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 D. Eleitoral Dr. Rodrigo Souza Data: 08/07/10. 00   , 2, 3 . (21)2223132 . , 00 . 21, 1 1 . (21)21 ... 1/3  INTRODUÇÃO A democracia no Brasil é conceituada como semidireta, considerando a possibilidade do cidadão participar da formação da vontade p olítica nacional, seja através de seus representantes eleitos, seja diretamente. Tal afirmação pode ser retirada da análise do art. 1º §único da Constituição Federal: Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Nesse sentido, o direito eleitoral é o ramo do Direito Público composto por um conjunto de normas destinadas a regular os deveres dos cidadãos em suas relações políticas com o Estado. O foco principal do estudo do direito eleitoral recai sobre os direitos políticos. Tais direitos estão disciplinados nos art. 14 a 16 da Constituição Federal1. Os direitos políticos podem ser classificados em positivos ou negativos, conforme tradicional divisão nos apresentada por José Afonso da Silva:  Direitos Políticos Positivos São as normas que assegu ram a participação no processo p olítico. Garantem a participação do povo na gestão e controle da coisa pública, seja pelo direito de participação popular: através da iniciativa legislativa popular, o direito de propor a ação popular e o direito de organizar e participar de partidos políticos, seja através das várias modalidades de direito de sufrágio: direito de voto nas eleições, direito de elegibilidade (de ser votado), direito de voto nos plebiscitos e referendos. Os direitos políticos positivos podem ser divididos na capacidade eleitoral ativa (direito de votar) ou capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado).  Direitos Políticos Negativos Tratam-se das normas constitucionais restritivas e impeditivas do direito do cidadão de participar do processo político e nos órgãos governamentais, privando o cidadão do direito de eleger e ser eleito, de exercer atividade político partidária ou de exercer função pública.  _____________________ ____________________ __________________ _________________ _  __ O capítulo IV da Constituição Federal (arts. 14 a 16) trata dos direitos políticos, que nada mais são do que o conjunto de normas reguladoras do exercício da soberania popular. Dentre tais normas despontam aquelas destinadas ao efetivo exercício dos direitos políticos e as que, por razões de ordem pública, de forma permanente ou 1  Conforme lembra Pedro Henrique Távora Neles, citando, José Afonso da Silva, “embora a Constituição conceba os direitos políticos, em sentido estrito, o conceito é mais amplo, indo além do direito de sufrágio para alcançar o direito de propor ação popular e o dir eito de organizar e participar de partidos políticos.

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 INTRODUÇÃO

A democracia no Brasil é conceituada como semidireta, considerando apossibilidade do cidadão participar da formação da vontade política nacional, sejaatravés de seus representantes eleitos, seja diretamente. Tal afirmação pode ser retiradada análise do art. 1º §único da Constituição Federal:

Parágrafo único - Todo o poder emana do povo,que o exerce por meio de representantes eleitos oudiretamente, nos termos desta Constituição.

Nesse sentido, o direito eleitoral é o ramo do Direito Público composto por umconjunto de normas destinadas a regular os deveres dos cidadãos em suas relações

políticas com o Estado. O foco principal do estudo do direito eleitoral recai sobre osdireitos políticos. Tais direitos estão disciplinados nos art. 14 a 16 da ConstituiçãoFederal1. Os direitos políticos podem ser classificados em positivos ou negativos,conforme tradicional divisão nos apresentada por José Afonso da Silva:

•  Direitos Políticos Positivos

São as normas que asseguram a participação no processo político. Garantem aparticipação do povo na gestão e controle da coisa pública, seja pelo direito departicipação popular: através da iniciativa legislativa popular, o direito de propor aação popular e o direito de organizar e participar de partidos políticos, seja através das

várias modalidades de direito de sufrágio: direito de voto nas eleições, direito deelegibilidade (de ser votado), direito de voto nos plebiscitos e referendos.

Os direitos políticos positivos podem ser divididos na capacidade eleitoralativa (direito de votar) ou capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado).

•  Direitos Políticos Negativos

Tratam-se das normas constitucionais restritivas e impeditivas do direito docidadão de participar do processo político e nos órgãos governamentais, privando ocidadão do direito de eleger e ser eleito, de exercer atividade político partidária ou de

exercer função pública.

 _____________________________________________________________________________  __ 

O capítulo IV da Constituição Federal (arts. 14 a 16) trata dos direitos políticos,que nada mais são do que o conjunto de normas reguladoras do exercício da soberaniapopular. Dentre tais normas despontam aquelas destinadas ao efetivo exercício dosdireitos políticos e as que, por razões de ordem pública, de forma permanente ou

1 Conforme lembra Pedro Henrique Távora Neles, citando, José Afonso da Silva, “embora a Constituiçãoconceba os direitos políticos, em sentido estrito, o conceito é mais amplo, indo além do direito de sufrágiopara alcançar o direito de propor ação popular e o direito de organizar e participar de partidos políticos.

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temporária, restringem o exercício desses mesmos direitos, razão de ser da dicotomiaentre direitos políticos positivos e direitos políticos negativos.

Dispõe o art. 14 da Constituição Federal:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelosufrágio universal e pelo voto direto e secreto, comvalor igual para todos, e, nos termos da lei,mediante:

I – plebiscito;

II – referendo;

III – iniciativa popular.

(...)

Nas palavras de José Afonso a Silva, “as instituições fundamentais dos direitospolíticos que configuram o direito eleitoral”, ou seja, são instituições fundamentais dodireito eleitoral: 1) o sufrágio (ativo e passivo); 2) os sistemas eleitorais; e 3) osprocedimentos eleitorais. Também se concebe formas especiais de exercício dasoberania popular, mediante consultas (voto) ou iniciativa direta da população,capazes de interferir no labor legislativo, quais sejam: a) o plebiscito; b) o referendo; ec) a iniciativa popular. Em se tratando de consulta mediante voto, convém lembrar que

impera o princípio do sufrágio universal.Como ferramenta básica do exercício da soberania popular desponta o

“sufrágio universal”, daí sobrevindo o “direito de sufrágio”. A palavra sufrágio, quederiva do latim suffragium, de sufragari (favorecer, interceder, aprovar por votos), nosentido do direito público exprime, como destaca De Plácido e Silva, a manifestação davontade de um povo, para escolha de seus dirigentes, por meio do voto. Já naobservação de José Afonso da Silva ao citar Carlos S. Fayt, “trata-se de um direitopúblico subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e departicipar da organização e da atividade do poder estatal”.

A representação política, na definição de Bobbio significa um mecanismopolítico particular para a realização de uma relação de controle (regular) entregovernados e governantes. Contempla-se a idéia de que um único indivíduo não podeexercer pessoalmente o poder, podendo fazê-lo em nome da coletividade ouuniversalidade que representa. A Representação política pode definir-se então comouma representação eletiva. Não é suficiente porém um tipo qualquer de eleições. Trata-se de eleições competitivas e que ofereçam um mínimo de garantias de liberdade paraexpressão do sufrágio.

AQUISIÇÃO DA CIDADANIA

(a)  Alistamento Eleitoral e Voto

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O alistamento eleitoral, para a maioria da doutrina configura-se como aprimeira fase do processo eleitoral. É a formalização da aquisição de direitos políticospelo nacional. Com o alistamento eleitoral o cidadão adquire a capacidade eleitoralativa (direito de votar)

De acordo com a Constituição Federal, que o alistamento e o voto sãoobrigatórios para os maiores de 18 anos. Obviamente, não para todos. No art. 14 §1º, II,a Constituição Federal dispõe acerca da facultatividade do alistamento e do voto:

•  Maiores de 70 anos

•  Analfabetos

•  Maiores de 16 anos e maiores de 18 anos

A Resolução 21538/2003 dispõe no art. 80 §6º que existe a dispensa deapresentação de justificativa para os acima mencionados, salvo quando maiores de80 anos. Todavia, o TSE decidiu no Acórdão 649 afastar a expressão “ maiores de 80anos”. O que nos parece o mais lógico, ou seja, um idoso com 71 anos, alistado, quenão votar, não precisaria justificar. Agora, uma pessoa com 82 anos que nãocomparecesse para justificar a ausência do voto, poderia ter o cancelamento dainscrição como eleitor.2 

Deve-se destacar que para os acima estabelecidos, caso sejam alistados perantea Justiça Eleitoral, permanecerá facultativo o voto. No que diz respeito aos analfabetosé correto afirmar que esses possuem capacidade eleitoral ativa, não possuem,entretanto, capacidade eleitoral passiva.

O alistamento eleitoral é vedado para os estrangeiros e para os conscritos3, quesão os militares durante o serviço militar obrigatório. Também é vedado o alistamentoeleitoral dos menores de 16 anos. Entretanto, o menor com quinze anos poderá alistar-se como eleitor, desde que complete 16 anos até o dia da eleição.

O Código Eleitoral dispõe que não podem ser eleitores aqueles que não saibamexprirmir-se na língua nacional. (Art. 5, II, CE/65)

Analisando-se, ainda, a situação do conscrito, o TSE apreciando a Consulta nº9.881/90 entendeu que “o eleitor inscrito, ao ser incorporado para a prestação do

serviço militar obrigatório, deve ter sua inscrição mantida, porém ficará impedido devotar”, fundamentando a v. decisão com o art. 6º, inciso II, alínea ‘c’ do CE – Resolução15.072, de 28.2.89.

Em seu artigo 6.º, o Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65) também faculta oalistamento do inválido e dos que se encontram fora do país. Faculta, ainda, o voto dosenfermos, dos que se encontram fora de seu domicílio e dos servidores públicos emserviço que os impeça de votar.

2 Desde que deixasse de votar e justificar por três eleições consecutivas.

3 Conscrição é o alistamento das pessoas nascidas em determinadas épocas , que, estando aptas para o serviçomilitar, a ele são obrigadas (Pinto Ferreira, Curso de Direito Constitucional , p. 168 )

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O eleitor obrigado a votar, que se encontra no exterior no dia da votação, tem oprazo de 30 dias contados de seu ingresso no país para justificar sua falta perante o juizde sua zona eleitoral. No caso de estar no país, o eleitor, que tinha obrigação de votar enão o fez, tem o prazo de 60 dias para justificar sua ausência.

Sobre o prazo máximo para o requerimento de alistamento deve-se analisar oart. 91 da Lei 9504/97: “nenhum requerimento de alistamento eleitoral outransferência de domicílio eleitoral será recebido dentro dos cento e cinqüenta diasanteriores à eleição”. Desse modo o prazo máximo para os nacionais efetivarem oalistamento eleitoral é o 151º dia anterior à eleição.

Nos arts. 71 a 81 O Código Eleitoral elenca as hipóteses de cancelamento eexclusão do alistamento eleitoral. Segundo Pinto Ferreira: “O Cancelamento se realizaquando a inscrição de que se trata deixa de existir, como nas hipóteses de pluralidadede inscrições, quando elas são canceladas, ou na de transferência do eleitor para outra

zona ou circunscrição . A exclusão é feita contra o próprio eleitor, que deixa de sereleitor, até que cesse o motivo da exclusão, quando poderá novamente pleitear erequerer a sua inscrição.”

Para Djalma Pinto: “O cancelamento é a retirada do nome do cidadao do rol doseleitores. Exclusão, por sua vez, é o processo através do qual se realiza o cancelamentoda inscrição.” Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar validamente(art. 72). Saliente-se que a ocorrência de exclusão ou cancelamento não prejudica aaplicação das sanções penais correspondentes.

As causas de cancelamento da inscrição eleitoral (o alistamento eleitoral é uma

das condições de elegibilidade) estão explicitadas no artigo 71 do Código Eleitoral. Sãoelas:

I – infração do artigo 5.º do Código Eleitoral, que veda o alistamento como eleitores dosque não saibam exprimir-se na língua nacional (conceito que não restringe oalistamento e o voto dos deficientes que têm capacidade de expressar sua vontade) ouque estejam privados dos seus direitos políticos;

II – infração do artigo 42 do Código Eleitoral, que veda o alistamento dos que estãoprivados temporária ou definitivamente dos direitos políticos;

III – a suspensão ou perda dos direitos políticos;

IV – a pluralidade de inscrições;

V – o falecimento do eleitor, devendo o cartório de registro civil, até o dia 15 de cadamês, enviar ao Juiz eleitoral a comunicação dos óbitos dos cidadãos alistados;

VI – deixar de votar em três eleições consecutivas.

Nesse último caso será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votarem três eleições consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ouefetuado o pagamento da multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que,

por prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto.

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 JURISPRUDÊNCIA DO TSE SOBRE ALISTAMENTO !

Alistamento eleitoral. Exigências. São aplicáveisaos indígenas integrados, reconhecidos no pleno

exercício dos direitos civis, nos termos dalegislação especial (Estatuto do Índio), asexigências impostas para o alistamento eleitoral,inclusive de comprovação de quitação do serviçomilitar ou de cumprimento de prestaçãoalternativa.. (Res. no 20.806, de 15.5.2001, rel.Garcia Vieira.)

.(...) Cabimento de recurso contra decisão de juizeleitoral. Arts. 29, II, a, e 80 do Código Eleitoral.Recurso provido. I . Ao delegado de partido éfacultado recorrer não só da sentença de exclusão,mas ainda da que mantém a inscrição eleitoral (art.80 c.c. o art. 29, II, a, do Código Eleitoral). II . OMinistério Público Eleitoral é parte legítima parainterpor o recurso de que trata o art. 80 do CódigoEleitoral (Ag no 4.459/SP, rel. Min. Luiz CarlosMadeira, DJ de 21.6.2004). (...). (Ac. no 21.644, de2.9.2004, rel. Min. Peçanha Martins.)

Alistamento eleitoral. Impossibilidade de ser

efetuado por aqueles que prestam o serviço militarobrigatório. Manutenção do impedimento aoexercício do voto pelos conscritos anteriormentealistados perante a Justiça Eleitoral, durante operíodo da conscrição.. (Res. no 20.165, de 7.4.98,rel. Min. Nilson Naves.)

Alistamento eleitoral. Militares. Obrigatoriedade.CF, art. 14 § 2o. O alistamento eleitoral éobrigatório para os militares, exceto os conscritos,

enquanto durar o serviço militar obrigatório.. (Res.no 15.945, de 16.11.89, rel. Min. Octávio Gallotti.)

.1. Eleitor. Serviço militar obrigatório. 2.Entendimento da expressão .conscrito. no art. 14, §2o da CF. 3. Aluno de órgão de formação dareserva. Integração no conceito de serviço militarobrigatório. Proibição de votação, ainda queanteriormente alistado. 4. Situação especialprevista na Lei no 5.292. Médicos, dentistas,farmacêuticos e veterinários. Condição de serviçomilitar obrigatório. 5. Serviço militar em

prorrogação ao tempo de soldado engajado.Implicação do art. 14, § 2o da CF.. NE: .(...) Nessa

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situação, estão abrangidos pela proibição do art.14, § 2o da CF, isto é, não podem se alistar. (...).(Res. no 15.850, de 3.11.89, rel. Min. RobertoRosas.)

.(...) 2. Alistamento. Policiais militares. CF, art.14, §2o. Os policiais

militares, em qualquer nível de carreira sãoalistáveis, tendo em vista a inexistência devedação legal.. (Res. no 15.099, de 9.3.89, rel. Min.Villas Boas.)

(b)  Domicílio eleitoral. Conceito, transferência e prazos.

O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicilio civil.

Nesse sentido, dispõe o artigo 42 do Código Eleitoral: “caso o alistando tenha mais deuma residência, qualquer uma delas será considerada como domicílio eleitoral..”Assim dispõe a jurisprudência do TSE:

“Domicílio eleitoral. O domicílio eleitoral não seconfunde, necessariamente, com o domicílio civil.A circunstância de o eleitor residir emdeterminado município não constitui obstáculo aque se candidate em outra localidade onde éinscrito e com a qual mantém vínculos (negócios,propriedades, atividades políticas).” ( Ac. n°

18.124, de 16.11.2000, rel. Min. Garcia Vieira, red.designado Min. Fernando Neves.)

“(...). 1. O TSE, na interpretação dos arts. 42 e 55 doCE, tem liberalizado a caracterização do domicíliopara fim eleitoral e possibilitado a transferência –ainda quando o eleitor não mantenha residênciacivil na circunscrição – à vista de diferentesvínculos com o município (histórico eprecedentes). (...)” NE : Histórico da exigência deprazo mínimo de domicílio eleitoral nacircunscrição. ( Ac. n° 18.803, de 11.9.2001, rel. Min.Sepúlveda Pertence.)

Com relação ao conceito de domicílio eleitoral para fins de pretensão aos cargoseletivos, a Lei 9504/97 em seu artigo 9º assevera que os candidatos devem possuirdomicílio eleitoral na circunscrição em que pretendem concorrer pelo prazo mínimo deum ano antes da eleição. Desse modo, um governador deverá possuir domicílioeleitoral no Estado, pelo prazo mínimo de um ano. Por outro lado o prefeito, deverápossuir domicílio no respectivo município pelo prazo de um ano.

Importante observar que, conforme entende o TSE, o detentor de mandatoeletivo que transferiu seu domicílio eleitoral para outra unidade da Federação pode ser

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candidato para o mesmo cargo pelo seu novo domicílio. A transferência do domicílioeleitoral, nesse caso, não irá acarretar a perda do mandato.

A transferência do domicílio eleitoral deverá ser requerida ao juiz do novo

domicílio, antes dos 150 dias anteriores à eleição. Registre-se, desde logo, que oeleitor não é obrigado a transferir o domicílio eleitoral. Entretanto, caso o eleitor nãocompareça para votar, deverá justificar sua ausência no prazo de 60 dias contados daeleição.

Os requisitos para transferência estão previstos no art. 55 do Código Eleitorale atualizados pela Resolução 21538/03 do TSE:

1.  Residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada pelo eleitor sobas penas da lei.

2.  Decurso de um ano do alistamento ou da última transferência.

3.  Requerimento até o 151º dia anterior à eleição.

4.  Quitação com as obrigações eleitorais

O eleitor que teve indeferido o requerimento de transferência poderá recorrerao Tribunal Regional Eleitoral no prazo de 3 dias. No caso de deferimento, osdelegados de partidos poderão recorrer no prazo de 10 dias ao Tribunal RegionalEleitoral.

No caso de remoção de servidor público ou militar, os requisitos 1 e 2 sãodispensados. Essa regra aplicar-se-á aos membros da família.

Outro ponto a ser destacado é a possibilidade de recursos no processo detransferência do domicílio eleitoral. O eleitor que teve indeferido o requerimento detransferência poderá recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral no prazo de 5 dias. Nocaso de deferimento, os delegados de partidos poderão recorrer no prazo de 10 dias aoTribunal Regional Eleitoral. Esse Tribunal irá julgar os recursos no prazo de cinco dias.(Resolução 21538/2003)

 JURISPRUDÊNCIA DO TSE SOBRE DOMICÍLIO ELEITORAL:

“Consulta. Prefeito municipal. Outro município.

Eleição. Período subseqüente. Afastamento.Município desmembrado. Burla à regra dareeleição. Impossibilidade. Domicílio eleitoral.Inscrição eleitoral. Transferência. Esposa. Mesmocargo. Cargo diverso. (...) 3. Prefeito em exercíciopode transferir o seu domicílio eleitoral para outracomarca. As eventuais conseqüências que esse atopossa acarretar não são examinadas pela JustiçaEleitoral. (...)”

( Res. n° 21.297, de 12.11.2002, rel. Min. FernandoNeves.)

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(c)  Perda ou Suspensão dos direitos políticos

O art. 15 da Constituição Federal dispõe que os direitos políticos não podem ser

cassados. O cidadão pode, excepcionalmente, ser privado definitivamente de seusdireitos políticos – ocorre através da perda dos direitos políticos. Pode ocorrer,excepcionalmente, a privação temporária dos direitos políticos do cidadão – o queocorre através da suspensão dos direitos políticos.

Registre-se que o art. 15 da Constituição Federal não dispõe quais seriam ascausas de perda ou suspensão. Adoto, portanto, abstraindo-se posições doutrináriasdivergentes, o posicionamento dado pela Resolução 21538/03 do Tribunal SuperiorEleitoral:4 

Art. 15 I – Perda

Art. 15 II ao V – Suspensão dos direitos políticos Saliente-se que vige o princípio da plenitude de gozo dos direitos políticos

positivos, sendo certo que a Constituição veda a cassação dos direitos políticos.Contudo, admite – nos termos do art. 15 – a perda e a suspensão. Portanto, se frise quenas hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos, estas devem serinterpretadas restritivamente como ocorre com todas as normas que importam emlimitação a algum direito fundamental

No caso dos direitos políticos suspensos, uma vez cessados os motivos quegeraram a suspensão dos direitos políticos (incapacidade civil ou condenaçãocriminal), dar-se- á sua reaquisição integral. Já na hipótese dos direitos políticos

perdidos: cancelamento da naturalização – apenas por ação rescisória, uma vezreadquirida deverá proceder a novo alistamento eleitoral para reaver seus direitospolíticos.

 JURISPRUDÊNCIA DO TSE SOBRE SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS:

Recurso ordinário. Registro. Candidatura. Matéria.Constitucional. Recepção. Recurso especial.Condenação. Ação Cível. Improbidadeadministrativa. Suspensão. Direitos políticos.

Inelegibilidade. Arts. 15, V, e 37, § 4º, da CF/88.Improcedência.

1) Primeiramente, a norma constitucional que cuidada suspensão dos direitos políticos tornou-seaplicável com a entrada em vigor da Lei nº 8.429/92e concretizou, em seu art. 12, o comandoconstitucional que estabelece as sanções aplicáveisde acordo com o grau de ofensa à probidadeadministrativa. No caso dos autos não há sequercapitulação legal da improbidade administrativa

4  Posicionamento também adotado por Antônio Carlos Martins Soares. Direito Eleitoral. Questões

controvertidas. P. 196. 2006

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alegada, de modo a aferir qual o prazo deinelegibilidade, caso fosse esta à hipótese.

2) Demais disso, as sanções decorrentes de ato de

improbidade administrativa, aplicadas por meio daação civil, não têm natureza penal, e a suspensãodos direitos políticos depende de aplicação expressae motivada por parte do juízo competente, estandocondicionada sua efetividade ao trânsito em julgadoda sentença condenatória, consoante previsão legalexpressa no art. 20 da Lei nº 8.429/92. Na situaçãodelineada não há referência expressa à suspensãodos direitos políticos do candidato.

3) Recurso conhecido e provido para o fim dodeferimento do registro.

( Acórdão 811, de 25.11.2004, rel. Min. CaputoBastos.)

Agravo de Instrumento - Ação de impugnação demandato eletivo -Art. 14, § 9º da ConstituiçãoFederal - Rejeição de contas - Improbidadeadministrativa - Art. 15, inciso V da Carta Magna -Suspensão de direitos políticos - Art. 20 da Lei nº8.429/92 - Fraude.

1. A rejeição de contas não implica, por si só,improbidade administrativa, sendo necessáriadecisão judicial que assente responsabilidade pordanos ao erário.

2. A suspensão dos direitos políticos só se efetivacom o trânsito em julgado da sentençacondenatória, nos termos do art. 20 da Lei nº8.429/92.

3. A fraude que pode ensejar ação de impugnaçãode mandato é aquela que tem reflexos na votação

ou na apuração de votos.4. Agravo a que se nega provimento.

( Acórdão 3009, de 09.10.2001, rel. Min. FernandoNeves)

DO SUFRÁGIO UNIVERSAL

(a)  Voto Universal, direto e secreto

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O artigo 14 da Constituição Federal explicita que no Brasil a soberania popularé exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual paratodos (democracia indireta), e, nos termos da lei, mediante iniciativa popular,referendo e plebiscito, instrumentos da democracia direta (também denominada

participativa). A esse exercício misto da soberania popular, eleição direta dosparlamentares e dos chefes do executivo – democracia indireta ou representativa - einiciativa popular, plebiscito e referendo – democracia participativa -, dá-se o nome dedemocracia semidireta.

A democracia indireta, como vimos, é representativa. Conforme nos ensina ogrande mestre Kildare Gonçalves “o fundamento jurídico da representação política é oprocedimento eleitoral que vem definido na Constituição e nas Leis”.

Excepcionalmente, poderemos ter eleições indiretas no Brasil, conformeprevisto no art. 81 §1º da Constituição Federal. Tal fato ocorrerá no caso de vacância

dos cargos de Presidente e Vice nos dois últimos anos do mandato. Nesse caso, deveráser realizada uma nova eleição pelo Congresso Nacional no prazo de 30 dias daúltima vaga. O eleito somente completará o mandato.

Nesse contexto, cabe trazer jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral acercadesse tema:

AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DESEGURANÇA. Liminar. Pressupostos. Ausência.Indeferimento. Vacância. Arts. 80 e 81 da CF.Inaplicabilidade.

Aplica-se o art. 224 do CE quando a anulaçãosuperar 50% dos votos.

A decisão fundada no art. 41-A da Lei nº 9.504/97há de ser executada imediatamente.

A eleição indireta prevista nos arts. 80 e 81 daConstituição Federal pressupõe a vacância porcausa não eleitoral.

Concessão de liminar em mandado de segurançarequer demonstração, desde logo, da presença do

direito líquido e certo a ser amparado pela medida.O provimento do agravo regimental pressupõe oafastamento de todos os fundamentos da decisãoimpugnada.

MS-3427 – Relator: HUMBERTO GOMES DEBARROS. 09/03/2006

Questão interessante reside em sabe se essa regra será aplicada no caso devacância dos cargos de Gov / vice e Prefeito e Vice ? A jurisprudência do TSE admite,por analogia, que, havendo vacância dos cargos de prefeito e vice-prefeito, nos doisúltimos anos do mandato, há de ser realizada a eleição indireta, como recomenda o art.

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81 §1º da Constituição Federal. (Ag nº 2133/SP, rel. Ministro Garcia Vieira, DJ de4.8.2000)

No que diz respeito à diferença entre sufrágio e voto. Aquele representa o

direito de participar do processo político e o voto seria um dos modos de externar essedireito. O sufrágio é universal na medida que a possibilidade de participar do processopolítico é conferida aos cidadãos, sem que haja restrições de cunho intelectual oueconômico. Desse modo:

Sufrágio Universal – ocorre quando não há discriminação para seu exercício em funçãodo grau de instrução, do patrimônio e do sexo, como no caso do Brasil.

Sufrágio Restrito – ao contrário, somente é exercido por indivíduos que possuamdeterminada qualificação econômica ou de capacidades especiais, sendodiscriminatório. Pode ser censitário (restrito a indivíduos que apresentem determinada

qualificação econômica, como o pagamento de imposto, renda mínima etc.) oucapacitário (baseado em capacitação intelectual, como exigir determinado grau deinstrução)

•  SISTEMAS ELEITORAIS

Sistema eleitoral na concepção de José Afonso da Silva é o conjunto de técnicase procedimentos que se empregam na realização das eleições, destinados a organizar arepresentação do povo no território nacional. Nossa Carta Política adotou, para aseleições à Câmara dos Deputados e Casas Legislativas dos Estados, Distrito Federal eMunicípios, o sistema proporcional.

Sistema Proporcional:

O sistema proporcional é o que prevê a “representação proporcional” doeleitorado, ou seja, a distribuição proporcional, em determinado território, das variadascorrentes ideológicas, com ênfase à igualdade do voto.

O art. 45 da Constituição Federal define a adoção do sistema proporcional paraa Câmara dos Deputados, dispondo que ela compõe-se de “representantes do povo,eleitos, pelo sistema proporcional”, em cada Estado, em cada Território e no DistritoFederal. O número de representantes, proporcionalmente à população, é definido porlei complementar (LC 78, de 30.12.93). Quanto aos Estados e Municípios, a disciplina

está nos arts. 27 e 29, incs. I e IV da Constituição Federal.

O sistema proporcional demanda aplicação de regras disciplinadoras daefetivação da representação, regras estas previstas nos arts. 106 a 113 do CódigoEleitoral e art. 5º da Lei 9.504, de 30.09.1997 (Lei Eleitoral). Insta verificar, portanto, osignificado de “votos válidos”, “quociente eleitoral”, “quociente partidário” e“distribuição dos restos”,

a) votos válidos: nas eleições proporcionais contam-se como válidos apenas osvotos dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias. Porexclusão, não são computados o voto branco e o voto nulo;

b) quociente eleitoral: calcula-se o quociente eleitoral através da divisão donúmero de votos válidos pelo número de lugares a preencher na Casa

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Legislativa (exceto Senado), desprezando-se a fração igual ou inferior a meio,bem assim arredondando-se para um (1) a fração superior a meio (1/2);

c) quociente partidário: calcula-se o número de lugares que cabe ao partido

dividindo-se o número de votos obtidos para a legenda pelo quocienteeleitoral, desprezando-se a fração;

d) distribuição dos restos: no caso de sobra de lugares a preencher na CasaLegislativa, adota-se o método da maior média para definir qual partido terádireito ao preenchimento dos lugares vagos. É a disciplina contida no art. 109 doCódigo Eleitoral.

Vejamos um exemplo hipotético de cálculo do quociente eleitoral e distribuição dasvagas:

Em uma eleição municipal, o número total de votos válidos foi 25.320, sendo 15o número de vagas a se preencher na Câmara Municipal. Assim, teremos o seguintecálculo:

25.320 / 15 = 1.688 Quociente eleitoral (QE) = 1.688

Uma vez obtido o QE, passa-se à distribuição das vagas a serem preenchidas.

Na primeira fase, a distribuição das vagas é feita através do quocientepartidário (QP), que é a divisão do número de votos válidos de um partido pelo

quociente eleitoral. Supondo que 3 partidos (PX, PY e PW) tenham alcançado oquociente eleitoral, com a seguinte votação:

PX 10.200 votos

PY 6.300 votos

PW 5.250 votos

Teremos então a seguinte distribuição de vagas:

PX 10.200 / 1.688 = 6

PY 6.300 / 1.688 = 3

PW 5.250 / 1.688 = 3

Assim, 12 vagas foram distribuídas através do QP.

Pelo sistema de médias serão distribuídas as vagas restantes (não preenchidaspelo QP), dividindo-se o total de votos válidos de cada partido pelo número de vagas

  já preenchidas mais 1. O partido que obtiver a maior média ficará com a vaga. O

cálculo se repetirá para a distribuição de cada um dos lugares restantes. Neste exemploserão 3 rodadas de cálculos.

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Assim teremos:

PX 10.200 / (6+1) =1.457

PY 6.300 / (3+1) = 1.575PW 5.250 / (3+1) = 1.312 A primeira vaga fica com o PY

PX 10.200 / (6+1) =1.457

PY 6.300 / (4+1) = 1.260

PW 5.250 / (3+1) = 1.312 A segunda vaga fica com o PX

PX 10.200 / (7+1) = 1.275

PY 6.300 / (4+1) = 1.260

PW 5.250 / (3+1) = 1.312 A terceira vaga fica com o PW

OBS. O preenchimento das vagas com que cada partido ou coligação for contempladoobedecerá à ordem de votação recebida por seus candidatos.

Sistema Majoritário:

O sistema majoritário contempla a “representação por maioria”, ou seja,considera-se representante eleito, em determinado território ou circunscrição, aqueleque obtiver a maioria absoluta ou relativa dos votos.

Como estatuído na Constituição Federal (arts. 77, 28 e 29), vigora no Brasil osistema majoritário por maioria absoluta e por maioria relativa. Para os cargos doPoder Executivo, nas três esferas (Presidente da República e Vice, Governador e Vice ePrefeito e Vice), adota-se o sistema majoritário por maioria absoluta, com possibilidadede realização de dois turnos nos casos previstos. Registre-se que o sistema por maioriaabsoluta, no caso de prefeito e vice, aplica-se somente quando o município tiver maisde duzentos mil eleitores. O sistema majoritário por maioria simples será aplicado naseleições para o cargo de Senador da República e para Prefeito e Vice, quando omunicípio tiver menos de duzentos mil eleitores.

(b)  Nacionalidade e Cidadania. Direitos Políticos. Cargos privativos de brasileironato.

A nacionalidade representa um requisito para a aquisição da cidadania, hajavista que só podem alistar-se como eleitores os brasileiros. A Constituição proíbe oalistamento eleitoral dos estrangeiros.5 

Podemos conceituar nacionalidade como o vínculo jurídico político que liga umindivíduo a um Estado. Adquiri-se a nacionalidade através de dois critérios: jus solis e

  jus sangüinis. Pelo primeiro critério, leva-se em conta o território do Estado enascimento da pessoa. Já o segundo, o indivíduo adquire a nacionalidade em razão de

5 É possível o alistamento eleitoral dos portugueses equiparados. A esses são assegurados osmesmos direitos conferidos a um brasileiro naturalizado.

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sua filiação, de seus laços e sangue. No Brasil adota-se o critério territorial paradefinição da nacionalidade. O conceito de estrangeiro é correlato ao de nacional: éestrangeiro todo aquele que não possua nacionalidade brasileira.

De acordo com a Constituição Federal são brasileiros natos (art. 12, I):

  a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,desde que estes não estejam a serviço de seu país;

  b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde quequalquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

  c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejamregistrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na RepúblicaFederativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,

pela nacionalidade brasileira;

Registre-se alteração efetivada pela Emenda Constitucional 54/07, a qualrestabeleceu a possibilidade do registro de brasileiros nascidos no estrangeiro, mesmoque os pais não estejam a serviço do Brasil. A opção é a declaração unilateral davontade de conservar a nacionalidade; e esta terá efeitos retroativos, ao ser praticada.

De acordo com a Constituição Federal, são privativos de brasileiros natos osseguintes cargos:

CF / 88 art. 12 . . . §3º

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas;

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

(c)  Plebiscito e referendo. Iniciativa PopularOs principais institutos da democracia direta (participativa) no Brasil são a

iniciativa popular, o referendo popular e o plebiscito6.

6 Lei 9709/98 Art. 2º. Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere

sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.(...)§1º. O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo aopovo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido..

§ 2º. O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. 

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A iniciativa popular configura-se como a possibilidade de início do processolegislativo pelo povo, desde que atendidos os requisitos previstos no art. 61 §2º denossa Constituição:

CF – 88Art. 61§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercidapela apresentação à Câmara dos Deputados deprojeto de lei subscrito por, no mínimo, um porcento do eleitorado nacional, distribuído pelomenos por cinco Estados, com não menos de trêsdécimos por cento dos eleitores de cada um deles.

O referendo é a forma de manifestação popular pela qual o eleitor aprova ourejeita uma atitude governamental já manifestada (exemplo: quando uma emendaconstitucional ou um projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo é submetido à

aprovação ou rejeição dos cidadãos antes de entrar em vigor).

O plebiscito é a consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem oudemonstram sua posição sobre determinadas questões. A convocação de plebiscitos éde competência exclusiva do Congresso Nacional quando a questão for de interessenacional.

A autorização e a convocação do referendo popular e do plebiscito são dacompetência exclusiva do Congresso Nacional, nos termos do artigo 49, inciso XV, daConstituição Federal, combinado com a Lei n. 9.709/98 (em especial os artigos 2.º e 3.º).

DA ORGANIZAÇÃO DO ELEITORADO

As circunscrições eleitorais são unidades criadas para organizar territorialmenteo eleitorado, considerada a espécie de eleição. Nos termos do art. 86 do CódigoEleitoral, a circunscrição será:

- nas eleições presidenciais: o País;

- nas eleições federais e estaduais:o Estado; e

- nas eleições municipais: o Município.

As Zonas eleitorais são unidades territoriais municipais, de naturezaadministrativa e jurisdicional. São criadas para controle de alistamento/transferênciaeleitoral e recepção de registros de candidaturas, bem assim para definição decompetência jurisdicional, cuja titularidade cabe ao Juiz de Direito na função de JuizEleitoral (arts. 23, inciso VIII; 30, inciso VI; 32 a 34 e 35 inciso X, todos do CódigoEleitoral).

As Seções eleitorais são unidades de agrupamento de eleitoresinscritos(alistados) em determinada Zona Eleitoral, criadas para facilitar o exercício dovoto segundo o domicílio eleitoral(definição de locais de votação/proximidade dodomicílio do eleitor/bairro), bem como para a racionalização do escrutínio (arts. 117,

118 e 119 e s.s. do Código Eleitoral).

(a)  Seções, zonas e circunscrições eleitorais

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 Os Estados serão divididos em zonas eleitorais pelo Tribunal Regional Eleitoral.

Essa divisão, assim como a criação de novas zonas eleitorais deverão ser aprovadaspelo Tribunal Superior Eleitoral. (23 VIII CE/65).

As zonas eleitorais representam a área de atuação do juiz eleitoral. Em cadazona eleitoral haverá um juiz eleitoral, esse juiz eleitoral exercerá as funções eleitorais,cumulativamente com as funções da Justiça Comum. As atribuições dos JuízesEleitorais estão previstas no art. 35 do Código Eleitoral. Dentre elas, cabe ao juizeleitoral dividir a respectiva zona eleitoral em seções eleitorais.

Cada seção eleitoral corresponderá a uma mesa receptora de votos (art. 119 doCE/65). Os membros das mesas receptoras de votos serão designados pelo JuizEleitoral.

(b) Fraude no alistamento eleitoral e revisão do eleitorado

O Código Eleitoral dispõe no art. 289 que constitui crime inscrever-sefraudulentamente eleitor. Durante o processo eleitoral, a maioria dos crimes eleitoraissão praticados no processo de alistamento e transferência de domicílio eleitoral.

Revisão do Eleitorado

Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento junto a umazona ou Município, o Tribunal Regional Eleitoral, observadas as regras determinadas

pelo Tribunal Superior Eleitoral, poderá determinar correição e, provada a fraude emproporção comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado com o cancelamento dostítulos que não foram apresentados à revisão (§ 4.º do artigo 71 do Código Eleitoral).

O Tribunal Superior Eleitoral determinará de ofício a revisão sempre que o totalde transferências ocorridas no ano em curso for 10% superior ao do ano anterior,quando o eleitorado for superior ao dobro da população entre 10 e 15 anos somada àde idade superior a 70 anos do território daquele Município, ou ainda, na hipótese de oeleitorado ser superior a 65% da população projetada pelo IBGE para aquele ano(artigo 92 da Lei n. 9.504/97 e artigo 58 da Resolução n. 21538/2003 do TribunalSuperior Eleitoral).

Por fim, registre-se que o não comparecimento na revisão do eleitorado iráacarretar o cancelamento da inscrição e a exclusão do eleitor.

(c)  Votação. Voto Eletrônico. Mesas Receptoras. Fiscalização

Atualmente, em nosso sistema eleitoral, a regra é a aplicação do sistemaeletrônico de votação A exceção é o sistema manual de votação.

LEI 9504/97 Art. 59. A votação e a totalização dos

votos serão feitas por sistema eletrônico, podendo oTribunal Superior Eleitoral autorizar, em caráter

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excepcional, a aplicação das regras fixadas nos arts.83 a 89.

Nas seções em que for adotado o sistema eletrônico somente poderão votar oseleitores que estiverem com o nome na respectiva folha de votação. Não há, portanto, apossibilidade do voto em trânsito.

Conforme citamos, cada seção eleitoral corresponderá a uma mesa receptora.Os membros das mesas receptoras serão nomeados sessenta dias antes da eleição emaudiência pública anunciada com pelo menos cinco dias de antecedência.. A lei dasEleições prevê a possibilidade de impugnação dessa designação:

LEI 9504/97 - Art. 63. Qualquer partido pode

reclamar ao Juiz Eleitoral, no prazo de cinco dias,da nomeação da Mesa Receptora, devendo adecisão ser proferida em 48 horas.

§ 1º Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso parao Tribunal Regional, interposto dentro de três dias,devendo ser resolvido em igual prazo.

Com relação à fiscalização perante as mesas receptoras, os partidos e ascoligações poderão credenciar delegados de partidos e fiscais, vejamos:

LEI 9504/97 - Art. 65. A escolha de fiscais edelegados, pelos partidos ou coligações, não poderárecair em menor de dezoito anos ou em quem, pornomeação do Juiz Eleitoral, já faça parte de MesaReceptora.

§ 1º O fiscal poderá ser nomeado para fiscalizarmais de uma Seção Eleitoral, no mesmo local devotação.

§ 2º As credenciais de fiscais e delegados serãoexpedidas, exclusivamente, pelos partidos oucoligações.

§ 3º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, opresidente do partido ou o representante dacoligação deverá registrar na Justiça Eleitoral onome das pessoas autorizadas a expedir ascredenciais dos fiscais e delegados.

DA JUSTIÇA ELEITORAL

(a)  Jurisdição e competência. Peculiaridades da Justiça Eleitoral. Consultas,

instruções, administração e contencioso.

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A Constituição Federal de 1988 determina que a organização e a competênciados órgãos da Justiça Eleitoral devem ser reguladas em lei complementar (art. 121).Todavia, não houve edição de Lei Complementar, restando as normas da própria CartaMagna e a recepção do Código Eleitoral (Lei 4.737/65). Desse modo qualquer alteração

no Código Eleitoral, nessa matéria, deverá ser realizada através de lei complementar.

Considerando-se a ausência de edição da Lei Complementar exigida na CartaMagna (art. 121-CF), o que demandou a recepção das normas do Código Eleitoral elegislação extravagante, a competência dos órgãos da Justiça Eleitoral é determinadapelo Código Eleitoral.

A composição das duas espécies de órgãos colegiados com jurisdição eleitoral éhíbrida, já que são formados por juizes de outros tribunais, de integrantes da classe dosadvogados e de cidadãos comuns sem formação jurídica(no caso das Juntas Eleitorais).

Os integrantes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servem(mandato legal) por dois(2) anos, no mínimo, permitida uma recondução, devendo ossubstitutos serem escolhidos na mesma ocasião, mediante o mesmo processo deescolha e com igualdade numérica de cada categoria.

Para cada membro efetivo haverá um substituto que será escolhido na mesmaocasião e pelo mesmo processo. Sobre esse tema, assim pensa o Tribunal SuperiorEleitoral:

“Consulta. TRE/TO. Juízes eleitorais. Inexistênciade previsão legal determinando vinculação entre

 juiz substituto e juiz titular no caso de afastamentodo ocupante do cargo efetivo. Em face doestabelecido no art. 7o da Res.-TSE no 20.958/2001,nos afastamentos ou impedimentos de qualquer dos

 juízes titulares de determinada classe, a substituiçãocabe ao juiz substituto mais antigo, dentro damesma classe, não ocorrendo vinculação dosubstituto ao titular.”

(Res. no 21.761, de 13.5.2004, rel. Min. EllenGracie.)

Conforme nos ensina o grande mestre Tito Costa: “Além de suas atribuições  judicantes, a Justiça Eleitoral, por meio do Tribunal Superior Eleitoral, possuicompetência normativa ou regulamentar e, até mesmo, de certa forma, legislativa,resultante da competência privativa desse órgão para expedir instruções que julgarconvenientes à execução do Código Eleitoral.”

Também ao responder às consultas que lhe sejam dirigidas, sobre matériaeleitoral, em tese, a Justiça Eleitoral está exercendo atividade normativa eregulamentar, completada pela competência, que lhe advém da lei, para elaborar seu

próprio regimento interno.

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O Código Eleitoral, em seu art. 23, XII, dispõe que cabe ao Tribunal SuperiorEleitoral:

CE/ 65 XII - responder, sobre matéria eleitoral, às

consultas que lhe forem feitas em tese porautoridade com jurisdição, federal ou ]órgãonacional de partido político;

As respostas a tais consultas têm caráter normativo na Justiça Eleitoral, delasnão cabendo recurso.Conforme defende Roberto Rosas, a força normativa doposicionamento dos tribunais eleitorais, quando respondem as consultas, resulta deuma postura de coerência, pois não teria sentido uma resposta num determinadosentido que viesse a ser alterada pelo próprio tribunal quando se lhe apresentaremquestões idênticas.

A competência da Justiça Eleitoral cessa com a expedição do diploma aoseleitos. A partir daí, qualquer questão relativa ao exercício do mandato tem seudeslinde confiado à Justiça comum, exceto, na Constituição Federal de 1988, a ação deimpugnação de mandato eletivo, prevista no art. 14 §§ 10 e 11.7

As competências do Tribunal Superior Eleitoral estão disciplinadas nos artigos22 e 23 do Código Eleitoral. Sendo que cabe tecer algumas palavras sobre algumas.Vejamos:

  Conflitos de Jurisdição – O TSE irá julgar conflito de jurisdição entre TREs ouentre juízes eleitorais de Estados diferentes. Ao TRE cabe julgar os conflitos

entre juízes eleitorais do mesmo Estado.  Ação Rescisória – Em matéria eleitoral a ação rescisória somente é cabível

contra acórdão do Tribunal Superior Eleitoral, conforme se depreende daleitura do art. 22, I , j do Código Eleitoral. Deve-se destacar, também, que a açãorescisória não tem efeito suspensivo. Somente possibilitará o exercício domandato após a decisão final da ação rescisória. O STF, na Adin 1459-5,suspendeu a eficácia da parte final do dispositivo em comento. 

O prazo para a ação rescisória no direito eleitoral é de 120 dias. A ação será  julgada pelo próprio TSE. O Código de Processo Civil aplica-se subsidiariamente àação rescisória. (art. 485 CPC)

E assim pensa o TSE sobre a ação rescisória:

“Ação rescisória. Cabimento. Justiça Eleitoral. Art.22, inciso I, alínea j, do Código Eleitoral. Decisões.Tribunal Superior Eleitoral. Interpretação restritiva.Constitucionalidade. Art. 101, § 3o, e, da LeiComplementar no 35/79. Não-aplicação. 1. A açãorescisória somente é admitida neste Tribunal

7 Há a possibilidade do Recurso contra a diplomação, o qual está previsto no art. 262 do Código Eleitoral. Tanto a ação de impugnação de mandato eletivo, quanto o Recurso contra a diplomação têm como marcoinicial a data da diplomação. 

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Superior contra decisões de seus julgados (CF, arts.102, I, j, e 105, I, e). Interpretação restritiva que nãocontraria o texto constitucional. Precedente:Acórdão no 106. 2. O art. 101, § 3o, e, da Lei

Complementar no 35/79 (Lei Orgânica daMagistratura) diz respeito à competência das seçõesexistentes nos tribunais de justiça para exame deações rescisórias, o que não se aplica à JustiçaEleitoral, que segue a regra específica do art. 22, I, j,do Código Eleitoral. (...)”

(Ac. no 4.627, de 6.5.2004, rel. Min. FernandoNeves.)

“Agravo regimental contra decisão que negouseguimento a ação rescisória. A ação rescisória

prevista no art. 22, j, do Código Eleitoral, somente écabível para desconstituir decisão do TSE queresulte em declaração de inelegibilidade. Agravo aque se nega provimento.”

(Ac. no 164, de 13.5.2004, rel. Min. Ellen Gracie.)

Compete ao Tribunal Superior

   P  r  o  c  e  s  s  a  r  e   j  u   l  g  a  r  o  r   i  g   i  n  a  r   i  a  m  e  n   t  e

o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seusdiretórios nacionais e de candidatos à Presidência e vice-presidênciada Repúblicaos conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juizes eleitoraisde Estados diferentesa suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Gerale aos funcionários da sua Secretariaos crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidospelos seus próprios juizes e pelos juizes dos Tribunais Regionaiso habeas corpus em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente daRepública, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou,

ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar aviolência antes que o juiz competente possa prover sobre aimpetraçãoas reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidospolíticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seusrecursosas impugnações á apuração do resultado geral, proclamação doseleitos e expedição de diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da Repúblicaos pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos TribunaisRegionais dentro de trinta dias da conclusão ao relator, formulados

por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamenteinteressada

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as reclamações contra os seus próprios juizes que, no prazo de trintadias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a elesdistribuídosa ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentadadentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-seo exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado

 julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionaisnos termos do Art. 276 inclusive os que versarem matériaadministrativa

   C  o  m

  p  e   t  e  p  r   i  v  a   t   i  v  a  m  e  n   t  e ,  a  o   T  r   i   b  u  n  a   l   S  u  p  e  r   i  o  r

elaborar o seu regimento interno (eleger seus órgãos diretivos eelaborar seus regimentos internos, com observância das normas deprocesso e das garantias, processuais das partes, dispondo sobrecompetência e funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais eadministrativos)

organizar a sua Secretaria (e serviços auxiliares e dos juízos que lhesforem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicionalrespectiva) e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacionala criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dosrespectivos vencimentos, provendo-os na forma da leiconceder aos seus membros licença e férias assim como afastamentodo exercício dos cargos efetivosaprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juizes dosTribunais Regionais Eleitoraispropor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dosTerritórios

propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juizes dequalquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento(ausência de previsão de aumento do número de membros dos TRE’s,porquanto não se refere à composição mínima)fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente daRepública, senadores e deputados federais, quando não o tiveremsido por lei (fixadas pela constituição e pela lei 9.504/97)aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação denovas zonasexpedir as instruções que julgar convenientes à execução desteCódigo

fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais eauxiliares em diligência fora da sedeenviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelosTribunais de Justiça nos termos do ar. 25 (escolha dos membros dosTRE’S)responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitasem tese por autoridade com jurisdição, federal ou ]órgão nacional departido políticoautorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estadosem que essa providência for solicitada pelo Tribunal Regionalrespectivo;requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suaspróprias (independente de intermediação do presidente do STF)

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decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, epara garantir a votação e a apuraçãoorganizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudênciarequisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigiro acúmulo ocasional do serviço de sua Secretariapublicar um boletim eleitoraltomar quaisquer outras providências que julgar convenientes àexecução da legislação eleitoral

   C  o  m  p  e   t  e  a  o   P  r  o  c  u  r  a   d  o  r   G  e  r  a   l ,  c  o  m  o   C   h  e   f  e   d  o

   M   i  n   i  s   t   é  r   i  o   P   ú   b   l   i  c  o   E   l  e   i   t  o  r  a   l

assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussõesexercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos decompetência originária do Tribunaloficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunalmanifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntossubmetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua

audiência por qualquer dos juizes, ou por iniciativa sua, se entendernecessáriodefender a jurisdição do Tribunal

representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais,especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o Paísrequisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários aodesempenho de suas atribuiçõesexpedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aosTribunais Regionaisacompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente oupor intermédio de Procurador que designe, nas diligências a seremrealizadas

Compete aos Tribunais Regionais Eleitorais

   C  o  m

  p  e   t   ê  n  c   i  a  s  o  r   i  g   i  n   á  r   i  a  s   d  o   T   R   E ,  p  r  o  c  e  s  s  a  r  e   j  u   l  g  a  r o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e

municipais de partidos políticos, bem como de candidatos aGovernador, Vice-Governadores, e membro do Congresso Nacional edas Assembléias Legislativas;os conflitos de jurisdição entre juizes eleitorais do respectivo Estado;a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao ProcuradorRegional e aos funcionários da sua Secretaria assim como aos juizes eescrivães eleitorais;os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais;

o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral,contra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais de

  Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, osdenegados ou concedidos pelos juizes eleitorais; ou, ainda, o habeascorpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o

 juiz competente possa prover sobre a impetração;

as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidospolíticos, quanto a sua contabilidade e à apuração da origem dos seusrecursos;

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os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juizeseleitorais em trinta dias da sua conclusão para julgamento,formulados por partido candidato Ministério Público ou partelegitimamente interessada sem prejuízo das sanções decorrentes doexcesso de prazo.8 

 julgar os recursos interpostos:dos atos e das decisões proferidas pelos juizes e juntas eleitorais.das decisões dos juizes eleitorais que concederem ou denegaremhabeas corpus ou mandado de segurança.

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 Compete aos Tribunais Regionais Eleitorais, privativamente

   C  o  m  p  e   t   ê  n  c   i  a  s

  p  r   i  v  a   t   i  v  a  s   d  o  s   T   R   E  s

elaborar o seu regimento interno;

organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhesos cargos na forma da lei, e propor ao Congresso Nacional, porintermédio do Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e afixação dos respectivos vencimentos;

conceder aos seus membros e aos juizes eleitorais licença e férias,assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos submetendo,quanto aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;

fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador,deputados estaduais, prefeitos, vice-prefeitos , vereadores e juizes depaz, quando não determinada por disposição constitucional ou legal;

constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que acontagem dos votos deva ser feita pela mesa receptora;

apurar com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, osresultados finais das eleições de Governador e Vice-Governador demembros do Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas,remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, aoTribunal Superior, cópia das atas de seus trabalhos;

responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas,em tese, por autoridade pública ou partido político;

dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendoessa divisão, assim como a criação de novas zonas, à aprovação doTribunal Superior;

aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pelaescrivania eleitoral durante o biênio;

requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisõessolicitar ao Tribunal Superior a requisição de força federal;

autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seupresidente e, no interior, aos juizes eleitorais, a requisição defuncionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem os

escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço;requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e emcada Estado ou Território, funcionários dos respectivos quadrosadministrativos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suasSecretarias;

aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30(trinta) dias aos juizes eleitorais;

comprir e fazer cumprir as decisões e instruções do TribunalSuperior;

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determinar, em caso de urgência, providências para a execução da leina respectiva circunscrição;

organizar o fichário dos eleitores do Estado.

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 Compete aos Juízes Eleitorais

   C  o  m  p  e   t  e  a  o  s   j  u   i  z  e  s   E   l  e   i   t  o  r  a   i  s

cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal

Superior e do Regionalprocessar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe foremconexos, ressalvada acompetência originária do Tribunal Superior e dos TribunaisRegionaisdecidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral,desde que essacompetência não esteja atribuída privativamente a instância superiorfazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza doserviço eleitoraltomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas

verbalmente ou por escrito,reduzindo-as a termo, e determinando as providências que cada casoexigirindicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiçaque deve ter o anexo daescrivania eleitoraldirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão deeleitoresexpedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitordividir a zona em seções eleitoraisXI mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores decada seção, para remessa amesa receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais devotaçãoordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargoseletivos municiais ecomunicá-los ao Tribunal Regionaldesignar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das seçõesnomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência públicaanunciada com pelomenos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas

receptoras; (vedada a nomeação de presidente e mesários menores de18 anos)instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções;

providenciar para a solução das ocorrências para a solução dasocorrências que se verificarem nas mesas receptorastomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciososdas eleiçõesXVIII -fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos nãoalistados, por dispensadosdo alistamento, um certificado que os isente das sanções legais

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comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição, aoTribunal Regional eaos delegados de partidos credenciados, o número de eleitores quevotarem em cada uma das

seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes dazona

   C  o  m  p  e   t  e   à

   J  u  n   t  a

   E   l  e   i   t  o  r  a   l

I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonaseleitorais sob a sua jurisdiçãoII - resolver as impugnações e demais incidentes verificados duranteos trabalhos da contagem e da apuraçãoIII - expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais

(b)  Juntas, Juízes e Tribunais Regionais Eleitorais. Tribunal Superior Eleitoral

CF – ART. 118 - São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;II - os Tribunais Regionais Eleitorais;III - os Juízes Eleitorais;IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119 - O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) três juízes dentre os Ministros do SupremoTribunal Federal;b) dois juízes dentre os Ministros do SuperiorTribunal de Justiça;II - por nomeação do Presidente da República, dois

  juízes dentre seis advogados de notável saber  jurídico e idoneidade moral, indicados peloSupremo Tribunal Federal.Parágrafo único - O Tribunal Superior Eleitoralelegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre osMinistros do Supremo Tribunal Federal, e oCorregedor Eleitoral dentre os Ministros doSuperior Tribunal de Justiça.

Art. 120 - Haverá um Tribunal Regional Eleitoral nacapital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) de dois juízes dentre os desembargadores do

Tribunal de Justiça;

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b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidospelo Tribunal de Justiça;II - de um juiz do Tribunal Regional Federal comsede na capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,não havendo, de juiz federal, escolhido, emqualquer caso, pelo Tribunal Regional Federalrespectivo;III - por nomeação, pelo Presidente da República, dedois juízes dentre seis advogados de notável saber

  jurídico e idoneidade moral, indicados peloTribunal de Justiça.§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seuPresidente e o Vice-Presidente dentre osdesembargadores.

A competência da Justiça Eleitoral não foi apresentada pela ConstituiçãoFederal; porém, o Código Eleitoral foi recepcionado pelo texto constitucional. A JustiçaEleitoral tem como órgãos:

•   Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais (primeiro grau);

•  Tribunais Regionais Eleitorais (segundo grau);

•  Tribunal Superior Eleitoral (terceiro grau).

a) Tribunal Superior Eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral é o órgão máximo da Justiça Eleitoral, com sedeno Distrito Federal. É composto por sete ministros, sendo três do Supremo TribunalFederal, dois do Superior Tribunal de Justiça e dois advogados, escolhidos peloPresidente da República, indicados pelo próprio Supremo Tribunal Federal.

b) Tribunais Regionais Eleitorais

Cada Tribunal Regional Eleitoral é composto por sete juízes, sendo doisdesembargadores do Tribunal de Justiça, dois juízes estaduais, um juiz federal9 e doisadvogados nomeados pelo Presidente da República e indicados pelo Tribunal de

 Justiça.

c) Juízes Eleitorais

Os juízes eleitorais são juízes de direito estaduais que exercem jurisdição naszonas eleitorais. Têm competência eleitoral, civil e penal, além do encargoadministrativo.10 

d) Juntas Eleitorais

9  O membro da Justiça Federal que integra o Tribunal Regional Eleitoral será um Juiz Federal do TRF,quando o Estado for sede do TRF.10

 É possível que o exercício das funções eleitorais seja atribuído a Juiz de Direito, mesmo que não vitalício. 

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As juntas eleitorais são presididas por um Juiz de Direito (seja ou não JuizEleitoral) e compostas por dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade. À juntaeleitoral compete apurar as eleições, resolver as impugnações e incidentes verificadosdurante a apuração de votos, expedir os boletins respectivos e o diploma aos eleitos

para cargos municipais.

Os membros das Juntas Eleitorais serão nomeados pelo Presidente doTribunal Regional, após aprovação do pleno do Tribunal.

(c)  Recursos Eleitorais.

No processo eleitoral, assim como no processo comum, as decisões judiciaispodem ser impugnadas no todo ou em parte por recurso ou outros meios, como a açãorescisória, o habeas corpus, o mandado de segurança e a reclamação.

O direito recursal eleitoral tem prazos exíguos para o interessado recorrer. Hárecursos que devem ser interpostos imediatamente. Tratando-se de direito de resposta,por exemplo, podemos citar o disposto no art. 58 §5º da Lei 9504/97:

§ 5º Da decisão sobre o exercício do direito deresposta cabe recurso às instâncias superiores, emvinte e quatro horas da data de sua publicação emcartório ou sessão, assegurado ao recorrido oferecercontra-razões em igual prazo, a contar da suanotificação.

A contagem do prazo para recorrer, no processo eleitoral, irá obedecer ao quedispõe a legislação eleitoral, que não segue necessariamente as mesmas disposiçõesque regem o processo civil, onde se exclui o dia do começo e inclui o do final, nuncapodendo ter início, reinício ou fim em dia em que não haja expediente forense. Nessesentido cabe transcrever o disposto no art. 16 da Lei das Inelegibilidades:

Art. 16. Os prazos a que se referem os arts. 3o eseguintes desta Lei Complementar sãoperemptórios e contínuos e correm em Secretaria ouCartório e, a partir da data do encerramento do

prazo para registro de candidatos, não sesuspendem aos sábados, domingos e feriados.

O art. 258 do Código eleitoral dispõe que não havendo previsão de prazo pararecorrer, considera-se como de três dias.

Outro ponto importante a ser analisado diz respeito à preclusão no direitoeleitoral, nesse sentido o art. 259 do Código Eleitoral:

Art. 259. São preclusivos os prazos parainterposição de recurso, salvo quando neste se

discutir matéria constitucional.

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Parágrafo único. O recurso em que se discutirmatéria constitucional não poderá ser interpostofora do prazo. Perdido o prazo numa fase própria,só em outra que se apresentar poderá ser

interposto.Percebe-se, pois, que o recurso no direito eleitoral, em que se discuta matéria

constitucional, possa ser interposto fora do prazo. Na verdade, tal matéria poderá seralegada em outro momento processual adequado.

No que diz respeito aos efeitos dos recursos eleitorais, assim dispõe o art. 257do Código Eleitoral:

Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeitosuspensivo.

Parágrafo único. A execução de qualquer acórdãoserá feita imediatamente, através de comunicaçãopor ofício, telegrama, ou, em casos especiais, acritério do presidente do Tribunal, através de cópiado acórdão.

Portanto, como regra, os recursos eleitorais não têm efeito suspensivo,ressalvada a apelação criminal e o recurso do candidato que teve decretada suainelegibilidade. Nesse último caso aplica-se o art. 15 da Lei Complementar 64/90:

Art. 15. Transitada em julgado a decisão que

declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-ánegado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito,ou declarado nulo o diploma, se já expedido.

Outro recurso que tem efeito suspensivo é apelação criminal (362 CE) no casode condenação por crime eleitoral.

Organização Recursal

A organização recursal da Justiça Eleitoral está prevista na Constituição Federalnos artigos 121 §3º e 121 §4º.

Conforme dispõe o art. 121 §3º da Constituição Federal:

CF – ART. 121 § 3º - São irrecorríveis as decisões doTribunal Superior Eleitoral, salvo as quecontrariarem esta Constituição e as denegatórias dehabeas corpus ou mandado de segurança.

No caso de decisão que contrariar a Constituição Federal caberá recursoextraordinário ao Supremo Tribunal Federal, no prazo de 3 dias, conforme previsto naSúmula 728 do Supremo Tribunal Federal.

Registre-se que o Supremo Tribunal Federal não faz parte da Justiça Eleitoral,ainda que julgue os recursos interpostos contra as decisões do Tribunal SuperiorEleitoral.

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Tratando-se de decisão denegatória de HC ou MS caberá recurso ordinário aoSupremo Tribunal Federal também no prazo de três dias. Sobre o mandado desegurança em matéria eleitoral cabe transcrever algumas ementas do TSE, vejamos:

“Mandado de segurança. Decisão interlocutória.Cabimento. (...) 1. É admissível a impetração demandado de segurança contra decisãointerlocutória em ação de impugnação de mandatoeletivo. (...)” (Ac. no 20.724, de 12.12.2002, rel. Min.Fernando Neves.)

“Mandado de segurança. Atos de membros deTribunal Regional Eleitoral. Indeferimento liminar.

Ausência de competência. Tribunal Superior.Súmula no 267 do Supremo Tribunal Federal.Aplicação. 1. Esta Corte Superior não temcompetência para julgamento de mandado desegurança contra os atos de membros de TribunalRegional Eleitoral. 2. O mandamus não é cabívelcontra ato judicial passível de recurso, nos termosda Súmula no 267 do egrégio Supremo TribunalFederal, não se prestando, portanto, para atacarliminar concedida por Tribunal Regional. Agravoregimental a que nega provimento.” (Ac. no 3.159,

de 5.2.2004, rel. Min. Fernando Neves.)

No caso de decisão de Tribunais eleitorais tratando-se de HC ou MS, somentecaberá recurso quando a decisão for denegatória. Ao passo que das decisões dosjuízes eleitorais caberá recurso quando a decisão for denegatória ou concessiva.

Somente cabe recurso ordinário ao Supremo Tribunal Federal contra decisão doTribunal Superior Eleitoral que, em processo de sua competência originária, denegarhabeas corpus ou mandado de segurança, mas não contra as denegatórias de habeasdata ou mandato de injunção, contra as quais poderá caber, se for o caso, apenas orecurso extraordinário.

Analisaremos agora as hipóteses constitucionais de recurso das decisões dosTribunais Regionais Eleitorais para o Tribunal Superior Eleitoral:

CF – ART. 121 § 4º - Das decisões dos TribunaisRegionais Eleitorais somente caberá recursoquando:

I - forem proferidas contra disposição expressadesta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entredois ou mais Tribunais Eleitorais;

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III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição dediplomas nas eleições federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de

mandatos eletivos federais ou estaduais;V - denegarem habeas corpus, mandado desegurança, habeas data ou mandado de injunção.

No caso dos incisos I e II o recurso cabível é o Recurso Especial. Nos incisos III ,IV e V o Recurso cabível é o Ordinário. Portanto, das decisões do TRE que foremcontrárias a Constituição Federal cabe recurso Especial ao TSE. Ok ?

No âmbito da Justiça Eleitoral, que é especial, em nenhuma hipótese caberecurso contra decisão de Tribunal Regional Eleitoral para o Supremo Tribunal Federal,mesmo quando haja matéria constitucional, porque os tribunais eleitorais não são

órgãos de instância final, mas apenas intermediária entre o Tribunal Superior Eleitorale os juízes e juntas eleitorais.

Assim, contra decisão de Tribunal Regional Eleitoral são admitidos os seguintesrecursos:  Embargos de declaração  Agravo Regimental  Agravo de Instrumento  Recurso Ordinário  Recurso Especial

Sobre os embargos de declaração, assim dispõe o art. 275 do Código Eleitoral:

CE – 65 - Art. 275. São admissíveis embargos dedeclaração:

I - quando há no acórdão obscuridade, dúvida oucontradição;II - quando fôr omitido ponto sôbre que deviapronunciar-se o Tribunal.§ 1º Os embargos serão opostos dentro em 3 (três)dias da data da publicação do acórdão, em petiçãodirigida ao relator, na qual será indicado o pontoobscuro, duvidoso, contraditório ou omisso.§ 2º O relator porá os embargos em mesa para

 julgamento, na primeira sessão seguinte proferindoo seu voto.§ 3º Vencido o relator, outro será designado paralavrar o acórdão.§ 4º Os embargos de declaração suspendem o prazopara a interposição de outros recursos, salvo semanifestamente protelatórios e assim declarados na

decisão que os rejeitar.

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Acórdãos-TSE nºs 12.071, de 8.8.94, e 714, de 11.5.99: a hipótese é deinterrupção.

O procedimento dos embargos declaratórios no processo eleitoral difere em

parte do processo civil, vez que será designado outro relator para lavrar o acórdão,quando vencido o originário.

Tabela - Comparação  JustiçaComum

DireitoEleitoral

RecursoExtraordinário

15 dias 3 dias

Embargos Declaração 5 dias 3 diasAgravo 10 dias 3 dias

Ação Rescisória 2 anos 120 diasApelação criminal 15 dias 10 dias

 JURISPRUDÊNCIA DO TSE – RECURSOS ELEITORAIS

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DEINSTRUMENTO No 6.501/SP RELATOR:MINISTRO CARLOS AYRES BRITTOEMENTA: Embargos de declaração, recebidos como

agravo regimental. Precedentes. Agravo deinstrumento. Eleições 2004. Medida cautelar. Efeitosuspensivo. Recurso eleitoral. Procedência. Ação deimpugnação de registro. Inelegibilidade. Art. 15 daLC no 64/90. Incidência. Necessidade de trânsitoem julgado. Fundamentos não infirmados.Embargos de declaração opostos contra decisãomonocrática do relator devem ser recebidos comoagravo regimental. Conforme estabelece o art. 15 daLC no 64/90, o exercício do mandato eletivo ficaassegurado, enquanto não se der o trânsito em

  julgado da decisão que declara a inelegibilidade.Precedentes do TSE. Decisão agravada que semantém pelos seus própriosfundamentos. Agravo regimental a que se negaprovimento.

REspe no 19.983/SP, rel. Min. Fernando Neves,sessão de 27.8.2002. Ementa: “Registro decandidatura. Condição de elegibilidade. Filiação

partidária. Recurso especial. Cabimento. Ofensaao art. 5o, LV, da Constituição Federal. Alegaçãonão examinada pela Corte Regional. Falta de

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prequestionamento. Reexame de matéria fática.Impossibilidade.1. O recurso cabível contra decisão que versa sobrecondição de elegibilidade é o especial, enquanto o

que cuida de inelegibilidade é o ordinário.2. O recurso especial não se presta para reabrirdiscussão acerca da prova e dos fatos. Suafinalidade é verificar se questão federal foi decididapela Corte Regional contra expressa disposição daConstituição da República ou de lei, ou se aqueladecisão divergiu de julgado de outro TribunalEleitoral.Recurso especial não conhecido.” Grifei.

(d) Ação de Impugnação de mandato eletivo

A AIME não possui natureza penal, mas sim natureza civil-eleitoral, tendocomo finalidade a perda do mandato ilegítimo, pois tem o efeito de cassar o mandato eanular os votos recebidos pelo ex-candidato eleito. Trata-se de uma ação deconhecimento constitutiva negativa, haja vista que a aspiração com a sua propositura éque o juiz, dando-lhe provimento, desconstitua uma relação jurídica, extinguindo umestado jurídico indevidamente criado, com a determinação da cassação do mandatopolítico conferido ao candidato eleito impropriamente.

No campo constitucional está prevista no art. 14, § 10, da Carta Magna, quedispõe: “O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo dequinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do podereconômico11, corrupção ou fraude.”

Ainda na Carta Magna, o § 11 do art. 14 dispõe que a ação tramitará em segredode justiça e, se temerária ou de manifesta ma-fé, responderá o autor na forma da lei. Oajuizamento da AIME independe de sentença anterior em investigação judicial, oumesmo de sua proposição. Não serve ao fim de se obter recontagem de votos, nempara abolir os prazos de preclusão e os sistemas de recursos estabelecidos na legislaçãoeleitoral.

O significado das expressões abuso de poder econômico, corrupção e fraudenão é tão restrito quanto o significado que possuem referentes à tipicidade do DireitoPenal, ficando a critério do juiz, diante do sistema da livre convicção motivada,analisar cada caso.

Segundo o entendimento dominante na doutrina e jurisprudência, podempropor a AIME :  Ministério Público  Partidos políticos  Coligações

11 Registre-se que para a configuração do abuso de poder econômico exige-se a demonstraçãoda potencialidade do fato narrado em influenciar no resultado do pleito. 

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  Candidatos

A Carta Magna nao prevê qual o rito a ser seguido na AIME. Atualmente,contudo, o TSE editou resolução fixando o procedimento do art. 3º da LC 64/90 (rito da

impugnação de registro) aplicando-se as normas do CPC apenas em caratersubsidiário. A justificativa por tal opção foi a celeridade exigida pelo processo eleitoral,que guarda suas peculiaridades, respeitadas, porém, as garantias do contraditório e daampla defesa. (Resolução 21635/2004).

 Julgada procedente e cassado o mandato eletivo, com o trânsito em julgado dadecisao, será diplomado e empossado o segundo colocado ( eleições majoritárias ou osuplente (eleições proporcionais). O TSE vem decidindo reiteradamente que, mesmo seo candidato cassado tiver obtido mais de 50% dos votos, não se aplicará o art. 224 doCódigo Eleitoral, ou seja, não haverá renovação das eleições.

Outro ponto importante a ser destacado é contaminação do mandato do vice,no caso de procedência da AIME. O Entendimento do TSE é que a cassação domandato eletivo quando fundamentada na inelegibilidade decorrente de abuso depoder econômico, corrupção ou fraude atingirá, necessariamente, como demonstrado,o seu vice na chapa, seu litisconorte passivo necessário na ação de impugnação demandato eletivo. No entanto, a regra inserta no art. 18 da LC nº 64/90, que estabelece aintangibilidade da declaração de inelegibilidade, não se aplica aos diplomados, eis querestrita à situação de candidatos.

 JURISPRUDÊNCIA DO TSE – AIME

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSOESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DEMANDATO ELETIVO. CONDUTA VEDADA(ART. 73, VI, B, DA LEI Nº 9.504/97). REEXAMEDE PROVA. IMPOSSIBILIDADE.DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃOCONFIGURADA. FUNDAMENTOS NÃOINFIRMADOS. SEGUIMENTO NEGADO.AGRAVO REGIMENTAL. DESPROVIDO.- Tendo o Tribunal Regional afirmado, depois dedetida análise do conjunto fático-probatório, que

não houve a publicidade institucional, para sechegar a conclusão diversa, é necessário incursão naprova, o que é vedado na via especial.- Na ação de impugnação de mandato eletivo (art.14, § 10, da CF), aprecia-se abuso do podereconômico, corrupção ou fraude. A prática deconduta vedada será apurada na representação, aqual, como firmado por esta Corte, deve serproposta até a data da eleição (REspe nº 25.935/SC).-  Agravo regimental desprovido.

(AG 6522/07 – 09-08-07)

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INELEGIBILIDADE

(a)  Inelegibilidades constitucionais e infraconstitucionais

As normas gerais sobre inelegibilidades estão previstas no corpo do textoconstitucional, mais especificamente do parágrafo quarto ao nono do artigo quatorze.As causas de inelegibilidade, dessa feita, de acordo com o mandamento constitucional,só podem estar previstas na própria Constituição ou na Lei Complementar 64/90, achamada lei das inelegibilidades, tal diploma legal regulamentou o parágrafo nono daConstituição da República.

Inicialmente, cabe conceituar institutos primordiais para o estudo de

inelegibilidades. Um dos institutos que mais geram confusão ao estudante de direitoeleitoral é o que trata das condições de elegibilidade, ou seja, ser inelegível é nãopossuir uma das condições genéricas de elegibilidade? Não, definitivamente não háque se confundir inelegibilidade e condições de elegibilidade.

As condições de elegibilidade representam requisitos indispensáveis paraàqueles que pretendem concorrer aos pleitos que se apresentam, tais condições estãoprevistas no art. 14 §3º da Constituição Federal. Por outro lado, as inelegibilidadesrepresentam, conforme aduz José Afonso da Silva, revela impedimento à capacidadeeleitoral passiva (direito de ser votado), seria, portanto, um impedimento àelegibilidade. Para o mesmo autor, elegibilidade consiste no direito de postular, através

das eleições, o exercício dos mandatos eletivos no executivo e no legislativo.Pelo que foi dito acima, podemos concluir ser possível um cidadão possuir

todas as condições de elegibilidade, mas, ainda assim, ser inelegível, por exemplo, ofilho do prefeito que exerce o segundo mandato consecutivo na mesma circunscrição éinelegível para o cargo de prefeito naquele município, ainda que haja a renúncia,percebemos, pois, que mesmo que o filho do atual prefeito cumpra os requisitos deelegibilidade previstos na Constituição Federal, ainda assim será inelegível.

Iremos nos aprofundar, à frente, na discussão acerca das inelegibilidades dosparentes do chefe do executivo, sobretudo, sobre a questão de mandatos consecutivos

na mesma circunscrição.Outro ponto que merece uma atenção especial do candidato funda-se na

questão do alfabetismo como condição imprópria de elegibilidade, conforme leciona oeminente professor Adriano Soares da Costa. Assim sendo, ainda que ser alfabetizadonão esteja previsto expressamente como condição de elegibilidade configura-se comotal, sem sombra de dúvida.

Por agora, importa dividir e conceituar as espécies de inelegibilidadesexistentes em nosso sistema jurídico pátrio. Um primeiro critério divide asinelegibilidades em absolutas ou relativas, àquelas proíbem a candidatura a qualquer

cargo eletivo, enquanto as últimas aplicam-se somente a certos pleitos.

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A inelegibilidade absoluta está prevista, taxativamente, na Constituição Federal,quando dispõe em seu artigo 14§4º serem inelegíveis absolutamente os analfabetos e osinalistáveis. No que tange aos analfabetos não há ressalva a ser feita, não podem, emhipótese alguma lançar seus nomes como candidatos às eleições.

Entretanto, com relação aos inalistáveis, cabe lançar algumas palavras sobre ainelegibilidade dos conscritos, na medida que esta só persiste enquanto estiveremvinculados ao serviço militar obrigatório. A meu ver, portanto, a inelegibilidade doconscrito só é absoluta enquanto no período de conscrição, visto que ao passar por essaetapa o militar se torna plenamente elegível, conforme dispõe o parágrafo oitavo doartigo quatorze da CRFB. Registre-se, ademais, que o §único do artigo 5º do códigoeleitoral, ao dispor que “os militares são alistáveis desde que oficiais, aspirantes aoficiais, guardas-marinha...” não foi recepcionado pela nossa carta magna,considerando, conforme já comentado, que o alistamento eleitoral é vedado apenaspara os conscritos durante o período de serviço militar obrigatório.

Os militares, salvo os conscritos, podem candidatar-se a quaisquer cargoseletivos, porém, considerando serem impedidos enquanto na ativa de filiaçãopartidária, são dispensados do prazo mínimo de filiação partidária para a candidaturaaos cargos eletivos. De acordo com posição já firmada no Tribunal Superior Eleitoral,para o militar basta o registro da candidatura, devendo o militar, nesta data, afastar-sedo exercício do cargo. Esse afastamento será definitivo para os militares que contamcom menos de dez anos de serviço; para aqueles que possuem mais de dez anos, aoregistrar a candidatura deverão ser agregado à autoridade superior, e, sendo eleito,passará para a inatividade no ato da diplomação.

As inelegibilidades relativas estão previstas na Constituição Federal ou na leicomplementar 64/90, vejamos um exemplo de inelegibilidade relativa:

Norma, Governadora em um Estado, exercendo oseu segundo mandato eletivo, quer saber se elarenunciando ao cargo até seis meses antes dopleito, se seria possível a sua candidatura ao cargode Presidente da República? O que vocêresponderia ?

Resposta: A essa indagação você poderia responderque norma só é inelegível para o cargo degovernador no Estado dela, trata-se, pois deinelegibilidade relativa. Para outros cargos Normapoderá candidatar-se, porém, além de cumpriroutras condições, deverá renunciar até seis mesesantes da eleição.

Na questão acima, Norma poderia ser candidata ao cargo de Presidente daRepública, bastando que renuncie ao cargo de governador até seis meses antes dopleito.

Podemos evidenciar, na própria Constituição Federal, algumas hipóteses de

inelegibilidades relativas, a primeira delas prevista no art. 14 §5º da ConstituiçãoFederal, vejamos:

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CF - Art. 14. §5º - O Presidente da República, osGovernadores de Estado e do Distrito Federal, osPrefeitos e quem os houver sucedido ou substituídono curso dos mandatos poderão ser reeleitos para

um único período subseqüente.

O dispositivo constitucional acima foi inserido pela emenda constitucional nº16/97, muito discutida à época da promulgação, permitiu em nosso ordenamento

  jurídico que uma mesma pessoa exercesse, na mesma circunscrição, a chefia doexecutivo por duas vezes consecutivas.

O Tribunal Superior Eleitoral por diversas vezes vem sendo compelido a

manifestar-se acerca de questionamentos que versam sobre reeleições, podemosresumir os principais posicionamentos de nossa corte superior eleitoral acerca destetema:

•  O titular da chefia do executivo por duas vezes consecutivas na mesmacircunscrição, não poderá concorrer ao cargo de titular, muito menos ao device-chefe do executivo. 

ExemploCaio, Prefeito eleito (2000) e reeleito (2004) no município de Niterói, nas próximaseleições (2008) não poderá concorrer ao cargo de Prefeito em Niterói, assim comonão poderá ao cargo de vice-prefeito, pois o vice é um eventual prefeito.

Nosso Tribunal Superior proíbe que uma mesma pessoa exerça o cargo por trêsvezes consecutivas na mesma circunscrição. E os parentes ? No exemplo acima o filhode Caio poderia se candidatar a prefeito de Niterói ? E a vice ?

Não, o exercício de três mandatos na chefia do executivo, repita-se, em umamesma circunscrição, por pessoas integrantes de uma mesma família é vedado peloTribunal Superior Eleitoral. No caso em tela, os parentes até o 2º grau de Caio, afim ouconsangüíneos, assim como o cônjuge, não podem se candidatar ao cargo de Prefeito,muito menos ao de vice, naquela circunscrição. E o filho de caio poderia ser candidatoa vereador ? Sim, desde que houvesse a renúncia de Caio até seis meses antes daeleição.

Cabe transcrever entendimento recente do Tribunal Superior Eleitoral, acercada reeleição:.

Inelegibilidade. Prefeito reeleito. Candidatura.Município diverso. Caracterização. Terceiromandato.

A partir do julgamento do Recurso Especial no32.507/AL, em 17.12.2008, o Tribunal SuperiorEleitoral deu nova interpretação ao § 5o do art. 14

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da Constituição Federal, passando a entender que,no Brasil, qualquer chefe de Poder Executivo –presidente da República, governador de estado eprefeito de município – somente pode exercer dois

mandatos consecutivos nesse cargo. Assim,concluiu que não é possível o exercício de terceiromandato subsequente para o cargo de prefeito,ainda que em município diverso. A faculdade detransferência de domicílio eleitoral não pode serutilizada para fraudar a vedação contida no § 5º doart. 14 da Constituição Federal, de forma a permitirque prefeitos concorram sucessivamente eilimitadamente ao mesmo cargo em diferentesmunicípios, criando a figura do “prefeitoprofissional”.Embora não haja ilicitude formal no ato detransferência do domicílio eleitoral, tal faculdadenão pode ser utilizada para burlar a vedaçãoconstitucional. A fraude à lei constitui justamente autilização de expedientes aparentemente lícitospara frustrar a aplicação da lei. A novainterpretação do § 5o do art. 14 da ConstituiçãoFederal adotada pelo TSE no julgamento dosrecursos especiais nos 32.507/AL e 32.539/AL em2008 é a que deve prevalecer, tendo em vista a

observância ao princípio republicano, fundado nasideias de eletividade, temporariedade eresponsabilidade dos governantes. O primado daideia republicana – cujo fundamento ético-políticorepousa no exercício do regime democrático e nopostulado da igualdade – rejeita qualquer práticaque possa monopolizar o acesso aos mandatoseletivos e patrimonializar o poder governamental,comprometendo, desse modo, a legitimidade doprocesso eleitoral.A mudança de entendimento jurisprudencial não

implica ofensa a direito subjetivo da parte ante aausência de violação aos princípios da segurança jurídica e da irretroatividade de lei. A mutabilidadeé própria do entendimento jurisprudencial, o quenão implica, por si só, violação a direitos e garantiasconsagrados pelo ordenamento jurídico. Nesseentendimento, o Tribunal, por maioria, desproveuos agravos regimentais.Agravos Regimentais no Recurso EspecialEleitoral no 41.980-06/RJ, rel. Min. AldirPassarinho Junior, em 27.5.2010.

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De acordo com o TSE, o art. 14 §5º, da Constituição, na redação da EmendaConstitucional nº 16/97, é norma que prevê hipótese de elegibilidade do presidente daRepública, dos governadores de estado e do Distrito Federal e dos prefeitos, bem comodos que os hajam sucedido ou substituído no curso dos mandatos, para um único

período subseqüente; a natureza de regra de elegibilidade não se modifica pelo fato dedispor que a reeleição é para um único período subseqüente. O mesmo dispositivo, porvia de compreensão, assegura, também aos vices a elegibilidade aos mesmos cargos,para um único período subseqüente.

Entretanto, ouso discordar do posicionamento exarado por nosso egrégio TSEno que tange a impossibilidade do exercício de três mandatos consecutivos como vice-chefe do executivo. É sabido que ao interprete da constituição é vedado interpretarrestritivamente a aplicação dos direitos políticos. Sendo assim, cabe analisar ahipótese do vice-chefe ao exercer durante dois mandatos consecutivos tal cargo, emmomento alguma exerceu efetivamente o cargo de titular. A meu ver, visto que aConstituição dispõe que a reeleição por uma vez só é permitida para quem substituiuou sucedeu no curso do mandato. Acredito ser possível, nesse caso, a reeleição pormais uma vez, ou seja, ainda por dois períodos subseqüentes.

Caso interessante ocorreu em um município do norte do país, no qual a prefeitamantinha uma relação homoafetiva, e após está exercendo o seu segundo mandatoconsecutivo, sua companheira teve o pedido de registro de candidatura à prefeituraindeferido, sob o argumento que consubstanciar-se-ia um terceiro mandato na chefiado executivo por membros de uma mesma família o que é vedado pela Carta Magna.

Nas eleições de 2006 duas situações merecem algumas reflexõespormenorizadas de nossa parte, a primeira relaciona-se a possibilidade, ou não, decandidatura do casal garotinho ao governo do Estado do Rio de Janeiro, a segundatrata-se da possibilidade, ou não, da candidatura à reeleição do governador de SãoPaulo Geraldo Alckmin.

(b) Condições de Elegibilidade

São condições de elegibilidade (capacidade eleitoral passiva), na forma da lei:

•  nacionalidade brasileira (observada a questão da reciprocidade quanto aosportugueses e que apenas alguns cargos são privativos de brasileiros natos);

•  pleno exercício dos direitos políticos (veremos oportunamente asinelegibilidades);

•  alistamento eleitoral (só pode ser votado quem pode votar, embora nemtodos que votam podem ser votados – como o analfabeto e o menor de 18 emaior de 16 anos);

•  domicílio eleitoral na circunscrição (pelo prazo que a lei ordinária federalfixar; hoje é de um ano antes do pleito, nos termos do artigo 9.º da Lei n.

9.504/97);

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•  a filiação partidária (pelo menos um ano antes das eleições, nos termos doartigo 18 da Lei n. 9.096/95 e artigo 9.º da Lei n. 9.504/97);

•  a idade mínima de 35 anos para Presidente da República, Vice-Presidente

da República e Senador; a idade mínima de 30 anos para Governador eVice-Governador; a idade mínima de 21 anos para Deputado (Federal,Distrital ou Estadual), Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz (mandato dequatro anos – artigo 98, inciso II, da Constituição Federal); a idade mínimade 18 anos para Vereador.

(c)  Registro de candidaturas.Impugnação. Legitimidade.

Em nosso sistema eleitoral, a escolha em convenção partidária é indispensávelpara o registro da candidatura. Tais convenções configuram-se como reuniõespartidárias nas quais são homologados os nomes dos pré-candidatos.

De acordo com a legislação em vigor, a realização das convenções partidárias épermitida entre os dias 10 a 30 de junho do ano eleitoral. Os partidos políticos poderãoutilizar prédios públicos, responsabilizando-se por eventuais danos.

Assim dispõe a lei 9504/97 acerca das convenções partidárias:

Art. 7º. As normas para a escolha e substituiçãodos candidatos e para a formação de coligaçõesserão estabelecidas no estatuto do partido,observadas as disposições desta Lei.

§ 1º Em caso de omissão do estatuto, caberá aoórgão de direção nacional do partido estabeleceras normas a que se refere este artigo, publicando-as no Diário Oficial da União até cento e oitentadias antes das eleições.

§ 2º Se a convenção partidária de nível inferior seopuser, na deliberação sobre coligações, àsdiretrizes legitimamente estabelecidas pelaconvenção nacional, os órgãos superiores dopartido poderão, nos termos do respectivoestatuto, anular a deliberação e os atos dela

decorrentes.§ 3º Se, da anulação de que trata o parágrafoanterior, surgir necessidade de registro de novoscandidatos, observar-se-ão, para os respectivosrequerimentos, os prazos constantes dos §§ 1º e 3ºdo art. 13.

Cabe aqui, analisar também o disposto no art. 8 §1º da Lei 9504/97, vejamos:

§ 1º Aos detentores de mandato de DeputadoFederal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, eaos que tenham exercido esses cargos em qualquer

período da legislatura que estiver em curso, é

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assegurado o registro de candidatura para omesmo cargo pelo partido a que estejam filiados.

Percebe-se da leitura do dispositivo acima que o legislador ordinário, quando

da edição da Lei 9504/97, criou a chamada “candidatura nata”. Vedando, pois, opartido vetar o candidato que no curso de seu mandato representativo não tenha agidoconforme as diretrizes partidárias.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADIN-2530-9, entendeu que acandidatura nata afronta o princípio da igualdade, inserto no art. 5º da ConstituiçãoFederal. Desse modo, a candidatura nata não subsiste no processo eleitoral pátrio,todos os candidatos devem passar pelo crivo da convenção partidária. A eficácia dessedispositivo foi suspensa, em sede cautelar.

  Onde são registrados os candidatos?

A competência para processar e julgar o pedido de registro depende do tipo deeleição. Nas eleições municipais o registro é processado pelo juiz eleitoral titular dazona eleitoral. Nas eleições federais e estaduais o registro dos candidatos é atribuiçãodo Tribunal Regional Eleitoral. Tratando-se de eleição presidencial o registro cabe aoTribunal Superior Eleitoral.

Registre-se que a competência para o julgamento das ações de argüições deinelegibilidade corresponderá à competência para o registro das candidaturas.

  Quando?

De acordo com a Lei 9504/97, o pedido de registro poderá ser apresentado atéàs dezenove horas do dia 05 de julho do ano eleitoral. (art. 11)

O candidato escolhido em convenção partidária que não tiver o seu pedido deregistro efetivado pelo partido poderá fazê-lo nas 48 h seguintes, vejamos:

LEI 9504/97 §4º Na hipótese de o partido oucoligação não requerer o registro de seuscandidatos, estes poderão fazê-lo perante a JustiçaEleitoral nas quarenta e oito horas seguintes aoencerramento do prazo previsto no caput desteartigo.

Nesse contexto, cabe tecer algumas palavras sobre as implicações no processoeleitoral, da data do pedido de registro. Vejamos:

LEI 9504/97

Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seusincisos, constitui captação de sufrágio, vedada poresta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ouentregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto,bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,inclusive emprego ou função pública, desde oregistro da candidatura até o dia da eleição,

inclusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta milUfir, e cassação do registro ou do diploma,

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observado o procedimento previsto no art. 22 da LeiComplementar nº 64, de 18 de maio de 1990.

No entendimento do Tribunal Superior Eleitoral configuram captação de

sufrágio quaisquer das condutas acima mencionadas realizadas a partir do pedido deregistro da candidatura.

Outro ponto importante a ser destacado diz respeito a partir de que data podeser instaurada a investigação judicial eleitoral prevista na Lei Complementar 64/90?Seria a partir do pedido de registro?

A maioria da doutrina, acertadamente, dispõe ser a data do deferimento omarco inicial para a instauração de investigação judicial eleitoral.

  Quantos candidatos?

Cada partido poderá registrar candidatos para as eleições proporcionais(Deputado e Vereador) até 150% do número de lugares a preencher. As coligaçõespodem registrar candidatos até o dobro dos lugares a preencher.

Nas unidades da Federação em que a população elege até vinte DeputadosFederais, cada partido poderá registrar candidatos a Deputado Federal e Estadual (ouDistrital) até o dobro das vagas a preencher; havendo coligação, esses números podemser acrescidos de até mais 50%.

Cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de 30% e o máximo de70% para candidaturas de cada sexo.

Cada candidato poderá indicar, além do seu nome completo, até três variaçõespelas quais é mais conhecido. Não havendo preferência entre os candidatos que

pretendem o registro da mesma variação nominal (§ 1.º do artigo 12 da Lei n.9.504/97), defere-se o pedido do primeiro que o tenha requerido (Súmula n. 4 doTribunal Superior Eleitoral).

Nos termos do artigo 13 da Lei n. 9.504/97, o partido ou coligação poderásubstituir o candidato que for declarado inelegível, renunciar ou falecer após oencerramento do prazo para registro. O pedido de substituição deve ser formalizadoaté dez dias após o fato que lhe deu origem, sendo que, nas eleições proporcionais,deve ser apresentado até sessenta dias antes do pleito.

  Todas as condições de elegibilidade devem estar cumpridas na data do registro?

O domicílio eleitoral e a filiação partidária são analisados no momento doregistro da candidatura, porém, terão como referência a data da eleição.

LEI 9504/97 Art 9º. Para concorrer às eleições, ocandidato deverá possuir domicílio eleitoral narespectiva circunscrição pelo prazo de, pelomenos, um ano antes do pleito e estar com afiliação deferida pelo partido no mesmo prazo.

Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporaçãode partidos após o prazo estipulado no caput, seráconsiderada, para efeito de filiação partidária, a

data de filiação do candidato ao partido de origem.A idade mínima tem como referência a data da posse. Nesse sentido,

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“Registro. Recurso especial. Condição deelegibilidade. Candidato a deputado estadual comidade inferior ao exigido pelo art. 14, § 3o, VI, c, daConstituição Federal, porém emancipado.

Impossibilidade. Recurso não conhecido.” NE: “(...)o candidato deve apresentar a idade mínimaexigida na Constituição Federal na data da possedos eleitos, nos termos do art. 11, § 2o, da Lei no9.504/97 (Consulta no 554, de 9.12.99, relatorMinistro Edson Vidigal), e não na ocasião deeventual exercício do mandato como suplente”. (Ac.no 20.059, de 3.9.2002, rel. Min. Fernando Neves.)

  Impugnação ao registro da candidatura

De acordo com o artigo 97 do Código Eleitoral, protocolado o pedido deregistro, a Justiça Eleitoral providenciará a imediata expedição de edital, o qual serápublicado na imprensa oficial (na capital) ou afixado no Cartório Eleitoral (no interior).

Da publicidade do pedido de registro começa a correr o prazo de 5 dias para aimpugnação (artigo 3.º da Lei Complementar n. 64/90), que será apresentada ao juiz outribunal competente para o registro e terá por base fatos verificados até aquelemomento, e que poderá ser formalizada pelo Ministério Público, partidos, coligações ecandidatos já indicados nas convenções. Caso não atue como parte, o MinistérioPúblico participará do processo na condição de fiscal da lei.

Não poderá impugnar o pedido de registro o membro do Ministério Público

que nos dois anos anteriores à impugnação tenha disputado cargo eletivo, integradoDiretório de Partido ou exercido atividade político-partidária. A regra do artigo 3.º, §2º, da Lei Complementar n. 64/90, que previa o prazo de quatro anos, foi derrogadapelo artigo 80 da Lei Complementar n. 75/93.

O impugnante, desde logo, deve especificar suas provas e arrolar até seistestemunhas. O prazo para contestar é de sete dias, contados da notificação docandidato, partido ou coligação.

Superada a fase instrutória, será aberto o prazo comum de cinco dias para aspartes apresentarem suas alegações finais e para o Ministério Público apresentar o seuparecer. Em seguida, os autos seguem para o juiz ou para o tribunal decidir, em trêsdias. O prazo para recurso será de três dias. As contra-razões também devem serprotocoladas em três dias, contados do protocolo da petição do recurso.

O recurso contra a decisão do juiz eleitoral é o inominado previsto no artigo 265do Código Eleitoral, admitindo inclusive a retratação (artigo 267, § 7.º). Contra adecisão do Tribunal Regional Eleitoral, o recurso é denominado ordinário, nos termosdos incisos III e IV do § 4.º do artigo 121 da Constituição Federal combinados com osartigos 276, incisos I e II, e 277 do Código Eleitoral. Pode ser cabível mandado desegurança contra decisão originária do Tribunal Superior Eleitoral, desde que não hajarecurso previsto.

Os prazos correm em cartório (independentemente de intimação), sãoperemptórios, contínuos e não se suspendem aos sábados, domingos e feriados, nostermos do artigo 16 da Lei Complementar n. 64/90.

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Nos termos da Súmula n. 10 do Tribunal Superior Eleitoral, caso a sentença sejaentregue em cartório antes dos três dias disponibilizados para o juiz decidir e não hajaintimação pessoal do interessado, o prazo para o recurso (três dias) contra decisão sócomeça a correr do termo final daquele tríduo. Vejamos a questão do 22º concurso para

o Ministério Público Federal:(MPF – 22º - Q85) Nas eleições municipais de 2004,o juiz eleitoral recebeu do cartório ação deimpugnação de registro de candidatura no dia02/08/2004, segunda-feira, tendo o magistradodevolvido os autos, com sentença julgandoprocedente a impugnação, no dia 04/08/2004,quarta-feira. Diante de tal situação, indaga-se:quando ocorreu o termo final do prazo para ainterposição de recurso para o Tribunal Regional

Eleitoral?(a) 07 de agosto de 2004 (sábado)(b) 08 de agosto de 2004 (domingo)(c) 09 de agosto de 2004(segunda)(d) No 3º dia da publicação da sentença por edital,em cartório.

Gabarito – Letra B – Aplica-se a súmula 10 do TSEA declaração de inelegibilidade do candidato a chefe do Poder Executivo não

afeta o candidato a vice, e a declaração de inelegibilidade do vice não afeta o candidatoà chefia do Executivo, nos termos do artigo 18 da Lei das Inelegibilidades (Lei

Complementar n. 64/90).De acordo com a Súmula n. 11 do Tribunal Superior Eleitoral, “no processo de

registro de candidato, o partido que não o impugnou não tem legitimidade pararecorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional”.

  Legitimados para propor a ação de impugnação ao registro?

São legitimados:

  Partido Político

  Coligações

  Ministério Público

  Candidatos

Conforme salienta Antônio Carlos Martins Soares, é irrelevante o deferimentodo registro da candidatura para que seja recebida a impugnação oferecida porcandidato. (na verdade pré-candidato). Considerando-se que antes do deferimento nãohá que se falar em candidato.

Outro ponto interessante diz respeito à possibilidade de um candidato adeputado impugnar o registro de um candidato a presidente da república? A meu ver

só estariam legitimados os candidatos ao mesmo cargo. Entretanto, para o eminenteprofessor Joel J. Cândido um candidato a deputado estadual pode impugnar o pedido

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de registro de um candidato a senador, este pode faze-lo em relação a um candidato agovernador ou a deputado federal e assim reciprocamente.

Assim assevera Emerson Garcia “A lei 9504´97, ao falar em candidato,

pretendeu a norma referir-se àqueles que concorreriam às eleições caso tivessem seuregistro de candidato deferido.” De acordo com Joel J Cândido a única exceção em queseria possível a candidato (já com candidatura deferida) impugnar terceiros seria nocaso de pedido de registro tardio, por substituição. Nesse caso o impugnante já seriacandidato.

Registre-se que enquanto não transitada em julgado a decisão sobre a ação deimpugnação de registro (no caso de procedência) o candidato poderá permanecer nocargo. Os recursos desse candidato terão efeito suspensivo.

Importante observar também que o partido político coligado a outro nãopoderá impugnar, isoladamente, registro de candidaturas Considerando que perante a

  Justiça Eleitoral a coligação funciona como um partido, quem deve impugnar écoligação através de seu representante ou delegados.

  Existe a necessidade de representação por advogado para a AIRC?

Levando-se em conta tratar-se de processo de julgamento de jurisdiçãocontenciosa, onde se opera a coisa julgada., torna-se indispensável que a ação deimpugnação seja ajuizada através de advogado habilitado. Registre-se que existedoutrina em sentido diverso. Todavia, a majoritária assevera a obrigatoriedade darepresentação por advogado.

 Efeitos da Procedência da AIRC ?

Na AIRC a decisão tem natureza declaratória negativa, haja vista que impede odeferimento do registro da candidatura. Os efeitos dessa ação só se darão efetivamenteapós o trânsito em julgado da decisão que cancelar ou negar o registro.

  Rejeição de Contas e Inelegibilidade

Assim dispõe a Lei das Inelegibilidades em seu artigo 1º, I, g

g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício

de cargos ou funções públicas rejeitadas porirregularidade insanável e por decisão irrecorríveldo órgão competente, salvo se a questão houversido ou estiver sendo submetida à apreciação doPoder Judiciário, para as eleições que se realizaremnos 5 (cinco) anos seguintes, contados a partir dadata da decisão;

O dispositivo acima está intimamente ligado ao teor da Súmula 1 do TribunalSuperior Eleitoral, vejamos:

Súmula TSE 01 - Proposta a ação para desconstituir

a decisão que rejeitou as contas, anteriormente àimpugnação, fica suspensa a inelegibilidade (LeiComplementar nº 64/90, art. 1º, I, g).

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Ocorre que o Tribunal Superior Eleitoral, recentemente entendeu que para seaplicar a Súmula no 1 do TSE, é mister que tenha sido concedida eficácia à açãoproposta contra a decisão que rejeitou as contas, por meio de tutela antecipada (RO912).

Desse modo, não basta a simples propositura da ação para a desconstituiçãoperante o poder judiciário.

Nesse sentido, no RO no 912/RR, sessão de24.8.2006, rel. o e. Min. Cesar Rocha, este Tribunalassentou:

Recurso ordinário. Eleição 2006. Impugnação.Candidato. Deputado estadual. Rejeição de contas.Ação anulatória. Burla. Inaplicabilidade doEnunciado no 1 da súmula do TSE. Recursodesprovido. A análise da idoneidade da açãoanulatória é complementar e integrativa à aplicaçãoda ressalva contida no Enunciado no 1 da súmulado TSE, pois a Justiça Eleitoral tem o poder-deverde velar pela aplicação dos preceitos constitucionaisde proteção à probidade administrativa e àmoralidade para o exercício do mandato (art. 14, §9o, CF/88).

Cabe asseverar de outra parte, que o TSE entende que “Compete ao Tribunal de Contasda União examinar as contas relativas à aplicação de recursos federais recebidos porprefeituras municipais em razão de convênios” (Recurso Ordinário nº 681, rel. Min.

Fernando Neves, de 16.9.2003).

ABUSO DE PODER NO PROCESSO ELEITORAL

(a)  Abuso do Poder Econômico, Político e dos Meios de ComunicaçãoSocial. Representação à Justiça Eleitoral

  Conceito de Abuso de Poder Econômico

Haverá abuso do poder econômico sempre que os recursos financeiros,materiais ou humanos significarem desequilíbrio na obtenção de votos, mormentequando se considera a apartação social existente no Brasil, circunstância que fragiliza aconsciência do eleitorado.12 

O abuso de poder econômico pode ocorrer em diferentes ocasiões do processoeleitoral. Poderíamos exemplificar três momentos principais:

•  Na convenção partidária

•  Na propaganda eleitoral

12 Direito Eleitoral. Teoria e Prática. Armando Antonio Sobreiro Neto.

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•  Na votação

  Abuso de Poder Político

No que diz respeito ao abuso de poder político, é correto afirmar que este se

relaciona com os detentores de funções públicas, os quais deviam agir de acordo como princípio da legalidade.

Podemos citar algumas formas de abuso de poder político durante o processoeleitoral, vejamos:

  Uso de servidores públicos em campanhas eleitorais

  Uso de bens públicos em campanhas eleitorais

  Uso de verbas públicas

Nesse sentido, importante analisar o disposto no art. 74 da lei 9504/97:Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os finsdo disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64,de 18 de maio de 1990, a infringência do dispostono § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando oresponsável, se candidato, sujeito ao cancelamentodo registro de sua candidatura.

No processo eleitoral deve existir a lisura entre aqueles que pretendem ainvestidura nos cargos políticos. Nesse sentido, o legislador infraconstitucional

estabeleceu procedimento tendente a apurar a interferência do poder econômico nospleitos eleitorais.

Lei Complementar 64/90 - Art. 19. As transgressõespertinentes a origem de valores pecuniários, abusodo poder econômico ou político, em detrimento daliberdade de voto, serão apuradas medianteinvestigações jurisdicionais realizadas peloCorregedor-Geral e Corregedores RegionaisEleitorais.

A apuração da interferência do poder econômico nas eleições se dará através

das investigações judiciais eleitorais, tema recorrente em provas de direito eleitoral.Registre-se, desde logo, que Para procedência da AIJE, é necessária a

demonstração da potencialidade para influir no resultado do pleito, em decorrênciado abuso praticado; ou, simplesmente, potencialidade em prejudicar a lisura docertame. Nesse sentido, o Acórdão nº 692/2004 do Tribunal Superior Eleitoral, “paraque se julgue procedente representação baseada no caput do art. 22 da LeiComplementar 64/90, é necessário que os atos ou fatos narrados tenhampotencialidade para influir no resultado do pleito”.

Considerando o objetivo desse trabalho iremos colacionar as principaiscaracterísticas dessa ação, ou melhor, representação tendente a equacionar as

condições de captação de votos entre os candidatos. Vejamos:

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  Legitimidade para a AIJE?

Assim dispõe o art. 22 da LC 64/90:

Art. 22. Qualquer partido político, coligação,

candidato ou Ministério Público Eleitoral poderárepresentar à Justiça Eleitoral, diretamente aoCorregedor-Geral ou Regional, relatando fatos eindicando provas, indícios e circunstâncias e pedirabertura de investigação judicial para apurar usoindevido, desvio ou abuso do poder econômico oudo poder de autoridade, ou utilização indevida deveículos ou meios de comunicação social, embenefício de candidato ou de partido político,obedecido o seguinte rito:

Percebe-se, pois, que o eleitor, assim como na ação de impugnação aoregistro, não detém legitimidade para iniciar tal procedimento judicial.

  A partir de quando e até quando?

As investigações judiciais poderão ser instauradas do deferimento do registroaté a data da diplomação. Sendo esse o entendimento majoritário da doutrina e aposição do Tribunal Superior Eleitoral.

  Prazo final para a instauração de investigação judicial eleitoral

Considerando que a lei complementar 64/90 foi omissa nesse ponto, coube adoutrina e a jurisprudência determinar o prazo máximo para que a investigação

 judicial eleitoral fosse instaurada.

Atualmente, a maioria dos doutrinadores assevera que a diplomação constitui otermo final para a instauração de investigação judicial eleitoral. Registre-se que talponto foi objeto de prova no 22º concurso para o Ministério Público Federal:

(MPF – 22º - Q84) Em sede investigação judicialeleitoral:

I.  O abuso do poder econômico, quanto a fatos

ocorridos anteriormente à fase do registro, deveser apurado na ação de impugnação de registrode candidaturas (AIRC), sob pena de preclusão,sendo, por outro lado, apurado por meio deinvestigação judicial eleitoral (IJE) em relação aosocorridos posteriormente àquela fase.

II.  O termo final para o ajuizamento da investigação judicial eleitoral é o da data da eleição, inclusive.

III.  A decisão julgando procedente IJE ajuizada com ofito de apurar a utilização indevida de meios decomunicação social em benefício de candidato não

necessita de trânsito em julgado para a suaexecução.

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IV.  Não tendo havido, ainda, o julgamento deinvestigação judicial eleitoral ajuizada , em facede candidato, para apurar abuso do podereconômico quando já transcorridos os prazos para

a interposição de recurso contra a expedição dodiploma (RCED) e o ajuizamento de ação deimpugnação de mandato eletivo (AIME), deve ela,por flagrante perda de objeto, ser julgada extinta,sem julgamento do mérito.

Das assertivas acima:

a.  Todos

b.  I e II

c.  II e III

d.  Todos Incorretos (gabarito)

Ocorre que em 2006 o Tribunal Superior Eleitoral, no RESPE 25966 passou aentender que se os fatos ocorreram antes da eleição, a investigação judicial eleitoralsomente poderia ser instaurada até o dia da eleição. Vejamos:

RESPE-25966 - RECURSO ESPECIALELEITORAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO

  JUDICIAL ELEITORAL. AUSÊNCIA DELEGITIMIDADE DA PARTE AUTORA. FATOSACONTECIDOS ANTES DAS ELEIÇÕES. AÇÃOINTENTADA UM MÊS APÓS O PLEITO.

1. Ausente a legitimidade da parte autora parapromover ação de investigação judicial eleitoral, emperíodo posterior às eleições (trinta e um dias após),visando a apurar fatos públicos e notórios(publicidade institucional dita ilegal feita em jornaisde grande circulação) que ocorreram em momentosanteriores ao pleito.

2. A estabilidade do processo eleitoral deve serassegurada quando não há denúncia maculadorado pleito apresentada tempestivamente.

3. A AIJE deve ser proposta até o dia das eleiçõesquando visa a apurar fatos ocorridos antes dopleito.

4. Recurso provido para acolher a preliminar deausência de legitimidade para agir, em razão dodecurso do tempo, extinguindo-se o processo sem

 julgamento de mérito.

Desse modo, atualmente , caso os fatos sejam conhecidos antes da eleição ainvestigação judicial eleitoral somente poderá ser instaurada até o dia da eleição.Permanecendo o dia da diplomação como prazo fatal, caso o conhecimento do abusoocorra após a eleição.

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Importa dizer também, que a representação do art. 22 não se confunde comaquelas a que se refere o art. 96 da lei 9504/97, cuja apuração não induzinelegibilidade, mas aplicação de multa. Registre-se, ainda que haja posiçõesminoritárias em contrário, que o art. 96 §5º não se trata de caso de inelegibilidade,

mesmo cassando o registro de candidatura.  Efeitos da procedência da AIJE.

LC 64/90 – ART. 22

XIV – julgada procedente a representação, oTribunal declarará a inelegibilidade dorepresentado e de quantos hajam contribuído para aprática do ato, cominando-lhes sanção deinelegibilidade para as eleições a se realizarem nos3 (três) anos subseqüentes à eleição em que se

verificou, além da cassação do registro docandidato diretamente beneficiado pelainterferência do poder econômico e pelo desvio ouabuso do poder de autoridade, determinando aremessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral,para instauração de processo disciplinar, se for ocaso, e processo-crime, ordenando quaisquer outrasprovidências que a espécie comportar;

XV – se a representação for julgada procedente apósa eleição do candidato, serão remetidas cópias detodo o processo ao Ministério Público Eleitoral, para

os fins previstos no art. 14, §§ 10 e 11, daConstituição Federal, e art. 262, inciso IV, doCódigo Eleitoral.

Conforme dispõe o art. 22, XIV supracolacionado, ocorrendo a procedênciaantes da eleição, há que se cassar o registro dos candidato envolvidos. Entretanto, hajavista o teor do art. 15 da LC 64/90 somente após o trânsito em julgado é que ocandidato será impedido de participar do pleito.

Cabe, nesse ponto, analisar importante jurisprudência do TSE:

RO-795 Eleições 2002. Investigação judicial. Art. 22da Lei Complementar nº 64/90. Decisão regional.Improcedência. Recurso ordinário. Perda deobjeto. Ação. Decurso. Prazo. Três anos. Sanção.Inelegibilidade. Providência. Remessa. Cópias.Ministério Público. Fins. Art. 22, XV, da LC nº64/90. Prejudicada. Precedentes.

1. Decorridos mais de três anos das eleições, orecurso ordinário interposto em investigação

  judicial está prejudicado pela perda supervenientede objeto, uma vez que o termo inicial para a

aplicação da sanção de inelegibilidade de que cuida

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o inciso XIV do art. 22 da Lei Complementar nº64/90 é a data do pleito.

2. De igual modo, há perda superveniente de objeto

e, via de conseqüência, está prejudicada aprovidência de remessa de cópia do processo aoMinistério Público Eleitoral, para os fins indicadosno inciso XV do art. 22 do referido diploma legal.

Recurso ordinário que se julga prejudicado.

Ro – 725 Eleições 2002. Investigação judicial. Art.22 da Lei Complementar nº 64/90. Abuso de poder.Utilização indevida dos meios de comunicaçãosocial. Jornal. Suplementos. Matérias. PublicidadeInstitucional. Entrevista. Governador.

1. Não cabe à Justiça Eleitoral julgar eventualprática de ato de improbidade administrativa, o quedeve ser apurado por intermédio de ação própria.Precedente: Acórdão nº 612.

2. Tratando-se de fato ocorrido na imprensa escrita,tem-se que o seu alcance é inegavelmente menor emrelação a um fato sucedido em outros veículos decomunicação social, como o rádio e a televisão, emface da própria característica do veículo impressode comunicação, cujo acesso à informação tem

relação direta ao interesse do eleitor.3. Na investigação judicial, é fundamental seperquirir se o fato apurado tem a potencialidadepara desequilibrar a disputa do pleito, requisitoessencial para a configuração dos ilícitos a que serefere o art. 22 da Lei de Inelegibilidades.

Recurso ordinário a que se nega provimento.

RESPE-12106

1. INVESTIGACAO JUDICIAL POR ABUSO DEPODER ECONOMICO: COMPETENCIA DO JUIZELEITORAL PARA JULGAMENTO DO FEITONAS ELEICOES MUNICIPAIS (LC 64/90, ART. 22E 24).

2. PROVA EMPRESTADA. RECURSO CONTRA AEXPEDICAO DE DIPLOMA EM CUJO

  JULGAMENTO APROVEITOU O REGIONALPROVA PRODUZIDA EM INVESTIGACAO

  JUDICIAL EM QUE O RECORRIDO NAO FORAPARTE. OFENSA AO DEVIDO PROCESSO LEGALASSEGURADO SUBSTANTIVAMENTE NACONSTITUICAO COM OS CONSECTARIOS

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FORMAIS MINIMOS DA AMPLA DEFESA E DOCONTRADITORIO.

3. RECURSO ESPECIAL;

PREQUESTIONAMENTO. NAO CONDIZ COM ANATUREZA INTRINSECAMENTE CELERE DOPROCESSO ELEITORAL, E MUITO MENOS COMSEU PROPOSITO CONSTITUCIONALSUBSTANTIVO, QUE SE ACOLHA, SEMTEMPEROS, O RIGOROSO CANONEPROCESSUAL DAS OUTRAS JURISDICOES.

3.1. A OFENSA AO DEVIDO PROCESSO LEGALMEDIANTE USO DE PROVA EMPRESTADA(TOPICO 2 "SUPRA") SO SURGIU QUANDO DO

  JULGAMENTO ORIGINARIO DE RECURSO

CONTRA A EXPEDICAO DE DIPLOMA, DONDE,MAIS DO QUE INEXIGIVEL, NA VERDADEIMPOSSIVEL QUALQUERPREQUESTIONAMENTO POR PARTE DOCANDIDATO RECORRIDO.

4. RECURSOS ESPECIAIS DA PROCURADORIAREGIONAL ELEITORAL E DE CHARLESCOZZOLINO NAO CONHECIDOS. RECURSOESPECIAL DE LUIZ NOLIN PROVIDOPARCIALMENTE PARA AFASTAR A

DECLARACAO DE SUA INELEGIBILIDADE.

Ocorrendo a procedência após a eleição, será cominada a sanção deinelegibilidade por três anos a contar da eleição. Entretanto, para que haja a perda domandato se faz necessária ação de impugnação de mandato eletivo ou o recurso contraa diplomação.

(b) Recurso contra a diplomação. Ação de Impugnação de MandatoEletivo

  Do Recurso contra a diplomação

O diploma, instrumento certificador do resultado das urnas, poderá ser atacado noprazo de três dias através do recurso contra a diplomação nas hipóteses previstas noart. 262 do CE. Vejamos:

Art. 262. O recurso contra expedição de diplomacaberá somente nos seguintes casos:

I - inelegibilidade ou incompatibilidade decandidato;

II - errônea interpretação da lei quanto à aplicaçãodo sistema de representação proporcional;

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III - erro de direito ou de fato na apuração final,quanto à determinação do quociente eleitoral oupartidário, contagem de votos e classificação decandidato, ou a sua contemplação sob determinada

legenda;IV - concessão ou denegação do diploma emmanifesta contradição com a prova dos autos, nashipóteses do art. 222 desta Lei, e do art. 41-A da Leino 9.504, de 30 de setembro de 1997.13

O recurso contra a diplomação de candidato eleito não impede sua posse e oexercício regular do mandato. Haja vista que enquanto o Tribunal Superior Eleitoralnão julgar o recurso apresentado, o diplomado exercerá o mandato em toda a suaplenitude, tal como determina o art. 216 do Código Eleitoral.

 Inelegibilidade decorrente da procedência da AIME

Somente haverá decretação de inelegibilidade cominada na procedência daAIME, caso essa seja decorrente de representação prevista no art. 22 da LC 64/90.Nesse mesmo sentido Tito Costa

  DA AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO

De acordo com o disposto no art. 14 §10 da Constituição Federal, o mandatoeletivo poderá ser impugnado no prazo de quinze dias contados da data dadiplomação. Diversamente do recurso contra a diplomação, a AIME não exige provapré-constituída, mas ao menos indícios razoáveis de provas do alegado, a fim de que aação seja recebida.

O mandato eletivo poderá ser impugnado nos casos de abuso de podereconômico, corrupção ou fraude. Cabe dizer que, conforme entendimento do TribunalSuperior Eleitoral, a fraude que pode ensejar ação de impugnação de mandato eletivo éaquela que tem reflexos na votação ou na apuração de votos (Acórdão 3009 Relator.Fernando Neves)

Com relação ao procedimento a ser adotado na ação de impugnação demandato eletivo, considerando que tal matéria não foi regulamentada, aplica-se oentendimento do TSE, ou seja, a AIME seguirá o rito estabelecido para a ação deimpugnação ao registro da candidatura.

Resolução21634 – Relator : Fernando Neves

O rito ordinário que deve ser observado natramitação da ação de impugnação de mandatoeletivo, ate a sentença, é o da Lei Complementar64/90, não o do Código de Processo Civil, cujasdisposições são aplicáveis apenas subsidiariamente.

13Redação dada pela Lei n 9.840, de 28.09.99.

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Podem propor essa ação os partidos políticos, as coligações, os candidatos e oMinistério Público Eleitoral. Alguns autores admitem o eleitor como legitimado parapropor essa ação.14

De acordo com o TSE, o julgamento caberá ao órgão responsável peladiplomação dos eleitos. Entretanto, nas eleições municipais tal entendimento nãoprevalece, haja vista que os diplomas na eleições municipais serão expedidos pela juntaeleitoral e o registro das candidaturas será processado pelo juiz eleitoral. Desse modo,acredito que o correto seria atribuir ao órgão responsável pelo registro dacandidatura, o julgamento da ação de impugnação de mandato eletivo.

Recurso especial. Ação de impugnação de mandatoeletivo. Art. 14, § 10, da Constituição Federal.Divulgação de pesquisa eleitoral sem registro.

Abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.Nãoocorr ência. Aplicação da multa prevista no art.33, § 3o, da Lei no 9.504/97. Impossibilidade.Recurso conhecido e provido. 1. A ação deimpugnação de mandato eletivo se destinaunicamente à apuração de abuso do podereconômico, corrupção ou fraude. 2. Eventualdivulgação de pesquisa sem registro, com violaçãodo art. 33 da Lei no 9.504/97, deve ser apurada epunida por meio da representação prevista no art.96 da Lei no 9.504/97.. (Ac. no 21.291, de 19.8.2003,

rel. Min. Fernando Neves.)Questão interessante diz respeito a possibilidade de interposição de ação de

impugnação de mandato eletivo contra os suplentes partidários. Vejamos oposicionamento do TSE:

Impugnação de mandato. Suplente. Embora nãoseja titular de mandato, o suplente encontra-setitulado a substituir ou suceder quem o é. A ação deimpugnação de mandato poderá, logicamente,referir-se, também, ao como tal diplomado.. (Ac. no1.130, de 15.12.98, rel. Min. Eduardo Ribeiro.)

Insta analisar outros julgados:

.(...) Ação de impugnação de mandato eletivo  julgada improcedente. Inexistência de obstáculo àcondenação criminal. 2. A circunstância de ter sido

  julgada improcedente ação de impugnação demandato eletivo acerca dos mesmos fatos, nãoconstitui obstáculo à condenação criminal, desdeque fundada no que apurado no curso da instrução

14 Para Antônio Sobrereiro Neto, em se tratando de ação constitucional, somente se a própria Constituição

houvesse limitado a legitimação ativa poder-se-ia cogitar de restrição dos eleitores para propor essa ação. 

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do processo crime.. (Ac. no 2.577, de 1o.3.2001, rel.Min. Fernando Neves.)

.(...) Ação de impugnação de mandato eletivo.

Alegações de ilegitimidade ativa e irregularidadede representação da coligação que propôs a ação.Rejeição. (...) 1. As coligações partidárias têmlegitimidade para a propositura de ação deimpugnação de mandato eletivo, conforme pacífica

 jurisprudência desta Corte (Acórdão no 19.663). (...).(Ac. no 4.410, de 16.9.2003, rel. Min. FernandoNeves.)

Recurso especial. Ação de impugnação de mandato

eletivo. Art. 14, § 10, da Constituição Federal.Divulgação de pesquisa eleitoral sem registro.Abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.Nãoocorrência. Aplicação da multa prevista no art.33, § 3o, da Lei no 9.504/97. Impossibilidade.Recurso conhecido e provido. 1. A ação deimpugnação de mandato eletivo se destinaunicamente à apuração de abuso do podereconômico, corrupção ou fraude. 2. Eventualdivulgação de pesquisa sem registro, com violaçãodo art. 33 da Lei no 9.504/97, deve ser apurada e

punida por meio da representação prevista no art.96 da Lei no 9.504/97.. (Ac. no 21.291, de 19.8.2003,rel. Min. Fernando Neves.)

.(...) Ação de impugnação de mandato eletivo. Art.14, § 9o, da Constituição Federal. (...) 3. A fraudeque pode ensejar ação de impugnação de mandato éaquela que tem reflexos na votação ou na apuraçãode votos. 4. (...). (Ac. no 3.009, de 9.10.2001, rel.Min. Fernando Neves.)

.(...) II . Já assentou esta Corte que, em se tratando

de ação de investigação judicial eleitoral, recursocontra expedição de diploma e ação de impugnaçãode mandato eletivo, quando fundadas as ações nosmesmos fatos, a procedência ou improcedência deuma não é oponível à admissibilidade da outra atítulo de coisa julgada. Precedentes.. (Ac. no 21.229,de 16.9.2003, rel. Min. Peçanha Martins.)

(...) Ação de impugnação de mandato eletivo  julgada improcedente. Inexistência de obstáculo àcondenação criminal. 2. A circunstância de ter sido

  julgada improcedente ação de impugnação demandato eletivo acerca dos mesmos fatos, não

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constitui obstáculo à condenação criminal, desdeque fundada no que apurado no curso da instruçãodo processo crime.. (Ac. no 2.577, de 1o.3.2001, rel.Min. Fernando Neves.)

(...) Ação de impugnação de mandato eletivo.Alegações de ilegitimidade ativa e irregularidadede representação da coligação que propôs a ação.Rejeição. (...) 1. As coligações partidárias têmlegitimidade para a propositura de ação deimpugnação de mandato eletivo, conforme pacífica

 jurisprudência desta Corte (Acórdão no 19.663). (...).(Ac. no 4.410, de 16.9.2003, rel. Min. FernandoNeves.)

.(...) Ação de impugnação de mandato.Legitimidade ativa. (...) I . Na ausência deregramento próprio, esta Corte assentou que,tratando-se de ação de impugnação de mandatoeletivo, são .legitimadas para a causa as figuraselencadas no art. 22 da Lei de Inelegibilidade. (Agno 1.863-SE, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 7.4.2000).(...). (Ac. no 21.218, de 26.8.2003, rel. Min. PeçanhaMartins.)

RECONSIDERAÇÃO. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. RECURSO CONTRAEXPEDIÇÃO DE DIPLOMA (RCEd).POSSIBILIDADE. LIMITAÇÃO. NECESSIDADEDE COLHEITA EM AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO

  JUDICIAL ELEITORAL (AIJE). ART. 19, LEI Nº64/90.1. Este Tribunal fixou a possibilidade de se valer orecorrente, no RCEd, de provas pré-constituídas emoutro feito, ainda que sobre ele não hajapronunciamento definitivo.2. Para instruir o Recurso Contra Expedição deDiploma, no qual se persiga a declaração deinelegibilidade, a prova deve advir de Ação deInvestigação Judicial Eleitoral (art. 19 da LC nº64/90), e não de representações eleitorais.Precedentes.3. Agravo regimental não provido.

(c)  Condutas vedadas aos agentes públicos nas campanhas eleitorais.Captação de Sufrágio

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A Lei das Eleições a partir do artigo 73, dispõe acerca das condutas vedadas aosagentes públicos durante o processo eleitoral, sempre objetivando a lisura do pleito e aigualdade entre os concorrentes.

Nesse sentido, há que se mencionar que ocorrida qualquer uma das práticastipificadas como proibidas, incidirão as respectivas sanções, independentemente de secaracterizar o desequilibro da disputa e sem que haja a necessidade do trânsito em

 julgado da decisão.

Registre-se o teor do Acórdão nº 20353/2003 do Tribunal Superior Eleitoral:

“não consiste em nova hipotese de inelegibilidade aprevisão no indigitado art. 73 §5º, da Lei 9504/97,da pena de cassação do diploma, que representoutao-somente o atendimento, pelo legisladoro, de um

anseio da sociedade de ver diligentemente punidosos candidatos beneficiados pelas condutas ilícitasdesse artigo.”

Não há que se confundir o abuso de poder apurado nos termos da Lei deInelegibilidade, com as condutas vedadas previstas na Lei das Eleições. Assim, adecisão que tenha por objeto a declaração de inelegibilidade, no regime da Lei deInelegibilidades, só surte efeitos após seu trânsito em julgado, conforme previsto noart. 15. Desse modo, caso a causa seja julgada após as eleições, o que o mais provável,os autos serão remetidos ao Ministério Público Eleitoral para a propositura de Recursocontra a diplomação ou Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, a fim de que sejamcassados os diplomas ou os mandatos dos candidatos beneficiados pelas condutasabusivas e também para que seja declarada a inelegibilidade do candidato beneficiadoe de quantos hajam contribuído para a prática do ato, para as eleições que serealizarem nos três anos à eleição em que se verificou o abuso.

Do outro lado, a Lei das Eleições, sanciona as condutas vedadas com multa,perda do registro ou do diploma, conforme a gravidade da conduta, a ser apuradaatravés de procedimento do art. 96 da mesma lei, que tem natureza sumária, sendopossível a execução imediata da decisão judicial, independentemente da propositura

de Recurso de Diplomação ou Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, mesmo se arepresentação for julgada após as eleições.

  Quais seriam as condutas vedadas ?

LEI 9504-97 - Art. 73. São proibidas aos agentespúblicos, servidores ou não, as seguintes condutastendentes a afetar a igualdade de oportunidadesentre candidatos nos pleitos eleitorais:

I - ceder ou usar, em benefício de candidato,partido político ou coligação, bens móveis ouimóveis pertencentes à administração direta ou

indireta da União, dos Estados, do Distrito

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Federal, dos Territórios e dos Municípios,ressalvada a realização de convenção partidária;

Verificar a exceção prevista no parágrafo segundo desse mesmo artigo, o qual

dispõe que essa vedação não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial peloPresidente da República, desde que obedecido o disposto no art. 76. Esse artigo por suavez determina que haja o ressarcimento das despesas com uso de transporte oficial doPresidente da república.

II - usar materiais ou serviços, custeados pelosGovernos ou Casas Legislativas, que excedam asprerrogativas consignadas nos regimentos enormas dos órgãos que integram;

III - ceder servidor público ou empregado daadministração direta ou indireta federal, estadual

ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seusserviços, para comitês de campanha eleitoral decandidato, partido político ou coligação, durante ohorário de expediente normal, salvo se o servidorou empregado estiver licenciado;

IV - fazer ou permitir uso promocional em favorde candidato, partido político ou coligação, dedistribuição gratuita de bens e serviços de carátersocial custeados ou subvencionados pelo PoderPúblico;

V - nomear, contratar ou de qualquer formaadmitir, demitir sem justa causa, suprimir oureadaptar vantagens ou por outros meios dificultarou impedir o exercício funcional e, ainda, exofficio, remover, transferir ou exonerar servidorpúblico, na circunscrição do pleito, nos três mesesque o antecedem e até a posse dos eleitos, sobpena de nulidade de pleno direito, ressalvados:

a) a nomeação ou exoneração de cargos emcomissão e designação ou dispensa de funções deconfiança;

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, doMinistério Público, dos Tribunais ou Conselhosde Contas e dos órgãos da Presidência daRepública;

c) a nomeação dos aprovados em concursospúblicos homologados até o início daquele prazo;

d) a nomeação ou contratação necessária àinstalação ou ao funcionamento inadiável deserviços públicos essenciais, com prévia e expressaautorização do Chefe do Poder Executivo;

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e) a transferência ou remoção ex officio demilitares, policiais civis e de agentespenitenciários;

VI - nos três meses que antecedem o pleito:a) realizar transferência voluntária de recursos daUnião aos Estados e Municípios, e dos Estados aosMunicípios, sob pena de nulidade de plenodireito, ressalvados os recursos destinados acumprir obrigação formal preexistente paraexecução de obra ou serviço em andamento e comcronograma prefixado, e os destinados a atendersituações de emergência e de calamidade pública;

b) com exceção da propaganda de produtos eserviços que tenham concorrência no mercado,

autorizar publicidade institucional dos atos,programas, obras, serviços e campanhas dosórgãos públicos federais, estaduais ou municipais,ou das respectivas entidades da administraçãoindireta, salvo em caso de grave e urgentenecessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio etelevisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvoquando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de

matéria urgente, relevante e característica dasfunções de governo;

VII - realizar, em ano de eleição, antes do prazofixado no inciso anterior, despesas compublicidade dos órgãos públicos federais,estaduais ou municipais, ou das respectivasentidades da administração indireta, que excedama média dos gastos nos três últimos anos queantecedem o pleito ou do último anoimediatamente anterior à eleição.

VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisãogeral da remuneração dos servidores públicos queexceda a recomposição da perda de seu poderaquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir doinício do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei eaté a posse dos eleitos.

§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitosdeste artigo, quem exerce, ainda quetransitoriamente ou sem remuneração, por eleição,nomeação, designação, contratação ou qualqueroutra forma de investidura ou vínculo, mandato,

cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidadesda administração pública direta, indireta, oufundacional.

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§ 2º A vedação do inciso I do caput não se aplicaao uso, em campanha, de transporte oficial peloPresidente da República, obedecido o disposto noart. 76, nem ao uso, em campanha, pelos

candidatos a reeleição de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal,Prefeito e Vice-Prefeito, de suas residênciasoficiais para realização de contatos, encontros ereuniões pertinentes à própria campanha, desdeque não tenham caráter de ato público.

§ 3º As vedações do inciso VI do caput, alíneas b ec, aplicam-se apenas aos agentes públicos dasesferas administrativas cujos cargos estejam emdisputa na eleição.

§ 4º O descumprimento do disposto neste artigoacarretará a suspensão imediata da condutavedada, quando for o caso, e sujeitará osresponsáveis a multa no valor de cinco a cem milUFIR.

§ 5º Nos casos de descumprimento do dispostonos incisos I, II, III, IV e VI do caput, sem prejuízodo disposto no parágrafo anterior, o candidatobeneficiado, agente público ou não, ficará sujeitoà cassação do registro ou do diploma.

Assim sendo, mesmo que haja a procedência da representação após a eleição.Nesse caso o efeito será imediato.

§ 6º As multas de que trata este artigo serãoduplicadas a cada reincidência.

§ 7º As condutas enumeradas no caputcaracterizam, ainda, atos de improbidadeadministrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, daLei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se

às disposições daquele diploma legal, em especialàs cominações do art. 12, inciso III.

§ 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentespúblicos responsáveis pelas condutas vedadas eaos partidos, coligações e candidatos que delas sebeneficiarem.

§ 9º Na distribuição dos recursos do FundoPartidário (Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995)oriundos da aplicação do disposto no § 4º, deverãoser excluídos os partidos beneficiados pelos atos

que originaram as multas.

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§ 10. No ano em que se realizar eleição, ficaproibida a distribuição gratuita de bens, valoresou benefícios por parte da Administração Pública,exceto nos casos de calamidade pública, de estado

de emergência ou de programas sociaisautorizados em lei e já em execução orçamentáriano exercício anterior, casos em que o MinistérioPúblico poderá promover o acompanhamento desua execução financeira e administrativa.15

Art. 74. Configura abuso de autoridade, para osfins do disposto no art. 22 da Lei Complementarnº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência dodisposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal,ficando o responsável, se candidato, sujeito aocancelamento do registro de sua candidatura.

A Constituição Federal, em seu artigo 37 §1º , dispõe acerca da propagandaoficial de atos, programas, serviços, obras e campanhas dos órgãos governamentais,que deverão ter caráter informativo e educativo. Nesse caso, aplica-se o princípio daimpessoalidade, visando a resguardar os cofres públicos dos gastos com publicidadeilícita, incluindo-se as que possuírem contornos eleitorais.

Art. 75. Nos três meses que antecederem aseleições, na realização de inaugurações é vedada acontratação de shows artísticos pagos com recursospúblicos.

Art. 76. O ressarcimento das despesas com o usode transporte oficial pelo Presidente da Repúblicae sua comitiva em campanha eleitoral será deresponsabilidade do partido político ou coligaçãoa que esteja vinculado.

§ 1º O ressarcimento de que trata este artigo terápor base o tipo de transporte usado e a respectivatarifa de mercado cobrada no trechocorrespondente, ressalvado o uso do aviãopresidencial, cujo ressarcimento corresponderá aoaluguel de uma aeronave de propulsão a jato dotipo táxi aéreo.

§ 2º No prazo de dez dias úteis da realização dopleito, em primeiro turno, ou segundo, se houver,o órgão competente de controle interno procederáex officio à cobrança dos valores devidos nostermos dos parágrafos anteriores.

§ 3º A falta do ressarcimento, no prazo estipulado,implicará a comunicação do fato ao MinistérioPúblico Eleitoral, pelo órgão de controle interno.

15Acrescentado pela Lei nº 11.300, de 10.05.06.

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§ 4º Recebida a denúncia do Ministério Público, a Justiça Eleitoral apreciará o feito no prazo de trintadias, aplicando aos infratores pena de multacorrespondente ao dobro das despesas, duplicada

a cada reiteração de conduta.Art. 77. É proibido aos candidatos a cargos doPoder Executivo participar, nos três meses queprecedem o pleito, de inaugurações de obraspúblicas.

Parágrafo único. A inobservância do dispostoneste artigo sujeita o infrator à cassação doregistro.

Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art.73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de

caráter constitucional, administrativo oudisciplinar fixadas pelas demais leis vigentes.

A Lei Eleitoral prevê, também, hipóteses de cancelamento e cassação doregistro. Ocorrerá o cancelamento do registro até a data da eleição, em caso docandidato ser expulso do partido, após regular procedimento (onde deve se garantir aampla defesa), segundo a previsão do estatuto do partido político. O cancelamento doregistro será decretado pela Justiça Eleitoral, por solicitação do partido político. Já acassação do registro configura-se em uma penalidade aplicada nas seguintes hipótesesprevistas em lei:

(1) quando o candidato, agente público ou não, pratica ou se beneficia de certosatos;

(2) quando o candidato à reeleição a cargos do Poder Executivo participa deinaugurações de obras públicas nos três meses que antecedem as eleições, (art. 77 daLE);

(3) quando o candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor, com ofim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusiveemprego ou função pública, desde o dia do registro da candidatura até o dia da eleição,

inclusive. (art.41A da LE)

O artigo 73 da LE apresenta as demais hipóteses em que o candidato fica sujeitoà cassação:

(4) ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bensmóveis ou imóveis pertencentes à Administração direta ou indireta da União, dosEstados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realizaçãode convenção partidária;

(5) usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas,

que excedam a prerrogativa consignada nos respectivos regimentos e normas dosórgãos que integram;

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(6) ceder servidor público ou empregado da Administração direta ou indiretafederal, estadual ou municipal do Poder Executivo ou usar de seus serviços paracomitês de coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ouempregado estiver licenciado;

(7) fazer ou permitir o uso promocional em favor de candidato, partido políticoou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social. custeados ousubvencionados pelo Poder Público;

(8) realizar transferência voluntária de recursos da União ns Estados eMunicípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito,ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente paraexecução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e osdestinados a atender situações de emergência e de calamidade pública;

(9) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenhamconcorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas,obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, oudas respectivas entidades da Administração indireta, salvo em caso de grave e urgentenecessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

(10) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horárioeleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matériaurgente, relevante e característica das funções de governo.

Perante a legislação eleitoral, reputa-se agente público quem exerce, ainda que

transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contrataçãoou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo. emprego oufunção nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta oufundacional. (§1º, art.73 LE)

CRIMES ELEITORAIS

  Crimes Eleitorais. Jurisdição e competência

Os crimes eleitorais estão previstos em capítulo próprio do códigoeleitoral. Entretanto, iremos encontrar alguns tipos penais eleitorais nas chamadas “leispenais eleitorais extravagantes”. No Código Eleitoral estão previstos nos arts. 289 até o354.

No que diz respeito à competência para julgamento dos crimeseleitorais, faz-se necessário, inicialmente, determinar a natureza de tais crimes. Nessesentido, os crimes eleitorais, pela maioria da doutrina, e no entendimento do SupremoTribunal Federal são considerados crimes comuns.

Alguns entendem que os crimes eleitorais seriam crimes especiais,cabendo somente aos órgãos da Justiça Eleitoral o seu julgamento. Defendem que oscrimes eleitorais praticados pelos detentores de mandatos eletivos devem ser julgados

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pelos órgãos responsáveis pelo registro das candidaturas. Segundo entendimento deFávila Ribeiro, os crimes eleitorais compõem subdivisão dos crimes políticos. Para eleos crimes políticos estariam divididos em crimes eleitorais e crimes militares.

Conforme já mencionamos esse não é o entendimento que prevalece, aexpressão crimes comuns abrange todos os crimes que não sejam crimes deresponsabilidade.

  Natureza e tipicidade dos crimes eleitorais. Bem Jurídicoprotegido. Código Eleitoral e legislação esparsa.

“O crime eleitoral, conquanto seja também da categoria de crimepolítico, restringe-se às infrações penalmente sancionadas e que dizem respeito,especificamente, às várias e diversas fases da formação do eleitorado e do processoeleitoral, incluindo-se neste, claro, as eleições” (Tito Costa).

Os bens jurídicos tutelados pelo direito penal eleitoral são a liberdade deexercício dos direitos políticos e autenticidade das eleições. A objetividade jurídica, emse tratando de crimes eleitorais, está expressa no interesse público de proteger aliberdade e a legitimidade do sufrágio, o exercício em suma dos direitos políticos, demodo a que os pleitos eleitorais sejam realizados dentro da mais completaregularidade e lisura (SUZANA DE CAMARGO GOMES).

Importante mencionar que não existe previsão de qualquer tipo penaleleitoral na modalidade culposa, mas apenas dolosa.

No crime comum conexo com crime eleitoral verifica-se a competência da Justiça Eleitoral. Já no crime doloso contra a vida conexo com crime eleitoral, existemdois entendimentos:

a) Cisão do processo – crime doloso contra a vida será de competência do Tribunaldo Júri e o crime eleitoral, da Justiça Eleitoral (posicionamento majoritário)b) Competência única da justiça eleitoral.

As regras gerais do Código Penal (parte geral) são aplicadassubsidiariamente aos fatos incriminados no Código Eleitoral e nas Leis Eleitoraisextravagantes, como dispõe o artigo 287 do C.E., mesmo tendo este usado a expressão”nesta lei”16.

No Código Eleitoral há três regras gerais em matéria criminal:

1ª - art. 283 - quanto ao conceito de funcionário da Justiça Eleitoral efuncionário público, inclusive por equiparação;

2ª - arts. 284, 285 e 286 - quanto às penas e sua aplicação17; e

16Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta Lei as regras gerais do Código Penal.

17 De acordo com o art. 284 do C.E., sempre que não for indicado o grau mínimo de apenamento, a

pena mínima privativa de liberdade será: se detenção = 15 dias; se reclusão = 1 ano. - Na pena demulta, por se tratar de lei especial, devem ser aplicadas as disposições do Código Eleitoral, não as daparte geral do Código Penal.

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3ª - art. 288 - quanto aos crimes eleitorais cometidos por meio daimprensa18, rádio e televisão.

A maioria dos crimes eleitorais são considerados de menor potencialofensivo. Alguns delitos eleitorais, inclusive, são punidos exclusivamente com pena demulta.

Deve-se atentar, também, o disposto no art. 336, parágrafo único doCódigo Eleitoral, o qual dispõe a penalidade de suspensão das atividades eleitoraiscomo pena principal, vejamos:

Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pelainfração de qualquer dos artigos. 322, 323, 324, 325,326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juizverificar, de acôrdo com o seu livreconvencionamento, se diretório local do partido,por qualquer dos seus membros, concorreu para aprática de delito, ou dela se beneficiouconscientemente.

Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz aodiretório responsável pena de suspensão de suaatividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses,agravada até o dôbro nas reincidências.

Percebe-se que o Código Eleitoral já previa a responsabilidade da pessoa  jurídica. De qualquer forma, conformes no ensina o eminente professor Marcos

Ramayana, “a admissão da regra da responsabilidade penal dos partidos políticostornou-se de rarefeita sustentação, especialmente diante do disposto no artigo 90 §1º,da Lei 9504/97.” Vejamos:

LEI 9504 – Art. 90 § 1º Para os efeitos desta Lei,respondem penalmente pelos partidos ecoligações os seus representantes legais.

Ação penal. Propositura. Processo e julgamento. Recursos.

O Código Eleitoral tem um capitulo destinado às disposições penais, contendomatéria de direito substantivo, quando define os delitos de natureza eleitoral e se

refere ás penas a eles correspondentes, assim como matéria de direito adjetivo, aotratar do processo das infrações. Em relação a este, determina que se aplique como leisubsidiária ou supletiva o CPP.

Habeas corpus. Trancamento. Ação penal.Inexistência. Ofensa. Coisa julgada. Independência.Esferas cível-eleitoral e criminal. Apuração.

18  Única exceção à regra, embora não prevista no Código Eleitoral, nos crimes cometidos pelaimprensa(jornais e periódicos), aplica-se a Lei de Imprensa para definição da competência do JuízoEleitoral, na hipótese de jornal ou periódico que tenha distribuição em mais de um município, ou seja,

será competente o Juízo Eleitoral onde funcionar a “oficina de impressão”, não o Juízo do lugar ondefoi a vítima atingida pela ofensa, conforme posição jurisprudencial dominante.

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Igualdade. Fatos: ação de investigação judicialeleitoral e ação penal. CE, art. 299. Existência. Justacausa. Prosseguimento. Denúncia. Descrição. Crimeem tese. Não prospera a argumentação de ofensa à

coisa julgada sob a alegação de que os fatosnarrados na denúncia já foram apurados em açãode investigação judicial eleitoral. As esferas deresponsabilização cível-eleitoral e criminal sãoindependentes e os mesmos fatos que não foramhábeis a demonstrar abuso em sede de investigação

  judicial eleitoral, podem vir a configurar crimeeleitoral. A jurisprudência do TSE é pacífica nosentido de que a possibilidade de trancamento daação penal, na via estreita do habeas corpus, só épossível em situações de evidente falta de justacausa, consubstanciada na ausência de suporteprobatório mínimo de autoria de materialidade,extinção da punibilidade ou atipicidade manifestado fato, de modo que não se tranca a ação penalquando a conduta narrada na denúncia configura,em tese, crime. Nesse entendimento, o Tribunaldenegou a ordem. Unânime.

Habeas Corpus no 535/RO, rel. Min. Cesar AsforRocha, em 13.9.2006.

Ação Penal. Corrupção eleitoral. Art. 299 do CódigoEleitoral. Admissibilidade. Representação. Captaçãoilícita de sufrágio. Improcedência. Trânsito em

 julgado. Irrelevância. A absolvição na representaçãopor captação ilícita de sufrágio, na esfera cível-eleitoral, ainda que acobertada pelo manto da coisa

 julgada, não obsta a persecutio criminis pela práticado tipo penal descrito no art. 299 do CódigoEleitoral. Nesse entendimento, o Tribunal negou

provimento ao agravo regimental. Unânime.Agravo Regimental no Agravo de Instrumento no6.553/SP, rel. Min. Cezar Peluso, em 27.11.2007.

  Polícia Judiciária Eleitoral

Os crimes eleitorais são contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal,subordinada ao Ministério da Justiça, prevenir e reprimir essas infrações.

A Polícia Federal atua como polícia judiciária da União, sendo por estaorganizada e mantida, cabendo-lhe atuar na investigação e apuração de crime eleitoral.

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Apesar da divergência anterior quanto à exclusividade da atuação da PF emmatéria eleitoral, ficou decidido que onde não houver órgão da Polícia Federal, apolícia civil agirá de ofício, já que as infrações são ação penal pública, ou por requisiçãoda Justiça Eleitoral, do Ministério Público Eleitoral, ou por solicitação da própria

Polícia Federal, instaurando inquéritos policiais ou praticar atos investigatóriosreferentes a crimes de competência da Justiça Eleitoral. Joel Cândido discorda que a PFpossa requisitar inquéritos à Polícia Civil, por esta instituição não estar subordinadaàquela.

Assim, não se há de falar em violação ao Princípio da Exclusividade da PolíciaFederal como polícia judiciária da União. Há delegação tácita de atribuições desta paraatuação daquela, por incidência do art. 4º, do CPP.

Considerando que os crimes eleitorais são de ação penal pública (art. 355), CE,serão eles investigados por inquérito policial instaurado de ofício, aplicando-se todos

os expedientes tradicionais de investigação criminal (aplicação subsidiária do CPPdeterminada pelo art. 364 do CE).

  Processo Penal Eleitoral

Não existe, em nossa legislação, um código de processo penal eleitoral. No CEencontram-se normas mais ou menos vagas sobre o processo das infrações criminais(arts. 355-364).

Na Lei das Inelegibilidades, o art. 22 contém regras específicas de investigação  judicial para apuração de fatos, em campanhas eleitorais ou mesmo fora delas, em

matéria de abuso ou desvio do poder econômico ou de autoridade, assim como pelautilização indevida de meios de comunicação social, em benefício de candidato oupartido político. Porém, nada muito específico, devendo, no processo e julgamento doscrimes eleitorais e nos crimes comuns que lhes sejam conexos, aplicar-se,subsidiariamente, regras do CPP (art.364, CE).

É desnecessário mencionar que todas aquelas regras fundamentais de garantiasprocessual, previstas na CF, aplicam-se ao processo civil-eleitoral e ao penal-eleitoral,como por exemplo, algumas das que estão contidas no art. 5º e 93, de nossa Lei Maior.

Atualmente o Tribunal Superior Eleitoral não possui competência criminaloriginária, haja vista que o previsto no art. 22, I, d, do Código Eleitoral não foi

recepcionado.  Ação Penal Pública

A ação penal é sempre pública no Direito Eleitoral, não estando, em nenhumahipótese, condicionada à representação do ofendido.

No entanto, inerte o ministério Público, ou a autoridade policial, a comunicaçãodo interessado a que alude o art. 356 do CE será o ponto inicial da deflagração doprocedimento indispensável à apuração do delito. Também aqui, e como exceção,aplicar-se-á o princípio geral do CP que estabelece a possibilidade de intentar-se ação

privada, nos crimes de ação publica, se o MP não oferecer denúncia no prazo legal.

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Quando a comunicação prevista no art. 356 do CE for verbal, mandará aautoridade judicial reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duastestemunhas, e a remeterá ao órgão do MP local, para as providências legaisnecessárias. Caso este órgão não apresente denúncia no prazo legal, a autoridade

 judiciária representará contra ele, sem prejuízo de apuração da responsabilidade penal.Neste caso, o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro promotorque, no mesmo prazo, oferecerá denúncia. Ressalte-se que qualquer eleitor poderáprovocar a representação, caso o juiz não a faça.

Se a ação penal for de competência originária dos Tribunais eleitorais, além doprocedimento do CE será aplicado, segundo entendimento do TSE, o rito da Lei nº8.038/90, aplicável aos Tribunais Regionais pelo disposto na Lei nº 8.658/93.

  Processo dos crimes eleitorais

Rito processual penal eleitoral 

O rito processual penal eleitoral é disciplinado pelos arts. 357 a 363 do CódigoEleitoral, com aplicação subsidiária do Código de Processo Penal (art. 364), podendoser assim resumido:

1. Oferecimento da denúncia – 10 dias. A denúncia deve contar a exposição dofato criminoso com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ouesclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo, a classificação do crime, alémdo rol de testemunhas, podendo o MP arrolar de 5 a 8 testemunhas. Conforme o

art. 358, a denúncia será rejeitada quando: a) o fato narrado evidentemente nãoconstituir crime; b) já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outracausa; ou c) faltar alguma condição para a ação penal, como a legitimidade daparte; em redação idêntica à do art. 43, do CPP.

2. Recebimento da denúncia, designação de interrogatório e citação – A Lei n.10.732, de 05 de setembro de 2003, alterou o art. 359 do CE, passando aestabelecer a necessidade de depoimento pessoal do acusado, o qual eradispensado. Agora, recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para odepoimento pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação doMinistério Público. Assemelhou-se o processo à sistemática do CPP.

3. Defesa prévia - A Lei n. 10.732/2003 também alterou o parágrafo único doart. 359 do CE, passando a estabelecer que, uma vez citado, o réu ou seudefensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações escritas e arrolartestemunhas. Entenda-se por “alegações escritas” a “defesa prévia”

4. Instrução – Todos os princípios que regem a instrução criminal comum seaplicam à eleitoral, já que o Código Eleitoral não dispôs de modo diverso. Porisso, os Título de VII a XI do Código de Processo Penal incidem aqui semreservas. Assim, nos moldes do art. 360 do CE, o juiz ouvirá as testemunhas daacusação e da defesa e determinará as diligências requeridas pelas partes.

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OBS: Embora o art. 360 dê a entender que só o MP pode pedirdiligências, a defesa também poderá faze-lo, sob pena de afronta aoprincípio constitucional do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV).

5. Alegações finais – Encerrada a colheita da prova, o juiz abrirá o prazo de 5dias para as partes apresentarem alegações finais (art. 360, CE).

6. Sentença – 10 dias – art. 361. Decorrido o prazo das alegações, os autos serãoconclusos ao juiz em 48 horas, para que, em 10 dias, profira sentença, contra aqual caberá recurso para o TRE, no prazo de 10 dias (art. 362).

7. Execução – Transitando em julgado a sentença condenatória, os autosbaixarão à instância inferior para execução (art. 363, CE), que será feita em 5dias, contados da data da vista do MP, a este cabendo promovê-la.

OBS.1: Se a ação penal for de competência originária dos Tribunais eleitorais,além do procedimento do CE será aplicado, segundo entendimento do TSE, orito da Lei nº 8.038/90, aplicável aos Tribunais Regionais pelo disposto na Lei nº8.658/93.

OBS.2: No caso de crime eleitoral que possua pena privativa de liberdademáxima de 2 anos, será o mesmo apreciado normalmente pela Justiça Eleitoral,garantindo-se ao acusado, porém, a aplicação dos institutos despenalizadoresdos Juizados compatíveis com seu crime. É o que se dessume dos julgadosabaixo do TSE:

“É possível, para as infrações penais eleitorais cuja pena não seja superior a doisanos, a adoção da transação e da suspensão condicional do processo, salvo paraos crimes que contam com um sistema punitivo especial, entre eles aqueles acuja pena privativa de liberdade se cumula a cassação do registro se oresponsável for candidato, a exemplo do tipificado no art. 334 do CódigoEleitoral” (Ministro NELSON JOBIM, presidente – Ministro SÁLVIO DEFIGUEIREDO, relator, 7.11.02).”

“Habeas corpus. Concurso de crimes. Arts. 299 e 312 do Código Eleitoral. Penasindividuais que possibilitam a proposta do art. 89 da Lei nº 9.099/95. Soma

aritmética. Inviabilidade. Concessão do sursis processual. Possibilidade.Inteligência do art. 119 do Código Penal”( Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE,presidente em exercício – Ministro LUIZ CARLOS MADEIRA, relator,15.08.02)”

  Aplicação da Lei 9099/95

Para Joel J. Cândido, dos institutos da Lei dos Juizados Criminais, só asuspensão condicional do processo se aplica ao Direito Eleitoral, não se cogitando da

incidência da composição civil, da transação e da representação.

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Tito Costa afirma que o sursis processual não implica na inelegibilidadede candidato a cargo eletivo, como se dá na suspensão condicional da pena. Istoporque, ela pode ocorrer enquanto houver apenas uma denúncia formal oferecida peloMinistério Público contra o cidadão, mas não uma condenação. Pois é certo que,

apenas uma condenação transitada em julgado, trás como conseqüência a suspensãodos direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da condenação. E com ela, ainevitável inexigibilidade (art.15, III, CF).

  Resolução 23222/2010

O Tribunal Superior Eleitoral regulamentou a apuração pré-processualdos crimes eleitorais através da Res. 23222/2010/2006, abaixo transcrita:.

RESOLUÇÃO Nº 23.222

INSTRUÇÃO Nº 452-55.2010.6.00.0000 – CLASSE 19 – BRASÍLIA – DISTRITOFEDERAL.

Dispõe sobre a apuração de crimes eleitorais.

 

O Tribunal Superior Eleitoral, usando das atribuições que lhe conferem o artigo 23,inciso IX, do Código Eleitoral e o artigo 105 da Lei

nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, resolve expedir a seguinte instrução:

CAPÍTULO I

DA POLÍCIA JUDICIÁRIA ELEITORAL

Art. 1º O Departamento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral

sempre que houver eleições, gerais ou parciais, em qualquer parte do TerritórioNacional (Decreto-Lei nº 1.064/68, art. 2º e Resolução-TSE nº 11.218/82).

Art. 2º A Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, afunção de polícia judiciária em matéria eleitoral, limitada às instruções e requisições doTribunal Superior Eleitoral, dos Tribunais Regionais ou dos Juízes Eleitorais(Resolução-TSE nº 8.906/70 e Lei nº 9.504/97, art. 94, § 3º).

Parágrafo único. Quando no local da infração não existirem órgãos da Polícia Federal, aPolícia Estadual terá atuação supletiva

(Resolução-TSE nº 11.494/82 e Acórdãos nos 16.048, de 16 de março de 2000 e 439, de15 de maio de 2003).

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CÓD: TRE0807-I  Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888

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CAPÍTULO II

DA NOTÍCIA-CRIME ELEITORAL

Art. 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infraçãopenal eleitoral em que caiba ação pública deverá, verbalmente ou por escrito,comunicá-la ao Juiz Eleitoral local (Código Eleitoral, art. 356 e Código de ProcessoPenal, art. 5º, § 3º).

Art. 4º Recebida a notícia-crime, o Juiz Eleitoral a encaminhará ao Ministério Públicoou, quando necessário, à polícia judiciária eleitoral, com requisição para instauração deinquérito policial (Código de Processo Penal, art. 356, § 1º).

Art. 5º Verificada a incompetência do juízo, a autoridade judicial a declarará nos autose os encaminhará ao juízo competente (Código de Processo Penal, art. 78, IV).

Art. 6º Quando tiver conhecimento da prática da infração penal eleitoral, a autoridadepolicial deverá informar imediatamente o Juiz Eleitoral competente (Resolução-TSE nº11.218/82).

Parágrafo único. Se necessário, a autoridade policial adotará as medidas acautelatóriasprevistas no artigo 6º do Código de Processo Penal (Resolução-TSE nº 11.218/82).

Art. 7º As autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que sejaencontrado em flagrante delito pela prática de infração eleitoral, comunicando o fato

ao juiz eleitoral competente em até 24 horas (Resolução-TSE nº 11.218/82).

Parágrafo único. Quando a infração for de menor potencial ofensivo, a autoridadepolicial elaborará termo circunstanciado de ocorrência e providenciará oencaminhamento ao Juiz Eleitoral competente (Resolução-TSE nº 11.218/82).

CAPÍTULO III

DO INQUÉRITO POLICIAL ELEITORAL

Art. 8º O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante requisição do

Ministério Público ou da Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão em flagrante,quando o inquérito será instaurado independentemente de requisição (Resoluções-TSEnos 8.906/70 e 11.494/82 e Acórdão nº 439, de 15 de maio de 2003).

Art. 9º O inquérito policial eleitoral será concluído em até 10 dias, se o indiciado tiversido preso em flagrante ou preventivamente, contado o prazo a partir do dia em que seexecutar a ordem de prisão, ou em até 30 dias, quando estiver solto (Acórdão nº 330, de10 de agosto de 1999 e Código de Processo Penal, art. 10, § 3º).

§ 1º A autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviaráos autos ao Juiz Eleitoral competente (Código de Processo Penal, art. 10, § 1º).

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D. Eleitoral

Dr. Rodrigo Souza

Data: 08/07/10.

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§ 2º No relatório, poderá a autoridade policial indicar testemunhas que não tiveremsido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas (Código deProcesso Penal, art. 10, § 2º).

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridadepoderá requerer ao Juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serãorealizadas no prazo marcado pelo Juiz (Código de Processo Penal, art. 10, § 3º).

Art. 10. O Ministério Público poderá requerer novas diligências, desde que necessáriasao oferecimento da denúncia (Acórdão nº 330, de 10 de agosto de 1999).

Art. 11. Quando o inquérito for arquivado por falta de base para o oferecimento dadenúncia, a autoridade policial poderá proceder a nova investigação se de outrasprovas tiver notícia, desde que haja nova requisição, nos termos dos artigos 4º e 6ºdesta resolução.

Art. 12. Aplica-se subsidiariamente ao inquérito policial eleitoral o disposto no Códigode Processo Penal (Resolução-TSE

nº 11.218/82).

Art. 13. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 4 de março de 2010.

ARNALDO VERSIANI – RELATOR