5 NOVOS ASTEROIDES PARA PORTUGAL International ...portaldoastronomo.org/images/noticias/iasc_pt.pdf · Na caça aos asteroides os mais velhos são tutores dos mais novos e colaboram

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5 NOVOS ASTEROIDES PARA PORTUGAL Os estudantes que participam nas campanhas de procura de asteroides em Portugal estão a ser transformados em verdadeiros caçadores. Nas últimas duas campanhas, que decorreram entre Fevereiro e Abril deste ano, foram mais 5 os objetos observados pelos nossos estudantes e já confirmados pelo Minor Planet Center, organismo que coordena estas descobertas. Estes novos objetos vêm juntar-se aos 6 asteroides anteriormente identificados por estudantes portugueses. O projeto de procura de asteroides, International Astronomical Search Collaboration (IASC) é coordenado por Patrick Miller da Hardin Simnons University no Texas. No projeto participam escolas de cerca de 40 países. Os novos caçadores são: dois estudantes, irmãos, da Escola Básica Duarte Lopes, orientados pelo Prof. Nuno Figueiredo, um estudante da Escola Secundária Luís de Freitas Branco, orientado pela Prof. Cecília Silva e o grupo de estudantes das 5 escolas que participaram da campanha especial Pan-STARRS. Os novos asteroides têm os nomes provisórios de 2012 EM11, 2012 EK6, 2012 FG25, 2012 FF52 e 2012 FF25. Em campanhas anteriores, que decorreram de Dezembro de 2010 a Janeiro de 2011 (http://www.portaldoastronomo.org/noticia.php?id=769) e de 5 de Dezembro de 2011 a 9 de Janeiro de 2012 (http://www.portaldoastronomo.org/noticia.php?id=790) já tinham sido descobertos 6 novos asteroides: 2011 BG16, 2011 BD117 e 2011 YG63 - Esc B2,3 e Sec de Alvide (Cascais); 2011YM69 - Escola Sec. c/ 2º,3º ciclos Ruy Luís Gomes (Almada); 2011 YF63 - Esc Sec D. Inês de Castro (Alcobaça) e 2012 AK10 - Esc Sec D. Maria II (Braga). Para o NUCLIO, coordenador em Portugal deste projeto, não são as confirmações de descobertas o mais importante. É todo o envolvimento de professores e alunos, é a possibilidade de permitir aos estudantes uma experiência de verdadeiro trabalho científico, é possibilitar a aprendizagem de conteúdos importantes mas sobretudo perceberem como é que funciona o método científico. Estes alunos vão ter uma perceção muito diferente do mundo da ciência e certamente levarão consigo uma bagagem que não ficará esquecida. Afinal, quem não gosta do friozinho na barriga que sentimos ao atingir algo que pensamos nunca estar ao nosso alcance. Aguardamos já ansiosamente pelo próximo capítulo desta jornada que tem sido coroada de sucesso. All-Portugal Campaign e Pan-STARRS Asteroid Search Campaign Na segunda campanha exclusiva para escolas portuguesa (All-Portugal Campaign), que decorreu de 16 de fevereiro a 22 de março participaram 20 escolas e na campanha Pan-STARRS participaram 5 escolas. Para professores e estudantes, para os coordenadores do projeto em Portugal e para os promotores a nível internacional este projeto é muito mais do que a contribuição de escolas de todo o mundo para a vigilância dos nossos céus, é a oportunidade de levar às salas de aula uma experiência inovadora, onde a ciência é feita na ponta dos dedos, por jovens aprendizes, que começam a entender o valor da investigação científica. Ficarão para sempre com o bichinho da descoberta e do sabor da vitória do saber.


Na Escola Básica Duarte Lopes os caçadores são membros do Clube de Astronomia. São 18 estudantes com idades compreendidas entre 10 e 15 anos. Segundo o Prof. Nuno Figueiredo, apesar do grupo ter sido criado recentemente e da heterogeneidade das idades, há uma boa dinâmica entre os estudantes, conseguindo-se que diversas atividades decorram em simultâneo. Na caça aos asteroides os mais velhos são tutores dos mais novos e colaboram na análise das imagens e na elaboração dos relatórios.

Os alunos que descobriram os asteroides são dois irmãos, o Santiago Bilbao Y Coimeiro Leria, com catorze anos que frequenta o nono ano de escolaridade e o Felipe Sanjaime Bilbao Y Coimeiro Leria, com doze anos que frequenta o sexto ano. O Santiago está no Clube há três anos e desde o seu primeiro ano participa na Caça aos Asteroides. O irmão, há dois anos, quando ingressou nesta escola também se envolveu nesta atividade. Para os alunos a grande motivação é sentirem que estão a fazer ciência e o facto de estarem a participar numa campanha em que participam tantas escolas e tantos países. Gostam também das sessões em que projetam as imagens e trabalham em conjunto na análise das mesmas. Estes aprendizes de cientista fazem ciência, trabalham em equipa, desenvolvem várias competências no que diz respeito à análise e tratamento de dados, e tudo num ambiente descontraído em que todos participam igualmente.

O clube está também empenhado em envolver toda a comunidade no projeto. Com este objetivo em mente realizam sessões abertas em que toda a escola pode participar e conhecer mais de perto este projeto. Segundo o testemunho do Prof. Nuno, a adesão tem sido muito acima do esperado com os alunos a revelarem-se muito interessados, participativos e surpreendidos com a atividade por esta ser inovadora e apelativa. Os alunos revelaram-se

surpresos por poderem de uma forma prática e lúdica, realizar aprendizagens sobre tópicos sobre os quais já tinham ouvido falar mas apenas com uma aproximação muito teórica. É a ciência, como ela se faz, nas pontas dos dedos dos estudantes a provocar revoluções !!

Imagem 1 - Alunos do Clube de Astronomia da Escola Básica Duarte Lopes

Imagem 2 - Os alunos Felipe e Santigo

Imagem 3 - Sessão aberta de Caça aos Asteroides

Imagem 4 – A utilização do software Astrometrica


Na Escola Secundária Luís Freitas Branco o caçador é um corajoso rapaz do 7º ano, membro do Clube de Astronomia da escola que conta com 4 membros e que foi criado neste ano letivo de 2011/2012. Miguel Ferreira começou a trabalhar no programa em janeiro de 2012.

Para os pais do Miguel este tipo de atividades são fundamentais para, garantir o sucesso escolar pois facultam uma importante aprendizagem, para além daquilo que vem nos programas curriculares e trazem autoconfiança, segurança, autonomia e motivação para os alunos envolvidos. Na opinião da Prof. Cecília Silva, coordenadora do clube, o IASC proporcionou aos alunos oportunidades de aprendizagem e investigação raramente facultadas na escola. Nas palavras da professora: "Esta campanha permitiu não só desenvolver competências na área das novas tecnologias aplicadas ao estudo da astronomia como também responsabilizar e promover a autonomia dos alunos." Por algumas semanas os estudantes portugueses coloriram a página internacional do projeto: http://iasc.hsutx.edu/

Portugal a conquistar um espaço importante nas campanhas mundiais. A história de sucesso não para aqui. O empenho de professores e estudantes portugueses já tinha garantido no passado a organização de campanhas exclusivas para Portugal. São campanhas em que todas as observações feitas pelos telescópios ao serviço do projeto são enviadas para escolas portuguesas. A cereja no topo do bolo é a campanha Pan-STARRS Asteroid Search Campaign. A história de dedicação do grupo participante garantiu um lugar nessa campanha, a mais apetecida por todos os colaboradores a nível mundial.


A campanha Pan-STARRS que decorreu de 15 de Março a 19 de Abril de 2012 recorre a imagens feitas com um telescópio de 1.8 m e que está localizado em Haleakala (Hawai) e pertence à Universidade do Hawai.

Não é o maior telescópio do mundo nem tampouco o maior utilizado pelo IASC. Contudo, tem a maior câmara em uso para pesquisas científicas, capaz de produzir imagens com 1,4 mil milhões de pixéis e mapear uma área do céu 14 vezes maior do que a Lua. Uma só imagem contém tanta informação quanto um DVD de um filme.

Segundo o coordenador Patrick Miller, as imagens são subdivididas em 144 partes e então distribuídas pelas 40 escolas que participam na campanha. Neste caso, em

particular, as escolas são associadas em grupos de 2 países que analisam as mesmas imagens. A última campanha Pan-STARRS Asteroid Search Campaign alcançou um número record de descobertas, 60 novos asteroides da Cintura Principal já confirmados. Destes, 3 são portugueses, descobertos por estudantes/professores da equipa NUCLIO Asteroid Search Team:

2012 FG25 – Bernardo Figueiredo (Escola Secundária D. Inês de Castro) João Martins (Escola Secundária Luís de Freitas Branco) João Vieira (Escola Secundária D. Maria II) Sofia Fernandes ( Escola Secundária D. Maria II) Sofia Lopes ( Escola Secundária D. Maria II)

2012 FF52 e 2012 FF25 - Anderson Ferreira Fillho (Agrupamento de Escolas de Valpaços) Bernardo Figueiredo (Escola Secundária D. Inês de Castro) Cindy Alves (Agrupamento de Escolas de Valpaços) Daniel Parauta (Agrupamento de Escolas de Valpaços) João Martins (Escola Secundária Luís de Freitas Branco) João Vieira (Escola Secundária D. Maria II) Lília Pires (Agrupamento de Escolas de Valpaços) Sofia Fernandes ( Escola Secundária D. Maria II) Sofia Lopes ( Escola Secundária D. Maria II)

Ao todo, nas duas últimas campanhas foram feitas as seguintes descobertas pelos participantes portugueses:

-‐ 27 descobertas preliminares – Descobertas de novos asteroides que têm de ser posteriormente confirmados com mais observações. Até ao momento temos 5 confirmações.

-‐ 5 novos asteroides confirmados – Nestes casos o nome dos alunos aparecem no comunicado feito pelo organismo que regula estas descobertas, o “Minor Planet Center”. Eventualmente os alunos terão a possibilidade de dar nome ao asteroide.


-‐ 181 observações de NEO (Nearh Earth Objects) – ou seja, objetos já conhecidos mas cuja trajetória ainda está a ser definida e portanto estas observações ajudaram a traçar mais alguns pontos na determinação da rota do objeto.

-‐ Confirmaram a existência de 21 NEO – ou seja, confirmaram descobertas preliminares feitas

por outros.

Como nos casos anteriores é muito importante reconhecer que o fator sorte é muito importante e que na verdade a grande mais-‐valia deste projeto, como em quase tudo na vida aliás, é a caminhada e não o resultado final, que depende muito da sorte de encontrar os objetos e destes voltarem a ser observados, num intervalo de tempo muito curto, por outros jovens cientistas. O caminho percorrido para concretizar as descobertas é que é a verdadeira aprendizagem e aquisição de competências únicas.

Escolas que participaram na All Portugal Asteroid Search Campaign (16 fevereiro a 22 março de 2012) Agrupamento de Escolas de Valpaços – Prof. Lília Pires Escola Secundária de Caldas das Taipas – Prof. José Carlos Gomes Codeço Escola Básica 2,3 e Secundária de Alvide – Prof. João carolino Escola 2,3/S da Belavista – Prof. Isadora Girio Escola Secundária Maria Lamas – Prof. Nelson Alves Correia Escola Secundária de Matias Aires – Prof. Margarida Pessoa Escola Secundária da Cidadela – Prof. Leonor Cabral Escola Básica Duarte Lopes – Prof. Nuno Figueiredo Escola Secundária Luís de Freitas Branco – Prof. Cecília Silva Escola Básica 2,3 Cego do Maio – Prof. Renato Oliveira Escola Secundária de Sacavém – Prof. Maria José Calado Escola Básica 2,3 D. Martinho Vaz de Castelo Branco – Prof. Carla Direitinho Escola Básica 2,3 Bernardino Machado – Prof. Tânia Pinto Escola Básica 2,3 Matilde Rosa Araújo – Prof. Paula Furtado ESB3 Fernão de Magalhães – Prof. Maria dos Prazeres Guedes Escola Básica e Secundária de Santa Maria – Prof. Juan Nolasco Escola Básica 2,3 de Alapraia – Prof. Penélope Coelho Escola Básica e Secundária Ibn Mucana. – Prof. Ana Paula Queiroz Escola Básica de Vilar de Andorinho – Prof. Paula Carneiro Escola secundária Augusto Gomes – Prof. Duarte Januário Pan-STARRS Asteroid Search Campaign (15 março a 19 abril de 2012) Escola Secundária Luís de Freitas Branco – Prof. Cecília Silva Agrupamento de Escolas de Valpaços - – Prof. Lília Pires Escola Secundária D. Maria II – Prof. João Vieira Escola Secundária de D. Inês de Castro – Prof. Paulo Carapito Colégio de Nossa Senhora da Boa Nova – Prof. Rosa Reis


Alguns dos caçadores de asteroides da campanha PanStarrs:

Este projeto em Portugal conta com apoio da Câmara Municipal de Cascais.

Escola Secundária D. Inês de Castro - Alcobaça

Escola Secundária Luís de Freitas Branco – Paço D’arcos

Agrupamento de Escolas de Valpaços

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