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Programação Científica e Taxas de Adesão - PÁG. 78
| 5OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):5
Editorial
R enovando os seus sonhos, realizações e empreendimentos, a nova e moderna SPO, agora localizada na Rua Tumiaru, no Ibirapuera, volta suas atenções para um novo período - Ano 2008 - da publicação da pioneira, tradicional e histórica revista OrtodontiaSPO.O emérito professor Julio Wilson Vigorito, após uma etapa na diretiva do órgão científico, social e associativo da SPO, por fatores pessoais, solicitou afastamento da importante e digna posição. Foi, na verdade, um tempo e espaço muito bom, como contribuição evolutiva da ciência e arte de Angle e Korkhaus para a comunidade odontológica.Por designação absoluta e unânime, a diretoria da entidade es-pecializada bandeirante optou por indicar os professores Flávio Cotrim-Ferreira e Eduardo Sakai para, respectivamente, assumi-rem os cargos e encargos de Editor Científico e Editor Associado. Dentro das normas que regem a publicação de uma revista, aos moldes da SPO, não mais existe a categoria de Diretor Científico, razão da trajetória determinada.
Foram escolhas conscientes, com muita energia e horizonte firme para a continuidade de um grande universo para as especialidades de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. O professor Flávio Cotrim-Ferreira é mestre e doutor em Ortodontia pela Universidade de São Paulo - USP, e o professor Eduardo Sakai é doutor pela Universidade de Campinas - Unicamp.No esquema, a SPO continua na estrada escolhida desde a sua fundação, há 49 anos, pois, com categoria insofismável, com seu destino precioso e obstinado, com seus dirigentes em patamar e padrão excelentes, não descuidará, em hipótese alguma, da im-portância e da sobrevivência do periódico que, editado pela VM Comunicações, produzirá páginas enriquecidas com produções científicas práticas e de alcance clínico para os leitores.Os acervos bibliotecários continuarão recebendo as luzes traduzidas em ciência e arte para servir o cirurgião-dentista, ávido de meios de comunicação valorosos. Alcance o segredo do sucesso sentindo de perto a grandeza incomensurável da revista OrtodontiaSPO, repleta de sabedoria, conhecimento profundo, ética e dignidade.
Boa leitura!
SONHAR, REALIZAR E EMPREENDER
Jairo CorrêaPresidente da SPO
Flávio CotrimEditor Científico
6 | OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):6-7
33
5
11
Capa:Congresso Brasileiro
de Ortodontia
Qualis Nacional B - OdontologiaIndexação:BBO - Bibliografi a Brasileira de OdontologiaLILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da SaúdeISSN 0030-5944
EditorialSonhar, realizar e empreender ................................................................................. 5
Ortopesquisa• Estudo comparativo das forças geradas por alças ortodônticas
Comparative study of forces delivered by orthodontic loops (Eliane Cecilio, Jorge
Abrão, Marilene Morelli Serna, Jesualdo Luiz Rossi) ...........................................11
• Avaliação comparativa entre o desconforto causado pelo aparelho fi xo lingual e
o labial
Discomfort caused by lingual orthodontic appliance bonding versus labial (Maria
Christina de Souza Galvão, Liliana Ávila Maltagliati, Eduardo Kazuo Sannomiya,
Silvana Bommarito) ...............................................................................................19
Ortoclínica• Correção de má-oclusão de Classe II, Divisão 1, com mordida aberta anterior,
utilizando-se aparelho de protração mandibular (APM)
Correction of Class II, Division 1, malocclusion with anterior open bite by using
mandibular proctraction appliances (Benedito Viana Freitas, Pedro Cesar F. dos
Santos) ....................................................................................................................27
Ortodivulgação• Hiperplasia gengival em pacientes sob tratamento ortodôntico - Indicações tera-
pêuticas
Gingival hyperplasia in orthodontic patients - Therapeutic indications (Irineu
Gregnanin Pedron, Anna Carolina Ratto Tempestini Horliana, Ricardo Fidos Horliana,
Arlindo Aburad, Isabel Peixoto Tortamano) ...............................................................33
27
| 7OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):6-7
ÍND
ICE
/IN
DE
X• Estética no tratamento ortodôntico do início à contenção
Aethestic orthodontic treatment from the begining to the retention (Luiz Gonzaga
Gandini Júnior, André da Costa Monini, Márcia Regina Elisa Aparecida Schiavon
Gandini, Luiz Guilherme Martins Maia) ...............................................................38
• Órgãos linfóides do trato respiratório superior: desenvolvimento normal, altera-
ções e influências funcionais
Lymphocyte organs of the upper respiratory tract: Normal development, altera-
tions and functional influences (Luiz Guilherme Martins Maia, André da Costa
Monini, Ary dos Santos Pinto, Ana Maria Minarelli Gaspar, Paulo Domingos André
Bolini)............................................................................................................... 47
• Aparelho disjuntor fusionado, uma nova visão da disjunção palatina
Fusioned disjunctor appliance, the new vistas of palatal disjunction (Renato Castro
de Almeida, Maria Helena Castro de Almeida)..........................................................55
Ortoinformação• Ortoreview
Resumo de artigos..................................................................................................60
• Ortodontia & Estética
Modernos métodos de Radiologia e Imaginologia para uso ortodôntico...............62
• Ortodontia Multidisciplinar
Biocompatibilidade em Odontologia - Parte I .......................................................72
• Ortodontia Virtual
Modelos digitais em 3D uma realidade inadiável ..................................................76
• Eventos
Orto2008-SPO: um evento para ficar na memória .................................................78
• Normas de Publicação .........................................................................................81
60
8 | OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):8-9
EDITOR CIENTÍFICO: Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira
EDITOR ASSOCIADO: Prof. Dr. Eduardo Sakai
EDITORES DE CADERNOS ESPECIAIS:
Ortoinformação: Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira •
Ortoreview: Profa. Dra. Gladys Cristina Dominguez • Orto-
tecnologia: Prof. Dr. Moacyr Menéndez • Ortoserviços: Prof.
Ricardo Fidos Horliana • Conselho editorial: Prof. Dr. José
Rino Neto, Prof. Dr. João Batista de Paiva, Prof. Dr. André
Tortamano, Profa. Dra. Solange Mongelli de Fantini • Relato-
res: Profa. Dra. Gladys Cristina Dominguez, Prof. Dr. Flávio
Augusto Cotrim-Ferreira
CONSELHO CIENTÍFICO - Membros internacionais: Argentina:
Prof. Dr. José Carlos Elgoyhen, Prof. Dr. Miguel Angelo Cac-
cione • Bolívia: Prof. Dr. Guillermo Aranda • Chile: Prof. Dr.
Jayme Koiffman, Profa. Dra. Anka Sapunar • Colômbia: Prof.
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Prof. Dr. Patrício Moralez • EUA: Prof. Dr. Richard Kulbersh,
Prof. Dr. Richard P. McLaughlin, Prof. Dr. Valmy Pamgrazio-
Kulbersh • Itália: Prof. Dr. Santiago Isaza, Prof. Dr. Rafaele
Schiavoni • Japão: Prof. Dr. Fujio Miura • Letônia: Profa. Dra.
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(Maceió) • BA: Prof. Dr. Julio Cesar Motta Pereira (Feira de
Santana) • CE: Prof. Dr. Pedro César Fernandes dos Santos
(Fortaleza) • MA: Prof. Dr. Benedito Viana Freitas (São Luís)
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Profa. Dra. Tereza Cristina R. da Cunha (Pouso Alegre) • MS:
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PE: Prof. Dr. Luiz Garcia da Silva (Caruaru) • PR: Prof. Dr.
Tieo Takahashi (Londrina) • RJ: Prof. Dr. Antonio Rego de
Almeida (Rio de Janeiro), Prof. Dr. Paulo Cesar de Lyra Braga
(Rio de Janeiro), Prof. Dr. Roberto Schirmer Wilhelm (Rio de
Janeiro) • RN: Prof. Dr. Rildo Medeiros Matoso (Natal) • RS:
A revista OrtodontiaSPO é editada e produzida pela VM Comunicações.Diretor: Haroldo J. Vieira([email protected])• Jornalista responsável:Laelya Longo - MTb 30.179 ([email protected])• Editora assistente:
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Bidegain Pereira (Uruguaiana), Prof. Dr. Djalma Roque Woi-
tchunas (Passo Fundo), Prof. Dr. Luiz Eduardo Schroeder de
Lima (Cruz Alta), Prof. Dr. Wilmar Antônio Ferrazzo (Santa
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(São Paulo), Prof. Dr. Jorge Abrão (São Paulo), Prof. Dr. José
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tonio Barbosa (Jundiaí), Prof. Dr. Leopoldino Capelozza Filho
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EXPEDIENTE
REVISTA ORTODONTIASPO
| 9OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):8-9
SOCIEDADE PAULISTA DE ORTODONTIA
E ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES
Presidente
Dr. Jairo Corrêa
1o Vice-Presidente
Dr. Osny Corrêa
2a Vice-Presidente
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Secretário Geral
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1o Secretário
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Tesoureiro Geral
Dr. Nivan Marton
1o Tesoureiro
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Diretor Social
Dr. Duílio Mandetta
Comissão Científica
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Comissão Fiscal
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Assessoria Presidencial
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Azevedo Corrêa, Profa. Lucy Dalva Lopes, Dr. Mário
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(Fundador - Terceiro Presidente)
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(Quinto Presidente)
Fundador do Boletim da Sociedade Paulista de
Ortodontia
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Fundador da Revista Ortodontia
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| 11OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):11-7
ORTO
PESQ
UISA
ESTUDO COMPARATIVO DAS FORÇAS GERADAS
POR ALÇAS ORTODÔNTICAS
COMPARATIVE STUDY OF FORCES DELIVERED BY ORTHODONTIC LOOPS
ELIANE CECILIO*JORGE ABRÃO**
MARILENE MORELLI SERNA ***JESUALDO LUIZ ROSSI****
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi determinar as forças liberadas por arcos com alças produzidos industrialmente e, ainda, com-
pará-los agrupando-os de forma a isolar uma única variável (geometria, liga metálica e fabricante). Foram utilizados 19 tipos
diferentes de arcos, submetidos a testes de tração. Os resultados demonstraram diferenças estatísticas significativas entre todos
os grupos comparados. A combinação destas variáveis pode determinar incrementos ou decréscimos nas forças liberadas,
julgando-se útil fornecer ao ortodontista um guia de orientação para a escolha do arco adequado.
Unitermos - Alças ortodônticas de retração; Força de ativação; Aço inoxidável; Cromo-Cobalto; Titânio-Molibdênio.
ABSTRACT
This research´s objective was to determine forces delivered by arches with industrially manufactured loops and to compare
them in groups, changing one variable at a time (geometry, metal alloy and manufacturer). Nineteen different types of arches
were submitted to tension tests. Results showed significant statistical differences between groups compared. The combination
of these variables may determine increases or decreases in forces delivered and can be a useful guide for orthodontists when
choosing proper arches.
Key Words - Orthodontic retraction loops; Activation force; Stainless steel; Cromium-Cobalt; Titanium-Molibdenium.
* Mestra e doutora em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.** Professor livre-docente da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.*** Pesquisadora M.Sc. do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Ipen.**** Pesquisador doutor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Ipen.
Trabalho original
Recebido em: ago/2006 - Aprovado em: dez/2007
12 | OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):11-7
CECILIO E • ABRÃO J • SERNA MM • ROSSI JL
INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA
Parte do avanço expressivo das Ciências Biológicas nos
últimos anos deve-se à vasta aplicação das Ciências Físicas
à Biologia. Sobretudo no campo da Ortodontia, a Física, a
Matemática e a Engenharia podem trazer grandes contribui-
ções no que diz respeito ao aperfeiçoamento da aparatologia
e, principalmente, ampliando o conhecimento da biofísica do
movimento dentário3.
Idealmente, os arcos ortodônticos deveriam ser capazes
de mover os dentes por meio de forças leves e contínuas, as
quais poderiam reduzir o potencial de hialinização, reabsorção
e desconforto do paciente13.
Um ótimo sistema de força é importante para uma
resposta biológica adequada do ligamento periodontal, e a
escolha desta força está relacionada à área de superfície da
raiz, diferindo, assim, para cada dente e para cada paciente,
individualmente. Diante da dificuldade de mensurar tensão e
deformação no interior dos tecidos, o conhecimento da área
da superfície radicular e a quantificação das forças aplicadas
aos dentes restam como parâmetros clínicos auxiliares20.
Antigamente, na prática clínica, as forças eram aplicadas
conforme a destreza e o discernimento do ortodontista19;
porém, para o uso correto dos aparelhos ortodônticos é neces-
sário ter total conhecimento dos materiais com que são fabri-
cados e das propriedades físicas e mecânicas desses materiais,
pois estas sofrem alterações sob variadas condições12.
As propriedades mecânicas dos fios ortodônticos são
geralmente determinadas por testes de tração, flexão e tor-
ção e, por serem tipos de solicitações diferentes, devem ser
consideradas independentemente11. Usualmente, a escolha é
feita em função do renome dos fabricantes e o maior grau
de resiliência, sem o conhecimento de resultados de testes
prévios para a comprovação de seu desempenho29. Vários
fatores interferem na força liberada pelos arcos ortodônticos.
A sua rigidez é determinada por dois fatores: o próprio fio
(composição química, processo de conformação e tratamento
térmico, sendo módulo de elasticidade uma propriedade ine-
rente ao material) e o formato (geometria e seção transversal).
Pequenas mudanças na espessura podem produzir grandes
alterações na relação carga-deflexão e a incorporação de alças
aos arcos diminui a taxa carga-deflexão2.
Em Ortodontia, um dos recursos para o fechamento de
espaços após exodontias é a utilização de arcos de retração
com alças. Muitos estudos procuram elucidar os sistemas de
forças gerados por diferentes tipos de alças confeccionadas
com diferentes fios4,6,8,15-16,18,21,23-28. Contudo, como estes arcos
são confeccionados manualmente, a adoção dos parâmetros
biomecânicos fornecidos é duvidosa devido à dificuldade de
reprodução exata.
Desta forma, procurou-se, com o presente estudo, avaliar
experimentalmente e comparar as forças liberadas por dife-
rentes tipos de arcos com alças, disponíveis no mercado, que
apresentam variações na forma e número de alças, espessura
dos fios, ligas metálicas e fabricantes diferentes. Sendo os
arcos produzidos industrialmente, é possível fornecer ao
ortodontista informações mais fidedignas e reprodutíveis de
forma a auxiliá-lo na seleção adequada do arco.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados, nesta pesquisa, 19 tipos de arcos com
alças produzidos com fios de seção retangular com variações
de geometria (espessura, número e forma das alças), tipos de
liga e fabricantes conforme Quadro 1.
As amostras foram submetidas a testes de tração uti-
lizando-se uma máquina para ensaios universais com uma
célula de carga de 50 kgf que permite registrar forças com
precisão de 5 gf.
Foram elaborados gráficos das curvas médias de carga
versus deformação de cada grupo estudado. A partir das cur-
vas médias obtidas, foi elaborada uma tabela que apresenta as
cargas e respectivos desvios-padrões correspondentes a cada
0,5 mm de deformação (Tabela 1).
Para realizar as comparações das características de interes-
se (geometria, fabricante ou material), primeiramente, testou-se
a normalidade de distribuição dos dados por meio do teste de
Kolmogorov-Smirnov e constatou-se que os valores de carga (for-
ça) não possuem distribuição normal. Logo, os grupos estudados
foram comparados utilizando-se testes não paramétricos.
Para realizar comparações entre dois grupos, foram empre-
gados testes de Wilcoxon pareado e, para realizar comparações
entre mais de dois grupos, foi utilizado o teste de Friedman.
Posteriormente, foram utilizadas comparações múltiplas não
paramétricas apropriadas para o tipo de teste. Para todos os
testes foi utilizado o nível de significância de 1%.
RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta as forças médias liberadas (kgf) e
os respectivos desvios-padrões (DP) correspondentes a cada
0,5 mm de deformação. A ocorrência de desvios-padrões
bastante pequenos para as cargas de todos os arcos estudados
| 13OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):11-7
ORTO
PESQ
UISA
CECILIO E • ABRÃO J • SERNA MM • ROSSI JL
GruposAtivação (mm)
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
G1 0,21 ± 0,01 0,43 ± 0,02 0,65 ± 0,03 0,84 ± 0,03 0,99 ± 0,03 1,11 ± 0,03 1,21 ± 0,02 1,29 ± 0,02
G2 0,19 ± 0,01 0,38 ± 0,01 0,57 ± 0,02 0,76 ± 0,02 0,90 ± 0,01 1,02 ± 0,01 1,12 ± 0,01 1,19 ± 0,01
G3 0,27 ± 0,03 0,54 ± 0,04 0,81 ± 0,03 1,05 ± 0,03 1,25 ± 0,03 1,41 ± 0,03 1,54 ± 0,02 1,66 ± 0,02
G4 0,40 ± 0,04 0,78 ± 0,04 1,11 ± 0,04 1,39 ± 0,04 1,61 ± 0,03 1,79 ± 0,03 1,95 ± 0,03 2,09 ± 0,03
G5 0,10 ± 0,02 0,18 ± 0,02 0,27 ± 0,02 0,36 ± 0,02 0,44 ± 0,02 0,51 ± 0,02 0,57 ± 0,02 0,63 ± 0,02
G6 0,16 ± 0,01 0,33 ± 0,00 0,51 ± 0,01 0,69 ± 0,01 0,87 ± 0,02 1,04 ± 0,04 1,19 ± 0,05 1,31 ± 0,05
G7 0,16 ± 0,01 0,32 ± 0,01 0,49 ± 0,01 0,65 ± 0,02 0,80 ± 0,02 0,93 ± 0,02 1,06 ± 0,02 1,17 ± 0,02
G8 0,17 ± 0,01 0,31 ± 0,01 0,46 ± 0,01 0,60 ± 0,01 0,74 ± 0,01 0,87 ± 0,01 0,99 ± 0,01 1,11 ± 0,01
G9 0,20 ± 0,01 0,40 ± 0,01 0,60 ± 0,02 0,80 ± 0,03 0,98 ± 0,03 1,14 ± 0,04 1,29 ± 0,04 1,42 ± 0,04
G10 0,28 ± 0,06 0,49 ± 0,06 0,69 ± 0,05 0,89 ± 0,04 1,07 ± 0,04 1,22 ± 0,03 1,36 ± 0,02 1,47 ± 0,02
G11 0,26 ± 0,03 0,53 ± 0,05 0,79 ± 0,06 1,05 ± 0,06 1,28 ± 0,05 1,49 ± 0,04 1,67 ± 0,04 1,83 ± 0,03
G12 0,27 ± 0,04 0,55 ± 0,03 0,83 ± 0,03 1,08 ± 0,03 1,30 ± 0,02 1,51 ± 0,02 1,69 ± 0,02 1,84 ± 0,02
G13 0,3 ± 0,03 0,56 ± 0,03 0,75 ± 0,03 0,90 ± 0,03 1,04 ± 0,04 1,15 ± 0,03 1,25 ± 0,02 1,33 ± 0,02
G14 0,23 ± 0,03 0,45 ± 0,03 0,68 ± 0,02 0,90 ± 0,02 1,11 ± 0,01 1,30 ± 0,02 1,47 ± 0,02 1,62 ± 0,03
G15 0,12 ± 0,02 0,25 ± 0,03 0,37 ± 0,03 0,49 ± 0,03 0,60 ± 0,02 0,69 ± 0,02 0,77 ± 0,03 0,84 ± 0,03
G16 0,07 ± 0,01 0,13 ± 0,01 0,20 ± 0,01 0,26 ± 0,01 0,33 ± 0,02 0,40 ± 0,02 0,47 ± 0,02 0,54 ± 0,02
G17 0,07 ± 0,00 0,15 ± 0,00 0,23 ± 7.74E-4 0,31 ± 7.74E-4 0,40 ± 0,00 0,48 ± 0,01 0,57 ± 0,01 0,66 ± 0,01
G18 0,08 ± 0,01 0,16 ± 0,01 0,24 ± 0,01 0,31 ± 0,01 0,38 ± 0,01 0,45 ± 0,01 0,51 ± 0,01 0,57 ± 0,01
G19 0,12 ± 0,02 0,21 ± 0,03 0,31 ± 0,03 0,42 ± 0,03 0,51 ± 0,03 0,61 ± 0,03 0,69 ± 0,03 0,77 ± 0,02
TABELA 1 - FORÇAS MÉDIAS (KGF) LIBERADAS EM FUNÇÃO DA QUANTIDADE DE ATIVAÇÃO
Grupo Espessura Forma N0 de Alças Material Fabricante
G1 .016” x .022” Chave 2 Aço Inox A Company
G2 .016” x .022” Chave 2 Aço Inox Ortho Organizers
G3 .017” x .025” Chave 2 Aço Inox Ortho Organizers
G4 .019” x .025” Chave 2 Aço Inox Ortho Organizers
G5 .016” x .022” T1 2 Aço Inox Ortho Organizers
G6 .017” x .025” T2 2 Aço Inox Ortho Organizers
G7 .019” x .025” T1 2 Aço Inox Ortho Organizers
G8 .017” x .025” Dupla Chave 4 Aço Inox Ortho Organizers
G9 .019” x .025” Dupla Chave 4 Aço Inox GAC
G10 .019” x .025” Dupla Chave 4 Aço Inox A Company
G11 .021” x .025” Dupla Chave 4 Aço Inox A Company
G12 .021” x .025” Dupla Chave 4 Aço Inox GAC
G13 .019” x .025” Dupla Chave 4 Elgiloy A Company
G14 .020” x .025” “Versátil” 4 Aço Inox GAC
G15 .017” x .025” Gota 2 TMA Ormco
G16 .017” x .025” T3 2 TMA Ormco
G17 .019” x .025” T3 2 TMA Ormco
G18 .017” x .025” Cogumelo 2 TMA Ortho Organizers
G19 .019” x .025” Cogumelo 2 TMA Ortho Organizers
QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRA UTILIZADA NESTA PESQUISA
14 | OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):11-7
CECILIO E • ABRÃO J • SERNA MM • ROSSI JL
comprova a homogeneidade de comportamento dos fios em
decorrência da produção industrial.
A Tabela 2 apresenta os resultados dos testes compara-
tivos propostos entre os grupos avaliados isolando-se apenas
uma característica de variação. Para a comparação entre
dois grupos (amostras pareadas) foi utilizado o teste não
paramétrico de Wilcoxon. O teste de Friedman (equivalente
não paramétrico da Anova) foi utilizado para a comparação
de três grupos. O valor Z é a estatística de teste para se che-
gar ao valor de p. Os resultados demonstraram que todas as
comparações realizadas mostraram-se estatisticamente signi-
ficativas (p<0,001). Os grupos marcados por asteriscos foram
os que apresentaram maior valor de carga nas comparações
entre dois grupos.
A Tabela 3 apresenta os resultados das comparações
múltiplas não paramétricas entre os grupos 2, 3 e 4 avaliados
dois a dois. A estatística mostra que a carga média é significa-
tivamente diferente entre os três grupos (p < 0,001) sendo o
grupo 2 o de menor carga e o grupo 4 o de maior carga.
DISCUSSÃO
Diante da difícil tarefa que é o domínio da biomecânica,
considerando-se os infindáveis fatores e variáveis que inter-
ferem tanto do ponto de vista físico quanto biológico e, com
o avanço dos materiais e variedades de alças disponíveis no
mercado, buscou-se com esta pesquisa trazer ao ortodontista
dados objetivos e mensuráveis para norteá-lo na escolha do
arco mais adequado para a fase de fechamento dos espaços.
Intentou-se, desta forma, quantificar a força que é liberada por
diferentes tipos de alças, impondo-lhes diferentes ativações
e, a seguir, compará-las quanto às variações de espessura,
material, forma, fabricante e número de alças.
Uma análise detalhada das Tabelas 1, 2 e 3, com base
nas amostras submetidas aos testes expostas no Quadro 1,
torna possível, com o respaldo da literatura pertinente, tecer
algumas considerações.
Comparando-se os grupos 1 e 2; 9 e 10; 11 e 12 verifica-
se que, embora apresentem a mesma liga (aço inoxidável),
a mesma espessura, a mesma forma e número de alças, as
forças mostraram-se diferentes em função da variação do
fabricante. É importante ressaltar que os fabricantes não for-
necem a composição e nem o processamento mecanotérmico
das ligas utilizadas em seus arcos, o que pode sugerir que
algumas variações no teor da liga e no processo de produção
do aço sejam responsáveis pelas diferenças encontradas. As
propriedades dos fios de aço podem ser alteradas por diferen-
ças químicas e variações na quantidade de “trabalho a frio”
e de tratamento térmico durante a sua produção, o que induz
mudanças na rede cristalina2,7,9,17.
A comparação entre os grupos 2 e 5; 3 e 6; 15 e 16, que
apresentam a mesma espessura, material, número de alças e
fabricante, mostra a influência da forma das alças no com-
portamento mecânico dos arcos14. As alças em forma de T
mostraram maior flexibilidade que as alças em forma de gota
e em forma de chave. Por sua vez, as alças em forma de chave
liberaram forças maiores. A forma de T tem sido apontada na
literatura como o melhor formato quando se deseja redução na
rigidez e aumento de flexibilidade16,23-24,26-28. Considerando que
a forma e dimensões das alças interferem no seu comporta-
mento mecânico8,14-16, suspeitou-se, a princípio, que o aumento
na flexibilidade fosse devido às dimensões das alças uma
vez que as alturas são similares variando somente o diâmetro:
3 mm, 4 mm e 6 mm a 6,5 mm, respectivamente, para as alças
em gota, em chave e em T. Porém, os resultados encontrados
mostram que, mesmo com diâmetro menor, a forma de gota
Grupos Valor Z P Variação
G1* x G2 18,22 <0,001 Fabricante
G9 x G10* 16,06 <0,001 Fabricante
G11 x G12* 20,73 <0,001 Fabricante
G2* x G5 16,12 <0,001 Forma
G3* x G6 2,81 <0,001 Forma
G15* x G16 20,63 <0,001 Forma
G5 x G7* 8,71 <0,001 Espessura
G9 x G12* 20,78 <0,001 Espessura
G10 x G11* 20,74 <0,001 Espessura
G16 x G17* 20,35 <0,001 Espessura
G18 x G19* 20,61 <0,001 Espessura
G3* x G8 20,81 <0,001 No de alças
G10* x G13 3,82 <0,001 Material
G2 x G3 x G4 1152,00 <0,001# Espessura
TABELA 2 - TESTES ESTATÍSTICOS PARA COMPARAÇÃO DOSGRUPOS ESTUDADOS
Grupos Valor Z p
G2 x G3* 16,99 <0,001
G3 x G4* 16,99 <0,001
G2 x G4* 33,97 <0,001
TABELA 3 - COMPARAÇÕES MÚLTIPLAS ENTRE OS GRUPOS2, 3 E 4
* Grupo com maior carga.# Teste de Friedman baseado na estatística qui-quadrado com 2 graus de liberdade.
* Grupo com maior carga.
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exibe forças expressivamente menores que a forma de chave,
evidenciando também a influência da forma.
A rigidez de um fio é conseqüência da espessura e do
material, assim, pequenas mudanças na sua espessura podem
produzir alterações significantes na relação carga-defle-
xão2,4,14,16.Quando comparados os grupos 2, 3 e 4; 5 e 7; 9 e
12; 10 e 11; 16 e 17; 18 e 19, que representam arcos de mesmo
material, forma e número de alças e fabricante, foi possível
verificar a concordância com as afirmações científicas2,4,14,16.
Todas as comparações mostraram que o aumento na espessura
produz um aumento na força liberada, aumento este maior ou
menor dependendo da liga.
Analisando a variação no número de alças por intermé-
dio dos grupos 3 e 8 representativos de arcos de mesma liga
(aço inoxidável), forma, fabricante e espessura, foi possível
notar um decréscimo importante na força para os arcos de
dupla chave. Isso confirma o princípio básico da biomecâni-
ca de que, quanto maior o comprimento do fio, maior a sua
flexibilidade.
A avaliação quanto à variação do material só foi possível
para os arcos dupla chave que apresentam as versões em Elgiloy
e aço inoxidável. Os arcos de beta-titânio são encontrados no
mercado, mais comumente, nas formas de T e cogumelo. Po-
rém, foi possível verificar, de forma geral, que o material (liga
metálica) foi a variável que apresentou maior influência sobre
a força26. Comparando-se os grupos 10 e 13, que apresentam
arcos de forma e número de alças, fabricante e espessura
similar, constatou-se importante diferença na liberação de
força. Até 2 mm de deformação, o Elgiloy apresenta liberação
de força maior que o aço; acima de 2 mm, o aço inoxidável
exibe forças maiores. Embora a literatura pertinente atribua
características de rigidez semelhantes entre o aço inoxidável
e o cromo-cobalto11,13, este último tem apresentado, quando
testado, valores de módulo de elasticidade maiores, coerentes
com a liberação de forças mais elevadas (na faixa de parâmetros
clínicos de ativação) apresentadas neste estudo1,5,7.
Todas as diferenças apontadas foram confirmadas pelos
testes estatísticos, ou seja, todos os grupos comparados apre-
sentaram diferenças estatisticamente significantes, demons-
trando que efetivamente todas as variáveis presentes - material,
espessura, forma e número de alças e fabricante - promovem
alterações na força liberada. É interessante observar que, em-
bora tenha sido escolhido o nível de significância de 1%, as
diferenças apresentadas mostraram-se significativas no nível
de 0,1% (Tabelas 2 e 3).
Infelizmente, todas as pesquisas disponíveis utilizam
alças confeccionadas manualmente, com formas, materiais
e dimensões diferentes, o que inviabiliza qualquer tipo de
comparação com o presente estudo. No entanto, como a
finalidade maior desta pesquisa é trazer para o ortodontista
um guia prático para a clínica diária, onde normalmente se
utiliza arcos pré-fabricados, algumas considerações clínicas
devem ser mencionadas.
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
Sendo os arcos disponíveis no mercado configurados para
a retração em massa de todo o segmento anterior (incisivos
centrais, laterais e caninos), as considerações que se seguem
foram baseadas nas forças necessárias para a movimentação
destes dentes segundo Jarabak, Fizzell (460 g a 690 g para
os dentes superiores e 370 g a 540 g para os inferiores) e
Shimizu (600 g para os dentes superiores e 480 g para os
inferiores)10,22.
Para a retração do segmento anterior, são empregadas
alças dispostas bilateralmente no arco, o que supõe que as
magnitudes de forças ótimas recomendadas deveriam ser
dividas por dois para a escolha do arco adequado e quantidade
de ativação.
O Quadro 2 apresenta os arcos estudados por ordem cres-
cente de quantidade de força média (g) liberada até 2 mm de
ativação. Para cada arco foi colocada em destaque a força
que se enquadra dentro dos parâmetros sugeridos pelos
autores acima citados e a quantidade de ativação necessária
para liberá-las. Os destaques em lilás correspondem às forças
para movimentação dos dentes superiores, em laranja forças
para movimentação dos dentes inferiores e em verde, para os
dentes superiores e inferiores.
É interessante observar que muitos arcos liberam forças
adequadas com 0,5 mm de ativação e que, para estes mesmos
arcos, 1 mm de ativação promoveria forças indesejáveis.
Por outro lado, como já referido, ligas de beta-titânio po-
dem requerer até 2,0 mm de ativação para alcançar forças
compatíveis. Em virtude da necessidade de precisão para o
procedimento clínico, sugere-se a utilização de calibradores
de espessura, pois um pequeno erro na ativação poderia alterar
o comportamento da alça.
Os arcos de espessura .019”x .025” dupla chave de Elgi-
loy da A Company e uma chave de aço da Ortho Organizers
demandam cuidados para sua utilização devido à liberação
excessiva de força, acima dos padrões fisiológicos.
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Quando houver necessidade de pré-ativações (efeito
Gable) para controle de movimento radicular ou de extrusões
dentárias, é importante que se considerem possíveis incre-
mentos na força. Como tem sido relatado na literatura, para
arcos confeccionados manualmente em aço inoxidável, este
aumento parece maior para alças em gota quando comparadas
às alças em forma de T23,28.
A quantidade de força liberada por um arco de retração
sofre a influência do material (liga metálica), geometria das
alças (forma, dimensões e número) e espessura do fio, o que
ficou evidente nas pesquisas reportadas2,4,8,14-16,23-24,26-28 e foram
comprovadas neste estudo, em que também foi constatada a
atuação do fator fabricante. As diferentes combinações dessas
variáveis nos arcos dificultam a previsão dos resultados na
geração da força. Ou seja, embora a liga metálica exerça maior
influência na força gerada, um arco de aço com espessura
menor e uma alça T, por exemplo, pode liberar forças menores
que um arco de titânio-molibdênio de maior espessura e alça
em forma de gota. Seria bastante importante se os fabricantes
se preocupassem com testes prévios, de forma a fornecer
impresso em suas embalagens, informações de propriedades
mecânicas importantes para o desempenho dos fios. O que
ocorre atualmente é que a escolha é feita em função do renome
dos fabricantes ou do tipo de material, sem o conhecimento de
resultados de testes prévios para a comprovação de seu desem-
penho29. Esse desempenho fica ainda mais imprevisível quando
os arcos são confeccionados manualmente, acrescentando-se aí
componentes de falhas de simetrias e dimensões.
Espessura Forma Material FabricanteAtivação (mm)
0,5 1,0 1,5 2,0
.017” x .025” TMA Ormco 70 130 200 260
.019” x .025” TMA Ormco 70 150 230 310
.017” x .025” TMA Ortho Organizers 80 160 240 310
.016” x .022” Aço Ortho Organizers 100 180 270 360
.019” x .025” TMA Ortho Organizers 120 210 310 420
.017” x .025” TMA Ormco 120 250 370 490
.017” x .025” Aço Ortho Organizers 170 310 460 600
.019” x .025” Aço Ortho Organizers 160 320 490 650
.017” x .025” Aço Ortho Organizers 160 330 510 690
.016” x .022” Aço Ortho Organizers 190 380 570 760
.019” x .025” Aço GAC 200 400 600 800
.016” x .022” Aço A Company 210 430 650 840
.020” x .025” Aço GAC 230 450 680 900
.019” x .025” Aço A Company 280 490 690 890
.021” x .025” Aço A Company 260 530 790 1050
.017” x .025” Aço Ortho Organizers 270 540 810 1050
.021” x .025” Aço GAC 270 550 830 1080
.019” x .025” Elgiloy A Company 350 560 750 900
.019” x .025” Aço Ortho Organizers 400 780 1110 1390
QUADRO 2 - GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA A ESCOLHA DO ARCO DE RETRAÇÃO
Superiores Inferiores Superiores e inferiores
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CONCLUSÃO
A comparação entre os diversos tipos de arcos de retra-
ção, produzidos industrialmente, demonstraram diferenças
significantes quanto à geração de força. A magnitude das
forças liberadas pelas alças sofre a influência, em maior ou
menor grau, de variáveis tais como geometria (espessura,
número e forma das alças), material e fabricante. Daí a im-
portância de fornecer ao ortodontista um guia de orientação
clínica para a escolha do arco durante a fase de fechamento
dos espaços.
Agradecimentos: À Orthomax, Orthoeste, Funak e Orthoghia, representantes da GAC, A Company, Ormco e Ortho Organizers, respectivamente, pela doação dos fios testados.
Endereço para correspondência:Eliane [email protected]
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AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE O DESCONFORTO
CAUSADO PELO APARELHO FIXO LINGUAL E O LABIAL
DISCOMFORT CAUSED BY LINGUAL ORTHODONTIC
APPLIANCE BONDING VERSUS LABIAL
MARIA CHRISTINA DE SOUZA GALVÃO*LILIANA ÁVILA MALTAGLIATI**
EDUARDO KAZUO SANNOMIYA**SILVANA BOMMARITO**
RESUMO
Os problemas de adaptação à colocação de aparelho ortodôntico fixo foram avaliados através de questionário respondido por 30
pacientes em início de tratamento, divididos em dois grupos: Grupo 1 (LI), constituído por 11 pacientes com idade média de 21
anos e quatro meses, que receberiam aparelho fixo lingual; e Grupo 2 (LA), constituído por 20 pacientes, com idade média de
25 anos e um mês, que iriam receber aparelho fixo labial. Um mês após a colocação completa do aparelho, inclusive com arcos,
os pacientes responderam a um questionário de 15 questões versando sobre problemas estéticos, de fala, mordida e escovação
dos dentes, desconfortos na língua, bochechas, gengivas e lábios. Foi observado que, com relação à fala, 73% dos pacientes
do LI deram resposta desfavorável e 65% desses necessitaram de mais de 14 dias para se adaptar, sendo que 27% ainda não
haviam se adaptado após 28 dias. Já 85% dos pacientes do LA deram resposta favorável nesse quesito e o tempo necessário
para adaptação foi de menos de 48 horas para 53% dos pacientes. Os problemas de injúria à língua foram bastante semelhantes
aos da fala, porém, 9,09% dos pacientes relataram que as injúrias à língua eram insuportáveis. Os problemas de higienização
parecem ser bastante semelhantes entre os dois tipos de aparelho e estão entre as queixas de maior importância. Não houve
diferença importante na adaptação dos aparelhos para os demais fatores avaliados.
Unitermos - Ortodontia lingual; Aparelho fixo; Adaptação.
ABSTRACT
The purpose of this study was to analyze the adaptation problems after lingual orthodontic appliance bonding by means of a
questionnaire. It was answered by 30 patients before bonding. The patients were divided in Lingual Group, named LI, with 11
patients, mean age 21y 4m and in Labial Group, named LA, with 20 patients, mean age 25y 1m. They answer 15 questions about
aesthetic, speech, bite and brushing problems and tongue, cheek, gum and lips injuries, after one month from the complete bonding
session with wires. 73% of LI have speech problems and 65% of them needed more than 14 days to solve it and 27% needed more
than 28 days. Otherwise, 85% of LA gave favorable answers and 53% need less than 48hs to adaptation. The tongue injury’s
problem was very similar to speech, but almost 10% of LI patients claimed that it was unbearable. The hygiene problems seemed
to be similar between groups and were some of the most important complains. Despite that, in general, the adaptation problems
were very similar, although not so great.
Key Words - Lingual Orthodontics; Discomfort; Adaptation.
* Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia - Área de Concentração: Ortodontia - Universidade Metodista de São Paulo.** Professores Titulares do Programa de Pós-Graduação em Odontologia - Área de concentração: Ortodontia - Universidade Metodista de São Paulo.
Recebido em: ago/2006 - Aprovado em: dez/2007
Trabalho original
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GALVÃO MCS • MALTAGLIATI LA • SANNOMIYA EK • BOMMARITO S
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INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA
Desde seu surgimento, no final dos anos 701,6, o aparelho
lingual tem sofrido várias modificações de desenhos e propos-
tas e tem sido utilizado particularmente em pacientes adultos.
Apesar da sua superioridade estética, algumas desvantagens e
desconfortos têm sido atribuídas a esses aparelhos4,14,5,3.
Fujita7 (1982) avaliou, por meio de questionário, a adap-
tação de 20 pacientes com aparelho lingual e observou poucos
relatos de problemas relacionados a desconforto. Nos casos
em que houve injúria à língua e/ou dificuldade de fala, os
problemas foram solucionados nos primeiros três meses após
a colagem. Entretanto, alguns pacientes relataram dificuldade
em escovar seus dentes. Ao avaliar 17 pacientes, com idade
média de 24,5 anos, submetidos à terapia ortodôntica lingual,
Sinclair et al16 (1986) encontraram aumento do índice de
placa, além da ocorrência de injúrias à língua e dificuldades
de fala, após a colocação de aparelho fixo lingual. Årtun2
(1987) avaliou dez pacientes com aparelho fixo lingual e em
três deles não foi registrado nenhum problema de fala; em
quatro pacientes houve desconforto na fala por três meses;
por quatro meses, em dois pacientes, e por todo o período, em
apenas um paciente. Os pacientes de língua inglesa tiveram
dificuldades, principalmente na pronúncia das letras s, t e d.
Apenas dois pacientes relataram um curto período de injúrias
à língua e problemas iniciais em comer.
O maior problema de adaptação relatado com o aparelho
lingual é a fala, principalmente, quando o aparelho é utilizado
em ambos os arcos simultaneamente; no entanto, na maioria
das vezes, essa dificuldade não persiste por mais de três meses.
Da mesma forma que o aparelho labial promove ulcerações
na bochecha, o aparelho lingual produz ulcerações na língua,
agravando as dificuldades de fala15.
Já a idade, o sexo, a ocupação, o falar em público e a
freqüência de almoços de negócios não parecem ter relação
com as dificuldades de adaptação, segundo Fillion4 (1997).
No entanto, pacientes que não têm braquetes nos segundos
molares, aparentemente têm menor dificuldade de adaptação.
Porém, também estes pacientes relatam, como os demais, que
o contato da língua é o maior problema. A irritação da língua
pode demorar mais tempo para desaparecer nos pacientes com
aparelho no arco inferior que tenham língua muito volumosa
ou com hábito de postura baixa de língua. Pacientes com mor-
dida profunda relatam maior dificuldade de mastigação que os
demais, devido ao plano de mordida anterior que produz uma
mordida aberta posterior mais acentuada4. De acordo com o
trabalho de Miyawaki, Yasuhara, Koh14 (1999), mesmo com
instruções para evitar e aliviar o desconforto, 57% a 76% dos
pacientes sofreram injúrias à língua, dificuldade em morder
alimentos fibrosos, dificuldades de fala e de higienização em
níveis significativamente maiores que dos pacientes de orto-
dontia labial. De 20% a 44% dos pacientes experimentaram
altos níveis de desconforto14.
Segundo Fritz5 (2002), os aparelhos ortodônticos linguais
são preferidos por mulheres com idade abaixo de 40 anos e
sua maior motivação é a estética. O principal problema rela-
tado foi injúria ou irritação na língua e a restrição do espaço
funcional, sendo que o período de adaptação fonética foi de
uma a três semanas. A quase totalidade (99%) dos pacientes
manifestou-se contente ou muito contente com o resultado do
tratamento e a maioria deles já havia refutado o tratamento
ortodôntico com aparelhos labiais. No entanto, Hohoff10
(2003), apesar de ter encontrado uma melhora na restrição
do espaço da língua, assim como das injúrias à língua, pro-
blemas de articulação, mastigação e higiene oral, observou
que, após três meses, os pacientes ainda apresentavam muitos
problemas de adaptação.
As dificuldades de higienização do paciente de ortodontia
lingual parecem não ser muito diferentes dos pacientes com
aparelho labial e são uma das principais dificuldades apontadas
por eles3. Assim sendo, as instruções de higienização, após a
colocação do aparelho, são de grande importância e mostram-se
bastante eficientes tanto em pacientes com aparelho labial quan-
to lingual9,11. No entanto, até o presente momento, não existe
uma escova dental fabricada especialmente para pacientes de
ortodontia lingual. Algumas pesquisas com uso de escovas com
cabeça menor e menos tufos, mostraram uma boa eficiência de
escovação mantendo a saúde do periodonto8,9,13.
Ambos os pacientes de ortodontia lingual e labial sentem
algumas dificuldades de adaptação no início do tratamento,
que gradualmente desaparece no primeiro mês. Os locais
de desconforto é que são diferentes: injúrias à língua são
maiores nos pacientes de lingual e à bochecha e áreas dos
lábios nos de labial. A fala é o maior problema da adaptação
na ortodontia lingual e o período de adaptação é por volta de
quatro semanas3.
A proposta deste trabalho foi a de avaliar, através de
um questionário retrospectivo, os principais problemas de
adaptação dos pacientes após a colocação de aparelho fixo e
detectar possíveis diferenças de adaptação entre as técnicas
de ortodontia lingual e labial.
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MATERIAL E MÉTODO
A amostra constou de 30 pacientes em início de tra-
tamento com aparelho ortodôntico fixo, divididos em dois
grupos: Grupo 1 (LI), constituído por 11 pacientes com idades
entre 18 e 27 anos, idade média 21 anos e quatro meses, que
receberam aparelho fixo lingual, colado de primeiro molar a
primeiro molar; e Grupo 2 (LA), constituído por 20 pacientes,
com idades entre 16 e 51 anos, idade média 25 anos e um mês,
que iriam receber aparelho fixo labial, colado de pré-molar a
pré-molar e os primeiros molares bandados.
Um mês após a colocação completa do aparelho, inclu-
sive com arcos, os pacientes responderam a um questionário
de 15 questões versando sobre problemas estéticos, de fala,
mordida e escovação dos dentes, desconfortos na língua,
bochechas, gengivas e lábios. Os pacientes classificaram seus
problemas em 0-Nenhum, 1- Pouco, 2- Suportável, 3- Muito,
4-Insuportável. Nos casos de desconforto positivo foi pergun-
tado também o tempo de duração do problema: a- Menos de
48horas, b- menos de sete dias, c- 14-28 dias, d- Mais de 28
dias. Alguns quesitos sobre dificuldades de higienização e
comer foram respondidos com sim ou não.
Para a comparação estatística dos dois tipos de aparelho
em relação à adaptação após colocação, considerou-se o
teste exato de Fisher, valores de p<0,05 indicaram signifi-
cância estatística. Para essa comparação, os escores 0 e 1
foram considerados respostas favoráveis e os escores 2, 3
e 4, desfavoráveis; os tempos a e b, favoráveis e os tempos
c e d, desfavoráveis. As respostas sim, favoráveis; e as não,
desfavoráveis.
RESULTADOS
A totalidade dos pacientes do LI apresentaram injúrias na
língua após a colocação do aparelho; no entanto, 27% dos entre-
vistados consideraram que tiveram pouco problema (Tabela 1).
Nos 73% restantes, esse problema obteve resposta desfavorável,
enquanto que 65% do LA não apresentaram nenhum problema
em relação à língua. Dos pacientes que apresentaram proble-
mas, não houve diferença estatística (p=0,2451) no tempo para
adaptação, sendo que, para a maioria (100% - LA e 73% - LI),
o período de adaptação foi inferior a 28 dias.
Da mesma forma, 100% dos pacientes do LI relataram
problemas para falar; desses, 36% resolveram seus problemas
em sete dias ou menos, enquanto que 28% ainda sentiam di-
ficuldade para falar após 28 dias. No LA, 75% dos pacientes
relataram algum problema para falar; no entanto, somente
15% deram resposta desfavorável (Tabela 1) e 87% dos pa-
cientes que sentiram alguma dificuldade de fala resolveram
seus problemas em sete dias ou menos.
TABELA 1 - RESPOSTAS OBTIDAS NO QUESTIONÁRIOEM PORCENTAGEM DE RESPOSTAS FAVORÁVEIS EDESFAVORÁVEIS COM RESULTADO ESTATÍSTICO
Tipo de Desconforto
Lingual Labial P
Favor. Desfav. Favor. Desfav.
Estética 100% 0% 70% 30% 0,0658
Língua 27% 73% 95% 5% 0,0002
Bochecha 91% 9% 75% 25% 0,3826
Lábios 100% 0% 80% 20% 0,2693
Gengiva 55% 45% 70% 30% 0,4524
Comer
Alimentos duros 0% 100% 10% 90% 0,5269
Alimentos macios 75% 25% 55% 45% 0,4232
Fala 27% 73% 85% 15% 0,0043
Higienização 45% 55% 60% 40% 0,4775
Dif. acesso escova 54% 45% 65% 35% 0,7054
Dif. remover restos 9% 91% 50% 50% 0,0472
Sangr. gengival 55% 45% 60% 40% 1,0000
Dif. uso fio dental 45% 55% 55% 45% 0,7160
TABELA 2 - TEMPO DE ADAPTAÇÃO ÀS INJÚRIAS À LÍNGUA
Tempo LI LA
- 48 horas 0% 14%
Até sete dias 9% 29%
Até 28 dias 64% 58%
+ 28 dias 27% 0%
As respostas favoráveis e desfavoráveis quanto a injúrias
na bochecha e lábios não alcançaram diferença estatística. No
LI, 82% dos pacientes não relataram qualquer problema em
relação às bochechas; no LA, esse percentual foi de 35% e,
para 62% desses pacientes, o período de adaptação foi maior
que 14 dias. Quanto ao desconforto nos lábios, a totalidade
do LI não teve qualquer problema e 45% dos pacientes do
LA também não relataram problemas. Dos 55% restantes que
tiveram desconfortos nos lábios, 64% deles necessitaram de
mais de 14 dias para se adaptarem.
O escore médio atribuído a todas as respostas dadas por
paciente ficou em torno de 1 (Figura 3). Na média de todos
os pacientes, os escores relativos à fala, língua e higienização
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dos pacientes de LI e à higienização dos pacientes do LA
foram 2 (resposta desfavorável); os demais foram 0 ou 1
(resposta favorável). Em relação à média geral dos escores
de todas as respostas e todos os pacientes de cada grupo,
encontramos 0,97 para LA e 1,05 para LI, ou seja, escore 1
(resposta favorável).
Poderíamos pressupor que o paciente de ortodontia labial
está consciente dos problemas estéticos da colocação de um
aparelho ortodôntico na face vestibular dos dentes e, portanto,
seu nível de exigência nesse quesito é menor que um paciente
de ortodontia lingual. Entretanto, nossos resultados mostram
que a adaptação à estética dos pacientes com aparelho labial
foi bem inferior e, apesar de não ter alcançado significância
estatística (p=0,0658), o valor ficou muito próximo do nível
de significância utilizado (p=0,005). Portanto, verificamos
que, mesmo sendo aceito pelo paciente, em nosso estudo,
30% dos pacientes do LA relataram problemas de adaptação
com a estética, contra 100% do LI (Tabela 1).
Conforme já relatado em outras pesquisas2-6,10,14-15, a
dificuldade com a fala parece ser um dos grandes problemas
da ortodontia lingual. Em nossa pesquisa, 73% dos pacientes
deram resposta desfavorável e desses, 65% necessitaram de
mais de 14 dias para se adaptar e 27% não haviam se adap-
tado após 28 dias. Este resultado é bastante semelhante ao
encontrado por Caniklioglu, Öztürk3 (2004), que constataram
diferenças estatísticas entre pacientes com aparelho lingual e
labial. Entretanto, mostra-se um pouco maior que o relatado
por Fillion4 (2002) que obteve melhora, após um mês, em
82% de seus pacientes.
Segundo Sinclair16 (1986), há uma adaptação natural
após uma semana, avaliada por espectografia, porém essa
adaptação parece não ser percebida pelo paciente, já que
apenas 36% da amostra relatou adaptação após uma semana.
No entanto, observou-se durante o período da pesquisa, que
alguns pacientes já falavam quase perfeitamente, embora
ainda se considerassem incapazes de falar bem. Uma questão
importante a ser levada em conta é que as diferenças entre
a avaliação do paciente e a avaliação objetiva podem estar
relacionadas ao perfil emocional do paciente16, dado que não
foi pesquisado neste trabalho. Para esclarecer tal questão, os
pacientes foram todos avaliados antes e durante o tratamento
por uma fonoaudióloga, sendo acompanhados até que a fala
correta se restabelecesse. Os dados desta avaliação serão
publicados em breve.
Os pacientes avaliados por gravação por Årtun2 (1987)
necessitaram, em sua maioria, de mais de três meses para
resolverem seus problemas de fala, principalmente na pro-
nuncia das letras s, t e d. No entanto, esses pacientes eram
noruegueses e, como o som, a pronúncia e, por conseqüência,
o posicionamento da língua durante a fala difere significativa-
mente entre as línguas12, isso talvez possa explicar resultados
Figura 1Dificuldades encontradas pelos pacientes após a colocação
de aparelhos ortodônticos fixo lingual e labial.
Figura 2Desconfortos sentidos pelo paciente após a colocação
de aparelhos ortodônticos fixo lingual e labial.
Figura 3Média do escore de todas as respostas por paciente.
DISCUSSÃO
Ao se utilizar um método de avaliação em forma de
questionário sobre adaptação a determinadas situações, em
que as respostas são livremente fornecidas pelas pessoas,
estamos avaliando a sua percepção do problema e esses
resultados não necessariamente condizem com a realidade11.
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díspares. Fujita6 (1979) encontrou problemas em pacientes de
língua japonesa na pronúncia das letras s, t, r; um ou nenhum
problema na pronúncia de vogais.
Quanto às injúrias, Fujita7 (1982) afirmou que a colo-
cação do aparelho fixo lingual provoca um avermelhamento
na língua que desaparece em uma a duas semanas. Em nossa
amostra, observamos que as injúrias à língua foi uma queixa
importante. Entretanto, não há consenso entre os pesquisado-
res sobre qual o problema mais severo causado pelo aparelho
lingual. Segundo Fillion4 (1997); Fritz5 (2002); Sinclair16
(1986); Miyawaki14 (1999) são as injúrias à língua. Já para
Fujita6 (1979); Årtun2 (1987); Caniklioglu, Öztürk3 (2003) são
os distúrbios da fala. Em nossa pesquisa, eles foram bastante
semelhantes; porém, quase 10% dos pacientes relataram
que as injúrias à língua eram insuportáveis, enquanto que
nenhum deles classificou os problemas de fala como tal. Os
dois problemas estão bastante inter-relacionados, uma vez
que dores na língua impedem uma articulação correta das
palavras, assim como o ato de falar pode provocar toques
da língua nos braquetes e, conseqüentemente, causar algum
tipo de dano6. Sendo assim, os dois problemas têm para nós
o mesmo grau de importância. Acreditamos que protegendo
a língua de contatos excessivos com os braquetes, através de
uso de cera ortodôntica protetora, como foi efetuado neste
trabalho, ajudaremos nesse período de adaptação, conside-
rando que haverá uma restrição ainda maior no espaço para
a língua que tenderá a piorar ainda mais a fala.
As queixas sobre desconfortos na gengiva, lábios e bo-
chechas não apresentaram diferença estatística. Esse resultado
discorda de Caniklioglu, Öztürk3 (2004) que encontraram maior
desconforto em lábios e bochechas nos pacientes LA. No entan-
to, esse resultado deve-se à metodologia estatística empregada
que dividiu as respostas em favorável e desfavorável. Como
a maioria dos pacientes do LA, que apresentaram problemas
de adaptação na bochecha e lábios, considerou esse problema
como de pouco desconforto (escore 1), escore considerado
favorável, quando somado aos pacientes que não apresentaram
problemas, obteve-se um resultado bastante semelhante de res-
postas favoráveis e desfavoráveis. Mas, se considerarmos que,
no LI, 82% dos pacientes não relataram qualquer problema em
relação às bochechas e que, no LA, esse percentual foi de 35%
e, ainda, que para 62% desses pacientes, o período de adaptação
foi maior que 14 dias, verificamos que há uma discordância de
adaptação entre os grupos. Ainda, quanto ao desconforto nos
lábios, a totalidade do LI não teve qualquer problema e apenas
45% dos pacientes do LA não relataram problemas, sendo que,
dos 55% restantes que tiveram desconfortos nos lábios, 64%
deles necessitaram de mais de 14 dias para se adaptar. Podemos
concluir, portanto, que existe maior problema de adaptação de
bochechas e lábios nos pacientes do LA, apesar de nosso teste
estatístico, atrelado ao tamanho de nossa amostra, não ter evi-
denciado essa diferença. Em relação às gengivas, os resultados
são bastante semelhantes entre os dois grupos, como também
encontrado por Caniklioglu, Öztürk3 (2004).
Os problemas de higienização parecem ser bastante se-
melhantes entre os dois tipos de aparelho e estes estão entre as
queixas que obtiveram os maiores escores (média 2 - resposta
desfavorável). Apesar de Galvão9 (2005) ter encontrado uma
melhor eficácia de escovação dos pacientes com aparelho labial,
em relação aos com aparelho lingual nas faces dentárias, em que
o aparelho é instalado, ao final da pesquisa, não houve diferença
estatística entre os dois grupos, sinalizando para um mesmo
grau de percepção de dificuldade. Quase metade (45%) dos
pacientes de aparelho lingual considerou ter pouca dificuldade
em higienizar seus dentes e 45% consideraram essa dificuldade
suportável. O único item em que houve maior dificuldade para
os pacientes linguais, com significância estatística, foi em remo-
ver os alimentos entre os braquetes. Esses resultados também
foram encontrados por Caniklioglu, Öztürk3 (2004).
Também não encontramos diferença estatística nos
problemas relacionados à mastigação. Os grupos foram se-
melhantes tanto para comer alimentos duros quanto macios,
resultado confirmado por Fujita7 (1982); Caniklioglu, Öztürk3
(2004), sendo que pacientes com mordida profunda acentuada
tendem a ter mais problemas iniciais de mastigação em função
da desoclusão posterior provocada4.
Ao avaliarmos os escores atribuídos às respostas pela
média, também encontramos que os maiores problemas rela-
tados pelos pacientes do LI foram relacionados à fala, língua
e higienização e dos pacientes do LA, a higienização: todos
avaliados com escore 2 (resposta desfavorável). Porém, ao
se avaliar a média geral dos escores, encontramos 0,97 para
LA e 1,05 para LI, demonstrando que, considerando todos
os fatores conjuntamente, as dificuldades de adaptação são
iguais em ambos os grupos e classificadas como escore 1
(resposta favorável).
De acordo os dados obtidos com esta pesquisa, é impor-
tante considerar, antes da colocação do aparelho fixo lingual,
uma explanação bastante sincera e objetiva dos problemas
de adaptação que podem ocorrer. Caso o paciente não esteja
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muito bem conscientizado desses problemas, surpresas de-
sagradáveis podem ocorrer.
CONCLUSÃO
A colocação de aparelho ortodôntico fixo exige um
período de adaptação de, em média, um mês. Excetuando-se
os problemas de fala e língua para os pacientes de ortodontia
Referências1. Alexander CM, Alexander RG, Sinclair PM. Lingual Orthodontics:
A Status Report: Part 6- Patient and Practice Management. J Clin Orthod 1983;17(4):240-6.
2. Årtun J. A post treatment evaluation of multibonded lingual appliances in orthodontics. Eur J Orthod 1987; 9(3):204-10.
3. Caniklioglu C, Öztürk Y. Patient Discomfort: A Comparison between Lingual and Labial Fixed Appliances. Angle Orthod 2004;75:86-91.
4. Fillion D. Improving Patient Comfort with Lingual Brackets. J Clin Orthod 1997;31(10):689-94.
5. Fritz U, Diedrich P, Wiechmann D, Lingual Technique – Patient’s Characteristics, Motivation and Acceptance. Journal of Orofac Orthop 2002;63:227-33.
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7. Fujita K. Multilingual-bracket and mushroom arch wire technique. A clinical report, Am J Orthod 1982;82(2):120-40.
8. Galvao MCS, Maltagliati LA. Tooth brushing technique for Lingual Orthodontics. Lingual News 2006;4(1).Em: http://www.lingualcourse.com/lingualnews_content.htm, acesso 10/02/2006
9. Galvão MCS. Avaliação comparativa da higienização bucal de pa-cientes com aparelho ortodôntico fixo lingual e labial [Dissertação
de Mestrado]. São Bernardo do Campo: Faculdade Metodista de São Paulo; 2005. 130p.
10. Hohoff A et al. Oral Comfort, Function and Hygiene in Patients with Lingual Brackets. J Orofac Orthop 2003;64:359-71.
11. Hohoff A et al. Effects of a Mechanical Interdental Cleaning Device on Oral Hygiene in Patients with Lingual Brackets. Angle Orthod 2003;73:579-87.
12. Hohoff A, Stamm T, Ehmer U. Comparison of the Effect on Oral Discomfort of Two Positioning Techniques with Lingual Brackets. Angle Orthod 2004;74:226-33.
13. Matsui M, Fujita K, Mochizuki K. Brushing method for the lingual-bracket technique with Fujita. The J Japan Orthod-Society 1978;37:399-403.
14. Miyawaki S, Yasuhara M, Koh Y. Discomfort caused by bonded lingual orthodontic appliance in adult patients as examined by retrospective questionnaire. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1999;115:83-8.
15. Muir JC. Lingual Orthodontic appliances: invisible braces. N Z Dental J 1991;87:57-9.
16. Sinclair PM, Michael FC, Larry JG, Solomos LF, Alexander CM. Patient Responses to Lingual Appliances. J Clin Orthod 1986;20(6):396-404.
lingual e de higienização para ambos, os demais problemas
parecem não ter grande relevância.
Considerando todos os itens conjuntamente, os proble-
mas de adaptação de ambas as técnicas são equivalentes.
Endereço para correspondência:Liliana MaltagliatiRua Salete, 200 - Sala 42 - Santana02016-001 - São Paulo - SP
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CORREÇÃO DE MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE II, DIVISÃO 1, COM MORDIDA ABERTA ANTERIOR, UTILIZANDO-SE
APARELHO DE PROTRAÇÃO MANDIBULAR (APM)
CORRECTION OF CLASS II, DIVISION 1, MALOCCLUSION WITH ANTERIOR
OPEN BITE BY USING MANDIBULAR PROCTRACTION APPLIANCES
BENEDITO VIANA FREITAS*PEDRO CESAR F. DOS SANTOS**
RESUMO
Muitos aparelhos têm sido apresentados com a finalidade de corrigir as más-oclusões de Classe II, Divisão 1. O aparelho de Herbst
é um dos mais conhecidos. No entanto, o aparelho de protração mandibular (APM) pode ser utilizado com bons resultados. É
necessário considerar a idade, sexo e o padrão de crescimento facial no tratamento dessas más-oclusões para alcançar um bom
resultado do tratamento. O objetivo deste artigo é apresentar um caso clínico de um paciente do sexo masculino, portador de
severa má-oclusão de Classe II, Divisão 1, e mordida aberta anterior, tratado com o aparelho de protração mandibular (APM).
Tanto a relação molar quanto a mordida aberta anterior foram corrigidos. Observou-se também aumento do crescimento man-
dibular e restrição ao crescimento maxilar para anterior.
Unitermos - Classe II, Divisão 1; Mordida aberta anterior; Crescimento mandibular.
ABSTRACT
Several appliances are used to correct Class II, Division 1 malocclusions. Herbst appliance is one of the most popular devices used
by many practitioners. Moreover, mandibular protraction appliances (MPA) may provide good results. In Class II cases, appliance
selection must consider age, sex, and facial pattern growth to predict effective results. The aim of this paper is a Class II case. The
patient was a male report with severe Class II malocclusion and anterior open bite, treated with mandibular proctraction appliances
(MPA). The molar relationship and the anterior openbite were corrected due to mandibular growth and anterior maxillary growth
restriction.
Key Words - Class II, Division 1; Anterior open bite; Mandibular growth.
* Professor adjunto doutor da Disciplina de Ortodontia da Universidade Federal do Maranhão - UFMA; Professor visitante na Universida-de Nacional de Seul - Coréia do Sul. ** Professor adjunto doutor da Disciplina de Ortodontia da Universidade Federal do Ceará - UFC.
Recebido em: dez/2007 - Aprovado em: fev/2008
Trabalho original
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INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA
Nos últimos anos, a Ortodontia tem se beneficiado muito
com a criação de novos dispositivos para o tratamento dos
pacientes portadores de má-oclusão de Classe II. Emil Herbst7
(1934) foi o grande idealizador do aparelho que leva o seu
nome, um dos primeiros aparelhos para avanço mandibular
utilizado para corrigir essas más-oclusões. Infelizmente, esse
aparelho ficou esquecido durante algumas décadas, até ser
reintroduzido por Hans Pancherz12, em 1979. Desde então,
vários estudos utilizando-se o aparelho de Herbst têm sido
publicados, mostrando um bom efeito sobre o crescimento
mandibular e distalização de molares superiores12-13, sem
causar qualquer dano à articulação temporomandibular16 .
O aparelho de protracão mandibular (APM) sofreu algumas
modificações desde a sua criação1-4. Atualmente, tubos telescópi-
cos, tal qual o Herbst, são utilizados, porém de tamanho menor,
ou seja, um milímetro na luz do tubo e uma haste de 0,9 mm que
se articula dentro do mesmo4. Os benefícios desse aparelho têm
sido publicados em diversas revistas estrangeiras1-4; porém, há ca-
rência de pesquisas para demonstrar os seus efeitos em detalhes,
embora a experiência clínica mostre resultados similares aos do
aparelho de Herbst. Uma grande vantagem desse aparelho sobre
os demais é o baixo custo, pois não há necessidade de comprá-lo
em uma loja de produtos ortodônticos. A sua confecção é simples,
podendo ser feito no próprio consultório, em pouco tempo.
O objetivo deste artigo é mostrar os efeitos do aparelho
de protração mandibular (APM) em um paciente do sexo
masculino, apresentando uma severa má-oclusão de Classe
II, Divisão 1, e mordida aberta anterior.
DESCRIÇÃO DE CASO CLÍNICO
O paciente LS, sexo masculino, 13 anos e sete meses,
portador de má-oclusão de Classe II, Divisão 1, com severa
mordida aberta anterior decorrente de postura anterior de
língua e uma sobressaliência acentuada (Figura 1), já havia
recebido tratamento ortodôntico anterior com a utilização de
extrabucal. Após quatro anos de tratamento, sem sucesso, o
paciente nos foi encaminhado com indicação cirúrgica, o que
não foi aceito pelos pais.
Os valores cefalométricos no início do tratamento, antes
da colocação e imediatamente após a remoção do aparelho,
são apresentados nas Figuras 7, 8 e 9, respectivamente. A
telerradiografia lateral inicial, bem como a radiografia pano-
râmica são mostradas na Figura 2.
No início do tratamento, o paciente apresentava um ANB de
9o decorrente de uma maxila protruída, mandíbula retrognática,
incisivos superiores e inferiores protruídos e inclinados para
vestibular (Figura 7). O FMA era de 32º representando um cresci-
mento rotacional da mandíbula no sentido horário, fator limitante
para um bom resultado referente ao perfil do paciente. Diante
Figura 1Fotos iniciais mostrando severa Classe II e mordida aberta anterior.
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desses valores e pela característica da mordida aberta anterior, o
tratamento ortodôntico, sem cirurgia ortognática, poderia não ser
recomendado. Entretanto, o paciente ainda estava em crescimento
ativo e, por isso, optamos pelo tratamento sem cirurgia.
Inicialmente, foi colocado uma grade impedidora de
língua soldada nas superfícies linguais das bandas dos molares
superiores, o que amenizou a mordida aberta anterior. Entre-
tanto, a postura da língua foi alterada para a posição anterior
inferior. O aparelho Edgewise padrão Slot .022” foi instalado
para o alinhamento e nivelamento (Figura 3). No final do
nivelamento, já com os arcos retangulares 0.019” x 0.025”
de aço inoxidável inseridos tanto no arco superior quanto no
inferior, solicitamos uma telerradiografia cefalométrica em
norma lateral e, com a nova telerradiografia em mãos, insta-
lamos o aparelho de protração mandibular (Figura 4).
Figura 2Telerradiografia lateral e panorâmi-ca iniciais.
Figura 3Nivelamento.
Figura 4Instalação do aparelho de protração mandibular (APM).
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O arco superior recebeu dobras para baixo na mesial
dos primeiros molares superiores (Figura 5), de acordo com
Mulligan11 (1998), com o objetivo de intruí-los concomi-
tantemente ao uso do aparelho de protração mandibular.
O período total de uso do APM foi de um ano, visto que o
paciente teve o aparelho quebrado algumas vezes. Nessas
ocasiões, houve desnivelamento e a necessidade de renivelar
e reinstalar o APM.
O arco inferior foi dobrado na distal dos primeiros mo-
lares e os dentes inferiores receberam elásticos em cadeia
de molar a molar de cada lado, com o objetivo de diminuir
a inclinação vestibular dos incisivos, comum em casos de
avanço mandibular com aparelhos fixos. Nenhum torque
lingual foi inserido nos dentes anteriores inferiores. Os dentes
superiores foram amarrados para que a movimentação distal
ocorresse em bloco.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O paciente foi tratado durante 36 meses, dos quais
12 com o APM. Durante a fase de nivelamento, a medida
1.NA teve grande alteração, ou seja, os incisivos superiores
foram lingualizados 16O. Tal lingualização poderia ter sido
atribuída ao APM se não tivéssemos feito uma telerradio-
grafia lateral no final da fase de nivelamento para o início
do avanço mandibular. O IMPA aumentou de 87O para 96O,
em decorrência da mudança de postura da língua da região
anterior superior para a anterior inferior. As demais medidas
apresentadas sofreram pouca alteração nessa fase.
Ao final do tratamento com o APM, observamos que a
má-oclusão de Classe II foi totalmente corrigida, assim como
a mordida aberta anterior, sem a necessidade de extrações
dentárias (Figura 6). Houve diminuição do ângulo ANB de
9O para 4O, do SNA de 88O para 85O e aumento do SNB de
79O para 81O. Os incisivos superiores foram lingualizados
2O e os incisivos inferiores sofreram uma vestibularização
de 6O, o que já era esperado pela característica da mecânica
de propulsão.
A medida Co-Gn (condílio-gnatio) aumentou 16 mm em
três anos. Este aumento pode ser atribuído ao avanço man-
dibular, proporcionado pelo aparelho, já que o incremento
de crescimento médio anual é de 3,3 mm, segundo Hägg,
Attström6 (1992). A sobreposição dos traçados cefalomé-
tricos inicial e final (Figura 10) compara o comprimento
mandibular e a restrição ao crescimento maxilar. Esses
efeitos também foram observados por um autor12,13,14 que
utilizou o aparelho de Herbst. O ângulo FMA aumentou 1O
após o uso do APM, demonstrando que a rotação da man-
díbula no sentido horário foi insignificante. A combinação
de efeitos dentoalveolares e ortopédicos concorrem para
uma satisfatória relação oclusal, cefalométrica e estética
ao final do tratamento. Há que se ressaltar, que antes do
detalhamento final do caso, os pais e o paciente solicitaram
Figura 5Mostra a mecânica do senso comum para intrusão de molares superiores concomitantemente ao uso do aparelho de protração mandibular.
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Figura 6Fotos após a remoção do aparelho.
SNA= 88º SNB= 79º ANB= 9º 1.NA= 38º 1-NA= 10 mm 1.NB= 42º 1-NB= 11 mm
SNA= 88º SNB= 79º ANB= 9º 1.NA= 22º 1-NA= 9 mm 1.NB= 35º 1-NB= 10 mm
SNA= 85º SNB= 81º ANB= 4º 1.NA= 19º 1-NA= 6 mm 1.NB= 38º 1-NB= 13 mm
que o aparelho fosse removido, o que foi atendido mediante
assinatura de termo de responsabilidade por eventuais reci-
divas, sendo que o paciente ainda se recusou a usar qualquer
tipo de contenção.
Figura 7Pré-Tratamento.
Figura 8Antes do APM.
FMA=32ºIMPA= 96º Co-A= 101 mm Co-Gn= 128 mm AFAI= 83 mm 6 Ptv=26 mm
FMA=32ºIMPA= 87º Co-A= 100 mm Co-Gn= 127 mm AFAI= 82 mm 6 Ptv=20 mm
Figura 9Após o APM.
FMA=33ºIMPA= 102º Co-A= 107 mm Co-Gn= 143 mm AFAI= 90 mm 6 Ptv=23 mm
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há numerosas combinações de componentes dentários
e esqueléticos nos casos de Classe II. Apenas uma pequena
quantidade apresenta protrusão maxilar e a maioria apresenta
retrognatismo mandibular (McNamara Jr8, 1981). Esse estudo
é confirmado por alguns autores9-10, dentre os quais, Freitas,
Nower5 (2003) que, avaliando 96 indivíduos, encontraram a
medida Co-A (condilio-gnatio) diminuída em 83% dos casos
e a mandíbula diminuída e posicionada posteriormente na
maioria dos casos. Entretanto, é de fundamental importân-
cia que as características cefalométricas e faciais da Classe
II sejam determinadas para que a escolha do aparelho seja
feita, não em função da preferência do profissional, mas das
necessidades do paciente. Além disso, é determinante que se
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FREITAS BV • SANTOS PCF
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):27-32
conheça o padrão de crescimento, já que um padrão excessi-
vamente vertical pode contra-indicar uma mecânica protrusiva
mandibular ou um aparelho extrabucal cervical.
Ao tratarmos Classe II com aparelhos propulsores
mandibulares, como por exemplo o APM, necessitamos de
nivelamento prévio. Portanto, é imprescindível que sejam
feitas telerradiografias cefalométricas em norma lateral, no
final do nivelamento, o que coincide com o início da propulsão
mandibular. Isso impede que os efeitos da propulsão sejam
confundidos com os efeitos do nivelamento inicial que pode
variar no seu tempo, tornando os resultados não confiáveis.
Uma maneira de se evitar ou diminuir a inclinação vestibular
dos incisivos inferiores, quando utilizamos o aparelho de pro-
tração mandibular (APM), seria a colocação de miniimplantes
entre o primeiro molar e segundo pré-molar inferior, de cada
lado, e soldando um gancho no arco entre os primeiros pré-
molares e amarrando com um amarilho de aço do gancho até
o miniimplante em cada lado do hemi-arco.
CONCLUSÃO
O aparelho de protração mandibular (APM) é uma ex-
celente opção para o tratamento das más-oclusões de Classe
II, considerando-se a facilidade de confecção, baixo custo
e eficácia. Os resultados apresentados são similares àqueles
apresentados com o aparelho de Herbst. Há necessidade de
pesquisas com amostras significativas objetivando detalhar
melhor os efeitos do APM e compará-lo com o Herbst, que é um
aparelho muito eficaz, porém permanece com custo elevado.
Agradecimentos: à Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desen-volvimento Científico e Tecnológico do Maranhão - Fapema, por estar subsidiando os meus estudos na Universidade Nacional de Seul, Coréia do Sul.
Endereço para correspondência:Benedito Viana [email protected]
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Figura 10Sobreposição de traçados.
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HIPERPLASIA GENGIVAL EM PACIENTES
SOB TRATAMENTO ORTODÔNTICO - INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
GINGIVAL HYPERPLASIA IN ORTHODONTIC
PATIENTS - THERAPEUTIC INDICATIONS
IRINEU GREGNANIN PEDRON*ANNA CAROLINA RATTO TEMPESTINI HORLIANA**
RICARDO FIDOS HORLIANA***ARLINDO ABURAD****
ISABEL PEIXOTO TORTAMANO*****
RESUMO
A aparatologia ortodôntica dificulta a higiene bucal e pode contribuir para a formação da hiperplasia gengival inflamatória.
Esta pode ser reversível em alguns casos, através da orientação da higiene bucal e da terapia periodontal básica. Entretanto,
na maioria das vezes, há a necessidade do tratamento cirúrgico. O propósito deste trabalho é o de apresentar casos clínicos de
pacientes sob tratamento ortodôntico que desenvolveram a hiperplasia gengival. Foram discutidas as modalidades terapêuticas
a serem empregadas, bem como a orientação do encaminhamento destas lesões ao exame histopatológico, uma vez que existem
diversas patologias que se apresentam clinicamente como esta lesão.
Unitermos - Hiperplasia gengival; Tratamento ortodôntico; Tratamento periodontal; Gengivectomia; Higiene bucal.
ABSTRACT
The orthodontic appliance difficult the oral hygiene and can contribute to the development of the inflammatory gingival
hyperplasia. This may be reversible in some cases, by oral hygiene orientation and basic periodontal therapy. However, most
of the times, there is the necessity of surgical treatment. The purpose of this article is to present clinical cases of patients
under orthodontic treatment who development gingival overgrowth. The therapeutic modalities employed were discussed, as
like as in the guiding of these lesions to the histopathologic exam, since there are several pathologies that present clinically
similar to this lesion.
Key Words - Gingival hyperplasia; Orthodontic treatment; Periodontal treatment; Gingivectomy; Oral hygiene.
* Especialista em Periodontia; Mestrando da Disciplina de Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.** Mestranda da Disciplina de Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.*** Professor assistente da Disciplina de Ortodontia da Unimes; Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.**** Doutorando da Disciplina de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.***** Professora doutora da Disciplina de Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
Recebido em: mai/2006 - Aprovado em: dez/2007
Trabalho original
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INTRODUÇÃO
Os efeitos da aparatologia ortodôntica sobre o periodon-
to são amplamente conhecidos. Normalmente, o aparelho
ortodôntico dificulta a adequada higiene bucal, contribuindo
para o desenvolvimento da inflamação gengival, sendo mais
evidente em crianças, adolescentes e adultos jovens. Essa
situação é agravada quando o paciente já apresenta altera-
ções periodontais e, sobretudo, se este não se encontra em
manutenção periodontal, tornando-se então um paciente
de risco1,8-9.
A hiperplasia gengival (de origem inflamatória) que aco-
mete pacientes ortodônticos caracteriza-se, geralmente, por
crescimentos de tecido gengival generalizado ou localizado,
iniciando-se pelas papilas interdentárias, de consistência
flácida e coloração eritematosa, apresentando normalmente
sangramento à sondagem (na fase inicial) ou fibrosa e rósea
(quando na fase madura)1,3-5,8,11. A lesão inicia-se em um a dois
meses do início do tratamento ortodôntico e pode persistir
após a remoção da aparatologia ortodôntica11.
A deposição do biofilme dentário, acumulado pela difi-
culdade da remoção nos pacientes ortodônticos é o principal
fator etiopatogênico dessas lesões1,4,6,8-11. O trauma provocado
pela invasão do espaço biológico promovido durante a coloca-
ção e persistência dos braquetes e bandas; o possível processo
alérgico desencadeado pelo monômero da resina acrílica da
base dos aparelhos ortodônticos removíveis, associado à
presença fúngica (Candida albicans) também provocaram
leve incremento nos Índices de Placa e Gengival também
foram relacionados1,6,8.
Respostas gengivais hiperplásicas e inflamatórias durante
o tratamento ortodôntico são comuns, podendo levar a compli-
cações do mesmo, requerendo terapia periodontal1,4-5,7,8,10-12. O
propósito deste trabalho foi apresentar quatro casos de pacien-
tes ortodônticos que desenvolveram a hiperplasia gengival,
decorrentes da falha da higiene bucal. Foram discutidas as
modalidades terapêuticas e a orientação do encaminhamento
das lesões ao exame histopatológico, haja vista a possibilidade
da amplitude de seu diagnóstico diferencial.
RELATO DE CASOS CLÍNICOS
Caso 1
Paciente leucoderma, do gênero masculino, 12 anos,
compareceu ao consultório particular com indicação de
gengivectomia pelo ortodontista.
Clinicamente, o paciente apresentou crescimento gengi-
val mais acentuado na região dos dentes anteriores superiores,
de coloração eritematosa, superfície lisa e brilhante, com
sangramento ao toque (Figura 1). A higiene bucal foi avaliada
e considerada insatisfatória, sendo reforçada com a finalidade
de evitar a recorrência da lesão.
Não foi constatado comprometimento sistêmico e o pa-
ciente foi submetido ao procedimento cirúrgico. Sob anestesia
infiltrativa à distância, foi realizada a demarcação dos pontos
sangrantes utilizando-se uma sonda periodontal; incisão primá-
ria foi procedida, interligando-se os pontos sangrantes, com o
bisturi de Kirkland; subseqüentemente, dentre as ameias inter-
dentárias, foram realizadas as incisões secundárias utilizando-se
o bisturi de Orban. Após a remoção do tecido gengival, foi
procedido o scrapping, com o propósito de promover a melhor
reparação estética gengival. A região foi protegida com cimento
cirúrgico, sendo removido em dez dias.
O fragmento removido foi fixado em formol a 10% e
encaminhado ao Laboratório de Patologia Cirúrgica da Facul-
dade de Odontologia da Universidade de São Paulo. O exame
histopatológico revelou epitélio estratificado pavimentoso
paraqueratinizado, emitindo longas e finas projeções em dire-
ção ao tecido conjuntivo. A lâmina própria foi constituída por
tecido conjuntivo denso, bem celularizado e colageinizado,
permeado por intenso infiltrado inflamatório crônico (Figura
2). O diagnóstico foi hiperplasia gengival inflamatória.
Figura 1Aspectoclínico inicialda hiper-plasiagengival nos dentes anteriores superio-res.
Figura 2Aspectohistopa-tológicoda hiper-plasiagengival inflamató-ria (HE;aumentooriginalde 25 ve-zes).
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O paciente foi avaliado após 30 dias, com reparação
gengival satisfatória (Figura 3). O paciente vem sendo
acompanhado há quatro anos, mesmo após a remoção do
aparelho ortodôntico, não apresentando sinais de recorrência
(Figura 4).
Caso 2
Paciente leucoderma, do gênero masculino, 13 anos,
compareceu ao consultório particular com indicação de
gengivectomia pelo ortodontista e pelo irmão mais velho
(paciente ilustrado no Caso 1).
Clinicamente, o paciente apresentou crescimento gengival
generalizado, com papilas gengivais edemaciadas, de coloração
rósea, superfície lisa, com sangramento à sondagem (Figura 5).
A higiene bucal foi considerada insatisfatória, sendo orientada,
evitando-se, posteriormente, a recorrência da lesão.
Não sendo constatado comprometimento sistêmico, o
paciente foi submetido ao procedimento cirúrgico. A técni-
ca empregada foi a gengivectomia, seguindo-se os passos
descritos no Caso 1. O fragmento removido foi fixado em
formol a 10% e encaminhado ao Laboratório de Patologia
Cirúrgica da Faculdade de Odontologia da Universidade
de São Paulo. As características histopatológicas foram
idênticas ao caso anterior. O diagnóstico foi hiperplasia
gengival inflamatória.
O paciente foi avaliado após 30 dias, com reparação gengi-
val satisfatória, apresentando, entretanto, higiene bucal precária
(Figura 6). O paciente vem sendo acompanhado há um ano,
com freqüente e vigorosa orientação da higiene bucal.
Caso 3
Paciente leucoderma, do gênero feminino, 12 anos,
compareceu ao consultório particular com indicação de gen-
givectomia pelo ortodontista.
A paciente apresentou crescimento e edema nas papilas
gengivais nas faces vestibulares dos dentes superiores e de
coloração eritematosa. A superfície apresentada foi conside-
rada normal, com o aspecto de “casca de laranja”. A higiene
bucal foi considerada satisfatória (Figura 7). Entretanto, a
paciente recebeu reforço na higiene bucal, a propósito de
evitar, futuramente, a recorrência da lesão.
Figura 3Aspectoclínico final (30 dias após o procedi-mento de gengivec-tomia).
Figura 4Aspectoclínico após a remoção da apa-ratologia ortodôn-tica, após quatro anos da cirurgia.
Figura 5Aspecto clínico inicial da hiper-plasia gengival iniciada nas papi-las inter-dentárias dos dentes anteriores superiores.
Figura 6Aspectoclínico final, após 30 dias da gengi-vectomia.Observarrecorrên-cia da inflamaçãogengival por higiene bucal insa-tisfatória.
Figura 7Aspecto clínico inicial da hiperplasia gengival ge-neralizada. Observar o aspecto de “casca de laranja”, apesar do aumento de volume gengival.
36 |
A paciente foi avaliada após 30 dias do procedimento
(Figura 10), apresentando adequada reparação, embora
deficiente higiene bucal. A paciente foi novamente instruída
e vem sendo acompanhada há um ano, sem sinais de recor-
rência. A responsável pela paciente foi orientada quanto à
possibilidade da recorrência da lesão, causada pela higiene
bucal insatisfatória.
DISCUSSÃO
Diversas modalidades terapêuticas foram sugeridas. A
priori, a remoção dos fatores causais, através do tratamento
periodontal básico (sessões de raspagem, alisamento e poli-
mento corono-radiculares e orientação da higiene bucal) fo-
ram reportados1-2,4,7-8,10,12-13. Técnicas cirúrgicas diversificadas
também foram preconizadas, como a excisão total da lesão,
através da curetagem1-2,12-13, cirurgia a retalho1,8 ou técnica
de gengivectomia2-3,8,10-12. A utilização dos lasers cirúrgicos
CO2 e Nd:YAG foram propostos, apresentando benefícios
superiores em comparação à cirurgia convencional4-5, bem
como o emprego do eletrocautério7.
Usualmente, a conduta por nós adotada preconiza ini-
cialmente a orientação e instrução da higiene bucal, seguida,
quando houver a necessidade, da instituição dos procedimen-
tos periodontais básicos (raspagem, alisamento e polimento
corono-radiculares) e realização das técnicas cirúrgicas
ressectivas, representadas pela gengivectomia. Além da ava-
liação periodontal, outro detalhe deve ser considerado, como
a harmonia entre a anatomia dental, facial e corporal. Apesar
de todos os pacientes por nós tratados serem adolescentes,
foi avaliado o formato facial (leptoprosópico) de cada um
deles, havendo, imprescindivelmente, a harmonia entre estes
fatores. Ainda um outro fator a ser enaltecido é que, em todos
os casos aqui apresentados, a técnica de gengivectomia pôde
ter sido executada, haja vista a adequada faixa de gengiva
queratinizada presente. Caso houvesse pouca faixa de gengiva
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Não sendo constatado comprometimento sistêmico, a
paciente foi submetida ao procedimento cirúrgico, como nos
casos anteriores. Os fragmentos removidos foram fixados em
formol a 10% e encaminhados ao Laboratório de Patologia Ci-
rúrgica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo. O diagnóstico foi hiperplasia gengival inflamatória.
A paciente foi avaliada em 30 dias do procedimento
(Figura 8) e vem sendo acompanhada há um ano, sem sinais
de recorrência.
Caso 4
Paciente leucoderma, do gênero feminino, 12 anos,
compareceu ao consultório particular com indicação de gen-
givectomia pelo ortodontista.
A paciente apresentou crescimento e edema genera-
lizados da gengiva queratinizada e das papilas gengivais,
particularmente nas faces vestibulares dos dentes superio-
res, de coloração eritematosa, superfície lisa e brilhante, e
sangramento à sondagem. A higiene bucal foi considerada
insatisfatória (Figura 9). A paciente foi orientada quanto à
higiene bucal, evitando-se a recorrência da lesão.
Os procedimentos realizados foram idênticos aos empre-
gados nos casos anteriores. O diagnóstico histopatológico foi
hiperplasia gengival inflamatória.
Figura 10Reparação satisfató-ria após 30 dias da gengi-vectomia,embora a pacienteapresente má higie-ne bucal.
Figura 8Aspecto clínico final (30 dias). Notar leve recidiva da inflamação gengival presente no ápice das papilas interden-tárias, por má higiene bucal.
Figura 9Aspecto clíni-co inicial da hiperplasia gengival generalizada. Notar a coloração eritematosa, por intenso processo inflamatório decorrente da higiene bucal deficiente.
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queratinizada, outra técnica cirúrgica ressectiva deveria ter
sido empregada, como por exemplo, a técnica de retalho de
Widman modificada.
Algumas considerações devem ser tecidas no acompa-
nhamento de casos de hiperplasias gengivais em pacientes
ortodônticos. A priori, o ortodontista deve utilizar com-
ponentes ortodônticos adequados, sem oferecer riscos ao
periodonto. Alterações periodontais devem ser precocemente
diagnosticadas e tratadas e, sendo necessário, o controle da
doença periodontal (tratamento periodontal básico e reforço
da higiene bucal) deve ser instituído1,10. Higiene bucal e saúde
periodontal são indispensáveis ao tratamento ortodôntico e o
ortodontista desempenha um papel importante no monitora-
mento da higiene bucal, através de avaliações do sangramento
gengival, sondagem de bolsas e perda de gengiva inserida8.
CONCLUSÃO
Baseado na revista da literatura podemos concluir que:
1. Com a hiperplasia gengival inflamatória já presente, a
terapia periodontal básica (raspagem, alisamento e poli-
mento das coroas e raízes e orientação da higiene bucal)
deve ser empregada e, quando irreversível através de pro-
cedimentos básicos, tornam-se necessários procedimentos
cirúrgicos.
2. Independentemente da modalidade de tratamento utilizada,
a submissão ao exame histopatológico é condição sine qua
non, evitando a subestimação das lesões e possíveis erros
no diagnóstico final, já que várias lesões apresentam-se
clinicamente semelhantes, como o granuloma piogênico, o
fibroma periférico e a lesão periférica de células gigantes.
Endereço para correspondência:Irineu Gregnanin PedronRua Flores do Piauí, 347 08210-200 - São Paulo - SPTel.: (11) [email protected]
Referências1. Barack D, Staffileno H, Sadowsky C. Periodontal complication
during orthodontic therapy. Am J Orthod 1985;88:461-5.2. Binnie WH. Periodontal cysts and epulides. Periodontol 2000
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ALÉM DA AVALIAÇÃO PERIODONTAL,OUTRO DETALHE DEVE SER
CONSIDERADO, COMO A HARMONIA
ENTRE A ANATOMIA DENTAL, FACIAL
E CORPORAL. APESAR DE TODOS
OS PACIENTES POR NÓS TRATADOS
SEREM ADOLESCENTES, FOI
AVALIADO O FORMATO FACIAL
(LEPTOPROSÓPICO) DE CADA UM
DELES, HAVENDO, IMPRESCINDIVELMEN-TE, A HARMONIA ENTRE ESTES FATORES.
38 |
ESTÉTICA NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO
DO INÍCIO À CONTENÇÃO
AETHESTIC ORTHODONTIC TREATMENT FROM
THE BEGINING TO THE RETENTION
LUIZ GONZAGA GANDINI JÚNIOR*ANDRÉ DA COSTA MONINI**
MÁRCIA REGINA ELISA APARECIDA SCHIAVON GANDINI***LUIZ GUILHERME MARTINS MAIA****
RESUMO
Os pacientes adultos, cada vez em maior número nos consultórios de Ortodontia, vêm mudando a perspectiva clínica no tipo
de aparelho escolhido pelo ortodontista. Isso é devido à maior exigência do paciente adulto com relação à sua apresentação
pessoal. Desta forma, o resgate do aparelho lingual, desenvolvido na década de 70, é uma alternativa satisfatória na prática e no
cotidiano do ortodontista. A técnica lingual é mais facilmente executada em pacientes com má-oclusão de Classe I de Angle,
com sobremordida profunda, bom padrão facial, associada ou não a apinhamento dentário, muito embora possa ser utilizada
para tratar todo tipo de má-oclusão. Diante desta nova realidade, o objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de uma
paciente portadora de má-oclusão de Classe II de Angle, cujo plano de tratamento envolvia apenas a utilização de aparelhos
por lingual como recurso ortodôntico e estético. Para tanto foi utilizado aparelho lingual associado ao aparelho Pendulum.
Diante dos resultados obtidos por este tratamento e apresentados neste trabalho, concluímos que a abordagem lingual pode
ser uma alternativa de tratamento ortodôntico, principalmente de pacientes adultos que prezam pela estética.
Unitermos - Ortodontia lingual; Pendulum; Pacientes adultos; Estética.
ABSTRACT
The ever-increasing number of adult patients in orthodontic clinics has been changing the clinical perspective concerning
the type of braces used by the orthodontist once they have concerning with esthetics appearance. The return of the lingual
braces, developed in the 70s, seems to be a satisfactory and practical alternative in the orthodontist practices. The lingual
technique is easier to use in patients with Angle’s class I malocclusion, deep bite cases, mesofacial pattern, associated or
not with dental crowding. In face of this new reality, the objective of this paper is to present a clinical case of a patient with
class II malocclusion, whose treatment planning was involved by using only lingual braces as an esthetical orthodontic
approach. Therefore, a lingual braces was used associated with a Pendulum appliance. Based on the results obtained with
the treatment of this case, we concluded that the lingual appliance can be an alternative of aesthetic orthodontic treatment,
mainly in adult patients.
Key Words - Lingual orthodontics; Pendulum; Adult patients; Aesthetic.
* Professor adjunto livre-docente do Departamento de Clinica Infantil - Unesp/Araraquara; Adjunct clinical assistent professor - BaylorCollege of Dentistry - Dallas/EUA e Saint-Louis University - Missouri/EUA.** Especialista e mestrando em Ortodontia - Unesp/Araraquara.*** Professora voluntária do Departamento de Clínica Infantil - Unesp/Araraquara; Adjunct clinical assistent professor - Saint-LouisUniversity - Missouri/EUA.**** Especialista em Ortodontia - APCD/Araraquara; Mestre em Ortodontia - Unesp/Araraquara.
Trabalho original
Recebido em: abr./2007 - Aprovado em: dez./2007
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GANDINI JR LG • MONINI AC • GANDINI MREAS • MAIA LGM
INTRODUÇÃO
O número de pacientes adultos está aumentando cada vez
mais na clínica ortodôntica. Estes apresentam características clí-
nicas que os diferem dos pacientes ortodônticos comuns como
os adolescentes e crianças, pois, normalmente, possuem perdas
dentárias, restaurações, alterações periodontais, próteses e im-
plantes. Do ponto de vista pessoal, pacientes adultos apresentam
uma preocupação estética maior devido aos compromissos
sociais e profissionais e, por isso, não gostam de usar aparelhos
metálicos nos dentes ou acessórios extrabucais para não terem
suas imagens associadas com as dos adolescentes7.
Diante disto, inúmeros dispositivos foram desenvolvidos,
ao longo dos anos, para diminuir a necessidade de colabo-
ração dos pacientes na utilização dos aparelhos relacionados
ao tratamento das Classes II, como, por exemplo, Jones Jig,
Pendulum, Distal Jet, magnetos repelentes, Herbst e Jasper
Jumper4,6,8-9,11-14.
Apesar desta grande variedade de dispositivos ortodôn-
ticos, poucos deles possuem características estéticas. Com
exceção do Pendulum e Distal Jet, a maioria dos aparelhos
ortodônticos pode ser prontamente vista pelas pessoas. Talvez
o único essencialmente estético e que permite controlar os
dentes tridimensionalmente seja o aparelho lingual.
Assim, o tratamento de Classe II em pacientes adultos
pode ser realizado por meio da combinação de aparelho
lingual e do Pendulum, com vistas a obter a correção com o
menor prejuízo estético possível.
O aparelho Pendulum foi desenvolvido, em 199211,
como um mecanismo adicional de correção da Classe II em
pacientes não colaboradores. Consiste de um apoio mucoso
no palato como o botão de Nance associado a molas de TMA
0,9 mm para os molares (Figura 1). Pode ser ativado de uma
só vez, conforme a indicação original, com a abertura das
molas de TMA paralelas a rafe palatina ou com uma ativação
menor e em mais vezes5.
Como o próprio nome indica, o Pendulum distaliza os
molares superiores com inclinação da coroa causando uma
interferência oclusal e abrindo a mordida anteriormente11. Esta
abertura da mordida geralmente se corrige espontaneamente
em pacientes braquifaciais, mas pode ser um problema em
pacientes dolicofaciais11. Uma boa indicação deste dispositivo
é o caso de uma subdivisão por permitir, também, a utilização
do lado oposto como reforço de ancoragem.
O aparelho lingual remonta a meados da década de 70
quando Fujita, no Japão, trabalhou no desenvolvimento de um
braquete lingual1. Na mesma época, Kurz, nos Estados Unidos,
criou seu próprio aparelho lingual fazendo adaptações em um
convencional1. A partir de então, várias companhias vêm desen-
volvendo e modificando estes dispositivos tornando-os especí-
ficos para a superfície lingual e, atualmente, existem acessórios
bem menores quando comparados àqueles iniciais.
Este artigo tem como objetivo descrever o tratamento
de uma má-oclusão de Classe II, realizado em um paciente
adulto, utilizando uma abordagem estética desde o tratamento
ativo até a fase de contenção.
RELATO DE CASO CLÍNICO
A paciente GM procurou tratamento ortodôntico por
indicação do cirurgião-dentista clínico geral por apresentar
uma interferência que não poderia ser tratada apenas por ajuste
oclusal. Já havia se submetido a um tratamento ortodôntico
previamente, com aparelho vestibular e, por razões pessoais
e sociais, não desejava que o novo tratamento fosse percebido
pelas pessoas e, desta forma, elegeu-se a abordagem lingual
para a sua realização.
A paciente apresentava um desvio do mento para o lado
esquerdo, terço inferior da face reduzido, selamento labial
competente e adequada exposição dos incisivos ao sorrir
(Figuras 2, 3 e 4).
Figura 1Aparelho Pendulum.
Figura 2Desvio do mento para o lado esquerdo e selamento labial competente.
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Figura 3Vista lateral mostrando o terço inferior da face diminuído.
Figura 4Adequada exposição de incisivos ao sorrir.
Figura 5Desvioda linha médiainferior para a esquerda e mordida profunda.
Figuras6 e 7Relaçãode Classe II sub-divisãoesquerda completa.
Figuras8 e 9Vistaoclusal superior e inferior e presença de dias-temas no arco infe-rior lado esquerdo.
Numa vista intrabucal, observa-se o desvio da linha mé-
dia inferior para a esquerda, mordida profunda e uma má-oclu-
são de Classe II subdivisão esquerda completa (Figuras 5, 6 e
7). Os arcos apresentam boa forma e há presença de diastemas
na região posterior inferior esquerda (Figuras 8 e 9).
A telerradiografia em norma lateral confirma o padrão
braquifacial visto no exame clínico e a panorâmica mostra a
ausência dos terceiros molares inferiores e a presença deles
na arcada superior (Figuras 10 e 11).
O tratamento ortodôntico com extração de um pré-molar
foi recusado pela paciente e, deste modo, foi proposto o tra-
tamento com a distalização dos molares superiores esquerdos
por meio do aparelho Pendulum com o efeito colateral de
vestibularização dos dentes anteriores controlado pelo uso
de elásticos de Classe II e aparelho extrabucal.
O aparelho lingual foi montado inicialmente no arco
inferior com a intenção de se colocar arcos pesados mais rapi-
damente, para permitir o uso dos elásticos de Classe II. No arco
superior, foi indicada a exodontia do terceiro molar esquerdo e
instalado o aparelho Pendulum (Figuras 12, 13, 14, 15 e 16).
A Figura 16 mostra a presença de um gancho, em resina
composta, na vestibular do canino superior esquerdo para o
elástico de Classe II.
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Figuras10 e 11Telerra-diografia cefalo-métricalateral e radiogra-fia pano-râmica.
Figura 12Vistafrontal do início do tratamen-to com aparelho lingualinferior e aparelho Pendulum superior.
Figura 13Vista la-teral lado direito do início do tratamento.
Figura 14Vista la-teral lado esquerdo do início do trata-mento.
Figura 15Vistaoclusal in-ferior com aparelho lingualmontado.
Figura 16Arco supe-rior com aparelho Pendulum e gancho em resina com-posta na vestibular do canino superioresquerdo para colo-cação do elástico de Classe II.
Figuras17 e 18Vistalateral direita e esquerda após dis-talizaçãodo primei-ro molar superioresquerdo e início da retra-ção do segundo pré-molar.
Após o relacionamento dos molares, a mola do Pendulum
foi removida e iniciou-se a retração dos pré-molares (Figuras
17, 18, 19 e 20). No arco inferior, os espaços foram concen-
trados na distal do canino esquerdo para serem fechados à
custa de mesialização do segmento posterior pelo elástico
de Classe II (Figura 20).
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Figuras19 e 20Vistaoclusal superiorretraindo o segundo pré-molaresquerdo e, inferior, com a concen-tração dos espaçosna distal do canino esquerdo.
Figura 21Vista in-trabucal frontal após re-moção do aparelho Pendulum e cola-gem do aparelho lingual.
Figuras22 e 23Vista in-trabucal lateral após re-moção do aparelho Pendulum e cola-gem do aparelho lingual.
Figuras24 e 25Vistaoclusal superiore inferior comaparelho lingualmontado.
Figura 26Paciente sorrindo com aparelho lingual após montagem completa.
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As Figuras 21, 22, 23, 24 e 25 mostram a fase de remoção
do aparelho Pendulum e a colagem do aparelho lingual supe-
rior. A Figura 26 mostra a paciente nesta fase do tratamento
(observar a estética ao sorrir sem mostrar o aparelho).
As Figuras 27, 28 e 29 mostram a seqüência do trata-
mento, o controle do relacionamento ântero-posterior no
lado direito e a gradual melhora do lado esquerdo. Como a
colaboração do uso do aparelho extrabucal não foi conseguida,
optou-se pela remoção dos tubos e camuflagem das bandas
com resina composta (Figuras 30 e 31).
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Figuras27, 28e 29Melhora da cor-reção da linha mé-dia, con-trole do relacio-namentoântero-posteriordo lado direito e gradual correção do lado esquerdo.
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Figuras30 e 31Cobertura dos tubos dos mo-lares com resina para me-lhorar a estética.
Figuras32, 33e 34Correção da linha média e melhora do rela-cionamen-to ântero-posteriordo lado esquerdo e manu-tençãodo lado direito.
O relacionamento ântero-posterior do lado esquerdo foi
gradualmente conseguido com o fechamento do espaço pela
migração mesial do segmento posterior inferior quando se
obteve, também, a correção da linha média (Figuras 32, 33 e
34). A partir deste momento, iniciou-se a fase de finalização
(Figuras 35, 36 e 37) com o tratamento ativo completo depois
de 30 meses.
Durante a fase de contenção, também houve a pre-
ocupação de se utilizar dispositivos que apresentassem
características estéticas. O aparelho de eleição foi a placa de
Hawley modificada com o fio QCM (Trademark of Chikami
Miltec Inc., 1-6-3 Ohtesuji, Kochi 780, Japão) para a arcada
superior e, para o arco inferior, foi confeccionada uma barra
3 x 3 com alívios nas papilas3, de maneira que a paciente
conseguisse utilizar o fio dental sem impedimentos (Figuras
38 e 39). A Figura 40 mostra a característica estética da
contenção superior.
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Figuras35, 36e 37Fase de finaliza-ção.
Figuras38 e 39Contenção estéticasuperior e contençãocom alívio das papi-las infe-riores.
Figura 40Paciente com a conten-ção superior.
POR APRESENTAR UMA ALTURA
FACIAL ANTERIOR INFERIOR
DIMINUÍDA, ESPAÇOS NA ARCADA
INFERIOR NO LADO DA SUBDIVISÃO,DENTES COM A COROA CLÍNICA
GRANDE E LIVRE DE RESTAURAÇÕES,A FORMA DE TRATAMENTO PROPOSTA
FOI VIÁVEL DO PONTO DE VISTA
MECÂNICO E ESTÉTICO.
Um ano pós-contenção a saúde periodontal e a ma-
nutenção dos resultados são evidentes (Figuras 41, 42,
43, 44 e 45).
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
O caso apresentado foi tratado com aparelho Pendulum e
aparelho fixo lingual. O aparelho Pendulum foi desenvolvido
para obter distalização de molares superiores em pacientes que
não colaboram com o uso de aparelhos extrabucais. Alguns
trabalhos5,10 mostram que o aparelho consegue distalizar o
molar por volta de 3,5 mm, muito embora o espaço aberto
seja maior. Sabe-se que o efeito colateral produzido por esta
terapia é a vestibularização do segmento anterior e a aber-
tura do plano mandibular. Isto ocorre devido ao movimento
pendular do molar que causa uma interferência oclusal e
favorece o aumento da altura facial anterior inferior. No caso
em questão, os efeitos colaterais não prejudicaram a estética
facial da paciente, pois apresentava uma altura facial anterior
inferior diminuída.
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Figuras41, 42, 43,44 e 45Vistaintrabucal um ano pós-con-tenção.
Como a paciente apresentava uma relação de Classe II
completa, apenas a distalização do molar na quantidade ve-
rificada pela literatura não seria suficiente para sua correção.
Deste modo, a presença dos diastemas inferiores foi determi-
nante para viabilidade do tratamento realizado.
A seqüência do tratamento foi dada com aparelho lingual.
Os braquetes superiores anteriores apresentam um batente de
mordida que permite a desoclusão posterior pelo contato dos
incisivos inferiores, facilitando a correção da mordida profun-
da e a migração dos dentes posteriores graças à remoção de
um dos elementos naturais de ancoragem que é a oclusão2. Por
outro lado, a desoclusão gira a mandíbula no sentido horário
e piora as relações de Classe II.
Por apresentar uma altura facial anterior inferior di-
minuída, espaços na arcada inferior no lado da subdivisão,
dentes com a coroa clínica grande e livre de restaurações, a
forma de tratamento proposta foi viável do ponto de vista
mecânico e estético.
Considerando a estética como fator determinante da
eleição dos dispositivos ortodônticos, a contenção com o fio
QCM se tornou uma boa opção. Ao contrário dos outros fios
de polímeros orgânicos este material permite ser dobrado com
alicate e voltar à sua forma original se não for tratado com
calor por alguns segundos15. Também não há descoloração do
fio, indicando que ele não absorve líquidos, o que ajuda na
qualidade estética da contenção15. Portanto, contenção com
QCM está muito bem indicada pela sua marcante caracterís-
tica estética e adequadas propriedades físicas15.
O caso apresentado primou pelo seu desenvolvimento em
conceitos estéticos sem descuidar do controle biomecânico. O
bom diagnóstico associado ao controle mecânico e conheci-
mento do funcionamento dos aparelhos são elementos-chave
para o sucesso das terapias ortodônticas. O caso relatado ve-
rificou que a técnica lingual associada ao aparelho Pendulum
pode ser um recurso ortodôntico valioso para o ortodontista
criterioso e para o paciente que prima pela estética.
Endereço para correspondência:Luiz Gonzaga Gandini JúniorRua Humaitá, 1.680 - 1o andar - Centro14801-903 - Araraquara - SPTel.: (16) [email protected]
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ÓRGÃOS LINFÓIDES DO TRATO RESPIRATÓRIO
SUPERIOR: DESENVOLVIMENTO NORMAL,ALTERAÇÕES E INFLUÊNCIAS FUNCIONAIS
LYMPHOCYTE ORGANS OF THE UPPER RESPIRATORY TRACT: NORMAL DEVELOPMENT, ALTERATIONS AND FUNCTIONAL INFLUENCES
LUIZ GUILHERME MARTINS MAIA*ANDRÉ DA COSTA MONINI**ARY DOS SANTOS PINTO***
ANA MARIA MINARELLI GASPAR****PAULO DOMINGOS ANDRÉ BOLINI*****
RESUMO
Problemas posturais de cabeça, mandíbula, lábios e língua, assim como alterações no padrão respiratório nasal, podem ser
resultado da hipertrofia dos órgãos linfóides denominados tonsilas, mais conhecidos como amídalas e adenóide. Sua importância
clínica no cotidiano ortodôntico é relevante devido às influências em relação ao padrão facial, diagnóstico e plano de tratamen-
to. As tonsilas são estruturas linfóides que, quando hipertrofiados, são mencionadas constantemente na literatura ortodôntica
como obstrutoras do espaço faríngeo e, de modo geral, essas pesquisas concordam que a hipertrofia dessas estruturas dificulta
a respiração nasal, resultando em respiração bucal. Com base nesses conceitos, este trabalho tem o objetivo de elucidar de uma
forma objetiva a influência que esses órgãos linfóides, quando hipertrofiados, exercem sobre o padrão facial esquelético.
Unitermos - Obstrução nasofaringeana; Crescimento facial; Hipertrofia adenoideana.
ABSTRACT
Postural problems of head, neck, jaw, lips and cheeks as well as lack of nasal respiratory function can be some outcome of
hypertrophy of the lymphocyte organs or tonsils. Its clinical relevance in the orthodontic practice is due to its influence exerted
on maxillofacial development and growth, as well as on diagnosis and plan of treatment. Tonsils are lymphocyte structures
quoted in orthodontic literature as obstructive structures of pharyngeal space when hypertrophied. In general way, researchers
agree that this hypertrophy hampers nasal breathing, establishing mouth breathing and leading to maxillofacial development
and growth changes. Based on these concepts, this article intends to make a literature survey to elucidate in a clear and
objective way the influence of these lymphocyte hypertrophied organs on facial development.
Key Words - Nasopharyngeal obstruction; Face growth; Adenoid hypertrophy.
* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial - Unesp/Araraquara; Mestre em Ciências Odontológicas - Ortodontia - Unesp/Araraquara; Professor da Disciplina de Ortodontia da Universidade Tiradentes - Unit.** Especialista em Ortodontia - Unesp/Araraquara; Aluno do curso de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas - Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp.*** Professor adjunto doutor da Disciplina de Ortodontia do curso de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas - Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp. **** Professora assistente doutora da Disciplina de Anatomia do Departamento de Morfologia do curso de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas - Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp.***** Professor assistente doutor da Disciplina de Anatomia do Departamento de Morfologia do curso de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas - Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara - Unesp.
Recebido em: abr/2007 - Aprovado em: jan/2008
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INTRODUÇÃO
O crescimento e as diferenças faciais em uma popu-
lação são fenômenos multifatoriais. Todo organismo pode
ter seu curso de crescimento e desenvolvimento alterado,
inibido ou desviado por alterações dos fatores da saúde, do
relacionamento das estruturas orgânicas ou por influências
ambientais3-4, 24-25.
A respiração nasal tem um importante papel nas funções de
aquecimento, filtragem e umidificação do ar inspirado e tem re-
lação com o desenvolvimento e morfologia facial5,21,25-26. Muitos
problemas, como irritabilidade, apnéia noturna, deficiência
no rendimento físico e mental, são decorrentes de capacidade
respiratória inadequada 3,7,15,19,23,26.
As tonsilas faríngeas, palatinas, linguais e tubárias formam
o conjunto de estruturas linfáticas da região póstero-superior
do trato respiratório, conhecido como anel de Waldeyer. Estas
circundam a porção posterior da cavidade nasal e bucal. A
tonsila faríngea sofre um processo de hipertrofia na infância
que lhes confere a denominação de adenóide ou vegetação
adenóide; é formada de pequenos grupos de massa de teci-
do linfóide difuso e nódulos linfáticos que se localizam na
região superior da parede faríngea posterior. Ela se forma
a partir da bolsa craniofaríngea do embrião, da mesma
forma que a adenoipófise, tendo, portanto, uma semelhança
histológica com esta. Constituem-se de pregas da mucosa
faríngea, que formam cinco ou mais fissuras ântero-posterio-
res ao longo das quais estão dispostos os folículos linfóides
com seus centros germinativos; são importantes na linha de
defesa do organismo devido à sua localização estratégica
na abertura posterior da cavidade nasal e bucal, e atuam
no desenvolvimento imunológico como resposta à ação de
germes e bactérias e seus antígenos no trato respiratório
superior 6,12,16,25-26.
Por vezes, a adenóide pode apresentar um aumento
em massa maior que a velocidade de deslocamento para
baixo e para frente do palato duro e mole, provocando um
estreitamento ou bloqueio do espaço aéreo nasofaringeano.
O desenvolvimento e hipertrofia das tonsilas ocorre na maior
parte durante a infância e é presente em dois grandes picos de
crescimento, influenciado pela ação dos antígenos6,12. Quando
o aumento das tonsilas é proporcionalmente maior que o au-
mento do espaço bucofaríngeo, haverá uma obstrução nas vias
aéreas, resultando em problemas posturais craniocervicais,
mandibulares e neuromusculares, modificando o padrão de
desenvolvimento facial3,24,26. Frente a todas essas alterações,
um padrão de respiração bucal será uma conseqüência natu-
ral, podendo facilmente não ser notada inicialmente e trazer
prejuízos no desenvolvimento facial esquelético de difícil
tratamento, posteriormente.
As seguintes alterações são observadas em respiradores
bucais: lábios, músculo bucinador e língua hipotônicos, obs-
trução nasal, hipoplasia da fossa nasal e inflamação crônica
da mucosa decorrente da rinite alérgica24,26. As alterações
maxilares verticais, horizontais e transversais são decor-
rentes da ausência de função respiratória nasal, selamento
labial incompetente, desequilíbrio da musculatura orofacial,
principalmente, dos músculos elevadores e abaixadores da
mandíbula13,24. As alterações posturais da língua na obstrução
respiratória constituem um fator adverso para o desenvolvi-
mento craniofacial normal. Quando a língua se interpõe entre
os dentes anteriores, resultará em uma mordida aberta anterior.
Para alguns autores, a hipertrofia adenotonsilar é a maior
responsável pela apnéia e ronco noturno23 e a obstrução das
fossas nasais pode ser uma condição séria não somente pelo
sono agitado, como também, fadiga durante o dia e retardo
de crescimento nos casos mais sérios8,18,21.
Problemas respiratórios crônicos têm uma interferência
fundamental no desenvolvimento da face. Quando a respiração
bucal é predominante no indivíduo, produz uma mudança no
curso natural do desenvolvimento e crescimento craniofa-
cial18,21. O mais comum é uma alteração do ângulo goníaco
mandibular e rotação da mandíbula no sentido horário18,21.
Podemos notar um aumento da altura facial anterior inferior
e, conseqüentemente, um aumento no padrão facial13,24.
Devemos considerar o fator genético como um im-
portante agente no desenvolvimento craniofacial, porém
não podemos menosprezar as influências ambientais no
decorrer do crescimento até a obtenção da maturidade
esquelética27.
PROPOSIÇÃO
Este assunto é extensamente estudado pela comunidade
científica, que se preocupa com os questionamentos no que
diz respeito aos órgãos linfóides da cavidade bucal e faríngea,
assim como seu desenvolvimento normal e a influência que
exercem no desenvolvimento das estruturas craniofaciais.
Por isso, com base na literatura, é propósito deste trabalho
fazer um retrospecto e buscar as evidências que relacionam a
presença hipertrófica das tonsilas, com alterações no padrão de
crescimento e desenvolvimento do complexo craniofacial.
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Função
As estruturas de tecido linfóide da nasofaringe estão
relacionadas com o desenvolvimento e manutenção do siste-
ma imunológico humano. A tonsila faríngea, em especial, é
importante na proteção imunológica devido à sua localização
anatômica estratégica, que resulta num significante contato
físico com vírus e bactérias durante o fluxo de ar nasal25-26.
A tonsila palatina tem como funções, a produção de
linfócitos, destruição de microorganismos, desintoxicação
local e proteção do organismo25 (Figuras 1a, 1b e 1c).
Localização
A adenóide está localizada na parede faríngea posterior,
acima do nível inferior do palato mole, numa região denomi-
nada cavo ou nasofaringe. Em norma lateral é desenvolvida
de tal forma que pode ser visualizada, aparecendo como uma
protuberância convexa, voltada para a superfície superior ou
nasal do palato mole e, posteriormente, às coanas.
No plano sagital mediano, ela está inserida na região in-
ferior do corpo do esfenóide e porção basilar do osso occipital
bem como à parede faríngea posterior.
As glândulas mucosas da adenóide situam-se no início
dos vasos linfáticos, diferindo dos linfonodos que se localizam
no trajeto dos vasos linfáticos (Figuras 2a, 2b, 2c, 2e).
Figura 1aVista cí-nica das tonsilaspalatinashipertrófi-cas.
Figura 1bVista su-perior da língua ou dorso da língua
Figura 1cTonsila palatina.
Figuras2a e 2bCorte sa-gital: vista medial e ântero-me-dial, ambos mostrando a tonsila faríngea: adenóide.
Figura 2cCorte sagi-tal: tonsilas linguais.
Figura 2dToro tubário.
Figura 2eÓstio farín-geo da tuba auditiva.
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O sistema de drenagem linfática da adenóide, que faz
parte do anel linfático de Waldeyer, inicia-se no plexo de pe-
quenos capilares linfáticos fechados ou rodeados por células.
Estes capilares formam progressivamente largas vesículas
que, por sua vez, esvaziam-se nos nódulos retrofaríngeos e
cervical profundo, superior e inferior, que drenam a linfa para
circulação geral, através do ducto torácico esquerdo.
As glândulas mucosas que constituem a estrutura in-
terna da adenóide situam-se no início dos vasos linfáticos,
no que diferem dos linfonodos que se localizam no trajeto
destes vasos.
Desenvolvimento
A adenóide ou tonsila faríngea aparece por volta dos
seis meses de vida intra-uterina, como infiltrado linfocitário
subepitelial. Inicia seu desenvolvimento durante os últimos
meses de vida fetal, porém, só aparece como nódulo definido
no nascimento ou durante o primeiro ou segundo ano de vida.
Nesse período, inicia sua hipertrofia com uma velocidade
mais acentuada24.
Quando a adenóide entra em contato com os agentes
irritantes do meio ambiente, passa a exibir um crescimento
mais rápido. Esta exibe um aumento em massa e a nasofaringe
passa a apresentar um contorno ligeiramente convexo. Além
da hipertrofia, a adenóide pode se apresentar edemaciada
devido à manifestação alérgica usual da membrana mucosa.
Essa tumefação, associada à secreção de muco em abundân-
cia, pode promover, também,
uma diminuição do espaço
nasofaríngeo13,26.
Crianças com obstru-
ção nasofaringeana podem
sofrer de sinusite, alergia
ou hipertrofia da adenóide,
sendo raras outras causas. A
presença da adenóide pode
ser uma agravante da alergia
ou mesmo provocar e acentuar
as sinusites.
Até os dois ou três anos
de idade, o tecido adenóideo
cresce predominantemente
para baixo e para frente, pos-
sivelmente influenciado pelo
padrão de crescimento da face
superior26. Após essa fase, a adenóide continua seu cresci-
mento numa direção para baixo, a uma velocidade menor,
até atingir seu pico máximo de crescimento ou seu maior
volume por volta dos dez ou 12 anos de idade20. Após esse
pico, parece haver uma reversão do crescimento da adenóide,
que passa a exibir uma diminuição em massa e uma regressão
no tamanho13.
Na adolescência, o tecido adenóideo encontra-se atrofia-
do, sendo, nesta fase e nas seguintes, maiores as dimensões
de espaço nasofaríngeo.
Diagnóstico
Um correto diagnóstico da obstrução nasofaríngea, por
hipertrofia adenotonsilar, é muito importante para um trata-
mento eficiente5. Devemos levantar o histórico do paciente
para saber a freqüência das crises alérgicas, qualidade de sono
durante o período noturno, desempenho físico e mental15,23,26.
Clinicamente, a suspeita de uma patologia causada pela
hipertrofia adenóidea se baseia em sinais e sintomas como
respiração bucal, episódios repetidos de otite média, sinusites
freqüentes, baba no travesseiro e ou ronco noturno3,7,15,19,23.
O exame radiográfico pode ser usado na detecção das
obstruções nasais, principalmente as causadas por hipertrofia
da adenóide14. As radiografias são consideradas um meio de
diagnóstico eficiente para esta finalidade quando obtidas
em três dimensões: norma lateral, póstero-anterior e vértex
submentual associadas. Entretanto, a combinação dos exa-
mes clínico e radiográfico dos
tecidos moles nasofaríngeos
possibilita ao clínico avaliar
adequadamente o tamanho da
adenóide e o grau de obstrução
nasal posterior.
O perfil cefalométrico
nasofaríngeo apresenta áreas
de deslocamento anatômico
ou distorções que são facil-
mente reconhecidas durante
a avaliação subjetiva de ro-
tina da cabeça e pescoço7.
A radiografia cefalométrica
lateral padronizada permite,
por sua vez, uma avaliação
da localização, configuração
e crescimento do tecido ade-
A ADENÓIDE OU TONSILA FARÍNGEA
APARECE POR VOLTA DOS SEIS
MESES DE VIDA INTRA-UTERINA,COMO INFILTRADO LINFOCITÁRIO
SUBEPITELIAL. INICIA SEU
DESENVOLVIMENTO DURANTE OS
ÚLTIMOS MESES DE VIDA FETAL,PORÉM, SÓ APARECE COMO NÓDULO
DEFINIDO NO NASCIMENTO OU
DURANTE O PRIMEIRO OU SEGUNDO
ANO DE VIDA. NESSE PERÍODO,INICIA SUA HIPERTROFIA COM UMA
VELOCIDADE MAIS ACENTUADA24.
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nóideo e da influência das relações posturais das estruturas
intimamente relacionadas com o complexo nasofaríngeo.
Apesar deste tipo de radiografia fornecer informações sobre
o tecido adenóideo em apenas duas dimensões, ela possibilita
a visualização de estruturas de tecido mole, tão bem como
as de tecido duro5.
Como esta técnica radiográfica é padronizada, possibilita
a obtenção de registros periódicos de um mesmo paciente, as-
sim como realizar comparações qualitativas e quantitativas.
A videoendoscopia nasofaríngea tem sido apontada como
eficiente método de diagnóstico por apresentar visualização
direta e avaliação dinâmica da nasofaringe. Esse método
apresenta suficiente reprodutibilidade para diagnóstico dos
diversos processos obstrutivos nasofaríngeos5.
A rinometria acústica nasal é uma técnica de avaliação
objetiva da permeabilidade nasal, que permite determinar a
área de secção transversa de qualquer ponto entre a narina
e a rinofaringe, podendo também ser calculado o volume da
cavidade nasal total entre estes dois níveis10-11. Ela é baseada
em ondas sonoras refletidas pelas cavidades nasais diante de
um estímulo sonoro. Esse método de avaliação poderá ser
utilizado em pacientes com problemas de respiração causados
por hipertrofia das tonsilas, submetidos à expansão ortopédica
maxilar e/ou remoção cirúrgica das mesmas, para avaliação
do aumento de volume de ar, após o tratamento. Para este
acompanhamento, deveremos obter uma análise em duas
etapas, uma antes e outra depois da ERM1,8,10-11.
Padrão de desenvolvimento esquelético
A presença da adenóide ocorre em crianças com os
mais variados tipos faciais; entretanto, uma obstrução na-
sal devido à hipertrofia desta é mais comum entre crianças
dolicofaciais, onde a face é mais estreita e longa e menos
profunda. Nessas crianças, a faringe, é comprometida com
facilidade pela hipertrofia desse órgão linfóide e basta que
haja pequenos aumentos da massa adenoideana para haver
uma obstrução nasofaríngea. Em crianças com morfologia
braquifacial e crescimento mais horizontal, são necessários
grandes aumentos volumétricos da adenóide para a ocorrên-
cia de uma obstrução, pois, na maioria dos casos, a faringe
também é ampla21.
No sentido de criar uma passagem de ar através da boca,
os lábios tornam-se entreabertos, a mandíbula é mantida
numa posição mais inferior e a língua, deslocada para baixo
e para frente13,21.
O deslocamento da língua para baixo e para frente, em
decorrência da hipertrofia da amídala e adenóide, altera o
equilíbrio das forças que posicionam e sustentam os dentes,
bases ósseas e palato. A força de atuação da musculatura
lingual será reduzida sobre os dentes póstero-superiores
no sentido vestibular e se, ao mesmo tempo, a pressão da
musculatura das bochechas permanecer normal, a região de
pré-molares e molares superiores sofrerá uma compressão e,
conseqüentemente, um desequilíbrio de forças musculares. A
projeção da língua, por sua vez, irá forçar os dentes ântero-
superiores a uma protrusão e inclinação vestibular acentuada.
Dessa forma, o arco maxilar assume forma em “V”, há uma
mordida cruzada posterior bilateral e, em função destas alte-
rações, há um aumento na altura ou profundidade do palato
(Figuras 3a e 3b).
Outro achado comum que se refere à posição alterada
de língua é a mordida aberta anterior3. A língua é projetada
para frente devido às necessidades respiratórias, e repousa
sobre a incisal dos dentes inferiores. Com essa interposição
da língua entre os incisivos superiores e inferiores, não há
possibilidade do estabelecimento de uma sobremordida
normal (Figura 4).
A abertura mandibular, através de uma rotação no sen-
Figura 3aModelode estudo mostrando mordida cruzadaposterior.
Figura 3bModelode estudo mostrando forma do arco ma-xilar em “V”.
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tido horário, e a manutenção desta postura para facilitar a
respiração bucal, permite uma erupção contínua dos dentes
posteriores e um crescimento alveolar excessivo. Isso é pos-
sível devido à falta de contato entre os dentes superiores e
inferiores durante a deglutição13 (Figura 5).
Em sua pesquisa, Santos et al18 (1993) notaram que as
dimensões transversais do arco dentário superior ficavam
reduzidos quando o espaço nasofaríngeo era de 0 a 2 milíme-
tros; dessa forma, o arco dentário superior apresentava uma
atresia significante. No mesmo estudo, eles concluíram que
os ângulos NS.PO; NS.GoMe e NS.GN foram influenciados
pela redução do espaço nasofaríngeo, caracterizando uma
tendência de rotação do plano oclusal e do mandibular no
sentido horário.
Em qualquer das situações acima mencionadas, as
alterações posturais e neuromusculares são sucedidas de
mudança graduais no padrão esquelético facial, dependendo
da intensidade e do tempo que se fizerem presentes.
DISCUSSÃO
A respiração nasal tem um importante papel nas funções
de aquecimento, filtragem e umidificação do ar inspirado
e guarda relação com o desenvolvimento e morfologia fa-
ciais5,21, 25-26. As estruturas de tecido linfóide da nasofaringe
estão relacionadas com o desenvolvimento e manutenção do
sistema imunológico humano25-26. A tonsila palatina tem como
funções, a produção de linfócitos, destruição de microorga-
nismos, desintoxicação local e proteção do organismo25. Por
vezes, a adenóide pode apresentar um aumento em massa
maior que a velocidade de deslocamento para baixo e para
frente dos palatos duro e mole6,12.
Até os dois ou três anos de idade, o tecido adenóideo
cresce predominantemente para baixo e para frente, possi-
velmente influenciado pelo padrão de crescimento da face
superior21,26. A presença da adenóide ocorre em crianças
com os mais variados tipos faciais21. No entanto, as faces
tipo desfavorável são mais vulnerável à massa adenóidea.
No sentido de criar uma passagem de ar através da boca, os
lábios tornam-se entreabertos, a mandíbula é mantida numa
posição mais inferior e a língua, deslocada para baixo e para
frente13,21. Esse deslocamento da língua para baixo e para
frente em decorrência de hipertrofia da amídala e adenóide,
altera o equilíbrio das forças que posicionam e sustentam
os dentes, bases ósseas e palato. Outro achado comum que
se refere à posição alterada de língua, é a mordida aberta
anterior3. A abertura mandibular, através de uma rotação no
sentido horário e a manutenção desta postura para facilitar a
respiração bucal, permite uma erupção contínua dos dentes
posteriores e um crescimento alveolar excessivo. Isto é pos-
sível devido à falta de contato entre os dentes superiores e
inferiores durante a deglutição13.
A mandíbula e língua mantidas abaixadas e a falta
de contato entre os dentes superiores e inferiores, permi-
tem, durante a fase de desenvolvimento, que a mandíbula
desenvolva um padrão mais vertical de crescimento. Este
deslocamento vertical maxilar restringe, gradualmente, os
movimentos da mandíbula para cima13,17. Desta forma, no
perfil, podemos notar um aumento da altura facial anterior
inferior e, conseqüentemente, um aumento no padrão fa-
cial13,24. Uma alteração desta função normal pode resultar
em uma maxila atrésica1-2,10-11,22. A expansão rápida da
maxila (ERM) e utilizando o aparato ortopédico de “Haas
modificado” aumenta a área nasal transversal da válvula dos
pacientes10-11 (Figura 6a, 6b e 6c).
Para um bom diagnóstico da hipertrofia da tonsila palati-
na e faríngea, Ianni5 (2001) relata que a telerradiografia lateral
tem uma boa visualização dos tecidos moles, já Rahbar15
Figura 4Inter-posiçãolingualdecor-rente de hipertrofia de adenói-de e amí-dalas.
Figura 5Fotografia permite mos-trar a morfologia da face na vista frontal de um pa-ciente respirador bucal.
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Figura 6cAparelho de “Haas” em fase de contenção.
Figuras 6Vista do aparelho ortopédico disjuntor de “Haas”.
Figura 6aAparelho possi-velmentecimentadona maxila.
Figura 6bRaio-xoclusal mostrando a abertura da sutura palatinamediana.
(2004) acredita que este tipo de diagnóstico deverá ser obser-
vado com certo cuidado devido ao dimorfismo existente entre
os pacientes. A videoendoscopia nasofaringeana tem sido
apontada como eficiente método de diagnóstico por apresentar
visualização direta e avaliação dinâmica da nasofaringe5.
CONCLUSÃO
Com base neste estudo e considerando o desenvolvimen-
to craniofacial, acreditamos que:
1. A falta de oclusão em pacientes respiradores bucais na
fase de desenvolvimento e crescimento gera hipotonia
muscular, fazendo com que os ossos alveolares se desen-
volvam no sentido vertical.
2. Obstrução faríngea, através de hipertrofia das tonsilas fa-
ríngea e palatinas, influencia a direção de desenvolvimento
e crescimento do esqueleto facial.
3. A interposição da língua anteriormente, por obstrução da
via aérea respiratória é causa de mordida aberta anterior.
4. Ocorre um giro mandibular no sentido vertical e na altura
facial anterior inferior causado por hipertrofia das tonsilas
palatinas e faríngeas.
5. O arco dentário superior pode ser comprometido, no
desenvolvimento transversal, quando há uma obstrução
significante do espaço nasofaríngeo.
Agradecimento: Marcelo Brito Conte - Técnico de Anatomia - Unesp - Araraqua-ra/SP
Endereço para correspondência:Luiz Guilherme Martins MaiaCentro de Ortodontia Dr. Manoel TenórioRua Terêncio Sampaio, 309 - Grageru49025-700 - Aracaju - SETel.: (79) [email protected]
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APARELHO DISJUNTOR FUSIONADO,UMA NOVA VISÃO DA DISJUNÇÃO PALATINA
FUSIONED DISJUNCTOR APPLIANCE, THE NEW
VISTAS OF PALATAL DISJUNCTION
RENATO CASTRO DE ALMEIDA*MARIA HELENA CASTRO DE ALMEIDA**
RESUMO
Angle2 (1860) fez a primeira menção sobre a disjunção palatina no tratamento de maxila atrésica. Angle4 (1910); Angle5 (1912);
Hawley13 (1919) deram início à discussão em torno da disjunção palatina, dando opiniões favoráveis a essa prática; entretanto,
alguns autores se mostraram resistentes por acreditarem que o método lesava os tecidos15. Debbane8 (1958); Haas12 (1961)
constataram radiograficamente a abertura da sutura palatina mediana pela aplicação de forças ortopédicas. Embasado nesse
fato, Haas12 (1961) passou a divulgar a técnica com maior ênfase. A disjunção palatina tem sido indicada como meio auxiliar
terapêutico para tratamento das atresias maxilares severas. O protocolo de procedimentos para a realização da disjunção pa-
latina parece ser simples e de fácil execução. No entanto, todos os detalhes devem ser observados. Atualmente, dois tipos de
aparelhos disjuntores, e suas variações, são utilizados: Aparelho de Haas e Aparelho de Hyrax. Esses aparelhos têm as mesmas
funções, mas com arquiteturas e sistemas de ancoragem diferentes. Ambos apresentam vantagens e desvantagens, portanto,
o objetivo deste estudo foi apresentar o Aparelho Disjuntor Fusionado, que une as qualidades de cada um dos anteriores, no
intuito de oferecer o melhor aos nossos pacientes que necessitam deste tipo de tratamento.
Unitermos - Ortodontia; Técnica de disjunção palatina; Aparelhos ortodônticos.
ABSTRACT
In 1860, Angle2 made the first mention on palatal disjunction in atrophic maxilla treatment. Angle4 (1910); Angle5 (1912);
Hawley13 (1919) started discussion concerning about palatal disjunction, stating favorable opinions to that practice; however,
some authors presented resistance because they believed that method caused injuries to the tissues15. Debbane8 (1958); Haas12
(1961) observed in radiographies, the opening of median palatal suture by application of orthopedic forces. Supported by this
observation, Haas12 (1961) has passed to divulge that technique with more emphasis. Palatal disjunction has been indicated
like an auxiliary therapeutic tool in the treatment of severe atrophic maxillas. The protocol of procedures to perform a palatal
disjunction seems to be simple and easy execution; however, every detail should be observed. Currently, two types of disjunctors
and your modifications are used: Haas appliance and Hyrax appliance. These appliances have the same functions, but they
have different designs and anchorage systems. Both appliances have vantages and advantages, therefore, the objective of this
study was to present the Fusioned Disjunctor Appliance, which associates the qualities of each appliance in order to provide
the best to our patients who seeks this kind of treatment.
Key Words - Orthodontics; Palatal expansion technique; Orthodontic appliances.
* Especialista em Ortodontia pelo CFO; Especialista em Radiologia pela FOP/Unicamp; Mestre e doutor em Ortodontia pela FOP/Uni-camp; Membro da “Fundação Tweed” - EUA; Professor do Programa de Mestrado em Odontologia, Área de Ortodontia, do Centro de Pes-quisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. ** Especialista em Ortodontia pelo CFO; Membro da “Fundação Tweed” - EUA; Professora do Programa de Mestrado em Odontologia do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic.
Recebido em: jan/2008 - Aprovado em: mar/2008
Trabalho original
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ALMEIDA RC • ALMEIDA MHC
INTRODUÇÃO
A primeira menção sobre a disjunção palatina no trata-
mento de maxila atrésica, que é um procedimento pelo qual
a maxila é “dividida” em duas partes na sutura mediana,
resultando um aumento em largura, foi realizada por Angle2
(1860); Angle3 (1860). Seu relato, que foi baseado em obser-
vações clínicas, foi corroborado pelas publicações de White18
(1860); Goddard9 (1893).
No século 20, Angle4 (1910); Angle5 (1912), Hawley13
(1919) deram início a discussão em torno da disjunção palatina,
dando opiniões favoráveis a essa prática. Todavia, alguns auto-
res se mostraram resistentes a essa técnica, como Oppenheim15
(1911), que acreditava que o método lesava os tecidos e não
proporcionava boa higienização. Após esse período, a técnica
apresentou intervalos de desuso por quase 40 anos10.
Debbane8 (1958); Haas12 (1961) constataram, por meio de
métodos radiográficos, a abertura da sutura palatina mediana
pela aplicação de forças ortopédicas na arcada maxilar. Em-
basado nesse fato, Haas12 (1961) passou a divulgar a técnica
com maior ênfase, sendo boa parte das suas condutas adotadas
até os dias atuais.
Disjunção palatina
A disjunção palatina é indicada em casos de insuficiência
transversal maxilar grave, para obtermos rápida separação de
sutura palatina mediana. A disjunção é resultado de expansão
ortopédica, que separa a sutura palatina mediana, devido à
aplicação de força pesada contra setores laterais do maxilar
superior. A força gerada por esses aparelhos é de 3 onças a 10
onças. Cada milímetro de abertura do parafuso do aparelho
produz 0,7 mm de aumento no perímetro da arcada14. Como
resultado da aplicação de força do aparelho de disjunção
palatina, a sutura mediana do palato se abre rapidamente (de
uma a duas semanas).
A disjunção palatina está indicada em pacientes com
problemas crônicos de respiração bucal associados ao palato
ogival; pacientes Classe I, com mordida cruzada e desvios
funcionais; pacientes com fissuras de palato, após o fecha-
mento cirúrgico do lábio e do palato, quando os segmentos
posteriores apresentam oclusão insatisfatória e mastigação
incorreta1 e nos casos de falta generalizada de espaço, com
retenção ou impactação dentária, possibilitando a irrupção dos
dentes6. Entretanto, a disjunção palatina está contra-indicada
nos casos de pacientes com um único dente em mordida cru-
zada; com mordida aberta anterior e plano mandibular “alto”;
com perfil convexo; com assimetria esquelética da maxila e/ou
mandíbula; adultos com discrepâncias esqueléticas vertical e
ântero-posterior severas7.
Aparelhos disjuntores palatinos
Atualmente, a comunidade ortodôntica utiliza, basica-
mente, dois tipos de aparelhos disjuntores e suas variações,
são eles: aparelho disjuntor de Haas e o aparelho disjuntor
de Hyrax. Estes aparelhos têm as mesmas funções, mas com
arquiteturas e sistemas de ancoragem diferentes.
O aparelho disjuntor de Haas (Figura 1) é composto de
bandas ortodônticas confeccionadas para o primeiro molar e
o primeiro pré-molar de cada lado, que são unidas por uma
estrutura de fio de aço inox por vestibular e palatina das
bandas, e um parafuso central; todos esses elementos são
incorporados a uma massa de acrílico que fica em contato
com a mucosa palatina. O Aparelho de Haas utiliza um sis-
tema de ancoragem dento-mucossuportável. A magnitude de
força liberada por esse aparelho, associado ao seu sistema de
ancoragem, proporciona um excelente movimento ortopédico
(movimento da base óssea) com mínima resposta de movi-
mentação ortodôntica (movimento dentário).
A fase ativa deste aparelho compreende ativações
diárias (uma volta no parafuso), até alcançar uma sobrecor-
reção de 2 mm a 3 mm. Terminada esta fase (de uma a duas
semanas), o parafuso é fixado, com resina acrílica ou com
fio de ligadura, e o aparelho é mantido de modo passivo na
boca, por um período mínimo de três meses, como contenção.
Durante este período de estabilização, ocorre a neoformação
óssea na sutura palatina; contudo, é neste período que ocorre
um grande desconforto para o paciente, pois, como a resina
acrílica do aparelho fica em íntimo contato com a mucosa
palatina, e, ainda, sob pressão, ocorre o surgimento de lesões
na mesma, que causam dores ao paciente.
Figura 1Aparelho disjuntorde Haas(Figura adaptadade Mc Namara14,1987).
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ALMEIDA RC • ALMEIDA MHC
O aparelho disjuntor de Hyrax (Figura 2) é confeccio-
nado com bandas nos primeiros molares e primeiros pré-
molares, que são unidos pelas faces vestibular e palatina,
por meio de um fio de aço inox e um parafuso expansor,
que apresenta quatro hastes de fio de aço fundidas, cada
uma destas hastes é soldada às quatro bandas dos molares
e pré-molares. A ancoragem deste aparelho é puramente
dentária. Este aparelho determina uma boa magnitude de
forças; entretanto, devido ao seu sistema de ancoragem,
apresenta certa quantidade de movimento ortodôntico
(movimento dentário), além do movimento ortopédico
(movimentação óssea).
A fase ativa deste aparelho também compreende ati-
vações diárias (uma volta no parafuso) até alcançar uma
sobrecorreção de 2 mm a 3 mm. Este aparelho determina
movimento de inclinação vestibular dos dentes maxilares.
Ao final da fase ativa (de uma a duas semanas), o parafuso é
fixado, com resina acrílica ou com fio de ligadura, e o aparelho
é mantido de modo passivo na boca, por um período mínimo
de três meses, como contenção. No período de contenção,
acontece a neoformação óssea na sutura média. Este apare-
lho é muito bem aceito entre os profissionais que praticam
a Ortodontia, devido à facilidade de higienização durante
a fase de contenção, e conseqüente ausência de injúrias à
mucosa palatina.
PROPOSIÇÃO
O objetivo deste trabalho foi propor um protocolo de exe-
cução de disjunção palatina, utilizando o Aparelho Disjuntor
Fusionado, que tem sua arquitetura decorrente da fusão dos
aparelhos Haas e Hyrax, de modo a aproveitar o melhor que
cada um destes aparelhos oferece durante todo o processo
de disjunção palatina, a fim de obter eficiência mecânica e
excelência em conforto na fase de contenção.
METODOLOGIA
Tendo em mente que o aparelho disjuntor de Haas apre-
senta uma grande eficiência na expansão maxilar e muitos
problemas de ulcerações na mucosa palatina durante a fase
de contenção; e que, o aparelho disjuntor de Hyrax, por sua
vez, apresenta inclinação dentária indesejável durante a fase
de expansão e excelente possibilidade de higienização durante
a fase de contenção, determinando ausência de lesões na mu-
cosa palatina, julgamos que, uma fusão dos pontos favoráveis
de ambos os aparelhos podem determinar o surgimento de um
aparelho disjuntor capaz de oferecer uma expansão satisfatória
sem o desconforto das ulcerações na mucosa palatina.
Observamos os resultados clínicos e radiográficos da
utilização do aparelho disjuntor fusionado, que é um aparelho
capaz de expandir a maxila e preservar a mucosa palatina do
paciente. Selecionamos um paciente do gênero masculino,
leucoderma, com 12 anos e um mês, com atresia maxilar e
indicação de disjunção palatina.
Após o diagnóstico e planejamento do caso, adaptamos
bandas ortodônticas nos primeirosº molares e nos primeiros pré-
molares. Em seguida, realizamos a moldagem do arco superior,
com as bandas ortodônticas posicionadas nos seus respectivos
dentes, para que pudessem ser transferidas para o molde em
alginato. O modelo de trabalho foi confeccionado em gesso
pedra e utilizado para a confecção do aparelho disjuntor.
De posse do modelo de trabalho do arco superior, com
as bandas ortodônticas posicionadas nos primeiros molares e
primeiros pré-molares, confeccionamos um aparelho disjuntor
do tipo Hyrax. Quando esse aparelho ficou pronto, acrescen-
tamos resina acrílica, de modo que esta incluísse parte do
parafuso expansor e suas quatro hastes e ficasse em contato
com a mucosa palatina, semelhante ao aparelho disjuntor do
tipo Haas; construímos então o aparelho disjuntor fusionado.
Na seqüência, o aparelho foi cimentado nos primeiros molares
e primeiros pré-molares do paciente com cimento ionômero
de vidro (Figura 3).
Nesse primeiro momento não realizamos nenhum tipo
de ativação, pois, acreditamos ser importante e necessário um
período de 24 horas para que o paciente possa se adaptar à
presença de um aparato incômodo na cavidade bucal. Passada
as primeiras 24 horas, o paciente retornou ao nosso consultório
para que déssemos início à fase ativa do tratamento. Alertamos
o paciente que, durante a fase ativa, o mesmo iria sentir uma
grande pressão na cavidade bucal, pressão esta que proporcio-
naria sensação dolorosa. Com a chave de ativação do parafuso
Figura 2Aparelho Disjuntorde Hyrax (Figura adaptadade Mc Namara14,1987).
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ALMEIDA RC • ALMEIDA MHC
ativamos, nós mesmos, o parafuso expansor em 1,5 mm, ou seja, 6/
4 de volta. Esta ativação foi repetida a cada 48 horas, no nosso
consultório, até atingirmos a expansão desejada. A expansão
conseguida com este aparelho disjuntor é igual à oferecida
pelo aparelho disjuntor de Haas, ou seja, com movimentação
ortopédica (movimentação óssea) e com mínima movimentação
ortodôntica (movimento dentário). Ao término da fase ativa
do tratamento, realizamos o travamento do parafuso expansor
utilizando fio de amarrilho para tal (Figura 4).
Iniciamos, então, a primeira fase de contenção. Esta
fase perdura por, aproximadamente, um mês. Nesse período,
orientamos o paciente a utilizar uma seringa plástica de 20 ml,
sem agulha, para realizar a higienização da região em que o
acrílico do aparelho mantém contato com a mucosa palatina.
A seringa deve ser enchida com água e injetada entre a mucosa
e a estrutura de acrílico, para promover a remoção de detritos
alimentares que tenham se alojado nesta interface. A realização
de bochechos, com líquidos anti-sépticos, também foi recomen-
dada. Passados 30 dias, removemos o aparelho disjuntor. Em
seguida, removemos toda a parte acrílica do mesmo, deixando
o aparelho exatamente como um aparelho do tipo Hyrax. Em
seguida, tornamos a cimentar o aparelho (Figura 5). Passamos,
então, à segunda fase de contenção, que perdura por cerca de 60
dias. Nesta nova fase de contenção, passamos a ter excelentes
condições de higienização, evitando, assim, o surgimento de
lesões na mucosa palatina.
Decorridos 60 dias, o paciente retornou mais uma vez ao
nosso consultório para que removêssemos o aparelho disjun-
tor. Pudemos notar que toda a mucosa palatina apresentava
aspecto sadio, sem presença de lesões ou mesmo irritações
(Figura 6). Em seguida removemos o aparelho disjuntor e
demos seqüência ao tratamento ortodôntico que havia sido
planejado para o paciente.
Figura 5Fotografia e radio-grafia oclusal realizadas após a primeira fase de conten-ção, apro-ximada-mente um mês após o término da fase ativa.
Figura 4Fotografia e radio-grafia oclusal realizadas ao térmi-no da fase ativa, uti-lizando o aparelho disjuntorfusionado.
Figura 3Fotografia e radio-grafia oclusal realizadas imedia-tamenteapós a instala-ção do aparelho disjuntorfusionado.
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ORTO
DIVU
LGAÇ
ÃO
ALMEIDA RC • ALMEIDA MHC
Figura 6Fotografia e radio-grafia oclusal realizadas ao final da segunda fase de conten-ção, sem presença de lesões na mucosa palatina.
CONCLUSÃO
A utilização do aparelho disjuntor fusionado, que utiliza
os conceitos do aparelho disjuntor de Haas, na fase ativa do
tratamento, e do aparelho disjuntor de Hyrax, durante a maior
parte da fase de contenção, foram relevantes na obtenção da
disjunção palatina com ótima tolerância dos tecidos da mu-
cosa palatina, dando facilidade de higienização e propiciando
conforto aos pacientes durante a fase de disjunção palatina do
tratamento ortodôntico. Portanto, acreditamos que o aparelho
disjuntor fusionado é o dispositivo indicado para utilizarmos
quando desejamos realizar uma disjunção palatina.
Endereço para correspondência:Renato Castro de AlmeidaRua Visconde do Rio Branco, 280 - Apto. 142 - Centro13480-926 - Limeira - SPTel.: (19) [email protected]
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OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):55-9
60 |
Ortoreview
RESUMOS DE ARTIGOS
CRISTINA DOMINGUEZProfessora doutora da Disciplina de Ortodontia da Fousp.
O objetivo deste estudo in vitro foi estabelecer o tempo
mínimo necessário para colagem de braquetes metálicos
(Mini Diamond Twin), utilizando um novo aparelho de poli-
merização (LED).
Materiais e Métodos - Foram utilizados para este estudo
75 incisivos decíduos bovinos divididos em cinco grupos. O
adesivo fotopolimerizável Transbond XT foi utilizado para
colagem em todos os braquetes metálicos usando diferentes
aparelhos e tempos de polimerização. No primeiro e no se-
gundo grupo foi utilizado o LED (Ortholux LED) por cinco
e dez segundos. No terceiro e no quarto grupo foi utilizado
outro aparelho LED (Ultra-Lume LED 5), também por cinco
e dez segundos. Finalmente, no último grupo foi utilizado um
aparelho polimerizador de luz halógena (Optilux 501) por 40
segundos, que serviu como controle positivo. Todos os dentes
foram fixados em acrílico e armazenados por 24h em água à
37º C. A máquina universal de teste Instron foi utilizada para
avaliar a força à tração. Realizou-se a distribuição de Weibull
e a análise de variância para análise estatística.
Resultados - A força à tração obtida foi significativamente
diferente entre os grupos (P < 0,001). Quando utilizado por
10 segundos, o LED obteve suficiente força à tração, com-
parando-se com o grupo controle. Porém, no tempo de cinco
segundos a força à tração foi significativamente menor. O
índice que avaliou a quantidade de adesivo remanescente não
foi significativamente afetado.
Conclusão - Com base nos resultados, os autores observaram
que o tempo de polimerização de 10 segundos foi considerado
suficiente para colagem de braquetes metálicos em incisivos
usando o aparelho de LED. Desta forma, pode ser afirmado
que o aparelho de LED teria uma boa vantagem sobre o apa-
relho convencional de polimerização de luz halógena.
REDUÇÃO DO TEMPO DE POLIMERIZAÇÃO: AVALIAÇÃO IN VITRO
DE UM NOVO APARELHO DE POLIMERIZAÇÃO (LED)
Neste espaço são apresentados resumoscientíficos internacionais selecionados.
MAVROPOULOS A, STAUDT CB, KILIARIDIS S, KREJCI I.EUR J ORTHOD 2005 AUG;27(4):408-12. EPUB 2005 JUN 16.
LIGHT CURING TIME REDUCTION: IN VITRO EVALUATION OF NEW INTENSIVE LIGHT-EMITTING DIODE CURING UNITS
Colaboração: Doutora Mariana Galvão
TEMPERATURA PRODUZIDA DURANTE A COLAGEM ORTODÔNTICA
COM DIFERENTES APARELHOS DE POLIMERIZAÇÃO: UM ESTUDO IN VITRO
O objetivo deste trabalho foi investigar in vitro as alterações
de temperatura na câmara pulpar, durante a colagem de
braquetes ortodônticos usando três tipos de aparelhos de
polimerização.
Materiais e Métodos - A colagem de braquetes foi efetuada
no primeiro pré-molar inferior e no incisivo central inferior
em duas diferentes distâncias: a primeira sobre a superfície e
a segunda a 10 mm da superfície. As medidas foram realizadas
com o fio J-type thermocouple, inseridos nas câmaras pulpares
e os dados foram armazenados diretamente em um software.
Resultados - A análise de variância revelou que a tempera-
tura da câmara pulpar foi influenciada pela fonte de luz, tipo
de dente e a distância da luz à superfície do braquete. A luz
halógena induziu significativamente maior alteração na tem-
peratura intrapulpar que o LED e o Xenon Plasma Arc (PAC)
(P =,000). O aumento da temperatura foi significativamente
UZEL A, BUYUKYILMAZ T, KAYALIOGLU M, UZEL I.ANGLE ORTHOD 2006 MAR;76(2):330-4.
TEMPERATURE RISE DURING ORTHODONTIC BONDING WITH VARIOUS LIGHT-CURING UNITS--AN IN VITRO STUDY
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):60-1
| 61
ORTO
INFO
RMAÇ
ÃO
LED VERSUS LUZ HALÓGENA PARA POLIMERIZAÇÃO DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS:UM ESTUDO CLÍNICO DE FALHAS NA COLAGEM DURANTE 15 MESES
Investigações anteriores de estudos in vitro concluíram que
não havia diferenças significativas entre a força à tração de
braquetes polimerizados com luz halógena e com o LED,
mesmo com o tempo de polimerização bem menor do LED.
Entretanto, não é conhecida a performance do LED na cavidade
oral. O objetivo deste estudo clínico randomizado foi avaliar
a performance clínica de braquetes polimerizados com luz
halógena e com o LED.
Materiais e Métodos - Trinta pacientes tratados com apa-
relhos fixos foram incluídos neste estudo. A colagem seguiu
a um padrão contralateral de quadrante: em cada paciente,
dois quadrantes eram polimerizados com luz halógena e os
outros dois quadrantes com o LED. Um total de 544 braquetes
metálicos foram examinados avaliando-se a falha na colagem.
A localização do dente, a causa e a data da descolagem foram
registradas durante 15 meses. Os dados foram analisados
estatisticamente.
Resultados - Não foram encontradas diferenças estatisti-
camente significativas entre descolagem e permanência de
braquetes colados com a luz halógena ou com o LED, nem
entre os arcos mandibulares e maxilares e nem entre a região
anterior e posterior.
Conclusão - Estes resultados demonstram que a colagem
realizada com o LED não resulta em uma maior quantidade
de descolagem ou menor tempo para descolagem quando
comparados com a luz halógena. A polimerização com o LED
é uma alternativa aceitável à polimerização convencional
com luz halógena.
YEON -JOO CHANG; HYUN-SOOK LEE; YOUN-SIC CHUN.J CLIN ORTHOD 2004 JUN;38(6):325-30; QUIZ 333.
LIGHT-EMITTING DIODE VS HALOGEN LIGHT CURING OF ORTHODONTIC BRACKETS: A 15-MONTH CLINICAL STUDY OF BOND FAILURES
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):60-1
maior quando a luz era posicionada na superfície do dente,
do que a 10 mm de distância, em todos os aparelhos de poli-
merização (P = ,000). Todas as fontes de luz produziram um
maior aumento na temperatura intrapulpar no incisivo central
inferior quando comparado ao primeiro pré-molar inferior.
Conclusão - A colagem ortodôntica com diferentes apare-
lhos de polimerização não excedeu a temperatura crítica da
vitalidade pulpar de 5,5 ºC.
Os objetivos deste trabalho foram avaliar entre aparelhos de
polimerização LED, o aumento do tempo e da distância em
relação a força à tração nos braquetes metálicos.
Materiais e Métodos - Braquetes metálicos de incisivos
superiores (3M Unitek, Monrovia, Calif) foram colados na
superfície de 120 incisivos bovinos. Os dentes foram divi-
didos em oito grupos de forma randomizada e foi realizada
a avaliação da força à tração na máquina de teste universal
Instrom (Instron Corp, Canton, Mass).Também foi avaliado
o índice de adesivo remanescente (ARI).
Resultados - Houve uma diferença significativa em relação
O EFEITO DA DISTÂNCIA E DO TEMPO NA FORÇA À TRAÇÃO EM BRAQUETES COLADOS
COM A SEGUNDA GERAÇÃO DE APARELHOS DE POLIMERIZAÇÃO LED
GRONBERG K, ROSSOUW PE, MILLER BH, BUSCHANG P.ANGLE ORTHOD 2006 JUL;76(4):682-8.
DEPARTMENT OF ORTHODONTICS, BAYLOR COLLEGE OF DENTISTRY, DALLAS, TX 75246, USA.
DISTANCE AND TIME EFFECT ON SHEAR BOND STRENGTH OF BRACKETS CURED WITH
A SECOND-GENERATION LIGHT-EMITTING DIODE UNIT
a força à tração nos tempos de polimerização. A força à
tração foi significativamente menor em cinco segundos que
em 20 e 40 segundos. Em relação à distância não foram
encontradas diferenças significativas nem para força à
tração nem para o índice de adesivo remanescente. Uma
diferença significativa foi observada para o índice de ade-
sivo remanescente quando a polimerização foi realizada
no tempo de cinco segundos.
Conclusão - O aumento da força à tração é proporcional
ao tempo de polimerização não havendo diferença entre a
distância da emissão da luz.
62 |
Ortodontia & Estética
MODERNOS MÉTODOS DE RADIOLOGIA
E IMAGINOLOGIA PARA USO ORTODÔNTICO
Coordenação de conteúdo: Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira
Colaboração na matéria: Cesar Angelo LascalaClaudio CostaDaniela G. GaribIsrael ChilvarquerMarcelo de Gusmão Paraíso CavalcantiRívea Inês Ferreira
Base de toda a moderna cefalome-
tria, os métodos radiográfi cos, ao lado
das fotografi as e dos modelos de gesso,
são considerados elementos essenciais
ao diagnóstico ortodôntico, uma vez que
mostram além do que os olhos podem
enxergar. A Radiologia convencional,
por exemplo, delineia as estruturas mi-
neralizadas da face em duas dimensões.
Já a tomografi a computadorizada mostra
a imagem das estruturas craniofaciais
em cortes em quaisquer dimensões do
espaço, além de permitir reconstruir a
CADA VEZ MAIS INTEGRA-
DA ÀS DEMAIS ESPECIA-
LIDADES DAS ÁREAS DA
ODONTOLOGIA E DA SAÚ-
DE, A ORTODONTIA VEM
FAZENDO USO DAS NOVAS
TÉCNICAS DA RADIOLOGIA
E IMAGINOLOGIA, RAMOS
DA CIÊNCIA QUE POSSIBI-
LITAM UM PLANEJAMENTO
MAIS SEGURO E EFICIENTE
TAMBÉM AOS TRATAMENTOS
ORTODÔNTICOS.
imagem em três dimensões, imitando a
anatomia do corpo humano em forma
de imagem.
Dessa forma, quanto mais visível
for, melhor será a capacidade de defi nir
o prognóstico e mais adequado será o
plano de tratamento ortodôntico. “A
contribuição da Imaginologia, não só na
Ortodontia como nas diversas áreas da
Odontologia, se baseia no fato de ser um
exame complementar não invasivo, ca-
paz de avaliar o estado atual do paciente,
orientando o tratamento a ser realizado
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):62-71
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ORTO
INFO
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ÃO
e sendo útil também na preservação
dos casos terminados”, destaca Cesar
Angelo Lascala, professor livre-docente
da Faculdade de Odontologia da USP
e diretor clínico do Igeo - Instituto de
Imaginologia Odontológica.
“Especificamente na Ortodont ia
a sua aplicação é importante na avalia-
ção das discrepâncias ósseas, dentais,
acompanhamento do crescimento e
sua relação com o tipo de tratamento,
na avaliação da harmonia tecido duro
- tecido mole, entre outras aplicações”,
acrescenta Lascala.
A padronização dos procedimentos
radiológicos, como um auxiliar no diag-
nóstico das desarmonias craniofaciais,
começou a ser vislumbrada com os
trabalhos de Broadbent, na década de
30. “Nos dias atuais, graças ao grande
desenvolvimento da tecnologia digital,
nos deparamos com as técnicas de ima-
gem capazes de reproduzir todas as estru-
turas anatômicas de um paciente com um
perfeito isomorfismo e isometria. Dentre
as técnicas, podemos citar a tomografia
computadorizada helicoidal e a TC
volumétrica”, afirma Israel Chilvarquer,
livre-docente em Radiologia e Imagino-
logia Odontológica, professor associado
da disciplina de Radiologia da Fousp e
diretor clínico do Indor Radiologia.
Os estudos de Broadbent nos EUA,
bem como os de Hofrath na Alemanha,
também são lembrados por Claudio
Costa, professor livre-docente da disci-
plina de Radiologia do Departamento
de Estomatologia da Faculdade de
Odontologia da USP e diretor clínico do
CTA - Centro de Tomografia Avançada
de São Paulo. “Com a evolução das
análises cefalométricas bidimensionais,
representadas pelas telerradiografias
em normas lateral e frontal, tanto a
Ortodontia como a Ortopedia Funcional
dos Maxilares determinaram padrões de
normalidade e normas flutuantes para os
diferentes grupos étnicos”, informa.
Das técnicas utilizadas, a tomogra-
fia computadorizada (TC) faz parte do
dia-a-dia da Radiologia Odontológica
e dos procedimentos ortodônticos. “A
TC é o exame de grande valia para
a avaliação de estruturas ósseas e de
anomalias no controle do tratamento.
Em Ortodontia, uma nova metodologia
de mensurações craniométricas em TC
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):62-71
Imagens cedidas pelo doutor Claudio Costa.
Figura 4Cefalometria 3D.
Figura 1Imagem 3D obtida no tomógrafo I-Cat.
Figura 2Princípio da TC Volumétrica (Cone-Beam).
Figura 3Tomógrafo I-Cat.
ESTUDO COMPARATIVO DOS TOMÓGRAFOS COMPUTADORIZADOS
NEWTOM 3G E I-CAT NO PLANEJAMENTO EM ORTODONTIA
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Ortodontia & Estética
Imagens cedidas pelo doutor Cesar Angelo Lascala.
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):62-71
Figura 1Reconstrução 3D.
Figura 2Análise cefalométrica 3D.
Figura 3Reconstrução 3D.
Figura 4Estudo da ATM.
Figuras 5 e 6Análise cefalométrica 3D.
Figura 7Estudo de área patológica.
Figura 8Prototipagem.
Figura 9Planejamento ortodôntico em cima da prototipagem.
Figura 10Planejamento de implantes em cima da prototipagem.
Figura 11Simulação virtual de implantes em cima da prototipagem.
| 65
ORTO
INFO
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ÃO
foi por nós validada, com vistas a sua
aplicação para um futuro próximo. Isto
fornecerá o alicerce necessário para o
diagnóstico cefalométrico”, comenta
Marcelo de Gusmão Paraíso Cavalcan-
ti, professor associado da disciplina
de Radiologia do Departamento de
Estomatologia da Fousp e coordenador
do Laboratório de Imagem em 3D da
Fousp. “Em nosso livro Diagnóstico
por Imagem da Face, um capítulo sobre
a aquisição de imagem em TC e um
outro dedicado exclusivamente a sua
aplicação na Ortodontia demonstram
claramente a importância deste link”,
acresenta.
De fato, o uso da tomografia com-
putadorizada em Ortodontia tem cres-
cido nos últimos anos, por apresentar
mais acurácia, precisão, sensibilidade e
especificidade comparada às radiogra-
fias convencionais. “Com ela, passamos
a enxergar particularidades que nunca
tínhamos visto antes. Essa maior capa-
cidade de perceber os detalhes iniciais
da anatomia e das irregularidades que o
paciente apresenta vai alterar conceitos e
paradigmas, redefinindo metas e planos
terapêuticos na Ortodontia”, assegura
Daniela Gamba Garib, professora asso-
ciada da Ortodontia na Unicid.
Confirmando essa tendência, Rívea
Inês Ferreira, professora associada do
Programa de Mestrado em Ortodontia
da Unicid, ressalta que “com a utili-
zação de imagens tridimensionais, as
análises cefalométricas e as avaliações
das condições de espaço existente no
arco dental, da inclinação dos dentes,
de rotações, da presença de contatos in-
terproximais e de variações anatômicas,
bem como o planejamento ortodôntico-
cirúrgico, se tornarão cada vez mais
aprimorados”.
CONE-BEAM
Toda tomografia computadorizada
gera imagens volumétricas, assim, a
nomenclatura certa para a tomografia
computadorizada utilizada em Odon-
tologia é tomografia computadorizada
de feixe cônico ou Cone-Beam. Esse
exame radiográfico permite obter “fa-
tias” de objeto, dessa forma “o termo
volumétrica não deve ser empregado ao
prefixo computadorizada, visto que esta
técnica intrinsecamente possibilita a
reconstrução tridimensional do volume
obtido. Tal emprego constitui pleonas-
mo”, esclarece Cavalcanti.
Nova metodologia na Odontologia
de aquisição de imagem tomográfica, a
técnica foi desenvolvida pela indústria,
especificamente para a área da Odon-
tologia, sendo uma derivação de um
sistema que já era usado na área médica,
para angiografia e mamografia.
O Cone-Beam baseia-se em uma
exposição única com o uso de um feixe
de raios-x com formato cônico ao redor
da cabeça do paciente. Consiste num
tomógrafo relativamente pequeno e de
menor custo, especialmente indicado
para a região dentomaxilofacial. “Isso
permite ao final desta rotação de 360
graus, que a imagem tridimensional do
paciente esteja à disposição na tela do
computador para ser trabalhada, seg-
mentada e analisada em qualquer plano
ou incidência”, explica Costa.
Esse método de diagnóstico envol-
ve a aquisição de várias imagens pri-
márias similares a telerradiografias em
norma lateral, por meio de um registro
rotacional da cabeça do paciente. Con-
forme Rívea, “as imagens primárias são
empregadas para a produção de diversos
modos de exibição de outras imagens,
incluindo diferentes projeções bidi-
mensionais, cortes coronais, sagitais,
axiais e apresentações tridimensionais
ou volumétricas”.
O Cone-Beam é capaz de capturar
uma quantidade de informações de uma
determinada parte do corpo por meio
de um volume que pode ser de áreas
pequenas ou do crânio todo. “Uma vez
escaneada a estrutura, um software é
capaz de reproduzir com excelente re-
solução espacial todas as estruturas de
forma proporcional (1:1), tamanho real,
nos planos axiais, paraxiais, coronais e
sagitais”, complementa Chilvarquer.
Segundo Daniela, o desenvol-
vimento dessa nova tecnologia está
provendo à Odontologia a reprodução
da imagem tridimensional dos tecidos
mineralizados maxilofaciais, com
mínima distorção e dose de radiação
significantemente reduzida em compa-
ração à TC tradicional. “Além da área
de Odontologia, a Otorrinolaringologia
vai se beneficiar dessa nova tecnologia,
uma vez que o aparelho é capaz de gerar
imagens tridimensionais da região do
osso occipital”, destaca.
TC VOLUMÉTRICA VERSUS
TC HELICOIDAL
Técnicas auxiliares para o diagnós-
tico cefalométrico, a TC volumétrica e a
TC helicoidal têm características muito
próprias. A volumétrica (Cone-Beam)
promove a aquisição da imagem de todo
o volume com uma única exposição em
forma de cone, num único giro de 360
graus da fonte de raios-x em volta da
cabeça do paciente, sendo um exame
rápido (cerca de 32 segundos) e prático,
sem causar qualquer desconforto para
o paciente.
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):62-71
66 |
Ortodontia & Estética
Por outro lado, para a aquisição do
volume total da cabeça na tomografia
computadorizada helicoidal (fan-
beam), a técnica utiliza-se da sistemá-
tica de vários giros de 360 graus da
fonte de raios-x em torno da cabeça do
paciente, sendo possível a observação
das estruturas em 3D após aplicação
de software para reformatação. “Isso
acarreta uma dose de radiação cerca de
350 vezes maior do que na tomografia
volumétrica, principalmente quando
esta é feita com campo de aquisição
limitado”, diz Lascala. Na Tabela 1
podem-se observar as principais dife-
renças entre as duas técnicas.
Conforme Chilvarquer, a TC é uma
técnica que incorpora os princípios de
digitalização direta de imagem, ou seja,
são imagens eletrônicas obtidas por
meio de radiografias seccionais de uma
determinada parte do corpo humano. “A
tomografia volumétrica captura um vo-
lume de informações e posteriormente
realiza secções do corpo em todos os
planos. Ambas as técnicas possuem a
habilidade de reformatar com precisão
todas as estruturas do complexo ma-
xilomandibular. Sua grande diferença
está no formato de aquisição. Na TC
helicoidal colocamos o paciente em
decúbito dorsal. Já na volumétrica, a
captura geralmente é feita com o pa-
ciente sentado, ou seja, de uma forma
mais confortável”, orienta.
Outro aspecto importante ressalta-
do é a resolução de contraste: “maravi-
lhosa para tecidos duros na TV quando
comparada a TC. Já para tecidos moles a
TC é mais indicada. A dose de exposição
também é bem menor na TV, embora o
risco radiobiológico é uma função da
dose estocástica, ou seja, cumulativa.
O nosso DNA é capaz de se defender
em doses altas, assim como em baixa
dose também. Devemos sempre pensar
no conceito de Alara: ou seja, quanto
menor a dose, melhor será. Portanto, o
bom senso deve imperar na necessidade
e na oportunidade da indicação destes
métodos”, completa Chilvarquer.
Já para Cavalcanti, os termos não
devem ser comparados, visto que ambos
constituem a mesma coisa. “A aquisição
da tomografia computadorizada por fei-
xe cônico é realizada por uma projeção
e a reconstrução das imagens originais
é feita posteriormente. Na TC helicoidal
(espiral), a reconstrução é realizada
simultaneamente no ato da aquisição
dos cortes. Ambas são tomografias com-
putadorizadas, portanto a aquisição será
sempre volumétrica”, pondera.
De acordo com Rívea, a tomografia
computadorizada helicoidal não foi
originalmente desenvolvida para diag-
nóstico em Odontologia. Desse modo,
em primeira análise, constatam-se as
diferenças na técnica de aquisição de
imagens. “No entanto, mais importante
seria destacar que a tomografia compu-
tadorizada de feixe cônico requer menor
dose de radiação ionizante e menos ex-
posição do paciente, pela colimação do
feixe primário para a área de interesse;
propicia a captura de imagem em um
curto intervalo de tempo (menos de um
minuto) e os custos para a solicitação
dos exames são relativamente mais bai-
xos. Além disso, a tomografia compu-
tadorizada de feixe cônico proporciona
maior resolução de imagem e reduz os
artefatos de técnica que possam interfe-
rir no diagnóstico”, enumera.
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):62-71
TABELA 1 - QUADRO COMPARATIVO ENTRE A TC TRADICIONAL E A TC DE FEIXECÔNICO (FONTE: GARIB ET AL. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔ-NICO (CONE BEAM): ENTENDENDO ESTE NOVO MÉTODO DE DIAGNÓSTICO PORIMAGEM COM PROMISSORA APLICABILIDADE NA ORTODONTIA. REVISTA DENTALPRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL 2007;12:139-56)
TC tradicional TC de feixe cônico
Dimensãodo aparelho
- grande- permite exame do corpo todo
- mais compacto- permite apenas exame da região de cabeça e pescoço
Aquisiçãoda imagem
- diversas voltas do feixe de raios-x em torno do paciente - cortes axiais
- uma volta do feixe de raios-X em torno do paciente- imagens bases semelhantes à telerradiografia
Tempo de escaneamento
-1 segundo multiplicado pela quan-tidade de cortes axiais necessárias- exposição à radiação ininterrupta
- 10-70 segundos de exame- 3-6 segundos de exposição à radiação
Dose de Radiação - alta - menor, aproximadamente 15 vezes
reduzida em relação à TC helicoidal
Custo financei-ro do exame - alto - reduzido
Recursosdo exame
- reconstruções multiplanares e em 3D
- reconstruções multiplanares e em 3D, além de reconstruções de radiografias bidimensionais convencionais
Qualidadeda imagem
- boa nitidez - ótimo contraste- validação das avaliações quantitativas e qualitativas
- boa nitidez- baixo contraste entre tecido duro e mole- boa acurácia
Produção de artefatos
- muito artefato na presença de materiais metálicos
- pouco artefato produzido na presença de metais
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ÃO
EXPOSIÇÃO E RESOLUÇÃO DE
CONTRASTE
A dose de radiação recebida pelo
paciente quando do uso da tomografia
computadorizada volumétrica equi-
vale aproximadamente de duas a seis
panorâmicas, enquanto na tomografia
computadorizada helicoidal essa dose
ultrapassa a 300 panorâmicas. “Com
relação à resolução espacial, esses
métodos são equivalentes (geralmente
utilizam 12 a 14 bits, ou seja, 4096 a
16384 tons de cinza) e o contraste para
tecidos moles é superior para a TC vo-
lumétrica em função da baixa dose de
radiação”, afirma Costa.
Para a obtenção das imagens na TC
volumétrica para posterior reconstrução,
a tomada radiográfica se faz com uma
dose muito menor de radiação, que é
equivalente aproximadamente a dose de
três tomadas radiográficas panorâmicas,
ou seja, uma dose muito pequena compa-
rativamente àquela da TC helicoidal. De
acordo com Lascala, “a resolução de con-
traste, por se tratar de imagens digitais,
por meio das ferramentas de software é
passível de qualquer tipo de ajustes e/ou
correções, possibilitando a obtenção
de imagens com resoluções apropriadas
para as diversas finalidades”.
Vale destacar que “a dose de radia-
ção efetiva da tomografia computadori-
zada Cone-Beam varia de acordo com
a marca comercial do aparelho e com
as especificações técnicas selecionadas
durante a tomada (campo de visão,
tempo de exposição, miliamperagem
e quilovoltagem). Porém, de um modo
geral, ela mostra-se significantemente
reduzida em comparação à tomografia
computadorizada tradicional”, ressalta
Daniela.
Ela acrescenta que “quando com-
Imagens cedidas pelo doutor Marcelo de Gusmão.
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Caso 3Reconstrução em 3D por meio de tomografia
computadorizada por feixe cônico demonstrando a medida angular N-A-Pg.
Caso 1Reconstruções multiplanares e em 3D demonstrando medida craniométrica Zm-Zm (zigomático maxilar)
representando a distância entre os pontos Zm direito e Zm esquerdo, representando a largura maxilar.
Caso 2Dente supranumerário em posição transversa representado em imagem axial, corte coronal
panorâmico e cortes parasagitais.
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parada às radiografias convencionais,
a dose de radiação da TC de feixe
cônico mostra-se menor que a dose de
radiação do exame periapical da boca
toda ou equivale a aproximadamente
quatro vezes a dose de uma radio-
graf ia panorâmica. Por outro lado,
em comparação a uma radiograf ia
convencional, o potencial do exame
de tomografia computadorizada em
prover informações complementares
é muito superior”.
Junto ao exame de TC do feixe
cônico, o profissional pode obter re-
construções de todas as tomadas radio-
gráficas convencionais odontológicas
(panorâmica, PA, telerradiografia em
norma lateral, periapicais, bite-wings e
oclusais) somadas às informações ímpa-
res fornecidas pelas reconstruções mul-
tiplanares e em 3D. Daniela acrescenta
que “quanto à qualidade da imagem, a
tomografia computadorizada de feixe
cônico apresenta uma alta resolução. A
imagem é nítida e permite delinearmos
o esmalte, a dentina, a cavidade pulpar, o
Imagens enviadas pela doutora Rívea Ferreira.
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espaço periodontal e o osso alveolar”.
Para Cavalcanti, a dose ainda
constitui motivo de preocupação por
ser elevada, entretanto melhorias sig-
nificativas nas técnicas de aquisição,
algoritmos de reconstrução e engenha-
ria de hardware têm proporcionado sen-
sível redução nas doses. “A resolução
de contraste é extremamente elevada,
o que torna a TC a técnica de eleição
para a detecção de lesões pequenas/in-
traparenquimatosas”, adverte.
INDICAÇÕES
A TC volumétrica tem aplicação
em todas as áreas da Odontologia. Em-
bora hoje a maior demanda esteja con-
centrada nas áreas da Implantodontia,
Ortodontia e Cirurgia. Costa informa
que atualmente 90% dos exames de
tomograf ia computadorizada volu-
métrica se destinam ao planejamento
para implantes, 5% para estudos da
ATM e os demais 5% são solicitados
para localização de dentes não irrom-
pidos, localização do trajeto do canal
mandibular para cirurgias de terceiros
molares inferiores, diagnóstico bucal
(cistos, tumores, lesões ósseas), pes-
quisa de fraturas radiculares ou lesões
apicais.
“A tendência é o aumento no uso
por outras especialidades como a Or-
todontia, uma vez que essa tecnologia
permite estudar qualquer área da ma-
xila ou da mandíbula com o auxílio do
software”, lembra Costa.
Na Ortodontia, segundo Daniela,
a tomografia computadorizada pode ser
indicada ainda nas seguintes situações:
1. Avaliação do posicionamento tridi-
mensional de dentes retidos, e sua
relação com os dentes e estruturas
vizinhas.
2. Avaliação do grau de reabsorção
radicular de dentes adjacentes a
caninos retidos.
3. Visualização das tábuas ósseas ves-
tibular e lingual e sua remodelação
após movimentação dentária.
4. Avaliação das dimensões transversas
das bases apicais e das dimensões das
vias aéreas superiores.
5. Avaliação da movimentação dentária
para região de osso atrésico (rebordo
alveolar pouco espesso na direção
vestibulolingual) ou com invagina-
ção do seio maxilar.
6. Avaliação de defeitos ósseos na
região de fissuras lábio palatais.
7. Análise quantitativa e qualitativa
do osso alveolar para colocação de
miniimplantes de ancoragem orto-
dôntica.
“As imagens por tomografia com-
putadorizada de feixe cônico são muito
valiosas para a localização da origem e
avaliação da magnitude de alterações
dentoesqueléticas e maxilofaciais. As
imagens tridimensionais podem ser
A imagem da reconstrução tridimensional (A), que registra a assimetria facial por hiperplasia do côndilo esquerdo, proporcionou a confecção do biomodelo (B) utilizado no planejamento
cirúrgico. Estas ilustrações foram gentilmente cedidas pelo professor doutor Márcio de Moraes, responsável pela intervenção cirúrgica, e pelo doutor Fábio Ricardo Loureiro Sato - Área de Cirurgia Bucomaxilofacial, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Unicamp.
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manipuladas em qualquer direção, o
que oferece considerável informação ao
ortodontista, sem restrição do tempo de
avaliação clínica. A análise dos resulta-
dos pode ser executada facilmente pela
comparação visual das imagens pré e
pós-tratamento”, afirma Rívea.
Os dados tridimensionais por
tomografia computadorizada de feixe
cônico expandiram as capacidades de
diagnóstico, possibilitando a avaliação
do osso alveolar em todos os aspectos
(largura mesiodistal e vestibulolingual,
fenestrações e deiscências); estimativas
da posição e do tamanho dos dentes
sob movimentação ortodôntica; a
localização de dentes impactados ou
supranumerários; melhor visualização
de reabsorções radiculares e a análise
da forma do palato, da morfologia dos
sítios para implantes ou osteotomias,
do tamanho, forma e posição dos
côndilos mandibulares, da morfologia,
inclinação, deslocamento ou desvio do
corpo e do ramo da mandíbula. Além
disso, a identificação do perfil facial
tegumentar e de pontos anatômicos com
maior precisão aprimora as análises
cefalométricas
PROTOTIPAGEM
Por meio da reconstrução e da
obtenção das imagens tomográficas em
3D é possível fazer a reprodução das
mesmas em modelos acrílicos (protóti-
po), que reproduzem a área de interesse,
facilitando o planejamento do tratamen-
to objetivados pelo cirurgião-dentista,
principalmente em cirurgias de implante
e reconstrutivas. Esse protótipo é cons-
truído com o auxílio do software da TC
volumétrica, que praticamente esculpe
o modelo em resina a partir das imagens
tomográficas em 3D.
“Mais que isso, os protótipos já
começaram a substituir os modelos em
gesso obtidos por meio de moldagem”,
informa Lascala. “Trata-se de uma
técnica de produção de modelos físicos
a partir de imagens volumétricas. É in-
dicada para visualização e planejamento
pré-cirúrgico, confecção de próteses,
modelos de guias para colocação de
implantes dentários, e redução de tempo
cirúrgico”, segundo Cavalcanti.
Na verdade, prototipagem é a
construção por meio de um robô de uma
cópia fiel da peça anatômica escaneada
no tomógrafo computadorizado. Esse
protótipo pode ser confeccionado em
resina, gesso aditivo ou outros materiais
na dependência do equipamento de
prototipagem utilizado e do método de
construção do modelo sólido (esteroli-
tografia, sinterização a laser etc.).
“O uso da prototipagem é indi-
cado nos planejamentos cirúrgicos
como enxertos, cirurgias de anquilose,
remoção de tumores, cirurgias ortog-
náticas, construção de guias cirúrgi-
cas de orientação para colocação de
implantes (ex: sistemas NobelGuide,
SliceGuide). A principal vantagem é
a redução no tempo clínico/cirúrgico
e antecipação dos resultados obtidos
na simulação realizada no protótipo”,
esclarece Costa
O protótipo representa a répli-
ca da imagem tridimensional. “Um
neurocirurgião utiliza a tecnologia da
prototipagem para reconstruir parte do
crânio que foi perdido em um acidente.
Na Ortodontia, os modelos de estudo
podem ser confeccionados por meio da
prototipagem da imagem de TC da face
do paciente”, ressalta Daniela.
Para a confecção de protótipos os
modelos físicos (protótipos) utilizados
são gerados a partir de um ambiente vir-
tual (dados matemáticos obtidos pelas
tomografias helicoidal ou volumétrica).
Segundo Chilvarquer, as indicações são
inúmeras, dentre elas pode-se citar “o
planejamento cirúrgico (osteotomias,
ressecções); confecções de próteses das
ATMs; cirurgia ortognática; distração
osteogênica; e, finalmente, um excelente
método para orientação pré-operatória
para os pacientes”.
Por reproduzirem a anatomia do
complexo craniofacial, os protótipos
ou biomodelos auxiliam no diagnóstico
e planejamento de alterações dentoes-
queléticas que requerem intervenção
cirúrgica. Outra indicação, que envolve
a Ortodontia, seria o planejamento dos
casos de fissuras lábio palatais.
“Para ilustrar a utilização da pro-
totipagem, apresenta-se o caso de um
paciente adulto, do sexo masculino, que
procurou a Área de Cirurgia Bucoma-
xilofacial da Faculdade de Odontologia
de Piracicaba - Unicamp devido à assi-
metria e aumento de volume na região
do côndilo esquerdo. Este paciente foi
encaminhado a um ortodontista para
a realização do preparo pré-cirúrgico.
Após esta fase, foi solicitada tomografia
computadorizada de face com cortes
de aproximadamente 0,5 mm e, então,
produzido o biomodelo (Figuras A e B).
A cirurgia foi executada previamente no
biomodelo, inclusive com a modelagem
das placas de fixação que foram utili-
zadas na fase transcirúrgica.”, informa
Rívea. “O emprego de biomodelos
proporciona maior precisão das técnicas
cirúrgicas, agiliza os procedimentos e
minimiza os riscos transcirúrgicos”,
acrescenta.
OUTROS MÉTODOS
Desde a década de 90, os métodos
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Ortodontia & Estética
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de diagnóstico por imagem em Odontologia experimentam
substancial avanço tecnológico. As imagens, antes estáticas,
possibilitam atualmente os mais variados tipos de manipula-
ção - com o propósito de aumentar a acurácia para diagnós-
tico - e de técnicas que minimizam os riscos decorrentes da
exposição à radiação ionizante.
Os métodos modernos de diagnóstico por imagem
têm beneficiado o planejamento ortodôntico sob diferentes
aspectos. A aquisição de radiografias panorâmicas e teler-
radiografias pode ser realizada com sensores digitais, o que
propicia o melhoramento da imagem e a aplicação de diversas
ferramentas disponibilizadas por softwares específicos para
Ortodontia. As imagens por ressonância magnética conferem
um registro fidedigno das articulações temporomandibulares
nos casos de desordem temporomandibular.
“No entanto, convém lembrar que a tomograf ia
computadorizada de feixe cônico guarda o potencial de
transformar sensivelmente o diagnóstico em Ortodontia”,
alerta Rívea.
Na Ortodontia, a possibilidade das análises cefalomé-
tricas, superposição de fotografias, análise de tecido mole
agora podem ser conduzidas não em uma telerradiografia
convencional, mas sobre uma imagem 3D, o que irá trazer
maiores subsídios e precisão para uma avaliação e planeja-
mento mais apropriados. “Hoje já existem softwares capazes
de analisar as reconstruções 3D para aplicação cefalométrica”,
comenta Lascala.
As telerradiografias digitais permitiram a inserção
direta da imagem em softwares de cefalometria, eliminan-
do-se a digitalização da telerradiografia convencional re-
alizada com o uso de filmes. “O uso de filtros presentes
nos softwares possibilitaram uma maior acurácia e repro-
dutibilidade dos pontos cefalométricos marcados sobre a
imagem e o compartilhamento das informações em tempo
real”, completa Costa.
Já Daniela, ressalta que a ressonância magnética (RM)
consiste em outro sofisticado meio de diagnóstico com
aplicabilidade em Ortodontia. “Como a indicação da RM é
mostrar tecido mole, sua indicação na Ortodontia/Odonto-
logia é bastante específica: para avaliação do disco articular
da ATM”, explica.
“Podemos citar outra gama de exames imaginológicos
importantes, tais como técnicas digitais diretas (panorâmica,
telerradiografias, exames de ATM), tomografias compu-
tadorizadas ressonância magnética, ultra-sonografia”, diz
Chilvarquer. “Todos estes métodos possuem indicações es-
pecíficas como auxiliares de diagnóstico para o planejamento
e tratamento de todas as possíveis afecções que ocorrem nos
nossos pacientes. Sempre é bom lembrar que o máximo de va-
lidade de qualquer exame é diretamente proporcional a nossa
capacidade de interpretá-lo. Daí o fato do cirurgião-dentista
procurar sempre estar atualizado sobre estas modalidades
de diagnóstico e possuir um radiologista no seu grupo de
trabalho”, acrescenta.
TENDÊNCIAS
A utilização de novas tecnologias, o desenvolvimento da
Radiologia Digital para a realização das técnicas radiográficas
convencionais e o surgimento da tomografia computadorizada
volumétrica com a possibilidade de utilização da cefalometria
3D representam um salto de qualidade dentro do diagnóstico
e planejamento do tratamento ortodôntico. “Isto será, sem
dúvida alguma, absorvido paulatinamente pelos profissionais
deste século 21, que afinal de contas é o século da comuni-
cação”, reflete Costa.
Antes, porém, de indicar a TC de feixe cônico, seria
coerente que o profissional avaliasse cuidadosamente a re-
lação custo-benefício deste exame complementar. “Convém
perguntar se a TC vai contribuir para o diagnóstico a ponto de
mudar o plano de tratamento. Diante de uma resposta positiva,
o exame de TC deve ser indicado”, orienta Daniela.
De acordo com Lascala, a nova metodologia é mais
simples e oferece menor dose de radiação, menor tempo
de aquisição, maior possibilidade de trabalhar as imagens e
obtenção de imagens na proporção 1:1, a partir de reconstru-
ções que podem ser seqüenciais com a resolução de cortes de
1 em 1 mm do objeto. “Além de todas as vantagens da TC
volumétrica, gostaríamos de destacar a diminuição do custo
deste tipo de exame para o paciente, tornando esse método
imaginológico aquele que oferece mais informações para o
clínico, sendo ainda mais acessível ao paciente”, explica. “De
fato, na nossa experiência mais recente temos verificado um
aumento significativo do pedido de utilização de tomografias
computadorizadas volumétricas nas solicitações de documen-
tações ortodônticas”, conclui.
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ÃO
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Ortodontia Multidisciplinar
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Apesar das diferentes investigações e do progresso tec-
nológico dos últimos anos, o tema da biocompatibilidade dos
metais utilizados na Odontologia continua sendo um tema de
grande atualidade. Portanto, é importante definir a biocom-
patibilidade, como a capacidade que possui um biomaterial
de desenvolver todas suas funções, obtendo uma apropriada
resposta do organismo, que o hospeda, no específico contexto
da sua aplicação2, 10, 20, 22, 28-29, 32, 44.
Dispositivos metálicos (protético / ortodôntico)
• A biocompatibilidade dos materiais utilizados na cavidade
oral tem sido sempre considerada marginalmente e, em
particular, se acreditava que os materiais oferecidos pelas
diferentes indústrias e/ou fabricantes eram totalmente
atóxicos.
• A biocompatibilidade dos materiais metálicos depende
fundamentalmente da resistência à corrosão. Assim, os
produtos da mesma (íons metálicos), são necessários para
determinar o grau de biocompatibilidade do produto63.
Desta forma, a perda de íons de metal, que normalmente
são o produto da corrosão, se distribuem no organismo por
diferentes vias. Inicialmente cria uma contaminação sistêmica
de diferentes níveis sem chegar a produzir uma verdadeira in-
toxicação. A reação de cada organismo é individual e depende
fundamentalmente do metabolismo, do polimorfismo genético
(enzimas desintoxicantes) e do tipo de agente poluente29.
Vale a pena notar que a aplicação de elementos externos
no organismo será sempre um compromisso entre tolerabili-
dade e as características do metal28.
É biologicamente importante saber a quantidade de íons
metálicos perdidos durante um determinado tempo, porque
BIOCOMPATIBILIDADE
EM ODONTOLOGIA
- PARTE I
Santiago Isaza*A. Nakhleh**Cristina Dominguez***Camilo Morea****
se a perda de íons é permanente pode-se chegar a produzir
um dano em nível dos tecidos orais e, dependendo do tipo
de íons, o problema pode ser sistêmico e alérgico chegando a
produzir um dano orgânico patológico irreversível.
Tipos de corrosão
De fissura: pode-se achar em todos os elementos metálicos
que se encontrem colocados dentro do acrílico ou resinas, em
alguns aparatos ortodônticos, como fios, ganchos, parafusos
e de igual forma, em próteses removíveis combinadas entre
metal e acrílico. A união entre o metal e o acrílico é de origem
física, por esta razão se podem encontrar algumas fissuras que
criam acúmulo de placa bacteriana.
Pitting: pode-se encontrar sobre as superfícies que não são re-
gulares, nas quais se acumula a placa bacteriana, por exemplo,
nos elementos metálicos soldados tradicionalmente.
Galvânica: conhecida também como “pilha eletroquímica”, é
um fenômeno que se apresenta quando dois ou mais metais se
encontram submergidos em uma solução eletrolítica (saliva)43.
É importante ressaltar que em todo caso alguns elementos
são essenciais para o organismo:
– Fe, Cr, Co, Ni, Mg, Mn, Mo, As, Se, Zn, Sn. Além disso
podemos afirmar que em doses mínimas são essenciais e em
doses altas são nocivos – Co, Cu, Ni, As, Se54.
Definitivamente, todas as ligas perdem íons metálicos,
vale a pena notar que a quantidade depende do tipo de elabo-
ração da liga e das condições da cavidade oral. Desta forma,
o níquel segue sendo o centro da discussão, porque mesmo
em concentrações mínimas produz processos de inflamação
gengival. Os íons de níquel podem também produzir um efeito
alérgico e podem chegar a penetrar os tecidos moles e duros
com efeitos de tipo patológico40, 51.
* Professor da Universidade de Modena e Regio Emilia (Itália), Departamento de Ortodontia do Adulto.** Cirurgião-Dentista.*** Professora doutora da Disciplina de Ortodontia da Fousp.**** Mestre em Periodontia pela Universidade de Berna, Suíça; Doutor em Periodontia pela Fousp.
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Definitivamente não podemos
trabalhar 100% sem metais e ligas
Os pacientes e os cirurgiões-dentistas conscientes da
saúde se mostram cada vez mais críticos quando se trata do
novo sorriso. A elevada comodidade de uso e, naturalmente,
a tolerância a 100%, são os pontos centrais. As ligas odonto-
lógicas, por exemplo, o orodental, são formadas por vários
componentes, os quais podem produzir na boca reações físi-
co-químicas desagradáveis, manifestações secundárias. De
fato, a Odontologia moderna trabalha com tenacidade para
usar cada vez mais o titânio puro – a alternativa para as ligas
odontológicas habituais43.
Em prótese existem somente três tipos de ligas metálicas
com baixo potencial de dano para o organismo:
1. Ligas com alta concentração áurea com baixo conteúdo
de índio e gálio.
2. Ligas à base de cobalto.
3. Titânio.
Titânio
Elemento metálico, Ti. Número atômico 22, massa atômica
47,90, densidade 4,54 g/cm3 e ponto de fusão 1.668ºC. Cor
similar ao aço. Relativamente comum no córtex terrestre.
O titânio, em forma de liga, está sendo cada vez mais uti-
lizado nas indústrias cerâmica, aérea e aeroespacial. Suas
propriedades de biocompatibilidade permitem seu uso em
próteses instaladas cirurgicamente. A capacidade do titânio
para estabelecer contato direto com o tecido ósseo está bem
documentada. Também é o nome do satélite maior de Saturno.
Os titânios são uma família de deuses na mitologia grega,
filhos de Urano e Gaia.
O titânio é o único metal puro com o qual se podem
realizar, no laboratório de prótese, coroas, pontes, inlays,
implantes, próteses removíveis e, nos últimos anos, tem tido
um grande desenvolvimento em campo ortodôntico. O titânio
é a solução de melhor biotolerância para o sensível espaço da
cavidade bucal e também é muito adequado para os pacientes
alérgicos ao níquel.
Graças ao peso reduzido do titânio (é quatro vezes mais
leve que o ouro) o paciente quase ignora a presença das reabili-
tações colocadas na sua boca. Devido à sua reduzida condutibi-
lidade térmica, pode-se curtir sem dor as comidas frias e quen-
tes. Os recobrimentos com cerâmica ou acrílico de cor dental
proporcionam aos novos dentes um aspecto estético e natural.
Do ponto de vista da crescente participação nos custos, desde
a reforma das prestações sanitárias, adquire cada vez mais
importância a boa relação custo-benefício do titânio. Por
exemplo: absolutamente biotolerado; biologicamente inofen-
sivo, incluso para os alérgicos; sabor neutro, não tem sabor
de metal; elevada comodidade de uso e rápida habituação;
e estético e natural.
Como já é bem sabido, o titânio pode ser soldado com a
solda laser, portanto é fundamental que no laboratório onde
se trabalha com titânio se utilize o laser. A respeito, inúmeras
investigações têm demonstrado a resistência e a biocompati-
blidade do mesmo, principalmente em campo protético53.
Com respeito à biocompatibilidade na Ortodontia,
companhias como Dentaurum (Ispringen, Alemanha) têm
aumentado sua experiência nos últimos anos, e em particular
à aplicação do laser como solda dos elementos metálicos
cotidianamente utilizados64.
Graças a uma série de investigações sobre a aplicação
do laser como solda em Prótese e em Ortodontia, hoje as
utilizações de materiais altamente resistentes à corrosão
podem confirmar que a biocompatibilidade em Ortodontia é
uma realidade e, definitivamente, uma garantia para os nossos
pacientes, como descreveremos em seguida.
1. Interação dos fibroblastos em solda a laser e solda normal.
Conforme apresentados nas Figuras e Fotos 1 e 2, R.
Solmi, M. Zanarini, D. Martini, S. Isaza Penco, P. Ca-
rinci, A. Ruggeri, G. Borea da Universidade de Bologna
(Itália) conseguiram comprovar que a corrosão produzida
Figura 1Solda tra-dicional.Observan-do falta de prolife-ração dos fibroblas-tos.
Figura 2Soldalaser. Ob-serva-seboa pro-liferação dos fibro-blastos.
74 | OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):72-4
Ortodontia Multidisciplinar
Referências1. Ahnlide I, Ahlgren C, Bjorkner B, Bruze M, Lundh T, Mocher
H, Nilner K, Schutz A. Gold concentration in blood in relation to the number of gold restorations and contact achergy to gold. Acta Odontol Scand 2002;60:301.
2. Ahnlide I., Bjorkner B, Bruze M, Mocher H. Exposure to metachic gold in patients with contact achergy to gold sodium thiosulfate. Contact Dermatitis 2000;43:344.
3. Bieger W, Greif I. Mayer W. Individueche Verträglichkeit von Dentalmetachen. GZM Praxis und Wissenschaft 1997;2:13.
4. Figgener L. Dentachegierung und Achergie Ein Fachbericht. Deut Zahnärztl Z 1992;47:33.
5. Grevers G, Röcken M. Taschenatlas der Achergologie. Thieme, Stuttgart.
6. Hugger A, Begerow J, Dunemann L, Stüttgen U. Bestimmung von Platin-/Gold-Legierungsbestandteilen im Urin bei Eingliederung edelmetachhaltiger Dentachegierungen. Deut Zahnärztl Z 2000;55:268.
7. Kalamkarov KA, Pogodin VS, Pyrkov ST, Podkin Iu S. [Achergy to gold - a cause of denture intolerance]. Stomatologiia (Mosk) 1989;68:70.
8. Mayer W, Baehr Vv, Frank I, Bieger W. Titan - Garant für Biokompatibiltät oder potentieches Achergen? Zeitschrift für Umweltmedizin 1999;7:224.
9. Mayer W, Bieger W. Nachweis klinisch relevanter Typ-IV-Immunreaktion - eine Übersicht. Zeitschrift für Umweltmedizin 2001;9:288.
10. Päßler K. Darstechung, Prüfung und Eigenschaften von edelmetachfreien Dentachegierungen und Titan. Quinztessenz; 1998.
11. Strietzel R, Viohl J. Das Langzeit-Korrosionsverhalten von NEM-, Pachadiumlegierungen und Titan in künstlichem Speichel. Deut Zahnärztl Z 1992;47:535.
12. Wirz J. Basler Lehrmeinung zur Anwendung von Metachen und
Legierungen in der Mundhöhle. Quintessenz 1995;46:393.13. Wirz J, Schmidli F, Jäger K. Probleme mit Edelmetachegierungen
- Teil 1: Goldgußlegierungen. Quintessenz 1997;48:827.14. Wirz J, Schmidli F, Jäger K. Probleme mit Edelmetachegierungen -
Teil 2: Goldreduzierte Legierungen. Quintessenz 1997;48:995.15. Wirz J, Schmidli F, Jäger K. Hochgoldhaltige Legierungen - noch
keine Garantie für Qualität. Quintessenz 1998;49:177.16. Wirz J, Schmidli F, Wich C. Metachgehalt des gesunden
Kieferknochens. Quintessenz 1999;50:815.17. Wirz J, Siervo S, Schmidli F. Metache im Gewebe. Quintessenz
1997;48:1397.18. Zinke T. Pachadium-Basis-Legierungen. Zahnarztl Mitt
1992;82:38.19. Cortada. Corrosão metálica em boca, titânio como metal de
elecção. Simposium sobre o titânio na Odontologia. 12-13 de marzo de 1999.Universitat Internacional de Catalunya.
20. Jurgen Hofmann, Jurgen Lindigkeit. Festigkeit von lasergeschweibten drahten fur kieferorthopadische apparaturen. Quintessenz Zahntech 1999;25(4):437-43 .
21. Klaus Pabler, Bettina Honttinger. Werkstoffkundliche Untersuchungen mit dem Dentachaser DL 2002.Quintessenz Zahntech 1997;23(7):909-19 .
22. Laserschweiben in der KFO-Technik. Beispeiele. Dentaurum.23. Michael Hopp. Physik und technologie des laserschweibens-
Einleitung: Paradigmenwechsel in der fugetechnick. Zahntech mag 1998;2(11-12):690-6.
24. OII KM Kim. Effects of laser weldeding on orthodontic wires.S.S.( Departament of dental materials, cochege of dentestry, Yonsei University, Seul, Korea).
25. Paolo Locci, Mario Guerra. Biocompatibilita in vitro deche leghe ortodontiche. Ortognatodonzia Italiana 1998;4:447-55.
26. S. Isaza Penco- M. Ferrari. A saldatura laser Mondo Ortodontico 2000; 25(4): 275-86.
Figura 4Mola de Duyzing.
Figura 3Quad Helix.
pela solda tradicional (Cu e Zn) não somente modifica a
resistência e a estética do aparato soldado, mas também
do ponto de vista histológico produz um comportamento
patológico dos fibroblastos. Ao mesmo tempo, verificou-se
que a solda dos aparatos realizada com o laser, produzia
uma boa proliferação e adesão dos fibroblastos, por fim
se considera biocompatível.
2. Materiais ortodônticos: provas de corrosão.
Segundo F. Dolci, S. Isaza Penco e A. Lucchese, a apli-
cação da solda laser incrementa os resultados dos aparatos
ortodônticos metálicos, com respeito a resistência e a cor-
rosão: este tipo de solda “autógena” nos permite obter uma
fusão dos elementos soldados, sem ter de utilizar a solda
tradicional (tóxica). Os processos de corrosão criam um risco
biológico, portanto deveria limitar-se à utilização das soldas
tradicionais.
76 |
MOACYR MENÉNDEZCirurgião-Dentista; Mestre e doutor em Prótese Dentale ex-professor titular da Disciplina de Informática Odontológica do curso de Odontologia da Universidade de Guarulhos.
Ortodontia Virtual
A tecnologia tem causado mudanças em todas as áreas
do conhecimento, algumas de forma mais rápida outras de
forma gradativa, mas constante. Na Odontologia, isto também
é uma realidade. O escaneamento de preparos dentais pelo
sistema Procera, os onlay e facetas feitas de forma rápida e
precisa pelo sistema Cerec já são um indício dos avanços das
tecnologias na nossa área do saber.
Na Ortodontia, as fotografias e as radiografias digitais
são ferramentas de uso rotineiro nas clínicas, assim como
os traçados cefalométricos, auxiliados pelo computador,
estão se tornando cada dia mais freqüentes. As previsões
ou simulações de resultados de tratamentos cirúrgicos ou
das movimentações ortodônticas também estão sendo muito
utilizadas pelos cirurgiões-dentistas.
Atualmente, os modelos de gesso, que são uma ferra-
menta indispensável na elaboração de um bom diagnóstico,
vêm sendo substituídos por uma nova tecnologia: os modelos
digitais tanto em 2D como em 3D. Por não dispor de literatura
suficiente a respeito, muitos profissionais questionam sua
aplicabilidade na clínica diária. Oliveira et al no seu trabalho
comparou estes dois tipos de modelos, chegando à conclu-
são de que tanto os modelos digitais como os de gesso são
confiáveis para a aferição de medidas comumente utilizadas
no diagnóstico.
A captura tridimensional
da arcada é feita a partir do
modelo de gesso do paciente
(também pode ser feita a partir
da moldagem). O procedimento
de escaneamento se realiza
por meio da tomada de seções
expressas, como curvas de nível
de altura da zona exposta sob o
sensor. A tomada das sucessivas
seções é possível graças ao des-
locamento do modelo no eixo
de translação e dos dois eixos de rotação da plataforma de
MODELOS DIGITAIS EM 3DUMA REALIDADE INADIÁVEL
suporte do modelo. A precisão do sensor a laser é de 0,01 mm, o
que nos dá um modelo digital com uma exatidão de superfície
de aproximadamente 0,01 mm.
Este método de escaneamento é utilizado com algumas
variações por diversas empresas para a construção de seus
modelos digitais. Empresas como a Geodign (http://www.
dentalemodels.com), utiliza o programa eModel. A 3Dent
(http://www.3dent.org) com seu programa Orthometric.
No Sistema OrthoCad (http://www.orthocad.com/content/
digital-model) os modelos devem ser enviados para Nova
Jersey, EUA, e em uma semana pode-se baixar do site da
empresa os modelos em 3D.
No Brasil temos a Alpha Smile (http://www.exporting.
com.br) com a solução Bibliocast que permite a digitalização,
análise e arquivo dos moldes e modelos dentários em 3D. O
software Cecile (download gratuito no endereço acima) per-
mite estudar e arquivar modelos digitalizados em 3D a partir
dos modelos de gesso ou dos moldes em alginato.
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):76-7
Figura 1Pré-visualização de resultados.
(Torres et al).
Figura 2Visualização bidimensional (Torres et al).
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ORTO
INFO
RMAÇ
ÃO
Entre as vantagens dos modelos digitais podemos citar:
1. Diminuição ou eliminação do espaço físico para o armaze-
namento dos modelos de gesso. As imagens digitais são
armazenadas em arquivos binários no disco rígido do seu
computador ou através de CDs ou DVDs podemos guardar
muitos casos clínicos em pouquíssimo espaço.
2. Reconstrução exata dos modelos digitalizados em resina,
no caso de uma necessidade legal.
3. Maior durabilidade. Os mo-
delos podem quebrar ou serem
extraviados, assim as imagens
digitais são melhor organizadas e
armazenadas.
4. Facilidade para realizar a análise de Bolton e Moyers. Em
alguns sistemas isto é feito de forma automática.
5. Análise estética e da proporção dos dentes, através das
medidas exatas da altura e largura coronária dos incisivos
centrais, laterais e caninos.
6. Menor tempo de trabalho nas medições digitais comparado
com as tomadas nos modelos de gesso.
7. Possibilidade de movimentar cada dente de maneira indi-
vidual ou em grupos,
permitindo desta ma-
neira efetuar um setup
tridimensional de for-
ma rápida e precisa.
8. A partir do setup é
possível determinar
a posição exata dos
acessórios diminuin-
do em muito os erros
de posicionamento e
colagem.
9. Análise dos conta-
tos oclusais.
10. Análise dos movi-
mentos funcionais e
oclusais.
11. Possibilidade de cons-
trução de uma mol-
deira individual para
a colagem indireta dos
braquetes.
12. Marketing e moderni-
dade na comunicação
com os pacientes.
13. Facilidade e rapidez na
comunicação multidis-
ciplinar entre profissio-
nais locais ou a distância dado que os modelos digitais
podem ser enviados via internet, evitando assim o uso dos
correios no envio dos modelos de gesso.
14. Custo acessível em torno de R$ 70,00 por modelo na Alpha
Smile.
A substituição dos modelos tradicionais de gesso pelos
modelos digitais é um avanço tecnológico que está se tornando
uma ferramenta de uso comum nos consultórios dos países mais
industrializados. As suas vantagens são muitas, entretanto o seu
custo no Brasil pode dificultar a sua aplicação como ferramenta
de uso diário no diagnóstico clínico dos nossos pacientes.
Pesquisas ainda estão sendo feitas para melhorar cada
vez mais os sistemas já existentes. Devemos esperar novos
aparelhos e software com novas tecnologias, mas uma coisa é
certa a tecnologia nos leva cada dia a um futuro mas promissor
e com muitas mais facilidades que logo se tornarão de uso
rotineiro nas nossas clínicas.
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):76-7
Referências1. Oliveira, Dauro Douglas et al. Confiabilidade do uso de modelos
digitais tridimensionais como exame auxiliar ao diagnóstico ortodôntico: um estudo piloto. Rev Dent Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 12, n. 1, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-54192007000100012&lng=en&nrm=iso - Acesso em: 14 Feb 2008.
2. Torres. Roque, Fuentes, Juan Alvaro, Ange, Emilio Gomez, L. Análisis y reconstrucción de implantes. Dentales mediante digi-talización y. Generación de modelos 3D. Disponível em: www.cea-ifac.es/actividades/jornadas/XXIV/do-cumentos/bio/192.pdf. Acesso em 14 feb. 2008.
3. http://www.dentalemodels.com - eMode - Acesso em: 14 Feb 2008.
4. http://www.3dent.org - Orthometric - Acesso em: 14 Feb 2008.5. http://www.orthocad.com/content/digital-model - OrthoCAD
- Acesso em: 14 Feb 2008.6. http://www.exporting.com.br - Bibliocast - Acesso em: 14 Feb
2008.
Fotografias do caso clínico. Cortesia do doutor Daniel Ianni Filho - Alpha Smile.
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Evento
ORTO2008-SPO: UM EVENTO PARA FICAR NA MEMÓRIA
EM OUTUBRO, PROFISSIONAIS DA ORTODONTIA E DA ORTOPEDIA FUNCIONAL
DOS MAXILARES ESTARÃO REUNIDOS NO MAIOR CONGRESSO DA ESPECIALIDADE
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):78-80
O que a sociedade brasileira, especialmente pacientes
e seus familiares esperam da Ortodontia? O que os profi s-
sionais que praticam essa especialidade esperam do maior
congresso latino-americano de Ortodontia?
Pensando nestas questões, um grupo de dedicados e entu-
siasmados colegas tem se reunido, nos últimos 12 meses, para
trazer as respostas. Assim, a partir da experiência adquirida nas
edições anteriores e o surgimento de novas idéias e sugestões
de docentes e participantes de eventos dessas especialidades, a
equipe foi construindo o conteúdo do 16o Congresso Brasileiro
de Ortodontia - Orto2008-SPO.
O resultado desse trabalho foi a elaboração da progra-
mação científi ca que, sem dúvida, irá trazer importantes
contribuições aos profi ssionais da Ortodontia e da Ortopedia
Funcional dos Maxilares entre os dias 9 e 11 de outubro de
2008, quando se realizará o evento.
O tema central, “Confi ança, estética, saúde”, será ampla-
mente debatido nos quatro dias do Congresso, no Anhembi,
em São Paulo. Para começar, o Orto2008-SPO contará com
a presença de renomados professores estrangeiros, como
Richard McLaughlin (São Diego - EUA), criador da técnica
MBT; Tiziano Bacceti (Firenze - Itália), destaque na Europa
em Ortodontia Preventiva; Hee-Moon Kyung (Seul - Coréia),
pioneiro no uso de miniimplantes ortodônticos; e Sheldon
Peck (Havard - EUA), uma das maiores autoridades mundiais
em Estética Ortodôntica.
O evento contará ainda, como convidados palestrantes,
os mais destacados professores nacionais que se dividirão
nas 80 conferências e 50 cursos programados para o Con-
gresso. Além disso, haverá diversas miniconferências e a
apresentação de 400 painéis científi cos e 40 mesas clínicas
e de informática com premiação dos melhores trabalhos. O
regulamento e os formulários estão no site www.ortociencia.
com.br , sendo que o prazo de inscrição encerra-se no dia
20 de junho de 2008.
Destaques da programação
No Orto2008-SPO acontecerá a segunda edição do Prê-
mio Nacional SPO, cuja temática deste ano será a “Avaliação
dos problemas ortodônticos no Brasil”. Serão premiados os
No Anhembi, o maior evento de Ortodontia da América Latina.
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ORTO
INFO
RMAÇ
ÃO
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):78-80
cinco melhores trabalhos referentes ao tema, apresentados
por alunos de pós-graduação, especialistas e clínicos. “O ob-
jetivo é incentivar o desenvolvimento de novos protocolos de
pesquisas que contribuam para melhor
identifi car e tratar doenças bucais no
contexto do tratamento ortodôntico”,
informa Flávio Cotrim, presidente do
Orto2008-SPO.
A programação of icial trará,
também, o Prêmio Jovens Ta-
lentos, uma oportunidade para
50 jovens professores, egressos de um dos cursos de
mestrado e doutorado em Ortodontia no Brasil, para que
apresentem a síntese de suas pesquisas nos vários cam-
pos da Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares.
Os três melhores trabalhos serão premiados.
Buscando ainda atender à necessidade de propor-
cionar a atualização constante dos participantes do
evento, será montado um espaço especial, no formato
auditório-estúdio, com tecnologias avançadas para
diagnóstico por imagem. No local, acontecerá ciclo de
palestras sobre os recursos tecnológicos disponíveis. O
acesso será livre e gratuito para todos os inscritos no
Orto2008-SPO.
Mas a grande novidade reservada para o evento
é o espaço dedicado ao Projeto Criança, que consiste
na orientação e encaminhamento de menores da rede
pública e de entidades assistenciais a instituições de
tratamento. “Queremos mostrar à sociedade o que a
Sheldon Peck (EUA)
Richard McLaughlin (EUA)
Tiziano Bacceti (Itália)
Hee-Moon Kyung (Coréia)
Ortodontia pode fazer pelas crianças”, afi rma Cotrim.
E, fechando todas essas atividades, a realização da
tradicional Exposição Promocional com a presença 55
empresas do setor.
Com um conteúdo como este, o Orto2008-SPO tem tudo
para fi car na memória e na história. As inscrições estão sendo
feitas, exclusivamente, via on-line no site www.ortociencia.
com.br, sendo que o evento já conta com aproximadamente
1.200 adesões.
Grande Auditório: 2.500 vagas
• Ancoragem absoluta com miniimplantes
• Biomecânica em Ortodontia (distalização, verticalização,
retração, tração de dentes impactados)
• Diagnóstico e planifi cação do tratamento
• Disjunção maxilar
• Imagenologia em Ortodontia
• Biomateriais na prática ortodôntica
• Objetivos e estratégias de tratamento
• Oclusão e ATM
• Ortopedia Funcional dos Maxilares
• Ortodontia Lingual
TEMAS CLÍNICOS
• Tratamento ortodôntico em adultos
• Tratamento multidisciplinar (reabilitação, estética, cirurgia
ortognática, doenças sistêmicas, periodontia)
• Aparelhos ortodônticos autoligáveis
• Dispositivos para protração mandibular
• Hábitos bucais
• Tratamento ortodôntico de casos atípicos
• Tratamento da Classe II, Classe III, mordida aberta, mordida
profunda
• Técnica do arco segmentado
• Estética facial
No Orto2008-SPO serão abordados importantes temas clínicos para a atualização dos profi ssionais da Ortodontia e da Ortopedia Funcional dos Maxilares. Confi ra os principais:
Bill Thomas(EUA)
Jeffrey McClendon(EUA)
Auditório Elis Regina: 800 vagas
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Eventos
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):78-80
Categorias Até 30/abr Até 20/mai Até 20/set Até 30/ago No evento
1. Sócio SPO R$ 330,00 R$ 360,00 R$ 400,00 R$ 440,00 R$ 480,00
2. Sócio SPO (cat. aspirante) R$ 400,00 R$ 440,00 R$ 480,00 R$ 520,00 R$ 560,00
3. Acadêmico R$ 400,00 R$ 440,00 R$ 480,00 R$ 520,00 R$ 560,00
4. Aluno de pós-graduação R$ 400,00 R$ 440,00 R$ 480,00 R$ 520,00 R$ 560,005. Sócio APCD e demais entidades de Ortodontia e OFM
R$ 470,00 R$ 520,00 R$ 570,00 R$ 620,00 R$ 660,00
6. Não sócio R$ 520,00 R$ 570,00 R$ 620,00 R$ 670,00 R$ 720,00
7. Estrangeiro US$ 280.00 US$ 310.00 US$ 340.00 US$ 370,00 US$ 400.00
TAXAS DE ADESÃOVisando facilitar, agilizar e proporcionar mais segurança, todo o processo de inscrição ao Orto 2008-SPO será feito on-line, em seu site www.ortociencia.com.br. Além disso, você ainda obtém ótimos descontos com as adesões antecipadas. Confira sua categoria e faça já a sua inscrição para aproveitar todas as vantagens.
INTERNACIONAIS: Augusto Sato-Tsuji, Bill Thomas, Carlos Chaparro Bohórquez, Cliff Alexander, Hee-Moon Kyung, Javier Frenck, Jeffrey L. McClendon, Manuel Estuardo Bra-vo, Marisela Gonzalez de Bello, Patricio Morales, Richard P. McLaughlin, Sandrine Ferreira, Sheldon Peck, Tiziano Baccetti e Victor Hugo Toledo Minutti.NACIONAIS: Adrião Silveira Martins, Alael Barreiro Fernandes de Paiva Lino, Alexander Macedo, Alexandre Moro, Ana Carla Nahás, Ana Cláudia Moreira Melo, Andréia Cotrim Ferreira, Antonio Carlos Passini, Antonio José Borin Neto, Ary dos Santos Pinto, Bruno Pedrosa Moreira, Camillo Morea, Carlo Marassi, Carlos Alberto G. Cabrera, Carlos Herique Guimarães Jr., Carlos Martins Coelho Filho, Celestino Nóbrega, Cláudio Rodrigues Azenha, Cristina Dominguez, Cristina Tebechrani Fiuza, Dalton Humberto de Almeida Cardoso, Daniela Gamba Garib, Danilo Furquim Siqueira, Danilo Marega Borges, David Guedes Lopes, David Normando, Dirceu Barnabé Raveli, Edson Homem Neto, Eduardo Dainesi, Eduardo Werneck, Eduardo Guedes Pinto, Eduardo Miyashita, Eduardo Sant’ana, Ertty Silva, Fausto Bérzin, Fausto Silva Bramante, Francisco Ferreira Nogueira, Geraldo Angelo Antonellini, Gilberto Vila-nova Queiroz, Glécio Vaz de Campos, Guilherme Janson, Hélio Scavone Junior, Henrique Mascarenhas Villela, Hércules T. de Moraes, Hideo Suzuki, Hugo Trevisi, Ives Lopes Cardoso, João Alberto Martinez, João Daniel Blaudt, João Maria Baptista, Jorge Abrão, José Arnaldo Sousa Pires, José Augusto Mendes
MINISTRADORES DE CURSOS E CONFERÊNCIAS CONFIRMADOS
Miguel, José Carlos Faria Lago, José Eduardo Prado de Souza, José Fernando Castanha Henriques, José Flávio Ribeiro To-rezan, José Lázaro Barbosa dos Santos, José Luis Gonçalves Bretos, José Rino Neto, Julio Cesar Motta Pereira, Julio de Araújo Gurgel, Jurandir Antonio Barbosa, Karyna Martins do Valle-Corotti, Katia Ferrer, Katia Regina Izola Simone, Lau-rindo Zanco Furquim, Leandro Gonçalves Velasco, Leopoldino Capelozza Filho, Liliana Ávila Maltagliati, Luciana Badra Jabur, Luciana Flaquer Martins, Luciano Del Santo, Luciano Wagner Ribeiro, Luís Ricardo de Paula Eduardo, Luiz Fernando Eto, Luiz Gonzaga Gandini Junior, Marcelo Gomes Garducci, Marcio Rodrigues de Almeida, Marcos Cesar Pitta, Marcos dos Reis Pereira Janson, Marcos Nadler Gribel, Marinho Del Santo Jr., Mario Cappellette Junior, Mário Vedovello Filho, Marise de Castro Cabrera, Masato Nobuyasu, Maurício Tatsuei Sakima, Messias Rodrigues, Murilo Bovi Corsi, Nelson José Rossi, Niels Salles Willo Wilhelmsen, Nise Alonso Manicardi, Omar Gabriel da Silva Filho, Orlando Santiago Júnior, Patrícia de Medeiros Loureiro Lopes, Paulo César Rodrigues Conti, Pedro Paulo Feltrin, Reginaldo Zanelato, Renata Castro, Renato Vita, Rita Baratela Thurler, Rodrigo Tadeu Freitas Rosa, Rogério Schmidt Armando, Selma Pardini, Sérgio Carmelo Torres, Sérgio Luís de Miranda, Sérgio Jakob, Sidney Kina, Solange Mongelli de Fantini, Tadeu Evandro Mendes, Tereza Cristina Rodrigues da Cunha, Vanda Domingos, Vânia Célia Vieira de Siqueira, Weber Ursi e Wilson Aragão.
Empresas confirmadas: 3M Unitek, Aditek, Alva Doctor, Arti-Dente, Bitufo, Central Laser, Colgate, Dental Press, Dental São
Paulo, Dental Solução, Dentoflex, Dentscler, Efficient Software, Exdental, Fabinject, G & M Orthodontics, Gac Orthomax,
I C E, Indusbello, Instituto Vellini, Invisalign, Kernit, Lianka, Ligne Blanc, Morelli Ortodontia, Nemotec Dental Studio -
Brasil, Neodent Implante Osteointegrável, NF Orthodental, Odonto Atual, Odontomar, Oral B, Ormco, Orthorio, OrthoSource
do Brasil, Profile, Quinelato, Redeorto, Renovatio/Dolphin Imaging Brasil/Sheu-Dental Brasil e TP Orthodontics.
EXPORTO 2008-SPO - EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL
DE PRODUTOS E SERVIÇOS PARA ORTODONTIA E AFINS
Importante: taxa única de adesão com acesso a todas as atividades científicas.
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1. OBJETIVO
A revista OrtodontiaSPO, um órgão oficial da Sociedade
Paulista de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares,
destina-se à publicação de artigos originais, resumos de teses,
artigos de divulgação e relato de casos clínicos no campo da
Ortodontia e ciências afins, bem como a divulgação, promoção
e intercâmbio de informações científicas.
2. NORMAS
2.1. Os trabalhos enviados para publicação devem ser inédi-
tos, não sendo permitida a sua apresentação simultânea em
outro periódico.
2.2. Os trabalhos deverão ser enviados em disquete (Word for
Windows) acompanhados de uma cópia em papel com ende-
reço completo. Recomendando-se que os autores retenham
uma cópia em seu poder.
2.3. Os originais e as ilustrações publicados não serão de-
volvidos.
2.4. A revista OrtodontiaSPO reserva todos os direitos autorais
do trabalho publicado.
2.5. A revista OrtodontiaSPO receberá para publicação tra-
balhos redigidos em português e/ou inglês.
2.6. A revista OrtodontiaSPO submeterá os originais à
apreciação do Conselho Científico, que decidirá sobre a
sua aceitação.
Os nomes dos relatores permanecerão em sigilo e estes não
terão ciência dos autores do trabalho analisado.
2.7. Os originais deverão ser entregues juntamente com o
Termo de Cessão de Direitos Autorais, assinado pelo(s)
autor(es).
2.7.1. Termo de Cessão de Direitos Autorais
Eu (nós), [nome(s) do(s) autor(es)], autor(es) do trabalho
intitulado [título do trabalho], o qual submeto(emos) à
apreciação da revista OrtodontiaSPO para nela ser publi-
cado, declaro(amos) concordar, por meio deste suficiente
instrumento, que os direitos autorais referentes ao citado
trabalho tornem-se propriedade exclusiva da revista Orto-
dontiaSPO desde a data de sua submissão, sendo vedada
qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra
parte ou meio de divulgação de qualquer natureza, sem que
a prévia e necessária autorização seja solicitada e obtida
junto à revista OrtodontiaSPO. No caso de não-aceitação
para publicação, essa cessão de direitos autorais será auto-
maticamente revogada após a devolução definitiva do citado
trabalho por parte da revista OrtodontiaSPO, mediante o
recebimento, por parte do autor, de ofício específico para
esse fim. [Data/assinatura(s)]
2.8. As informações contidas nos trabalhos publicados são de
responsabilidade exclusiva de seus autores.
2.9. Os trabalhos desenvolvidos em instituições oficiais de
ensino e/ou pesquisa deverão conter no texto: a. referências
à aprovação pelo Comitê de Ética; b. termo de consentimento
do paciente nos casos clínicos.
Normas de Publicação
3. APRESENTAÇÃO
3.1. Trabalho científico - Título em português, nome(s) do(s)
autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, unitermos, intro-
dução e/ou revisão da literatura, proposição, material(ais) e
método(s), resultados, discussão, conclusões, título em inglês,
resumo em inglês (“abstract”), unitermos em inglês (“key
words”) e referências bibliográficas.
Limites máximos: 14 páginas de texto, 4 tabelas ou quadros,
4 gráficos e 16 figuras.
3.2. Revisão de literatura - Título em português, nome(s)
do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, unitermos,
introdução e/ou proposição, revisão da literatura, discussão,
conclusões, título em inglês, resumo em inglês (“abstract”),
unitermos em inglês (“key words”) e referências bibliográ-
ficas. Limites máximos: 10 páginas de texto, 4 tabelas ou
quadros, 4 gráficos e 16 figuras.
3.3. Relato de caso(s) clínico(s) - Título em português,
nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo,
unitermos, introdução e/ou proposição, relato do(s) caso(s)
clínico(s), discussão, conclusões, título em inglês, resumo
em inglês (“abstract”), unitermos em inglês (“key words”) e
referências bibliográficas.
Limites máximos: 7 páginas de texto, 2 tabelas ou quadros,
2 gráficos e 32 figuras.
3.4. Especificação de página: margens superior e inferior:
2,5 cm; margens esquerda e direita: 3 cm; tamanho do papel:
carta; tipo de fonte: courier ou courier new; tamanho da
fonte: 12; alinhamento do texto: justificado; recuo especial
da primeira linha dos parágrafos: 1,25 cm; espaçamento entre
linhas: 1,5 linhas; controle de linhas órfãs/viúvas: desabi-
litado; as páginas devem ser numeradas.
3.5. Título em português: máximo de 90 caracteres
3.6. Titulação do(s) autor(es): citar até 2 títulos principais.
3.7. Resumos em português e inglês: máximo de 250 ca-
racteres
3.8. Unitermos e key words: máximo de cinco. Consultar
Descritores em Ciências da Saúde, Bireme, site www.bireme.
br/decs/
3.9. Citações de referências bibliográficas no texto:
3.9.1. Seguir o sistema numérico de citação, no qual somente
os números-índices das referências, na forma sobrescrita, são
indicados no texto. Números seqüenciais devem ser separados
por hífen; números aleatórios devem ser separados por vírgula.
Não citar os nomes dos autores e o ano de publicação. Ex.:
Vários autores 5, 17, avaliaram que a saúde geral e local do
paciente é necessário para o sucesso do tratamento.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: máximo de 30. A
exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade
dos autores.
4.1. Sua apresentação deve seguir a normatização do Estilo
Vancouver, conforme orientações fornecidas pelo Internatio-
nal Committee of Medical Journal Editors no “Uniform
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):81-2
82 |
Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical
Journals” (www.icmje.org).
4.2. Os títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo
com o “List of Journals Indexed in Index Medicus”
(www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html) e impressos sem ne-
grito, itálico ou grifo.
4.3. As referências devem ser numeradas em ordem alfabética
pelos sobrenomes dos autores, que devem ser seguidos pelos
seus prenomes abreviados sem ponto ou vírgula.
A vírgula só deve ser usada entre os nomes dos diferentes
autores. Nas publicações com até seis autores, citam-se todos;
nas publicações com sete ou mais autores, citam-se os
seis primeiros e, em seguida, a expressão latina “et al”. Incluir
ano, volume, número (fascículo) e páginas do artigo logo após
o título do periódico.
4.4. Deve-se evitar a citação de comunicações pessoais, traba-
lhos em andamento e os não publicados; caso seja estritamente
necessária sua citação, não devem ser incluídos na lista de
referências, mas citados em notas de rodapé.
5. EXEMPLOS:
5.1. Livro: Naert et al. Osseointegration in rehabilitation. 1a
ed. London: Quintessence, 1993.
5.2. Capítulo de livro: Profitt WR. O planejamento do trata-
mento ortodôntico da lista de problemas ao plano específico.
In Profitt WR. Ortodontia Contemporânea. 2ª ed. Rio de
Janeiro; Guanabara Koogan; 1995. Cap. 7; p.170-205.
5.3. Artigo de periódico: Andreasen GF, Bishara SE. Compa-
rison of Alastik chains with elastics involved with intra-arch
molar forces. Angle Orthod 1970;40(3):151-8
5.4. Dissertações e teses: Régio MRS. Propriedades Me-
cânicas de elásticos para fins ortodônticos [Dissertação
– Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP;
1979. 79p e Apêndice.
5.5. Trabalho apresentado em evento: Bérzin F. Estudo
eletromiográfico da hipoatividade de músculos da masti-
gação em pacientes portadores de desordem cranio-mandi-
bular (DCM), com dor miofacial. In: Anais do 5° Simpósio
Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor,2001. São
Paulo p.292.
6. TABELAS OU QUADROS
6.1. Devem constar, respectivamente, sob as denominações
de “Tabela” ou “Quadro” e ser numerados em algarismos
arábicos e fornecidos em folha à parte.
6.2. A legenda deve acompanhar a tabela ou o quadro e ser
posicionada abaixo destes.
6.3. Devem ser obrigatoriamente citados no corpo do texto,
sucessivamente, na ordem de sua numeração e auto-expli-
cativos.
6.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos
em nota colocada abaixo do corpo da tabela ou do quadro
ou em sua legenda.
7. FIGURAS
7.1. Devem constar sob a denominação de “Figura” e ser
numeradas com algarismos arábicos.
7.2. A(s) legenda(s) deve(m) ser fornecida(s) em folha à
parte.
7.3. Devem ser citadas no corpo do texto, sucessivamente, na
ordem de sua numeração.
7.4. Sinais ou siglas devem estar traduzidos em sua legen-
da.
7.5. Devem possuir boa qualidade técnica e artística.
8. IMAGENS
Fotográficas
8.1. “Slides”, devem trazer a correta identificação em apenas
um dos lados de sua moldura, de maneira que permita a ine-
quívoca distinção entre frente e verso, lado esquerdo e direito
e lado superior e inferior.
8.2. Fotografia em papel brilhante com formato mínimo
5 x 7 cm.
8.3. Na apresentação de imagens e texto, deve-se evitar o
uso de iniciais, nome e número de registro de pacientes. O
paciente não poderá ser identificado ou estar reconhecível em
fotografias, a menos que dê por escrito o seu consentimento,
o qual deve acompanhar os originais.
8.4. No caso de imagens obtidas através de câmera fotográfica
digital, deve-se utilizar o recurso de resolução máxima do
equipamento.
Digitais
8.5. Quando originalmente capturadas por câmera digital,
devem ter cores corrigidas por programas gráficos (Photoshop,
CorelPaint etc), resolução mínima de 300dpi, gravadas no
formato TIF ou JPG e tamanho mínimo de 10 x 6 cm.
9. GRÁFICOS
9.1. Devem constar sob a denominação de “Gráfico” e ser
numerados com algarismos arábicos e fornecidos em folha
à parte.
9.2. A legenda deve acompanhar o gráfico e ser posicionada
abaixo deste.
9.3. Devem ser obrigatoriamente citados no corpo do texto,
sucessivamente, na ordem de sua numeração.
9.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos
em sua legenda.
9.5. As grandezas demonstradas na forma de barra, setor,
curva ou outra forma gráfica devem vir acompanhadas dos
respectivos valores numéricos para permitir sua reprodução
com precisão.
ENCAMINHAMENTO DOS ORIGINAIS:
Os originais deverão ser enviados com registro e de preferên-
cia via Sedex, com porte pago para:
Ana Lúcia Zanini Luz
Rua Capitão Rosendo, 33 - Vila Mariana
04120-060 - São Paulo - SP
Normas de Publicação
OrtodontiaSPO | 2008; 41(1):81-2