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CENTRO UNIVERSITRIO DE MARINGVALIDAO DE CRDITOS EM TEOLOGIAProfessor Dr. Alfredo dos Santos Oliva Professor Me. Rubem Almeida Mariano

TEOLOGIA E COMUNICAO

CONTEDO PROGRAMTICOHISTRIA DO PENSAMENTO CRISTO TEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS

MARING-PR 2010

Reitor: Wilson de Matos Silva Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho Pr-Reitor de Administrao: Wilson de Matos Silva Filho Pr-Reitor de Pesquisa, Ps-Graduao e Extenso: Flvio Bortolozzi

NEAD - Ncleo de Educao a DistnciaDiretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva Coordenao de Ensino: Viviane Marques Goi Coordenao de Curso: Edrei Daniel Vieira NAP Ncleo de Apoio Pedaggico: Dulcelene Pinatti Almeida Coordenao de Tecnologia: Fabrcio Ricardo Lazilha Coordenao Comercial: Juliano Mario da Silva Capa e Editorao: Ronei Guilherme Neves Chiarandi e Luiz Fernando Rokubuiti Superviso de Material: Nalva Aparecida da Rosa Moura Reviso Textual e Normas: Erica Coimbra, Hrica Pichur e Thays Pretti

Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimao - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maring - Paran - www.cesumar.br NEAD - Ncleo de Educao a Distncia - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - [email protected] - www.ead.cesumar.br

Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMARCENTRO UNIVERSITRIO DE MARING. Ncleo de Educao a distncia: Teologia e comunicao/ Alfredo dos Santos Oliva, Rubem Almeida Mariano - Maring - PR, 2010. 102 p. Curso de Validao de Crditos em Teologia . Contedo: Histria do pensamento cristo, teologia, comunicao e novas tecnologias. 1. Teologia. 2. Pensamento cristo. 3. Tecnologias. 4. EaD. I. Ttulo. CDD - 22 ed. 230 CIP - NBR 12899 - AACR/2

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As imagens utilizadas nesta apostila foram obtidas a partir dos sites contratados atravs da empresa LEVENDULA IMAGEM DIGITAL LTDA - Rio de Janeiro - RJ. Animation Factory; Purestockx; Photoobjects; Clipart e Ablestock.

TEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIASProfessor Me. Rubem Almeida Mariano

SUMRIO

UNIDADE I FUNDAMENTOS BBLICOS E TEOLGICOS DA COMUNICAO TEOLOGIA E COMUNICAO: UMA CONVERSA EM NOVA AMBINCIA ......................................................... 9 BBLIA E COMUNICAO.................................................................................................................................... 10 A AO DO PAI .....................................................................................................................................................11 A AO DO FILHO ................................................................................................................................................12 A COMUNIDADE COMUNICATIVA .......................................................................................................................14 RELIGIO, MDIA E NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAO ................................. 15 TEOLOGIA DA COMUNICAO: ALGUNS APONTAMENTOS ...........................................................................17 CULTURA, MDIA E RELIGIO NO CONTEXTO BRASILEIRO .......................................................................... 18

UNIDADE II FUNDAMENTOS DA COMUNICAO E DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAO O QUE COMUNICAO? ................................................................................................................................. 23 CONCEITO DE COMUNICAO POR REA DE CONHECIMENTO ................................................................. 24 OS SENTIDOS DO TERMO COMUNICAO ................................................................................................... 25 TEORIA DA INFORMAO: ALGUMAS DAS CONCEPES CLSSICAS E CONTEMPORNEAS DA COMUNICAO ................................................................................................................................................... 26 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAO .................................................................. 28

UNIDADE III ECLESIOLOGIA E NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAO ECLESIOLOGIA E SOCIEDADE DA INFORMAO ........................................................................................... 35

PRTICAS ECLESIAIS: NUMA NOVA AMBINCIA E USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAO PARA O EXERCCIO DA MISSO DA IGREJA ....................................................................... 37 REFERNCIAS ..................................................................................................................................................... 48

UNIDADE I

FUNDAMENTOS BBLICOS E TEOLGICOS DA COMUNICAOProfessor Me. Rubem Almeida Mariano Objetivos de Aprendizagem ConscientizardaimportnciadodilogoentreTeologiaeComunicao. IdentificarosfundamentosbblicoseteolgicosdaComunicao. Desenvolverumespritocrticosobreasrelaesentrereligio,mdiaenovastecnologiasdainformao e da comunicao na sociedade de hoje, em especial, no Brasil.

Plano de Estudo Aseguir,apresentam-seostpicosquevocestudarnestaunidade: TeologiaeComunicao:umconversaemnovaambincia BbliaeComunicao TeologiadaComunicao Religio,MdiaeNovasTecnologiasdaInformaoedaComunicao Cultura,MdiaeReligionocontextobrasileiro

TEOLOGIA E COMUNICAO: UMA CONVERSA EM NOVA AMBINCIARaiouumanovaambincia.JvaiotempoquandoaTeologia,enquantoconhecimentoconstitudo,nonecessitava dialogarcomoutrosconhecimentosparaelaborareemitirsuasconstataessobrearealidadehumana. Novos tempos. Hoje, o marco interdisciplinar uma exigncia epistemolgica e metodolgica das cincias humanas. O dilogo, portanto, o caminho. Sendo assim, se inaugura um novo tempo em que deve conviver a especificidade e a diversidade dos conhecimentos sobre uma determinada realidade. Por isso, conhecer hoje envolveasmaisdiversasreas:social,poltica,econmica,cultural,psicolgicaeespiritual. Quem ressalta essa questo de uma maneira apropriada Marcelino (2004) quando trata da questo da Departamentalizao e Unidade das Cincias Sociais. Afirma que os olhares dos conhecimentos esto necessariamente voltados para um mesmo mundo social, no sentido que a vida do ser humano em sociedade complexa e composta de uma multiplicidade de aspectos que se interpenetram. nesse sentido que Marcelino (2004)assinalaquenohcomonegarumaaotericaquedescarteessevisunitrio.dialogar,portanto, utilizando o conhecimento especializado, de forma consistente e aprofundada, considerando, simultaneamente, o outro conhecimento, que observa esse mesmo objeto, numa perspectiva distinta. A palavra de ordem, nesse sentido, soma: formar rede interativa, incluso e no subtrao, fragmentao ou excluso. Nessa perspectiva, Santos (2008) destaca que imprescindvel estar ciente que h resultados diferentes conforme a rea do conhecimento, por exemplo, das reas de exatas e das de humanas. As primeiras so mais conclusivas doqueassegundas.Estastmdiferenaentresi.Porisso,emespecial,humcomplexidadenosestudosda comunicao, dentre os quais Santos ressalta (2008): a) a natureza do ato comunicativo, que pode ser interpessoal, por mquinas, meios de comunicao de massa, recursosverbais(sonoroouescrito),gestuaisoupictricos,e; b) a interdisciplinaridade a utilizao de conceitos forjados em outras reas do conhecimento (sociologia, antropologia, psicologia, fsica, biologia, etc.). Contudo,Santos(2008)deixaverqueainterdisciplinaridadeenquantoprpriadacomplexidadedoconhecimento dasCinciasHumanas,tambmserevelacomoasuachavehermenuticaparacompreenderaComunicao. Por isso, a Teologia nesse sentido deve se encontra nessa comunidade dialgica com outras reas do conhecimento humano, como forma de expressar significativamente seus conhecimentos para a vida humana hoje. Nessa perspectiva, por exemplo, no que diz respeito Teologia Prtica, Sathler-Rosa (2004) enfatiza a reciprocidade entre teologia e a ao crist no mundo. Isso quer dizer que a Teologia Prtica deve abrir canais de dilogocomascinciassociaiseoutras,deformamaisamplaemaisobjetiva,comocasodacomunicaoou das novas tecnologias da comunicao. Porm, no se pode fechar os olhos relao entre teologia e comunicao quando, em especial, referimo-nos ao mbito eclesial ou comunitrio. Gomes (2005) observa que a relao entre a comunicao e a teologia ainda no est totalmente esclarecida no pensamentodaIgreja.Vejamosasseguintesquestes: a) AprpriaprticaeclesialemissiolgicadaIgrejaCristmarcadaporcontradiesreferentesaosmeiosdeTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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comunicao social (demonizao e sacralizao dos meios de comunicao). b) A ideia de colocar a teologia em tudo e tudo ser determinado pela teologia, ou seja, batizar a comunicao para ganhar dignidade reconhecida. c) O problema se agrava quando a teologia parte da doutrina e no da realidade. De um mundo ideal e ordenado paraasaplicaesprticaseasincidnciasnavidadaspessoas. d) H pouca literatura e pesquisa sobre o tema: teologia e comunicao. A marca a precariedade e escassez. Diante dessas questes que ainda se colocam a frente ou entre o nosso tema: teologia e comunicao, apresentaremos algumas ideias que nos ajudam a desenvolver o tema de maneira mais apropriada. Essas ideias so resultados de leituras especializadas em Alves (1979), Diz (1997), Sathler-Rosa (2004), Gomes (2005),Mendona(2008),Campos(2008),dentreoutrossobreotemaemapreoouafins,bemcomodaprpria experinciaacadmicaepastoral.Entreosobjetivosescolhidosesto: a) Abordar o presente tema considerando tanto a teologia quando a comunicao como dois campos distintos doconhecimentoquepodemseinter-relacionaleassimproporcionarummelhorentendimentodasquestes presentesedesuasaplicaesprticas. b) Nesse sentido, necessrio, para se constituir uma teologia da comunicao ou uma pastoral da comunicao, lanarumolharatentohistriadaIgreja,paraidentificarumacomunicaolibertadoradeontemedehoje, comotambmoestudomodernodacinciadacomunicaoluzdascinciassociais. c) imprescindvel registrar que a teologia bblica e sistemtica parte da realidade e no do mundo das ideias, ouseja,dafinseridanarealidadehistrica,assimcomoopaiAbraoeascomunidadesprimitivasdocristianismo: um novo cu e uma nova terra; bem como das doutrinas fundamentais ao Cristianismo como, por exemplo, a da Trindade e da Eclesiologia. d) Proporcionarreflexoteolgicasobreosignificadoeasmaisdiversasformasdecomunicaoatualparao contextoemissoeclesialnestanovaambincia. Deve ficar patente, nesta disciplina, que estamos estudando fenmenos sociais imprescindveis compreenso da prpriarealidadehumana,poisestamoscolocandoemevidnciaoatodacomunicao.Porisso,devemosguardar todoorespeitonodilogocomasCinciasSociaisparaalcanarobjetivosquecontribuamnoentendimentoda nossa realidade e na aplicao dos conhecimentos da teologia, sem cair, mesmo estando sujeitos a extremos ou equvocosprpriosdequemousabuscarhonestamenteoconhecimentodoseutempo.

BBLIA E COMUNICAOPode-se observar, aps a formao do cnon das Escrituras Sagradas, que a Bblia sempre foi utilizada nos momentosmaisimportantesdahistriadoCristianismo.Elatemsidorefernciaparatomadadedecisoede elaborao de teologias nevrlgicas da Igreja. Tal essa centralidade, por exemplo, que o telogo Karl Barth (CARVALHO, 2000) assevera a centralidade das Escrituras para a Igreja contempornea como estando: a) No conhecimento de Deus; b) De sua Revelao; c) De sua Proclamao.

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Diante disso, pode-se inferir, portanto, uma perspectiva da exegese bblica diante do novo contexto, a importncia novas tecnologias da informao e da comunicao e religio, no contexto brasileiro, em especial. Nesse ponto cabe a assertiva barthiana: se a Igreja testemunha fiel da F Crist, ela deve examinar seu testemunho (contextualizado) para assegurar-se de que ele fiel. Deste modo, a f e a vida da Igreja esto sendo sempre provadas luz da continua exegese das Escrituras (CARVALHO, 2000). Indiscutivelmente, a comunicao tema central no universo bblico neotestamentrio, haja vista que est escrito na Bblia, na boca de Jesus, no seu chamamento Igreja para o exerccio de sua misso, no Evangelho de Mateus: 28:19-20:Portantoide,fazeidiscpulosdetodasasnaes,batizando-osemnomedoPai,edoFilho,edoEsprito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, at a consumao dos sculos. Amm. Portanto, Proclamao do Evangelho est diretamente relacionada ao ato de comunic-lo em todo o tempo. E hoje o tempo, no como o tempo de ontem, mas como o tempo que se chama hoje, o qual, certamente, quando vier o amanh no ser mais o mesmo. Cada tempo tem a sua especificidade. O nosso tambm tem a sua peculiaridade: suas marcas so, dentre outras, a inovao, a mutao, a nova ambientao, uma nova constituio social, um novo ser social se que irrompe (voltaremos a essa questo nasprximasunidades). Nessesentido,estesubitemtemoobjetivodefazerumaexposiodouniversobblico-teolgicosobreotema, e quem de uma forma adequada e muito precisa realiza esse trabalho Gomes (2005), num artigo denominado TeologiaeComunicao.Aseguir,seroexpostassuasideiascomoeixocentral,comalgumascontribuiesao longo dessa exposio. Inicialmente, Gomes (2005) assevera que necessrio fazer a pergunta sobre os fundamentos bblicos de uma comunicao adequada ao projeto do Reino de Deus. Para isso, melhor lanar toda a ateno para o relato bblico, tanto do Antigo Testamento (AT) quanto do Novo Testamento (NT) sobre a ao de Deus Pai, Filho e Esprito Santo atravs do testemunho da Igreja ou da Comunidade.

A AO DO PAIA dinmica do AT a seguinte: Deus oferece a comunicao. O povo rompe a comunicao. Deus torna a oferecer a comunicao. uma dialtica comunicativa entre um Deus que salva e um mundo pecador. a) A iniciativa de comunicao de Deus a. Deus abre um dilogo com o ser humano O ato da criao, em especial do ser humano homem e mulher , um ato comunicativo que revela de antemo um Deus que cria um ser comunicativo, e, com esse mesmo atoinauguraumdialoga(gratuitoelivre)comesteser.Portanto,emGnesis1:26,Deusdisse:Faamos o homem nossa imagem, conforme a nossa semelhana; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos cus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o rptil que se move sobre a terra. Nota-se no ato criador de Deus, o ato da comunicao que cria um ser comunicativo, pois recebe o Esprito de Deus que comunicao. b. Deus chama um povo e faz uma aliana O ato comunicativo de Deus se expressa em uma aliana marcadaTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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pelochamamentodeumpovo:Gnesis15:7,12:2e17:9:"Disse mais Deus a Abrao: Tu, porm, guardars a minha aliana, tu, e a tua descendncia depois de ti, nas suas geraes. c. Deus se comunica como libertador ao povo O ato comunicativo de Deus expresso de uma maneira contundenteeconcretanahistriadeumpovo.Elesesolidarizacomseupovo.Elev,sente,ouveesemovimenta. Ele se comunica: Ex.3:7-10, em especial, o versculo 8 que diz: Portanto desci para livr-lo da mo dos egpcios, e para faz-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu. b) A recusa da comunicao a. O povo se fecha para o dilogo O povo se fecha de maneira egosta em si e busca ser igual a Deus, conformeGnesis3:5,assimdiz: Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abriro os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E, com isso o povo rompe com o criador. b. O povo ao se fechar, no se comunicar, perde referencial e se confunde A mais emblemtica expresso dissoaTorredeBabel,emGnesis11,emespecial,oversculo9,queafirma:Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a lngua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra. Essa passagem aponta a falta de comunicao entre os seres humanos. c. O povo se contradiz s portas da Terra Prometida O povo quer voltar para o Egito tanto do ponto de vista geogrficoquantopsicolgico,conformeEx.32:1eemdestaqueNmeros11:5,queestescrito:Lembramonos dos peixes que no Egito comamos de graa; e dos pepinos, e dos meles, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. d. O povo no se comunica com Deus e por isso no se comunica tambm com o prximo Tal situao seintensificanapossedaterraprometida,porissoosDezmandamentosparapreservaracomunicao,o dilogo entre Deus e o seu povo e o povo entre si, em Ex.20, nos versculos: 2, 3,13, como exemplo: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servido...; No ters outros deuses diante de mim...; No matars... c) A proposta de comunicao se mantm Apesar de o povo romper a comunicao com Deus, Ele, enquanto ser livre, procura, por sua vontade, reatar essa comunicao atravs dos juzes e dos profetas, os quais eram comunicadores da vontade de Deus e de sua palavra, conforme Jeremias 1:9-10: E estendeu o SENHOR a sua mo, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca; Olha, ponho-te neste dia sobre as naes, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destrures, e para arruinares; e tambm para edificares e para plantares.

A AO DO FILHOEmHebreus1:1-2,temosumanarrativaqueumareferncianateologiadacomunicao.Assim,asEscrituras nosdizem:HavendoDeusantigamentefaladomuitasvezes,edemuitasmaneiras,aospais,pelosprofetas,ans falou-nos nestes ltimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez tambm o mundo. Essa passagemassinalaqueDeussecomunicacomoserhumanopormeiodoseuprprioFilho,Jesus,comoPalavra Viva, na plenitude dos tempos. Jesus a expresso exata do ser de Deus.

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Cristo, a Palavra do Pai i. A Palavra do Pai uma palavra encarnada, que desce e que se torna ser humana, Jesus Cristo. Para haver comunicao,fundamentalvivernaprpriapeleparapodercomunicardemaneiravivae,assim,atingirseus ouvintes a partir de sua realidade, conforme a narrativa do Evangelho de Joo 1:1; 14: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus...; E o Verbo se fez carne, e habitou entre ns, e vimos a sua glria, como a glria do unignito do Pai, cheio de graa e de verdade. ii. A encarnao revela um Deus, em Jesus, que fala uma linguagem das pessoas humanas, com todas suas limitaes.Comotodacomunicao,essalinguagemsofreasambiguidadesdacomunicaohumana:a)ser entendida por uns e rejeitada por outros; b) como ser humano, Jesus sofre com os conceitos ambguos e com umalinguageminsuficienteelimitada.Porexemplo,oannciodoReinodeDeus.EleanunciaumReinoque j tinha uma compreenso deturpada, por isso a confuso, segundo Evangelho de Joo: 8:25 Disseram-lhe, pois: Quem s tu? Jesus lhes disse: Isso mesmo que j desde o princpio vos disse. iii. Assim como Deus se comunicou concretamente, Jesus Cristo tambm se comunicou com gestos concretos de salvao e libertao, esse o testemunho de Lucas 4:18-19: O Esprito do Senhor sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do corao, a pregar liberdade aos cativos, e restaurao da vista aos cegos, a pr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitvel do Senhor. iv. A comunicao realizada por Jesus no algo pronto, mas dinmica que vai se aprofundando e gerando um dilogo e uma resposta necessariamente do povo. Morte: a resposta humana i. A resposta humana proposta de Deus por meio de Jesus ambgua. Uns aceitam e outros rejeitam. Segundo Evangelho de Joo 12:24: Na verdade, na verdade vos digo que, se o gro de trigo, caindo na terra, no morrer, fica ele s; mas se morrer, d muito fruto. ii. ArejeiohumanaaJesussedporduasrazes:porcriticarasestruturasinjustas,tantoreligiosasquanto polticas e por tornar presente a vida de Deus frente aos dolos religiosos e polticos. Assim como no AT, o povo rompe mais uma vez. Ressurreio: a confirmao da proposta i. A ltima palavra desse dilogo entre Deus e o ser humano foi dado por Deus pela sua Graa, conforme Efsios 2:8:Porquepelagraasoissalvos,pormeiodaf;eistonovemdevs,domdeDeus.Essapalavrase chamaressurreioedefinitiva,conformePrimeiraCorntios15:14:E, se Cristo no ressuscitou, logo v a nossa pregao, e tambm v a vossa f. ii. Nessapalavra,DeusemCristofaladefinitivamenteaoserhumano.Elevidaquelibertacriandofraternidade, liberta os cativos os pobres e oprimidos; no dizer de Glatas 5:1: Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e no torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servido. iii. Esta libertao tem como base cruz. Ela o grande testemunho de solidariedade de Deus em Cristo pelo ser humano, como nos chama a ateno Segundo Corntios 5:19: Isto , Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, no lhes imputando os seus pecados; e ps em ns a palavra da reconciliao. iv. Diantedisso,aressurreiosetornaachavehermenuticadeinterpretaodetodaavidadeJesus.Eladiz que a vida e a misso de Jesus no terminaram com sua morte. Mas ressurgiu. Deus d testemunho que fez asuaopoporumcrucificado.APalavraDeusemCristovencemorte,PrimeiraCorntios15,emespecial,no versculo 57: Mas graas a Deus que nos d a vitria por nosso Senhor Jesus Cristo. Deus vence testemunhando atravs de Jesus Cristo esse dilogo com o ser humano.

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A COMUNIDADE COMUNICATIVAA Igreja que, em nome de Deus e a partir de Cristo, continua e mantm a comunicao de Deus com as pessoas, conformeAtosdosApstolos1:8,queassimdiz:Mas recebereis a virtude do Esprito Santo, que h de vir sobre vs; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalm como em toda a Judeia e Samaria, e at aos confins da terra. Ou, ainda, conforme Evangelho de Mateus. 28: 18-20, que a base do chamamento de Cristo para a Igreja assumir a comunicao da Sua mensagem como continuadora de sua obra. a)APalavranoEspritoSanto i. A Igreja iluminada pelo Esprito que lhe possibilita receber a comunicao de Cristo e transmiti-la ao mundo, se autocompreende como a Palavra de Cristo ao mundo no Esprito Santo, conforme Evangelho de Joo 14:26, Mas aquele Consolador, o Esprito Santo, que o Pai enviar em meu nome, esse vos ensinar todas as coisas, e vos far lembrar de tudo quanto vos tenho dito. ii. A Igreja testemunha e presente por sua prxis concreta que a prxis imitativa, reiterativa da prxis de Cristo. Assim, assinalam as Escrituras em Efsios 6:20: Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convm falar. iii. Portanto, a Igreja presena de Cristo enquanto realiza a prxis de Cristo, que a construo do reino num mundoconflitivo(grifonosso).Porisso,aBbliachamasempreaIgrejareconciliaoemCristo,Segundo Corntios 5:20: De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por ns rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. b) A comunidade encarnada i. Parafalaraomundo,aIgrejanecessitafalaralinguagemhumana;assimbemenfatizouoapstoloPauloao dizer: Mas o que profetiza fala aos homens, para edificao, exortao e consolao. Por isso, a Igreja precisa se encarnar no meio das pessoas. ii. AencarnaopermanececomoocritrioeclesialparaacomunicaodeCristonahistria.Estecritrioexige que ela se encarne numa realidade concreta e assuma os riscos de sua comunicao. Esta comunicao noseddemaneiratericaealienada,masemgestosconcretosquelevamlibertao.Assim,Cristocomunicou a palavra de Deus, conforme Filipenses 2:5-8: De sorte que haja em vs o mesmo sentimento que houve tambm em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, no teve por usurpao ser igual a Deus Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente at morte, e morte de cruz. Portanto, sem a encarnao no ser possvel qualquer comunicao, qualquer transmisso da palavra de Jesus Cristo ao mundo de hoje. c) A comunicao interna e externa i. A ao comunicativa da Igreja desenvolve-se em dois vetores: ad intra e ad extra; ii. Oprimeiroassinalaosprocessoscomunicativosvividosedesenvolvidosnointeriordaprpriacomunidade. imprescindvel que o Esprito, que impulsiona a comunidade, circule livremente no seu interior. O amor, a partilha,acomunho,eraodistintivodosprimeiroscristos,conformeAtosdosApstolos4:32-35:E era um o corao e a alma da multido dos que criam, e ningum dizia que coisa alguma do que possua era sua prpria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreio do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graa. No havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preo do que fora vendido, e o de-

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positavam aos ps dos apstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha. Esse testemunho tambm cabe hoje comunidade. Conforme o testemunho bblico de Primeiro Corntios 11 sobre a CeiadoSenhor,ossacramentossocomunicaoporque,dentrodaIgreja,sogestossimblicosconcretos, realizadosemCristo,queexpressam,atualizando,aprxisdeCristonahistria.Sogestosconcretossimblicos que relembram o passado e prometem o futuro; so momentos densos de vida da igreja, pois condensam tudo quanto ela e deve ser. A comunicao intraeclesial se d quando se busca viver essa relao horizontal (com os irmos e irms) e relao vertical (com Deus). iii. O segundo vetor relaciona-se com a ao missionria. Isso implica uma vocao universal para fazer discpulos, conforme Mateus 28. A igreja chamada a realizar a prxis libertadora de Jesus (Lucas: 4) expresso de comunicao criar fraternidade num mundo que vive sem ela. Para isso, a igreja deve ir e atuar junto queles que vivem numa condio subumana de vida, que lhes impossibilita entrar em dilogo com Deus, por quenopodementraremdialogocomseussemelhantes,vistoseremobjetosenosujeitosdesuahistria.

RELIGIO, MDIA E NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAOO que tem a ver religio, mdia e novas tecnologias da Informao e da Comunicao? Se tomarmos as mais recentespesquisaspublicadasnasCinciasdaReligioenasCinciasdaComunicao,porexemplo,aresposta um sonoro: tem tudo a ver! Vejasqueinteressante:paraelaboraodesseitem,foirealizadapesquisaemliteraturaimpressaedigitalizada. O acesso literatura impressa foi bem mais limitado do que literatura digitalizada, uma vez que no tnhamos muitosdoslivros,artigoseobrasderefernciaimpressasespecializadas,bemcomonoforamencontradosnas bibliotecas fsicas das proximidades; contudo, quanto literatura especializada digitalizada, o acesso foi muito maior. Esse relato to simples tem o objetivo de chamar a sua ateno para algo que j est posto e imprescindvel paraoentendimentodestadisciplina:estamosnumanovaambinciasociale,porquenodizer,religiosa. FAUSTO NETO (2004) inicia seu artigo sobre: a religio do contato: estratgias discursivas dos novos templos miditicos trazendo uma ideia de Weber, que dizia que apesar dos efeitos do pensamento racional e da modernidade, julgava impossvel viver-se num mundo desprovido de crenas. E que no obstante as profecias do iluminismo, os braos das velhas igrejas continuariam abertos para eles, referindo-se queles que definiam os horizontes da sociedade da razo. Nota-se que a mxima weberiana se perdurou ao longo dos tempos e somos testemunhas vivas que a religio nunca esteve to presente como nos dias atuais, em toda a modernidade. Arelaoreligioemdia,inicialmente,ganhaespaonaspesquisasacadmicas,dentreoutras,deumaforma especial, com o fenmeno denominado de Igreja Eletrnica. So pregadores que inicialmente vindos do rdio conquistaramamdiatelevisiva.SegundoGOMES(2002)ostele-evangelistasadvmdasIgrejasCrists,Catlica e Evanglicas, principalmente, americanas. A Igreja Eletrnica foi, e ainda , objeto de pesquisa da Teologia e dasCinciasdaReligio.Nadcadadeoitenta,orenomadotelogoHugoAssman(1986)e,jnestenovosculo, oCientistaSocialedaReligioLeonildoCampos(2008)tmtextospublicadossobreessefenmeno. Numrecorte,dofenmenoreligioemdiatelevisiva,Campos(2008)fazumartigoondeabordaduasquestes:as relaesentreevanglicosemdianoBrasil,desdeafasedaoralidadeedaimprensaatoperodocontemporneo, queodacomunicaomediadaeletronicamente(inclui-seaquiainternet)ereflexeseexemplosdecomoousoTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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dateleviso,assimcomoacompraderedestelevisivas,provocaramalteraesnamaneiradeospentecostais se comunicarem com a sociedade brasileira. CAMPOS (2002) observa que o uso da mdia, de uma maneira geral, pelos pentecostais significativo e expressivo, uma vez que tem se configurado um novo espao religioso, pois este mesmo grupo vem, ao longo dos tempos, sofrendo mudanas. Hoje dominam e ocupam o mercado sociorreligiosoatual,antestinhamumaposturadeabandonodasociedadeedesuastramasdiablicas. Para FAUSTO NETO (2004), a religio de hoje se apresenta como fenmeno religioso que se descola dos templos edesuaslgicas,autonomiza-sepelaexpansoeforadatcnicamiditicaparasetransformaremmarcase objetos semantizados, retirando a religio dos horizontes do transcendente, que vive submetido a um modelo de experinciadoaquieagora,quetrocaoantigoBemticopeloBem-estarindividualista,associandosalvaoe consumo. A presena da religio nos mais diversos meios de comunicao, desde os de massa (TV e rdio) como os das novastecnologias(viainternet)temdiaadiasidoexpressivoesignificativo.Porqu?Aseguir,paraconcluiresta unidade, tomamos as ideias e os dados apresentados por FAUSTO NETO (2004) para responder, aquela pergunta e tambm a seguinte pergunta, no mnimo interessante: Por que evolui a midiatizao da religio no Brasil via TV?Segundoeleportrsfatores: a) O primeiro,acaractersticadestaindstriacultural.Aatividadedecapturadosfiisspodesercompreendida se na esfera terrestre, pelo papel de uma indstria cultural peculiar onde se estrutura a oferta discursiva para omercadoreligioso,ouseja,shdiscursosporquelexistemcomplexosprocessosdeproduo.AsIgrejas CatlicaseEvanglicas(nopentecostais)adotamcomplexasredesderdioedeteleviso,comoocaso daRedeRecordedas3emissorascatlicasgeradoras(RedeVida,CanoNovaeSculoXXI).Naesfera editorial,nummercadode17milhesdeleitores,aseditorascatlicaseevanglicasfaturaram,juntas,178 milhesdereais,em2002.Ainternettambmoutroindicadordessaindstriacultural,comlojasvirtuaisoferecendo estruturas de e-commerce para vendas. Na atividade musical, foram comercializados, no mesmo ano, oitomilhesdediscos,oquecorrespondea14%dasvendasdaindstriafonogrfica,cujograndecarrochefe soosCDsdoPadreMarceloRossi,queaolongodosltimos4anosjcomercializoumaisde6milhesde unidades.Naesferacinematogrfica,oscatlicoslideramasinvestidas.OlanamentodofilmeMaria,me dofilhodeDeus,em2002,produooradaem7milhesdereais,foivistopormaisde3milhesdeexpectadores. Esta indstria cultural tem tambm seus protagonistas para dar visibilidade s estratgias. Marcelo Rossiummultipersonagem,vencedordeprmios,personagemdefilme,apresentadordeTV,cantor,almde peregrinar em entrevistas nas diferentes redes de TV. O missionrio RR Soares, alm de controlar uma igreja, seapresentadiariamenteemmaisdequatroestaes,inclusiveemhorrionobre,naBAND,oShowdaF, aocustomensalde3milhesdereais.EdirMacedo,autordemaisde22livros,controladuasredesdeTV, umaredederdio,ojornalFolhaUniversal-comtiragemsuperioraummilhodeexemplaresdirios,grfica, editora,empresadeprocessamentodedados,construtora,agnciadeviagem,gravadoradedisco,almde associaesdenegciosnareadainformticaenapolticanacional. b) O segundo, aexistnciadeummercadoreligiosoparaasofertasmiditicas.Aolongodasquatroltimasdcadas,1970/2000,oscatlicoscontinuamsendoamaiorpopulaoreligiosa,emboraseobservedecrscimonos seuscontingentes:seem1970elacorrespondiaa91,8%dapopulaoreligiosa,em2002,estespercentuais caempara73,9%.Emigualperodo,apopulaoevanglicasaltade5,2%para15,6%,oquesignificadizer que,segundodadoscensitriosem2002,oscatlicosseconstituemnumapopulaode125milhesdefiis contra26milhesdeperfilpentecostal.Habitandoaregiourbana,ondeestmaisde80%dosdomicliosdo pas, o neo pentecostalismo avana justamente naqueles espaos para onde foram despejados, nas ltimas 4 dcadas,maisde40milhesdebrasileiros,quesaramembuscadevidamaisdigna,transformando-seneste fabuloso exrcito de reserva, ou alvo das mais diferentes polticas pblicas, sociais, assistenciais e religiosas postasemprticaspelasinstituies.TEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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c) E, o terceiro, a sada de cena de agentes estratgicos, como, no caso, o Estado, faz com que o campo religioso seja convertido num protagonista na medida em que transforma estes cenrios em insumos para as estratgiasquevisamcapturadesegmentosdepopulaesparaashostesdasdiferentesreligies,apretexto do desenvolvimento de novas polticas institucionais. Atuando em cima do vcuo poltico-assistencial deixado peloEstadoeoutrasinstituies,asigrejaselegempolticasdeatendimentos,convertendoaculturamiditica naesferaemqueasdemandastemporaisdosindivduosserotransformadase/oucapturadasparaosfins instrumentaisdasinstituies.Areligiodeixadeserumaabstrao,epelotrabalhodelaemconstituirosnovos coletivos, colocando-se no lugar de contato, os horizontes de salvao deixam de ter como parmetros a vidadepoisdamorte,eumasriedenovasprticasteraputicasacionadacomorespostasproblemtica doaquieagora.Nestascondies,asestratgiastelerreligiosasestruturamosespaosdecuras,segundo operaesdecompraevendafundamentadasnosalicercesdomarketingconfessional.

TEOLOGIA DA COMUNICAO: ALGUNS APONTAMENTOSTodoequalquertemaouassuntoganhaforaquandotemsuafundamentaosustentadateolgica.Issono diferenteemrelaoComunicao.Tambmhelaboraesteolgicasquesustentamefundamentamesse tema na literatura especializada. Quem devolveu de uma maneira bem apropriada foi Dez (1997) no seu livro: Teologia da Comunicao. Tomo a liberdadeparasistematizaralgumasideiasqueso,semdvidanenhuma,mparesparaumaconstruoteolgica adequada para embasar nosso presente estudo. salutar a observao de Dez (1997) ao ressaltar que refletir a partir da f no significa desinteressar-se pelas realidadesdaterraenofalarsomentedascoisascelestiais,mastercomoreferencialepistemolgicodimenso espiritual. (p.111). Certamente, isso implica o exerccio de tornar a F Crist inteligvel para o nosso tempo. Por isso,usardosconhecimentosfilosficosoudaselaboraesracionaisnofazerteologiacumprirumprocessode comunicao onde necessariamente tambm a misso da Igreja est sendo realizada. Dez (1997) aborda com muita propriedade na obra j citada as principais doutrinas da F Crist, as quais sejam: a Trindade, a Criao, a Revelao, a Cristologia, a Pneumatologia e a Eclesiologia. Sem dvida, refletir sobre osfundamentosteolgicosdacomunicaoapartirdasprincipaisdoutrinasproporcionaumacompreensomais apurada da importncia desse tema para os nossos dias, bem como para a ao da Igreja na sociedade de hoje. Inicialmente, Dez (1997) ressalta que a Trindade , para a comunicao crist, a fonte, a origem, o modelo eprottipodetodacomunicao.Pois,nocentrodafcristaestaaconfissodeumDeusPai,DeusFilhoe Deus Esprito Santo. O Deus cristo no um Deus solitrio e incomunicvel. Dez (1997) assim compreende a importncia da doutrina da trindade para a teologia da comunicao:ODeuscristonoumDeusintrovertidonasuaprpriaintimidade;noumDeusfechadoemsimesmo ou recluso em si mesmo de forma solipsista e solitria. Cumpre-se nele de forma exemplar o principio de toda a comunicao: o bem essencialmente difusivo. O Deus trinitrio projeta-se par alm de si mesmo, sem deixar de ser ele mesmo, precisamente porque essencialmente amor, comunho e comunicao. Em consequente,fundamentoteolgico,origemeprottipodetodacomunicao(p.140).TEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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Com a mesma propriedade, Dez (1997) assinala a doutrina da Cristologia nos seguintes termos: Jesus Cristo o eixo da histria da revelao e da salvao... Toda teologia da comunicao deve ser, em definitivo, uma cristologia (p. 211), pois parte, nesse sentido, da encarnao como um mistrio de comunicao e comunho entreDeuseohomemnapessoadeJesus.Nessesentido,dopontodevistacristolgico,todacomunicao realizaracomunhoeafraternidadehumana.Derrubandoosmuroseasdivisesentreossereshumanos.Tal construoapontaparaaprticadeumaigrejaquedevecomunicaralibertaoeavidanahistria,poisfoiassim que Jesus Cristo testemunho do Pai. Nesse sentido, a igreja deve ser promotora da comunho entre os seres humanosnahistriae,consequentemente,nadeveserreferncianaatualidade. Por fim, Dez (1997) afirma que uma teologia crist da comunicao deve contar obrigatoriamente com o Esprito Santo como agente principal da comunho e da comunicao intra e extratrinitrias. O Esprito Santo agente da comunicao intratrinitria associado ao amor e comunho, e extratrinitria da comunicao de Deus com a humanidade, como dom que age animando a comunho intereclesial e como agente missionrio. Dez (1997) ressalta que a doutrina do Esprito Santo aponta para perfeita comunho. O objetivo terminal ou a meta ltima de toda comunicao a comunho pessoal. O Esprito Santo d testemunho em primeiro lugar da verdadeira raiz detodaautnticacomunicaoecomunho:afiliaodivina(Rm8,16);Elesetornapresenadeformaativana orao, que a comunho mais intensa com o Pai. Nesse sentido, a comunho que o Esprito opera uma unio na diferena. A multiplicidade de carismas enriquece a comunidade e amplia o horizonte da comunho do povo de Deus.

CULTURA, MDIA E RELIGIO NO CONTEXTO BRASILEIROA cultura brasileira e planetria se interpenetram. A diversidade cultural se faz presente nas faixas etrias, nveissociais,gnero,religiosidade,nosmbitoslocal,ruralouurbano.Nomundodacomunicao,nessanova ambincia,parece-nosquenohmaisfronteirasparaconflitosousegregaes,massimummeioparaalavancar incluir e inserir; no campo religioso, essa tese tambm se faz presente atravs da incluso e, porque no dizer, da busca de novos seguidores, adeptos. Segundo Thompson (in: Matos, Souza e Gomes) os meios de comunicao e seu impacto so a chave para compreender a natureza da modernidade. Sem dvida, s fazer o exerccio de listar as caractersticas das instituiescriadaspelasociedadeatualparapercebercomo,defato,osmeiosdecomunicaoexercempresena estruturante na constituio e formao da cultura hodierna. Nesse sentido, Matos, Souza e Gomes (2009), a partir de Moreira (2008), afirmam:Na sociedade brasileira, a mdia tem um papel decisivo na vida pessoal e no cotidiano das pessoas. H informao e entretenimento altamente concentrados na dinmica da economia de mercado em atividades culturais como msica, cinema, shows, revistas, esporte, lazer, mercado das artes (p.480).

Nocamporeligioso,nodiferente.Asmaisdiversasreligiestmutilizadoosmeiosdecomunicaoeasnovas tecnologias para anunciar e divulgar as suas mensagens com o objetivo nico de fazer seguidores. Por isso, nota-se, na atualidade, o mercado religioso em alta na mdia com shows, danas, msicas, nmeros artsticos

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sofisticados, cantores e atores religiosos que j gozam de amplo reconhecimento nacional. Na internet no diferente. Como meio de comunicao de massa essa ferramenta j est sendo utilizado, por exemplo, para orar com as pessoas como a orao on line, ou, ainda, transmisso de eventos (cultos e shows) oudivulgaesdeCDseDVDsportecnologiastreamingouconfissesdefiisviaskype,emquesesobressai a marca gospel como a grande grife, como uma refinada estratgia religiosa, desse mercado que proporciona a cada dia cifras considerveis e expressivas, na atualidade. Matos, Souza e Gomes (2009) fazem a seguinte interpretao dessa estratgia gospel no mercado religioso:Para um produto ser vendido em crculos evanglicos na dcada de 1990, precisava ser rotulado com o termo gospel.Gospelumatentativademassificarumamarca,defendidacomoestratgiamercadolgica.Alm da msica gospel, vieram a moda gospel, a igreja gospel e a linguagem gospel. Se no bastasse tudo isso, tivemos tambm cosmticos gospel, prestao de servios gospel e at dieta gospel (Dieta de Jesus, Dieta do Criador). Tudo explorando um nome, uma imagem criada para o consumo em massa. (p.482).

Nocontextobrasileiro,portanto,nodiferenteainflunciadasnovastecnologiasdainformaoedacomunicao namissodaIgreja.Essainfluncia,contudo,noficasomentenaforma,mastemconstitudonovasmaneiras de fazer essa comunicao. Tem atingido, assim, o contedo, ou seja, o fazer missionrio da igreja enquanto instituiotemsecaracterizadotambmcomotodaequalqueragnciaatual.

ATIVIDADE DE AUTOESTUDOa) Apartirdosubttulo:TeologiaeComunicao:umconversanumanovaambincia,apresenteosmotivosque se fazem necessrios para o dilogo entre os conhecimentos, em especial, da Teologia com outros conhecimentos? b) Tomando o subitem Bblia e Comunicao, cite e fundamente uma fundamentao bblica da Comunicao. c) Tomando o subitem Teologia da Comunicao: alguns apontamentos, elabore uma lista de atitudes necessrias da Igreja hoje a partir das doutrinas da trindade, da cristologia e da pneumatologia. d) Tendocomorefernciaosubitem:Religio,MdiaeNovasTecnologiasdaInformaoedaComunicao, em especial, os argumentos de FAUSTO NETO (2004) sobre essa relao religio e mdia, Por que evolui a midiatizao da religio no Brasil? e) IdentifiquenosubitemCultura,mdiaereligionocontextobrasileiroasnovasformasdecomunicaodas instituiesreligiosas,quernosmeiosdecomunicaodemassaounosnovosmeiosdecomunicaoeinformao, como a internet.

LEITURA COMPLEMENTARa) FAUSTO NETO, Antnio. A religio do contato: estratgias discursivas dos novos templos miditicos 2004. Disponvel: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/viewFile/89/48.

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UNIDADE II

FUNDAMENTOS DA COMUNICAO E DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAOProfessor Me. Rubem Almeida Mariano Objetivos de Aprendizagem ConhecerdeformaintrodutriaosfundamentoseasteoriasdaComunicao. Refletirsobrealgumasdasconcepesclssicasecontemporneasdacomunicaocomochavede leitura da realidade comunicacional. Localizar-senotempoeespaoodesenvolvimentodasnovastecnologiasdainformaoedacomunicao. Pontuaralgumascrticassobreasnovastecnologiasdainformaonaasociedadeatual.

Plano de Estudo Aseguir,apresentam-seostpicosquevocestudarnestaunidade: OqueComunicao?Fundamentos,conceitosesentidosdotermo Estudointrodutriodasconcepesclssicasecontemporneasdacomunicao AsNovasTecnologiasdaInformaoedaComunicao

OQUECOMUNICAO?Os fundamentos da Comunicao O estudo sobre qualquer tema, na atualidade, marcado pela chamada complexidade, como j foi observada na Primeira Unidade. Essa percepo se tem evidenciado pela riqueza de atividades da pesquisa e a diversidade dos conhecimentos que se voltam para um mesmo objeto de estudo, por exemplo. Nesse sentido, tomo as palavras de SANTOS (2008) sobre a seguinte questo: qual o objeto de estudo da teoria da comunicao? Ele adverte que diantedissofundamentalquetodaequalquerinvestigaonessareadelimite,empreguepressupostostericos (positivista, estruturalismo, marxista, etc.) para que esse empreendimento cientfico contextualize determinando o fenmenodacomunicaodaformamaisapropriadapossvel(histrico,social,culturaletc.). SANTOS (2008) em seu livro Teorias da Comunicao Da fala Internet, no primeiro captulo, faz uma introduodignadenota,umavezquefazadvertnciasparaquemseaproximadessareadoconhecimento,as quais so necessrias, vejamos: Sobre a definio de comunicao, SANTOS (2008) enfatiza que total e qualquer definio ou conceito esto marcados por seus limites ou viso parcial da comunicao, por fatores ideolgico, histricos e de natureza acadmica. Inicialmente, uma definio bsica de comunicao transmisso de informaes. Segundo SANTOS (2008), essa definio correta, mas sofre de superficialidade. Deve-se considerar ainda sobre essa definio, o seguinte: a) Comunicao envolve simbolismo manipularoimaginrio,mexercomafantasia,estimularouinfluenciar de modo positivo ou negativo o receptor. b) Comunicao envolve uma relao interacional implica necessariamente numa relao entre os participantes do processo comunicativo quer por um dado meio (carta, telefone, rdio, e-mail, etc.) entre emissor e receptor. c) Comunicaoenvolvehermenuticaao captar a mensagem e ao transmitir, o receptor recria a partir do seu universoconceitualepreconceitosdecodificandoecodificandodeacordocomsuavisodemundo. SANTOS (2008) aborda a questo da evoluo da comunicao enquanto fenmeno, destacando as seguintes informaes: Possivelmente,oserhumanoinicialmente,napr-histria,utilizou-sederespostasinstintivasapartirderudos vocais(imitindosonsdanatureza)emovimentoscorpreos. Datade55milanosaidadedafalaedalinguagemhumana(homosapiens). Cercade15milanosatrsadataoemqueoserhumanoconseguiuiniciar-senapinturacomoumaforma defixarsuaimprensaeentendimentodarealidadeatravsdeimagensqueforamsendoaperfeioadas,ao longo dos sculos. Oschineses,maias,sumrioseegpciosderamincio,h5milanos,Eradaescrita.Inicialmente,aescrita foiideogramticacomooshierglifosegpcios;em1700a.C.,comossumrios,houveapassagemdarepresentaopictricaparaossistemasfonticoscomoaescritacuneiforme(gravadaemartefatosdecermica), onde cada smbolo representava um som, uma slaba; j a escrita alfabtica surgiu na Europa em 700 a.C, mas oprimeiroalfabetosfoisistematizado500anosa.C.Eaescritaimpressalevariaquase2milanosparaserTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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desenvolvida e popularizada no Ocidente. Por fim, SANTOS (2008) apresenta uma classificao dos atos comunicativos, de forma resumida so os seguintes: a) Para realizar um ato comunicativo, o ser humano emprega duas formas: VERBAL(oudigital):quepodeseroral(palestra)ouescrita(carta). NO VERBAL (ou analgica) que compreende a comunicao gestual (movimentos e posicionamentos do corpo)epictrica(desenho,fotografia,etc.). b) Do ponto de vista da amplitude, a comunicao pode ser: SUBJETIVApensar,meditarerefletirsobreavida,sobreomundo. INTERPESSOAL/GRUPALenvolvegrupodepessoas. MASSIVA meios de comunicao como jornal e televiso que tm maior alcance e atingem um grande nmero de receptores. c) Em todo o processo de comunicao h presente os seguintes elementos: INTERLOCUTORESemissorereceptor. MENSAGENSsequnciasdesinaistransmitidos,queformamsignosaseremorganizadospormeiodecdigo compreendidos pelo receptor. MEIOS. CONTEXTOondeoatocomunicativoserealiza;dopontodevistahistrico,social,culturaletc.

CONCEITO DE COMUNICAO POR REA DE CONHECIMENTOO sentido de comunicao muito rico, como se pode observar pelos fundamentos da comunicao apresentados. A seguir, sero apresentados conceitos em Comunicao por rea de Conhecimento. Esta exposio tem como fonte um artigo disponibilizado na internet por RGO (1997): Conceito Etimolgico Comunicao vem do latim communis, comum, dando ideia de comunidade. Comunicar significa, nesse sentido, participao,trocadeinformaes,tornarcomumaosoutrosideais,volieseestadosdalma.Esseconceito preza o fato das pessoas poderem entender umas s outras, expressando pensamentos e at mesmo unindo o que est isolado, o que est longe da comunidade. Conceito Biolgico Nesse conceito, a comunicao relacionada com a atividade sensorial e nervosa do ser humano. por meio dalinguagemqueexprimidooquesepassaemseusistemanervoso.Algumasespciestmanecessidade de intercambiar informaes apenas para multiplicar-se, enquanto a espcie humana procura comunicar-se

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intensamentecomoutrosporquenecessitaparticiparativamentedasuaprpriaevoluobiolgica. Conceito Pedaggico Acomunicaoumaatividadeeducativaqueenvolvetrocadeexperinciasentrepessoasdegeraesdiferentes, evitando-se assim que grupos sociais retornem ao primitivismo. Entre os que se comunicam, h uma transmisso de ensinamentos, onde se modifica a disposio mental das partes envolvidas. Pedagogicamente, essencial que a educao faa parte de uma comunidade, para que os jovens adaptem-se vida social, sem que cometam erros do passado. Conceito Histrico Baseadanacooperao,acomunicaonoconceitohistricofuncionacomoinstrumentodeequilbrioentrea humanidade,neutralizandoforascontraditrias.Dessepontodevista,oconceitopropiciaoresgatediacrnico imprescindvel ao avano do ser humano em direo ao futuro. No fossem os meios de comunicao, ampliando aspossibilidadesdecoexistnciamaispacficaentreoshomens,estesjestariamextintosemmeiosdisputas por poder. Conceito Sociolgico O papel da comunicao de transmisso de significados entre pessoas para a sua integrao na organizao social.Ossereshumanostmnecessidadedeestaremconstanterelaocomomundo,eparaissousama comunicaocomomediadoranainteraosocial,poiscompreensvelenquantocdigoparatodosquedela participam.Almdesseaspecto,ossocilogosentendemacomunicaocomofundamentalnos diasdehoje para o bom entendimento da sociedade e na construo social do mundo. Quanto mais complicada se torna a convivnciahumana,maissefaznecessrioousoadequadoeplenodaspossibilidadesdecomunicao. Conceito Antropolgico AtendnciapredominanteemalgunsestudosdaAntropologiaadeanalisaracomunicaocomoveculode transmisso de cultura ou como formador da bagagem cultural de cada indivduo. Esse um assunto de grande importncia,hajavistaosurgimentodaculturademassanestesculoXX,transformandoasformasdeconvivncia do ser humano moderno. Tanto que, dentre as principais teorias da comunicao de massa, encontramos a Teoria Culturolgica,desenvolvidaporEdgarMorin.Osantroplogosecomuniclogosnodevemesquecerquesemo desenvolvimento da comunicao, no se poderia estudar o homem em suas origens.

OS SENTIDOS DO TERMO COMUNICAOEmumtrabalhoqueversasobreCulturaMiditicaeIgrejaumanovaambincia,PUNTEL(2005),naintroduo, fazumaexposiosobreossentidosdotermoComunicao,aolongodahistria,osquaissejam: a) Comunicao como partilha sentidoinicialdotermoemlatim;significaparticipante,serumvasocomunicante. Sugere pertencer a um corpo social por meio de um ato expressivo que requer respostas ou reconhecimento.Nessesentido,aideiadecomunicadoacadmicoenquantomensagemounoticia.TEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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b) Comunicaocomotransfernciaoutransmissoimplicatransfernciafsica:acomunicaodecalor, luz,magnetismooudons.Transfernciaspsquicascomoideias,pensamentosousignificados,porexemplo: John Locke, comunicao de pensamentos. c) Comunicao como troca nesse sentido, a comunicao envolve intercambio, mutualidade e algum tipo dereciprocidade.Comunicaobem-sucedidadedoisterminaisseparados(telegrafia).Sentidocoloquial,uma conversa ntima e franca entre colegas e amigos, mas no qualquer conversa. Sentido de encontro entre mentesoufusodeconscincias. d) Comunicao como termo coringaparaosvriostiposdeinteraosimblica,comotmulos,hierglifos, escrita,moedas,catedrais,selosbandeiras,relgios,aimpressa,ocorreio,atelegrafia,afotografia,ocinema, atelefonia,afonografia,ordio,atelevisoabertaeacabo,ocomputador,ainternet,amultimdia,arealidade virtualouqualqueroutromeiosignificativo.

TEORIA DA INFORMAO: ALGUMAS DAS CONCEPES CLSSICAS E CONTEMPORNEAS DA COMUNICAOComo j se pode notar, ao longo do nosso estudo, essa rea do conhecimento guarda um alto nvel de complexidade. Tal complexidade se deve, no meu entender, realidade simultnea que se estabelece entre os instrumentos epistemolgicos e metodolgicos de leitura e o prprio objeto de estudo, a comunicao. Evidentemente, so realidades distintas, mas profundamente imbricadas e relacionadas entre si. Neste subitem, estudaremos as concepes clssicas e contemporneas da Comunicao atravs de uma exposiosobreoassunto.Tem-secomoobjetivoapresentarascaractersticasdessasconcepessementrar em aspectos mais profundos da crtica. Desta vez, nos serviremos das ideias de SAMPAIO (2001) apresentadas no artigo Conceitos e Modelos de Comunicao, os quais so: os modelos comunicacionais apresentados pelas teoriasdaInformaodeShanoneWeaver,daAoComunicativadeJrgenHabermas,dosBensSimblicosde PierreBourdieuedosSistemasdeNiklasLuhmann.Aseguirsoapresentadas,deformasinttica,aselaboraes de Shanon e Weaver e de Pierre Bourdieu, por serem respectivamente uma viso tradicional ou clssica e a outra porfazerainterfacenosestudosemCinciasdaReligio. A Comunicao como Transmisso de Sinais Essa concepo fora criada e advogada por C.E.Shannon e W.Weaver, modelo criado em 1949, que concebe a comunicao como uma transmisso de sinais. Tambm designada como uma teoria da Informao, foi concebida, de acordo com seus criadores, como modelo matemtico, para permitir a transmisso de um conjunto deinformaesquantificveisdeumlugarparaoutro.Advmdessaconcepo,osconceitoscomoosdeemissor, destinatrio,cdigo,sinal,informao,codificaoedecodificao,utilizadosdemodorecorrentenasdiscusses sobre comunicao. Trata-se de um modelo linear da comunicao visto como um processo de transporte da informao de um ponto A (o emissor) para um ponto B (o receptor). A informao, uma vez codificada em sinais por um emissor, seria transmitida atravs de um canal (a mdia) para um receptor que processaria a sua decodificao. O processo comunicacional , desse modo, reduzido a uma questo de transporte, no qual as mensagens e significados so tratados como meros sinais a serem identificados e decodificados por um receptor.

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A Comunicao como Disputa OsocilogofrancsPierreBourdieutemcomoumdoseixosdasuasociologiadosbenssimblicosainvestigao dequestesrelacionadasaopoder,ondeoprocessodecomunicaocompreendidocomoumadisputasimblica pelasnomeaeslegtimas.Dessepontodevista,asuacompreensodacomunicaopodeserconsiderada, exemplarmente,comocontrriaadeHabermas.Enquantoparaofilsofoalemoacomunicaoconsiderada sinnima da busca de entendimento, para Bourdieu ela sinnima de disputa. Oautorpostulaaexistncianasociedadedeummercadodebenssimblicostovigorososquantoodebens materiais. medida que estabelecem relaes sociais entre si, os homens realizam no somente a troca de mercadorias,mastambmdesignificados,desmbolos.H,assim,umalgicadaproduo,circulaoeconsumo dosbenssimblicosaserapreendidaeanalisada.Daasuaafirmaodeuma"autonomiarelativa"dessemercado simblicoque,noobstante,continuasendoestudadopeloautoremanalogiaaomercadodebensmateriais. Comotal,eleanalisadoapartirdofoconaexistnciadeprodutoreseconsumidoresdebenssimblicosque semovimentamnombitodeum"mercado",apartirdecertoquantumdecapital,queoscapacitaounoase colocaremfrenteaos"preos"estipuladosnumprocessodecompetio. Bourdieuespecificaasuanoodemercadosimblicomedianteaassociaocomoconceitodecampo.Nasua concepo,aosvrioscamposcorrespondemmercadosespecficos,sendoalgicadefuncionamentodecada mercado definida pelo campo que o delimita. A sociedade, para o autor, tem o seu ordenamento definido a partir daexistnciaedorelacionamentodosdiversoscamposnelaconfigurados.Asua"teoriageraldofuncionamento doscampos"constituiumatentativadecompreenderasociedade,fugindoaosmoldesdomarxismoclssico,a partir do binmio estrutura-superestrutura. O campo concebido por Bourdieu como sendo estruturado a partir de dois elementos fundamentais: um capital especficocomum,quedsentidosuaexistnciaeumprocessopermanentedelutapelaapropriaodesse capital. Na afirmao do autor, para que um campo funcione, preciso que haja objetos de disputa e pessoas prontas para disputar o jogo, dotadas de habitus que impliquem no conhecimento e no reconhecimento das leis imanentesdojogo,dosobjetosdedisputaetc.precisamenteessadisputaquesustentaaexistnciadocampo e o movimenta. Uma disputa que produzida pelas prprias estruturas constitutivas do campo e, ao mesmo tempo, responsvel pela produo de suas estruturas e hierarquias. Em outras palavras, o campo se mantm em funcionamentomedidaqueoconjuntodosagentesneleenvolvidos,atuaparamanteroumelhorarsuasposies noseuinterior.Nessadisputa,aschancesdexitoseromaioresoumenoresnadependnciadiretadodomnio maior ou menor do capital especfico do campo. A viso da comunicao de Bourdieu como um processo de disputa permanente, pode ser tomada como caso exemplar da utilizao da metfora na qual a comunicao se assemelha a um processo de guerra. Nessa abordagem que associa a comunicao a um processo de disputa, a fala dos agentes sociais deve ser compreendida como "umarelaodeforasimblica,quesebaseianumarelaodeautoridade-crena",necessariamentereferidas condiesdeinstauraodosdiscursos,maisprecisamente,estruturadomercadoemqueelessoproferidos. Por fim, importante ressaltar que em Teoria da Informao h diversas teorias, alm das citadas e esboadasTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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acima, que construram modelos prprios para auxiliarem na interpretao desse fenmeno. o caso da ciberntica, campo que estuda o controle e a comunicao no animal e na mquina que pregava a troca de informaessembarreira.Ou,ainda,casodaEscoladePaloAlto,constitudaporengenheirosqueabandonaram aTeoriadeShanoneWeaverfundamentadanamatemticaedesenvolveramummodeloprpriodascincias humanas. Segundo Santos (2008), a principal contribuio dessa escola foi estabelecer uma teoria dos processos decomunicaoqueprivilegiavaasinteraes,partindodoprincipiodequeoreceptortemnesseprocessoum papeltoimportantequantodoemissor.SoessasashiptesesdaEscoladePaloAlto: a) Aessnciadacomunicaoresideemprocessosrelacionaiseinteracionais. b) Todo comportamento humano possui valor comunicativo. c) Asperturbaespsquicasremetemaperturbaesdacomunicaoentreindividuoeseumeio.

NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAOComo deveria ser o mundo sem computadores e internet? Quem sabe esta possa ser uma das perguntas das futurasgeraes.Contudo,omundodasnovastecnologiasdainformaoedacomunicaoainda,parans, cercado de mistrio. Apesar disso, a realidade das novas tecnologias da informao e da comunicao toma conta naatualidade.AcompanheorelatointrodutriodeGONTIJO(2009),emseutrabalhointitulado:Ciberespao:que territrioesse?,sobreestemomentopeloqualpassaasociedade:Apresenadastecnologiasdeinformaoedecomunicao-TICsnasociedadecontemporneaealgica virtualdelaadvindatmproduzidosignificativastransformaesnadialtica-relaodosujeitocomomundo, revolucionandotodasasdimensesdavidahumana:relaesdetrabalhoeproduo,instituies,prticas sociais,cdigos culturais,espaos eprocessosformativos, etc.NaspalavrasdeCastells(2005),trata-se dagnesedeumnovomundo,cadenciadaporrepercussesqueatravessamdesdeosvalorespessoais e as vises de mundo compartilhadas por pequenos grupos, at as j institudas formas de organizao materializadasnaestruturasocial.Defato,observa-senarealidadedasgrandesmetrpolesadisseminao de terminais de computadores, terminais de vdeo com acesso a bancos de dados nacionais e internacionais, videogames, telefones pblicos ligados a centrais automatizadas, telefones celulares, enfim, todo um aparato tecnolgico que est sendo incorporado s atividades cotidianas das pessoas. H aqueles que sequer conseguemimaginarcomoseriaavidasemtaisinvenes,talaformacomoelasforamincorporadass suasexistncias.(p.1).

Por sua vez, quem se depara com a literatura especializada j pode ter a seguinte intuio: o mundo est mudando. Ele est em metamorfose. Essa transformao no , por exemplo, uma nova descoberta geogrfica, territorial, mas uma conquista numa outra dimenso, denominado ciberespao. Segundo Jungblut (2004), inspirado em Lvy,o ciberespao um espao de comunicao possibilitado pela interconexo mundial dos computadores e no qualasinformaescomunicadassodenaturezadigital.Essesseriamospressupostostcnicosessenciais, ounecessrios,paraaexistnciadociberespao.

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E completa que so os programas ou softwares que fazem possvel essa fluidez, que possibilitam as inmeras interfaces em tempo real pelas quais o ciberespao se revela. Contijo (2009) entende o ciberespao como um campo gerador de infinitas possibilidades interativas, um novo espao de comunicao, de sociabilidade, de reconfigurao de identidades, para alm de sua dimenso mais visvel e pragmtica, que organizao e transao da informao e do conhecimento. Mas que mudanas estariam envolvidas na gestao e concretizao do ciberespao como um universo aglutinador de todas essas possibilidades? - pergunta e responde Contijo (2009): a) Mudana na tecnologia informtica - A tela do computador no espao de irradiao, mas ambiente de adentramentoemanipulao,comjanelasmveiseabertasamltiplasconexes. b) Mudana na esfera social - H um novo espectador menos passivo diante da mensagem mais aberta sua interveno. Ele aprendeu com o controle remoto da TV, com o joystick do videogame e agora aprende com o mouse.Essamudanasignificaemergnciadeumnovoleitor. c) Mudana no cenrio comunicacional - Ocorre a transio da lgica da distribuio (transmisso) para a lgicadacomunicao(interatividade).Issosignificamodificaoradicalnoesquemaclssicodainformao baseado na ligao unilateral emissor-mensagem-receptor. importante ressaltar, que ainda no temos toda a dimenso sobre esse fenmeno. Seu entendimento e interpretao ainda esto em disputa, mas ele est ai. uma realidade. Vejamos abaixo como Gomes (2008) compreendeessaquestoecomoelasuscitaposiesdiferentes:Estamos vivendo hoje uma mudana epocal, com a criao de um bios miditico que incide profundamente no tecido social. Surge uma nova ecologia comunicacional. um bios virtual. Mais do que uma tecnointerao, est surgindo um novo modo de ser no mundo, representado pela midiatizao da sociedade. Esse modo de ser no mundo assume o deslocamento das pessoas do palco (onde so sujeitos e atores) plateia (onde sua atitudepassiva).Muitoemboraexistamcorrentesquedizemqueamidiatizaoamediaotecnolgica, (diz Muniz Sodr que a midiatizao uma ordem de mediaes socialmente realizadas no sentido da comunicao entendida como processo informacional, a reboque de organizaes empresariais e com nfasenumtipoparticulardeinteraoaquepoderamoschamardetecnointerao-,caracterizadapor umaespciedeprtesetecnolgicaemercadolgicadarealidadesensvel,denominadamdium)cremos estar diante de algo novo, significando um salto qualitativo no desenvolvimento da mdia. (p.2).

Se tomarmos a posio de pobres mortais, sem o conhecimento especializado, pode-se notar que esta realidade j est materializada atravs dos elementos, dos suplementos e dos equipamentos das novas tecnologias da informao e da comunicao que utilizamos em nosso dia a dia, como o caso do computador e da internet, bem comodasproduespublicadasdosestudoscientficoseacadmicosdasreastecnolgicaseafins. Nosltimosanososavanosnacomunicaohumanatemsidosurpreendentes.Almdasposiescticase eufricas,asexpressesinterrogativasseenfileiram:Ondevamosparar?;Qualasociedadequeestsurgindo dessasmudanas?;Quesentimentoseemoesvonascerdessanovasociedade?;Quetipodetecidosocial est surgindo dessas novas relaes provocadas pelo mundo virtual? Nesse sentido, especialistas da rea relacionados Teologia, como o caso de Gomes (2008) em recente artigo intitulado: As novas fronteiras naTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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comunicao, fazem questionamentos que nos interessam de forma peculiar:Aperguntaqueseimpe:queconsequnciashaverparaaIgrejadeJesusse,permanecendoaindana antiga ambincia, aventuraram-se idilicamente no mundo da mdia? A sociedade midiatizada, com a sua vocao de totalidade, deixar-se- dominar pelo mundo da religio? Como se pode dominar, domesticar, algo que nos sobrepassa? O projeto unificador da midiatizao no ir condicionar o projeto religioso, competindo comelenodomniodecoraesementes?(GOMES,2008,p.3).

EstaseoutrasquestesrelacionadasIgrejaquenosinteressam.ComoficaamissodoannciodoEvangelho? Como a Igreja se apresentar nessa nova realidade? At que ponto, o discurso da Igreja sofrer mudanas? Sua fisionomia espao-temporal no mundo tomar outra configurao, outra arquitetura? A institucionalizao da Igreja virtualumarealidadesemvoltas?Quaisasconsequnciasteolgicaseeclesiolgicasdessasmudanas?Por enquanto, so muitas as perguntas e poucas respostas. Contudo, nosso processo de conhecimentos ocidental, em especial, sempre se forjou assim; a partir da indagao e da reflexo racional e cientifica. EnquantoasrespostasnovmparaocampodaTeologia,salutarlocalizarintrodutoriamenteessadiscusso notempoenoespao,bemcomoassinalaralgumasquestescrticasdaliteraturaespecializadacomobjetivo principalde,noentanto,noentrarmosemjuzodevalor,colherinformaesarespeitodessefenmenoquese tem materializado sob a denominao de novas tecnologias da informao e da comunicao. Abaixo temos um quadroapresentadoporCostaeRamalho(2007)sobreoqueelesdenominamdesaltostecnolgicos: Quadro: saltos tecnolgicosCiclos ou momentos 1 - 1790 2 - 1845 o o o 3 - 1890 o o o 4 - 1945 o o Vapor o o o o o o o o 5 - 1990 o Tecnologia da Informao e da Comunicao o Biotecnologia e Gentica o o o Maquina a Vapor Ao Carvo Eletricidade Qumica Petrleo Eletrnica Tecnologia nuclear Iluminao Cinema Motores Automvel Telefone Televiso Computador Softwares Multimdias Servios o Redes Globais de Conhecimento o Rede de Comunicao o Redes Eltricas Ferrovia o o Redes Comerciais Redes Virias Tecnologias e Matrias-Primas Aplicaes Redes

Fonte: Costa e Ramalho - http://www.bocc.ubi.pt/pag/costa-luciana-ramalho-francisca-para-onde-vai-a-tecnologia.pdf

Nota-sequeessessaltosnostransmitemalgumasimpresses:a)osurgimentodeumnovoavanotecnolgico semostracadavezmaisrpidocomopassardostempos;b)osavanostecnolgicoscaminhamnosentidoda virtualidade em contraste com territorialidade; c) esses avanos so tomados em especial por um dinamismoTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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crescente,doregionalaoglobaled)outradinmica,nosavanostecnolgicos,amarcadainclusividade. Lemos(In:COSTAeRAMANHO,2007)compreendetrsgrandesfasesdodesenvolvimentotecnolgico:primeiro a fase da indiferena (at a Idade Mdia); seguida da fase do conforto (Modernidade); at a presente fase da ubiquidade(Ps-Modernidade),asquaissoapresentadasaseguir: 1) Aprimeirafasecaracterizadapelamisturaentrearte,religio,cinciaemito.Avidasocialumtodocorrente quegiraemtornodeumuniversosagrado.Atcnicaeacincianotmestatutoprivilegiadoporqueesto imersasnadimensoglobal.Nestafase,oolharemrelaotcnicaestprximodaindiferena.Atcnica no uma realidade em si, independe das outras esferas da cultura. 2) A fase do conforto localizada no princpio da modernidade. A natureza dessacralizada, controlada, explorada e transformada. A mente est separada do corpo. A modernidade a fase da ideologia em substituio a do mito, sendo a ideologia um discurso que atua como promessa de transformao e controle da vida social. 3) Afasedaubiquidadevividanacontemporaneidadeafasedasimulao,afasedaculturatecnolgica,do virtual, da assim dita cibercultura. As ideologias da modernidade perdem foras e so substitudas na fase da ubiquidadepelanfasenopresente,numasociedadecadavezmaisrefratriasfalasfuturistas,cadavez mais submergidas em jogos de linguagem, de informao e comunicao, por meios dos processos e produtos tecnolgicos. Porfim,exponhoaseguir,emformadetpicos,algumasdasoportunidadesdasnovastecnologiasdainformao, bem como algumas das suas respectivas crticas, conforme Rodrigues (1998) em seu artigo As novas tecnologias da informao e a experincia. Apesar da produo do texto datar mais de uma dcada, suas observaes sinalizao as expectativas e caminhos das novas tecnologias da informao, que hoje somos testemunhas e avanam ainda mais e em novos sentidos: a) As oportunidades: Aliberalizaodoacessoaosprodutosculturais-Pelofatodeporemdisposiodeumgrandenmerode utilizadores, a preos cada vez mais acessveis, e de fazerem circular em profuso uma grande diversidade de produtos culturais, as NTI so vistas por muitos como um remdio para um dos males crnicos das sociedades humanas: o da disparidade de acesso aos bens culturais, aos meios de expresso e de exerccio do poder. Oaumentodatransparnciadospoderesinstitudos-Devidosuanaturezainterativa,asNTIpemfinalmente disposio de um nmero cada vez maior de cidados, independentemente do lugar em que vivem, a possibilidade,nosdereagirsmensagenseaosprodutosculturaisdisponveisnasredes,mastambmdeexprimir livrementeassuasopiniesedepartilharosseussaberes,contribuindoassimparaumaparticipao,quase em tempo real, na criao cultural e para o exerccio dos direitos e dos deveres da cidadania. Oincrementodaliberdadedeexpresso-ArecentediversidadeeosrecursosdainteratividadequeasNTI proporcionam acompanhariam, agora, sobretudo a partir dos meados os anos oitenta, o processo de fragmentao e de segmentao dos pblicos, respeitando os interesses e os desejos dos utilizadores, bem como os valores da participao poltica direta. b)Ascrticas: Orecenteincrementodasnovastecnologiasdainformaonoproporcionariaumaefetivatransparncianem uma maior participao e emancipao poltica, mas corresponderia a uma nova estratgia de dominao, jogando com os procedimentos indolores da seduo, estratgia que contaria doravante com a cumplicidade dosprprioscidados.TEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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Asmaisrecentesredestelemticasnoofereceriamumaautnticadiversidadedemodelosculturaisepolticos,masumamultiplicidadeaparente,feitadevariaesdosmesmosmodelos,interiorizadosnodecursode umeficazprocessodeinculcaoideolgica,prosseguidoaolongodasltimasdcadas. Oprogressivoprocessodeminiaturizaoapresentar-se-iacomoamanifestaomaisevidentedestanaturalizao da tcnica e prestar-se-ia particularmente bem sua incorporao, tornando assim cada vez mais imperceptveis a sua estrutura, a sua lgica e o seu modo de funcionamento.Atingido o nvel sistmico, o funcionamento dos novos dispositivos tcnicos seria cada vez mais autnomo em relao capacidade de compreenso do utilizador. Aexperinciatcnicatornar-se-iacadavezmaisumaexperinciaalienante,namedidaemqueseramosvotadosaumdevirdeutilizadoresoudeusuriosdedispositivosdequesumaminoriacompreenderiaaestrutura e o funcionamento. Oscrticossublinham,dentreasconsequnciasdestamutaotcnica,aprofundaalteraodasmodalidades depercepotantodomundonaturaledomundodasrelaessociaiscomodomundosubjetivo.

ATIVIDADE DE AUTOESTUDOa) Elaboreumadefinioouconceitodecomunicaotomandocomorefernciaosubitem:Oquecomunicao?. b) Precise os sentidos de comunicao apresentados por PUNTEL (2005), caracterize-os e crie exemplos. c) FaaumarelaodestacadoasdivergnciasentreasduasconcepesclssicasecontemporneasdeComunicao; a Comunicao como Transmisso de Sinais de C. E. Shannon e W. Weaver e a Comunicao comoDisputadosocilogofrancsPierreBourdieu. d) Caracterize essa nova sociedade que est se constituda atravs do que se tem chamado de Ciberespao luz do subitem: Novas Tecnologias da Informao e da Comunicao e) Ainda, no subitem Novas Tecnologias da Informao e da Comunicao, Rodrigues (1998) ressalta oportunidadesecrticassobreessasnovastecnologiasdainformao.Destaque,citeecomenteduasquevocjulga fundamental para o entendimento dessa nova realidade.

LEITURA COMPLEMENTARa) RODRIGUES,A.D.Asnovastecnologiasdainformaoeaexperincia.1998.Disponvel:http://www.bocc. ubi.pt/pag/rodrigues-adriano-novas-tecnologias.pdf

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UNIDADE III

ECLESIOLOGIA E NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAOProfessor Me. Rubem Almeida Mariano Objetivos de Aprendizagem AssinalaralgumasmarcasdaSociedadedaInformao. RessaltarasmarcasdeumaEclesiologiaComunicacional. Apresentaralgumasprticaseclesiaisdecomunicaodopassadoedopresente. RefletirsobreamissodaIgrejaeasnovasprticaseclesiaisdecomunicao.

Plano de Estudo Aseguir,apresentam-seostpicosquevocestudarnestaunidade: EclesiologiaeSociedadedaInformao PrticasEclesiais:numanovaambinciaeusodasnovastecnologiasdainformaoedacomunicaoparaoexercciodaMissodaIgreja

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ECLESIOLOGIA E SOCIEDADE DA INFORMAOAs Marcas da Sociedade da Informao Nasegundaunidadedestadisciplina,foramfeitasdiversasindagaessobreasexpectativasemrelaoopapel da Igreja nessa nova sociedade, a qual tem como emblema as novas tecnologias da informao e da comunicao queapontamparaouso,porexemplo,docomputadoredainternet,naconstituiodenovasrelaessociais. Criou-se, alm de Comunidade Virtual, Ciberespao e Sociedade do Conhecimento, o termo Sociedade da Informao, tambm para expressar esse novo estgio social. Segundo Werthein (2000) a expresso Sociedade da Informao passou a ser utilizada, nos ltimos anos desse sculo, como substituto para o conceito complexo de sociedade ps-industrial e como forma de transmitir o contedo especfico do novo paradigma tcnicoeconmico. importante ressaltar que essas novas tecnologias da informao e comunicao se colocam em um contexto marcado indelevelmente por uma sociedade de massa. Matos, Souza e Gomes (2009), a partir de Ferreira (2007), destacamasteoriasdacomunicaonocontextodasociedadedemassaqueindicamascondiesvividaspelos indivduos:A primeira teoria a Hipodrmica, em que o pblico comparado aos tecidos do corpo humano, que, atingido por uma substncia (informao), todo o corpo social atingido indistintamente. O indivduo se comporta (age, pensa, sente) segundo os ditames dos estmulos (informaes) dos meios de comunicao. Aqui o indivduo isolado (como pensar). A segunda a Crtica, em que o desenvolvimento da razo passa de emancipadora (autnoma, crtica) para instrumental (tcnica), na medida em que a indstria cultural um sistema que promove uma pseudoindividualidade, ou seja, a identidade do indivduo proposta pela sociedade num contexto regido pela cultura industrial. Aqui o indivduo vulnervel. H uma supremacia da sociedade sobre o indivduo, bem como uma atrofia da imaginao da espontaneidade do consumidor cultural. Ento aqui o indivduo atomizado (no que pensar). A terceira a teoria do Agendamento (Agenda setting), em que tal agendamento determina no que o indivduo vai pensar e no como atravs de uma tematizao proposta no dia-a-dia, que passa a ser o objeto de conversa entre as pessoas, contribuindo que o indivduo seja alienado (no pensar). A quarta teoria denominada Espiral do Silncio, em que no h um agendamento de temas a serem conversados,masprovoca-seosilnciodoindivduo.Osindivduossesilenciamparanoserempunidos quantodiscordnciasopiniesdominantes.Assim,oindivduoficapresonosilncio(oquesilenciar).(pp. 479-480).

Segundo Castells (in: WERTHEIN, 2000), so essas as caractersticas desse novo paradigma tcnico-econmico da sociedade da informao: Ainformaosuamatria-prima-as tecnologias se desenvolvem para permitir ao homem atuar sobre aTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

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informao propriamente dita, ao contrrio do passado, quando o objetivo dominante era utilizar informao para agir sobre as tecnologias, criando implementos novos ou adaptando-os a novos usos. Osefeitosdasnovastecnologiastmaltapenetrabilidade porque a informao parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a ser afetadas diretamente pela nova tecnologia. Predomniodalgicaderedes-Estalgica,caractersticadetodotipoderelaocomplexa,podeser,graas s novas tecnologias, materialmente implementada em qualquer tipo de processo. Flexibilidade-Atecnologiafavoreceprocessosreversveis,permitemodificaoporreorganizaodecomponentesetemaltacapacidadedereconfigurao. Crescenteconvergnciadetecnologias,principalmenteamicroeletrnica,telecomunicaes,optoeletrnica,computadores,mastambmecrescentemente,abiologia.Opontocentralaquiquetrajetriasdedesenvolvimentotecnolgicoemdiversasreasdosabertornam-seinterligadasetransformam-seascategorias segundo as quais pensamos todos os processos. As Marcas da Eclesiologia Comunicacional O ABC de uma boa teologia afirma que toda eclesiologia nasce da Cristologia. Do ponto de vista bblico, a Igreja o corpo de Cristo, sacramento de Deus no mundo, continuadora da Misso Deus em Cristo. Sendo assim, a Igreja tem continuadamente de exercer a sua misso de anunciadora da Boa-Nova do Evangelho ao mundo. O tempopassoueomundodehojeestseconstituindoemummundociberespacial,ondeasrelaessociaise humanassomarcadaspeloemblema,dentreoutros,davirtualidade,derelaesqueseforjaminicialmentesem a concretude, sem o toque, sem o encontro de peles, quando muito pela transmisso de imagem digital. Diante disso, relembremos os fundamentos de uma eclesiologia comunicacional. Essa exposio um recorte e uma nova construo do capitulo: Igreja e Comunicao do livro: Teologia da Comunicao de autoria de Diz (1997), que afirma que o problema principal apresentado nessa relao Igreja e Comunicao o seguinte: em que medida a natureza da igreja pode nos ajudar a compreender e a interpretar teologicamente o fenmeno da comunicao?deentendimentodoautorqueaIgrejafrutodeumaconvocao.Assim,comooseuprprio nome diz, Eclesia (Congregao, Assembleia, Convocao) fruto de uma convocao, de uma comunicao, de um chamamento ligado pessoa de Jesus Cristo. A partir da fidelidade a Jesus Cristo que ela se organiza para canalizar a sua vida e a sua misso. Por isso, como observa o autor, de fundamental importncia o aspecto kairolgico. Saber qual a natureza, a inspirao, a razo de ser e a misso dessa comunicao que nasce da convocao, em especial, do Ressuscitado, imprescindvel. Portanto, a Igreja o resultado de uma comunicao, o fruto de uma convocao. Diz(1997)denominaaexperinciadecomunhoeacomunicao,comosendodoistermosirmoseafirmaque a igreja mistrio de comunho. Sendo assim, a comunho constitui, de fato, o ncleo essencial da vida eclesial, o vnculo de coeso que caracteriza a comunidade crist. Pode-se perguntar diante disso: em que consiste a comunho eclesial? A reposta : a) numa mesma f em Jesus Cristo, b) a Palavra de Deus, c) a celebrao cultual e d) a prtica do amor e da caridade. A sacramentalidade da Igreja outra marca distinta para Diz (1997). A Igreja no somente um mistrio

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invisvel, tambm um sacramento visvel. No somente um mistrio de comunho. tambm um sacramentoTEOLOGIA, COMUNICAO E NOVAS TECNOLOGIAS | Educao a Distncia

de salvao no mundo. Por isso, o autor compreende que o problema da sacramentalidade basicamente um problemaantropolgico.Aeficciacomunicativadaigrejadependeemboamedidadoacertonaconcretizaoda sacramentalidade. A Igreja a Igreja de Jesus Cristo na medida em que torna visvel a comunho e serve para a comunho. Por fim, neste particular, Diz (1997) compreende que a sacramentalidade da igreja multiforme, onde sefazempresentesoannciodaPalavra,ahierarquiadaIgrejaeoaspectoprtico,histrico,socialepblicoda Igreja no mundo. Nesse sentido, por ltimo, no menos importante, a Igreja: a comunicao como misso uma das marcas indelveis dessa fundamentao. Por sua vez, a missiologia captulo central da eclesiologia. A comunicao do Evangelho constitui a identidade mais profunda da Igreja. Igreja essencialmente misso e comunicao. Cristo no viveu em funo de si mesmo, mas em funo do Reino. Sua misso foi anunciar e realizar o Reino. A misso da Igreja, por isso, uma atividade comunicadora. A comunicao feita de emisso (evangelho) e recepo (histriahumana).Portanto,osaspectosdanaturezamissionriadaigrejaso:a)amorhumanidade;b)dialogo com o mundo; c) complementao entre palavra (sobre o Reino) e testemunho (ao da igreja a partir do Reino).

PRTICAS ECLESIAIS: NUMA NOVA AMBINCIA E USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E DA COMUNICAO PARA O EXERCCIO DA MISSO DA IGREJAAtrevemo-nosaescrever,deformaintrodutria,sobreessetemasobacondiodecuriosidadedequem,assim como milhares de pessoas em nossos dias, tambm busca conhecer melhor o seu tempo. No temos nenhuma pretenso de fazer um texto que sistematize o presente tema, mas sim pontuar prticas eclesiais que tenham ou que podem ter a configurao de uma relao entre religio, em especial, crist, e as novas tecnologias da informao e da comunicao. Contudo, ressaltamos que at a publicao deste texto, no temos informao da existnciadeumtextoescrito,querimpressooudigitalizado,querealizeesseintento.Mosobra. Setomarmosahistriadodesenvolvimentotecnolgiconumpassadorecente,essarelaoreligioecomunicao, de uma forma geral, passa inicialmente pela comunicao atravs de cartas, as quais eram escritas mo. Um bomexemploestnaprpriaBblia,oApstoloPaulousoudessemtodoparacomunicaroEvangelhospessoas de seu tempo, bem como fazer a devida manuteno daqueles que se achegam a F Crist. Reunir um grupo de pessoas num mesmo lugar geograficamente tambm uma forma de comunicar e transmitir a Boa-Nova do Evangelho. No passado, os primeiros cristos se reuniam nos lares. Essa prtica, ainda, hoje, continua atravs de grupos pequenos, caseiros. A comunicao do Evangelho tambm utilizou a impressa escrita de Gutenberg. O mundo literrio impresso, num passado recente, foi de extrema importncia para divulgao e comunicao da mensagem crist ao mundo, ganhou fronteira para um maior contingente de pessoas. A Bblia foi um dos primeiros textos a serem impressos e, assim, alcanar muitos cristos no mundo. Tambm por meio do texto impresso, em nossos dias, se tem alcanado milhesemilhesdepessoasemovimentadocifrasconsiderveis,sendoumdosmercadosmaisrentveisda atualidade.

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OutraformadecomunicaodoEvangelhoqueremontaaoprpriotempodeJesusCristoapregao,ouso da fala. O usodaoratria para levar a mensagem s pessoas presentes fisicamente num mesmo local. Essa forma, inicialmente, restringia-se a espaos menores, pois no havia o uso de equipamentos para amplificao ou transmisso da voz e da imagem. Contudo, a comunicao presencial tem sido uma das formas as quais Igreja mais utiliza para fazer conhecida a mensagem bblica. Hoje, porm, utilizam-se equipamentos de amplificao de som para dar um melhor conforto auditivo aos presentes. Nesse sentido, a pregao do Evangelho atravs da boca de seus pregadores ganha novos espaos e pblicos sem os mesmos sarem do lugar. Isso foi possvel quando da inveno do Rdio. Muitos pregadores europeus e americanosseiniciaramnessaartequesetornouumapaixomundial.NoBrasil,ousodordioteveresistncia dealgumasdenominaesreligiosas no inciodo sculopassado.Ordiofoieoinstrumentoutilizadopela PresidnciadaRepblica,quandoseiniciou,comoentoPresidenteGetlioVargas,AvozdoBrasil,como objetivo de unificar o pas. Hoje, no meio cristo, amplamente utilizado, onde alm do uso e tambm uma forma de empreendimento, que movimenta expressivas cifras. Ummeiodecomunicaocriadoparasituaesadistanciaconsidervelfoiotelgrafo.Elefoiumaferramenta revolucionria criada, no dia 24 de Maio 1844, por Alfred Viu e Samuel Morse. Depois de 154 anos a garantir a entrega de telegramas, a Western Union anunciou o fim do servio. O ltimo telegrama foi entregue na sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2006. A imagem abaixo mostra o primeiro aparelho utilizado pela dupla Veil-Morse. A primeira fraseenviadaporBaltimorefoi"WhatHathGodWrought?"(OquequeDeusfez?).

Fonte: LEVENDULA IMAGEM DIGITAL LTDA - Rio de Janeiro - RJ

O telefone foi criado por Alexander Graham Bell, no ano de 1876, nos Estados Unidos. Esse um meio de comunicao que procura trabalhar o aconselhamento, o conforto espiritual, bem como mensagens amorosas e de reflexo. Com os avanos onde a conversa pode ser mais de uma para um, pode haver a comunicao em pequenos grupos, como o conhecido 145 disque amizade, que era a proposta das pessoas se encontrarem para conversar.

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Na poca de sua criao, a televiso foi considerada um dos meios de comunicao mais expressivo, pois reunia som (do rdio) e imagem ao mesmo tempo. Com essa criao, no foram poucos os pregadores e pregadoras que se utilizaram para comunicar a mensagem crist. Veculo de massa, assim como o rdio, esse tinha uma vantagem a mais, pois mostrava a imagem em movimento. Principalmente, americanos e europeus se utilizam muito desse instrumento. Esse meio de comunicao ainda hoje muito utilizado por pregadores, msicos e Igrejas no Brasil. Tal instrumento de comunicao tem sido alm de um meio de comunicao, um empreendimento muito rentvel naatualidade;tantoaIgrejaCatlicaquantoasIgrejasEvanglicasdetmcanaisdeTVComercialeaCabo.

Pastor e tele-evangelista Jimmy Swaggart - 21 de Fevereiro de 1988.

A Internet um das inovaes tecnolgicas que tem mudado as relaes de comunicao e informao, de um para um ou de um para muitos, ela possibilita uma relao de todos com todos, em tempo real, atravs da digitalizao do som e da imagem. uma revoluo. Hoje possvel ouvir rdio, assistir televiso, baixar filmes do Cinema e ler telemensagens na internet.Fonte: LEVENDULA IMAGEM DIGITAL LTDA - Rio de Janeiro - RJ

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TV na Internet

Rdio na Internet

Telemensagens na internet

Iniciemoscomoqueprpriodainternet:osBlogs.Essessoambientesnaformadedirios.Podem-sepostar atividadeseproduesindividuaiscomotextos,contedos,atividades,dentreoutrasaplicaes.Servemtambm de notcia ou espao de debate. Aceitam a aplicao de links e imagens. Um grande nmero de provedores disponibiliza este servio gratuitamente.

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Outro ambiente os grupos de discusso. Permitem armazenamentos e acesso a arquivos, e-mail, enquetes, salas de bate-papo (chats) entre outras ofertas; tambm os tipos e quantidades de servios disponibilizados variam de provedor para provedor.

Ofrumdeopinioumtipodeserviotambmgratuitoquepermiteaosparticipantesdebaterematravsde texto escrito sobre determinado assunto proposto por um lder ou um dos componentes do grupo. O interessante quevaiseformandoumarvoredeopiniesecolocaesparacadaparticipanteondetodosapresentamsua opinio com conexo ao raciocnio e opinio anterior de cada colega participante do debate. A seguir um exemplo de como fica o ambiente.

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Na internet um dos meios mais utilizando para divulgao de pessoa fsica ou jurdica so as pginas www.com, www.br ou www.net. Essas pginas podem ser acessadas por visitantes e ter uma diversidade de atividades como vdeos, artigos, imagens, textos para reflexo, divulgao de cursos, seminrio, da Instituio, dentre outras. tambm nessas pginas que encontramos dicionrios ou chaves bblicas e Bblia online. Site de Pesquisa

Site pessoal

Site Institucional

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Outro meio de comunicao e divulgao da mensagem crist so as bibliotecas virtuais onde o acesso a livros, revistas, filmes, jornais e peridicos so permitidos. As universidades, fundaes, ONGs e vrias instituies ligadas ao ensino e pesquisa disponibilizam materiais e permitem o acesso ao conhecimento humano atravs da rede mundial de computadores.

O Orkut um dos ambientes virtuais de encontro mais acessado no momento para relacionamentos/encontros profissional, por segmento, amoroso ou fazer amizades. Hoje nessa modalidade j se pode conversar em tempo real com os amigos de Orkut como se estivesse numa sala de bate-papo online.

A criao de comunidade tambm outro meio de reunir pessoas por seguimento, gosto ou opo de vida.

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A internet tambm um espao para o comrcio religioso, consumo de artigos religiosos como bblias, livros, materiais litrgicos, smbolos religiosos, etc. Venda de literatura

Venda de arte sacra

O uso de e-mail tambm um dos meios de comunicao mais utilizados pelos internautas para se comunicarem diariamente. Ele uma mensagem rpida onde se digitaliza, podem-se postar arquivos e vdeos para divulgao. Essa maneira de se comunicar muito comum entre grupo de amigos, na atualidade. E com os novos incrementos tem superado a comunicao um-um, um-muitos para muitos-muitos, de maneira interativa.

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O Youtube um web site que permite que seus usurios carreguem e compartilhem vdeos em formato digital. Foifundadoemfevereirode2005portrspioneirosdoPayPalumfamosositedainternetligadoagerenciamento detransfernciadefundos.NoYoutubejpodeserencontradodiversosvdeosdedivulgaoecomunicaode celebraes,cultosecerimniasreligiosascomafinalidadetambmdeanunciaraboanovadoevangelho.

Outra forma de comunicao j bem popularizado na internet o MSN. A sigla MSN significa The MicroSoft Network, ou seja, A Rede Microsoft, ento, MSN Messenger significa Mensageiro da rede Microsoft! Windows Live significa Windows Ao Vivo, ento Windows Live Mesenger significa Mensageiro Ao Vivo do Windows Alm de conversar individualmente, simultaneamente, a pessoa pode acessar outras pessoas e convid-las para um bate papo tambm em grupo. Essa ferramenta permite o envio de arquivo e imagens online.

Outra modalidade bem utilizada como site de relacionamento e que tem ganhado espao no mundo virtual o Facebook. Facebook uma comunidade de relacionamento. Foi criado pelo estudante de Harvard, Mark Elliot Zuckerberg. a comunidade que tem mais crescido nestes ltimos tempos. A previso at o final de 2007 atingir 60milhesdeusurios.AgrandediferenadoseuconcorrenteOrkut,estnasaplicaesdeterceiros(rodaro flickr,del.icio.us,last.fmemaisoutrasmilharesdeaplicaesdentrodoFacebook!),semfalarqueositenotem anncios(porenquanto),temumtimosistemadeprivacidadeepodeenviarvriasfotos!NoFacebookvocpode convidaramigosqueestonasualistadecontatosdeseuemailempoucoscliques.Vocpodecriargrupos,enviar recados, conversar no chat, fazer eventos

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Por fim, a ferramenta de microblogging Twitter. No Brasil, ela tem se constitudo como um software social mais utilizado em relao ao Orkut, Facebook e o tradicionalssimo blog. Ela j est em primeiro lugar. Essa modalidade de interatividade consiste em publicao com comentrios constantemente publicados e esses so consideravelmente curtos.

Refletindo... O mundo est mudando e essa mudana muito rpida. Um bom exemplo foi quando, da confeco da primeira edio deste texto, tanto o Twitter quanto o Facebook no se configuravam ainda no Brasil como hoje. Nesta edio, eles j esto presentes e um dele j est sendo considerado um dos sites de relacionamentos mais acessados. Observa-sequedacomunicaoescritaoufaladainlcusparaasredesinterativasdomundovirtual,queesto presentes nos cinco continentes, simultaneamente, as mudanas esto