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    Com efeito, nulo o acrdo que condene em quantidade superior ao pedido,como decorrncia do princpio da rigorosa coincidncia da deciso com a

    pretenso deduzida em juzo, atento o disposto pelos artigos 615, n 1, e,666, n 1 e 6!", n 1, todos do C#C, de modo que, por respeito ao princpiodo dispositi$o, a deciso se conten%a, em su&st'ncia e quantidade, dentro do

    pedido formulado() que s, assim, se alcan*a a coincidncia entre o o&jeto da senten*a e oo&jeto do processo, no podendo o juiz ficar aqum, nem ir alm do que l%efor pedido+-, so& pena de e.trapeti*o+/-(

    0crescenta, porm, o n , do artigo 6!", do C#C, que se no %ou$erelementos para fi.ar o o&jeto ou a quantidade, o tri&unal condena no que $iera ser liquidado, sem prejuzo de condena*o imediata na parte que j2 seja

    lquida3(4a $erdade, a propsito da indica*o do montante dos danos pelo autor, napeti*o inicial, preceitua o artigo 56", do Cdigo Ci$il, que quem e.igir aindemniza*o no necessita de indicar a import'ncia e.acta em que a$alia osdanos, nem o facto de ter pedido determinado quantitati$o o impede, nodecurso da ac*o, de reclamar quantia mais ele$ada, se o processo $ier are$elar danos superiores aos que foram inicialmente pre$istos3, sendo certoque a condena*o no que se liquidar em e.ecu*o de proferir, tanto no casode ter sido formulado um pedido genrico, como na %iptese de ter sidoapresentado pedido especfico e no ter sido poss$el determinar o o&jeto ou a

    quantidade da condena*o+-(

    0 jurisprudncia dominante segue este entendimento e $ai no sentido de que,mesmo quando o autor formulou pedido lquido, o facto de no ter logrado

    pro$ar o e.ato montante do seu demonstrado direito no o&sta a que o tri&unalrecon%e*a esse direito e que relegue o apuramento do seu $alor para incidentede liquida*o de senten*a (

    7egundo a tese mais restriti$a3, a falta de elementos a que alude o art( 6!"((n , do 4C#C 8e, identicamente, no art( 661(, n( , do anterior C#C, de$eresultar no do fracasso da pro$a, mas do facto de ainda no se con%eceremcom e.atido todas as consequncias do facto ilcito, nomeadamente por elasainda no se terem re$elado ou em estarem em e$olu*o( 4uma primeiraa&ordagem, no so, na $erdade, imediatamente ating$eis as raz9es quee.plicam que, em caso de fracasso da pro$a, seja concedida : parteinteressada uma segunda oportunidade para procurar e produzir mel%or pro$a(

    ;m sentido contr2rio, para alm de parte significati$a da doutrina +"-, $ai ajurisprudncia mais recente do 7upremo

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    7ec*o,+1!-segundo a qual nada o&sta a que, em face da insuficincia deelementos para determinar o montante em d$ida se profira uma condena*oilquida, com a consequente remisso do apuramento da responsa&ilidade paramomento posterior, desde que > como acontece no caso dos autos +uma $ezque apenas no se apuraram os custos inerentes a determinadas $ertentes daforma*o do recorrente que se encontram ca&almente identificadas noconjunto dos factos pro$ados 8(- ? essa segunda oportunidade de pro$a noincida so&re a e.istncia dos danos, mas apenas so&re o respeti$o $alor 8pois,relati$amente aos danos que no ten%am sido pro$ados, forma??se caso

    julgado material quanto : sua ine.istncia , no podendo a questo $oltar a serdiscutida(

    ;ste entendimento o mais consent'neo com o princpio da igualdade, uma$ez que no se $islum&ra fundamento material para tratar diferentemente

    aqueles que formulam a& initio um pedido genrico e os que apresentam, logo: partida, um pedido especfico(

    #or outro lado, como se refere no 0c( de 1!?1?!1/ deste 7upremo +11-, noseria curial que, tendo a +parte em questo- pro$ado a e.istncia de umasitua*o de direito : repara*o do dano > art( 56( do CC >, apesar disso, aa*o de$esse ser julgada improcedente apenas porque se no pro$ou o e.atomontante que se encontra, a esse ttulo, em d$ida3@(

    A jurisprudncia mais recente e maioritria sustenta que:

    "I - Sempre que o tribunal verificar o dano, mas no tiver elementos parafixar o seu valor, quer se tena pedido um montante determinado ouformulado um pedido !enrico, cumpre-le rele!ar a fixa#o do montanteindemni$at%rio para liquida#o em execu#o de senten#a&

    II - 'esmo que se possa afirmar que se est a conceder uma novaoportunidade ao autor do dedu$ido pedido l(quido de provar o

    quantitativo dos danos, no se vislumbra qualquer ofensa do casojul!ado, material ou formal&

    III- ) que a existncia de danos j est provada e apenas no estdeterminado o seu exato valor&

    I*- S% no caso de se no ter provado a existncia de danos que se formacaso jul!ado material sobre tal objeto, impedindo nova prova do facto noposterior incidente de liquida#o&" +Ac%rdo do Supremo ribunal deusti#a, de ./ de 'aio de 011/, no processo n2 0345615&.7*8&S.9&

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    Subjacente a esta jurisprudncia encontra-se a ideia de que ra$es dejusti#a e de equidade impedem que se absolva a demandada uma ve$demonstrada a sua obri!a#o ; apenas tendo ficado indemonstrado ovalor de tal dever de indemni$ar -&

    A mesma encontrou suporte le!al, em especial, a partir da entrada emvi!or da reforma do

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    Noram col%idos os $istos(6( ;is os factos, com rele$'ncia para a aprecia*o do presente recurso, que as inst'ncias consideraram

    pro$adosB a D F# em&ateu $iolentamente nas traseiras do MN, pertencente : 0utora ? ;( & D MN erautilizado 6 dias por semana pela 0utora no transporte de pessoal e material ? O e /1( c 0 0utora te$e deutilizar outros $eculos ? L(O( #erante esta matria f2ctica, a Pnica questo que importa dilucidar estaB

    =ustificar?se?ia, como entendeu a Jela*o, a relega*o para liquida*o em e.ecu*o de senten*a Qdo danoda pri$a*o de uso do $eculo MN durante o perodo de imo&iliza*o do mesmo na sequncia do acidenteQR4os termos do n( do artigo 661 do Cdigo de #rocesso Ci$il, Qse no %ou$er elementos para fi.ar oo&jecto ou a quantidadeQ, o tri&unal Qcondenar2 no que se liquidar em e.ecu*o de senten*a, sem prejuzoda condena*o imediata na parte que j2 seja lquidaQ(#or sua $ez, o artigo 565 do Cdigo Ci$il permite que o tri&unal, no caso de a indemniza*o de$er serfi.ada em e.ecu*o de senten*a, condena desde logo o de$edor no pagamento do quantitati$o queconsidere pro$ado(; o artigo 566 do mesmo Giploma disp9e no seu n( /, que, Qse no puder ser a$eriguado o $alor e.acto dosdanos, o tri&unal julgar2 equitati$amente dentro dos limites que ti$er por pro$adosQ(Go cotejo destes normati$os resulta que s poss$el dei.ar para liquida*o em e.ecu*o de senten*a aindemniza*o respeitante a danos relati$amente aos quais, em&ora se pro$e a sua e.istncia, no e.istam oselementos indispens2$eis para fi.ar o seu quantitati$o, nem sequer recorrendo : equidade(

    D que essencial que esteja pro$ada a e.istncia dos danos, ficando dispensada apenas a pro$a dorespecti$o $alor(7 quando o tri&unal $erificar a e.istncia de um dano, mas no dispuser de dados que possi&ilitem a suaquantifica*o, que pode e de$e relegar para e.ecu*o de senten*a a fi.a*o do seu montante(0ssim, s poss$el quantificar na liquida*o em e.ecu*o de senten*a o que, na ac*o declarati$a, se ti$erapurado que e.iste(