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TRABALHO NOTURNO - PROCEDIMENTO SUMÁRIO 1. Introdução 2. Trabalhador Urbano 3. Trabalhador Rural 4. Adicional Noturno 5. Trabalho do Menor 6. Trabalho da Mulher 7. Vigia 7.1. Jornada 12 por 36 8. Trabalhadores Avulsos e Temporários 9. Trabalhador Doméstico 10. Atividades Petrolíferas 11. Jornada de Trabalho 12. Horário Noturno - Contagem 12.1. Conversão da hora diurna para a hora noturna 13. Exemplos de Cálculo 13.1. Cálculo com a utilização de coeficiente 14. Adicional Noturno x Horas Extras 15. Alteração Contratual - Transferência de Turno 16. Integração ao Salário 17. Descanso Semanal Remunerado (DSR) 17.1. Trabalho em dia destinado ao repouso 18. Intervalo entre Duas Jornadas 19. Penalidades 1. Introdução Nos termos do inciso XIII do art. 7º da Constituição Federal/88, a duração normal do trabalho (diurno ou noturno) não deve ultrapassar a oito horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Para obtermos a jornada semanal, podemos proceder ao seguinte cálculo: 44 horas semanais ÷ 6 dias (de 2ª feira a sábado) = 7,3333 A dízima 0,3333 é a equivalência em hora de 20 minutos, ou seja, são os décimos da hora normal, obtido pela regra de três - 0,3333 x 60 min = 19,9999 que, arredondando equivale a 20 minutos. 1

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TRABALHO NOTURNO - PROCEDIMENTO

SUMÁRIO1. Introdução2. Trabalhador Urbano3. Trabalhador Rural4. Adicional Noturno5. Trabalho do Menor6. Trabalho da Mulher7. Vigia7.1. Jornada 12 por 368. Trabalhadores Avulsos e Temporários9. Trabalhador Doméstico10. Atividades Petrolíferas11. Jornada de Trabalho12. Horário Noturno - Contagem12.1. Conversão da hora diurna para a hora noturna13. Exemplos de Cálculo13.1. Cálculo com a utilização de coeficiente14. Adicional Noturno x Horas Extras15. Alteração Contratual - Transferência de Turno16. Integração ao Salário17. Descanso Semanal Remunerado (DSR)17.1. Trabalho em dia destinado ao repouso18. Intervalo entre Duas Jornadas19. Penalidades

1. Introdução

Nos termos do inciso XIII do art. 7º da Constituição Federal/88, a duração normal do trabalho (diurno ou noturno) não deve ultrapassar a oito horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Para obtermos a jornada semanal, podemos proceder ao seguinte cálculo:44 horas semanais ÷ 6 dias (de 2ª feira a sábado) = 7,3333

A dízima 0,3333 é a equivalência em hora de 20 minutos, ou seja, são os décimos da hora normal, obtido pela regra de três - 0,3333 x 60 min = 19,9999 que, arredondando equivale a 20 minutos.

Assim, para que o empregado trabalhe 44 horas semanais, deverá trabalhar de 2ª a sábado, 7 horas e 20 minutos por dia.

Isto posto, o empregado poderá exercer sua atividade em período diurno ou noturno, entretanto, sendo que neste último, com a observância de algumas regras especiais de proteção ao trabalho.

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Uma vez exercendo atividade em horário noturno, ainda que o legislador estabeleça regras especiais de proteção ao trabalho, deve ser observado o limite máximo da jornada de trabalho de 44 horas semanais.

Em virtude de o trabalho em horário noturno exigir um esforço maior do empregado, o legislador disciplina que o trabalho noturno deve ser mais curto que o trabalho diurno.

Quanto à aplicação de regras especiais de proteção ao trabalho, a legislação trabalhista estabelece regras referentes à remuneração dos serviços, bem como da duração da jornada, sem prejuízo de outras normas gerais de proteção trabalhista, como veremos a seguir.

2. Trabalhador UrbanoPara os trabalhadores urbanos, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 73 da CLT, considera-se noturno o trabalho executado no período entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte, sendo que a hora noturna equivale a 52 minutos e 30 segundos.

Sérgio Pinto Martins, entende que, quanto a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos, não houve uma revogação pela Constituição Federal/88, uma vez que esta, no seu inciso IX do art. 7º, apenas menciona que a remuneração do trabalho noturno deve ser superior ao diurno.

Nesse sentido, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) se manifestou por meio da Orientação Jurisprudencial nº 127 da Seção de Dissídio Individual (SDI), transcrita a seguir:

“Orientação Jurisprudencial nº 127 - Hora noturna reduzida. Subsistência Após a CF/1988 (inserida em 20.04.1998) O art. 73, § 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi revogado pelo inciso IX do art. 7º da CF/1988”.

3. Trabalhador RuralDe acordo com o art. 7º da Lei nº 5.889/73 considera-se trabalho noturno:a) na lavoura: entre 21 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte;b) na pecuária: entre 20 horas de um dia e quatro horas do dia seguinte.Salientamos que nas atividades rurais a hora noturna tem duração de 60 minutos, não sofrendo, por conseguinte, qualquer redução.

4. Adicional NoturnoO caput do art. 73 da CLT estabelece que, salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20%, pelo menos, sobre a hora diurna.

O art. 73, § 3º, da CLT estabelece que, o acréscimo referido anteriormente, em se tratando de empresa que não mantêm pela natureza de suas atividades trabalho noturno habitual, será feito tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante.

Em relação às empresas, cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento será calculado sobre o salário-mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder esse limite, já acrescido da percentagem.

Contudo, em razão do inciso IX do art. 7º da Constituição Federal/88, este dispositivo encontra-se derrogado, haja vista que o legislador garantiu ao trabalhador, seja ele urbano ou rural remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.

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Na área rural, de acordo com o parágrafo único art. 1º da Lei nº 5.889/73, esse acréscimo é de 25% sobre a remuneração normal, visando compensar a inexistência da hora noturna reduzida.

5. Trabalho do MenorNos termos do inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal/88 ao menor de 18 anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for executado no período compreendido entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte.

6. Trabalho da MulherAs mulheres passaram a ter os mesmos direitos dos homens, conforme o estabelecido na Constituição Federal/88, aplicando-se à mulher as mesmas determinações que o trabalho noturno do homem, isto é, qualquer que seja a atividade da empresa e independentemente do trabalho desenvolvido pela mulher.

7. VigiaDe acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o vigia é aquele que fiscaliza a guarda do patrimônio e exerce a observação de fábricas, armazéns, residências, estacionamentos, edifícios públicos, privados e outros estabelecimentos, percorrendo-os sistematicamente e inspecionando suas dependências, para evitar incêndios, entrada de pessoas estranhas e outras anormalidades, ou seja, zela e cuida do patrimônio sob sua guarda.

Os vigias fazem jus aos mesmos direitos aplicados a todos os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ressalvado garantias previstas em documento coletivo.

Especificamente quanto ao horário de trabalho, o vigia poderá trabalhar tanto em horário diurno quanto noturno. Caso o trabalho seja realizado em período noturno, ele terá direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos bem como, ao recebimento do adicional noturno de, no mínimo, 20%, de acordo com o art. 73 da CLT.

Nesse sentido, o Tribunal Superior do Trabalho se manifestou por meio das Súmulas nºs 65 e 140, transcritas a seguir:

“Súmula nº 65 - Hora reduzida - Vigia Noturno (Res. nº 121/03, DJ 19, 20 e 21/11/2003)O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia noturno.

Súmula nº 140 - Vigia - Trabalho Noturno - AdicionalÉ assegurado ao vigia, sujeito ao trabalho noturno, o direito ao respectivo adicional.Jornada 12 x 36 não é incompatível com redução da hora noturna”.

7.1. Jornada 12 por 36A Constituição Federal/88 estabelece que a duração normal do trabalho não deverá ser superior a oito horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horário e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Como a referida disposição constitucional fixa o limite máximo da duração do trabalho, as empresas poderão contratar seus empregados para cumprirem jornada de trabalho inferior ao referido limite legal.

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O regime de trabalho de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso adotado em determinadas áreas, tais como nos setores de saúde e vigilância, normalmente, vem estabelecida em norma coletiva da categoria.

A Justiça do Trabalho tem firmado entendimento no sentido de que não há incompatibilidade entre a redução da hora noturna e a jornada especial de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso.

Assim se manifestou a maioria da 9ª Turma do TRT-MG, ao julgar favoravelmente o recurso de um trabalhador, que não se conformou com o indeferimento do pedido de horas extras, pela não observância do art. 73, § 1º, da CLT, o qual estabelece que a hora do trabalho noturno será computada como 52 minutos e 30 segundos.

A Justiça do Trabalho, já vem se posicionando nesse sentido, tanto que o Tribunal Superior do Trabalho editou a Orientação Jurisprudencial SDI-I nº 388, que estabelece o direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após as cinco horas da manhã, para aqueles que prestam serviços submetidos à jornada 12 x 36, que compreende a totalidade do período noturno.

Em razão dessas decisões, vem aumentando consideravelmente o risco de condenação da empresa em reclamação trabalhista, caso não seja observado o pagamento do adicional noturno ao empregado submetido à jornada 12 x 36, no qual o seu trabalho se desenvolva após as cinco horas.

8. Trabalhadores Avulsos e TemporáriosO trabalhador avulso é aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a várias empresas; não terá vínculo empregatício, somente a intermediação obrigatória do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou do sindicato da categoria.Considera-se trabalhador temporário aquele contratado por empresa de trabalho temporário para prestação de serviço destinado a atender necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de tarefas de outra empresa.Sendo assim, é aplicável normas de trabalho noturno aos trabalhadores avulsos e temporários.

9. Trabalhador DomésticoNão é assegurado ao trabalhador doméstico as disposições relativas à duração da jornada de trabalho, portanto inexiste previsão expressa em lei que garanta o direito ao recebimento do adicional noturno.

10. Atividades PetrolíferasA Súmula TST nº 112 dispõe que o trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811/72, não aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 2º, da CLT.

11. Jornada de TrabalhoA Constituição Federal/88 estabelece que são direitos dos trabalhadores a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 44 horas semanais, facultada a

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compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Quando o trabalho é realizado em turnos ininterruptos de revezamento, a jornada de trabalho será de seis horas.

O art. 71 da CLT estabelece que, em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso e alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder a duas horas.

Observa-se que em se tratando de trabalho noturno, o intervalo de alimentação e repouso equivale a 60 minutos e, não 52 minutos e 30 segundos. Não há que se falar em hora reduzida.

Caso o trabalho não exceda seis horas, será obrigatório um intervalo de 15 minutos desde que a jornada ultrapasse quatro horas.

O intervalo para repouso e alimentação não será computado na duração do trabalho.

Caso o intervalo para repouso e alimentação não seja concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

12. Horário Noturno - ContagemO trabalho desenvolvido entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte vai corresponder à jornada normal de oito horas, conforme demonstrado na tabela a seguir:

Jornada de Trabalho no Período Noturno

Horas Trabalhadas Horas Contadas no Relógio

1ª hora das 22h às 22h52min30s

2ª hora das 22h52min30s às 23h45

3ª hora das 23h45 às 00h37min30s

4ª hora das 00h37min30s à 1h30

5ª hora das 1h30 às 2h22min30s

6ª hora das 2h22min30s às 3h15

7ª hora das 3h15 às 4h07min30s

8ª hora das 4h07min30s às 5h

Apesar de ter transcorrido sete horas no relógio, computam-se oito horas trabalhadas.

12.1. Conversão da hora diurna para a hora noturnaSabendo-se que hora normal corresponde a 60 minutos e que cada hora noturna corresponde a 52 minutos e 30 segundos, o tempo computado no relógio de ponto poderá ser convertido em tempo noturno, apurando a proporção existente.

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De acordo com a própria matemática, hora, minuto e segundo são grandezas diferentes, sendo assim vamos trabalhá-las separadamente:

a) 30 segundos representa metade de 1 minuto, portanto podemos representar 30 segundos como 0,5 minutos (30 ÷ 60 = 0,5), sendo assim, a hora noturna corresponderá a 52,5 segundos.

Para melhor entender a conversão das frações centesimais para minutos ou segundos, transcrevemos a seguir uma tabela que poderá ser utilizada para obter a conversão dos minutos e dos segundos.

Tabela de Conversão

Minuto/ Segundo

CentésimoMinuto/ Segundo

CentésimoMinuto/ Segundo

CentésimoMinuto/ Segundo

Centésimo

1 0,02 16 0,27 31 0,52 46 0,77

2 0,03 17 0,28 32 0,53 47 0,78

3 0,05 18 0,30 33 0,55 48 0,80

4 0,07 19 0,32 34 0,57 49 0,82

5 0,08 20 0,33 35 0,58 50 0,83

6 0,10 21 0,35 36 0,60 51 0,85

7 0,12 22 0,37 37 0,62 52 0,87

8 0,13 23 0,38 38 0,63 53 0,88

9 0,15 24 0,40 39 0,65 54 0,90

10 0,17 25 0,42 40 0,67 55 0,92

11 0,18 26 0,43 41 0,68 56 0,93

12 0,20 27 0,45 42 0,70 57 0,95

13 0,22 28 0,47 43 0,72 58 0,97

14 0,23 29 0,48 44 0,73 59 0,98

15 0,25 30 0,50 45 0,75 60 1,00

Exemplos1) Para o empregado contratado para trabalhar no período noturno, sabendo que a legislação determina uma jornada semanal não superior a 44 horas, a quanto correspondem essas horas no período noturno?

44 horas 60 minutosX 52,5

X = 44 h x 52,5 = 38,560

 Essas horas correspondem, no período noturno, a 38,5 horas, nas quais os 0,50 centésimos de hora convertidos para minutos decorridos no relógio, utilizando a tabela, equivaler-se-ão a 30 minutos (0,50 x 60min).Com base no exposto, para apurarmos a correspondência entre hora diurna e noturna e minuto diurno e noturno, vamos trabalhar com a regra de três:

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1 hora diurna está para 60 minutos, assim como 1 hora noturna está para 52,5 minutos;1 minuto está para 60 segundos, assim como 1 minuto noturno está para 52,5 segundos.

2) Um empregado que trabalha cinco dias na semana, cuja jornada de trabalho é de oito horas e se inicia às 22 horas, e permanecerá na empresa por quantas horas noturnas?

8 horas 60 minutosX 52,5

X = 8 h x 52,5 = 7 horas noturnas

60 13. Exemplos de Cálculo

1) Um empregado foi contratado para trabalhar no período das 22 horas de um dia até às 7h30 do dia seguinte, com intervalo de uma hora para refeição. Sabendo-se que esse empregado vai trabalhar seis dias na semana, qual será a sua jornada diária e qual valor da remuneração no mês? O salário hora do empregado é de R$ 4,50, sendo que, o intervalo para repouso é das 2 às 3 horas.

Jornada de TrabalhoContagem do Tempo pelo

Relógio

das 22 às 2 horas 4 horas noturnas

das 2 às 3 horas intervalo para refeição

das 3 às 5 horas 2 horas noturnas

das 5 às 7h30min. 2h30min. diurnas

Fazendo a contagem das horas, apuramos: 6 horas noturnas e 2 horas e 30 minutos de horas diurnas.Para obtermos o total de horas noturnas trabalhadas, vamos aplicar a regra de três:

6 horas 52,5X 60 minutos

X = 6 h x 60 = 6,8652,5

 Os 0,86 representam centésimos da hora, que equivalem a 52 minutos (0,86 x 60min).Sendo assim, podemos dizer que no período noturno o empregado trabalhou 6h52min. A jornada total apurada do empregado será de: 6 horas e 52 minutos = Período Noturno 2 horas e 30 minutos = Período Diurno Total das horas = 8 horas e 82 minutos que equivale a 9 horas e 22 minutos A jornada de trabalho diária é de 7h20min. Nesse caso, o empregado teve sua jornada prorrogada em 2 horas e 2 minutos. Com base na informação dada, podemos dizer que o empregado fará jus a: - adicional noturno sobre 6h52min.; - adicional de horas extras sobre 2h02min., a hora extra ocorreu das 5h29min. às 7h30min., pois das 5h às 5h28min. a jornada foi normal.

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Cálculo da Remuneração Salário-hora = R$ 4,50 Salário-minuto R$ 4,50 ÷ 60 min = R$ 0,08 por minuto Hora Noturna = 6h52min. 6 h x R$ 4,50 = R$ 27,00 52 min x R$ 0,08 = R$ 4,16 Total = R$ 27,00 + R$ 4,16 = R$ 31,16 Valor das Horas Noturnas Trabalhadas - R$ 31,16 x 30 dias = R$ 934,80 Adicional Noturno: R$ 934,80 x 20% = R$ 186,96 Considerando o mês de 30 dias, 25 dias úteis e 5 domingos: RSR sobre o Adicional Noturno R$ 186,96 ÷ 25 dias x 5 dias = R$ 37,39 Valor das Horas Diurnas (5 às 5h28min.) 28 min x R$ 0,08 x 30 dias = R$ 67,20 Valor das Horas Extras: R$ 4,50 x 1,50 = R$ 6,75 x 2 horas = R$ 13,50 Valor das Horas extras/mês R$ 13,50 x 30 dias = R$ 405,00 2 min x R$ 0,12 (R$ 0,08 x 1,50) x 30 dias = R$ 7,20 Total de horas extras/mês = R$ 405,00 + R$ 7,20 = R$ 412,20 RSR sobre as Horas Extras = R$ 412,20 ÷ 25 dias x 5 dias = R$ 82,44 Total da Remuneração no mês = R$ 1.720,99

Lembramos que, empresa e a equiparada estão obrigadas a elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por estabelecimento, nela constando: - discriminação do nome de cada segurado e respectivo cargo, função ou serviço prestado; - agrupados por categoria, o segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual; - as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração, os descontos legais, etc.

Assim, tais valores devem ser discriminados em folha de pagamento.

2) Sabendo que o empregado começou a trabalhar às 15 horas e que seu intervalo para alimentação será das 19 às 20 horas, qual será o término de sua jornada, sendo que, no contrato de trabalho, foram estipuladas oito horas diárias de trabalho?

Jornada de TrabalhoContagem do Tempo pelo

Relógio

Das 15 às 19 horas 4 horas diurnas

Das 19 às 20 horas intervalo para refeição

Das 20 às 22 horas 2 horas diurnas

Das 22 às X X horas noturnas

Faltam duas horas para completar as oito horas diárias de trabalho. Com base nessa informação vamos calcular o total de horas noturnas que faltam para completar a jornada.

2 horas 60 minutos

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X 52,5X = 2h x 52,5 = 1,75

60 O 0,75 são centésimos de horas, correspondendo a 45min (0,75 x 60min = 45min), perfazendo um total de 1h45min.Sendo assim, o empregado terá de trabalhar para completar a jornada de oito horas das 15h às 23h45min.

3) Um empregado foi contratado com um salário de R$ 1.320,00 para trabalhar das 12 às 22 horas, numa jornada diária de oito horas, com intervalo para refeição das 16 às 18 horas. Se, durante o mês a sua jornada foi prorrogada até às 23 horas, qual será a sua jornada extraordinária e qual o valor?

Jornada de Trabalho Contagem do Tempo pelo Relógio

Das 12 às 16 horas 4 horas diurnas

Das 16 às 18 horas intervalo para refeição

Das 18 às 22 horas 4 horas diurnas

Das 22 às 23 horas 1 hora de prorrogação período noturno

Cálculo da hora extraordinária noturna e o valor dessas horas:

1 h 52,5X 60

X = 1 x 60 = 1,1452,5

- 0,14 representam centésimos de hora, que corresponderão a oito minutos (0,14 x 60 min).

 No período noturno o empregado trabalhou uma hora e oito minutos. Sabendo que o salário-hora é de R$ 6,00(R$ 1.320,00 ÷ 220), o cálculo da remuneração extraordinária do empregado será: Hora extra noturna: 1 hora x R$ 6,00 = R$ 6,00 = R$ 6,00 R$ 6,00 ÷ 60 min. = R$ 0,1 8 minutos x R$ 0,1 = R$ 0,80 Total = R$ 6,00 + R$ 0,80 = R$ 6,80 Incidência do Adicional Noturno = R$ 6,80 x 1,20 = R$ 8,16 Valor da hora extra/diária = R$ 8,16 x 1,50 = R$ 12,24 O valor de R$ 12,24 corresponde a um dia de trabalho extraor-dinário no período noturno. Para saber o valor correspondente ao mês, basta multiplicar esse valor pelo número de dias trabalhados mais o repouso semanal remunerado do mês.

13.1. Cálculo com a utilização de coeficiente Uma outra forma de cálculo que poderá se utilizada é a seguinte: 60 ÷ 52,5 = 1,1428571

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Considerando que sobre o acréscimo incide adicional noturno de 20%, para os trabalhadores urbanos temos: 1,1428571 x 1,20 = 1,3714285 Acréscimo/hora 1,3714285 - 1,1428571 = 0,2285714 (coeficiente correspondente ao adicional noturno) Exemplo 1 Se um empregado realiza 20 horas noturnas, considerando a redução que a hora noturna equivale a 52,30, temos o seguinte: • 60 ÷ 52,5 = 1,1428571 • 20 horas noturnas x 1,1428571 = 22,857142 • Valor da hora = R$ 2,00 • Adicional = 20% • Valor da hora noturna = 2,00 x 20% = R$ 2,40 • Valor das horas noturnas = R$ 2,40 x 22,857142 = R$ 54,85 Idêntico resultado obtém-se, multiplicando o valor das 20 horas noturnas pelo coeficiente de 1,3714285 (hora reduzida, acrescida do adicional noturno). Exemplo 2 Considerando o mesmo exemplo, temos: • 1,1428571 x 1,20 = 1,3714285 • Valor da hora normal = R$ 2,00 • número de horas noturnas trabalhadas no mês = 20 horas • Valor das horas, sem o adicional noturno = R$ 2,00 x 20 = R$ 40,00 • Valor das horas noturnas = R$ 40,00 x 1,37142845 = R$ 54,85 13.1.1. Hora extra noturna O empregado que trabalha no período noturno fará jus a receber os dois adicionais, o noturno e o de hora extra. Adicional de hora extra = 50% Adicional noturno = 20% número de horas extras trabalhadas no período noturno = 2 horas Valor da hora normal = R$ 2,00 R$ 2,00 x 2 horas = R$ 4,00 R$ 4,00 x 1,3714285 = R$ 5,48 R$ 5,48 x 50% = R$ 8,22 valor da hora extra noturna 13.1.2. Apuração da quantidade de horas noturnas Para se apurar a quantidade de horas noturnas efetivamente trabalhadas, deve ser observado que a hora noturna equivale a 52 min. e 30 seg. e, não 60 min. Assim, se um empregado inicia a sua jornada de trabalho às 18 horas, com término às 3 horas, por exemplo, temos o seguinte: • Início da jornada = 18:00 horas Término = 3:00 horas • Intervalo para descanso = das 22:00 às 23:00 horas • Horas diurnas (60 min.) = das 18:00 às 22:00 horas - 4 horas • Horas noturnas = 22:00 às 3:00 • Horas noturnas = 4 x 60 = 240 minutos ÷ 52,5 = 4,57142 (horas) • 0,57142 x 60 min. = 34,2857 (minutos) • 0,2857 x 60 = 17,14 (segundos) Total de Horas Noturnas = 4 horas, 34 minutos e 17 segundos. Total de Horas efetivamente trabalhadas, somando-se as horas diurnas: 8 horas, 34 minutos e 17 segundos.

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14. Adicional Noturno x Horas Extras Na jornada de trabalho do empregado, pode ocorrer a prorrogação de jornada de até duas horas (art. 59 da CLT), ou ainda, o trabalho ser realizado no horário noturno.

Em qualquer dessas hipóteses, a remuneração do empregado terá de ser paga com os devidos adicionais.

No caso das horas extras, serão pagas com o adicional de pelo menos 50% sobre o valor da hora normal. De acordo com a legislação, as horas extras habitualmente prestadas terão de ser computadas no cálculo do Descanso Semanal Remunerado (DSR).

Quando o trabalho extraordinário for realizado em período noturno, o adicional de horas extras deverá incidir sobre o valor da remuneração horária com o acréscimo do adicional noturno.

Os adicionais mencionados, quando pagos com habitualidade, integram o salário do empregado para todos os efeitos legais, ou seja, servirá de base para cálculo de férias, 13º salário, cálculo de rescisão de contrato, repercutindo também na remuneração do repouso semanal. Nesse sentido, o TST firmou entendimento por meio da Súmula 60, a seguir transcrita. “Súmula TST nº 60 - Adicional noturno. Integração no salário e prorrogação em horário diurno (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25/04/2005 I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex-Súmula nº 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974) II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJ nº 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)”.

15. Alteração Contratual - Transferência de Turno A Súmula TST nº 265 firmou entendimento no sentido de que, a transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito do adicional noturno, ou seja, a alteração do trabalho exercido no período noturno para o diurno é possível, e acarretará a perda do direito ao adicional noturno anteriormente devido, sem qualquer integração deste valor ao salário ou mesmo indenização pela referida supressão. Lembramos que o entendimento do TST, manifestado por meio de Súmulas, tem por finalidade nortear as decisões em âmbito judicial, não lhe sendo atribuídas as mesmas características e efeitos vinculantes, a fim de que seja exigido o seu cumprimento. Por outro lado, as decisões contidas em Súmulas constituem uma das fontes do direito, que podem até mesmo vir a ser consideradas como normas coercitivas, quando não houver ato legal que regulamente o assunto objeto de sua publicação. Retomando a questão da transferência para o período diurno, ainda que o TST tenha se manifestado pela perda do direito ao adicional noturno, o art. 468 da CLT, por sua vez determina que nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições, por mútuo consentimento, e ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Contudo, nos termos do art. 444 da CLT as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de

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proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Analisando os arts. 468 e 444 da CLT podemos concluir que o legislador assegura, com algumas restrições, a liberdade de contratação das partes, porém, resguarda as alterações contratuais contra a arbitrariedade do empregador, impondo que o mesmo seja produto da manifestação de vontade das partes e, além disso, não resulte, de forma alguma, prejuízo ao empregado, sob pena de ser considerada nula de pleno direito, não produzindo, consequentemente, qualquer efeito no contrato de trabalho. Assim, o que deverá ser observado pelo empregador é que a mudança de turno será uma alteração contratual que trazendo prejuízos ao empregado (a perda do adicional noturno), este, ao se sentir prejudicado, poderá ingressar com ação trabalhista, cabendo à Justiça do Trabalho a decisão final sobre a questão.

16. Integração ao Salário Nos termos do caput e § 1º do art. 457 da CLT compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber, bem como integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Assim, o adicional relativo ao trabalho noturno, quando pago com habitualidade, integra o salário para todos os efeitos legais inclusive férias, 13º salário, descanso semanal remunerado, aviso-prévio indenizado, etc. Esse é o entendimento da Justiça do Trabalho (Súmula TST nº 60). Para cálculo da remuneração de férias, de acordo com os §§ 5º e 6º do art. 142 da CLT, com o adicional noturno é computado na respectiva base de cálculo, inclusive quando não habitual. Caso, o valor do adicional pago durante o período aquisitivo não tiver sido uniforme, efetua-se o cômputo pela média duodecimal recebida dentro do período aquisitivo. Exemplo Empregado admitido em 10/04/2011, com salário/hora de R$ 12,50 e trabalhando no horário das 22 às 5 horas, gozará férias no período de 02/07/2012 a 31/07/2012.

Meses - Período Aquisitivo Quantidade de Horas

Abril/2011 220,0000

Maio/2011 227,3333

Junho/2011 220,000

Julho/2011 227,3333

Agosto/2011 227,3333

Setembro/2011 220,0000

Outubro/2011 227,3333

Novembro/2011 220,000

Dezembro/2011 227,3333

Janeiro/2012 227,3333

Fevereiro/2012 212,6657

Março/2012 227,3333

Total 2.683,9988

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Média duodecimal das horas noturnas pagas no período aquisitivo: 2.683,9988 ÷ 12 meses = 223,6665 Salário/hora = R$ 12,50 Adicional noturno s/salário/hora = R$ 12,50 x 20% = R$ 2,50 Cálculo das férias Salário/hora, acrescido do adicional noturno = R$ 12,50 + R$ 2,50 = R$ 15,00 Remuneração de férias = 223,6665 x R$ 15,00 = R$ 3.355,00 Terço Constitucional = R$ 1.118,33

17. Descanso Semanal Remunerado (DSR) De acordo com o art. 67 da CLT, todo trabalhador tem direito ao Descanso Semanal Remunerado (DSR) de 24 horas conse-cutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção dos elencos teatrais e congêneres, deve ser estabelecida escala de revezamento, de livre escolha do empregador, previamente organizada e constante de quadro sujeito à fiscalização. Excetuados os casos em que a execução dos serviços seja imposta pelas exigências técnicas das empresas, é vedado o trabalho nos dias de repouso, garantida, entretanto, a remuneração respectiva. Constituem exigências técnicas aquelas que, em razão do interesse público ou pelas condições peculiares às atividades da empresa ou ao local onde as mesmas se exercitarem, tornem indispensável a continuidade do trabalho, em todos ou alguns dos respectivos serviços. As empresas que, em razão do interesse público ou pelas condições peculiares às próprias atividades, seja indispensável a continuidade do trabalho, é concedida em caráter permanente permissão para o trabalho em dia de repouso. Nesse caso, a empresa concederá outro dia de folga ao empregado. Referidas atividades estão relacionadas no Quadro Anexo ao Decreto nº 27.048/49, que aprovou o regulamento da Lei n° 605/49. Quaisquer outras atividades que, por motivo de exigências técnicas, necessitarem obter permissão para o trabalho nos dias de repouso, devem encaminhar pedido de permissão ao Ministério do Trabalho. O art. 68, parágrafo único, da CLT determinam que o trabalho em domingos, seja total ou parcial, é subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho. Referida permissão é concedida a título permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do Trabalho expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades. Nos demais casos, ela é dada sob forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá 60 dias. Com base nesse dispositivo, o Ministério do Trabalho, por meio da Portaria MTb nº 3.118/89, subdelega, desde 05/04/1989, competência aos órgãos regionais do MTE para decidir sobre os pedidos de autorização para o trabalho aos domingos e feriados civis e religiosos. O pedido instrui-se com a seguinte documentação: - laudo técnico elaborado por instituição federal, estadual ou municipal, indicando as necessidades de ordem técnica e os setores que exigem a continuidade do trabalho, com validade de quatro anos; - acordo coletivo de trabalho ou anuência expressa dos empregados, manifestada com a assistência da respectiva entidade sindical;

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- escala de revezamento, observadas as instruções da Portaria MTPS nº 417/66, com redação da Portaria MTPS nº 509/67 que, entre outras, garante ao empregado, no mínimo, uma das folgas semanais coincidente com o domingo, a cada período máximo de sete semanas de trabalho. O órgão regional do MTE inspecionará a empresa requerente segundo as instruções expedidas pela Subsecretaria de Proteção ao Trabalho. Condiciona-se à não constatação de irregularidade por ocasião da inspeção quanto às normas de proteção, segurança e medicina do trabalho. As autorizações observam o prazo de validade de dois anos, renováveis por igual período, observando-se que os pedidos de renovação formalizam-se três meses antes do término da autorização, observados os requisitos anteriormente mencionados. O órgão regional do MTE inspecionará regularmente as empresas que obtiverem autorização, efetuando o respectivo cancelamento em caso de descumprimento das presentes exigências. As Portarias de autorização e de renovação são publicadas no Diário Oficial da União (DOU). Quanto às atividades, para as quais são concedidas autorizações permanentes para o trabalho nos dias de repouso, constantes da relação anexa ao Regulamento a que se refere o Decreto nº 27.048/49, é prudente consultar o órgão regional do MTE, visto que o Decreto s/nº, de 10/05/1991 revoga, dentre outros, vários decretos federais que permitem o trabalho, em caráter permanente, nos dias de repouso. As empresas não enquadradas no subitem anterior podem, excepcionalmente, realizar trabalho em dia de repouso: - por motivo de força maior, devendo comunicar o fato à DRT no prazo de 10 dias; ou - com autorização prévia da DRT, de 60 dias no máximo, para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. Nesse caso a remuneração será em dobro.

17.1. Trabalho em dia destinado ao repouso O trabalho realizado em dia destinado ao repouso, desde que não determinado outro dia de folga, é pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal, conforme a orientação jurisprudencial dada pela Súmula nº 146 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A revisão da Súmula nº 146, aprovada pela Resolução nº 129/05 (DJU de 20/04/2005), trouxe um novo entendimento ao pagamento do trabalho em domingos e feriados, quando não compensados em outro dia da semana, que é o pagamento em triplo. Transcrevemos, a seguir, a referida Súmula: “Súmula nº 146 Trabalho em Domingos e Feriados, Não Compensado - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal”. Assim, se, por exemplo, o empregado trabalhar cinco horas no dia destinado ao repouso receberá o valor do repouso (7h 20m, no caso de mensalista), já incluso na sua remuneração, mais a dobra das horas trabalhadas (10 horas). Importante ressaltar, contudo, que, os Tribunais Trabalhistas têm entendido que a dobra se aplica às horas trabalhadas no dia destinado ao descanso, independentemente do valor legalmente assegurado, conforme jurisprudência. O Precedente Normativo TST nº 87 segue o mesmo entendimento da Súmula TST nº 146. Desse modo, a expressão “em dobro” significa o valor em dobro das horas trabalhadas em domingo, feriado ou outro dia destinado ao repouso, mais o valor desses dias incluso na remuneração do empregado ou por cumprimento integral da jornada semanal, conforme o caso, o que equivale ao pagamento em triplo, ou seja, o pagamento do salário mensal mais duas vezes o valor do dia do repouso.

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Ressaltamos que, tendo em vista a omissão legal, entende-se que o pagamento do trabalho em dias destinados ao repouso, para os que trabalham em horário noturno é definido pelo início da jornada de trabalho e, não pelo término. Lembra-se que, na supracitada hipótese de pagamento das horas em dobro, o respectivo adicional noturno também será devido sobre aquele total pago.

18. Intervalo entre Duas Jornadas O art. 66 da CLT estabelece que entre duas jornadas de trabalho deve haver um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso. Assim, concede-se o intervalo contado do término da jornada de um dia ao início da jornada seguinte. A doutrina trabalhista e, entre elas, podemos citar Sérgio Pinto Martins (Comentários à CLT) que o descanso de 11 horas entre jorna-das, não se confunde com o descanso semanal. Dessa forma, deve-se computar também o descanso semanal remunerado de 24 horas e, caso termine o seu trabalho no sábado somente poderá retornar ao trabalho após 24 horas, concluindo-se que, após o último dia de trabalho semanal, o empregado faz jus a 35 horas de repouso (11 + 24 = 35 horas). Tais regras são normalmente aplicáveis aos empregados que trabalham em período noturno. Caso não seja observado o intervalo mínimo de 11 horas entre as jornadas de trabalho, deverão as mesmas serem remuneradas como horas extras, como podemos observar no entendimento firmado pelo TST, a seguir descrito. "Súmula TST nº 110 Jornada de Trabalho. Intervalo (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21/11/2003 No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional".

19. PenalidadesO descumprimento do disposto no art. 73 da CLT, que trata do trabalho noturno, sujeita o infrator à multa de, no mínimo, R$ 40,25 e, no máximo, R$ 4.025,33 aplicada de acordo com a natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou, aplicada em dobro no caso de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à autoridade, em conformidade com a Portaria MTb nº 290/97.

FONTE: CENOFISCO.

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