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50 DicasAlzheimerDiagnóstico clínico e laboratorial,
tratamento farmacológico e não
farmacológico
Rodrigo Rizek Schultz
Paulo H. F. Bertolucci
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50 DicasAlzheimerDiagnóstico clínico e laboratorial,
tratamento farmacológico e não
farmacológico
EPM - Editora de Projetos Médicos Ltda.2017
São Paulo, SP
Rodrigo Rizek Schultz
Paulo H. F. Bertolucci
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Prof. Dr. Rodrigo Rizek Schultz - CRM-SP 80.201Coordenador do Ambulatório de Demência Grave do Setor de Neurologia do Comportamento da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESPDiretor Científico da Associação Brasileira de Alzheimer - Abraz NacionalProfessor de Neurologia da Disciplina de Clínica Médica da Universidade de Santo Amaro - UNISA
Prof. Dr. Paulo H. F. Bertolucci - CRM-SP 40.309Chefe do Setor de Neurologia do Comportamento da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESPCoordenador do Instituto da Memória - Núcleo de Envelhecimento Cerebral/NUDEC - UNIFESP
Este conteúdo é oferecido pelo Aché como um serviço à comunidade médica. Os pontos de vista aqui expressos refletem a experiência e as opiniões dos autores. As informações relacionadas a(os) produto(s) podem ser divergentes das existen-tes na Circular aos Médicos (bula). Antes de prescrever qualquer medicamento eventualmente citado, recomendamos a leitura da Circular aos Médicos emitida pelo fabricante.
copyright © 2017 – EPM - Editora de Projetos Médicos Ltda.Proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por qualquer meio ou sistema, sem prévio consentimento da editora.
Todos os direitos reservados à:EPM - Editora de Projetos Médicos Ltda.Rua Leandro Dupret, 204 - cj. 93 - Vila Clementino - CEP 04025-010 - São Paulo - SP - Telefax: (11) 5084-3576 / 5575-3450E-mail: [email protected] - www.epmeditora.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Schultz, Rodrigo Rizek 50 Dicas Alzheimer : Diagnóstico clínico elaboratorial, tratamento farmacológico e nãofarmacológico / Rodrigo Rizek Schultz, Paulo H. F.Bertolucci. -- São Paulo : EPM - Editora de ProjetosMédicos, 2017.
Bibliografia. ISBN: 978-85-88115-62-0
1. Alzheimer 2. Demência 3. Doença de Alzheimer4. Doença de Alzheimer - Cuidados e tratamento5. Doença de Alzheimer - Diagnóstico 6. Doença deAlzheimer - Tratamento 7. Farmacologia I. Bertolucci,Paulo H. F. II. Título.
17-04175 CDD-616.83 NLM-WT 155
Índices para catálogo sistemático:
1. Doença de Alzheimer : Diagnóstico e tratamento : Medicina 616.83
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ÍndiceApresentação .................................................................................................................... 7
Diagnóstico clínico e laboratorial
1. Doença de Alzheimer ou demência senil? ............................................................... 8
2. A doença de Alzheimer é a continuação do envelhecimento normal? .................... 10
3. A doença de Alzheimer tem sempre evolução lenta? ............................................. 11
4. A doença de Alzheimer de início precoce .............................................................. 13
5. A doença de Alzheimer familiar tem sempre início precoce?.................................. 15
6. A primeira manifestação da doença de Alzheimer pode não ser a memória ........... 16
7. Discrepância entre duração da doença e alterações na avaliação ........................... 18
8. Depressão e o risco de doença de Alzheimer ......................................................... 19
9. A depressão na doença de Alzheimer .................................................................... 21
10. Objetivamente não há alterações cognitivas. Isso significa que não há risco de doença de Alzheimer?...................................................................................... 22
11. O diagnóstico de comprometimento cognitivo leve ............................................... 24
12. A investigação complementar pode ajudar no diagnóstico de comprometimento cognitivo leve? ................................................................... 26
13. Os marcadores liquóricos devem ser usados no comprometimento cognitivo leve? ................................................................................................. 27
14. Por que fazer o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve se não há tratamento? ..................................................................................... 28
15. Há referência a alucinações, isso pode ser a demência com corpos de Lewy? ........ 29
16. Comportamento não inibido. Isso pode ser demência frontotemporal? ................. 30
17. Crisecompatívelcomconvulsão–ahipótesediagnósticadevesermodificada? .... 31
18. Prevendo a mortalidade ........................................................................................ 32
19. Até onde deve ir a investigação laboratorial?......................................................... 33
20. A ressonância magnética faz diagnóstico de doença de Alzheimer? ...................... 34
21. Aressonânciamostraalteraçõesvasculares–odiagnósticodevesermudado?...... 35
22. PET e doença de Alzheimer ................................................................................... 36
23. PET com marcação para amiloide .......................................................................... 37
24. RevendoasfasesdadoençadeAlzheimer–osbiomarcadoresliquóricos ............. 38
25. O uso de biomarcadores liquóricos na doença de Alzheimer.................................. 40
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Tratamento farmacológico e não farmacológico
26. Princípios do tratamento da demência da doença de Alzheimer ............................ 41
27. Princípios do tratamento farmacológico da demência da doença de Alzheimer...... 42
28. Princípios do tratamento não farmacológico da demência da doença de Alzheimer ........................................................................................................ 43
29. Terapias não-farmacológicas e qualidade de vida .................................................. 44
30. Formas de terapia não farmacológica .................................................................... 45
31. Recomendações sobre o tratamento não farmacológico da demência da doença de Alzheimer ....................................................................................... 46
32. Recomendações sobre o tratamento dos sintomas comportamentais e psicológicos (SCPD) da demência da doença de Alzheimer ............................ 47
33. Tratamento farmacológico na fase inicial da demência da doença de Alzheimer .... 48
34. Comprovadamente, a memantina não deve ser utilizada na fase inicial da demência da doença de Alzheimer .............................................................. 49
35. O tratamento farmacológico específico nas fases moderada a grave da demência da doença de Alzheimer ................................................................... 50
36. O uso de fármacos além dos inibidores da colinesterase e memantina e sua recomendação para demência da doença de Alzheimer ................................... 51
37. Donepezila ............................................................................................................ 52
38. Memantina ........................................................................................................... 53
39. Excitotoxicidade glutamatérgica ............................................................................ 54
40. Atividade glutamatérgica normal e hiperativação tônica patológica ....................... 55
41. Associação de donepezila e memantina ................................................................ 56
42. Racional da associação num único produto: donepezila e memantina ................... 57
43. Manejo dos distúrbios em pacientes com doença de Alzheimer grave ................... 58
44. Quando suspender a medicação em fase avançada ............................................... 59
45. Objetivo final ........................................................................................................ 60
46. Qualidade de vida como foco prioritário e não negligenciado ................................ 61
47. Métodos para avaliar qualidade de vida ................................................................ 62
48. Estresse ou sobrecarga do cuidador ...................................................................... 63
49. Expectativa de vida e tratamento farmacológico adequado ................................... 64
50. Gestão do tratamento ........................................................................................... 65
Referências ..................................................................................................................... 66
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Apresentação
Apesar do imenso envolvimento de instituições, pessoas e
pesquisadores em todo o mundo, e do extenso número de es-
tudos abordando o envelhecimento normal e patológico, mui-
tas dúvidas ainda persistem. Sem dúvida alguma, precisamos
muito nos aprofundarmos mais para conhecer melhor a doença
de Alzheimer e seus mecanismos. Sabermos como e porque ela
surge, formas de a prevenirmos, diagnosticarmos e tratarmos
da melhor maneira possível.
Sendo assim, torna-se fundamental procurarmos transmitir
a maior quantidade de informações que sejam realmente úteis
para todos os profissionais envolvidos com essa doença, de di-
ferentes áreas e especialidades.
O presente material aborda de maneira bastante didática e
objetiva quais são as principais questões, ou melhor, as princi-
pais dicas que possam fazer alguma diferença na prática dos
que se dedicam e se envolvem com o manejo da doença de
Alzheimer. São apresentadas dicas como o que não se esperar
do envelhecimento normal, características da evolução da do-
ença de Alzheimer como quando se inicia precocemente, com-
prometimento cognitivo leve, métodos diagnósticos, além do
tratamento farmacológico e não farmacológico.
Desejamos que aproveitem o material e tenham uma boa
leitura!
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1. Doença de Alzheimer ou demência senil?
Algumas vezes, ainda é possível encontrar, em prontuários
e em encaminhamentos, a menção à “demência senil”. Uma
consulta à literatura especializada mostra, até o final dos anos
1980 e o início dos 1990, pesquisas relacionadas à “demência
senil do tipo Alzheimer”. O que significam todos estes nomes?
Qualquer demência iniciando depois dos 65 anos de idade pode
ser considerada demência senil, e, portanto, falar em “doença
de Alzheimer”, na maior parte dos casos, seria também falar
de “demência senil”. A origem da confusão pode ter ocorrido
imediatamente após a descrição do primeiro caso por Alois
Alzheimer. Alzheimer apresentou o caso de uma mulher cujos
sintomas iniciaram quando ela estava com 51 anos de idade, como
delírios de ciúme seguidos por uma história rápida de progressiva
confusão e dependência para atividades básicas. Hoje, alguém
iniciando um processo demencial precocemente, com alterações
do comportamento e com evolução rápida, dificilmente teria
como primeira hipótese a doença de Alzheimer, mas, no cérebro
desta mulher, foram encontradas as placas senis e emaranhados
neurofibrilares necessários para o diagnóstico neuropatológico
da doença. O caso foi apresentado em um evento para, como
se referia na época, neuropsiquiatras, e publicado em 1906. No
Diagnóstico clínico e laboratorial
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mesmo ano, Oskar Fischer descreveu placas senis em 12 indivíduos
idosos, e outros pesquisadores publicaram mais casos em idosos
nos anos subsequentes. Em 1910, ao preparar uma nova edição de
seu Manual de Psiquiatria, Emil Kraepelin deu ao caso apresentado
o nome de doença de Alzheimer, considerando a precocidade do
início da doença, e considerou os demais como demência senil.
Existem algumas diferenças entre a doença de Alzheimer de
início precoce e a de início tardio, mas, de um modo geral, são
superponíveis, particularmente em relação à patologia. Kraepelin
tinha um imenso prestígio e seu manual continuaria sendo uma
referência por muitos anos, e não está claro porque fez esta divisão.
Uma possibilidade é que, como Alzheimer, Kraepelin pertencia à
Escola Médica da Universidade de Munique, ele tenha prestigiado
sua instituição em detrimento da Universidade Alemã de Praga, à
qual pertencia Fischer, e com a qual a escola de Munique competia.
Com os avanços no entendimento da doença, ficou claro que a
divisão não poderia ser mantida, portanto foi abandonada1.
Fica a dica: falar em “demência senil” em contraposição à “doença
de Alzheimer” tem uma raiz histórica, mas, com o conhecimento
sobre a doença, ficou claro que esta não é uma divisão razoável.
Pode-se falar em doença de Alzheimer de início precoce ou de início
tardio, nunca esquecendo os muitos pontos de contato entre ambas
condições, mas não faz mais sentido falar em “demência senil
do tipo Alzheimer”, e “demência senil”, “ao pé da letra”, seria
qualquer demência iniciando após os 65 anos de idade.
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2. A doença de Alzheimer é a continuação do envelhecimento normal?
No processo de envelhecimento normal, ocorrem
transformações na memória que podem explicar, em parte, a
elevada prevalência de queixa de dificuldade de memória. Os
idosos têm um processamento cognitivo mais lento, estão mais
sujeitos a interferências e têm estratégias de busca menos
eficientes. Isso significa que a memorização pode ser prejudicada
por informações muito rápidas, por contextos em que há
estímulos simultâneos e que podem precisar mais tempo para
recuperar uma informação. Idosos melhoram o desempenho
quando é dado mais tempo e quando são fornecidas pistas a
eles. Pessoas com doença de Alzheimer não fazem novos traços
de memória, e mais tempo para recuperar a informação ou pistas
não as ajudam. No dia a dia, isso significa que um idoso pode
não lembrar uma informação num momento, mas lembrá-la em
outro, e que pistas que apareçam ajudam neste processo. Na
doença de Alzheimer, nenhuma das duas coisas acontece2.
Fica a dica: a doença de Alzheimer não é a continuação do envelhecimento normal ou sua acentuação – as razões para a dificuldade de memória nos dois grupos são diferentes, e uma pesquisa cuidadosa neste sentido pode esclarecer este ponto.
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3. A doença de Alzheimer tem sempre evolução lenta?
A doença de Alzheimer é a demência com maior tempo de
duração, variando entre oito e 12 anos, mas este período está
aumentando com as mudanças no tratamento e nos cuidados nas
fases grave e terminal. Assim sendo, uma demência rapidamente
progressiva não deveria ter como primeira hipótese a doença
de Alzheimer, mas isso não quer dizer que não haja formas
rapidamente progressivas desta doença, e, na verdade, estes
casos não são raros. Estamos falando aqui de pessoas cujos
sintomas, alterações no exame e achados no exame por imagem
sugerem fortemente doença de Alzheimer, exceto pelo fato de
que a evolução é muito rápida.
A perda anual de pontos esperada no Miniexame do Estado
Mental está em 2,5 a 3 pontos na doença de Alzheimer típica,
uma taxa de declínio que fica um pouco mais lenta no final da fase
moderada e da fase grave. Considerando uma perda muito maior,
de 6 pontos por ano, podemos falar em doença de Alzheimer
rapidamente progressiva. Diferentes investigações sobre este ponto
mostram que a doença de Alzheimer é rapidamente progressiva
entre 10 e 30% do total de casos. Não por outra razão, ao fazer
o levantamento das causas de demência rapidamente progressiva,
quando excluída a encefalopatia espongiforme (doença de
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12
Creutzfeldt-Jakob), a doença de Alzheimer é a primeira causa,
chegando, em algumas séries, a responder por, aproximadamente,
metade dos casos.
A probabilidade de doença de Alzheimer rapidamente
progressiva é maior quando o início é precoce, como nas
formas familiares da doença. Outros fatores podem estar
envolvidos. Fatores de risco vascular, como hipertensão e
diabetes, aumentam a chance de desenvolver a doença de
Alzheimer, mas não está claro se podem acelerar seu curso. Por
outro lado, a probabilidade de progressão rápida é maior em
pessoas com baixo nível educacional. Sintomas, como apatia,
convulsões e sintomas psicóticos, e sinais, como mioclonia e
alterações motoras focais, também são indicadores de rápida
progressão. Do mesmo modo, um perfil de marcadores no
líquor com alterações mais acentuadas indica progressão rápida.
Por outro lado, o marcador genético de risco para desenvolver
doença de Alzheimer mais bem estudado, o genótipo E4 para a
apolipoproteína E, não tem um papel muito claro na velocidade
de progressão3.
Fica a dica: não é raro que a doença de Alzheimer tenha evolução rápida. Além do mais comum, que é o início precoce, atenção deve
ser dada a pacientes com apatia e com sintomas psicóticos, com alterações motoras focais e com mioclonias.
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4. A doença de Alzheimer de início precoce
A doença de Alzheimer tipicamente está associada ao
envelhecimento e sua incidência aumenta de modo exponencial
a partir dos 65 anos de idade, indo de, em torno de 5%, para os
com 65 a 70 anos de idade, para 40% dos com mais de 85 anos.
Isso não quer dizer que não exista doença de Alzheimer antes
dos 65 anos de idade, e, na realidade, do total de pessoas com a
doença, 5% começaram antes de atingir esta idade, em geral a
partir dos 50 anos. Uma parte destas pessoas tem a forma familiar
da doença, que tipicamente é autossômica familiar, o que significa
que haverá referência a pessoas com problemas semelhantes na
geração anterior e, algumas vezes, na mesma geração do paciente.
Um número crescente de mutações tem sido identificado nas Pré-
Senilinas (PS-1 e PS-2) e na Proteína Precursora da Amiloide (APP),
mas, mais ou menos, metade das famílias não tem mutação
determinada. O estudo das mutações, quando a hipótese de
doença de Alzheimer familiar se apresenta, é problemático,
porque poucos lugares fazem este tipo de investigação, e,
adicionalmente, metade dos pacientes com doença de Alzheimer
de início precoce não tem uma história familiar clara. Porque
estes pacientes apresentam doença de início precoce não está
claro, mas alguns padrões podem ser identificados: a doença é
mais agressiva, com evolução mais rápida; mulheres e pessoas
altamente escolarizadas têm evolução mais rápida; o diagnóstico
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por imagem mostra que, em comparação com a doença de início
tardio, as regiões límbicas são menos afetadas. Isso tem correlação
aos achados na avaliação cognitiva: na doença de início precoce,
a memória está relativamente preservada, pelo menos na fase
inicial, enquanto as funções visoespaciais e executiva e a atenção
estão mais afetadas, quando comparadas com a doença de início
tardio4.
Fica a dica: a doença de Alzheimer pode ter início precoce, muitas vezes, mas, não sempre, com história familiar. Estes pacientes
podem não mostrar tanto comprometimento da memória como na forma mais comum da doença. O exame por imagem pode
mostrar hipocampos relativamente preservados.
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5. A doença de Alzheimer familiar tem sempre início precoce?
Costumamos pensar na doença de Alzheimer familiar
como tendo início precoce, entre os 40 e os 50 de idade, e
na de início tardio, do ponto de vista genético, como uma
doença poligênica. A realidade pode não ser sempre assim,
como mostram algumas famílias com início tardio e uma
frequência inesperadamente alta de casos. Para algumas
destas famílias, foram identificados polimorfismos na
proteína precursora da amiloide5.
Fica a dica: é raro, mas a doença de Alzheimer de início tardio pode ser familiar. Isso pode não ter aplicação agora, mas terá quando medicação mais eficaz para modificação
do curso da doença estiver disponível.
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6. A primeira manifestação da doença de Alzheimer pode não ser a memória
A doença de Alzheimer tipicamente tem como primeira
manifestação lapsos progressivos de memória. Mesmo na fase
anterior à da demência, a de declínio cognitivo leve, a apresentação
mais comum é a da forma amnésica, responsável por mais da
metade do total. Isso não quer dizer que não possa haver outras
formas de apresentação. A doença de Alzheimer pode ter início
focal e, neste caso, a apresentação inicial será diferente da
habitual. Existem variantes mais raras, mas as mais comuns são
a doença de Alzheimer de início frontal, a doença de Alzheimer
como afasia progressiva primária e a atrofia cortical posterior. Na
variante frontal, a apresentação é como uma progressiva alteração
do comportamento, lembrando a variante comportamental da
demência frontotemporal. A memória pode estar aparentemente
preservada, mas, em alguns meses, os lapsos se tornarão evidentes,
o que ajuda no diagnóstico diferencial. A afasia progressiva primária
tem três formas de apresentação, a variante semântica, na qual há
dificuldade em compreender o significado das palavras e nomear
objetos, a não fluente-agramatical, na qual há dificuldade em
formar palavras, entender frases e erros no som, e a logopênica, na
qual há dificuldade em encontrar palavras com pausas frequentes
e em repetir frases. A afasia da doença de Alzheimer apresenta-se
como a forma logopênica. A atrofia cortical posterior apresenta-
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se como uma progressiva perda de funções cerebrais posteriores,
com dificuldade de leitura, cálculo e orientação espacial. A atrofia
posterior pode ter outras causas, como a demência com corpos de
Lewy, mas, nos casos com exame anatomopatológico, em 80%
foi confirmada doença de Alzheimer. As apresentações atípicas
tendem a ser mais precoces e mais agressivas6.
Fica a dica: embora não seja comum, a doença de Alzheimer pode não ter alterações da memória como primeira
manifestação. Estas apresentações tendem a ser mais precoces e a possibilidade deveria ser considerada em
pacientes entre os 50 e 60 anos de idade com progressiva alteração do comportamento (forma frontal), progressiva
dificuldade para encontrar palavras (afasia progressiva logopênica) e progressiva dificuldade para leitura, dirigir
e orientação espacial (atrofia cortical posterior).
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7. Discrepância entre duração da doença e alterações na avaliação
Algumas vezes, há uma discrepância entre a duração relatada
dos sintomas e os achados na avaliação cognitiva. É muito mais
frequente que seja uma história curta com alterações objetivas
muito acentuadas. Isso pode significar doença de Alzheimer
com progressão rápida, mas é mais provável tratar-se de um
equívocodoinformante.Issopodeacontecerporduasrazões–o
informante convive pouco com o paciente e ficou impressionado
com um lapso muito evidente, que foi identificado como o início
dos sintomas; o informante considera normais os lapsos até o
ponto em que se tornaram muito evidentes, sendo identificados
como o início. Aqui vale a pena investigar se antes do “início”
já não havia lapsos e se o que ocorreu foi uma acentuação. Este
sendo o caso, a investigação deve ser sobre desde quando os
lapsos começaram.
Fica a dica: um bom informante precisa conviver com o paciente. Considere um parâmetro mínimo, duas horas, três vezes por
semana. Pessoas que convivem pouco podem considerar “início”, a piora da doença, e assim “encurtar” a duração da mesma.
Fonte: Experiência do autor.
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8. Depressão e o risco de doença de Alzheimer
A depressão pode aparecer em metade das pessoas com
doença de Alzheimer e em torno de 40% das pessoas na fase
anterior de declínio cognitivo leve. Estudos numa fase ainda
anterior, a pré-clínica, mostram relação entre mudanças de
humor e alterações nos marcadores para doença de Alzheimer,
como medidos no líquor e por PET com marcação para amiloide,
em adultos sem alterações cognitivas. Esses achados sugerem
uma ligação direta entre as duas coisas, mas não foi o que se
verificou, como mostram vários estudos. A depressão precedeu
as primeiras manifestações cognitivas, mas não havia relação
entre a gravidade da depressão, que se manteve sempre alta, e
a progressiva alteração nos marcadores. Mesmo a comparação
de placas senis e emaranhados neurofibrilares com o grau
de depressão, na doença de Alzheimer inicial, não mostrou
correlação significante. Portanto, embora esteja claro que a
depressão é um indicador de risco, os mecanismos como isso
ocorre não estão claros. Sendo a depressão tão prevalente, é
interessante delimitar que padrão indica maior risco.
Em sua apresentação típica, a depressão inicia na idade
adulta e, com frequência, há a referência a outros membros
da família afetados. A depressão cujo primeiro surto ocorre
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tardiamente, a partir da meia idade e sem história familiar,
deveria ser vista com mais cuidado. Além disso, a depressão
pode ser acompanhada por queixa de dificuldade de memória, e
ser objetivamente confirmada pela avaliação cognitiva. Mesmo
para a depressão subclínica, há relação com redução do volume
hipocampal. Nestes casos, os sintomas não são evidentes e
podem ser mais chamativas: a apatia, anedonia e ansiedade7.
Fica a dica: o mecanismo não está claro, mas a depressão indica maior risco de doença de Alzheimer.
Quando a queixa de dificuldade de memória é apresentada, sempre devem ser pesquisados sintomas de depressão, em particular se o primeiro surto não foi tardio e se há história
familiar da doença. Estas pessoas podem apresentar melhora cognitiva com o tratamento com antidepressivo, mas devem continuar sendo acompanhadas, pois a chance de evolução
para doença de Alzheimer é mais elevada.
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9. A depressão na doença de Alzheimer
A depressão é um indicador de risco para doença de Alzheimer,
mas pode também ser uma as alterações comportamentais da
doença, e é importante reconhecê-la, por trazer limitações
adicionais ao paciente. Um problema é que alguns dos sinais
da depressão, por exemplo, alterações do sono e dificuldade de
concentração, sobrepõem-se às alterações comportamentais da
demência. De um modo geral, os sintomas de depressão listados
como critérios para depressão estão presentes na depressão da
doença de Alzheimer, mas determinar se alguns estão presentes
pode ser difícil por causa da própria doença. Assim, “afastamento
social” ou “perda de interesse” pode apenas significar dificuldade,
pelas limitações cognitivas, em interagir ou em realizar atividades.
Os melhores indicadores de depressão nestes casos foram: baixa
autoestima, delírios e queixas físicas múltiplas. Adicionalmente, é
frequente a associação com apatia e com irritabilidade8.
Fica a dica: a depressão como parte da doença de Alzheimer é frequente e pode ter algumas características específicas.
Atenção deve ser dada aos delírios e à apatia.
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10. Objetivamente não há alterações cognitivas. Isso significa que não há risco de doença de Alzheimer?
Algumas vezes, podem procurar ajuda pessoas que se queixam
da memória, mas cuja avaliação cognitiva não mostra alteração.
Nesse sentido, não podem ser considerados como tendo declínio
cognitivo leve e foram em uma época chamados de “queixadores da
memória”, sem que se soubesse quais as implicações desta condição.
Posteriormente, foi lançado o conceito de declínio cognitivo subjetivo.
A associação com risco aumentado de demência foi discutida de
início, e alguns estudos mostravam maior associação com fatores
afetivos, como a depressão. Na realidade, estas pessoas têm maior
risco de desenvolver depressão, mas ainda maior de evoluir para
demência. Uma dificuldade inicial foi o estabelecimento de critérios
para o diagnóstico desta condição. Uma sugestão possível seria: idade
de início a partir dos 50 anos; presença de queixa de memória dentro
de um período especificado (por exemplo, seis meses); percepção de
que a memória está pior quando comparada com a de um período
prévio da vida; apresentar um exemplo de problema de memória no
dia a dia; frequência de dificuldade de memória (por exemplo, uma
vez por semana). Desse modo, não é suficiente a pergunta “Você tem
dificuldade de memória?”, que deve ser complementada de acordo
com as indicações acima. Apesar de parecer muito subjetivo, este
conceito identifica pessoas com alterações que sugerem o início da
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doença de Alzheimer. Podem ser verificados redução na substância
cinzenta dos hipocampos, alteração no metabolismo da glicose, e
estas pessoas, em acompanhamento longitudinal, apresentam um
declínio cognitivo mais acentuado que controles pareados para a
mesma idade9.
Fica a dica: pessoas com queixa consistente de memória, ou seja, com lapsos frequentes dentro de um período
determinado de tempo, sobre os quais podem ser dados exemplos, deveriam ser acompanhadas com cuidado.
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11. O diagnóstico de comprometimento cognitivo leve
Os estudos com acompanhamento longitudinal mostraram
que, antes da fase da demência propriamente dita, há uma etapa
intermediária, na qual há uma queixa bem definida de memória,
respaldada por alterações objetivas na avaliação cognitiva.
Desse modo, os critérios para diagnóstico de comprometimento
cognitivo leve são: queixa de dificuldade cognitiva confirmada
pelos que vivem com o paciente; demonstração objetiva por
testes do déficit cognitivo; exclusão de demência, significando
não haver impacto nas atividades do dia a dia. Dois pontos são
importantes aqui: em relação à funcionalidade, deficiências leves
podem ser observadas, sem comprometer a capacidade geral
de executar as tarefas. O comprometimento cognitivo leve é
um diagnóstico sindrômico, e a maior parte destas pessoas vai
evoluir para doença de Alzheimer, mas algumas podem evoluir
para outras formas, como a demência com corpos de Lewy e a
demência frontotemporal.
O diagnóstico supõe a avaliação objetiva, e isso pode
significar uma avaliação neuropsicológica mais detalhada, não
disponível em todos os lugares. Neste caso, podem ser tentados
testes mais rápidos. O teste de rastreio mais usado é o Miniexame
do Estado Mental, que pode falhar, particularmente em pessoas
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com alto nível educacional. É mais útil usar o Montreal Cognitive
Assessment (MoCA), ou teste do desenho do relógio, que tem
mais chance de mostrar falhas10.
Fica a dica: a suspeita de comprometimento cognitivo leve deveria levar a um questionário mais cuidadoso sobre a
funcionalidade. Atividades podem continuar sendo realizadas, mas com mais dificuldade. Na avaliação objetiva, o MoCA é mais sensível que o Miniexame do Estado Mental.
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12. A investigação complementar pode ajudar no diagnóstico de comprometimento cognitivo leve?
O comprometimento cognitivo leve é uma etapa intermediária
entre o envelhecimento normal e a demência, mais provavelmente
doença de Alzheimer. Desse modo, e dentro do contexto clínico
adequado, é possível encontrar alterações intermediárias entre as
duas condições no exame por imagem. A ressonância de crânio
pode mostrar atrofia dos hipocampos, maior que a esperada para
a faixa de idade, mais facilmente perceptível nos cortes coronais.
Quando disponível, o exame de marcadores biológicos no líquor
poderá mostrar alterações compatíveis com a doença de Alzheimer,
com redução na concentração de beta-amiloide 42 e com aumento
na concentração de tau e fosfo-tau11.
Fica a dica: a ressonância magnética pode ter um padrão sugestivo de doença de Alzheimer e, do mesmo
modo que os marcadores no líquor, indicando comprometimento cognitivo leve da doença de Alzheimer.
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13. Os marcadores liquóricos devem ser usados no comprometimento cognitivo leve?
Os marcadores liquóricos podem ser usados nesta condição,
mas este não é um exame indispensável. Antes de solicitar o exame,
devem ser discutidas as possibilidades do resultado. Um exame
com resultados negativos, isto é, sem alterações nas concentrações
de tau, de fosfo-tau e de beta-amiloide, indica uma possibilidade
de 14% para progressão para demência da doença de Alzheimer,
em um período de três anos. Um resultado positivo aumenta para
54% a possibilidade no mesmo período. Isso deve ser discutido,
assim como as complicações da punção lombar. Contraindicações
à punção, como coagulopatias, devem ser consideradas ao tomar
a decisão12.
Fica a dica: os marcadores liquóricos não são indispensáveis na investigação complementar do comprometimento cognitivo leve. Antes de solicitar o exame, devem ser
claramente discutidas as implicações do resultado do teste.
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14. Por que fazer o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve se não há tratamento?
Foram feitos ensaios clínicos tentando determinar o papel dos
inibidores das colinesterases no tratamento do comprometimento
cognitivo leve. A base para isso é que estes inibidores mostraram
algum efeito na demência da doença de Alzheimer, e que poderiam
retardar a conversão do comprometimento cognitivo leve para
demência. Em algumas, mas não em todas as investigações, houve
melhora muito discreta na cognição, mas a taxa de conversão para
demência foi a mesma que no grupo placebo. Uma explicação
possível é que estas medicações são, basicamente, sintomáticas,
e não modificam a evolução da doença. Neste sentido, os com
comprometimento cognitivo leve provavelmente poderão beneficiar-
se mais de novas drogas baseadas na inibição de deposição de beta-
amiloide que os com demência; porém, neste momento, não há
nenhuma medicação aprovada para esta condição. Isso não quer
dizer que não haja nada a fazer, porque a prevenção dos fatores de
risco, como o controle de hipertensão e de diabetes, e a promoção
dos fatores de proteção, como atividades física e intelectual, pode
retardar a conversão para demência13.
Fica a dica: não há drogas aprovadas para o tratamento do comprometimento cognitivo leve, mas isso não quer dizer que o diagnóstico é inútil. Fatores de risco e de proteção podem e devem ser abordados, para retardar a conversão à demência.
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15. Há referência a alucinações, isso pode ser a demência com corpos de Lewy?
O diagnóstico de provável demência com corpos de Lewy
supõe, além da demência, a presença de parkinsonismo e
alucinações, alucinações visuais precoces. Reforçam o diagnóstico
referência a alterações compatíveis com o distúrbio de sono REM
e quedas inexplicadas. As flutuações podem estar presentes em
torno de um terço dos pacientes com doença de Alzheimer e não
são muito úteis no diagnóstico diferencial. As alucinações estão
presentes em entre 10 e 15%, mas o diagnóstico diferencial entre
as duas doenças pode ser melhorado considerando o padrão de
apresentação. As alucinações na demência com corpos de Lewy são
precoces e podem até preceder as queixas cognitivas. Costumam
ser detalhadas e, embora possam ter conteúdo persecutório, com
frequência, são menos perturbadoras, aparecendo como crianças
ou como pequenos animais, como cachorrinhos.
As alucinações na doença de Alzheimer costuma ser mais
tardias, aparecendo na fase moderada, quando a demência já
está bem estabelecida. São pouco detalhadas e, geralmente, com
conteúdo persecutório14.
Fica a dica: alucinações acontecem tanto na doença de Alzheimer como na demência com corpos de Lewy, mas a fase em que aparecem, o detalhamento e o
conteúdo podem ajudar no diagnóstico diferencial.
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16. Comportamento não inibido. Isso pode ser demência frontotemporal?
O comportamento não inibido não é comum. Sempre
pensamos em comportamento não inibido como comportamento
sexualmente inadequado ou não inibido, e sua presença sempre
traz à lembrança a demência frontotemporal, mas, na realidade,
esta alteração é mais comum na demência vascular. Apesar
de pouco comum (as estatísticas variam entre 2 e 8%), este
comportamento tem uma sobrecarga importante para família,
pelos embaraços sociais que causa. Na doença de Alzheimer,
pode ser observado sexualmente inadequado ou não inibido
em torno de 7% do total de casos, curiosamente a mesma
frequência da demência frontotemporal. Em compensação, a
busca de proximidade, não abertamente de fundo sexual, é vista
em um terço dos pacientes15.
Fica a dica: comportamento sexualmente inapropriado tem a mesma chance de ocorrer tanto na demência
frontotemporal como na doença de Alzheimer. É muito mais provável observar procura de intimidade
que não necessariamente tem fundo sexual.
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17. Crise compatível com convulsão – a hipótese diagnóstica deve ser modificada?
Ainda não há discussão, por causa dos dados conflitantes, se
pessoas com doença de Alzheimer podem ter maior chance de
convulsões. Parece claro que, nas formas familiares da doença, o
risco é, de fato, maior, mas, para as formas esporádicas, não se
tem tanta certeza. A beta-amiloide poderia atuar em mecanismos
facilitadores de crises, mas o quanto as crises são de fatos
facilitadas é discutido. Uma grande coorte de pessoas com doença
de Alzheimer foi acompanhada por 10 anos. Tal acompanhamento
mostrou que a chance de convulsões neste grupo é maior que na
população geral, mas esta diferença tornou-se aparente após um
tempo médio de doença de 3,6 anos, e os mais idosos tinham mais
chance de convulsionar16.
Fica a dica: exceto nas formas familiares e de início mais precoce, convulsões não são muito mais frequentes
na doença de Alzheimer. Quando presentes, é mais provável que ocorram em pacientes mais idosos e nos com um tempo
longo de doença. Quando presentes no início da doença, não implicam mudança de diagnóstico, mas a busca de outras possibilidades para a depressão deveria ser feita.
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18. Prevendo a mortalidade
A duração da doença de Alzheimer é variável em torno da
média de oito a 12 anos, com formas muito agressivas de um
lado, e outras muito arrastadas de outro. Dentro da evolução
mais costumeira, pode haver diferença no sentido de que alguns
pacientes entram em fase de aceleração dos sintomas com elevada
mortalidade. É claro que algumas demências têm como padrão a
evolução rápida, como a encefalopatia espongiforme, mas, no total
de demências com rápida progressão desde o início ou a partir de
algum ponto da evolução, a contribuição da doença de Alzheimer
é de 40%. Saber quem tem maior risco de mortalidade é útil do
ponto de vista de intervenção e prognóstico. Uma comparação de
uma grande coorte dividida em evolução rápida ou lenta (menos ou
mais de dois anos até o óbito) mostrou que pacientes mais idosos,
com forte risco vascular e com mais sintomas de depressão morriam
mais rapidamente. Além disso, emagrecimento inexplicado e
alucinações são indicadores deste desfecho17.
Fica a dica: um grupo de pacientes com doença de Alzheimer pode ter rápida evolução para o óbito.
São indicativos desta possibilidade fator de risco vascular, depressão, emagrecimento e alucinações.
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19. Até onde deve ir a investigação laboratorial?
Não há consenso geral sobre quais deveriam ser os exames
a solicitar quando a suspeita é doença de Alzheimer, mas,
significativamente, a tendência é que a listas de exames encolham.
Os exames são recomendados tendo em mente que existem causas
reversíveis para demência, cuja identificação levaria a um desfecho
muito melhor. Antes de prosseguir, é necessário diferenciar
entre os exames rotineiros, cuja utilidade, quando solicitados
indiscriminadamente, vem sendo contestada, e entre exames
específicos, porque um paciente tem o diagnóstico de provável
demência. Os diagnósticos apresentados com mais frequência para
demências potencialmente reversíveis são de hipotireoidismo, de
deficiência de B12 e de neurolues. O hipotireoidismo pode levar a
alterações cognitivas, mas dificilmente suficientes para preencher
critérios para demência. A deficiência de B12, mesmo significativa,
leva a alterações cognitivas mínimas. Isso significa que alterações
nestes exames, quando presentes, indicam comorbidades. A
prevalência da sífilis mudou e está concentrada em subpopulações
específicas. A menos que haja indicação de risco de contaminação,
o exame não trará informações relevantes18,19,20.
Fica a dica: encontrar alterações nos exames laboratoriais, sugestivas por exemplo, de hipotireoidismo ou deficiência
de B12, não significa que estas sejam as causas das alterações da memória e sua correção não vai melhorar os sintomas.
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20. A ressonância magnética faz diagnóstico de doença de Alzheimer?
Enquanto os exames laboratoriais de rotina não são muito úteis
para o diagnóstico de demência, tanto no sentido de apontar outras
causas como no de mudar o prognóstico, o mesmo não se pode
dizer sobre o diagnóstico por imagem. A indicação da ressonância
magnética tem duas razões: pode ajudar no diagnóstico diferencial
com outras demências e pode reforçar a hipótese de doença de
Alzheimer. No diagnóstico diferencial, pode-se detectar hematoma
subdural ou neoplasia, mas a chance destas condições simularem
doença de Alzheimer é reduzida. Pode, contudo, mostrar alterações
vasculares, sugerindo demência vascular. Pode também mostrar
um padrão de atrofia frontal, mais compatível com demência
frontotemporal, ou mais posterior, com possibilidade de demência
com corpos de Lewy. Adicionalmente, atrofia temporoparietal,
não necessariamente simétrica, pelo menos no início, e atrofia
desproporcional dos hipocampos sugerem doença de Alzheimer21.
Fica a dica: a ressonância magnética pode ajudar no diagnóstico diferencial e pode sugerir doença de Alzheimer, mas isso só tem utilidade em conjunto com a história e com a avaliação clínica.
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21. A ressonância mostra alterações vasculares – o diagnóstico deve ser mudado?
Acima dos 65 anos de idade, aproximadamente metade da
população geral apresenta intensidades sugestivas de alteração
vascular. Tipicamente, são focos isolados subcorticais mais presentes
nos polos dos ventrículos laterais e nos lobos frontais. Algumas
vezes, os focos podem ser confluentes e, com menos frequência,
podem acometer a maior parte da substância branca. A presença
destas alterações não significa necessariamente que se trata de
demência vascular e que o diagnóstico de doença de Alzheimer
deva ser afastado. É comum, afetando mais da metade dos casos
de doença de Alzheimer, encontrar alguma evidência de dano
vascular, com maior frequência nos com fator de risco vascular,
como diabetes e hipertensão. Entre a doença de Alzheimer “pura”
e a demência vascular “pura”, existem combinações em graus
variáveis, mostrando porque a demência mista, combinando as
duas condições, é a segunda causa de demência22.
Fica a dica: encontrar evidências de alterações vasculares em pacientes com suspeita de doença de Alzheimer não deveria afastar o diagnóstico, dependendo da
gravidade do acometimento.
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22. PET e doença de Alzheimer
A tomografia por emissão de pósitrons (PET-SCAN) usando um
marcador radioativo, o 18-fluordesoxiglicose, tem sido muito usada
em oncologia, fundindo PET e Tomografia Computadorizada (PET-
CT), para o rastreio de células tumorais. Na doença de Alzheimer,
o método pode revelar hipometabolismo da glicose, mais
pronunciado nas regiões posteriores dos lobos temporais e parietais
e nas porções anteriores do lobos occipitais, correspondendo às
alterações clínicas observadas. Desse modo, o que se verifica é uma
correspondência também com os métodos estruturais, como a
ressonância magnética convencional e, portanto, acrescenta pouco
neste sentido. Mais útil é o uso do método, por exemplo, para
o diagnóstico diferencial entre doença de Alzheimer e demência
frontotemporal, em que padrões distintos podem ser identificados23.
Fica a dica: o PET-Scan com marcação com glicose pode mostrar padrões sugestivos de doença de Alzheimer, mas acrescenta pouco a um exame estrutural bem realizado.
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23. PET com marcação para amiloide
A marcação do PET foi ser feita de outra maneira, mudando
o ligante. Há vários ligantes para amiloide, permitindo investigar a
distribuição de depósitos amiloide. Com isso, é possível identificar
depósito de amiloide já na fase clínica, no comprometimento
cognitivo leve, e, neste caso, a maior probabilidade tratar-se de
comprometimento devido à doença de Alzheimer, e é claro que
uma demência é causada pela doença de Alzheimer. O PET-amiloide
tem sido usado em investigações clínicas e em ensaios terapêuticos,
os quais são um critério para inclusão, para aumentar a confiança
de que se trata de fato de pessoas com doença de Alzheimer.
Previsivelmente, o PET-amiloide passará a ser usado no contexto da
clínica, e já começam a ser elaboradas diretrizes para seu melhor
usoneste contexto.Algunspontosdeveriamserdestacados–O
PET-amiloide, no contexto clínico, não tem utilidade em casos de
demência avançada. Pode reforçar o diagnóstico de demência da
doença de Alzheimer; de maneira mais eficaz, pode ajudar no
diagnóstico diferencial entre demências e pode indicar que um
comprometimento cognitivo leve é causado por esta doença. O uso
em pessoas sem queixas cognitivas para o diagnóstico pré-clínico,
neste contexto, é discutível24.
Fica a dica: o PET-amiloide deverá tornar-se disponível em escala maior, mas não substitui a clínica, no diagnóstico de doença de Alzheimer. Sua maior utilidade será, de acordo com o resultado,
em indicar que um caso de comprometimento cognitivo leve, mais provavelmente se deve à doença de Alzheimer e no diagnóstico
diferencial nas apresentações atípicas, indicando maior probabilidade de uma apresentação atípica de doença de Alzheimer.
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24. Revendo as fases da doença de Alzheimer – os biomarcadores liquóricos
Um aspecto fundamental na doença de Alzheimer é o
acúmulo de beta-amiloide. A produção em excesso leva a
acúmulo que forma oligômeros, os quais, por sua vez, levam
à disfunção sináptica e à perda neuronal. Eventualmente, a
beta-amiloide deixa de ser eliminada e acumula-se no cérebro,
na forma de placas senis. Isso quer dizer que a concentração
liquórica de beta-amiloide declina. O outro mecanismo é a
hiperfosforilação de proteína tau, que passa a formar fibrilas
intraneuronais, que formam emaranhados neurofibrilares, um
outro mecanismo de perda neuronal. Com a morte da célula, a
proteína é excretada, aumentando a concentração liquórica de
tau e fosfo-tau.
A partir dessas descobertas, médias em diferentes
populações e em acompanhamento longitudinal estabeleceram,
a partir do envelhecimento normal, uma fase pré-clínica, em
que não há sintomas, mas a concentração de beta-amiloide cai,
seguida por aumento na concentração de tau e fosfo-tau e, no
final desta fase, aumento da carga amiloide; fase prodrômica,
em que há lapsos de memória, as alterações das concentrações
se acentuam, aumenta a carga de amiloide e começam a ser
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perceptíveis as alterações estruturais; fase da demência, em que
começa o progressivo declínio funcional25.
Fica a dica: este modelo sofreu algumas modificações, mas basicamente é o mesmo. Seu entendimento ajuda a entender não só como a doença evolui, mas também as perspectivas para um tratamento mais eficaz e em que
fase terão mais chance de sucesso.
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25. O uso de biomarcadores liquóricos na doença de Alzheimer
A mudança de paradigmas torna possível, em princípio, o uso
de biomarcadores para o diagnóstico da doença de Alzheimer
mesmo na fase pré-clínica. Inicialmente, usados apenas em
pesquisa, estes marcadores tiveram uma rápida disseminação
para uso clínico, cuja maior aplicação tem sido em pacientes com
demência já instalada. Pode parecer, olhando superficialmente,
que o diagnóstico de demência poderia ser feito com este
exame, mas não se trata disso. Supondo o uso no contexto do
comprometimento cognitivo leve, marcadores alterados não
mostram se e quando haverá a conversão para demência. O uso
dos marcadores não está indicado em casos típicos, porque não
acrescentará informações significativas, e, nos casos de demência
avançada, quando a informação não muda o tratamento. Por
outro lado, o exame pode ser útil em casos atípicos, como
demência rapidamente progressiva, na qual há a possibilidade de
doença de Alzheimer mais agressiva, ou doença de Alzheimer de
início focal, nos com suspeita de demência mista26.
Fica a dica: os marcadores liquóricos não fazem o diagnóstico de doença de Alzheimer, que continua requerendo o
contexto clínico adequado, mas podem ajudar no diagnóstico diferencial em demências atípicas.
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26. Princípios do tratamento da demência da doença de Alzheimer
É sempre muito importante lembrarmos que o tratamento
deve ser de natureza farmacológica e não farmacológica. Muitos
acreditam que apenas o farmacológico seja suficiente, mas isso
não é verdadeiro. Não é possível realizarmos um tratamento de
maneira adequada sem pensarmos nessas duas abordagens. Logo,
todos os profissionais da área devem ter amplo conhecimento
das possibilidades terapêuticas para poderem sugerir ou indicar
sempre o que for necessário. Cada uma das abordagens tem o seu
momento certo de aplicação.
Fica a dica: a abordagem da demência da doença de Alzheimer necessariamente deve ser
farmacológica e não farmacológica.
Fonte: Experiência do autor.
Tratamento farmacológico e não farmacológico
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27. Princípios do tratamento farmacológico da demência da doença de Alzheimer
No tratamento farmacológico a medicação é administrada para
se retardar ou interromper uma doença ou aliviar os seus sintomas.
Nenhum dos tratamentos disponíveis hoje para a DA diminuem
ou interrompem os distúrbios ou a morte neuronal que ocasiona
os sintomas da doença. No entanto, temos a opção de quatro
drogas aprovadas para melhorar os seus transtornos: rivastigmina,
donepezila e galantamina como inibidores da acetilcolinesterase
(IAChE); e memantina como antagonista glutamatérgico. A eficácia
destes fármacos varia de indivíduo para indivíduo27.
Fica a dica: as drogas disponíveis trazem benefícios sintomáticos aos pacientes com doença de Alzheimer.
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28. Princípios do tratamento não farmacológico da demência da doença de Alzheimer
Terapias não-farmacológicas são aquelas que empregam
outras soluções em lugar da medicação. Tal como acontece com
as terapias farmacológicas, terapias não farmacológicas não foram
descritas para alterar o curso da DA. Ao contrário, as terapias
não-farmacológicas são frequentemente utilizadas com o objetivo
de manter a função cognitiva ou ajudar o cérebro a compensar
disparidades.
Fica a dica: terapias não-farmacológicas são utilizadas com o objetivo de manter a função cognitiva e
ajudar o cérebro a compensar disparidades.
Fonte: Experiência do autor.
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29. Terapias não-farmacológicas e qualidade de vida
Terapias não-farmacológicas são utilizadas com o objetivo
de melhorar a qualidade de vida ou reduzir os sintomas
comportamentais, tais como a depressão, apatia, comportamento
motor aberrante, distúrbios do sono, agitação e agressividade28,29,30.
Fica a dica: terapias não-farmacológicas são utilizadas para melhora da qualidade de vida e sintomas comportamentais.
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30. Formas de terapia não farmacológica
A terapia não-farmacológica pode ser dividida em intervenções
não verbais e verbais. Como exemplos, temos exercícios e
musicoterapia como intervenções não verbais; e programas
educacionais e comportamentais como intervenções e verbais.
Estas intervenções procuram proporcionar estímulos às necessidade
físicas e psicológicas, agindo para trazer benefícios cognitivos,
comportamentais, e, assim, auxílio às atividades instrumentais
e básicas da vida diária. Tanto no sentido e retardar o início dos
transtornos, como amenizá-los ou mesmo evitá-los. As atividades a
serem instituídas devem ser identificadas via familiares e o próprio
paciente e analisadas como potencialmente importantes30.
Fica a dica: a terapia não-farmacológica pode ser dividida em intervenções não verbais e verbais.
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31. Recomendações sobre o tratamento não farmacológico da demência da doença de Alzheimer
Técnicas de estimulação cognitiva, de orientação para
realidade e de treino de habilidades específicas são possivelmente
eficazes no tratamento cognitivo de pacientes com DA leve a
moderada quando associadas a anticolinesterásico. Programas
individualizados de atividade física são possivelmente benéficos
para a funcionalidade de pessoas com DA leve a moderada,
porém as evidências de eficácia em relação ao comprometimento
cognitivo são insuficientes. Embora existam indícios de que essas
abordagens terapêuticas possam trazer benefícios para pacientes
com DA, ainda não há evidências científicas suficientes que
permitam conclusões definitivas31.
Fica a dica: há evidência de que técnicas específicas de tratamento não farmacológico possam trazer benefícios.
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32. Recomendações sobre o tratamento dos sintomas comportamentais e psicológicos (SCPD) da demência da doença de Alzheimer
Estratégias podem ser utilizadas para o tratamento
dos sintomas comportamentais e psicológicos da DA. São
recomendadas intervenções educacionais e estratégias
terapêuticas de fisioterapia, terapia ocupacional e musicoterapia.
Ainda não há embasamento suficiente para a recomendação de
terapia com luz, massagens, aromaterapia e arteterapia para
esse fim específico31.
Fica a dica: há evidências de que certas estratégias possam melhorar os SCPD.
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33. Tratamento farmacológico na fase inicial da demência da doença de Alzheimer
No presente, não há respaldo na literatura científica para
o uso de memantina, isoladamente ou associada à IAChE, nos
estágios iniciais da DA. Inclusive, é importante constantemente
lembrarmos que a memantina não tem seu uso aprovado para
demência leve pela ANVISA32.
Fica a dica: memantina não se usa na fase inicial da demência da doença de Alzheimer.
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34. Comprovadamente, a memantina não deve ser utilizada na fase inicial da demência da doença de Alzheimer
Um estudo de coorte concluiu que a associação de memantina
a IAChE em pessoas com DA leve pode ser prejudicial para a
cognição global. Neste estudo, o objetivo foi avaliar as características
clínicas e a evolução de pacientes com comprometimento cognitivo
leve e demência da doença de Alzheimer leve tratados com IAChE
e memantina. Para tanto, foram recrutados pacientes de 59
centros do programa para o Alzheimer’s Disease Neuroimaging
Initiative (ADNI). Os resultados apontaram que pacientes com
DA que receberam IAChE e memantina foram mais prejudicados
funcionalmente e mostraram um declínio maior no MEEM e CDR.
Os autores concluíram que a prescrição da associação ocorre mais
precocemente do que é preconizado pelo FDA e seu uso está
associado a um declínio clínico32.
Fica a dica: memantina em fase inicial da demência da doença de Alzheimer pode proporcionar
prejuízo cognitivo mais acentuado.
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35. O tratamento farmacológico específico nas fases moderada a grave da demência da doença de Alzheimer
A memantina apresenta eficácia clínica, isoladamente ou
associada à IAChE, em pessoas com DA moderada a grave, com
boa tolerabilidade e segurança em qualquer fase da DA. Além
disso, o uso de memantina nestes pacientes com DA moderada a
grave reduz o aparecimento de alguns SCPD31.
Fica a dica: a memantina é utilizada nas fases moderada a grave da demência da doença de Alzheimer.
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36. O uso de fármacos além dos inibidores da colinesterase e memantina e sua recomendação para demência da doença de Alzheimer
As evidências são de ineficácia do tratamento da demência da
DA com extrato EGb761 de Ginkgo biloba, vitamina E, selegilina,
ômega 3, redutores de homocisteína, estrogênio, antiinflamatórios
não esteroidais e estatinas. Sendo assim, o uso desses fármacos e
substâncias com esse fim específico não é recomendado31.
Fica a dica: não são aprovados fármacos e substâncias além dos inibidores da colinesterase e memantina
para tratamento da demência da doença de Alzheimer.
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37. Donepezila
O uso de donepezila é indicado para o tratamento de DA nas
fases leve, moderada e grave. Ou seja, único medicamente aprovado
no Brasil para o tratamento de todas as fases da DA. Em revisão
sistemática recente para comparação entre os diferentes IAChE, a
donepezila apresentou melhor perfil de tolerabilidade em relação à
rivastigmina e à galantamina, com menor taxa de descontinuidade
do tratamento por efeitos adversos, menor incidência de efeitos
gastrointestinais, com maior número de pacientes atingindo a dose
máxima terapêutica33.
Fica a dica: demostrou-se que a donepezila apresentou melhor perfil de tolerabilidade e menor taxa de descontinuidade.
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38. Memantina
Aprovada há mais de uma década, a memantina é um
antagonista de receptor glutamatérgico do tipo N-metil-D-
aspartato (NMDA) para o tratamento em fases moderada e grave
da demência da DA. Esse receptor está envolvido na regulação da
plasticidade sináptica e participa em processos de aprendizado e
memória. No entanto, a sua estimulação excessiva pode resultar
em concentrações elevadas de cálcio intracelular contribuindo para
processos neurodegenerativos agudos ou crônicos. Acredita-se que
a memantina module a ativação patológica de receptores NMDA,
enquanto permite uma atividade fisiológica normal34.
Fica a dica: a memantina modula a ativação patológica de receptores glutamatérgicos NMDA.
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39. Excitotoxicidade glutamatérgica
A excitotoxicidade glutamatérgica está envolvida na patogênese
da DA. Diversas evidências contribuem para reforçar a sua teoria:
a incubação de culturas de neurônios com glutamato e aspartato
leva à formação de estruturas semelhantes aos depósitos de
neurofilamentos da DA; peptídeos b-amiloides podem sensibilizar
culturas de neurônios para os efeitos tóxicos das excitotoxinas;
intoxicações acidentais com excitotoxinas exógenas podem levar
a quadros amnésticos irreversíveis; a inervação glutamatérgica
e a densidade de receptores é particularmente densa nas
regiões corticais e hipocampais (estruturas fundamentais para o
aprendizado e memória que comprometidas na DA); o decréscimo
fisiológico na transmissão glutamatérgica com o envelhecimento
pode contribuir para piora da memória, já que o glutamato exerce
papel na indução da potenciação a longo prazo (modelo celular
de aprendizado e memória). Portanto, a modulação do sistema
glutamatérgico, mediada pela memantina, é um importante alvo
no tratamento da DA35.
Fica a dica: a modulação do sistema glutamatérgico, mediada pela memantina, é um importante
alvo no tratamento da DA.
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40. Atividade glutamatérgica normal e hiperativação tônica patológica
A memantina liga-se ao receptor NMDA, bloqueando a entrada
de cálcio na célula durante a despolarização neuronal parcial, mas
permite a entrada do íon durante a despolarização completa. A
ação da memantina é dependente da ativação anterior do receptor
NMDA pelo glutamato. Portanto, o canal deve estar aberto para
que a memantina possa exercer sua ação. A memantina liga-
se ao receptor rapidamente e também se dissocia do receptor
rapidamente. Essa propriedade permite a transmissão normal do
sinal em processo de aprendizado e evocação, concomitantemente
à inibição da hiperativação tônica patológica36.
Fica a dica: memantina atua inibindo a hiperativação glutamatérgica tônica patológica.
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41. Associação de donepezila e memantina
A combinação de donepezila e memantina não interfere na
farmacocinética nem na farmacodinâmica dos dois fármacos,
possibilitando sua associação clínica sem interferência na eficácia e
na tolerabilidade de ambos37.
Fica a dica: a associação ocorrre sem interferência na eficácia e na tolerabilidade dos mesmos.
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42. Racional da associação num único produto: donepezila e memantina
A proposta de condensar dois medicamentos comumente
utilizados para o tratamento da DA moderada e grave em um único
composto é de grande interesse, pois facilita a posologia desses
fármacos, diminuindo o número de comprimidos ingeridos ao
longo do dia (de três para um), fator que certamente contribui para
o aumento da adesão ao tratamento38.
Fica a dica: a associação é de grande interesse, contribuindo para a adesão.
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43. Manejo dos distúrbios em pacientes com doença de Alzheimer grave
Inibidores da colinesterase e memantina podem ser prescritos.
O benefício esperado inclui redução do declínio cognitivo, além de
melhora na funcionalidade e no comportamento. O tratamento
poderá ser continuado até o benefício clínico não puder mais ser
demonstrado39,40.
Fica a dica: os IAChE e a memantina trazem benefícios nas fases avançadas da demência da DA.
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44. Quando suspender a medicação em fase avançada
Não deveria ser suspenso simplesmente pelo fato do
paciente ser institucionalizado. Pacientes restritos ao leito, não
comunicativos, e que não possam mais realizar as atividade básicas
da vida diária, podem ter usualmente suas medicações seguramente
descontinuadas, sob observação atenta39,40.
Fica a dica: os IAChE e memantina podem ser descontinuados sob avaliação atenta.
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45. Objetivo final
O objetivo final do tratamento das demências é melhorar
a qualidade de vida não apenas do paciente, mas também do
cuidador. A manutenção das atividades mentais e físicas, associadas
a um propósito de vida, são fundamentais, sendo a principal
mensagem a todos. Sendo assim, devem ser constantemente
e persistentemente estimuladas. Alguns estudos com IAChE
demonstram esses resultados41.
Fica a dica: o objetivo final é a qualidade de vida.
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46. Qualidade de vida como foco prioritário e não negligenciado
Infelizmente é importante ressaltar que qualidade de vida é
um ponto crítico, mas frequentemente um foco negligenciado
de estudos e cuidados clínicos em demência. Qualidade de vida
envolve aspectos sociais, emocionais e cognitivos da existência de
uma pessoa, sendo uma ponte para questões econômicas e éticas
relativas às demências. As razões para essa relativa negligência
incluem aspectos conceituais e práticos, havendo um forte
componente subjetivo41.
Fica a dica: a qualidade de vida não deve ser negligenciada.
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47. Métodos para avaliar qualidade de vida
Há uma variedade de métodos usados para se avaliar qualidade
de vida em outros campos da medicina, porém a aplicação dessas
abordagens em demência é relativamente recente. Os domínios
acessados por essas escalas podem ser dirigidos aos pacientes
e sofrem mudanças de acordo com a gravidade da demência,
como: auto-estima, efeitos positivos e negativos e senso de
estética. Há escalas para avaliação de cuidadores, investigando:
habilidades comunicativas, espontaneidade, atividades e ligações
com pessoas próximas41.
Fica a dica: a avaliação da qualidade de vida é relativamente recente.
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48. Estresse ou sobrecarga do cuidador
Frequentemente ao comentarmos sobre uma resposta a um
determinado agente farmacológico destinado especificamente
à DA, invariavelmente refere-se à cognição, comportamento
e funcionalidade. No entanto, é extremamente importante
questionar, avaliar e acompanhar o quanto essa resposta foi
eficaz no sentido de reduzir a sobrecarga e estresse do cuidador.
Fica a dica: estresse ou sobrecarga do cuidador deve também pertencer como foco do tratamento.
Fonte: Experiência do autor.
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49. Expectativa de vida e tratamento farmacológico adequado
A DA está associada a uma diminuição da expectativa de vida
em comparação com a população em geral, sendo que um fator
importante para os médicos na tomada de decisão no momento
da prescrição é o efeito da medicação sobre a expectativa de vida.
O conhecimento da expectativa de vida também é importante
para o planejamento de recursos, tanto no plano individual
como ao nível de política pública. Um grande número de norte-
americanos que sofrem de DA não são diagnosticados ou não
são tratados com medicamentos aprovados pelo Food and Drug
Administration (FDA)42,43,44.
Fica a dica: o conhecimento da expectativa de vida é importante para o planejamento dos recursos.
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50. Gestão do tratamento
Apesar da falta de terapias modificadoras da evolução da
doença, estudos têm demonstrado consistentemente que a ativa
gestão da DA pode melhorar a qualidade de vida através de todos
os estágios da doença tanto para os indivíduos com demência
como para os seus cuidadores. A gestão ativa inclui: uso adequado
de opções de tratamento disponíveis; administração eficaz de
condições coexistentes; coordenação dos cuidados entre médicos,
outros profissionais de saúde e cuidadores; participação em
atividades de programas de cuidados; e participação de grupos e
serviços de apoio45.
Fica a dica: a gestão adequada do tratamento é capaz de melhorar a qualidade de vida do paciente e do cuidador.
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Referências
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Donila - USO ORAL - USO ADULTO. CLORIDRATO DE DONEPEZILA CONTRA INDICAÇÃO: DONILA ESTÁ CONTRAINDICADO EM PACIENTES COM CONHECIDA HIPERSENSIBILIDADE AO CLORIDRATO DE DONEPEZILA, DERIVADOS DE PIPERIDINA OU QUALQUER EXCIPIENTE USADO NA FORMULAÇÃO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: DEVE-SE EVITAR A ADMINISTRAÇÃO DO CLORIDRATO DE DONEPEZILA CONCOMITANTEMENTE A OUTROS INIBIDORES DA COLINESTERASE.Indicações: DONILA é indicado para o tratamento da doença de Alzheimer de intensidade leve a moderada. Contraindicações: DONILA está contraindicado em pacientes com conhecida hipersensibilidade ao cloridrato de donepezila, derivados de piperidina ou qualquer excipiente usado na formulação. Cuidados e advertências Precauções e advertências: Anestesia: DONILA, por ser um inibidor da colinesterase, pode exacerbar o relaxamento muscular tipo succinilcolina durante anestesia.Condições Cardiovasculares: Os inibidores da colinesterase podem apresentar efeitos vagotônicos sobre a frequência cardíaca (p. ex., bradicardia). O potencial desta ação pode ser particularmente importante em pacientes com alteração do nó sinoatrial ou outras de condução cardíaca supraventricular. Episódios de síncope foram relatados em associação com o uso de cloridrato de donepezila. Condições Gastrintestinais: Os inibidores da colinesterase podem aumentar a secreção ácida gástrica devido ao aumento da atividade colinérgica. Portanto, pacientes com maior risco de desenvolver úlceras, p.ex. aqueles com história de doença ulcerosa ou recebendo drogas anti-inflamatórias não esteroidais concomitantes, devem ser cuidadosamente monitorados quanto a sintomas de sangramento gastrintestinal ativo ou oculto. O cloridrato de donepezila pode produzir diarreia, náusea e vômito. Esses efeitos, quando ocorrem, aparecem com maior frequência com a dose de 10 mg/dia do que com a dose de 5 mg/dia. Geniturinário: Embora não observado em estudos clínicos com o cloridrato de donepezila, os colinomiméticos podem causar obstrução do fluxo vesical. Condições Neurológicas: Acredita-se que os colinomiméticos apresentem potencial para causar convulsões generalizadas. Entretanto, tal situação pode ser também uma manifestação da doença de Alzheimer. Condições Pulmonares: Devido a suas ações colinomiméticas, os inibidores da colinesterase devem ser prescritos com cuidado a pacientes com história de asma ou doença pulmonar obstrutiva. Efeitos sobre a Capacidade de Dirigir Veículos e Operar Máquinas: A doença de Alzheimer pode causar comprometimento da capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Além disso, o cloridrato de donepezila pode causar fadiga, tontura e cãibras musculares, principalmente durante o início do tratamento ou aumento de dose. A capacidade dos pacientes com doença de Alzheimer que recebem cloridrato de donepezila de continuar dirigindo ou operando máquinas complexas deve ser avaliada rotineiramente pelo médico responsável. Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: C Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Os estudos de teratologia conduzidos em ratas prenhes não revelaram evidências de potencial teratogênico. No entanto, em um estudo no qual ratas prenhes receberam aproximadamente 50 vezes a dose humana do dia 17 da gestação ao dia 20 pós-parto, houve um pequeno aumento de natimortos e uma pequena diminuição da sobrevida dos filhotes até o dia 4 pós-parto. Não foi observado efeito na dose seguinte mais baixa testada, aproximadamente 15 vezes a dose humana. Não há estudos adequados ou bem-controlados em mulheres grávidas. O cloridrato de donepezila deve ser usado durante a gravidez apenas se os benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais ao feto. Lactação: Não se sabe se o cloridrato de donepezila é excretado no leite humano e não existem estudos em mulheres lactantes. Interações medicamentosas: Deve-se evitar a administração do cloridrato de donepezila concomitante a outros inibidores da colinesterase. O cloridrato de donepezila e seus metabólitos não inibem o metabolismo da teofilina, varfarina, cimetidina, digoxina, tioridazina, risperidona e sertralina em humanos. O metabolismo do cloridrato de donepezila não é alterado pela administração concomitante de digoxina, cimetidina, tioridazina, risperidona e sertralina. Os estudos in vitro demonstraram que a isoenzima 3A4 do citocromo P450 e, em menor grau, a 2D6 estão envolvidas no metabolismo da donepezila. Os estudos de interação medicamentosa realizados in vitro demonstraram que o cetoconazol e a quinidina, inibidores da CYP3A4 e da CYP2D6, respectivamente, inibem o metabolismo da donepezila. Portanto, esses e outros inibidores da CYP3A4, como o itraconazol e a eritromicina, e os inibidores da CYP2D6, como a fluoxetina, podem inibir o metabolismo da donepezila. Em um estudo em voluntários saudáveis, o cetoconazol aumentou as concentrações médias da donepezila em cerca de 30%. Esses aumentos são menores que os provocados pelo cetoconazol em outros agentes que utilizam a mesma via da CYP3A4. A administração da donepezila não tem efeito sobre a farmacocinética do cetoconazol. Os indutores enzimáticos como a rifampicina, a fenitoína, a carbamazepina e o álcool, podem reduzir os níveis de donepezila. Como a magnitude do efeito inibitório ou indutor ainda é desconhecida, essas associações medicamentosas devem ser usadas com cautela. O cloridrato de donepezila tem potencial para interferir com medicamentos com ação anticolinérgica. Também há potencial para atividade sinérgica com medicamentos como a succinilcolina e outros bloqueadores neuromusculares, mas um estudo in vitro demonstrou que o cloridrato de donepezila apresenta efeitos mínimos sobre a hidrólise da succinilcolina. Também existe potencial para ação sinérgica com agonistas colinérgicos ou betabloqueadores que apresentam efeitos sobre a condução cardíaca. Reações adversas: Estudos Clínicos Os eventos adversos mais comuns (incidência ≥ 5 e o dobro da freqüência com o placebo) foram diarreia, cãibras musculares, fadiga, náusea, vômitos e insônia. Os outros eventos adversos comuns (incidência ≥ 5 e ≥ placebo) foram cefaleia, dor, acidente, resfriado comum, distúrbios abdominais e tontura. Foram observados casos de síncope, bradicardia, bloqueio sinoatrial e bloqueio atrioventricular. Não foram observadas anormalidades relevantes nos valores laboratoriais associados ao tratamento, com exceção dos pequenos aumentos das concentrações séricas de creatinina quinase muscular. Informações sobre eventos adversos observados em no mínimo 2% dos pacientes em uso de cloridrato de donepezila e com frequência mais alta que no placebo podem ser encontradas na versão integral da bula. Experiência Pós-Comercialização: Existem relatos pós-comercialização do cloridrato de donepezila de alucinações, agitação, comportamento agressivo, convulsão, hepatite, úlcera gástrica, úlcera duodenal e hemorragia gastritestinal. Posologia: Adultos/Idosos O cloridrato de donepezila deve ser tomado por via oral, uma vez por dia. As doses clinicamente eficazes são 5 e 10 mg. A dose inicial é de 5 mg e pode ser aumentada para 10 mg após 4 a 6 semanas. A dose diária máxima recomendada é de 10 mg. Com a descontinuação do tratamento, observa-se diminuição gradativa dos efeitos benéficos do cloridrato de donepezila. Não há evidências de efeito rebote ou de abstinência após a descontinuação repentina da terapia.Tratamento de manutenção O tratamento pode ser mantido enquanto houver benefício terapêutico para o paciente. Comprometimento renal e hepático Os pacientes com insuficiência hepática leve a moderada ou renal podem seguir um esquema posológico semelhante porque a depuração do cloridrato de donepezila não é significativamente alterada por essas condições. Crianças Não existem estudos adequados e bem-controlados para documentar a segurança e a eficácia do cloridrato de donepezila em qualquer tipo da doença que ocorre em crianças. DONILA deve ser tomado à noite, logo antes de deitar. DONILA poderá ser tomado com ou sem alimentos. “SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.” VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. MS - 1.0573.0438. “Material técnico científico de distribuição exclusiva a profissionais de saúde habilitados à prescrição e/ou dispensação de medicamentos” Para informações completas, consultar a bula na íntegra através da Central de Atendimento ao Cliente. MB 01A SAP 4361800
Donila Duo - USO ORAL - USO ADULTO. CLORIDRATO DE DONEPEZILA + CLORIDRATO DE MEMANTINACONTRA INDICAÇÃO: DONILA DUO ESTÁ CONTRAINDICADO EM PACIENTES COM CONHECIDA HIPERSENSIBILIDADE AO CLORIDRATO DE DONEPEZILA OU AO CLORIDRATO DE MEMANTINA OU A QUAISQUER EXCIPIENTES USADOS NESTA FORMULAÇÃO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: DEVE-SE EVITAR A ADMINISTRAÇÃO DO CLORIDRATO DE DONEPEZILA CONCOMITANTEMENTE A OUTROS INIBIDORES DA COLINESTERASE.INDICAÇÕES Donila Duo é indicado para o tratamento da doença de Alzheimer moderada a grave. CONTRAINDICAÇÕES Donila Duo Donila Duo está contraindicado em pacientes com conhecida hipersensibilidade ao cloridrato de donepezila ou ao cloridrato de memantina ou a quaisquer excipientes usados nesta formulação. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES O cloridrato de donepezila, como um inibidor da colinesterase, pode exacerbar o relaxamento muscular tipo succinilcolina durante anestesia, ter efeitos vagotônicos sobre a frequência cardíaca (p. ex., bradicardia) e há relatos de episódios de síncope.Pode ocorrer aumento da secreção ácida gástrica devido ao aumento da atividade colinérgica. Efeitos sobre a Capacidade de Dirigir Veículos e Operar Máquinas A demência do tipo Alzheimer pode causar comprometimento do desempenho da capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Além disso, o cloridrato de donepezila pode causar fadiga, tontura e cãibras musculares, principalmente ao iniciar ou aumentar a dose. A capacidade dos pacientes com doença de Alzheimer que recebem cloridrato de donepezila continuar dirigindo ou operando máquinas complexas deve ser avaliada rotineiramente pelo médico responsável. Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: B. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Lactação: Não se sabe se o cloridrato de donepezila e a memantina são excretados no leite humano e não existem estudos em mulheres lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Deve-se evitar a administração do cloridrato de donepezila concomitantemente a outros inibidores da colinesterase. Inibidores da CYP3A4, como o cetoconazol, itraconazol e a eritromicina, e os inibidores da CYP2D6, como a quinidina, fluoxetina, poderiam inibir o metabolismo da donepezila. Os indutores enzimáticos, como a rifampicina, a fenitoína, a carbamazepina e o álcool, podem reduzir os níveis de donepezila. O cloridrato de donepezila tem potencial para interferir com medicamentos com ação anticolinérgica. Também há potencial para atividade sinérgica com a succinilcolina e outros bloqueadores neuromusculares e agonistas colinérgicos ou betabloqueadores que apresentam efeitos sobre a condução cardíaca. Os efeitos da L-dopa, dos agonistas dopaminérgicos e dos anticolinérgicos poderão ser amplificados pelo tratamento concomitante com a memantina. Os efeitos de barbitúricos e neurolépticos poderão ser reduzidos pela memantina. A administração concomitante de memantina e dos agentes antiespasmódicos, dantroleno ou baclofeno, pode alterar os efeitos destes medicamentos, podendo ser necessário um ajuste da dose.A utilização concomitante da memantina e amantadina, cetamina ou dextrometorfano deve ser evitada, devido ao risco de psicose farmacotóxica. • Outras substâncias como cimetidina, ranitidina, procaínamida, quinidina e nicotina também poderão interagir com a memantina levando a um risco potencial de aumento dos seus níveis séricos. • É possível que haja uma redução dos níveis séricos da hidroclorotiazida (HCT) quando esta é administrada concomitantemente com a memantina. • Aumento da relação normalizada internacional (RNI) em pacientes tratados concomitantemente com varfarina e memantina podem ocorrer. REAÇÕES ADVERSAS Cloridrato de donepezila Os eventos adversos mais comuns (incidência > 5 e o dobro da freqüência com o placebo) foram diarréia, cãibras musculares, fadiga, náusea, vômitos e insônia. Os outros eventos adversos comuns (incidência > 5 e > placebo) foram cefaléia, dor, acidente, resfriado comum, distúrbios abdominais e tontura. Tem havido relatos pós-comercialização de alucinações, agitação, comportamento agressivo, convulsão, hepatite, úlcera gástrica, úlcera duodenal e hemorragia gastrintestinal. Cloridrato de memantina As reações adversas mais frequentes e que registraram uma maior incidência no grupo da memantina do que no grupo placebo em estudos clínicos foram tonturas (6,3% vs 5,6%, respectivamente), cefaléias (5,2% vs 3,9%), constipação (4,6% vs 2,6%), sonolência (3,4% vs 2,2%) e hipertensão (4,1% vs 2,8%). Em estudos com a associação cloridrato de donepezila e cloridrato de memantina, os principais eventos adversos encontrados foram agitação (9,4%), confusão (7,9%), quedas (7,4%), sintomas que mimetizam gripe (7,4%), tontura (6,9%), cefaleia (6,4%0, infecção do trato urinário (5,9%), incontinência urinária (5,4%), lesão acidental (5%), infecção da via respiratória superior (5%) e edema periférico (5%). POSOLOGIA E MODO DE USAR Donila Duo deve ser administrado via oral, uma vez ao dia, com ou sem alimento. É recomendado o uso da associação para pacientes em dose regular de cloridrato de donepezila 10 mg/dia há pelo menos 4 semanas e com evolução da doença de Alzheimer para estágio de moderada ou grave mesmo em vigência do tratamento. A dose final a ser atingida da associação é de cloridrato de donepezila 10 mg/dia e memantina 20 mg/dia. Como o composto está indicado para pacientes em dose estável de cloridrato de donepezila de 10 mg/dia, a titulação do cloridrato de memantina deverá ser realizada com acréscimos semanais de 5 mg/dia até atingir a dose recomendada de 20 mg/dia. Em pacientes com comprometimento renal moderado (depuração da creatinina de 30-49 ml/min) a dose diária deverá ser 10 mg por dia. Se bem tolerada após pelo menos 7 dias de tratamento, a dose poderá ser aumentada até 20 mg/dia. Em pacientes com comprometimento renal grave (depuração da creatinina 5-29 ml/min) a dose diária deverá ser de 10 mg por dia. MS - 1.0573.0467 Farmacêutico Responsável: Gabriela Mallmann - CRF-SP nº 30.138. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. Via Dutra, km 222,2. Guarulhos - SP. CNPJ 60.659.463/0001-91 Indústria Brasileira VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA Esta bula foi aprovada pela Anvisa em 08/12/2014. MB 01 - SAP 4516400Referências: 1. Bula do produto DONILA: comprimidos revestidos. Farmacêutica Responsável: Gabriela Mallmann. Guarulhos, SP. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. 2. Bula do produto DONILA DUO: comprimidos revestidos. Farmacêutica Responsável: Gabriela Mallmann. Guarulhos, SP. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. 3. BENJAMIN, B.; BURNS, A. Donepezil for Alzheimer’s disease. Expert Rev. Neurotherapeutics, v. 7, n. 10, p. 1243-1249, 2007. 4. BURNS, A.; GAUTHIER, S.; PERDOMO, C. Efficacy and safety of donepezil over 3 years: an open-label, multicentre study in patients with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry, v. 22, p. 806-812, 2007. 5. Kairos Web Brasil. Disponível em: “http://brasil.kairosweb.com/” http://brasil.kairosweb.com>. Acesso em: Maio 2017. 6. HANSEN, R.A. et al. Efficacy and safety of donepezil, galantamine, and rivastigmine for the treatment of Alzheimer’s disease: A systematic review and meta-analysis. Clinical Interventions in Aging, v.3, n.2, p.211-225, 2008. 7. GAUTHIER, S.; MOLINUEVO, J.L. Benefits of combined cholinesterase inhibitor and memantine treatment in moderate–severe Alzheimer’s disease. Alzheimer’s & Dementia, v. 9, p. 326–331, 2013. 8. Programa Cuidados pela Vida (O Programa Cuidados pela Vida pode alterar ou interromper esta campanha sem aviso prévio. Desconto calculado sobre o Preço Máximo ao Consumidor).
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Donila - USO ORAL - USO ADULTO. CLORIDRATO DE DONEPEZILA CONTRA INDICAÇÃO: DONILA ESTÁ CONTRAINDICADO EM PACIENTES COM CONHECIDA HIPERSENSIBILIDADE AO CLORIDRATO DE DONEPEZILA, DERIVADOS DE PIPERIDINA OU QUALQUER EXCIPIENTE USADO NA FORMULAÇÃO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: DEVE-SE EVITAR A ADMINISTRAÇÃO DO CLORIDRATO DE DONEPEZILA CONCOMITANTEMENTE A OUTROS INIBIDORES DA COLINESTERASE.Indicações: DONILA é indicado para o tratamento da doença de Alzheimer de intensidade leve a moderada. Contraindicações: DONILA está contraindicado em pacientes com conhecida hipersensibilidade ao cloridrato de donepezila, derivados de piperidina ou qualquer excipiente usado na formulação. Cuidados e advertências Precauções e advertências: Anestesia: DONILA, por ser um inibidor da colinesterase, pode exacerbar o relaxamento muscular tipo succinilcolina durante anestesia.Condições Cardiovasculares: Os inibidores da colinesterase podem apresentar efeitos vagotônicos sobre a frequência cardíaca (p. ex., bradicardia). O potencial desta ação pode ser particularmente importante em pacientes com alteração do nó sinoatrial ou outras de condução cardíaca supraventricular. Episódios de síncope foram relatados em associação com o uso de cloridrato de donepezila. Condições Gastrintestinais: Os inibidores da colinesterase podem aumentar a secreção ácida gástrica devido ao aumento da atividade colinérgica. Portanto, pacientes com maior risco de desenvolver úlceras, p.ex. aqueles com história de doença ulcerosa ou recebendo drogas anti-inflamatórias não esteroidais concomitantes, devem ser cuidadosamente monitorados quanto a sintomas de sangramento gastrintestinal ativo ou oculto. O cloridrato de donepezila pode produzir diarreia, náusea e vômito. Esses efeitos, quando ocorrem, aparecem com maior frequência com a dose de 10 mg/dia do que com a dose de 5 mg/dia. Geniturinário: Embora não observado em estudos clínicos com o cloridrato de donepezila, os colinomiméticos podem causar obstrução do fluxo vesical. Condições Neurológicas: Acredita-se que os colinomiméticos apresentem potencial para causar convulsões generalizadas. Entretanto, tal situação pode ser também uma manifestação da doença de Alzheimer. Condições Pulmonares: Devido a suas ações colinomiméticas, os inibidores da colinesterase devem ser prescritos com cuidado a pacientes com história de asma ou doença pulmonar obstrutiva. Efeitos sobre a Capacidade de Dirigir Veículos e Operar Máquinas: A doença de Alzheimer pode causar comprometimento da capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Além disso, o cloridrato de donepezila pode causar fadiga, tontura e cãibras musculares, principalmente durante o início do tratamento ou aumento de dose. A capacidade dos pacientes com doença de Alzheimer que recebem cloridrato de donepezila de continuar dirigindo ou operando máquinas complexas deve ser avaliada rotineiramente pelo médico responsável. Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: C Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Os estudos de teratologia conduzidos em ratas prenhes não revelaram evidências de potencial teratogênico. No entanto, em um estudo no qual ratas prenhes receberam aproximadamente 50 vezes a dose humana do dia 17 da gestação ao dia 20 pós-parto, houve um pequeno aumento de natimortos e uma pequena diminuição da sobrevida dos filhotes até o dia 4 pós-parto. Não foi observado efeito na dose seguinte mais baixa testada, aproximadamente 15 vezes a dose humana. Não há estudos adequados ou bem-controlados em mulheres grávidas. O cloridrato de donepezila deve ser usado durante a gravidez apenas se os benefícios potenciais justificarem os riscos potenciais ao feto. Lactação: Não se sabe se o cloridrato de donepezila é excretado no leite humano e não existem estudos em mulheres lactantes. Interações medicamentosas: Deve-se evitar a administração do cloridrato de donepezila concomitante a outros inibidores da colinesterase. O cloridrato de donepezila e seus metabólitos não inibem o metabolismo da teofilina, varfarina, cimetidina, digoxina, tioridazina, risperidona e sertralina em humanos. O metabolismo do cloridrato de donepezila não é alterado pela administração concomitante de digoxina, cimetidina, tioridazina, risperidona e sertralina. Os estudos in vitro demonstraram que a isoenzima 3A4 do citocromo P450 e, em menor grau, a 2D6 estão envolvidas no metabolismo da donepezila. Os estudos de interação medicamentosa realizados in vitro demonstraram que o cetoconazol e a quinidina, inibidores da CYP3A4 e da CYP2D6, respectivamente, inibem o metabolismo da donepezila. Portanto, esses e outros inibidores da CYP3A4, como o itraconazol e a eritromicina, e os inibidores da CYP2D6, como a fluoxetina, podem inibir o metabolismo da donepezila. Em um estudo em voluntários saudáveis, o cetoconazol aumentou as concentrações médias da donepezila em cerca de 30%. Esses aumentos são menores que os provocados pelo cetoconazol em outros agentes que utilizam a mesma via da CYP3A4. A administração da donepezila não tem efeito sobre a farmacocinética do cetoconazol. Os indutores enzimáticos como a rifampicina, a fenitoína, a carbamazepina e o álcool, podem reduzir os níveis de donepezila. Como a magnitude do efeito inibitório ou indutor ainda é desconhecida, essas associações medicamentosas devem ser usadas com cautela. O cloridrato de donepezila tem potencial para interferir com medicamentos com ação anticolinérgica. Também há potencial para atividade sinérgica com medicamentos como a succinilcolina e outros bloqueadores neuromusculares, mas um estudo in vitro demonstrou que o cloridrato de donepezila apresenta efeitos mínimos sobre a hidrólise da succinilcolina. Também existe potencial para ação sinérgica com agonistas colinérgicos ou betabloqueadores que apresentam efeitos sobre a condução cardíaca. Reações adversas: Estudos Clínicos Os eventos adversos mais comuns (incidência ≥ 5 e o dobro da freqüência com o placebo) foram diarreia, cãibras musculares, fadiga, náusea, vômitos e insônia. Os outros eventos adversos comuns (incidência ≥ 5 e ≥ placebo) foram cefaleia, dor, acidente, resfriado comum, distúrbios abdominais e tontura. Foram observados casos de síncope, bradicardia, bloqueio sinoatrial e bloqueio atrioventricular. Não foram observadas anormalidades relevantes nos valores laboratoriais associados ao tratamento, com exceção dos pequenos aumentos das concentrações séricas de creatinina quinase muscular. Informações sobre eventos adversos observados em no mínimo 2% dos pacientes em uso de cloridrato de donepezila e com frequência mais alta que no placebo podem ser encontradas na versão integral da bula. Experiência Pós-Comercialização: Existem relatos pós-comercialização do cloridrato de donepezila de alucinações, agitação, comportamento agressivo, convulsão, hepatite, úlcera gástrica, úlcera duodenal e hemorragia gastritestinal. Posologia: Adultos/Idosos O cloridrato de donepezila deve ser tomado por via oral, uma vez por dia. As doses clinicamente eficazes são 5 e 10 mg. A dose inicial é de 5 mg e pode ser aumentada para 10 mg após 4 a 6 semanas. A dose diária máxima recomendada é de 10 mg. Com a descontinuação do tratamento, observa-se diminuição gradativa dos efeitos benéficos do cloridrato de donepezila. Não há evidências de efeito rebote ou de abstinência após a descontinuação repentina da terapia.Tratamento de manutenção O tratamento pode ser mantido enquanto houver benefício terapêutico para o paciente. Comprometimento renal e hepático Os pacientes com insuficiência hepática leve a moderada ou renal podem seguir um esquema posológico semelhante porque a depuração do cloridrato de donepezila não é significativamente alterada por essas condições. Crianças Não existem estudos adequados e bem-controlados para documentar a segurança e a eficácia do cloridrato de donepezila em qualquer tipo da doença que ocorre em crianças. DONILA deve ser tomado à noite, logo antes de deitar. DONILA poderá ser tomado com ou sem alimentos. “SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.” VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. MS - 1.0573.0438. “Material técnico científico de distribuição exclusiva a profissionais de saúde habilitados à prescrição e/ou dispensação de medicamentos” Para informações completas, consultar a bula na íntegra através da Central de Atendimento ao Cliente. MB 01A SAP 4361800
Donila Duo - USO ORAL - USO ADULTO. CLORIDRATO DE DONEPEZILA + CLORIDRATO DE MEMANTINACONTRA INDICAÇÃO: DONILA DUO ESTÁ CONTRAINDICADO EM PACIENTES COM CONHECIDA HIPERSENSIBILIDADE AO CLORIDRATO DE DONEPEZILA OU AO CLORIDRATO DE MEMANTINA OU A QUAISQUER EXCIPIENTES USADOS NESTA FORMULAÇÃO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: DEVE-SE EVITAR A ADMINISTRAÇÃO DO CLORIDRATO DE DONEPEZILA CONCOMITANTEMENTE A OUTROS INIBIDORES DA COLINESTERASE.INDICAÇÕES Donila Duo é indicado para o tratamento da doença de Alzheimer moderada a grave. CONTRAINDICAÇÕES Donila Duo Donila Duo está contraindicado em pacientes com conhecida hipersensibilidade ao cloridrato de donepezila ou ao cloridrato de memantina ou a quaisquer excipientes usados nesta formulação. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES O cloridrato de donepezila, como um inibidor da colinesterase, pode exacerbar o relaxamento muscular tipo succinilcolina durante anestesia, ter efeitos vagotônicos sobre a frequência cardíaca (p. ex., bradicardia) e há relatos de episódios de síncope.Pode ocorrer aumento da secreção ácida gástrica devido ao aumento da atividade colinérgica. Efeitos sobre a Capacidade de Dirigir Veículos e Operar Máquinas A demência do tipo Alzheimer pode causar comprometimento do desempenho da capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Além disso, o cloridrato de donepezila pode causar fadiga, tontura e cãibras musculares, principalmente ao iniciar ou aumentar a dose. A capacidade dos pacientes com doença de Alzheimer que recebem cloridrato de donepezila continuar dirigindo ou operando máquinas complexas deve ser avaliada rotineiramente pelo médico responsável. Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: B. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Lactação: Não se sabe se o cloridrato de donepezila e a memantina são excretados no leite humano e não existem estudos em mulheres lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Deve-se evitar a administração do cloridrato de donepezila concomitantemente a outros inibidores da colinesterase. Inibidores da CYP3A4, como o cetoconazol, itraconazol e a eritromicina, e os inibidores da CYP2D6, como a quinidina, fluoxetina, poderiam inibir o metabolismo da donepezila. Os indutores enzimáticos, como a rifampicina, a fenitoína, a carbamazepina e o álcool, podem reduzir os níveis de donepezila. O cloridrato de donepezila tem potencial para interferir com medicamentos com ação anticolinérgica. Também há potencial para atividade sinérgica com a succinilcolina e outros bloqueadores neuromusculares e agonistas colinérgicos ou betabloqueadores que apresentam efeitos sobre a condução cardíaca. Os efeitos da L-dopa, dos agonistas dopaminérgicos e dos anticolinérgicos poderão ser amplificados pelo tratamento concomitante com a memantina. Os efeitos de barbitúricos e neurolépticos poderão ser reduzidos pela memantina. A administração concomitante de memantina e dos agentes antiespasmódicos, dantroleno ou baclofeno, pode alterar os efeitos destes medicamentos, podendo ser necessário um ajuste da dose.A utilização concomitante da memantina e amantadina, cetamina ou dextrometorfano deve ser evitada, devido ao risco de psicose farmacotóxica. • Outras substâncias como cimetidina, ranitidina, procaínamida, quinidina e nicotina também poderão interagir com a memantina levando a um risco potencial de aumento dos seus níveis séricos. • É possível que haja uma redução dos níveis séricos da hidroclorotiazida (HCT) quando esta é administrada concomitantemente com a memantina. • Aumento da relação normalizada internacional (RNI) em pacientes tratados concomitantemente com varfarina e memantina podem ocorrer. REAÇÕES ADVERSAS Cloridrato de donepezila Os eventos adversos mais comuns (incidência > 5 e o dobro da freqüência com o placebo) foram diarréia, cãibras musculares, fadiga, náusea, vômitos e insônia. Os outros eventos adversos comuns (incidência > 5 e > placebo) foram cefaléia, dor, acidente, resfriado comum, distúrbios abdominais e tontura. Tem havido relatos pós-comercialização de alucinações, agitação, comportamento agressivo, convulsão, hepatite, úlcera gástrica, úlcera duodenal e hemorragia gastrintestinal. Cloridrato de memantina As reações adversas mais frequentes e que registraram uma maior incidência no grupo da memantina do que no grupo placebo em estudos clínicos foram tonturas (6,3% vs 5,6%, respectivamente), cefaléias (5,2% vs 3,9%), constipação (4,6% vs 2,6%), sonolência (3,4% vs 2,2%) e hipertensão (4,1% vs 2,8%). Em estudos com a associação cloridrato de donepezila e cloridrato de memantina, os principais eventos adversos encontrados foram agitação (9,4%), confusão (7,9%), quedas (7,4%), sintomas que mimetizam gripe (7,4%), tontura (6,9%), cefaleia (6,4%0, infecção do trato urinário (5,9%), incontinência urinária (5,4%), lesão acidental (5%), infecção da via respiratória superior (5%) e edema periférico (5%). POSOLOGIA E MODO DE USAR Donila Duo deve ser administrado via oral, uma vez ao dia, com ou sem alimento. É recomendado o uso da associação para pacientes em dose regular de cloridrato de donepezila 10 mg/dia há pelo menos 4 semanas e com evolução da doença de Alzheimer para estágio de moderada ou grave mesmo em vigência do tratamento. A dose final a ser atingida da associação é de cloridrato de donepezila 10 mg/dia e memantina 20 mg/dia. Como o composto está indicado para pacientes em dose estável de cloridrato de donepezila de 10 mg/dia, a titulação do cloridrato de memantina deverá ser realizada com acréscimos semanais de 5 mg/dia até atingir a dose recomendada de 20 mg/dia. Em pacientes com comprometimento renal moderado (depuração da creatinina de 30-49 ml/min) a dose diária deverá ser 10 mg por dia. Se bem tolerada após pelo menos 7 dias de tratamento, a dose poderá ser aumentada até 20 mg/dia. Em pacientes com comprometimento renal grave (depuração da creatinina 5-29 ml/min) a dose diária deverá ser de 10 mg por dia. MS - 1.0573.0467 Farmacêutico Responsável: Gabriela Mallmann - CRF-SP nº 30.138. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. Via Dutra, km 222,2. Guarulhos - SP. CNPJ 60.659.463/0001-91 Indústria Brasileira VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA Esta bula foi aprovada pela Anvisa em 08/12/2014. MB 01 - SAP 4516400Referências: 1. Bula do produto DONILA: comprimidos revestidos. Farmacêutica Responsável: Gabriela Mallmann. Guarulhos, SP. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. 2. Bula do produto DONILA DUO: comprimidos revestidos. Farmacêutica Responsável: Gabriela Mallmann. Guarulhos, SP. Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. 3. BENJAMIN, B.; BURNS, A. Donepezil for Alzheimer’s disease. Expert Rev. Neurotherapeutics, v. 7, n. 10, p. 1243-1249, 2007. 4. BURNS, A.; GAUTHIER, S.; PERDOMO, C. Efficacy and safety of donepezil over 3 years: an open-label, multicentre study in patients with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry, v. 22, p. 806-812, 2007. 5. Kairos Web Brasil. Disponível em: “http://brasil.kairosweb.com/” http://brasil.kairosweb.com>. Acesso em: Maio 2017. 6. HANSEN, R.A. et al. Efficacy and safety of donepezil, galantamine, and rivastigmine for the treatment of Alzheimer’s disease: A systematic review and meta-analysis. Clinical Interventions in Aging, v.3, n.2, p.211-225, 2008. 7. GAUTHIER, S.; MOLINUEVO, J.L. Benefits of combined cholinesterase inhibitor and memantine treatment in moderate–severe Alzheimer’s disease. Alzheimer’s & Dementia, v. 9, p. 326–331, 2013. 8. Programa Cuidados pela Vida (O Programa Cuidados pela Vida pode alterar ou interromper esta campanha sem aviso prévio. Desconto calculado sobre o Preço Máximo ao Consumidor).
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