2
Estudando: Introdução a Dinâmicas de Grupo Descoberta do Grupo \"T\" Texto original: Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Dinâmica de Grupo e Psicodrama No verão de 1946, em Nova Bretanha (Connecticut), mais especificamente na escola estadual para formação de professores primários, foi realizado uma sessão sob os auspícios da comissão interética de Connecticut, do Ministério da Educação e do Centro de Pesquisas sobre a Dinâmica de Grupo. O objetivo era formar animadores no seio de organismos locais criados pela comissão. As finalidades “pessoais” dos representantes do centro ( Kurt Lewin e Ronald Lippitt), responsáveis técnicos da sessão, eram testar diversas hipóteses concernentes aos efeitos comparados das conferências e dos estudos de casos sobre os comportamentos e suas mudanças. Os participantes, em número de 30, eram divididos em grupos de 10, empregando seu tempo entre estudos de casos com jogos de papéis e exposições magistrais. Um observador do centro era indicado para cada grupo e preenchia as folhas de observação das interações e da dinâmica, que destinadas às próprias pesquisas da equipe Kurt Lewin, não deveriam ser retransmitidas aos participantes. Desde o início, Lewin organizara sessões matinais de trabalho, que reuniam os animadores oficiais e os observadores para verificar as observações e discuti-las. Alguns participantes que moravam na escola pediram para assistir a essas reuniões de trabalho e, após discussões, foram admitidos. Kenneth Benne afirmou: “A equipe dos animadores não previra os efeitos sobre os participantes da descrição de seus comportamentos nem a maneira pela qual seria preciso orientar as relações entre nossa equipe e os ouvintes voluntários. Aberta a discussão, o efeito foi elétrico. Primeiramente, foi-nos preciso inexoravelmente abrir essas reuniões às pessoas interessadas e logo todas as passaram a comparecer. As reuniões prolongaram-se durante três horas. Os participantes declararam que elas eram essenciais e ninguém mais se preocupou de esquecer o programa previsto, os casos que preparamos, aqueles trazidos pelos membros, os jogos de papéis etc.”. Pareceu aos animadores que haviam descoberto, fortuitamente, um poderoso meio de formação e de mudança que pode ser assim formulado: quando os integrantes de um grupo são confrontados objetivamente com dados concernentes a seu próprio comportamento e seus efeitos e quando participam, de uma maneira não defensiva, de uma reflexão comum sobre esses dados, podem completar mui significativamente sua formação sobre o conhecimento de si, sobre as atitudes de respostas dos outros a seu respeito, sobre o comportamento do grupo e o desenvolvimento dos grupos em geral. Então nasceu a idéia de substituir o conteúdo “um outro lugar e um outro dia” (que caracteriza “os casos” ou “os exemplos” que ilustram as exposições) pela análise do “aqui e agora” concernente ao comportamento dos próprios membros do grupo. A partir de 1947, proliferaram os estudos e pesquisas sobre a dinâmica dos pequenos grupos, surgindo várias vertentes de pensamentos, que consideravam diferentes aspectos. Daí o aparecimento de diversas denominações, sem que se possa discriminar qualquer critério diferenciador estável que justifique a diversidade, como por exemplo, os diferentes objetivos de intervenção do coordenador. As denominações mais empregadas são: • treinamento em Laboratório; • treinamento de Sensibilidade; • treinamento em Relações Humanas;

5ª Licao - Descoberta Do Grupo T

Embed Size (px)

DESCRIPTION

TDG

Citation preview

Estudando: Introduo a Dinmicas de GrupoDescoberta do Grupo \"T\"Texto original: Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Dinmica de Grupo e Psicodrama Noverode1946,emNovaBretanha(Connecticut),maisespecificamentenaescolaestadualparaformaodeprofessoresprimrios,foirealizadoumasessosobosauspciosdacomissointerticadeConnecticut,doMinistrio da Educao e do Centro de Pesquisas sobre a Dinmica de Grupo. O objetivo era formar animadores noseio de organismos locais criados pela comisso.Asfinalidadespessoaisdosrepresentantesdocentro(KurtLewineRonaldLippitt),responsveistcnicosdasesso,eramtestardiversashiptesesconcernentesaosefeitoscomparadosdasconfernciasedosestudosdecasos sobre os comportamentos e suas mudanas.Osparticipantes,emnmerode30,eramdivididosemgruposde10,empregandoseutempoentreestudosdecasoscomjogosdepapiseexposiesmagistrais.Umobservadordocentroeraindicadoparacadagrupoepreenchia as folhas de observao das interaes e da dinmica, que destinadas s prprias pesquisas da equipeKurt Lewin, no deveriam ser retransmitidas aos participantes.Desdeoincio,Lewinorganizarasessesmatinaisdetrabalho,quereuniamosanimadoresoficiaiseosobservadores para verificar as observaes e discuti-las.Alguns participantes que moravam na escola pediram para assistir a essas reunies de trabalho e, aps discusses,foram admitidos. Kenneth Benne afirmou:A equipe dos animadores no previra os efeitos sobre os participantes da descrio de seus comportamentos nemamaneirapelaqualseriaprecisoorientarasrelaesentrenossaequipeeosouvintesvoluntrios.Abertaadiscusso,oefeitofoieltrico.Primeiramente,foi-nosprecisoinexoravelmenteabriressasreuniesspessoasinteressadaselogotodasaspassaramacomparecer.Asreuniesprolongaram-sedurantetrshoras.Osparticipantes declararam que elas eram essenciais e ningum mais se preocupou de esquecer o programa previsto,os casos que preparamos, aqueles trazidos pelos membros, os jogos de papis etc..Pareceu aos animadores que haviam descoberto, fortuitamente, um poderoso meio de formao e de mudana quepodeserassimformulado:quandoosintegrantesdeumgruposoconfrontadosobjetivamentecomdadosconcernentes a seu prprio comportamento e seus efeitos e quando participam, de uma maneira no defensiva, deumareflexocomumsobreessesdados,podemcompletarmuisignificativamentesuaformaosobreoconhecimento de si, sobre as atitudes de respostas dos outros a seu respeito, sobre o comportamento do grupo e odesenvolvimento dos grupos em geral.Entonasceuaidiadesubstituirocontedoumoutrolugareumoutrodia(quecaracterizaoscasosouosexemplos que ilustram as exposies) pela anlise do aqui e agora concernente ao comportamento dos prpriosmembros do grupo.Apartirde1947,proliferaramosestudosepesquisassobreadinmicadospequenosgrupos,surgindovriasvertentes de pensamentos, que consideravam diferentes aspectos. Da o aparecimento de diversas denominaes,sem que se possa discriminar qualquer critrio diferenciador estvel que justifique a diversidade, como por exemplo,os diferentes objetivos de interveno do coordenador.As denominaes mais empregadas so:treinamento em Laboratrio;treinamento de Sensibilidade;treinamento em Relaes Humanas;grupo de Encontro;grupo de Treinamento;grupo de Desenvolvimento Interpessoal.