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Bragança Paulista Sexta 7 Dezembro 2012 Nº 669 - ano XI [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio

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Edição 07.12.2012

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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta7 Dezembro 2012Nº 669 - ano [email protected]

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No início do ano 597 antes de Cristo o rei Nabuco-donosor invade a Judéia,

aprisiona o rei, destrói o templo. Faz prisioneiros e escravos. Deporta as lideranças. Leva consigo uma enorme massa de pessoas válidas, de todas as profissões. Ficam na terra humildes camponeses, velhos e crianças. O panorama é de des-truição e desesperança. Nunca mais aquela terra, prometida por Deus, seria a mesma. O sentimento era esperar o fim. Uns dez anos mais tarde o profeta Jeremias inicia a sua missão de anunciar que o projeto divino não tinha se acabado. Por volta do ano 550 Isaías retoma o chamado à esperança. Ela começa a se realizar quando Ciro, rei da Pérsia, no ano 538, permite a volta dos desterrados. Na sua maioria, certamente, descendentes dos cati-vos de Nabucodonosor. Quem sabe alguns idosos que, levados jovens, sobreviveram ao exílio. A volta era marcada pela alegria. Contudo, ao

chegar, encontraram destruição, falta de recursos e a má vontade dos que, agora, habitavam a terra. Sobrevém a decepção, a desilusão. A vontade de voltar para trás. Nes-te quadro é importante lembrar as palavras dos profetas que, em linguagem simbólica e carregada de poesia, falam do futuro pro-metido por Deus e ansiosamente esperado. Isaías anuncia: “Dias virão em que o monte da casa de Javé será estabelecido no mais alto das montanhas... A ele acorrerão todas as nações. Ele (Javé) julgará as nações, ele corrigirá a muitos povos. Estes quebrarão as suas espadas, transformando-as em arados, e as suas lanças, a fim de fazerem foices. Uma nação não levantará a espada contra a outra e nem se aprenderá mais a fazer guerra” (Cap.2). “ Eis que a virgem concebeu e dará à luz um filho e por-lhe-á o nome de Emanuel” (cap.7,14). “Um ramo sairá do tronco de Jessé... sobre ele repousará o espírito de Javé,

espírito de sabedoria e inteligência, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor de Javé... Ele não julgará segundo a aparência... por ouvir dizer... julgará os fracos com justiça... Então o lobo morará com o cordeiro, o leopardo se deitará com o cabrito... A vaca e o urso pastarão juntos... Ninguém fara mal nem destruição alguma em todo o meu santo monte” (cap.11). O profeta Jeremias fala da recons-trução: “Trarei de volta os cativos de Judá e os cativos de Israel, e os restabelecerei como antes... eu perdoarei todas as suas faltas... Jerusalém será para mim um nome cheio de alegria... um esplendor para todas as nações do mundo... Judá será salvo e Jerusalém habitará em segurança” (cap.33). Tomo o paradigma da história judaica para aplicá-la à nossa realidade. Penso que todos passamos, diante dos fatos que fazem notícia, a ter o mesmo sentimento de desesperan-ça. Violência, corrupção, ganância,

individualismo, afrouxamento dos laços familiares, quebra dos valores da convivência, falta de perspectivas. Nossa tentação é cair no “salve-se quem puder”. Parece que não temos muito mais a esperar. Pior: não temos o que fazer! Quase concordamos com o conformismo. Aqui entra a riqueza da fé cristã. Olhando para a fidelidade de Deus, sempre pre-sente na história, olhando para a entrega de Jesus Cristo na cruz para que o mal fosse vencido e a morte não tivesse a última palavra sobre nossa existência, somos chamados a viver a dimensão profunda da fraternidade. A sorte de todo ser humano interessa a todos. Não há lugar para cruzar os braços. Não é possível caminhar para o matadouro. Fomos feitos cidadãos do céu. E se as mazelas humanas nos deixam arcados, o nosso olhar deve con-tinuar firme no horizonte: fomos feitos filhos no Filho, herdeiros com Ele. Por isso, na preparação para o seu Natal, nós nos revestimos da

certeza que a palavra de Deus não é vã. Ela realiza aquilo que diz. Com certeza, se as coisas não acontecem como queremos, é porque nossa parte não está sendo feita. Vivamos este tempo simbólico da espera do Senhor que nasce renovando nosso compromisso com Ele: fazer com que seu aniversário seja festa que mude o nosso coração. Não num sentimento piegas que acaba no dia 26 de dezembro. Mas festa que nos encha de vigor para que seja fonte de coragem para um novo céu e uma nova terra. E passemos destes tempos difíceis para os tempos felizes.

Mons. giovanni baresse

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

E-mail: [email protected]

Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

Jornalista Responsável:Carlos Henrique Picarelli(MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ExpEdiEntE

para pensar

Tempos difíceis...

Tempos felizes

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Na última sexta-feira, dia 30, Bragança Paulista vivenciou um importante momento: a inauguração da primeira unidade franqueada da TZ Viagens do Brasil. A agência

está localizada no Edifício Carraro Tower, na Avenida Salvador Markowicz. Estiveram presentes cerca de 200 bragantinos, que além de conhecerem o novo espaço na cidade, puderam ainda assistir a um espetáculo de danças orientais. No final da noite foi realizado um sorteio que ofereceu vários prêmios, incluindo uma viagem a Portugal.A TZ Viagens é uma rede de agência de viagens que funciona no sistema de franquia e faz parte do Grupo Schultz, uma das maiores operadoras turísticas do Brasil. Com o lançamento das franquias, o grupo oferece a todos os bragantinos produtos e serviços de excelente padrão de qualidade, aliados aos melhores preços. A nova rede de franquias tem um ambicioso processo de expansão no Brasil e também na Europa: “Bragança Paulista teve a honra de receber a nossa primeira unidade franqueada no país, o que foi sem dúvida muito importante para a cidade. Em breve iremos inaugurar a segunda unidade franqueada, também no interior do estado de São Paulo, na cidade de São Carlos. Até ao final do ano iremos abrir a nossa primeira unidade em Portugal”, revela Paulo Manuel, diretor geral da franquia no Brasil.Facilidades TZ ViagensNa TZ Viagens o cliente pode encontrar pacotes para qualquer lugar do mundo, sempre com qualidade e simpatia no atendimen-to. A proprietária da agência, Camila Martins, conta já com uma vasta experiência no setor do turismo. Ela explica que ao final de vários anos trabalhando em uma agência de viagens, também em Bragança Paulista, optou por abrir um negócio próprio, pois considerou importante trazer à cidade um conceito diferente de agência de viagens. A loja foi inteiramente idealizada com um conceito de decoração moderno e diferente do habitual nas agências de viagens: “O nosso principal objetivo foi pensar no bem estar do cliente, quer pela climatização, quer pelo conforto das poltronas de espera e de atendimento. Nem as crianças ficaram esquecidas, pois têm um espaço próprio para brincar, enquanto os seus pais estão tratado de sua viagem”, aponta Camila. “Temos também dois lugares de estacionamento exclusivos para nossos clientes, o que torna ainda mais cômoda a visita à nossa agência”, acrescenta.Para Camila, a escolha do local também não foi feita ao acaso: “Esta região da cidade tem crescido muito nos últimos tempos. Estão aqui muito condomínios residenciais, empresas, clinicas médicas, escolas e a Universidade São Francisco. Através da pesquisa de mercado realizada com o apoio da franqueadora, verificamos que faltava uma agência de viagens nesta região para atender todas as pessoas que se movimentam por aqui diariamente”, justifica.A escolha da franquia TZ Viagens para Camila foi fácil: “Estar numa franquia que pertence a uma grande operadora turística me deu muita segurança enquanto empreendedora, principalmente porque desse modo consigo disponibilizar para os meus clientes produtos mais flexíveis, e adaptados ao gosto pessoal de cada um; isso é fundamental para garantir a satisfação deles”. Além disso, Camila explica que esta rede de agências de viagens oferece produtos inovadores como roteiros de moto, intercâmbios culturais, viagens eno-gastronômicas e muitas outras, sempre com o selo de qualidade Schultz. Apesar de estar ligada à operadora Schultz, a TZ Viagens é um conceito multi-operadora, garantin-do assim a máxima variedade de produtos turísticos nacionais e internacionais a todos os clientes. Se mesmo com todas as facilidades o cliente não puder se deslocar até a agência, a TZ Viagens conta com um site que opera reser-vas 100% online, com pagamento seguro via cartão de crédito e vendas atreladas à agência específica. O sistema alia segurança da existência de um espaço físico e um rosto conhecido em Bragança Paulista, caso necessite esclarecer algum detalhe de sua reserva, além da garantia de acompanhamento pós-venda.

Informações e Reservas:TZ VIAGENS – Bragança PaulistaAv. Salvador Markowicz, 135 - Edifício Carraro TowerTelefone: 4032-2231E-mail: [email protected] Site: www.bragancapaulista.tzviagens.com.br

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Lidiane, Julio Teixeira e Camila Martins

Fotos:Marrelo

Julio Teixeira, Adriana Nunes, Camila Martins e Carlos Neves

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Era um terreno desocupado, situado no cruzamento entre duas ruas, em um bairro residencial de Bra-gança. Como acontece com muitos terrenos baldios,

o mato foi tomando conta e aos poucos a sujeira também foi se acumulando. Até que o casal Vilma e Moacir Gurgel resolveu fazer alguma coisa para modificar a paisagem. Co-meçaram plantando flores nas bordas do terreno. De tempos em tempo iam plantando mais algumas, avançando um pouco mais para dentro. O terreno continuava acumulando mato, mas já não era mais o mesmo. Logo os vizinhos Marli e Nagashi Furukawa também decidiram ajudar e tiveram a ideia de conversar com o proprietário do espaço, a fim de que o emprestasse à comunidade local. Tiveram o aval, desde que não plantassem árvores, já que elas impossibilitariam uma possível construção, no futuro. No primeiro momento pensaram em continuar plantando flores, mas resolveram que uma horta seria a melhor opção. E foi assim que, em junho de 2012, começou a surgir a horta comunitária do bairro que, não só deu nova forma à vista do lugar, como foi capaz de aproximar vizinhos e de mudar algumas rotinas do local. “Avós, filhos, netos, todos vêm até aqui interagir. Crianças e adolescentes se identificam. Todos dão palpite, trazem sugestões”, explica D. Vilma. “Nunca tivemos problema algum, nem com animais, nem com as pessoas”, fala. “Antes da horta alguns donos deixavam os cachorros sair um pouco na rua. Agora perceberam que não dá mais e os seguram em casa”, fala. “O sucesso da horta é devido à civilidade e à boa vontade”, fala D. Vilma. E à dedicação também.

Compostagem“A nossa intenção principal é incentivar a limpeza dos terre-nos baldios e a reutilização do lixo orgânico”, enfatiza. Toda a horta é cultivada com produtos naturais, adubo que ela produz na própria casa, de maneira muito simples. “Todo mundo que come algo vindo da hora comenta sobre o sabor. É muito diferente quando é cultivado assim, o sabor é muito melhor”, afirma. D. Vilma não apenas planta frutas, legumes e verduras, ela entende todo o processo necessário para o bom aproveitamento do material, já que estuda jardinagem e paisagismo há mais de 30 anos. E como toda boa detentora de conhecimento, não guarda o que sabe só para si, passa a informação adiante e deseja que outros ajudem a propagar o que ensina. É assim com o processo de compostagem que utiliza na horta. Todo visitante recebe uma folha com expli-cações de como deve ser feito. “Qualquer pessoa pode fazer em casa usando materiais que já tem. Não precisa ser uma horta grande como a nossa, pode ser uma bem pequena, cultivada em vasos mesmo”, explica. Para quem não está familiarizado com o termo, compostagem é o conjunto de técnicas aplicadas no controle de decomposição de materiais orgânicos, cuja finalidade é obter um material estável, rico em húmus e nutrientes naturais. “Para começar, é preciso juntar, diariamente, todas as sobras de legumes, frutas e verduras e também borras de café, coisas que normalmente jogamos no lixo”, explica. “Para tornar um hábito, é bom reservar um recipiente para colocar o material, deixando-o sempre à vista”, fala. “O pó de café, além de deixar a terra mais fofa, funciona como repelente de insetos”, explica. “Todas as sobras deverão ser usadas sempre cruas, para que não misture óleo, nem sal ou qualquer outro tempero que

possa prejudicar o resultado final do composto orgânico”, diz. “Também não é bom colocar nada ácido, como laranja, limão ou abacaxi, porque os vegetais não gostam de acidez”, ensina. “No fundo do recipiente, deixe um papel branco ou jornal bem umedecido. Isso servirá para descartar o chorume, que é o líquido que se forma durante a preparação do composto orgânico”, diz. “No final do dia, coloque todas essas sobras em um recipiente maior, como balde ou engradado usado em supermercado, e tampe. Se usar balde é necessário fazer um furo no centro, por baixo”, diz. “Continue fazendo isso todos os dias, colocando as sobras no recipiente e depois misturando no engradado. Isso ajudará na uniformidade da fermentação que irá acontecer”, fala. “A fermentação é de vital importância para o processo do produto final”, explica. “É preciso manter o composto sempre umedecido, para que não estrague, e também longe de sol e chuva”, diz. “A temperatura da mistura ficará mais quente, mas é

normal, por causa da fermentação”, fala. “Continue o processo e, ao final de 60 dias, verifique a temperatura, pois conforme o composto for fer-mentando, a temperatura dentro da mistura irá diminuindo aos poucos”, diz. “No momento em que o ambiente interno da mistura estiver frio, o com-posto estará pronto para ser usado”, explica. D. Vilma explica, ainda, que

se antes colocado no engradado o material for processado, o tempo de decomposição cai de 60 para 20 dias. “Pode ser um processador de alimentos comum, desses de cozinha mesmo”, diz. “Depois de pronto o composto terá a aparência e o mesmo cheiro de terra vegetal”, afirma. Para isso ela peneira o material resultante da decomposição, primeiro em uma peneira com furos médios e depois em uma com furos pequenos. “A medida é de 1 kg de composto para 10 kg de terra”, fala. “Esse é um processo simples de reciclagem de sobras de matérias orgânicos crus, da cozinha, que se transformam em um composto orgânico de muita impor-tância para a agricultura, para jardins e, principalmente, para o meio ambiente”, analisa.

RecompensaA recompensa de todo trabalho dedicado à horta comu-nitária são verduras, legumes, frutas, ervas medicinais e temperos dos mais variados tipos: espinafre, couve, couve--flor, brócolis, berinjela, abóbora, mandioca, almeirão, repolho, banana, rúcula, limão, erva doce, salsinha, salvia, cebolinha, coentro, manjericão, canela, entre outros. “São 50 tipos diferentes plantadas e cultivadas na horta”, diz Seu Moacir. “Quatro famílias ajudam a cuidar e a manter as despesas maiores da horta. Outras pessoas colaboram com doações em dinheiro, até mesmo pessoas de outros bairros”, conta D. Vilma. Além de hortaliças a horta tem também algumas flores. E elas também têm função ali. “Toda a bordadura da horta tem Onze-Horas, que serve para atrair as abelhas, que ajudam na polinização”, fala. “Em todos os canteiros eu plantei Tagete, popularmente conhecida como Cravo de Defunto, que serve como re-petente de insetos”, explica. “Espero que outras pessoas se sintam motivadas a criar hortas como essa em seus bairros. Olha quanta coisa boa vão poder aproveitar. Além de frutas, legumes e verduras, podem admirar o jardim e ainda usar o lixo orgânico para ajudar o meio ambiente”, conclui.

colaboração sHel alMeiDa

A nossa intenção principal é incentivar a limpeza

dos terrenos baldios e a reutilização do lixo orgânico

Vilma Diniz Gurgel

Hor ta é mantida com material orgânico. “Qualquer pessoa pode fazer em casa usando materiais que já tem. Pode ser uma bem pequena, cultivada em vaso”.

D. Vi lma colhe beterraba plantada em hor ta comunitária. “É muito diferente quando é cultivado assim, o sabor é muito melhor”

Antes e depois. D e ter reno baldio à hor ta comunitária

D. Vilma mostra os produtos da hor ta. Material orgânico é usado como adubo

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Investir em saúde é o melhor negócio. Hoje em dia precisamos nos preocupar mais e mais com a nossa saúde e de toda família, respeitando

sempre o meio ambiente. Neste sentido, sempre que possível, adquiro legumes, frutas e verduras de hortas orgânicas, livres de pesticidas ou agrotóxicos. Ter a sua própria horta traz muitos benefícios, porque você sabe o que consome, tem em casa tudo do que precisa e não ingere componentes tóxicos.

Alcachofra recheadaParece complicado, coisa de chefs profissionais de cozinha e não de gente ‘xereta’ como eu!Mas aqui quero desmistificar todos os segredos dessa flor tão deliciosa e tão apreciada em restaurantes chiques e famosos!É só seguir os passos - e as imagens - e tudo dá certo...Assim:Comecei separando 7 alcachofras, as mais uniformes com pétalas firmes e cor arroxeada.Lavei cada uma em água corrente, jogando muita água dentro de cada pétala, afugentando e expulsando os possíveis desagradáveis moradores.Retirei os cabos e cortei as pontas das pétalas com uma tesoura. Acomodei todas as alcachofras, lado a lado, numa panela bem larga e grande com água e ½ xícara de vinagre branco, e seus cabos também (que serão usados no recheio). Levei ferver por ½ hora.Enquanto isso, preparei o recheio. Minha vó me ensinou meio que sem medida, mas desta vez eu anotei as quan-tidades para facilitar as contas. Estas receita é para cada 2 alcachofras. Então é só multiplicar para chegar ao número de alcachofras que você quiser fazer, certo?Para 2 alcachofras, ralei 1 pão francês amanhecido (de 3 dias) e misturei com:½ ovo cozido1 dente grande de alho amassado2 azeitonas picadinhas (verde ou preta, tanto faz)1 colher (sobremesa) de aliche picado (anchova)3 colheres (sopa) de parmesão ralado3 colheres (sopa) de azeiteos cabos das alcachofras bem picadinhos (descasque antes de picar)Experimente e veja se falta sal. Não costumo colocar não!Testei se as alcachofras estavam bem cozidas, espetando a parte de baixo com um garfo.Então, retirei da água, deixei escorrer e esfriar.Bati cada alcachofra contra a pia, para que as pétalas se abrissem.Recheei, colocando porções do recheio por entre as pétalas e firmando com as pontas dos dedos.Repeti isso em todas as pétalas...Então, naquela mesma panela grande (limpa e seca), co-loquei uma boa porção de azeite e fritei 4 dentes de alho espremidos. Acomodei as alcachofras já recheadas dentro e deixei em fogo baixinho.Numa panelinha, levei fritar ½ xícara de azeite virgem com outros 3 dentes de alho espremidos e reguei as alcachofras.

Devagar, fui colocando água aos poucos no cantinho da panela para que os sabores se firmassem. Fogo baixinho e paciência. Por ½ hora, ao menos!Bom, hora de comer!!!Como? Bem, pra quem não sabe ou nunca experimentou eu tento explicar: é só arrancar cada pétala e arranhar com os dentes toda ‘carne’ da flor. O sabor do recheio e da alcachofra casam super bem!!! A.d.o.r.o...Mais uma em homenagem à minha queridíssima e sau-dosa vó Emília!

Salada de frutas para se refrescar...... e para aproveitar todas as frutas disponíveis em casa.Todos estamos cansados de saber que devemos ingerir ao menos 3 frutas diferentes por dia, minha nutricionista já está careca de repetir isso.Mas dá uma preguicinha descascar, fatiar no corre-corre do dia, né?A salada de frutas é uma grande solução: todas já preparadas para o momento do ataque. E pronto!Simples assim, é só escolher frutas maduras e firmes para compor essa delícia!Desta vez piquei laranjas, mamão, maçãs, bananas, abacaxi. Era o que tinha em casa.Mas uvas sem caroço, melão, pera, morangos, uvas passas, carambola (...solte-se nas ideias!) seriam ótimas opções para incrementar ainda mais.Não costumo adicionar nada mais às frutas. Mas sugiro 1 ou 2 colheres de açúcar, caso a acidez esteja predomi-nante. Tem gente que coloca guaraná ou groselha no momento de servir. Polvilhar com hortelã bem picadinha é um charme só!Sorvete de creme ou creme chantilly combinam super bem também.Outras ideias? Participe!!! Compartilhe a sua!

DeborahDeborah Martin Salaroli, amante da culinária e a tem como passatempo por influência da avó paterna desde criança. Desde abril de 2010, é criadora e autora do blog www.delicias1001.com.br recheado somente de receitas testadas e aprovadas.Alguma sugestão ou dúvida? Mande um e-mail para [email protected] amigosTenho o prazer de divulgar o ‘nascimento’ do “Delícias 1001 - Gastronomia criativa, eventos especiais”, que tem como idéia inovar, com novos pratos e opções de serviço criados a partir da culinária habitual, mesclando sabores, aromas e apresentação inusitada. Opção ideal para quem deseja reunir e surpreender pessoas com praticidade e elegância, em cardápios personalizados, cada evento é elaborado de acordo com seu perfil, suge-rindo um menu criativo e sofisticado, ousado e saudável.Para organizar um evento com comidinhas dife-rentes em casa, é só me chamar (99401.7003).

Por DeboraH Martin salaroli

Tudo fresquinho

alcachofra

alcachofra

salada de frutas

Fotos: Delícias 1001

Delícias 1001

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Por Denise MencHen / FolHaPress

Por alFreDo Monte /FolHaPress

cirurgias no fígado

Xico Sá traz memória e ficção a romance

Nova técnica traz precisão às

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estreou neste mês uma nova técnica para a retirada de

tumores no fígado. Batizada de hepatonavegação, ela leva para a sala de cirurgia uma torre com rastreador infravermelho capaz de detectar os instrumentos médicos e mostrar sua localização exata em uma imagem em três dimensões do órgão. Mauro Monteiro, da seção de cirurgia abdômino-pélvica do Inca, diz que foi a primeira vez que a inovação foi utilizada na América do Sul. Segundo ele, a técnica ajuda a definir a parte do órgão que será retirada e a evitar o corte de vasos sanguíneos, diminuindo sangramentos e facilitando a recuperação. “O fígado é um órgão muito vasculari-zado. Se o tumor é profundo, há o risco de atingir os vasos, já que a visualização é difícil”, explica. “O cirurgião tem de se basear em tomografias, ultrassonografias e na sua experiência para definir o corte.” Na cirurgia deste mês, porém, as to-mografias foram processados por um software que criou uma imagem em três dimensões do fígado da aposentada Júlia Cardoso, 67. Uma “garra” com sensores foi acoplada aos instrumentos, comunicando-se com o rastreador infravermelho colocado ao lado do leito. Após a abertura do abdômen, os médicos passaram um desses instru-mentos sobre o fígado, estabelecendo uma relação espacial entre o órgão e a imagem 3D na tela. A partir daí, a posição exata de bisturis e equipamentos passou a ser exibida, permitindo aos cirurgiões observar a proximidade com o tumor e com os

vasos sanguíneos. “Isso dá muito mais precisão à cirurgia”, diz Monteiro. Segundo ele, o avanço foi resultado de uma parceria entre a Unigranrio, onde ele leciona, e os engenheiros Raul Queiroz Feitosa e Dario Oliveira, da pós-graduação da PUC-Rio. Foi isso que possibilitou o desenvolvimento do software 3D Liver, que gera as imagens do órgão. O programa é de domínio público. Depois, entrou no projeto a empresa brasileira Artis, que cedeu o equipamento de navegação. A torre com rastreador e as “garras” com sensores já são usadas em cirurgias neurológicas.

Produção própria “Em vez de importar, nossa ideia era desenvolver o aplicativo aqui”, diz Monteiro. Segundo ele, existem apenas duas empresas no mundo que produzem sistemas para a hepatonavegação. Os preços por unidade variam de R$ 300 mil a R$ 570 mil. Ele não soube informar quanto foi gasto no projeto brasileiro, mas vê vantagens no investimento. “É uma tecnologia que se paga, pois reduz o tempo de internação.” A boa recuperação da aposentada Júlia Cardoso parece confirmar a tese. Há sete anos, quando foi submetida à sua primeira cirurgia para a retirada de um tumor no fígado, ficou 11 dias internada, precisou de transfusão e teve várias complicações. Desta vez, voltou para casa em cinco dias. O tumor, porém, era menor. “Fi-quei com medo de que fosse começar tudo de novo, mas foi bem mais tranquilo”, comemora.

Começou com a imagem de um velho rabugento e a lembrança dos barulhos ouvidos no vale do Cariri,

no sul do Ceará, onde fica o Crato, cidade natal do escritor e colunista da Folha Xico Sá. A partir daí foram anos ruminando esses indícios, que se transformaram em contos delirantes e foram mostrados aos amigos escritores Joca Reiners Terron e Ronaldo Bressane. Os dois insistiram para que Xico transformasse aquilo tudo em romance. “Escreve logo um livro para valer”, diziam eles. E foi o que Xico fez. O resultado é uma novela que mistura memória e ficção para falar de um menino, de um velho, de um beatlemaníaco e de um caminhão limpa--fossa, de cujo nome saiu o título, Big Jato. Das conversas do menino com todo mundo e de suas descobertas, nasceu uma obra ori-ginal, um estranho e pequeno romance de formação, delicado na carpintaria, regional, carregado de uma prosa que não recusa a

poesia e, além de tudo, entrega ao leitor, inteira, a alma do cronista único, engraçado e cheio de estilo que Xico Sá tem sido nos últimos anos. “As coisas vieram rápidas, num fluxo”, diz ele. “Visitava a casa da minha família e re-construía a história”. Não é propriamente a história da família de Xico, mas inspira--se diretamente nela, monta e remonta personagens que têm um pouco dos tios e tias, rouba outro tanto do pai, da mãe e dos irmãos.

Personagens O tio beatlemaníaco e preguiçoso que apre-senta os Beatles ao menino existiu, só que era outro parente maluco. O limpa-fossas Big Jato, que pertenceu a outro tio, também. Peixe de Pedra, a localidade inventada, é uma junção de diversas cidades do vale do Cariri, às quais Xico se diz ligado sentimentalmente. Cenas de grande beleza evocam fósseis e

pterodáctilos, bem como o corpo e os modos das mulheres. Mas a escatologia está em toda parte. “Meu pai foi caminhoneiro”, explica Xico. “Mas sem a merda.” Os assuntos favoritos dele, espalhados pelo livro, ganham uma densidade que não alcançam enquanto crônica. O que Xico faz em “Big Jato” é a literatura que procurava desde que começou na profissão. “Vivi o conflito entre o jornalismo e a literatura a vida inteira”, diz. “Tentei salvar o escritor possível dentro de uma Redação.” Não custa lembrar: ele foi o repórter que descobriu o paradeiro de PC Farias, um dos grandes furos do jornalismo brasileiro nos anos 1990. Primeiro romance sério de Xico -”Caballeros Solitários rumo ao Sol Poente” (2007) fora uma brincadeira escrita em portunhol selva-gem, a língua que ele e amigos inventaram e que acabou resultando num encontro in-

ternacional em Assunção, no Paraguai- “Big Jato” contradiz o que ele chama de “sonho equivocado de ser escritor”. Além disso, demonstra a ligação sentimental que Xico tem não só com o sertão mas tam-bém com o Recife, cidade onde começou a escrever, e o fascínio que “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, exerceu sobre o jovem matuto. Kurt Vonnegut, William Saroyan e princi-palmente o Juan Rulfo de “Pedro Páramo” são as pedras de toque do livro. Mas o olhar terno e incisivo do cronista que tem Nelson Rodrigues como ídolo paira sobre tudo. CADÃO VOLPATO é músico, jornalista e escritor, autor de “Relógio Sem Sol” (ed. Iluminuras), entre outros

Big jato Autor Xico Sá Editora Companhia das Letras Quanto R$ 33 (184 págs.)

Sistema de sensores infravermelhos permite visualizar o órgão em 3D

saúde

antenado

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Quando é justo

Por Juliana cunHa /FolHaPress

sacrificar um animal? No dicionário dos homens, eutanásia é aquele ato generoso de proporcionar morte sem dor para quem sofre de

uma doença incurável. No mundo animal, a palavra ganha sentido mais elástico: é estendida para casos em que o dono do bicho doente não pode pagar o tratamento. Esse é o ponto mais polêmico entre as novas regras definidas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. A entidade revisou sua normatização sobre eutanásia e emitiu uma nova resolução, que vem sendo criticada por entidades de proteção. O documento inclui novos métodos para o sacrifício e retira da lista procedimen-tos de risco como o choque elétrico sem anestesia prévia. Até aí, tudo bem. O problema é que o ve-terinário fica autorizado a matar animais produtivos doentes e cujo tratamento represente custos incompatíveis com a ati-vidade ou com os recursos do proprietário. Trocando em miúdos: donos de animais de fazenda enfermos podem optar pela morte mesmo que ela possa ser evitada com cuidado médico. “A nova regra veio para regularizar a situa-ção de trabalhadores rurais que não podem gastar o valor de cinco vacas para tratar um único animal com a perna quebrada, visto que não possuem recursos”, diz Marcelo Weinstein Teixeira, da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do Conselho. Para a empresária e protetora de gatos Eu-nice Lima, 42, a nova regra é desumana. “O fazendeiro tem que colocar em sua planilha de custos que os bichos também adoecem e precisam de tratamento. Não existe isso de matar só porque é caro cuidar”, diz. “O conselho não atentou para o fato de que a eutanásia deve ser praticada em benefício do animal, não de seu proprietário”, diz Vanice Orlandi, presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais). Se-gundo ela, que é advogada, o texto da nova resolução não condiz com a legislação que protege os animais, abrindo brecha para o sacrifício de “pets” por motivo financeiro. “A resolução autoriza o sacrifício quando o tratamento tiver custos incompatíveis com a atividade que o animal desempenha ou com os recursos do dono. Cães e gatos não estão excluídos, uma vez que a resolução dispõe sobre a eutanásia de animais, sem fazer distinção entre os que são destinados ao abate e à companhia doméstica”, afima. Segundo a entidade dos veterinários, quem

tem bichos de estimação não pode recorrer à eutanásia só porque o tratamento é caro. “Quem não pode pagar deve buscar os hos-pitais universitários, os poucos hospitais veterinários públicos ou as ONGs”, diz Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Sarna e conjuntivite Mas Orlandi, da Uipa, critica ainda a auto-rização para sacrificar animais que consti-tuírem ameaça à saúde pública. “Sarna pode ser considerada ameaça, até conjuntivite é ameaça”, afirma. Na visão dela, o texto deveria deixar claro que a eutanásia só é aceitável quando o bicho tem doença incurável. “A nova resolução é um consenso entre os veterinários. Ninguém está falando em ma-tar animais saudáveis, a regra vale apenas para os doentes que representam alto custo. Tratar uma vaca não é como cuidar de um gato dentro de casa”, diz Fortes. Para Rosângela Ribeiro, veterinária e geren-te de programas da WSPA (World Society for the Protection of Animals), outra falha da resolução é autorizar que pessoas sem diploma pratiquem eutanásia desde que assistidas por profissional da área. “Esse é um procedimento delicado que pode gerar dor.” Teixeira rebate explicando o propósito da nova regra: “Em casos de epidemia, quando é necessário sacrificar um rebanho inteiro, o veterinário pode receber ajuda de pessoas treinadas desde que ele se responsabilize”. No ano que vem, o Conselho Federal de Medicina Veterinária deve publicar um guia de métodos e boas práticas feito com o Ministério da Ciência e Tecnologia para orientar os profissionais sobre as técnicas de eutanásia. Segundo Teixeira, o método mais seguro, hoje, é a injeção de um anestésico potente. É justamente com injeção letal que é feita a eutanásia no Centro de Controle de Zo-onoses de São Paulo. O órgão informa que sacrificou 912 cães e 103 gatos no primeiro semestre. “São animais removidos da rua, que já chegam ao centro sem condições de serem tratados”, afirma Telma Rocha, sub-gerente de Vigilância e Controle de Animais Domésticos do órgão.

Decisão traumática Sacrificar animal doméstico é uma decisão traumática. Muita gente desiste de ter bichos depois da experiência.

Em fevereiro de 2008, o gato Calvin, de seis anos, estava com 70% de sua fun-ção renal comprometida. Fazia xixi pela casa e emagrecia a olhos vistos, quando a dona, a advogada Camila Sesana, 38, decidiu sacrificá-lo. “Nunca vou esquecer o suspirinho que ele deu quando o anestésico entrou. Foi um dos dias mais pesados da minha vida”, diz. “Mesmo sem hipótese de melhora, foi atordoante me ver na posição de definir o fim da vida dele.” Aos dez anos, a cocker spaniel Bruna ficou cega. Este ano, aos 15, foi operada de uma inflamação no útero. “Dois meses após a cirurgia ela enfraqueceu e não levantava para nada”, conta a engenheira ambiental Paula Ferreira, 24. Um dia, Bruna desmaiou no banho e foi levada ao veterinário: a inflamação no útero se espalhou. Nova operação foi desaconse-lhada por conta da idade da cadela. “Conversamos na família e decidimos que o melhor era deixá-la descansar”, diz Paula. Hoje, seus pais discutem se terão

ou não outro bicho. Aos 15 anos, a engenheria civil Ana Carolina Paulino, 30, ganhou um bichinho de 1,90 m, o cavalo Dakar, criado na chácara onde ela morava, no Tocantins. Aos 17 anos, Ana levou Dakar para uma cavalgada. Caíram num buraco tampado pelo mato e Dakar feriu uma vértebra lombar. O cavalo chegou a andar até o caminhão que iria levá-lo de volta à chácara e foi examinado por um veterinário. Ao chegar, tropeçou na saída, na rampa do caminhão. A vértebra que estava fissurada se quebrou. “Não foi possível fazer nada. Aplicamos anti-inflamatórios e analgésicos, mas a dor dele era visível”, diz Ana Paula. Os pais e o veterinário decidiram sacrificar o bicho. Já ela não aceitava a ideia. “Eles marcaram a data, mas, no dia, não dei-xei. Fizeram a eutanásia quando eu saí para prestar vestibular.” Ana se mudou para cursar a faculdade e conta que nunca mais conseguiu voltar à chácara ou andar a cavalo.“A criadora chegou à clínica pedindo para eu matar um filhote”

Conheça as novas regras da eutanásia de bichos e as críticas das entidades de proteção

comportamento

Foto: eDuarDo Knapp/Folhapress. equilibrio

Eutanásia animal. Retrato da veterinária Miriam Caramico,36, com seu cachorrinho ‘Mingau’ de 3 anos (da raça Lhasa apso. No primeiro plano, um poodle, paciente da clinica ). Mingau iria ser sacrificado pois nasceu com um problema na pata dianteira mas Miriam o adotou

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Por aleXanDre aragÃo / FolHaPress

O guardião da web Tudo o que foi dito em programas jornalísticos de 21 canais da TV dos EUA, nos últimos três anos.

Grátis, on-line e com sistema de busca. Esse é o recém-lançado TV News: site com 350 mil programas atualizado a cada 24 horas e aberto para ser pesquisado por qualquer pessoa. O serviço integra o Internet Archive (archive.org), instituição sem fins lucra-tivos criada em 1996 pelo nova-iorquino Brewster Kahle, 51. Pouco modesto, ele trata o portal como a reedição da Biblioteca de Alexandria, em referência à mítica coleção egípcia de livros que teria sido incendiada pelos romanos. “Nosso projeto é muito menor”, diz Kahle, em videoconferência com a Folha. “Mas, se o objetivo da internet for construir a nova Alexandria, podemos chegar bem perto.” O Internet Archive possui toneladas de arquivos, além de registros históricos de páginas da web -uma “máquina do tempo” que é o serviço mais popular do site. Kahle diz que pensa grande e leva em con-ta o bem comum, princípios aprendidos durante um estágio no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Em 1982, graduado em ciência da compu-tação e engenharia, começou a trabalhar com bancos de dados. Assim criou a Alexa, empresa de análise de informações que vendeu à Amazon, em 1999, por US$ 250 milhões. Quando questionado sobre quanto inves-tiu no Internet Archive, Kahle limita-se a dizer: “Milhões”. Há outras três fontes principais de dinheiro: usuários do site, a Fundação Alfred P. Sloan -criada por um ex-presidente da General Motors- e a Fundação Hewlett, de William Hewlett, cofundador da HP.

Igreja da informação Uma parte do dinheiro foi gasta com uma antiga igreja em San Francisco que virou sede. Na entrada, estátuas ocupam bancos de madeira que antes serviam aos fiéis. Funcionários com mais de três anos de casa têm direito a uma escultura de seu rosto. “Nosso QG abriga principalmente pesso-as”, diz. Elas ficam em um salão com piso de madeira, sem baias separando seus espaços de trabalho -o fundador fica em uma sala com porta de vidro. “Mas também temos aqui parte dos nossos servidores.” Na parede da igreja, em um recuo adornado por um arco romano, um computador preto com luzes azuis exibe o logotipo do Internet Archive. Outros países abrigam servidores. Um deles fica, inclusive, na cidade de Ale-xandria. No Brasil, há um centro para escaneamento. Trata-se da biblioteca do Ministério da Fazenda, no Rio. Como em outras coleções parceiras, livros antigos são escaneados para depois serem postos na rede. “En-quanto conversamos, estou olhando para essas obras”, conta Kahle, referindo-se a um censo rural da Bahia, de 1920.

É assim que Brewster Kahle idealiza o acesso à informação no Internet Archive: rápido, integral e on-line. Internet Archive já soma 150 bilhões de sites Ferramenta que “volta no tempo” e mostra versões de páginas como elas eram é o serviço mais popular do portal Arquivo digital on-line, criado em 1996, reúne também mais de 6 milhões de do-cumentos de texto, áudio e vídeo O projeto mais ambicioso e que atrai mais visitantes ao Internet Archive é o Wayback Machine, espécie de radiografia do passado da web. Por meio de robôs, o site varre grande parte das páginas on--line e guarda cópias -24 horas por dia, desde 1996. Hoje, é possível acessar pouco mais de 150 bilhões de sites antigos. O intuito, diz o fundador Brewster Kahle, é preser-var a memória. “A internet é um registro de nosso tempo.” Páginas que impedem a varrição por robôs, como o Facebook, não aparecem na ferramenta. O Wayback Machine é uma das divisões do Internet Archive, que separa seus sistemas de busca por tipo de arquivo. Há textos, vídeos, música ao vivo e, com o TV News, programas jornalísticos da televisão. No total, são 6 milhões de documentos. Inspirado na biblioteca visual da Univer-sidade Vanderbilt, em Nashville (EUA), o TV News é pioneiro ao disponibilizar jornalísticos de maneira organizada e on-line. “A Vanderbilt é a avó dos arquivos de TV nos Estados Unidos”, diz Kahle. No entanto, o acervo da universidade, gravado desde 1968, possui apenas um sumário na rede. Para assistir ao material é preciso pagar uma taxa para recebê-lo em DVD, pelo correio. A experiência foi importante para definir legislação em relação a direitos autorais. Em 1972, a rede de TV CBS processou a Vanderbilt e foi derrotada. “Desde então, podemos disponibilizar os vídeos da TV, desde que o acesso seja público”, explica John Lynch, diretor da biblioteca.

Antiguidades No caso dos livros, estão à disposição so-mente obras em domínio público segundo as leis americanas -ou seja, volumes com mais de 70 anos. Por meio de convênios com bibliotecas públicas e particulares, o Internet Archive financia a digitalização em troca de acesso às obras. Desde 2010, outra iniciativa, a DPLA (Biblioteca Digital Pública da América, em inglês), negocia com donos de direitos autorais uma forma de acesso gratuito e on-line a ao menos parte de todas as obras lançadas nos EUA. “A ideia final é realizar uma aliança de as-sociações privadas e fazer uma biblioteca disponível para todas as pessoas”, explicou o historiador Robert Darnton, diretor da biblioteca de Harvard e principal mentor do projeto, em visita à Folha em maio. O processo de escaneamento de livros é custoso. Primeiro, é analisado o estado de conservação da obra. Em seguida, deve-se escolher o formato do arquivo para, então, começar a digitalização.

Além da complexidade técnica, o custo é o principal empecilho para o aumento do número de bibliotecas digitais no Brasil. “À medida que surgirem softwares gratuitos [de digitalização], a tendência é que haja mais bibliotecas”, diz Fernando Modesto, professor do Departamento de Biblioteco-nomia e Documentação da USP. Na própria instituição há um centro de es-caneamento de obras antigas. A biblioteca Brasiliana surgiu a partir do acervo pessoal do empresário e bibliófilo José Mindlin, morto em 2010. Por meio do site brasiliana.usp.br, já é possível acessar e baixar parte dos livros. (ALEXANDRE ARAGÃO)

Prateleiras Digitais Os tipos de arquivos disponíveis no Internet Archive (archive.org) Livros antigos Os 3,6 milhões de arquivos são fonte rica para pesquisas. Há um bom número de au-tores americanos. É o caso de Francis Scott Fitzgerald, cuja obra está quase completa para download -como o romance “Este Lado do Paraíso” (bit.ly/fscottfitzgerald). Há também obras-primas como “Tristes Trópicos” (bit.ly/tropicos), do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, relato de uma viagem pelas tribos indígenas do Centro--Oeste brasileiro Vídeos raros São 989 mil registros em vídeo. Há desde

comerciais antigos, como os do cigarro Chester King -dos intervalos da série “Além da Imaginação”-, até um demonstrativo da Apple, de 1985, sobre o computador Lisa (bit.ly/apple-lisa), parte do acervo da Universidade Stanford Wayback machine Composto por imagens capturadas por robôs que monitoram e “fotografam” todas as páginas da web, tem pouco mais de 150 bilhões de registros. O site é, como o nome diz, uma viagem no tempo: reproduz, por exemplo, a homepage do YouTube em abril de 2005, dois meses após seu lançamento Notícias da TV americana Guarda todos os programas jornalísticos das principais emissoras de TV dos EUA dos últimos três anos. A principal vantagem é a busca por palavras: o TVNews permite procurar tanto em determinado período de tempo quanto por palavras ou redes específicas. Assim, dá para assistir a todos os programas que anunciaram a morte de Osama Bin Laden (bit.ly/morte-osama) Documentos históricos Há documentos variados, como censos da população brasileira do início do século passado e a carta de Pedro Álvares Cabral ao rei de PortugalMúsica ao vivo O catálogo possui raridades, como um show do Grateful Dead no Madison Square Garden, em 1979

Internet Archive, a grande biblioteca da rede, lança serviço gratuito com 350 mil programas de TV dos EUA

informática & tecnologia

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Marighella morreu atirando. Marighella sofreu torturas mais de dez vezes. Marighella fez uma prova de física em versos

no colégio e tirou nota dez. Marighella é homenageado por Gilberto Gil no final da música “Alfômega” (1969), ao grunhir seu nome (“iê--ma-ma-Marighella”). Quando começou a pesquisa que resultaria no livro “Marighella - O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo”, em 2002, o jornalista Mário Magalhães, 48, sabia que tinha como matéria-prima um mito coberto por névoas criadas à direita e à esquerda. O comunista e guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969) é uma figura onipresente na história da esquerda brasileira por quatro décadas -de 1932, quando participou das primeiras agitações estudantis em Salvador à sua morte, em São Paulo, em 1969, quando era considerado o inimigo número um da ditadura, graças às ações de guerrilha da ALN (Aliança Libertadora Nacional). Após nove anos e meio de pesquisa, Magalhães descobriu que todas as afirmativas acima são falsas. 1) Marighella não estava armado em 4 de novembro de 1969, quando foi alvejado por quatro disparos de poli-ciais comandados pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury; 2) Ele sofreu torturas uma única vez, em 1935; 3) Não sobrou o registro da nota da prova em verso; 4) Gilberto Gil diz que só repetia onomatopeias em “Alfômega”. Mário Magalhães desfez os mitos em torno do guerri-lheiro por uma razão aparentemente simples, segundo ele: só escreve o que pode ser provado por documento ou depoimento.

“A vida real de Marighella é muito mais espetacular do que a mitologia criada por aliados ou inimigos”, afirma o autor.

Raio-X - Carlos Marighella Vida Nasceu em Salvador em 5/12/1911. Seus pais eram um imigrante italiano e uma filha de escravo. Morreu em 4/11/1969, em São Paulo, em uma emboscada policial Militância política Em 1932 ligou-se ao Partido Comunista. Elegeu-se deputado em 1946. Fundou em 1967 o grupo armado Ação Libertadora NacionalBiógrafo rejeita tese de traição a Marighella Mário Magalhães diz ter certeza que guerrilheiro foi morto pela ditadura e que aliados foram bodes expiatórios Livro traz revelações saborosas, como a de que Miró e Luchino Visconti ajudaram a financiar a ALN

Marighella - O guerrilheiro que incendiou o mundo Autor Mário Magalhães Editora Companhia das Letras Quanto R$ 56,50 (760 págs.)

Raio-X - Mário Magalhães Vida Nasceu no Rio, em abril de 1964 Carreira Trabalhou em jornais como “O Globo” e Folha, onde foi repórter, colunista e ombudsman. Recebeu quase 20 prêmios e menções honrosas, entre eles o Prêmio Esso de Jornalismo de 1999

por Mario cesar carvalHo

Anatomia de um mito Biografia “Marighella - O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo” documenta vida do “inimigo número um” da ditadura militar

antenado 2

Marighella morto entre os bancos do carro

Foto: arquivo público Do estaDo De são paulo/Divulgação

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Foi com imensa alegria que fotografei o casamento desse lindo casal: Ma-riana e Gustav. Foi uma noite muito especial por dois motivos: primeiro é a volta dos casamentos na Igreja do Rosário e depois porque esse casal é muito querido. A noite foi marcada por muita emoção graças a linda história do casal. Um amor que se renova há anos!O making of da Mariana aconteceu na casa dela onde o Lulu do Art’n Noivas e sua equipe deixou Mariana mais linda ainda. Toda família estava em festa! Acompanhavam cada detalhe da Mariana. Enquanto isso Gustav se arrumava na sua casa acompanhados pelos pais que estavam felizes pela realização do Grande Dia.Quem presidiu a cerimônia foi o querido Padre Marcelo que fez uma cerimônia toda especial para o casal. Afinal, ele acompanha a trajetória dos dois há algum tempo. Inclusive o noivado.Após a cerimônia religiosa fomos dar

uma voltinha e aproveitar para tirar mais algumas fotos. Na sequencia seguimos até o belíssimo Espaço Bartô onde o casal ofereceu uma linda recepção para compartilhar toda alegria deste dia. O casal entrou ovacionado pelos convidados no salão onde fizeram um agradecimento muito emocionante a todos os presentes. Depois, como era de se esperar, a festa rolou madrugada à dentro com muita alegria e bom gosto. Mais uma noite muito especial que guardo com muito carinho.

PS- dedico esta coluna ao meu querido amigo Tito fotógrafo que nos deixou na semana passada. Que ele continue a nos inspirar com toda sua amizade e humildade que marcou toda sua convivência conosco. Fique na paz do Senhor, amigo!

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Cada mercado tem seus próprios marcos. Nos países centrais, como Europa e Estados Unidos, sedãs médios não dão status a ninguém.

Já nos periféricos – e o Brasil é um deles –, eles servem como uma espécie de iniciação na sofisticação, o primeiro segmento em que o conforto extrapola a simples “conta do chá”. Exatamente por emprestarem status, aqui eles acabam sendo bem mais caprichados que lá. Principalmente no acabamento. E, claro, também recebem equipamentos mais luxuosos e são responsáveis por “democratizar” novas tecnologias no mercado. Não foi à toa que a Renault escolheu o médio Fluence, produzi-do em Córdoba, Argentina, como primeiro representante da linhagem Renault Sport, divisão de preparação de modelos esportivos da marca francesa. Batizado de Fluence GT, o sedã chega com características que ampliam o requinte, mas investe fundamentalmente na imagem de esportividade. A começar pelo propulsor, um 2.0 16V turbo de 180 cv, importado da França. Segundo a marca, ele empurra o sedã de zero a 100 km/h em 8 segundos cravados e fica em 220 km/h de velocidade máxima por conta do limitador na injeção.Este motor, subtraído do turbo, é basicamente o mesmo que empurrava as versões de topo do Mégane, de 143 cv. E embora receba a mesma designação de família, F4R, passou por vários melhoramentos para receber o turbo Twin Scroll, com duplo coletor de gases de escape. As partes móveis internas, como pistões, bielas e virabrequim, foram reforçadas e o sistema de arrefecimento, redimensionado. Para ressaltar a “pegada” esportiva, ele é sempre gerenciado por um câmbio mecânico de seis marchas. Esta confi-guração de trem de força é característica dos modelos Renault Sport e vende uma imagem de “pureza” esportiva – embora hoje, muitos modelos bem ferozes já utilizem câmbio automatizado de dupla embreagem.Na mesma linha esportiva, a suspensão foi reforçada, embora tenha mantido a mesma arquitetura – basicamente, por eixo de tor-ção, sob o argumento de se adequar melhor às (más) condições das estradas brasileiras. A distância livre para o solo foi reduzida em 4 cm, em função do spoiler dianteiro, mas a suspensão sustenta a carroceria na

mesma altura que no Fluence “normal”. Em todo caso, o conjunto ficou mais rígido, para responder a exigências mais severas. Mas o “estoicismo” para por aí. Nos demais quesitos, a Renault tratou de aplicar todos os recursos de que dispunha, de teto solar, faróis de xênon e GPS a múltiplos airbags, controle de estabilidade e de tração.Na estética, o Fluence GT traz detalhes de diferenciação aqui e ali. E cada um deles, segundo a Reanult, desenvolvido pela equipe da RDAL, ou Renault Design América Latina. Internamente, a versão fica marcada pelo novo painel, dominado por dois mostradores redon-dos e outro em retângulo – no lugar dos três redondos das demais versões do Fluence. No menor, à esquerda, fica o conta-giros analógico e no maior, ao centro, o velocímetro digital e marcadores de combustível e de temperatura em dois pequenos relógios desenhados no LCD. No lado direito, um pequeno display faz a interface com o computador de bordo. No encosto de cabeça dos bancos dianteiros, um bordado com a inscrição “GT”.Externamente, o Fluence ganhou uma espécie de kit aerodinâmico. Ele inclui, além do spoiler dianteiro, saias laterais e traseiras e aerofólio traseiro. Todas as peças seguindo o estilo de recortes e vincos bem marcados, como se esculpido com espátula. As carcaças dos espelhos são pintadas em prateado, indepen-dentemente se a carroceria é vermelha, preta ou branca – as únicas três cores disponíveis. Na traseira, um emblema identifica a versão, com os dizeres “GT” e “Renault Sport”.A motorização e o bom nível de equipamen-tos do GT faz dessa a versão mais cara do Fluence, mesmo com câmbio mecânico. Ela sai a R$ 79.370, enquanto a Privilège com com os mesmos equipamentos e câmbio CVT fica em R$ 76 mil. Ainda assim, é um pouco mais barato que sedã médios como Toyota Corolla Altis e Honda Civic EXS mas é mais caro que o Chevrolet Cruze LTZ automático. Em relação a potência, o Fluence só fica atrás no segmento do Volkswagen Jetta TFSI, que tem 200 cv, mas isso na versão turbo, que é bem mais cara que todos os rivais.De qualquer forma, a Renault não tem qualquer intenção de fazer do seu sedã esportivo um campeão de vendas. A expectativa é emplacar cerca de 70 exemplares do GT por mês, o que corresponderia a 4 ou 5% do total da linha,

que bate nas 1.400 unidades mensais. Ou seja: em países periféricos como o Brasil, sedã médio também tem a função de ser “carro de imagem”.

Primeiras impressõesIndaiatuba/São Paulo – O conceito de es-portividade não parece ter muita sintonia com as linhas comportadas do Fluence. Nem mesmo os spoilers e aerofólios espalhados nas extremidades da carroceira são suficientes para mudar esta impressão. O que convence mesmo é a vigorosa resposta do motor ao movimento no pedal da direita. A reação do Fluence GT é capaz deixar bem animado quem está ao volante, mas não chega a pressionar o corpo do piloto contra o encosto. Afinal, são “apenas” 180 cv, aplicados a um sedã de pelo menos 1.340 kg. É uma boa relação peso/potência, essa de 7,45 kg/cv, mas não impressiona tanto assim. Da mesma forma que o zero a 100 km/h em 8 segundos.Na verdade, o GT não abandona a porção social do Fluence ao incluir um turbo sob o capô. E isso é evidenciado não só pelo bom nível de conforto ou pelo isolamento acústico exemplar. A própria vocação do modelo é de apenas flertar com a esportividade. Tanto que o controle de tração só se mantém desligado até a primeira patinada do pneu. E o controle de estabilidade sequer pode ser desconectado. Mas o que o carro ganhou foi uma dinâmica absolutamente convincente. Não é preciso escolher muito o giro na hora de aplicar acelerações e retomadas. O motor está sempre aceso e com uma boa porção dos 30,6 kgfm de torque disponível.Outro grande acerto no GT foi o trabalho na suspensão. Ela perdeu um pouco de curso, mas mantém a capacidade de filtrar as irre-gularidades, ao mesmo tempo que impede que a carroceria role nas curvas. Tanto em uma condução mais esportiva, como no circuito da Fazenda Capuava, quanto nas rodovias em torno, onde mostrou fôlego e elasticidade para enfrentar as várias situações de trânsito rodoviário.

Ficha técnicaRenault Fluence GTMotor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.998 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo

de válvulas no cabeçote, válvulas variável na admissão e turbocompressor. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.Transmissão: Câmbio manual de seis mar-chas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.Potência máxima: 180 cv a 5.500 rpm.Aceleração 0-100 km/h: 8,0 segundos.Velocidade máxima: 220 km/h.Torque máximo: 30,6 e kgfm a 2.250 rpm.Diâmetro e curso: 82,7 mm X 93,0 mm. Taxa de compressão: 9,5:1.Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com braço inferior triangular, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos. Traseira por barra de torção – eixo em “H” com deformação programada –, molas helicoidais, barra estabilizadora integrada e amortecedores hidráulicos telescópicos. Oferece controle de estabilidade.Freios: Discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira. Oferece ABS com EBD.Pneus: 205/55 R17.Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,64 metros de comprimento, 1,81 metro de largura, 1,47 metro de altura e 2,70 metros de entre--eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina. Peso: 1.341 kg.Capacidade do porta-malas: 530 litros.Tanque de combustível: 60 litros.Produção: Córdoba, Argentina.Itens de série: Abertura elétrica do porta--malas, ar-condicionado dual zone, banco do motorista com regulagem de altura, chave do tipo cartão com keyless, velocímetro digital, computador de bordo, direção elétrica, trio elétrico, sistema de navegação, volante com regulagem de altura e profundidade, airbags frontais, laterais e de cortina, teto solar, controle de estabilidade e tração, faróis de xenônio, faróis de neblina, sensor de chuva, luminosidade e estacionamento, ABS com EBD, rádio/CD/MP3/USB/AUX/Bluetooth, rodas de alumínio de 17 polegadas, spoiler dianteiro, saias laterais e traseira, aerofólio traseiro, ponteira do escapamento cromada e interior revestido em couro com pespontos vermelhos. Preço: R$ 79.370. Não há opcionais.

por eDuarDo rocHa/auto Press

veículos

Fotos:eDuarDo rocha/carta Z notícias

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por roDrigo MacHaDo/auto Press

As questões de espaço nas grandes cidades não afetam apenas automó-veis. No mundo das motocicletas, o

aperto acontece por causa do trânsito cada vez mais travado e caótico. Assim, modelos como os de 800 cm³, ainda que não sejam pequenos, têm ganhado importância no mercado mundial. Comparadas às motos topo de linha, em geral de 1.200 cm³, elas são mais baratas, mais fáceis de manejar e mais ágeis para serpentear entre os carros. Tanto é que no Salão de Milão de 2012, realizado de 13 a 18 de novembro, o prin-cipal evento do gênero do mundo, três dos principais lançamentos eram exatamente de motos de 800 cilindradas. A BMW apostou na sport tourer F800 GT, enquanto as ita-lianas Ducati e MV Agusta arriscaram com a nova geração da Hypermotard e a bela Rivale, respectivamente. As três apostam nos conjuntos mecânicos modernos e no tamanho relativamente compacto. A ideia é unir conforto, boa dinâmica e praticidade.A proposta da marca alemã foi usar a base que tinha para criar a nova F800 GT. Para isso, pegou tanto a plataforma como o motor da atual linha F800 a adaptou às necessidades de uma sport tourer. A F800 GT vem para substituir a F800 ST, que es-tava em produção desde 2006. Em relação à antecessora, o propulsor de 798 cc ficou 5 cv mais forte e manteve o torque. No to-tal, ela desenvolve 90 cv a 8 mil rpm e 8,7 kgfm a 5.800 rpm. Com 213 kg no total, a F800 GT acelera de zero a 100 km/h em 4 segundos e supera 200 km/h.O visual do novo modelo é derivado das maiores sport tourer da gama da BMW, como a K1600 GT. O farol é “espremido” pelas carenagens laterais, que dão suporte aos espelhos retrovisores e se unem ao parabrisa em bolha para proteger o piloto. Logo abaixo, duas aletas cobrem a lateral do motor. O tanque tem encaixe para as pernas do condutor e o banco em dois níveis dá suporte à lombar do piloto. A saída de escape é “emprestada” da F800 R, moto que a BMW considera ser mais esportiva. Por sinal, por usar a mesma base da F800 R e F800 GS, ambas fabricadas em Manaus, é

quase certo que a GT seja produzida por aqui. Já a Ducati optou por uma aposta dupla. A fabricante italiana fez uma ampla reno-vação na Hypermotard e ainda aproveitou para lançar uma versão nova com maiores capacidades de touring, a Hyperstrada. De acordo com a Ducati, o chassi em treliça é todo novo e tem um subframe posterior feito em alumínio. O motor é inédito. Sai de linha o de 796 cc e entra um novo V-Twin de 821 cc com refrigeração líquida. Não houve mudança na potência máxima – 110 cv –, mas o torque é bem superior ao antigo. Para tornar a Hyperstrada mais amigável ao uso rodoviário, a Ducati equipou a moto com uma bolha, baús laterais, além de maiores para-lamas, apoio central e protetor de cárter. Todas as versões da Hypermotard vêm com o controle de tração com oito modos de atuação, ABS com três níveis e três mapeamentos diferentes para o motor. Mas foi a MV Agusta que mais chamou atenção no evento italiano. A nova naked Rivale ganhou o título de moto mais bonita do Salão de Milão de 2012. Realmente, o design agressivo impressiona. O quadro em treliça fica aparente na lateral, enquanto a dianteira é cheia de “bicos”, como no farol e no para-lamas. Ainda na lateral, a carenagem vazada completa o visual. Na parte inferior traseira, destaque para as três saídas de escape, bem curtas e que acompanham a curvatura da roda. As lanternas traseiras, divididas em duas partes, são montadas no contorno das tampas laterais, abaixo do para-lama traseiro.O conjunto agressivo é completado por um novo motor de três cilindros de 125 cv. O peso de 170 kg também contribui para um desempenho nervoso. As suspensões têm ajuste na pré-carga da mola, na compressão e no amortecimento hidráulico. A Rivale será vendida na Europa a partir do segundo semestre de 2013 com preço de 11 mil euros, algo em torno de R$ 30 mil. Apesar de ainda não ter a sua venda no Brasil confirmada, a Dafra, empresa brasileira que vende as motos italianas no Brasil, afirmou em Milão que pretende expandir as operações da MV Agusta por aqui.

veículos

Fotos: Divulgação

BMW F800 GT

Ducati Hypermotard

MV Agusta Rivale 800Agusta Rivale 800

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Sexta 7 • Dezembro • 2012 Jornal do Meio 669 18

por augusto PalaDino/autoPress

automotivasNotícias

Duplo C – A Volkswagen enfim deve iniciar as vendas

do CC pós-face-lift – nesta segunda fase, o modelo

abandona o nome Passat. O CC chega quase um ano

depois do lançamento na Europa, com visual repaginado, para

se adequar à nova identidade da marca. Agora ele ostenta as

mesmas linhas retas, com os mesmos cantos pronunciados.

Sob o capô, o motor não mudou. É o V6 de 3.6 litros e 300 cv

acoplado a um câmbio automático de seis marchas, exatamente

como no modelo vendido no Brasil até o início de 2012. O preço

da novidade ainda não foi especificado.

Fagulha na Califórnia – A Fiat irá mostrar no Salão de Los

Angeles, nos Estados Unidos, uma versão elétrica do pequeno

500. Por enquanto, o único dado técnico revelado do 500e é

sobre o motor, de 75kW – equivalentes a cerca de 100 cv – ali-

mentado por baterias de íons de lítio. Por fora, alguns detalhes

estéticos identificam a versão, que ficou mais robusta com

os para-choques redesenhados e as saias laterais. Atrás, um

pequeno spoiler completa o pacote. Por dentro, a alavanca de

câmbio foi substituída por botões que comandam o câmbio de

uma marcha à frente e uma a ré. O cluster de instrumentos

passou a incluir também medidores digitais de carga da bateria.

Mais “oriundi” – Para comemorar o fim do chamado Momen-

to Itália-Brasil em 2012, a Fiat resolveu expandir para toda

sua linha a oferta da série especial em alusão ao país sede da

marca. Agora, além da minivan Idea e do Punto, Uno Vivace

1.0, Palio Attractive 1.0 e 1.4 e Strada com motor 1.4 também

podem receber o pacote. Ele inclui itens de conveniência como

ar-condicionado, travas e vidros elétricos e direção hidráulica.

Por fora, emblemas alusivos indicam a versão.

Mais problemas – Ser a maior fabricantes de automóveis do

mundo tem seu preço. A Toyota vai precisar fazer um recall para

2,77 milhões de unidades, entre Prius e Corolla vendidos nos

Estados Unidos, Europa e Japão. São dois problemas a serem

solucionados, um na bomba d’água dos modelos híbridos e outro

na caixa de direção de ambos os modelos. O problema pode até

mesmo afetar os Prius que ainda nem foram comercializados no

Brasil – as vendas serão a partir de janeiro de 2013. Mas pelo

menos estas unidades devem passar pelo recall antes da entrega.

Sinal amarelo – A crise europeia ainda está no caminho

dos planos de várias fabricantes. A Lamborghini está com

problemas para fechar as contas e viabilizar a produção do

utilitário de luxo Urus. Stephan Winkelmann, CEO da Lam-

bo, está preocupado com o alto volume de investimentos

necessário. Ele acha que será difícil os chefões do Grupo

Volkswagen aprovarem o projeto, mesmo que ele tenha

substanciais economias, como o compartilhamento de vá-

rios elementos de outros modelos do Grupo. O Urus teria o

mesmo motor V8 usado no Volkswagen Touareg e

a mesma plataforma já compartilhada entre o jipão

da Volks e o Porsche Cayenne.

veículos

Presente de árabe De olho em manter a

atenção dos endinhei-

rados sheiks árabes, a

Rolls-Royce criou nada menos

que três séries especiais do

Ghost, direcionadas ao Oriente

Médio, com referências diretas

à cultura árabe. A primeira

a ser mostrada, chamada

de One Thousand And One

Nights – ou “1001 Noites”–,

tem a carroceria pintada em

dois tons de marrom – bem ao

gosto local – e filetes em bege

enfeitados com arabescos e

inscrições em árabe. O interior

traz detalhes em laqueado

negro e revestimento em

couro branco. O modelo será

exibido no Salão de Sharjah,

nos Emirados Árabes, que

abre as portas em 28

de novembro.

por augusto PalaDino/autoPress

Foto: Divulgação

Rolls-Royce Ghost One Thousand And One Nights

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Sexta 7 • Dezembro • 2012 Jornal do Meio 669 19veículos

Banho de loja A Ford lançou nos

Estados Unidos – já

como linha 2014 – a

versão de passageiros da nova

geração do furgão Transit

Connect. A Wagon tem sete

assentos individuais e aposta

na união das qualidades de

uma station grande, furgão

de entregas e até picape para

conquistar o mercado norte-

-americano. Para empurrar

o modelo, duas opções de

motores: 2.5 litros de 173 cv e

1.6 litro EcoBoost, também de

173 cv mas com menor nível

de consumo de combustível e

emissões. O câmbio é sempre

um automático de seis mar-

chas e as vendas começam

no início de 2013.

por augusto PalaDino/autoPress

Foto: Divulgação

Ford Transit Connect

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