503 Lingua Portuguesa Pablo Jamilk 12 Encontro

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    1 Bloco I. Funes da Linguagem.

    2 Bloco I. Figuras de Linguagem.

    3 Bloco I. Tipologia Textual.

    4 BlocoI. Problemas de Ambiguidade;II. Grafia do Porqu.

    5 Bloco I. Exerccios Relativos ao Encontro.

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    I. FUNES DA LINGUAGEM

    Um assunto que tem se tornado comum nos editais de concurso pblico relacionado s Funes da Linguagem.Trata-se de um tema que no novo, porm praticamente desconhecido por alguns concursandos. Para quepossamos entender o conceito de Funes da Linguagem, ser necessrio nos reportarmos ao surgimento desse

    conceito.

    Em um livro chamado Lingustica e comunicao, o linguista Roman Jakobson, pensando sobre o atocomunicativo e seus elementos, identifica seis funes da linguagem. Vamos tentar, agora traar o mesmo percursode Jakobson, todavia de uma outra maneira. Prefiro chamar de teoria da fofoca.

    Para uma boa fofoca, voc precisa de:

    Nesse esquema, identificamos:

    I. Emissor: quem enuncia a fofoca;

    II. Mensagem: aquilo que transmitido pelo emissor, o contedo da fofoca;

    III. Receptor: quem recebe a mensagem;

    IV. Cdigo: o sistema em que a mensagem codificada. O cdigo deve ser comum aos polos da comunicao;

    V. Canal: meio fsico por que ocorre a comunicao.

    Pensando sobre esses elementos descritos acima, Jakobson percebeu que cada funo da linguagem estcentrada em um elemento especfico do ato comunicativo. o que veremos agora.

    As Funes da Linguagem so:

    Referencial: centrada na mensagem, ou seja, na transmisso do contedo. Como possui esse carter, aobjetividade uma constante para a funo referencial. comum que se busque a imparcialidade quando delase faz uso. tambm conhecida como funo denotativa. Como a terceira pessoa do singular predominante,podem-se encontrar exemplos de tal funo em textos cientficos, livros didticos, textos de cunho apenasinformativo etc.

    Emotiva: centrada no emissor, ou seja, em quem enuncia a mensagem. Basicamente a primeira pessoapredomina quando o texto se apoia sobre a funo emotiva. muito comum a observarmos em depoimentos,discursos, em textos sentimentais e mesmo em textos lricos.

    Apelativa: centrada no receptor, ou seja, em quem recebe a mensagem. As caractersticas comuns amanifestaes dessa funo da linguagem so os verbos no modo imperativo, a tentativa de persuadir oreceptor, a utilizao dos pronomes de tratamento que tangenciem o interlocutor. comum observar a funoapelativa em propaganda, em discursos motivacionais etc.

    Potica:centrada na transformao da mensagem, ou seja, em como modificar o contedo da mensagem a fimde torn-lo mais expressivo. As figuras de linguagem so abundantes nessa funo e, por sua presena,convencionou-se chamar, tambm, funo potica de funo conotativa. Textos literrios, poemas e brincadeirascom a mensagem so fontes em que se pode verificar a presena da funo potica da linguagem.

    Ftica: centrada no canal comunicativo. Basicamente, busca testar o canal para saber se a comunicao estocorrendo. Expresses como ol, psiu e al voc so exemplos dessa funo.

    Metalingustica: centrada no cdigo. Quando o emissor se vale do cdigo para explicar o prprio cdigo, ouseja, num tipo de comunicao autorreferente. Como exemplo posso citar um livro de gramtica, que se vale dalngua para explicar a prpria lngua; uma aula de didtica (sobre como dar aula); ou mesmo um poema que serefere ao processo de escrita de um poema.

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    I. FIGURAS DE LINGUAGEM

    Retomando alguns conceitos: ao falar de figuras de linguagem, estamos, tambm, falando de FUNES DALINGUAGEM e de SEMNTICA.

    As figuras de linguagem / pensamento, so construes que se relacionam com a funo potica da linguagem,ou seja, esto articuladas em razo de modificar o cdigo lingustico para dar nfase no sentido.

    Conotao X Denotao:

    Sentido CONOTATIVO:figurado, ou abstrato. Relaciona-se com as figuras de linguagem.

    Adalberto ent regou sua alma a Deus.

    Sentido DENOTATIVO:literal, ou do dicionrio. Relaciona-se com a funo referencial da linguagem.

    Adalberto morreu.

    So algumas das principais figuras de linguagem:

    Metfora:uma figura de linguagem, que consiste na comparao de dois termos sem o uso de um conectivo. Rosa uma flor.

    Seus olhos so dois oceanos.

    Joo fera.

    Metonmia:figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relao de semelhanaou a possibilidade de associao entre eles.

    Tipos de metonmia

    Efeito pela causa:

    Scrates tomou as mortes.(O efeito a morte, a causa o veneno).

    Causa pelo efeito:

    No fume aqui dentro: sou alrgico ao cigarro.(O cigarro a causa: a fumaa, o efeito)

    Marca pelo produto:

    V ao mercado e t raga um Qboa.(gua sanitria)

    Autor pela obra:

    Lemos Machado de Assis por in teresse.(Ningum, na verdade, l o autor, mas as obras em geral).

    Continente pelo contedo:

    Bebeu duas garrafas de cerveja.(Ningum bebe a garrafa, mas sim o lquido.)

    Parte pelo todo:

    Peo sua mo em casamento.(Pede-se, na verdade, o corpo todo).

    Anttese: figura de linguagem que consiste na exposio de ideias opostas.

    Nasce o Sol e no dura mais que um dia

    Depois da Luz se segue noite escura

    Em tristes sombras morre a formosura,

    Em contnuas tristezas e alegrias.

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    Paradoxo:expresso que contraria o senso comum. Ilgica.

    Amor fogo que arde sem se ver;

    ferida que di e no se sente;

    um contentamento descontente;

    dor que desatina sem doer.

    Pleonasmo:consiste na repetio de ideias.

    Subir para cima;

    Descer para baixo;

    Entrar para dentro;

    Cardume de peixes;

    Enxame de abelhas;

    Elo de ligao;

    Fato real. Perfrase: expresso que tem por funo substituir semanticamente um termo:

    A lt ima flor do Lcio anda mui to judiada.(Portugus)

    O pas do futebol uma grande nao.(Brasil)

    O Bruxo do Cosme Velho foi um grande escrito r.(Machado de Assis)

    O anjo de pernas tortas foi o melhor jogador do mundo.(Garrincha)

    Eufemismo:figura que consiste em atenuar uma expresso desagradvel:

    Jos pegou emprestado sem avisar; (roubou).

    Maurcio entregou a alma a Deus;(morreu).

    Coitado, s porque desprovido de beleza.(feio pra kct)

    Disfemismo: contrrio ao Eufemismo, a figura de linguagem que consiste em tornar uma expressodesagradvel em algo ainda pior.

    O homem abotoou o palet de madeira.(morreu)

    Est chupando cana pela raiz.(morreu)

    Sentou no colo do capeta.(morreu)

    Prosopopeia: atribuio de caractersticas animadas a seres inanimados.

    O vento sussurrou em meus ouvidos.

    Parecia que a agulha odiava o homem.

    Hiprbole:exagero proposital de alguma caracterstica.

    Estou morrendo de rir.

    Chorou rios de lgrimas.

    Hiprbato:inverso sinttica de efeito expressivo.

    "Aquela triste e leda madrugada" (aquela madrugada leda e triste)

    Das minhas coisas cuido eu!(eu cuido das minhas coisas)

    Ouviram do Ipiranga as margens plcidas

    De um povo heroico o brado e retumbante

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    I. TIPOLOGIA TEXTUAL

    O contedo relativo tipologia textual , deveras, fcil. Precisamos, apenas, destacar alguns elementosestruturantes a cada tipo de texto, dessa forma, voc conseguir responder quaisquer questes relacionadas a essatemtica.

    O primeiro item que se deve ter em mente na hora de analisar um texto segundo sua tipologia o carter dapredominncia. Isso quer dizer que um mesmo agrupamento textual pode possuir caractersticas de diversastipologias distintas, porm as questes costumam focalizar qual o tipo predominante, o que mais est evidente notexto. Um pouco de bom-senso e uma pequena dose de conhecimento relativo ao assunto so necessrios paraobter sucesso nesse contedo.

    Trabalharemos com trs tipologias bsicas: NARRAO, DESCRIO e DISSERTAO. Vamos ao trabalho:

    A NARRAO:

    Facilmente identificvel, a tipologia narrativa guarda uma caracterstica bsica: contar algo, transmitir a ocorrnciade fatos e/ou aes que possuam um registro espacial e temporal. Quer dizer, a narrao necessita, tambm, de umespao bem marcado e de um tempo em que as aes narradas ocorram. Discorramos sobre cada aspectoseparadamente.

    So elementos de uma NARRAO:

    Personagem(s):quem prtica a ao dentro da narrativa, claro. Deve-se observar que os personagenspodem possuir caractersticas fsicas (altura, aparncia, cor do cabelo etc) e psicolgicas (temperamento,sentimentos, emoes etc) que podem ser descritas ao longo do texto.

    Espao:trata-se do local em que a ao narrativa ocorre.

    Tempo: o lapso temporal em que a ao descrita. No se engane, o tempo pode ser enunciado por umsimples era uma vez.

    Ao: no existe narrao sem ao! Ou seja, os personagens precisam fazer algo, ou sofrer algo para quehaja ao narrativa.

    Narrador:afinal, como ser contada uma estria sem uma voz que a narre? Portanto, esse outro elementoestruturante da tipologia narrativa. O narrador pode estar inserido na narrativa ou apenas observar e narraros acontecimentos.

    Obs.:note-se que, na tipologia narrativa, os verbos flexionados no pretrito so mais evidentes.

    Eis um exemplo de narrao, tente observar os elementos descritos acima, no texto abaixo:

    Um Aplogo

    Machado de Assis

    Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

    Por que est voc com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

    Deixe-me, senhora.

    Que a deixe? Que a deixe, por qu? Porque lhe digo que est com um ar insuportvel? Repito que sim, e falareisempre que me der na cabea.

    Que cabea, senhora? A senhora no alfinete, agulha. Agulha no tem cabea. Que lhe importa o meu ar?Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

    Mas voc orgulhosa.

    Decerto que sou.

    Mas por qu?

    boa! Porque coso. Ento os vestidos e enfeites de nossa ama, quem que os cose, seno eu?

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Voc? Esta agora melhor. Voc que os cose? Voc ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

    Voc fura o pano, nada mais; eu que coso, prendo um pedao ao outro, dou feio aos babados...

    Sim, mas que vale isso? Eu que furo o pano, vou adiante, puxando por voc, que vem atrs obedecendo ao queeu fao e mando...

    Tambm os batedores vo adiante do imperador.

    Voc imperador?

    No digo isso. Mas a verdade que voc faz um papel subalterno, indo adiante; vai s mostrando o caminho, vaifazendo o trabalho obscuro e nfimo. Eu que prendo, ligo, ajunto...

    Estavam nisto, quando a costureira chegou casa da baronesa. No sei se disse que isto se passava emcasa de uma baronesa, que tinha a modista ao p de si, para no andar atrs dela. Chegou a costureira, pegou dopano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andandoorgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, geis como os galgos deDiana para dar a isto uma cor potica. E dizia a agulha:

    Ento, senhora linha, ainda teima no que dizia h pouco? No repara que esta distinta costureira s se importacomigo; eu que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

    A linha no respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa,como quem sabe o que faz, e no est para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela no lhe dava resposta,calou-se tambm, e foi andando. E era tudo silncio na saleta de costura; no se ouvia mais que o plic-plic-plic-plicda agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e nooutro, at que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

    Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulhaespetada no corpinho, para dar algum ponto necessrio. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava deum lado ou outro, arregaava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha,perguntou-lhe:

    Ora, agora, diga-me, quem que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegncia?Quem que vai danar com ministros e diplomatas, enquanto voc volta para a caixinha da costureira, antes de irpara o balaio das mucamas? Vamos, diga l.

    Parece que a agulha no disse nada; mas um alfinete, de cabea grande e no menor experincia,murmurou pobre agulha:

    Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela que vai gozar da vida, enquanto a ficas nacaixinha de costura. Faze como eu, que no abro caminho para ningum. Onde me espetam, fico.

    Contei esta histria a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabea:

    Tambm eu tenho servido de agulha a muita linha ordinria!

    A DESCRIO:

    Em um texto descritivo, faz-se um tipo de retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto.Os adjetivos so abundantes nessa tipologia, uma vez que a sua funo de caracterizar os substantivos extremamente exigida nesse contexto. possvel existir um texto descritivo que enuncie caractersticas desensaes ou sentimentos, porm no muito comum em provas de concurso pblico. No h relao temporal nadescrio. Os verbos relacionais so mais presentes, para poder evidncias aspectos e caractersticas. Significa"criar" com palavras uma imagem.

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Vejamos um exemplo de texto descritivo:

    Texto extrado da prova do BRB (2010) Banca CESPE/UnB

    Nome cientfico: Ginkgo biloba L.

    Nome popular: nogueira-do-japoOrigem: Extremo Oriente

    Aspecto: as folhas dispem-se em leque e so semelhantes ao trevo; a altura da rvore pode chegar a 40 metros; ofruto lembra uma ameixa e contm uma noz que pode ser assada e comida.

    A DISSERTAO:

    O texto dissertativo, tambm chamado por alguns de informativo, possui a finalidade de discorrer sobredeterminado assunto, apresentando fatos, opinies de especialista, dados quantitativos ou mesmo informaes sobreo assunto da dissertao. preciso entender que nem sempre a dissertao busca persuadir o seu interlocutor, elapode simplesmente transmitir informaes pertinentes ao assunto dissertado. Quando a persuaso objetivada, o

    texto passa a ter tambm caractersticas argumentativas. A rigor, as questes de concurso pblico focalizam atipologia, no seus interstcios, portanto, no precisa ficar desesperado com o fato de haver diferena entre textodissertativo-expositivo e texto dissertativo-argumentativo. Importa saber que ele dissertativo.

    Toda boa dissertao possui a INTRODUO do tema, o DESENVOLVIMENTO coeso e coerente, que estvinculado ao que se diz na introduo e uma CONCLUSO lgica do texto, evidenciando o que se permitecompreender por meio da exposio dos pargrafos de desenvolvimento.

    A tipologia dissertativa pode ser facilmente encontrada em editoriais, textos de divulgao acadmica, ou seja,com carter cientfico, ensaios, resenhas, artigos cientficos e textos pedaggicos.

    Veja um exemplo de dissertao:

    Japo foi avisado sobre problemas em usinas dois anos antes, diz Wikileaks

    O Wikileaks, site de divulgao de informaes consideradas sigilosas, vazou um documento que denuncia que ogoverno japons j havia sido avisado pela vigilncia nuclear internacional que suas usinas poderiam no sercapazes de resistir a terremotos. O relatrio, assinado pelo embaixador Thomas Schieffer obtido pelo WikiLeaks foipublicado hoje pelo jornal britnico, The Guardian.

    O documento revela uma conversa de dezembro de 2008 entre o ento deputado japons, Taro Kono, e um grupodiplomtico norte-americano teria durante um jantar. Segundo o relatrio, um membro da Agncia Internacional deEnergia Atmica (AIEA) disse que as normas de segurana estavam obsoletas para aguentar os fortes terremotos, oque significaria "um problema grave para as centrais nucleares". O texto diz ainda que o governo do Japo encobriacustos e problemas associados a esse ramo da indstria.

    Diante da recomendao da AIEA, o Japo criou um centro de resposta de emergncia em Fukushima, capaz desuportar, apenas, tremores at magnitude 7,0.

    Fonte: Correio Braziliense

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    I. PROBLEMAS DE AMBIGUIDADE

    Na lngua portuguesa, a ocorrncia da ambiguidade se d mais comumente nos seguintes casos:

    Uso de sujeito posposto a verbo que seja transitivo direto:

    Venceu o Brasil a Argentina- Quem foi o vencedor: o Brasil ou a Argentina?

    Modificando-se a posio dos termos, evita-se a ambiguidade:

    O Brasil venceu a Argentina( o mais lgico a se dizer).

    Uso de pronome possessivo na terceira pessoa - "seu", "seus", "sua", "suas" - ( um uso que, se o escritor noestiver atento, frequentemente produz ambiguidade):

    Meu pai fo i casa de meu tio em seu carro - No carro de quem, do tio ou do pai?

    Novamente, deve-se modificar as posies das palavras, ou mesmo alguns termos:

    Meu pai, em seu carro, foi casa de meu tio.

    Uso de certas comparaes:

    Na dcada de 70, os jogadores do Palmeiras no levavam os treinos a srio, como acontecia no SoPaulo. (Quem no levava a srio?)

    Deve-se reconstruir a sentena, nesse caso:

    Na dcada de 70, os jogadores do Palmeiras no levavam os t reinos a srio, o que no ocorr ia no SoPaulo.

    Uso da preposio "de" em certos casos entre dois substantivos - as preposies tambm so frequentementefonte de ambiguidade:

    Onde est a cadela da sua irm?(animal ou xingamento?)

    Deve-se reconstruir:

    Onde est a cadela que pertence sua irm?

    Uso do verbo deixar:

    Joo deixou as pessoas felizes. (Joo alegra as pessoas ou abandonou as pessoas felizes?)

    Deve-se reconstruir:

    Joo deixou as pessoas que estavam felizes.

    Em construes com a referncia deficiente

    O Timo pega o Palmeiras sem cinco titulares.(Quem estava desfalcado?)Deve-se reconstruir:

    O Timo, sem cinco t itulares, pega o Palmeiras.

    II. GRAFIA DO PORQU

    H quatro maneiras de se escrever o termo porqu:

    Porqu;

    Por qu;

    Por que;

    Porque.

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    Fique ligado para aprender:

    Porqu:

    um substantivo, por isso somente poder ser utilizado, quando for precedido de artigo (o, os), pronome adjetivo(meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, trs, quatro). Ou seja, quando ele aparecerdeterminado por alguma coisa.

    Ningum entende o porqu de estudar Lngua Portuguesa. Este porqu um substantivo.

    Quantos porqus existem na Lngua Portuguesa?

    Existem quatro porqus.

    Por qu:

    Trata-se de uma preposio somada a um substantivo. Sempre que a palavra qu estiver em final de frase, deverreceber acento, no importando qual seja o elemento que surja antes dela.

    Ela fugiu e nem disse por qu.

    Voc est rindo de qu? Voc veio aqui para qu?

    Por que:

    Usa-se por que, quando houver a unio da preposio por com o pronome interrogativo que ou com o pronomerelativo que. Para facilitar, voc pode tentar substitu-lo por: por qual razo, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelasquais, por qual.

    Por que voc no est estudando? = por qual razo

    Gostaria de saber por que voc gosta de Portugus. = por qual razo

    As razes por que luto so justas. = pelas quais

    Portugus a matria por que vivo. = pela qual

    Porque:

    Pode ser uma conjuno subordinativa causal, conjuno subordinativa final ou conjuno coordenativa explicativa,portanto estar ligando duas oraes, indicando causa, explicao ou finalidade. Para facilitar, dizemos que se podesubstitu-lo por j que (quando causal), pois (quando explicativa) ou a fim de que (quando final).

    uma conjuno, porque liga duas oraes.= pois

    No sa de casa, porque estava doente.= j que

    Estudem, porque aprendam.= a fim de que

    TABELA DOS PORQUS

    Agora que voc j sabe o porqu dos porqus, tome vergonha e v resolver umas questes.

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    I. EXERCCIOS RELATIVOS AO ENCONTRO

    EXITUS LETALIS

    A bula, da mesma forma que a poesia, tem as suas metforas, os seus eufemismos, os seus mistrios, e as

    partes melhores so sempre as que vm sob os ttulos "precaues e/ou advertncias" e "reaes adversas". Essaparte da bula certamente produzida por uma equipe da qual fazem parte cientistas, gramticos, advogadosespecialistas em aes indenizatrias, poetas, criptgrafos, advogados criminalistas, marqueteiros, financistas eplanejadores grficos. Voc tem que alertar o usurio dos riscos que ele corre (e, no se iluda, todo remdio tem umpotencial de risco), ainda que eufemicamente, pois se o doente sofrer uma reao grave ao ingerir o remdio, olaboratrio, por intermdio dos seus advogados, se defender dizendo que o doente e o seu mdico conheciamesses riscos, devidamente explicitados na bula.

    Vejam esta maravilha de eufemismo, de figura de retrica usada para amenizar, maquiar ou camuflar expressesdesagradveis empregando outras mais amenas e incompreensveis. Trecho da bula de determinado remdio: "Umaproporo maior ou mesmo menor do que 10% de..." (no cito o nome do remdio, aconselhado pelo meu advogado)pode evoluir para 'exitus letalis (o itlico da bula).

    Qual o poeta, mesmo entre os modernos, os hermticos e os concretistas, capaz de eufemizar, camuflando demaneira to rica, o risco de morte - "evoluir para exitus letalis"?

    Rubem Fonseca, O romance morreu, 2007.

    1. De acordo com o texto, na bula, o uso de metforas, eufemismos e a presena de mistrios tem por objetivo:

    a) fornecer explicaes devidas;

    b) prestar informaes precisas;

    c) explicitar a composio do medicamento;

    d) emprestar qualidade esttica ao texto;

    e) manipular informaes em detrimento da clareza.

    2. A expresso evoluir para exitus letalis um exemplo de eufemismo. Dentre as frases abaixo, a que noapresenta expresso eufemstica :

    a) Ele candidamente entregou a alma ao Criador.

    b) Ao dar o ltimo suspiro, ela arrependeu-se de atos pretritos.

    c) Ele disse adeus ao mundo sem remorsos.

    d) Deus no permitir que eu morra longe dos meus.

    e) Deus prover para que sua luz se apague mansamente.

    PROPAGANDA, PUBLICIDADE E CONSUMISMO

    (L.1) Hoje disseminado em praticamente todo o mundo, o fenmeno do consumismo no teria sido possvel semque o bombardeio incessante da publicidade tente nos convencer a comprar uma nova marca de sabo em p, umnovo modelo de eletrodomstico, computador, automvel etc.

    (L.4) A publicidade nos persegue em toda parte, e muitas vezes no nos damos conta disso. Est nas ruas, nasfachadas dos prdios, nos nibus e nas vitrines. Tambm chama a nossa ateno em bancos, escritrios, hospitais,restaurantes, cinema e outros lugares pblicos. Em casa, basta abrir o jornal, ligar o rdio ou a (L.7)televiso. Muitasvezes, ela vem pelo correio: so as ofertas que nos enviam os supermercados e as empresas, recomendando seusprodutos e servios.

    Mas existe um tipo de publicidade que nos atinge, fazendo de ns mesmos os veculos de divulgao da (L.10)

    marca. Sem perceber, fazemos publicidade gratuitamente ao usar roupas, sapatos, bolsas e outros objetos cometiquetas visveis. realmente muito difcil no ser afetado por essa publicidade massiva, que se incorporou a todosos aspectos de nossa vida e nos emite mensagens o tempo todo, de forma direta ou velada.

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    (L.13) preciso esclarecer que propaganda e publicidade so dois termos que geralmente se confundem. Aprimeira diz respeito divulgao de ideias, e pode ter contedo poltico, religioso ou social. Em geral visa a orientaros cidados a respeito de questes de interesse pblico, como campanhas de sade, trnsito, higiene e (L.16)atprogramas polticos. J a segunda uma mensagem de interesse comercial - visa a apresentar vantagens de umdeterminado produto de forma a convencer o pblico da necessidade de adquiri-lo.

    A publicidade um meio eficiente para tornar o produto conhecido e prestar informaes para ajudar o (L.19)

    consumidor a fazer uma escolha e at a aprender a consumir melhor. O problema que, em vez de fornecerinformaes para um consumo racional e consciente, as mensagens publicitrias exploram pontos vulnerveis dopblico para convenc-lo de que o produto realmente necessrio. Assim, ela apela para os desejos, gostos, (L.22)ideias, necessidades, vaidades e outros aspectos da nossa personalidade.

    (HTT://idec.org.br/biblioteca/mcs/publicidade.pdf)

    3. As palavras de uma lngua podem ser usadas com sentido prprio ou figurado, dependendo do contexto de quefazem parte. Tem-se uma palavra usada em sentido figurado no fragmento:

    a) Sem perceber, fazemos publicidade gratuitamente ao usar roupas, sapatos, bolsas e outros objetos cometiquetas visveis. (L.10/11)

    b) preciso esclarecer que propaganda e publicidade so dois termos que geralmente se confundem. (L.13)

    c) Tambm chama a nossa ateno em bancos, escritrios, hospitais, restaurantes, cinema e outros lugarespblicos. (L.5/6)

    d) ..no teria sido possvel sem que o bombardeio incessante da publicidade tente nos convencer... (L.1/2)

    O QUE VOC DEVE FAZER

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    Aprenda em casa, nas horas vagas, a fascinante profisso de relojoeiro. [...]

    Carlos Drummond de Andrade ("A bolsa & a vida". In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:Aguilar, 1973. p.1032.)

    4. Sempre que h comunicao h uma inteno, o que determina que a linguagem varie, assumindo funes. Afuno da linguagem predominante no texto com a respectiva caracterstica est expressa em:

    a) referencial presena de termos cientficos e tcnicos

    b) expressiva predominncia da 1 pessoa do singular

    c) ftica uso de cumprimentos e saudaesd) apelativa emprego de verbos flexionados no imperativo

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    CORRENDO COMO ANIMAIS

    (L.1) O ser humano no trepa mais em rvores porque no precisa mais faz-lo para sobreviver. No entanto,tambm no precisamos mais correr e (L.4)continuamos correndo. Por qu? Conhea a teoria que diz que corremosporque ainda somos meio selvagens. De quebra, aprenda os truques dos (L.7) melhores corredores do mundoanimal.

    Quem costuma sair de casa bem cedo j deve ter notado a multido de pessoas vestindo roupas (L.10)esportivas, correndo pelas ruas para todos os lados. O hbito to disseminado que provavelmente voc nem reparemais. Mas no deixa de ser estranho. Por que (L.13) toda essa gente corre? De onde vem a satisfao de corrersimplesmente por correr? E, afinal, por que a corrida o esporte mais popular do mundo, com (L.16)centenas demilhes de adeptos?

    A resposta, segundo o corredor e bilogo Bernd Heinrich, est na natureza. Correr pode parecer (L.19)suprfluopara a humanidade hoje, depois que domesticamos o cavalo e inventamos a bicicleta e o motor a exploso. Masdurante muito tempo a corrida foi (L.22) fundamental para a sobrevivncia humana, e essa habilidade continuainscrita em nosso cdigo gentico. "Somos todos corredores naturais, apesar de boa parte (L.25) de ns ter seesquecido desse fato", diz Heinrich (...).

    Segundo Heinrich, nossa obsesso por correr inata. E isso seria fcil de observar. Afinal, no preciso (L.28)

    haver um prmio para que crianas de qualquer idade se disponham a se alinhar e disputar uma corrida. " peloprazer de correr", diz ele. Essa disposio, (L.31)segundo o professor, vem de nosso antepassado caador. Ou seja,sempre que corremos, para ganhar uma corrida ou simplesmente para fazer exerccio, (L.34)estamos virtualmentede volta s savanas africanas onde nosso cdigo gentico foi forjado. "Toda corrida como uma caada. Terminaruma maratona, bater (L.37)um recorde, fazer uma descoberta cientfica, criar uma grande obra de arte, todas essastarefas so substitutas da necessidade de exibirmos as ferramentas (L.40)psicolgicas do predador de distncia quesomos." (...).

    PAIVA, Uilson. In: Superinteressante, abr. 2003.

    5. Indique a passagem do texto que traz um exemplo de linguagem informal.

    a) De quebra, (L.6)

    b) ...mundo animal. (L.7)

    c) ...toda essa gente... (L.13)

    d) ...por correr? (L.14)

    e) bater um recorde, (L.36/37)

    (L.1) Sr. Leitor

    No fui, e no sou, um escrevedor de cartas. Acredito que, no momento em que voc estiver lendo estamensagem, (L.4) meus sentimentos a respeito dela e, muitas vezes, em relao a voc podem ter mudado e isto meobrigaria a escrever outra mensagem para explicar a mudana e assim sucessivamente, (L.7) em uma troca decorrespondncia absurda.

    Com o telefone, a comunicao ficou mais fcil, mais direta. No gosto de falar ao telefone, mas, em minha(L.10)juventude, contaminado por uma timidez excessiva que me impedia as investidas ao vivo, confesso um poucoenvergonhado, j o utilizei para conquistas, cantadas, (L.13)declaraes de amor.

    O tempo passou e, agora me dou conta, passo dias sem pegar no telefone e, na maioria das vezes, nem oatendo (L.16)quando toca. Ele coisa do passado. Em compensao surgiu o e-mail, isto , a volta s cartas. Socartas virtuais, mas, como nas de antigamente, sempre podemos escrever um pargrafo, (L.19) parar, tomar umcaf, recordar um fato, uma conversa, uma declarao de amor. Tudo isto com a vantagem de deixar o textodescansando at que a emoo acabe, ou diminua; e (L.22) podemos corrigir os erros de portugus e deansiedades. Estar voltando a epistolografia?

    O maior epistolgrafo (que palavra horrvel!) de todos (L.25)os tempos foi, sem dvida, So Paulo. H quemdiga que suas epstolas deram origem Educao a Distncia, j que ele difundia o cristianismo por meio de cartaspara seus discpulos (L.28)que moravam em cidades distantes como feso, Corinto, Roma etc.

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    No passado, a carta era tema de obras literrias, (L.31)msicas etc., etc. Temos vrios e belos contos eromances que so epistolares. Dostoievski e Goethe usaram este mtodo que j foi dado como acabado e agoravolta com fora total via (L.34) Internet. E aqui abro um parntese para dizer que epistolar um dos mais belos,vigorosos e cruis romances que li ultimamente, A Caixa Preta, do escritor israelense Amoz Oz.

    (L.37) Na msica, em minha adolescncia, me comovia com a voz de Dalva de Oliveira cantando ''Quando ocarteiro chegou/e meu nome gritou/com uma carta na mo/ante surpresa (L.40) to rude/no sei como pude/chegar

    ao porto...".Braz Chediak. Internet: (com adaptaes).

    6. Deve-se a Roman Jakobson a discriminao das seis funes da linguagem na expresso e na comunicaohumanas, conforme o realce particular que cada um dos componentes do processo de comunicao recebe noenunciado. Por isso mesmo, raro encontrar em uma nica mensagem apenas uma dessas funes, ou todasreunidas em um mesmo texto. O mais frequente elas se superporem, apresentando-se uma ou outra comopredominante. No que se refere presena das funes da linguagem no texto acima apresentado, julgue o itema seguir.

    A funo ftica se manifesta, no texto, nos versos transcritos nas linhas de 38 a 40, nos quais se evidencia umtrabalho de construo da linguagem para produzir sonoridades, ritmo, rimas, recursos caractersticos da produo

    de letras de composies musicais.(L.1) As revolues industriais do sculo XIX deram corpo ideia de "progresso infinito". A f no progresso linear econtnuo rimou com a f indefectvel na cincia e na (L.4) tecnologia. O sculo XX, por sua vez, concluiu-se emprantos sem precedentes tanto por uma como pela outra. As tcnicas engendradas pelo aumento dos conhecimentoscriam, com (L.7) efeito, no apenas novas potencialidades, como tambm riscos novos para a humanidade. Osdesafios suscitados pelas tecnologias da informao e da comunicao no so (L.10)pequenos. Durante as duasltimas dcadas do sculo XX, essas tecnologias foram realmente aladas posio de instrumento de reordenaodo mundo. Elas encarnam a (L.13)promessa de sada de uma crise estrutural, econmica e poltica, diagnosticadacomo "de civilizao". O universo de redes tornou-se o emblema de uma nova sociedade cosmopolita (L.16)e deuma economia chamada de conhecimento. A nova sociedade de redes favorecer o advento de um mundo menosmarcado pelos desequilbrios sociais ou reforar as (L.19) desigualdades planetrias, criando excludos da

    modernidade digital? fundamental instituir polticas pblicas que permitam ao cidado construir e reconstruir, emtorno desses novos (L.22)instrumentos de comunicao, em combinao com os antigos, estoques de conhecimentoque correspondam a suas necessidades e estejam em harmonia com suas culturas. (L.25)A apropriao de novastcnicas informativas pressupe absolutamente um dilogo entre as culturas.

    A. Mattelart. Diversidade cultural e mundializao. Trad. Marcos Marcionilo. So Paulo: Parbola,2005, p. 9-10 (com adaptaes).

    Com relao s ideias e estruturas lingusticas do texto acima, julgue o item seguinte.

    7. O uso de metforas, tais como rimou com a f (L.3), concluiu-se em prantos (L.4) e encarnam a promessa(L.12/13), cria a possibilidade de significaes imprecisas, tornando vagas e pouco objetivas as argumentaesapresentadas no texto, cuja natureza institucional.

    O DILEMA PEDAGGICO

    (L.1) Resgatar as origens e motivaes das escolas democrticas implica compreender o cenrio de mudanasque comea a se desenhar no campo da educao ainda no sculo 19. Desponta um (L.4) sentimento de desilusocom a pedagogia tradicional, erigida a partir dos sistemas nacionais de ensino, criados sob inspirao do iderioiluminista e os princpios de liberdade, igualdade e fraternidade da (L.7) Revoluo Francesa. Para transformarservos em cidados livres, a escola postulava o domnio de saberes legitimados pela cincia, em que a figura doprofessor a autoridade mxima, que detm e (L.10) transmite esses saberes. "Nessa perspectiva, os sistemasnacionais de instruo foram concebidos como imensas mquinas de transmisso do saber constitudo", observaGhanem.

    (L.13) As reaes se multiplicam e, em meio s criticas chamada escola tradicional, diferentes teorias sobre a

    prtica pedaggica comeam a aparecer, em vrias partes do mundo.(L.16) As crticas pedagogia tradicional terminam por impulsionar um amplo movimento reformista. No Brasil, soba expresso do "escolanovismo", assume sua representao mxima.

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    (L.19) "Ensinamos crianas, no matrias", difundia o da Escola Nova, para quem a pedagogia tradicional,"verbalista e enciclopdica", reduzia o processo educativo exclusivamente dimenso do saber. Se (L.22) at entoo professor era a figura central, com a responsabilidade de iluminar o caminho de seus discpulos e transformarsditos em cidados, agora se reivindica uma escola capaz de extrapolar a mera (L.25)transmisso de contedospara valorizar os processos de aprendizagem.

    Desloca-se o eixo - do ensinar para o aprender. E ao deslocar o (L.28)eixo de uma pedagogia centrada na

    cincia da lgica para uma pedagogia de inspirao filosfica, com contribuies crescentes da biologia e dapsicologia, a educao comea a viver mudanas profundas.

    http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12702 (com adaptaes).

    8. Ocorre linguagem figurada no seguinte fragmento de texto:

    a) a escola postulava o domnio de saberes legitimados pela cincia (linhas 7/8).

    b) No Brasil, sob a expresso do escolanovismo, assume sua representao mxima (linhas 16/17).

    c) diferentes teorias sobre a prtica pedaggica comeam a aparecer, em vrias partes do mundo (linhas 13/14).

    d) os sistemas nacionais de instruo foram concebidos como imensas mquinas de transmisso do saberconstitudo (linhas 9/11).

    9. H um exemplo de prosopopeia em:

    a) Como eu invejo os que no esqueceram a cor das primeiras calas que vestiram!

    b) E antes seja olvido que confuso; explico-me.

    c) Os rios, as montanhas, as igrejas que no vi nas folhas lidas.

    d) No, no, a minha memria no boa.

    e) ... e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha com uma alma imprevista.

    EM DEFESA DO PADRO NACIONAL

    (L.1) No entendo nada de mulher, claro. Alis, ningum entende, nem mesmo Freud, que, num momento deaparente exasperao, perguntou o que as mulheres querem e morreu sem saber.

    Sou provocado a aventurar-me em terreno to resvaladio por causa das notcias, cada vez mais frequentes,de (L.4)moas que, na busca de atingir o padro de beleza vigente, caem vitimas de anorexia nervosa e morrem.Ningum gosta de saber desses acontecimentos tristes, motivados pela nsia de identificao com o modelohegemnico ou, mais pattico ainda, pelo af de ter sucesso numa carreira equivocadamente julgada fcil, masdificlima e penosssima, onde um nmero enorme (L.7)de jovens se perde todos os anos. Mas, claro, s aparecemas lindas e bem sucedidas, cuja vida para seus admiradores um mar de rosas de festas e glamour.

    E que padro de beleza esse, ser mesmo, digamos, natural, ser de fato o preferido por homens emulheres que (L.10)no esto comprometidos com o conhecido Barbie look? Quanto s mulheres, massacradassem clemncia por gostosas irretocveis (na verdade retocadas pelo Photoshop), que no tm uma manchinha na

    pele, uma estriazinha escondida, uma celulitezinha e ostentam dotes de uma perfeio na verdade fictcia, no possofalar muito. Mas quanto aos homens posso, (L.13)porque ouo a opinio de muitos deles e no s saudosistas domodelo violo (em ingls "hour-glass look, aparncia de ampulheta), mas jovens tambm.

    Em primeiro lugar, devo afirmar enfaticamente, no por demagogia ou qualquer interesse subalterno, mas emfuno (L.16)de uma permanente pesquisa sociolgica informal, existe vasto e devotado mercado para as gordinhase at para as mais gordinhas do que as gordinhas.

    Mulher tem que ter cintura, violo ou ampulheta no interessa, mas vital a formosa concavidade entre ascostelas e (L.19) as ancas. Creio mesmo que, consultada a opinio pblica, tanto de homens como de mulheres,mesmo as descinturadas por uma malhao perversa, a maioria concordaria em que mulher tem que ter cintura, fazparte da figura feminina, clssico, e at constituinte do doce mistrio das mulheres. E h muitas gordinhas, sim

    senhor, mantidas no modelo violo. Est bem, (L.22) violoncelo, mas com a cintura no lugar. E sei que asdescinturadas, conscientemente ou no, tambm sabem disso, porque noto, entre as muito fotografadas, que elasprocuram sempre posar curvando os quadris para um lado, fingindo ainda ter a cintura insensatamente perdida.

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    Lei do Direito Autoral n 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Probe a reproduo total ou parcial desse material ou divulgao com finscomerciais ou no, em qualquer meio de comunicao, inclusive na Internet, sem autorizao do Alfa Concursos Pblicos Online.

    (L.25) Agora, para alegria dos violonfilos e cinturistas, chega evidncia cientifica de que o padro esqueltico ouBarbie nunca esteve com nada, no dever estar com nada no futuro e s est com alguma coisa no presente devidoa interesses de mercado circunstanciais. Diz aqui numa revista cientfica que o doutor indiano Devendra Sinhg, daUniversidade do Texas, (L.28)chefiando uma equipe que analisou centena de milhares de textos literrios ocidentais,onde eles refletiam as preferncias estticas de suas pocas, chegou concluso de que a cintura, notadamente acintura fina, sempre foi elogiadssima nas mulheres e tida como um elemento bsico de sua beleza. E, mais ainda,

    no se trataria de algo arbitrrio na evoluo da (L.31)espcie, mas relacionado com a sade. As que tm cintura -a-ha! - tm mais sade. Isto sem dvida abre horizontes qui radiosos para muitos de ns, homens ou mulheres,hoje escravizados pelo pensamento nico imposto por estetas de meia-tigela.

    (L.34) Espero que o pas se una em tomo do restabelecimento do legtimo padro nacional e que a mulherbrasileira, pioneira natural solertemente desviada por uma falsa modernidade colonizada, reassuma sua estatuesca einimitvel majestade de Vnus tropical, das cheinhas s magrinhas, todas com cintura e bunda, o Criador sejalouvado.

    (O Estado de So Paulo, 14/01/2007).

    10. Assinale o trecho em que h exemplo de conotao.

    a) uma equipe que analisou centena de milhares de textos literrios ocidentais

    b) reassuma sua estatuesca e inimitvel majestade de Vnus tropical

    c) Ningum gosta de saber desses acontecimentos tristes

    d) a maioria concordaria em que mulher tem que ter cintura

    e) elas procuram sempre posar curvando os quadris para um lado

    A FBULA DA CIDADE

    Uma casa muito pouco para um homem; sua verdadeira casa a cidade. E os homens no amam ascidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas s suas necessidades e desejos,humanizadas e oferecidas uma cidade deve ter a medida do homem.

    possvel que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados peloprogresso e pela tcnica, tornados monstruosos pela conspirao dos elementos que obrigam as criaturas a vivercomo se estivessem lutando, jungidas a um certo nmero de rituais que as impedem de parar no meio de umacalada para ver uma criana ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.

    Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque no existe entre ela e a paisagem aharmonia necessria, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindodiariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diverses, proibido de fazer algoque lhe d a certeza da prpria existncia.

    No ser excessivo dizer que o Rio est correndo o perigo de incluir-se no nmero das cidadesdesumanizadas, devoradas pela noo da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugaresque convidem permanncia.

    Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; j no se pode passear nem sorrir nemsonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravido que as leva a imaginar o refgio dascasas onde as tardes de sbado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e aintimidade familiar. E h mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante damorte, facultar dias inteiros numa casa de subrbio, criando canrios, decifrando palavras cruzadas, sonhando parajogar no bicho, num mistrio que justifique a existncia. E outras pessoas h que esperam o dia em que podero fugirda cidade de arranha-cus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigncias, humilhaes eameaas, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E aindaexistem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestaes ou juntam dinheiro espera do dia em que seplantaro para sempre num lugar imaginrio, sem base fsica, naquele stio onde cada criatura um Robinson atento

    s brisas e delcias de sua ilha, ou o sndico ciumento de um paraso perdido.

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    Para que se ame uma cidade, preciso que ela se amolde imagem e semelhana dos seus muncipes,possua a dimenso das criaturas humanas. Isso no quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significaapenas que, nas mudanas e transfiguraes, elas crescero pensando naqueles que as habitam e completam, e astornam vivas. Pois o homem para a cidade como o sangue para o corpo fora disso, dessa harmoniosa circulao,h apenas cadveres e runas.

    O habitante deve sentir-se livre e solidrio, e no um guerreiro sozinho, um terrorista em silncio. Deve

    encontrar na paisagem os motivos que o entranham vida e ao tempo. E ele no quer a paisagem dos turistas, ondese consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fomede viver, sonegando-o aos cansaos e desencantos. Em termos de subrbio, ele aspira ao bar debaixo de rvores,com cervejinha gelada e tira-gosto, praa com playground para crianas, retreta coroada de valsas.

    Suprimidas as relaes entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicvel a paisagem, indiferente acidade fome de simpatia que faz algum preferir uma rua outra, um bonde a um nibus, nada h mais que fazerseno alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do corao a imagem da cidade comunicante, o reinoda comunho humana onde se poderia dizer bom dia com a convico de quem sabe o que isso significa.

    E esse risco est correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pelaavenida, esbarrou num cidado que vinha em sentido contrrio e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante

    de pressa, indignou-se: O senhor no tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas? Era afbula da cidade correndo para a desumanizao.

    Ledo Ivo. Crnicas Antologias Escolares Edijovem organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro:EditoraTecnoprint SA, s/d.

    11. Em A Fbula da Cidade, h predominncia da linguagem conotativa. Considerando esta caracterstica, pode-seafirmar que o tema apresentado de forma:

    a) elptica, pois omite caractersticas fundamentais da cidade do Rio de Janeiro, visto que o leitor, conhecedor davida carioca, infere acerca da nfase dada.

    b) hiperblica, pois o narrador descreve o Rio de Janeiro de forma exagerada para ressaltar o aspecto dadesumanizao.

    c) comparativa, porque so apresentadas as caractersticas dos cariocas para justificar a diferena de cordialidadee humanismo.

    d) metafrica, pois apresenta enfoques especficos para representar o todo: a desumanizao do Rio de Janeiro.

    e) pleonstica, porque repete de forma redundante as ideias, sem que sejam acrescentadas perspectivasdistintivas.

    O CAJUEIRO

    O cajueiro j devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordaes de minha infncia, belo,imenso, no alto do morro, atrs de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.

    Eu me lembro de outro cajueiro que era menor e morreu h muito mais tempo. Eu me lembro dos ps de

    pinha, do caj-manga, da pequena touceira de espadas-de-so-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e acobia de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me datamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramancho, e doscanteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira, mas o grande p de fruta-po ao lado da casa e o imensocajueiro l no alto eram como rvores sagradas protegendo a famlia. Cada menino que ia crescendo ia aprendendoo jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o p e subir pelo cajueiro acima, ver de l otelhado das casas do outro lado e os morros alm, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.

    No ltimo vero ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trmulo de sanhaos.Chovera; mas assim mesmo fiz questo de que Carib subisse o morro para v-lo de perto, como quem apresenta aum amigo de outras terras um parente muito querido.

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    A carta de minha irm mais moa diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pelaribanceira abaixo, e caiu meio de lado, como se no quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passouo dia abatida, pensando em nossa me, em nosso pai, em nossos irmos que j morreram. Diz que seus filhospequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados. Foi agora, em setembro. Estavacarregado de flores.

    (Rubem Braga, Cem crnicas escolhidas, Rio, Jos Olmpio, 1956, pp. 320-22)

    12. H uma infinidade de metforas constitudas por palavras que denotam aes, atitudes ou sentimentos prpriosdo homem, mas aplicadas a seres ou coisas inanimadas. Tal recurso ocorre no trecho a seguir:

    a) O cajueiro j devia ser velho quando nasci.

    b) Eu me lembro de outro cajueiro que era menor

    c) Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco

    d) estava como sempre carregado de frutos amarelos

    e) como se no quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa.

    13. No trecho a menina estava pronta para entregar sua mo em casamento observa-se a figura de linguagem:

    a) hiprbole;

    b) metonmia;

    c) metfora;

    d) eufemismo;

    e) hiprbato.

    Os garotos da Rua Noel Rosaonde um talo de samba via no calamento,viram o pombo-correio cansadoconfuso

    aproximar-se em voo baixo.

    To baixo voava: mais rasoque os sonhos municipais de cada um.Seria o Exrcito em manobrasou simplesmentetrazia recados de ai! amor namorada do tenente em Aldeia Campista?

    E voando e baixando entranou-seentre folhas e galhos de ficus:era um papagaio de papel,

    estrelinha presa, suspirometade ainda no peito, outra metadeno ar.

    Antes que o ferissem,pois o carinho dos pequenos ainda mais desastradoque o dos homense o dos homens costuma ser mortaluma senhora o salvatomando-o no bero das mose brandamente alisa-lhea medrosa plumagem azulcinza

    cinza de fundos neutros de Mondrianazul de abril pensando maio.

  • 8/11/2019 503 Lingua Portuguesa Pablo Jamilk 12 Encontro

    19/19

    283235-58-Brasildizia o anel na perninha direita.Mensagem no havia nenhumaou a perdera o mensageirocomo se perdem os maiores segredos de Estadoque graas a isto se tornam inviolveis,

    ou o grito de paixo abafadopela buzina dos nibus.Como o correio (s vezes) esquece cartasteria o pombo esquecidoa razo de seu voo?

    Ou sua razo seria apenas voarbaixinho sem mensagem como a gentevai todos os dias cidadee somente algum minuto em cada vidase sente repleto de eternidade, ansiosopor transmitir a outros sua fortuna?

    Era um pombo assustadoperdidoe h perguntas na Rua Noel Rosae em toda parte sem resposta.

    Pelo qu a senhora o confiouao senhor Manuel Duarte, que passavapara ser devolvido com urgnciaao destino dos pombos militaresque no um destino.

    Carlos Drummond de Andrade, Pombo-correio. In: Carlos Drummond de Andrade: obracompleta.Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. p.483, internet: .

    No que concerne s ideias do texto e a sua tipologia, julgue o item que se segue.

    14. O texto pode ser considerado, simultaneamente, potico e narrativo.

    GABARITO

    1 - E

    2 - D

    3 - D

    4 - D

    5 - A6 - ERRADO

    7 - ERRADO

    8 - D

    9 - E

    10 - B

    11 - D

    12 - E

    13 - B

    14 - CORRETO