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    "Como melhorar uma situao?": O jornalista Luiz Campos e suas ideias para

    resolver os problemas da Fortaleza da dcada de 1!

    Roberta Maia1

    Resumo:

    O presente trabalho tem por objetivo analisar a trajetria poltica do jornalista LuizQueiroz Campos, a partir de seus artigos, publicados durante os anos de 1!" a 1!#,diariamente, na Gazeta de Notcias, jornal $ortalezense% &estes artigos, Luiz Camposabordava diversos assuntos, desde as e$em'rides aos acontecimentos mais pol(micos da

    poltica nacional% )ntretanto, um de seus temas $avoritos para an*lise era a situa+o dacidade de -ortaleza% .entre eles, sempre destacava a situa+o do transporte p/blico, oaumento descontrolado do com'rcio ambulante, as constantes 0uedas de energiael'trica, al'm dos problemas relativos seguran+a p/blica% .esta maneira, entendemos

    0ue o jornalista representava uma -ortaleza nestes artigos e a colocava para o p/blicoleitor do jornal% 2al situa+o, em nosso ponto de vista, o ajudou a come+ar a trilhar oscaminhos da poltica% -iliado ao 3artido 4ocial .emocr*tico, muito ligado ao .eputado-ederal 5rmando -alco, o jornalista Luiz Campos $oi construindo uma carreira poltica

    permeada pelo ingresso dele em v*rios cargos p/blicos, bem como angariando muitosdesa$etos, sendo o principal deles, o tamb'm .eputado -ederal, Carlos 6ereissati% 5carreira de Luiz Campos culmina com sua elei+o para vice7pre$eito de -ortaleza, noano de 1#8% 3or isso, nossa problem*tica central ' perceber como um jornalista, 0ue sedestacou atrav's de artigos 0ue muitas vezes criticavam os problemas da Cidade, bem

    como a conduta de seus gestores, se inseriu na poltica e chegou a ocupar o )9ecutivoMunicipal% 3ara esta comunica+o $ocaremos na atua+o poltica do jornalista atrav's doprprio jornal e de seus artigos, principalmente na0ueles em 0ue ele se mostrava apto aresolver os problemas 0ue julgava mais cruciais da cidade de -ortaleza% .esta $orma, o

    jornalista e9punha para os leitores 0ue estava inserido em uma cultura poltica e passavaa ideia de 0ue tinha as melhores propostas para a capital cearense, come+ando, assim, agalgar seus caminhos rumo pre$eitura de -ortaleza%

    Abstratc:

    2his stud: aims to anal:ze the political career o$ journalist Luiz Queiroz Campos, $romtheir articles published during the :ears 1!" to 1!#, dail: ;azeta de &otciasneo

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    subjects

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    Onde se encontra, ento, a atividade do servi+o de sa/de p/blicaF Realmente,no se $az sentir, perante a popula+o os seus servi+os% Quem chegar em0ual0uer casa de pasto ou restaurante, nos dias atuais, com raras e9ce+Des,veri$ica, sem muito e9ame, 0ue no h* $iscaliza+o da 4a/de 3/blica emnossa Capital% >* hot'is e restaurantes, por e9emplo, 0ue as prprias toalhas

    0ue cobrem as mesas so verdadeiras imundcies, a tal ponto de j* termosassistido pessoas recusarem re$ei+Des por no se sentir bem na sujeira% 5scondi+Des de asseio, sem d/vida, desses estabelecimentos so as mais

    prec*rias, e, por isso mesmo, esto a e9igir um reparo sem perda de tempo% 6*0ue no h* provid(ncias da parte das autoridades encarregadas de orientaresse servi+o de vigilGncia, chegamos a $ormular um apelo aos srs%

    propriet*rios de hot'is, no sentido de 0ue, pelo menos as toalhas sejammudadas todo dia, a $im de 0ue -ortaleza no venha a receber dos visitantes o

    julgamento 0ue seu povo no merece H o de cidade suja%!

    3ercebemos, ento, por mais um trecho de seus escritos 0ue, ao $alar da cidade,

    Luiz Campos apontava seus problemas, indicava os AculpadosB Isempre o poder p/blico

    e, de $orma mais incisiva, o e9ecutivo municipalJ, mas tamb'm chamava a popula+o,

    seus leitores, para 0ue tomassem atitudes, uma vez 0ue os governantes no tinham

    coragem para $azer o 0ue, segundo o jornalista, era importante para a cidade%

    4endo assim, ' importante tamb'm indagar sobre 0uem era este sujeito #, 0uais

    eram suas aspira+Des Isociais, polticas, pro$issionaisJ% Mais 0ue isso, ' preciso

    perguntar 0uais seriam seus interesses ao $alar sobre o cotidiano da cidade, ao revelar os

    9 Este assunto tam3"m " a3ordado pelo socilo)o #aulo -in:ares. #ara ele,desde a d"cada de 16*5, as $am'lias comearam a $re!uentar as praias dacidade, atra'das pelo 3an:o de mar, !ue :avia dei;ado de ser apenas umarecomendao terapeci$e, >io de ?aneiro e Fortalea, :ouve umaesp"cie de /democratiao da praia, !ue no a)radou as classes maisa3astadas. %esta $orma, podemos in$erir !ue, talve, o @ornalista -ui

    Campos no se con$ormasse em ver as pessoas, principalmente :omens, declasses sociais menos privile)iadas $re!uentando as praias !ue eram deusu$ruto das pessoas ricas da cidade. Aer2 -4BH>ES, #aulo. Cidade degua e Sal: Por uma Antropologia do Litoral do Nordeste sem Canae sem Acar. Fortalea2 Fundao %emcrito >oc:a, 166*.

    CM#+S, -ui. /Considera0es2 + Cais do #orto. 4n.2 Gazeta de Notcias,* $ev. 1677, p.9.

    7 CM#+S, -ui. /Considera0es2 4noper=ncia dos Servios de SaDde. 4n.2Gazeta de Notcias, 1 @an. 1677, p.9.

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    problemas 0ue via e ainda ao sugerir possveis solu+Des para estes problemas,

    instigando o ;overno Municipal a aplicar suas ideias como polticas p/blicas%

    =deias essas 0ue, segundo ele, melhorariam a vida dos cidados de -ortaleza%

    )ncontramos, dentre muitos dos seus artigos, uma vasta 0uantidade de Asolu+DesB para

    os problemas 0ue o jornalista apontava na cidade% )9emplo disso ' o 0ue ele $az no

    artigo de 8 de dezembro de 1!", ao e9plicar para a 3re$eitura como deveriam ser

    $eitas as vistorias dos Knibus no come+o do anoE

    -altam poucos dias para outro ano% 6* iremos chegar na 'poca doemplacamento dos veculos% &o seria demais lembrar as autoridades detrGnsito certas medidas oportunas, as 0uais podero ser postas em pr*ticana0uela ocasio, principalmente no 0ue diz respeito vistoria nos Knibus 0ue

    $azem o transporte da popula+o, para os diversos bairros% Como se conhece,os nossos transportes coletivos o$erecem um aspecto lastim*vel% 3oucos,muito poucos, ali*s, encontram7se em condi+Des de tra$egar, de acordo comas e9ig(ncias legais, ali*s, mnimas e indispens*veis para a e9ecu+o de umservi+o de tamanha responsabilidade% &o 0ueremos mesmo chegar aoestado de conserva+o dos veculos% =sto j* est* muito batido e pouco temvalido as advert(ncias e reclama+Des neste sentido% Mas o caso dos e9tintoresde inc(ndio no se pode dispensar% >* uma determina+o muito justa da=nspetoria de 2rGnsito, obrigando a cada Knibus trazer, pronto para entrar ema+o, um e9tintor de $ogo% 4ucede, por'm 0ue isto no est* sendo obedecidoe no encontramos um veculo si0uer IsicJ 0ue tenha um aparelho da0uelaordem% )m certa 'poca essa determina+o chegou a ser cumprida, mas $oirela9ada% Quando suceder $ato id(ntico a0uele 0ue vitimou diversas pessoas,como resultado de inc(ndio em um coletivo lotado de passageiros, incidente0ue causa pro$unda consterna+o no seio da popula+o em geral, ento,voltar* a ser e9igido das empresas propriet*rias de Knibus o uso de e9tintoresnos transportes% &a realidade, somos de uma neglig(ncia lastim*vel e scuidamos de por em pr*tica algo a $avor da coletividade, 0uando isto j* nadamais pode resultar% &o temos o esprito da previd(ncia% -inalmente ' precisoreconhecer 0ue j* nos viciamos em $echar a porta depois de roubados% Mas,diga7se a verdade, no ' a $alta de conselhos e advert(ncias%%%

    &este artigo, no s o jornalista alerta as autoridades para como deveriam agir

    no momento das $iscaliza+Des do transporte coletivo, alvo de uma grande preocupa+o

    85o trabalharmos com poltica, somos levados a pensar nas ideias dos estudiosos 0ue se preocupam comuma nova percep+o da histria poltica, re$letindo sobre este tema a partir da no+o de Acultura polticaB,a 0ual entendem por Aum grupo de representa+Des, portadoras de normas e valores, 0ue constituem aidentidade das grandes $amlias polticas e 0ue vo muito al'm da no+o reducionista de partido poltico%3ode7se conceb(7la como uma viso global do mundo e de sua evolu+o, do lugar 0ue a ocupa o homeme, tamb'm, da prpria natureza dos problemas relativos ao poder, viso 0ue ' partilhada por um grupoimportante da sociedade num dado pas e num dado momento da sua histriaB% NerE 4erge% Culturas3olticas e historiogra$ia% =n%E 5)N).O, Ceclia Iet al%J% Cultura #ol$tica% mem&ria e historio'ra(ia%Rio de 6aneiroE )ditora -;N, 8PP, p% 1%

    CM#+S, -ui. /Considera0es2 Aistoria nos transportes coletivos. 4n.2Gazeta de Notcias, *6 de. 167, p.9.

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    de Luiz Campos, mas ele chama a aten+o, ainda, para os problemas 0ue j* aconteceram

    antes por $alta de cuidado das autoridades com este servi+o, como o caso do inc(ndio,

    em 0ue o Knibus no possua e9tintor para ced(7lo%

    .esta $orma, os propsitos do jornalista ao escrever artigos direcionados, mais

    especi$icamente, ao poder p/blico, de $orma a ajudar a solucionar os problemas da

    cidade, ' algo 0ue remete a uma an*lise pro$unda, pois pode relacionar7se s aspira+Des

    polticas do jornalista, 0ue iremos trabalhar mais a $rente%

    3or isso, ' preciso analisar outros e9emplos desta postura do jornalista de

    tentar mostrar as resolu+Des cabveis para os problemas da cidade% Nejamos, ento,

    como ele pensava 0ue deveria ser o $uncionamento das $arm*cias em nossa capitalE

    &o ' sem razo 0ue sempre $ormulamos crticas s autoridades, do )stadoou do Municpio, pois sem contesta+o, muitos so os motivos 0ue se noso$erecem para isso% O caso das $arm*cias de planto est* na ordem do dia,merecendo as vistas da imprensa para reclamar das autoridades mais aten+o

    para a0uilo 0ue interessa a coletividade% >* poucos dias $oi denunciado o $atode no estarem os estabelecimentos $armac(uticos designados para o plantoda noite, obedecendo as determina+Des das autoridades, causando, assim, nos prejuzo, mas grave perigo para muitas vidas% -oi na se9ta7$eira da semana

    passada 0ue, das tr(s $arm*cias de planto, apenas uma estava aberta,atendendo ao p/blico% 5 respeito desse assunto de tanto interesse p/blico,ouvimos de um propriet*rio da $arm*cia justa reclama+o% 0ue, 0uandoa0ueles estabelecimentos $icam de planto, nenhuma seguran+a lhes 'con$erida, $icando o estabelecimento sujeito a assaltos de gatunos, deindivduos irrespons*veis ou de maus escr/pulos% I%%%J 3ensamos 0ue j* 'tempo da 5ssocia+o dos 3ropriet*rios de )stabelecimentos -armac(uticosentrar em contato com os respons*veis pelo policiamento da cidade, a $im deconseguir, pelo menos, guardas de vigilGncia para os permetros ondeestiverem estabelecidas as $arm*cias de planto% Outro aspecto desta 0uesto,

    prende7se a 3re$eitura% 5nte7ontem IsicJ, por e9emplo, $oram designadas parao planto da noite as $arm*cias -ortaleza, 4o 6orge e Moderna% Ora, esta/ltima H a MO.)R&5 H h* muito tempo j* no $unciona% 5 $irma

    propriet*ria $ez a li0uida+o de seus negcios e l* consta apenas o pr'dio de

    portas $echadas% .e $ato, ento, estiveram atendendo a popula+o no dia 8para 8" duas $arm*cias apenas% N(7se a, ento, a $alta de entrosagem nosservi+os da 3re$eitura% >avendo uma secretaria especializada para tratar detais assuntos, e sabendo7se como ' $*cil a $iscaliza+o e tomada de contactocom as $arm*cias, nada de di$cil estabelecer7se um controle, mesmo semrigor, do $uncionamento do sistema adotado, pelo menos para mostrar 0ue h*

    justeza na administra+o municipal%

    50ui, o interessante ' notarmos 0ue, al'm da inten+o de mostrar ao p/blico o

    problema da $alta de controle do $uncionamento das $arm*cias 0ue deveriam $uncionar

    CM#+S, -ui. /Considera0es2 + #lanto das Farmcias. 4n.2 Gazeta deNotcias, *7 $ev. 1677, p.9.

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    noite, o jornalista se apresenta como indicador dos erros da administra+o p/blica% )le

    aponta 0ue as $arm*cias no abriam no hor*rio 0ue era determinado por $alta de

    seguran+a, j* 0ue a 3re$eitura determinava 0ue abrissem, mas, no destacava policiais

    para $azerem a prote+o destes espa+os%

    3or outro lado, Luiz Campos se mostra ainda irritado com a $alta de

    organiza+o da 5dministra+o Municipal, 0ue no se preocupa nem mesmo em

    identi$icar 0uais so as $arm*cias 0ue esto em $uncionamento para poder determinar

    a0uelas 0ue devero $uncionar durante a noite%

    5ssim, o jornalista se posta com autoridade para $alar 0ue o trabalho de

    $iscaliza+o ' $*cil, demonstrando ao p/blico 0ue lia seus artigos 0ue a secretaria

    municipal respons*vel por esse controle das $arm*cias era ine$iciente%

    &esse sentido, muitas outras so as $alhas dos servi+os p/blicos, sejam eles

    municipais ou estaduais, apontadas por Luiz Campos% Sm caso emblem*tico 0ue ele nos

    mostra ' a $alta de aparelhagem do Corpo de Tombeiros da capital, situa+o 0ue teria

    $icado bastante clara durante o episdio do inc(ndio do Cine MajesticE

    5s cenas in$ernais 0ue o povo de -ortaleza assistiu ante7ontem, durante otenebroso inc(ndio 0ue destruiu o edi$cio do Cine Majestic e o das LojasTrasileiras, $oram previstas, desde h* muito tempo, pelo atual Comandante

    do Corpo de Tombeiros, Coronel Mozart ;ondim, 0uando de uma palestrademorada 0ue mantivemos% &a0uela ocasio, visitamos a corpora+o dossoldados do $ogo e tivemos a oportunidade de conhecer muito de perto averdadeira situa+o de de$ici(ncia e desaparelhamento do Corpo deTombeiros% 5 respeito, tivemos oportunidade de escrever alguns trabalhos

    jornalsticos, chamando a aten+o das nossas autoridades para a situa+o dedesamparo em 0ue vivia a nossa popula+o, diante das calamidades dosinc(ndios% 5nte7ontem IsicJ 0uando desenvolvamos intenso trabalho nacobertura da reportagem para a ;5)25 .) &O2UC=54, em meio a0uelaagita+o tremenda, na a$li+o angustiante emanada da e9pectativa dadestrui+o total, sem as possibilidades mo para desenvolver as necess*riase e$icientes tare$as de salvamento, $omos encontrar o Coronel ;ondim,comandando os seus homens, arriscando a prpria vida, na0uele trabalho

    $ormid*vel desenvolvido pelos bombeiros% I%%%J 5 cidade de -ortaleza ',ento, um centro aberto ao $ogo% 5 sua popula+o, o com'rcio, a ind/stria, a0ual0uer momento, poder* se encontrar diante do desastre calamitoso% Odinheiro, arrecadado pelo governo, do com'rcio, da ind/stria e dos

    propriet*rios, atrav's de imposto, ' desviado para outras despesas e acorpora+o 0ue presta um servi+o p/blico da maior necessidade e utilidade '

    posta de lado, sempre a e9igir sacri$cio de abnegados% Os administradorestem desprezado o Corpo de Tombeiros, esta ' a verdade e s 0uando sucedeuma calamidade como o inc(ndio do Majestic ' 0ue se pensa em solucionar agrave 0uesto, con$irmando a senten+a de 0ue somos um povo 0ue s $echa a

    porta depois de sa0ueado% I%%%J prov*vel 0ue agora essa gente se emende

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    3elo menos a casa j* $oi roubada%%% 5dvert(ncias, conselhos e apelos ' 0uenunca $altaram%

    3or este trecho, bem dram*tico, 0ue Luiz Campos apresenta, percebemos mais

    uma vez 0ue, o jornalista no se mostrava atento apenas em apresentar as $alhas do

    governo, mas tamb'm lembrar ao p/blico 0ue, de alguma $orma, ele mesmo j* tinha

    alertado, em outras oportunidades, para os problemas 0ue estavam acontecendo e o

    administrador no havia tomado nenhuma provid(ncia%

    2udo isto denota 0ue o jornalista j* se apresentava aos seus leitores como um

    homem apto a resolver estes problemas, uma vez 0ue estava atento a tudo o 0ue

    acontecia na cidade e se propunha a resolver estas 0uestDes de diversas maneiras, a $im

    de ajudar 0ue o to sonhado progresso chegasse -ortaleza%

    )nto, ele no se poderia $urtar a dar as solu+Des cabveis para os problemas

    0ue mais o incomodavam na cidade, como a 0uesto do trGnsito 0ue, segundo ele,

    estava $icando caticoE

    5 cidade cresce, vai se tornando uma metrpole de intenso movimento, comuma popula+o ponder*vel% .esse modo, a evolu+o de -ortaleza vaie9igindo re$ormas em sua vida 0uotidiana% 5 esta altura, entendemos 0ue no' possvel se continuar com o mesmo padro tradicional de vida,

    principalmente no 0ue tange ao hor*rio de $uncionamento dos

    estabelecimentos de negcios, onde a popula+o emprega suas atividades% 6*temos uma situa+o 0ue permite uma re$orma nesse hor*rio% 5 est* otremendo problema do transporte do povo% Mas no $altam elementos a mo,

    para, pelo menos, minorar as condi+Des atuais, bastando para isso disposi+oe iniciativa% Namos sugerir ao senhor 3re$eito 0ue entre em contato com asautoridades estaduais e do Minist'rio do 2rabalho, convo0ue as entidadesrepresentativas do com'rcio e da ind/stria, solicite a colabora+o dosempres*rios de Knibus e procure uma $rmula para dar to importante0uesto uma solu+o compatvel% 5 guisa de alvitre, arriscamos indicar aseguinte iniciativa a ser posta em pr*ticaE estabelecer hor*rios 0ue no sejamcoincidentes, para o incio das diversas atividades, com obedi(ncia aoseguinteE com'rcio em grosso e de $erragens H $uncionamento de s 1P e de18 s 1 horas, com'rcio de representa+Des, Iescritrios, agentes, pe+as,

    acessrios, r*dios, geladeiras, automveis, etc%J, de ,P s 11 e de 1 s1,P horasV por $im, com'rcio varejista, $arm*cias, casas de modas,sapatarias, etc, de s 18 e de 1" s 1 horas% =sto no ir* selecionar o

    problema dos transportes em nossa Capital, ' evidente% 3or'm acreditamos0ue melhoraria muito as atuais condi+Des de congestionamento nas ruas, porocasio de se apanhar Knibus, pela manh, ao meio dia e tardinha%1P

    6 CM#+S, -ui. /Considera0es2 + 4nc

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    &o re$erido artigo, o jornalista se dirige, especi$icamente, s autoridades

    municipais, dizendo como elas deveriam agir para organizar o sistema de trGnsito da

    cidade% Luiz Campos determina os hor*rios, manda 0ue o 3re$eito convo0ue os

    interessados e acertem as modi$ica+Des, 0ue, para ele, iam levar a cidade a um status de

    AmetrpoleB, pois da maneira catica como estava $uncionando o trGnsito no era

    ade0uado para tal cidade%

    Mais interessante ainda ' perceber 0ue o periodista se mostra despretensioso ao

    sugerir isso, dizendo 0ue Ano temos outras pretensDes nisso, a no ser colaborar com as

    autoridades num caso 0ue entendemos pertencer a todosB11% 5ssim, Luiz Campos tenta

    mostrar ao p/blico 0ue no tem interesses pessoais ao sugerir essas mudan+as

    estruturais na cidade%

    )ntretanto, atrav's das re$le9Des de Roger Chatier e 3ierre Tourdieu sobre

    leitura, em debate publicado no livro A3r*ticas da LeituraB, os estudiosos apontam 0ue

    como historiadores devemos pensar o te9to de v*rias maneirasE como uma instru+o,

    como uma indica+o de $ormas de agir ou $azer%

    5ssim, todos os detalhes 0ue permeiam os te9tos devem ser 0uestionadosE os

    usos de pontua+o, as letras em mai/sculo, os ttulos e subttulos, 0ue, para 3ierre

    Tourdieu Aso igualmente uma mani$esta+o de uma inten+o de manipular a recep+o%

    >*, portanto, uma maneira de ler o te9to 0ue permite saber o 0ue se 0uer $azer 0ue o

    leitor $a+aB18

    .esta $orma, 0uestionemos a inten+o 0ue tinha o jornalista ao se mostrar sem

    maiores pretensDes% &o seria o contr*rioF 5$inal, j* podemos ter ideia dos interesses0ue permeavam a escrita de Luiz Campos, 0ue no tardaria mesmo a chegar 3re$eitura

    Municipal de -ortaleza, na d'cada seguinte%

    11 4dem.

    1*TOSR.=)S, 3ierre e C>5R2=)R, Roger% 5 leituraE uma pr*tica cultural IdebateJ% =nE C>5R2=)R,Roger Iorg%J #r)ticas da leitura% 4o 3aulo, )sta+o Liberdade, 8PP1, p% 8!%

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    )nto, ao apresentar ao p/blico estas ideias, j* poderia ser um indcio de

    inten+Des, sejam elas no Gmbito poltico, ou mesmo jornalstico, ao sair $rente dos

    colegas ao propor tais atitudes para as autoridades, pois seguindo no esteio do 0ue '

    pensado por Tourdieu

    O $ato de 0ue uma coisa 0ue era oculta, secreta, ntima, ou simplesmenteindizvel, mesmo 0ue no recalcada, ignorada, impensada, impens*vel, o $atode 0ue essa coisa torne7se dita e dita por algu'm 0ue tem autoridade, 0ue 'reconhecido por todo mundo, no somente por um indivduo singular,

    privado, isso tem um e$eito $ormid*vel%1

    Logo, conclui7se 0ue 0uestionar tamb'm 0uem era o p/blico 0ue recebia essas

    in$orma+Des, 0ue tinha acesso a essas representa+Des de cidade, ' outro interesse de

    nosso estudo, j* 0ue, tomando por base as re$le9Des de 5ntKnio CGndido, entendemos

    0ue Ao p/blico ' o $ator de liga+o entre o autor e sua prpria obraB%1"

    certo 0ue, 0uela 'poca, a Gazeta de Notcias era um dos jornais mais

    baratos vendidos na cidade, mas a concorr(ncia com outros peridicos era bastante

    grande% &a0uele perodo tamb'm circulavam em -ortaleza os jornais O Nordeste,

    Correio do Cear, !"itrio e O Povo, merecendo muito desta0ue os tr(s /ltimos,

    preocupados com a moderniza+o de seus e0uipamentos e a 0ualidade dos seus

    suplementos, principalmente liter*rios%

    &a d'cada de 1!P, ' desta0ue na obra de ;eraldo &obre, 0ue a Gazeta de

    Notciaspassava por um perodo de decad(ncia, mudando v*rias vezes de propriet*rios

    e diretorias% 2odavia, &obre tamb'm apresenta outra caracterstica mais atraente do

    jornalismo cearense na0uele perodo, segundo ele AIos jornaisJ 0uase todos so

    independentes, e seguem uma linha democr*tica, in$luindo consideravelmente na

    opinio p/blicaB1!%

    19 4dem, p. *.

    1CB%4%+, ntnio. Literatura e Sociedade2 Estudos de (eoria -iterria eHistria -iterria. >io de ?aneiro2 +uro so3re aul, *558, p. 9.

    17B+I>E, Geraldo da Silva. Introduo Histria do ornalismo Cearense.

    Edio $acJsimilar. Fortalea2 BU%+C, Secretaria de Cultura do Estado do Cear,r!uivo #D3lico do Cear, *558.

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    =n$elizmente, poucas so as $ormas de intera+o entre o jornalista e seus

    leitores 0ue tivemos a oportunidade de veri$icar% Sm primeiro indcio 0ue isto e9istia

    so as cartas de leitores publicadas pelo jornalista, mas durante os dois anos nos 0uais

    escreve as colunas diariamente apenas tr(s cartas $oram selecionadas por Luiz Campos

    para serem apresentadas ao seu p/blico leitor%

    Sma delas chama bastante aten+o% a carta de um leitor, pai, 0ue indignado

    com os acidentes de trGnsito de estavam acontecendo nas pro9imidades de escolas,

    escreve para Luiz Campos pedindo 0ue o jornalista tome alguma atitude a esse respeito

    e divulgue estes $atos1#%

    3rontamente, Luiz Campos publica a carta e, poucos dias depois, volta a

    apresent*7la ao p/blico, a$irmando 0ue estava $azendo a0uilo a pedido de seus leitores%

    =n$elizmente, cindo dias se passam da segunda apresenta+o da carta e o jornalista

    publica um novo artigo contando a histria de mais um acidente com vtima $atal nas

    pro9imidades de um col'gio1%

    5s outras duas cartas publicadas na coluna de Luiz Campos se re$erem a

    problemas menos graves e, talvez, por isso, no tenham chamado tanta aten+o como a

    primeira% )m uma delas o leitor pede ao jornalista 0ue se posicione $rente 0uesto da

    constru+o de uma maternidade%

    O interessante no 0ue toca esta carta ' a $orma como Luiz Campos a apresenta,

    tentando mostrar aos seus leitores 0ue estava aberto a receber este retorno dos seus

    escritos e, mais, $ala 0ue recebia v*rios coment*rios, cartas e bilhetes sobre a0uilo 0ue

    escreviaE&esta se+o temos desenvolvido um trabalho modesto, por'm bemintencionado a $avor de causas justas, $ocalizando os problemas do nosso

    povo, criticando o descaso das autoridades, s vezes, em outras ocasiDes, noentanto, louvando os gestos nobres ou as determina+Des corretas% =sto temvalido, at' certo ponto, para 0ue se sinta haver interesse da parte de um grupo

    18 CM#+S, -ui. /Considera0es2 Su)est0es de um pai. 4n.2 Gazeta deNotcias, 17 a3r. 1678, p.9.

    1 CM#+S, -ui. /Considera0es2 morte de Alademir. 4n.2 Gazeta deNotcias, *7 a3r. 1678, p.9.

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    de leitores por estes escritos% .esse modo, ento, no raro, estamosrecebendo sugestDes, cartas, coment*rios, todos de pessoas 0ue sentem arepercusso destas considera+Des e procuram e9ternar pontos de vista, 0uasesempre sensatos, 0ue recebemos com satis$a+o%1

    )ntretanto, se isto 0ue o jornalista estava $alando $osse verdade, poucas $oramas oportunidades em 0ue ele selecionou as cartas e coment*rios para apresent*7las ao

    seu p/blico e, a, $ica a nossa interroga+o sobre como o jornalista $azia este tipo de

    sele+o% 2alvez, publicasse no s a0uilo 0ue o interessasse, mas tamb'm 0ue desse

    espa+o para responder 0uem enviava as cartas e convencer seus leitores sobre suas

    opiniDes, uma vez 0ue sempre se preocupava em dar um retorno pessoal s cartas 0ue

    eram publicadas%

    &este e9emplo, o leitor se mostra insatis$eito com a atitude dos rgos p/blicos

    de construir tal maternidade, pois ele acreditava 0ue isto no resolveria o problema das

    mes pobres% )nto, apela para o jornalistaE

    ), dada a gravidade do problema, pe+o a N% 4%, 0ue em seus apreciadosartigos, trate do assunto, chamando a aten+o dos poderes p/blicos, pois no' justo 0ue os problemas 0ue atingem o povo, sejam resolvidos pelo prprio

    povo, como vem acontecendo, atrav's de campanhas $ilantrpicas 0ue se vempromovendo em -ortaleza, numa demonstra+o $risante de 0ue osgovernantes no esto altura dos cargos para os 0uais $oram eleitos pelo

    povo%1

    O retorno ao 0ue ' solicitado pelo missivista ' prontamente divulgado por Luiz

    Campos 0uando, logo abai9o da carta escreveE

    O nosso acatado Chico Lima $ocaliza um assunto por demais interessante 0uedenuncia uma grave situa+o 0ue j* se constituiu norma entre ns% 5ssolu+Des so adotadas, sem, no entanto, buscar7se as 0uestDes correlatas, da

    por0ue tudo $ica no A$eito por no $eitoB% .esde 0ue se vai solucionar oproblema da maternidade, seria o caso cuidar de melhor aparelhagem para o

    juizado de menores% &o ' s nascer meninos% preciso 0ue eles cres+amsadios, $sica e moralmente%8P

    1 CM#+S, -ui. /Considera0es2 #ro3lemas s"rios. 4n.2 Gazeta deNotcias, * a)o. 1677, p.9.

    16 Carta do leitor C:ico -ima. CM#+S, -ui. /Considera0es2 #ro3lemass"rios. 4n.2 Gazeta de Notcias, * a)o. 1677, p.9.

    *5 CM#+S, -ui. /Considera0es2 #ro3lemas s"rios. 4n.2 Gazeta deNotcias, * a)o. 1677, p.9.

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    3elo retorno 0ue o jornalista d* a esta carta, pode7se in$erir 0ue ele concorda

    com a opinio do leitor, mostrando, mais uma vez, a $alta de aten+o das autoridades

    para com a0uilo 0ue elas deveriam proporcionar a popula+o% 5l'm disto, Luiz Campos

    ainda indica o 0ue era melhor a ser $eito com o dinheiro 0ue estava sendo usado para a

    constru+o da maternidade, dando solu+o para o problema apresentado pelo leitor%

    5 partir disso, poderamos pensar 0ue o jornalista publicasse apenas cartas

    sobre as 0uais concordasse com o conte/do e 0ue pudesse re$erendar a opinio do leitor7

    missivista% 3or'm, no ' desta $orma 0ue acontece, na terceira carta publicada pelo

    jornalista ele se mostra contr*rio opinio do leitor%

    &esta carta, o leitor 0uestiona a compra do pr'dio da Cimaipinto pelo Tanco do

    &ordeste do TrasilE

    -ortaleza, 1! de outubro de 1!! H Os jornais de hoje publicam os detalhesda opera+o do pr'dio da C=M5=3=&2O pelo Tanco do &ordeste% 4o cousasdeste pas% ;astam7se milhares de cruzeiros na instala+o de um banco para

    pouco depois vir outra opera+o no mesmo sentido% )ntretanto, o 0ue maisestarrece o simples observador I0ue nada pode desejar de tal bancoJ ' onegcio de AavK para netoB 0ue se pretende $azer% )n0uanto o humildeagricultor para obter algum dinheiro, digamos CrW 8PP%PPP,PP para aconcluso de um a+ude precisa hipotecar seus bens na0uele banco, num valorde CrW #PP%PPP,PP a mil contos, como garantia, um super capitalistaconsegue uma venda 0ue ' uma aut(ntica hipoteca sem juros nem prazo%3ois, entrega um pr'dio por 1 mil contos com direito a reverso pelo mesmovalor 0uando o Tanco instalar sua sede de$initiva 5ssim 0ual0uer um ser*rico%%% 4eu leitor, 2arcisio 5lmeida%81

    Logo aps a apresenta+o da carta, Luiz Campos se posicionaE

    &o poderamos dei9ar de acusar o recebimento da missiva do nossoprestimoso e bom leitor% 2odos os 0ue nos l(em merecem a nossa melhorconsidera+o% 5 transcri+o da carta, sem d/vida, se $az necess*ria para 0ue

    possamos abordar o assunto em melhor posi+o% 5creditamos, realmente, nosbons propsitos e na ideia bem intencionada do missivista, 0ue, como severi$ica pelo estilo, ' pessoa ilustrada e sabe e9por bem os seus pontos devista% )ntendemos, no entanto, 0ue houve da parte do sr% 2arcsio, um

    julgamento 0ue no se apresenta bem realidade, em rela+o transa+ohavida com o pr'dio para o T&T% verdade 0ue o cr'dito para o nossoagricultor, neste pas, ainda obedece a uma norma com a 0ual noconcordamos, pois se processa atrav's da modalidade de um negcio 0uandodeveria ser em $orma de 4)RN=XO% I%%%J &o 0ue se relaciona, por'm, como

    pretende o nosso leitor $undamentar com a compra do pr'dio, ' 0ue no h*muita justi+a% Comentando sempre assuntos 0ue possam interessar ao p/blicoe abordando os mais imediatos problemas da coletividade, precisamos

    *1 Carta do leitor (arc'sio lmeida. CM#+S, -ui. /Considera0es2 + IBI eo pr"dio da Cimaipinto. 4n.2 Gazeta de Notcias, *1 out. 1677, p.9.

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    con$essar 0ue $omos um dos primeiros a investigar e procurar conhecer, emdetalhes, tudo a respeito do negcio% Sma s'ria necessidade, a $im deescrever sem precipitar% 5pressamo7nos, por isso, a vir em $avor do Tanco do

    &ordeste%88

    .epois disso, o jornalista passa a de$ender o negcio $eito pelo Tanco ecriticado pelo leitor, e9plicando 0ue concordava com a mudan+a do pr'dio atual do

    T&T para o 0ue estava sendo ad0uirido% )ntretanto, ' bom percebermos, mais uma vez

    a intencionalidade de Luiz Campos ao apresentar esta carta 0uando mostra aos seus

    leitores seu pioneirismo em ir AinvestigarB o negcio 0ue estava sendo travado pelo

    Tanco, outra marca de sua postura como jornalista%

    Continuando neste esteio de investigar a inser+o dos artigos de Luiz Campos

    na sociedade, outra $orma de perceb(7la ' atrav's de outras cartas publicadas pelo

    prprio jornal e no e9postas na coluna do jornalista% Sma delas ' um agradecimento

    p/blico do Tanco de Cr'dito Comercial 0ue, na ocasio, agradece ao jornalista um

    artigo em 0ue parabeniza pela passagem do anivers*rio de P anos da institui+o8%

    Outra carta publicada na Gazeta de Notcias ' de um leitor, chamado, 6os'

    Nitorino de -reitas 0ue elogia um artigo do jornalista% &a oportunidade, o leitor se

    apresenta concordando com a posi+o de Luiz Campos, 0ue em um de seus artigos

    havia alertado a popula+o contra o deputado Carlos 6ereissati8"%

    2odavia, ' possvel percebermos ainda a inser+o de seus artigos nos meios

    polticos e sociais atrav's do prprio jornal, 0uando traz mat'rias, notas e at' mesmo

    editoriais sobre a $igura do jornalista, mostrando alguns casos em 0ue seus artigos tem

    repercusso, por e9emplo, nas casas legislativas, como a situa+o onde um deputado

    0ue tece elogios ao jornalista em sesso da 5ssembl'ia Legislativa pela publica+o de

    um artigo no 0ual Luiz Campos pedia s autoridades a constru+o da Cidade

    ** CM#+S, -ui. /Considera0es2 + IBI e o pr"dio da Cimaipinto. 4n.2Gazeta de Notcias, *1 out. 1677, p.9.

    *9 + Ianco de Cr"dito Comercial a)radece a -ui Campos. Carta do Iancode Cr"dito Comercial. 4n.2 Gazeta de Notcias, 5 mar. 1678, p. 1.

    * plausos ao @ornalista -ui Campos. Carta do leitor ?os" Aitorino deFreitas. 4n.2 Gazeta de Notcias, 19 out. 1677, pp J.

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    Sniversit*ria%8!4obre o mesmo artigo, a Gazetachega a publicar uma outra mat'ria em

    0ue $ala 0ue o deputado 3aes de 5ndrade tamb'm havia tecido elogios pela atitude do

    jornalista em trazer tona a 0uesto da constru+o da Cidade Sniversit*ria%8#

    5l'm destas mani$esta+Des elogiosas, o prprio jornal chegou tamb'm a

    apresentar situa+Des em 0ue Luiz Campos estava sendo alvo de crticas na 5ssembleia

    Legislativa, episdio acontecido depois de o jornalista ter publicado um artigo no 0ual

    $azia re$er(ncia m* conduta de alguns polticos do interior do estado%

    &este caso, o .eputado Cincinato -urtado Leite vai tribuna da 5ssembleia e

    tece crticas a atitude tomada pelo jornalista, al'm de acusar o deputado 3aes de

    5ndrade, 0ue seria cliente do escritrio de advocacia de Luiz Campos, de usar o

    jornalista para escrever o re$erido artigo acusando opositores do deputado8% )ntretanto,

    ' bastante clara, desde a manchete da mat'ria ao prprio conte/do a posi+o de de$esa

    ao jornalista 0ue a Gazeta de Notciastoma%

    )stes so alguns dos indcios 0ue tivemos a oportunidade de colher durante

    nossa pes0uisa sobre a inser+o dos artigos de Luiz Campos na sociedade% =nteressante

    perceber 0ue os assuntos sobre os 0uais o jornalista tem um retorno de seu p/blico leitor

    so os mais diversos e, dentre eles, al'm das 0uestDes polticas, os problemas 0ue ele

    apontava na cidade de -ortaleza, corroborando com nossa ideia de 0ue o jornalista

    possua uma inser+o na sociedade atrav's de seus artigos e usava o espa+o do jornal

    para divulgar suas ideias para a cidade, a $im de angariar prestgios e conseguir se

    inserir na poltica local%

    *7)logio de .ep% 5 Luiz Campos# Gazeta de Notcias, P de abril de 1!!, p% P1#

    *8 Elo)io de #aes de ndrade. Gazeta de Notcias, 95 de a3ril de 1677, p.51.

    * ssem3leia -e)islariva2 %eputado Cincinato tirou conclus0es $alsas.Gazeta de Notcias, 58 set. 1671, pp. 1 e .