6243_noções de contabilidade básica para cursos técnicos final

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    Ministrio da

    Educao

    NOES DCONTABILIPARA CURS

    NO

    ESDECONTABILIDADE

    BSIC

    A

    PARA

    CURSOSTCNICOS

    MICHELLE SILVA DE OLI

    SHERLEY CABRAL MORE

    MICHELLE SILVA DEOLIVEIRA contadorae mestre em Cincias

    Contbeis pelaUniversidade Federal

    de Pernambuco eespecialista emContabilidade e

    ControladoriaGovernamental

    tambm pelaUniversidade Federal

    de Pernambuco.Atualmente exerce ocargo de docente noInstituto Federal de

    Braslia atuando emcursos tcnicos,

    tecnolgicos eps-graduao.

    professora convidadado MBA em Custos e

    Controladoria daUniversidade de

    Pernambuco econsultora daOrganizao Pan

    Americana de Sadena rea da

    Contabilidade Pblica.

    SHERLEY CABRAL

    MOREIRApossuigraduao pela

    Universidade Catlicade Braslia.

    Atualmente ServidorPblico Tcnico

    Administrativo doInstituto Federal de

    Braslia. Temexperincia na rea de

    Administrao.

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    Michelle Silva de Oliveira

    Sherley Cabral Moreira

    EDITORA IFB

    Braslia-DF

    2013

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    Michelle Silva de Oliveira

    Sherley Cabral Moreira

    Braslia-DF

    2012

    EDITORA IFB

    Braslia-DF

    2013

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    Conselho Editorial

    Coordenao de Publicaes

    Produo executiva

    Grca

    Tiragem

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    Juliana Rocha de Faria Silva

    Sandra Maria Branchine

    Diviso AGPRESS-AGBR Grupo AGBR

    1.000

    EDITORA

    2013 EDITORA IFBTodos os direitos desta edio reservados Editora IFB.Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer meio, eletrnico ou mecnico,incluindo fotocpia, gravao ou qualque tipo de sistema de armazenamento e transmisso de informao, sem prvia autorizao, porescrito, da Editora do IFB.

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    Luciana Miyoko MassukadoLuciano Pereira da SilvaLuiz Diogo de Vasconcelos JuniorMarco Antnio VezzaniMoema Carvalho LimaPaulo Henrique de Azevedo LeoPhilippe Tshimanga KabutakapuaReinaldo de Jesus da Costa FariasRenato Simes MoreiraSheila Soares Daniel dos SantosTatiana de Macedo Soares RotoloVanessa Assis AraujoVeruska Ribeiro MachadoVinicius Machado dos Santos

    O48n Oliveira, Michelle Silva de. Noes de contabilidade bsica para cursos tcnicos / Michelle Silva de Oliveira; Sherley Cabral Moreira -- Braslia, DF : Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Braslia, 2012. 120p.

    Bibliograa ISBN 978-85-64124-17-2

    1. Contabilidade. 2. Ensino tcnico. I. Moreira, Sherley Cabral II. Ttulo.

    CDU 657:377

    Ficha Catalogrca preparada porLaura Ceclia dos Santos Cruz - CRB 2203

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    Sumrio

    AGRADECIMENTOS ..................................................................................................................... 9

    PREFCIO .................................................................................................................................. 11

    1. NOES PRVIAS .................................................................................................................. 13

    1.1 Surgimento da Contabilidade ....................................................................................... 13

    1.2 A Contabilidade e seu campo de atuao ................................................................... 13

    1.3 Finalidade da Contabilidade ......................................................................................... 14

    1.4 Objetivo da Contabilidade ............................................................................................ 14

    2. PRINCPIOS DE CONTABILIDADE ......................................................................................... 15

    2.1 Conceitos ........................................................................................................................ 15

    2.2 Princpios Contbeis ...................................................................................................... 16

    3. ESTUDO DO PATRIMNIO ................................................................................................... 19

    3.1 Conceitos ........................................................................................................................ 19

    3.2 Componentes do Patrimnio ........................................................................................ 19

    3.2.1 Ativo ..................................................................................................................... 19

    3.2.2 Passivo ................................................................................................................. 20

    3.2.3 Patrimnio Lquido (PL) ...................................................................................... 20

    3.3 Equao Fundamental do Patrimnio .......................................................................... 21

    3.4 Situaes do Patrimnio Lquido .................................................................................. 22

    3.4.1 Situao lquida positiva .................................................................................... 22

    3.4.2 Situao lquida nula .......................................................................................... 22

    3.4.3 Situao lquida negativa ................................................................................... 23

    3.5 Conguraes do Capital .............................................................................................. 23

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    4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS ............ 31

    4.1 Razo .................................................................................................................... 31

    4.2 Partidas Dobradas: Dbito e Crdito .................................................................. 33

    4.2.1 Lanamentos no Ativo .............................................................................. 33

    4.2.2 Lanamentos no Passivo ........................................................................... 35

    4.2.3 Lanamentos no Patrimnio Lquido ....................................................... 35

    4.3 Partidas dobradas no livro Dirio ....................................................................... 38

    4.4 Balancete de Vericao ..................................................................................... 42

    5.ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO ............................................... 55

    5.1 Receitas, Despesas e Resultado .......................................................................... 55

    5.1.1 Receitas ...................................................................................................... 55

    5.1.2 Despesas .................................................................................................... 56

    5.1.3 Resultado ................................................................................................... 575.1.4 Receitas, Despesas e seus reexos no Patrimnio Lquido .................... 57

    5.1.5 Perodo Contbil ........................................................................................ 57

    5.1.6 Encerramento das contas de Despesas e Receitas .................................. 58

    5.1.7 Distribuio dos Resultados ..................................................................... 61

    5.1.8 Demonstrao do resultado do exerccio ................................................ 62

    6. OPERAES COM MERCADORIAS ............................................................................. 75

    6.1 Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) .......................................................... 75

    6.2 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)............................................................. 76

    6.2.1 Inventrios ................................................................................................. 76

    6.2.2 Apurao dos custos ................................................................................. 84

    6.2.2.1 Preo especco ............................................................................. 84

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    6.2.2.2 PEPS ................................................................................................ 85

    6.2.2.3 UEPS ............................................................................................... 87

    6.2.2.4 Mdia Ponderada Mvel .............................................................. 89

    6.2.3 Diferenas entre os Critrios de Apurao dos Custos ........................... 91

    6.3 Fatos que Alteram os Valores de Compra e Venda .......................................... 92

    6.3.1 Devolues e Abatimentos ....................................................................... 92

    6.3.1.1 Na venda ........................................................................................ 92

    6.3.1.2 Na compra ..................................................................................... 95

    6.3.2 Devolues e Abatimentos no Inventrio Permanente ......................... 96

    6.3.3 Descontos Comerciais .............................................................................. 97

    6.3.4 Descontos Financeiros .............................................................................. 97

    6.4 Incidncia de tributao nas Operaes com Mercadorias ............................... 99

    6.4.1 ICMS ........................................................................................................... 99

    6.4.2 IPI .............................................................................................................. 103

    7. BALANO PATRIMONIAL E DEMONSTRAODO RESULTADO DO EXERCCIO ................................................................................ 105

    7.1 Balano Patrimonial ........................................................................................... 105

    7.1.1 Conceito ................................................................................................... 105

    7.1.2 Apresentao do Balano Patrimonial ................................................... 105

    7.1.3 Critrios de Classicao das contas de Ativo,

    Passivo e Patrimnio Lquido ........................................................................... 1067.1.3.1 Critrio de classicao no Ativo ............................................... 106

    7.1.3.2 Critrio de classicao no Passivo ........................................... 107

    7.1.3.3 Critrio de classicao no Patrimnio Lquido ....................... 108

    7.1.4 Elaborao do Balano Patrimonial ....................................................... 109

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    7.2 Elaborao da Demonstrao do Resultado do Exerccio ......................................... 109

    7.3 Sugesto de Planos de Contas .................................................................................... 111

    7.3.1 Balano Patrimonial .......................................................................................... 111

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    91. NOES PRVIAS

    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos em primeiro lugar a Deus que iluminou o nosso caminho durante esta

    jornada, como tambm aos nossos pais, que de forma especial e carinhosa deram fora

    e coragem, nos apoiando nos momentos de diculdades, nos iluminando de maneira

    especial os nossos pensamentos, levando a buscar mais conhecimentos. Agradecemos

    tambm aos nossos professores e amigos pela ajuda e carinho.

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    111. NOES PRVIAS

    PREFCIO

    Sabemos da existncia de uma vasta bibliograa que trata do tema contabilidade, desde

    sua base introdutria at a avanada. No entanto, o direcionamento didtico para os que

    dominam conceitos bsicos ou atuam na rea notrio. Neste caso, quando o leitor ainda no

    conhece essa cincia social aplicada, a leitura de determinados livros se torna incompreensvel

    e cansativa, principalmente quando h pouco envolvimento da teoria com a prtica.

    Esta obra apresenta noes de contabilidade bsica para cursos tcnicos. De

    linguagem simples e objetiva, privilegia o aluno do eixo tecnolgico Gesto e Negcios, que

    fatalmente far uso do conhecimento adquirido neste livro para atuar de forma coerente

    com suas atribuies na formao almejada, seja ela diretamente ligada ao contedo, cujo

    aprofundamento ser necessrio e vir com maior facilidade, ou indiretamente relacionada,

    mas com a base suciente para o futuro prossional.

    Os captulos so bem divididos, contextualizados e com o grau de diculdade

    compatvel com a sua proposta. importante destacar os exerccios resolvidos e o passo

    a passo dos lanamentos, que so explicados detalhadamente, proporcionando ao leitor

    maior segurana no momento da aplicao da teoria com a prtica.

    De fato, um livro que se insere perfeitamente no contexto atual de educao no

    Brasil, no qual a qualicao prossional e tecnolgica vem sendo ampliada e priorizada

    de forma intensiva, atravs de programas do Governo Federal. uma fonte multiplicadora

    de conhecimento que contribuir com a disseminao da cincia contbil, sendo, para ns

    contabilistas, motivo de orgulho e satisfao.

    Thamara Tain Souza Cabral de Oliveira

    Especialista em Contabilidade e Controladoria Governamental pelaUniversidade Federal de Pernambuco. Diretora da Diviso de Contabilidade,

    Compras e Licitaes do Colgio Agrcola Dom Agostinho Ikas - CODAI,pertencente Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE.

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    131. NOES PRVIAS

    1. NOES PRVIAS

    1.1 Surgimento da Contabilidade

    De acordo com pesquisas realizadas pela arqueologia1, a Contabilidade teve seusurgimento reconhecido durante a pr-histria, no perodo mesoltico, por meio da utilizao

    de sistemas contbeis registrados em chas de barro que continham, por exemplo, smbolos de

    animais, materiais txteis, recipientes, metais, entre outros, por meios de sinais pictogrcos.

    Com a evoluo da civilizao, as formas de registros caram cada vez mais sosticadas

    at chegarem s que so utilizadas atualmente com o auxlio da informtica.

    1.2 A Contabilidade e seu campo de atuao

    A Contabilidade, por estudar as modicaes do Patrimnio atravs das mudanas na

    riqueza de um ente (pblico ou privado, fsico ou jurdico) ocorridas devidas aos atos humanos,

    torna-se uma cincia social aplicada. E como tal, transforma-se em um instrumento de auxlio

    para a tomada de deciso, pois sua dinmica visa captar, registrar, planejar, acompanhar,

    resumir, analisar, interpretar e controlar todas as situaes que afetem o Patrimnio.

    A tomada de deciso uma etapa que ocorre em diversos grupos de pessoas, e, por

    essa variedade, a necessidade de informao deve ser voltada conforme o interesse dos

    grupos. A gura abaixo resume alguns grupos de pessoas com suas respectivas necessidades

    de informao contbil.

    1Santos, Jos Luiz dos et al. Introduo Contabilidade. So Paulo: Atlas, 2011.

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    14 1. NOES PRVIAS

    Figura 1 Grupos de pessoas interessadas em informaes contbeis.

    1.3 Finalidade da Contabilidade

    A Contabilidade tem como principais ns o planejamento, controle e anlise que serviro

    de base para a tomada de deciso. Entendendo planejamento como utilizao da melhor

    alternativa para uma ao futura. J o controle pode ser compreendido como processo de

    vericao do planejamento realizado anteriormente, bem como certicao do subsistema

    institucional que so os valores e crenas estipulados pelos proprietrios das entidades.

    1.4 Objetivo da Contabilidade

    Marion2, em seu livro Contabilidade Empresarial, evidencia com bastante propriedade

    o objetivo principal da Contabilidade como sendo o de permitir a cada grupo principal de

    usurios a avaliao da situao econmica e nanceira da entidade, num sentido esttico,

    bem como fazer inferncias sobre suas tendncias futuras.

    Dessa forma, entende-se que a Contabilidade, por meio do estudo do Patrimnio

    das entidades e suas mutaes, visa fornecer aos seus usurios em geral informaes quepossam ajud-los na tomada de deciso.

    Sendo assim, o objeto da Contabilidade o Patrimnio das entidades, no qual so

    analisados tanto os aspectos qualitativos quanto os quantitativos.

    2MARION, Jos Carlos. Contabilidade empresarial. Atlas, 2009, p. 27-28.

    Pessoas Fsicas

    Governo

    Bancos

    Utilizam a contabilidade para controlar seus patrimnios, principalmente as nanas pessoais.

    Faz uso das informaes contbeis para tributar e cobrar impostos, taxas e contribuies das pessoasfsicas e jurdicas, bem como projetar cenrios econmicos por meio da coleta e gerao de dadosestatsticos.

    Requerem informaes sobre questes nanceiras que possam afetar a lucratividade, a rentabilidadee a segurana de seus investimentos.

    Usam, principalmente, os relatrios contabis para deter informaes, por exemplo, sobrelucratividade, rentabilidade e segurana de seus investimentos.

    Utilizam, basicamente, a contabilidade para auxili-los na tomada de deciso atravs das informaescontbeis sobre o passado, o presente e a projeo futura da empresa.

    Scios e Acionistas

    Administradores e Diretores

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    152. PRINCPIOS DE CONTABILIDADE

    2. Princpios DE CONTABILIDADE

    2.1 Conceitos

    As bases norteadoras de tcnicas ou doutrinas so denominadas de Princpios, poisremetem origem, ao comeo da fundamentao. Vrios Princpios so sedimentados por

    vericaes do que ocorre na sociedade em diversas reas, como, por exemplo, na poltica,

    na economia, no social, etc. Isto signica dizer que, se algum realizar observaes e anlises

    sobre determinados acontecimentos levando em conta caractersticas fundamentais e seu

    funcionamento e zer certas concluses sobre esses fatos e sendo aceitas pela classe de

    estudiosos da rea, ento, essa concluso torna-se um Princpio. A gura abaixo exemplica

    a formao de um Princpio na rea econmica.

    1 - Observaesda realidade

    5 - Formaode prncipios

    4 - Conclusesaceitas pela classedos economistas

    3 - Realizao deconcluses sobre osistema econmico

    observado

    2 - Anlise dascaractersticas

    fundamentais e dofuncionamento dosistema econmico

    observado

    Figura 2 Exemplo de formao de um Princpio.

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    16 2. PRINCPIOS DE CONTABILIDADE

    2.2 Princpios Contbeis

    Os Princpios Contbeis, por sua vez, denem as diretrizes essenciais sobre atos e

    fatos agraciados pela Contabilidade. Tais fatos so oriundos das anlises e observaes da

    realidade econmica, social e institucional3.

    Entretanto, vericada alguma alterao signicativa nas caractersticas que

    subsidiaram a formao dos primeiros Princpios, o observador dever realizar uma nova

    anlise da realidade e alterar, adaptar ou substituir os Princpios inicialmente formados por

    novos Princpios que traduzam as situaes observadas.

    O papel do observador pode ser exercido por comisses especiais de conferncias e

    convenes internacionais, pelos comits especialmente designados e pelas entidades de classe4.

    De acordo com a equipe de professores da FEA/USP, a aceitao de um Princpio

    requer dois requisitos bsicos para que este seja incorporado doutrina e prtica contbil:

    1. Deve ser considerado objetivo e praticvel;

    2. Deve ser til.

    Alguns observadores, com poder de deciso, principalmente, na classe contbil,

    imputam mais importncia ao Princpio ser praticvel que a sua utilidade inerente. Sendo

    assim, para que um Princpio seja aceito, alm de representar a realidade econmica, dever

    tambm ser considerado praticvel.

    Os Princpios podem ser apresentados por duas correntes: a acadmica, formada

    pelos estudiosos da Contabilidade, que estabelece os Princpios Contbeis GeralmenteAceitos; e a ocial, representada pelo Conselho Federal de Contabilidade, que estabelece

    os Princpios de Contabilidade.

    3IUDCIBUS, Srgio de (Coord.). Contabilidade Introdutria. Atlas, 2010, p. 285.

    4IUDCIBUS, Srgio de (Coord.). Contabilidade Introdutria. Atlas, 2010, p. 286.

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    172. PRINCPIOS DE CONTABILIDADE

    Corrente AcadmicaCorrente Ocial

    (Conselho Federal de Contabilidade)

    Principos ContbeisGeralmente Aceitos

    Principos deContabilidade

    Figura 3 Apresentao dos Princpios por correntes.

    Segundo Marion5, os tericos da Contabilidade que geralmente adotam a corrente

    acadmica diferenciam os Princpios em trs grupos: os Postulados, os Princpios Bsicos e

    as Convenes.

    PostuladosContbeis

    PrincpiosContbeis

    GeralmenteAceitos

    ConvenesPrincpiosContbeis

    Figura 4 Formao dos Princpios Contbeis Geralmente Aceitos, de acordo com a corrente acadmica.

    Marion6 evidencia que os Postulados, Princpios, Preceitos, Normas e Regras

    convencionais so necessrios para fundamentar as tcnicas ou doutrinas e orientar os

    prossionais da Contabilidade na utilizao de parmetros para realizao de suas atividades.

    A vertente do Conselho Federal de Contabilidade dene, na Resoluo n 750/93,

    recentemente alterada em 2010, que os Princpios de Contabilidade surgiram do

    entendimento cientco e prossional e so categorizados todos como Princpios, cujos

    tpicos relevantes so apresentados abaixo.

    5MARION, Jos Carlos. Contabilidade empresarial. Atlas, 2009, p. 146.

    6MARION, Jos Carlos. Contabilidade empresarial. Atlas, 2009, p. 146.

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    18 2. PRINCPIOS DE CONTABILIDADE

    ENTIDADE:reconhece a autonomia patrimonial da entidade,

    diferenciando o Patrimnio particular do da entidade.

    CONTINUIDADE:

    pressupe que a Entidade continuar em operao no

    futuro e, portanto, a mensurao e a apresentao

    dos Componentes do Patrimnio levam em conta esta

    circunstncia.

    OPORTUNIDADE:

    refere-se ao processo de mensurao e apresentao

    dos Componentes patrimoniais para produzir

    informaes ntegras e tempestivas.

    REGISTRO PELO VALOR

    ORIGINAL:

    determina que os Componentes do Patrimnio devem

    ser inicialmente registrados pelos valores originais das

    transaes, expressos em moeda nacional.

    COMPETNCIA:

    as Receitas e as Despesas devem ser includas na

    Apurao do Resultado do Perodo em que ocorreram,

    sempre simultaneamente, quando se relacionarem,independente de recebimento e pagamento.

    PRUDNCIA:

    pressupe o emprego de certo grau de precauo no

    exerccio quanto s estimativas em certas condies

    de incerteza, para que Ativos e Receitas no sejam

    superestimados e que Passivos e Despesas no sejam

    subestimados.

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    193. ESTUDO DO PATRIMNIO

    3. ESTUDO DO PATRIMNIO

    3.1 Conceitos

    Devido ao Princpio da Entidade, que separa o Patrimnio particular do scio emrelao ao da empresa, a Contabilidade trata distintamente a pessoa jurdica da pessoa

    fsica que lhe gerencia.

    O Patrimnio pode ser conceituado como conjunto de bens, direitos e obrigaes

    que utilizado em suas diversas atividades pertencentes s pessoas fsicas e/ou s jurdicas.

    A representao grca do Patrimnio o Balano Patrimonial, no qual so registrados

    os bens, direitos e obrigaes de uma entidade.

    3.2 Componentes do Patrimnio

    3.2.1 Ativo

    O Ativo compreende os bens e os direitos controlados pela entidade e expresso em moeda

    e possuem a caracterstica de gerar benefcios de uxos de Caixa futuros para a entidade.

    Exemplos de bens e direitos registrados no Ativo: Caixa, bancos, clientes, contas areceber, Estoque, emprstimos concedidos a terceiros, imveis, veculos, mquinas e

    equipamentos, entre outros.

    Os componentes do Ativo, por conveno, so registrados no lado esquerdo do

    Balano Patrimonial.

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    20 3. ESTUDO DO PATRIMNIO

    3.2.2 Passivo

    Basicamente, so todas as obrigaes a pagar que a empresa possui, ou seja, so

    compromissos para com terceiros devido ao consumo de recursos.

    Exemplos de compromissos registrados no Passivo: fornecedores, contas a pagar,

    emprstimos a pagar, nanciamentos a pagar, salrios a pagar, entre outros.

    Os elementos do Passivo, por conveno, so registrados no lado direito do BalanoPatrimonial.

    3.2.3 Patrimnio Lquido (PL)

    Pode ser denido como o saldo resultante da diferena entre o valor do Ativo e do

    Passivo de uma empresa.

    Exemplo: se uma empresa possuir um Ativo (bens + direitos) no valor de $ 50.000 e um

    Passivo (obrigaes) no valor de $ 30.000, ento, tem-se um Patrimnio Lquido de $ 20.000.

    ATIVO PASSIVO = Patrimnio LQUIDOA P = PL

    50.000 30.000 = 20.000

    Os elementos do Patrimnio Lquido, por conveno, so registrados no lado direito

    do Balano Patrimonial.

    O Patrimnio Lquido pode ser constitudo pelas fontes de recursos provenientes de:

    investimentos dos scios realizados atravs das compras de aes, quotas ououtras participaes;

    lucros auferidos nos perodos e que no so distribudos aos scios.

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    213. ESTUDO DO PATRIMNIO

    Exemplo de um Balano Patrimonial

    ABC S.A.

    Balano Patrimonial

    31 / 12 / 2012 Em $ mil

    Ativo Passivo

    Caixa

    Contas a receber

    Imveis

    Veculos

    10.000

    2.000

    20.000

    5.000

    Fornecedores

    Contas a pagar

    Salrios a pagar

    5.000

    3.000

    12.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social

    Lucros acumulados

    15.000

    2.000

    TOTAL 37.000 TOTAL 37.000

    3.3 Equao Fundamental do Patrimnio

    As origens dos recursos so atribudas ao Passivo e ao Patrimnio Lquido (PL), e as

    aplicaes desses recursos so realizadas no Ativo. Deste modo, pode-se dizer que:

    ATIVO - PASSIVO = + Patrimnio LQUIDOA + P = + PL

    Exemplo: Se dois scios investiram $ 10.000 cada para constiturem uma empresa e

    aportaram os recursos em dinheiro, esse valor ser aplicado no Ativo, pois dinheiro um

    bem da entidade e sua contra partida ser no Patrimnio Lquido. A empresa tambm

    poder comprar mercadorias junto ao seu fornecedor a prazo, ou seja, para pagamento aposteriori, sendo assim, as mercadorias tambm caro no Ativo, pois representam bens.

    Dessa forma, tanto os recursos provenientes do Passivo quanto do Patrimnio Lquido

    so as origens dos recursos que iro ser utilizados para aplicaes no Ativo (compras de

    mercadorias, por exemplo).

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    22 3. ESTUDO DO PATRIMNIO

    3.4 Situaes do Patrimnio Lquido

    3.4.1 Situao lquida positiva

    Quando o valor do Ativo superar o valor do Passivo, ento, o Patrimnio Lquido ser

    positivo, isso signica dizer que a entidade possui mais bens e direitos do que obrigaes.

    ATIVO PASSIVO = + Patrimnio LQUIDOA P = + PL

    Exemplo: se a entidade possui no Caixa $ 4.000 e tiver uma obrigao para com o seu

    fornecedor de $ 2.000, ento, o Patrimnio Lquido ser positivo em $ 2.000.

    ATIVO PASSIVO = + Patrimnio LQUIDOA P = + PL

    Caixa Fornecedor = PL4.000 2.000 = 2.000

    3.4.2 Situao lquida nula

    Ocorre quando o valor do Ativo igual ao valor do Passivo.

    Exemplo: se a entidade possui no Caixa $ 4.000 e tiver uma obrigao com o seu

    fornecedor de $ 4.000, ento o Patrimnio Lquido ser nulo (0).

    ATIVO PASSIVO = Patrimnio LQUIDO 0A P = PL 0

    Caixa Fornecedor = PL4.000 4.000 = 0

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    233. ESTUDO DO PATRIMNIO

    3.4.3 Situao lquida negativa

    Quando o valor do Ativo for menor do que o valor do Passivo, tem-se o PL negativo,

    que tambm pode ser denominado de Passivo a descoberto, pois mesmo vendendo todos

    os bens e resgatando todos os direitos da empresa, no suciente para arcar com todas as

    obrigaes registradas no Passivo, portanto, o Passivo car a descoberto.

    Exemplo: se a entidade possui no Caixa $ 4.000 e tiver uma obrigao para com o seu

    fornecedor de $ 6.000, ento o Patrimnio Lquido ser negativo em $ 2.000.

    ATIVO PASSIVO = Patrimnio LQUIDOA P = PL

    Caixa Fornecedor = - PL4.000 6.000 = - 2.000

    3.5 Conguraes do Capital

    Na Contabilidade, de acordo com Iudcibus (2010), podemos encontrar quatro

    conceitos de capital:

    1) Capital Nominal: representa o investimento inicial realizado pelos scios de uma

    entidade. Esse investimento inicial registrado em uma conta denominada de Capital ou

    Capital Social.

    O Capital Nominal corresponde ao Patrimnio Lquido inicial, e s sofrer alteraes

    quando:

    a) os scios/proprietrios realizarem novos investimentos (aumento de capital) ou

    desinvestimentos (reduo de capital);

    b) gerao de lucros (aumentando o Patrimnio Lquido) ou prejuzos (diminuindo o

    Patrimnio Lquido).

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    24 3. ESTUDO DO PATRIMNIO

    Exemplo prtico do registro: a empresa ABC S.A. constituda por dois scios que

    integralizaram $ 100.000, sendo $ 60.000 em dinheiro e $ 40.000 em mveis e

    equipamentos. Logo, podemos representar a integralizao desse capital de acordo

    com o quadro a seguir.

    ABC S.A.

    Balano Patrimonial

    31 / 12 / 2011 Em $ mil

    Ativo Passivo

    CaixaMveis e equipamentos

    60.000

    40.000Patrimnio Lquido

    Capital Social 100.000

    TOTAL 100.000 TOTAL 100.000

    2) Capital Prprio (CP): corresponde ao Capital Prprio da entidade, portanto

    corresponde ao Patrimnio Lquido, abrangendo o Capital Inicial e suas variaes.

    Exemplo prtico do registro: continuando o exemplo anterior, aps determinado

    perodo, a empresa obteve um lucro de $ 20.000 proveniente de suas atividades. Desta

    forma, o Capital Prprio da empresa passaria para $ 120.000 ($ 100.000 do Capital

    Social + $ 20.000 dos lucros). Observe que o Lucro ter reexo no Ativo, pois entrar

    dinheiro no Caixa ou direitos a receber. No quadro, nota-se que o reexo da gerao

    de lucros foi no Caixa atravs da entrada de dinheiro, mas poderamos ter uma conta

    Ttulos a Receber, ou Clientes ou Contas a Receber no valor de $ 20.000, aoinvs da entrada no Caixa do dinheiro.

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    253. ESTUDO DO PATRIMNIO

    ABC S.A.

    Balano Patrimonial

    31 / 12 / 2011 Em $ mil

    Ativo Passivo

    CaixaMveis e equipamentos

    80.000

    40.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social

    Lucros

    100.000

    20.000TOTAL 120.000 TOTAL 120.000

    3) Capital de Terceiros (CT): corresponde ao Capital de Terceiros utilizados para nanciar

    as atividades da empresa. Portanto, o Capital de Terceiros corresponde ao Passivo da entidade.

    Exemplo prtico do registro: continuando o exemplo anterior, aps determinado perodo,

    a empresa efetuou uma compra, a prazo, de mercadoria no valor de $10.000. Sendo

    assim, a empresa car com um Estoque no seu Ativo (devido a entrada da mercadoria no

    estabelecimento) de $ 10.000, entretanto ter um dvida com seu fornecedor de $ 10.000.

    ABC S.A.

    Balano Patrimonial

    31 / 12 / 2011 Em $ mil

    Ativo Passivo

    CaixaEstoqueMveis e equipamentos

    80.00010.00040.000

    Fornecedor 10.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social

    Lucros

    100.000

    20.000

    TOTAL 130.000 TOTAL 130.000

    4) Capital Total Disposio: corresponde aos valores disponveis para a empresa,

    portanto, refere-se soma do Capital Prprio mais o Capital de Terceiros.

    C

    P

    C

    TC

    P

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    26 3. ESTUDO DO PATRIMNIO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    CAPITAL TOTAL DISPOSIO = CAPITAL DE TERCEIRO +CAPITAL PRPRIO

    PASSIVO + Patrimnio LQUIDOP + PL

    Fornecedor + Capital Social + Lucros10.000 + 100.000 + 20.000 = 130.000

    Exerccio 1

    A empresa XYZ S.A. apresentou, cronologicamente, as seguintes transaes ocorridas:

    02/03 Integralizao do capital inicial investido pelos scios no valor de $ 50.000

    em dinheiro.

    05/03 Compra de mveis e equipamentos no valor $ 10.000 a prazo.

    08/03 Compra de mercadorias no valor de $ 8.000, sendo 60% vista e o restantea prazo.

    15/03 Compra de um imvel no valor de $ 100.000 nanciado em 12 vezes.

    20/03 Pagamento da dvida efetuada no dia no dia 08/03.

    25/03 Novo aporte realizado pelos scios no valor de $ 30.000, sendo $ 10.000 vista e $ 20.000 atravs da entrega de um veculo.

    30/03 Pagamento de 50% da dvida efetuada no dia 05/03.

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    273. ESTUDO DO PATRIMNIO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Soluo do exerccio 1

    Dia 02/03

    XYZ S.A.

    Em $ mil

    Ativo Passivo

    Caixa 50.000 Patrimnio Lquido

    Capital Social 50.000

    TOTAL 50.000 TOTAL 50.000

    Entendendo o lanamento: com a integralizao do Capital Social, os scios

    aportaram dinheiro na empresa, portanto, esse dinheiro car disponvel para

    utilizao no Caixa.

    Dia 05/03

    XYZ S.A.

    Em $ mil

    Ativo Passivo

    Caixa

    Mquinas e equipamentos

    50.000

    10.000

    Ttulos a pagar 10.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social 50.000

    TOTAL 60.000 TOTAL 60.000

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    28 3. ESTUDO DO PATRIMNIO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Entendendo o lanamento: com a compra de mquinas e equipamentos, a

    prazo, a empresa car com uma obrigao de pagar o ttulo da compra futuramente.

    Dia 08/03

    XYZ S.A.

    Em $ milAtivo Passivo

    Caixa

    Estoque

    Mquinas e equipamentos

    45.200

    8.000

    10.000

    Ttulos a pagar

    Fornecedores

    10.000

    3.200

    Patrimnio Lquido

    Capital Social 50.000

    TOTAL 63.200 TOTAL 63.200

    Entendendo o lanamento: com a compra de mercadorias, parte a prazo, a empresacar com a obrigao de pagar ao seu fornecedor. Os 60% vista sair do Caixa.

    Dia 15/03

    XYZ S.A.

    Em $ mil

    Ativo Passivo

    Caixa

    Estoque

    Imvel

    Mquinas e equipamentos

    45.200

    8.000

    100.000

    10.000

    Ttulos a pagar

    FornecedoresFinanciamento

    10.000

    3.200100.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social 50.000

    TOTAL 163.200 TOTAL 163.200

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    293. ESTUDO DO PATRIMNIO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Entendendo o lanamento: a compra do imvel implicar em outra obrigao

    (nanciamento) a pagar, a contrapartida ser o registro do imvel no nome da empresa.

    Dia 20/03

    XYZ S.A.

    Em $ milAtivo Passivo

    Caixa

    Estoque

    Imvel

    Mquinas e equipamentos

    42.000

    8.000

    100.000

    10.000

    Ttulos a pagar

    Financiamento

    10.000

    100.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social 50.000

    TOTAL 160.000 TOTAL 160.000

    Entendendo o lanamento: a empresa decidiu pagar o que devia da compra dasmercadorias ocorrida no dia 08/03, para isso a entidade retirou $3.200 do Caixa e

    pagou ao fornecedor, liquidando o que devia.

    Dia 25/03

    XYZ S.A.

    Em $ mil

    Ativo Passivo

    Caixa

    Estoque

    Imvel

    Mquinas e equipamentos

    Veculos

    52.000

    8.000

    100.000

    10.000

    20.000

    Ttulos a pagar

    Financiamento

    10.000

    100.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social 80.000

    TOTAL 190.000 TOTAL 190.000

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    30 3. ESTUDO DO PATRIMNIO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Entendendo o lanamento: os scios decidiram aportar mais dinheiro na empresa,

    registrando essa entrada no Capital Social e a disponibilizao de $10.000 no Caixa e

    $20.000 do Veculo.

    Dia 30/03

    XYZ S.A.

    Em $ mil

    Ativo Passivo

    Caixa

    Estoque

    Imvel

    Mquinas e equipamentos

    Veculos

    47.000

    8.000

    100.000

    10.000

    20.000

    Ttulos a pagar

    Financiamento

    5.000

    100.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social 80.000TOTAL 185.000 TOTAL 185.000

    Entendendo o lanamento: a empresa decidiu pagar 50% da dvida que realizou

    no dia 05/03 com a compra de mveis e equipamentos, para isso a entidade retirou

    $5.000 do Caixa e efetuou o pagamento parcial do ttulo registrado no Passivo.

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    314. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OSPROCEDIMENTOS CONTBEIS

    4.1 Razo

    No captulo anterior, aps cada transao, um balano foi realizado, entretanto, devidoao grande volume de transaes realizadas pelas empresas, ca impraticvel a confeco do

    balano aps cada operao. Por exemplo: pense em uma grande rede de supermercado, na

    quantidade de mercadorias que so vendidas a cada segundo. Esse fato torna muito complexo a

    elaborao do balano logo aps cada venda, alm de desprender muito tempo para essa ao,

    pois os scios, os administradores, os acionistas e o governo, entre outros, satisfazem-se com

    balanos peridicos, normalmente mensais, trimestrais ou anuais.

    Os registros das operaes so realizados em livros de contas que a Contabilidade

    denomina de Razo.

    A evoluo dos registros contbeis seguiu o desenvolvimento da sociedade, pois,

    antigamente, as contas eram registradas em chas, depois passaram a ser registradas em livros

    e atualmente so registradas na memria do computador, sendo armazenadas de acordo com

    suas caractersticas. Deste modo, os registros das contas so agrupados de acordo com a sua

    natureza, ou seja, se a empresa recebe dinheiro, esse evento ser registrado na conta Caixa que

    ca no Ativo, se a empresa for pagar algo, ser registrada a sada do dinheiro na conta Caixa.

    Portanto, cada item do Ativo, do Passivo e do Patrimnio Lquido sero registrados em contas

    individualizadas e registradas no Balano Patrimonial conforme seu grupo pertencente. Porexemplo, se a entidade efetuar uma venda a prazo, o direito a receber poder ser registrado

    na conta Clientes, Valores a Receber ou Ttulos a Receber.

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    32 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    O modelo abaixo representa um exemplo do registro de uma conta no livro Razo.

    Nome da conta

    Data Descrio da operao Dbito Crdito Saldo

    A maioria das empresas utiliza cdigos para facilitar os registros das contas no livro

    Razo, sendo cada conta congurada para receber uma codicao especca que ir

    identic-la conforme sua natureza.

    Para facilitar o aprendizado, usual trabalhar com o Razo atravs de sua ilustrao

    grca denominada de Contas em T, Razonete em T ou apenas Razonetes.

    A forma grca a seguir representa o razonete no qual so registradas todas as

    movimentaes em cada conta individualmente, ou seja, ao abrir um razonete, este receber

    um nome de uma determinada conta, por exemplo, a conta Caixa, e ser registrado no

    razonete da conta Caixa toda e qualquer movimentao que ocorra no Caixa, como a

    entrada e a sada de dinheiro.

    Caixa

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    334. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    4.2 Partidas Dobradas: Dbito e Crdito

    O dbito e o crdito so uma conveno bastante utilizada pela Contabilidade e

    que esto presente no razonete, pois o dbito representa o lado esquerdo de todos os

    razonetes, bem como o lado direito simboliza o crdito em todos os razonetes.

    Caixa

    Dbito Crdito

    Sendo assim, ao realizar um lanamento do lado esquerdo da conta, a empresa

    estar fazendo um lanamento a dbito ou simplesmente debitando a conta. Ao efetuar

    um lanamento do lado direito do razonete, a entidade estar fazendo um lanamento a

    crdito, ou seja, creditando.

    A apurao do saldo da conta simples de ser obtida, basta somar todos os valorescontidos no lado do dbito e confrontar com a soma de todos os valores registrados no lado do

    crdito. Se o total dos dbitos for maior que os crditos, ento teremos uma conta com o saldo

    devedor, porm, se o saldo dos crditos for maior que os do dbito, teremos saldo credor.

    Observa-se que os lanamentos realizados a dbito ou a crdito aumentam ou

    diminuem as contas do Ativo, do Passivo e do Patrimnio Lquido e o que decidir se

    aumentar ou diminuir ser a natureza da conta na qual esto sendo feitos os lanamentos.

    4.2.1 Lanamentos no Ativo

    Como j vimos, os elementos que compem o Ativo so os bens e os direitos que a

    entidade tem a receber e so representados no Balano Patrimonial no lado esquerdo. Deste

    modo, por conveno, a Contabilidade adotou a natureza a dbito para as contas do Ativo.

    Isso signica dizer que quando houver um registro de um bem, portanto registro no Ativo,

    esse lanamento ser a dbito.

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    34 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    Para entender melhor, vamos analisar o seguinte exemplo: uma empresa efetuou umavenda de mercadoria ao seu cliente e recebeu o pagamento vista. O lanamento no Ativo

    seria conforme o razonete abaixo.

    Caixa

    Dbito

    O Caixa foi debitado por representar a entrada do dinheiro na entidade. Ento

    podemos concluir que:

    Qualquer conta do Ativo

    Dbito Crdito

    Aumentos Diminuies

    Ento, quando qualquer conta do Ativo for aumentada, o lanamento ser a dbito,

    e quando a conta do Ativo for diminuda, o lanamento ser a crdito.

    A exceo so as contas reticadoras do Ativo, as quais representam contas que por

    sua natureza diminuem o Ativo, portanto, o sentido o inverso ao realizado nos lanamentosdas contas do Ativo em geral.

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    354. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    4.2.2 Lanamentos no Passivo

    As contas do Passivo caracterizam as obrigaes da entidade e so registradas, por

    conveno, do lado direito do Balano Patrimonial devido sua natureza credora, ou seja, o

    inverso do que ocorre no Ativo.

    Ento, se uma empresa efetuar compras de mercadorias a prazo junto ao seu

    fornecedor, ela ter uma obrigao a pagar com seu fornecedor, o lanamento ser feito

    conforme o razonete a seguir:

    Qualquer conta do Passivo

    Dbito Crdito

    Diminuies Aumentos

    Nesse exemplo, observe que a empresa no devia nada ao fornecedor, porm ao

    comprar a prazo, ela ter uma obrigao a pagar para com ele, portanto, aumentar o valor

    do Passivo e, ento, dever ser feito o lanamento a crdito na conta Fornecedor.

    Logo, quando qualquer conta do Passivo for aumentada, o lanamento ser a crdito

    e quando a conta for diminuda, o lanamento ser a dbito.

    4.2.3 Lanamentos no Patrimnio Lquido

    As contas do Patrimnio Lquido so provenientes dos investimentos realizados

    pelos scios e pela formao dos lucros ou prejuzos da instituio, e so registradas, por

    conveno, do lado direito do Balano Patrimonial devido sua natureza, em grande parte,

    credora, ou seja, o inverso do que ocorre no Ativo e similar ao Passivo.

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    36 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    Quando o Patrimnio Lquido for negativo, este normalmente representado dolado direito do balano, subtraindo o valor do Passivo. Entretanto, tambm poder ser

    representado do lado esquerdo junto ao Ativo.

    Deste modo, para aumentar qualquer conta do Patrimnio Lquido, dever ser feito

    um lanamento a crdito e para diminu-lo, ser a dbito.

    Qualquer conta do Patrimnio Lquido

    Dbito Crdito

    Diminuies Aumentos

    Assim, podemos resumir a metodologia de lanamentos a dbito e a crdito de acordo

    com o quadro a seguir.

    Ento, quando quisermos aumentar alguma conta de Ativo, faremos um lanamento

    a dbito e para diminu-lo, a crdito. O Passivo e o Patrimnio Lquido so o oposto do

    Ativo, pois, quando qualquer conta do Passivo ou do Patrimnio Lquido for aumentada,

    efetua-se um crdito e quando for reduzida, realiza-se um dbito.

    Portanto, para que ocorra uma reduo em alguma conta, torna-se necessrio que

    acontea um aumento em outra, o que denominamos partidas dobradas.

    As partidas dobradas consistem em no h dbito(s) sem crdito(s) correspondente(s)7.

    7IUDCIBUS, Srgio de (Coord.). Contabilidade Introdutria. Atlas, 2010, p. 43.

    Contas de

    Lanamento a

    Dbito Crdito

    Ativo Aumentar Diminuir

    Passivo Diminuir Aumentar

    Patrimnio Lquido Diminuir Aumentar

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    374. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    Deste modo, ao debitar uma ou mais contas, teremos que creditar uma ou maiscontas, desde que o valor total dos dbitos corresponda ao valor total dos crditos.

    Para entender a metodologia das partidas dobradas, observe os exemplos a seguir:

    Entendendo o lanamento: uma determinada empresa possua em seu Caixa um

    saldo de $5.000 e realizou uma compra de mercadorias vista por $1.000.

    Caixa Estoque

    (sd) 5.000 1.000 (1) (1) 1.000

    Observe que a empresa possua um saldo (sd) em sua conta Caixa no valor de $ 5.000

    e efetuou uma compra vista por $1.000, sendo assim, ao comprar vista, a conta Caixa

    ir diminuir, e como o Caixa conta de Ativo, deve-se efetuar um lanamento a crdito para

    que o dinheiro seja retirado.

    A retirada do dinheiro para realizao de compra de mercadorias, portanto essasmercadorias faro parte do Estoque da empresa, sendo caracterizada com um bem da

    entidade. Desta forma, o Estoque uma conta de Ativo, e ao comprar mercadorias, a

    empresa aumenta seu Ativo, o que acarretar um lanamento a dbito.

    Note que o total de dbitos corresponde ao total de crditos.

    Utilizando ainda o mesmo exemplo, se tivssemos uma compra 40% vista e 60% a

    prazo, teramos a seguinte situao:

    Caixa Fornecedor Estoque

    (sd) 5.000 400 (1) 600 (1) (1) 1.000

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    38 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    Nessa situao, ao comprar a mercadoria, debitaremos, pois a mercadoria um Ativoque est sendo aumentado, e creditaremos o Caixa em $ 400 porque a compra foi 40% vista,

    e creditaremos o Fornecedor porque os 60% foram a prazo, gerando uma obrigao para a

    empresa, ou seja, um Passivo e para aumentar o Passivo, efetua-se um lanamento a crdito.

    Note que o total de dbitos corresponde ao total de crditos.

    Observe o quanto importante entender o mecanismo de dbito e crdito para realizar

    as partidas dobradas. Deste modo, evite ir para o prximo captulo se no compreendeu, no

    mnimo, o quadro resumo dos lanamentos.

    4.3 Partidas dobradas no livro Dirio

    O livro Dirio possui uma sistemtica diferente do Razo, isto porque o livro Razo

    especco de cada conta, ou seja, o livro Razo do Caixa, de Contas a Receber, do Estoque,

    etc. J o livro Dirio caracterizado por todos os lanamentos efetuados dia a dia. Exemplo,

    se no dia 1 de janeiro de 2012 efetuarmos lanamentos que modiquem o Caixa, o Estoque,

    os Veculos, etc., todos esses lanamentos estaro presentes em apenas um livro, o Dirio.

    A metodologia bem similar ao Dirio que muitos adolescentes possuem, no qual

    so registrados todos os acontecimentos ocorridos conforme cada dia, isto , em ordem

    cronolgica dos fatos.

    O Dirio no possui registros em contas T ou razonetes, pois registra de forma mais

    simples os fatos, sendo necessrio transcrever alguns requisitos, como:

    1. Data da operao;

    2. Conta a ser debitada;

    3. Conta a ser creditada;

    4. Histrico da operao contendo as principais caractersticas do fato;

    5. Valor, em moeda, da operao.

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    394. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    A escriturao dos lanamentos no Dirio segue os requisitos acima citados e paradiferenciar a conta a ser debitada da que ser creditada, a Contabilidade clssica registra a

    conta debitada mais prxima a margem do livro e a conta creditada precedida da preposio

    a. Observe o exemplo a seguir: compra de mercadorias vista no dia 1 fevereiro de

    2012 ao fornecedor TKM Ltda, conforme nota scal n 3553.

    Braslia, 1 Fevereiro de 2012

    Estoque de Mercadorias

    a Caixa

    Compra, vista, de TKM Ltda., conf. s/ Nota Fiscal n 3553

    $ 1.000

    Alguns usurios da Contabilidade preferem no adotar a preposio a, registrando a

    conta debitada mais prxima a margem do livro e a conta creditada mais afastada da margem.

    Braslia, 1 Fevereiro de 2012

    Estoque de Mercadorias

    CaixaCompra, vista, de TKM Ltda., conf. s/ Nota Fiscal n 3553

    $ 1.000

    Portanto, a conta Estoque de mercadorias a conta debitada e a conta Caixa a

    creditada. Em relao ao histrico, observamos uma breve introduo do que se trata o

    lanamento. Por m, temos o valor da operao expresso em moeda.

    As partidas no Dirio que possuem apenas uma conta debitada e outra creditada so

    chamadas de partidas de 1 frmula.

    Partidas de 2 frmula so representadas por uma conta a dbito e duas ou mais a

    crdito. Exemplo: compra de mercadorias no dia 1 fevereiro de 2012, no valor total de $

    1.000, sendo 60% vista a TKM Ltda, conforme nota scal n 3554, e 40% ao fornecedor

    IMR Ltda, conforme nota scal n 1232.

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    40 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    Braslia, 1 fevereiro de 2012

    Estoque de Mercadorias

    a Diversos

    a Caixa

    Compra, vista, de TKM Ltda., conf. s/ Nota Fiscal n 3554 $ 600

    a Fornecedores

    Compra, a prazo, de IMR Ltda, conf. s/ Nota Fiscal n 1232 $ 400

    Normalmente, apesar de no ser obrigatrio, usa-se a palavra diversos para evidenciarque h duas ou mais contas debitadas ou creditadas e logo aps deve ser evidenciado quais

    as contas que diversos representa.

    As partidas de 3 frmula so duas ou mais contas a dbito e uma a crdito. Exemplo:

    no dia 1 de fevereiro, a empresa JLC Ltda comprou, vista, $ 5.000 em mercadorias, um

    edifcio no valor de $ 100.000 e equipamentos no valor de $ 15.000.

    Braslia, 1 fevereiro de 2012

    Diversos

    a Caixa

    Estoque de Mercadorias

    Compra, vista, de TKM Ltda., conf. s/ Nota Fiscal n 3554 $ 5.000

    Edifcio

    Compra, vista, de um edifcio a construtora RRM Ltda. $ 100.000

    Equipamentos

    Compra, vista, de TFW Ltda, conf. s/ Nota Fiscal n 1111 $ 15.000

    Aps a conta creditada, foram evidenciadas as contas a que Diversos se referem, no

    caso, Mercadorias, Edifcio e Equipamentos. A conta Caixa ser creditada no lavor total das

    compras, ou seja, $ 120.000.

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    414. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    Partidas de 4 frmula so representadas por duas ou mais contas debitadas e duasou mais contas creditadas. Utilizando o exemplo anterior, se a empresa efetuar apenas a

    compra de mercadorias a prazo e o restante a vista, teramos:

    Braslia, 1 fevereiro de 2012

    Diversos

    a Diversos

    Estoque de Mercadorias

    Compra, a prazo, de TKM Ltda., conf. s/ Nota Fiscal n 3554 $ 5.000

    Edifcio

    Compra, vista, de um edifcio a construtora RRM Ltda $ 100.000

    Equipamentos

    Compra, vista, de TFW Ltda, conf. s/ Nota Fiscal n 1111 $ 15.000

    a Caixa $ 115.000

    a Fornecedores $ 5.000

    Observe que a soma de todos os dbitos igual a de todos os crditos, ou seja,

    conforme as partidas dobadas.

    Todos os lanamentos de 1, 2, 3 e 4 frmula foram lanados no livro Dirio e Razo,

    de acordo com a ordem cronolgica de seus acontecimentos. Entretanto, esses no so os

    nicos livros que podem registrar os fatos contbeis, pois existem outros livros auxiliares do

    Razo, como o livro Caixa que registra toda a entrada e a sada de dinheiro.

    Outros livros auxiliares ao Razo so o livro de Duplicatas a Receber, Duplicatas a

    Pagar, entre outros.

    Alguns autores, para ns didticos, preferem utilizar para registro no Dirio D para

    dbito e C para crdito. Essa metodologia a que vamos adotar nos prximos captulos

    para facilitar o aprendizado.

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    42 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    4.4 Balancete de Vericao

    De acordo com as partidas dobradas, todo lanamento a dbito ter um reexo

    a crdito, sendo seus valores totais iguais e para observar se os lanamentos contbeis

    esto utilizando o mtodo das partidas dobradas corretamente, costuma-se vericar,

    periodicamente, a igualdade entre dbitos e crditos usando o Balancete de Vericao.

    O Balancete de Vericao contempla todo o Patrimnio da empresa, sendo os valores

    de suas contas registrados conforme a natureza de seus saldos. Observe o exemplo a seguir:

    ABC S.A.

    Balancete de Vericao em 31/01/2012

    ContasSaldos

    Dbito Crdito

    Caixa 10.000

    Contas a receber 5.000

    Mveis e Equipamentos 2.000

    Estoque 3.000

    Veculos 8.000Fornecedores 12.000

    Contas a pagar 1.000

    Capital 15.000

    28.000 28.000

    Observe que o valor total da coluna de dbito igual ao da coluna de crdito, deste

    modo, a vericao do mtodo das partidas dobradas foi realizada corretamente.

    A realizao de movimentao em determinado perodo acaba agregando mais

    colunas ao Balancete de Vericao, pois evidencia a movimentao do perodo e seus

    saldos nais de cada conta. O exemplo a seguir exemplica um Balancete de Vericao que

    contm uma rea para registro da movimentao do perodo.

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    434. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    ABC S.A.

    Balancete de Vericao em 31/01/2012

    Contas

    Balancete Anterior Movimentao do perodo Balancete Atual

    SaldosDbito Crdito

    Saldos Atuais

    Dbito Crdito Dbito Crdito

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Exerccio 1

    Trs amigos resolveram constituir uma empresa comercial em 01/03/2012 denominada

    de Compras Espertas S.A.

    O estatuto da empresa foi elaborado no dia de sua constituio, tendo como

    Capital Social $ 500.000. Foram integralizados, em dinheiro, 40% do Capital

    Social.

    As operaes no ms de maro foram as seguintes:

    1. Compra de um edifcio no dia 02/03 para ser a sede da empresa por $100.000, sendo 60% vista e o restante a prazo dividido em duas parcelas

    iguais com vencimento para 30/03/2012 e 01/05/2012.

    2. No dia 03/03, houve uma compra de mesas e cadeiras no valor de $ 3.000

    e computadores no valor de $ 5.000 por meio do aceite de uma duplicata.

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    44 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    3. No dia 05/03, a empresa abriu uma conta no Banco W, sendo depositado o

    valor de $ 30.000 que estava no Caixa.

    4. Em 10/03, houve compras de mercadorias por $ 1.000 por meio do cheque

    n 001.

    5. Compras de materiais de escritrio, vista, por $ 500 no dia 12/03.

    6. Em 16/03, os scios decidiram integralizar em dinheiro mais 20% do Capital

    Subscrito.

    7. No dia 20/03, a empresa solicitou um emprstimo ao Banco W no valor de

    $ 50.000, depositado na conta da empresa, sem Despesas e juros, a serem

    pagos em 10 vezes iguais.

    8. Em 25/03, houve uma compra de veculo por meio do cheque n 002 no

    valor de $ 20.000.

    9. No dia 30/03, a empresa pagou a duplicata vencimento 30/03/2012 referente

    compra do dia 02/03.

    10. No dia 31/03, houve uma compra de novas instalaes para o prdio na

    importncia de $10.000 a prazo.

    Pede-se:

    Registrar todas as operaes no Livro Dirio;

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    454. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Registrar tambm as operaes no Razo (utilizar os razonetes em T);

    Elaborar o Balancete de Vericao do ms de maro de 2012 contendo o saldo inicial,

    as colunas das movimentaes do ms e o saldo nal.

    Soluo do Exerccio 1

    Lanamentos no Dirio

    1. Braslia, 1 maro de 2012 $

    Acionistas a Capital Social

    (histrico) __________________ 500.000

    1.1. Braslia, 1 maro de 2012 Caixa

    a Acionistas c/ Capital(histrico) __________________ 200.000

    2. Braslia, 2 de maro de 2012 Imveis

    a Diversos a Caixa 60.000

    a Duplicatas a Pagar 40.000(histrico) __________________ 100.000

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    46 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    3. Braslia, 3 de maro de 2012 Diversos

    Mveis e Utenslios 3.000 Mquinas e Equipamentos 5.000

    a Caixa (histrico) __________________ 8.000

    4. Braslia, 5 de maro de 2012 Banco c/ Movimento

    a Caixa (histrico) __________________ 30.000

    5. Braslia, 10 de maro de 2012

    Estoque de Mercadorias a Banco c/ Movimento

    (histrico) __________________ 1.000

    6. Braslia, 12 de maro de 2012

    Materiais de Escritrio a Caixa

    (histrico) __________________ 500

    7. Braslia, 16 de maro de 2012 Caixa

    a Acionistas c/ Capital

    (histrico) __________________ 100.000

    8. Braslia, 20 de maro de 2012

    Banco c/ Movimento a Emprstimos a Pagar

    (histrico) __________________ 50.000

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    474. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    9. Braslia, 25 de maro de 2012

    Veculos a Banco c/ Movimento

    (histrico) __________________ 20.000

    10. Braslia, 30 de maro de 2012 Duplicatas a Pagar

    a Caixa(histrico) __________________ 20.000

    11. Braslia, 31 de maro de 2012 Instalaes

    a Duplicatas a Pagar (histrico) __________________ 10.000

    Observao:

    Para facilitar o aprendizado do mtodo das partidas dobradas e a apresentao,

    foram omitidos os histricos das operaes bem como os centavos.

    Razo

    Para facilitar a organizao ao lanar as operaes no Razo, iremos registrar as

    contas de acordo com o seu grupo pertencente, ou seja, os razonetes sero alocados

    conforme o grupo ao qual pertenam (Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido).

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    48 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Ativo

    Caixa Edifcio

    (1.1) 200.000 60.000 (2) (2) 100.000

    (7) 100.000 30.000 (4)

    500 (6)

    20.000 (10)

    189.500 = Saldo

    Mveis e Utenslios Mquinas e Equipamentos

    (3) 3.000 (3) 5.000

    Banco c/ Movimento Estoque

    (4) 30.000 1.000 (5) (5) 1.000

    (8) 50.000 20.000 (9)

    59.000 = Saldo

    Material de Escritrio Veculos

    (6) 500 (9) 20.000

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    494. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Instalaes

    (11) 10.000

    Passivo

    Duplicatas a Pagar Emprstimo a Pagar

    (10) 20.000 40.000 (2) 50.000 (8)

    8.000 (3)

    10.000 (11)

    Saldo = 38.000

    Patrimnio Lquido

    Capital Social Acionistas c/ Capital

    500.000 (1) (1) 500.000 200.000 (1.1)

    100.000 (7)

    200.000 = Saldo

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    50 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    Entendendo os lanamentos:

    1 lanamento: dia 01/03/2012, ocorreu a constituio da empresa e no seu

    estatuto/contrato social houve a subscrio (ato que autoriza e conrma a formao do

    Capital Social por parte dos scios ou do proprietrio) do Capital Social no valor de $

    500.000. Deste modo, houve o registro do valor do Capital Social da empresa e a fonte

    que ir aporta esse valor, no caso os acionistas. Sendo assim, o registro foi a dbito

    na conta Acionistas c/ Capital e crdito na conta Capital Social $ 500.000. Entretanto,

    a conrmao de que os scios iro disponibilizar na empresa o valor registrado, no

    obriga que esse valor seja entregue imediatamente aps o registro. Devido a isso, os

    scios resolveram integralizar (entregar) apenas 40% do Capital Subscrito. Portanto,

    os scios disponibilizaram no Caixa (j que a integralizao foi em dinheiro) 40% dos

    $ 500.000, correspondendo assim aos $ 200.000 registrados a dbito no Caixa e a

    crdito na conta Acionistas c/ Capital.

    2 lanamento:a compra de um edifcio por $ 100.000, sendo 60% vista e

    o restante a prazo dividido em duas parcelas iguais com vencimento para 30/03/2012

    e 01/05/2012. Como o edifcio um Ativo por representar um bem para empresa,

    o registro ser a dbito, pois toda vez que aumentamos o valor de qualquer conta

    do Ativo, esse registro ser a dbito. Observando esse caso, no tnhamos nenhum

    valor na conta Edifcios e agora com a compra temos o valor de $ 100.000, portanto,

    aumentamos o valor da conta Edifcios que pertence ao grupo do Ativo, e toda vez

    que aumentamos o Ativo, ns devemos debitar o valor. Para comprar o Ativo, teremos

    que efetuar o pagamento, este foi feito 60% vista, portanto, $ 60.000 saiu do Caixa,

    diminuindo o Ativo, e toda vez que reduzimos o valor de qualquer conta no Ativo,

    devemos creditar o valor. Ento, os $ 60.000 foram creditados no Caixa. Os outros 40%

    foram dividido em duas parcelas que ainda sero pagas, gerando uma obrigao para a

    empresa e toda obrigao est registrada no Passivo. Porm toda vez que aumentamos

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    514. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    o Passivo, devemos creditar o valor. Com isso, foi registrado um crdito de $ 40.000

    na conta Duplicatas a Pagar, reconhecendo assim que a empresa tem uma dvida de $

    40.000 que ainda ser quitada. Observe que temos um dbito para dois crditos, mas

    o total do dbito sempre ter que dar igual ao total dos crditos, pois representam o

    mtodo das partidas dobradas.

    3 lanamento: compra de mesas e cadeiras no valor de $ 3.000 e computadores

    no valor de $ 5.000 por meio do aceite de uma duplicata. Ento, foi registrado o dbito

    $ 3.000 no Ativo, pois houve um aumento devido entrada das mesas e das cadeiras

    que representam bens da empresa e um crdito de igual valor na conta duplicatas a

    pagar, j que a compra no foi vista. Houve tambm um dbito de $ 5.000 na conta

    Mquinas e Equipamentos e um crdito de $ 8.000 na conta Duplicatas a Pagar devido

    compra de mesas, cadeiras e computadores.

    4 lanamento:a empresa abriu uma conta no Banco W, sendo depositado ovalor de $ 30.000 que estava no Caixa. Ento, a conta Banco tinha zero de saldo e

    agora tem $ 30.000, e seu registro foi feito a dbito de $ 30.000 na conta Banco c/

    Movimento devido ao dinheiro depositado na conta representar um bem, portanto,

    um Ativo. Toda vez que qualquer conta de Ativo aumenta, o valor dever ser debitado

    e creditado na conta Caixa porque tiramos dinheiro do Caixa para depositar no Banco,

    sendo assim diminumos o Caixa, e sempre que reduzimos qualquer conta do Ativo,

    ns creditamos.

    5 lanamento:compras de mercadorias por $ 1.000 por meio do cheque n001. Ao registrar a mercadoria, estamos aumentando a conta Estoque do grupo do

    Ativo, por isso debitamos o valor de $ 1.000 no Estoque e creditamos igual valor no

    Banco, pois passamos um cheque para pagar esse compra. Deste modo, reduzimos o

    saldo da conta Banco c/ Movimento que do Ativo.

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    52 4. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    6 lanamento: compras de materiais de escritrio, vista, por $ 500. Ao

    registrar os Materiais de Escritrio, que so bens da empresa, estamos aumentando o

    Ativo, por isso debitamos o valor de $ 500 na conta materiais de escritrio e creditamos

    igual valor no Caixa, pois retiramos dinheiro para pagar essa compra.Deste modo,

    reduzimos o saldo da conta Caixa que do Ativo.

    7 lanamento: os scios decidiram integralizar em dinheiro mais 20% do

    Capital Subscrito. Similar ao lanamento 1.1, porm, neste lanamento, o valor foi

    apenas de $ 100.000.

    8 lanamento: a empresa solicitou um emprstimo no valor de $ 50.000,

    depositado na conta da empresa, sem Despesas e juros, a serem pagos em dez vezes

    iguais. Como houve a contratao de um emprstimo, o valor solicitado foi debitado na

    conta Banco c/ Movimento da empresa e ao receber esse valor, foi gerada uma dvida,

    uma obrigao, portanto, um Passivo referente ao emprstimo que ter que ser pago.Deste modo, o crdito foi na conta Emprstimo.

    9 lanamento:houve uma compra de veculo atravs do cheque n 002 no valor

    de $ 20.000. O dbito foi na conta Veculos por este representar um bem, portanto, um

    Ativo para a empresa e toda vez que aumentamos qualquer conta do Ativo, devemos

    debitar a respectiva conta. O crdito foi na conta Banco c/ Movimento porque o pagamento

    foi realizado por meio de cheque e porque foi reduzida da conta de Ativo.

    10 lanamento:a empresa pagou a duplicata referente compra do dia 02/03.Como houve pagamento, debitou-se a conta Duplicatas a Pagar que est no Passivo, j que

    toda vez que reduzimos Passivo, devemos debit-lo. Para pagar a conta, a empresa precisou

    retirar dinheiro que estava no seu Caixa, diminuindo com isso o seu saldo, e como toda vez

    que reduzimos o valor de qualquer conta do Ativo, devemos creditar. O valor lanado foi o

    referente a 1 parcela no valor de $ 20.000 com vencimento para 30/03/2012.

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    534. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E OS PROCEDIMENTOS CONTBEIS

    EXERCCIOS DE FIXAO

    11 lanamento: houve uma compra de novas instalaes para o prdio na

    importncia de $10.000 a prazo. Se houve uma compra de um bem, o Ativo aumentou.

    Devido a isso, devemos debitar na conta do bem Instalaes e creditar no Passivo, j

    que foi gerada uma dvida que ainda ser paga no futuro atravs de duplicatas a pagar.

    Aps os lanamentos nos razonetes, as contas foram registradas no Balancete

    de Vericao, o qual apresentou a movimentao do perodo em cada conta e seus

    respectivos saldos.

    Compras Espertas S.A.

    Balancete de Vericao em 31/03/2012

    Contas

    Movimentao do perodo Balancete Atual

    Dbito CrditoSaldos Atuais

    Dbito Crdito

    Caixa 300.000 110.500 189.500

    Banco c/ Movmento 80.000 21.000 59.000

    Estoque 1.000 1.000

    Materiais de Escritrio 500 500

    Edifcio 100.000 100.000

    Instalaes 10.000 10.000

    Mveis e utenslios 3.000 3.000

    Veculos 20.000 20.000

    Mquinas e Equipamentos 5.000 5.000

    Capital Social 500.000 500.000

    Acionistas com Capital 500.000 300.000 200.000

    Duplicatas a Pagar 20.000 58.000 38.000

    Emprstimos a Pagar 50.000 50.000

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    555. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    5.ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    As principais causas que fazem o Patrimnio Lquido variar so:

    o aporte inicial de capital realizado na entidade ou os desinvestimentos quereduziro o capital da entidade;

    o resultado obtido do confronto entre as Receitas e as Despesas de umdeterminado Perodo Contbil.

    Neste captulo estudaremos as Receitas, as Despesas e o resultado gerado, pois o

    investimento inicial de capital j foi discutido nos captulos anteriores.

    5.1 Receitas, Despesas e Resultado

    5.1.1 Receitas

    Caracteriza-se como Receita toda a entrada de elementos para o Ativo, seja sob a

    forma de dinheiro ou de direitos a receber. Normalmente, as Receitas so oriundas de uma

    venda de mercadorias, de produtos ou de prestao de servios8, mas h tambm Receitas

    geradas devido aos juros sobre ttulos, depsitos bancrios, aluguis, entre outros motivos.

    Exemplo de gerao de uma Receita: Uma determinada empresa efetuou uma venda

    de mercadorias vista no valor de $ 1.000,00.

    No exemplo, podemos observar que a venda gera um recebimento de $ 1.000,00 que

    ser registrado no Caixa ou no Banco da empresa por ser vista a venda. Deste modo, h

    entrada de elemento sob forma de dinheiro para o Ativo, j que Caixa e Banco so contas

    do Ativo. Portanto, os lanamentos da venda nos razonetes seriam:

    8 IUDCCIBUS, Srgio de (Coord.). Contabilidade Introdutria. Atlas, 2010, p. 65.

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    56 5. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    Caixa Receita com vendas

    (1) 1.000 1.000(1)

    0 0

    Se a venda for realizada a prazo, o cliente da empresa estaria devendo. Deste modo,

    a entidade teria um direito a receber. Sendo assim, teramos os seguintes lanamentos:

    Clientes Receita com vendas

    (1) 1.000 1.000(1)

    Uma Receita tambm pode ocorrer devido a reduo de um Passivo, por exemplo,

    se a entidade estiver devendo ao seu fornecedor $ 2.000,00 e esse fornecedor aceitarliquidar a dvida por $ 1.700,00, essa diferena de $ 300,00 que a empresa no pagou seria

    registrada no grupo de Receitas.

    Portanto, a gerao de uma Receita, qualquer que seja o motivo, ir resultar em um

    aumento do Patrimnio Lquido.

    Em regra geral, todas Receitas so creditadas, salvo algumas excees.

    5.1.2 Despesas

    Denomina-se Despesa o consumo de bens ou servios, que direta ou indiretamente,

    ajuda a produzir Receita9. Deste modo, uma Despesa realizada com intuito de gerar uma

    Receita, seja por meio da reduo do Ativo, seja pelo aumento do Passivo. Exemplo: Despesa

    9 IUDCCIBUS, Srgio de (Coord.). Contabilidade Introdutria. Atlas, 2010, p. 65.

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    575. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    com luz, gua e funcionrios representam o consumo de bens e servios que sem estes umaReceita de venda de mercadoria de uma empresa comercial no poderia ser gerada.

    Em regra geral, todas as Despesas so debitadas, salvo algumas excees.

    5.1.3 Resultado

    O confronto entre Receitas e Despesas ir gerar um Resultado, sendo positivo se

    as Receitas forem maiores que as Despesas, o que formar um Lucro. Se o resultado do

    confronto entre as Receitas e as Despesas for negativo, teremos um Prejuzo.

    O Lucro afetar o Patrimnio Lquido aumentando-o, enquanto o Prejuzo ir diminu-lo.

    5.1.4 Receitas, Despesas e seus reexos no Patrimnio Lquido

    O Patrimnio Lquido conter o resultado entre o confronto das Receitas com as

    Despesas e ser aumentado quando o resultado for um lanamento a crdito, j que sua

    natureza creditcia. Portanto, aumentar quando o resultado for um Lucro (Receitas maioresque Despesas), pois haver mais valores de Receitas a crdito do que Despesas a dbito.

    5.1.5 Perodo Contbil

    O Princpio da Continuidade dene que a entidade operar por tempo indeterminado.

    Entretanto, para conhecer o resultado exato que uma empresa gerou em sua vida, ser

    necessrio o encerramento de suas atividades para que seja apurado todo seu Ativo e Passivo.

    A diferena entre o Ativo e Passivo de uma empresa gera o seu Patrimnio Lquido,que ao comparado com o Patrimnio Lquido inicial produzir o resultado durante a vida da

    entidade. Porm, obter a informao do resultado gerado pela entidade no seu encerramento

    intempestivo, pois as informaes devem ser fornecidas regularmente em intervalos

    denidos pela instituio, como a cada ms, bimestralmente, semestralmente, entre outros,

    para que haja formao de informaes mais oportunas e para que a administrao da

    entidade possa tomar as decises mais adequadas e sane as exigncias legais.

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    58 5. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    Legalmente, a instituio dever apresentar o seu resultado aos seus usurios nomnimo uma vez ao ano.

    Quando o espao de tempo escolhido, denominado de Perodo Contbil, for de um

    ano, pode-se intitul-lo de Exerccio Social.

    5.1.6 Encerramento das contas de Despesas e Receitas

    O resultado de uma empresa gerado pelo confronto entre Despesas e Receitas,

    podendo ser um resultado positivo (Lucro) ou negativo (Prejuzo). Esse resultado ser

    apurado na conta Resultado ou na ARE (Apurao do Resultado do Exerccio).

    A conta ARE receber todas as Despesas e as Receitas do Perodo Contbil analisado.

    As transferncias dessas contas para ARE devero respeitar a natureza de cada conta, ou

    seja, como as contas de Despesas so a dbito, ao transfer-la para ARE, devemos preservar

    sua natureza debitando-a na referida conta. J as contas de Receitas possuem natureza a

    crdito, portanto, ao transfer-la, devemos credit-la na ARE para que sua natureza seja

    respeitada. Entretanto, como a Contabilidade realiza seus lanamentos pelo mtodo das

    partidas dobradas, ao transferir as Despesas debitando-as na ARE, devemos creditar a

    Despesa, zerando e encerrando-a, procedendo assim no mtodo das partidas dobradas.

    As Receitas so encerradas de modo similar as Despesas. Como transferimos a Receita a

    crdito na ARE, devemos encerr-la a dbito. O caso a seguir exemplica o encerramento

    das contas de Despesas e Receitas.

    A empresa MTT Ltda detm um saldo de $ 20.000 em seu Caixa e $ 20.000 no

    seu Capital Social. Efetuou uma compra de mercadorias, vista, no valor de $10.000, um

    pagamento de Despesa com energia no valor de $ 500, um pagamento de telefone no valor

    de $ 300 e uma venda de mercadorias vista no valor de $ 8.000. O valor do Custo da

    Mercadoria Vendida foi de $ 5.000.

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    595. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    Ativo

    Caixa Estoque

    (1) 20.000 10.000 (2) (2) 10.000 5.000 (6)

    (5) 8.000 500 (3)

    300 (4)

    Patrimnio Lquido

    Capital SocialLucros ou Prejuzos

    Acumulados

    20.000 (1) 2.200 (c)

    Receita

    Receita com vendas

    (b) 8.000 8.000 (5)

    DespesaDespesa com Energia Despesa com Telefone

    (3) 500 500 (a) (4) 300 300 (a)

    CMV

    (6) 5.000 5.000 (a)

    receita

    despesas

    ARE

    (a) 500 8.000 (b)

    (a) 300

    (a) 5.000

    5.800 8.000

    (c) 2.200 2.200

    Resultado

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    60 5. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    Entendendo o lanamento:

    1. Houve, anteriormente, uma integralizao de capital, em dinheiro, no valor de $

    20.000, ento, debitou-se no Caixa por causa da entrada do dinheiro no Ativo, aumentando

    desse modo o Ativo, e creditou-se o Capital Social devido ao aumento do Patrimnio Lquido.

    2. A compra de mercadorias acarretou em aumento do Ativo, portanto, foi debitado

    $ 10.000 no Estoque, pois essa conta pertence ao Ativo e toda vez que se aumenta qualquer

    conta do Ativo, debita-se. O credito foi no Caixa, pois o pagamento foi realizado vista, em

    dinheiro. Deste modo, o crdito no Caixa representa a sada do numerrio que por sua vezreduz a conta Caixa e toda vez que reduzimos conta do Ativo, devemos credit-la.

    3. Ao pagar a energia, debita-se a conta Despesa com energia, por possuir o fator

    gerador que o uso da energia, e o Caixa creditado em $ 500 pela sada do dinheiro.

    4. Ao pagar o telefone, debita-se a conta Despesa com telefone, por possuir o fator

    gerador que o uso do telefone e foi creditado o Caixa em $ 300 pela sada do dinheiro.

    5. A venda de mercadoria foi vista, sendo assim, o Caixa foi debitado em $ 8.000 pelorecebimento do dinheiro e consequente aumento do Ativo e foi creditada a conta de Receita

    com vendas por seu fator gerador ter ocorrido, que foi a venda, tendo o resultado uma Receita.

    6. Observe que ao realizar a venda e a instituio receber o dinheiro da mercadoria vendida,

    a empresa ter que entregar a mercadoria que estava estocada ao comprador e para isso, debita-

    se o Custo da Mercadoria Vendida (CMV), reconhecendo com isso o custo da mercadoria que

    inicialmente foi comprada e estocada at ser vendida ao cliente. A conta Estoque foi creditada,

    pois para entregar a mercadoria ao cliente, necessrio dar baixa no Estoque, reconhecendo a

    sada da mercadoria do Estoque para ser entregue ao comprador.

    (a) e (b) A apurao do resultado do exerccio realizada ao confrontar todas as Despesas

    com todas as Receitas ao nal do Perodo Contbil escolhido. Porm, para existir o confronto,

    as Despesas e as Receitas devero estar no mesmo razonete e para isso ocorrer preciso que

    as contas sejam transferidas para a ARE, respeitando suas respectivas naturezas. Portanto, as

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    615. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    contas de Despesas que so a dbito devero ser transferidas a dbito para a ARE, mas parahaver um debito na ARE preciso haver um credito na respectiva conta de Despesa, zerando,

    encerrando-a e transferindo esse saldo para a ARE. O encerramento das contas representado

    pelos dois traos diagonais no nal do razonete. A conta de Receita debitada, zerada e

    encerrada e depois transferida a crdito para a ARE.

    Alguns estudantes podem questionar a importncia de encerrar as contas de Despesa e

    Receita zerando-as. Observe o seguinte exemplo para compreender a relevncia de se debitar

    a Receita e creditar a ARE e no apenas creditar a ARE.

    Exemplo: suponhamos que voc possui $ 100 em sua carteira (que seria analogicamente

    semelhante a conta Caixa) e que voc decide depositar esse dinheiro na sua conta corrente

    do banco. Ento voc ir retirar o dinheiro da carteira e transfer-lo para o banco, deixando

    a carteira sem nenhum dinheiro (zerando), entretanto deixando o banco com $ 100.

    Portanto, muito importante que ao transferir saldos das Despesas e das Receitas

    para a ARE, voc no se esquea de encerrar as contas, debitando as Receitas e creditando

    as Despesas quando transferi-las.

    (c) Aps Apurar o Resultado do Exerccio, o valor encontrado dever ser transferido para

    a conta Lucros ou Prejuzos Acumulados que ca no Patrimnio Lquido, j que a conta ARE

    uma conta transitria que serve apenas para apurar se naquele Perodo Contbil escolhido

    houve Lucro ou prejuzo. Depois de obtido e transferido o resultado, a conta ARE dever ser

    zerada e encerrada, similar ao que foi realizado nas contas de Despesas e Receitas.

    5.1.7 Distribuio dos Resultados

    Anteriormente, vimos que o resultado apurado aps as transferncias das Despesas

    a dbito e das Receitas a crdito na ARE. Obtido o resultado, o lucro ou o prejuzo ser

    transferido para a conta Lucros ou Prejuzos Acumulados.

    Se houver lucro, esse resultado registrado a crdito na conta Lucros ou Prejuzos

    Acumulados poder ser distribudo em outras contas do Patrimnio Lquido e do Passivo.

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    62 5. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    Havendo prejuzo, esse resultado registrado a dbito na conta Lucros ou PrejuzosAcumulados no poder ser distribudo. E esse saldo devedor dever ser evidenciado no

    Balano Patrimonial, conforme a forma abaixo:

    XYZ S.A.

    Em $ mil

    Ativo Passivo

    Caixa

    Estoque

    Imvel

    Mquinas e equipamentos

    42.000

    8.000

    100.000

    10.000

    Ttulos a pagar

    Financiamento

    20.000

    100.000Patrimnio Lquido

    Capital Social

    Prejuzo Acumulado

    50.000

    (10.000)

    TOTAL 160.000 TOTAL 160.000

    5.1.8 Demonstrao do resultado do exerccio

    A ARE serve apenas para apurar o resultado, sendo necessrio a evidenciao de como se deuo Lucro ou o Prejuzo obtido no perodo analisado. Essa evidenciao realizada pela Demonstrao

    do Resultado do Exerccio (DRE) que ir detalhar todas as contas de Receitas e Despesas, de acordo

    com o critrio de classicao, at a formao doLucro ou do Prejuzo do Exerccio.

    A DRE possui um cabealho que dever conter, nesta ordem:

    o nome da empresa;

    o nome da demonstrao que est sendo evidenciada; e o Perodo Contbil analisado.

    A Demonstrao do Resultado do Exerccio deve ser realizada periodicamente para auxiliar,

    principalmente, na administrao gerencial da entidade durante as tomadas de deciso.

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    64 5. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    02/05 Compra de 50 computadores no valor de $ 1.000,00 cada, a prazo.

    05/05 Compra de peas para reparos que sero consumidas no ms de maio nasprestaes de servios no valor de $ 10.000,00 a prazo.

    06/05 Compra de mveis e utenslios por $ 4.000,00 vista

    11/05 Compra de um veculo para ser utilizado na locomoo para a prestao de

    servio no valor de $ 20.000,00 nanciado em 6 meses.

    14/05 Venda de 40 computadores no valor de $ 1.600,00 cada, a prazo, ao Cliente.

    O CMV foi de $ 40.000,00.

    22/05 Pagamento da conta de gua no valor de $ 1.000,00 vista.

    23/05 Compra de 10 computadores no valor de $1.200,00 cada, vista.

    25/05 Pagamento de Despesa com energia no valor de $ 2.000,00 vista.

    26/05 Venda, vista, dos computadores que foram comprados no dia 23/05 novalor de $ 18.000,00. O CMV foi de $ 12.000,00.

    30/05 Pagamento dos salrios dos empregados no valor de $ 5.000,00 .

    Pede-se:

    Fazer os lanamentos contbeis no Dirio e nos Razonetes .

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    66 5. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    5.1 Braslia, 14 de maio de 2012

    D CMV

    C Estoque

    (histrico) __________________ 40.000

    6. Braslia, 22 de maio de 2012 D Despesa com gua

    C - Caixa

    (histrico) __________________ 1.000

    7. Braslia, 23 de maio de 2012

    D - Estoque

    C - Caixa

    (histrico) __________________ 12.000

    8. Braslia, 25 de maio de 2012

    D Despesa com energia

    C - Caixa

    (histrico) __________________ 2.000

    9. Braslia, 26 de maio de 2012

    D - Caixa

    C Receita com vendas

    (histrico) __________________ 18.000

    9.1 Braslia, 26 de maio de 2012

    D CMV

    C Estoque

    (histrico) __________________ 12.000

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    675. ESTUDO DAS VARIAES DO PATRIMNIO LQUIDO

    EXERCCIOS DE FIXAO

    10. Braslia, 28 de maio de 2012

    D Despesas com salrios

    C - Caixa

    (histrico) __________________ 5.000

    Observao:

    Para facilitar o aprendizado do mtodo das partidas dobradas e a apresentao,

    nos lanamentos, foram utilizados o D para contas debitadas e o C para contas

    creditadas. Os histricos das operaes foram omitidos bem como os centavos.

    Razo

    Para facilitar a organizao ao l