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509 Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 1 7: 509-514, 2007.  Arqueologia, Etnoarqueologia e História Indígena – um estudo sobre a trajetória de ocupação indígena em territórios do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: a terra indígena Kayabi e a aldeia Lalima  Fabíola Andréa Silva*  Eduardo Bespalez**  Francisco Forte Stuchi** Frederic Caíres Pouget** ruínas localizam-se no baixo curso da margem direita do rio Aquidauana, na cidade homôni- ma, no Mato Grosso do Sul. Cabe lembrar que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão situados em regiões que foram disputadas entre as coroas portuguesas e espanholas e, por isso, foram palco de expedições, cidades coloniais, missões religiosas, assaltos bandei- rantes, monções, minas de ouro e diamantes, fortificaçõ es e conf litos como a Guerra do Paraguai. Em parte, testemunhos destes acontecimentos podem ser vistos em cidades históricas como Corumbá e Miranda, no Mato Grosso do Sul, assim como Vila Bela, Cuiabá e Cáceres, no Mato Grosso. Desafortun adamente, nem sempre o papel desempenhado pelos povos indígenas nestes acontecimentos tem sido apresentado de forma consistente, haja vista que o índio geralmente entra em cena como um mero figurante nesta história de conquistas, sendo que essa situação não se restringe às regiões mencionadas acima, mas se estende por todas as regiões do Brasil. No entanto, sabemos que resistir até o presente diante das epidemias e das atrocidades cometidas pelos europeus e, ao mesmo tempo, garantir o seu modo de vida e a manutenção de seus territórios exigiu um grande esforço por parte das populações indígenas que nada têm a ver com a passividade relatada em muitos livros de história. Além disso, muitos destes relatos apresentam estas populações de forma genérica, tirando delas a particularidade das suas identida- des e histórias. Para Manuela Carneiro da Cunha (1998:20): o Brasil, vários autores têm conduzido suas pesquisas arqueológicas no sentido de contribuir para o entendimento das trajetóri- as históricas e dos processos de continuidade e mudança cultural vividos pelas populações indígenas arqueológic as, históricas e atuais (p.ex. Brochado 1984; Eremites Oliveira 1996; Heckenberger 2005; Neves 1998 e 1999; Noelli 1993 e 1999; Wüst 1993). A nossa pesquisa tem este mesmo objetivo, visando contribuir no entendimento das trajetórias históricas e cultu- rais das diferentes populações que ocuparam e ocupam os territórios onde hoje estão a Aldeia Lalima/MS e a T.I. Kaiabi/MT. Esta proposta de pesquisa foi concebida a partir do pressuposto de que a Arqueologia pode contribuir para o entendimento da “história de longa duração” de diferentes populações (Hodder 1996:1-8; 2003:125-155).  Algu ns aspectos desta tra jetór ia histó rica, especialmente no que se refere ao conta to que estas populações indígenas tiveram com conquistadores e colonizadores de origem ibérica, podem ser estudados a partir dos diversos sítios históricos existentes tanto no Mato Grosso quanto no Mato Grosso do Sul. Um exemplo é a cidade espanhola de Santiago de Xerez, em estudo por Martins (2002), cujas N (*) Museu de Arqueologia e Etnologia da Universida- de de São Paulo. [email protected] (**) Museu de Arqueologia e Etnologia da Universida- de de São Paulo. Mestrandos em Arqueologia: [email protected]; [email protected]; [email protected]

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    Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, So Paulo, 17: 509-514, 2007.

    Arqueologia, Etnoarqueologia e Histria Indgena um estudo sobre a trajetria de ocupao indgena em territrios doMato Grosso e Mato Grosso do Sul: a terra indgena Kayabi e a aldeia Lalima

    Fabola Andra Silva* Eduardo Bespalez**

    Francisco Forte Stuchi**Frederic Cares Pouget**

    runas localizam-se no baixo curso da margemdireita do rio Aquidauana, na cidade homni-ma, no Mato Grosso do Sul. Cabe lembrarque Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estosituados em regies que foram disputadasentre as coroas portuguesas e espanholas e,por isso, foram palco de expedies, cidadescoloniais, misses religiosas, assaltos bandei-rantes, mones, minas de ouro e diamantes,fortificaes e conflitos como a Guerra doParaguai. Em parte, testemunhos destesacontecimentos podem ser vistos em cidadeshistricas como Corumb e Miranda, noMato Grosso do Sul, assim como Vila Bela,Cuiab e Cceres, no Mato Grosso.

    Desafortunadamente, nem sempre o papeldesempenhado pelos povos indgenas nestesacontecimentos tem sido apresentado de formaconsistente, haja vista que o ndio geralmenteentra em cena como um mero figurante nestahistria de conquistas, sendo que essa situaono se restringe s regies mencionadas acima,mas se estende por todas as regies do Brasil. Noentanto, sabemos que resistir at o presentediante das epidemias e das atrocidades cometidaspelos europeus e, ao mesmo tempo, garantir oseu modo de vida e a manuteno de seusterritrios exigiu um grande esforo por partedas populaes indgenas que nada tm a vercom a passividade relatada em muitos livros dehistria. Alm disso, muitos destes relatosapresentam estas populaes de forma genrica,tirando delas a particularidade das suas identida-des e histrias. Para Manuela Carneiro daCunha (1998:20):

    o Brasil, vrios autores tm conduzidosuas pesquisas arqueolgicas no sentido

    de contribuir para o entendimento das trajetri-as histricas e dos processos de continuidade emudana cultural vividos pelas populaesindgenas arqueolgicas, histricas e atuais (p.ex.Brochado 1984; Eremites Oliveira 1996;Heckenberger 2005; Neves 1998 e 1999; Noelli1993 e 1999; Wst 1993). A nossa pesquisa temeste mesmo objetivo, visando contribuir noentendimento das trajetrias histricas e cultu-rais das diferentes populaes que ocuparam eocupam os territrios onde hoje esto a AldeiaLalima/MS e a T.I. Kaiabi/MT. Esta proposta depesquisa foi concebida a partir do pressupostode que a Arqueologia pode contribuir para oentendimento da histria de longa durao dediferentes populaes (Hodder 1996:1-8;2003:125-155).

    Alguns aspectos desta trajetria histrica,especialmente no que se refere ao contato queestas populaes indgenas tiveram comconquistadores e colonizadores de origemibrica, podem ser estudados a partir dosdiversos stios histricos existentes tanto noMato Grosso quanto no Mato Grosso do Sul.Um exemplo a cidade espanhola de Santiagode Xerez, em estudo por Martins (2002), cujas

    N

    (*) Museu de Arqueologia e Etnologia da Universida-de de So Paulo. [email protected](**) Museu de Arqueologia e Etnologia da Universida-de de So Paulo. Mestrandos em Arqueologia:[email protected]; [email protected];[email protected]

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    Arqueologia, Etnoarqueologia e Histria Indgena um estudo sobre a trajetria de ocupao indgena emterritrios do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: a terra indgena Kayabi e a aldeia Lalima.Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, So Paulo, 17: 509-514, 2007.

    Ter uma identidade ter umamemria prpria. Por isso, a recuperaoda prpria histria um direito funda-mental das sociedades.

    Desejamos contribuir para a recuperaodestas histrias e os dados arqueolgicos,histricos e etnogrficos j existentes sobre osestados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sulindicam que os mesmos foram ocupados, desdeo passado, por povos indgenas bastante diversosculturalmente. Cabe ressaltar, porm, que no sepretende usar estes dados para construir umahistria essencialista destas etnicidades, pois nsconhecemos e concordamos com as crticas queforam feitas a este tipo de construo interpretativado passado (Jones 1996). O que queremos tentarvislumbrar os processos de continuidades, mudan-as e rupturas nas trajetrias destas populaes e adialtica entre passado e presente, para issoconsiderando as interpretaes indgenas sobre esteprocesso histrico e cultural como vem sendo feitoem outros contextos (p.ex. Layton 1985, 1989;Eluyemi 1994; Sutton 2005; Endere 2005).Sabemos que diversas identidades e histrias sesucederam e at mesmo co-existiram nestes territri-os e o conhecimento deste palimpsesto deocupaes, abandonos e re-ocupaes territoriaisque estamos procurando alcanar.

    A idia de palimpsesto na Arqueologiapressupe justamente uma diversidade e dinmi-ca de ocupao nos assentamentos. Ou seja, queum mesmo local ou stio arqueolgico pode tersido ocupado diversas vezes por sociedadesculturalmente diferenciadas atravs do tempo,ou ainda, de diversas maneiras diferentes pelamesma sociedade durante um determinadoperodo, sendo que ambas as possibilidadespodem resultar em conjuntos de materiaisarqueolgicos diversos e dispostos espacialmentede modo muito complexo (Binford 1980, 1981,1983; Kent 1987; Panja 2003). A variabilidadedos conjuntos de materiais arqueolgicos e suadisposio espacial, portanto, est relacionadacom as atividades levadas a cabo nestes locais,revelando a disposio das reas de atividade, afuncionalidade dos locais e assentamentos e, aomesmo tempo, a dinmica dos processos dedeposio dos materiais (Schiffer 1972).

    Recentemente, alguns autores tm encaradono somente os stios enquanto palimpsestos,mas tambm as paisagens naturais que passam aser adjetivadas como contingentes (Barton et al.2004), sociais, culturais e sagradas (Zedeo1997; Whitridge 2004; Stewart et al. 2004;Carroll et al. 2004).

    Entender esta dinmica de ocupaes e re-ocupaes dos stios arqueolgicos e daspaisagens implica em entender tambm asestratgias de abandono dos mesmos. Algunsestudos tm sido produzidos neste sentido noapenas para explicar os comportamentos deabandono em relao aos materiais que foramdeixados nos stios arqueolgicos, mas tambmem relao aos processos de re-assentamento emigrao.

    Atualmente, as pesquisas sobre a noo deabandono so orientadas de acordo com asseguintes perspectivas: 1) o abandono umprocesso, no um mero evento, cujo movimen-to pode comear a ser preparado logstica eat mesmo ritualisticamente muito antes de seefetivar, sendo que suas conseqncias podemperdurar por muitos anos depois de conclu-do, uma vez que os grupos mobilizadosdefrontam-se com uma srie de obstculosculturais e naturais que devem ser enfrentadose superados (Tomka 1993); 2) as causas dosprocessos de abandono variam de acordo comas escalas em que so estudadas, sendo quequando observado em amplitudes regionais, oabandono pode ser resultante de pressesambientais, como grandes secas e culturais, aexemplo de guerras e/ou epidemias, enquantonos contextos inter e intra stio, pode serocasionado pelos prprios padres culturaisde uso do solo de uma determinada sociedade(Panja 2003); 3) o abandono pode ocorrer devrias maneiras, podendo ser caracterizadocomo temporrio ou sazonal, episdico,permanente, residencial ou no, rpido,gradual e de longa ou curta distncia (Tomka1993), planejado ou no planejado (Brooks1993; Joyce e Johannessen 1993), sendo oltimo tipo o que mais se aproxima do grau deintegridade vislumbrado na premissa dePompia (Binford 1981); 4) os processos deabandono transformam o uso dos lugares,

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    Francisco Forte StuchiFrederic Cares Pouget

    pois se por um lado um local antes usadocomo espao domstico por um determinadogrupo pode vir a se tornar, depois de abando-nado, em uma rea destinada s atividades decaa e coleta, por outro podem ocorrertransformaes mais radicais nos padres deuso do solo, sobretudo quando uma popula-o substituda ou assimilada por outrarespectivamente por meio de processos demigrao ou conquista (Nelson 2000).

    O reconhecimento das implicaes materi-ais das perspectivas esboadas acima sobre oconceito de abandono permite que a arqueolo-gia contribua na formulao de modelosexplicativos sobre as seguintes questes: 1) arelao entre registros materiais e a continuida-de e/ou ruptura da ocupao territorial dassociedades no passado, nas mais diversaspaisagens; 2) sobre as conseqncias scio-histricas dos processos de abandono osquais podem desembocar tanto na formao degrandes comunidades, originadas por gruposdiferentes, quanto no inverso; 3) sobre oreconhecimento da variabilidade comportamentaldentro das sociedades, pois os processos deabandono e a natureza das relaes sociais nascomunidades variam uma vez que o abando-no apresenta-se como um processo complexo,permeado por relaes ecolgicas, polticas,religiosas, etrias e de gnero, entre outras(Nelson 2000).

    Tendo em vista os dados etnogrficos,histricos e arqueolgicos j existentes sobre aAldeia Lalima e a T.I. Kaiabi, entendemos queas noes de abandono e migrao apresentam-se como conceitos bastante oportunos aoestudo da trajetria de ocupao indgenadestes territrios. Contudo, o modelo denomi-nado de histria de formao territorial(history of territory formation), concebido por M. N.Zedeo (1997) a partir do estudo etnoarqueolgicoda formao do territrio dos ndios pueblosHopi, do Arizona, e generalizado para o estudode formao territorial de outros casos pr-coloniais, apresenta-se de modo igualmenteapropriado. Zedeo (1997: 73) sustenta anoo de territrio enquanto objetos agregados constitudos por terra, recursos naturais eobjetos feitos pelo homem reunidos historica-

    mente atravs de processos dinmicos deinterao scio-ambiental.

    Com efeito, a essncia do modelo deZedeo a de que a histria da formao dosterritrios passa pelas trajetrias sociais deestabelecimento, manuteno e transformaoterritorial. Para a autora, cada uma dessastrajetrias est associada a uma srie de proces-sos e atividades, as quais, por sua vez, apresen-tam um conjunto de correlatos materiais.Assim, o arquelogo pode, teoricamente,reconstruir a histria de vida de um territrio apartir da deteco dos correlatos materiais dasatividades associadas aos processos contidos nastrajetrias de formao dos territrios. Obvia-mente, cada territrio apresenta uma trajetriahistrica prpria de formao, todavia,acreditamos que os princpios do modelo dehistria de formao territorial so suficiente-mente coerentes enquanto ponto de partidapara o estudo das trajetrias especficas daAldeia Lalima e da T.I. Kaiabi.

    Cabe ressaltar que tentar entender atrajetria histrica de formao dos territri-os torna-se crucial em contextos de pesquisaarqueolgica em territrios indgenas, pois este conhecimento que, muitas vezes, torna-seo fundamento dos direitos territoriaisindgenas e, particularmente, de garantia desuas terras (Carneiro da Cunha 1998: 20).Em todo o mundo os arquelogos vm sendochamados a se posicionar frente s questesrelativas definio de posse e delimitao dasterras indgenas e preservao do patrimnioarqueolgico encontrado nas mesmas. Almdisso, o prprio conhecimento produzido pelaArqueologia vem sendo questionado pelasinterpretaes das populaes nativas (p.ex.Anawak 1996; Parker 2005; Leclair 2005;Suton 2005).

    Neste sentido, pesquisas como esta queestamos realizando tornam-se cada vez maisnecessrias e o dilogo entre a Arqueologia, aEtnologia e a Histria Indgena imprescindvelpara um entendimento mais aprofundado ediversificado a respeito dessas populaes queocuparam e ocupam os nossos territrios e quese vem, constantemente, ameaadas em suaautodeterminao.

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    Arqueologia, Etnoarqueologia e Histria Indgena um estudo sobre a trajetria de ocupao indgena emterritrios do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: a terra indgena Kayabi e a aldeia Lalima.Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, So Paulo, 17: 509-514, 2007.

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    Recebido pra publicao em 20 de dezembro de 2007.