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    CULTURA HACKER: OS NOVOS SUJEITOS DO COMUM(S)

    Ana Eliza Trajano Soares1

    Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir questes de ativismo poltico e o

    compartilhamento de informaes por meio da rela!o com a cultura hacker"

    Analisar com base na atua!o dos fen#menos hackers de mais e$press!o

    atualmente um pouco da cultura desses que ainda s!o tidos por muitos como

    criminosos aqui com o entendimento de que hackerss!o pessoas que usam seu

    conhecimento computacional em prol da constru!o de al%o" Trataremos

    brevemente dos %rupos dos criadores do Soft&are 'ivre os (i)i'ea)s e o

    Anon*mous" +tilizaremos para an,lise 'ev* - 'emos S.r%io Amadeu /imanen

    0astells orin - 2eleuze" As aes dos tr3s %rupos hackers mostradas nesse

    trabalho tem meios e fins especficos mas conver%em no sentido de serem aes

    polticas marcadas pelo ativismo e pelo compartilhamento de conhecimento e

    informaes" Essas pr,ticas contribuem e provocam discusses e resultados a fim

    de comear a 4abalar5 as %randes estruturas dominantes pois criam furos nos

    bloqueios centrais"

    Palavras-cave: Hackers Ativismo 6nternet ilit7ncia"

    I!"ro#u$%o

    2iferenciar os hackers dos crackers. um primeiro passo para comear a

    entender essa cultura pois a vis!o colocada pelas manchetes de jornal capas de

    revista e reporta%ens televisivas8 s!o muitas vezes factoides sobre o assunto

    1 estranda do 9ro%rama de 9s;io

    evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

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    fazendo com que se tenha uma vis!o ne%ativa sobre o hacker criando um

    verdadeiro pavor sobre a a!o destes" Nshackerss!o:

    J"""L pessoas que se dedicam a pro%ramar de forma entusiastaHH e

    acreditam que por em comum a informa!o constitui um e$traordin,rio

    bem e ainda para eles . um dever de natureza .tica compartilhar suas

    compet3ncias e seus conhecimentos elaborando um soft&are %ratuito e

    facilitando o acesso O informa!o e aos recursos de computa!o sempre

    que o seja possvel" J/6A?E p" PL" Tradu!o nossa"

    As aes que em sua maioria conhecemos por aes hackers na verdade

    s!o de crackers" N cracker. se%undo o autor e ativista S.r%io Amadeu da Silveira:

    4pessoa que usa sua destreza para invadir sistemas e praticar crimes eletr#nicos5

    JS6'QE6>A 8GGD p" PL" 9ercebe;se um %rande equvoco no empre%o do termo pois

    as aes de um cracker,em sua maioria est!o atribudas a usos irrespons,veis e

    violaes criminosas por meio da utilizaza!o de um conhecimento muitas vezes

    b,sico na ,rea da computa!o" Ns hackers como iremos ver s!o pessoas que

    entendem profundamente da lin%ua%em computacional e usam esse conhecimento

    para construir al%o" Em um discurso feito no 18R =rum 6nternacional do Soft&are

    'ivre em 9orto Ale%re no ano de 8G11 o ent!o inistro da 0i3ncia e Tecnolo%ia

    Aloizio ercadante disse: 4Hackerss!o %rafiteiros e crackerss!o pichadores" ?!o

    vamos confundir um com outro5 uma compara!o que sintetiza muito bem a

    diferena"

    +ma primeira observa!o que podemos fazer em rela!o O cultura hacker.que ela nasceu como um movimento de contracultura na .poca da evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Crackerhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cracker
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    de hackerse cientistas que trabalharam na tecnolo%ia que estava sur%indo fizeram

    com que tanto o computador quanto a internet se tornassem ferramentas de uso

    caseiro" 0laro que n!o foi al%o imediato mas se hoje conse%uimos comprar

    computadores em supermercados e escolher que sistema operacional utilizar . fruto

    dessa primeira a!o"

    As or%anizaes dos hackerss!o consideradas comunidades pois s!o um

    %rupo de pessoas que est!o em rela!o por interm.dio do ciberespao" 9ara 'ev* -

    'emos essas comunidades s!o uma nova maneira de fazer sociedade s!o o

    fundamento social do ciberespao" 0omunidades aqui entendidas no sentido

    apresentado pelo estudo de >ecuero J8GGPL:

    6nicialmente a comunidade . um %rupo de pessoas que intera%e" ?o

    ciberespao esta intera!o se d, via comunica!o mediada por

    computador e de forma mMtua" A intera!o que acontece dentro de uma

    determinada rede . a base do estudo de sua or%aniza!o" Ela pode ser

    cooperativa competitiva ou %eradora de conflito" A intera!o que .

    cooperativa pode %erar a sedimenta!o das relaes sociais

    proporcionando o sur%imento de uma estrutura" Uuanto mais interaes

    cooperativas mais forte se torna o lao social desta estrutura podendo

    %erar um %rupo coeso e or%anizado" ?a or%aniza!o da comunidade virtual

    portanto . necess,rio que e$ista uma predomin7ncia de interaes

    cooperativas no sentido de %erar e manter sua estrutura de comunidade

    J>E0+E>N p" 1D 8GGPL"

    A comunidade dos hackers compartilha um espao telem,tico e simblico

    com uma determinada perman3ncia temporal Jmuitas vezes n!o proporcional aotempo das comunidades cl,ssicasL e cria seu modo de comportar falar e viver" +m

    dos fatores que os autores consideram de e$trema import7ncia . a motiva!o: 4

    preciso motiva!o para que uma comunidade continue com vi%or e intensidade

    mesmo levando em conta a aus3ncia de contato corporal e as dist7ncias

    3?o conceito de comunidade apesar de os autores n!o fazerem refer3ncia direta aos hackers pormeio de nossa an,lise tal conceito coube em nossa refle$!o pois traz os mesmos elementos dose$emplos utilizados no livro"

    3>evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

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    %eo%r,ficas"5J'EQVI 'ENS p" 1G 8G1GL" Esse . um fator consider,vel que as

    comunidades hackerst3m em demasia basta observar a sua repercuss!o e o seu

    crescimento"

    0omo qualquer outra mdia o computador tem a mesma tend3ncia de se

    tornar um meio totalmente manipulado" 0omo coloca o autor: 4A concentra!o de

    poder comunicacional na sociedade da informa!o poder, ser muito maior do que a

    ocorrida com a mdia de massas na sociedade industrial5 JS6'QE6>A 8GGB p" WKL

    basta observar que no ano de 8GG8 a icrosoft empresa norte;americana estava

    em KGX das casas como Mnico sistema operacional" 2eter o poder sobre o sistema

    operacional de um computador . definir como se dar, a opera!o daquela m,quina

    . ter acesso a toda a memria e o material produzido nela ou seja uma total

    domina!o das funes do computador"

    As possibilidades de interfer3ncia nesse processo de monoplio por %randes

    corporaes s!o colocadas pela cultura hacker na medida em que busca uma

    e$pans!o da rede de forma aberta e continua conservando a ideia inicial dos

    hackersamericanos na evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

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    A quest!o que trataremos no trabalho que perpassa bem os tr3s casos que

    vamos abordar . o compartilhamento das informaes sejam elas li%adas ao

    conhecimento t.cnico ao ativismo ao Estado ou O poltica" A import7ncia do

    compartilhamento continua sendo fundamental para um desenvolvimento equilibrado

    da sociedade: 4J"""L . necess,rio aprender a Yestar aquiZ no planeta" Aprender a estar

    aqui si%nifica: aprender a viver a dividir a comunicar a comun%ar J"""L5 JN>6?

    8GGG p" WBL" A quest!o da informa!o . o poder que ela tem principalmente no caso

    dos hackers que apresentam a possibilidade de infiltrarem;se no centro ou seja

    fazer com que n!o se viva dependendo de empresas que dominam o mercado isto

    . %rupos he%em#nicos que det3m um conhecimento t.cnico e o monopolizam

    conforme seus interesses mas que se possa produzir e compartilhar as

    informaes:

    E a virtude da informa!o . isto: sua aptid!o para destruir a racionaliza!o

    Jsistema coerente de ideias que pretende encerrar em si o realL e para criar

    uma racionalidade nova Jnovo sistema coerente que inte%ra a informa!oL" A

    informa!o . o antdoto para a tend3ncia natural que tem a ideolo%ia de sefechar em si mesma" JN>6? 1KCB p" DWL"

    Essa cultura cria um novo tipo de politiza!o tendo em vista que

    consideramos a sociedade como uma rede que pressupe um modelo livre de criar

    e recriar o desejo comum de uma democracia da informa!o n!o mais centrada em

    anti%as confi%uraes de um centro emissor mas um compartilhamento baseado na

    justa distribui!o da propriedade e consequentemente na liberdade do

    conhecimento"

    Os Ro&'!s oo#s #a mo#er!'#a#e: os cr'a#ores e #ese!volve#ores #o

    softwarel'vre

    N mercado de softwarerepresenta uma cifra consider,vel no 96@ dos pases

    ricos entre 1 e 8X" um mercado que movimenta somente nos Estados +nidos

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    +S[ PG bilhes anualmente enquanto que no @rasil temos +S[ 1K bilhes" A

    icrosoft 0orporation sozinha j, che%ou a movimentar anualmente +S[ BCD

    bilhes em 8GGD com lucros sempre muito e$pressivos" 2etentora deste nicho

    estima;se que o sistema operacional da empresa esteja em cerca de CPX D dos

    computadores pessoais enquanto o ac NS da Apple est, com DCX e o 'inu$

    com WDX"

    Al.m do fator simblico e econ#mico ainda h, o monoplio da tecnolo%ia

    dos chamados lo%aritmos como coloca o autor: 42ominar o sistema operacional

    permitiria tentar dominar outros aplicativos" N sistema operacional de um

    computador poderia impedir que certos aplicativos dos concorrentes rodassem sobre

    ele"5 JS6'QE6>A p" 8G1 8GGKL"

    @asta uma simples vista sobre os nMmeros deste mercado t!o competitivo

    para saber que se trata de um enorme monoplio e que um %rupo pequeno det.m

    tecnol%ica simblica e economicamente o mundo das m,quinas"

    A lenda in%lesa contada por produes liter,rias e cinemato%r,ficas do heri

    >obin /ood que roubava riquezas dos nobres da realeza para distribuir aos pobres

    nos traze elementos para pensar as aes hackers em rela!o ao softwarelivre" N

    incio foi na d.cada de 1KCG quando os estudiosos tentavam desenvolver de forma

    colaborativa um sistema operacional que conectado O internet funcionasse ao

    mesmo tempo em todos os tipos de computador" =oi utilizado o sistema +?6\Pcomo

    cdi%o;fonte para o incio das atividades" 2evido a essa brecha outros laboratrios

    se envolveram no trabalho do sistema tais como o Computer System Research

    Group, da +niversidade @er)el* na 0alifrnia" N +?6\ depois dos

    aperfeioamentos j, era um sistema que dispensava a pro%rama!o especfica para

    cada m,quina rodava em todos os tipos de computadores"

    D2ados de http:FF&&&"tecmundo"com"brF&indo&s;WF8KCC;a%ora;sim;&indo&s;W;e;o;sistema;operacional;mais;usado;no;mundo"htmH"PElaborado por ]en Thompson em 1KBK do 'aboratrio @ells"

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    'on%e de ser uma preocupa!o com os lucros a serem obtidos os hackersda

    .poca queriam aperfeioar o sistema com a busca de mais ferramentas" N trabalho

    colaborativo buscava tamb.m dei$ar ao alcance de todos os pro%ramas

    desenvolvidos" E em 1KKC sur%e o movimento do softwarelivre que tomou uma

    postura mais poltica quando o pro%ramador >ichard Stallman do 'aboratrio de

    6nteli%3ncia Artificial do 6TB JE+AL se posicionou contrariamente O reinvindica!o

    de direito de propriedade sobre o +?6\ pela empresa AT-TW e ela fecha o cdi%o;

    fonte do pro%rama" Ent!o v,rios pro%ramadores se juntaram e desenvolveram outro

    pro%rama o

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    de democratizar o conhecimento do uso amplo das ferramentas do ciberespao" E

    essa manipula!o que padroniza pode;se dizer ser incompatvel com a ideia da

    internet como um territrio livre"

    As condies para que um software seja considerado livre s!o as quatro

    liberdades: uso cpia modificaes e redistribui!o" ?a condi!o da licena n!o

    propriet,ria ou seja que n!o e$istem donos apenas autores qualquer pessoa pode

    modificar o pro%rama pois o cdi%o;fonte . aberto o que vai implicar a colabora!o

    entre os hackerspara o aperfeioamento do sistema" Eles se or%anizam via internet

    como coloca o autor: 4E$istem diversos soft&ares livres que possuem comunidades

    de desenvolvedores espalhados por diversos pases e com milhares de

    colaboradores que au$iliam na constante melhoria e corre!o5 JS6'QE6>A 8GGD p"

    18L" N monoplio das empresas de cdi%o fechado ainda . consider,vel mas o

    papel dos hackers com a cria!o dos softwares livres por mais que esses n!o

    sejam utilizados massivamente . de pressionar as empresas baratear as vendas

    na medida em que o ato de falsificar e distribuir esses softwares torna;se muito

    comum"

    E$iste uma tend3ncia de o movimento crescer e me$er ainda mais com o

    monoplio das empresas na medida em que jovens pro%ramadores se sentem

    impelidos a colaborarem e a compartilharem os produtos criados no sistema de

    liberdade" N desenvolvimento colaborativo d, aos softwares livres uma %ama de

    possibilidades pois s!o pro%ramas mais inteli%entes que os de cdi%o fechado uma

    vez que trazem uma maior riqueza de detalhes: 4N estmulo da propriedade pode ter

    %erado inova!o mas o modelo compartilhado tem %erado criaes e inovaes de

    impacto colossal"5 JS6'QE6>A 8GGK p" 1KGL" Esses novos >obins /oods que pe%am

    uma tecnolo%ia que seria somente para posse dos ricos tanto financeiramente como

    tamb.m de conhecimento e disponibilizam para todos para o uso comum por meio

    da internet contribuem n!o s para novas sadas informacionais como tamb.m para

    a modifica!o de uma cultura individualista para uma cultura de colabora!o a qual

    o valor monet,rio n!o . necessariamente a principal motiva!o das aes"

    8>evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

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    Pro+r'e#a#e I!"elec"ual , I!"eresse Cole"'vo

    A rede tamb.m . espao de disputa poltica portanto um espao poltico e

    por tal motivo deve ser construdo democraticamente" ^, se constatou por diversos

    fatos que a rede virtual de forma positiva ou ne%ativa afeta outras redes" A

    imprensa . um e$emplo disso" 2epois da internet os velhos formatos midi,ticos

    tiveram de ser revistos Jrevistas jornais r,dio e televis!oL" ?!o . mais necess,rio

    esperar o hor,rio da distribui!o do jornal ou do pro%rama televisivo para divul%ar

    um fato" A qualquer momento a notcia che%a como coloca o autor:

    N 4tempo real e Mnico5 de acesso a um pro%rama de TQ ou a uma emiss!o

    radiof#nica transforma;se em 4tempos ampliados e diferidos5 distintos de

    acesso a 4qualquer informa!o5 a 4qualquer momento5 colocada em

    disponibilidade 4por qualquer pessoa5 em diversos sistemas51G

    E assim como no jornalismo tantas outras esferas sociais s!o afetadas"

    0onstruir espaos e aes que promovam a democracia na internet podem afetar

    tamb.m outras esferas como a poltica" ?essa batalha poltica e tecnol%ica travada

    pelos hackerssur%e o (i)i'ea)s"

    Em outubro de 8GGB foi re%istrado o domnio do (i)i'ea)s na internet pelo

    e$;estudante de matem,tica e e$;pro%ramador de computadores ^ulian Assan%e"

    Em dezembro publicaram o primeiro documento: Inside Somalia and the Union of

    Islamic Courts" 0onsiderado hoje um 4pesadelo para %overnos polticos e %randes

    empresas511o site em que circula documentos das mais diversas naturezas em sua

    maioria contendo informaes confidenciais de %overnos . tido como um dos

    maiores e$poentes do ativismo hacker" Em 8G18 foi lanado um livro no qual

    10J'EQV e 'ENS 8G1G p"WCL"112isponvel em: http://tecnologia.terra.com.br/internet/wikileaks-como-um-simples-site-pode-mudar-a-historia,313ab08a67ea310!gn"#$200000bbcceb0a%"%$.htmlH"

    9>evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

    http://tecnologia.terra.com.br/internet/wikileaks-como-um-simples-site-pode-mudar-a-historia,313ab048a67ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.htmlhttp://tecnologia.terra.com.br/internet/wikileaks-como-um-simples-site-pode-mudar-a-historia,313ab048a67ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.htmlhttp://tecnologia.terra.com.br/internet/wikileaks-como-um-simples-site-pode-mudar-a-historia,313ab048a67ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.htmlhttp://tecnologia.terra.com.br/internet/wikileaks-como-um-simples-site-pode-mudar-a-historia,313ab048a67ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
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    Assan%e discute com mais tr3s ativistas do mundo cybersobre a falta de privacidade

    na internet e os peri%os para a liberdade civil e poltica pelo controle %overnamental

    em tantas partes do mundo" N criador do (i)i'ea)s diz que seu site . um canal para

    ajudar pessoas comuns a denunciarem atitudes anti.ticas de seus %overnos e

    corporaes empresariais de suas re%ies como Assan%e coloca: 4Ao lon%o dos

    seis Mltimos anos o WikiLeaks entrou em conflito com praticamente todos os

    Estados mais poderosos"5 JASSA?

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    americanos classificam o %rupo como terroristas que precisam ser eliminados"

    2esde 8G18 Assan%e encontra;se no Equador onde pediu asilo poltico sob v,rias

    acusaes pelo %overno dos E+A e tamb.m por ser acusado de estupro na Su.cia"

    +ma das colocaes de Assan%e que bem resumem a ideia do WikiLeaks.:

    49rivacidade para os fracos transpar3ncia para poderosos5" >epensando assim a

    produ!o desse comum na cibercultura o fornecimento compartilhado de tantas

    informaes que fazem parte do interesse coletivo dos cidad!os de muitos pases

    A pr,tica dos commons no conte$to informacional tem adquirido mais

    relev7ncia que as pr,ticas privadas" A constru!o da rede das redes a

    internet a cria!o do padr!o http e da &eb o movimento do soft&are livre a

    Wikipedia a mMsica techno a blo%osfera o "outube J"""L em %eral t3m

    marcado a forma!o da comunica!o e da cultura di%itais" 0om a influ3ncia

    decisiva das redes de comunica!o e das tecnolo%ias de informa!o nos

    demais se%mentos da vida social os commons entraram na pauta do

    tem,rio cultural econ#mico e poltico" JS6'QE6>A 8GGC p" P1L"

    9ois os assuntos tratados pelos 4poderosos5 dizem respeito a muitaspessoas fazem parte de um comum n!o a al%o particular a eles" A constru!o

    dessas redes de informa!o essa nova media!o com a notcia por esses a%entes

    na &eb criam tenses no centro"

    L'!as #e u.a e m'l'"/!c'a v'r"ual: A!o!0mous

    ?esses Mltimos tempos os manifestantes que foram Os ruas e redes sociais

    virtuais no @rasil t3m como um de seus smbolos uma m,scara que virou febre em

    todas as cidades onde houve manifestaes no pas" A conhecida m,scara do filme

    # de #in$an%a& foi utilizada na produ!o cinemato%r,fica pelo persona%em do

    justiceiro Q que convoca a popula!o a se rebelar contra a tirania do %overno in%l3s"

    Essa m,scara . o smbolo de um %rupo de hackerspresente em v,rios pases e

    1=ilme de ^ames cTei%ue 8GGB Estados +nidos"

    11>evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

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    nessas Mltimas manifestaes e$erceu um papel importante como um ponto em

    comum entre os diferentes %rupos e cidades atrav.s de vdeos comunicados notas

    que se espalhavam de forma viral durante os dias principais das manifestaes"

    Ns hac)ativistas se autodenominam por meio de uma ideia: 4?s somos uma

    ideia" +ma ideia que n!o pode ser contida perse%uida nem aprisionada"5 JUuem

    somos http:FF&&&"anon*mousbrasil"comFsobre;anon*mousFL" Sur%iram em 8GGD

    como movimento de mobiliza!o virtual pois acreditam ser a forma encontrada na

    atualidade para lutar contra as injustias" Eles n!o t3m um lder nem visam a fins

    lucrativos n!o t3m vinculaes oficiais com instituies e sua caracterstica forte .

    conservar o anonimato" 4?o @rasil estamos a%ora nos e$pandindo e queremos

    convid,;lo a juntar;se a ns anonimamente" 9reservando o anonimato poderemos

    a%ir contra a corrup!o com mais efic,cia sem perse%ui!o"5 JUuem somos

    http:FF&&&"anon*mousbrasil"comFsobre;anon*mousFL"

    Entre as aes de maior repercuss!o no @rasil podemos citar um protesto a

    favor do WikiLeaks que retirou temporariamente do ar sites como Qisa astercard

    entre outros" E tamb.m o vdeo de quase dois milhes de acessos: 4As P causas5 1D

    que dava direcionamentos para as manifestaes nas ruas ocorridas nos meses de

    junho e julho"

    0ertamente esse novo modelo de milit7ncia traz muitas questes no sentido

    de qual ser, o impacto que ele ter, sobre a realidade ou at. onde essas operaes

    ir!o" as com rela!o O an,lise da import7ncia para o atual momento sob a

    perspectiva de pessoas que est!o buscando um bem comum de estarem

    produzindo novas possibilidades de atua!o por linhas diferentes linhas perif.ricas

    pelo fato de n!o mostrarem o rosto ou n!o se identificarem Jo que para al%uns . um

    ato de covardiaL pode ser uma sada para o atual momento como a linha de fu%a

    se%undo o conceito do filsofo franc3s evista Eletr#nica 6nter; 'e%ere J6SS? 1KC8 ;1BB8L ?Mmero 1D janeiro a junho de 8G1D

    http://www.anonymousbrasil.com/sobre-anonymous/http://www.anonymousbrasil.com/sobre-anonymous/http://www.youtube.com/watch?v=v5iSn76I2xshttp://www.anonymousbrasil.com/sobre-anonymous/http://www.anonymousbrasil.com/sobre-anonymous/http://www.youtube.com/watch?v=v5iSn76I2xs
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    responsabilidades" =u%ir n!o . renunciar Os aes nada mais ativo que

    uma fu%a" o contr,rio do ima%in,rio" tamb.m fazer fu%ir n!o

    necessariamente os outros mas fazer al%uma coisa fu%ir fazer um sistema

    vazar como se fura um cano" J2E'E+_EI 9A>?ET 1KKC p" DKL"

    Co!s'#era$1es '!a's

    A caracterstica para os tr3s movimentos aqui vistos al.m do fato de todos

    serem hackers,. a quest!o do compartilhamento de informaes no territrio dainternet" 9ortanto podemos consider,;los desterritorializados na medida em que n!o

    possuem materialmente um lu%ar e os bens que compartilham s!o imateriais o que

    abre possibilidades de aes em v,rios lu%ares ao mesmo tempo em um territrio

    n!o institudo por meio do qual desejam estar conectados com v,rias pessoas"

    ?!o podem . possvel dar respostas se esses ser!o os novos moldes

    eficazes para uma nova milit7ncia mas trata;se de encarar como al%o para o$i%enar

    o sistema e as velhas formas sociais pois abrem;se as possibilidades de

    compartilhamento de informaes at. pouco tempo restrito a um %rupo pequeno de

    polticos ou de empres,rios" 9or essas aes acontecem pequenos furos" bem

    verdade que a icrosoft n!o faliu ou as vendas Apple diminuram o enan 0alheiros da presid3ncia do

    Senado brasileiro mas s!o furos que provocam certo abalo na estrutura" 6sso tudo

    se trata de um trabalho perif.rico: 4N trabalho da multid!o nosso trabalho ou

    melhor nossa atividade . operar a jun!o das periferias para que elas consi%am

    e$plodir o YcentroZ5 J9orto Ale%re 8GG8: o trabalho das multidesL"

    uma forma de mobilizar;se que na maioria das vezes rompe com a

    mentalidade de dominar o centro: 4quebrar espelhos Jsem se ferirL a fim de que

    todos possam ter um pedao para refletir a luz dos outros e n!o apenas para se

    olhar5 J9orto Ale%re 8GG8: o trabalho das multidesL"

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    jul" 8G1"

    7ac5er cul"ure: "e !e3 su&=ec"s o "e commo!(s)

    The aim of this paper is to discuss political activism and information sharin% b* their

    relations &ith hac)er culture" @ased on most famous hac)ers phenomena &e

    anal*ze them as a %roup of people &ho share their computational )no&led%e to build

    somethin% in common" (e anal*ze briefl* =ree Soft&are (i)i'ea)s and Anon*mous

    creators %roup" Theoretical anal*sis is %uidin% b* some authors such as 'ev* -

    'emos S.r%io Amadeu /ilmanen 0astells orin and 2eleuze" /ac)ers actions

    anal*zed on this paper have specific means and ends but the* also are in

    a%reement as political actions in activism and sharin% of )no&led%e and information"

    These practices contribute and provo)e discussions and results in order to be%in to

    4sha)e5 the bi% dominant structures because the* ma)e holes in the central bloc)s"

    >e03or#s: /ac)ers Activism 6nternet ilitanc*"

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