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Fenômenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferência de Calor 128 TRANSFERÊNCIA DE CALOR Sempre que existir uma diferença de temperatura em um meio ou entre meios diferentes, haverá, necessariamente, transferência de calor. A transferência de calor é o trânsito de energia provocado por uma diferença de temperatura, no sentido da temperatura mais alta para a mais baixa. O ramo da ciência que trata da relação entre calor e outras formas de energia é a termodinâmica. Seus princípios são baseados em observações e foram generalizados em leis julgadas verdadeiras para todos os processos que ocorrem na natureza: 1 a Lei da Termodinâmica: A energia não pode ser criada ou destruída, mas apenas transformada de uma forma para outra. 2 a Lei da Termodinâmica: É impossível existir um processo cujo único resultado seja a transferência de calor de uma região de baixa temperatura para outra de temperatura mais alta. Todos os processos de transferência de calor envolvem a transferência e a conversão de energia. Dessa forma, eles devem obedecer à primeira e à segunda leis da termodinâmica. A literatura reconhece três modos distintos de transferência de calor: condução, convecção e radiação. Condução Transferência de calor que ocorre em um meio estacionário, que pode ser um sólido ou um fluido. A condução pode ser vista como a transferência de energia de partículas mais energéticas para partículas de menor energia, devido às interações que ocorrem entre elas. Temperaturas mais altas estão associadas a energias moleculares mais altas. Quando moléculas vizinhas colidem entre si, há transferência de energia das moléculas de maior energia para as moléculas de menor energia. Na presença de um gradiente de temperatura, a transferência de energia por condução ocorre, portanto, no sentido da diminuição de temperatura. Em sólidos, as moléculas apresentam menor espaçamento. As interações moleculares são, portanto, mais fortes e mais freqüentes que nos fluidos. A transferência de calor por condução é, portanto, maior em materiais sólidos do que em materiais fluidos, em condições semelhantes. Convecção Transferência de calor que ocorre entre uma superfície e um fluido em movimento, quando estiverem em temperaturas diferentes. A convecção abrange dois mecanismos distintos. Além da transferência de energia devido ao movimento molecular aleatório (condução), a energia também é transferida através do movimento global ou macroscópico do fluido (advecção). Este movimento, na presença de um gradiente de temperatura, contribui para a transferência de calor. A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com a natureza do escoamento do fluido. Ela é dita convecção forçada (Fig. 1a) quando o escoamento é causado por meios externos (como um ventilador ou uma bomba) ou quando o escoamento é de ventos atmosféricos. Na convecção natural ou livre (Fig. 1b), o escoamento dos fluidos é induzido por forças de empuxo, originadas a partir de variações de densidade causadas por diferenças de temperatura no fluido. Na prática, podem ocorrer situações nas quais ambas as formas de convecção ocorrem simultaneamente. Diz-se, neste caso, que há convecção mista.

607909_Fenômenos de Transportes - Transferência de Calor

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  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    128

    TRANSFERNCIA DE CALOR

    Sempre que existir uma diferena de temperatura em um meio ou entre meios diferentes,

    haver, necessariamente, transferncia de calor. A transferncia de calor o trnsito de

    energia provocado por uma diferena de temperatura, no sentido da temperatura mais alta

    para a mais baixa. O ramo da cincia que trata da relao entre calor e outras formas de

    energia a termodinmica. Seus princpios so baseados em observaes e foram

    generalizados em leis julgadas verdadeiras para todos os processos que ocorrem na natureza:

    1a Lei da Termodinmica: A energia no pode ser criada ou destruda, mas apenas

    transformada de uma forma para outra.

    2a Lei da Termodinmica: impossvel existir um processo cujo nico resultado seja a

    transferncia de calor de uma regio de baixa temperatura para outra de temperatura mais alta.

    Todos os processos de transferncia de calor envolvem a transferncia e a converso de

    energia. Dessa forma, eles devem obedecer primeira e segunda leis da termodinmica. A

    literatura reconhece trs modos distintos de transferncia de calor: conduo, conveco e

    radiao.

    Conduo

    Transferncia de calor que ocorre em um meio estacionrio, que pode ser um slido ou um

    fluido.

    A conduo pode ser vista como a transferncia de energia de partculas mais energticas para

    partculas de menor energia, devido s interaes que ocorrem entre elas. Temperaturas mais

    altas esto associadas a energias moleculares mais altas. Quando molculas vizinhas colidem

    entre si, h transferncia de energia das molculas de maior energia para as molculas de

    menor energia. Na presena de um gradiente de temperatura, a transferncia de energia por

    conduo ocorre, portanto, no sentido da diminuio de temperatura. Em slidos, as

    molculas apresentam menor espaamento. As interaes moleculares so, portanto, mais

    fortes e mais freqentes que nos fluidos. A transferncia de calor por conduo , portanto,

    maior em materiais slidos do que em materiais fluidos, em condies semelhantes.

    Conveco

    Transferncia de calor que ocorre entre uma superfcie e um fluido em movimento, quando

    estiverem em temperaturas diferentes.

    A conveco abrange dois mecanismos distintos. Alm da transferncia de energia devido ao

    movimento molecular aleatrio (conduo), a energia tambm transferida atravs do

    movimento global ou macroscpico do fluido (adveco). Este movimento, na presena de

    um gradiente de temperatura, contribui para a transferncia de calor.

    A transferncia de calor por conveco pode ser classificada de acordo com a natureza do

    escoamento do fluido. Ela dita conveco forada (Fig. 1a) quando o escoamento causado

    por meios externos (como um ventilador ou uma bomba) ou quando o escoamento de ventos

    atmosfricos. Na conveco natural ou livre (Fig. 1b), o escoamento dos fluidos induzido

    por foras de empuxo, originadas a partir de variaes de densidade causadas por diferenas

    de temperatura no fluido. Na prtica, podem ocorrer situaes nas quais ambas as formas de

    conveco ocorrem simultaneamente. Diz-se, neste caso, que h conveco mista.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    129

    Figura 1 Transferncia de calor por conveco. (a) Conveco forada. (b) Conveco natural

    Radiao

    Energia emitida na forma de ondas eletromagnticas por uma superfcie a uma temperatura

    no nula.

    A radiao trmica a energia eletromagntica propagada na velocidade da luz, emitida pelos

    corpos em virtude de sua temperatura. Os tomos, molculas ou eltrons so excitados e

    retornam espontaneamente para os estados de menor energia. Neste processo, emitem energia

    na forma de radiao eletromagntica. Uma vez que a emisso resulta de variaes nos

    estados eletrnico, rotacional e vibracional dos tomos e molculas, a radiao emitida

    usualmente distribuda sobre uma faixa de comprimentos de onda. Estas faixas e os

    comprimentos de onda representando os limites aproximados so mostrados na Fig. 2.

    O processo de transferncia de calor por radiao ocorre de um corpo a alta temperatura para

    um corpo a baixa temperatura, quando estes corpos esto separados no espao, ainda que

    exista vcuo entre eles.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    130

    Figura 2 Espectro de Radiao Eletromagntica

    Exemplo 1 Modos de Transferncia de Calor

    Uma garrafa trmica tem o objetivo de manter a temperatura de seu contedo constante ao

    longo do tempo, independendo das condies ambientes externas. Identifique os processos de

    transferncia de calor que contribuem para o resfriamento de caf quente colocado em seu

    interior e discuta sobre as caractersticas que minimizam as trocas de calor com o ambiente

    externo.

    As garrafas trmicas so constitudas basicamente de um vaso de vidro com paredes duplas,

    distanciadas entre si de 1 cm, como mostrado na figura a seguir.

    Considerando-se que o fluido no interior da garrafa trmica seja caf quente, as trocas de calor entre o

    caf e o ambiente so: conveco natural do caf para a primeira parede; conduo atravs da primeira

    parede; conveco natural da primeira parede para o ar no interior da garrafa; conveco natural do ar

    para a segunda parede (invlucro plstico); troca lquida por radiao entre as paredes; conduo

    atravs do invlucro plstico; conveco natural do invlucro plstico para o ambiente externo; troca

    lquida por radiao entre a superfcie externa do invlucro plstico e a vizinhana.

    No processo de fabricao, grande parte do ar retirado do espao entre as paredes atravs de um

    orifcio, que a seguir selado. Com este vcuo parcial, as trocas de calor por conduo e conveco

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    131

    so minimizadas. As superfcies das paredes so revestidas por materiais aluminizados (baixa

    emissividade), fazendo com que elas se tornem espelhadas, provocando a reflexo da radiao para o

    interior do recipiente, evitando a transmisso de calor para o exterior. A tampa que fecha a garrafa

    geralmente oca e feita de borracha ou plstico (materiais isolantes), minimizando a perda de calor

    para o exterior.

    EQUAES DE TAXA

    Todos os processos de transferncia de calor podem ser quantificados atravs da equao de

    taxa apropriada. A equao de taxa pode ser usada para se calcular a quantidade de energia

    transferida por unidade de tempo.

    A taxa de energia denotada por q, e tem unidade de W (Watt) no SI. Outra maneira de se

    quantificar a transferncia de energia atravs do fluxo de calor, "q , que a taxa de energia

    por unidade de rea (perpendicular direo da troca de calor). No SI, a unidade do fluxo

    W/m2.

    Conduo

    Lei de Fourier

    dx

    dTkq"cond

    onde "cond

    q : Fluxo de calor por conduo na direo x (W/m2)

    k: Condutividade trmica do material da parede (W/mK)

    calor de fluxo do direo na ra temperatude Gradiente :dx

    dT

    A taxa de calor pode ser obtida multiplicando-se o fluxo de calor pela rea perpendicular

    direo da transferncia de calor,

    dx

    dTkAqcond

    O sinal negativo aparece porque o calor est sendo transferido na direo da temperatura

    decrescente. A Lei de Fourier se aplica a todos os estados da matria (slidos, lquidos e

    gases), desde que estejam em repouso.

    Conveco

    Lei de Resfriamento de Newton

    Figura 3 Transferncia Convectiva de Calor

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    132

    TThq S"conv , se TS > T

    S"conv TThq , se T > TS

    onde qconv: Fluxo de calor por conveco (W/m2)

    h: Coeficiente convectivo de calor (W/m2K)

    TS: Temperatura da superfcie

    T: Temperatura do fluido

    Assumindo-se um fluxo de calor por conveco constante, a taxa de transferncia de calor por

    conveco dada por

    Aqq "convconv ou

    TThAq sconv , se TS > T

    sconv TThAq , se T > TS

    A Tabela 1 apresenta valores tpicos do coeficiente convectivo h

    Tabela 1 Valores de h (W/m2.K)

    Gs Lquido

    Conveco Natural 5-25 50-1.000

    Conveco Forada 25-250 50-20.000

    Ebulio ou Condensao 2.500-100.000

    Radiao

    Lei de Stefan-Boltzmann

    A radiao com comprimento de onda de aproximadamente 0,2m a 1000m chamada radiao trmica e emitida por todas as substncias em virtude de sua temperatura. A

    mxima energia trmica emitida por uma superfcie

    4smax T"q

    onde qmax: Energia emitida por unidade de rea da superfcie (W/m2)

    : Constante de Stefan-Boltzmann (5,67x10-8 W/m2K4)

    Ts: Temperatura absoluta da superfcie (K)

    Se a energia emitida for uniforme ao longo da superfcie, a taxa mxima de calor emitida pode

    ser dada por:

    ATq 4smax

    onde A: rea da superfcie

    Uma superfcie capaz de emitir esta quantidade de energia chamada um radiador ideal ou

    um corpo negro. Um corpo negro pode ser definido tambm como um perfeito absorvedor de

    radiao. Toda a radiao incidente sobre um corpo negro (independentemente do

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    133

    comprimento de onda ou da direo) ser absorvida. Embora um corpo negro no exista na

    natureza, alguns materiais se aproximam de um. Por exemplo, uma camada fina de carbono

    preto pode absorver aproximadamente 99% da radiao trmica incidente.

    O fluxo de calor emitido por uma superfcie real menor do que aquele emitido por um corpo

    negro mesma temperatura e dado por

    4sreal T"q

    onde a emissividade da superfcie. Esta propriedade indica a eficincia de emisso da

    superfcie em relao a um corpo negro 10 . A Tabela A.5 apresenta a emissividade de algumas superfcies selecionadas, a 300K.

    Se o fluxo de calor for uniforme ao longo da superfcie, a taxa total de calor emitida pode ser

    dada por:

    ATq 4sreal

    onde A: rea da superfcie

    Anlises experimentais mostram que os metais, em geral, apresentam baixa emissividade. No

    entanto, a sua oxidao provoca um aumento nesta propriedade. Ao contrrio dos metais, os

    materiais no condutores apresentam alta emissividade.

    Quando uma energia radiante atinge a superfcie de um material, parte da radiao refletida,

    parte absorvida e parte transmitida, como mostrado na Fig. 4. A refletividade a propriedade radiativa que representa a frao refletida, ou seja, a razo entre a parcela

    refletida pela superfcie e a radiao incidente sobre ela. Da mesma forma, a absortividade

    a frao absorvida e a transmissividade a frao transmitida atravs da superfcie. Como a soma das parcelas absorvida, refletida e transmitida pela superfcie deve ser igual radiao

    incidente sobre ela, pode-se perceber que a soma das propriedades radiativas deve ser igual

    unidade, ou seja,

    1

    Figura 4 Radiao Incidente sobre uma Superfcie

    O clculo da taxa lquida na qual a radiao trocada entre duas superfcies bastante

    complexo e depende das propriedades radiativas das superfcies, de seu formato e de seu

    posicionamento geomtrico. Por exemplo, a troca de calor por radiao entre duas placas

    negras paralelas de 1 m x 1 m, distanciadas de 1m, de 1,13 kW. Se estas mesmas placas

    estivessem distanciadas de 2 m, a troca de calor por radiao seria de 0,39 kW. Um caso

    especial que ocorre com freqncia envolve a troca lquida de radiao entre uma pequena

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    134

    superfcie a uma temperatura TS e uma superfcie isotrmica bem maior que a primeira, que a

    envolve completamente (Fig. 5).

    Figura 5 Troca Radiativa Lquida entre duas Superfcies

    Considerando-se a superfcie menor cinzenta , o fluxo lquido de transferncia de calor por radiao a partir da superfcie dado por

    44s"rad TTq

    A taxa lquida de troca de calor

    44srad TTAq

    onde A: rea da superfcie menor

    TS: Temperatura da superfcie menor

    T: Temperatura da superfcie maior

    Manipulando-se a equao anterior, pode-se escrever a taxa lquida como

    2viz2sssrad TTTTTTAq

    Definindo-se

    22ssr TTTTh

    a equao da taxa de calor por radiao pode ser escrita como

    TTAhq srrad

    Deve ser ressaltado que o resultado independe das propriedades da superfcie maior, j que

    nenhuma parcela da radiao emitida pela superfcie menor seria refletida de volta para ela.

    As superfcies mostradas na Fig. 3 podem tambm, simultaneamente, trocar calor por

    conveco com um fluido adjacente. A taxa total de transferncia de calor dada, portanto,

    pela soma da taxa de calor por radiao com a taxa de calor por conveco,

    convrad qqq

    A Tabela 2 apresenta um resumo das equaes de taxa dos diferentes modos de transferncia

    de calor.

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    135

    Tabela 2 Equaes de Taxa

    Taxa Fluxo

    Conduo

    dx

    dTkAqcond

    dx

    dTkq"cond

    Conveco TThAq sconv TThq S"conv

    Radiao 44srad TTAq 44s"rad TTq

    Exemplo 2 Taxas de calor: radiao e conveco natural

    Uma tubulao de vapor sem isolamento trmico passa atravs de uma sala onde o ar e as

    paredes se encontram a 25oC. O dimetro externo do tubo de 70 mm, a temperatura de sua

    superfcie de 200oC e sua emissividade de 0,8. O coeficiente associado com a transferncia

    de calor por conveco natural da superfcie para o ar de 15 W/m2.K. Determine a taxa de

    calor perdida pela superfcie do tubo, por unidade de comprimento.

    A perda de calor da tubulao para o ar da sala se d por conveco e, para as paredes, por radiao. A

    taxa total de calor perdida , portanto, a soma da taxa perdida por conveco com a taxa perdida por

    radiao.

    radconv qqq

    A taxa de calor perdida por conveco calculada pela lei de resfriamento de Newton,

    TThAq sconv

    onde A a rea de troca de calor, ou seja, a rea superficial do tubo,

    dLA

    TTdLhq sconv

    A taxa de calor perdida por radiao para as paredes pode ser calculada, considerando-se a superfcie

    do tubo cinzenta, pela lei de Stefan-Boltzmann,

    44srad TTAq

    onde

    dLA

    44srad TTdLq

    A taxa total de troca de calor dada, portanto, por

    44ss TTdLTTdLhq

    A taxa de calor por unidade de comprimento pode ser obtida dividindo-se a equao anterior por L,

    44ss TTdTTdhL

    q

    4442

    8o

    2K15,298K15,473.m07,0.

    K.m

    W10x67,5.8,0C25200

    K.m

    W15.m07,0.

    L

    q

    Deve ser observado que a temperatura pode ser escrita em oC quando se avaliam diferenas de

    temperatura em processos de transferncia de calor por conduo ou por conveco (diferena linear

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    136

    de temperatura). No entanto, a temperatura deve ser escrita em K em processos de transferncia de

    calor por radiao (temperaturas elevadas quarta potncia).

    m/W421m/W577L

    q

    m/W998L

    q

    Na situao deste exemplo, as taxas de transferncia de calor por radiao e conveco possuem

    magnitudes comparveis, pois o valor da temperatura superficial grande quando comparado ao valor

    da temperatura das vizinhanas e o coeficiente associado conveco natural pequeno.

    Exemplo 3 Taxas de calor: radiao e conveco forada

    Um cilindro oco de madeira, de 2 cm de dimetro e 1 m de comprimento, aquecido pela

    passagem de uma resistncia eltrica. A temperatura superficial externa do cilindro mantida

    constante em 40oC. Ele exposto a uma corrente de ar a temperatura de 15

    oC, sendo o

    coeficiente convectivo associado de 100 W/m2.K. Determine e compare as taxas de calor

    trocadas entre o cilindro e o ambiente

    a) por conveco

    b) por radiao.

    a) A taxa de calor perdida por conveco dada por TThAq sconv

    como dLA

    TTdLhq sconv

    C1540Km

    W100.m1.m02,0.q

    o

    2

    W08,157q

    b) A taxa de calor perdida por radiao dada por

    4viz4srad TTAq

    ou

    44srad TTdLq

    Da Tabela A.5, a emissividade da madeira a 300K varia entre 0,82 e 0,92. Assumindo-se um valor

    mdio, 86,0

    4442

    8 K15,288K15,313.m1.m02,0.K.m

    W10x67,5.86,0q

    W34,8q

    Percebe-se que a taxa de calor perdida por radiao representa apenas 5% da taxa total de calor,

    podendo ser desprezada em clculos de engenharia. Isto pode ser explicado pelo alto valor do

    coeficiente convectivo e pelos valores prximos de temperatura ambiente e da superfcie do cilindro.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    137

    INTRODUO CONDUO

    A Lei de Fourier uma lei fenomenolgica, ou seja, desenvolvida a partir de fenmenos

    observados, e no deduzida a partir de princpios fundamentais.

    Para a conduo unidimensional, dx

    dTkq" x,cond

    O fluxo de calor uma grandeza vetorial, dado por Tk"q

    onde o operador gradiente. A Tabela 3 apresenta, para os trs sistemas de coordenadas, a lei de Fourier.

    Tabela 3 Lei de Fourier

    Sistema de

    coordenadas Lei de Fourier Forma compacta

    Cartesianas

    k

    z

    Tj

    y

    Ti

    x

    Tkq " kqjqiqq zyx

    """"

    Cilndricas

    k

    z

    Tj

    T

    ri

    r

    Tkq

    1"

    kqjqiqq zr""""

    Esfricas

    k

    T

    rj

    T

    ri

    r

    Tkq

    sen

    11"

    kqjqiqq r""""

    PROPRIEDADES TRMICAS DA MATRIA

    A condutividade trmica (k) representa a capacidade de um corpo transferir calor. Ela

    depende da estrutura fsica da matria, a nveis atmico e molecular. Para uma taxa de calor

    fixa, um aumento na condutividade trmica representa uma reduo do gradiente de

    temperatura ao longo da direo da transferncia de calor. Para uma diferena fixa de

    temperatura, um aumento na condutividade trmica representa um aumento da taxa de calor

    transferida. Em geral, a condutividade trmica de um slido maior que a de um lquido que,

    por sua vez, maior que a de um gs. Esta tendncia se deve, em grande parte, s diferenas

    de espaamento intermolecular nos estados da matria, mas tambm se deve s diferenas

    entre as estruturas moleculares dos materiais. As molculas de um metal so compactadas e

    bem ordenadas, permitindo uma melhor transferncia de calor do que em um material no

    metlico, que possui as molculas mais esparsas. Os eltrons livres, presentes nos materiais

    metlicos, so em parte responsveis pela elevada condutividade trmica destes materiais.

    Assim, bons condutores eltricos geralmente possuem altas condutividades trmicas. Os

    slidos inorgnicos com estrutura cristalina menos ordenada que os metais apresentam

    menores condutividades trmicas. Materiais orgnicos e fibrosos como a madeira tm

    condutividades ainda menores. No Sistema Internacional, a unidade de k W/(m.K). A

    Tabela A.6 apresenta valores da condutividade trmica para alguns materiais, a 300 K.

    O produto cp (densidade * calor especfico), comumente chamado de capacidade calorfica, mede a capacidade de um material de armazenar energia trmica. No Sistema Internacional, a

    unidade da capacidade calorfica kg.K/(m3.s

    2).

    A difusividade trmica definida como sendo a razo entre a condutividade trmica e a capacidade calorfica

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    138

    pc

    k

    Esta propriedade mede a capacidade do material de conduzir a energia trmica em relao

    sua capacidade de armazen-la. Materiais com valores elevados de respondero rapidamente a mudanas nas condies trmicas a eles impostas, enquanto materiais com

    valores reduzidos de respondero mais lentamente, levando mais tempo para atingir uma nova condio de equilbrio. Em geral, os slidos metlicos tm maiores difusividades

    trmicas, enquanto os slidos no metlicos apresentam menores valores desta propriedade.

    No SI, a unidade de m2/s.

    EQUAO DA DIFUSO DE CALOR

    Coordenadas Cartesianas

    Um dos objetivos principais da anlise da conduo de calor determinar o campo de

    temperaturas em um meio, ou seja, a distribuio de temperaturas em seu interior. Assim,

    pode-se determinar o fluxo de calor por conduo em qualquer ponto do meio ou em sua

    superfcie utilizando-se a lei de Fourier. Seja o volume de controle infinitesimal de dimenses

    dx, dy e dz mostrado na Fig. 6. gE representa a gerao interna de calor que pode existir no

    volume de controle, ou seja, a converso de outras formas de energia em energia trmica. Esta

    converso pode ser atravs de uma reao qumica exotrmica ou o aquecimento do volume

    de controle por uma resistncia eltrica. aE o acmulo de energia que pode existir no

    volume de controle ao longo do tempo. zyx q e q ,q so as taxas de calor por conduo nas trs

    direes.

    Fazendo-se um balano de energia no volume de controle

    agse EEEE

    dxdydzt

    Tcdxdydzqqqqqqq pdzzdyydxxzyx

    Figura 6 Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Cartesianas)

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    139

    q : Taxa de gerao de energia por unidade de volume do meio (W/m3)

    t

    Tcp

    : Taxa de variao de energia trmica do meio, por unidade de volume (W/m3)

    Fazendo-se uma expanso em srie de Taylor nas 3 direes,

    dzz

    qqqdy

    y

    qqqdx

    x

    qqq zzdzz

    yydyy

    xxdxx

    Assim,

    dxdydzt

    Tcdxdydzqdz

    z

    qqdy

    y

    qqdx

    x

    qqqqq p

    zz

    yy

    xxzyx

    dxdydzt

    Tcdxdydzqdz

    z

    qdy

    y

    qdx

    x

    qp

    zyx

    dxdydzt

    Tcdxdydzqdzq

    zdyq

    ydxq

    xpzyx

    As taxas zyx q e q ,q podem ser determinadas utilizando-se a Lei de Fourier

    dxdyz

    Tkqdxdz

    y

    Tkqdydz

    x

    Tkq zyx

    dxdydzt

    Tcdxdydzqdzdxdy

    z

    Tk

    zdydxdz

    y

    Tk

    ydxdydz

    x

    Tk

    xp

    dxdydzt

    Tcdxdydzqdxdydz

    z

    Tk

    zdxdydz

    y

    Tk

    ydxdydz

    x

    Tk

    xp

    Dividindo-se todos os termos pelo volume infinitesimal dxdydz,

    t

    Tcq

    z

    Tk

    zy

    Tk

    yx

    Tk

    xp

    Muitas vezes, no entanto, possvel operar com verses simplificadas desta equao,

    adotando-se algumas hipteses:

    Condutividade trmica constante (k constante):

    t

    T

    k

    c

    k

    q

    z

    T

    y

    T

    x

    T p2

    2

    2

    2

    2

    2

    Sabendo que a difusividade trmica

    pc

    k

    A equao anterior pode ser reescrita como:

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    140

    t

    T1

    k

    q

    z

    T

    y

    T

    x

    T2

    2

    2

    2

    2

    2

    Regime Permanente 0

    t

    T :

    0qz

    Tk

    zy

    Tk

    yx

    Tk

    x

    Conduo unidimensional de calor em regime permanente, sem gerao interna de calor

    0dx

    dTk

    dx

    d

    0"qdx

    dX

    ou seja

    constante"q X

    Em condies de transferncia de calor unidimensional em regime permanente, sem gerao

    interna de energia, o fluxo de calor constante.

    Exemplo 4 Distribuio de temperaturas em uma parede plana k varivel

    Uma parede plana tem a superfcie interna (x = 0) mantida a 300 K, enquanto a superfcie

    externa (x = 0,5 m) mantida a 550 K. Dada a grande diferena de temperatura entre as

    extremidades, a condutividade trmica do material da parede no pode ser considerada

    constante, sendo dada pela expresso 06711.0x246.0x2965.1

    1k

    2 . Determine a

    distribuio de temperaturas no interior da parede e o fluxo de calor na posio x = 0,3 m,

    considerando a conduo unidimensional em regime permanente, sem gerao de calor.

    A equao da difuso de calor, em coordenadas cartesianas, dada por

    t

    Tcq

    z

    Tk

    zy

    Tk

    yx

    Tk

    xp

    Considerando-se a conduo unidimensional, em regime permanente, sem gerao interna de calor,

    esta equao se reduz a

    0dx

    dTk

    dx

    d

    Como a condutividade trmica do material da parede no constante, variando com a posio x, ela

    deve ser includa na equao antes que a integrao da equao seja feita. Assumindo-se

    cbxax

    1

    06711.0x246.0x2965.1

    1k

    22

    0dx

    dT

    cbxax

    1

    dx

    d

    dx

    dTk

    dx

    d2

    Integrando-se uma vez a equao, obtm-se

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    141

    12C

    dx

    dT

    cbxax

    1

    (1)

    ou

    cbxaxCdx

    dT 21

    Integrando-se a equao uma segunda vez,

    2

    23

    1 Ccx2

    bx

    3

    axCT

    (2)

    ou

    2

    23

    1 Cx06711,02

    x246,0

    3

    x2965,1CT

    Para a determinao das constantes de integrao, necessrio aplicar as condies de contorno.

    K3000xT (3)

    K550m5,0xT (4)

    Substituindo-se a condio de contorno (3) na equao (2),

    2

    23

    1 0.06711,02

    0246,0

    3

    02965,1300 CC

    KC 3002

    Substituindo-se a condio de contorno (3) na equao (2),

    3005,0.06711,0

    2

    5,0246,0

    3

    5,02965,1550

    23

    1

    C

    21 m/W4399C

    Substituindo-se os valores encontrados para as constantes,

    300x295x541x1901T 23

    O fluxo de calor pode ser obtido atravs da lei de Fourier,

    dx

    dTk"q

    Como 1C

    dx

    dTk (Equao 1)

    1C"q

    2m/W4399"q

    Coordenadas Cilndricas

    Efetuando-se uma anlise similar realizada para coordenadas cartesianas, pode-se escrever a

    equao da difuso de calor em coordenadas cilndricas e esfricas.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    142

    Figura 7 Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Cilndricas)

    t

    Tcq

    z

    Tk

    z

    Tk

    r

    1

    r

    Tkr

    rr

    1p2

    Coordenadas Esfricas

    Figura 8 Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Esfricas)

    t

    Tcq

    Tksen

    senr

    1Tk

    senr

    1

    r

    Tkr

    rr

    1p222

    2

    2

    Condies de Contorno e Condio Inicial

    A soluo das equaes que governam um problema depende ainda das condies fsicas que

    existem nas fronteiras do meio (condies de contorno) e, quando a situao for dependente

    do tempo, tambm das condies que existem em um certo instante inicial (condio inicial).

    Como a equao da conduo de calor uma equao de segunda ordem nas coordenadas

    espaciais, so necessrias 2 condies de contorno para cada coordenada espacial que

    descreve o sistema. Como a equao de primeira ordem no tempo, basta apenas uma

    condio inicial. As figuras a seguir mostram as 3 espcies de condies de contorno

    comumente encontradas na transferncia de calor. Elas ilustram a situao para um sistema

    unidimensional, especificando a condio de contorno na superfcie em x = 0, com a

    transferncia de calor ocorrendo no sentido positivo do eixo x.

    1) Temperatura da Superfcie Prescrita

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    143

    sTtT ),0(

    2) Fluxo de Calor Prescrito na Superfcie

    )0("

    0

    x

    x

    qx

    Tk

    a) Fluxo de Calor Diferente de Zero

    "

    0

    S

    x

    qx

    Tk

    b) Fluxo de Calor Nulo (Parede Isolada ou Adiabtica)

    00

    xx

    T

    3) Condio Convectiva na Superfcie

    tTThx

    Tk

    x

    ,00

    Exemplo 5 Fluxo e taxa de calor em uma casca esfrica

    Uma casca esfrica, com os raios interno e externo ri e ro, respectivamente, contm

    componentes que dissipam calor. Se a distribuio de temperatura na casca da forma

    21 C

    r

    C)r(T , determine as expresses para o fluxo trmico e a taxa de calor em funo do

    raio r.

    O fluxo e a taxa de calor podem ser calculados atravs da lei de Fourier,

    dr

    dTk"q

    Derivando-se a temperatura em funo do raio da casca esfrica,

    2

    1

    r

    C

    dr

    dT

    21

    r

    Ck"q

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    144

    2

    1

    r

    Ck"q

    A taxa de calor pode ser obtida multiplicando-se o fluxo de calor pela rea superficial da esfera,

    2r4A

    2

    12

    2

    1

    r

    Cr4.k

    r

    CkAA"qq

    1kC4q

    CONDUO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE

    Seja uma parede plana separando dois fluidos em temperaturas diferentes (Fig. 9). Considere

    a conduo unidimensional de calor atravs da parede, em regime permanente, sem gerao

    interna. A temperatura funo somente de uma coordenada espacial (no caso x) e o calor

    transferido unicamente nesta direo. A transferncia de calor ocorre por conveco do fluido

    quente a T1 para a superfcie da parede a TS1 em x = 0, por conduo atravs da parede e por

    conveco da superfcie da parede em x = L a TS2 para o fluido frio a T2.

    Figura 9 Transferncia de Calor atravs de uma Parede Plana

    A determinao da distribuio de temperaturas no interior da parede feita atravs da

    soluo da equao de calor. Em coordenadas cartesianas, esta equao dada por

    t

    Tcq

    z

    Tk

    zy

    Tk

    yx

    Tk

    xp

    Hipteses:

    Conduo unidimensional

    0

    zT

    yT

    Sem gerao interna 0q

    Regime permanente 0t

    T

    A equao se reduz, ento, a

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    145

    0dx

    dTk

    dx

    d

    Considerando-se a condutividade trmica do material constante,

    0dx

    Tdk

    2

    2

    ou 0dx

    Td2

    2

    Integrando-se 2 vezes em x,

    1Cdx

    dT 21 CxCT

    Para se determinar as constantes de integrao C1 e C2, aplicam-se as condies de contorno:

    1,ST0T 2,STLT

    Assim,

    L

    TTC

    1,S2,S

    1

    1,S2 TC

    1,S1,S2,S

    TxL

    TTxT

    Na conduo unidimensional em regime permanente numa parede plana sem gerao de

    calor e com condutividade trmica constante, a temperatura uma funo linear de x.

    A taxa de calor por conduo no interior da parede dada pela lei de Fourier

    dx

    dTkAq x

    Derivando-se a equao encontrada para o perfil de temperaturas na direo x,

    2,S1,Sx TTL

    kAq

    O fluxo de calor dado por

    2,S1,Sx"x TTL

    k

    A

    qq

    Percebe-se, portanto, que, no interior da parede, a taxa e o fluxo de calor so constantes.

    Resistncia Trmica

    Da mesma maneira que uma resistncia eltrica se ope passagem de corrente em um

    circuito, uma resistncia trmica se ope passagem de calor. Definindo-se a resistncia

    como sendo a razo entre o potencial motriz e a correspondente taxa de transferncia, a

    resistncia trmica assume a forma

    q

    TR t

    Assim, para a conduo unidimensional atravs de uma parede plana

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    146

    kA

    LR cond,t

    Para a conveco

    hA

    1R conv,t

    Para a radiao

    Ah

    1R

    rrad,t onde 22SSr TTTTh

    Deve-se ressaltar que as resistncias trmicas conveco e radiao assumem a mesma

    forma para qualquer sistema de coordenadas, variando-se apenas a expresso utilizada para a

    rea. No entanto, a resistncia conduo assume diferentes expresses para os diferentes

    sistemas de coordenadas.

    No exemplo da parede plana, toda a energia transferida do fluido quente para a superfcie

    conduzida atravs da parede e, por sua vez, para o fluido frio, ou seja, a taxa de calor

    constante.

    2convcond1convx qqqq

    ou

    2,2,S22,S1,S1,S1,1x TTAhTTL

    kATTAhq

    Reescrevendo-se a equao anterior,

    Ah1

    TT

    kAL

    TT

    Ah1

    TTq

    2

    2,2,S2,S1,S

    1

    1,S1,x

    Utilizando-se o conceito de resistncia trmica,

    2conv

    2,2,S

    cond

    2,S1,S

    1conv

    1,S1,x

    R

    TT

    R

    TT

    R

    TTq

    Pode-se ento fazer um circuito trmico, anlogo a um circuito eltrico, com a forma

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    147

    Figura 10 Circuito Trmico

    Pode-se, da mesma forma, fazer um circuito trmico equivalente, em funo da diferena

    global de temperatura, definindo-se a resistncia trmica total Rtot.

    tot

    2,1,x

    R

    TTq

    Como as resistncias trmicas condutiva e convectivas esto em srie,

    2convcond1convtot RRRR

    Ah

    1

    kA

    L

    Ah

    1R

    21tot

    Parede Composta

    Seja a conduo de calor unidimensional, em regime permanente, atravs de uma parede

    composta, constituda por materiais de espessuras e condutividades trmicas diferentes (Fig.

    11).

    Figura 11 Transferncia de Calor atravs de uma Parede Plana

    A taxa de transferncia de calor qx dada por

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    148

    tot

    4,1,

    4

    4,4,S

    C

    C

    4,S3,S

    B

    B

    3,S2,S

    A

    A

    2,S1,S

    1

    1,S1,x

    R

    TT

    Ah1

    TT

    AkL

    TT

    AkL

    TT

    AkL

    TT

    Ah1

    TTq

    onde Ah

    1

    Ak

    L

    Ak

    L

    Ak

    L

    Ah

    1RR

    2C

    C

    B

    B

    A

    A

    1ttot

    No exemplo anterior, desprezaram-se as trocas de calor por radiao entre as superfcies da

    parede e os fluidos. Ao se considerar estas trocas, a taxa total de calor entre a superfcie e o

    fluido seria dada como a soma das taxas de calor por conveco e radiao. A resistncia

    trmica radiao seria inserida no circuito trmico associada em paralelo resistncia

    conveco, j que o potencial (T) entre a superfcie e o fluido seria o mesmo. O circuito trmico, se forem consideradas as trocas de calor por radiao, dado por

    Figura 12 Circuito Trmico Equivalente

    Exemplo 6 Circuito trmico: parede plana

    A parede composta de um forno possui trs materiais, dois dos quais com condutividades

    trmicas conhecidas, kA = 25 W/m.K e kC = 50 W/m.K. A espessuras dos 3 materiais so LA =

    0,30 m e LB = LC = 0,15 m e a rea da superfcie de 1 m2. Em condies de regime

    permanente, medies efetuadas revelam uma temperatura na superfcie externa do forno TS4

    = 20oC, uma temperatura na superfcie interna TS1 = 600 K e uma temperatura no interior do

    forno T = 800 K. Se o coeficiente de transferncia de calor por conveco no interior do

    forno 15 W/m2.K e a emissividade do material A vale 0,7, desenhe o circuito trmico

    equivalente e calcule o valor da condutividade trmica do material B.

    O circuito trmico equivalente do problema mostrado na figura a seguir

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    149

    Deve ser observado que, uma vez que no foram fornecidos dados a respeito de quaisquer fluidos que

    possam estar em contato com a superfcie C, o circuito termina na superfcie externa do material C.

    Como a temperatura da superfcie interna TS1 alta, os efeitos de radiao so importantes e devem ser

    considerados nos clculos.

    Sabe-se que a taxa de transferncia de calor constante atravs da parede.

    2eq

    4S1S

    1eq

    1S

    eq

    4S

    R

    TT

    R

    TT

    R

    TTq

    (1)

    onde

    2eq1eqeq RRR

    radconv1eq R

    1

    R

    1

    R

    1 3cond2cond1cond2eq RRRR

    As resistncias trmicas so dadas por

    W/K0667,0m1.K.m/W15

    1

    hA

    1R

    22conv

    Ah

    1R

    rrad

    onde

    Km

    W566,55K800600K800K600

    Km

    W10x67,5.7,0TTTTh

    2

    222

    42

    821S

    21Sr

    W/K018,0m1.K.m/W566,55

    1R

    22rad

    Assim,

    W/K01417,0Req

    W/K012,0m1.K.m/W25

    m30,0

    Ak

    LR

    2A

    A1cond

    B2

    BB

    B2cond

    k

    15,0

    m1.k

    m15,0

    Ak

    LR

    W/K003,0m1.K.m/W50

    m15,0

    Ak

    LR

    2A

    A3cond

    W/K003,0k

    15,0W/K012,0R

    B2eq

    Substituindo-se os valores e expresses das resistncias trmicas na equao (1), tem-se

    B2eq

    4S1S

    1eq

    1S

    k/15,0W/K015,0

    K15,293K600

    W/K01417,0

    K600K800

    R

    TT

    R

    TT

    K.m/W25,22kB

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    150

    Resistncia de Contato

    Em sistemas compostos, a queda de temperatura nas interfaces pode ser considervel. Esta

    mudana de temperatura atribuda a uma resistncia trmica de contato. A existncia de uma

    resistncia de contato se deve principalmente aos efeitos da rugosidade da superfcie (Figura

    13). Assim, existem regies vazias na interface que so, na maioria dos casos, preenchidas

    com ar. A transferncia de calor , portanto, devida conduo de calor atravs da rea de

    contato real e conduo e/ou radiao atravs das falhas.

    Figura 13 Resistncia Trmica de Contato

    A resistncia de contato normalmente adicionada ao circuito trmico como uma resistncia

    em srie com as resistncias conduo atravs dos materiais. Para uma rea de interface

    unitria, a resistncia trmica de contato definida pela expresso:

    x

    BAtc

    q

    TTR

    ""

    Para slidos cujas condutividades trmicas so superiores do fluido presente nas falhas, a

    resistncia de contato pode ser reduzida pelo aumento da rea dos pontos de contato. Este

    aumento pode ser obtido por um acrscimo na presso de contato ou juno e/ou pela reduo

    da rugosidade das superfcies em contato. A resistncia de contato pode ser reduzida pela

    seleo de um fluido com elevada condutividade trmica para preencher as falhas. Duas

    classes de materiais que so adequadas para este propsito so os metais macios e as graxas

    trmicas. Os metais podem ser inseridos na forma de finas folhas ou pelculas, ou aplicados

    como um fino revestimento em um dos materiais em contato. As graxas trmicas base de

    silicone (silcio) so alternativas interessantes, pois preenchem completamente os interstcios

    entre os materiais.

    Tabela 4 Resistncia Trmica de Contato Slido/Slido

    Interface Rtc x104 (m

    2.K/W)

    Chip de silcio/alumnio esmerilhado com ar (27 500 kN/m2) 0,3 0,6

    Alumnio/alumnio com folha de ndio (~ 100 kN/m2) ~ 0,7

    Ao inoxidvel/ao inoxidvel com folha de ndio (~ 100 kN/m2) ~ 0,04

    Alumnio/alumnio com revestimento metlico (Pb) 0,01 0,1

    Alumnio/alumnio, com graxa Dow Corning 340 (~ 100 kN/m2) ~ 0,07

    Alumnio/alumnio, com graxa Dow Corning 340 (~ 3500 kN/m2) ~ 0,04

    Chip de silcio/alumnio, com 0,02 mm de epxi 0,2 0,9

    Lato/lato com 15m de solda base de estanho 0,025 0,14

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    151

    Embora vrias tcnicas tenham sido desenvolvidas para estimar a resistncia de contato, os

    valores mais confiveis so aqueles obtidos experimentalmente. A Tabela 4 apresenta valores

    para a resistncia de contato entre slidos diferentes, com vrios materiais intersticiais. A

    Tabela 5 apresenta valores para a resistncia de contato em uma interface de alumnio, para

    diferentes fluidos interfaciais.

    Tabela 5 Resistncia Trmica de Contato em uma Interface de Alumnio

    Fluido Interfacial Rtc x104 (m

    2.K/W)

    Ar 2,75

    Hlio 1,05

    Hidrognio 0,720

    leo de silicone 0,525

    Glicerina 0,265

    Configuraes do tipo Srie-Paralelo

    Seja a parede composta apresentada na Fig. 14. Embora neste sistema a transferncia de calor

    seja bidimensional, razovel a adoo da hiptese de condies unidimensionais. Com base

    nestas hipteses, podem ser usados dois circuitos trmicos diferentes, mostrados na Fig. 15.

    No caso (a), supe-se que as superfcies perpendiculares direo x so isotrmicas e, no caso

    (b), que as superfcies paralelas a x so adiabticas. As taxas de calor so diferentes em cada

    caso, representando um intervalo dentro do qual est a taxa real de transferncia de calor. As

    diferenas entre os resultados relativos dos dois circuitos aumentam com o aumento da

    diferena de condutividade trmica entre os materiais B e C, j que os efeitos bidimensionais

    se tornam mais importantes.

    Figura 14 Parede Composta Figura 15 Circuitos Trmicos Equivalentes numa Parede Composta

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    152

    CONDUO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE SISTEMAS RADIAIS CILINDRO

    Seja um cilindro oco cuja superfcie interna se encontra exposta a um fluido quente e a

    superfcie externa, a um fluido frio (Fig. 16).

    Figura 16 Transferncia de Calor atravs de um Cilindro Oco

    A equao que governa a transferncia de calor no interior do cilindro

    t

    Tcq

    z

    Tk

    z

    Tk

    r

    1

    r

    Tkr

    rr

    1p2

    Se forem adotadas as hipteses de

    Conduo unidimensional

    0

    zTT

    Sem gerao interna 0q

    Regime permanente 0t

    T

    a equao pode ser reduzida a

    0dr

    dTkr

    dr

    d

    r

    1

    0dr

    dTkr

    dr

    d

    0

    L2

    q

    dr

    d r

    0q

    dr

    dr

    ou

    constanteqr

    A taxa de calor , portanto, constante no interior da parede do cilindro.

    Considerando-se a condutividade trmica k constante,

    0dr

    dTr

    dr

    d

    r

    k

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    153

    0dr

    dTr

    dr

    d

    Integrando-se uma vez em r,

    1Cdr

    dTr ou

    r

    C

    dr

    dT 1

    Integrando-se outra vez em r,

    21 CrlnCrT

    Aplicando-se as condies de contorno

    1s1 TrrT

    2s2 TrrT ,

    podem-se obter as constantes de integrao C1 e C2

    212s1s

    1r/rln

    TTC

    2212s1s

    2s2 rlnr/rln

    TTTC

    Assim,

    2s2212s1s T

    r

    rln

    r/rln

    TTT

    A taxa de transferncia de calor dada por

    dr

    dTrL2k

    dr

    dTkAq r

    Deve ser ressaltado que a rea a ser usada aquela perpendicular direo da transferncia de

    calor, ou seja, a rea lateral do cilindro.

    Como 21

    2s1s

    r/rln

    TT

    r

    1

    dr

    dT

    122s1s

    rr/rln

    TTLk2q

    O fluxo de calor dado por

    dr

    dTk"q r

    122s1s

    rr/rln

    TT

    r

    k"q

    A taxa de calor, portanto, constante para qualquer posio radial (no depende do raio r), o

    que no acontece com o fluxo de calor, que funo da coordenada radial r.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    154

    A resistncia trmica conduo para sistemas radiais dada por

    r

    2s1scond

    q

    TTR

    Lk2

    r/rlnR 12cond

    Parede Cilndrica Composta

    Considere a conduo unidimensional de calor, em regime permanente, sem gerao interna,

    atravs de uma parede cilndrica composta, como mostrado na Fig. 17.

    Figura 17 Transferncia de Calor Atravs de uma Parede Cilndrica Composta

    A taxa de calor constante atravs do cilindro. Assim, desprezando-se os efeitos radiativos,

    2conv

    14s

    3cond

    4s3s

    2cond

    3s2s

    1cond

    2s1s

    1conv

    1s1

    tot

    41r

    R

    TT

    R

    TT

    R

    TT

    R

    TT

    R

    TT

    R

    TTq

    onde

    44C

    34

    B

    23

    A

    12

    11ttot

    Lhr2

    1

    Lk2

    r/rln

    Lk2

    r/rln

    Lk2

    r/rln

    Lhr2

    1RR

    Exemplo 7 Circuito trmico: cilindro

    Um fluido quente escoa no interior de um tubo cilndrico de ao AISI 304, de raio interno

    igual a 10 cm e raio externo igual a 12 cm e 2 m de comprimento. O coeficiente total de

    transferncia de calor (conveco + radiao) entre o fluido quente e a superfcie interna do

    tubo 25 W/m2.K. Para diminuir as perdas trmicas para o ambiente a 15

    oC, o tubo foi

    revestido por uma manta de fibra de vidro (emissividade 0,85), de 2,5 mm de espessura O

    coeficiente convectivo externo igual a 20 W/m2.K. Se a superfcie externa do revestimento

    se encontra a 80oC, determine:

    a) A taxa total de calor trocada entre o fluido quente e o ambiente externo;

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    155

    b) A temperatura do fluido quente.

    a) O circuito trmico equivalente do problema mostrado na figura a seguir

    A taxa de transferncia de calor dada por

    2eq

    23S

    R

    TTq

    (1)

    onde

    2rad2conv2eq R

    1

    R

    1

    R

    1

    As resistncias trmicas so dadas por

    W/K0325,0m2.m1225,0.2.K.m/W20

    1

    Lr2.h

    1

    Ah

    1R

    232c22c

    2conv

    importante ressaltar que a conveco externa deve ser calculada baseando-se na rea superficial

    externa do cilindro, Lr2A 32 , onde r3 o raio externo do cilindro de ao, somado espessura do

    isolamento de fibra de vidro,

    m1225,0m0025,0m12,0trr 23

    Lr2.h

    1

    Ah

    1R

    32r22r2rad

    onde

    22242

    821S

    21S2r K15,28815,353K15,288K15,353

    Km

    W10x67,5.85,0TTTTh

    Km

    W42,6h

    22r

    W/K1012,0m2.m1225,0.2.K.m/W42,6

    1R

    22rad

    Assim,

    W/K246,0R 2eq

    A taxa de transferncia de calor dada pela equao (1),

    W/K0246,0

    K1580q

    W2644q

    Para se calcular a temperatura do fluido quente, T1, necessrio calcular as resistncias trmicas Req1,

    Rcond1 e Rcond2.

    A primeira resistncia dada por

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    156

    W/K03183,0m2.m1,0.2.K.m/W25

    1

    Lr2.h

    1

    Ah

    1R

    21111

    1eq

    As resistncias trmicas conduo so dadas por

    1

    121cond

    Lk2

    r/rlnR

    Da Tabela A.6, k1 = 14,9 W/m.K

    W/K00974,0

    K.m/W9,14.m2.2

    m10,0/m12,0lnR 1cond

    2

    332cond

    Lk2

    r/rlnR

    Da Tabela A.6, k2 = 0,038 W/m.K

    W/K04318,0

    K.m/W038,0.m2.2

    m12,0/m1225,0lnR 1cond

    Sabendo que

    2cond1condeq

    3S1

    RRR

    TTq

    04318,0000974,003183,0

    C80T2644

    o1

    K1,554C9,200T o1

    Espessura Crtica de Isolamento

    Suponha que se deseje resfriar um cilindro oco, com a superfcie interna exposta a um fluido

    quente e a superfcie externa, a um fluido frio (Fig. 18). Para se aumentar ou diminuir a taxa

    de calor retirada do cilindro sem alterar as condies do escoamento externo, pode-se colocar

    uma camada de um segundo material sobre o cilindro, com condutividade trmica diferente

    do material do cilindro.

    Figura 18 Parede Cilndrica Composta

    A taxa de transferncia de calor da superfcie interna para o fluido frio ir depender da

    espessura de material colocado, ou seja, do raio externo do novo cilindro, r2. Como a resistncia conduo aumenta com o raio e a resistncia conveco apresenta

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    157

    comportamento inverso, deve existir uma espessura capaz de minimizar a resistncia trmica

    equivalente, maximizando a perda trmica (Fig. 19).

    Figura 19 Comportamento das Resistncias Trmicas com r2

    A taxa de calor dada por

    eq

    1Sr

    R

    )TT(q

    onde

    hLr2

    1

    kL2

    )r/rln(R

    2

    12eq

    Assim,

    hr

    1

    k

    )r/rln(

    )TT(L2q

    2

    12

    1Sr

    O mximo valor de qr obtido fazendo-se

    0dr

    dq

    2

    r

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    158

    0

    hr

    1

    k

    )r/rln(

    hr

    1

    kr

    1)TT(L2

    dr

    dq

    2

    2

    12

    222

    1S

    2

    r

    Esta condio satisfeita quando

    h

    krr c2

    rc = Raio crtico

    Como a derivada segunda de qr em relao a r2 negativa, qr tem o seu valor mximo em r =

    rc. O comportamento da resistncia total inverso, como mostrado na Fig. 19.

    Exemplo 8 Raio crtico

    No Laboratrio de Transferncia de Calor da PUC Minas feita uma experincia para

    determinar o coeficiente convectivo associado ao escoamento de ar sobre um cilindro exposto

    ao ar ambiente. O cilindro feito de um material metlico e possui dimetro externo de 2 in e

    comprimento de 0,78 m. Ele revestido externamente por l de vidro (k = 0,06 W/m.K) com

    1 in de espessura. A superfcie interna do cilindro aquecida pela passagem de uma corrente

    eltrica (V = 30 V e i = 2,4 A). So medidas as temperaturas ambiente e da superfcie interna

    do revestimento.

    a) Para uma temperatura ambiente de 20oC e uma temperatura interna do revestimento de

    480oC, calcule o coeficiente convectivo externo;

    b) Calcule o raio crtico de isolamento. A espessura do revestimento superior ou inferior

    espessura crtica de isolamento? Determine, qualitativamente, o que aconteceria com a

    temperatura interna do revestimento se a espessura do isolamento fosse tal que o raio externo

    do revestimento fosse igual ao raio crtico de isolamento.

    a) O circuito trmico equivalente do problema mostrado na figura a seguir, desprezando-se os efeitos

    de radiao

    A energia gerada por efeito Joule transferida por conduo atravs do cilindro e do isolante e perdida

    para o ambiente. Assim, pode-se dizer que

    W72A4,2.V30ViRiq 2

    A taxa de transferncia de calor dada por

    conv2cond

    2S

    RR

    TTq

    onde a resistncia conduo no isolante dada por

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    159

    2

    332cond

    Lk2

    r/rlnR

    onde r2 e r3 representam, respectivamente, o raio interno e o raio externo do isolante trmico. O raio

    externo pode ser obtido somando-se o raio interno espessura do isolamento

    m0508,0m0254,0m2

    0508,0t

    2

    dtrr 223

    importante ressaltar que as unidades foram convertidas do sistema britnico (in) para unidades do

    Sistema Internacional (m). Assim,

    m/W357,2

    K.m/W06,0.m78,0.2

    m0254,0/m0508,0lnR 2cond

    O objetivo determinar o coeficiente convectivo h. Para isso, deve-se determinar a resistncia

    conveco externa.

    Como

    conv2cond

    2S

    RR

    TTq

    ,

    q

    TTRR 2Sconv2cond

    ou

    conv2S

    2cond Rq

    TTR

    W/K032,4W/K357,2W72

    C20C480R 2cond

    Mas

    Lr2.h

    1

    hA

    1R

    3conv

    Assim,

    m78,0.m0508,0.2.h

    1W/K032,4

    K.m/W996,0h 2

    b) O raio crtico dado por

    h

    krc

    K.m/W996,0

    K.m/W06,0r

    2c

    m060,0rc

    Para a espessura de isolante utilizada, o raio externo menor que o raio crtico. Como a taxa de calor

    perdida para o ambiente aumenta at ser atingido o raio crtico, se o raio externo fosse igual ao raio

    crtico, a temperatura do isolamento seria menor.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    160

    CONDUO UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE SISTEMAS RADIAIS ESFERA

    Seja uma esfera oca cujas superfcies interna e externa se encontram, respectivamente, a

    temperaturas Ts1 e Ts2 (Fig. 20), com Ts1>Ts2. Considere a transferncia de calor

    unidimensional, em regime permanente, sem gerao interna nas paredes da esfera.

    Figura 20 Transferncia de Calor atravs de uma Casca Esfrica

    Partindo-se da equao da conduo do calor em coordenadas esfricas, pode-se obter o perfil

    de temperaturas no interior da esfera, como feito para coordenadas cartesianas e cilndricas.

    Com o perfil de temperaturas, pode-se determinar a taxa de calor conduzida atravs da esfera,

    dada por

    21

    2s1sr

    r

    1

    r

    1

    TTk4q

    Assim, sabendo-se que

    r

    2s1scond

    q

    TTR

    a resistncia condutiva dada por

    21cond

    r

    1

    r

    1

    k4

    1R

    TRANSFERNCIA DE CALOR EM SUPERFCIES EXPANDIDAS ALETAS

    O aumento da taxa de transferncia de calor de uma superfcie a temperatura constante para

    um fluido externo (Fig. 21) pode ser feito atravs do aumento do coeficiente de conveco h

    ou atravs da reduo da temperatura do fluido T.

    Figura 21 Superfcie da qual se quer Aumentar a Taxa de Transferncia de Calor

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    161

    Quando no possvel aumentar a taxa de calor por um destes modos, aumenta-se a rea de

    troca de calor, atravs da utilizao de aletas (Fig. 22), que so elementos slidos que

    transferem energia por conduo dentro de suas fronteiras e por conveco (e/ou radiao)

    entre suas fronteiras e o ambiente. Elas so utilizadas para aumentar a taxa de transferncia de

    calor entre um corpo slido e um fluido adjacente. Exemplos prticos de aplicaes de aletas

    podem ser vistos nos sistemas para resfriamento dos cilindros dos pistes de motocicletas e

    nos tubos aletados utilizados para promover a troca de calor entre o ar e o fluido de operao

    em um aparelho de ar condicionado.

    Figura 22 Colocao de Aletas para Aumentar a Taxa de Transferncia de Calor

    Tipos de Aletas

    A Figura 23 ilustra diferentes configuraes de aletas.

    Plana, de seo reta uniforme

    Plana, de seo transversal no uniforme

    Anular

    Piniforme (pino)

    Figura 23 Configuraes de Aletas

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    162

    Balano de Energia para uma Aleta

    Hipteses:

    Conduo unidimensional de calor

    Regime permanente

    Condutividade trmica da aleta constante

    Radiao trmica desprezvel

    Sem gerao interna de calor

    Coeficiente de conveco uniforme

    Atravs de um balano de energia, pode-se obter a equao que governa a conduo de calor

    atravs da aleta. Considerando-se um elemento infinitesimal de uma aleta de seo reta

    varivel (Fig. 24), pode-se afirmar que a taxa de energia que entra no volume de controle,

    menos a taxa de energia que sai do volume de controle, mais a taxa de energia que gerada,

    deve ser igual taxa de variao da energia no interior do volume de controle.

    Figura 24 Balano de Energia em uma Superfcie Expandida

    Como a gerao interna de calor foi desprezada e a transferncia de calor ocorre em regime

    permanente,

    convdxxx dqqq

    onde

    fluido o para convecopor perdida Energia dq

    malinfinitesi volumedo conduopor da transferiEnergiaq

    malinfinitesi volumeo para conduopor da transferiEnergiaq

    conv

    dxx

    x

    A taxa de calor por conduo na posio x determinada pela lei de Fourier:

    dx

    dTkAq cx

    onde Ac a rea da seo reta da aleta na posio x considerada.

    Fazendo-se uma expanso em srie de Taylor, pode-se determinar a taxa de calor por

    conduo na posio x + dx

    dxx

    qqq xdxx

    dxdx

    dTkA

    dx

    d

    dx

    dTkAq ccdxx

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    163

    dxdx

    dTA

    dx

    dk

    dx

    dTkAq ccdxx

    A taxa de calor por conveco transmitida do elemento infinitesimal para o fluido dada por

    TThdAdq sconv

    onde dAs a rea superficial infinitesimal do elemento.

    Substituindo-se as equaes de taxa na equao do balano de energia,

    TThdAdx

    dx

    dTA

    dx

    dk

    dx

    dTkA

    dx

    dTkA sccc

    0TTdAk

    hdx

    dx

    dTA

    dx

    dsc

    Como a rea da seo reta Ac pode variar com x,

    0TTdx

    dA

    k

    h

    dx

    TdA

    dx

    dA

    dx

    dT s2

    2

    cc

    0TTdx

    dA

    k

    h

    A

    1

    dx

    dT

    dx

    dA

    A

    1

    dx

    Td s

    c

    c

    c2

    2

    Forma geral da equao da energia, em condies unidimensionais, em uma aleta.

    Aletas com rea da seo transversal constante

    Quando a rea da seo transversal da aleta uniforme (Fig. 25), a equao anterior pode ser

    simplificada.

    Figura 25 Aletas com rea da Seo Transversal Constante

    Pdx

    dAPxA

    0dx

    dA constanteA

    ss

    cc

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    164

    0TTkA

    hP

    dx

    Td

    c2

    2

    Definindo-se a varivel (Excesso de Temperatura) como a diferena entre a temperatura da superfcie em uma posio x e a temperatura do fluido de resfriamento,

    T)x(T)x(

    dx

    dT

    dx

    d

    2

    2

    2

    2

    dx

    Td

    dx

    d

    0kA

    hP

    dx

    d

    c2

    2

    Definindo-se

    c

    2

    kA

    hPm

    0mdx

    d 22

    2

    Esta uma equao diferencial de segunda ordem, homognea, com coeficientes constantes,

    cuja soluo geral tem a forma

    mx2

    mx1 eCeC)x(

    Para resolver esta equao, necessrio ainda definir as condies de contorno apropriadas.

    Uma condio pode ser especificada em termos da temperatura na base da aleta (x = 0)

    bT0xT ou bb TT0x

    A segunda condio de contorno deve ser definida na ponta da aleta (x = L). Podem ser

    especificadas quatro condies, cada uma correspondendo a uma situao fsica e levando a

    uma soluo diferente.

    A. Transferncia convectiva de calor na ponta da aleta

    A taxa de calor que chega extremidade da aleta por conduo dissipada por conveco

    )T)L(T(hAdx

    dTkA c

    Lxc

    )L(hdx

    dk

    Lx

    Aplicando-se estas condies de contorno, chega-se a

    )mL(senh)mk/h()mLcosh(

    )xL(msenh)mk/h()xL(mcosh)x(

    b

    A taxa de calor pode ser determinada atravs da aplicao da lei de Fourier

    0xc

    0xcf

    dx

    dkA

    dx

    dTkAq

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    165

    Derivando-se a expresso encontrada para (x),

    )mL(senh)mk/h()mLcosh(

    )mLcosh()mk/h()mL(senhhPkA.q cbf

    Para simplificar a soluo, define-se

    cb hPkAM ,

    Assim, a equao para a taxa de calor pode ser dada por

    )mL(senh)mk/h()mLcosh(

    )mLcosh()mk/h()mL(senhMqf

    B. Ponta da aleta adiabtica

    0dx

    dT

    Lx

    ou

    0dx

    d

    Lx

    Neste caso,

    )mLcosh(

    )xL(mcosh)x(

    b

    )mL(tghMq .f

    C. Temperatura da ponta da aleta fixa e igual a TL

    LTLxT

    ou

    LLx

    )mL(senh

    )xL(msenh)mx(senh)/()x( bL

    b

    )mL(senh

    )/()mLcosh(Mq bLf

    D. Aleta muito longa

    Neste caso, quando 0ouTT ,L LL

    mx

    b

    e)x(

    Mqf

    A figura 26 apresenta a distribuio de temperatura em uma aleta retangular, utilizando-se a

    condio de contorno de aleta muito longa. Observa-se que, a partir de uma dada posio, a

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    166

    temperatura da aleta no se altera. Isto acontece porque a aleta j alcanou a temperatura

    ambiente. A partir deste ponto, como no h diferena entre as temperaturas da aleta e

    ambiente, no h mais troca de calor por conveco. Percebe-se, portanto, que no haveria

    necessidade de se utilizar um comprimento maior que Lmax.

    Figura 26 Distribuio de temperaturas em uma aleta muito longa

    A Tabela 6 apresenta as equaes de uma forma resumida.

    Tabela 6 Taxa de Calor e Distribuio de Temperatura

    Condio de

    contorno na ponta

    Distribuio adimensional de

    temperatura Taxa de calor

    Troca de calor

    por conveco

    )mL(senh)mk/h()mLcosh(

    )xL(msenh)mk/h()xL(mcosh)x(

    b

    )mL(senh)mk/h()mLcosh(

    )mLcosh()mk/h()mL(senhMqf

    Ponta adiabtica

    )mLcosh(

    )xL(mcosh)x(

    b

    )mL(tghMq .f

    Temperatura fixa

    T = TL

    )mL(senh

    )xL(msenh)mx(senh)/()x( bL

    b

    )mL(senh

    )/()mLcosh(Mq bLf

    Aleta muito longa mx

    b

    e)x(

    Mqf

    cb

    c

    LLbb

    hPkAMkA

    hPm

    ,TTTTT)x(T)x(

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    167

    Exemplo 9 Aletas

    Uma aleta retangular de alumnio, com 4 mm de espessura, 10 mm de largura e 12 cm de

    comprimento, est acoplada a uma chapa plana cuja temperatura superficial 85oC. O sistema

    exposto ao ar ambiente a 15oC. O coeficiente convectivo associado 17W/m

    2.K. Determine

    a taxa de calor dissipada pela aleta se a sua ponta for mantida a uma temperatura fixa de 20oC

    e a temperatura na posio x = 5 cm.

    O primeiro passo calcular algumas grandezas que sero necessrias futuramente.

    m028,0m004,0m010,02tw2P

    25c m10x4m004,0.m010,0wtA

    Da Tabela A.6, k = 237 W/m.K

    1

    25

    2

    c

    m09,7m10x4.K.m/W237

    m028,0.K.m/W17

    kA

    hPm

    K70C70C15C85TT ooobb

    K5C5C15C20TT oooLL

    W70,4m10x4.K.m

    W237.m028,0.

    K.m

    W17K70hPkAM 25

    2cb

    A taxa total de transferncia de calor pela aleta dada por

    m12,0.m09,7senh

    K70/K5m12,0.m09,7cosh.W70,4

    )mL(senh

    )/()mLcosh(Mq

    1

    1bL

    f

    W45,6qf

    A temperatura adimensional em uma posio x da aleta dada por

    )mL(senh

    )xL(msenh)mx(senh)/()x( bL

    b

    ou

    )mL(senh

    )xL(msenh)mx(senh)/(

    TT

    T)x(T bL

    b

    Na posio x = 5 cm,

    )m12,0.m09,7(senh

    )m05,0m12,0(m09,7senh)m05,0.m09,7(senh)K70/K5(

    1585

    15T1

    11

    C7,54T

    Desempenho da Aleta

    As aletas so utilizadas para se aumentar a taxa de transferncia de calor de uma superfcie

    devido ao aumento da rea. No entanto, a aleta impe uma resistncia trmica conduo na

    superfcie original. Deve ser feita uma anlise sobre o desempenho da aleta.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    168

    A Efetividade de uma aleta definida como sendo a razo entre a taxa de transferncia de

    calor pela aleta e a taxa de transferncia de calor que existiria sem a sua presena. A

    utilizao de aletas somente se justifica se f 2.

    bc

    ff

    hA

    q

    onde Ac a rea da seo reta da aleta.

    A Eficincia de uma aleta definida como a razo entre a taxa de transferncia de calor pela

    aleta e a taxa mxima de transferncia de calor que existiria pela aleta. Esta taxa mxima

    obtida quando toda a aleta se encontra temperatura da base.

    bs

    f

    max

    ff

    hA

    q

    q

    q

    onde As = rea superficial da aleta

    Nas expresses anteriores, a taxa de calor qf calculada de acordo com a condio de

    contorno utilizada para a ponta da aleta.

    Exemplo 10 Eficincia de uma aleta

    Uma barra cilndrica de 5 cm de dimetro e condutividade trmica 280 W/m.K utilizada

    para aumentar a taxa de calor retirada de uma superfcie mantida a 120oC, exposta a um

    ambiente a 15oC, com coeficiente convectivo igual a 25 W/(m

    2.K). Se a aleta tem 80% de

    eficincia, calcule o seu comprimento, considerando a aleta muito longa.

    m157,0m05,0dP

    2322

    c m10x963,14

    m05,0

    4

    dA

    L.m157,0PLAS

    1

    23

    2

    c

    m673,2m10x963,1.K.m/W280

    m157,0.K.m/W25

    kA

    hPm

    K105C105C15C120TTbb

    W3,154m10x963,1.K.m

    W280.m157,0.

    K.m

    W25.K105hPkAM 23

    2cb

    A taxa total de transferncia de calor pela aleta dada por

    W3,154Mqf

    A eficincia da aleta pode ser calculada por

    bs

    f

    max

    ff

    hA

    q

    q

    q

    K105.L.157,0.K.m/W25

    3,15480,0

    2

    m467,0L

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    169

    Em geral, no so encontrados sistemas com uma nica aleta. So colocadas diversas aletas

    em uma superfcie, com o objetivo de se retirar uma quantidade maior de calor. A taxa total

    de calor perdida pelo conjunto superfcie + aletas dada pela soma das taxas de calor

    individuais. Considerando-se que todas as aletas do conjunto so iguais e que a presena de

    uma aleta no interfere na taxa de calor dissipada por outra aleta, a taxa total de calor dada

    por

    bbft hANqq

    onde

    N = nmero total de aletas

    qf = taxa de calor perdida por uma aleta

    Ab = rea da superfcie exposta rea da base das aletas

    A eficincia da aleta f caracteriza o desempenho de uma nica aleta. A eficincia global da

    superfcie o caracteriza o desempenho de um conjunto de aletas e da superfcie da base sobre a qual este conjunto est montado. Ela definida como a razo entre a taxa de calor perdida

    pelo conjunto e a taxa mxima de calor que poderia ser perdida pelo conjunto,

    bt

    t

    max

    to

    hA

    q

    q

    q

    onde

    At = rea total exposta

    sbt NAAA

    A eficincia do conjunto pode ser dada tambm em funo da eficincia de uma nica aleta.

    Se f a eficincia de uma aleta, a taxa total de calor pode ser dada por

    bbbsft hAhAN q

    ou

    bft

    stbstsft 1

    A

    NA1hA)NAA(ANh q

    Assim,

    )1(A

    NA1 f

    t

    so

    Exemplo 11 Conjunto de aletas

    Considere uma superfcie quadrada, de lado l = 25 cm, em contato com dois fluidos

    diferentes, como mostrado na figura. O lado interno aquecido pela passagem do fluido 1,

    com coeficiente convectivo h1 = 50W/m2.K, que mantm a superfcie da placa a uma

    temperatura constante de 100oC. Pelo lado externo, aletado, passa um fluido frio (fluido 2), a

    uma temperatura de 20oC, proporcionando um coeficiente convectivo igual a 10W/m

    2.K.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    170

    Foram dispostas 16 aletas circulares, de 2 cm de dimetro e 17 cm de comprimento cada,

    igualmente distribudas pela placa. As aletas, de cobre, foram isoladas na ponta. Considerando

    que a temperatura externa da placa igual temperatura de sua superfcie interna, determine:

    a) A taxa de calor dissipada por uma aleta;

    b) A taxa de calor dissipada pelo conjunto superfcie + aletas;

    c) A temperatura do fluido quente, considerando que todo o calor fornecido pelo fluido quente

    seja dissipado para o fluido frio.

    a) Para o clculo da taxa dissipada por uma aleta, devem ser calculados os parmetros

    m0628,0m02,0dP

    2422

    c m10x142,34

    m02,0

    4

    dA

    Da Tabela A.6, k = 401 W/m.K

    1

    24

    2

    c

    2 m233,2m10x142,3.K.m/W401

    m0628,0.K.m/W10

    kA

    Phm

    K80C80C20C100TT 2bb

    W50,22m10x142,3.K.m

    W401.m0628,0.

    K.m

    W10.K80PkAhM 24

    2c2b

    A taxa total de transferncia de calor pela aleta dada por

    )m17,0.m233,2(tgh.W50,22)mL(tgh.Mq 1f

    W157,8qf

    b) A taxa total de calor dissipada dada pela soma da taxa de calor dissipada pelas aletas e pela taxa

    de calor dissipada pela base,

    2bb2fbft TTAhq.16qq.16q

    onde

    2242c2

    b m0575,0m10x142,3.16m25,0NAlA

    Assim,

    C20C100m0575,0K.m

    W10W157,8.16q 2

    2t

    W5,176q t

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    171

    c) Considerando que toda a taxa de calor fornecida pelo fluido quente dissipada pelo conjunto

    superfcie + aletas, pode-se dizer que

    b1t1t TTAhq

    b12

    1t TTlhq

    C100Tm25,050W5,176 12

    C5,156T 1

    FUNDAMENTOS DA CONVECO

    Considere um fluido qualquer, escoando com velocidade u e temperatura T sobre uma

    superfcie de forma arbitrria e rea superficial A, como mostrado na Fig. 27.

    Figura 27 Transferncia Convectiva de Calor

    A Camada Limite Fluidodinmica

    Quando as partculas do fluido entram em contato com a superfcie, elas passam a ter

    velocidade nula (condio de no deslizamento). Estas partculas atuam no retardamento do

    movimento das partculas da camada de fluido adjacente que, por sua vez, atuam no

    retardamento do movimento das partculas da prxima camada e assim sucessivamente, at

    uma distncia y , onde o efeito de retardamento se torna desprezvel (Fig. 28). A

    velocidade u aumenta at atingir o valor da corrente livre, u. A grandeza conhecida como espessura da camada limite e , usualmente, definida como o valor de y para o qual

    u99,0u .

    Como pode ser visto na figura, a espessura da camada limite depende da posio x.

    Figura 28 A Camada Limite Fluidodinmica

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    172

    A Camada Limite Trmica

    Da mesma forma que h a formao de uma camada limite fluidodinmica no escoamento de

    um fluido sobre uma superfcie, uma camada limite trmica deve se desenvolver se houver

    uma diferena entre as temperaturas do fluido na corrente livre e na superfcie. Considere o

    escoamento sobre uma placa plana isotrmica mostrada na Fig. 29.

    Figura 29 A Camada Limite Trmica (TS > T)

    No incio da placa (x = 0), o perfil de temperaturas no fluido uniforme, com T)y(T . No

    entanto, as partculas do fluido que entram em contato com a placa atingem o equilbrio

    trmico na temperatura superficial da placa, ou seja, ST)0,x(T . Por sua vez, estas partculas

    trocam energia com as partculas da camada de fluido adjacente, causando o desenvolvimento

    de gradientes de temperatura no fluido. A regio do fluido onde existem estes gradientes

    conhecida como camada limite trmica, e a sua espessura definida como sendo o valor de y

    no qual

    99,0TT

    TT

    s

    s

    Com o aumento da distncia x, os efeitos da transferncia de calor penetram cada vez mais na

    corrente livre e a camada limite trmica aumenta.

    A Camada Limite de Concentrao

    A camada limite de concentrao determina a transferncia de massa por conveco em uma

    parede. Se uma mistura de duas espcies qumicas A e B escoa sobre uma superfcie e a

    concentrao da espcie A na superfcie diferente da concentrao na corrente livre, uma

    camada limite de concentrao ir se desenvolver. Ela a regio do fluido onde existem

    gradientes de concentrao, sendo sua espessura definida como o valor de y no qual

    99,0CC

    CC

    ,AS,A

    AS,A

    O perfil de concentrao na camada limite (Fig. 30) similar ao perfil de temperatura na

    camada limite trmica.

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    173

    Figura 30 A Camada Limite de Concentrao (CA,S > C A,)

    Em um escoamento sobre uma superfcie com diferena de temperatura e concentrao entre

    ambos, em geral, as camadas limite fluidodinmica, trmica e de concentrao no se

    desenvolvem simultaneamente, ou seja, no possuem a mesma espessura ct .

    O objetivo da definio das camadas limite a simplificao das equaes que governam o

    escoamento. No interior da camada limite fluidodinmica,

    x

    v,

    y

    v,

    x

    u

    y

    u

    vu

    No interior da camada limite trmica,

    x

    T

    y

    T

    Desta maneira, as equaes podem ser simplificadas e a soluo do problema se torna mais

    fcil.

    Determinao da taxa de calor

    Considere novamente o escoamento de um fluido sobre uma superfcie de forma arbitrria e

    rea superficial A, como mostrado na Fig. 27. Se a temperatura da superfcie for superior

    temperatura do fluido, haver uma transferncia de calor por conveco da superfcie para o

    fluido. O fluxo trmico local dado pela lei de resfriamento de Newton

    TTh"q S

    onde h o coeficiente local de transferncia de calor por conveco.

    Como as condies variam de ponto para ponto, q e h iro variar ao longo da superfcie. A taxa total de transferncia de calor obtida integrando-se o fluxo ao longo da superfcie

    SSS dATThdA"qq

    Considerando-se que as temperaturas da superfcie e do fluido sejam constantes e iguais,

    respectivamente, a TS e T, a taxa de calor pode ser dada por:

    SS hdATTq

    Pode-se definir um coeficiente mdio de transferncia de calor por conveco h para toda a

    superfcie, de maneira a representar toda a transferncia de calor

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    174

    TTAhq SS

    Igualando-se as expresses para a taxa de calor, os coeficientes local e mdio podem ser

    relacionados por

    SA

    SS

    hdAA

    1h

    Para uma placa plana de comprimento L e largura b (Fig. 31),

    Figura 31 Escoamento sobre uma Placa Pana

    bxxAS

    SA

    hbdxbL

    1h

    L

    0

    hdxL

    1h

    De maneira anloga, se um fluido com concentrao molar de um componente A igual a CA,

    escoa sobre uma superfcie cuja concentrao molar de A mantida em um valor uniforme

    CA,S CA,, haver transferncia do componente A por conveco. A taxa e o fluxo de transferncia de massa podem ser calculados atravs de um coeficiente local hm.

    Se CA,S > CA,,

    ,AS,AmA CCh"N

    onde NA: fluxo molar da espcie A (kmol/s.m2)

    hm: coeficiente local de transferncia de massa por conveco (m/s)

    CA,S: concentrao molar de A na superfcie (kmol/m3)

    CA,: concentrao molar de A no fluido (kmol/m3)

    A taxa total de transferncia de massa em base molar pode ser escrita na forma

    ,AS,ASmA CCAhN

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    175

    onde mh : coeficiente global de transferncia de massa por conveco (m/s)

    De modo anlogo transferncia de calor, o coeficiente mdio relacionado ao coeficiente

    local por

    SdA

    SmS

    m dAhA

    1h

    A transferncia de uma espcie qumica tambm pode ser expressa em termos da massa,

    atravs do fluxo mssico nA (kg/s.m2) ou da taxa de transferncia de massa nA (kg/s).

    Multiplicando-se a equao para o fluxo molar pela massa molecular de A,

    ,AS,AmA h"n

    ,AS,ASmA Ahn

    onde A,S: densidade mssica (concentrao) de A na superfcie (kg/m3)

    A,: densidade mssica (concentrao) de A no fluido (kg/m3)

    A densidade mssica e a concentrao molar da espcie A esto relacionadas pela expresso:

    AA CMM .

    MM a massa molecular do fluido.

    Parmetros Adimensionais

    Os problemas de conveco consistem, basicamente, na determinao dos coeficientes de

    conveco. Com eles, pode-se ento determinar as taxas de transferncia de calor. Em geral,

    so obtidas equaes empricas em funo de parmetros adimensionais e, atravs de sua

    definio, calculam-se os coeficientes convectivos. Estas correlaes dependem da geometria

    do escoamento (escoamento interno ou externo, sobre placa plana, no interior de um tubo,

    etc.), do regime do escoamento (laminar ou turbulento), se a conveco natural ou forada,

    etc. Os parmetros adimensionais mais importantes na anlise da conveco so listados a

    seguir. Deve-se observar que alguns parmetros so definidos em funo de um comprimento

    caracterstico x. Para o escoamento sobre uma placa plana, o comprimento caracterstico a

    distncia x a partir da origem.

    Nmero de Reynolds

    uxRex

    Nmero de Nusselt

    k

    hxNux

    Nmero de Prandtl

    k

    pCPr

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    176

    Nmero de Sherwood

    AB

    mx

    D

    xhSh

    Nmero de Schmidt

    ABDSc

    onde DAB a difusividade de massa (m2/s)

    Os valores das propriedades da gua e do ar, necessrias para se determinar os adimensionais

    anteriores, encontram-se nas Tabelas A.2 e A.3, para diferentes temperaturas. A difusividade

    de massa dada na Tabela A.7.

    A transio para a turbulncia, no interior de tubos, ocorre para nmeros de Reynolds de

    aproximadamente 2300. Para o escoamento sobre uma placa plana, esta transio ocorre para

    Re = 5x105, ou seja, o nmero do Reynolds crtico (ou de transio) dado por

    5cc,x 10x5

    xuRe

    onde u a velocidade da corrente livre.

    Para escoamento laminar (Rex < 5x105), a espessura da camada limite fluidodinmica, na

    forma adimensional,

    x

    lam

    Re

    5

    x

    A espessura da camada limite trmica dada por

    3/1

    t

    Pr

    A espessura da camada limite de concentrao dada por

    3/1

    c

    Sc

    O nmero de Nusselt local dado por

    3/12/1x

    xx PrRe332,0

    k

    xhNu , vlida para 6,0Pr

    O nmero de Sherwood local dado por

    3/12/1

    x

    AB

    mxx ScRe332,0

    D

    xhSh , vlida para 6,0Sc

    Para escoamento turbulento (Rex > 5x105) , a espessura da camada limite fluidodinmica, na

    forma adimensional,

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    177

    5/1

    5/1

    5/1

    x

    turb xu

    37,0Re37,0x

    Quando as camadas limite laminar e turbulenta so comparadas, percebe-se que a turbulenta

    cresce muito mais rpido, j que sua espessura varia com x4/5

    , enquanto no escoamento

    laminar, a espessura varia com x1/2

    .

    Para escoamentos turbulentos, todas as camadas limite apresentam aproximadamente a

    mesma espessura.

    ct

    O nmero de Nusselt local dado por

    3/15/4xx PrRe0296,0Nu , vlida para 60Pr6,0

    O nmero de Sherwood local dado por

    3/15/4

    xx ScRe0296,0Sh , vlida para 3000Sc6,0

    Uma vez que a temperatura do fluido varia ao longo do comprimento (camada limite trmica),

    as propriedades do fluido sofrem variaes que podem ser significativas ao longo do

    comprimento da placa. Esta variao pode influenciar a taxa de transferncia de calor. Esta

    influncia pode ser tratada se as propriedades do fluido forem avaliadas na temperatura mdia

    da camada limite Tf, conhecida por temperatura do filme, definida por:

    2

    TTT Sf

    Exemplo 12 Escoamento laminar

    Ar a 20oC escoa sobre uma superfcie plana, de 2 m de comprimento e 10 cm de largura,

    mantida a 60oC. A velocidade da corrente livre igual a 1 m/s. Determine: a) o coeficiente

    convectivo global e b) as espessuras das camadas limite fluidodinmica e trmica na posio

    x = 1 m.

    a)

    Em primeiro lugar, deve-se calcular a temperatura do filme, ou seja, a temperatura mdia da camada

    limite, na qual sero avaliadas as propriedades do ar.

    C402

    C60C20

    2

    TTT Sf

    As propriedades do ar a 40C se encontram na Tabela A.3.

    Como as equaes para o clculo do coeficiente convectivo e das espessuras das camadas limite

    dependem do regime de escoamento, deve-se, em primeiro lugar, calcular o nmero de Reynolds para

    determinar se o escoamento laminar ou turbulento. O nmero de Reynolds para uma posio x

    qualquer dado por

    x52135s.m/kg10x005,2

    x.s/m1.m/kg0453,1xuRe

    5

    3

    x

    Como se deseja calcular o coeficiente convectivo global sobre a placa, necessrio saber o nmero de

    Reynolds na posio x = L = 2 m. Assim,

    5m2x 10x04,12.52135Re

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    178

    Como Re < 5x105, o escoamento laminar.

    O coeficiente global de transferncia de calor por conveco dado por

    L

    0

    hdxL

    1h

    onde h o coeficiente local de transferncia de calor por conveco, obtido atravs do adimensional de

    Nusselt para escoamento laminar,

    3/12/1x

    xx PrRe332,0

    k

    xhNu

    2/1

    3/12/13/12/1x

    x

    934,1

    x

    K.m/W0287,0703,0x52135332,0

    x

    kPrRe332,0h

    Assim,

    2

    0

    2/12

    0

    2/1

    2/1

    x934,1

    2

    1dxx934,1

    2

    1h

    K.m

    W736,2h

    2

    b) A espessura da camada limite fluidodinmica, para escoamento laminar, dada por

    xRe

    x5

    Para a posio x = 1 m, Re = 52135

    52135

    m1.5

    m0219,0

    A espessura da camada limite trmica dada por

    3/1

    t

    Pr

    ou

    3/13/1t 703,0m0219,0

    Pr

    m0246,0

    Exemplo 13 Escoamento turbulento

    gua a 10oC escoa a 1m/s sobre uma superfcie lisa, de 4 m de comprimento e 20 cm de

    largura, mantida a 100oC. Determine o coeficiente global de transferncia de calor entre a

    placa e o escoamento e a taxa total de calor transferida da placa para a gua.

    Em primeiro lugar, deve-se calcular a temperatura do filme, ou seja, a temperatura mdia da camada

    limite, na qual sero avaliadas as propriedades do ar.

    C552

    C100C10

    2

    TTT Sf

  • Fenmenos de Transporte 02/2011 Cristiana Brasil Maia Transferncia de Calor

    179

    As propriedades da gua, a 55C, podem ser interpolados a partir dos valores encontrados na Tabela A.2.

    O nmero de Reynolds para uma posio x qualquer dado por

    x.10x955,1s.m/kg10x04,5

    x.s/m1.m/kg5,985xuRe 6

    4

    3

    x

    O nmero de Reynolds na posio x = L

    56m4x 10x2,784.10x955,1Re

    Como Re > 5x105, o escoamento turbulento no final da placa. Considerando-se que a transio de

    escoamento laminar para turbulento ocorre para Re = 5x105, a posio da placa em que o escoamento

    se torna turbulento pode ser calculado por

    m256,0xx10x955,110x5xu

    Re cc65c

    c,x

    O coeficiente global de transferncia de calor por conveco dado por

    L

    0

    hdxL

    1h

    onde h o coeficiente local de transferncia de calor por conveco. No entanto, como no incio da

    placa o escoamento laminar, o clculo do coeficiente global deve ser feito atravs da seguinte

    expresso

    L

    x

    turb

    x

    0

    lam

    c

    c

    dxhdxhL

    1h

    onde

    x

    kPrx10x955,1332,0

    x

    kPrRe332,0

    x

    kNuh 3/1

    2/163/12/1x

    lamlam

    2/13/12/16lam x23,444x

    K.m/W648,022,3x10x955,1332,0h

    5/13/15/463/15/4xturbturb x86,3055x

    K.m/W648,022,3x10x955,10296,0

    x

    kPrRe0296,0

    x

    kNuh

    Assim,

    4

    256,0

    5/1

    256,0

    0

    2/1 dxx86,3055dxx23,4444

    1h

    K.m

    W44,2686h

    2

    A taxa total de calor dada por

    C10C100.m2,0.m4.K.m

    W44,2686TTAhq

    2s

    kW4,193q

    Deve-se ressaltar que, se o coeficiente global fosse obtido pela integrao do coeficiente local turbulento ao

    longo de toda a placa, o erro na taxa de calor seria de aproximadamente 8%.

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    180

    LISTA DE EXERCCIOS TRANSFERNCIA DE CALOR

    1) a) Identifique os processos de transferncia de calor que determinam a temperatura de

    um pavimento de asfalto em um dia de vero.

    b) Uma tela para lareiras com lmina dupla de vidro colocada entre uma lareira a lenha e o interior de uma sala. A tela consiste em duas lminas verticais de vidro que esto

    separadas por um espao atravs do qual o ar ambiente pode fluir (o espao est aberto

    no topo e no fundo). Identifique os processos de transferncia de calor associados a

    esta tela de lareira.

    2) Uma parede de concreto, com rea superficial de 20 m2 e espessura de 0,25 m, separa uma sala com ar condicionado do ar ambiente. A superfcie interna da parede mantida a 25

    oC

    e a condutividade trmica do concreto 1 W/mK. Determine a taxa de calor perdida

    atravs da parede para as temperaturas da superfcie externa de -15oC e 38

    oC, que

    correspondem aos extremos atingidos no inverno e no vero. Comente os resultados.

    Exerccio 2

    3) A parede de um forno industrial construda em tijolo refratrio com espessura de 0,15 m e condutividade trmica de 1,7 W/(m.K). Medies efetuadas durante a operao em

    regime permanente revelaram temperaturas de 1400 K e 1150 K nas superfcies interna e

    externa da parede do forno, respectivamente. Qual a taxa de calor perdida atravs de uma

    parede com dimenses 0,5 m x 3,0 m?

    4) Um aquecedor eltrico encontra-se no interior de um cilindro longo de dimetro igual a 30 mm. Quando gua, a uma temperatura de 25

    oC e velocidade de 1 m/s, escoa

    perpendicularmente ao cilindro, a potncia por unidade de comprimento necessria para

    manter a superfcie do cilindro a uma temperatura uniforme de 90oC de 28 kW/m.

    Quando ar, tambm a 25o