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5 a REUNIÃO ANUAL Impactos da migração na mulher no contexto de integração continental Foz do Iguaçu, Brasil, 7 de maio de 2005 Cartaz Documentos da 5 a Reunião anual Fotos do evento

5a REUNIÃO ANUAL

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5a REUNIÃO ANUAL

Impactos da migração na mulher no contexto

de integração continental

Foz do Iguaçu, Brasil, 7 de maio de 2005

Cartaz

Documentos da 5a Reunião anual

Fotos do evento

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Quem somos? Atividades

● 2005● 2004● 2003● 2002● 2001● 2000

Temáticas de trabalho Bancos de documentos Representação da mulher Secretaria Links úteis Contribuição dos membros

Última atualizaçao: 2006-09-25

Rede de Mulheres Parlamentares das Américas

V Reunião anual da Rede Foz do Iguaçu, Brasil

7 de maio de 2005

Tema: Impactos da migração na mulher no contexto de integração continental

Relatório (pdf, 4 páginas)

Recomendação sobre as mulheres e as migrações (pdf, 3 páginas)

Nova presidente e novas integrantes do Comitê Executivo da Rede

Relatório da Presidente (pdf, 6 páginas)

Relatório da Secretaria (pdf, 5 páginas)

Banco de documento MIGRAÇÕES: Mulheres e migrações nas Américas (pdf, 33 páginas)

Relatório sobre as mulheres e ALCA, apresentado pela Sra. Fatima Houda-Pepin (pdf, 21 páginas)

Relatório sobre os últimos avanços en matéria de condição feminina em Quebec e no Canada (pdf, 2 páginas)

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Textos de referência sobre os migrações Impactos da migração na mulher no contexto de integração das Américas (pdf, 8 páginas) O impacto das migrações nas mulheres na América latina (pdf, 4 páginas) Mulheres e migrações na Comunidade Andina, apresentado pela Dip. Adela Muñoz de Liendo, representante do Parlamento Andino (em espanhol) (pdf, 11 páginas) Políticas e programas de imigração, integração e relações interculturais de Quebec (pdf, 15 páginas)

Propostas de temas para a VIa Reunião anual da Rede: Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (CEDAW) (pdf, 3 páginas)

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V REUNIÃO ANUAL DA REDE DE MULHERES PARLAMENTARES DAS AMÉRICAS

Foz do Iguaçu, Brasil

7 de maio de 2005

ATA Na ocasião da V Reunião Anual da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, realizada em Foz de Iguaçu, Brasil, em 7 de maio de 2005, reuniram-se trinta e cinco mulheres parlamentares provenientes de treze países. A anfitriã da Reunião Anual da Rede e da Assembléia Geral da Confederação Parlamentar das Américas, Sra. Maria José Maninha, presidente da COPA e deputada do Congresso Federal do Brasil, expressa seus votos de boas-vindas às participantes. A presidente da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, Sra. Ileana Rogel, deputada da Assembléia Legislativa de El Salvador, apresenta o relatório de atividades da Rede para o período de 2003-2005. Desde a última Reunião Anual até então, a Rede realizou várias atividades, entre elas, as seguintes: 1. Acompanhamento das recomendações adotadas na IV Reunião Anual da Rede, ocorrida

em Caracas, Venezuela; 2. Realização da reunião do Comitê Executivo da Rede, em Brasília, Brasil, 24 de março de

2004, possibilitando um maior avanço de diversos aspectos relacionados à implantação do Plano de Ação e à adoção de regras de procedimento da Rede;

3. Realização da reunião do Comitê Executivo da Rede, em San Juan, Porto Rico, 24 de

setembro de 2004, tendo por objetivo a preparação da Reunião Anual da Rede e a definição dos temas;

4. Participação da presidente da Rede na 49a Sessão da Comissão das Nações Unidas sobre

a Condição da Mulher em fevereiro-março de 2005; 5. Participação na reunião da Comissão sobre a Condição Feminina do Congresso Mexicano

em abril de 2005; 6. Presidência da Comissão sobre Saúde e Proteção Social da COPA;

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7. Elaboração de um plano de comunicação, produção de material promocional e criação de um WEBsite (www.feminamericas.org) dedicado especialmente à Rede, contendo um certo número de assuntos que lhe é próprio e exclusivo;

8. Produção e divulgação de dois bancos de documentos, sendo um deles sobre os impactos

da ALCA exercidos na mulher e o outro sobre os impactos das migrações exercidos na mulher no contexto da integração continental;

9. Reunião com a Sra. Jeanne Kohl-Welles, presidente da Women’s Legislative Network da

National Conference of State Legislatures (NCSL). Após este encontro, a revista desta organização, distribuída para mais de três mil mulheres parlamentares dos Estados Unidos, publicou um artigo sobre a Rede.

Em seguida, a deputada Fatima Houda-Pepin da Assembléia Nacional de Quebec faz a leitura do relatório da Secretaria da Rede. Esta Secretaria, cuja sede fica nesta Assembléia que assume todas as despesas de funcionamento da Rede, é responsável pela organização das reuniões anuais e das reuniões do Comitê Executivo da Rede. Esta Secretaria também é, por exemplo, responsável da correspondência da presidente, da preparação e do encaminhamento de todos os documentos oficiais da entidade, da atualização tanto do material promocional como do banco de documentos. As representantes eleitas para o Comitê Executivo apresentam, então, seus respectivos relatórios sobre a implantação de diversas iniciativas que se inserem no Plano de Ação da Rede, sobre as atividades regionais e sobre os avanços alcançados em suas respectivas regiões em termos de legislação vinculada à mulher. Em seguida, as participantes apresentam a situação da mulher em seus próprios países. A Sra. Fatima Houda-Pepin, deputada da Assembléia Nacional de Quebec, relatora da Rede do tema “O impacto da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) na mulher”, apresenta o relatório de acompanhamento desta temática de fundamental importância. Em seguida, a Sra. Cecilia González Soto, embaixadora do México no Brasil, anima um painel temático sobre a incidência socioeconômica da migração exercida na mulher nas Américas. Sra. González relata então sua experiência vinculada à migração e propõe algumas vias através das quais a mulher parlamentar pode intervir no exercício de seu papel legislativo. Este painel tem por resultado a adoção da recomendação sobre os impactos das migrações exercidos na mulher no contexto da integração continental. No referido documento, estão descritas as principais ações a serem implantadas para o bom andamento desta temática. A deputada Fatima Houda-Pepin apresenta, logo após, o banco de documento “MIGRAÇÕES: mulheres e migrações nas Américas” que pode ser consultado no WEBsite da Rede (www.feminamericas.org/PO/documentos/index.html). Este banco de documentos, elaborado pela Secretaria da Rede, contém os principais estudos e análises sobre os impactos das migrações exercidos na mulher no contexto de integração das Américas. As deputadas e integrantes do Comitê Executivo da Rede, Sras. Iara Bernardi e Sonia Fontes, do Brasil, relatam a experiência brasileira vinculada à prevenção da violência feita à mulher.

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Além do mais, ficou definido que a próxima Reunião Anual da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, que coincidirá com a comemoração do 25o ano de vigência da Convenção das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher e seu protocolo facultativo, será dedicada à análise destes instrumentos internacionais. As representantes escolhidas para compor o Comitê Executivo são:

Presidente Aparecida Gama, deputada da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

Representantes regionais : América do Norte Lucero Saldaña, senadora do Congresso da União dos Estados Unidos do México. Jeanne Kohl-Welles, senadora do Estado de Washington, Estados Unidos da América.

América Central Irma Segunda Amaya, deputada da Assembléia Legislativa de El Salvador.

Caribe Graciela Fermin Nuesi, deputada da Câmara de Deputados da República Dominicana. Elsa Rojas Hernandez, deputada da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba.

Região Andina Marelis Perez Marcano, deputada da Assembléia Nacional da Venezuela. Miryam Garces Davila, deputada do Congresso Nacional do Equador. Cone Sul Edda Acuña, senadora da Câmara de Senadores da Província de Buenos Aires, Argentina. Iara Bernardi, deputada do Congresso Federal do Brasil. Ex-Presidente Ileana Rogel, deputada da Assembléia Legislativa de El Salvador.

Organizações Interparlamentares e Parlamentos Regionais Adela Muñoz de Liendo, deputada do Parlamento Andino. Maria Esperanza Valle, deputada do Parlamento da América Central. Sonia Fontes, deputada da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia e representante da União Nacional dos Legislativos Estaduais (UNALE). Kathy Hawken, representante da National Conference of State Legislatures (NCSL).

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Assembléia fundadora da Rede e sede da Secretaria Fatima Houda-Pepin, deputada da Assembléia Nacional de Quebec. Próxima Assembléia anfitriã da Reunião Anual da Rede A designação de duas representantes para a próxima Assembléia anfitriã da Reunião Anual da Rede será confirmada posteriormente. É importante lembrar que a presidente da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, Sra. Aparecida Gama, integra de ofício um dos onze cargos de vice-presidentes da COPA.

Reunião do novo Comitê Executivo da Rede de Mulheres Parlamentares

7 de maio de 2005, às 17h00 Na reunião do novo Comitê Executivo, realizada imediatamente após a Reunião Anual da Rede, foram tomadas as seguintes decisões:

Adoção, por unanimidade, da proposta da deputada Fatima Houda-Pepin, para que a Rede, no marco de suas regras de procedimento, participe a um maior número de atividades vinculadas principalmente a organizações da sociedade civil. Eleição da Sra. Jeanne Kohl-Welles, senadora do Estado de Washington para representante da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas no Comitê Executivo da COPA. Nomeação da Sra. Lucero Saldaña, senadora do Congresso da União dos Estados Unidos do México, para relatora do painel que analisará, no ano que vem, tanto a Convenção das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher como seu protocolo facultativo. Nomeação da Sra. Ileana Rogel, ex-presidente e deputada da Assembléia Legislativa de El Salvador, para relatora do painel sobre o acompanhamento dos orçamentos analisados com enfoque no gênero. Designação das integrantes do Comitê de Financiamento da Rede, a saber, Sra. Sonia Fontes, deputada da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, Sra. Fatima Houda-Pepin, deputada da Assembléia Nacional de Quebec, e Sra. Lucero Saldaña, senadora do Congresso da União dos Estados Unidos do México. Na reunião preparatória do Comitê Executivo, realizada na véspera da Reunião Anual da Rede, ou seja, 6 de maio, das 18h30 às 20h00, foi concedida por unanimidade à Secretaria da Rede a missão de efetuar uma análise objetiva do trabalho e das regras de funcionamento da Rede para que seja elaborado um Plano de Ação visando à melhoria, quantitativa e qualificativa, do funcionamento da Rede.

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V REUNIÃO ANUAL DA REDE DE MULHERES PARLAMENTARES DAS AMÉRICAS

Foz do Iguaçu, Brasil

7 de maio de 2005

IMPACTOS DA MIGRAÇÃO NA MULHER DAS AMÉRICAS

RECOMENDAÇÃO CONSIDERANDO que a globalização e a liberalização dos intercâmbios deram origem a um movimento de expansão da mobilidade de uma grande parte dos trabalhadores do Sul para o Norte, atraídos pelas possibilidades de emprego e pelos salários dos países industrializados; CONSIDERANDO que 72% dos trabalhadores migrantes no mundo são mulheres e que, nas Américas, o Relator Especial sobre trabalhadores migrantes e suas famílias da Organização dos Estados Americanos afirmou em abril de 2001, que as mulheres representam 47,5% dos migrantes do continente; CONSIDERANDO que a migração constitui geralmente uma estratégia de sobrevivência para as mulheres que tentam escapar da violêancia ou que buscam melhores condições de vida e de trabalho; CONSIDERANDO que as mulheres, as adolescentes e as meninas migrantes são freqüentemente exploradas, em relação ao sexo e à mão-de-obra, estão sujeitas à intimidação e à violência, tanto dos empregadores como das autoridades públicas; CONSIDERANDO que os trabalhadores migrantes compõem uma importante fonte de renda para seus países de origem e para os membros de suas famílias, e que a Organização dos Estados Americanos (OEA) calcula que o valor total anual de tais remessas gira em torno de 40 bilhões de dólares americanos; CONSIDERANDO que um número cada vez maior de mulheres emigra para Estados Unidos e Canadá para se casarem com homens, sem terem obtido informações sobre o passado destes, inclusive sobre seu histórico criminal ou marital, e muito menos sobre sua participação em atos de violência doméstica ou maltrato de crianças; que algumas mulheres sofrem abuso e exploração de seus próprios maridos e ameaças de deportação, caso informem as autoridades dos abusos e ameaças; e que algumas mulheres foram assassinadas por seus maridos;

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CONSIDERANDO que em 1998, na ocasião da Cúpula de Santiago, os Chefes de Estado e de Governo das Américas assumiram o compromisso de sensibilizar suas populações em relação aos abusos e às descriminações das quais os trabalhadores migrantes são vítimas, que acordaram também aos trabalhadores migrantes as mesmas condições de trabalho das quais beneficiam seus cidadãos, e que estabeleceram entendimentos para combater os abusos cometidos para com trabalhadores migrantes pelos empregadores e pelas autoridades responsáveis das fronteiras e da imigração; CONSIDERANDO que em 2001, na ocasião da Cúpula de Quebec, os Chefes de Estado e de Governo das Américas expressaram a vontade de ampliar sua cooperação, particularmente em relação ao tráfico ilegal de indivíduos; CONSIDERANDO que em 2004, na ocasião da Cúpula Extraordinária de Monterrey, os Chefes de Estado e de Governo das Américas comprometeram-se em tomar as medidas necessárias para cortar pela metade o custo das remessas de fundos dos emigrados até 2008; Nós, representantes das assembléias parlamentares dos Estados unitários, federais, federados e associados, dos parlamentos regionais e das organizações interparlamentares das Américas, reunidos em Foz do Iguaçu no Brasil na ocasião da V Reunião Anual da Rede de Mulheres Parlamentares: SOLICITAMOS o estabelecimento de um acordo global sobre as políticas migratórias entre os países das Américas a fim de assegurar o total respeito dos direitos dos migrantes, particularmente das mulheres migrantes; EXORTAMOS todos os governos, todas as Assembléias e todos os Congressos a aprovarem e zelarem pelo cumprimento dos instrumentos internacionais contra a violência feita às mulheres, adolescentes e meninas, para garantir particularmente o respeito dos direitos das mulheres, adolescentes e meninas migrantes independente de suas condições migratórias; EXORTAMOS os Chefes de Estado e de Governo das Américas a favorecerem o acesso dos serviços necessários às mulheres que solicitam asilo, e além disto, a exporem o caso delas a pessoas que conheçam a situação vivenciada pelas mulheres no país de origem delas; APOIAMOS as organizações não-governamentais e os demais organismos que atuam para auxiliar, educar e sensibilizar as mulheres em todos os meios sobre as questões migratórias; APELAMOS todas as Assembléias e todos os Congressos dos grandes países de imigração tradicional a ratificarem a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias que define normas internacionais relativas ao tratamento, às condições de vida e aos direitos dos trabalhadores, independente do estatuto dos mesmos; EXORTAMOS os Chefes de Estado e de Governo das Américas a cumprirem seus engajamentos assumidos no marco do processo das Cúpulas das Américas vinculados à sorte reservada aos trabalhadores migrantes e ao tráfico ilegal de indivíduos. EXORTAMOS os Chefes de Estado e de Governo das Américas a exigirem e estejam atentos ao fiel cumprimento das convenções e tratados internacionais que zelam pelo respeito físico e moral das meninas, adolescentes e mulheres que migram por necessidade.

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SOLICITAMOS os Chefes de Estado e de Governo das Américas a criarem entidades e estabelecer mecanismos de ação de cunho preventivo para as mulheres que, no marco da violência social possam ter ou tenham cometido atos delinqüentes, a fim de se reinstalarem na sociedade, como elementos contribuintes para o desenvolvimento econômico e social de nossos países. Baseado no acima exposto é importante que, ao se falar do impacto das migrações na mulher, não sejam ignorados ou minimizados os efeitos de tais movimentos nas comunidades de origem, onde na maioria das vezes são as mulheres (esposas, mães ou filhas de migrantes) que assumem os custos sociais, trabalhistas, emocionais e afetivos da migração. Conseqüentemente, é necessário que sejam reconhecidas as transformações derivadas dos movimentos migratórios, que repercutem diretamente nas condições de vida das mulheres e a formulação de propostas, em nível governamental e comunitário, e que se apresentam como uma alternativa de desenvolvimento diante de tal problemática. APOIAR a resolução do Diálogo Internacional sobre as “feminicidas” para a criação de uma Rede de Mulheres Parlamentares contra as mortes violentas das mulheres “feminicidas”. EXORTAMOS a adoção de um enfoque diferencial em relação à atenção de mulheres indígenas e afrodesecendentes migrantes forçadas por conflitos armados internos. Atualização: 7/5/2005

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● Presidente● Comitê Ejecutivo

❍ Integrantes ● Evolução● Estatutos● Plano de ação● Regras de procedimento

Atividades Temáticas de trabalho Bancos de documentos Representação da mulher Secretaria Links úteis Contribuição dos membros

Última atualizaçao: 31/07/2006

Rede de Mulheres Parlamentares das Américas

Presidente

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Dep. APARECIDA GAMA - PMDB (MARIA APARECIDA GAMA DE SOUZA LOUREIRO)

email:[email protected] Fone (21) 2533.7027 Fax (21) 2588.1131

4ª Secretária da ALERJ 2a Tesoureira da União Nacional dos Legislativos Estaduais (UNALE)

Administradora Regional da Xá R.A. do Município do Rio de Janeiro (80/93). Possui Graduação Universitária em Pedagogia - Orientação e Administração Escolar. Eleita pelo PDT, exerceu na Legislatura 1991/95, os seguintes cargos e funções: Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desportos; Vice-Presidente da Comissão de Assuntos da Mulher, da Criança e do Adolescente; Vice-Presidente da CPI para "Apurar Responsabilidade da Incidência Massiva da Esterilização de Mulheres no Estado do Rio de Janeiro". No ano de 1994, passou a integrar a Bancada do PSDB. A convite do Governador Anthony Garotinho, transferiu-se para o PSB (Partido Socialista Brasileiro). Foi Corregedora Geral da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro de 1998 até 2002. Foi titular da Secretaria de Mulheres da UNALE antes de assumir a presidência da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas no mês de maio de 2005.

Reeleita

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COMITÉ EJECUTIVO DE LA RED DE MUJERES PARLAMENTARIAS DE LAS AMÉRICAS EXECUTIVE COMMITTEE OF THE NETWORK OF WOMEN PARLIAMENTARIANS OF THE AMERICAS

COMITÊ EXECUTIVO DA REDE DE MULHERES PARLAMENTARES DAS AMÉRICAS COMITÉ EXÉCUTIF DU RÉSEAU DES FEMMES PARLEMENTAIRES DES AMÉRIQUES

Presidenta / President / Presidente / Présidente

Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Sra. Aparecida Gama, Deputada

Representantes regionales / Regional Representatives / Representantes regionais / Représentantes régionales

América Central / Central America / América Central / Amérique

centrale

Asamblea Legislativa de El Salvador Sra. Irma Segunda Amaya Echeverría, Diputada

(Otra Representante - por confirmar)

América del Norte / North America / América do Norte /

Amérique du Nord

Congreso de la Unión de los Estados Unidos Mexicanos Sra. Lucero Saldaña, Senadora

Washington State Senate

Ms Jeanne Kohl-Welles, Senator

El Caribe / Caribbean / O Caribe / Antilles

Camara de Diputados de la Republica Dominicana Sra. Graciela Fermín Nuesi, Diputada

Asamblea Nacional del Poder Popular de Cuba

Sra. Elsa Rojas Hernandez, Diputada

Cono Sur / Southern Cone / Cone Sul / Cône Sud

Cámara de Senadores de la provincia de Buenos Aires, Argentina Sra. Edda E Acuña, Senadora

Congresso Federal do Brasil Sra. Iara Bernardi, Deputada

Región Andina / Andean Region / Região Andina / Région andine

Asamblea Nacional de la República Bolivariana de Venezuela Sra. Marelis Perez Marcano, Diputada

Congreso Nacional de Ecuador

Sra. Miryam Garces Davila, Diputada

Presidenta saliente/ Outgoing President/ Presidente sainda/ Présidente sortante

Asamblea Legislativa de El Salvador

Sra. Ileana Rogel, Diputada

Parlamentos regionales y organizaciones interparlamentarias / Regional Parliaments and Interparliamentary Organizations / Parlamentos regionais e organizações interparlamentares / Parlements régionaux et organisations interparlementaires

Parlamento Andino

Sra. Adela Muñoz de Liendo, Diputada

Parlamento Centroamericano Sra. Maria Esperanza Valle B., Diputada

União Nacional dos Legislativos Estaduais (UNALE), Brasil

Sra. Sonia Fontes, Deputada

National Conference of State Legislatures (NCSL), United States Ms. Kathy Hawken, Representative

Asamblea fundadora de la Red y sede de la Secretaría /

Founding Assembly of the Network and host institution of the Secretariat / Assembléia fundadora da Rede e sede da Secretaria /

Assemblée fondatrice du Réseau et hôte du Secrétariat

Assemblée nationale du Québec Mme Fatima Houda-Pepin, Députée

Próxima Asamblea anfitriona / Next Host Assembly /

Próxima Assembléia anfitriã / Prochaine assemblée hôte

Congreso Nacional de Ecuador Sra. Soledad Aguirre Riofrío, Diputada

Sra. Teresa Guadalupe Larriva González, Diputada

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DA PRESIDENTE DA REDE DE MULHERES PARLAMENTARES DAS AMÉRICAS

REFERENTE AO PERÍODO DE 24 DE NOVEMBRO 2003 A 7 DE MAIO DE 2005

APRESENTADO NA V REUNIÃO ANUAL 7 DE MAIO DE 2005

FOZ DO IGUAÇU, BRASIL

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1. Apresentação A título de presidente da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, tenho a grande satisfação de apresentar-lhes o presente relatório que descreve as principais realizações da Rede desde a última Reunião Anual feita em Caracas, Venezuela, 24 de novembro de 2003. A Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, criada em 1999, continua afirmando-se espaço privilegiado por concertar para mulheres parlamentares de todos os Estados das Américas e também como ponto de convergência de idéias e de projetos inovadores para as mulheres do continente. A Rede pode contar com o engajamento das representantes do Comitê Executivo. Gostaria de agradecê-las sinceramente pela sua disponibilidade e pelo seu trabalho constantes em prol da causa das mulheres nas Américas. A Rede tem também o apoio da equipe da Secretaria para bem executar suas atividades. A Secretaria fica na Assembléia Nacional de Quebec, instância fundadora da Rede. Desde sua criação, a Assembléia Nacional de Quebec assume as despesas vinculadas à Secretaria, principalmente colocando à disposição uma pessoa responsável pela implantação das atividades da Rede. Gostaria de reiterar sinceramente meu reconhecimento à Assembléia Nacional de Quebec pelo apoio e pela contribuição importante que faz ao trabalho da Rede. Estou satisfeitíssima dos avanços que obtivemos no decorrer do último ano ao colocarmos em prática o Plano de Ação adotado por nós em 2002. Deste modo, a adoção de regras de procedimento possibilitou estruturar ainda mais o funcionamento da nossa organização, definindo claramente os processos que têm por objetivo a eleição de nosso Comitê Executivo, o acompanhamento das nossas temáticas de trabalho e a adoção de resoluções pela Rede, além de nossa vinculação com outros organismos para a organização de atividades em parceira. Em relação às problemáticas tratadas pelo quadro de trabalhos da Rede desde a última Reunião Anual, pudemos enriquecer o WEBsite com o banco de documentos sobre orçamentos analisados com enfoque no gênero (GAIA) e também sobre impactos da ALCA na mulher, além de preparar uma banco de documentos sobre o tema da Reunião Anual do presente ano, ou seja, os impactos da migração na mulher. Também avançamos no sentido de dotar a Rede de fontes de financiamento autônomos, criando um comitê de financiamento. Além disto, a Rede elaborou documentos promocionais que facilitam o estabelecimento de contatos com os eventuais provedores de recursos financeiros através de uma estratégia de financiamento que está no caminho certo. Em relação a este aspecto, minha recente participação na 49a Sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Condição da Mulher possibilitou-me constatar o interesse que nossos trabalhos suscitam em várias organizações internacionais que teriam condições de participar do financiamento das nossas atividades.

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Por fim, dentre os instrumentos promocionais que pudemos desenvolves no decorrer do último ano, sinto-me particularmente orgulhosa do WEBsite www.feminamericas.org que possibilita à Rede divulgar claramente suas realizações através de um site de fácil acesso. 2. Balanço das atividades da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas

relativas ao ano 2004-2005 2.1 Reunião do Comitê Executivo da Rede feita em Brasília, Brasil, 24 de março de 2004 A Reunião do Comitê Executivo, realizada em Brasília, possibilitou o desenvolvimento de vários aspectos vinculados à implantação do Plano de Ação. Nesta ocasião, o Plano de Ação detalhado, atribuindo novos papéis às integrantes do Comitê Executivo, foi aceito por unanimidade. Deste modo, a Sra. Fatima Houda-Pepin, deputada da Assembléia Nacional de Quebec e representante da Assembléia fundadora da Rede e sede da Secretaria, foi designada relatora da temática “A mulher e a Área de Livre Comércio das Américas”. A Sra. Albertina Urbina Zelaya, deputada da Assembléia Nacional da Nicarágua e representante da Região América Central foi nomeada relatora da temática “Orçamentos analisados com enfoque de gênero”. E também a Sra. Alice Portugal, deputada da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, Brasil, assumiu a responsabilidade de atuar como relatora da temática da Reunião Anual, ou seja, “Os impactos da migração na mulher”. Ainda no quadro do acompanhamento do Plano de Ação detalhado, o Comitê Executivo decidiu criar um comitê de financiamento composto da presidente da Rede e de uma representante eleita proveniente de cada um dos Estados onde há uma Secretaria da COPA, a saber, Brasil, México e Quebec. Durante este encontro, adotamos também três regras de procedimento. A primeira estabelece as modalidades de participação da Rede em seminários, eventos e reuniões de outras organizações. Uma outra determina as condições de elegibilidade das integrantes do Comitê Executivo da Rede. Cabe observar que um novo modo de escrutínio foi adotado, segundo o qual as representantes de cada uma das cinco grandes regiões são eleitas apenas pelas parlamentares provenientes da mesma região e presentes na Reunião Anual. Além do mais, as representantes de parlamentos regionais e organizações interparlamentares são eleitas por todas as parlamentares que representam organizações interparlamentares e parlamentos regionais e que estão presentes na Reunião Anual. Por fim, o Comitê Executivo adotou uma regra de procedimento para a escolha das temáticas, elaboração de documentos e adoção de recomendações pela Rede de Mulheres Parlamentares das Américas. Aliás, as representantes adotaram uma resolução sobre o 10o Aniversário da Conferência de Beijing, que incitava as integrantes do Comitê Executivo a exercer um acompanhamento dos engajamentos assumidos por seus respectivos Estados em relação à implantação do Programa de Ação de Beijing e a promover em suas assembléias legislativas, em seus parlamentos regionais e em suas organizações interparlamentares a adoção de legislações e medidas que considerem as resoluções e recomendações decorrentes dos trabalhos das conferências mundiais sobre a mulher.

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Page 17: 5a REUNIÃO ANUAL

Após a Reunião do Comitê Executivo, realizada em Brasília em março de 2004, encaminhei uma carta em nome da Rede aos 300 presidentes de assembléias parlamentares, parlamentos regionais e organizações interparlamentares das Américas. A esta correspondência foram anexos o relatório da reunião de Brasília, a resolução adotada na ocasião e o documento promocional da Rede. Enviei carta semelhante aos membros do Comitê Executivo da COPA. Esta iniciativa teve por objetivo uma maior divulgação dos trabalhos da Rede e, conseqüentemente suscitar uma participação mais ampla das mulheres nas atividades da Rede. 2.2 Reunião do Comitê Executivo da Rede realizada em San Juan, Porto Rico, 24 de

setembro de 2004 Esta reunião possibilitou a preparação da Reunião Anual da Rede, principalmente em relação à definição mais detalhada da temática a ser abordada e ao aprimoramento de uma estratégia de comunicação e convocação visando garantir para tal evento um grau de participação recorde. Adotamos também recomendações sobre a violação dos direitos da mulher em Darfour e no Iraque, e uma resolução sobre a concessão de vistos aos parlamentares que viajam aos Estados Unidos. Uma resolução a favor do fortalecimento do Parlamento Centro-Americano (PARLACEN) também foi adotada pelos membros do Comitê Executivo. Nesta reunião, ficou decidido modificar a regra de procedimento sobre a adoção de resoluções a fim de assegurar-lhes um acompanhamento. Deste modo, a partir de então, a Secretaria deverá indagar a proponente da resolução para qual ou quais organismos ela gostaria que este documento seja entregue. Também foi tomada a decisão de que uma cláusula neste sentido seria acrescentada sistematicamente às resoluções adotadas e que os parlamentares assegurariam a divulgação e implantação da mesma. Por fim, nesta reunião foi lançado o novo WEBsite da Rede com o novo aspecto da nossa organização que facilita a promoção de nossas atividades pelo site (www.feminamericas.org) que lhe é peculiar. Mais adiante, discorrerei mais detalhadamente sobre este projeto. 2.3 Participação da presidente da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, 49a

Sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Condição da Mulher em fevereiro-março de 2005

De 28 de fevereiro a 11 de março, participei da 49a Sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Condição da Mulher. Esta comissão, composta de 45 membros nomeados pelos governos, reúne-se anualmente. Os trabalhos da comissão deste ano foram principalmente sobre duas problemáticas: (i) o balanço da implantação do Programa de Ação de Beijing, e (ii) os atuais desafios e as estratégias para o avanço e o fortalecimento das capacidades da mulher.

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Page 18: 5a REUNIÃO ANUAL

No marco de oito painéis e uma sessão plenária para as declarações nacionais, um grande número de assuntos mobilizou a atenção de cerca de 6 mil participantes, ou seja, a violência feita à mulher, a violação dos direitos da mulher e direitos da criança em situações de conflito, a igualdade de direitos, o acesso aos atendimentos de saúde, o meio ambiente, etc. Ao participar desta conferência internacional, pude promover o reconhecimento da Rede diante de vários representantes de organizações de diversos países, divulgar o material promocional da Rede e da Reunião Anual. Por fim, as reuniões das quais participei, formais e informais, suscitaram bastante interesse e entusiasmo por parte de representantes de instâncias, tais como, o Parliamentarians for Global Action (PGA), o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), A Comissão Interamericana de Mulheres da OEA (CIM) e diversos parlamentares da América Latina. Evidentemente, um acompanhamento das organizações interessadas deve ser feito em relação às atividades da Rede para o desenvolvimento de parcerias e a obtenção de fundos para a realização de nossos futuros projetos. 2.4 Participação de uma reunião da Comissão do Congresso Mexicano sobre a

condição feminina em abril de 2005 (datas a serem confirmadas) A convite da Sra. Aracely Escalante, senadora mexicana e vice-presidente da COPA para a América do Norte, participei de uma reunião da Comissão do Congresso Mexicano sobre a condição feminina durante a qual relatei os resultados de minha participação na 49a Sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Condição da Mulher. Esta missão ao México possibilitou ao mesmo tempo realizar uma sessão de trabalho com a presidente da COPA para combinarmos detalhes preparatórios da Reunião Anual e promover a VI Assembléia Geral junto aos parlamentares mexicanos. 3. Outras atividades de destaque 3.1 WEBsite da Rede Para ampliar a visibilidade da Rede, decidimos montar um WEBsite especialmente para a Rede com um registro de domínio peculiar e devidamente registrado. Trata-se de www.feminamericas.org, nosso site de roupa nova, que contou com um trabalho de grafismo feito especificamente para a Rede pela Direção de Comunicações da Assembléia Nacional de Quebec.

5

Page 19: 5a REUNIÃO ANUAL

Atualmente, neste site estão publicadas as atividades e os relatórios da Rede, as resoluções, os bancos de documentos, a história das reuniões e divulgação das futuras atividades e também outros links úteis. Convido a todas a não somente nele navegar regularmente, mas também a enriquecê-lo, pois este é nosso instrumento privilegiado de divulgação de informações e promoção. Seus comentários farão com que possamos aprimorá-lo e suas informações contribuirão para o enriquecimento do mesmo. 3.2 Elaboração e difusão dos bancos de documentos Devido à importância dos temas estudados pela Rede e considerando-se o interesse suscitado pelo banco de documentos GAIA sobre os orçamentos com enfoque no gênero, solicitei à Secretaria da Rede para efetuar as pesquisas necessárias para a criação de dois bancos de documentos: um sobre os impactos da ALCA na mulher e outro sobre os impactos das migrações na mulher no contexto da integração continental. Estes bancos de documentos compilam os textos teóricos e metodológicos relacionados a tais questões e estão disponíveis em nosso WEBsite. Convido a todas a consultá-lo e continuar colaborando para o enriquecimento deste acervo encaminhando à Secretaria da Rede suas sugestões de documentos, de referências e de medidas concretas tomadas por seus respectivos parlamentos e governos. 4. Conclusão Ao terminar, gostaria manifestar-lhes sinceramente todo o meu otimismo em relação ao futuro da nossa Rede que, de ano em ano, consolida suas bases e amplia a projeção de suas ações. O desafio mais urgente continua sendo o do financiamento permanente. Considerando-se o valor de nossos trabalhos e a qualidade de nossas representantes, acredito seriamente na capacidade do nosso comitê de financiamento de obter sucesso nesta missão que poderia ampliar a gama de atividades da Rede e auxiliaria a documentar ainda mais as mulheres parlamentares das Américas e, conseqüentemente, exercer um impacto real na vida das mulheres do continente. Concluo, então, desejando a todas uma excelente Reunião Anual. Gostaria de propor-lhes algo mais que me parece muito importante, ou seja, solicitar às Nações Unidas, mais especificamente à Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher que nos conceda um estatuto consultivo amplo, sendo que isto nos permitiria participar ativamente e continuamente da análise das questões relativas à mulher. Concluo a presente mensagem, lembrando-lhe que a luta por um mundo mais igualitário e eqüitativo vale a pena, pois enquanto não solucionarmos o problema das desigualdades entre homens e mulheres, é a democracia do continente todo que será prejudicada. Estou convicta de que esta assembléia será um sucesso, principalmente graça à presença de cada uma de vocês que dão tanta vida e de alegria para a Rede.

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Page 20: 5a REUNIÃO ANUAL

RELATÓRIO DA SECRETARIA DA REDE DE MULHERES PARLAMENTARES DAS AMÉRICAS

REFERENTE AO PERÍODO DE 24 DE NOVEMBRO DE 2003 A 7 DE MAIO DE 2005

APRESENTADO NA V REUNIÃO ANUAL 7 DE MAIO DE 2005

FOZ DO IGUAÇU, BRASIL

Page 21: 5a REUNIÃO ANUAL

A sede da Secretaria da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas fica na Assembléia Nacional de Quebec, desde que foi criada em 1999.

A Assembléia Nacional de Quebec assume o salário de uma assessora que trabalha tempo integral para a Rede e coloca à disposição o serviço de um webmaster que desenvolve e atualiza o website para a Rede. Esta Assembléia também coloca à disposição da Rede os serviços de pesquisa da Biblioteca da Assembléia Nacional, o apoio técnico e administrativo da Direção de Relações Interparlamentares e Internacionais e da Direção de Comunicações da Assembléia Nacional.

A assessora da Rede, além de efetuar as tarefas regulares da Secretaria, é responsável pela difusão das informações e coordenação das comunicações internas da Rede, principalmente em relação à organização das reuniões anuais e reuniões do Comitê Executivo, à tradução dos documentos oficiais da Rede para inglês, espanhol e português, e também é responsável pelo desenvolvimento e atualização do website e dos bancos de documentos.

A Secretaria tem a responsabilidade de cumprir regularmente com um determinado número de tarefas:

A Secretaria é responsável pela correspondência em geral da presidente relacionada às atividades da Rede, e tem, por exemplo, que redigir projetos de cartas, responder aos pedidos de informações sobre a Rede e enviar informações às integrantes do Comitê Executivo da Rede. O Plano de Ação adotado em fevereiro de 2002 estabelece o objetivo de ampliar a visibilidade da Rede. Para tanto, a Secretaria, em colaboração com a Direção de Comunicações da Assembléia Nacional de Quebec fez:

• Elaboração de um novo website: www.feminamericas.org • Padronização da apresentação gráfica e visual do website, do material

promocional e dos documentos para as reuniões da Rede e para as atividades de divulgação e informação.

A Secretaria tem a função de atualizar e enriquecer o website da Rede através das seguintes atividades:

• Coordenação e reunião das informações e da documentação provenientes das integrantes ou de organizações com quem a Rede colabora;

• Anúncio das atividades da Rede; • Publicação dos relatórios das reuniões; • Desenvolvimento do bancos de documentos.

Para tanto, a Secretaria elaborou com o apoio de vários serviços da Assembléia Nacional de Quebec, bancos de documentos eletrônicos especializados nos seguintes assuntos: “Mulheres e ALCA” e “Mulheres e Migrações”.

Papel da Secretaria da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas

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Page 22: 5a REUNIÃO ANUAL

A - Organização e apoio das atividades da Rede A Secretaria exerceu um importante papel na preparação, organização e acompanhamento das reuniões da Rede. 1. Acompanhamento da Reunião Anual realizada em Caracas, Venezuela,

em 24 de novembro de 2003

Após a Reunião Anual da Rede, a Secretaria efetuou: • Redação do relatório da reunião; • Tradução do relatório e das recomendações; • Divulgação das informações no website e às integrantes do Comitê

Executivo.

2. Preparação da reunião do Comitê Executivo em Brasília, Brasil, em 24 março de 2004

Para a reunião do Comitê Executivo, a Secretaria realizou: • Preparação de uma versão comentada do Plano de Ação para facilitar a

implantação deste; • Redação de projetos de regras de procedimento para a participação da

Rede em seminários, eventos e reuniões de outras organizações; das condições para eleição das integrantes do Comitê Executivo da Rede; e a escolha das temáticas, a elaboração de documentos e a adoção de resoluções e recomendações feitas pela Rede;

• Redação dos documentos de reflexão relativos ao décimo aniversário da Conferência Mundial sobre a Mulher (Conferência de Beijing);

• Preparação dos documentos necessários ao encontro.

3. Acompanhamento da reunião do Comitê Executivo em Brasília, Brasil,

em 24 de março de 2004

A Secretaria assegurou o acompanhamento da reunião do Comitê Executivo através das seguintes atividades: • Tradução da recomendação e das regras de procedimento adotadas; • Redação e tradução do relatório; • Envio e tradução do relatório; • Remessa do relatório e dos documentos adotados durante a reunião às

integrantes do Comitê Executivo e a todos os presidentes das Assembléias Parlamentares das Américas.

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Page 23: 5a REUNIÃO ANUAL

4. Preparação da reunião do Comitê Executivo em San Juan, Porto Rico, em 24 de setembro de 2004

Para a reunião do Comitê Executivo, a Secretaria efetuou as seguintes tarefas: • Preparação, tradução e envio da ordem do dia da reunião e

também da carta convite; • Apoio à presidente da Sessão de Quebec da Rede na redação de

um relatório preliminar sobre o acompanhamento da temática “Mulheres e ALCA”, abordada da última Reunião Anual;

• Preparação da apresentação do banco de documentos “Mulheres e ALCA”;

• Redação de um documento propondo pistas para uma estratégia de financiamento da Rede;

• Preparação da apresentação do novo website da Rede : www.feminamericas.org;

• Redação dos projetos de recomendação sobre a violação dos direitos da mulher no Iraque e em Darfur;

• Apoio ao comitê organizador do evento.

5. Acompanhamento da reunião do Comitê Executivo realizada em San Juan, Porto Rico, em 24 de setembro de 2004

A Secretaria fez o acompanhamento da reunião do Comitê Executivo através da: • Redação do relatório da reunião; • Tradução do relatório e das recomendações; • Remessa dos documentos adotados às integrantes do Comitê Executivo

e divulgação destes no website.

6. Preparação da Reunião Anual em Foz de Iguaçu, Brasil, 7 de maio de 2005

Para preparar a Reunião Anual, a Secretaria executou as seguintes tarefas: • Redação e envio das cartas convites à integrantes do Comitê Executivo e

a todos os presidentes das Assembléias Parlamentares das Américas; • Apoio à presidente da Sessão de Quebec da Rede na redação de um

relatório sobre o acompanhamento da temática “Mulheres e Área de Livre Comércio das Américas (ALC A)”;

• Preparação de um projeto de recomendação sobre a situação das mulheres das Américas no contexto das migrações;

• Preparação de um documento apresentando o banco de documentos “Mulheres e Migrações”;

• Andamentos para convidar as conferencistas da sessão sobre mulheres e migrações;

• Apoio ao comitê organizador do evento; • Redação de um comunicado de imprensa.

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Page 24: 5a REUNIÃO ANUAL

7. Participação da presidente da Rede de Mulheres Parlamentares das

Américas na 49ª Sessão da Comissão da Condição da Mulher da ONU, Nova York, Estados Unidos, de 28 de fevereiro a 11 de março de 2005 A assessora responsável pela Rede acompanhou a presidente a Nova York para apoiá-la em suas iniciativas de promoção e busca de provedores de recursos financeiros para a Rede. Antes desta missão, a Secretaria efetuou as seguintes tarefas: • Preparação dos documentos necessários à participação da presidente; • Redação de documentos sobre o financiamento da Rede; • Preparação de documentos promocionais destinados aos eventuais

provedores de fundos.

B – Outras atividades

1. Concepção do novo website da Rede No marco de um plano de comunicação adotado pela Rede, a Secretaria atuou em colaboração com a equipe da Assembléia Nacional de Quebec, na concepção do novo website da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas cujo site é www.feminamericas.org.

2. Bancos de documentos "Mulheres e Migrações" e "Mulheres e ALCA"

A Secretaria da Rede montou dois bancos de documentos em que são apresentados os principais estudos e análises publicadas sobre os impactos da liberalização comercial e das migrações. Os bancos de documentos congregam textos classificados por temas e também uma lista de websites pertinentes em espanhol, inglês, português e francês. Para constituir estes dois bancos de documentos, a Secretaria efetuou:

• Pesquisas com o apoio da Biblioteca da Assembléia Nacional de Quebec;

• Análise e classificação metódica da documentação; • Coordenação da tradução e revisão dos textos e lançamento on-line nas

quatro línguas oficiais da entidade.

C – Conclusão A Secretaria, cuja sede fica na Assembléia Nacional de Quebec, é um instrumento indispensável para a consolidação da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas. Coordena e apóia as diversas atividades e iniciativas provenientes do Comitê Executivo da Rede e atua para o estabelecimento de vínculos de solidariedade e cooperação entre as mulheres parlamentares das Américas.

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Page 25: 5a REUNIÃO ANUAL

A MULHER E A ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS (ALCA)

APRESENTADO NA V REUNIÃO ANUAL

7 DE MAIO 2005

FOZ DO IGUAÇU, BRASIL

Page 26: 5a REUNIÃO ANUAL

ÍNDICE

Introdução............................................................................................................................3

1. Processo de negociação da ALCA................................................................................5

2. Encontros da Confederação Parlamentar das Américas e da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas .............................................................................................6

2.1 A Confederação Parlamentar das Américas (COPA) .............................................6

2.2 A Rede de Mulheres Parlamentares das Américas ................................................7

3. Posicionamento dos parlamentos e governos em relação à ALCA e seu impacto na mulher .............................................................................................................................9

3.1 Os parlamentos e os governos .............................................................................10

3.2 As organizações interparlamentares e os parlamentos regionais.........................15

3.3 Reuniões interparlementares ................................................................................16

3.4 Atividades informativas .........................................................................................18

Conclusão..........................................................................................................................19

2

Page 27: 5a REUNIÃO ANUAL

A mulher e a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)

Introdução

A Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) representa um desafio de grande peso para

todos os países do nosso continente. Na verdade, este projeto exercerá consideráveis

impactos nas populações e economias da região, impactos ainda maiores já que nem todas as

economias encontram-se no mesmo nível. É por este motivo que a Confederação Parlamentar

das Américas (COPA) e a Rede de Mulheres Parlamentares das Américas iniciaram uma

reflexão sobre esta problemática; e a Rede insistiu mais sobre os impactos da ALCA na mulher.

Na IV Reunião Anual da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, realizada em

Caracas, Venezuela, 24 de novembro de 2003, adotamos uma recomendação intitulada “Os

impactos da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) na mulher”. No último parágrafo

destaca-se a importância que deve ser dada a este tema:

“Nós, membros da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas (...) recomendamos

que a Rede de Mulheres Parlamentares das Américas realize um constante

acompanhamento dos impactos da ALCA na mulher e convide as seções regionais da

Rede a atuarem da mesma maneira diante de seus respectivos parlamentos.”

Para implantar este importante mandato, em 24 de março de 2004, em Brasília, foi concluída

uma primeira etapa durante nossa reunião do Comitê Executivo, quanto tive o privilégio de ser

eleita relatora da temática “Mulher e Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)”. Uma vez

que, nesta qualidade, minha responsabilidade consiste em consultar os diversos parlamentos

membros da Rede sobre os impactos da ALCA na mulher e relatá-los em nossa próxima

Reunião Anual, solicitei a colaboração das senhoras, em 6 de agosto de 2004, para que o dito

relatório retratasse os pontos de vistas e os posicionamentos dos diferentes parlamentos por

nós representados. Para tanto, pedi para que as senhoras me encaminhassem um breve

resumo do posicionamento assumido em seus respectivos parlamentos vinculados ao impacto

da Área de Livre Comércio das Américas sobre a condição da mulher. Para tanto, enviei a

todas as integrantes do Comitê Executivo da Rede um formulário para auxiliá-las na coleta de

informações (ver formulário anexo).

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Page 28: 5a REUNIÃO ANUAL

Este questionário continha três questões genéricas sobre o posicionamento assumido pelo seu

parlamento e governo em relação à ALCA. Em seguida, haviam seis questões específicas

sobre o posicionamento assumido por seu parlamento e governo em relação aos eventuais

impactos econômicos e sociais da ALCA e os eventuais impactos da ALCA nos serviços

públicos e na mulher. Perguntei-lhes também qual seria, na opinião das senhoras, o papel que

os parlamentares deveriam exercer em relação à ALCA e o impacto na mulher.

Como até fevereiro de 2005, havíamos recebido apenas três respostas deste questionário, ou

seja, das colaborações do Senado Federal do México, do Parlamento Andino e do Quebec, a

Secretaria da Rede reiterou o pedido de resposta ao questionário a todos os parlamentos das

Américas. Esta segunda iniciativa não deu maiores resultados, pois nenhuma nova

colaboração nos foi enviada.

Apesar disto e considerando-se a importância desta problemática para a mulher das Américas,

decidimos, ainda assim, apresentar o dito relatório que assumirá, neste contexto, a forma de

um relatório preliminar. Queiram por gentileza observar que, para compensar a falta de

informações de primeira mão vindas de fontes parlamentares, tivemos de efetuar uma coleta e

análise de informações disponíveis nos WEBsites dos governos, parlamentos, organizações

interparlamentares da região e também no WEBsite oficial da ALCA. Tais informações, embora

fragmentadas, principalmente no que se refere ao impacto da ALCA na mulher, confirmam

ainda mais a importância de continuar aprofundando este tema no marco das próximas

reuniões da Rede.

O propósito deste relatório preliminar é, então, apresentar os resultados das recentes

pesquisas realizadas sobre o impacto da ALCA na mulher. Começaremos apresentando o

processo de negociações da ALCA e, em seguida, relembraremos as conclusões das reuniões

da COPA e da Rede, destacando principalmente nossa última Reunião Anual da Rede ocorrida

em Caracas em novembro de 2003. Por fim, analisaremos como os parlamentos e governos

expressaram seu posicionamento em relação à ALCA e seus impactos econômicos e sociais

na mulher, particularmente quando tais informações estavam disponibilizadas na Internet.

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Page 29: 5a REUNIÃO ANUAL

1. Processo de negociação da ALCA

A partir do lançamento da idéia de criação de uma Área de Livre Comércio das Américas

(ALCA), durante a Cúpula das Américas em Miami em dezembro de 1994, várias etapas foram

percorridas. Lembremo-nos de que o objetivo desta área é integrar economicamente o

continente americano e aprimorar ao mesmo tempo a prosperidade de cada país.

As negociações são feitas por consenso e os países escolhem negociar em bloco comercial ou

de maneira independente. Os ministros do Comércio de cada país da ALCA reúnem-se

aproximadamente a cada dezoito meses para supervisionar e dirigir negociações. O mandato

da presidência das negociações expira no término de cada reunião ministerial. Desde 1o de

novembro de 2002, o Brasil e os Estados Unidos assumem a co-presidência das negociações.

O Comitê das Negociações Comerciais (CNC), composto por vice-ministros responsáveis pelo

comércio, é responsável pelo trabalho dos demais comitês, pela estrutura do acordo e pelas

questões institucionais.

Nove grupos de negociações dedicam-se às questões de acesso aos mercados, investimentos,

serviços, mercados públicos, resolução de controvérsias, agricultura, direitos de propriedade

intelectual, subsídios, direitos compensatórios e anti-dumping e da política de concorrência.

Estes grupos são responsáveis pela redação dos textos sobre cada setor.

Por fim, foram criados comitês especiais. Três sobre questões horizontais, ou seja, o Grupo

Consultivo sobre Economias Menores, Comitê de Representantes Governamentais sobre a

Participação da Sociedade Civil e Comitê Conjunto de Especialistas Governamentais e do

Setor Privado em Comércio Eletrônico. Um Comitê Técnico é responsável das questões

institucionais e um grupo de especialistas dedica-se às medidas facilitadoras do comércio.

Segundo o calendário adotado durante as várias Cúpulas das Américas, as negociações

deveriam ser concluídas em janeiro de 2005, para que o acordo esteja vigente no máximo em

dezembro deste mesmo ano. Entretanto, desde a última reunião ministerial, realizada em

Miami em novembro de 2003, parece que as negociações estão bloqueadas. O Comitê de

Negociações Comerciais solicitou mais tempo e adiou as reuniões ministeriais inicialmente

programadas; por isto, a reunião de 2004 no Brasil não aconteceu.

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Page 30: 5a REUNIÃO ANUAL

O último encontro dos co-presidentes do Comitê de Negociações Comerciais (Brasil e Estados

Unidos), foi no fim de março de 2005 em Washington. Os co-presidentes acreditam ainda que

as negociações podem avançar e calculam que o processo de formação da ALCA está no rumo

certo. Estes dois países conjeturam convocar o Comitê de Negociações Comerciais para uma

reunião no fim de abril ou início de maio1.

2. Encontros da Confederação Parlamentar das Américas e da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas

2.1 A Confederação Parlamentar das Américas (COPA)

Como desde sua criação em 1997, um dos objetivos da COPA é promover um diálogo

parlamentar interamericano permanente, várias recomendações decorrentes das reuniões e

assembléias gerais são sobre a ALCA.

A Declaração Final da cidade de Quebec, de 21 de setembro de 1997, estabelece que a COPA

deve apoiar a participação da população nas discussões e consultas antes da tomada de

decisões sobre a criação de uma área de livre comércio continental. Esta Declaração afirma

também que os parlamentares devem promover o direito ao trabalho e de acesso ao emprego,

e que a ALCA deve favorecer as políticas geradoras de empregos estáveis. Deve inclusive

assegurar aos trabalhadores condições adequadas, remuneração eqüitativa, liberdade de

associação e proteção contra o desemprego.

Na reunião extraordinária de abril de 2001, realizada na cidade de Quebec, paralelamente à

Cúpula das Américas, o Comitê Executivo da COPA adotou um plano de ação no qual os

parlamentares se comprometem em informar as populações sobre as problemáticas da ALCA e

realizar consultas públicas. Os parlamentares assumem também o mandato de avaliar os

impactos deste acordo nos habitantes da região e na mulher.

A Comissão Permanente de Trabalho sobre ALCA, Economia, Comércio, Trabalho e Migração

redigiu em novembro de 2002, durante a Assembléia Geral da COPA, em Ixtapan de la Sal,

México, uma recomendação sobre a integração econômica inspirada na ALCA. A COPA 1 Informação disponível no WEBsite oficial da ALCA www.ftaa-alca.org/alca_f.asp e no do Department of

State http://usinfo.state.gov/wh/Archive/2005/Feb/24-313504.html .

6

Page 31: 5a REUNIÃO ANUAL

solicitava, então, que os parlamentares fossem recebidos nas deliberações relacionadas às

negociações da ALCA. Exigiu também a eliminação das subsídios e das medidas

protecionistas e a implantação de medidas compensatórias para atenuar a assimetria entre os

países.

Posteriormente, esta comissão reuniu-se em Quito, em agosto de 2003, para discutir sobre o

papel dos parlamentares diante da ALCA. Após esta reunião, ficou acordado que os

parlamentares implantariam uma estratégia de participação nos fóruns internacionais de

negociações da ALCA e que os resultados seriam divulgados à população. A comissão

recomendou a criação, por parte dos parlamentos, de comissões interparlamentares

representando as diversas regiões das Américas. Foi também solicitado que os parlamentos

incluam a questão da igualdade dos gêneros no processo de negociações da ALCA.

A COPA, quando de sua V Assembléia Geral, em novembro de 2003 em Caracas, Venezuela,

adotou uma recomendação sobre sua implicação no processo de negociações da ALCA.

Neste texto, os parlamentares expressam seu desejo de participar do processo de integração

econômica nas Américas e assegurar uma maior representatividade das diferentes correntes

de opiniões. Eles consideram importante exprimir sua opinião em relação à ALCA e favorecer o

diálogo entre os governos e parlamentos no marco das negociações. Enfim, os parlamentares

solicitam que sejam vinculados ao comitê tripartite das negociações, composto pelo Banco

Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e

pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPALC), e

que seja estabelecido um vínculo oficial entre a COPA e este comitê.

2.2 A Rede de Mulheres Parlamentares das Américas

Na Rede, a reflexão sobre os impactos da ALCA foi iniciada na reunião de seu Comitê

Executivo, realizada na cidade de Quebec em abril de 2001. Na ocasião, foi adotada uma

declaração sobre os impactos da ALCA e da integração continental exercidos na vida da

mulher.

No marco da IV Reunião Anual da Rede, em Caracas, Venezuela, 24 de novembro de 2003, a

Sra. Graciela Rodriguez, coordenadora da Rede Internacional de Gênero e Comércio e diretora

executiva do Instituto Equit do Brasil, animou um painel sobre os impactos da ALCA na mulher.

7

Page 32: 5a REUNIÃO ANUAL

No decorrer desta conferência, a Sra. Rodriguez explicou quais aspectos dos acordos de livre

comércio poderiam lesar a mulher. Na sua opinião, ao observar os resultados dos acordos

comerciais já vigentes, pode-se prever algumas repercussões da ALCA na mulher.

Deste modo, a ALCA pode, através das cláusulas sobre os investimentos, influenciar as

instâncias governamentais e abreviar o poder de legislar dos Estados.As medidas de

privatização ocasionam também uma redução da prestação de serviços públicos, envolvendo

mais particularmente os setores da saúde e da educação. As medidas de privatização

conduzem também a uma diminuição da prestação de serviços públicos afetando mais

particularmente as áreas da saúde e educação. Esta situação agrava então a condição da

mulher no sentido de que é ela quem utiliza mais tais serviços. Como a mulher trabalha, na

maioria das vezes, no setor da economia informal, social ou em microempresas, o acordo de

criação da ALCA deveria, segundo a Sra. Rodriguez, conter disposições particulares de apoio

às micros e médias empresas. Além disto, a restrição do acesso às licenças pré-natal e

maternidade para a flexibilização do trabalho, exerce um impacto nos direitos de reprodução2.

Baseado nesta apresentação, pistas de ação foram propostas pela conferencista com o

objetivo de orientar a ação dos parlamentares. A conferencista relembra que os governos têm o

dever de informar a população sobre os impactos decorrentes da ALCA.

Ela propõe também a ampliação da capacidade técnica e de análise dos grupos de

negociações, a coleta de dados diferenciados por gênero e a colaboração com grupos de

pesquisa, sociedade civil e dos países do G203.

A recomendacão sobre o impacto da ALCA na mulher adotada na ocasião incita os

parlamentares a promover a participação ativa da mulher para que suas preocupações sejam

mais bem consideradas. Também está previsto favorecer o acesso as pesquisas, estudos

críticos e análises realizadas por ONGs e outros centros de pesquisa. Através da Rede, as

participantes assumiram inclusive o compromisso de dar andamentos no sentido de influenciar

o discurso das próximas reuniões ministeriais. Estas integrantes adotaram a missão de exercer

pressão para que os governos relacionem a situação da mulher em suas políticas. A Rede

2 Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, IV Reunião Anual, Caracas, Venezuela, 24 nov. 2003,

Recomendação sobre o impacto da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) na mulher. 3 Idem, Relatório.

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Page 33: 5a REUNIÃO ANUAL

comprometeu-se em assegurar um constante acompanhamento dos impactos da ALCA na

mulher4.

Baseado na iniciativa da Seção de Quebec, a Rede também convidou, em 20 de maio de 2004,

a Sra. Lucie Lamarche, professora da Université du Québec à Montréal5 (UQAM), para dar na

Assembléia Nacional de Quebec uma conferência sobre o processo de integração das

Américas. Esta conferência tinha como objetivo levantar elementos de reflexão sobre a

contribuição democrática e a responsabilidade dos parlamentares, homens e mulheres,

quebequenses. A docente lembra que Quebec é uma província que privilegia os direitos da

mulher e que um acordo de livre comércio não pode vir destruir tal privilégio, impondo a

privatização de serviços públicos ou restringindo a ação do Estado. A Sra. Lamarche

recomendou, então, que as mulheres participem das negociações dos acordos comerciais e

que sejam consultadas para a redação dos anexos e das exceções. Alem do mais,

recomendou que a Assembléia Nacional de Quebec exija dos ministros uma prova de avaliação

dos acordos comerciais analisados com enfoque no gênero6.

3. Posicionamento dos parlamentos e governos em relação à ALCA e seu impacto na mulher

Embora nem todos os parlamentos tenham se pronunciado sobre a questão do impacto da

ALCA em seus países e, particularmente na mulher, alguns parlamentos e governos tentaram

avaliar a ALCA, suas vantagens e seus inconvenientes e também a maneira com que este

acordo afetaria os cidadãos. Alguns governos organizaram inclusive seminários em

colaboração com a sociedade civil para informar a população e fazê-la participar dos debates.

Na maioria dos países, os governos trabalham em colaboração com os parlamentos,

informando-os sobre os acompanhamentos das negociações ou ainda criando grupos de

trabalho envolvendo parlamentares. As organizações interparlamentares e os parlamentos

regionais também discutiram atentamente a questão. Além disto, encontros interparlamentares

congregando diferentes países da região debateram sobre a ALCA.

4 Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, op. cit. 5 N.d.t. : Universidade de Quebec em Montreal. 6 Lucie Lamarche, Le processus de l’intégration économique des Amériques se décline-t-il au féminin? Quelques

réflexions sur l’apport démocratique et la responsabilité des Parlementaires québécois et québécoises, Apresentação feita à Assembléia Nacional de Quebec a convite da Seção de Quebec da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, Quebec, 20 mai 2004, 15p.

9

Page 34: 5a REUNIÃO ANUAL

3.1 Os parlamentos e os governos

Considerando-se a falta de recursos, apresentamos a seguir o posicionamento dos

parlamentos e governos de quem tais informações foram disponibilizadas.

No Canadá, como o comércio interprovincial é da responsabilidade do parlamento federal, este

parlamento deve ser informado e consultado pelo governo sobre as negociações da ALCA.

Deste modo, o Comitê Permanente sobre Assuntos Exteriores e Comércio Internacional fez

três relatórios, de 1999 a 2002, contendo recomendações sobre a ALCA e o comércio com os

países das Américas. Segundo estes relatórios, a Câmara dos Comuns seria favorável a uma

área de livre comércio, embora identifique alguns pontos que têm de ser ponderados pelo

governo do Canadá. O parlamento recomenda que o governo federal considere os países com

menores condições das Américas, concedendo-lhes recursos financeiros para melhor

negociarem a ALCA e tirarem bom proveito do mesmo. O parlamento incita o governo a dar

assistência técnica para a elaboração de programas nacionais, possibilitando-lhes uma melhor

adaptação ao livre comércio, assim como prazos de implantação mais flexíveis. Por fim, o

Comitê solicita ao governo que não inclua na ALCA disposições sobre o regulamento de

controvérsias entre investidores e Estados, como as existentes no Acordo de Livre Comércio

da América do Norte (NAFTA).

Alguns partidos representados na Câmara dos Comuns manifestaram sua dissidência. Deste

modo, o Nouveau Parti Démocratique (NPD)7, que se opõe aos acordos até então assinados

pelo Canadá com os Estados Unidos e outros países, não apóiam os relatórios apresentados

pelo parlamento. O Bloc québécois8 diz que ser a favor de uma ALCA contanto que o lugar de

Quebec seja levado em consideração, que a transparência seja comprovada, que o mesmo

acesso seja possibilitado a todos os países e que a globalização tenha um aspecto humano9.

7 N.d.t. : Novo Partido Democrático. 8 N.d.t. : Bloco Quebequense. 9 Comitê Permanente dos Assuntos Estrangeiros e do Comércio Internacional, A Área de Livre Comércio das

Américas: Pour un accord qui sert les intérêts des canadiens, out. 1999, Équilibre, Transparence e Engagement après le Sommet de Québec, jun. 2001 e Renforcer les liens économiques du Canada avec les Américas, jun. 2002.

10

Page 35: 5a REUNIÃO ANUAL

A Condition féminine Canada10 (CFC), órgão federal para promoção da equidade entre

gêneros, dirigiu em 2000 três estudos para analisar o impacto dos acordos comerciais

internacionais na mulher e no homem11.

O primeiro relatório é sobre as problemáticas da liberalização do comércio para a mulher. O

comércio internacional então influencia a mulher em vários setores, particularmente na saúde e

educação. De fato, estes são setores em que as mulheres são a maioria em termos de

empregos, ficando assim mais vulneráveis à liberalização dos serviços, embora o governo do

Canadá afirme que estes setores não serão envolvidos.

Um destes estudos revela os mecanismos de consulta do governo canadense junto à

população, e particularmente à mulher, e o modo como as considerações relacionadas à

igualdade entre gêneros podem ser integradas às políticas comerciais. Este relatório destaca

que os recursos de consulta organizados pelo governo consideram raramente a mulher e a

questão da igualdade entre gêneros nos acordos comerciais e revela também como estes

acordos beneficiam mais os setores industriais e do mundo dos negócios.

Além do mais, apesar de existir no Canadá órgãos do governo responsáveis pela condição

feminina, estes não estão integrados no processo de negociações dos acordos comerciais. É

por isso que os grupos de mulheres no Canadá e em outros países das Américas decidiram

exercer pressão diante dos governos para influenciar suas decisões no processo de

negociação. O documento da CFC salienta a iniciativa do Fórum de Mulheres, criado no marco

do Fórum da Sociedade Civil das Américas, e da apresentação feita, em 1999, ao ministro do

Comércio Internacional do Canadá das recomendações para que a mulher seja considerada no

processo da ALCA. Este documento denuncia também o mecanismo de consulta da sociedade

civil, que filtraria todas as contribuições que não tratem exclusivamente de comércio ou aquelas

consideradas não construtivas.

Por fim, o relatório parabeniza a iniciativa do Canadá, tomada no marco do processo de

negociações da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC). Na realidade, em 1997,

o governo do Canadá montou um subcomitê, composto da CFC e do ministère des Affaires 10 N.d.t. : Condição Feminina Canadá. 11 Les Canadiennes et le commerce : Survol des principaux enjeux (ago. 2000), Politique internationale en matière de

commerce : Une introduction (mar. 2000) e Commerce international : Intégration des considérations liées à l’égalité entre les sexes da ns le processus d’élaboration des politiques. Initiatives et leçons (dez. 2000) disponíveis no site : http://www.cfc-swc.gc.ca/pubs/pubssubject_f.html

11

Page 36: 5a REUNIÃO ANUAL

étrangères e du commerce international12 (MAECI), que tratou das questões dos vínculos

sociais entre gêneros na APEC. Este relatório recomenda que as experiências da APEC sirvam

de inspiração, integrando as críticas do que é feito em outros acordos comercias, com o

propósito de fortalecer a transparência e o processo democrático das negociações comerciais.

No Quebec, a Comissão das Instituições da Assembléia Nacional apresentou, em dezembro

de 2000, após consulta pública, um relatório sobre os efeitos políticos e sócio-econômicos da

ALCA em Quebec. Neste relatório, a comissão recomenda aos governos determinadas ações,

a saber: o Poder Executivo deve favorecer a transparência nas negociações e informar a

população sobre o avanço das tramitações; além disto, os parlamentares devem ser

consultados e devem poder se manifestar sobre a questão. Esta comissão propõe a criação de

um fórum parlamentar na Cúpula das Américas, como o existente na União Européia e no

MERCOSUL e, por fim, solicita ao governo de Quebec que ratifique três convenções da

Organização Internacional do Trabalho (OIT), e ao governo do Canadá que faça com que

outros governos incluam normas ambientais em suas legislações13.

O Conselho de Estatuto da Mulher, órgão do governo que cuida para que os direitos da mulher

sejam respeitados em Quebec, examinou com interesse a questão e redigiu um relatório em

resposta à Comissão das Instituições da Assembléia Nacional de Quebec. Neste contexto, o

Conselho aponta que o desenvolvimento social nem sempre é acompanhado de crescimento

econômico; que é o objetivo dos acordos de livre comércio. Além do mais, Quebec e Canadá

correm o risco de ver a presença do Estado, tradicionalmente forte, atenuada. As

quebequenses são, então, afetadas pela liberalização do comércio no sentido de que este

processo ocasiona uma redução dos serviços públicos, inclusive serviços de saúde e

educação, o que levaria as mulheres a ficarem em suas casas para se encarregar dos doentes

e aumentaria a carga de trabalho não remunerado das mesmas. O Conselho está convencido

de que “as mulheres precisam do Estado para chegarem à igualdade”. O Conselho deplora

também a ausência de mulheres em setores chaves das negociações da ALCA, ou seja, no

comércio e na economia. Em seu relatório, o Conselho recomenda aos governos de Quebec e

do Canadá que assegurem que as cláusulas sobre os direitos humanos sejam exclusas da

ALCA, além dos objetivos sociais e igualitários. Recomenda inclusive que seja mantida a

exclusão da cláusula de liberalização dos serviços de saúde e educação. O Conselho exorta 12 N.d.t. : Ministério dos Assuntos Exteriores e do Comércio Internacional. 13 Comissão das Instituições da Assembléia Nacional de Quebec, Quebec e a Área de Livre Comércio das Américas:

Efeitos políticos e sócio-econômicos, dez. 2000.

12

Page 37: 5a REUNIÃO ANUAL

também o governo de Quebec a ratificar três convenções da Organização Internacional do

Trabalho (OIT) e, por fim, solicita que seja criado um verdadeiro fórum que possibilite a

participação da sociedade civil, dispondo dos mesmos meios que o fórum voltado para o

mundo dos negócios14.

Nos Estados Unidos, o governo lançou em votação no Senado e na Câmara dos

Representantes, em agosto de 2002, um acordo que lhes possibilitava assinar e implantar

rapidamente os acordos de livre comércio. Este acordo, conhecido por “Fast Track” ou “Trade

Promotion Authority” estabelece que o Congresso não tem mais a autoridade de fazer emendas

aos acordos de livre comércio, embora possa apenas aprová-los ou rejeitá-los15. O governo

pode então ter a certeza de que um acordo negociado com tais condições não será modificado

pelo parlamento. Entretanto, o Senado ainda pode verificar se um acordo de livre comércio

assinado respeita as leis de antidumping dos Estados Unidos.

No caso do México, a Sra. Saldaña Pérez, senador da República apresentou-nos um relatório

que demonstra como os poderes executivo e legislativo assumem um posicionamento diferente

em relação aos impactos da ALCA na população. O governo mexicano é a favor da ALCA,

embora esteja consciente que o setor agrícola é o mais frágil e que a mulher não é afetada da

mesma maneira que o homem. O parlamento mexicano tem pontos de vista diferentes sobre

este assunto. A opinião dos parlamentares foi avançada nas assembléias interparlamentares,

pois os parlamentares apresentaram relatórios ao Senado e à Câmara de Deputados.

Entretanto, a Câmara de Deputados submeteu ao governo federal uma resolução sobre os

direitos dos agricultores. O poder legislativo recomenda que sejam implantadas estruturas para

que a mulher discuta sobre os acordos comerciais e que especialistas de questões femininas

sejam inclusos nas negociações. O legislativo também exorta a criação de um programa

nacional que permita que a mulher tenha acesso ao emprego e à formação tecnológica16.

Em 2003, a Venezuela propôs um acordo alternativo ao da ALCA, intitulado Alternativa

Bolivariana para as Américas (ALBA). Este projeto visa a luta contra a pobreza e a exclusao

14 Parecer do Conseil du statut de la femme, Les Québécoises, la mondialisation et la Zone de livre-échange des

Amériques : une première réflexion, Québec, abr. 2001. 15 U.S. Department of State, Trade Promotion Authority, Fact Sheet, Bureau of Oceans and International

Environmental and Scientific Affairs, Washington, DC, 23 ago. 2002, www.state.gov/g/oes/rls/fs/2002/12953.htm 16 Formulário de coleta de informações para a redação de um relatório sobre a mulher e a ALCA feito por Fatima

Houda-Pepin, deputada da Assembléia Nacional de Quebec e relatora da temática « Mulheres e ALCA », que deveria ser apresentado na Reunião Anual da Rede em maio de 2005. Posicionamento os parlamentares e/ou governos das Américas, Lucero Saldaña Pérez, Senadora da República do México.

13

Page 38: 5a REUNIÃO ANUAL

social proporcionando serviços de qualidade como contrapeso à eliminação do Estado. Trata-

se de uma alternativa que visa favorecer a integração latino-americana. Para tanto, está

prevista a criação de fundos compensatórios para a convergência estrutural a fim de financiar

os investimentos das infraestruturas e dos serviços. A ALBA também outorgaria aos Estados o

direito de implantar programas voltados aos setores produtivos, sendo que isto possibilitaria

atenuar as desigualdades17. O governo insiste também no fato que prefere fortalecer a

integração regional antes de dar prosseguimento às negociações para a ALCA. O parlamento

da Venezuela parece não ter se pronunciado sobre a questão da ALBA, embora na sessão

especial de 14 de janeiro de 2005, o presidente da República tenha anunciado, em seu

discurso anual estabelecido pela constituição, suas intenções em relação ao ALBA18. Além

disto, após a reunião da COPA na cidade de Quebec em 2001, a deputada Benita Araujo de

Chacon solicitou que fosse analisada pelo Parlamento a integração da Venezuela na ALCA.

Em Cuba, o parlamento afirma que apóia a Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA).

Esta afirmação consente também a assinatura de uma declaração conjunta entre a Venezuela

e Cuba sobre a implantação deste acordo. Segundo a Assembléia Nacional do Poder Popular

de Cuba, é preciso que os países da América Latina rejeitem a ALCA, que será uma ameaça

de colonização da região pelos Estados Unidos19.

A Câmara dos Deputados do Brasil, organizou de 23 a 24 de outubro de 2001, em colaboracao

com o Ministério das Relações Exteriores, um seminário sobre o Brasil e a ALCA. Esta

conferência analisou o lugar do Brasil no mundo, considerando os diversos acordos de livre

comércio, como o MERCOSUL, a ALCA, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a União

Européia. Argumentos a favor e contra a ALCA foram destacados, embora a maioria dos

participantes concorde que a ALCA deva satisfazer os interesses do Brasil, que quer aquecer

sua economia com o resto do mundo, além de suas exportações. Conseqüentemente, o

governo do Brasil negocia uma ALCA que favorecerá o acesso a mercados mais dinâmicos,

que atenuará as barreiras não tarifárias e que eliminará o protecionismo. Além disto, a

proteção da propriedade intelectual possibilitará a incrementação da capacidade tecnológica

dos países20.

17 Por quê o ALBA, Antonio Morrillo, Radio Nacional de Venezuela, 16 fev. 2005,

www.rnv.gov.ve/noticias/index.php?act=ST&f=15&t=13735 18 http://www.asambleanacional.gov.ve/ns2/diarios.asp?id=528 19 http://www.rnv.gov.ve/noticias/index.php?act=ST&f=15&t=13735 20 Seminário Brasil e ALCA, Câmara dos Deputados, Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais

(IPRI)/FUNAG, Brasília, 2002.

14

Page 39: 5a REUNIÃO ANUAL

No Paraguai, o Ministério das Relações Exteriores organizou, em 17 de julho de 2003, uma

conferência-debate sobre a ALCA e seus impactos sócio-econômicos no Paraguai e também

um seminário sobre desafios e perspectivas do MERCOSUL e da ALCA para o Paraguai21. Os

participantes afirmaram, então, serem mais favoráveis ao MERCOSUL do que à ALCA,

denunciando as condições impostas pelos Estados Unidos nas negociações deste tratado22.

3.2 As organizações interparlamentares e os parlamentos regionais

As organizações interparlamentares e os parlamentos regionais também expressaram suas

opiniões sobre a ALCA, quer através de seminários quer declarações.

O Parlamento Andino organizou um seminário regional sobre as negociações da ALCA, 10 e

11 de dezembro de 2002 em Lima, Peru. Após este encontro, foi adotada uma declaração

sobre o posicionamento do Parlamento Andino em relação à ALCA. Este parlamento considera

ser preciso consolidar a comunidade andina e favorecer a criação de acordos como o da

Comunidade Andina das Nações (CAN-MERCOSUL), e acha que precisa haver um maior

número de debates nas organizações com a participação da sociedade e dos parlamentares.

Esta declaração enfatiza também a necessidade de transparência nas negociações. O

parlamento recorda a fragilidade ambiental da floresta amazônica e a importância que um

acordo, como a ALCA, leve a floresta em consideração. Na opinião dos parlamentares da

região andina, a ALCA é possível apenas se os países desenvolvidos modificarem suas

políticas de patentes, propriedade intelectual e subsídios agrícolas. Por fim, a ALCA deveria

poder atenuar o nível de pobreza, criar empregos e melhorar a qualidade de vida dos

habitantes da região23.

O Parlamento Latino-Americano (PARLATINO) discutir sobre ALCA durante um seminário

profissional de cerimonial, protocolo e eventos na América Latina, de 19 a 20 de maio de 2004.

A conferência de abertura deste seminário intitulava-se “A ALCA: problema ou solução para a

América Latina”. O deputado Ney Lopes, presidente do PARLATINO, concluiu na ocasião que

o impacto da ALCA nos países da América Latina dependerá de cada país e da maneira como

tais negociações serão dirigidas. Relembra que tais negociações devem recorrer ao auxílio 21 www.ftaa-alca.org/SPCOMM/SOC/cs24r1_e.asp22 www.argenpress.info/notas.asp?num=006557 23 O Parlamento Andino diante da Área de Livre Comércio das Américas, Seminário/Painel Regional sobre as

negociações da ALCA, Lima, 10 e 11 de dezembro de 2002, www.parlamentoandino.org .

15

Page 40: 5a REUNIÃO ANUAL

dos parlamentares. Além disto, o acordo sempre exercerá impactos socioculturais, ambientais,

políticos e econômicos. O essencial é fazer com que tais impactos sejam positivos24.

O Parlamento Indígena das Américas opõe-se à criação da ALCA, pois segundo esta

entidade os países da América Latina não têm todos o mesmo nível de avanço econômico ou

tecnológico que os países desenvolvidos. É por isto que os países da América Latina não se

sentem preparados para negociar um acordo de livre comércio com os demais25.

3.3 Reuniões interparlementares

As várias reuniões interparlamentares possibilitaram aos parlamentos se pronunciarem sobre a

criação da ALCA.

Em Quito, Equador, houve uma reunião continental parlamentar sobre a ALCA e o papel dos parlamentares da região, de 29 a 30 de outubro de 2002, na qual compareceram

parlamentares da Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Nicarágua, Peru, Quebec,

El Salvador, Uruguai e Venezuela.

A declaração final adotada em decorrência desta reunião enfatiza o papel de legislador

exercido pelos parlamentares. Este documento denuncia também o mecanismo das

negociações que descarta parlamentares. Os signatários recordam inclusive que é o

parlamento que deve estudar os acordos de livre comércio susceptíveis de exercerem um

impacto nos trabalhadores e na produção agrícola. Foram denunciadas as reformas

econômicas e privatizações que afetam a sociedade (em termos de serviços essenciais) e

também o sistema de propriedade intelectual a ser integrado na ALCA que serviria os

interesses apenas dos Estados Unidos. Ainda baseado nesta declaração, o objetivo da ALCA

é fortalecer a hegemonia dos Estados Unidos. Os parlamentares presentes nesta reunião

lançam um convite para que sejam criadas comissões especiais da ALCA. Os parlamentos

também devem avaliar os resultados de outros acordos já implantados. Os signatários propõem

que os documentos de trabalho utilizados nas negociações da ALCA sejam colocados à

disposição de todos para que o caráter secreto das negociações seja eliminado. Por fim, os

24 www.parlatino.org/printWindow.php?tbl=&id=820&lg=es 25 www.parlamentoindigenadeamerica.org

16

Page 41: 5a REUNIÃO ANUAL

parlamentares recomendam a rejeição da ALCA e o fortalecimento dos acordos regionais já

existentes26.

O primeiro Fórum Parlamentar das Américas, organizado no marco do Fórum Social das

Américas, realizado também em Quito, Equador, de 27 a 28 de julho de 2004, contou com a

presença de participantes da Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guatemala,

México, El Salvador e Venezuela.

Este fórum abordou essencialmente problemas da região, entre eles, a ALCA. Os

parlamentares participantes denunciaram as políticas neoliberais vigentes em seus próprios

países, que exerceriam impactos negativos particularmente na mulher. Os participantes

destacaram que os acordos de livre comércio foram negociados sem que os parlamentares

fossem consultados. Na opinião dos signatários, tais acordos têm efeitos negativos sobre a

soberania dos países e deterioram a situação dos trabalhadores reforçando as desigualdades.

Na ocasião, foi manifestado também um apoio aos parlamentares mexicanos em relação a uma

renegociação do NAFTA, foi apresentada uma demanda aos parlamentares das Américas para

que os mesmos não ratifiquem o tratado de livre comércio assinado pelos seus governos e os

Estados Unidos. Esta declaração insiste inclusive na prioridade dos parlamentares em relação

aos acordos regionais entre os países da América Latina e o Caribe. Os parlamentares

presentes neste fórum manifestaram-se contra a ALCA, o Acordo de Livre Comércio Estados

Unidos-América Central (CAFTA) e outros acordos, apoiando os movimentos contra os acordos

de livre comércio. A declaração sugere um trabalho conjunto com os grupos sociais e as

mulheres, e garante seu apoio ao movimento da “Marcha Mundial das Mulheres” 27.

Por fim, a Reunião de Parlamentares Andinos, ocorrida em 15 de maio de 2003 em Quito,

tratou do impacto dos tratados internacionais no meio ambiente. A declaração, assinada pelo

deputado equatoriano Ricardo Ulcuango e pelo senador colombiano Jorge Robledo, estabelece

que os parlamentares presentes neste evento são contra a ALCA. Estes parlamentares

destacam a importância de se desenvolver mercados internos e privilegiar acordos entre os

países da América Latina. Na opinião deles, as políticas de desenvolvimento não consideram

os direitos dos indígenas. Recomendam também que as políticas de desenvolvimento

26 Encontro Continental Parlamentar sobre a ALCA e o Papel dos Parlamentos da Região, Declaração de Quito,

www.ctera.org.ar/Web/alca/rtf/quito_parlamentarios.rtf , 29 y 30 de octubre de 2002. 27 Declaração do Primeiro Fórum Parlamentar das Américas, Quito, 27 e 28 de julho de 2004.

17

Page 42: 5a REUNIÃO ANUAL

econômico protetoras do meio ambiente sejam favorecidas, e além do mais, convidam os

parlamentares da região a apoiarem a resistência das sociedades em relação à ALCA28.

3.4 Atividades informativas

Outros países das Américas também organizaram atividades informativas com a sociedade

civil. O comitê de representantes governamentais sobre a participação da sociedade civil divulgou seu WEBsite as diversas ações dos governos29:

Na República Dominicana, o Ministério das Relações Exteriores fez seminários e

conferências com o objetivo de estabelecer uma aceitação global em relação às

vantagens e aos inconvenientes da ALCA. Além do mais, o governo priorizou a

transparência nas negociações, pois é preciso haver consenso nos diferentes

partidos políticos para que, então, o Congresso de tais países aprove o acordo.

Os chefes de governos membros da Comunidade do Caribe (CARICOM) organizaram uma conferência, em julho de 2002, para a qual convidaram a sociedade

civil a participar dos diversos processos de integração assumidos pela região. No

marco desta conferência, três grupos de trabalho trataram do desenvolvimento

igualitário dos recursos humanos (principalmente da questão da mulher, da

juventude, dos deficientes, das migrações e das diásporas), do mercado único do

Caribe e do investimento em capital e também da governança.

Na Costa Rica, foi estabelecido um diálogo entre o governo e a Assembléia

Legislativa a fim de que os parlamentares fiquem bem informados da evolução das

negociações. O objetivo destas consultas é definir a opinião da sociedade civil sobre

a ALCA e também determinar o posicionamento do país a respeito.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina estabeleceu, em dezembro de

2000, um grupo de trabalho com o parlamento. Este grupo é composto por

28 Encontro de parlamentares andinos sobre o impacto dos tratados internacionais (ALCA, OMC, TLCAN) no meio

ambiente, Declaração Quito, 15 de maio de 2003, www.accionecologica.org . 29 FTAA – Committee of government representatives on the participation of civil society, Best Practices and

illustrative examples of consultations with civil society at the national/regional level, www.ftaa-alca.org/SPCOMM/SOC/cs24r1_e.asp .

18

Page 43: 5a REUNIÃO ANUAL

legisladores que já atuam em comitês parlamentares de assuntos estrangeiros,

comércio, indústria, agricultura, MERCOSUL, integração e negociações comerciais.

Além do mais, o centro de economia industrial do governo analisou os impactos deste

acordo.

O governo do Chile implantou um conselho ministerial que inclui parlamentares e que

leva em consideração os diversos pontos de vista vinculados às negociações da

ALCA. Estas consultas são feitas para que as leis e a Constituição sejam cumpridas.

O governo organizou também seminários no país todo para informar a sociedade civil

sobre o mecanismo de funcionamento da ALCA.

O Ministério do Comércio Exterior da Colômbia, em colaboração com a Associação

Latino-Americana de Integração (ALADI), organizou em 23 de maio de 2002 um

seminário sobre os efeitos da ALCA na economia colombiana.

O governo do Equador publicou um documento sobre as estratégias do país em

relação à ALCA para suscitar um debate na população. Organizou também vários

seminários e fóruns sobre a questão da ALCA nas cidades de Quito e Guayaquil.

O governo do Peru criou um comitê ALCA/Peru que divulga informações sobre as

negociações da ALCA no Congresso peruano. O governo instituiu também um grupo

de trabalho para questões ambientais, composto de representantes de vários

ministérios e da sociedade civil. De julho a outubro de 2002, este grupo organizou

painéis sobre as perspectivas das negociações da ALCA vinculadas ao meio

ambiente. Outros assuntos também foram tratados durante estes painéis, a saber,

propriedade intelectual, investimentos, agricultura e salário diferenciado. Além disto,

por iniciativa do Ministério do Comércio Exterior, foi criado um outro grupo de trabalho

e de turismo para tratar do comércio e do direito trabalhista.

Conclusão

Conforme especificado na minha introdução, apresentei-lhes um relatório preliminar que retrata

o posicionamento dos diversos parlamentos e governos sobre os impactos da ALCA na mulher.

19

Page 44: 5a REUNIÃO ANUAL

Em relação aos países abordados individualmente, o posicionamento dos parlamentos é

diverso, além da existência de certas divergências em um mesmo parlamento. Entretanto,

todos os parlamentares solicitam uma maior transparência nas negociações e consideram

também que os membros do poder legislativo não são suficientemente presentes em tais

tramitações.

Na realidade, embora seminários tenham sido organizados para informar a população sobre o

funcionamento da ALCA, este tipo de ação não é concretizado em todos os países

participantes das negociações; e a impressão que as negociações continuam sendo feitas em

segredo ainda faz-se presente.

Por fim, quando se trata de encontros interparlamentares, o posicionamento é diferente. Os

parlamentos presentes em tais encontros pronunciaram-se, de fato, contra a ALCA.

Aliás, com exceção da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, pouquíssimos

parlamentos ou organizações parlamentares abordaram esta problemática em suas

discussões. Apesar da recomendação adotada em Caracas para a realização de um

acompanhamento constante dos impactos da ALCA na mulher, fica dificílimo encontrar

documentos sobre o assunto nos próprios parlamentos. Os governos também não fizeram

relatórios sobre a situação da mulher.

É preciso então continuar concentrando esforços nas questões da mulher nas próximas

reuniões. Além disto, já que nenhuma outra reunião ministerial está prevista por enquanto, os

parlamentos devem se preparar para a próxima Cúpula das Américas, quando um aspecto das

discussões será sobre as negociações da ALCA. Como o tema da IV Cúpula das Américas

será “Criar empregos para enfrentar a pobreza e fortalecer a governabilidade democrática”, é

importante assegurar que a mulher seja considerada nestas discussões.

Ao concluir, insistimos em que, os parlamentos que ainda não o fizeram, assumam um

posicionamento sobre a questão da ALCA e que todos os parlamentos das Américas

examinem atentamente o impacto deste acordo na mulher. Terei de contar com a colaboração

de todos os parlamentos membros da COPA para que nos enviem as informações solicitadas

no questionário; informações sobre as quais nos basearemos para estabelecer o estado real da

20

Page 45: 5a REUNIÃO ANUAL

situação. Assim, poderemos melhor definir as prioridades das ações futuras da Rede,

determinar o papel que os parlamentares devem exercer no processo de negociações da ALCA

e assumir um posicionamento institucional como Rede de Mulheres Parlamentares das

Américas em relação a esta importante problemática.

21

Page 46: 5a REUNIÃO ANUAL

ÚLTIMOS AVANÇOS EM MATÉRIA DE CONDIÇÃO FEMININA EM QUEBEC E NO CANADA

1. Referente à representação política Em Quebec Desde as eleições de 14 de abril de 2003, a Assembléia Nacional de Quebec conta com 40 mulheres deputadas, representando 32% de seus membros (125 deputados). Segundo uma classificação feita pela União Interparlamentar (UIP), Quebec estaria em 14o lugar dentre os países que mais elegeram mulheres. Cabe citar que Quebec é um dos poucos lugares no mundo que conseguiu eleger tal proporção de mulheres sem o modo de escrutínio proporcional e sem medidas particulares favorecendo a eleição das mesmas. No gabinete do primeiro-ministro de Quebec, Jean Charest, dos 27 cargos de ministros 10 são ocupados por mulheres, ou seja, 37% do conselho de ministros. Além do mais, deve-se destacar que a presença da mulher na Assembléia Nacional de Quebec e no governo tem aumentado constantemente a cada eleição em Quebec. No nível municipal, entretanto, apenas 10% dos cargos de prefeito eram ocupados por mulheres e 24% dos cargos de vereador eram exercidos por mulheres em 2004. Para facilitar o acesso da mulher aos cargos de chefia em nível local e regional, o governo de Quebec prorrogou, para o ano 20040-2005, o programa À égalité pour décider1 que visa ampliar a presença feminina nas instâncias locais e regionais. Além do mais, observa-se que no alto escalão do funcionalismo público quebequense, a proporção de mulheres em cargos de subministras ou de subministras adjuntas passou de 11,8% para 25% entre 1994 e 2003. Neste mesmo período, a proporção de órgãos públicos chefiados por mulheres cresceu mais de quatro vezes, passando de 5,6% para 23,5%2. No Canadá As eleições federais de 28 de junho de 2004 não possibilitaram uma maior presença feminina na Câmara dos Comuns em Ottawa. Em números absolutos, o número de mulheres passou de 62 para 65, embora a proporção continue a mesma, ou seja, 21%, já que 7 novas circunscrições houve foram acrescentadas, totalizando 308 cadeiras. Segundo uma compilação feita pela União Interparlamentar (UIP), o Canadá estaria então no 33o lugar dentre os países (parlamentos nacionais) com o maior número de mulheres eleitas (dados atualizados em 30 de junho de 2004) 3. Em relação ao número de candidaturas femininas, observa-se então uma ligeira melhoria em relação às eleições anteriores, que passaram de 20,7 % para 23 %. No Poder Executivo, o gabinete do primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin, tem 9 mulheres dentre os 39 componentes, representando menos de um quarto (23%) das pastas existentes. Trata-se de um retrocesso em relação à composição ao gabinete do primeiro mandato de Paul Martin que tinha 11 mulheres ministras. 1 N.D.T. : EM IGUALDADE PARA DECIDIR. 2 CONSELHO DO ESTATUTO DA MULHER, De l’égalité de droits à l’égalité de fait : repenser les stratégies et élargir

la perspective [Da igualdade de direitos à igualdade de fato: repensar as estratégias e ampliar a perspectiva], Parecer apresentado pela ministra das Relações com os Cidadãos e da Imigração, maio de 2004, p.14.

3 Para ter acesso à classificação completa da UIP visite o website http://www.ipu.org/wmn- f/classif.htm

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2. Recentes ações governamentais Em Quebec O governo de Quebec trabalha atualmente na definição de uma nova política em matéria de condição feminina. O Conselho do Estatuto da Mulher, órgão do governo de consulta que comemorou seus 30 anos em 2003, emitiu um parecer 4 sobre as orientações e as prioridades que o governo deveria adotar para alcançar uma igualdade de fato entre homens e mulheres. De alguns meses para cá, a comissão parlamentar dos assuntos sociais tem efetuado uma consulta geral para possibilitar que os diversos atuantes interessados nesta questão expressem suas opiniões sobre o conteúdo do dito parecer. Este processo de consulta enriqueceria, então, a reflexão do governo para a redação de sua nova política. O governo de Quebec atua também para a elaboração de uma política sobre a conciliação trabalho-família, uma problemática importantíssima para a mulher quebequense. O ministro do Trabalho, da Solidariedade Social e da Família publicou, em junho de 2004, um documento de consulta intitulado Vers une politique gouvernementale sur la conciliation travail-famille5. No marco de sua política governamental, o governo de Quebec aprimorou também o regime de licenças parentais para que corresponda mais adequadamente às necessidades e realidades das famílias quebequenses após a implantação de um acordo com o governo federal. No Canadá Desde janeiro de 2004, uma pensão de compaixão pode ser obtida durante seis semanas para os(as) trabalhadores(as) canadenses que se ausentem temporariamente do trabalho para prestar auxílio ou apoio aos seus filhos, pais ou cônjuges seriamente doentes. Esta medida é particularmente interessante para a mulher, pois é ela, mais do que o homem, que toma conta dos parentes próximos quando doentes. Um grupo de trabalho, criado em 2001 para estudar as eventuais melhorias das medidas de equidade salarial no nível federal, entregou seu relatório no segundo trimestre de 2004. Observa-se que o governo federal e os governos da maioria das províncias e territórios adotaram leis ou políticas em matéria de equidade salarial. Em Quebec, a Lei sobre a Equidade Salarial adotada em 1996 aplica-se tanto no setor público como no privado (empresas acima de 10 funcionários).

4 Parecer disponível em versão eletrônica.

http://www.assnat.qc.ca/fra/37legislature1/commissions/cas/egalite/avis.pdf 5 N.d.t.: Rumo a uma política governamental sobre a conciliação trabalho-família.

Documento disponível em versão eletrônica: http://www.mfe.gouv.qc.ca/famille/conciliation_travail_famille/consultation/document/index.asp

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REDE DE MULHERES PARLAMENTARES DAS AMÉRICAS

TEXTO DE REFLEXÃO

Caracas, Venezuela 24 de novembro de 2003

IMPACTOS DA MIGRAÇÃO NA MULHER

NO CONTEXTO DE INTEGRAÇÃO CONTINENTAL 1. Problemática O impacto da integração continental sobre o fenômeno da migração tem sido recentemente considerado pela pesquisa. A globalização e a liberalização dos intercâmbios acabam evidentemente gerando uma pressão para a facilitação da mobilidade dos trabalhadores do Sul para o Norte que se sentem seduzidos pelas possibilidades de emprego e salário dos países industrializados. O aumento da migração interna nos países em desenvolvimento pode também estar vinculado à globalização, pois a criação de zonas francas e a implantação de novas indústrias, favorecidas pela liberalização das normas vinculadas aos investimentos, exercem um grande poder atrativo nos habitantes de regiões rurais1. A problemática dos efeitos da migração exercidos na mulher no contexto de integração econômica parece ter sido pouco estudado pelos pesquisadores2. Entretanto, 72 % dos trabalhadores migrantes do mundo são mulheres3. Nas Américas, a Relatoria Especial da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias afirma em seu relatório de abril de 2001, que a mulher representa 47,5 % dos migrantes do continente4. O serviço doméstico e a indústria manufatureira são os

1 Peter Stalker, Workers Without Frontiers. The Impact of Globalization on International Migration, International Labour Office, Genève, 2000, p. 72; Alan B. Simmons, “Mondialisation et migrations internationales: tendances, interrogations et modèles théoriques”, Cahiers québécois de démographie, vol. 31, no 1 (2o trim. 2002), p. 7-33; Zoraida Portillo, “Migration of Women is a Survival Strategy”. Third World Network, [www.twnside.org.sg/title/survival-cn.htm], (Busca, 4 ago. 2003).

2 Maria Thorin, The Gender Dimension of Globalisation: A Review of the Literature with a Focus on Latin America and the Caribbean. ECLAC, Chile, dez. 2001, p. 40.

3 Women and the Economy-UN Platform for Action Committee, “Globalization and Migration”, Women and globalisation, 2003, [www.unpac.ca/economy/g_migration.html], (Busca, 18 jul. 2003).

4 Inter-American Commission on Human Rights, Second Progress Report of the Special Rapporteurship on Migrant Workers and their Families in the Hemisphere, 16 abr. 2001, [http://www.cidh.oas.org/annualrep/ 2000eng/chap.6.htm], (Busca, 28 ago. 2003).

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principais setores de emprego para a trabalhadora migrante. A mulher migrante é também a principal vítima do tráfico humano que acaba conduzindo-a essencialmente à prostituição5.

1.1. Principais características do fenômeno migratório nas Américas Existem três tipos de migração, ou seja, a migração forçada, a migração trabalhadora e a migração familial. A migração forçada é ocasionada por conflitos armados que obrigam as populações fugirem da violência que aflige sua região. A migração trabalhadora, ou seja, nosso principal ponto de interesse, é praticamente de natureza econômica e decorre da vontade dos indivíduos de melhorar suas possibilidades de emprego e condições de vida. A migração familial é, por assim dizer, a contrapartida da migração trabalhadora e da migração forçada, pois é provocada pela vontade ou necessidade de reunir famílias separadas pela emigração de um de seus componentes. De modo geral, a migração constitui, então, uma estratégia de sobrevivência para o indivíduo que tenta escapar da violência ou que busca melhores condições de vida e de trabalho6. Da mesma forma, a migração pode ser temporária, sazonal ou definitiva. Existem também várias categorias de estatuto de imigrante, quer dizer, legal, clandestino, solicitante de asilo e refugiado7. Na maioria das vezes, a migração da mulher nas Américas é provocada pelo excedente de mão-de-obra feminina de baixa qualificação em seu próprio país, impelindo-a a procurar um emprego melhor no exterior, principalmente em outros países da América Latina, mas também nos Estados Unidos e no Canadá8. Nota-se, entretanto, uma evolução da tendência migratória conforme o gênero. Os fluxos migratórios da América Latina para a América do Norte são de caráter masculino, principalmente por causa da crescente proporção de imigrantes de origem mexicana que trabalham nos Estados Unidos. Entretanto, o número de mulheres nos fluxos migratórios entre os países da América Latina tem aumentado. Talvez estes fenômenos possam ser explicados pelas características da demanda em determinados setores de empregos nos países anfitriões. Pode-se concluir, então, que saem do México ou da Bolívia para os Estados Unidos mais homens do que mulheres, e que saem do Chile para a Argentina mais homens do que mulheres em virtude da existente demanda de trabalhadores agrícolas, enquanto que a imigração da Colômbia para a Venezuela é predominantemente feminina devido à maior participação da mulher no setor de serviços, inclusive serviços domésticos. No entanto, outros fatores podem influenciar a proporção de homens e mulheres nos fluxos migratórios, tais como a natureza das redes migratórias ou a importância da reunificação da família provocada pela emigração9.

5 Citamos a problemática do tráfico humano apenas como exemplo, sem entretanto ignorá-la. A complexidade deste tema torna-o digno de uma maior importância do que a que poderíamos atribuir-lhe no presente documento.

6 G. C. J. Van Kessel, “International Migration and the Summit of the Americas”, Economic Commission on Latin American and the Caribbeans, c. 2000, [http://www.eclac.cl/celade/proyectos/migracion/VanKessel.doc], (Busca, 4 set. 2003), p. 1-3.

7 Comitê Executivo da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, O Impacto das Migrações nas Mulheres na América Latina, fev. 2003, p. 1.

8 Dane Rowlands e Ann Weston, “Executive Summary”, Governance, Gender, Development Assistance and Migration. Report for Citizenship and Immigration Canada. The North-South Institute, 1998, [http://www.rcmvs.org/investigacion/governance.htm], (Busca, 5 set. 2003).

9 ECLAC, International Migration and Development in the Americas. Symposium on International Migration in the Americas, San José de Costa Rica, September 2000, [http://www.eclac.org/ publicaciones/Poblacion/2/LCL1632P!/LCL1632Pi.pdf], (Busca, 3 set. 2003), p. 28-29.

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O trabalhador migrante é uma importantíssima fonte de renda para seu país de origem e para os membros da família que permaneceram em seu país. A Divisão de População das Nações Unidas afirma que remessas de dinheiro dos trabalhadores provenientes da América Latina e do Caribe representaram, em 2000, mais de 17 bilhões de dólares americanos10. As remessas dos trabalhadores migrantes mexicanos nos Estados Unidos chegaram a 9,2 bilhões de dólares americanos em 2002. As remessas são a terceira fonte de divisas estrangeiras no México, depois das exportações de petróleo e o turismo11. A migração é então, de certa maneira, uma solução aos problemas das sociedades abaladas pela pobreza12. Os países anfitriões destes movimentos migratórios enfrentam uma problemática complexa. Evidentemente, a imigração preenche a lacuna da necessidade de crescimento demográfico e da falta de mão-de-obra13. Entretanto, a necessidade de segurança e o crescente sentimento de rejeição manifestado pela população local em relação aos imigrantes levam os países anfitriões a rever suas políticas de imigração. Os critérios de aceitação tornam-se mais restritos em detrimento do trabalhador pouco qualificado. Este tipo de situação ocasiona, então, a diminuição do real fluxo migratório e o aumento da pressão exercida nas fronteiras14. Pode ser que esta situação colabore inclusive para a expansão da imigração clandestina e do tráfico humano15. Além disto, convém salientar que o estudo do fenômeno da migração torna-se dificílimo, principalmente devido ao caráter bastante amplo da migração clandestina, pois os dados colhidos são incompletos e dissimulam conseqüentemente uma boa parte da análise propriamente dita.

10 United Nations Population Division, “Latin America and the Caribbean”, International Migration Report 2002, 2002, [http://www.un.org/esa/population/publications/ittmig2002/locations/mainframeregions.htm], (Busca, 28 ago. 2003).

11 Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Quarto Relatório do Progresso da Relatoria sobre Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias no Hemisfério, 2002, [http://www.cidh.org/annualrep/2002port/cap.6.htm], (Busca, 11 nov. 2003).

12 Dane Rowlands, loc. cit. 13 Atualmente, de cada dez habitantes nos países desenvolvidos um é imigrante, segundo o Relatório das Nações

Unidas sobre Migrações Internacionais de 2002, citado em UNESCO, “La convention des Nations Unies sur les droits des travailleurs migrants va entrer en vigueur”, Comunicado de Imprensa, 27 jun. 2003, [http://portal.unesco.org/fr/ev.php@URL_ID=13200&URL_DO=DO_PRINTPAGE&URL_SECTION=201.htm, (Busca, 3 set. 2003).

14 Alan B. Simmons, loc. cit., p. 17. 15 Ibid.; G. C. J. Van Kessel, loc. cit., p. 3.

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1.2. Estado de direto de proteção dos migrantes Vários acordos internacionais atribuem direitos ao homem e à mulher migrantes, protegendo-os contra a violência e a discriminação. O acordo mais recente sobre este tema, Convenção Internacional Sobre Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e suas Famílias, passou a vigorar em 1o de julho de 2003. Atualmente, este é o acordo internacional mais completo sobre os direitos dos migrantes e sua família, pois estabelece normas internacionais vinculadas ao tratamento, às condições de vida e dos direitos de tais trabalhadores, independente do status dos mesmos, e estabelece também os direitos e as obrigações dos países anfitriões16. Porém, dos 22 países signatários deste acordo, nenhum é considerado região de grande incidência de imigração. Este acordo foi, entretanto, ratificado por vários países da América Latina, ou seja, Colômbia, México, Bolívia, Uruguai, Belize, Equador, El Salvador e Guatemala (por ordem cronológica de ratificação)17. A proteção dos trabalhadores migrantes é também garantida através de diversos acordos contra a discriminação no emprego e pela eqüidade salarial aplicadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como a Convenção sobre a Discriminação em Emprego e Profissão e a Convenção sobre Igualdade de Tratamento entre Nacionais e Estrangeiros em Previdência Social, assim como pela Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial das Nações Unidas. Esta última convenção, vigente desde 1969, visa instaurar a igualdade de direitos e inclusive a igualdade de fato, possibilitando que os diversos grupos étnicos ou nacionais fruam do mesmo nível de desenvolvimento social. Trata-se do primeiro instrumento de proteção dos direitos humanos que incita os Estados a tomarem medidas para assegurar o desenvolvimento de determinados grupos étnicos18. Outros acordos destinam-se mais especificamente à mulher e envolvem conseqüentemente a mulher imigrante, por exemplo, a Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher. A primeira convenção, adotada em 1979, define a descriminação em relação à mulher e contém uma série de medidas para aboli-la, protege os direitos fundamentais da mulher e garante, principalmente, a igualdade de acesso ao emprego. Os Estados signatários desta convenção assumiram também o compromisso de tomar todas as medidas propícias para combater o tráfico e a exploração da mulher19. A segunda convenção, adotada após iniciativas da Comissão Interamericana de Mulheres da OEA (CIM), reconhece que a violência contra a mulher constitui uma violação dos direitos humanos, e define também as formas de violência das quais a mulher pode ser vítima tanto no setor privado quanto no público. Esta convenção foi assinada por 30 países20.

16 Amnesty International, “Convention relative aux droits des migrants”, Les réfugiés ont des droits, 1o jul. 2003, [http://web.amnesty.org/pages/refugees-010703-news-fra], (Busca, 3 set. 2003).

17 UNESCO, loc. cit. 18 Nations Unies, Convention internationale sur l'élimination de toutes les formes de discrimination raciale,

[http://untreaty.un.org/French/TreatyEvent2001/6.htm], (Busca, 20 ago. 2003). 19 United Nations, Division for the Advancement of Women, “Convention on the Elimination of All Forms of

Discrimination against Women”, Women Watch, [http://www.un.org/womenwacth/daw/cedaw], (Busca, 20 ago. 2003).

20 Inter-American Commission on Women, “Inter-American Convention on the Prevention, Punishment, and Eradication of Violence Against Women-1994”, History of CIM, 2000, [http://www.oas.org/ cim/English/History8.htm], (Busca, 3 set. 2003).

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1.3. Principais iniciativas americanas em matéria de migração Em 1997, devido ao importante crescimento do fenômeno das migrações no hemisfério, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), após uma resolução adotada pela Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) nomeou uma Relatoria Especial sobre Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias. O principal mandato desta relatoria é analisar este fenômeno para identificar suas grandes tendências e as formas de abuso das quais o trabalhador migrante é vítimas, além de apresentar aos Estados recomendações sobre proteção e promoção dos direitos do trabalhador migrante e publicar relatórios e estudos sobre este assunto. A título de exemplo, a relatoria participa da realização de um estudo comparativo sobre o direito migratório em colaboração com a Escola de Direito da Universidade Villanova21. Os Estados que participam do processo das Cúpulas das Américas estudaram também esta problemática durante as Cúpulas de Santiago (1998) e de Quebec (2001). Em 1998, os Chefes de Estado e de Governos das Américas assumiram o compromisso de conscientizar suas próprias populações sobre os abusos e as descriminações das quais o trabalhador migrante é vítima. Acordaram inclusive oferecer ao trabalhador migrante as mesmas condições de trabalho das quais beneficiam seus próprios cidadãos e concordaram em combater os abusos cometidos para com o trabalhador migrante pelo empregador ou pela autoridade responsável das fronteiras e da imigração. Em 2001, os Chefes de Estado e de Governos das Américas expressaram sua vontade de ampliar sua cooperação, particularmente em relação ao tráfico humano ilegal. Acordaram também sobre a implantação do um Programa Interamericano para Promoção e Proteção dos Direitos Humanos dos Trabalhadores Migrantes22. Além do mais, a questão da migração gerou a criação da Conferência Regional sobre Migração, fórum multilateral que congrega 11 Estados das Américas23. Esta Conferência é também conhecida como o “Processo de Puebla”, devido ao nome da cidade mexicana em que o primeiro encontro do fórum aconteceu em 1996. A Conferência tem três objetivos principais: a proteção e o respeito dos direitos dos migrantes, independente de seu status, a promoção de uma “migração segura e ordenada”24, o diálogo e a cooperação entre os países, incluindo-se a participação ativa da sociedade civil. A Conferência adotou um Plano de Ação cujos três temas principais são: políticas e gestão da migração, direitos humanos, e migração e desenvolvimento25. Em maio de 2003, os participantes do “Processo de Puebla” acordaram que deve ser dada continuidade a esta iniciativa para que servir de base formal ao diálogo sobre a proteção dos direitos formais dos migrantes, incrementar a cooperação para a luta

21 Comissão Interamerican de Direitos Humanos, Fourth Progress Report of the Rapporteurship, op. cit. 22 Isabelle, Laroche, “The Inter-American Human Rights System and the Protection of the Rights of Migrants”,

December 18, août 2001, [http://www.december18.net/OAS.htm], (Busca, 3 set. 2003). 23 Os 11 Estados participantes são: Belize, Canadá, Costa Rica, República Dominicana, Salvador, Guatemala,

Honduras, México, Nicarágua, Panamá e Estados Unidos. 24 Tradução literal da expressão “orderly and secure migration”, que se refere às medidas de atendimento para

imigrantes, à promoção da imigração na legalidade e às regras de regresso de imigrantes para seus países de origem.

25 Conferência Regional sobre Migração, The Regional Conference on Migration (RCM) In Brief: what it is, what it has done, mai. 2003, [http://www.rcmvs.org/CRM_en_breve_v03JuL-Eng.doc], (Busca, 3 set. 2003), p. 4.

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contra o tráfico de migrantes e fortalecer a coordenação entre as autoridades a fim de garantir uma repatriação digna e segura do migrante26. 2. Problemática para a mulher A migração exerce profundas influências na mulher migrante, mas também na mulher que permanece no país, quer dizer, aquela que não migra, mas que recebe influências da migração, pois seus cônjuges, seus parentes ou membros de suas comunidades deixaram o país para trabalhar no estrangeiro.

2.1. Mulher migrante A migração pode influenciar de maneira bastante positiva a mulher que decide deixar seu país na tentativa de conseguir uma vida melhor no exterior. A migração pode lhe proporcionar uma experiência de trabalho e uma independência econômica, além da possibilidade de adquirir uma formação que a leva a uma liberação do papel que lhe é tradicionalmente atribuído. Conseqüentemente, a migração pode proporcionar à mulher um maior controle de suas próprias vidas27. Esta mulher adquire uma nova autoconfiança favorecendo assim sua própria autonomia (empowerment [empoderamento]). Mas, infelizmente, a mulher migrante é na maioria das vezes vítimas de dupla discriminação, ou seja, como estrangeira e como mulher. Esta situação agrava-se devido ao status legal da migrante que, muitas vezes, é incerto, se tornado então mais vulnerável ao abuso físico, sexual e verbal. A mulher migrante é também mais susceptível de ser vítima do tráfico humano, que submete mulheres e crianças à escravidão do trabalho forçado ou da indústria do sexo. Aliás, observa-se uma recrudescência dos grupos criminosos responsáveis por este tipo de tráfico28. As condições de trabalho da mulher migrante são muitas vezes inferiores às normas nacionais, particularmente quando se trata de migrante clandestina, e também devido ao setor de empregos buscado pela imigrante. Trata-se do setor da economia informal, que tem crescido bastante nas regiões de migração, resultante das reestruturações do setor industrial. A mulher migrante é, então, marginalizada, vítima de discriminação no momento da contratação, vítima de concessões de previdência social, o que representa uma grande desconsideração de seus direitos fundamentais. A mulher migrante é freqüentemente explorada, está sujeita à intimidação e à violência, tanto por parte dos empregadores quanto das autoridades29. Às

26 A Declaração da 8a Reunião da Conferência Regional sobre Migração (CRM) refere-se principalmente à repatriação voluntária e à repatriação das vítimas de trafico humano e à repatriação de imigrantes clandestinos. Regional Conference on Migration, “Declaration”, Cancun, mai. 2003, [http://www.rcmvs.org/8a.htm], (Busca, 10 set. 2003); Fundação Canadense para as Américas, “Réunion du Groupe consultatif sur la migration (GCRM) e 8a Reunião da Conferência Regional sobre Migração (CRM) - 24 a 31 de maio de 2003”, Activités de FOCAL, [http://www.focal.ca/francais/ atfocal_fr.htm], (Busca, 20 ago. 2003).

27 Organização Internacional para as Migrações, “Gender and Migration Factsheet”, International Organization for Migration, [http://www.iom.int/DOCUMENTS/PUBLICATION/EN/GIC_Factsheetscreen.pdf], (5 ago. 2003), p. 2; David P. Lindstrom et Sylvia Giorguli Saucedo, “The Short- and Long-term Effects of U.S. Migration Experience on Mexican Women's Fertility”, Social Forces, vol. 80, no 4 (jun. 2002), p. 1341-1368.

28 Organização Internacional para as Migrações, loc. cit., p. 2; Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Second Progress Report of the Special Rapporteurship, op. cit.; Id., Fourth Progress Report of the Rapporteurship, op. cit.

29 Dane Rowlands, loc. cit.; Organização Internacional para as Migrações, loc. cit. p. 2; Ivonne H. Farah e G. Carmen Sanchez, “Conclusions and Recommendations”, Bolívia: An Assessment of the International Labour

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vezes, a mulher migrante, desconhece seus direitos e recursos jurídicos à sua disposição, coibida pelo seu próprio status matrimonial, pelo seu status de imigrante clandestina ou confrontada à discriminação das autoridades. Raramente, a mulher migrante tem acesso ao sistema jurídico para poder fazer com que seus direitos sejam respeitados30. Além do mais, para esta mulher a migração pode ser o motivo de uma ruptura do laço com a família. O impacto psicológico da migração pode provocar ou ser marcado por um profundo sentimento de insegurança na mulher que deixa em seu país de origem parentes, marido e filhos. O risco de dissolução do casamento é maior no caso de casais separados pela migração da mulher. A ausência prolongada da mulher torna seu regresso ao seu país mais difícil, pois os membros da família acabam se adaptando à situação31. Além disto, a volta ao país de origem pode vir seguida, para a mulher que emigra com seu cônjuge, a um retorno mais severo aos valores tradicionais.

2.2. Mulher que permanece no país A mulher que permanece no país, mas que o cônjuge ou parente emigra, como é o caso da mulher de comunidades marcadas por um grande movimento de emigração, sofre também as influências do fenômeno migratório. Os cônjuges e os membros da família de um indivíduo emigrado beneficiam-se das remessas de dinheiro enviadas por este. Esta ajuda financeira é uma renda adicional que contribui consideravelmente para a renda da família. Além do mais, determinadas comunidades estabeleceram redes com emigrados vivendo no estrangeiro e empregam as remessas para a realização de projetos de infra-estruturas ou de serviços comunitários beneficiando o conjunto da comunidade32. Em alguns casos, a migração do cônjuge pode fortalecer os valores tradicionais da família. Deste modo, a renda adiciona disponível, graça ao trabalho do cônjuge no estrangeiro reduz a necessidade da mulher ter de trabalhar fora de casa. A migração do homem pode, então, agir como uma força conservadora, fortalecendo assim a cultura patriarcal e os tradicionais papéis pré-estabelecidos por sexo. Esta situação tende a acentuar a autoridade do marido e do pai no seio da família33.

Situation. The Case of Female Labour Migrants, OIT, Genebra, c. 2001, [http://www.ilo.org/public/ english/employment/gems/download/swmbol.pdf], (Busca, 10 set. 2003), p. 55-58; Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Fourth Progress Report of the Rapporteurship, op. cit.

30 Ana Isabel Garcia et al. “Conclusions and Recommendations”, Costa Rica: Female Labour Migrants and tafficking in Women and Children, OIT, Genebra, c. 2001, [http://www.ilo.org/public/english/employment/gems/download/swmcos.pdf], (Busca, 10 set. 2003), p. 64-68; Almachiara D'Angelo e Myra Pasos Marciacq, “Conclusions and Recommendations”, Nicarágua: Protecting Female Labour Migrants from Exploitative Working Conditions and Trafficking, OIT, Genebra, c. 2001, [http://www.ilo.org/public/english/employment/gems/download/swmnic.pdf], (Busca, 10 set. 2003), p. 44-49; Organização Internacional para as Migrações, loc. cit., p. 2.

31 Almachiara D'Angelo, loc. cit., p. 45. 32 Manuel Orozco, “The Impact of Migration in the Caribbean and Central American Region”, FOCAL, mar. 2003,

[http://www.focal.ca/images/pdf/migration.pdf], (Busca, 5 set. 2003), p. 5. 33 David P. Lindstrom, loc. cit.; Dan BAUM, “Coming to America part three: the Women they Leave Behind (Mexican

Women Wait for Return of their Migrant Worker Husbands)”, Rolling Stone (11 abr. 2002), p. 62-64, 142.

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Entretanto, a migração pode exercer um efeito contrário na cultura local. Nas comunidades marcadas por uma longa história migratória, a migração pode modificar sua norma social. A trabalhadora migrante que regressa à sua comunidade exerce uma influência no comportamento das demais mulheres. No México, por exemplo, este fenômeno é manifestado em determinadas comunidades pela diminuição do índice de natalidade devido a um maior acesso ao planejamento da família34. 3. Conclusão Há poucos dados e análises sobre as repercussões da migração na mulher, principalmente no contexto de integração continental. Com exclusão da problemática do tráfico humano, trata-se de uma área de estudo ainda pouco explorada pela pesquisa. Seriam, indubitavelmente, necessários um levantamento de dados por gênero e estudos adicionais para uma concreta avaliação das influências deste fenômeno na mulher das Américas. Entretanto, o presente documento estabelece um quadro geral desta realidade complexa, embora bastante desconhecida. Suscita também uma reflexão para a elaboração da estratégia que parece ser a mais apropriada às parlamentares membros da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, a fim de defenderem adequadamente os interesses das populações em geral e da mulher particularmente, que devem se adaptar a este fenômeno no contexto do processo de integração das Américas.

34 David P. Lindstrom, loc. cit.

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REUNIÃO DO COMITÊ EXECUTIVO DA REDE DE MULHERES PARLAMENTARES

ILHA DE MARGARITA, VENEZUELA

22 DE FEVEREIRO DE 2003

O IMPACTO DAS MIGRAÇÕES NAS MULHERES NA AMÉRICA LATINA

Contexto A atual conjuntura caracteriza-se pela liberalização dos mercados e pela intensificação dos intercâmbios e, paradoxalmente, pelo crescimento das barreiras em relação à mobilidade dos indivíduos. As desigualdades e o desenvolvimento assimétrico gerados pela nova ordem econômica internacional repercutem nas populações das Américas, fazendo surgir cada vez mais movimentos migratórios principalmente do Sul para o Norte. Segundo as estatísticas da ONU, em 2002 foram 150 milhões de migrantes internacionais, sendo que de cada dez um é nascido em um país da América Latina ou Caribe. Em Quebec, as estatísticas de 2000 revelam que os residentes originários da América Latina eram 132.371 indivíduos, ou seja, um pouco mais que 13% do total dos imigrantes e cerca de 2% da população toda. Motivos É preciso distinguir dois casos fundamentais de emigração, ou seja, entre a forçada e a voluntária. As migrações voluntárias são frequentemente devido à busca de melhores condições de vida, por exemplo, ou à reunificação da família. Tipos de migrações 1) No espaço: a) Internas: de uma região para outra dentro de um mesmo país, da zona

rural para a zona urbana; b) Regionais: de um país para outro na América Latina; c) Extraterritoriais: para o exterior da América Latina

2) No tempo: Temporárias, Sazonais, Duráveis 3) Conforme o estatuto: imigrante legal ou clandestino; solicitante de asilo; refugiado. Efeitos sobre as condições de vida das mulheres Na América Latina, há mulheres em todas as categorias acima mencionadas. As mulheres tentam escapar de varias condições de vida. Seguem algumas delas:

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A violência dirigida às mulheres é freqüente, particularmente às mulheres indígenas submetidas ao racismo e à exclusão. A isto agrega-se o problema bastante conhecido da violência doméstica. As mulheres indígenas e não indígenas foram vítimas de estupros e torturas durante os conflitos armados, os regimes militares, além dos desaparecimentos e das mortes de seus filhos e familiares. Deste modo, as situações de conflitos e os problemas econômicos provocaram o deslocamento de milhões de mulheres latino-americanas. Durante o período de deslocamento estas mulheres são vulneráveis também aos abusos de soldados, bandidos e coiotes (guias pagos para atravessar a fronteira dos Estados Unidos). Além do mais, as comunidades de refugiados possuem um alto grau de violência. Existem poucos recursos legais para as mulheres que se encontram em um meio não familiar (cultura e línguas diferentes, desarraigadas de seu círculo social, etc.), principalmente àquelas que não têm o estatuto de refugiadas ou imigrantes legais. Nas situações de deslocamento ou de migração, constata-se que uma grande quantidade de jovens moças, inclusive menores de idade, são obrigadas a entregarem-se à prostituição na maioria das vezes através do tráfico de mulheres que está em constante crescimento na América Latina. Tratam-se principalmente de domésticas ou mulheres vítimas das redes de prostituição, frequentemente menores de idade (por exemplo, as menores de idade indígenas do Equador enviadas ao Japão). Além disto, quando detidas, elas são muitas vezes condenadas, pois estão em situação irregular. O aspecto grave desta situação é a impunidade dos autores destas violências no mundo todo. Na Colômbia, por exemplo, onde há cerca de um milhão de indivíduos deslocados – e talvez este número seja ainda maior, pois não há estatísticas exatas – constata-se um alto grau de violência e pouquíssimas condenações. Existe uma falta flagrante de segurança nos campos de refugiados e uma inexistência de programas de reintegração, ao passo que seria preciso dedicar especial atenção às mulheres e às crianças. As mulheres migrantes que trabalham são na maioria das vezes exploradas, tanto do ponto de vista econômico como sexual, principalmente nas montadoras. Elas não têm acesso aos serviços, não têm recursos quando seus direitos são ultrajados. Quando são contratadas como domésticas, por exemplo, deixam seus filhos em seus países de origem, sofrem a ruptura com o seu meio familiar e social, sofrem de solidão além de viverem problemas de discriminação, de violação dos direitos humanos e de exploração econômica. Estas situaçoes são perigosas e podem conduzir as mulheres à detenção e em seguida à deportaçao. As mulheres latino-americanas migrantes para os Estados Unidos, por exemplo, que são detidas têm problemas de acessibilidade aos serviços em sua própria língua, de fazer com que seus direitos sejam respeitados, ocasionando um profundo sentimento de desespero, abandono e solidão além disto tudo exercer um impacto em seus filhos e suas famílias que dependem da renda delas. No Canadá assim como em Quebec, as políticas de imigração implantadas há várias décadas visam favorecer a integração dos recém-chegados, o respeito de seus direitos e de sua cultura e também sua total e plena participação na sociedade anfitriã. Um dos objetivos das políticas de imigração consiste na redução do déficit demográfico – um problema cada vez maior nos países do hemisfério Norte. Evidentemente, embora as leis de imigração e os programas de recebimento de imigrantes estejam implantados, isto não resolve todos os problemas existentes entre os membros das diferentes comunidades culturais. Deve haver um contínuo esforço em todos os níveis para que sejam evitadas as tensões raciais, as manifestações de intolerância e quaisquer formas de discriminação.

Page 58: 5a REUNIÃO ANUAL

3

O deslocamento forçado exerce um impacto diferente nos homens e nas mulheres. Para as mulheres, o deslocamento é mais difícil, embora elas adaptem-se mais a um novo meio e desenvolvam estratégias de sobrevivência. Isto significa também que as mulheres passam por dificuldades ao voltar do exílio ou de uma situação de migração forçada, já que os papéis e as responsabilidades foram alterados (quando os maridos já se fazem ausentes, as viúvas ou as avós têm de assumir a responsabilidade do lar). Por vezes, as mulheres assumem novas responsabilidades para organizar associações, “comunidades de paz”, visando absterem-se de participar de conflitos armados e manterem-se vinculadas a organizações humanitárias). As discriminações contra as mulheres são, às vezes, exercidas pelas ONGs que prestam auxílio às populações em casos, por exemplo, de catástrofes naturais onde os esforços de ajuda e de reconstrução negligenciam as crises ocorridas nas comunidades mais pobres. Em muitas avaliações de projetos, constata-se que a ajuda e os recursos dados às micros empresas agrícolas tendem a privilegiar os homens. EXISTEM EFEITOS POSITIVOS? A migração internacional contribuiu historicamente para mudanças culturais; Nos Estados Unidos, os imigrantes latino-americanos e caribenhos representam

35,3 milhões de indivíduos, ou seja, 13% da população dos Estados Unidos. Trata-se da principal minoria étnica do país, sendo isto um elemento primordial nos Estados Unidos e também em suas relações com os países da região.

As remessas monetárias dos migrantes para seus países de origem constituem uma importante fonte de renda, mas a diversidade dos canais de remessa e de formas de utilização (consumo, poupança ou investimento) torna difícil a avaliação concreta de seu impacto no desenvolvimento das comunidades. Segundo cálculos, o México receberia de 7 a 11 bilhões de dólares, tornando-o principal beneficiário da região, embora sua incidência em relação à economia nacional seja relativamente baixa (1,1% do PIB). Por outro lado, no caso de El Salvador, da Nicarágua, da República Dominicana, do Equador e da Jamaica o impacto exercido nas economias é maior, já que as remessas representam de 8% a 14% do PIB. Em El Salvador, esta proporção corresponde a 48% do valor das exportações.

CORREÇÕES A SEREM FEITAS E MEDIDAS A SEREM TOMADAS Estabelecer um quadro jurídico para combater a violência contra as mulheres, aplicar leis; Apoiar as ONGs e os demais organismos que atuam no auxílio, na educação e na

conscientização das mulheres em todos os âmbitos. Incrementar a participação eqüitativa em que os homens devem aprender a reconhecer o

valor do trabalho das mulheres, os projetos devem incluir tanto mulheres como homens. Disponibilizar acesso aos serviços necessários às mulheres que solicitem asilo, inclusive

expor o caso delas a indivíduos que conhecem a situação vivida pelas mulheres em seus países de origem, divulgar os abusos dos quais elas são vítimas, principalmente o tráfico sexual.

Favorecer o estabelecimento de um acordo global sobre as políticas migratórias entre os países da região (fóruns intergovernamentais, acordos de integração, conferências, etc.).

Reconhecer o papel fundamental da sociedade civil na área dos deslocamentos de indivíduos.

Assegurar o pleno respeito dos direitos dos migrantes graça a uma política marco sobre a migração internacional no conjunto das Américas;

Page 59: 5a REUNIÃO ANUAL

4

Implantar todos os meios possíveis para assegurar a segurança e a proteção das populações em todos os países da América Latina, e para melhorar suas condições de vida de modo que isto reduza a dependência das remessas monetárias vindas dos emigrados.

2003-02-14

Page 60: 5a REUNIÃO ANUAL

MUJERES Y MIGRACIONES

EN EL AREA ANDINA

Dip. Adela Muñoz de Liendo Representante del Parlamento Andino

ante el Comité Ejecutivo de la Red de Mujeres Parlamentarias de las Américas (COPA)

PUERTO RICO 23 AL 25 DE SEPTIEMBRE 2004

1

Page 61: 5a REUNIÃO ANUAL

MUJERES Y MIGRACIONES EN EL AREA ANDINA

ALGUNAS REFLEXIONES

Adela Muñoz de Liendo

Parlamentaria Andina Una de las causas fundamentales de las migraciones reside en la

discriminación laboral hacia la mujer. Los empleadores consideran que las mujeres

son más caras en razón de la maternidad y la legislación que ampara al respecto y

de tener menos preparación que el sexo masculino, lo cual representan serias

razones de la segregación ocupacional por género que induce a la mujer a migrar.

Sin embargo, los indicadores ofrecen una visión que las mujeres han ido

alcanzando un mayor grado de educación así Venezuela y Bolivia son los países

andinos con menor tasa de analfabetismo y Venezuela el país andino con mayor

evolución en los años de estudio de la población femenina entre los 25 a 59 años en

la última década. (Ver cuadros 1 y 2).

En cuanto a la necesidad de inserción de las mujeres en el mercado laboral

remunerado: en la región andina ha venido aumentando a partir de la década de

los 90 y ha descendido ostensiblemente en el 2000, en particular en Colombia,

Bolivia y Ecuador y con menor grado de participación en Perú y Venezuela. (Ver

cuadro 3).

2

Page 62: 5a REUNIÃO ANUAL

Cuadro 1 EVOLUCION DEL PORCENTAJE DE MUJERES ANALFABETAS DE

15 AÑOS Y MAS EN AMERICA LATINA (Porcentaje)

PAIS

1980

1990

2000

URUGUAY ARGENTINA

CUBA COSTA RICA

CHILE VENEZUELA PARAGUAY COLOMBIA

PANAMA ECUADOR

MÉXICO BRASIL PERU

R. DOMINICANA BOLIVIA

EL SALVADOR HONDURAS NICARAGUA GUATEMALA

HAITI

4,8 6,4 7,8 8,4 9,1 16,9 17,5 16,4 15,1 21,8 20,2 27,2 28,8 27,3 41,3 38,4 40,8 42,1 54,3 72,3

3,0 4,4 5,2 6,1 6,4 10,8 11,7 11,6 11,8 13,8 15,0 18,8 20,6 21,0 29,9 30,7 34,0 38,8 46,3 63,5

1,8 3,1 3,6 4,3 4,5 7,3 7,8 8,2 8,7 9,8 10,9 14,6 14,6 16,3 20,6 23,9 28,0 35,6 38,9 53,5

Fuente: Boletín Demográfico julio 2002, CEPAL

Cuadro 2

EVOLUCION EN LOS AÑOS DE ESTUDIO DE LA POBLACIÓN FEMENINA DE 25 A 59 AÑOS DE EDAD (ZONAS URBANAS)

(Años)

PAIS 1980 1990 2000

CHILE PANAMA

ARGENTINA ECUADOR URUGUAY

COSTA RICA PARAGUAY

MÉXICO VENEZUELA

BOLIVIA COLOMBIA

EL SALVADOR HONDURAS

BRASIL NICARAGUA GUATEMALA

9,5 9,7 (b)

8,8 8,6 8,4 9,3 8,8

7,0 (a) 8,0

7,8 (a) 7,8 (b) 7,4 (d)

6,1 6,1

6,0 (c) 4,9 (a)

11,3 (e) 10,5

10,3 9,7 9,3 9,1 9,0

8,5 (e) 8,5 8,5 8,4 7,7 7,1 7,1

6,6 (e) 5,8 (e)

1,8 0,8 1,5 1,1 0,9

- 0,2 0,2 2,5 0,5 0,7 0,6 0,3 1,0 1,0 0,6 0,9

Fuente: CEPAL, sobre la base de tabulaciones especiales de las encuestas de hogares de los respectivos países (a) año 1989, (b) año 1991, (c) año 1993, (d) año 1997, (e) año 1998.

3

Page 63: 5a REUNIÃO ANUAL

Cuadro 3

EVOLUCION DE LA TASA DE PARTICIPACIÓN EN LA ACTIVIDAD ECONOMICA POR SEXO

(Porcentaje)

PAIS 1980 1990 2000

Mujeres Hombres Mujeres Hombres Mujeres Hombres

PERU COLOMBIA

GUATEMALA PARAGUAY

BOLIVIA HONDURAS

BRASIL ECUADOR

R. DOMINICANA NICARAGUA

EL SALVADOR URUGUAY PANAMA

VENEZUELA ARGENTINA COSTA RICA

MÉXICO CHILE

30 26 14 19 23 16 34 17 27 27 23 32 24 22 24 19 25 20

68 65 71 77 71 77 76 69 74 71 74 67 63 66 71 73 71 63

62 48 43 50 47 43 45 43 53 44 51 44 43 38 38 39 33 35

83 (a) 81 84 84 73 81 82 80 86

71© 80 75 74 78 76 78 77 72

55 55 54 54 54 54 53 51 51 51 51 50 48 47 46 43 42 42

73 (b) 79 82 83 77 82 80 80 78

81(d) 75 74 78 82 76 77 82 73

Fuente: Panorama Social 2001-2002 y Anuario Estadístico 1998, CEPAL Naciones Unidas (a) 1997, (b) 1999, (c) 1993, (d) 1998

Para ningún líder social o político es desconocido que en la década de los

noventa hubo un marcado deterioro económico y la desocupación aumentó

considerablemente. El desempleo femenino en el país de origen se incrementó en

relación a género, siendo Colombia el país con mayor incidencia en este aspecto.

(Ver cuadro 4).

4

Page 64: 5a REUNIÃO ANUAL

Cuadro 4

TASAS DE DESEMPLEO ABIERTO

(Porcentaje)

Mujeres Hombres

País 1990 2000 1990 2000

MÉXICO HONDURAS COSTA RICA

PERU CHILE

ECUADOR BRASIL

VENEZUELA PANAMA URUGUAY

ARGENTINA COLOMBIA

3,1 5,9 6,2

11,4 (b) 9,7 9,2 3,9 8,4 22,8 11,1 6,4 13,0

1,7 4.0 (a)

6.3 7.1 (b)

11.6 12.9

14.1 (a) 14.4

17.0 (a) 17.0 17.2

23.0 (a)

3.4 7.6 4.9

6.5 (b) 8.1 4.2 4.8 11.2 15.9 7.3 5.7 6.7

2.8 6.2 (a)

4.6 6.9 (b)

9.9 6.2

9.4 (a) 12.5

10.6 (a) 10.8 13.4

16.2 (a)

Fuente: Panorama Social 2001- 2002 (a) año 1999, (b) cifras del panorama laboral 2002

Esto ha acarreado dos consecuencias: el aumento de la informalidad y la

migración en primer lugar la interna, seguida por la externa motivada no sólo por

la falta de mercado de trabajo sino también por la devaluación de la moneda.

Perú, Colombia y Venezuela vieron aumentar la participación femenina en el

sector informal del trabajo. (Ver cuadro 5).

5

Page 65: 5a REUNIÃO ANUAL

Cuadro 5

DISTRIBUCIÓN DEL EMPLEO FEMENINO NO AGRÍCOLA

(Porcentaje)

SECTOR FORMAL SECTOR INFORMAL

PAIS 1990 2000 1990 2000

PANAMA MÉXICO CHILE

URUGUAY ARGENTINA COSTA RICA

BRASIL ECUADOR

VENEZUELA COLOMBIA

PERU HONDURAS

62.0 60.1 54.1 53.4 44.5 52.5 52.4 37.9 60.7 53.4 37.1 28.0

60.9 59.5 55.5 54.4 53.7 49.9 49.0 47.6 47.3 43.3 33.0 32.4

38.0 39.3 45.9 46.6 55.5 47.5 47.6 62.1 39.3 46.6 62.9 72.0

39.1 40.5 44.5 45.6 46.3 50.1 51.0 52.4 52.7 56.7 67.0 67.6

Fuente: Panorama Laboral 2002, OIT

No se trata de analizar la migración femenina desde sus ángulos

interdisciplinarios como lo son la demografía, la sociología, la antropología, la

geografía, la economía y la política, es acercarnos a ciertas variables donde la más

importante tasa se da al comienzo de la vida activa entre los 20 y los 25 años

enraizado en mayor grado con la circunstancia económica. La migración femenina

es una respuesta a la pobreza cada día más creciente, es también respuesta a la

responsabilidad de ser padre y madre de familia y donde la mujer lleva la peor

parte de caer en la trata de mujeres por las condiciones de ingreso que colocan los

países receptores donde se prefieren a trabajadores masculinos .

6

Page 66: 5a REUNIÃO ANUAL

Es entonces cuando encontramos cifras aterradoras según la Organización

Internacional de Mujeres, las féminas colombianas constituyen el tercer grupo en

número de mujeres migrantes que trabajan como prostitutas en Japón.

¿ Cuáles son los factores más relevantes de la migración femenina?

• La pobreza

• La inseguridad

• La violencia de género

• Los conflictos armados

¿ Cómo incide en la mujer la migración? . En primer lugar en su salud

mental, desarraigada de su familia y de sus hijos, confronta la soledad y el exilio

voluntario e impuesto por razones económicas. En segundo lugar la salud física

por realizar trabajos riesgosos sin contar con seguridad social y si cae en la

prostitución el riesgo del VIH/SIDA y otras enfermedades infecto contagiosas.

Es importante para nosotros parlamentarias y parlamentarios conectar la

migración con la trata de mujeres para luchar por la defensa de sus derechos

humanos y la aplicación del Protocolo para Prevenir, Reprimir y Sancionar la

Trata de Personas.

Los Parlamentos no sólo deben tender a preparar legislación con programas

de capacitación, hay que poner énfasis en monitorear permanentemente las

7

Page 67: 5a REUNIÃO ANUAL

políticas migratorias porque ellas también representan exclusión social de la mujer.

Los y las parlamentarias debemos apresurar con los Estados la implementación de

los mandatos de la Convención para la Eliminación de todas las Formas de

Discriminación Contra las Mujeres.

En los países andinos han ido suscitándose diferentes factores y clases de

migración femenina, por ejemplo en los países de mejor situación económica puede

estar ligada a la educación; en países con conflictos armados y alto índice de

desempleo y marginación a estas causas, en otros países andinos donde cada vez

más creciente el desempleo y la devaluación, la migración surge como respuesta a

la manutención familiar y es fuente de divisas.

En síntesis, los países andinos deben constituirse en una gran alianza de sus

poderes legislativos y ejecutivos y adoptar políticas públicas integradas en materia

de migraciones, con asistencia de las Defensorías Públicas y Organizaciones de

defensa de los Derechos Humanos. Se debe revisar y armonizar todas las

normativas vigentes en materia de migraciones y que no impidan ni dificulten

cumplir con los compromisos internacionales o supranacionales tales como

tratados, protocolos y convenciones. Establecer para ello programas de

capacitación de funcionarios, jueces y magistrados y de los agentes sociales

relacionados con el sector migraciones; erradicar la práctica del decomiso de

retención de visados y pasaportes; agilizar la tramitación de documentos fijando

plazos perentorios y descentralizando los trámites, creando los censos por

jurisdicción de migrantes con el registro respectivo en el lugar de residencia.

8

Page 68: 5a REUNIÃO ANUAL

Tomar en cuenta en relación con la mujer el no vulnerar sus derechos como mujer,

madres de familia y los de sus hijos. Proveer de asistencia jurídica gratuita a los

afectados por prácticas ilegales o irregulares. Determinar con precisión las causas

legales de expulsión del territorio nacional. Garantizar el porcentaje de igualdad de

trato entre nacionales y extranjeros garantizando el acceso a las prestaciones

sociales básicas y en especial a la seguridad social, la protección de la salud, el

acceso a la educación, a la vivienda de conformidad con la normativa nacional

vigente. Cuidar con equidad de género el reunir a los padres con sus hijos. Diseñar

y operativizar mecanismos de transferencia rápida, segura y con bajo costo de las

remesas, bienes y pensiones de los migrantes a sus países de origen.

Es importante que se realicen censos del número y situación de los

nacionales andinos en los países del mundo.

Los parlamentarios y las parlamentarias debemos velar por la revisión

permanente de los marcos normativos que rigen la vida de los nacionales en el

extranjero, incentivando la firma de acuerdos con los principales países de

recepción, tomando en cuenta las necesidades específicas de los propios

nacionales.

• Propiciar el establecimiento de programas de retorno de los nacionales en el extranjero y establecer actividades que monitoreen su inserción al país una vez hayan retornado.

9

Page 69: 5a REUNIÃO ANUAL

• Velar porque los reclusos nacionales andinos en cárceles de países extranjeros puedan ser retornados a su país para ser juzgados según las leyes nacionales.

En cuanto a las migraciones forzosas o desplazados dentro de su propio país

o país vecino:

• Promover y velar porque se les respeten sus derechos humanos y sean resarcidos por las pérdidas sufridas ante desastres naturales o hechos de violencia que los hayan obligado a desplazarse.

• Promover y velar porque los espacios políticos y públicos

internacionales tales como cumbres presidenciales, asambleas parlamentarias, traten sobre iniciativas en materia de migraciones y se evalúen la marcha de los compromisos suscritos al efecto con mayor cooperación, intercambio y actividades promocionales conducentes a mejorar los derechos de los trabajadores migrantes.

• Vincularse a la Conferencia Sudamericana de Migraciones, foro de

consulta y coordinación en materia migratoria para los países de América del Sur.

La Comunidad Andina tiene reglamentada la política migratoria desde

junio de 2002 con la adopción de la Decisión 503. Cada país tiene documentos de

identificación diferentes pero reconocidos para sus viajes por la Comunidad

Andina y existe una Tarjeta Andina de Migración para el control migratorio.

Actualmente la Secretaría General de la Comunidad Andina trabaja en la

Conferencia Andina sobre el Empleo.

10

Page 70: 5a REUNIÃO ANUAL

Los parlamentarios y las parlamentarias debemos adentrarnos en este

complejo y revelador fenómeno de las migraciones que pone a prueba nuestra

capacidad de liderazgo para fortalecer el respeto por los derechos humanos y la

comprensión y la tolerancia entre todas las naciones para darle el trato más justo y

solidario a las migraciones internas e internacionales y donde la mujer , los niños,

como también los grupos étnicos, son extremadamente maltratados a pesar de los

regímenes jurídicos existentes.

11

Page 71: 5a REUNIÃO ANUAL

POLÍTICAS E PROGRAMAS DE IMIGRAÇÃO, INTEGRAÇÃO

E RELAÇÕES INTERCULTURAIS DE QUEBEC

Notas para apresentação em uma sessão plenária da Assembléia Geral da COPA

Maio de 2005

de Simon Blouin

Biblioteca da Assembléia Nacional de Quebec

Serviço de Estudos de Documentos

Quebec 29 de abril de 2005

Page 72: 5a REUNIÃO ANUAL

PLANO DA APRESENTAÇÃO

PERFIL DA IMIGRAÇÃO NO CANADÁ E EM QUEBEC 1. Perfil geral da imigração no Canadá

2. Perfil geral da imigração em Quebec

POLÍTICA DE IMIGRAÇÃO EM QUEBEC 3. Problemáticas vinculadas à imigração em Quebec

4. Acordo Canadá-Quebec sobre imigração

5. Política de imigração de Quebec

6. Serviços oferecidos em matéria de integração

7. Últimos avanços

LES RELAÇÕES INTERCULTURAIS EM QUEBEC 8. Comunidades culturais provenientes de países das Américas

9. Lei sobre a eqüidade e a não–discriminação

10. Ação do governo de Quebec para as relações interculturais

11. Resultados obtidos em matéria de acesso à igualdade de emprego

12. Últimos avanços

CONCLUSÃO

1

Page 73: 5a REUNIÃO ANUAL

PERFIL DA IMIGRAÇÃO NO CANADÁ E EM QUEBEC 1. Perfil geral da imigração no Canadá - Em 2001, 5,4 milhões de pessoas, equivalente a 18,4% de toda a população, eram

nascidas no estrangeiro do Canadá e, comparativamente, 11% da população dos

Estados Unidos era nascida no estrangeiro em 2000. - As grandes regiões de proveniência dos imigrantes recém-chegados ao Canadá (1991

a 2001): Ásia (58%), Europa (19%), Américas (14%), África (8%), Oceania (1%). - Os dez primeiros país de origem destes imigrantes recém-chegados são: China

(10,8%), Índia (8,5%), Filipinas (6,7%), Hong Kong (6,5%), Sri Lanka (3,4%), Paquistão,

Taiwan, Estados Unidos, Irã , Polônia. - O Canadá recebeu 221.400 novos imigrantes em 2003. - O número de pessoas pertencentes a minorias visíveis no Canadá passou de 1,1

milhão em 1981 para cerca 4 milhões em 2001.

2

Page 74: 5a REUNIÃO ANUAL

2. Perfil geral da imigração em Quebec - Em 2001, 9,9% de toda da população de Quebec era nascida no estrangeiro. - As grandes regiões de proveniência dos imigrantes recém-chegados em Quebec de

1993 a 2002 são: Ásia (39%), Europa (25%), África (19%), Américas (16%), Oceania

(0,2%). - Os dez primeiros país de origem destes imigrantes recém-chegados são: França

(8,3%), China (7,2%), Argélia (5,5%), Haiti (5,4%), Marrocos (4,9%), România, Índia,

Líbano, Hong Kong, Sri Lanka. Imigrantes por categoria (de 1993 a 2002):

- Reunificação de famílias: 30%

- Imigração econômica: 49%

- Refugiados: 21% - O número de novos imigrantes recebidos em Quebec passou de 29.200 em 1999 para

44.200 em 2004. - Em 2001, haviam 498 mil pessoas pertencentes a minorias visíveis em Quebec , ou

seja, 7% do total da população.

3

Page 75: 5a REUNIÃO ANUAL

A POLÍTICA DE IMIGRAÇÃO DE QUEBEC 3. Problemáticas vinculadas à imigração em Quebec Segue uma visão geral das principais problemáticas relacionadas à imigração e à

integração dos imigrantes em Quebec:

• A primeira problemática é de ordem demográfica, pois Quebec deseja minimizar as

conseqüências do envelhecimento da sua população.

• A segunda problemática é de ordem lingüística e consiste em assegurar a perenidade

da língua francesa na América do Norte dotada de uma grande maioria anglo-saxônica.

• A terceira problemática diz respeito ao desenvolvimento econômico. A imigração de

mão-de-obra especializada e qualificada tornou-se para Quebec, como para a maioria

dos país industrializados, um fator determinante da competitividade das empresas e do

desenvolvimento da economia.

• A quarta problemática está relacionada à coesão social. Trata-se de suscitar a

participação ativa dos recém-chegados na edificação do bem comum, aceitando ao

mesmo tempo a preservação das especificidades culturais, sociais ou morais destes

indivíduos.

4

Page 76: 5a REUNIÃO ANUAL

4. Acordo Canadá-Quebec sobre imigração

- Em virtude da Constituição canadense, a competência em matéria de imigração é

partilhada entre o governo federal e as províncias. - Acordo Canadá-Quebec sobre imigração é o acordo mais detalhado sobre imigração

atualmente vigente no Canadá e é também o mais amplo. - Principais responsabilidades do governo federal em virtude deste Acordo:

• Admissão e presença de estrangeiros no país: controles de saúde, de criminalidade

e de segurança nacional;

• Reconhecimento do estatuto de refugiado (pedido de asilo em território canadense);

• Aceitação de pessoas membros de uma família;

• Concessão da cidadania canadense. - Principais responsabilidades do governo do Quebec em virtude deste Acordo:

• Seleção dos imigrantes da categoria de independentes, ou seja, mão-de-obra e

empresários e refugiados que ainda estão no exterior;

• Organização e realização da recepção e integração lingüística, cultural e econômica

dos recém–chegados.

5

Page 77: 5a REUNIÃO ANUAL

5. Política de imigração de Quebec A política de imigração de Quebec é composta de vários elementos constituintes:

- Enunciado de política "Au Quebec pour bâtir ensemble"1 (1990), que contêm duas

orientações principais:

• Uma imigração que contribua para o desenvolvimento de uma sociedade francófona

e de economia próspera;

• Uma integração bem-sucedida dos imigrantes baseada na aprendizagem e no

emprego da língua francesa, na plena participação e nas relações culturais

harmoniosas.

- A Lei de imigração em Quebec enuncia os objetivos visados por Quebec em termos

de seleção de estrangeiros, incluindo-se: o enriquecimento de seu patrimônio sócio-

cultural; o incentivo de seu desenvolvimento econômico; a busca de seus objetivos

demográficos; a reunificação das famílias; a recepção refugiados e residentes

temporários. Esta lei estabelece também um programa de integração visando

favorecer a iniciação à vida quebequense e a aprendizagem da língua francesa.

- Por fim, o planejamento trienal de Quebec em matéria de imigração prevê as

seguintes orientações para o período 2005-2007: assegurar uma progressão do

volume de imigração para se chegar a 48 mil admissões em 2007; aumentar o número

de pessoas jovens ativas, famílias jovens e mão-de-obra selecionada nas admissões;

manter a pelos menos 50% a proporção de imigrantes que saibam francês no momento

da admissão.

1 N.d.t.: Em Quebec para Construir Juntos (tradução livre).

6

Page 78: 5a REUNIÃO ANUAL

6. Serviços oferecidos para a integração

- Dois escritórios da imigração foram estabelecidos nas principais regiões de recepção

de Quebec.

- Os serviços de recepção e auxílio à acomodação oferecidos pelo ministère de

l’Immigration et des Communautés culturelles2 podem assumir diversos aspectos:

• Recepção no aeroporto;

• Entrevista ou sessão de informações sobre os primeiros andamentos a serem

dados para a acomodação;

• Informações, conselhos e referências vinculadas à busca de empregos, aos

estudos e à formação profissional;

• Sessão de informações sobre as realidades sócio-econômicas e o mercado de

trabalho;

• Avaliação comparativa da formação acadêmica concluída no exterior de Quebec;

• Curso de francês tempo integral ou parcial (oferecidos em diversos lugares);

• Apoio para o estabelecimento de empresários;

• Serviço de informações sobre profissões regulamentadas.

- Organismos comunitários estão disponíveis para oferecer serviços de primeira

ordem, ou seja, busca de moradia e procura de emprego.

- Foi estabelecida também uma estreita colaboração com o meio educacional e as

corporações profissionais, a fim de facilitar o reconhecimento da formação

acadêmica e de se ter acesso a uma formação complementar.

2 N.d.t.: Ministério da Imigração e das Comunidades Culturais.

7

Page 79: 5a REUNIÃO ANUAL

7. Últimos avanços

- Em maio de 2004, o governo de Quebec lançou um grande Plano de Ação para a imigração, integração e relações interculturais.

- Este Plano de Ação contém 38 novas medidas que visam:

• Uma imigração que corresponda melhor às necessidades de Quebec e respeite

seus valores;

• A inserção no mercado de trabalho de maneira rápida e duradoura;

• A aprendizagem aprimorada da língua francesa;

• Abertura para uma maior diversidade;

• Comprometimento na ação de todas as regiões de Quebec. - Por exemplo, uma destas medidas consiste em desenvolver e divulgar um novo

instrumento personalizado, chamado de “roteiro”, que possibilitará aos candidatos à

imigração iniciarem as diferentes etapas do processo de sua integração já a partir de

sua aceitação ainda no estrangeiro. - Este instrumento, que será divulgado em um caderno e ficará disponível na Internet,

visa favorecer o sentido das responsabilidades e o espírito de iniciativa dos principais

atuantes desta iniciativa de integração, ou seja, os próprios imigrantes.

8

Page 80: 5a REUNIÃO ANUAL

RELAÇÕES INTERCULTURAIS EM QUEBEC 8. Comunidades culturais provenientes dos países das Américas As principais comunidades culturais de Quebec provenientes dos países das Américas são

as seguintes3:

- A comunidade haitiana (cerca de 75 mil pessoas); - A comunidade norte-americana (cerca de 26 mil pessoas); - A comunidade jamaicana (cerca de 11 mil pessoas); - A comunidade chilena (cerca de 10 mil pessoas); - A comunidade salvadorenha (cerca de 9 mil pessoas); - A comunidade mexicana (cerca de 7 mil pessoas); - A comunidade colombiana (cerca de 5 mil pessoas); - A comunidade argentina (cerca de 2500 pessoas); - A comunidade brasileira (cerca de 2 mil pessoas).

Estas comunidades estão todas presentes no plano associativo na grande região de

Montreal, onde vários organismos atuam em diversos setores, incluindo-se ação social,

negócios, cultura, religião, mídia, cooperação internacional, integração de imigrantes e

auxílio à mulher com problemas sociais.

O ministère de l’Immigration et des Communautés culturelles oferece a estas comunidades um apoio personalizado, através de seu escritório de contatos com as comunidades culturais.

3 Dados do recenseamento de 2001 revelando que mais de 25 mil residentes de Quebec nasceram nos

Estados Unidos.

9

Page 81: 5a REUNIÃO ANUAL

9. Lei sobre a eqüidade e a não-discriminação

- A Carta de Direitos e Liberdades do Canadá estabelece os direitos de todos os

cidadãos à igualdade diante da lei, independentemente de qualquer discriminação,

principalmente discriminação baseada em raça, origem nacional ou étnica, na cor,

religião, no sexo, na idade ou nas deficiências mentais ou físicas (Artigo 15); - A Carta de Direitos e Liberdades da Pessoa de Quebec estabelece, além do mais, a

proteção de todos os cidadãos contra diversas formas de discriminação, inclusive as

cláusulas discriminatórias em atos jurídicos, as restrições de acesso ao locais públicos

e as práticas discriminatórias relacionadas ao emprego (Artigos 10 a 19). A Comissão de Direitos da Pessoa e Direitos da Juventude tem a missão de zelar pelo respeito

dos principais enunciados contidos nesta Carta.

- Estas Cartas autorizam a implantação de programas de acesso à igualdade tendo por

objeto ajustar a situação das pessoas pertencentes a grupos desfavorecidos,

principalmente no caso de discriminação.

- A Lei sobre a igualdade de empregos em órgãos públicos institui um marco particular

de acesso à igualdade em todos os órgãos públicos de Quebec que empregam mais de

100 pessoas, ou seja, instituições públicas, municipais, de ensino e do setor da saúde e

serviços sociais. O objetivo desta lei é assegurar uma melhor representação dos

grupos vítimas de discriminação dentro de tais instâncias.

- Quebec adotou também várias outras leis que favorecem conseqüentemente um

melhor acesso à igualdade, como a Lei sobre a igualdade salarial e a Lei sobre as normas de trabalho.

10

Page 82: 5a REUNIÃO ANUAL

10. Ação do governo de Quebec vinculada às relações interculturais - Em termos de relações interculturais a ação do governo do Quebec visa principalmente:

• Promover a compreensão e o respeito dos direitos e liberdades da pessoa;

• Favorecer a igualdade entre as pessoas e a participação das mesmas na

coletividade e no desenvolvimento da sociedade;

• Facilitar o diálogo e os intercâmbios entre os quebequenses para favorecer a

abertura ao pluralismo e à aproximação cultural.

- Para alcançar estes objetivos o ministère de l’Immigration et des Communautés

culturelles implantou várias medidas, serviços e atividades, tais como, o Programa de Apoio às Relações Cívicas e Interculturais, a Liga Info-Empregadores para Relações Interculturais, o Prêmio Quebequense da Cidadania, os Prêmios Imigração e Empreendedorismo Feminino. O ministério presta também apoio à

Semana Quebequense de Encontros Interculturais e à Semana de Ações contra o Racismo.

- Quebec estabeleceu também um programa que visa favorecer a contratação de membros de comunidades culturais, indígenas e anglófonas no funcionalismo

público quebequense, e ainda um programa de obrigação contratual para as

empresas que conseguem um contrato ou subsídio do governo 100 mil dólares

canadenses ou mais. Um dos objetivos visados por este último programa é assegurar

uma representação eqüitativa das mulheres, das minorias visíveis e dos indígenas na

equipe de trabalho das empresas.

11

Page 83: 5a REUNIÃO ANUAL

11. Resultados obtidos em matéria de acesso à igualdade de emprego - Nos últimos anos, Quebec efetuou avanços significativos em relação ao acesso à

igualdade de emprego.

- Os índices de emprego da população imigrante e da população de minorias visíveis

aumentaram sensivelmente nos dois últimos recenseamentos (1996 e 2001)4. - Para a população imigrante, o índice de emprego passou de 48,5% para 52,7% entre

1996 e 2001, enquanto que o índice de desemprego passou de 16,4% para 11,7%

neste mesmo período.

- Para a população de minorias visíveis, a melhoria é ainda mais marcante, pois o índice

de emprego passou de 45,9% para 53,6% entre 1996 e 2001, enquanto que o índice de

desemprego passou de 22,4% para 15,4% neste mesmo período.

- A composição da equipe de trabalho do governo de Quebec começa a retratar uma

maior diversidade. Dados recentes revelam realmente um maior número de

contratações de grupos minoritários para cargos no governo.

4 É preciso aguardar os resultados do recenseamento de 2006 para sabermos a evolução desta

melhoria nos últimos anos.

12

Page 84: 5a REUNIÃO ANUAL

12. Últimos avanços

O Plano de Ação para imigração, integração e relações interculturais, lançado em

maio de 2004 pelo governo de Quebec estabelece várias novas medidas que visam

favorecer a aproximação cultural e a luta contra a discriminação. A aplicação da maioria

destas medidas iniciou-se no segundo semestre de 2004.

Segue uma visão geral das medidas mais significativas contidas neste plano de ação: - Designar, para cada comunidade cultural, um agente de contatos com o governo junto

ao ministère de l’Immigration et des Communautés culturelles;

- Apoiar projetos de relações cívicas e interculturais;

- Criar um centro especializado em relações culturais;

- Ampliar a representação dos quebequenses de comunidades culturais no emprego;

- Estabelecer contato com as jovens imigrantes ou provenientes de comunidades

culturais que vivem isoladas;

- Prevenir a violência conjugal e as agressões de caráter sexual feita contra os

imigrantes ou contra as pessoas de comunidades culturais;

- Favorecer a aprendizagem intercultural do jovem no meio escolar;

- Promover a contribuição representada pela imigração e pelas comunidades culturais;

- Sensibilizar as associações de proprietários de alojamentos;

- Prevenir o estabelecimento do perfil racial.

13

Page 85: 5a REUNIÃO ANUAL

CONCLUSÃO

Quebec é uma sociedade aberta à imigração e cada vez mais diversificada, tanto em

termos de crenças, como de costumes de vida e origens de seus cidadãos.

O desafio de uma sociedade intercultural é principalmente um desafio cultural, ou seja,

assegurar a harmonia favorecendo a apropriação de valores e princípios de ações que

congreguem todos os cidadãos, respeitando-se as diferenças pessoais, culturais e

religiosas.

As políticas seguidas por Quebec para imigração, integração e relações interculturais

visam favorecer esta harmonia e este respeito. A implantação deste Plano de Ação,

intitulado “Valores partilhados, interesse em comum” já está dando resultados

interessantes. Dentro do próprio governo de Quebec, a diversidade tem adquirido um

avanço significativo nos últimos anos, representando um aspecto incentivador para o bom

andamento da situação.

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REDE DE MULHERES PARLAMENTARES DAS AMÉRICAS

PROPOSTAS DE TEMAS PARA A VI REUNIÃO ANUAL

FEITAS DURANTE A V REUNIÃO ANUAL DA REDE FOZ DO IGUAÇU, BRASIL

7 DE MAIO DE 2005

I - Tema: “Acompanhamento da implantação da Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher e de seu protocolo facultativo”. Descrição da Convenção Adotada em 18 de dezembro de 1979 pela Organização das Nações Unidas, a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (CEDEF) está vigente a partir de 3 de setembro de 1981, como tratado internacional, após ter sido ratificada por vinte países. Em janeiro de 2004, cerca de 175 Estados já haviam ratificado esta Convenção. Dentre outras convenções internacionais sobre a proteção dos direitos humanos, esta é a segunda com maior número de ratificações. A Convenção visa suprimir toda atitude e prática, toda exclusão ou preferência fundada no gênero, que tenha por efeito desfavorecer a mulher e fazê-la sofrer maus tratos. Esta Convenção distingue-se dos demais tratados de direitos humanos, pois aborda especificamente aspectos da situação da mulher, principalmente os direitos cívicos e o estatuto jurídico, a procriação e as incidências dos fatores culturais nas relações entre homens e mulheres. Isto sem deixar de mencionar que este instrumento é um elemento propulsor nas mãos de parlamentares para que seja colocado um fim nas diferentes formas de discriminações sofridas pelas mulheres e para se efetuar a promoção da igualdade, sem a qual não pode haver desenvolvimento humano sustentável. Justificativa desta proposta No marco da próxima Reunião Anual da Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, que será no ano em que se comemora o 25o aniversário de vigência da CEDEF, parece-nos essencial que examinemos atentamente esta Convenção que, atualmente dotada de um protocolo facultativo, que possibilita acelerar a efetivação da igualdade de gêneros. Deste modo, o objetivo de nossa próxima sessão de trabalho seria fazer com que a CEDEF e seu protocolo sejam o âmago das reflexões da Rede e da COPA para que os direitos da mulher

Page 87: 5a REUNIÃO ANUAL

sejam considerados nas Américas. Em seguida, a Rede poderia incitar os Chefes de Estado e de Governo das Américas a ratificarem e implantarem, se necessário, esta Convenção e seu protocolo facultativo. Por fim, esta temática possibilitaria que a Rede faça um acompanhamento de todas as recomendações e resoluções adotadas em suas diversas reuniões, principalmente daquelas que abordam a violência contra a mulher. II - Tema : “Situação da mulher que mora em zona rural e mulher indígena – seus problemas de acesso aos recursos e aos serviços, os impactos da integração econômica na vida delas.” Justificativa desta proposta Contexto internacional A Comissão da Condição da Mulher das Nações Unidas estabelece disposições sobre o acesso igual das mulheres e das jovens à educação e à criação de um meio favorável para a participação da mulher na vida econômica. Faz principalmente um apelo ao sistema da ONU e aos doadores. Aos doadores, às instituições financeiras internacionais e aos bancos de desenvolvimento regionais, solicita-se que sejam implantadas políticas que apóiem os esforços nacionais visando ampliar os recursos colocados à disposição da mulher, particularmente nas zonas rurais. Além disto, a ONU está prestes a propor um projeto de declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Existe também outros instrumentos jurídicos visando promover os direitos dos indígenas no mundo, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os povos indígenas e tribais ratificado apenas por 17 países desde sua adoção em 1989. Cabe observar que a maioria dos países que ratificaram esta convenção é da América Latina (são 13 dos 17 que ratificaram) onde a população indígena é importante. Contexto interamericano Existe uma rede continental de mulheres indígenas das Américas, criada em 1993 por mulheres indígenas canadenses, com o propósito de reunir as mulheres indígenas do continente para intercambiar sobre os avanços feitos na área de direitos da mulher indígena. Esta rede congrega várias organizações nacionais de mulheres indígenas. Desde que foi criada, esta rede fez várias sessões de trabalho. A última foi realizada em abril de 2004 em Lima, Peru. Estes encontros deram origem a recomendações que já foram adotadas. Além do mais, de 30 de novembro a 4 de dezembro de 2002 ocorreu em Oaxaca, no México, a primeira cúpula de mulheres indígenas das Américas.

2

Page 88: 5a REUNIÃO ANUAL

Organização dos Estados Americanos (OEA) A OEA implantou vários dispositivos que podem ser empregados pela mulher para que ela exerça seus direitos. Existe, entre outros, a Convenção Americana dos Direitos Humanos (CADH) e a Convenção sobre a Prevenção e Erradicação de qualquer forma de violência feita à mulher. Estas convenções cobrem implicitamente os direitos da mulher indígena e as mulheres em regiões rurais. Conclusão Esta segunda temática poderia ser abordada também, caso da primeira (CEDEF) seja escolhida. De fato, a Convenção privilegia um acompanhamento para todos os grupos de mulheres, inclusive mulheres em zonas rurais e mulheres indígenas, que poderiam ser abordadas no marco mais amplo da primeira temática, país por país, para todas as Américas.

3

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