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5 Técnicas indispensáveis para um líder - napratica.org.brnapratica.org.br/.../08/5Tecnicas_indispensaveis_para_um_lider.pdf · reúne suas características principais porém precisa

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5 Técnicas indispensáveis para um líder

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ÍNDICE

CUSTOMER DEVELOPMENT Nada é verdade até que seja testado e validado .............. 2

PROTOTIPAGEM Em vez de falar, mostre ............................................... 6

SERVICE DESIGN A atenção aos detalhes faz diferença ............................. 9

PROATIVIDADE O que toda empresa quer em um funcionário ................ 13

PENSAMENTO SISTÊMICO Enxergue as conexões invisíveis. ................................ 16

Descubra novas ferramentas que vão te ajudar a pensar como um líder e atingir resultados cada

vez melhores

Se engana quem pensa que só coordenadores, gerentes e diretores são os líderes de uma organização, ou pior ainda - que só eles precisam ter as habilidades de um líder. Seja no dia a dia profissional, na nossa relação pessoal com familiares e amigos ou durante os trabalhos da faculdade, frequentemente precisamos desempenhar as funções de um líder: tomar decisões complicadas, comunicar-se com clareza com pessoas diferentes de nós e entender o que elas querem e, em última instância, fazer as coisas acontecerem. Tarefas que nem sempre são fáceis...

Certas técnicas nos permitem evitar os obstáculos comuns na hora de agir como um verdadeiro líder: testam nossas crenças e suposições, corrigem as distorções em nossos processos de pensamento e nos ajudam a enxergar mais longe. Dominando essas técnicas, ganhamos confiança para resolver nossos problemas, antecipar riscos e atingir resultados cada vez melhores.

Existem, claro, infinitas técnicas para ser um líder melhor… Neste Ebook,

vamos apresentar cinco delas, e que podem te ajudar muito nos desafios da sua vida profissional - e pessoal também!

Com o customer development, você aprenderá que nada é verdade até ser testado e validado, e assim terá informações mais embasadas para usar em seus projetos; por meio da prototipagem, descobrirá como comunicar melhor o que se passa na sua cabeça e demonstrar mais protagonismo; o service design vai te lembrar da atenção aos detalhes, a melhor forma de se diferenciar em cenários de muita concorrência; ao entender as raízes da proatividade, você poderá desenvolver cada vez mais essa característica e conquistar seus objetivos; e, por fim, o pensamento sistêmico ajudará a desenvolver uma compreensão mais completa e complexa da sua realidade.

Ao final de cada conceito, propomos perguntas e questionamentos que vão ajudá-lo a refletir o quanto você vem aplicando o modo de pensar de um líder no seu dia a dia. Assim, esse material também pode ser usado de forma coletiva, com a sua equipe do trabalho, empresa junior, sua turma de faculdade ou mesmo os amigos mais próximos. Aproveite ao máximo e nos conte o que achou!

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CUSTOMER DEVELOPMENT Nada é verdade até que seja testado e validado

Oconceito de Customer

Development (ou Custdev,

e que poderia ser traduzido

como ‘desenvolvimento focado no

cliente’) é importante nesse sentido,

já que prega que o empreendedor de

uma startup (ou mesmo o dono de

um projeto) precisa sair do escritório

e ir para a rua testar sua hipótese

de produto ou serviço diretamente

com o público. A realidade de grande

parte das startups, que fecham

depois de alguns meses, pode nos

ensinar muito...

“Todo mundo tem um plano até levar um soco na cara”. A frase

do ex-boxeador Mike Tyson pode nos ajudar a entender como

é importante validar nossas ideias na prática. Caso contrário,

iremos a nocaute com elas na cabeça, sem ganhar e sem realizar

transformações no mundo real.

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CUSTOMER DEVELOPMENTNada é verdade até que seja testado e validado

Muitas vezes, essas startups nascem

a partir de ideias que seus fundadores

consideram brilhante. Daí, baseados

apenas em suposições sobre como é

o mercado e o que os consumidores

querem, esses empreendedores

propõem uma solução e definem

seu modelo de negócios. Mas, nem

sempre essas suposições são as mais

adequadas e eles somente descobrem

isso quando o produto é lançado.

Resultado? Prejuízo e desperdício de

tempo e energia.

Viu como podemos levar esses

ensinamentos para outros cenários

na nossa vida?

O Custdev considera que tudo definido

inicialmente ainda não pode ser

tratado como verdade; é apenas uma

hipótese que precisa ser testada,

validada e renovada. Dessa forma,

pressupõe que toda teoria, estratégia

ou visão de negócios deve ser validada

em situações reais, para só depois

poder ser considera da verdadeira.

É um método útil que pode acabar

de vez com aquela sensação de

estar insistindo, insistindo... e nada

de resultados.

Como surgiu? O empreendedor e acadêmico

Steve Blank é considerado o “pai”

desse conceito, que surgiu em meados

da década de 1990. Atualmente ele se

dedica à carreira acadêmica, sempre

com o empreendedorismo em foco.

É professor consultor associado em

Stanford e leciona na Haas School

of Business, na Universidade da

Califórnia, em Berkeley, na Columbia

University e no California Institute

of Technology (Caltech).

Blank aproveitou sua experiência

de sucesso em startups do Vale

do Silício, nos EUA, e desenvolveu

essa metodologia, considerada

um dos pilares do movimento

‘LeanStartup’ de Eric Ries, que foi seu

aluno. Possui quatro livros publicados

e The Four Steps to the Epiphany

(ou Do Sonho à Realização em Quatro

Passos) é sua principal obra sobre o

Customer Development.

Para o autor, o principal erro que

causa a falência de muitas startups

é esse que mencionamos ali em

cima: o empreendedor acha que

sabe o que o cliente quer.

3

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Mas isso vale para todo tipo de

cliente. Imagine que você trabalha na

área de marketing de um grande banco,

e tem uma brilhante ideia sobre um

novo produto financeiro... Antes de

investir tempo e dinheiro nessa ideia,

converse com alguns clientes para

ver o que eles acham dela. Da mesma

forma, se você é um jornalista em

busca de mais acessos e engajamento

nos seus textos, por que não conversar

com seus leitores e entender suas reais

necessidades de conteúdo?

Depois de uma conversa (a tal da

‘validação’) com pessoas de fora, é

possível que sua ideia inicial seja

completamente modificada. Aplicando

esse método, você vai obter diversos

insights sobre como melhorar o seu

projeto, o que está dando errado nas

suas estratégias e quais são os pontos

cegos na sua visão. Trata-se de um

processo iterativo e que pode ser

repetido em diversos estágios do projeto,

aumentando suas chances de sucesso.

Mas como validar um projeto ou

produto no mundo real sem antes

dedicar tempo e energia para

desenvolvê-lo? A resposta está em outra

ferramenta do mundo lean, o MVP.

Essa é a sigla para minimum viable

product, ou, em português, produto

minimamente viável. Trata-se de uma

versão simplificada do seu projeto, que

reúne suas características principais

porém precisa

Para que serve? Inicialmente pensado para o universo

das startups, o Customer Development

pode ser útil para que você valide suas

diferentes ideias no mundo real, fora

de sua cabeça. Por mais que um líder

possa ter uma mente em que as ideias

surgem em velocidade fora do comum,

elas precisam se adaptar à prática do

seu projeto.

Ao internalizar as diretrizes do

Customer Development você ganhará

um senso de concretude maior, sem

abandonar os sonhos e ideias que

marcam a mente de alguém que

lidera. Esse conceito também nos

traz flexibilidade e humildade para

entender que, muitas vezes, aquilo

que pensamos inicialmente não

é viável ou aplicável e temos que

repensar nossos projetos. A seguir,

confira alguns exemplos de como

aplicar a metodologia no dia a dia

de qualquer profissional:

CUSTOMER DEVELOPMENTNada é verdade até que seja testado e validado

4

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1. Em um debate, considerar os

argumentos de outra pessoa que não

vão de encontro às suas suposições

2. Pesquisar se as pessoas estão

dispostas a pagar o que você vai

cobrar por certo serviço ou produto

3. Realizar pesquisas de opinião sobre

projetos em desenvolvimento

4. Escutar pessoas mais experientes

que obtiveram sucesso na mesma

área (e que não necessariamente

pensam como você!)

Da mesma fora, existem alguns

questionamentos que podem te ajudar a

refletir se você está aplicando realmente

a metodologia na sua vida:

1. Você possui inúmeras ideias e poucas

acabam se concretizando?

2. Ao perceber que sua ideia não é viável

na prática, você insiste naquilo que

havia pensado ou procura se adequar

à realidade?

CUSTOMER DEVELOPMENTNada é verdade até que seja testado e validado

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3. Quando você tem uma ideia e a

considera genial, já a coloca em

prática ou procura entender se ela

realmente será executável?

4. Você busca entender a real

necessidade das pessoas ao

seu redor?

5. Você “dá o braço a torcer”

quando uma ideia “brilhante”

não funciona bem?

5

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PROTOTIPAGEM Em vez de falar, mostre

Essa é a lógica por trás do

conceito de ‘prototipagem’,

uma poderosa ferramentas

para quem quer pensar e agir como

um líder.

O que significa? Um protótipo é uma amostra inicial,

um modelo construído para testar

um conceito, produto ou processo.

É um termo usado em uma

variedade de contextos, incluindo

a semântica, design, eletrônica e

programação de software.

Você já deve ter ouvido a máxima “Entendeu ou quer que eu

desenhe?”, que é quase sempre usada de forma pejorativa. No

entanto, a verdade por trás dessa brincadeira é que o simples

esboço de uma ideia pode ajudar (e muito) a transmiti-la para

outras pessoas. Quando temos uma ideia na cabeça - seja ela

simples ou complexa - é sempre mais fácil explicá-la quando

podemos utilizar recursos materiais, que vão do simples

‘papel e caneta’ até peças de Lego, apresentações PowerPoint e

engenhocas. Só com palavras, é muito mais difícil que outras

pessoas visualizem o que estamos imaginando.

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PROTOTIPAGEMEm vez de falar, mostre

A palavra protótipo é derivada do

grego, onde Protós significa primeiro e

Typos significa tipo. Mas uma tradução

mais acertada poderia ser: primeiro

modelo, que está em fase de testes,

estudo, ou planejamento.

A utilização dos protótipos não é uma

novidade na história da humanidade.

O uso de modelos e maquetes é antigo

na arquitetura, por exemplo. Com a

revolução industrial e sua produção

massificada, os protótipos ganharam

fôlego. No início, o protótipo era o

produto feito pelo mestre, que depois

deveria ser produzido em série. Ao

longo do tempo ganhou status de

“teste” e a indústria automobilística

adotou os protótipos antes de lançar

seus veículos no mercado. Atualmente,

a indústria da eletrônica e tecnologia

usa e abusa dos protótipos para

assegurar que os produtos finais

possuam menos falhas.

No cenário das startups, onde as ideias

são muitas e os recursos iniciais baixos,

a prototipagem é muito comum. No

método Lean Startup, o protótipo é

chamado de MVP (Minimum Viable

Product), que pode ser traduzido como

‘produto mínimo viável’. Trata-se de

uma versão simplificada do produto

que você tem em mente, e serve para

testar se a ideia realmente tem apelo

com os consumidores antes de fazer

investimentos nela - de tempo, energia

e dinheiro.

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O conceito de prototipagem, porém, não

é útil somente para os empreendedores.

Uma forma rápida de expor seus

projetos para as demais pessoas dentro

de uma empresa, da sala de aula ou

até mesmo para amigos é montando e

apresentando um protótipo do que você

tem em mente.

Por exemplo: Imagine que você quer

propor uma reformulação completa

do site da sua empresa. Na hora de

apresentar a ideia para seus gestores,

leve também um protótipo do que você

tem em mente, como uma imagem

editada no Photoshop com as mudanças

que você está propondo. Quer propor

uma nova embalagem para o principal

produto da empresa? Melhor do que

levar um desenho para a reunião,

seria conseguir montar uma versão

simplificada dessa embalagem. Ter um

protótipo do produto em mãos falará

mais alto do que qualquer argumento

verbal sobre suas vantagens.

Ao prototipar suas propostas, o líder

está sempre um passo a frente dos

demais; consegue transmitir suas ideias

com muito mais clareza, demonstrando

protagonismo, execução, e aumentando

as chances de suas propostas serem

aprovadas. E você, será que utiliza a

prototipagem no seu dia a dia? Veja

algumas perguntas que vão te ajudar

a refletir sobre o assunto:

1. Você procura esboçar suas ideias

no papel ou no computador antes

de colocá-las em prática?

2. Você possui dificuldades em

materializar em um esquema

tudo aquilo que está passando

na sua cabeça?

3. As outras pessoas conseguem

compreender os rascunhos que

você elabora de suas ideias?

4. Você demora para colocar suas

ideias em prática ou prefere

aperfeiçoá-las já em andamento?

5. Você costuma “errar rápido” ou

demora para agir?

PROTOTIPAGEMEm vez de falar, mostre

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SERVICE DESIGN A atenção aos detalhes faz diferença

Como o próprio nome

sugere, o Service Design

é muito usado para o

desenvolvimento de serviços, e tem

por objetivo dar ao consumidor a

melhor experiência possível. Sua

característica elementar é colocar

- sempre - as pessoas em primeiro

lugar. Assim, para colocar em

prática essa ferramenta, entender as

necessidades e desejos das pessoas

é fundamental. No final, a ideia é

garantir que todos os serviços e

produtos oferecidos estejam em

consonância com o que as pessoas

que o consumirão precisam e

gostariam de receber.

Sabe quando você chega ao quarto do hotel e encontra a ponta do

papel higiênico dobrada em formato de triângulo? E quando você

está na fila de espera de um restaurante e pode degustar algum

aperitivo enquanto ouve um pianista que acalma o ambiente?

Esses são exemplos de alguns simples cuidados (que agradam

bastante) tomados por empresas que já compreenderam a

importância do chamado Service Design - ou design de serviço,

em português.

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SERVICE DESIGNA atenção aos detalhes faz diferença

Essa lógica pode parecer óbvia, mas

muitas empresas/pessoas acabam se

fechando demais em seus processos

internos e se esquecem que existem

outras pessoas na ponta final dessa

relação. Quem se atenta ao que os

outros precisam (sem somente tentar

empurrar um produto ou uma ideia)

larga na frente na lista de preferência

dos consumidores. Em cenários de

concorrência acirrada, são esses

pequenos detalhes que podem

trazer credibilidade e aceitação para

o seu projeto.

Como surgiu? Um dos primeiros trabalhos

relacionados ao Service Design foi

de autoria de G. Lynn Shostack, uma

alta executiva americana do setor

bancário e filantropa. Em 1984 ela

escreveu o texto “Designing Services

That Deliver”, publicado na Harvard

Business Review, em que explicava

sobre service blueprint (ferramenta

gráfica de visualização que mapeia

os processos e especifica toda a

funcionalidade de um serviço).

Nessa época, Design de Serviço era

considerado parte das disciplinas de

gestão e marketing.

Em 1991, o Service Design se tornou

oficialmente uma disciplina, por meio

de um projeto de Michael Erlhoff,

professor da KISD (Köln International

School of Design), na Alemanha. Em

2001, foi criada, em Londres, a Livework,

primeira consultoria de inovação e

design de serviço que, desde 2010, opera

também no Brasil.

Para que serve?Para atender as reais necessidades das

pessoas é preciso ter um olhar atento

e minucioso para todo o processo de

entrega do seu produto. E isso envolve

perceber e melhorar cada detalhe que

possa trazer prazer, alento e satisfação

ao consumidor - ou a quem quer que vá

receber o seu projeto. Ao compreender

isso, você passará a observar

cuidadosamente todo o caminho que

deve percorrer até o seu objetivo, quais

os atores envolvidos e poderá identificar

empiricamente as falhas que estão

deixando as pessoas insatisfeitas com o

seu produto final.

Veja algumas práticas do dia a

dia de empresas que se importam

com o service design: investir no

aperfeiçoamento do pós-venda

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(SACs, ferramentas para receber

feedback, etc.); interagir com público-

alvo (realização de eventos festivos,

distribuição de amostras gratuitas do

produto, brindes de final de ano, etc.);

deixar claro para o seu público que você

(ou seu produto) se aperfeiçoou diante

de um feedback (Ex: “Essa nova opção de

pagamento foi uma sugestão da Fulana,

que não conseguia arcar com os custos

no início do mês”); melhorar os serviços

oferecidos no call center contratado por

sua empresa; etc.

Dessas práticas, surgem insights e ações

que, quando adotados, fazem toda a

diferença. Pense, por exemplo, no acesso

wifi gratuito, nas poltronas e nos sofás

macios que você encontra em uma

loja Starbucks. Diante de uma outra

cafeteria, ao lado, que vendesse o mesmo

café pelo mesmo preço, esses detalhes é

que determinariam sua decisão, certo?

Na carreira! Por mais que, a princípio, a

ferramenta pareça fazer sentido apenas

no contexto empresarial de criação ou

aperfeiçoamento de um serviço, ela

também pode ser muito útil na carreira

e em diversas outras situações do dia a

dia profissional.

Lembre-se: a ideia central é oferecer

- sempre - a melhor experiência,

não deixando os detalhes passarem

despercebidos. Por exemplo: se vai

apresentar um projeto importante

em uma reunião, preocupe-se em

chegar no horário, garanta que o

projetor está funcionando corretamente,

que os slides estão bem editados,

e que o ar-condicionado não parou

de funcionar. Se vai receber um

cliente importante, certifique-se de

que terá café para oferecer a eles,

busque-os e leve-os até a porta... E

assim por diante.

A seguir, veja algumas perguntas que vão

te ajudar a refletir se você tem aplicado o

Service Design no seu dia a dia:

1. Você está preocupado com o que as

pessoas realmente precisam?

2. Você conhece cada detalhe e

pessoa envolvida no projeto que

está liderando?

SERVICE DESIGNA atenção aos detalhes faz diferença

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SERVICE DESIGNA atenção aos detalhes faz diferença

3. Você procura conversar com as

pessoas para receber um feedbacks

ou já fica satisfeito por elas terem

comprado sua ideia/produto?

4. Quando recebe críticas, você procura

trabalhar para aperfeiçoá-las com sua

equipe ou julga que as outras pessoas

reclamam demais?

5. Você se mostra disponível aos

membros de sua equipe para

esclarecer dúvidas sobre o que

estão fazendo?

6. O bem-estar dos outros é uma

preocupação em cada uma das etapas

dos seus processos internos?

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PROATIVIDADE O que toda empresa quer em um funcionário

Segundo o dicionário Aurélio,

proatividade significa:

“Capacidade que alguém

ou algo tem de fazer com que

determinadas coisas aconteçam ou

se desenvolvam”. Da mesma forma,

proativo aparece como alguém “1.

Que não se baseia na reação a algo,

mas toma iniciativa de ação; 2. Que

age antecipadamente”. Outra forma

de definir ‘proativo’ é como o oposto

de ‘reativo’, ou seja, alguém que

toma o controle da situação e age

para fazer as coisas acontecerem,

ao invés de esperar que elas

simplesmente aconteçam.

Você certamente conhece alguém que só “rema de acordo com

a maré”. Essas pessoas não devem conhecer o conceito de

proatividade, importantíssimo para que não fiquemos reféns

das circunstâncias externas e do que nos é imposto. Você quer

ser o piloto de sua carreira ou um mero passageiro que é levado

de um lado para outro?

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PROATIVIDADEO que toda empresa quer em um funcionário

Como surgiu? Os estudos sobre proatividade, da forma

que a entendemos hoje, começaram

com o trabalho do psiquiatra Viktor

Frankl. Judeu, ele foi confinado em

um campo de concentração nazista e

lá testemunhou atrocidades e abusos

que, como todos sabem, foram além do

limite que pessoas normais poderiam

suportar. Apesar de tudo isso, Viktor

resistiu à influência do ambiente

opressivo e manteve sua identidade e

sanidade intactas.

No livro Man’s Search for Meaning,

ele explora o sentido existencial

do indivíduo e coloca o conceito de

proatividade dentro dessa reflexão. Na

obra, ele chama de proativa a pessoa

que toma responsabilidade pela

própria vida, ao invés de buscar causas

e justificativas nas circunstâncias ou

em outras pessoas. Ele argumenta

que existem escolhas, sempre,

independente da situação ou contexto.

O conceito de proatividade implica

muito mais do que tomar a iniciativa,

como muitos podem pensar. Esse

conceito nos lembra que nós, como

seres humanos dotados de inteligência,

somos responsáveis por nossas

próprias vidas. Nosso comportamento

resulta de decisões tomadas e pensadas,

e não das condições externas.

No ambiente de trabalhoCom o passar do tempo, o termo

ganhou um sentido mais pragmático

no mundo corporativo, e hoje é

recorrente nas descrições de vagas

das mais diversas indústrias.

No livro Os 7 hábitos de pessoas

altamente eficazes, a proatividade é

o primeiro hábito listado pelo autor

Stephen Covey. Nessa obra, o autor

traz sete hábitos para quem quer ser

mais produtivo e, claro, a proatividade

é fundamental nesse sentido. Foram

vendidas mais de 15 milhões de

cópias em trinta e oito idiomas desde

a primeira publicação, em 1989. A

obra foi eleita pelos leitores da revista

Chief Executive como o livro mais

influenciador do século XX.

A verdade é que qualquer empresa

sonha em contratar alguém proativo.

Segundo Júlia Fávere, que trabalha

com recrutamento na Votorantim,

“proatividade e autonomia” são as

características que mais destacam

um estagiário na empresa. Para Susan

14

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Hawkins, especialista em mercado

financeiro, a habilidade também é

essencial para quem quer trabalhar na

área. Na Ambev, a mesma história... Deu

para entender aonde queremos chegar?

Funcionários proativos não precisam

receber pedidos ou ordens, e nem

necessitam de instruções detalhadas

- eles são capazes de enxergar os

problemas das empresas e se mexer

para resolvê-los, mesmo que essas

questões não estejam diretamente

ligadas ao escopo de seu trabalho.

Como fazer? O problema é que nossa maneira ‘padrão’

de pensar é, por natureza, reativa.

Assim, o comportamento proativo não

é algo natural, e sim o produto de sua

escolha consciente, baseada em valores

e princípios que você constrói ao longo

do tempo. Algo que, quando mais você

coloca em prática, mais internalizado fica.

Para começar, existem alguma frases que

devem fazer parte do vocabulário diário

de todo proativo e refletem as atitudes

que esse profissional deve ter: “Vamos

procurar alternativas”, “Eu assumo essa

responsabilidade”, “Eu vou fazer”...

Da mesma forma, ser proativo não

envolve apenas tomar novas tarefas

para si, mas também buscar sempre

novos conhecimentos. Estudar, fazer

cursos extracurriculares e ler artigos

são hábitos também da pessoa proativa.

A seguir, veja algumas perguntas que

vão te ajudar a refletir se você é uma

pessoa proativa:

1. Você prefere que outras pessoas

tomem decisões para você ou gosta

de participar das escolhas que

influenciam sua vida?

2. Você fica choramingando quando algo

errado acontece ou procura dar uma

resposta embasada?

3. Você conhece os seus valores e

princípios (aquilo que faz sentido

em sua vida)?

4. Você prefere deixar as coisas

acontecerem no seu tempo natural ou

procura acelerar alguns processos?

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PROATIVIDADEO que toda empresa quer em um funcionário

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PENSAMENTO SISTÊMICO Enxergue as conexões invisíveis

Ochamado “pensamento

sistêmico”, grosso modo,

propõe uma visão que

encara o mundo como um sistema,

composto por sua vez por diversos

sistemas menores, onde tudo

está interligado. Perceber que as

coisas estão interconectadas em

um sistema não é uma ideia nova.

Muito antes desse conceito começar

a aparecer no século XX, religiões

e filosofias já adotavam a visão

sistêmica das coisas, como é o caso

do budismo.

Você já reparou que, muitas vezes, ao buscarmos soluções para

um problema acabamos “sem querer” resolvendo outros? A

explicação é que esses problemas podem estar relacionados,

embora nem sempre a gente consiga fazer essas conexões.

1616

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PENSAMENTO SISTÊMICOEnxergue as conexões invisíveis

Em sua versão mais atualizada, o

pensamento sistêmico começou a

tomar forma na década de 1920, com

pensamento holístico de Jam Smuts,

que propunha abrir mão da visão das

coisas como algo singular, mas sempre

como partes de algo maior. Estudos

de viés mais prático começaram a

ser realizados na década de 1950, no

Massachusetts Institute of Technology

(MIT). Lá essa ideia começou a ganhar

força e ser aplicada a várias áreas do

conhecimento, da sustentabilidade

à administração de empresas. Os

estudos culminaram na publicação

do livro A Quinta Disciplina, de Peter

Senge, e da obra The limits to growth,

que usa o pensamento sistêmico para

alertar sobre os efeitos do crescimento

populacional na Terra.

Como funciona? O pensamento sistêmico nos torna

conscientes do fato de que todas as

coisas fazem parte de um sistema,

e, portanto, estão relacionadas e

influenciam umas às outras. Isso vale

tanto para o corpo humano como

para uma cidade ou a empresa em

que você trabalha. Grandes problemas

que enfrentamos atualmente são

interligados e interdependentes de

diversas formas que nem imaginamos,

e cabe a nós buscar cada vez mais

enxergar essas conexões para ter uma

compreensão melhor da realidade.

Uma percepção mais sistêmica da

realidade, por sua vez, permite que um

líder tome decisões mais acertadas e

obtenha melhores resultados. Quando

o líder tem uma visão sistêmica do

contexto em que está inserido, também

consegue evitar efeitos colaterais

indesejáveis de suas atitudes que a

princípio não são óbvios.

Nos ecossistemas complexos e

globalizados em que as organizações

de hoje atuam, tomar decisões é algo

cada vez mais incerto.

O problema é que, por natureza, não

enxergamos o mundo de forma sistêmica.

Nossa tendência é ser reducionista e

simplista, visualizando somente visões

fracionadas da situação toda - fotos

instantâneas, e não o filme completo.

Durante muito tempo, nós fomos

ensinados a pensar os problemas de

maneira fragmentada para entendê-los

melhor. Essa estratégia tem suas vantagens

porém, sozinha, não dará conta de resolver

os desafios de uma grande organização.

17

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O pensamento sistêmico rompe com

esse paradigma e nos ajuda a analisar

o sistema complexo como um todo.

Não adianta uma parte funcionar

excepcionalmente bem no seu

projeto enquanto a outra atrapalha o

rendimento global.

Sobre esse assunto, o prestigiado filósofo

Edgard Morin (que criou o conceito

de pensamento complexo, bastante

próximo ao que prega o pensamento

sistêmico) ministra o curso O futuro

da decisão: como conhecer e agir na

complexidade na plataforma Coursera,

oferecido gratuitamente pela ESSEC

Business School - o material, no

entanto, ainda está disponível somente

em francês.

Existem muitos métodos e práticas que

podem te ajudar a pensar de forma

mais complexa. Por exemplo: evitar agir

sobre um problema de forma isolada,

mas lidar com ele dentro do contexto

de outros problemas relacionados;

estabelecer relações de causa e efeito de

forma cíclica em vez de linear;

evitar pensar apenas em resultados

imediatos, a qualquer custo, mas

buscar ter uma visão sustentável e

de longo prazo; conversar

constantemente com outras áreas da

empresa, para entender o que elas

fazem e ter uma visão total do negócio.

Para o empreendedor, vale também

pesquisar mais a fundo todo o seu

mercado e os mercados relacionados.

O mais interessante disso tudo é que

algo que é considerado um problema

aqui, pode ser a solução ali (o lixo

produzido em uma empresa pode ser

separado e se tornar matéria-prima

para a reciclagem, por exemplo). Vale

insistir que, para isso acontecer em

nível empresarial, é importante manter

um bom nível de comunicação com

todas as áreas que fazem parte do

mesmo sistema.

A seguir, veja algumas perguntas que

vão te ajudar a refletir se você pensa

de maneira sistêmica:

PENSAMENTO SISTÊMICOEnxergue as conexões invisíveis

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PENSAMENTO SISTÊMICOEnxergue as conexões invisíveis

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1. Ao analisar os seus problemas, você

o faz dentro de um contexto ou

isoladamente?

2. Você busca solucionar vários

problemas de uma vez só?

3. Suas atitudes muitas vezes acabam

atrapalhando mais do que ajudando,

apesar das boas intenções?

4. Você presta atenção nos problemas de

outras pessoas ou só se preocupa com

os seus?

5. Quando está com um problema, você

o compartilha com alguém ou guarda

para si mesmo?

19

TEXTOFrederico Machado

Rafael Carvalho

DESIGNDanilo de Paulo

Marcos Torres

Renata Monteiro

FOTOSReprodução