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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
CURSO DE EXTENSÃO EM GEOREFERENCIAMENTO
APLICADO À GEODÉSIA
Disciplina: GEODÉSIA APLICADA AO GEOREFERENCIAMENTO Professor: BERTHIER DE CARVALHO FILHO
CUIABÁ – MT
MARÇO – 2009
Berthier de Carvalho Filho ii
APRESENTAÇÃO
A Geodésia Geométrica é abrangente, para mim seria válido
tentar abranger a totalidade deste assunto de modo genérico. Se assim
eu fizesse, encontraria dois problemas. Primeiro, teria dificuldade em
introduzir detalhes suficientes em qualquer das áreas da Geodésia;
segundo, veria que a grande parte da matéria seria impossível em tão
pouco tempo. O que tentamos fazer neste material didático foi
selecionar parte dos assuntos que trata do georreferenciamento de
imóveis rurais, geoprocessamento e tratá-los em profundidade sem fugir
da diretriz traçada com o fim a que se destina o assunto.
Parte desta apostila é original, mas a outra inclui a experiência e
o trabalho de outros professores, como indicamos na extensa
bibliografia.
A literatura sobre o assunto é vasta em outros países, sendo
muito escassa no Brasil, foi escrita principalmente para programas de
ensino, com intuito de suprir a necessidade de um livro a respeito.
Tendo esta característica, torna-se necessário fazer revisões periódicas
com a finalidade de aprimorar e atualizar o seu conteúdo.
As críticas e sugestões, com objetivo de melhorar a qualidade
deste trabalho, serão bem vindas por mim.
Contato: [email protected]
Professor Berthier de Carvalho Filho
Berthier de Carvalho Filho iii
INDICE
1 GEODÉSIA: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS............................................................. 1 1.1 GEODÉSIA – OBJETO............................................................................................... 1 1.2 GEÓIDE...................................................................................................................... 2 1.2.1 CONCEITO.............................................................................................................. 2 1.3 MODELO GEOMÉTRICO ......................................................................................... 4 1.3.1 ESCORÇO HISTÓRICO: DO PLANO AO ELIPSÓIDE.......................................... 5 1.3.1.1 PRIMEIRAS IDÉIAS ............................................................................................ 5 1.3.1.2 ERATÓSTENES – POSIDÔNIO........................................................................... 6 1.3.1.3 PTOLOMEU ....................................................................................................... 11 1.3.1.4 OS ÁRABES ....................................................................................................... 12 1.3.1.5 PICARD .............................................................................................................. 13 1.3.1.6 NEWTON............................................................................................................ 14 1.3.1.7 CASSINI ............................................................................................................. 15
2 MODÊLO GEOMÉTRICO COMO SUPERFÍCIE DE REFERÊNCIA........................ 17 2.1 PARÂMETROS DO MODELO ................................................................................ 17 2.2 DISTINÇÃO ENTRE GEÓIDE E ELIPSÓIDE......................................................... 19
3 COORDENADAS ASTRONÔMICAS OU GEOGRÁFICAS E COORDENADAS GEODÉSICAS................................................................................................................... 20
3.1 COORDENADAS ASTRONÔMICAS OU GEOGRÁFICAS ................................... 20 3.2 COORDENADAS GEODÉSICAS............................................................................ 21
4 GEOMETRIA DO ELIPSÓIDE...................................................................................... 23 4.1 ELIPSÓIDE TERRESTRE........................................................................................ 24 4.1.1 ELEMENTOS DO ELIPSÓIDE ............................................................................. 24 4.1.1.1 ACHATAMENTO .............................................................................................. 24 b = 6.356.912,0000 m...................................................................................................... 27 4.1.1.2 PRIMEIRA EXCENTRICIDADE ....................................................................... 27 4.1.1.3 SEGUNDA EXCENTRICIDADE ....................................................................... 29 4.1.1.4 RELAÇÃO ENTRE ACHATAMENTO E EXCENTRICIDADE ........................ 30 4.1.1.7 CÁLCULO DA GRANDE E PEQUENA NORMAL........................................... 35 4.1.1.8 CÁLCULO DO RAIO DE CURVATURA DA SEÇÃO MERIDIANA ........... 38 4.1.1.9 CÁLCULO DO RAIO DE CURVATURA DE SEÇÃO NORMAL QUALQUER DE AZIMUTE α OU OBLÍQUA................................................................................... 40 4.1.2.0 RAIO MÉDIO DE CURVATURA ...................................................................... 41
5 APLICAÇÕES DOS RAIOS DA TERRA ..................................................................... 43 a) Raio equatorial (a) ....................................................................................................... 43 b) Raio polar (b) .............................................................................................................. 44 c) Grande normal (N) ...................................................................................................... 44 d) Pequena normal (N’) ................................................................................................... 44 e) Raio da seção meridiana (M) ....................................................................................... 44 f) Raio de um paralelo (r) ................................................................................................ 45 g) Raio médio (Rm).......................................................................................................... 45 h) Raio geográfico ( gR ).................................................................................................. 45
i) Raio da seção oblíqua (Rα ) ......................................................................................... 45
j) Raio vetor ( vR ) ........................................................................................................... 45
Berthier de Carvalho Filho iv
5.1 APLICAÇÕES DOS RAIOS DO ELIPSÓIDE .......................................................... 46 5.2 COMPRIMENTO DE UM ARCO DE PARALELO.................................................. 50 5.3 CÁLCULO ENVOLVENDO TODOS OS RAIOS DO ELIPSÓIDE ......................... 51 6 ÁREAS NA SUPERFÍCIE DO ELIPSÓIDE ................................................................ 62 6.1 ÁREA DO QUADRILÁTERO ESFÉRICO............................................................... 62 Constantes do Elipsóide U.G.G.I. – 67 ............................................................................ 64 6.2 ÁREA DO ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO.............................................................. 64 6.3.1 MODELO MATEMÁTICO.................................................................................... 65 6.3.1.1 LADO ................................................................................................................. 65 6.3.1.2 AZIMUTE A PARTIR DO SUL.......................................................................... 66 6.3.1.3 CONTRA AZIMUTE .......................................................................................... 66 7 EXEMPLO APLICATIVO RESOLVIDO.................................................................... 69 7.2 CÁLCULO DO LADO PROVISÓRIO (1ª aproximação) .......................................... 70 7.5 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE (3ª aproximação)............................................. 73 7.6 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE (4ª aproximação)............................................. 74 7.7 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE DEFINITIVO ................................................. 76 8 ÁREA DE UMA ZONA ELIPSOIDAL........................................................................ 77
9 ALTITUDES ORTOMÉTRICA, GEOMÉTRICA E ONDULAÇÃO DO GEÓIDE. ... 78 9.1 TRANSPORTE DE ALTITUDES COM GPS UTILIZANDO DIFERENÇA DE NÍVEL DE ONDULAÇÃO GEOIDAL........................................................................... 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 87
Berthier de Carvalho Filho 1
1 GEODÉSIA: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 1.1 GEODÉSIA – OBJETO
O objetivo último da Geodésia é a determinação da forma e
das dimensões da Terra. Face às irregularidades da superfície terrestre, tal determinação exige o levantamento de pontos escolhidos sobre a mesma em número e distribuição geográfica compatíveis com a precisão desejada e com as restrições de ordem prática e econômica; os demais pontos são obtidos por interpolação.
Obviamente numa primeira aproximação as irregularidades
da superfície podem ser negligenciadas reduzindo-se o problema à determinação das dimensões do modelo geométrico mais adequado. A Geodésia do século XIX praticamente se concentrou na pesquisa dos parâmetros do “melhor elipsóide”.
Para atingir o seu objetivo a Geodésia pode valer-se de
operações geométricas, realizadas sobre a superfície terrestre (medidas angulares e de distâncias) associadas à esparsas determinações astronômicas; ou valer-se de medidas gravimétricas que conduzem ao conhecimento detalhado do campo de gravidade; ou, mais modernamente, valer-se de medidas efetuadas sobre satélites artificiais.
Mas, se a superfície terrestre continental se prolonga
naturalmente ao leito dos oceanos, cabe também à Geodésia a descrição submarina.
Por outro lado o avanço tecnológico, conduzindo a
equipamentos sofisticados que permitem medidas cada vez mais precisas, torna obrigatória a consideração da elasticidade do planeta; e daí a necessidade de encarar as coordenadas de um ponto terrestre como função do tempo.
Tais implicações e outras mais robustecem de maneira
significativa a “ciência geodésica” cuja importância cresce dia a dia seja pelo seu desempenho como ciência independente seja pelos subsídios que proporcionam as outras ciências.
Berthier de Carvalho Filho 2
Repetindo para enfatizar:
“A GEODÉSIA É A CIÊNCIA QUE TEM POR OBJETIVO DETERMINAR A FORMA E AS DIMENSÕES DA TERRA E OS PARÂMETROS DEFINIDORES DO CAMPO GRAVÍFICO”.
Do ponto de vista didático, nos parece conveniente a divisão
sugerida linhas acima: Geodésica Geométrica Geodésia Física Geodésia Celeste
Nesta apostila cogitaremos apenas a Geodésia Geométrica, a mais antiga e, do ponto de vista utilitário (suporte aos serviços de descrição geométrica a superfície terrestre através do mapeamento) a que ainda continua mais extensiva utilizada, pois as outras foge ao escopo deste trabalho.
1.2 GEÓIDE 1.2.1 CONCEITO
Como se sabe, a Terra não é perfeitamente esférica, sua forma real
é considerada como sendo aquela obtida pelo prolongamento da superfície média dos oceanos através dos continentes, idealizada por Carl Friedrich Gauss (físico e matemático alemão, 1777-1855),
conhecido como Geóide.
Figura 1.1 - Geóide
Berthier de Carvalho Filho 3
O geóide, porém, em virtude de suas ondulações, é uma figura de difícil tratamento matemático. Mas, felizmente, as muitas determinações feitas em diversos lugares do globo mostraram que o geóide se confunde muito sensivelmente com um elipsóide de revolução, tendo o seu eixo menor, quase que coincidente com a linha dos pólos. Assim, os geodésistas sentiram necessidade de introduzir uma nova superfície que aproximasse do geóide, o que diminuiria a influência dos erros da "aproximação esférica". Esta figura deveria também ser matematicamente conhecida. Desta forma, surgiu o elipsóide (quase sempre se utiliza o elipsóide de revolução), superfície na qual são calculadas as coordenadas geodésicas.
O fio de prumo de um teodolito, nivelado num determinado
ponto da superfície física da Terra, materializa uma linha perpendicular ao geóide, denominada vertical. Outra linha, que passa por este mesmo ponto, porém, perpendicular ao elipsóide é conhecida como normal. O ângulo formado entre a normal e a vertical é designado como desvio da vertical (Figura 1.2).
A diferença entre o geóide e o elipsóide em um dado ponto,
ou em outras palavras, o afastamento angular entre as duas superfícies, é determinada em função do desvio da vertical, entre a vertical à superfície do geóide e a normal à superfície do elipsóide.
O desvio será máximo nos pontos onde as duas superfícies
se interceptam. O leitor já deve ter percebido que o desvio da vertical (normalmente da ordem de poucos segundos de arco) anula-se quando o geóide e o elipsóide na área considerada são “paralelos”; pois neste caso vertical e normal serão coplanares, com a conseqüente coincidência das coordenadas astronômicas e geodésicas.
Berthier de Carvalho Filho 4
Geóide
Elipsóide
Nível do Mar
Superfície do Terreno
V N
i
Figura 1.2 – Geóide – Elipsóide – Normal – Vertical – Desvio da
Vertical 1.3 MODELO GEOMÉTRICO
Seja para estudar a forma e as dimensões da Terra, seja
para dar apoio aos trabalhos práticos de mapeamento, a Geodésia procura materializar sobre a superfície física do planeta um arcabouço de pontos fundamentais cujas coordenadas são determinadas rigorosamente levando-se em consideração a curvatura terrestre.
O primeiro passo consiste na adoção de um modelo; a
superfície terrestre pelas suas irregularidades deve, obviamente, ser substituída por um modelo mais simples, regular, geométrico, que se preste ao tratamento matemático e se afaste o menos possível da forma real.
Assim um topógrafo para descrever geometricamente certas
regiões adota a hipótese simplista do plano topográfico que restringe severamente os limites do seu campo de ação sob pena de proibitiva acumulação de erros.
Solução algo mais refinada, e satisfatória em muitos
problemas, é proporcionada pelo modelo esférico.
Berthier de Carvalho Filho 5
Mas a Geodésia, nos seus trabalhos rotineiros, adota sistematicamente como modelo geométrico, o elipsóide de revolução.
Quando e como chegou o Homem a essa solução?
Um rápido escorço histórico sobre o problema da forma e
dimensões da Terra trará resposta a essa pergunta. 1.3.1 ESCORÇO HISTÓRICO: DO PLANO AO ELIPSÓIDE
1.3.1.1 PRIMEIRAS IDÉIAS
Já em recuadas épocas os mistérios do Universo
espicaçavam a curiosidade de quantos se atreviam a levantar os olhos e as idéias para o céu e para os astros dando lugar a eclosão de explicações pitorescas, por vezes misto de pré-ciência e misticismo, por vezes só misticismo, através das quais o Homem ensaiava os primeiros passos na luta titânica que ainda prossegue para desvendar os empolgantes segredos da Natureza.
Um retrospecto às mais antigas cosmogonias revela-nos, salvo esporádicas exceções, um ponto comum a todas: a transcendente importância atribuída à Terra no cenário universal; e, como é natural, o interesse nas especulações sobre a sua forma.
Os poemas de HOMERO nos apresentam a Terra como um imenso disco flutuando no oceano e o Sol como o coche em que os deuses efetuavam o seu passeio diário; e ANAXÁGORAS, por repelir tais idéias, feriu cânones religiosos da época sendo enclausurado numa prisão de Atenas. Também ARISTARCO, cognominado o Copérnico da Antiguidade por se ter antecipado ao genial polonês ao sugerir que a Terra girava em torno do Sol, foi acusado de sacrilégio por aventar hipóteses que perturbavam o descanso dos deuses.
Ignoramos a que épocas remontam as primeiras idéias sobre a esfericidade da Terra; sabemos, contudo, que há dois milênios e meio já o genial PITÁGORAS recusava-se a aceitar a concepção simplista de uma Terra plana; enquanto (século V a.C.,) segundo
Berthier de Carvalho Filho 6
revela PLATÃO em seus Diálogos, esposava as mesmas idéias não obstante sua incapacidade em prová-las.
No século IV a.C., entretanto, a teoria da esfericidade robustecia-se com os argumentos apresentados por ARISTÓTELES:
a) contorno circular da sombra projetada pela Terra nos eclipses da Lua; b) variação do aspecto do céu estrelado com a latitude; c) diferença de horário na observação de um mesmo eclipse para observadores situados em diferentes meridianos.
Aliás, com o estagirita a teoria ganha um aspecto
quantitativo, pois que foram atribuídas - sem que saibamos por que – 400.000 estádias para o equador terrestre; contrapondo-se, porém, aos pitagóricos, defendia a imobilidade absoluta do planeta.
No século seguinte ARQUIMEDES afirmava ser o diâmetro
da Terra superior ao da Lua e inferior ao do Sol, atribuindo 3.000.000 de estádias ao perímetro de uma circunferência máxima.
1.3.1.2 ERATÓSTENES – POSIDÔNIO a) ERATÓSTENES de Alexandria, nascido em Cirene,
colônia grega do Norte da África, no ano 276 a.C., foi o autor de uma notável proeza científica ao determinar as dimensões do planeta, suposto esférico, com uma precisão digna de nota quando se tem em conta a precariedade dos meios disponíveis em sua época.
Aliás, mesmo na hipótese de ser questionável a precisão que
alguns autores lhe atribuem, mera conseqüência de uma feliz compensação de erros, sobram-lhes os méritos – estes irretorquíveis – da concepção do método, utilizado ainda em nossos dias: obter, por operações de natureza geométrica, o comprimento de um arco de meridiano e através de determinações astronômicas, o ângulo das verticais extremas.
Berthier de Carvalho Filho 7
Com um gnômom (Figura 1.3) ERATÓSTENES obteve para distância zenital meridiana do Sol no solstício de verão, em Alexandria, valor igual a 1/50 da circunferência; a vila de Syene (atual Assuam) situada à margem direita do Nilo, próxima a primeira catarata, foi suposta situar-se sobre o trópico de câncer, pois rezava a tradição que no dia solsticial do verão o astro-rei iluminava o fundo de um poço.
h
L
Z
h = Altura do GnomomL = Comprimento da SombraZ = Distância Zenital
tgZ = Lh
Figura 1.3 – Experiência de Eratóstenes
Berthier de Carvalho Filho 8
À distância Alexandria – Syene não teria sido difícil estimar com base nos inúmeros trabalhos de agrimensura realizados no vale do Nilo: 5.000 estádias. Admitindo, finalmente, que as duas localidades se achavam situadas no mesmo meridiano, ERATÓSTENES obteve para comprimento do arco de 1º o valor de 694,4 estádias, resultando para a circunferência equatorial, em números redondos, 250.000 estádias (Figura 1.3).
Evidentemente não é possível concluir sobre a precisão do
trabalho realizado pelo sábio de Alexandria; faltam-nos, de início, dados de confiança quanto a correspondência métrica da estádia; se aceitarmos a 600 pés egípcios e a este conferirmos 0,27 m, resultará o valor verdadeiramente surpreendente de 40.500 km para uma circunferência máxima terrestre. Adotando para a estádia o comprimento de 157,5 m que lhe atribuem alguns autores, o resultado será não menos surpreendente: 39.374 km.
De qualquer forma, porém, sabemos hoje que Syene acha-
se aproximadamente 3º a leste de Alexandria e que a sua latitude é de 24º05’ N, enquanto a obliqüidade da eclíptica, admitindo-se para a precessão planetária 47” por século, seria, na época de ERATÓSTENES, da ordem de 23º44’. Acompanhem, abaixo, os cálculos feitos por ERATÓSTENES.
φΑ φΒ
∆φ
EQUADOR
RB (SYENA)
N
CÂNCER
TRÓPICO DE
A (ALEXANDRIA)
Figura 1.4 – Cálculos feitos por ERASTÓTENES
Berthier de Carvalho Filho 9
O ângulo φφφφA é a latitude de Alexandria, φφφφB a latitude de Syene e R, o raio da Terra supostamente esférica, Figura 1.4.
Figura 1.5 – Observações Astronômicas de ERATÓSTENES ZA = Distância Zenital do Sol em Alexandria ZB = Distância Zenital do Sol em Syene.
A
A S
Z A S Z A
Z Z
L 1tgZ circunferência e ZS 0º
h 50 -
Z - Z Z (medido através do gnomom)
1 circunferência
50
Φ
= = =
∆ = Φ Φ
∆ = ∴ ∆ =
∆ = ∴ ∆ = ∆Φ
S S
A A
Z = -
Z = -
Φ δ
Φ δ
EQUADOR
A
B
PN
∆φ
ZA
D
Berthier de Carvalho Filho 10
Sendo a declinação do Sol, ângulo contado no meridiano do Sol,
do Equador até o Sol.
δ
A S A S
Então:
1Z - Z = - = circunferência
50Resulta na seguinte relação:
1D
501 2 R
Φ Φ
→
→ π
logo:
D x 50R =
2 x x Rcomo:
D = 5.000 estádias
= 3,16 valor conhecido por ERATÓSTENES na época, era dado
por:
256 = = 3,16
81
π
π →
π
Substituindo os valores, resulta:
R = 39.556,96 estádias
1 estádia = 157,5 m
logo:
R = 6230 km
A circunferência máxima será:
C = 2 x x R
C = 39.374 km
π
b) Cerca de século e meio mais tarde POSIDÔNIO (130 -
150), natural de Apaméia (Síria), valeu-se do método de ERATÓSTENES, desta feita sem utilização do Sol, chegando a um valor ligeiramente inferior para a circunferência da Terra: 240.000
Berthier de Carvalho Filho 11
estádias (desde que tratar-se da mesma unidade). Há certa confusão sobre o assunto; alguns autores atribuem-lhe apenas 180.000 estádias enquanto outros associam a este número a “estádia real egípcia”, com 210 metros.
POSIDÔNIO fundamentou-se nos seguintes dados:
1) a distância entre os portos de Rodes e Alexandria (supostos pertencerem ao mesmo meridiano) seria de 5.000 estádias;
2) a estrela Canopus (α Arg), invisível na Grécia continental, culminaria em Rodes no horizonte e em Alexandria com altura igual a “um quarto de um signo do zodíaco”.
Observação: Os cálculos ficam por conta do leitor (Figura 1.6)
PN
PS
QQ' QQ'
A
B
A
B
ZENITE
NADIR
HN
HS
Figura 1.6 – Experiência de POSIDÔNIO 1.3.1.3 PTOLOMEU CLÁUDIO PTOLOMEU viveu no Egito, no século de nossa
era, provavelmente de 100 a 178; foi o autor do famoso sistema
Berthier de Carvalho Filho 12
“geocêntrico” que atravessou incólume 14 séculos até esbarrar no gênio de COPÉRNICO.
Duas foram as suas principais obras: a “Geografia” e a
“Composição Matemática”, esta depois cognominada o “Grande Astrônomo” e, finalmente, batizada pelos árabes com a denominação que ainda hoje conserva: “Almagesto”. No primeiro dos trabalhos citados, que tanta influência exerceu nos cartógrafos do século XV, PTOLOMEU ensaiou uma estimativa das dimensões e forma do “mundo habitado” (Ecúmeno).
Concluiu pela esfericidade da Terra lembrando, entre outros
argumentos, que o nascer e o ocultar do Sol, Lua e Estrelas, não se dão ao mesmo tempo para todos os observadores e que, “quanto mais avançamos em direção ao norte, mais estrelas do hemisfério sul se tornam invisíveis”. No que concerne às dimensões do globo terrestre, segundo alguns autores teria repetido as observações de ERASTÓTENES e de acordo com outros simplesmente adotados o valor de POSIDÔNIO (180.000), ou seja, 500 estádias para o arco de 1º atribuindo, portanto, à Terra, as dimensões inferiores às reais. Aliás, tal erro seria de benéficas conseqüências por levar os cartógrafos da Renascença, em especial Colombo, a inclinarem-se com mais entusiasmo pela idéia de atingir à Ásia navegando por Oeste.
Observação: As dificuldades normais de informações tornam o assunto controverso; FISHER I., em “Another look at Erastosthene’s and Posidonius determinations of the Eart’s cincunference (152 -167), 1975, rejeita a determinação de POSIDÔNIO (cujos escritos se perderam) e atribui a redução de 25% nas dimensões terrestres ( que seriam explicadas pela substituição do valor de 250.000 por 180.000) à simples confusão entre a milha romana (-1500 m) e a milha árabe (pouco mais de 2 km).
1.3.1.4 OS ÁRABES
No primeiro milênio da era cristã a única tentativa conhecida objetivando a determinação das dimensões terrestres coube aos árabes, na terceira década do século IX.
Berthier de Carvalho Filho 13
Por iniciativa do califa Al Mamoun, responsável também pela tradução árabe do original grego Almagesto (do qual surgiria no início XV à primeira tradução latina na Europa), a planície de Sindjar, na Mesopotâmia, foi palco de trabalhos que lançaram um pouco de luz na escuridão da Idade Média e que somente seriam retomados cerca de sete séculos mais tarde.
Materializada no terreno a direção da meridiana, dois grupos
de astrônomos deslocaram-se em sentidos contrários até se distanciarem um grau do ponto de partido; as distâncias medidas sobre o alinhamento com réguas de madeira, conduziram a um valor médio de 256 3 milhas árabes. É grande a incerteza relativa à
correspondência métrica daquela unidade; aceitando; entretanto, apenas fixar cifras, o valor de 2.100 metros, resultando uma circunferência máxima algo exagerado, de 42.849 km.
1.3.1.5 PICARD
A medida de um arco de meridiano por PICARD (Jean Picard
1620 – 1682) assinala, pela técnica utilizada e precisão alcançada, o início das modernas operações geodésicas. Não queremos, entretanto, neste rápido escorço histórico, deixar de lembrar as realizações de alguns de seus predecessores: FERNEL, SNELLIUS, RACCIOLI e NORWOOD.
Em 1527 FERNEL mediu a distância entre Paris e Amiens
contando as voltas dadas pela roda de seu carro e chegou ao surpreendente valor de 56.746 toesas (T) para o arco meridiano de 1º.
SNELLIUS, em 1615, na Holanda obteve o valor de 55.021 T com o grande mérito de ter calculado a distância por de meio de uma triangulação; enquanto RICCIOLI na Itália, procedendo da mesma forma, obtinha 62.900 T. Ambos errôneos, o primeiro por falta e o segundo por excesso.
NORWOOD em 1635, medindo diretamente a distância entre
Londres e York, obteve o valor 57.424 T. Trinta anos após o trabalho de SNELLIUS, PICARD
estabeleceu uma rede de triangulação entre Paris e Amiens, utilizando, pela primeira vez, lunetas munidas de retículos; concluiu
Berthier de Carvalho Filho 14
ser de 57.060 T o arco meridiano de 1º, correspondendo a um raio de 6372 km, valor utilizado por NEWTON para verificação da Lei da Gravitação Universal.
1.3.1.6 NEWTON
a) As especulações teóricas sobre a forma de equilíbrio de
uma massa líquida isolada no espaço e submetida à ação da gravidade (atração e força centrífuga) começaram com NEWTON, no final do século XVII, quando postulou a forma elipsoidal para a Terra. HUYGENS (1690), MACLAURIN (1742) e CLAIRAUT (1743) desenvolveram o assunto demonstrando o postulado newtoniano; aliás, o trabalho de CLAIRAUT é considerado uma autêntica obra-prima, estendendo a demonstração ao caso de um elipsóide não homogêneo. Posteriormente LAPLACE, LEGENDRE, LIAPOUNOFF, POICARE, DARWIN, HAMY, VÊRONNET, etc., ligaram seus nomes ao tema. Foi JACOBI, entretanto, o primeiro a demonstrar (1834) que também o elipsóide escaleno, nas condições propostas, é uma figura de equilíbrio.
b) As raízes talvez estejam em COPÉRNICO que
esfacelando as esferas do sistema geocêntrico destruiu duplamente o mito da imobilidade da Terra (que remontava a ARISTÓTELES) conferindo-lhe um movimento roto-translatório. Talvez o genial polonês percebesse estar lançando as bases da Astronomia Moderna, mas certamente ignorava as conseqüências de suas idéias, então revolucionárias, no desenvolvimento da Geodésia.
Com efeito, as especulações teóricas de NEWTON não
toleravam harmonização entre o movimento de rotação e a forma perfeitamente esférica do planeta; ao contrário, postulavam. Como conseqüência da força centrífuga, um eixo polar mais curto, abrindo caminho para a era elipsoidal. Aliás, NEWTON, em abono de suas conclusões teóricas, alude às observações pendulares de RICHTER (em Paris e em Caiena, 1672), de HALLEY, HAYES e outros, revelando todas, o aumento do período com a diminuição da
latitude. Lembrando a fórmula aproximada do pêndulo L
t 2g
= π e
o valor das latitudes aproximadas de Paris ( 50º N)φ ≅ e Caiena na ( 5º N)φ ≅ , o aumento do período verificado da primeira
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localidade para a segunda (tc > tp) implica admitida, a constância do comprimento do pêndulo, na diminuição de g com a latitude: gc < gp.
1.3.1.7 CASSINI Em 1718 surgiu o trabalho de CASSINI (JACQUES CASSINI
1677-1756) “De la grandeur et de la figure de la Terre”, versando sobre a primeira medida do “meridiano da França” que tanta celeuma despertou na Europa. CASSINI prosseguiu a triangulação de PICARD (continuando, aliás, obra já encetada por seu pai), estendendo-se para o norte até Dunquerque e para o sul até os Pirineus; seus trabalhos levaram-no a aceitar que o comprimento de um arco de meridiano decresce com o aumento da latitude (em território francês tal decréscimo seria da ordem de 31 toesas, aproximadamente 55 metros por grau); e o meridiano seria elíptico, coincidindo o eixo de rotação com o eixo maior. Sabe-se hoje que há um acréscimo da ordem de 20 metros por grau. Cabe citar os membros dessa ilustre família; GIOVANNI DOMENICO CASSINI, JACQUES CASSINI, CESAR FRANÇOIS CASSINI, DOMINIQUE CASSINI.
1.3.1.8 AS EXPEDIÇÕES FRANCESAS
s'<s
CASSINI R=Ctes=s'
s
s' s'
s'
NEWTON
s
s>s'
s
1º
1º
1º
1º
1º
1º
Os resultados obtidos por CASSINI, em franca contradição
com as conclusões newtonianas, deram origem à tão conhecida e polêmica entre as duas escolas que se formaram na Europa: adeptos de uma “Terra achatada” e adeptos de uma “Terra alongada”. Não cremos estar infringindo a verdade ao afirmar que tal controvérsia, pelas conseqüências que determinou, demarca o início da moderna Geodésia.
Berthier de Carvalho Filho 16
Com efeito, para dirimir tal dúvida a Academia de Ciências de Paris decidiu patrocinar a medida de um arco meridiano próximo ao equador e de outro junto ao círculo ártico, organizando duas expedições que se encaminharam, respectivamente, para o então Vice Reinado do Peru (1735 – 1744) e para a Lapônia (1736 – 1737).
A primeira, integrada por BOURGUER, GODIN E LA
CONDAMINE, além de dois jovens oficiais espanhóis, após vicissitudes de toda ordem inclusive à desarmonia entre os seus membros, mediu dois arcos com mais de 3º de amplitude, um deles proporcionando para o arco de 1º o comprimento de 110.614 metros.
A segunda expedição, da qual fazia parte MAUPERTIUS,
CAMUS, CELCIUS e o depois famoso CLAIRAUT, concluiu os seus trabalhos em menos de um ano obtendo o valor 111.949 metros com o que ficava positivado o achatamento polar e a conseqüente confirmação das idéias newtonianas.
Na última década do século XVIII, ainda em meio à
revolução francesa, a Comissão de Pesos e Medidas decidiu adotar como unidade de comprimento uma grandeza relacionada com as dimensões do planeta: o “metro” seria a quadragésima milionésima parte de um meridiano terrestre. Baseando-se na remedição do “meridiano de Paris” feita por DELAMBRE e MECHAIN (1792 – 1798) e no arco do peru, a comissão chegou aos seguintes resultados:
1
= ; quadrante = 5.130.740 toesas334
metro = 443,295936 linhas.
α
DELAMBRE, refazendo os cálculos da Comissão, sugeriu o achatamento 1 308,6α = que acabou sendo adotado na
elaboração da famosa carta topográfica da França (“elipsóide dos engenheiros geógrafos”, escala 1:80.0000, projeção de BONNE).
1 toesa do peru = 6 pés = 72 polegadas = 864 linhas = 1,949
metros.
Berthier de Carvalho Filho 17
Como, viu-se, em capítulos anteriores, a Terra foi objeto de estudo desde remota época, vários anos antes de Cristo, passando por vários cientistas, com um mesmo objetivo: determinar a forma e o tamanho do nosso planeta. Até os dias de hoje este assunto vêm à baila, mesmo com os instrumentos mais modernos antes imaginados, imagens de satélites artificiais de alta resolução, a forma e a tamanho da Terra deixam-nos muitas indagações.
2 MODÊLO GEOMÉTRICO COMO SUPERFÍCIE DE REFERÊNCIA
2.1 PARÂMETROS DO MODELO
Todo sistema geodésico supõe um modelo geodésico,
podemos deixar bem claro que o modelo rotineiramente utilizado em Geodésia, desde os resultados das “expedições francesas”, é o elipsóide de revolução ou biaxial. “Elipsóide é a figura matemática que imita a forma real da Terra”, ou, “Elipsóide é o sólido geométrico definido pela rotação de uma semi-elipse em torno do seu eixo menor”.
PN
PS
Equadorab
Figura 2.1.a – Elipsóide de Revolução
a = Semi-eixo equatorial = raio equatorial e b = Semi-eixo polar = raio polar
Berthier de Carvalho Filho 18
Figura 2.1.b – Elipsóide de Revolução O passo seguinte é fixar as suas dimensões ou determinar
os seus parâmetros. Os parâmetros de um elipsóide são dados pelo valor do raio equatorial e pelo seu achatamento. O elipsóide de CLARKE 1866 ainda hoje é utilizado nos Estados Unidos, México e Canadá; na Rússia, antiga União Soviética o modelo geométrico é o elipsóide de KRASSOWSKY (1945).
Já o Brasil, as Américas do Sul e Central e a Europa não
russa adotaram até recentemente em seus cálculos o elipsóide de HAYFORD, determinado em 1909 e, recomendado em 1924, pela Associação Internacional de Geodésia como superfície de referência internacional visando uma “uniformização” que jamais foi plenamente atingida.
Na verdade, do ponto de vista estritamente cartográfico
(elaboração de mapas), os mencionados elipsóides praticamente se equivalem. A perspectiva já não é a mesma do ponto científico, quando então se pesquisam parâmetros cada vez mais refinados; exemplificamos com as dimensões do modelo recomendado pela Associação Internacional de Geodésia para o chamado “Sistema Geodésico de Referência 1967”, hoje adotado em nosso país, cujo
Berthier de Carvalho Filho 19
eixo maior é 228 metro menor que o correspondente eixo do elipsóide de HAYFORD e cuja excentricidade também é menor (uma unidade da 5ª casa decimal).
2.2 DISTINÇÃO ENTRE GEÓIDE E ELIPSÓIDE
Já visto em capítulos anteriores, o Geóide é uma superfície
irregular com saliência e reentrâncias ocasionadas pela maior ou menor concentração de massa no interior da Terra.
O geóide, que é simplesmente uma determinada superfície
equipotencial do campo de gravidade; especificamente: o geópe que mais se aproxima do “nível médio dos oceanos”. Nos continentes e ilhas (25% da superfície terrestre acham-se no interior da crosta).
Em sua qualidade de geópe, o geóide é uma “superfície
horizontal” por ser, em qualquer ponto perpendicular, a respectiva vertical.
Como visto no primeiro parágrafo deste capítulo, o geóide,
apesar de suas saliências e reentrâncias, são superfícies suavemente regulares.
Na figura 2.2, mostra a configuração dos dois sólidos,
ondulações exageradas em benefício da clareza e da compreensão.
PN
PS
Equadorab
Elipsóide
Geóide
Figura 2.2 – Elipsóide e Geóide
Berthier de Carvalho Filho 20
3 COORDENADAS ASTRONÔMICAS OU GEOGRÁFICAS E COORDENADAS GEODÉSICAS
3.1 COORDENADAS ASTRONÔMICAS OU
GEOGRÁFICAS Como um dos objetivos da Astronomia de Campo é a
determinação das coordenadas geográficas ou astronômicas de um ponto, e, do Georreferenciamento, como finalidade alcançar um perfeito cadastro do imóvel rural, através da medição in loco, por profissional devidamente qualificado, levando em consideração as coordenadas estabelecidas pelo Sistema Geodésico Brasileiro, auferindo sua precisa localização e caracterização, tal como área superficial, medidas lineares e as respectivas confrontações. Também, tem por escopo possibilitar uma exata coincidência dos elementos físicos do imóvel com os assentos registrais, refletindo o imóvel no Fólio Real com exatidão, alcançando a segurança jurídica almejada e evitando a sobreposição de áreas (grilagem) ou sobreposição; veja-se, então, o significado destas coordenadas.
a) Latitude Geográfica ou Astronômica de um ponto - É o
ângulo formado pela vertical desse ponto com sua projeção equatorial. É usualmente representada pela letra grega φφφφ (phi). Figura (3.1).
Na figura 3.1, mBm' e nAn’ são os paralelos terrestres de A
e B; PN A PS e PN B PS são os meridianos terrestres de A e B; a linha que passa pelo centro da Terra (aqui suposta esférica) e por A e B são as verticais dos pontos A e B, sendo CA' e CB’ as suas projeções equatorial. Desta forma, todos os pontos situados no paralelo de A tem a mesma latitude e, os pontos do paralelo B, também, têm a mesma latitude, que varia de 0º a ± 90º, sendo positiva no Hemisfério Norte e negativa no Hemisfério Sul.
b) Longitude Geográfica ou Astronômica de um ponto - É
o ângulo formado entre o meridiano astronômico do ponto e o meridiano que passa pelo Observatório de Greenwich (origem). É simbolizada pela letra grega λλλλ (lambda). A longitude varia de 0º a 180º por Leste ou 0º a 180º por Oeste. Comumente, representa-se a longitude como variando de 0º a ± 180º, convindo o sinal positivo para Leste. Assim, todos os pontos situados em território brasileiro
Berthier de Carvalho Filho 21
terão longitude negativa, pois se está a Oeste no Meridiano de Greenwich.
c) Azimute Astronômico de uma direção AB - Chama-se
Azimute Astronômico de uma direção AB ao ângulo formado entre o meridiano do ponto e o alinhamento AB, contado do Sul por Oeste, conforme se vê na figura 3.1
B
A
AzBAAzAB
mm'
nn'
B'A'
Gr
PN
PS
L
W
QQ'φ
λ
φB A
B λA
o
Figuras 3.1 - Coordenadas Geográficas ou
Astronômicas 3.2 COORDENADAS GEODÉSICAS • A latitude geodésica (φφφφg) de qualquer ponto é o ângulo que a normal ao elipsóide no ponto forma com sua projeção equatorial (Figura 3.2). Sua variação é igual à da latitude astronômica.
• A longitude geodésica (λλλλg) do ponto P é o diedro formado pelos meridianos geodésicos de P e de Greenwich
Berthier de Carvalho Filho 22
(origem). Como a longitude astronômica, varia de 0º a ± 180º (negativa a Oeste).
As coordenadas geodésicas são obtidas a partir do cálculo
de uma rede de triângulos medidos na superfície física da Terra, por um processo especial (triangulação ou trilateração). Esta rede é projetada sobre o elipsóide de referência e calculada, obtendo-se assim as coordenadas geodésicas de todos os pontos componentes da rede. A obtenção das coordenadas geodésicas é objeto da Geodésia.
Atualmente, as coordenadas geodésicas são determinadas
com GPS (global positioning system – sistema de posicionamento global). Este sistema já está substituindo o método convencional de posicionamento, visto que a utilização dos satélites artificiais, aliada à vulgarização dos computadores, trouxe um desenvolvimento (não somente a Geodésia) que em curto prazo ultrapassou as mais otimistas expectativas.
Geóide
Superfície Topográfica
Gr.
P
P'
PN
PS
QQ'Φ
λ
NORMAL
Figuras 3.2 – Coordenadas Geodésicas O Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), recomendado pelo
Instituto de Geografia e Estatística para os cálculos geodésicos, que integra o “South American Datum” – 1969 (SAD – 69), que também
Berthier de Carvalho Filho 23
integram o Elipsóide UGGI (União Internacional de Geodésia e Geofísica).
O aspecto geométrico concerne às dimensões do modelo
elipsoidal adotado nos cálculos: a) parâmetro a = (semi-eixo maior do elipsóide) = 6.378.160
m
b) parâmetro αααα (achatamento do elipsóide) = 1
298,25
Nota: O referencial (datum) altimétrico do Sistema Geodésico Brasileiro, ou seja, a RN inicial da rede altimétrica do Brasil, acha-se junto ao marégrafo na baía de Imbituba, litoral de Santa Catarina.
4 GEOMETRIA DO ELIPSÓIDE
O estudo do elipsóide de revolução é de suma importância em
Geodésia pelo simples fato de ter sido o mesmo eleito como modelo geométrico para os cálculos geodésicos; executando certas técnicas especiais os cálculos geodésicos são conduzidos sobre a superfície do elipsóide de revolução. Já comentado em capítulos anteriores, o elipsóide é um sólido geométrico gerado pela rotação de uma semi-elípse em torno de um de seus eixos.
Passando um sistema de coordenadas pelo centro do
elipsóide escaleno (três eixos desiguais) cujo plano XY coincide com o plano equatorial temos:
a
b
X
Z
Y Figura 4.1 – Sistema de coordenada tridimensional.
Berthier de Carvalho Filho 24
2 2 2
2 2 2
X Y Z 1 (1)
a c b+ + =
4.1 ELIPSÓIDE TERRESTRE
Elipsóide terrestre é o sólido geométrico gerado pela rotação
de uma semi-elípse em torno do seu eixo menor.
PN
PS
Equadorab
Figura 4.2 – Elipsóide de Revolução Como a = c
2 2 2
2 2
X Y Z + = 1 (2)
a b+
Que é a equação do elipsóide terrestre.
4.1.1 ELEMENTOS DO ELIPSÓIDE
4.1.1.1 ACHATAMENTO
a - b
= a
b = 1 - (3)
a
α
α
Berthier de Carvalho Filho 25
Exemplo elucidativo 1 – Calcular o achatamento do elipsóide UGGI – 67 Dados do elipsóide:
a = 6.378.160,0000 m b = 6.356.774,7192 m
α
α
α
α
b = 1 -
a
6.356.774,7192 = 1 -
6.378.160,0000
= 1 - 0,9966471081
= 0,0033528919
α
Na forma escalar, será:
1 =
0,0033528919
α =
α
α
298,249997276
logo:
1 =
298,249997276
aproximando, teremos:
1 =
298,25
Exercícios Resolvidos:
2 – Calcular o achatamento dos elipsóides :
Berthier de Carvalho Filho 26
HAYFORD a = 6.378.388,0000 m b = 6.356.912,0000 m α = 1: 297,000745018 Aproximando, têm-se
αααα = 1: 297,00 GRS – 80 ⇒Datum – WGS - 84
a = 6.378.137,0000 b = 6.356.752,3100
α = 1: 298,257164355 αααα = 1: 298,26
Da equação (3), conhecendo-se o valor de α e a, pode-se
determinar o valor de b. Exemplo resolvido:
Do elipsóide UGGI - 67
a = 6.378.160,0000 α = 1:298,249997276
b
= 1 - a
b - 1 = -
a
α
α
( )
b1 =
ab = a x 1 -
− α
α
Berthier de Carvalho Filho 27
=
substituindo, temos :
1b 6.378.160,0000 x 1 -
298,25
=b 6.356.774,7192 m
Exercício Resolvido: Para o elipsóide HAYFORD, calcular o valor de b.
Dados:
a = 6.378.388,0000 m e α = 1:297 b = a x (1 - α) b = 6.378.388,0000 x (1 – 1/297,000745018) b = 6.356.912,0000 m 4.1.1.2 PRIMEIRA EXCENTRICIDADE
A primeira excentricidade de um elipsóide é dada pela
seguinte fórmula:
22
2
ce (4)
a
elevando ambos os membros ao quadrado, resulta :
ce (5)
a
=
=
2 2 2
2 2 2
da geometria analítica (cônicas)
a b c
c a - b (6)
= +
=
Berthier de Carvalho Filho 28
2 22
2
substituindo o valor de c na equação 5, temos :
a - be
a=
22
2
be 1 - (7)
a=
2 2
2
a - be
a=
2 2 2
2
resulta em:
b = a x (1 - e )
b = a x 1 - e (8)
Exercícios resolvidos 1 - Calcular a primeira excentricidade do elipsóide UGGI – 67
Dados do elipsóide:
a = 6.378.160,0000 m b = 6.356.774,7192 m Aplicando a fórmula:
( )
( )
22
2
2
22
be = 1 -
a
6.356.774,7192e = 1 -
6.378.160,0000
2e = 0,006694541916
e = 0,08182018037
=
=
2 2
2
ou
a - be
ae 0,08182018037
Berthier de Carvalho Filho 29
2 – Exercícios Resolvidos Calcular a primeira excentricidade do elipsóide de HAYFORD
Dados do elipsóide:
a = 6.378.388,0000 m b = 6.356.912,0000 m
e2 = 0,006722653187 e = 0,08199178732
4.1.1.3 SEGUNDA EXCENTRICIDADE
A segunda excentricidade de um elipsóide é dada pela
fórmula: c
e' b
=
22
2
2 2 2
elevando ambos os membros ao quadrado, resulta :
ce'
bda geometria analítica (cônica)
a b c
=
= +
2 2 2c a - b=
=
=
=
2 22
2
22
2
2 2
daí, resulta :
a - be'
ba
e' - 1b
ou, simplesmente :
a - be'
b
Berthier de Carvalho Filho 30
Exercícios resolvidos 1 – Calcular a segunda excentricidade do elipsóide UGGI –
67. Dados do elipsóide
a = 6.378.160,0000 m b = 6.356.774,7192 m
Pela fórmula, já explicita temos:
( ) ( )
( )
−= =
2 22 22
22
6.378.160,0000 6.356.774,7192a - be'
b 6.356.774,7192
=
=
2e' 0,006739660858
e' 0,0820954375
2 – Exercícios Resolvidos
Determinar a segunda excentricidade do elipsóide
HAYFORD Dados do elipsóide:
a = 6.378.388,0000 m b = 6.356.912,0000 m Aplicando a fórmula acima, resulta:
e’2 = 0,006768153133 → e’ = 0,0822687859 4.1.1.4 RELAÇÃO ENTRE ACHATAMENTO E EXCENTRICIDADE
α = = ∴ =
=
2
2
a - b b 1 - b a x 1 - e
a ab
1- ea
Berthier de Carvalho Filho 31
α = →
α α
α α
2 2 2
2 2 2
2 2
elevando ambos os membros ao quadrado, resulta :
(1 - ) ( 1 - e ) no primeiro membro diferença
do quadrado de dois números
1 - 2 x 1 x + = 1 - e
1 - 2 + = 1 - e
α α
α α
2 2
2 2
1 - e = - 2 + 1
e = 2 -
= α
α =
≅ α
2
2
b 1 -
a
1 - 1 - e
e 2
Ou seja, “a excentricidade ao quadrado é aproximadamente
igual ao dobro do achatamento”. 4.1.1.5 CALCULO DAS COORD. RETILÍNEAS DO
ELIPSÓIDE
P
P'
Q' Q
Z
X
N
XZ
M (X,Z)
90º+Φ
Ο
H
D
Φ
Figura 4.3.a Coordenadas Retilíneas do ponto M Na Figura 4.3a, QQ’ é o diâmetro equatorial; PP’ o eixo polar
e o, o centro do elipsóide. Pelo ponto M, situado na linha meridiana, passamos uma
tangente. Uma normal a esta tangente pelo ponto M cortará o eixo polar no ponto H e o eixo equatorial no ponto D.
Berthier de Carvalho Filho 32
Cálculo de X: Da equação do elipsóide:
+ =
+ + =
2 2
2 2
2 2
X Z 1
a bderivando em dz e dx, teremos :
2X 2Z dZ 0
a b dX
−+ =
−=
−=
−=
2 2
2
2
2
2
2
2
2Z dZ 2X
b dX adZ 2X b
x dX a 2ZdZ X b
x dX a ZdZ X b
dX a Z
dZora, é o coeficiente angular da tangente no ponto M
dX
2
2
2 2
2
2
dZ dZ = tg ( + ) ou = - cotg
dX 2 dXX b
= cotg Z aX b = Z a cotg
X b tg Z =
alevando Z na equação do elipsóide, têm-se
πΦ Φ
Φ
Φ
Φ
2 2
2 2
X Z + = 1
a b
2 2 42
2 4 2
2 2 22
2 4
X X x b x tg 1
a a x b
X X x b + x tg = 1
a a
+ Φ =
Φ
Berthier de Carvalho Filho 33
22 2 2 4
2
XX x b x tg a
a+ Φ =
( )
Φ
+ Φ ⇒ = −
2 2 2 2 2 4
2
2 2 2 2 4 2 2 2
a X + X b tg = a
colocando X em evidência
X (a b x tg ) = a como b a 1 e
( )( )
( )( )
( )
+ − Φ =
=+ − Φ
=+ − Φ
2 2 2 2 2 4
4 22
2 2 2 2
22
2 2
temos :
X x a a 1 e x tg a
a aX
a a 1 e x tg
aX
1 1 e x tg
( )
2
2 22
2 2 2
2 22
2 2 2 2
2 22
2 2 2 2 2 2
multiplicando ambos as frações por cos , resulta :
a cos X
1 (1 - e ) tg x (cos )
a x cosX
cos 1 e x tg x cos
a x cosX
cos tg xcos e x tg x cos
Φ
Φ=
+ Φ Φ
Φ=
Φ + − Φ Φ
Φ=
Φ + Φ Φ − Φ Φ
2 2 2como : cos tg x cos 1Φ + Φ Φ =
2
2 22
2 2
sencos x cos
cos
cos sen 1
ΦΦ + Φ
Φ
Φ + Φ =
Temos: 2 2
22 2 2
a x cosX
1 e x tg x cosΦ
=− Φ Φ
2 2 2 2 2como : e x tg x cos e x senΦ Φ = Φ
Berthier de Carvalho Filho 34
2 22
2 2
2
2 2
a x cosX
1 e x senou
a x cosX
1 e x sen
Φ=
− Φ
Φ=
− Φ
que é a abscissa do ponto M em relação a sua latitude
geodésica
2
2
2 2
22
2
Cálculo de Z
X x b Z x tg
aSubstituindo X por
a x cos X=
1 e x sen e
b 1 e
ado
= Φ
Φ
− Φ
= −
( )
( )
2
2 2
2
2 2
cálculo da 1ª excentricidade
temos:
a x cos x 1 e x tg Z=
1 e sen
a x 1 e x senZ
1 e x s
n
e
Φ − Φ
− Φ
− Φ=
− Φ
que é o valor da cota ponto M em função da sua latitude
geodésica.
Berthier de Carvalho Filho 35
4.1.1.6 PROPRIEDADES DO ELIPSÓIDE
4.1.1.6.1 RAIOS DE CURVATURAS DE SEÇÕES
O raio de curvatura de uma secção normal ao elipsóide dependerá do azimute dessa seção normal; Em cada ponto existem duas secções normais mutuamente perpendiculares entre si, cujas curvaturas tomam o valor máximo e mínimo; As secções normais que verificam o valor máximo e mínimo de curvatura dizem-se seções normais principais; Sobre o elipsóide de revolução as seções normais principais são:
A secção do meridiano, gerada pelo plano normal de um ponto que passa pelos dois pólos;
A secção do primeiro vertical, gerada pelo plano normal de um ponto e que é perpendicular ao plano do meridiano.
4.1.1.7 CÁLCULO DA GRANDE E PEQUENA NORMAL
Da figura 4.3.b MH = N
Figura 4.3.b – Grande Normal e Pequena Normal
Berthier de Carvalho Filho 36
e, X N cos
então :
XN
cos
substituindo X na equação, resulta :
= Φ
=Φ
2 2
a x cos
1 - e sen N cos
Φ
Φ=Φ
2 2
2 2
a x cos 1N x
cos1 - e sena
N 1 - e sen
Esta é a fórmula para calcular a grande normal
Φ=
ΦΦ
=Φ
A pequena normal é o segmento de reta que une o ponto M ao ponto D.
MD = N’ = pequena normal
A fórmula para calcular a pequena normal é deduzida a partir
da figura 4.3.a, onde: Z = N’ sen Φ
ZN' =
sen Φ
2
2 2
como:
a x (1 - e ) x sen
1 - e sen N' = sen
Φ
Φ
Φ
Berthier de Carvalho Filho 37
2a x (1 - e ) x sen N' =
Φ2 2
1 x
sen 1 - e sen ΦΦ2
2 2
2
a x (1 - e )N' =
1 - e sen
então:
N' = N x (1 - e )
Esta é a fórmula definitiva para calcular a pequena normal.
Φ
Vimos que a grande normal (N) é o raio máximo de uma seção normal e M, o raio mínimo. Enfatizando, vamos definir o que é uma seção normal.
n
n'
Gr.
PN
PS
A1
A2A3
a
b
O
Φ
λ
P
Figura 4.3.c – Seção Normal Seção normal é qualquer seção que contenha a normal ao
elipsóide no ponto P. Em outras palavras, é a linha de interseção
Berthier de Carvalho Filho 38
entre o elipsóide e qualquer plano que contenha a normal nn’ (esse plano pode girar em torno de nn’), figura 4.3.c.
Seção meridiana é uma particular seção normal, aquela que
contém o eixo menor b, ou seja, o eixo dos pólos PN – PS. 4.1.1.8 CÁLCULO DO RAIO DE CURVATURA DA SEÇÃO
MERIDIANA Como vimos à seção meridiana que contém um ponto P
qualquer, denominada também Meridiano Geodésico, é uma linha sobre o elipsóide que contém a normal ao elipsóide no ponto e passa pelos pólos. Contém a linha Norte – Sul. É uma elipse cujo raio de curvatura pode ser definido em cada ponto pela equação a seguir:
Observação: Algumas deduções de fórmulas em capítulos anteriores foram de significativa importância para se estudar o capítulo em epígrafe. Omitiremos, a partir deste capítulo deduções que tornem desnecessárias, pois fogem ao propósito deste curso.
PS
Q' o
Z
PN
M'Φ
Q X
M
Z''
Y
Z'
X'
X''
m
n
90º- Φ
Figura 4.3.d – Raio da Seção Meridiana
Berthier de Carvalho Filho 39
Seja na figura 4.3.d um ponto M qualquer, da superfície elipsoidal, pertencente ao plano XZ e o a origem do sistema XYZ.
Se implantarmos um novo sistema de coordenadas com
origem no ponto M, através de uma translação dos eixos X para X’ e Z para Z’ num ângulo correspondente a (90º - Φ), será fácil perceber que MZ’ coincidirá com a normal ao elipsóide no ponto M e o plano XY será tangente ao elipsóide na nova origem das coordenadas (Figura 4.3.e). O novo eixo MY, permanecerá paralelo ao anterior OY. Observe a figura 4.3.e após a translação.
Na figura 4.3.e, mostra o novo sistema já implantado; o leitor naturalmente deverá analisar as afirmações acima citadas.
PS
Q'o
Z
PN
M'Φ
Q X
M
Z''
Y
Z'
X'
X''
m
n
90º- Φ
Figura 4.3.e – Características do novo Sistema de
Coordenadas Implantado
Como no estudo da grande normal e pequena normal:
X = m = N cos Φ
Berthier de Carvalho Filho 40
Z = n = N’ sen Φ Definitivamente, para melhor compreensão omitiremos
deduções de fórmulas, será apresentada para calcular o raio de curvatura da seção meridiana, a seguinte fórmula:
2
32 2 2
a (1 - e )M
(1 - e sen )=
Φ
4.3.f – Raio de Curvatura da Seção Meridiana (MM’) 4.1.1.9 CÁLCULO DO RAIO DE CURVATURA DE SEÇÃO
NORMAL QUALQUER DE AZIMUTE α OU OBLÍQUA. Este raio calcula-se pela fórmula:
α α= +
α
2 21 cos sen
Ra M N
Sendo o azimute da seção, que é o ângulo que a seção forma com a
seção meridiana.
Berthier de Carvalho Filho 41
Para casos especiais em que :
Azimute da seção 0º R M
Azimute da seção 90º R N
= → =
= → =
Z
X
n
m
Y
M'
o
M
Φ
Azimute da seção = 90º
R = N = Segmento MH = Grande Normal
H
Y
Φo
Z
m
n
M
Círculo 1º VerticalX
Azimute da seção = 0º
R = M = Segmento MM'
Raio de Curvatura da Seção Meridiana Raio de Curvatura Círculo 1º
Vertical
4.1.2.0 RAIO MÉDIO DE CURVATURA O raio médio de curvatura em um ponto M da superfície
elipsoidal é igual à média geométrica dos raios de curvaturas principais.
2
2 2
Rm MN
ou
a (1 - e )Rm
1 - e sen
=
=Φ
a) Raio Geográfico
O raio geográfico é utilizado na disciplina de geografia do 1º grau, é equivalente ao volume de uma esfera de mesmo volume do elipsóide U.G.G.I.
Berthier de Carvalho Filho 42
Volume da Esfera = Volume do Elipsóide UGGI - 67 b) Raio Vetor
O raio vetor é o segmento de reta que liga o centro do elipsóide a qualquer ponto da superfície elipsoidal.
O raio vetor é o segmento de reta que liga o centro do elipsóide a qualquer ponto da superfície elipsoidal.
EquadorQ'
PN
Q
PS
X=r
Zψ
Rv
- Latitude Geocêntricaψ
Q' Equador ψ
PS
PN
X=r
Rv
Q
Zo o
P P
Φ
H
- Latitude GeodésicaΦ
Figura 4.4 – Raio Vetor – Latitude Geocêntrica – Latitude Geodésica
Da Geômetra do elipsóide:
2 2
a.cos X
1 - e sen
Φ=
Φ
2
aN
1 - sen . =
Φ
( )
= = Φ
= Ψ = ΦΨ
2
r X N cos
rRv tg 1 - e tg
cos
Berthier de Carvalho Filho 43
= Ψ =
Φ = =
=
onde :
Rv Raio vetor Latitude geocêntrica
Latitude Geodésica e Pr imeira excentricidade
N Grande normal = r Raio do paralelo
c) Raio Médio de Curvatura de um Paralelo (r)
P
O Φ
ΜM'
Φ
r r
P'
QQ'
H
4.5 Raio de curvatura de um paralelo
r = Raio de curvatura do paralelo
A seção MM’, originada por um plano que passa por M
normal ao eixo polar, forma com o 1º vertical (Grande Normal – N) um ângulo igual a latitude geodésica. A fórmula para calcular o raio é dada pela fórmula:
r N cos = Φ 5 APLICAÇÕES DOS RAIOS DA TERRA
a) Raio equatorial (a)
No histórico, capítulo 1.3.1, viu-se que no passado diversos geodésistas determinaram o valor do raio equatorial com o uso da geodésia terrestre.
Berthier de Carvalho Filho 44
b) Raio polar (b) O raio polar é calculado em função do raio equatorial.
c) Grande normal (N) A maioria dos cálculos geodésicos utiliza-se a grande normal, principalmente, nas transformações de coordenadas planas sistema UTM/LTM/RTM em geodésicas e vice-versa. Também, a grande normal é utilizada no cálculo do raio de um paralelo.
d) Pequena normal (N’)
A pequena normal tem o seu emprego quase que restrito nos
cálculos geodésicos, entretanto, se constitui num importante elemento geométrico do elipsóide.
e) Raio da seção meridiana (M)
É usado para calcular o comprimento de arcos pequenos da linha meridiana. Para arcos maiores utiliza-se o raio de curvatura da seção meridiana originada da derivada/integral do binômio de Newton. Chamando de S o comprimento do arco e Φ1 - Φ2 os extremos da latitude, a fórmula já deduzida, será:
2 11 1 2 1
2
2 1 2 1 2 1
( - ) 1 1(A - B(sen2 - sen2 ) C(sen4 - sen4 )
180º 2 4S a (1- e )1 1 1
- D(sen6 - sen6 ) E(sen8 - sen8 ) - F(sen10 - sen10 )6 8 10
Φ Φ π Φ Φ + Φ Φ
= Φ Φ + Φ Φ Φ Φ
Para o elipsóide UGGI – 67 Onde: As constantes A, B, C, D, e F, são determinadas através de
séries.
Berthier de Carvalho Filho 45
-6
-9
-11
-14
A 1,00505262473
B 0,005063232048
C 10,6281071177 x 10
D 20,8218961595 x 10
E 3,93275334635 x 10
F 6,55534022587 x 10
=
=
=
=
=
=
f) Raio de um paralelo (r) O raio de um paralelo é utilizado para calcular o comprimento
do arco de paralelo terrestre. g) Raio médio (Rm) O raio médio é usado em diversos cálculos geodésicos, entre
os quais, a redução da distância horizontal para o nível do geóide (distância geoidal).
h) Raio geográfico ( gR )
O raio geográfico é aceito na geografia do ensino de 1º grau,
como sendo o raio de uma esfera de volume igual ao volume do elipsóide UGGI – 67.
i) Raio da seção oblíqua (Rα )
O raio da seção oblíqua é o raio da linha inclinada em
relação ao meridiano e o paralelo geodésico, sendo o ângulo α , o ângulo que a linha forma com a linha Norte-Sul (Rumo).
j) Raio vetor ( vR )
O raio vetor ( vR ) é usado no cálculo da altura geométrica (altura elipsoidal) a partir das coordenadas X, Y e Z.
Berthier de Carvalho Filho 46
5.1 APLICAÇÕES DOS RAIOS DO ELIPSÓIDE
Seja o arco MM’ da elipse meridiana na figura 5.1. Sendo pequeno desprezamos a variação do raio de curvatura ao longo deste arco. Desta forma confundindo com o raio circular igual ao raio de curvatura da elipse meridiana. Para arcos iguais ou maiores que 1º como já foi dito, emprega-se o raio da seção meridiana deduzida a partir da derivada/integral do binômio de Newton.
Quanto menor for o arco, menor será o erro a ser cometido.
M
M'
ΦΜ
M'Φ
∆Φ
S
PN
PS
QQ'o
Figura 5.1 – Arco de meridiano - S
Observação: sendo :
S Comprimento do arco MM'
Diferença entre as latitudes geodésicas dos extremos do arco.
=
∆Φ =
Berthier de Carvalho Filho 47
Exercício resolvido:
Calcular o comprimento do arco da linha meridiana compreendido entre a latitude Φ =1 28º23’43” S e a latitudeΦ =2 28º35’49” S .
Desenvolvimento: Cálculo da seção meridiana no ponto médio
Φ + ΦΦ =
Φ =
Φ =
1 2m
2
m 28º29'46"
m Latitude média entre M e M'
Φ
∆Φ Φ Φ
∆Φ
∆Φ
2
32 2 2
a (1 - e )M =
(1 - e sen m)
M = 6.349.970,074 m
= 2 - 1
= Diferença de latitude entre M e M'
= 00º12'06"
φ1 =
φ2 =
S
28º23'43"
28º35'49"
Aplicando uma regra de três simples, resulta:
Berthier de Carvalho Filho 48
2 M 360º
S
2 x x M x S
360º x M x
S 180º
S 22.350,290 m
π →
→ ∆Φ
π ∆Φ=
π ∆Φ=
=
Sendo o arco M M’ da elipse meridiana da figura, pode-se
desprezar a variação do raio da curvatura ao longo deste arco. Desta forma, confundindo com o raio circular igual ao raio
médio de curvatura da elipse meridiana. Enfatizando, quanto menor for o arco, menor será o erro a ser cometido.
Calculando o comprimento da seção meridiana pela fórmula
originada da derivada/integral do Binômio de Newton.
2 11 1 2 1
2
2 1 2 1 2 1
( - ) 1 1(A - B(sen2 - sen2 ) C(sen4 - sen4 )
180º 2 4S a (1- e )1 1 1
- D(sen6 - sen6 ) E(sen8 - sen8 ) - F(sen10 - sen10 )6 8 10
Φ Φ π Φ Φ + Φ Φ
= Φ Φ + Φ Φ Φ Φ
Para o elipsóide UGGI – 67
a 6.378.160,000 m= 2e 0,006694541916=
Coeficientes:
-6
-9
-11
-14
A 1,00505262473
B 0,005063232048
C 10,6281071177 x 10
D 20,8218961595 x 10
E 3,93275334635 x 10
F 6,55534022587 x 10
=
=
=
=
=
=
Berthier de Carvalho Filho 49
1 2
1
2
1
2
28º23'43" 28º35'49"
2 56º 47'26"
2 57º11'38"
4 113º34'52"
4 114º23'16"
Φ = Φ =
Φ =
Φ =
Φ =
Φ =
1
2
1
2
6 170º22'18"
6 171º34'54"
8 227º09'44"
8 228º 46'32"
Φ =
Φ =
Φ =
Φ =
( )
1
2
2
10 283º57'10"
10 285º58'10"
a 1 - e 6.335.461,14094
Φ =
Φ =
=
Berthier de Carvalho Filho 50
( )
( ) ( )
( ) ( )
2 1 -3
-62 1
-82 1
A - x 3,537531285 x 10
180º1
B sen 2 - sen 2 - 9,708183028 x 1021
C sen 4 - sen 4 - 1,52059024 x 1041
D se6
Φ Φ π= = +
Φ Φ = +
Φ Φ = +
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
-112 1
-142 1
-172 1
n 6 - sen 6 - - 7,237949869 x 10
1 E sen 8 - sen 8 - 9,267583419 x 10
81
F sen 10 - sen 10 - 5,956332508 X1010
_____________________
Φ Φ =
Φ Φ = +
Φ Φ = +
-3
________________________________
soma 3,527807968
x
=
( )2 a 1 - e 6.335.461,14094
S 22.350
=
= ,29029 m
5.2 COMPRIMENTO DE UM ARCO DE PARALELO
As seções do elipsóide de revolução perpendiculares ao eixo de rotação são circulares. Como:
r N x cos = Φ 2 2
ou
a cos r
1 - e sen
Φ=
Φ
Exercício resolvido Calcular o comprimento do arco de paralelo entre a longitudes 1λ = 42º00’00” W e 2λ = 42º33’00” W, na latitude 28º38’09,9672” S
Berthier de Carvalho Filho 51
Desenvolvimento :
2 - 1
00º 33' 00"
Diferença de longitude ente 1 e 2
∆λ = λ λ
∆λ =
∆λ =
2 2
a cos r
1 - e sen
r 5.602.299,614 m
360º 2 r
X
Φ=
Φ
=
→ π
λ →
λ2 λ1
S
2 r X
360º
X 53.778,216 m
S 53.778,216 m
π ∆λ=
=
=
5.3 CÁLCULO ENVOLVENDO TODOS OS RAIOS DO
ELIPSÓIDE
Exercícios: Num ponto de latitude geodésica Φ = 40º Calcular: 1) Grande normal 2) Pequena normal
Berthier de Carvalho Filho 52
3) Coordenadas retilíneas 4) Raio de curvatura da seção meridiana 5) Raio médio 6) Raio de curvatura da seção obliqua cujo azimute é 20º 7) Raio do paralelo 8) Raio vetor 9) Raio Geográfico 10) Raio equatorial 11) Raio polar Desenvolvimento: Dados do elipsóide UGGI - 67
a = 6.378.160,000 m
2e 0,006694541916= 1)Cálculo da grande normal
2 2
aN
1 - e sen
N 6.386.999,412 m
=Φ
=
2)Cálculo da pequena normal
2
2 2
a (1 - e )N'
1 - e sen =
Φ
N' 6.344.241,377 m=
3)Cálculo das coordenadas retilíneas
X N cos
X 4.892.725,408 m
= Φ
=
Z N' sen
Z 4.077.999,750 m
= Φ
=
Berthier de Carvalho Filho 53
4)Cálculo do raio de curvatura da seção meridiana
2
2 2 1,5
a (1 - e )M
(1 - e sen )
M 6.361.838,371 m
=Φ
=
5)Cálculo do raio médio
Rm M.N
Rm 6.374.406,477 m
=
=
6)Cálculo do raio de curvatura da seção obliqua de azimute 20º
2 21 cos 20º sen 20º
Ra M N
Ra 6.364.771,410 m
= +
=
7)Cálculo do raio do paralelo
r N cos
como r X
r 4.892.725,408 m
= Φ
=
=
O raio da seção oblíqua serve para calcular a distância entre
duas cidades, este cálculo é usado, também, para obter-se a distância entre dois pontos para fins de navegação. Para cálculos geodésicos de alta precisão usam-se outras fórmulas.
8) Cálculo do raio geográfico.
O raio geográfico equivale ao raio de uma esfera de volume igual ao volume do elipsóide terrestre UGGI-67.
Berthier de Carvalho Filho 54
Desenvolvimento:
VolEsfera ElipsóideVol=
34Volume da esfera = R
3π
4Volume do Elipsóide .a.b.c, como a c, resulta :
3= π =
24V x a x b
3Igualando as duas equações, têm - se :
43
= π
π 3 4 R
3= π
( )
2 3 2
223 3g
g
g
a x b R a x b
R a .b 6.378.160,0000 x 6.356.774,7192
R 6.371.023,591 m
R 6.371 km
⇔ =
= =
=
≅
9) Raio Vetor Calcular a altura elipsoidal (altitude geométrica) do vértice
Chuá, a partir das coordenadas tridimensionais (X, Y e Z) e raio vetor.
Berthier de Carvalho Filho 55
Chuá
ψ
PN
PS
Rv
H
EquadorQQ'
Dados – Chuá – SAD – 69
X 4.010.615,30952 -19º 45'41,65270"
Y - 4.470.080,98267 - 48º06'04,06390"
Z - 2.143.140,50053
= Φ =
= λ =
=
Cálculo da altura elipsoidal a) Distância de Chuá a origem (centro do elipsóide)
= + +
=
2 2 2D X Y Z
D 6.376.496,715 m
b) Latitude geocêntrica
( )2tg 1 - e .tg
- 19º38'21,9379"
Ψ = Φ
Ψ =
c) Raio vetor X
Rv cos
=Ψ
Berthier de Carvalho Filho 56
2 2
a cos X X 6.004.834,0298
1 - e sen Rv 6.375733,434 m
Φ= =
Φ
=
d) Altura elipsoidal
H D - Rv
H 763,281 m
=
=
O valor de H calculado pela Escola Politécnica da USP para o vértice Chuá, no elipsóide UGGI / SAD – 69, é de 763,2819 m
10) Raio equatorial O raio equatorial da Terra é, atualmente, determinado com
tecnologia de satélite artificial. No passado, com se viu, diverso geodésistas determinaram o valor do raio equatorial como o uso da geodésia terrestre (Geodésia Clássica).
11) O raio polar é determinado juntamente com o raio
equatorial. A seguir, na tabela abaixo, alguns elipsóides e seus
respectivos parâmetros.
PRINCIPAIS ELIPSÓIDES Elipsóides Data a b -1α
Bessel 1841 6.377.397,000 6.356.679,000 299,15 Clarck 1866 6.378.249,000 6.356.515,000 293,46
Hayford 1909 6.378.388,000 6.356.912,000 297,0 UGGI 1967 6.378160,000 6.356.774,719 298,25
GRS – 80 1980 6.378.137,000 6.356.752,310 298,2572235630 Datas dos principais Elipsóides usados no Brasil ELIPSÓIDE DATUM
HAYFORD (Internacional) Córrego Alegre HAYFORD (Internacional) Astro Chuá *
UGGI – 1967 Vértice Chuá – SAD – 69 GRS – 1980 WGS – 84 **
Berthier de Carvalho Filho 57
* Datum Astro Chuá é usado somente no SICAD (Sistema Cartográfico do Distrito Federal – Brasília) ** Datum WGS – 84 é usado somente para o Sistema GPS 5.4 PARÂMETROS DE TRANSFORMAÇÃO DE DATUM Parâmetros dos elipsóides
( )
=
α =
=
=
α =
=
=
α =
2
2
WGS - 84
a 6.378.137,000 m
1 298,257164355
e 0,006694381317
SAD - 69
a 6.378.160,000 m
1 298,249997276 Para calculadora científica
e 0,006694541916
CÓRREGO ALEGRE
a 6.378.388,000 m
1 297,
=2
000745018
e 0,006722653187
SAD - 69 WGS - 84 WGS - 84 SAD - 69
X - 66,87 m X 66,87m
Y 4,37 m Y - 4,
→ →
∆ = ∆ = +
∆ = + ∆ = 37 m
Z - 38,52 m Z 38,52 m ∆ = ∆ = +
Berthier de Carvalho Filho 58
→
∆ =
∆ = +
∆ = +
CÓRREGO ALEGRE SAD - 69
X - 138,70 m
Y 164,40 m
Z 34,40 m
SAD - 69 →
∆ = +
∆ =
∆ =
CÓRREGO ALEGRE
X 138,70 m
Y - 164,40 m
Z - 34,40 m
Conhecendo os parâ
→
→
↔
→
∆ = +
∆ =
metros de :
WGS - 84 SAD - 69
e SAD - 69 CÓRREGO ALEGRE
podemos det erminar os parâmetros de :
WGS - 84 CÓRREGO ALEGRE
WGS - 84 CÓRREGO ALEGRE
X 205,57 m
Y
∆ = +
→
∆ =
∆ = +
∆ =
- 168,77 m
Z 4,12 m
CÓRREGO ALEGRE WGS - 84
X - 205,57 m
Y 168,77 m
Z - 4,12 m
5.5 EXEMPLO ELUCIDATIVO Transformar as coordenadas do ponto “Pilar 1 da Base USP”
do elipsóide UGGI – 67 SAD - 69 para o elipsóide WGS – 84. (CEBRAPOT – Escola Brasileira de Agrimensura – MÓDULO 10)
Berthier de Carvalho Filho 59
Coordenadas do ponto 1
1
1
1
1
1
- 23º33'01,28833
- 46º 43'52,03600
H 724,8371 m (Altitude Elipsoidal)
a)SAD - 69 WGS - 84
Sistema 1 - Elipsóide UGGI - 67 (SAD - 69)
a 6.378.160,000 m
1 298,249997276
Sistema 2 - Elip
Φ =
λ =
=
→
=
α =
2
2
sóide WGS - 84
a 6.378.137,000 m
1 298,257164355Parâmetros de transformação
SAD - 69 WGS - 84
X - 66,87 m
Y 4,37 m
Z - 38,52 m
Cálculo da primeira excentricidade do elip
=
α =
→
∆ =
∆ = +
∆ =
( )21 1 1
21
1
1 2 21 1
1
1
sóide 1
e 2 -
e 0,006694541916
Cálculo da grande normal N
aN
1 - e sen
N 6.381.571,04577 m
Cálculo do raio da seção meridiana
M
= α α
=
=Φ
=
=( )
( )
21 1
32 2 21 1
a 1 - e
1 - e sen Φ
Berthier de Carvalho Filho 60
=
∆ =
∆ =
1
2 1
M 6.345.631,20865 m
Cálculos auxiliares
a a - a
a - 23,00
2 1
-8
-
- 8,056977 x 10
∆α = α α
∆α =
Equações diferenciais simplificadas de Molodenski.
( ){ }
( )
∆Φ = ∆α + α ∆ Φ ∆ Φ λ ∆ Φ λ + ∆ Φπ
∆α + α ∆ Φ =
∆ Φ λ =
∆ Φ λ =
+
∆ Φ
1 1 1 1 1 1 1 11
1 1 1
1 1
1 1
1
1 180 a a sen2 - Xsen cos - Ysen sen Zcos
M
a a sen2 0,4329403679
-
Xsen cos 18,313293575
-
Ysen sen 1,271381531
Zcos =
=
=π
∆Φ =
Φ
-6
1
2
- 35,311640519
SOMA - 54,463375243
x
1 180 x 9,029169461 x 10M
- 00º00'01,77033256"
Cálculo de
Φ = Φ + ∆Φ
Φ = +
Φ =
2 1
2
2
- 23º33'01,28833" (- 00º00'01,77033256")
- 23º33'03,05866224"
Berthier de Carvalho Filho 61
( )
∆λ
∆λ = ∆ λ + ∆ λΦ π
∆ λ + ∆ λ =
=Φ π
∆λ =
λ
λ = λ
2
2 1 11 1
1 1
-6
1 1
2
2 1
Cálculo de
1 180 - Xsen Ycos
N cos
- Xsen Ycos - 45,695768782
x
1 180 x 9,794074601 x 10
N cos
- 00º00'01,611171966"
Cálculo de
( )
+ ∆λ
λ = +
λ =
2
2
- 46º 43'52,03600" - 00º00'01,611171966"
- 46º 43'53,6471717204"
( )
( )
α∆ = ∆α + α ∆ Φ ∆ + ∆ Φ λ + ∆ Φ λ + ∆ Φ
∆α + α ∆ Φ − ∆ = − − =
+
∆ Φ λ =
21 1 1 1 1 1 1 1
21 1 1
1 1
Cálculo da altitude geométrica ou elipsoidal
H a sen - a Xcos cos Ycos sen Zsen
a a sen a 0,0943502298 23,00000000 22,90564977
Xcos cos
+
∆ Φ λ + ∆ Φ =
∆ =
1 1 1
- 42,016665329
Ycos sen Zsen 12,4738921674
H - 6,63712339 m
2 1H H H= + ∆
( )2H 724,8371 - 6,63712339= +
=2H 718,1999766 m
Berthier de Carvalho Filho 62
Proposta de trabalho Calcular as coordenadas geodésicas e a altitude geométrica
(altura elipsoidal) para o Datum WGS – 84 WGS - 84 SAD - 69
Fazendo, desta maneira, a verificação dos cálculos anteriores.
→
6 ÁREAS NA SUPERFÍCIE DO ELIPSÓIDE
6.1 ÁREA DO QUADRILÁTERO ESFÉRICO
Chamaremos de quadrilátero elipsóidico a porção da superfície do elipsóide compreendida entre dois paralelos e dois meridianos. Sejam Φ2 e Φ1 as latitudes dos dois paralelos, ∆λ a diferença de longitude entre os dois meridianos e T a área do quadrilátero. A área é calculada pela seguinte fórmula:
2
m m m m
bT= (A' sen cos -B'sen3 cos3 +C'sen 5 cos 5 -D'sen7 cos7 )
90º Φ Φ Φ Φ
π ∆λ∆ Φ ∆ Φ ∆ Φ ∆ Φ
Com:
Exercício proposto: Calcular a área elipsóidica do quadrilátero, figura abaixo, compreendido entre as coordenadas:
1
2
1
2
20º00'00" S
20º10'00" S
53º 40'00" W
53º50'00" W
Φ =
Φ =
λ =
λ =
2 1 2 1
m 2 1
Com:
, , 2 2
Φ − Φ Φ + Φ∆Φ = Φ = ∆λ = λ − λ
Berthier de Carvalho Filho 63
λ1
λ2
1Φ
Φ2
−∆Φ =
∆Φ =
+Φ =
Φ =
∆λ = λ − λ
∆λ =
m
m
2 1
20º10'00" 20º00'00"2
00º05'00"
20º10'00" 20º00'00"2
20º05'00"
00º10'00"
∆Φ = Φ =
∆Φ = Φ =
∆Φ = Φ =
∆Φ = Φ =
m
m
m
m
00º05'00" 20º05'00"
3 00º15'00" 3 60º15'00"
5 00º25'00" 5 100º25'00
7 00º35'00" 7 140º35'00"
Berthier de Carvalho Filho 64
Constantes do Elipsóide U.G.G.I. – 67
3
6
9
A ' 1,00336417159
B' 1,12421676383 x 10
C' 1,69954210042 x 10
D' 2,71805590226 x 10
−
−
−
=
=
=
=
−
∆Φ Φ
−
∆Φ Φ
−
∆Φ Φ
∆Φ Φ
= +
= +
+
= −
= −
3m
6m
9m
m
A 'sen cos 1,370597544x10
-
B'3sen 3cos 2,434093515x10
C'5sen 5cos 2,234628095x10
-
D'7sen 7cos 2,1 −
−
π ∆λ=
=
11
3
211
2
37819454x10
1,368161237x10
x
b 2,350876171x10
90 Área 321637765,082 m
=Área 32163 ha 77a 65 ca
6.2 ÁREA DO ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO
1 2 0º 90ºΦ = Φ =
2 1 2 1m
Com:
, 2 2
Φ − Φ Φ + Φ∆Φ = Φ =
A área é dada pela seguinte fórmula:
]2 21 m m m
1A 4 b A 'sen cos - B'sen3 cos3 +C'sen5 cos5 - ...
2Φ
Φ Φ Φ Φ= π ∆ Φ ∆ Φ ∆ Φ
Berthier de Carvalho Filho 65
Para o elipsóide UGGI – 67 - SAD – 69, as constantes são:
2 4 6 8 10
2 4 6 8 10 -3
1 3 5 35 63A ' 1 e e e e e A ' 1,00336417157
2 8 16 128 2561 3 3 35 45
B' e e e e e B' 1,12421676383 X 106 16 16 192 256
= + + + + + → =
= + + + + → =
4 6 8 10 -63 1 5 45C' e e e e C' 1,69954210049 x 10
80 16 64 512= + + + → =
6 8 10 -9
8 10 -12
1 5 15D' e e e D' 2,71805590226 x 10
112 256 5125 3
E' e e E' 4,434838074 x 102304 512
= + + → =
= + → =
6.3 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE EM FUNÇÃO DAS COORDENADAS GEODÉSICAS. - MÉTODO DAS APROXIMAÇÕES SUCESSIVAS. As coordenadas geodésicas são determinadas, atualmente, com técnica GPS. Com as coordenadas geodésicas de dois pontos, pode-se
calcular o azimute e distância para aplicação em direcionamento de antena de rádios microondas, navegação, onde, conhecendo a posição do avião e do aeroporto, ou do navio e do porto, calcula-se a distância e o azimute do avião para o aeroporto ou do navio para o porto.
Conhecendo as coordenadas de dois aeroportos pode-se
determinar o plano do vôo a partir da distância (hora do vôo) e azimute verdadeiro.
6.3.1 MODELO MATEMÁTICO 6.3.1.1 LADO O lado elipsóidico (sobre a superfície do elipsóide) é dado
pela seguinte fórmula. Distância provisória:
Berthier de Carvalho Filho 66
2 2eS X Y= +
6.3.1.2 AZIMUTE A PARTIR DO SUL O azimute provisório é determinado pela seguinte fórmula.
XRumo = arc tg Converter em Azimute
YObs: azimute contado a partir do Sul
→
6.3.1.3 CONTRA AZIMUTE
( )3" "
m m- A sen sec F é negativo no Hemisfério Sul2
∆Φ∆ = ∆λ Φ + ∆λ → Φ
( )BA AB A
1AZ AZ 180º + sec
cos= ± ∆ → Α =
Α
onde:
( )( )
( )( ) ( )
2 3
" " " B BB B A"
A A
2
-16 B m A
N cos2 tgX N sen1 cos M sen1
3 2N M sen1 180º
N cos M4,095x10
180º 180º
π Φ ∆λ Φ = λ Φ − −
π Φ ∆λ π ∆Φ −
( )
( )
2 2 "" m m A
3" o " o2 2A A A2
2
A2 " oA A
N cos Mtg 3e sen cos sen1 1Y - -
2N M sen1 180 M sen1 1802 1- e sen
1- 3tg M1
6N M sen1 180
π Φ ∆λ π ∆ΦΦ Φ Φ
= ∆Φ + Φ
Φ π ∆Φ +
2"m m
Ao
N cosM sen1
180
π Φ ∆λ
Berthier de Carvalho Filho 67
1
1
m m m1 1
A 2 2A
X RUMO
Y
N cos NX Y
180º 180ºa
N 1- e sen
=
π Φ ∆λ π ∆Φ= =
=Φ
( )
( )
B 2 2A
2
A B3 2 22 2 2 B
A
m m2 2 2 2m m
2 2A B
m
B A
a N
1- e sen
a 1 - e aM M
1- e sen1 - e sen
a aN M
1- e sen 1- e sen
a - b - e
a 2
-
=Φ
= =ΦΦ
= =Φ Φ
Φ Φ= Φ =
∆Φ = Φ Φ B A - ∆λ = λ λ
( )
( ) ( )
Φ
λ
= =
= =
= ∆ =
∆=
2
1 1 2 1
2 2
3 1 4 1 1
" 55 2 3 4 2
"
Fazendo :
K B Y K C X
K D K K E K X
K K - K - K + K Y
B
W ( )
( )
=
=
23
1 11B
2-162 1 1
C 2 C X
A B 3
C 4,095 x 10 X Y
=2 1 2 X W - C - C
= =∆
1B " "B B A
onde os coeficientes são :
1 1 A B
N sen1 cos M sen1
Berthier de Carvalho Filho 68
( ) ( )Φ
Φ=
Φ Φ += =
Φ
= Φ Φ
A"
A A
2 " 2 A A
3 22 2 A
A
2 2A A
tg C
2 N M sen1
3 e sen cos sen1 1 3 tgD E
6 N2 1- e
1 F sen cos sen 1
12
Φ =
λ =
Φ =
λ =
Φ =
=
=
=
"
A
A
B
A
m
1
A
Sendo :
latitude do ponto A
longitude do ponto A
latitude do ponto B
longitude do ponto B
latitude média
Se lado elipsóidico provisório
Se lado elipsóidico
N grande normal no
=B
ponto A
N grande normal no ponto B
A
B
M raio da seção meridiana no ponto A
M raio da seção meridiana no ponto B
=
=
2
AB
BA
e primeira excentricidade
a raio equatorial do elipsóide
b raio polar do elipsóide
AZ azimute elipsóidico de A para B
AZ azimute elipsóidico de B para A
=
=
=
=
=
Para o elipsóide UGGI-67 SAD-69
2
a 6.378.160,000 m
b 6.356.774,719 m
e 0,006694541916
=
=
=
Berthier de Carvalho Filho 69
7 EXEMPLO APLICATIVO RESOLVIDO Dadas às coordenadas geodésicas dos pontos 1 e 2,
determinar o lado e azimute elipsóidico.
1
1
2
2
Ponto 1
28º38'09,9672"S
49º21'42,6722" W
Ponto 2
28º 44'33,3542"S
49º08'30,0198" W
Φ =
λ =
Φ =
λ =
( )
( )
Φ
Φ
A 2 2A
A
2
A 32 2 2
A
A
aN =
1 - e sen
N = 6.383.069,10807 m
a 1 - eM =
1 - e sen
M = 6.350.101,13436 m
( )
( )
=Φ
=
=Φ
=
=
Φ
=
B 2 2B
B
m 2 2m
m
2
m 32 2 2
m
m
aN
1 - e sen
N 6.383.102,6082 m
aN
1 - e sen
N 6.383.085,84812 m
a 1 - eM
1 - e sen
M 6.350.151,09515 m
Berthier de Carvalho Filho 70
π Φ ∆λ=
=
π ∆Φ=
=
m m1
1
m1
1
N cosX
180º X - 21.518,1279133 m
M Y
180º
Y 11.803,1060286 m
7.2 CÁLCULO DO LADO PROVISÓRIO (1ª aproximação)
( ) ( )2 2
1ª 1 2
1ª
S X X
S 24.542,6799773 m
= +
=
7.3 CÁLCULO DO AZIMUTE PROVISÓRIO (1ª aproximação)
( )( )
( )
( )
−= =
+
=
11ª
1
1ª
XRumo AB arctg 4º Quadrante
Y
RUMO AB 61º15'15,79179456"NW Rumo da linha AB
α ΑΒ Α
Β
1
Berthier de Carvalho Filho 71
7.4 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE (2ª aproximação
( )te
A
A
1 1
1
1
A
A A
1B = C
M sen1"
M 6.350.101,13434
B = 0,03248212932
K = B Y
Y 11.803,1060274 m
K 383,390016119
tgΦ C =
2N M s
=
=
=
-9
en1"
C = - 1,38933103 x 10
C é negativo no Hemisfério Sul
( )
A
A
A
9
1
2
2 1
2
2
28º38'09,9672
N 6.383.069,10807 m
M 6.350.101,13434 m
C 1,38933103 x 10
X 21.518,1279133 m
K C X
K - 0,6433017089
3e sen D
−
Φ =
=
=
= −
= −
=
=
Φ=
( )A A
32 2 2
A
-8
cos sen1"
2 1 - e sen
D -2,052502799 x 10
D é negativo no Hemisfério Sul
Φ
Φ
=
1X 21.518,1279133 m= − 2
A
e 0,006694541916
28º38'06,9672" S
=
Φ =
1K 383,390016119=
Berthier de Carvalho Filho 72
( )
( )
2
3 1
3
2A
2
A
K D K
K - 0,003016930853
1 3tg E
6 N
E 7,74
=
=
+ Φ=
= -159541271 x 10
1 X 21.518,1279133 m= −
( )2
4 1 1
34
5 2 3 4
5
K E K X
K 1,375706421 x 10
K " - K - K K
K 384,034694346
−
=
=
= ∆Φ +
=
2
33
5
B 0,03248212932
K 0,6433017089
K 3,016930853 x 10
K 384,034694346
−
=
= −
= −
=
52
2
K Y
B Y 11.822,953185 m
=
=
( )
−
= −
=
= −
23
1 1
9
1
1
2
C 3 C = X
B 2
C 1,38933103 x 10
B 0,03248212932
X 21.518,1279133 m
C = - 0,0121519139
C = 4,095 x ( )2-16
1 1
2
10 X Y
C = - 0,0012275834
Berthier de Carvalho Filho 73
( )te
1B
2 1 2
2
"W C
A
W = - 21.507,231333
X = W - C - C
X - 21.507,2179505
∆λ=
=
Lado elipsóidico
( ) ( )2 2
2ª 1 1
2ª
Se X Y
Se 24.542,6699005 m
= +
=
Azimute elipsóidico
22ª
2
2ª
2ª
XRUMO AB =
Y
RUMO AB = 61º12'05,44951728"
AZIMUTE AB = 298º47'54,550482"
7.5 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE (3ª aproximação)
( )
( )
te
1
-9 te
B 0,03248212932 C
K 384,034694137
C - 1,38933103 x 10 C
=
=
=
( )
2
2 2
2
K = C X
K = - 0,6426495502
( )
( )
( )
=
=
=
=
=
-8 te
2
3 1
3
-15
2
4 1 2
D - 2,05250277961 x 10 C
K D K
K - 0,003027085443
E 7,749541271 x 10
K E K X
=4 K 0,001376622706
Berthier de Carvalho Filho 74
= ∆Φ +
=
=
5 2 3 4
5
53
K " - K - K K
K 384,034053298
K Y
B
( )
( )
=
=
=
=
3
23
1 2
1
2-162 2 2
Y 11.822,933448
C 2 C X
B 3
C - 0,01213343977
C 4,095 x 10 X Y
=
=
=
=
2
3 1 2
3
C - 0,001231090789
W - 21.507,2313333
X W - C - C
X - 21.507,21797655
Lado elipsóidico
( ) ( )
ª
ª
2 2
3 3 3
3
Se = X + Y
Se = 24.542,6604087 m
Azimute elipsóidico
3ª
33ª
3
3ª
XRUMO AB
Y
RUMO AB 61º12'05,59498212 NW "
AZIMUTE AB 298º 47'54,4050162"
=
=
=
7.6 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE (4ª aproximação) B = 0,03248212932
1 3
1
K B Y
K 384,03405294
=
=
Berthier de Carvalho Filho 75
9
3
C -1,38933103 X 10
X 21507,2179505 m
−=
= −
( )
( )
2
2 3
2
8
2
3 1
33
15
1
3
K C X
K 0,6426495514
D 2,052502779 x 10
K D x K
K 3,027075335 x 10
E 7,749541271 x 10
K 384,03405294
X 21.507,2179505
−
−
−
=
= −
= −
=
= −
=
=
= −
( )2
4 1 3
4
K E K X
K 0,00137662041
=
=
5 2 3 4K K K K
00º06'23,3870"
= ∆Φ − − +
∆Φ =
2
33
4
5
K 0,6426495514
K 3,027075335 x 10
K 0,00137662041
K 384,034053286
−
−
= −
=
=
( )
( )
231
1
2162 3 3
32
C 2C X
B 3
C 0,01213344031
C 4,095 x 10 X Y
C -1,231086614 x 10
−
−
=
= −
=
=
∆λ=
∆λ = −
=
=
1B
1B
WA
792,6523999"
A 0,03685515758
W -21.507,2313333
Berthier de Carvalho Filho 76
= −
=
=
=
4
54
4
X 21.507,2179655 m
B 0,032482129319
KY
B Y 11.822,933448
7.7 CÁLCULO DO LADO E AZIMUTE DEFINITIVO Lado elipsóidico Como:
ª ª4 3Se Se =
Então
Se 24.542,6604 m=
Azimute elipsóidico
=
=
ª ª4 3AZIMUTE AB AZIMUTE AB
AZIMUTE AB 298º 47'54,4050"
( )∆Φ
∆ = ∆λ Φ + ∆λ
= Φ Φ
=
Φ =
∆λ =
∆Φ=
3
m
2 2A A
-13
m
- A " "sen sec F "2
1F sen cos sen 1"
12 F - 7,231021102 x 10
- 28º 41'21,6607
" - 792,6524"
00º03'11,69352
Berthier de Carvalho Filho 77
∆Φ =
∆ = +
∆ =
00º06'23,3870"
- A " 380,521725"
A " - 380,52157253"
( )
∆ =
= ± + ∆
=
=
A " - 00º06'20,5217253"
AZIMUTE BA AZIMUTE AB 180º A
AZIMUTE AB 298º 47'54,4050"
AZIMUTE BA 198º 47'54,4050"
Verificação Cálculo Inverso: Atividade extra-classe. 8 ÁREA DE UMA ZONA ELIPSOIDAL
r
A
ds
X
Z
o
Figura 8.1 – Área de uma zona elipsoidal A área elementar A da zona elipsoidal gerada pela revolução
do arco ds (figura 8.1) em torno de OZ, é dada por:
Berthier de Carvalho Filho 78
( ) ( ) ( )
( )
2
1
2m m m
m
A 4 b A 'sen cos - B'sen3 3 cos C'sen5 cos5 -
D'sen7 cos7
Φ
Φ = π ∆Φ Φ ∆Φ Φ + ∆Φ Φ
− ∆Φ Φ
Φ =
Φ =
1
2
Com : Exercício proposto
50º
60º
sendo: 2 - 1 2 + 1
= m = 2 2
Φ Φ Φ Φ∆Φ Φ
Coeficientes : SAD - 69
2 4 6 8 10
2 4 6 8 10
4 6 8 10
1 3 5 35 63A ' 1 e e e e e 1,00336417160
2 8 16 128 2561 3 3 35 45
B' e e e e e 0,001124216786 16 16 192 256
3 1 5 45C' e e e e 0,00000169954
80 16 64 512
D'
= + + + + + =
= + + + + =
= + + + =
= 6 8 10
8 10 -12
1 5 15 e e e 0,00000000272112 256 512
5 3E' e e 4,437627647 x 10 0
2304 512
+ + =
= + = =
9 ALTITUDES ORTOMÉTRICA, GEOMÉTRICA E ONDULAÇÃO DO GEÓIDE. Por definição, altitude ortométrica (h) de um ponto é à
distância contada sobre a vertical desse ponto até o geóide, e, altitude geométrica, é à distância contada sobre a normal do ponto até o elipsóide. Um dos mais importantes problemas geodésicos é a determinação das “ondulações do geóide”, ou seja, da separação (N) entre a superfície equipotencial (geóide) e o elipsóide. As três áreas da geodésia que mencionamos no primeiro capítulo têm solução específica para esse problema; neste trabalho não restringiremos a nenhum método. A figura 9.1 ilustra melhor este assunto.
A altitude geométrica é determinada com GPS geodésico de alta precisão, pois o GPS de navegação fornece a altitude
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geométrica, porém, de caráter meramente decorativo, pois o erro pode chegar a 200 metros. Ora, se conhecer a altitude geométrica e a ondulação do geóide, pode-se chegar a um valor aproximado da altitude ortométrica. O IBGE confeccionou a carta com as ondulações do geóide, bastando conhecer as coordenadas geodésicas do local, também, disponibiliza em arquivo eletrônico. Com um erro absoluto de 3 metros e um erro relativo de 1 cm/km na determinação da altitude.
A Fundação IBGE e a Universidade de São Paulo têm trabalhado ao longo dos últimos dez anos num projeto de melhoria da carta geoidal no Brasil. Neste sentido, um intenso programa de observações com o sistema TRANSIT foi conduzido sobre a rede de nivelamento de 1a. ordem resultando em um total de mais de 200 pontos. Este trabalho foi realizado na década de 70. No momento, a atenção está voltada para o GPS e já se dispõe de mais de uma centena de alturas geoidais derivadas. Levantamentos gravimétricos também têm sido intensificados de modo a melhorar a cobertura, sobretudo em regiões vazias.
N = DETERMINADO COM O MAPGEO 2004
Q'
PS
Φ
λ
E
P'
Q
N = ONDULAÇÃO DEOIDAL
PN
h = H - N
H = h + N
GEÓIDE
N
SUPERFÍCIE FÍSICA DA TERRA
h
H
P
Figura 9.1 – Altitude Ort., Altitude Geométrica e Ondulação Geóidal.
Berthier de Carvalho Filho 80
Sinais de N:
N é positivo quando a superfície geoidal estiver acima da superfície elipsoidal
N é negativo quando a superfície geoidal estiver abaixo da superfície elipsoidal
h
H
N
Superfície do Terreno
Geóide
Elipsoide
Figura 7.2 – Ondulação Geoidal 9.1 TRANSPORTE DE ALTITUDES COM GPS UTILIZANDO DIFERENÇA DE NÍVEL DE ONDULAÇÃO GEOIDAL.
No processamento de dados GPS, o grande problema enfrentado, por diversos profissionais da área da geomática, é a determinação das altitudes ortométricas (em relação ao nível do mar) uma vez que os softwares de processamento calculam a altura geométrica (em relação ao elipsóide GRS – Datum WGS – 84).
Para linhas de base curtas (menor que 1 km), pode-se, sem cometer erro apreciável, considerar, como altitude a altitude geométrica, pois a diferença da ondulação geoidal entre dois pontos próximos é desprezível. Porém, para linhas de base longas se faz necessário o processamento com a altura elipsoidal e posteriormente o cálculo da altitude ortométrica através da diferença de ondulação geoidal obtida num mapa geoidal confiável.
No Brasil, foi desenvolvido, pela Universidade Federal de São Paulo, o software Map-Geo (versão 2.0) que contém o mapa
Berthier de Carvalho Filho 81
geoidal do Brasil. Para determinar o valor da ondulação geoidal basta entrar com as coordenadas geodésicas do ponto (latitude e longitude) para o Elipsóide UGGI - 67 A precisão deste software, comentado no capítulo acima, é de 3 metros (precisão absoluta) e de 1 cm/km para precisão relativa. O transporte da altitude ortométrica entre dois pontos leva em consideração a diferença de ondulação geoidal extraída do MapGeo. O primeiro ponto (ponto de origem) deve ser um RN com a altitude ortométrica conhecida (recomenda-se RNs da rede de nivelamento do IBGE). Para os demais pontos devem ser conhecidos os seguintes elementos:
� Altura elipsoidal � Coordenadas Geodésicas � Ondulação geoidal extraída do MapGeo
As fórmulas para os cálculos são:
Diferença das alturas elipsoidais (∆H)
n 0
Map
Map Map n Map 0
H H - H
Diferença das ondulações geoidais do Map - Geo ( N )
N N - N
∆ =
∆
∆ =
Cálculo da altitude ortométrica
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0 Map
0
Map 0
h h - N H
Cálculo da ondulação geoidal verdadeira (N)
N H - h
Onde :
H Altura elipsoidal do ponto de origem;
H Altura elipsoidal dos demais pontos;
N Ondulação geoidal da or
= ∆ + ∆
=
=
=
=
Map
Map
igem obtida com o Map - Geo;
N Ondulação geoidal dos demais pontos obtidas com o Map - Geo;
H Diferença das alturas elipsoidais;
N Diferença das ondulações geoidais obtidas com o Map - Ge
=
∆ =
∆ =
0
o;
h Altitude ortométrica da origem;
h Altitude ortométrica dos demais pontos
N Ondulação geoidal verdadeiro
=
=
=
Exercício:
Dados as coordenadas de três pontos, uma origem planimétrica, uma origem altimétrica (marco da rede de nivelamento do IBGE) e dois vértices para onde serão transportadas as altitudes ortométrica.
Φ = Φ = Φ =
λ = λ =
Ponto 01 Ponto 02 Ponto RN1256Z
28º 45'15" S 28º 40'01" S 28º52'33" S
49º52'22" W 4 λ =
= = =
9º34'25" W 49º 45'21" W
H 45,325 m H 32,185 m H 46,925 m
h = 45,4972 m
= +
= +
= +
O MapGeo 2004 calculou as ondulações geoidais dos pontos :
Ponto RN 1,52 m
Ponto 01 3,12 m
Ponto 02 1,70 m
Berthier de Carvalho Filho 83
( )
( )
( )
( )
( )
( )
∆
∆ =
∆ =
∆ =
∆ =
∆ =
∆ =
1 01-0
1-0
1-0
2 02-0
2-0
2-0
Cálculo das diferenças das alturas elipsoidais ( H)
H H - H
H 45,325 - 46,925
H - 1,600 m
H H - H
H 32,185 - 46,925
H -14,740 m
( )
( )
( )
∆
∆ =
∆ =
∆ = +
Map
1 01-0
1-0
1-0
Cálculo das diferenças das ondulações geoidais ( N )
N N - N
N 0,312 - 1,520
N 1,600 m
( )
( )
( )
( ) ( )
( ) ( )
∆ =
∆ =
∆ =
= ∆ + ∆
= + +
=
= ∆ + ∆
= +
2 02-0
2-0
2-0
1 0 1-0 1-0
1
1
2 0 2-0 2-0
2
N N - N
N 0,170 - 1,520
N + 0,180 m
Cálculo das alturas ortométricas (h)
h h - N H
h 45,4972 - ( 1,600) (- 1,600)
h 42,2977 m
h h - N H
h 45,4972 - ( +
=2
0,180) (-14,740)
h 30,5772 m
Os resultados alcançados podem ser comparados a um nivelamento geométrico de média precisão, ou seja, precisão de 10 mm/km.
Observação:
Berthier de Carvalho Filho 84
1)As alturas elipsoidais devem ser obtidas com GPS
geodésico de alta precisão e as ondulações geoidais com a utilização do software Map-Geo ou através de uma carta geoidal, recomenda-se utilizar o software.
2)Cabe informar, oportunamente, que as diferenças de nível elipsoidal, por GPS, não tem aplicação prática.
Repetindo para enfatizar:
Genericamente podemos dizer que altitude de um ponto da superfície da Terra é à distância desse ponto à superfície que tem, por convenção, altitude zero. Em nosso país a "superfície origem" é o geóide passante pelo ponto do marégrafo de Imbituba, que identifica o nível médio do mar (NMM) local e para a época em que foi determinado. Hoje sabemos que NMM varia com o tempo. Marégrafo é o instrumento destinado à medição e ao registro do nível médio do mar a qualquer hora e é determinado por instituições governamentais. "O DATUM VERTICAL" oficial para todo o território brasileiro, é o marégrafo de Imbituba no litoral de Santa Catarina, ou seja, é origem das altitudes.
Com efeito, os registros horários de marés podem revelar
variações de vários metros em um dia, um exemplo é a Baia de Fundy (Canadá), aproximadamente 20 m, já as médias mensais de tais registros revelam certa estabilidade (variações de decímetros), estabilidade que se acentua nas médias anuais (variações de poucos centímetros); em outras palavras, as médias anuais praticamente eliminam as variações periódicas do nível do mar. Na figura 6.3 representamos esquematicamente o geóide; a separação entre ele e o NMM local é o que se convencionou chamar topografia do nível médio, a variação dessa topografia não é devido à maré oceânica, pois o NMM esta expurgado das variações periódicas. Mas existem outras causas como as meteorológicas (variação da pressão atmosférica, pois, um aumento de um milibar na pressão atmosférica implica, em média, em uma depressão de 1 cm no nível do oceano, e a pressão do vento); e as oceânicas, como a variação da densidade da água (que depende da temperatura, salinidade e pressão); e ainda as correntes oceânicas,
Berthier de Carvalho Filho 85
a descarga de rios próximos aos marégrafo, o derretimento de gelos glaciais, etc.
Observações maregráficas de um ou mais anos permitem
determinar um nível médio local; a RN inicial terá então a altitude, conforme a figura 6.3, que é transportada por meio de linhas de nivelamento geométrico (assunto que faz parte desta apostila) às demais RN que compõem a rede vertical do país. Existem milhares de marégrafo espalhados pelo mundo, cada um acusando um NMM. As linhas de nivelamento que, em princípio, devem compor círculos fechados, estendem-se normalmente ao longo das vias terrestres de comunicação.
Ocorre, porém, que esse nível médio não é uma superfície
equipotencial; e o adjetivo “local” é bem posto, pois, o NM varia de uma marégrafo para outro, ainda que situados no mesmo litoral.
Em nosso país já foram nivelados mais de 120.000 km de
linhas de alta precisão (três voltas ao mundo). O trecho da linha compreendido entre duas RN recebe o nome de seção, cujo comprimento médio é da ordem de 3 km, isto significa que mais de 40.000 referências de nível. Infelizmente, porém, o crescimento e a pavimentação asfáltica do nosso sistema rodoviário aliado a um descaso criminoso, foram responsáveis pela destruição de um enorme número dessas referências, mutilando a rede vertical com tremendo prejuízo econômico e científico. É bom salientar, nestas notas de aula, que as RNs são protegidas por lei e a sua destruição é crime e passível de punição.
Berthier de Carvalho Filho 86
RNb
aN M M
Marégrafo
ALTITUDE DA RN INICAL
H = a + b
Marégrafo
RN
mn
Geóide
N M M (local)NÍVEL INSTANTÂNEO
maré baixa
n = Topografiam = Topografia Estacionária
Figura 9 1 – Datum vertical - Marégrafo
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMIL, Gemael. Introdução à Geodésia Geométrica 1ª e 2ª parte. Curitiba: Curso de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas/UFP, 1987. FILHO, Berthier de Carvalho. Análise Comparativa de Áreas Calculadas nos Sistemas UTM e Plano Retangular. V PCDET, Belo Horizonte: Curso de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas (Topografia), 1995. ___________________. Altimetria: 2. Ed. Cuiabá, CEFET/MT, 2003. ___________________. Planimetria: 1. Ed. Cuiabá, CEFET/MT, 2002. ___________________. Fundamentos de Astronomia Esférica Aplicada na Determinação do Norte Verdadeiro. 2. Ed. Cuiabá, CEFET/MT, 2001. SILVEIRA, Luis Carlos da. Cálculo Geodésico no Sistema UTM Aplicados à Topografia. 1. Ed. Criciúma: Livraria Luana Ltda., 1990.