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53 5. Conservação da Natureza Em relação à escassez dos recursos de solos em Macau, recorrer ao modelo “aproveitar a protecção ambiental para incentivar o desenvolvimento, aproveitar o desenvolvimento para proteger o ambiente, a fim de obter um equilíbrio entre a conservação da natureza e o desenvolvimento” reveste-se, cada vez mais, de grande relevância. Este capítulo mostra as tendências de evolução das zonas verdes de Macau. 4 4 Fonte da imagem: IACM, 2017 Zonas Verdes Indicadores utilizados neste capítulo para análise do estado ambiental

5. Conservação da Natureza · Conservação da Natureza Em relação à escassez dos recursos de solos em Macau, recorrer ao modelo “aproveitar a protecção ambiental para incentivar

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Page 1: 5. Conservação da Natureza · Conservação da Natureza Em relação à escassez dos recursos de solos em Macau, recorrer ao modelo “aproveitar a protecção ambiental para incentivar

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5. Conservação da Natureza

Em relação à escassez dos recursos de solos em Macau, recorrer ao modelo “aproveitar a

protecção ambiental para incentivar o desenvolvimento, aproveitar o desenvolvimento para

proteger o ambiente, a fim de obter um equilíbrio entre a conservação da natureza e o

desenvolvimento” reveste-se, cada vez mais, de grande relevância. Este capítulo mostra as

tendências de evolução das zonas verdes de Macau.4

4Fonte da imagem: IACM, 2017

Zonas Verdes

IInnddiiccaaddoorreess uuttiilliizzaaddooss nneessttee ccaappííttuulloo ppaarraa aannáálliissee ddoo eessttaaddoo aammbbiieennttaall

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5.1 Zonas Verdes

Modelo DPSIR

Visto que os serviços competentes estão ainda a ajustar os critérios de classificação dos

espaços verdes de Macau e que não se podem obter dados mais actualizados de momento,

este capítulo só analisa dados relativos à área de zonas verdes sob a jurisdição do Instituto

para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) até ao ano 2015 (vide as figuras 5.2 a 5.4 e as

tabelas 5.1 e 5.2).

No âmbito das plantas, não há qualquer evolução no número de espécies arbóreas (incluindo

árvores e arbustos) nas bermas das rodovias ao longo dos anos. Em termos de número de

árvores nas bermas das rodovias, em 2016, o número registado na Península de Macau

desceu, comparado com 2015, mas nas Ilhas verificou-se um grande acréscimo. Pelo

exposto, o número total de árvores nas bermas das rodovias teve um aumento, em relação ao

ano 2015.

Em matéria do número de espécies dos animais, além de se verificar uma redução do número

de espécies de aves em relação a 2015, o número registado de espécies de mamíferos,

peixes, répteis e insectos também teve um acréscimo, comparativamente a 2015, conforme a

pesquisa efectuada em 2016.

Nas Zonas Ecológicas do COTAI, foram também destacados peixes, bentos, insectos e vários

tipos de aves classificados como espécies prioritariamente protegidas na China – Categoria II,

nomeadamente o colhereiro-de-cara-preta, o Egretta eulophotes, o Egretta sacra, o

colhereiro-europeu, o peneireiro-cinzento, o milhafre-preto, o Circus spilonotus, a

águia-de-asa-redonda, o peneireiro-vulgar, o falcão-peregrino, o Centropus bengalensis e o

Centropus sinensis, etc. Na época de aves de 2016, o número máximo de

colhereiro-de-cara-preta – que está em vias de extinção –, verificado naquelas zonas foi de

45, tendo havendo uma diminuição no número deste animais, comparando com 2015.

Em 2016, não houve qualquer incêndio florestal em Macau e tal situação é semelhante a

2015. Os incêndios florestais ao longo dos últimos 10 anos representam uma tendência de

queda.

D Força Motriz P Pressão

S Estado

I Impacto

R Resposta

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Em articulação com a “Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e

Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção”, o Governo da RAEM efectua a fiscalização da

importação e exportação destas espécies. O número de certificados de importação e

reexportação, emitidos em 2016, é de 7.055, verificando-se uma queda quando comparado

com o ano anterior. Foram instaurados 23 processos de infração à Convenção atrás referida.

Neles, estão envolvidas, principalmente, espécies em vias de extinção como a tartaruga,

Leucodioptron canorus e a Orquídea, entre outras, havendo um grande aumento face a 2015.

Em suma, o número de certificados da Convenção sobre a importação e reexportação,

emitidos nos últimos 10 anos regista um crescimento relevante. Também se denota uma

tendência crescente no volume de processos instaurados, embora seja pouco significativo.

Figura 5.1 Zonas Verdes de Macau em 2016

(Fonte: DSCC, 2017)

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Notas: (1) Á rea de zonas verdes sob a jurisdição do

IACM (incluindo os reservatórios de água).

(2) A área de zonas verdes da Taipa em 2006

contém as áreas da Taipa e do COTAI.

Nota: (1) Á rea de zonas verdes sob a jurisdição do IACM

(incluindo os reservatórios de água).

Figura 5.2 Á rea de zonas verdes ao longo dos

anos, percentagem do ano e área de

zonas verdes per capita

Figura 5.3 Á rea de zonas verdes por categoria

ao longo dos anos e percentagem

do ano (Fonte: IACM, 2016) (Fonte: IACM, 2016)

Notas: (1) A percentagem da área de zonas verdes sob a

jurisdição do IACM representa a percentagem

relativa à área total (não incluindo os

reservatórios de água) de zonas verdes de

cada categoria, sob a jurisdição do IACM, em

comparação com a área total urbana.

(2) A área de zonas verdes da Taipa em 2006

contém as áreas da Taipa e do COTAI.

Nota: (1) Não há qualquer registo de incêndios florestais

entre 2015 e 2016.

Figura 5.4 Percentagem da área de zonas

verdes sob a jurisdição do IACM

em diversas zonas de Macau

Figura 5.5 Número de incêndios florestais ao

longo dos anos

(Fonte: IACM, 2016) (Fonte: CB,DSEC, 2017)

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Notas: (1) Registaram-se cerca de 373 espécies de

insectos em 2016.

(2) O número de espécie de animal resulta do

registo de investigação através de

monitorização periódica e dos projectos de

estudo relacionados.

Figura 5.6 Número de espécies arbóreas em

Macau ao longo dos anos Figura 5.7 Número de espécies dos animais

em Macau ao longo dos anos (Fonte: DSEC-“Estatísticas do Ambiente 2016”, 2017) (Fonte: DSEC-“Estatísticas do Ambiente 2016”, 2017)

Figura 5.8 Número de certificados de

importação e reexportação

emitidos pela DSE ao abrigo da

“Convenção sobre o Comércio

Internacional da Espécies de

Fauna e Flora Selvagens

Ameaçadas de Extinção”, ao

longo dos anos

Figura 5.9 Número de processos instaurados

por infracção à “Convenção sobre

o Comércio Internacional da

Espécies de Fauna e Flora

Selvagens Ameaçadas de de

Extinção”

(Fonte: DSE, 2017) (Fonte: SA, 2017)

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Tabela 5.1 Valores e variações relativos à área de zonas verdes sob a jurisdição do IACM entre 2014

e 2015

(Unidade: m2) 2014 2015 Variação

Á rea de zonas verdes per

capita (m2/pessoa)

14,0 13,5 -3,6%

Á rea de zonas verdes 8.690.873 8.663.598 -0,3%

Taipa 1.781.654 (20,5%) 1.757.454 (20,3%) -1,4%

COTAI 162.845 (1,9%) 162.190 (1,9%) -0,4%

Península de Macau 2.035.340 (23,4%) 2.033.243 (23,5%) -0,1%

Coloane 4.711.034 (54,2%) 4.710.711 (54,3%) -1

Notas: (1) 1

Cujo decréscimo é cerca de 0,007%.

(2) Á rea de zonas verdes sob a jurisdição do IACM (incluindo os reservatórios de água).

(3) Na tabela, os valores entre parênteses representam a percentagem relativa à área de zonas verdes do

local a que se referem, em comparação com a área total de zonas verdes em Macau.

(Fonte: IACM, 2016)

Tabela 5.2 Valores e variações relativos à área de zonas verdes por categoria sob a jurisdição do

IACM entre 2014 e 2015

(Unidade: m2) 2014 2015 Variação

Espaços verdes de lazer e

recreação 4.087.196 (47,0%) 4.062.794 (46,9%) -0,6%

Espaços verdes rodoviários 577.176 (6,6%) 574.303 (6,6%) -0,5%

Espaços verdes de viveiros

de mudas 41.611 (0,5%) 41.611 (0,5%) -

Espaços verdes de paisagem

ecológica 3.984.890 (45,9%) 3.984.890 (46,0%) -

Notas: (1) Á rea de zonas verdes sob a juridição do IACM (incluindo os reservatórios de água).

(2) Na tabela, os valores entre parênteses representam a percentagem relativa à área de zonas verdes de

cada categoria, em relação à área total de zonas verdes em Macau.

(Fonte: IACM, 2016)

Tabela 5.3 Valores e variações da ocorrência de incêndios florestais entre 2015 e 2016

(Unidade: n.º) 2015 2016 Variação

Número de incêndios florestais 0 0 -

(Fonte: CB, 2017)

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Tabela 5.4 Número e espécies de árvores em Macau entre 2015 e 2016, e as respectivas variações

2015 2016 Variação

Número de árvores (Unidade: árvore)

Á rvores nas bermas das rodovias na Península de Macau

10.379 10.087 -2,8%

Á rvores nas bermas das rodovias nas Ilhas

8.225 9.366 +13,9%

Espécies de árvores (Unidade: espécie)

Á rvores nas bermas das rodovias 241 241 -

Arbustos nas bermas das rodovias 175 175 -

(Fonte: DSEC-“Estatísticas do Ambiente 2016”, 2017)

Tabela 5.5 Número de espécies dos animais em Macau entre 2015 e 2016

(Unidade: espécie) 2015 2016

Aves 140 126

Anfíbios 9 9

Mamíferos 23 27

Peixes (aproximadamente) 200 218

Répteis 22 26

Insectos (aproximadamente) 356 373

Nota: (1) O número de espécie de animal resulta do registo de investigação através de monitorização periódica e dos

projectos de estudo relacionados.

(Fonte: DSEC-“Estatísticas do Ambiente 2016”, 2017)

Tabela 5.6 Número e espécies de fauna e flora acumulados nas Zonas Ecológicas I e II em 2016

(espécie)

Peixes Bentos Insectos Anfíbios Répteis

69 89 387 5 20

Mamíferos Algas flutuantes Zooplâncton Embriófito

10 163 102 366

(Fonte: DSPA, 2017)

Tabela 5.7 Número e variação de certificados de importação e reexportação emitidos pela DSE ao

abrigo da “Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora

Selvagens Ameaçadas de Extinção”, entre 2015 e 2016

(Unidade: n.º) 2015 2016 Variação

Certificados 7.329 7.055 -3,7%

(Fonte: DSE, 2017)

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Tabela 5.8 Número e variação de processos instaurados por infracção à “Convenção sobre o

Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de

Extinção”, entre 2015 e 2016

(Unidade: caso) 2015 2016 Variação

Número de processos 17 23 +35,3%

(Fonte: SA, 2017)

Em 2016, não houve qualquer mudança do número de espécies arbóreas nas

bermas das rodovias em Macau, mas verificou-se uma subida do número total de

árvores, principalmente nas Ilhas, onde são mais abundantes. Face ao desenvolvimento

crescente do COTAI e das regiões circundantes, a preservação das Zonas Ecológicas

do COTAI está a enfrentar desafio maior. Pelo exposto, sugere-se que o Governo da

RAEM não se dedique apenas à preservação dos espaços verdes efectivos e do

ambiente ecológico, como também sublinhe a sensibilização da importância, à

população, do estrito cumprimento da lei e do cuidado com a natureza. Também deve

enfatizar a conservação ecológica no plano urbanístico geral e no planeamento das

futuras áreas e de áreas funcionais de área marítima. Tem ainda em conta a introdução

dos elementos arborizados, a optimização da disposição da arborização, a

preconização da arborização tridimensional, a adição do número de árvores urbanas e

da área de mangal espalhada nas costas, entre outros. A ideia é facilitar aos residentes

de Macau e turistas que vêm a Macau um ambiente natural mais belo e um sítio para

lazer e recreação, simultaneamente criando-se mais opções de habitat para fauna e

flora, a fim de incentivar a concretização da meta - transformação de Macau numa

cidade agradável para habitação e turismo.

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