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25/09/2015 5 marcos da Era das Trevas dos quadrinhos | Quadrinheiros http://quadrinheiros.com/2015/09/01/5marcosdaeradastrevasdosquadrinhos/ 1/6 5 marcos da Era das Trevas dos quadrinhos Publicado em 1 de setembro de 2015 por Nerdbully Aqui estão 5 marcos da história das histórias em quadrinhos do período que resolvemos chamar simplesmente de “Era das Trevas”. Os fãs e historiadores de histórias em quadrinhos norteamericanos, sobretudo de superheróis, costumam dividir sua história em “Eras”. Essas Eras podem variar um pouco, mas a periodização abaixo tem algum consenso (pelo menos entre nós, Quadrinheiros): a Era de Ouro (19381950) , com heróis no estilo pulp e brutais. Viu o nascimento de clássicos como Superman e Batman; a Era de Prata (19561970) ficou marcada pelo Comics Code e por criar certas noções de que “heróis não matam”. Marcam uma nova geração de heróis e novas versões de personagens da Era de Ouro como o Flash e Lanterna Verde. São histórias mais leves se comparadas à Era de Ouro, com temáticas tiradas da ficção científica e num tom quase surreal; a Era de Bronze (19701985) teve uma abordagem de temas mais complexos, como drogas, preconceito etc. Um marco do período é a série em que o Arqueiro Verde e o Lanterna Verde enfrentam problemas políticos e sociais em suas aventuras, escrita por Denny O’Neil e desenhada por Neil Adams; a Era de Ferro (19851994) teve seus heróis anabolizados e brutais, quase como uma evolução da Era de Bronze. Obras como Watchmen e O Cavaleiro das Trevas marcam o início do período que também viu editoras como a Image ganhar cada vez mais mercado com heróis “sombrios”. a Renascença (1995hoje?): podemos dividir os quadrinhos desse período em duas grandes vertentes, uma que tenta resgatar a inocência e o clima fantástico da Era de Prata com uma narrativa madura sem cair na brutalidade ou mesmo no realismo e outra que tenta uma desconstrução de conceitos estabelecidos em outras Eras, também tendo a Era de Prata como referência primordial. Temos um top 5 dos quadrinhos dessa Era, para ver essa lista é só clicar aqui . Quadrinheiros Diversão e rigor | (Ano IV)

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Aqui estão 5 marcos da história das histórias em quadrinhos do período que resolvemos chamar simplesmente de “Era das Trevas” - A Era de Bronze + A Era de Prata

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5 marcos da Era das Trevas dos quadrinhosPublicado em 1 de setembro de 2015 por Nerdbully

Aqui estão 5 marcos da história das histórias em quadrinhos do período queresolvemos chamar simplesmente de “Era das Trevas”.

Os fãs e historiadores de histórias em quadrinhos norteamericanos,sobretudo de superheróis, costumam dividir sua história em “Eras”. EssasEras podem variar um pouco, mas a periodização abaixo tem algum consenso(pelo menos entre nós, Quadrinheiros):

a Era de Ouro (19381950) , com heróis no estilo pulp e brutais. Viu onascimento de clássicos como Superman e Batman;

a Era de Prata (19561970) ficou marcada pelo Comics Code e por criarcertas noções de que “heróis não matam”. Marcam uma nova geração deheróis e novas versões de personagens da Era de Ouro como o Flash eLanterna Verde. São histórias mais leves se comparadas à Era de Ouro, com

temáticas tiradas da ficção científica e num tom quase surreal;

a Era de Bronze (19701985) teve uma abordagem de temas mais complexos, como drogas, preconceito etc.Um marco do período é a série em que o Arqueiro Verde e o Lanterna Verde enfrentam problemas políticos esociais em suas aventuras, escrita por Denny O’Neil e desenhada por Neil Adams;

a Era de Ferro (19851994) teve seus heróis anabolizados e brutais, quase como uma evolução da Era deBronze. Obras como Watchmen e O Cavaleiro das Trevas marcam o início do período que também viu editorascomo a Image ganhar cada vez mais mercado com heróis “sombrios”.

a Renascença (1995hoje?): podemos dividir os quadrinhos desse período em duas grandes vertentes, umaque tenta resgatar a inocência e o clima fantástico da Era de Prata com uma narrativa madura sem cair nabrutalidade ou mesmo no realismo e outra que tenta uma desconstrução de conceitos estabelecidos em outrasEras, também tendo a Era de Prata como referência primordial. Temos um top 5 dos quadrinhos dessa Era, paraver essa lista é só clicar aqui.

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A Era de Bronze e a Era de Ferro costumam, às vezes, serem chamadas de “Era da Relevância Social”, uma vez quemarcam um período de “amadurecimento” das histórias em quadrinhos de superheróis, quando temas maisadultos são abordados, o Comics Code Authority (CCA) mecanismo de autocensura adotado pelas editoras dequadrinhos dos EUA – tornase mais brando e abandonado paulatinamente, possibilitando histórias com um tommais pesado. É sobretudo durante a Era de Ferro que DC e Marvel investem no termo “graphic novel”, para tentarvender quadrinhos para um público adulto.

Na Era de Bronze e Ferro os superheróis vão enfrentando cada vez mais problemas do mundo real ebrutalizandose. Suas histórias ganhando um tom cada vez mais sombrio, pessimista, cínico e violento. Tanto queo escritor Grant Morrison, em seu livro Supergods, ao propor sua própria periodização das histórias emquadrinhos, agrupa as duas eras denominando o período simplesmente como “Era das Trevas” dos quadrinhos.

E aqui estão 5 quadrinhos que marcaram a Era das Trevas dos quadrinhos – em ordem cronológica e não deimportância ou qualidade.

Green Lantern #76 (1970)

Essa história marca o início de uma parceria que se tornaria lendária: Lanterna Verde e Arqueiro Verde. DennisO’Neil com desenhos de Neal Adams apresenta Hal Jordan como aquilo que ele é: um homem da lei, um policial,um homem que divide a realidade entre o Bem e o Mal, mas o Arqueiro Verde mostra que a realidade não é tãosimples assim.

Nessa história, o Lanterna Verde ajuda o dono de um imóvel a despejar as pessoas que o ocuparam de maneirailegal. O Arqueiro mostra que a realidade é um pouco mais complexa: o dono do imóvel quer transformálo em umestacionamento, despejando todos os moradores (sendo que as condições nas quais ele mantinha o prédio eradeplorável).

A história tem dois momentos marcantes: quando confrontado pelo Arqueiro se ele achava certo o que estavafazendo, o Lanterna apenas diz estar cumprindo seu dever, ao que o Arqueiro responde “Eu já ouvi isso antes…nos julgamentos de nazistas”.

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O segundo é quando o Lanterna é confrontado por um afroamericano que diz que o Lanterna já ajudou os de peleazul, os de pele púrpura, os de pele laranja, mas nunca os de pele negra.

Ao final dessa história o Lanterna Verde e o Arqueiro Verde partem numa viagem pelos EUA onde muitos outrosproblemas sociais serão abordados. É um marco do início de um tom mais pesado nos quadrinhos de superheróis.

Amazing SpiderMan #96#98 (1971)

Reparem que não há o selo do ComicsCode Authority na capa.

Em 1971 o governo dos EUA, por meio do Departamento de Saúde, Educação e BemEstar contatou Stan Lee paraque a Marvel produzisse uma história em quadrinhos que abordasse o problema das drogas. Nessa história, PeterParker salva um homem que, de tão alucinado, se joga de um prédio. Durante essas três edições, paralelo aoproblema das drogas, o HomemAranha ainda tem que enfrente o Duende Verde.

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Mesmo mencionando drogas como nocivas e prejudiciais à saúde, os censores do CCA proibiram a história. PorémStan Lee e Martin Goodman decidiram publicála mesmo assim. Essas edições foram um sucesso e o CCA foiabertamente criticado por não permitilas, o que levou a uma revisão e a um abrandamento do Comics Code,permitindo um tom um pouco mais sombrio às histórias.

O Cavaleiro das Trevas (1986)

Fazendo parte de uma estratégia da DC Comics para vender quadrinhos – e o Batman – para um público adulto,transformando “comics” em “graphic novels”, Frank Miller pegou os traços brutais e psicóticos já ensaiados emuma fase anterior pela mesma dupla do já mencionado Green Lantern (Dennis O’Neil e Neil Adams) e os elevou aníveis nunca antes vistos em nenhum superherói!

A onde de violência pela qual passa Gotham City na hq encontrou ecos nos problemas vividos por Nova York nomesmo período, transformando a história num clássico instantâneo.

Watchmen (19861987)

Dizer algo sobre essa obra e sobre este gênio é como chover no molhado, mas vamos lá. Alan Moore soube comoninguém até então confrontar os superheróis com os problemas da vida real. Abordando os elementos dasnarrativas de superheróis e invertendoos, Watchmen levou o gênero “superherói” até seu limite e, ao invés dequebrálo, acabou por expandilo. Depois dessa obraprima os superheróis não podiam mais ser encarados comomeramente uma “coisa de criança”.

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Spawn #1 (1992)

Spawn é um efeito direto de produções como O Cavaleiro das Trevas e Watchmen. Embora esses dois títulosabordassem os superheróis como brutais e confrontandoos com problemas mais mundanos, elas eram sérieslimitadas. Spawn colocou essa brutalidade e problemas definitivamente nos quadrinhos periódicos, representandotambém o auge da Image Comics, com seus heróis e estética totalmente afinados com a Era de Ferro: brutais eanabolizados.

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Sobre NerdbullyUm adepto do zennerdismo.Ver todas as mensagens por Nerdbully →

Esse post foi publicado em Nerdbully e marcado Alan Moore, Arqueiro Verde, Comics Code, Comics Code Authority, DC, Dennis O'Neil, Era de Bronze, Era de Ferro, FrankMiller, histórias em quadrinhos, HomemAranha, Lanterna Verde, Marvel, Neal Adams, O Cavaleiro das Trevas, Spawn, Stan Lee, Watchmen. Guardar link permanente.

2 respostas para 5 marcos da Era das Trevas dos quadrinhos

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3 blogueiros gostam disto.

Marcos Farias disse:1 de setembro de 2015 às 21:03

Eu vejo outras obras relevantes ao extremo nesse mesmo período, possívelmente tão relevantes quanto ou até mais do que asapresentadas. Eu acrescentaria:American Flagg!, uma série revolucionária tanto do ponto de vista narrativo quanto visual.Miracleman, em que o mito do superherói é desconstruído magistralmente.Cerebus, que dispensa comentáriosSandman, onde Gaiman realmente elevou as HQs à condição de literatura do ponto de vista técnico.Love & Rockets, que ainda é um dos maiores êxitos fora do mainstream e totalmente baseado em uma produçãoindependente e familiar.

A lista é extensa e de fato a liberdade experimentada entre meados dos anos 1970 e meados dos 1980, advinda da explosão deeditoras pequenas que romperam as amarras do CCA e que forçaram uma evolução da indústria como um todo.

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