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SIMIONI, Claudete Aparecida (Campo Bonito)
COMISSIO, Elaine Margarida (Cascavel)
NATH -BRAGA, Margarete Aparecida (Cascavel)
1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXT UAL
Professor(a):
O conto é um gênero que acompanha a história de vida de cada um e é um
instrumento muito rico de trabalho em sala de aula. São escritos de muitas maneiras
e falam de diferentes temas. Suas narrativas podem ser buscadas tanto na fantasia
quanto nos fatos do nosso dia a dia. Assim, ficção e realidade podem ser somadas
para a produção de um conto.
Um aluno que frequenta ambientes em que os livros possuem lugar de
destaque, mediando relações e inspirando atividades, tem mais chances de
perceber a importância da leitura para a vida, e de estabelecer uma relação
prazerosa com os livros.
Para que isso aconteça, é importante priorizar, na escola e em sala de aula,
desde os anos iniciais, atividades que enfatizem e reforcem a leitura como
instrumento para entender o mundo, para se relacionar com a cultura, com a língua
escrita e com as pessoas. Tais atividades devem colaborar para a criação de um
clima leitor, estimulando e encorajando a leitura e, consequentemente, a escrita.
Pensando nisso, você pode iniciar essa SD comunicando aos alunos que
será realizado uma Mostra Literária com a produção de contos. Os três melhores
contos produzidos serão publicados em jornal e expostos em banner. Sugerimos
que a equipe pedagógica elabore os critérios de avaliação dos textos e monte uma
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 07
GÊNERO TEXTUAL “CONTO CONTEMPORÂNEO” (5º ano)
comissão julgadora composta por um representante de cada segmento (alunos,
pais, professores, APMF, secretaria Municipal de Educação etc.).
Para socialização dos contos produzidos, sugerimos que seja marcado um
dia para um sarau. Nesse caso, depois dos contos produzidos, a escola marcaria
uma data, chamaria os pais, algumas autoridades e toda a comunidade escolar para
ouvir os alunos lendo seus contos. Todos seriam prestigiados, sem haver uma
classificação. O local pode estar enfeitado com desenhos relacionados aos contos
lidos naquele dia.
2 RECONHECIMENTO DO GÊNERO
O trabalho com o conto deve partir de um reconhecimento do mesmo e, para
isso, sugerimos que faça um levantamento prévio sobre os conhecimentos que os
alunos possuem a respeito desse gênero. Questione-os:
Depois de ouvi-los, leve-os à biblioteca e apresente livros com contos
contemporâneos, e fale do contexto de produção (autor, data de publicação, local,
editora etc.).
Obs . É importante que sua ideia seja previamente aceita pela Equipe Pedagógica da escola, pois elaborar um concurso demanda planejamento e adesão da Secretaria Municipal de Educação, já que é necessário o engajamento de várias pessoas para que o trabalho se concretize da melhor forma possível.
• Vocês sabem o que é um conto? • Já leram alguns? (nesse momento,
seria interessante que você, professor(a), fosse listando o nome de alguns contos no quadro, conforme os alunos forem apontando-os).
• Onde? Quem lhe proporcionou a leitura?
• Quem produz textos desse gênero? • Quais os locais de circulação dos
contos? • A qual público se destina?
2.1 Pesquisa sobre o Gênero
Professor(a), em 2002, por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola
(PNBE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), foi
distribuída, para todas as escolas municipais e estaduais, a coleção Literatura em
Minha Casa, composta por cinco volumes, cada um com gêneros diferentes . Entre
eles, há volumes com coletâneas de contos contemporâneos dos melhores contistas
brasileiros. Sugerimos que leia para seus alunos um desses contos, para chamar a
atenção deles para o gênero. Veja alguns dos livros:
Algumas sugestões de leitura de contos:
Contos: Autor(a) Faca afiada Bartolomeu Campos Queiros A onça e o Bode Sílvio Romero Um ano novo danado de bom! Ângela Lago Esta casa é minha! Ana Maria Machado A contadora de histórias Pedro Bandeira A segunda cartilha João Anzanello Carrascoza www.dominiopublico.gov.br/ Neste site você pode baixar livros
2.2 Leitura de textos do gênero Os leitores de contos Leitores de contos são, em primeiro lugar, leitores de narrativas. Pessoas que encontram nas narrativas ficcionais um espaço para reflexão sobre a realidade, que buscam os cenários criados pela imaginação alheia como modo de escapar da realidade estressante em que vivem, ou que leem pelo prazer propiciado pelos textos ficcionais. O século XIX viu as narrativas longas reinarem absolutas na preferência dos leitores. Os romances, que se estendiam por muitos capítulos e que eram publicados em periódicos, tinham um público fiel. No século XXI, em plena era da informação e em um mundo no qual a imagem representa o apelo mais sedutor, as narrativas longas foram, aos poucos, perdendo espaço, e o conto conquistou a preferência dos leitores. Sua estrutura mais enxuta e sua capacidade de apresentar, desenvolver e solucionar um conflito em tempo relativamente curto, parecem ser as principais razões do sucesso dos contos entre os leitores contemporâneos.
Informações ao(à) professor(a)
Conto contemporâneo Segundo Reis (1987), o conto contemporâneo, reflexo da nova narrativa que se foi
construindo nas últimas décadas, substituiu a estrutura clássica pela construção de um texto curto, com o objetivo de conduzir o leitor para além do dito, para a descoberta de um sentido do não-dito. A ação se torna ainda mais reduzida. Surgem monólogos, destaca-se a exploração de um tempo interior, psicológico, e a linguagem pode, muitas vezes, chocar pela rudeza, pela denúncia do que não se quer ver. Desaparece a construção dramática tradicional que exigia um desenvolvimento, um clímax e um desenlace. Em contrapartida, cobra a participação do leitor, para que os aspectos constitutivos da narrativa possam ser por ele encontrados e apreciados. Exige uma leitura que descortine não só o que é contado, mas, principalmente, a forma como o fato é contado, a forma como o texto se realiza.
Os contos costumam ser escritos para publicação em livros. Em alguns casos, também circulam em revistas. Como os livros são os principais espaços de circulação dos contos, isso faz com que haja diferentes tipos de livros em que eles aparecem: aqueles idealizados pelo autor, que reúne vários textos organizados a partir de um critério pessoal; edições planejadas para divulgar os melhores textos de um mesmo autor; ou, ainda, antologias com contos de diferentes autores, organizados tematicamente ou por sua qualidade. O fato de os contos circularem prioritariamente em livros dá aos seus autores maior liberdade porque é raro terem de se submeter a prazos apertados como os dos autores de textos escritos para publicação em jornais e revistas. Como normalmente dispõe de maior tempo para escrever, o contista costuma dedicar, no momento de criação, uma grande atenção ao planejamento da sua estrutura, à construção das personagens, à solução do conflito. É também comum reescrever um conto várias vezes antes de considerá-lo “acabado”.
O conto trabalhado nessa SD, “ Um avô e seu neto” é um exemplo de antologias com contos de diferentes autores, organizados tematicamente ou por sua qualidade, e foi retirado do livro “Nem te conto!”
Professor(a), Este é o momento em que seu aluno irá se familiarizar com o gênero conto
contemporâneo. Por isso, é importante fazer um trabalho de leitura que propicie tanto a percepção das características principais desse gênero, quanto do seu contexto sócio-histórico-ideológico. Portanto, é imprescindível que o mesmo realize leitura de mais de um conto.
Sugerimos a leitura dos dois contos abaixo, sobre os quais você poderá fornecer o livro (caso esteja disponível na escola) ou providenciar cópias para os alunos.
Algumas características do Conto Contemporâneo
� O conto contemporâneo interage com o leitor, fazendo-o ir além do que não está escrito.
� Concisão, brevidade, economia de palavras, profundidade, unidade de tempo e ação, narração de um episódio (início, meio e fim), poucos personagens.
� A história é apresentada em parágrafos, geralmente curtos, com uma dimensão do tempo muito ampla.
� A figura do orador, aquele que contava as histórias na transmissão oral, com o advento da escrita, tornou-se o narrador, que passou a ter preocupações estéticas e criativas.
� Poucos personagens intervêm na narrativa. � Cenário limitado, espaço restrito. � Diálogos sugestivos que permitem mostrar os conflitos entre os personagens. � A ação é reduzida ao essencial, há um só conflito. � A narrativa é objetiva. Por vezes, a descrição não aparece.
Tipos de Contos
Humor Fantástico Mistério e Terror Realista Psicológico Sombrio Religioso Minimalista
Para saber mais sobre os tipos de contos e suas principais características, sugerimos o volume “O que é conto”, de Luzia de Maria Reis, Coleção Primeiros Passos. Visite também a homepage: http://recantodaspalavras.wordpress.com/conto/
Conto 1 Mudanças no galinheiro mudam as coisas por inteiro
O Sol estava resfriado e tinha tomado uma aspirina.
Mesmo assim, o nariz continuava a pingar, muito roxo-rosado,
que é a cor do nariz do Sol, quando ele está resfriado.
Como o Sol estava muito chateado, sentindo calafrios, que são uns arrepios
que sacodem a gente quando a febre é alta, pegou no telefone e telefonou para a
Lua.
A Lua ouviu o telefone tocar, mas como estava ocupada, chamou o Dragão,
que é o cachorrinho dela.
O Dragão atendeu assim:
__ Alô! Casa de dona Lua!
O Sol, muito rouco, disse que precisava falar com ela, mas o Dragão
respondeu que dona Lua Nova estava ocupada e não podia atender.
O Sol ficou danado da vida, teve mais vinte e oito arrepios, sua febre
aumentou até milhões de graus e gritou, quase sem voz (gritar sem voz, só um Sol
resfriado sabe fazer), que dona Lua precisava atender, porque era o Sol que queria
falar com ela.
O Dragão largou o telefone enganchado no dedo de um astronauta que ia
passando e foi chamar dona Lua Nova.
O Dragão era um tipo acostumado a obedecer a qualquer pessoa que
falasse mais alto, muito nervoso, cuspindo um fogo fraquinho pelo nariz, tal como
dizem que os dragões fazem.
Era só dizer, ele fazia.
Como o Dragão tinha ouvido dizer que o dragão soltava foguinho pelo nariz,
ele também soltava.
Não é que gostasse, achava até que não era muito agradável expirar fogo e
inspirar fumaça, mas fazia.
Dona Lua foi atender furiosa:
— Alô!
— Quem fala?
— É dona Lua Nova, seu Sol idiota! Manda chamar e depois fica
perguntando quem é?
— É que estou rouco e não estou escutando direito! — respondeu o Sol.
Dona Lua ficou ainda mais furiosa com a resposta e falou:
— Diga logo qual é a pressa do assunto, estou ocupada!
— Fazendo o quê? – perguntou o Sol.
— Lendo o jornal no banheiro e fazendo o que não é da sua conta! –
respondeu dona Lua Nova.
— É que eu estou com gripe, muito doente, estou com febre, muito alta,
tomei aspirina e não adiantou... deitei, me cobri, não adiantou... De modo que hoje
não vou poder trabalhar. Estou avisando, talvez a senhora possa dar um jeito.
— Quer dizer que hoje não vai ter dia?
— É! — espirrou o Sol. — Atchim!
— Quer dizer que o pessoal da Terra vai ter duas noites seguidas, sem um
dia no meio?
— Atchim! — respondeu o Sol.
O espirro foi tão forte, que desligou o telefone.
Dona Lua ficou nervosíssima.
Correu pro banheiro, acabou de fazer o que tinha interrompido (cocô de lua
é cor de prata, muito chique), dobrou o jornal que estava lendo, tomou um chuveiro,
vestiu o vestido de cauda e gritou para o Dragão:
— Jeremias!
Esqueci de dizer que o Dragão se chamava Severino, mas a Lua, só de
implicância, mudou o nome dele.
O Dragão nem reclamou, porque aceitava as coisas com muita mansidão.
— Senhora? — respondeu Severino, que era Dragão e atendia pelo nome
de Jeremias.
— Apronta meu café, vou ter que sair novamente. O Sol está gripado, não
pode trabalhar hoje.
O Dragão trouxe pão, manteiga, geléia de jabuticaba, ovos estrelados e leite
da Via Láctea. A lua comeu tudo e virou Lua Cheia, toda redonda.
Pegou a bolsinha e saiu, tropeçando nas três Marias, que são umas Marias
que moram por lá.
As três Marias ficaram fuxicando, assim:
— Esta dona Lua pensa que é o quê?
— Patati... patatá...patati... — respondeu a Segunda Maria, que só dizia
isso.
A terceira Maria, essa fuxicou pior: simplesmente não comentou coisa
alguma, mas lançou um olhar... um olhar cheio de fuxicos e de intenções, um olhar
terrível!
Quando a Lua Cheia apareceu novamente no céu foi um espanto!
O leiteiro, que entrega leite bem cedinho, olhou pro céu e disse:
— Será que isso é sol, ou será que isso é lua? Pra ser lua, deveria ter
havido um sol antes, porque agora são seis horas da manhã. Pra ser sol, é muito
parecido com lua, muito desmaiado na cor.
Ficou olhando pra cima e nem reparou que derramou o leite todo.
O leite derramado foi parar perto de um gato. O gato bebeu o leite e, vendo
a lua, começou a miar muito alto, acordando o galo.
O galo ia cantar, olhou pra cima, não viu o sol e ficou de boca aberta, sem
entender onde o dia tinha ido parar.
Como não havia sol, o galo ficou chateadíssimo e começou a implicar com a
galinha:
— O galinheiro está uma desordem, você é péssima dona-de-casa, não
cuida bem dos pintinhos, etc. e tal.
A galinha reparou que o sol não estava no céu, que a lua tinha voltado.
Como o sol é patrão do galo e galo tem mania de mandar em galinha, a
galinha pensou, pensou, pensou.
Conclusão do pensamento da galinha:
— Se o galo não pode cantar porque o sol sumiu do céu, é porque o galo
não manda coisa alguma, porque, se mandasse, cantava. O galo implica comigo
porque sou fraca, sou fraca, sou fraca... mas se eu resolver mudar, eu mudo!
A galinha subiu no poleiro, tomou coragem e falou:
— Se a casa está em desordem, a culpa é minha, mas também é do galo.
Afinal, a casa é nossa. Ele que ajude... e se os pintinhos estão malcuidados é
porque meu marido só faz cantar de galo, esquece de conversar com os filhos,
esquece de ser amigo da gente.
Aí, ela ficou tão nervosa, tão nervosa, que abriu a boca e cantou:
— Cocoricó!
Quando a galinha cantou, o Dragão descobriu que tinha chegado a hora dos
fracos cantarem.
Pegou um pára-quedas e desceu lá de cima, gritando:
— Meu nome não é Jeremias, meu nome é Severino!
A dona Lua ainda quis dar uma de patroa, mandar que o
Dragão voltasse para sua vida de sim-senhor, sim-senhora, mas o
Dragão olhou para a dona Lua e disse:
— Gorda!
A Lua teve um chilique, olhou pro espelho e viu que
estava mesmo muito redonda.
Começou a fazer ginástica, pulando pelo céu, de lá pra cá, para afinar a
cintura.
Aí, a Lua pensou:
— Se o Sol está doente, por que será que eu tenho que trabalhar, sem
receber um pagamento extra?
A Lua foi pedir trezentos e cinquenta e oito reais pro Sol, como pagamento
por horário fora do horário.
O Sol – quando ouviu falar em pagamento – ficou logo bom.
Mais um dia de gripe seria muito caro.
O Dragão começou a exigir respeito e voltou a ser chamado pelo verdadeiro
nome: Severino.
Deixou também de fazer o que não gostava, passando a não soltar mais
fogo pelo nariz.
Agora, o mais importante mesmo foi que a galinha aprendeu a cantar.
Afinal... mudanças no galinheiro, mudam as coisas por inteiro!
Sylvia Orthof in Literatura brasileira- Contos.coleção : Literatura em minha casa 2002
Conto 2
Um avô e seu neto
Esta é uma história muito simples. Fala do amor entre um avô e seu neto,
que é como a magia que existe entre a noite e a Lua. Os avós sabem de muitas
coisas. Os avós guardam a infância deles na memória, com seus rios azuis, suas
ruas de barro, chapéus, cavalos, lampiões. Um mundo tão antigo que já quase não
cabe mais neste nosso mundo.
Quando um avô morre, esse mundo antigo morre com ele, assim como
todos os cavalos, rios azuis, ruas de barro. Por isso eu, particularmente, acho que os
avós nunca deveriam morrer. Mas, para que as coisas que eles guardam lá no fundo
deles – essa poeira encantada de outros tempos – não desapareçam
completamente, existe os netos.
E assim como às vezes a gente para pra ver uma estrela ou um pássaro,
alguns netos param e ouvem essa música secreta que sai de dentro dos avós. Eles
viveram uma vida inteira... e quantas malas e armários poderiam encher com suas
aventuras?
O avô tinha a barriga grande. O neto achava que havia um Sol lá dentro, ou
uma fábrica de alegria. O avô ria tanto! Mas um dia o avô parou de trabalhar. Era
como se a barriga tivesse diminuído, ou uma nuvem tivesse escondido o Sol. O neto
passava a mão nos cabelos do peito do avô. Os avós são tão lindos com seus
cabelos brancos...
Quando o avô estava feliz, contava histórias malucas: de
elefantes cantores de ópera, de crocodilos vendedores. Mas, quando se
lembrava que não podia mais trabalhar, que se não fizesse bastante
barulho ninguém se lembraria mais dele, aí só contava histórias da sua vida. (O neto
ouvia ).
De um país lá longe. Tão longe que se tinha de atravessar o mar. Fazia frio
naquele país. Naquela época o avô era criança, era pobre. O pai dele tocava violino.
A mãe cozinhava. Um tio morava numa casinha branca no alto de uma colina. O tio
fazia panelas de barro.
Um dia, o avô, que naquele país lá longe era criança, foi
visitar o tio que morava na colina. Precisava atravessar a cidade
inteira. O avô saiu de casa bem cedinho. O tio era esquisito.
Gostava de morar afastado, longe das ruas apinhadas de gente.
Durante a noite tinha nevado. As carroças cheias de verduras não podiam
passar. (O neto ouvia.) O avô estava indo escondido da mãe. Era muito perigoso.
Finalmente o avô atravessou a ponte. O rio estava congelado lá embaixo. Parecia
que tinha adormecido e já não podia correr para lugar nenhum.
A subida para a casa do tio estava escorregadia. Mas o avô conseguiu
chegar.
O tio ficou feliz. Ele tinha um forno grande de queimar o barro. Tinha um
torno. Parecia mágica. O tio pegava um pedaço de barro e fazia um prato, uma
moringa, um bule. O avô dava nome para todas aquelas coisas.
Era como se fossem vivas. (O neto ouvia.) Fazia o bule se casar com a
manteigueira. E o dia passou voando na casa desse tio, lá no alto da colina. Quando
o avô se lembrou de que era preciso voltar, a noite já estava chegando. Tinha de se
apressar.
O tio deu um presente para o avô levar para casa. Era um cavalo de barro.
Ia dentro de uma caixa. Agora o avô possuía um cavalo, e se sentia mais rico que
um rei. Levava a caixa com todo cuidado. Seu cavalo não podia cair de jeito
nenhum. (O neto ouvia.)
De repente, embaixo da neve, viu uma coisa brilhando. Era uma moeda de
ouro. O avô se esqueceu do presente, se esqueceu de tudo. Ele tentava cavar, mas
não conseguia. Então teve uma ideia tão boa que nem dava pra acreditar: era só
fazer xixi em cima da neve que cobria a moeda. O xixi era quente e derretia a neve.
Aí o avô piscou um olho e deu uma risada na cara do neto. “ É verdade, vô, essa
história da moeda?”
“Pode ser que sim, pode ser que não. Nunca se sabe”, respondeu o avô.
Mas se nessa época eu tivesse uma moeda de ouro...”e voltando a contar histórias
malucas, sem pé nem cabeça, de bichos fantásticos. Sua barriga novamente
engoliria o Sol.
Contou ao neto que um dia tiveram de partir. Ia haver uma guerra. O avô já
tinha catorze anos. As guerras são tão tristes... Devia ser proibidas em todas as
línguas da Terra. Se o avô não tivesse vindo com sua mãe, seu pai e seus irmãos, o
neto não existiria.
O neto ouvia assombrado e via o navio se
afastando do cais. Um navio cheio de gente, com o avô lá
dentro. Tantas vezes o avô contou essa história que o
neto até sabia de que lado soprava o vento.
O avô gostou muito de chegar num país cheio de
sol. Mas às vezes lembrava do tio que morava no alto da colina...
Depois o avô cresceu. Teve uma loja, uma mulher, quatro filhos. Aí os filhos
cresceram.
E o avô teve um neto...
Roseana Murray
2.3 Sugestões de atividades de leitura para reconhecimento global do gênero
A) Análise do contexto de produção e das características do gênero 1) Quais os autores desses contos? ____________________________________ ______________________________________________________________ 2) Você conhece outros contos ou outras obras dessas autoras? Cite-as. ______ ______________________________________________________________
Este livro faz parte da coleção “Literatura em minha casa”, da Editora Moderna (2003), indicado para alunos de 4ª série e distribuído pelo FNDE a todas as escolas públicas. Nele há contos de alguns dos melhores contistas como: Ana Maria Machado, Ângela Lago, Bartolomeu Campos de Queirós, Eva Furnari e Roseana Murray. Seu organizador foi Bartolomeu Campos de Queirós.
Professor(a) , A seguir constam algumas questões relacionadas aos dois contos anteriores
para que o aluno observe os aspectos semelhantes entre eles. No caso de dúvidas, consulte o quadro, anterior aos textos, com as características do gênero.
Esse é um momento importante para os alunos conhecerem um pouco mais da produção literária das autoras Reseana Murray e Sylvia Orthof. Portanto, sugerimos que leve seus alunos à biblioteca, a fim de que pesquisem outras obras ou produções das autoras, listando-as em seus cadernos. Além disso, oriente uma pesquisa sobre a biografia de cada uma. Trata-se de um momento riquíssimo para o reconhecimento e a valorização da autoria, o qual não pode ser desprezado.
3) Quando e onde tais contos foram publicados? _________________________ ______________________________________________________________ 4) As autoras, ao produzirem os contos, pensaram em seus possíveis
interlocutores. Para quem, em especial, foram produzidos: Conto 1: _______________________________________________________ Conto 2: _______________________________________________________ 5) Em qual veículo eles geralmente circulam?
( ) revista ( ) jornal ( ) livro
6) Você já tinha lido textos desse gênero? Onde? _________________________ ______________________________________________________________ 7) Por que, em sua opinião, os contos são produzidos? ____________________ ______________________________________________________________ 8) Geralmente os contos se relacionam com alguma temática presente em nosso
cotidiano. Nesse sentido, assinale a alternativa correta.
a) O conto “Mudanças no galinheiro mudam as coisas por inteiro”, de Sylvia
Orthof, relaciona-se com:
( ) as profissões.
( ) as relações hierárquicas no trabalho e na família.
( ) as doenças causadas pelo vírus da gripe.
b) Conforme sua organização, podemos afirmar que trata-se de um conto de:
( ) Humor
( ) Fantástico.
( ) Mistério e Terror.
c) O Conto “Um avô e seu neto”, de Roseana Murray, está relacionado com qual
temática?
( ) Sobre as guerras entre os países.
( ) A valorização do idoso.
( ) A importância do trabalho na vida das pessoas.
d) Nesse caso, é possível dizer que se trata de um conto do tipo:
( ) Psicológico.
( ) Sombrio.
( ) Religioso.
9) Em relação à estrutura textual, como os dois contos foram organizados?
Preencha o quadro, observando cada um:
Titulo
Conto 1 Conto 2
Quantidade de parágrafos curtos
Quantidade de parágrafos longos
Narrador ( ) participa da história ( ) conta os fatos sem participar da história
( ) participa da história ( )conta os fatos sem participar da história
Personagens
Presença de Discurso ( ) direto ( ) indireto
( ) direto ( ) indireto
Tipologia predominante
( ) narrativa ( ) argumentativa
( ) narrativa ( ) argumentativa
3 SELEÇÃO DE UMA AMOSTRA DO GÊNERO
Professor(a), Selecionamos o conto 2 “Um avô e seu neto” para procedermos a uma
análise mais detalhada, explorando, assim, atividades de leitura, análise linguística e
produção escrita. Você pode ficar à vontade para escolher o conto que achar
conveniente para seus alunos, levando sempre em consideração o nível de
aprendizagem deles.
3.1 Atividades de leitura para o aluno Releia o conto “Um avô e seu neto”, de Roseana Murray, e depois resolva as
atividades seguintes.
1) De acordo com o conto, como as lembranças dos avós são perpetuadas? ___
_____________________________________________________________
2) Que tipo de histórias o avô contava ao neto? __________________________
______________________________________________________________
Qual o brinquedo que o avô recebeu do tio quando era criança? ______________
______________________________________________________________
3) Relacione as histórias que o avô contava:
(1) quando estava feliz.
(2) quando estava triste.
( ) Elefantes cantores de óperas.
( ) Histórias de sua vida.
( ) Crocodilos vendedores.
4) Destaque, no texto, as características físicas do avô e, depois, copie-as. ____________________________________________________________
6) Releia o parágrafo abaixo e responda às questões relativas a ele:
a. De que mundo antigo o narrador está
falando?_________________________________________________
______________________________________________________________
b. Como você interpreta a fala do narrador quando diz que “todos os cavalos,
rios azuis, ruas de barro” morrem junto com o avô? _____________________
______________________________________________________________
c. E você, tem um avô? Como ele é? __________________________________ ______________________________________________________________
d. Você também acha que “os avós nunca deveriam morrer”? ________________ ______________________________________________________________
7) Releia agora o parágrafo seguinte:
“Quando um avô morre, esse mundo antigo morre com ele, assim como todos os cavalos, rios azuis, ruas de barro. Por isso eu, particularmente, acho que os avós nunca deveriam morrer.”
“Quando o avô estava feliz, contava histórias malucas: de elefantes cantores de ópera, de crocodilos vendedores. Mas, quando se lembrava que não podia mais trabalhar, que se não fizesse bastante barulho ninguém se lembraria mais dele, aí só contava histórias da sua vida.”
a) De que barulho fala o narrador?
( ) Do barulho dos animais das histórias contadas pelo avô.
( ) Do barulho da voz do avô, contando as histórias de sua vida.
( ) Do barulho das risadas do avô.
b) Você conhece algum idoso que conte histórias como faz o avô que é
mencionado no texto? Quem? Quais histórias você já ouviu? _____________
_____________________________________________________________ c) Em sua opinião, por que as pessoas idosas geralmente contam passagens de
sua vida? ______________________________________________________
_____________________________________________________________
8) O neto questiona o avô sobre a história da moeda. Com base nas informações
apresentadas no texto, você acha que a história é verdadeira ou não? Justifique.
_____________________________________________________________ _____________________________________________________________
Professor (a),
Mostre ao aluno que o passado não é necessariamente pior do que o
presente e sim diferente, devido ao momento histórico no qual está inserido, pois,
normalmente, devido à questão tecnológica atual, o aluno tende a julgar
negativamente o período em que não se tinha fácil acesso a ela. Promova uma
discussão fale sobre as vantagens e desvantagens que existiam/existem na infância
dos avós e na dos alunos;
Prepare um quadro a partir das reflexões dos alunos, listando aspectos
positivos e negativos em viver no mundo de hoje e no de ontem.
Pedir aos alunos que conversem com pessoas idosas, sobre:
• brincadeiras de antigamente;
• brinquedos de antigamente;
• histórias de antigamente.
Obs: Anote dados como: nome, idade, profissão, lugar onde viveu, que brincadeira
realizava, onde brincava, quais os brinquedos, que histórias lia ou escutava, etc.
9) Registre na tabela abaixo as principais semelhanças e diferenças que você
percebe entre o mundo dos avós e dos netos.
Semelhanças Diferenças
10) Há diferentes formas de conhecer o significado de uma palavra: consultando
o dicionário, perguntando a alguém ou descobrindo o sentido pelo contexto.
Escolha uma dessas formas, e reescreva os trechos abaixo, substituindo os
termos grifados por outros, sem alterar o sentido da ideia apresentada.
a) “E o dia passou voando na casa desse tio, lá no alto da colina.” ___________
____________________________________________________________
b) “... longe das ruas apinhadas de gente.” ______________________________
_____________________________________________________________
c) “O tio pegava um pedaço de barro e fazia um prato, uma moringa, um bule.” _
_____________________________________________________________
d) “O neto ouvia assombrado e via o navio se afastando do cais.” ___________
_____________________________________________________________
3.2 Atividades de análise linguística
O conto é um gênero da esfera literária e, por isso, o autor pode brincar com a língua, construir fantasias, fugir até de alguns padrões determinados pela norma padrão, assim como da estrutura formal de textos do gênero. É exatamente essa liberdade que possibilita, a nós leitores, viajarmos por esse mundo encantado da fantasia, da ficção.
Primeiramente, vamos refletir sobre a estrutura global do texto “Um avô e seu
Os alunos devem socializar os resultados da conversa com as pessoas idosas. Em seguida, devem escolher algumas brincadeiras de antigamente, que ainda hoje são conhecidas, para brincarem. Outra sugestão é que durante toda a semana, possibilite um momento especial, de fantasia e encanto, abrindo um espaço para a “hora do conto”. Os alunos poderão convidar alguma pessoa idosa da família para a realização dessa proposta.
neto”, de Roseana Murray. Observe como o texto está organizado:
1ª parte:
2ª parte:
3ª parte
3ª parte
4ª parte
Esta é uma história muito simples. Fala do amor entre um avô e seu neto, que é como a magia que existe entre a noite e a Lua. Os avós sabem de muitas coisas. Os avós guardam a infância deles na memória, com seus rios azuis, suas ruas de barro, chapéus, cavalos, lampiões. Um mundo tão antigo que já quase não cabe mais neste nosso mundo.
Quando um avô morre, esse mundo antigo morre com ele, assim como todos os cavalos, rios azuis, ruas de barro. Por isso eu, particularmente, acho que os avós nunca deveriam morrer. Mas, para que as coisas que eles guardam lá no fundo deles – essa poeira encantada de outros tempos – não desapareçam completamente, existem os netos.
E assim como às vezes a gente para pra ver uma estrela ou um pássaro, alguns netos param e ouvem essa música secreta que sai de dentro dos avós. Eles viveram uma vida inteira... e quantas malas e armários poderiam encher com suas aventuras?
O avô tinha a barriga grande. O neto achava que havia um Sol lá dentro, ou uma fábrica de alegria. O avô ria tanto! Mas um dia o avô parou de trabalhar. Era como se a barriga tivesse diminuído, ou uma nuvem tivesse escondido o Sol. O neto passava a mão nos cabelos do peito do avô. Os avós são tão lindos com seus cabelos brancos...
Quando o avô estava feliz, contava histórias malucas: de elefantes cantores de ópera, de crocodilos vendedores. Mas, quando se lembrava que não podia mais trabalhar, que se não fizesse bastante barulho ninguém se lembraria mais dele, aí só contava histórias da sua vida. ( O neto ouvia.)
De um país lá longe. Tão longe que se tinha de atravessar o mar. Fazia frio naquele país. Naquela época o avô era criança, era pobre. O pai dele tocava violino. A mãe cozinhava. Um tio morava numa casinha branca no alto de uma colina. O tio fazia panelas de barro.
Um dia, o avô, que naquele país lá longe era criança, foi visitar o tio que morava na colina. Precisava atravessar a cidade inteira. O avô saiu de casa bem cedinho. O tio era esquisito. Gostava de morar afastado, longe das ruas apinhadas de gente.
Durante a noite tinha nevado. As carroças cheias de verduras não podiam passar. ( O neto ouvia.) O avô estava indo escondido da mãe. Era muito perigoso. Finalmente o avô atravessou a ponte. O rio estava congelado lá embaixo. Parecia que tinha adormecido e já não podia correr para lugar nenhum.
A subida para a casa do tio estava escorregadia. Mas o avô conseguiu chegar. O tio ficou feliz. Ele tinha um forno grande de queimar o barro. Tinha um forno. Parecia
mágica. O tio pegava um pedaço de barro e fazia um prato, uma moringa, um bule. O avô dava nome para todas aquelas coisas.
Era como se fossem vivas. (O neto ouvia.) Fazia o bule se casar com a manteigueira. E o dia passou voando na casa desse tio, lá no alto da colina. Quando o avô se lembrou de que era preciso voltar, a noite já estava chegando. Tinha de se apressar.
O tio deu um presente para o avô levar para casa. Era um cavalo de barro. Ia dentro de uma caixa. Agora o avô possuía um cavalo, e se sentia mais rico que um rei. Levava a caixa com todo cuidado. Seu cavalo não podia cair de jeito nenhum. (O neto ouvia.)
De repente, embaixo da neve, viu uma coisa brilhando. Era uma moeda de ouro. O avô se esqueceu do presente, se esqueceu de tudo. Ele tentava cavar, mas não conseguia. Então teve uma ideia tão boa que nem dava pra acreditar: era só fazer xixi em cima da neve que cobria a moeda. O xixi era quente e derretia a neve.
4ª parte
1) Em relação à estrutura global do texto, relacione as colunas, explicando a que
se refere cada parte do texto.
( 1 ) 1ª parte
( 2 ) 2ª parte
( 3 ) 3ª parte
( 4 ) 4ª parte
( ) O avô conta para o neto sobre um episódio ocorrido na infância.
( ) O narrador se mostra no texto, fazendo suas considerações sobre os
avós.
( ) Descrição do avô.
( ) O avô conta outro episódio de sua infância, o neto interfere, interagindo
com a história contada pelo avô.
Vamos ver de que recursos linguísticos a autora Roseana Murray se utiliza,
em cada parte, para nos envolver no conto “Um avô e seu neto”? Para isso, vamos
refletir sobre algumas palavras, expressões e estruturas sintáticas empregadas no
texto.
Aí o avô piscou um olho e deu uma risada na cara do neto. “É verdade, vô, essa história da moeda?”
“Pode ser que sim, pode ser que não. Nunca se sabe”, respondeu o avô. Mas se nessa época eu tivesse uma moeda de ouro...” e voltando a contar histórias malucas, sem pé nem cabeça, de bichos fantásticos. Sua barriga novamente engoliria o Sol.
Contou ao neto que um dia tiveram de partir. Ia haver uma guerra. O avô já tinha catorze anos. As guerras são tão tristes... Devia ser proibidas em todas as línguas da Terra. Se o avô não tivesse vindo com sua mãe, seu pai e seus irmãos, o neto não existiria.
O neto ouvia assombrado e via o navio se afastando do cais. Um navio cheio de gente, com o avô lá dentro. Tantas vezes o avô contou essa história que o neto até sabia de que lado soprava o vento.
O avô gostou muito de chegar num país cheio de sol. Mas às vezes lembrava do tio que morava no alto da colina...
Depois o avô cresceu. Teve uma loja, uma mulher, quatro filhos. Aí os filhos cresceram.
E o avô teve um neto...
2) Releia a primeira parte do conto:
a) Quem está falando nessa parte? Assinale a resposta correta:
( ) O avô
( ) O neto
( ) O narrador
b) Como o avô é descrito nessa parte? Reflita sobre quais dos adjetivos
(características) listados podem ser atribuídos ao avô, conforme palavras da
autora, e assinale-os:
( ) amoroso
( ) sábio
( ) bravo
( ) inteligente
c) De acordo com os adjetivos assinalados, justifique-os com trechos retirados
desse fragmento. _______________________________________________
_____________________________________________________________
d) Que outros adjetivos podem ser encontrados nessa parte? Copie-os e
explique por que eles foram empregados pela autora. ___________________
_____________________________________________________________
e) Quando lemos “Fala do amor entre um avô e seu neto, que é como a magia
que existe entre a noite e a Lua”. Nesta frase, a autora utiliza-se de uma
Esta é uma história muito simples. Fala do amor entre um avô e seu neto, que é como a magia que existe entre a noite e a Lua. Os avós sabem de muitas coisas. Os avós guardam a infância deles na memória, com seus rios azuis, suas ruas de barro, chapéus, cavalos, lampiões. Um mundo tão antigo que já quase não cabe mais neste nosso mundo.
Quando um avô morre, esse mundo antigo morre com ele, assim como todos os cavalos, rios azuis, ruas de barro. Por isso eu, particularmente, acho que os avós nunca deveriam morrer. Mas, para que as coisas que eles guardam lá no fundo deles – essa poeira encantada de outros tempos – não desapareçam completamente, existem os netos.
E assim como às vezes a gente para pra ver uma estrela ou um pássaro, alguns netos param e ouvem essa música secreta que sai de dentro dos avós. Eles viveram uma vida inteira... e quantas malas e armários poderiam encher com suas aventuras?
comparação para falar do amor entre o avô e o neto. Que comparação é
essa? _________________________________________________________
_____________________________________________________________
f) Observe, agora, as palavras sublinhadas no 1º parágrafo, e indique por que
elas foram empregadas.
( 1 ) esta ( 2 ) seu ( 3 ) deles
( 4 ) seus, suas ( 5 ) neste ( 6 ) nosso
( 7 ) ele ( 8 ) eu ( 9 ) eles
(10) a gente
( ) Para indicar que o neto é do avô.
( ) Para referir-se a um avô.
( ) Para referir-se ao mundo que é de todos nós.
( ) Para referir-se ao texto todo, à história que será contada.
( ) Para referir-se tanto ao narrador quanto ao leitor.
( ) Para referi-se ao avô, não repetindo, assim, seu nome.
( ) Para indicar as lembranças da infância.
( ) Para referir-se ao narrador.
( ) Para indicar proximidade, atualidade em relação ao leitor.
( ) Para referir-se aos avós, de um modo geral.
g) Na frase: “Um mundo tão antigo que já quase não cabe mais neste nosso
mundo” Qual o sentido que as palavras destacadas expressam?
- tão: _________________________________________________________
- já:___________________________________________________________
- quase: _______________________________________________________
h) A autora emprega, nessa parte, muitos nomes (substantivos) para indicar as
“coisas” de infância do avô. Copie algumas dessas palavras. _____________
_____________________________________________________________
i) Em relação ao emprego dos verbos, verifique: qual o tempo verbal
predominante nessa parte do conto? Assinale a alternativa correta:
( ) presente ( ) pretérito (passado) ( ) futuro
j) Por que, em sua opinião, predomina esse tempo verbal, em se tratando do gênero conto? __________________________________________________ _____________________________________________________________
3) Retomemos, agora, a segunda parte do conto:
a) Como era o avô? Copie as expressões que o descrevem, nessa parte do
texto. _________________________________________________________
______________________________________________________________
b) Quando diz que “O neto achava que havia um Sol (...) ou uma fábrica de
alegria” dentro da barriga do avô, há duas palavras que são usadas, nesse
trecho, no sentido figurado, ou seja, conotativo. Que palavras são essas?
Com que sentido elas foram empregadas? ___________________________
______________________________________________________________
c) Observe o MAS (conjunção) em destaque e assinale a alternativa que justifica
seu emprego nesse trecho do conto:
( ) Ele é empregado para explicar a frase anterior.
( ) Ele é empregado para apresentar uma ideia contrária à anterior,
introduzindo uma outra ideia de mudança, de transformação em relação
àquilo que vinha sendo narrado.
( ) Ele é empregado para concluir a ideia anterior.
( ) Ele é empregado para introduzir uma alternativa de mudança,
apresentada na frase seguinte.
O avô tinha a barriga grande. O neto achava que havia um Sol lá dentro, ou uma fábrica de alegria. O avô ria tanto! Mas um dia o avô parou de trabalhar. Era como se a barriga tivesse diminuído, ou uma nuvem tivesse escondido o Sol. O neto passava a mão nos cabelos do peito do avô. Os avós são tão lindos com seus cabelos brancos...
Quando o avô estava feliz, contava histórias malucas: de elefantes cantores de ópera, de crocodilos vendedores. Mas, quando se lembrava que não podia mais trabalhar, que se não fizesse bastante barulho ninguém se lembraria mais dele, aí só contava histórias da sua vida. ( O neto ouvia.)
De um país lá longe. Tão longe que se tinha de atravessar o mar. Fazia frio naquele país. Naquela época o avô era criança, era pobre. O pai dele tocava violino. A mãe cozinhava. Um tio morava numa casinha branca no alto de uma colina. O tio fazia panelas de barro.
d) Qual é a função das reticências (...) no final da frase “Os avós são tão lindos
com seus cabelos brancos...” ______________________________________
______________________________________________________________
e) No trecho “que se não fizesse bastante barulho ninguém se lembraria mais
dele...”, o “se” foi empregado para:
( ) estabelecer uma ideia de condição, ou seja, o barulho é a condição para o
avô ser lembrado.
( ) justificar por que gostaria de ser lembrado pelas outras pessoas.
( ) contrapor a necessidade do barulho, isto é, o avô não precisa fazer
barulho para ser lembrado.
f) Quando lemos “De um país lá longe”. O “lá” (advérbio de lugar) nos remete
para que lugar? _________________________________________________
_____________________________________________________________
g) Da mesma forma, quando lemos “Naquela época...”, a que tempo essa
expressão (locução adverbial de tempo) nos remete? ___________________
______________________________________________________________
h) Copie, dessa parte do texto, 5 (cinco) palavras que substituem a palavra
“avô”, evitando que esta se repita. _____________________________________
______________________________________________________________
i) Copie, dessa parte do texto, uma frase em que o narrador emite a sua opinião
a respeito dos avós.______________________________________________
______________________________________________________________
j) Em relação aos tempos verbais, indique o tempo verbal que mais foi usado:
( ) presente
( ) pretérito (passado)
( ) futuro
k) A maioria dos verbos presentes nesse conto estão no tempo passado. No
entanto podemos perceber que essas ações não são todas iguais. Então vamos
destacar os dois tipo de passado que se destacam nesse gênero textual.
l) Aponte o tipo de passado que podemos identificar nos seguintes fragmentos:
a. “O neto achava que havia um Sol lá dentro, ou uma fábrica de alegria “
( ) pretérito perfeito ( ) pretérito imperfeito
b. “Mas um dia o avô parou de trabalhar”.
( ) pretérito perfeito ( ) pretérito imperfeito
c. “Quando o avô estava feliz, contava histórias malucas”
( ) pretérito perfeito ( ) pretérito imperfeito
d. “Fazia frio naquele país. Naquela época o avô era criança, era pobre. “
( ) pretérito perfeito ( ) pretérito imperfeito
e. Qual o tempo passado que predomina nesse fragmento do conto?
( ) pretérito perfeito ( ) pretérito imperfeito
3) Voltemos, agora, para a terceira parte do conto:
1- PRETÉRITO PERFEITO: transmite a ideia de uma ação completamente concluída. Ex.: “Um dia, o avô, que naquele país lá longe era criança, foi visitar o tio que morava na colina”.
“O avô saiu de casa bem cedinho”. 2- PRETÉRITO IMPERFEITO; Transmite a ideia de uma ação habitual ou contínua.
Também pode transmitir a ideia de ação que vinha acontecendo, mas foi interrompida por outra ação. É também o tempo em que normalmente são narradas as histórias. É reconhecido pela presença das desinências –va/ / vê ou –ia/ -ie. Exemplo: “ O avô estava indo escondido da mãe”.
“Ele tentava cavar, mas não conseguia ”. Fonte: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática:
texto, reflexão e uso. São Paulo: Atual, 2004(p.163).
a. A terceira parte do conto é iniciada com a expressão “Um dia”. Que dia é
esse, isto é, a que tempo essa expressão nos remete? _________________
_____________________________________________________________
b. Retire, desse trecho, a palavra (substantivo) que indica o lugar onde morava
o tio do avô. Como você entende essa palavra? ______________________
____________________________________________________________
c. Retire, agora, palavras e/ou expressões que explicam como era o tio e o
que ele fazia. _________________________________________________
____________________________________________________________
d. De acordo com essas palavras, qual era a profissão do tio do avô? _______
____________________________________________________________
Um dia, o avô, que naquele país lá longe era criança, foi visitar o tio que morava na colina. Precisava atravessar a cidade inteira. O avô saiu de casa bem cedinho. O tio era esquisito. Gostava de morar afastado, longe das ruas apinhadas de gente.
Durante a noite tinha nevado. As carroças cheias de verduras não podiam passar. (O neto ouvia.) O avô estava indo escondido da mãe. Era muito perigoso. Finalmente o avô atravessou a ponte. O rio estava congelado lá embaixo. Parecia que tinha adormecido e já não podia correr para lugar nenhum.
A subida para a casa do tio estava escorregadia. Mas o avô conseguiu chegar. O tio ficou feliz. Ele tinha um forno grande de queimar o barro. Tinha um forno.
Parecia mágica. O tio pegava um pedaço de barro e fazia um prato, uma moringa, um bule. O avô dava nome para todas aquelas coisas.
Era como se fossem vivas. (O neto ouvia.) Fazia o bule se casar com a manteigueira. E o dia passou voando na casa desse tio, lá no alto da colina. Quando o avô se lembrou de que era preciso voltar, a noite já estava chegando. Tinha de se apressar.
O tio deu um presente para o avô levar para casa. Era um cavalo de barro. Ia dentro de uma caixa. Agora o avô possuía um cavalo, e se sentia mais rico que um rei. Levava a caixa com todo cuidado. Seu cavalo não podia cair de jeito nenhum. (O neto ouvia.)
De repente, embaixo da neve, viu uma coisa brilhando. Era uma moeda de ouro. O avô se esqueceu do presente, se esqueceu de tudo. Ele tentava cavar, mas não conseguia. Então teve uma ideia tão boa que nem dava pra acreditar: era só fazer xixi em cima da neve que cobria a moeda. O xixi era quente e derretia a neve.
e. Nessa parte do texto, o narrador nos mostra, por três vezes, o que fazia o
neto enquanto o avô contava suas histórias. Copie essa informação do texto
e explique: por que será que o narrador repete essa expressão? _________
____________________________________________________________
f. Para contar um fato, é comum o narrador utilizar-se de marcadores
temporais (advérbios ou locuções adverbiais de tempo) e de marcadores
espaciais (advérbio ou locução adverbial de lugar). Nessa parte do texto,
algumas expressões também são empregadas para marcar o tempo e o
lugar. Que expressões são essas? Destacamos algumas abaixo para você
relacionar, devidamente, as colunas. Vamos lá?
( 1 ) Advérbio ou locução adverbial de tempo.
( 2 ) Advérbio ou locução adverbial de lugar.
( ) “Um dia, o avô, que naquele país lá longe era criança...”
( ) “O avô saiu de casa bem cedinho.”
( ) “Durante a noite tinha nevado.”
( ) “O rio estava congelado lá embaixo.”
( ) “E o dia passou voando na casa desse tio, lá no alto da colina.”
g. Além dos marcadores de tempo e lugar, é comum encontrarmos, em textos
desse gênero, os marcadores de modo, denominados de advérbio de modo
ou locução adverbial de modo. Explique por que esses marcadores foram
empregados nas frases abaixo:
“Finalmente o avô atravessou a ponte.” ____________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
“De repente, embaixo da neve, viu uma coisa brilhando.” ______________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
h. Em relação ao tempo verbal, é possível concluir que nessa parte do texto
predomina os verbos do:
( ) Pretérito perfeito
( ) Pretérito imperfeito
i. Por que predomina esse tempo verbal? Assinale a alternativa que responde
a essa pergunta:
( ) Porque nessa parte do texto, embora o avô narre fatos que ocorreram
em sua vida, ainda assim predomina a descrição (do tio, do que ele
fazia, de onde morava).
( ) Porque predomina a narração, ou seja, nessa parte do texto a autora
mais narra do que descreve.
( ) Porque predomina, nessa parte do texto, a argumentação, isto é,
encontramos os argumentos da autora em defesa de suas ideias.
j. Observe o uso do verbo “estava” na frase: “A subida para a casa do tio
estava escorregadia”. Que sentido esse verbo expressa?
( ) Que a rua, durante todo aquele dia, estava escorregadia.
( ) Que a rua ficou escorregadia só no momento em que o menino passou.
( ) Que a rua tinha ficado escorregadia muito antes do menino passar.
k. Nesse caso, podemos afirmar que se trata de um verbo no:
( ) Pretérito perfeito
( ) Pretérito imperfeito
l. “O tio ficou feliz”. Por que a autora utilizou “ficou” ao invés de “ficava”?
Justifique. ____________________________________________________
_____________________________________________________________
Professor(a): O pretérito imperfeito pode ser empregado em determinadas partes do texto para descrever ações, pessoas, objetos, lugares etc. Portanto, esse recurso linguístico pode ser usado para marcar sequências descritivas. Esta tipologia predomina devido ao texto apresentar, na maioria dos momentos, os relatos do avô a respeito da sua infância. Na verdade, não aparecem novas ações naquele momento.
m. Nesse caso, podemos afirmar que se trata de um verbo no:
( ) Pretérito perfeito
( ) Pretérito imperfeito
n. No trecho “viu uma coisa brilhando”,que sentimentos teve o avô nesse
momento? E, se ao invés de VIU usássemos o verbo VIA, mudaria o
sentido? Justifique. _____________________________________________
_____________________________________________________________
5) Voltemo-nos, finalmente, para a quarta e última parte do conto:
a. Veja que nessa parte do conto, o avô interrompe a história que vinha contando.
Que palavras desse trecho mostram essa interrupção? Copie-as. ___________
_______________________________________________________________
b. Assim como o avô interrompe a história, o neto interrompe o avô. Copie a frase
que mostra a fala do neto. __________________________________________
_______________________________________________________________
c. Que recurso a autora utiliza para mostrar que o neto está falando com o avô
para indicar que o avô responde à pergunta do neto? ____________________
Aí o avô piscou um olho e deu uma risada na cara do neto. “ É verdade, vô, essa história da moeda?”
“Pode ser que sim, pode ser que não. Nunca se sabe”, respondeu o avô. “Mas se nessa época eu tivesse uma moeda de ouro...” e voltando a contar histórias malucas, sem pé nem cabeça, de bichos fantásticos. Sua barriga novamente engoliria o Sol.
Contou ao neto que um dia tiveram de partir. Ia haver uma guerra. O avô já tinha catorze anos. As guerras são tão tristes... Devia ser proibidas em todas as línguas da Terra. Se o avô não tivesse vindo com sua mãe, seu pai e seus irmãos, o neto não existiria.
O neto ouvia assombrado e via o navio se afastando do cais. Um navio cheio de gente, com o avô lá dentro. Tantas vezes o avô contou essa história que o neto até sabia de que lado soprava o vento.
O avô gostou muito de chegar num país cheio de sol. Mas às vezes lembrava do tio que morava no alto da colina...
Depois o avô cresceu. Teve uma loja, uma mulher, quatro filhos. Aí os filhos cresceram.
E o avô teve um neto...
d. O avô retoma a história que ele estava contando, ou passa a contar outra
história de sua vida? Indique o trecho que comprova essa sua resposta. ______
_______________________________________________________________
e. Nas frases “Mas se nessa época eu tivesse uma moeda de ouro...” e “As
guerras são tão tristes...”, explique o emprego das reticências. _____________
_______________________________________________________________
f. Observe o uso do “se” na frase “Mas se nessa época eu tivesse uma moeda de
ouro...”. Nesse caso, o se é uma conjunção que implica numa condição, numa
possibilidade de realização de algum fato ou ação. Para confirmar isso,
complete as frases abaixo, pensando nas possibilidades introduzidas pelo se:
Se eu ganhasse uma moeda de ouro,
..............................................................................
Se eu comprasse um carro, ................................................................................ Se eu fosse ao supermercado, ................................................................................ Se eu ganhasse um presente de aniversário, ................................................................................
g. O que você entende por “histórias malucas, sem pé nem cabeça, de bichos
fantásticos.” _____________________________________________________
_______________________________________________________________
h. Como podemos interpretar a frase “Sua barriga novamente engoliria o Sol.”, se
a relacionarmos com a primeira parte do texto que dizia “O neto achava que
havia um Sol lá dentro, ou uma fábrica de alegria”? ______________________
_______________________________________________________________
i. Por que o avô teve que partir de sua terra natal? Que idade ele tinha? _______
_______________________________________________________________
j. Quando o avô diz que “as guerras são tão tristes”, ele se refere a guerra de
quando ele parte de sua terra natal ou a todas as guerras? Que palavra garante
esse sentido? ____________________________________________________
_______________________________________________________________
k. Na frase “Se o avô não tivesse vindo com sua mãe, seu pai e seus irmãos, o
neto não existiria”, o que ele queria dizer com isso? Por que o neto não
existiria? _______________________________________________________
_______________________________________________________________
l. Para que país você acha que o avô veio? Por que ele chama de “país cheio de
sol”? ___________________________________________________________
_______________________________________________________________ m. Explique o uso das reticências para fechar o texto. ______________________ _______________________________________________________________
6. Analise as descrições e/ ou caracterizações presentes no fragmento seguinte:
a) O que você entende quando o autor diz que quando um avô morre, morrem
também “os cavalos, rios azuis e ruas de barro”? Que elementos seriam
esses a que o autor pretende se referir? _____________________________
______________________________________________________________
b) O autor também diz que os avós guardam, no fundo deles uma certa “poeira
encantada”. O que seria essa poeira encantada? _______________________
______________________________________________________________
c) Observe o seguinte fragmento do texto: “Fazia o bule se casar com a
manteigueira. E o dia passou voando na casa desse tio”. Note que o bule não
se casa e o dia não voa. Essa é uma expressão poética bastante utilizada
nesse gênero textual. Retire do conto outras expressões poéticas que tenham
sido utilizadas. __________________________________________________
_____________________________________________________________
Quando um avô morre, esse mundo antigo morre com ele, assim como todos os cavalos, rios azuis, ruas de barro. Por isso eu, particularmente, acho que os avós nunca deveriam morrer. Mas, para que as coisas que eles guardam lá no fundo deles – essa poeira encantada de outros tempos – não desapareçam completamente, existe os netos.
d) Como você entende esse fragmento do texto “Um mundo tão antigo que já
quase não cabe mais neste nosso mundo“.
______________________________________________________________
7. Observe a frase: “o avô possuía um cavalo, e se sentia mais rico que um rei”.
a) O sentimento do avô nesse fragmento é comparado a quê? ______________ ______________________________________________________________ b) Que palavra é utilizada para estabelecer essa comparação? ______________ ______________________________________________________________ c) Ao dizer que o “avô se sentia mais rico que um rei”, é possível sabermos
como o avô se sentia? Por quê? ___________________________________
______________________________________________________________
d) Construa outra comparação que mostre como o avô se sentia. ______________________________________________________________
8. Analise o trecho: “Os avós guardam a infância deles na memória, com seus rios
azuis, suas ruas de barro, chapéus, cavalos, lampiões. Um mundo tão antigo
que já quase não cabe mais neste nosso mundo”.
a) Podemos considerar esse fragmento como poético? ____________________
________________________________________________________________
b) Como podemos explicar essa afirmativa de que os avós “guardam” a infância
na memória? __________________________________________________
______________________________________________________________
c) Na lembrança do neto, ao ouvir tantas vezes a história, o que significam as
ruas de barro, os chapéus, os cavalos e os lampiões? ___________________
______________________________________________________________
d) Por que esse mundo antigo já quase não cabe no nosso mundo? Do que é
feito o nosso mundo? E, as nossas lembranças do que serão feitas? _______
______________________________________________________________
9. Analise “E assim como às vezes a gente para pra ver uma estrela ou um pássaro,
alguns netos param e ouvem essa música secreta que sai de dentro dos avós.
Eles viveram uma vida inteira... e quantas malas e armários poderiam encher
com suas aventuras?”
a) O que é essa “música secreta que sai dos avós”? ______________________ ______________________________________________________________ b) Que sentido expresso por essa expressão permite que a identifiquemos como
poética? ________________________________________________________
________________________________________________________________
c) O que você entende pela seguinte expressão: “Eles viveram uma vida
inteira... e quantas malas e armários poderiam encher com suas aventuras”? _
________________________________________________________________
4 PRODUÇÃO E REESCRITA DE TEXTO
� Relembre de todos os contos explorados durante esse tempo e junte-se com
um colega. Criem um personagem. Imaginem todos os detalhes físicos e
psicológicos possíveis para ele. Escrevam a descrição do personagem em
uma folha avulsa.
� Reúnam-se com um colega de outra dupla. Cada um deve ler a descrição
feita junto com o colega anterior. As novas duplas devem criar outro
personagem e se separarem novamente, mas levando as duas descrições
feitas.
� Retorne a dupla inicial e elabore com seu colega um conto em que haja dois
personagens principais: aqueles criados pelas duplas da qual você fez parte.
Se achar necessário, crie outros personagens, atribuindo, a cada um deles,
dentro da história, as características que considerarem mais adequada de
acordo com o enredo.
Professo r(a):
Considerando que os alunos já adquiriram um bom conhecimento sobre o gênero textual CONTO CONTEMPORÂNEO, após todas as atividades propostas, já é possível solicitar a produção de um conto para atender a proposta inicial de circulação do gênero e avaliar se os alunos entenderam as suas principais características.
Observações importantes:
Propomos alguns passos que julgamos essenciais no processo de produção escrita
para provocar, no aluno, a atitude de reler o próprio texto, analisando se atende à
situação de interlocução, tendo em vista o suporte e/ou veículo de circulação, a
estrutura organizacional do gênero, sua estrutura tipológica, suas marcas
linguísticas – flexão das palavras, escolha do léxico, prováveis efeitos de sentido –
às questões ortográficas e de pontuação. Nesse sentido, orientamos para que:
a) Deixe os alunos produzirem o conto sem a sua interferência.
b) Produzida a primeira versão, recolha-as e guarde-as (não é necessário que
sejam lidas nesse momento).
c) Em outra aula, os textos serão entregues a seus autores, os quais farão uma
leitura atenciosa deles, observando, em primeiro lugar, se têm realmente as
características essenciais para que seja considerado um conto. Depois,
oriente para que cada um analise e corrija se: não usou adequadamente os
sinais de pontuação, se a ortografia está incorreta, se há problemas de
concordância nominal e verbal, enfim, observe todos os aspectos que possam
comprometer a compreensão do interlocutor.
Nesse momento, você, professor(a), deverá circular pela sala, observando se
os alunos estão fazendo as correções. Você deve mediar sempre que necessário.
Depois de feita a revisão, o aluno reescreve seu texto, em outro papel, ajustando o
que for necessário. Você faz, então, a sua correção, adequando-o ao gênero e ao
uso da língua, fazendo as observações após o texto ou ao lado, conforme combinar
com a criança.
Após a sua correção, o aluno passará o texto para o suporte definitivo. Porém, se
ainda houver necessidade de uma nova reescrita, ela deve ser feita. Para essa
situação, o texto pode ser entregue em folha de caderno, já que serão digitados
posteriormente.
5 CIRCULAÇÃO DO GÊNERO
Se você optar por fazer um Sarau, a circulação ocorrerá no dia marcado,
podendo ser feito, inclusive, um coquetel. Se optar pelo concurso, depois da
comissão julgadora escolher os contos vencedores eles serão encaminhados para a
confecção do banner ou para o jornal. Depois terão destaque na escola no dia da
mostra de ciências ou no mural.
BIBLIOGRAFIA
BRONCKART, Jean paul. Atividades de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. [Trad. Anna Rachael Machado , Péricles Cunha] São Paulo: EDUC,1999. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática: texto, reflexão e uso. São Paulo: Atual, 2004.
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