinho recebe mais uma edição do rali TT Vinhos Carmim.

CLASSIFICAÇÃO FINAL DO RAID TT DA FERRARIA 2015

1.º 2.º 3.º4.º 5.º 6.º7.º 8.º

João Lopes/Bruno Santos (Polaris RZR 1000) em 2h55m18,71s; João Dias/João Filipe (Polaris XP 900) a 6m14,06s;Pedro Mendes (Polaris RZR 1000) a 6m41,91s;Bruno Martins (Rage Comet R) 1º Buggy, a 7m16,04s;Dorothée Ferreira (Polaris RZR 1000), a 15m12,49s;Roberto Viñaras (Polaris RZR 1000), a 16m19,32s;João Araújo/Ricardo Silva (Polaris RZR 1000) a 17m36,94s; Avelino Luís/Dinis Carmo (Can-Am Maverik), a 19m38s.

1.º 2.º3.º 4.º

UTV/BuggyJoão Lopes, 40;João Dias, 28;Roberto Viñaras, 23; Dorothee Ferreira e Pedro Santinho Mendes, 20.

CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO:

| O vencedor entre os Buggy foi Bruno Martins

| O novo Buggy de António Ferreira com um motor Hayabusa 1300 da Suzuki.

| Os novos CanAm Turbo com que a marca canadiana está a tentar contrariar o

domínio da americana Polaris.

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| HISTÓRIA E ENQUADRAMENTOA primeira corrida desta nova disciplina teve lugar na Baja de Portalegre 2008. Oito equipas foram então integradas na competição Quad, numa classe designada por Quad Buggy, tendo em conta que se tratavam de quadriciclos com motor de moto, sendo matriculados como tal. Foi por essa razão que estas máquinas ficaram sob alçada da FMP que, a partir de 2010, criou para elas um Campeonato. No início a maioria das máquinas eram buggys de origem chinesa mas que com o crescente desenvolvimento que o mercado dos UTV tem tido em particular nos EUA a Polaris passou a dominar as listas de inscritos. Atualmente a principal distinção entre UTV e Buggy tem a ver com a caixa de velocidades. No primeiro caso são automáticas e no segundo, manuais.

| PARQUE DESPORTIVO, COMPETITIVIDADE E NOVIDADES PARA 2015É impressionante a evolução desta disciplina. Se pegarmos em números recentes estiveram 27 equipas na Ferraria e apenas 18 automóveis compareceram na Baja Rota do Douro. Ao nível de competitividade os dados são ainda mais impressionantes dados que a quase totalidade dos concorrentes estão em condições de ficar à frente dos T2 e dos T8 e as melhores equipas são capazes de disputar uma posição entre o Top 5 dos automóveis.Para este ano de 2015 destaca-se o novo Buggy de António Ferreira com um motor Hayabusa 1300 da Suzuki e os novos CanAm Turbo com que a marca canadiana está a tentar contrariar o domínio da americana Polaris.

| A PARTIR DOS 16 ANOSDisciplina que se pretendia de iniciação, até porque nela é permitido competir a partir dos 16 anos, começou em 2014 a cumprir a sua missão com a presença de inúmeros filhos, alguns de pilotos bem conhecidos. Foi inclusive criada no CNTT uma rubrica designada Pais & Filhos que conta já com os registos:

1. António Tavares & Nuno Tavares, campeão nacional 2013.2. António Baiona foi o primeiro vencedor do mítico Portalegre. O seu sucessor é Pedro Baiona.3. Américo Antunes (ex-campeão T2) e Pedro Antunes.4. Carlos Oliveira, piloto e construtor, foi muitas vezes acompanhado por Rita Oliveira como navegadora. Em 2014, no ano de estreia Rita sagrou vencedora da Taça das Senhoras5. Jorge Monteiro foi o primeiro campeão UTV em 2010 e renovou o título em 2014. No Gavião 2014 tinha um destacado concorrente, o seu filho João.6. Tomás Vieira de Campos, o fi lho do ex-campeão Filipe Campos7. Pedro e Miguel Jordão (Pedro foi navegador de Carlos Oliveira entre outros)8. Duarte e Pedro Rocha (Duarte tem um longo historial no TT e no Autocross)9. Alexandra Ferreira, filha de António e Dorothee Ferreira (pilotos UTV/Buggy)

| 2º João Dias/João Filipe (Polaris XP)

| 6º Roberto Viñaras (Polaris RZR 1000)

| Brilhante 5º lugar para a francesa Dorothee

Ferreira que, com este resultado, subiu ao

4º lugar do campeonato.

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| NOTICIAS QUENTES!• Ruben Faria poderá ainda este ano fazer uma competição de UTV. O piloto recebeu um convite nesse sentido e mostrou-se muito agradado com a ideia• O campeão UTV 2013, Nuno Tavares está a preparar o regresso à competição e deverá fazer este ano uma ou mais corridas. O piloto não se parece inclinado para o novo CanAm antes aguarda pelas novidades vindas da Polaris de onde se fala num 900 Turbo.• Construtores nacionais como a Prolama e a Depieres poderão a breve prazo iniciar a construção de máquinas para competir nesta disciplina na classe Buggy.

| SENHORAS Entre pilotos (3) e navegadoras (4) são muitas as senhoras a competir na disciplina. Destaque para o título alcançado por Rita Oliveira (navegada por João Rato) em 2014 e para o andamento de topo da francesa Dorothee Ferreira atual quarta classificada do campeonato.

| DESAFIO POLARIS ACE 570 COM RICARDO MEGREEm 2015 a modalidade vai receber o seu primeiro troféu. Destinado a novos pilotos, a Polaris propõe o seu mais recente modelo o monolugar Ace 570 a um fantástico preço de 10.850 euros já pronto a correr. Serão quatro as provas pontuáveis e os pilotos terão direito a um preço quase 50% mais barato cumprindo cerca de 2/3 do percurso. Ricardo Megre é um dos nomes anunciados para o novo Desafio Polaris Ace trocando a velocidade pelo TT.

| A dupla João Lopes e Bruno Santos bisou e está agora mais confortável na liderança

do campeonato.

| Desafio Polaris Ac

| Rita Oliveira com João Rato.

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| 27º RALI TT VINHOS CARMIM

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_Texto: Pedro BarreirosFotos: Pedro Barreiros, Aperspeed, Phototabanez e Aifa

Numa jornada marcada pela tristeza, devido à morte do jovem promissor piloto de Quad, Bruno Ferreira, a competição auto consagrou como vencedor absoluto Miguel Barbosa, que registou a sua nona vitória na prova organizada pela Secção de Motorismo da Sociedade Artística Reguenguense.

Depois de 26 anos sem registar qualquer acidente grave, a edição deste ano do Rali TT Vinhos CARMIM, terceira jornada do CNTT para Moto, Quad e UTV/Buggy, lamentou a morte do piloto vítima de um acidente que aconteceu no primeiro sector seletivo da segunda e

derradeira etapa da prova. Devido a este acidente, a prova foi de imediato interrompida e reunida com os pilotos junto ao Convento da Orada, onde estava localizado o final do troço, a Federação de Motociclismo de Portugal tomou a decisão de cancelar a prova.

A competição auto arrancou com mais de uma hora de atraso e decorreu sem incidentes. João Ramos, em Toyota, foi o primeiro a partir depois de ter vencido o prólogo, foi o mais rápido durante quase todo o SS1 até sofrer um furo a cerca de 20 quilómetros do final. Os primeiros 152 kms tiveram em Miguel Barbosa o mais rápido seguido de Hélder

NONA VITÓRIA DE MIGUEL BARBOSA TODO-O-TERRENO DE LUTO PELA MORTE DE BRUNO FERREIRA

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Oliveira que terminou o troço queixando-se de uma rótula partida na sua Nissan e que gastou mais 1m58s que o piloto da Mitsubishi. No final de SS1 o topo da classificação incluía ainda João Ramos a 2m35s, Nuno Matos (Opel) a 4m11s e Rui Ferreira a estrear a sua nova Toyota a 5m48s. Na derradeira centena e meia de quilómetros cronometrados os três primeiros classificados mantiveram uma toada muito próxima mas Miguel Barbosa controlou perfeitamente a corrida terminando como vencedor o que aconteceu pela nova vez e nos cinco últimos anos Reguengos de Monsaraz não conheceu outro vencedor na

competição auto. O melhor tempo no derradeiro setor permitiu ao piloto do Toyota chegar ao segundo lugar por troca com Hélder Oliveira, sendo que a diferença entre ambos se cifrou em escassos 23s.

César Sequeira em 11º da geral venceu o T2. A vitória no T8 e a Solo foi para Micael Cassiano (13º da geral). Ricardo Nascimento (T3), Etelvino Carvalho (Desafio Mazda), Ricardo Sequeira (2RM), Ana Mota com Paula Fortunato (Taça TT e Senhoras) foram os restantes vencedores.

| BRUNO FERREIRADepois do prólogo disputado no dia 1 de Maio a prova reiniciou-se no dia seguinte pelas 7 horas da manhã. Os primeiros a partir foram as motos seguidas dos Quad. Bruno Ferreira que tinha sido 3º piloto de Quad a partir para a etapa e estava apostado em lutar pela vitória, sofreu um acidente nos quilómetros iniciais do troço que lhe provocou morte imediata. Devido ao acidente a prova foi de imediato interrompida e reunida com os pilotos junto ao Convento da Orada onde estava localizado o final do troço a Federação de Motociclismo de Portugal tomou a decisão de cancelar a prova.

Bruno Ferreira que tinha apenas 18 anos de idade, estreara-se em 2013 e em 2014 fez a sua primeira temporada completa onde se sagrou vencedor do Troféu Promoção. Depois de um pódio absoluto alcançado no ano passado já este ano alcançara um 2º lugar na prova de abertura de uma temporada em que se assumia na luta pelo título.

| Bruno Ferreira

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| SETE MARCAS DIFERENTES NAS OITO PRIMEIRAS POSIÇÕESCom um pódio composto por Miguel Barbosa (Mitsubishi Racing Lancer), João Ramos (Toyota Hilux) e Helder Oliveira (Nissan Navara) as posições seguintes foram ocupadas por Nuno Matos (Opel), Paulo Ferreira (Toyota), Pedro Grancha (BMW), Lino Carapeta (Bowler) e André Amaral (Mercedes), ou seja, sete marcas diferentes nas oito primeiras posições.

| O QUE ELES DISSERAM: Miguel Barbosa: “Uma vitória é complicada, pelos motivos que se sabem, e por isso em primeiro lugar quero dar à família e amigos condolências e à organização uma palavra conforto. Infelizmente, não há nada para festejar e quero apenas acrescentar que foi uma corrida difícil, muito dura, cujo resultado é importante para o campeonato”.

João Ramos: “ A prova ficou marcada pelo furo nos quilómetros finais do primeiro setor quando estava próximo de ter a vantagem de um minuto que era o que tínhamos definido para esta fase da corrida. A partir atrás do Miguel o nosso objetivo passou a ser lutar por conquistar o segundo lugar que era ocupado pelo Hélder. Conseguimos esse intento, não sem termos apanhado um susto mesmo quase no final quando já estávamos no pó do Mitsubishi”.

Helder Oliveira: “Tinha-me proposto lutar por um lugar nos três

| Helder Oliveira | Micael Cassiano

| Cesar Sequeira| João Ramos

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| DESAFIO POLARIS ACE O Rali TT Vinhos CARMIM registou a estreia do Desafio Polaris ACE a mais recente aposta para a promoção da modalidade. Na competição monomarca que utiliza o ACE 570, o UTV de menor cilindrada, produzido pelo construtor americano, a vitória no prólogo foi para o consagrado piloto Ricardo Megre que depois de muitos anos dedicado à velocidade onde conquistou inúmeros títulos aposta agora nas competições de Todo-o-Terreno. O segundo mais rápido foi Filipe Ferreira um estreante absoluto em competição. Terceiro melhor tempo para Alexandre Freitas de regresso ao TT quase 15 anos depois de competir nas duas rodas. A fechar o quarteto de participantes no Desafio Polaris a única participante feminina e por sinal irmã de João Lopes o atual líder do campeonato.

| PRÓXIMA JORNADA:30 e 31 de Maio - Baja TT Cidade Europeia do Desporto – Loulé.

| Ricardo Megre

| Filipe Ferreira| Lino Carapeta

| Bruno Oliveira

primeiros e por isso só posso estar satisfeito com este resultado. Tive problemas com uma rótula e com o eixo dianteiro em SS1 que foram resolvidos na assistência. Parti ao ataque, mas sabia que seria sempre muito difícil lutar de igual para igual com os meus dois adversários diretos. Não houve qualquer margem para gerir e no final, com os pneus muito desgastados, não foi possível aguentar o ataque do João Ramos”.

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| MERCEDES-BENZ UNIMOG 2015

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Desde sempre, as grandes virtudes do MercedesBenz Unimog são as suas excepcionais capacidades de progredir em terrenos difíceis. O novo Unimog foi ainda mais longe e reforçou as suas qualidades naturais. Admirado?

| NOVO CONCEITO DE MOTOR COM MÚLTIPLAS VANTAGENSEm 2013, a Mercedes-Benz introduziu os motores diesel para toda as gama de veículos comerciais, bem antes da norma às emissões

Euro6 entrar em vigor. Ao mesmo tempo, a nova versão off-road do Carismático Unimog também passou por uma remodelação de destaque. Por exemplo, o motor recuou um metro, que não só ajudou a acomodar as exigências Euro6, como permitiu um arranque mais eficaz de toda a massa.

O motor do Mercedes-Benz Unimog é o Diesel Blue Tec 6, a partir da série de motores OM 934, com quatro cilindros. Um propulsor 5.1 litros com 231 cv e um incrível binário de

UM “BICHO” QUE É MUITO MAIS DO QUE UM SIMPLES 4X4

Com capacidades todo-o-

terreno excepcionais, o novo

Mercedes-Benz Unimog é

um “bicho” capaz de superar

prat i camente qua lquer

obstáculo que encontrar no

caminho.

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900 Nm disponíveis entre as 1200/1600 rpm. A velocidade técnica – máxima - do Unimog é de 90 Km/h. Apesar da complexidade de engenharia adicionados para cumprir os requisitos Euro6, o novo todo-o-terreno Unimog combina baixo consumo de combustível com emissões reduzidas, sem esquecer a tradicional confiabilidade.

Para cumprir com o regulamento de emissõesEuro6, o Unimog, está equipado com um sistema fechado de filtro de partículas, injeção de “Blue Ad” e catalisador SCR. Tudo isto em prol da defesa do ambiente e da economia de combustível. Reduz os gases poluentes em cerca de 90% comparando com os modelos anteriores e diminui o consumo de combustível em cerca de 3%.

A par disso, a transmissão do Unimog foi optimizada com sucesso, com passagens mais curtas, compensando a longevidade. A transmissão é operada através de um comando na coluna de direção, o qual também é utilizado para controlar a função electrónica EQR. Como na versão anterior, oito velocidades para a frente, e seis marcha-à-ré. Opcionalmente, a Mercedes faculta um pack off-road para utilização extrema entre os 2,5 e os 35 km/hora.

A segurança também foi melhorada: o novo travão de motor é de descompressão de

| UMA CABINA CLÁSSICA AINDA COM MAIS ESPAÇOÉ justo dizer que a cabina do Unimog mantém a mesma aparência desde 1974 – apresenta aquele ar másculo e agressivo, quase romântico, de um extremo todo-o-terreno. A cabina da nova versão é agora 120 mm mais longa que a do seu antecessor e ligeiramente mais alta.Com a deslocalização dos controlos da transmissão da consola central para a coluna da direção, resultou num espaço mais generoso dentro da cabina. No interior, são evidentes os benefícios que a clássica cabina recebeu com a nova gama de equipamentos, incluindo um volante multifunções, coluna de direção ajustável, alavanca da coluna de direção, botões multifunções, painel de instrumentos e um sistema de climatização automático/ manual.

A nova posição dos controlos são mais fáceis de alcançar quer para o piloto quer para o co-piloto. Além disso, a posição do banco na área de baixa vibração atrás do eixo dianteiro aliada ao novo conceito de montagem da cabina proporciona uma condução confortável, especialmente em off-road.

dupla velocidade que, no caso do OM 34, desenvolve potencia de travagem até 180 kW. Cada cilindro do motor tem a sua própria unidade de travagem de motor. A alta eficiência de travagem reduz consideravelmente o desgaste sobre os sistemas de frenagem da roda, melhorando muito a economia geral. O ABS é de série.

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| PNEUS COM A PRESSÃO CORRETA ATRAVÉS DO DISPLAYO sistema <<Tirecontrol>> foi completamente redesenhado. A pressão pré-configurada dos pneus para os vários tipos de utilização pode agora ser fixada de forma simples e conveniente no display, escolhendo os programas apropriados: “Road” , modos “Areia” e “Rougt Terrain” que já estão pré-definidos. No exterior, a grelha mais dinâmica e os novos pára-choques com luzes state-of-the-art (última geração) indicam claramente que estamos perante uma nova geração Unimog. As lâmpada só não têm bom aspecto como o seu sistema em cone oferecem mais luz e maior alcance.

| IMPRESSIONANTE DESEMPENHO OFF-ROADAs capacidades todo-o-terreno deste “bicho” continuam intactas. De certa maneira, até melhoraram em alguns aspectos. O facto do chassis e a secção tubular serem soldadas é

uma garantia de grande resistência e flexi-bilidade torsional até 600mm, em condução todo-o-terreno. O baixo centro de gravidade e os excelentes ângulos quer de aproximação quer de saída (44º na frente e 51º na traseira), bem como a sua capacidade de inclinação (38º) e passagem a vau de 1,20 m (no mínimo) fazem deste bicho” um verdadeiro profissional off-road. Preparado pela Mercedes-Benz para situações extremas como trabalho em todo o tipo de terreno, em todas as latitudes, ações dos soldados da paz, ações militares, resgate em situações extremas, expedições científicas, situações de catástrofe, expedições, entre outros, destaca-se, naturalmente, o eficaz sistema “all-Wheel drive” ,apoiado pelos bloqueios de diferencial selecionáveis e dos sistema de controlo de pressão de pneus.

Um sistema de rodas simples tem sido sempre o conceito do Unimog: as rodas traseiras seguem precisamente nos trilhos das rodas dianteiras e são assim capazes de tirar vantagem de uma superfície mais compactada pelas rodas dianteiras.

| CONCEBIDO PARA CONDIÇÕES EXTREMASO Unimog foi concebido para utilização extrema e goza, como não podia deixar de ser, de uma excelente reputação em todo o mundo. Desde limpar neve, lutar contra os incêndios florestais, operações de resgate, construção de gasodutos e por último mas não menos importante, no transporte de passageiros – o habitat natural do U 4023 e U 5023 onde acaba o asfalto e começa os trilhos agrestes,

como já tivemos oportunidade de constatar, por exemplo, na Islândia ou na Malásia. A matriz de uma fabricante especializado com equipamentos desenvolvidos para tarefas difíceis em terrenos bastante difíceis.

| GRANDE CAPACIDADE DE CARGAO Mercedes-Benz Unimog é um veículo robusto, confiável e projetado para uma vida útil e longa. O quadro completamente soldado e os componentes do chassis encapsulados in-dicam que este veículo está projetado para lidar com os mais altos níveis de stress e tensão. Os eixos são reforçados e todos os pontos-chave são protegidos ou estão localizados em áreas protegidas. E, se as coisas ficarem demasiado quentes, como por exemplo, em caso de um combate a um incêndio, a blindagem ao calor disponível como opção proporciona a proteção adequada: órgãos importantes como o tanque “AdBlue”, catalisador, bateria, sistema de travões, entre outros, estão completamente protegidos das altas temperaturas.

| CONCLUSÃO: além das comprovadas capacidades off-road, o novo Unimog é, obviamente, eficiente, económico de fácil manutenção.Apesar dos desafios colocados pela norma Euro6, as vantagens do novo Unimog não foram ofendidas, pelo contrário, forma ampliadas. Apesar de ser um veiculo de característica únicas, o Unimog ainda beneficia do know-how da produção de pesos-pesados (leia-se: Camiões) da Mercedes-Benz da fábrica de Worth, na Alemanha.

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| KIA SORENTO

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BELA EVOLUÇÃO DA ESPÉCIEA primeira geração do Kia Sorento data de 2002. Em 2009 foi substituída por uma versão com mais 12 cm alcançando 4,69m de comprimento. A terceira geração acaba de sair e, não faz por menos, sobe a fasquia e aumenta mais 9,5 cm, num total de 4,78m de comprimento que o coloca entre dois segmentos, logo abaixo, por exemplo, do Mercedes ML que tem apenas mais 3 cm. Mas, na KIA, não há tabus: a tendência é construir, sem preconceitos, um SUV posicionado no segmento D com motores mais potentes e com quase, quase tudo, de um SUV Premium a preços muito competitivos. É preciso ter descaramento!

Ou seja, este Sorento vem provar que um construtor generalista é capaz de fazer um modelo com a filosofia premium. Uma estratégia ainda mais interessante quando se sabe que este Sorento pretende ampliar o seu raio de ação competindo com modelos mais compactos como Mitsubishi Outlander, o Volvo X60 ou o X-Trail, ao mesmo tempo que aponta as baterias para SUV como o Audi A7 ou o Volkswagen Touareg.

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| DE “TIGER NOSE” PARA “WOLF LOOK”O look do novo Sorento é surpreendentemente agradável. Faróis iminentemente longitudinais, a grelha com o padrão tridimensional em forma de diamantes emoldurado pelos faróis envolventes, acutilantes como um lobo e faróis de nevoeiro proeminentes. O capô comprido, “ancas” altas, a linha do tejadilho baixa e a silhueta inclinada conferem ao novo Sorento uma linha de design destinta de proporções dinâmicas e arrojadas. A cereja no topo do bolo são as vistosas luzes de travagem LED, impecavelmente integradas nas luzes traseiras.

| O ESTILO AO SERVIÇO DA HABITABILIDADE Para alcançar o objetivo, em Portugal, da venda de 200 unidades por ano o novo Sorento aposta forte naquilo que para a nação lusa é um ex-libris: o seu sentido de hospitalidade. Graças aos seus 4,78 m de comprimento que significa um aumento entre eixos de 8cm em relação ao seu antecessor, só não se torna mais fino ao jeito de um crossover sobrelevado como, sobretudo, se torna bem mais espaçoso no interior.

No interior a sensação é excelente. Os passageiros traseiros desfrutam de uma amplo espaço a bordo e mesmo a pessoa que vai no meio não é incomodada pelo túnel central. Especialmente, com um banco traseiro deslizante e um encosto reclinável, os ocupantes podem viver como querem. Mas, em termos de habitabilidade o Sorento não pára por aqui, os sete assentos de série são um trunfo sobre a maioria da concorrência. Ideal para famílias grandes.

Geralmente, confinados ao papel de assentos mais altos, os dois assentos da terceira fila do Sorento são capazes de receber dois adultos, sem problemas. A Kia teve ainda a clarividência de colocar duas entradas de ventilação e controlo de temperatura para a terceira fila. A única dificuldade diz respeito ao embarque, o teto ligeiramente rebaixado exige algum contorcionismo para evitar bater com a cabeça.

Todas as opções de configuração dos assentos mostram que o Sorento é flexível (142 L, 605 L ou mesmo 1662 L). Para dobrar o assento da 3ª fila, os designers de Frankfurt, encontraram uma solução muito inteligente: basta puxar por uma tira localizada nas costas do assento e este dobra-se mas, antes disso o encosto de cabeça dobra-se para melhor acondicionamento. É por ventura a solução mais simples e mais funcional dos últimos tempos.

Mas toda esta eficácia está espalhada pelo Sorento como um perfume. O interior sofreu uma revolução estética muito grande. Os materiais são tratados com espuma de plástico, couro sintético costurado, lacados em pele perfurada. O painel foi redesenhado e apresenta-se bastante funcional e ergonómico. Os detalhes interiores conferem muita qualidade.

| Um interior mais chique. Excelente sensação ao instalarmo-nos na frente.

Materiais de qualidade, ecrã táctil de 8 “ muito bem integrado, tudo bem de-

senhado. Sem dúvida, um salto para a frente, em suma, um bela evolução da

espécie.

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| MOTORIZAÇÃOKia, escolheu o motor 2,2 diesel de 200 cv e 441 Nm às 1750/2750 rpm. Uma caixa manual e uma automática, ambas, de seis velocidade. A versão 4x4, só por encomenda e apresenta-se com uma caixa automática e 185cv de potência.

O novo Sorento surge mais poderoso que o seu antecessor (+ 3 cv) e com mais binário (+ 10 Nm). No que diz respeito ás emissões de CO2, são de 149 e 172 g/km para as versões manual e automática, respectivamente. Gostávamos de ver o Kia Sorento seguir o movimento da maioria da concorrência, oferecendo uma caixa automática de 8/9 velocidades que, seguramente, baixava as emissões de CO2 e melhorava a relação motor/caixa.

No entanto, com um binário generoso e uma transmissão relativamente curta nas primeira passagens, o Sorento é mais sensível e proporciona bons momentos. Apesar do peso, o gigante Sorento torna-se leve, o barulho do motor está bem sufocado pelo isolamento acústico e o conforto e a suspensão fazem as delicias das grandes famílias.

| EQUIPAMENTO. OUTRO BOM ARGUMENTOKia, decidiu propor um riquíssimo equipamento de série quer no TX, quer no TX Automático, quer a nível de segurança, conforto, interior e exterior. No que diz respeito à segurança e só para citar alguns, encontramos: sistema Stop & Go, sensor de chuva, ESP ( Electronic stability Program), TPMS (Tire Pressure Monitoring System), encostos de cabeça ativos, entre outros. No que diz respeito ao conforto: vidros elétricos (frente/atrás), computador de borod, espelhos retrovisores aquecidos, ar condicionado dual zone, banco de 2ª fila reclinável 60/40, banco da 3ª fila reclinável 50/50, sensor de luz, etc.

No interior: espelho retrovisor electrocrómico. Ligação USB + Aux + Ligação Ipod, pneus suplente de dimensão normal, Bluetooth hand free com ativação de voz, rádio com leitor de CD + Mp3 c/ ecrã táctil 8” e câmara de estacionamento, 2 tweeters á frente, painel de instrumentos desportivo, tomadas de 12 v à frente e atrás, entre outros. Por fim, no exterior: barras de tejadilho longitudinais, espelhos retrovisores na cor da carroçaria, faróis de xénon, grelha cromada, jantes de liga leve 17”, pára choques da cor da carroçaria, spoiler traseiro e vidros escuros. Em opção: pintura metalizada , pack navegador (Navegador + Câmera + amplificador + Shark Antena).

Além disto tudo, a KIA oferece a imbatível Garantia de 7 anos e a grande novidade é a oferta de 6 atualizações do sistema de navegação. O novo KIA Sorento paga nas portagens Classe 1, se aderir à Via Verde. | Para dobrar o assento da 3ª fila, os designers de Frankfurt, encontraram

uma solução muito inteligente: basta puxar por uma tira localizada nas costas

do assento e este dobra-se mas, assim como o encosto de cabeça.

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MOTORTipo :Cilindrada (cm3) diâm.xcurso: Potência máxima: Binário máximo:

TRANSMISSÃOTração/Transmissão:

CHASSISSuspensão dianteira:Suspensão traseira:Direção:Diâmetro de viragem:Travões (dianteiros/traseiros):

CARROÇARIAComprimento/ Largura /Altura (mm):Distância entre eixos (mm): Peso Bruto (Kg): Peso rebocável com/sem travões (Kg).Manual:Automático:Número de lugares:Número de portas:

PNEUS E JANTES235/65R 17” Liga leve

PRESTAÇÕESAceleração dos 0-100 km/h Manual: Automático: Velocidade máxima km/h:

CONSUMOSCidade Manual: Automático: EstradaManual: Automático: MistoManual:Automático:

EMISSÕES CO2 (G/KM) Manual: Automático:

FICHA TÉCNICA

2.2 CRDi ISG VTG Turbo Diesel Common Rail2.199/85.4X96CV/rpm: 200 / 3800Nm/rpm: 450 / 1750-2750

Manual e Automática de 6 velocidades

Independente do tipo Macpherson com molas helicoidais.Multilink com molas helicoidais e amortecedores a gás.Hidráulica assistida (pinhão e cremalheira)15,4discos ventilados/discos

4.780 /1.890 /1.690 (com barras de tejadilho)2.7802.510

2500/7502000/75075

99,6203

6,98,0

4,95,7

5,76,5

149172

Campanha Promocional de preços*

TX > 44.387,48 €, com desconto de 5400 € = 38.987,48 € PVP chave na mãoTX Automático > 47.987,48 €, com desconto de 5400 € = 42.587,48 € PVP chave na mão.

* Campanha sujeita ao stock disponível. Consulte as condições em vigor em Kia.pt ou dirija-se a um Concessionário KIA.

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| 8º PASSEIO TT TURÍSTICO PINHAL TOTAL

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OLHOS NOS OLHOS COM A NATUREZA!

O todo-o-terreno turístico é o fio condutor por excelência do conhecimento geográfico, olhos nos olhos

com a natureza, com as pessoas e com os saberes que são testemunhos culturais e que trazem à

vida moderna, quotidiana, costumes e hábitos tradicionais dos povos e de toda a sua história. A nossa

história.

Pinhal Total, associação sem fins lucrativos levou a cabo a oitava edição do seu passeio turístico TT. Privilegiou-se não só a aventura inerente a esta modalidade turística mas, sobretudo, a toda a envolvência turística de mão dada com a rica a gastronomia da região. E, neste capitulo, a região não deixa os seus créditos por mãos alheias. Desde o cabrito estonado, os deliciosos maranhos, os peixinhos da horta, as trutas grelhadas, o coelho panado, a sopa de castanha, até ao bolo-rei de medronho sem esquecer o vinho Callum- um branco genuíno de Oleiros, cujas cepas curiosamente habitam junto às linhas de água - Oleiros, sabe de bem receber. E consequentemente, a gastronomia parece ser o ex-libris deste

passeio. Mais de 400 participantes foram conquistados pelo estômago, em vários pontos gastronómicos. O primeiro foi praticamente no céu, no Santuário do Cristo, numa gentileza da Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Oleiros que cedeu o local, sitio privilegiado, com uma vista panorâmica sobre a vila de Oleiros e as serras envolventes. Paragem obrigatória para saborear iguarias de confecção caseira, como os célebres maranhos e enchidos daqueles que põem a minha médica à beira de uma ataque de nervos. Entretanto, o percurso convergiu para o parque eólico de Alvelos, que fica situado na zona norte da serra com o mesmo nome. A cara-vana serpenteou os 18 aerogeradores e ainda não estava refeita do

Texto: ManoloFotos: organização

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deslumbre daqueles “moinhos de vento” dos tempos modernos, com os seus 60 metros de altura e já os olhares estavam arrebatados pelo pico branco da Serra da Estrela assim como pela musicalidade das águas do Zêzere.

Aldeia do Sobral surge no nariz da caravana. A freguesia criada em 1803, situa-se a Noroeste do concelho entre as freguesias de Álvaro e Madeirã, tendo como limite a Norte o rio Zêzere. Curiosamente, divide-se em Sobral de Cima e Sobral de Baixo. Terras com forte tradição agrícola onde se destacava, em tempos idos, o cultivo do linho.

Como testemunho de tempos duros, verifica-se a existência de algumas construções em xisto de arquitectura tradicional de onde espreitam belos sorrisos com toda a geografia da vida marcada nos rostos. Os amantes da fotografia fazem uma pausa para registar para a posteridade a passagem pela Igreja Matriz e a sua torre sineira.

Aproxima-se a hora do almoço. O recinto de festas de Madeirã, cedido pelo Grupo de Amigos desta freguesia, foi o local escolhido para o repasto. A existência de terrenos predominantemente florestais com boa madeira, parece estar na origem do nome deste lugar. Os habitantes locais deram as boas-vindas com uma peculiar mostra de artesanato e produtos locais: o macramé (uma forma de tecelagem manual) que é uma tradição viva, assim como as famosas cavacas e o bolo de mel. A aguardente de medronho não podia faltar dado que a sua produção é indissociável desta freguesia.

Também aqui, a caravana aprecia as “dádivas” do todo-o-terreno turístico, com a visita à capela do Senhor Jesus de Vale Terreiro e a Vilar dos Condes, a paragem seguinte, onde a hospitalidade e generosidade das gentes locais é irrepreensível. Neste lugar existe uma unidade de turismos rural de nome “Vilar dos Condes” que é um autentico santuário de tranquilidade: a aliança entre a natureza e o bem-estar,

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ladeado pelo rio Zêzere, ribeiras e um manto serrano e verdejante que fazem deste local um paraíso no interior de Portugal.

A hora da merenda chega num ápice. As filhós quentinhas e o café de cafeteira, um ícone nos passeios da Pinhal Total, são um argumento de peso para uma pausa retemperadora, na freguesia de Seladinha, com os olhos postos na vista panorâmica sobre as antigas minas de volfrâ-mio do Cavalo, património geomineiro do concelho de Oleiros.

De regresso a Oleiros, já o pôr-do-sol iluminava timidamente aquela que é a parte mais radical de todo o passeio: a pista de obstáculos. Com uma excelente moldura humana e música animada, os mais cora-josos mostraram todos os seus dotes e desafiaram a própria física. Exaustos mas contentes, todos rumaram até ao Hotel Santa Marga-rida, para o apoteótico jantar de encerramento, animado pelos verda-deiros artistas locais, Miguel e Carlos Agostinho.

Nota máxima para um grande dia de todo-o-terreno turístico. O êxito é, naturalmente, partilhado pela eficácia da organização e pelo com-portamento cívico dos participantes. Além disso, a presença da Guarda Nacional Republicana e de várias equipas dos Bombeiros Voluntários de Oleiros, permitiram engrandecer e garantir a segurança de um dos eventos referência do todo-o-terreno turístico nacional.

| OLEIROS E O TURISMO DE MONTANHAO mapa “Rota das montanhas” encontra-se disponível no posto de turismo de Oleiros e serve de apoio à recentemente criada Rota das Montanhas, a qual resultou de um trabalho conjunto entre os técnicos do município de Oleiros e do Geoparque Naturtejo. Sob o lema “ A Evasão da Rotina”, este consiste num percurso com cerca de 100 quilómetros, o qual contempla a passagem pelos vários pontos de interesse do concelho. No mapa constam ainda outras informações de interesse turístico e cultural, como o património natural e histórico-natural, percursos pedestres, manchas florestais de relevo, locais de artesanato local, praias fluviais, principais percurso serranos, monumentos naturais, aldeias de xisto preservadas, unidades de alojamento e de restauração, distâncias e indicações várias, assim como os contactos úteis.

Numa estratégia que visa promover a cultura de montanha do território, assim como os seus produtos locais, os chamados produtos da montanha, esta é, sem dúvida nenhuma, uma excelente sugestão do concelho de Oleiros a ter em conta, para umas férias ou um fim-de-semana em contacto, olhos nos olhos, com a natureza.

O projeto “Rota de montanha” tem como mentor a figura do Padre, jesuíta, António de Andrade, nascido em Oleiros em 1581, uma referência enquanto “escalador dos Himalaias e descobridor do Tibete”

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| AO VOLANTE DO CITRÖEN C4 CACTUS

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DE VENDAS NOVAS A MONTEMOR-O-NOVO

Percurso misto, com cerca de 50 km. Grau de dificuldade: mínimo Conceito: turístico/familiar 4x2 e 4x4 Equipamento aconselhado: máquina fotográfica, água, binóculos, espírito de descoberta e boa disposição.

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| AIRBUMP: UM EXCLUSIVO CITRÖENÉ a expressão base do design: associar o estilo à função. Incorporados nos flancos e nos pára-choques, o s Airbump estruturam graficamente o estilo puro e liso do Citröen C4 Cactus. Disponíveis em quatro cores (preto, cinza, dune e chocolate), multiplicam as possibilidades de personalização em associação a 10 cores disponíveis e a 3 universos de interiores.

Nota 6 metros: 170 À esquerda para terra (pista) em frente ao CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens).

Nota 7 metros: 2600

Nota 10 metros: 100 Segue em frente

Nota 9 metros: 600

Nota 8 metros: 1200

Partimos do Posto de Turismo de Vendas Novas, um antigo moinho de vento, situado na Avenida 25 de abril.Nota 0 metros: 0 Siga entre o mesmo e o gimnodesportivo em direção ao depósito de água, na direção Sul.

Nota 2 metros: 385 Entra em terra

Nota 3 metros: 550 Tem Stop

Nota 1 metros: 100 Segue à direita

Nota 4 metros: 550 Tem Stop

Nota 5 metros: 270Sai na terceira à direita

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O Citröen C4 Cactus conta com proporções optimizadas em beneficio do estilo, da habitabilidade e do conforto de condução:Uma distância entre eixos de 2,60m (equivalente ao Citröen C4) que beneficia a habitabilidade, com medidas de uma berlina compacta (comprimento: 4,16m; largura: 1,73m);Um perfil ideal em termos de estilo com 1/3 de superfície vidrada e 2/3 de flancos;Uma altura optimizada de apenas 1,48 m em beneficio da aerodinâmica;Cavas de rodas reduzidas que integram as rodas nos quatro cantos da carroçaria.

Nota 11 metros: 1300* A 600 metros à direita fica a Rua 7 de Abril (Dia Mundial da Saúde). Não ligue, continue em frente.

A 1300 metros vire à esquerda para ponte

Nota 12 metros: 6300 Entra em asfalto à esquerda

Nota 13 metros: 2150 Stop. Siga à esquerda e explore Cabrela

O nome da vila parece estar ligado ao facto de, em tempos remotos, a região ter sido local onde proliferava a cabra selvagem.Desta singular vila destaca-se a Igreja Matriz de Nª Sr.ª da Conceição (séc. XVII), com o seu Altar das Almas, composto por retábulo barroco de talha dourada; e as imagens de pedra ançã, do séc. XV,

Nota 14Depois de explorar Cabrela, regresse ao Stop da nota 13. O nosso road-book recomeça ai. Ponha o odómetro a zeros. Siga em frente na direção de Alcácer do Sal e deixe a estrada que vai para Setúbal (de onde veio) ao lado direito.

Nota 15 metros: 1800 Vira à esquerda para terra, junto ao poste nº5Entra em estradão lindíssimo.

Nota 16 metros: 14100Vire à esquerda para CASAS NOVAS, entre eucaliptal com pequenos eucaliptos, antes (mais ou menos 70 metros) de uma antiga escola primária transformada em Centro de Interpretação.

de Sta. Margarida e S. Sebastião.O artesanato é um dos aspetos evidentes da ruralidade da povoação de Cabrela. Trabalhos em madeira e palha. O Sr. Alexandrino Cristóvão e os instrumentos de cortes e enxós.Cabrela - A singular vila de sempre, património natural a caminho das terras do sado.

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| CONFORTOPrimeiro ponto para aumentar o conforto: libertar o espaço para condutor e passageiros. Reestruturar o habitáculo para garantir maior facilidade de utilização e convívio.

O painel de bordo de linhas horizontais permite oferecer espaço adicional para o passageiro da frente e um volume de arrumos generoso e de fácil acesso. Tal, foi conseguido pela adopção de um <<interface>> 100% digital e pela optimização da arquitectura do posto de condução:Transferência do airbag do passageiro para o tejadilho (tecnologia Airbag In Roof), que se desenrola ao longo do pára brisas (considerando que está, geralmente, integrado no painel);

Remoção dos botões de controlo em beneficio de um ecrã táctil de 7 polegadas que agrupa todas as funções (climatização, sistemas multimédia, navegação, configurações, telefone, serviços conectáveis e ajudas à condução).

Os amplos bancos da frente também beneficiam desta nova abordagem arquitectónica, tendo sido desenhados no espírito de sofá , para maior conforto e convívio. O mesmo acontece com os bancos traseiros. O Cactus oferece uma generosa bagageira de 358 litros de volume. Os acabamentos interiores tipo mala de viagem é evocado na forma de ‘piscar de olho’ ao universo das malas e bagagens, da evasão e da descoberta.

Nota 17 metros: 1150 Está em CASAS NOVAS. Visite o Café <<Saudade>> e conheça a simpática Dona Filomena. Vale a pena.

Nota 18 metros: 1200 Siga na direção de Safira e Paião

Nota 19 metros: 1300 Vire à direita e siga paralelo à linha do comboio.

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| REDUÇÃO DOS CONSUMOS DE COMBUSTÍVEL A diminuição da massa permite adoptar as mais recentes gerações de motores de cilindradas mais baixas. Tal, permite reduzir os consumos, mantendo todo o prazer da condução.

No caso do Cactus, regista-se um ganho de 200 kg comparativamente ao peso de um Citröen C4 (resultando em 965 kg de peso). Este resultado é consequência de um conjunto de comprovados pontos-fortes: Uma plataforma compacta e mais leve;Motores das mais recentes gerações e de baixa cilindrada que respondem à regulamentação Euro6 (gasolina Pure Tech e diesel BlueHDi, equipados com Stop & Start).

Outras escolhas para a redução de peso: aço de elevada elasticidade, capô em alumínio, vidros traseiros com abertura (-11 kg) e banco traseiro rebatível do tipo monobloco (-6 kg).

Um ganho de peso que permite propor uma versão a gasolina com emissões CO2 inferiores a 100 g/km e uma versão diesel de apenas 82 g/km de CO2 com um consumo, segundo o fabricante, de 3,1 litros por cada 100 quilómetros.

Informação detalhada do Citröen C4 Cactus em www.revista4x4.pt

Nota 21 metros: 2650 Siga à direita, antes do túnel.

É extremamente difícil encontrar documentação sobre a fundação desta aldeia medieval, mas sabe-se que a sua igreja (já referida anteriormente) foi mandada erigir no século XV, no decorrer do Bispado do filho de D. Manuel I de Portugal, o Infante Cardeal D. Afonso.

Hoje esta igreja encontra-se parcialmente em ruínas. Sabe-se também que existia na zona um fábrica de cal e duas minas, uma de arsénio e outra de cobre. Em termos de agricultura, predominava o cultivo da cevada.

Explore e encante-se com o local.

Nota 20 metros: 4700 Chegou às ruinas da igreja de Safira, na aldeia desabitada com o mesmo nome.

Abra e “fexe” o pequeno portão e descubra um dos sítios mais singulares deste percurso. Foi nesta aldeia condal, quando decorria o ano de 1768 que Thomás de Vasconcelos Camello, então pároco da Igreja de Nossa Senhora de Safira (na altura Nossa Senhora da Natividade), respondeu aos interrogatórios religiosos, chefiados pelo Arcebispo de Évora, dizendo que a aldeia (de Safira) contava com 57 propriedades privadas, onde nelas residiam cerca de 578 pessoas. O restante documento, que ainda existe, refletia sobre as atividades agrícolas e pastorícia existentes na aldeia, os pagamentos das rendas e os danos causado pelo grande terramoto de 1755.

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| NÃO SE ESQUEÇA: Cumpra as mais elementares regras de civismo e bom-senso.Os passeios TT não são competição e obedecem a limites de velocidades estabelecidos por lei.Cuidado nos cruzamentos em asfalto.Feche sempre as cancelas.

Não perturbe o gado. Respeite a natureza e pare sempre que encontre peões ou ciclistas. Que os únicos vestígios da sua passagem sejam as marcas deléveis dos pneus do seu veículo.

Nota 25 metros: 100 Abra e feche cancela na direção de Paião.Atenção, a abertura da cancela é do lado direito.

Nota 26 metros: 1100 Siga na direção de Paião. Passa a Mata Ladrões, e atravessa a propriedade da família do excelente piloto António Félix da Costa.

Nota 27 metros: 3100 Chega ao alcatrão e o nosso percurso chega ao fim. À esquerda segue para Montemor-o-Novo, à direita para Alcácer do Sal. Se optar na direção de Montemor-o-Novo e quiser almoçar ou jantar aconselhamos o Snack Bar Tobias. O nome não é muito apelativo e a decoração é um misto de tasca alentejana com candeeiros do IKEA, mas a comidinha caseira confeccionada pela Dona Olinda Picanço, é qualquer coisa, muito bom! Só confecciona produtos frescos da época e cada dia só há o prato do dia. Fica situado no Largo Machado dos Santos.

Nota 22 metros: 60 Siga à direita para PAIÃO

Nota 23 metros: 2200 Siga à esquerda junto ao Monte do Cordeiro. Se quiser visite o monte, é muito interessante, mas atenção, apure o seu sentido de orientação.

Nota 24 metros: 80 Siga pela esquerda na bifurcação do olival.

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| CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4X4 - VALONGO

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ARRANQUE NUBLADO

Tabo Team (Absoluto), Valvolinas Team/XS5 (CNTrial XL), Pizzaria Refugio (Super-proto) e TransAct

Lat Team (Promoção) foram os grande vencedores da ronda inaugural do Nacional de Trial 5x5. Em

Valongo, o mau tempo não deu tréguas e as dificuldades de progressão foram demolidoras. Está dado

o mote...

A temporada 2015 do Campeonato Nacional de Trial 4x4 arrancou em Valongo. Duas dezenas de equipas encontraram um circuito bastante técnico e exigente muito por culpa da intensa chuva que se fez notar ao longo de todo o dia. O muito público presente não arredou pé

apesar da fortes chuvas que se faziam enquanto as equipas “faziam pela vida” ao longo de cerca de três quilómetros de traçado exigente, composto por dez obstáculos. Um percurso igual ao ano anterior – as alterações foram poucas face a 2014 – que ainda assim permitiu

um bom espectáculo de Trial 4x4. Desde as sessões de treinos, que se percebeu que a pista iria causar problemas a muitas das equipas.

Texto e Fotos: Luis Miguel Almeida

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| CLASSE ABSOLUTONa principal classe em prova, e também uma das mais concorridas, a vitória ficou na posse da dupla campeã em título, a Tabô Team 4x4. Flávio Gomes e Rui Carvalho (Jeep Wrangler) que em 2014 tinham ganho todas as provas do calendário há excepção de uma… precisamente a de Valongo, entraram no novo ano decididos a revalidar o título e desta vez bateram o pé e assinaram um triunfo pleno de autoridade como bem expressam as quatro voltas de vantagem com que terminaram face aos segundosclassificados.

Esta foi uma classe onde as posições do pódiocedo ficaram decididas. A Team Dediland/Tuff4x4, de Jorge Araújo e Jorge Silva (Land Rover Defender), ficaram a quatro voltas do vencedor. Problemas ao nível do guincho e ainda a rutura de um cubo da roda, na fase final, impediram-na de ir mais além.

| CLASSE XLNa falta de Super-Proto (onde se incluíam os modelos krawler), a classe XL revelou-se como a mais espetacular. Em causa estão modelos que resultam de um fusão de conceitos que resulta em modelos com capacidades acima da média graças a uma carroçaria “curta” e uma estrutura tubular ligeira apoiada que facilitam, e muito, o trabalho dos motores e das suspensões. O resultado é excelente para a modalidade com uma capacidade de transposição de obstáculos digna de destaque. Foi a classe mais animada e aquela em que a luta pelos lugares do pódio se revelou mais intensa.

A vitória sorriu à dupla Carlos Rodrigues/José Sobral, da Valvolinas Team/XS5 (Toyota BJ73 proto). A dupla, estreante nesta classe, ainda apanhou um susto nos treinos quando em resultado de um salto uma das rodas cedeu. Situação que ocupou a equipa de assistência

durante toda a manhã e que só foi resolvida com ajuda de equipa adversária (pecaslan-drover.com). Já na fase de corrida, porém, tudo correu de feição, à dupla de Lisboa, que com andamento forte foi subindo posições até se fixar em definitivo na liderança, vindo a conservar até final.

Em excelente momento de forma esteve também a JMF, com Frederico Fernandes ao volante – a substituir o irmão a recuperar depois de uma intervenção cirúrgica – e navegada por António Azevedo (Jeep Wran-gler CX5). A equipa largou da sexta posição e começou por se fixar no quarto posto mas na fase final, um forcing permitiu-lhe ascender à segunda posição. A cerca de 45 minutos problemas ao nível do cabo de guincho quase deitou tudo a perder mas a equipa não baixou os braços e segurou o pódio por 25 segundos. A luta pela segunda posição foi um dos pontos altos da prova de Valongo, com a Mister Reboques, de António Henriques e Macelo Lopes (Jeep Wrangler XS5) a terminarem a menos de um minuto dos antecessores. Um excelente resultado para uma dupla estreante e abre boas perspetivas para o restante calendário.

Naquela que foi a classe mais participada a Ladricolor/STS/Europarts4x4, de Rui Querido e Ivo Mendes (Toyota BJ40) sofreu a bom sofrer. Inúmeros problemas ao longo de todo o dia, (problemas) impediram a equipa de se envolver verdadeiramente pelos lugares do pódio, pelo que a quarta posição até acabou por ser bem recebida pela equipa.

A fechar o top-cinco, uma das mais veteranas equipas, ex-campeões nacionais, a Peças Land Rover (ex-Horticolas Team), de Luis Jorge e Tiago Santos (Jeep Wrangler XS5) também eles a braços com inúmeros problemas nomeadamente ao nível do guincho e de furos – nada mais nada menos que quatro! – que

hipotecou melhor resultado.

| CLASSE PROMOÇÃONa classe mais original, ou seja, aquela em que as viaturas usadas mais se assemelham às que usamos no dia-a-dia a participação foi escassa. Apenas quatro equipas inscritas e destas apenas duas lograram completar, pelo menos, uma volta e amealhar assim pontuação (as restantes não conseguiram terminar qualquer volta). Vitória para a eclética dupla de Rui Policarpo/Ricardo Barreira, do Team TransAct Lat Team (Land Rover Defender), eles que também costumam aventurar-se por outras modalidades como a navegação 4x4. Apesar de alguns contratempos mecânicos, nome-adamente ao nível da transmissão traseira e furos, conseguiram sempre aguentar-se no comando da classe impondo-se à formação de António Silva/Luís Bacelo, da Canelas Pneus (Nissan Patrol GR) que ficaram a uma volta.

A fechar, nota apenas para a classe Super-Proto, vitória para o único inscrito, a Pizzaria Refugio dos irmãos Ricardo e Paulo Lourenço, em Jeep Wrangler, apesar de terem apenas completado uma volta ao traçado

http://www.cntrial4x4.com

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| CAMPEONATO NACIONAL DE TRIAL 4X4

O CÉU É O LIMITE

Torres Vedras assistiu, mais uma vez, a um grande espetáculo de trial. Pelo segundo ano consecutivo o clube Ecomotor, que não brinca em serviço, levou a efeito uma etapa do campeonato nacional de trial 4x4. O resultado não podia ser melhor.

A lista de inscritos já deixava antever uma boa jornada de trial. Em pis-

ta marcaram presença 30 equipas arrumadas pelas várias categorias (Absoluto, XL, Super Proto e Promoção). A pista do Sarge, à base de obstáculos naturais: socalcos, valas e subidas íngremes, com ângulos de rampa quase imorais, acusou lotação esgotada, ambiente de festa e uma organização a merecer o nosso destaque quer pela organização em si, quer pela promoção do evento.

Texto e Fotos: Manolo

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| CATEGORIA ABSOLUTO. FLÁVIO GOMES SOME E SEGUE. Quem é que pára Flávio Gomes (Tábô Team 4x4)? Desta feita, a equipa do Wrangler amarelinho não venceu o prólogo e, por isso, não partiu em primeiro, mas foi logo na primeira volta que “agarrou” a liderança para nunca mais a largar. A equipa de Bragança, preparadora do seu próprio carro (“uma mistura fina de Wrangler, GR, Toyota e até de trator”), impôs sempre um ritmo muito forte e completou 26 voltas durantes as três horas de resistência. Com duas vitórias, nas primeiras duas etapas, faz o pleno e é, naturalmente, o lider da categoria.

Rui Rocha (Team RJ 4x4) alcançou a segunda posição e foi uma das

surpresas do dia. O piloto de Arouca, participou época passada na categoria Promoção. Esta época, subiu a fasquia para a Absoluto e depois de um quinto lugar em Valongo, conquistou um excelente segundo lugar em Torres Vedras. O Toyota correspondeu às aspirações da equipa e só falhou a poucos metros da meta.

A completar o pódio, surge mais um estreante : Jorge António (Team Dediland/Tuff4x4). Acusou algum desgaste durante a resistência e, naturalmente, cometeu alguns erros, embora sem nunca se distanciar de Rui Rocha.

| Tábô Team 4x4 - Flávio Gomes; Rui Carvalho;

Jeep Wrangler

| Team RJ 4X4 - Rui Rocha; João Rocha; Toyota| Team Dediland - Tuff4x4; Jorge Araújo; Joel Silva;

Land Rover td5 110

| Rui Carvalho (Navegador) e Flávio Gomes (Piloto), a dupla vencedora.

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| CATEGORIA XL. A VITÓRIA DA DETERMINAÇÃORui Querido, o campeão em 2014 da categoria XL, teve que suar as estopinhas para levar de vencida a jornada que disputava em “casa”.Logo na primeira volta teve um contratempo e perdeu muito terreno para a concorrência, mas com a determinação que lhe é reconhecida nunca deitou a toalha ao chão e encetou uma recuperação a todos os títulos excelente. Já na última volta, num cocktail vitorioso de determinação e alguma sorte, porque a dita cuja protege os audazes, diz o povo nem sempre com razão, a concorrência mais direta ficou “plantada” num obstáculo, e Rui Querido suspirou de alivio ao cumprir mais uma volta (18) que o segundo classificado.

Carlos Rodrigues (Valvolinas/ XS5/ Leirilumen) começou por aproveitar bem o desaire inicial de Rui Querido para ganhar alguma vantagem. Não teve travões na última meia-hora de prova, mas foi gerindo com a caixa de velocidades. Liderou praticamente todo o tempo mas na última volta acabou por morrer na praia , um problema com o guincho deixou-o de forma irreversível “plantado” num obstáculo. Com a vitória em Valongo e o segundo lugar na pista do Sarge, o piloto alfacinha, é lider da categoria XL, com mais 5 pontos que Rui Querido.

| SUPER PROTO. A LUTA DOS PESO-PESADOSSe em Valongo não tiveram concorrência à altura e consequentemente a vitória não foi difícil de alcançar, em torres vedras os manos Lourenço (Pizzaria refúgio) tiveram que puxar pelos galões, durante a prova de resistência. Durante as duas primeiras horas travaram um duelo titânico com Alexandre Lemos (Team Serrão) que foi bonito de ver, mas os problemas com o WRC da equipa de Macedo de Cavaleiros deram vantagem à dupla familiar. Cumpriram as três horas com 17 voltas ao circuito. Filipe Esteves (F.Power) , outro estreante, concluiu com 12 voltas e Alexandre Lemos, completou o pódio, com 11 voltas completas.

| Ladricolors - STS - Euro4parts | Rui Querido; Ivo Mendes; Toyota BJ40

| Valvolinas - XS5 - leirilumen | Carlos Rodrigues; José Sobral; Toyota BJ73

Proto XS

| JMF; Bruno Fernandes; José Santos; Wrangler XS5

| Pizzaria Refúgio; Ricardo Lourenço; Paulo Lourenço; Jeep Wrangler

| F. Power; Filipe Esteves; Claúdio roque: Proto F. Power

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| Promoção ao rubro!

| Team Jot4x – Gs; João Marcos Vicente; Luis Lourenço Silva; Toyota bj 40

| PROMOÇÃO. SUPREMACIA DE RUI POLICARPO10 Equipas entraram em pista para disputar a Classe Promoção. À semelhança de Valongo, Rui Policarpo (Transact Lat Team) dominou por completo a prova na sua categoria: venceu o prólogo, partiu na frente e assim acabou as duas horas de resistência.

O segundo e terceiro lugares são para os estreantes, João Rebelo (Trial Cars) e João Vicente (Team Jot4x Gs), respetivamente. Ambos, resistiram às duas horas de prova sem qualquer avaria ou paragem. João Rebelo terminou a um escasso minuto e 36 segundos do vencedor e João Vicente a uma volta dos dois primeiros classificados.

Na próxima edição publicaremos as provas de Chaves e Penafiel. Todas as classificações atualizadas em www.cntrial4x4.com

Fotos disponíveis e gratuitas de todas as equipas para os nossos leitores, basta solicitar através do email [email protected]

| Team Serrão; Alexandre Lemos; Paulo Cortez; WRC

| Transact Lat Team; Rui Policarpo; Ricardo Barreira; LR Defender td5

| Trial Cars; João Rebelo; Manuel morgado; Range Rover

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| CAMPEONATO REGIONAL TRIAL E RESISTÊNCIA DA MADEIRA

PONTAPÉ DE SAÍDA... EM GRANDE!

O campeonato é composto por 3 provas e dividido em duas classes: Promoção e Extreme, sendo que a principal característica que as difere é o tamanho dos pneus e pelo facto das viaturas da classe Promoção serem obrigato-riamente munidas de chassis e carroçaria de origem ou homologadas. Estes requisitos não se aplicam, naturalmente, à classe Extreme, onde os desenvolvimentos quer estéticos quer de mecânica são praticamente livres, se bem que ambas as classes têm obrigatoria-mente de respeitar o regulamento específico da competição, com especial ênfase para os itens de segurança de pilotos e máquinas.

Tal como aconteceu em 2014, a primeira jornada do campeonato teve como pano de fundo o concelho nortenho de Porto Moniz, mais concretamente na pista dos Lamaceiros, nome curioso para uma pista de trial, tendo o público uma vez mais comparecido em grande número a este evento de puro e duro,

vibrando com o desempenho das equipas olhos nos olhos com os mais variados obstáculos. Após as verificações técnicas e administrativas, seguiu-se o prólogo. Na classe Promoção o melhor tempo pertenceu à estreante “Team Carxop”, em Range Rover, que ainda recebeu de bónus 1 ponto extra para a classificação geral do campeonato. Na classe Extreme, o vencedor foi a “100TTerra”, em Nissan Patrol, recebendo igualmente 1 pontinho extra, na sua conta corrente. Recorde-se que em 2014 os pontos extra atribuídos no prólogo foram determinantes , em ambas as classes, no apuramento dos vencedores.

Nas 2 horas de resistência as duas classes alinharam lado a lado. No decorrer do percurso havia troços comuns a todas as equipas, e outros que eram da exclusividade de cada classe, diferenciando-se, sobretudo, pela dificuldade acrescida dos obstáculos.

Disputou-se na ilha da Madeira a primeira jornada da 2ª Edição do

Campeonato Regional de Trial e resistência da Madeira, organizada

pelo Núcleo 4x4 do Clube Desportivo e Cultural de Porto Moniz.

Texto: Paulo MarquesFotos: Nuno Freitas

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Na classe Promoção, o primeiro terço da prova foi equilibrado até que a equipa “Relaxa que encaixa” , aos comandos de um lendário UMM assumia definitivamente a liderança. A formação composta por Mário Corte e Miguel Fernandes, cumpriu as 2 horas de prova, completando 18 voltas ao circuito. Na segunda posição, classificaram-se os campeões em titulo, “Vulcanizadora 25 de Abril” de Nuno Berenguer e Filipe Marques, aos comandos de um Mitsubishi Pajero, com 16 voltas. A fechar o

pódio e com menos 3 voltas que o vencedor, posicionou-se a equipa “ Magno Car Service – 100TTerra”, com Duarte Gomes e Henrique Maciel aos comandos de um Nissan Patrol. Classificaram-se ainda as equipas “Auto Jeitinho” (Alexandre Santos/Luis barreto/ Toyota BJ40) e “Team Carxop” (Diogo Pereira/ Paulo Gonçalves/ Range Rover), com 5 voltas cada e que, naturalmente, também pontuaram para o campeonato. No que diz respeito à classe Extreme, a

“100TTerra” lideraram a corrida desde o inicio, tendo Diogo Sousa e Vítor Oliveira levado o seu Nissan Patrol até à vitória, cumprindo 13 voltas. A segunda posição foi conquistada pela formação “Prato&Prego” da dupla Carlos Costa/Roberto Flor que com o seu Nissan Patrol cumpriram 11 voltas. A fechar o pódio, a “Auto Prestígio” , de Armando Jardim e Miguel Ângelo, em Toyota BJ73, com apenas uma volta.

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