5
cadernos de campo, São Paulo, n. 16, p. 1-304, 2007 MAUSS, Marcel. Manuel d’ethnographie (Cours donnés à l’Institut d’Ethnologie de l’Université de Paris, réunis par M. Leiris & D. Paulme). Paris: Payot, 1947; reedição, 1967. (Tradução em língua portuguesa: Manual de etnografia . Lisboa: Editorial Pórtico, 1972). JOÃO DAL P OZ As lições do manual de Mauss À primeira vista, não mais que um catálogo para principiantes. Não fosse o autor, talvez, a ninguém ocorreria resgatar das estantes empoei- radas este Manuel d’ethnographie, publicado em nome de Marcel Mauss (1872-1950) há exatos sessenta anos. Dele, decerto, recordam-se os títu- Dele, decerto, recordam-se os títu- los mais sugestivos, Essai sur la nature et la fonction du sacrifice (1899) e Esquisse d’une théorie générale de la magie (1904), ambos em colaboração com H. Hubert; De quelques formes primitives de clas- sification (1903), com E. Durkheim; Essai sur les variations saisonnières des sociétés eskimo (1906), com H. Beuchat; e, sobretudo, Essai sur le don (1925) e Une catégorie de l’esprit humain: la no- tion de personne celle de “moi” (1938). A bibliografia que nos deixou é extensa e di- versificada. Resenhas, comentários críticos e uns tantos estudos mais encorpados, inclusive em co- autorias, que testemunham não apenas a curiosi- dade de Mauss, mas, ainda, seu apreço genuíno por todo tipo de fatos etnográficos, extraídos de documentos antigos ou registros contemporâ- neos, oriundos das imediações ou de regiões de ultramar. Um amontoado de pormenores, con- tudo, a serviço de um “método de comparação precisa”, do qual o Essai sur le don seria talvez a sua demonstração mais acabada: o estudo apro- fundado de um mesmo tema, circunscrito em áreas criteriosamente selecionadas, onde a docu- mentação seja suficiente para exprimir a “cons- ciência das próprias sociedades” ([1925] 1974, p. 43) de acordo com seus termos e noções. Sua ambição, de que o estudo dos fatos reagissem ao quadro teórico, que Durkheim e a escola so- ciológica francesa estabeleceram, instigava-o à descrição de sistemas integrais, concretos, um a um. Ideal rousseauniano, é claro, do estudo do homem universal nos termos de suas expressões particulares. Daí que, em suas palavras, não lhe interessasse uma comparação constante em que tudo se con- funde e na qual as instituições perdem toda cor local e os documentos seu sabor. Estas suas lições, decerto, são bem conhecidas no métier. E, ainda, no caso do Essai, as suas ra- zões. Ou seja, os ideais socialistas que o levaram a descrever as formas arcaicas da dádiva como contraponto à política de intervenção estatizante na economia da União Soviética, implementada pela revolução bolchevique. Lições e razões que, ademais, nunca estiveram ausentes das leituras atuais e remotas do Essai, que polemizaram seus muitos significados teóricos e políticos. Dentre as propostas de renovação das ciências sociais na Europa, uns tantos intelectuais france- ses, como Jacques Godbout, Alain Caillé, Guy Nicolas e outros, sob diferentes vínculos discipli- nares, retomaram justamente o Essai de Mauss, em busca de uma crítica contundente tanto ao utilitarismo econômico quanto ao totalitarismo

50071-64296-1-PB (1)

Embed Size (px)

Citation preview

cadernos de campo, So Paulo, n. 16, p. 1-304, 2007MAUSS, Marcel. Manuel dethnographie (Cours donns lInstitut dEthnologie de lUniversit de Paris, runis par M. Leiris & D. Paulme). Paris: Payot, 1947; reedio, 1967. (Traduo em lngua portuguesa: Manual de etnograa. Lisboa: Editorial Prtico, 1972).JOO DAL POZAs lies do manual de Mauss primeira vista, no mais que um catlogo paraprincipiantes.Nofosseoautor,talvez,a ningum ocorreria resgatar das estantes empoei-radas este Manuel dethnographie, publicado em nomedeMarcelMauss(1872-1950)hexatos sessenta anos. Dele, decerto, recordam-se os ttu- Dele, decerto, recordam-se os ttu-los mais sugestivos, Essai sur la nature et la fonction du sacrice (1899) e Esquisse dune thorie gnrale de la magie (1904), ambos em colaborao com H. Hubert; De quelques formes primitives de clas-sication (1903), com E. Durkheim; Essai sur les variationssaisonniresdessocitseskimo(1906), comH.Beuchat;e,sobretudo,Essaisurledon (1925) e Une catgorie de lesprit humain: la no-tion de personne celle de moi (1938).A bibliograa que nos deixou extensa e di-versicada. Resenhas, comentrios crticos e uns tantos estudos mais encorpados, inclusive em co-autorias, que testemunham no apenas a curiosi-dade de Mauss, mas, ainda, seu apreo genuno por todo tipo de fatos etnogrcos, extrados de documentosantigosouregistroscontempor-neos, oriundos das imediaes ou de regies de ultramar. Um amontoado de pormenores, con-tudo,aserviodeummtododecomparao precisa, do qual o Essai sur le don seria talvez a sua demonstrao mais acabada: o estudo apro-fundadodeummesmotema,circunscritoem reas criteriosamente selecionadas, onde a docu-mentaosejasucienteparaexprimiracons-cinciadasprpriassociedades([1925]1974, p. 43) de acordo com seus termos e noes. Sua ambio,dequeoestudodosfatosreagissem ao quadro terico, que Durkheim e a escola so-ciolgicafrancesaestabeleceram,instigava-o descrio de sistemas integrais, concretos, um a um.Idealrousseauniano,claro,doestudodo homem universal nos termos de suas expresses particulares. Da que, em suas palavras, no lhe interessasseuma comparao constante em que tudo se con-funde e na qual as instituies perdem toda cor local e os documentos seu sabor.Estas suas lies, decerto, so bem conhecidas no mtier. E, ainda, no caso do Essai, as suas ra-zes. Ou seja, os ideais socialistas que o levaram adescreverasformasarcaicasdaddivacomo contraponto poltica de interveno estatizante na economia da Unio Sovitica, implementada pela revoluo bolchevique. Lies e razes que, ademais,nuncaestiveramausentesdasleituras atuais e remotas do Essai, que polemizaram seus muitos signicados tericos e polticos.Dentre as propostas de renovao das cincias sociais na Europa, uns tantos intelectuais france-ses,comoJacquesGodbout,AlainCaill,Guy Nicolas e outros, sob diferentes vnculos discipli-nares, retomaram justamente o Essai de Mauss, embuscadeumacrticacontundentetantoao utilitarismoeconmicoquantoaototalitarismo :;o | Joo Dai Pozcadernos de campo, So Paulo, n. 16, p. 275-279, 2007estatal (Godbout, 1998). Na contracorrente das teorias econmicas hegemnicas, que triunfavam em amplos setores das cincias sociais, eles fun-daram em 1981 o Mouvement anti-utilitariste dans les sciences sociales. Desde ento, La Revue duM.A.U.S.S.tornou-seumespaoimportan-te para o debate e a divulgao de idias e estu-dos. Depurado dos registros etnogrcos donde Maussfoibusc-lo,odomritualinformaria, para estes autores, um modo particular de troca, umacertafacetaescamoteadadamodernidade que no se confunde com a caridade das Igrejas, daCruzVermelhaoudasONGs,nemcomo humanismoutilitriodascampanhasdosetor pblicoouprivado(Nicolas,1991).Enquanto o mercado propugna a liquidao das dvidas, o paradigma da ddiva, ao contrrio, no se orien-tapelointeresse,sequerpelodesejodeequiva-lncia.Postoqueaddiva,quecaracterizaos vnculosprimrios(osistemadeparentesco)e espontneos (a doao de rgos, por exemplo), h de supor, necessariamente, a perpetuao da dvida. Os parceiros do sistema de ddiva, deste modo, permanecem num estado de dvida con-tnua,talcomoacontecenasrelaesamorosas enainstituiofamiliar(Caill,2000).Paraos neo-maussianos, enm, os atores valorizariam o prazer que a ddiva lhes concede, segundo regras implcitas ou sob a tica da espontaneidade e da modstia.Poroutrolado,addivaintroduziria na ao social uma incerteza e um risco, e com-portaria tanto a liberdade (a escolha racional do paradigma do mercado) como a dimenso moral (a interiorizao das normas do paradigma holis-ta). No causar surpresa, portanto, que os temas preferidos dos neo-maussianos estejam presentes nas discusses anuais do Frum Social Mundial, instnciaideologicamenteavessaglobalizao econmica neoliberal.H no Essai, ainda, uma outra lio, que diz respeitoaomtodo:anoodefatosocialto-tal, aqueles fenmenos complexos nos quais, ao mesmo tempo e de uma s vez (Mauss, [1925] 1974, p. 41), conjugam-se instituies religiosas, jurdicasemorais,prestaeseconmicas,pro-priedades morfolgicas e gostos estticos. Como coisa e como representao, portanto, de acordo com Lvi-Strauss ([1950] 1974, p. 14-17), ele-mentosdenaturezatodiversapodemadquirir uma signicao global e tornar-se uma totalida-de. E, apreendidos sob a forma de uma experi-ncia concreta, reintegram, de um lado, o social eoindividual,deoutro,ofsicoeopsquico. Umasoluoestratgica,emsuma,paraopro-blemadeobservarumobjetodeforaededen-tro:porquesomosinelutavelmentehomens, diz Lvi-Strauss (p. 17), torna-se possvel viv-los como indgena em vez de, to-somente, observ-los como etngrafo.MasdoManueldethnographie,quaisso exatamente suas lies? A no ser por uma cur-taviagemaMarrocos,Maussnovivencioua decisivaexperinciadoetngrafodecampo. Seusestudos,derarainspiraoeousadiain-telectual, seriam reputados, no jargo da disci-plina, enquanto uma antropologia de gabinete. Como explicar, ento, a alcunha a que fez jus, depaidaetnograafrancesa(Condominas, 1972)?NaopiniodeLouisDumont,que em ns dos anos 1930 freqentou seus cursos, Mauss encarnou este paradoxo, de um homem decamposemsairdesuapoltrona(1985,p. 183).Umzelofervorosoaosfatosconcretos, portanto, que, em Mauss, no se dissociava do papeldemestreentusiasmado,cujosensina-mentosseduziamlevasdediscpulosefuturos praticantesdaetnograa.Oquejustica,ple-namente, esta advertncia atrevida nas pginas iniciais do Manuel, de que ali esto as instru-es necessrias para constituir cienticamente osarquivosdessassociedadesmaisoumenos arcaicas (Mauss, 1972, p. 9).Alis,oManuelnoummanuscritode Mauss,masosapontamentosdaquiloqueal-guns alunos retiveram de suas aulas. Sob o ttu-lo de Instructions dethnographie descriptive Maxuii oiruxociaiuii | :;;cadernos de campo, So Paulo, n. 16, p. 275-279, 2007lusage des voyageurs, administrateurs et missio-nnaires, Mauss organizou cursos introdutrios entre 1926 e 1939 no Institut dEthnologie, da UniversitdeParis.Criadoem1878,oMu-seudo TrocadrofoitransformadonoInstitut dEthnologie em 1925, sob os auspcios de Paul Rivet, Lucien Lvy-Bruhl e Marcel Mauss. Por iniciativa de Michel Griaule, em 1936 tornou-se o Muse de lHomme. OInstitutdEthnologiebuscavaestimular osestudosetnogrcosnascolniasafricanas, atravs da formao de etnlogos prossionais eaorganizaodemissesdepesquisa(Byr-ne, 2000). Paul Rivet atendia os cursos de an-tropologiaeoabadeBreuil,osdelingstica. QuantoaMauss,incumbia-sedoscursosde etnograa,atravsdosquaispreparavaoses-tudantesparaumeventualtrabalhodecam-po.DenisePaulme,umadesuasalunasmais destacadas,encarregou-sedaediodoMa-nueldethnographie(publicadoem1947,pela Payot),combaseemsuasprpriasanotaes, reunidassdeAndrSchaener(seumarido) e Michel Leiris.Decerto, em obras do mesmo gnero, pos-svel encontrar um sumrio bastante preciso da disciplina, com as denies tcnicas, as pers-pectivas tericas e os mtodos de pesquisa mais adequados. o caso, por exemplo, do centen-rio Notes and queries on anthropology (na tradu-o brasileira, Guia prtico de Antropologia. So Paulo: Cultrix, 1973), que o Royal Anthropo-logical Institute atualizou seguidas vezes. E, do ladoopostodoAtlntico,oscompndiosdo experienteetngrafoRobertLowie,Primitive Society (1921) e An introduction to cultural an-thropology (1934). Nestas e noutras, percebe-se uma mesma pretenso, a de um saber enciclo-pdico em contnuo progresso todos os usos ecostumes,asformasdeorganizaosocial, poltica e econmica, as tcnicas e os artefatos, asnormaseascrenas,asarteseosjogos,os mitos e os rituais...OManueldeMauss,todavia,parece-nos ensinarumaoutralio,notodmod.Na traduo portuguesa que tenho em mos (Ma-nualdeetnograa.Lisboa:EditorialPrtico, 1972), de que me sirvo para as citaes a seguir, o texto divide-se em nove sees, desigualmente desenvolvidas,cadaumadelasacrescidadabi-bliograa especca. Na primeira, as nalidades do Manual: ensinar a observar e a classicar os fenmenossociais(1972,p.9;grifonoorigi-nal). Ao etngrafo, portanto, cumpre a tarefa de observao dos fatos, de maneira precisa e exaus-tiva, e de sua exposio objetiva, clara e sbria. Sobretudo,semqualquerpreconceitomoral. Acercadateoria,aobservaolacnicadeseu valorheurstico,paraincitarinvestigao com um objetivo de vericao (p. 10).Nasegundaseo,ento,osmtodosde observao:ainvestigaoextensiva,abran-gente mas supercial; e a etnograa intensiva, completaeminuciosa,paraaqualsoneces-srios anos de trabalho de campo. Em vista de um trabalho mais completo, recomenda ainda aformaodeumaequipemultidisciplinar, comohojediramos,eumagamadetcnicas e instrumentos: anotaes em dirios, invent-riosechas;organizaodecoleesdeobje-tos; elaborao de mapas; registros fotogrcos efonogrcos;aprendizadoedocumentao dalnguaindgena;levantamentoshistrico, morfolgico,genealgicoebiogrco;e,em ltimo caso, entrevistas formais. Tudo isto re-fora a idia de que, para que seja completa, a observaoprecisaabrangerosfatosmateriais e os mentais, as expresses individuais e as co-letivas:O emprego simultneo desses diferentes mto-dos ir permitir que se consiga chegar no s xaodasmassas,mastambmxaodos indivduosdentrodessasmassas.Esteconheci-mento individual tem uma utilidade consider-vel (p. 23). :;8 | Joo Dai Pozcadernos de campo, So Paulo, n. 16, p. 275-279, 2007Naseoquetratadamorfologiasocial, dene-se o que seja a sociedade, um grupo que sereconhececomotal,porsimesmoepelos outros(p.25),quecomportadivisesinter-nas,almdeumterritrio,umalngua,um conjuntodenormaseumatradio.Atravs doscritriosmenosequvocos,assimohabi-tatealngua,aosquaissesomamosreferen-ciaisjurdicos,polticosereligiosos,coloca-se o problema de determinar o grupo em questo. Noobstante,aindademaneiraimprecisaou provisria,em razo dos processos deemigra-oeimigraoedainunciadesociedades vizinhas.As duas sees seguintes so dedicadas tec-nologia e esttica. Como distingui-las? ma-neira de Durkheim: trabalhando por detrs das formas institucionais, em busca de um princ-pio abstrato, um conceito comum a um certo tipo de fatos. Nestes termos, ento, caracteriza-se a tcnica pela noo de utilidade (p. 93), e aesttica(arte,jogos)pelasnoesdebeleza, de prazer e de ldico. Nas demais sees, ana-logamente, encontramos os fenmenos econ-micosdenidospelanoodevalor(p.135), os jurdicos pela noo de bem moral a arte de viver em comum (p. 213) e, enm, os reli-giosos pela noo de sagrado (p. 221).A primazia que Mauss atribui aos fatos con-cretos, como se v, para concluir, longe est de qualquer empirismo. Com efeito, no dispensa um certo jogo de categorias (p. 219), sequer a elaborao de conceitos. atravs deles, to-somente,quesetornapossvelexperimentar uma humanidade que, a princpio, se nos apre-sentavacomototalmentealheia.Istoporque, diz Mauss nesta ltima lio:Estudarumasociedadequalquer,omaispro-fundamentepossvel,nopermitirnuncaa ningumconcluirdeummodogeralsobre amentalidadehumana;masadescobertade novosconceitos,denovascategorias,constitui umacontribuiopreciosaparaahistriado pensamento humano. (p. 219)Referncias bibliogrcasBYRNE, Alice. La qute dune femme ethnologue au cur de lAfrique Coloniale. Denise Paulme 1909-1998. 2000. Dissertao de mestrado. Universit de Provence, Aix-Marseille I, 2000. (Disponvel em: Clio en Afrique, 6, .CAILL, Alain. Anthropologie du don: le tiers paradigme. Paris: Descle de Brouwer, 2000. 277 p.CONDOMINAS, Georges. Marcel Mauss, pre de leth-nographie franaise. Critique, n. 279: 118-139, 1972.DUMONT, Louis. Marcel Mauss: uma cincia em deve-nir. In: O individualismo: uma perspectiva antropolgi-ca da ideologia moderna. Rio de Janeiro: Rocco, 1985. p. 179-199.GODBOUT, Jacques. Homo donator versus homo oeco-nomicus. La Revue du M.A.U.S.S. semestrielle (Plus relquelerel,lesymbolisme),n.12,p.261-282, 1998.LVI-STRAUSS, Claude. Introduo: a obra de Marcel Mauss (1950). In: MAUSS, M. Sociologia e antropolo-gia, vol. 1. So Paulo: EPU/EDUSP, 1974. p. 1-36.LOWIE, Robert. Primitive society. London: Routledge & Kegan Paul, 1921, 451 p.______.Anintroductiontoculturalanthropology.New York: Farrar & Rinehart, 1934, 365 p.MAUSS,Marcel.Essaisurledon.Formeetraisonde lchange dans les socits archaques. LAnne Sociolo-gique, n. s., v. 1 (1923-1924), p. 30-186, 1925 (trad. bras. Ensaio sobre a ddiva: forma e razo da troca nas sociedadesarcaicas.In:Sociologiaeantropologia,vol. 2. So Paulo: EPU/EDUSP, 1974. p. 37-184).______.Unecatgoriedelesprithumain:lanotionde personnecelledemoi.(HuxleyMemorialLecture, 1938). Te Journal of the Royal Anthropological Institu-te, v. 68, p. 263-281, 1938.______. Manuel dethnographie (cours donns lInstitut dEthnologiedelUniversitdeParis,runisparM. Leiris & D. Paulme). Paris: Payot, 1947, 211 p.; ree- Paris: Payot, 1947, 211 p.; ree-dio, 1967, 262 p. (trad. port., Manual de etnograa. Lisboa: Editorial Prtico, 1972, 279 p.).______ ; BEUCHAT, Henri. Essai sur les variations sai-sonnires des socits eskimo. tude de morphologie sociale. LAnne sociologique, v. 9 (1904-1905), p. 39-132, 1906.Maxuii oiruxociaiuii | :;,cadernos de campo, So Paulo, n. 16, p. 275-279, 2007______ ; DURKHEIM, mile. De quelques formes pri-mitivesdeclassication.Contributionltudedes reprsentationscollectives.LAnneSociologique,v.6 (1901-1902), p. 1-72, 1903.______ ; HUBERT, Henri. Essai sur la nature et la fonc-tiondusacrice.Annesociologique,2,p.29-138, 1899.______ ; HUBERT, Henri. Esquisse dune thorie gn-raledelamagie.LAnnesociologique,v.7,p.1-146, 1904.NICOLAS, Guy. Le don rituel, face voile de la moder-nit.LaRevueduM.A.U.S.S.trimestrielle(ALedon perdu et retrouvA), n. 12, p. 7-28, 1991.ROYALANTHROPOLOGICALINSTITUTE.Guia prtico de antropologia. So Paulo: Cultrix, 1973. 431 p.autorJoo Dal PozProfessor do Departamento de Cincias Sociais/UFJFDoutor em Cincias Sociais/UNICAMPRecebido em 05/10/2007Aceito para publicao em 10/10/2007