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Bragança Paulista Sexta 10 Maio 2013 Nº 691 - ano XI [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio

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Edição 10.05.2013

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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta10 Maio 2013

Nº 691 - ano [email protected]

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No artigo da semana passada, falando sobre a ética sexual à luz da fé

cristã, indiquei o fato do afasta-mento de um padre da diocese de Bauru por contrapor-se aos ensinamentos da Igreja. Retomo o assunto porque julgo oportuno esclarecer alguns pontos. Com idade de 48 anos, doutor em Teologia Moral. Conhecido na cidade pelo modo informal como se apresenta. Diz o noticiário que usa “piercing”, frequenta choperias, etc. Afirma-se que é muito querido na comunida-de onde servia e que teria, na capacidade da acolhida, uma nota muito forte. Diz-se que começou a defender posições pessoais antagônicas à doutrina da Igreja. Chamado a atenção para retratar-se, ter-se-ia recusado. Quando estava para registrar em cartório sua saída dos empenhos sacerdotais - medida estranha porque a esfera civil nada tem a ver com isso - chamado à Cúria diocesana, tomou ciência que, por sua reiterada desobediên-cia aos pedidos do bispo, tinha incorrido em s excomunhão. O fato levantou, como era de se esperar, repercussão. Membros de sua comunidade movem

manifestações a seu favor e contra as atitudes do governo diocesano. Manchetes de jornal aproveitam o momento para aquecer vendas. Uma destas, maliciosamente, afirmava que o padre estava sendo exco-mungado porque afirmava que pode haver amor entre pessoas homo afetivas. Ora a verdade é que o padre defendia a hipótese de que a Igreja deveria aceitar as uniões homo afetivas como “casamento” (tese que está co-mo diz a moçada, “bombando”. Haja vista a última revelação de Daniela Mercury).Não conheço os detalhes que levaram o bispo de Bauru e o seu Conselho presbiteral a chegar a tão dura medida. Não conheço o padre Beto. Conheço o bispo D. Caetano Ferrari. Foi dos cinco primeiros franciscanos a assu-mir a Universidade S. Francisco em Bragança Paulista e com que tive a honra e o prazer de trabalhar. Com ele convivi nos meus tempos de professor na universidade e no presbitério bragantino. Pessoa de trato sereno, bem humorado, culto e competente na função que exer-cia. Como sou padre há quase quarenta anos posso dizer, em

relação ao fato da excomunhão que, durante esse já longo ca-minho, “ne hò visto di tutto un pò”! Para chegar a retirar do serviço sacerdotal faz-se uma longa busca de entendimento e compreensão. Idas e vindas. Conversas. Caso consumado é fim de qualquer possibilidade (no momento) de trazer a situação ao equilíbrio que a Igreja pede. Preciso lembrar que quando da ordenação diaconal e presbiteral o candidato ao sacramento da Ordem promete obediência e reverencia ao bispo diocesano e a seus sucessores. Ao assumir um encargo na Igreja o padre faz um longo juramento, com testemunhas e assinaturas, onde entre outras determinações jura ensinar a doutrina da Igreja e nada que seja contrário a ela. Ao propor ensinamento oposto o Pe. Beto feriu o juramento feito. Chamado à atenção, não quis voltar atrás. É bom lembrar que na Igreja não se é proibido de pensar e de fazer propostas que se julguem oportunas. O que se pede é que as propostas sejam vistas debaixo da luz da fidelidade a Jesus Cristo e a vida vivida da Igreja, que chamamos de Tradição. Por exemplo: posso

dar minha opinião e expressar meu pensamento sobre o celi-bato dos padres. Posso pensar e propor a ideia de que está na hora de abrir a possibilidade de homens casados sejam or-denados. O que o Magistério da Igreja me pede e o que jurei obedecer é que não me contra-ponha ao ensinamento oficial. Que fique claro o que penso e que fique clara minha adesão à Igreja. Mesmo que um padre seja doutor múltiplas vezes, ele não pode sozinho, fazer de seus pensamentos e opiniões um de-safio diminuidor do ensinamento magisterial. Sobra, igualmente, a consciência que mestrados e doutorados comprovam que se estudaram e aprofundaram aspectos limitados do saber. E que nem mesmo um conjunto de intelectuais ilustres e competentes tem o dom de ter toda a verdade e toda a melhor opinião. Uma das características básicas da Igreja é que ela é UNA. E deve caminhar sob a luz do Espírito Santo, guiada por aqueles que foram constitu-ídos sucessores dos Apóstolos, unidos ao sucessor de Pedro. Os bispos são marcados pelo serviço de serem mestres da Fé e com o Papa devem confirmar os irmãos.

Lamento toda essa situação que traz sofrimento para todos. Para o padre Beto, para seu bispo, para seus irmãos de ministério na diocese, para os paroquianos e pessoas a quem ele servia para os membros da Igreja que está em Bauru. Para todos nós que somos Igreja. Terei presente no coração essa situação. Rezo para que padre Beto não deixe de pensar sobre as realidades deste nosso mundo conturbado. Mas que o faça em comunhão com a Igreja. Para que os desafios que ele crê necessários colocar em pauta sejam refletidos e discutidos na fraternidade de todos os que desejam seguir os passos do Senhor.

por Mons. Giovanni Baresse

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

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As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

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ExpEdiEntE

para pensar

Padre excomungado

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Não há nada mais gratificante no Dia das Mães do que estar ao lado daquela que faz a data ter

sentido. Aqueles que, por um motivo ou outro, não têm a mãe por perto, sabem o quanto vale a presença da mulher que ajudou a nos tornarmos quem somos. Conforme o tempo vai passando e nós próprios nos tornamos mães – ou pais – começamos a notar ainda mais o quanto estar próximo de quem nos criou e se dedicou a nós é importante. Certamente, para todas as mães o único desejo nesta data de comemoração é estar perto dos filhos e sentir-se amada. Para a senhora Maria Apare-cida da Silva, conhecida como Silvia, que vive a três anos no Asilo São Vicente de Paulo, o maior desejo é que os dois filhos a venham visitar. Assim como outras senhoras que vivem na instituição, desde que passou a residir no asilo, nunca recebeu visita de parentes. Segundo Jefferson Donizete Bueno, coordenador do lar de idosos, esse é um perfil bastante comum dos internos, em sua maioria mulheres. Muitas hoje já estão bem debilitas e mal conseguem falar. Não conseguem mais contar suas histórias e como foi o processo até que chegaram ali. Outras preferem ficar caladas, se abrem aos poucos para os funcionários e, normalmente, depositam neles o carinho que gostariam de partilhar com filhos e netos. D. Silvia sente falta de saber como estão os filhos e os quatro netos, hoje residentes fora de Bragança. Ela não sabe dizer ao certo se eles têm conhecimento de que ela vive ali. Ela já morava sozinha em Bragança há alguns anos, quando, por causa de problemas com artrose, precisou parar de trabalhar e passou a necessitar de cuidados, pois já não conseguia mais se virar sozinha. Foi quando o asilo a acolheu.

FaltaD. Silvia nasceu em Bueno Brandão. Veio morar em Bragança aos 15 anos. Por aqui se casou e criou os dois filhos, únicos que “vingaram”, dos oito que ele teve. “Não sei o que acontecia, ficavam grandinhos, morriam. Só os mais novos viveram”, conta. Quando o caçula 7 anos e o mais velho 12, ela e o marido se separaram. Daí em diante passou a criar os filhos sozinha, como muitas outras mulheres de sua geração. Logo os filhos também precisaram começar a trabalhar, para contribuir com o sustento da família. Aos poucos cada um foi dando o próprio rumo à vida e D. Silvia passou a viver sozinha. “Eu morei com o mais velho quando ele casou. Ele fez uma casinha pra mim no fundo da casa dele, fiquei uns três anos com ele, até que ele preci-sou vender a casa e eu precisei sair. Depois disso os dois foram morar em Santos. Eu acabei indo também, mas voltei pra Bragança para trabalhar. Sempre fiz faxina. Hoje um ainda mora em Santos, o outro mora em Itatiba. Foi a prefeitura que me trouxe pra

cá. Depois da artrose eu não andava mais, então precisei vir. Meus filhos ainda não vieram me ver. Acho que sabem que estou aqui, nem sei direito. Eu sinto falta que venham me visitar, eles e meus netos”, desabafa. Segundo Jefferson, a direção do asilo tentou entrar em contato com a família de D. Silvia, mas não obtiveram retorno. D. Silvia adora usar bijuterias, prin-cipalmente anéis. Gosta tanto que usa um em cada dedo das mãos. As cuidadoras sabem disso e sempre levam algo novo para ela.

Brinco e pergunto se elas levam esses presentes porque sabem que ela gosta ou se é porque gostam de paparicá-la. Ganho o primeiro sor-riso. “Não sei”, ela diz, com aparente timidez. Jefferson conta que D. Silvia adora fazer graça

com as moças que trabalham na insti-tuição. Para idosos como ela, que não recebem visita, os funcionários do lar se tornam a família que conhecem, ou que passam a conhecer. “Sempre comemorei o Dia das Mães com meus filhos. Depois que vim pra cá não passei mais com eles. Comemoro com quem está aqui.”, fala.

SaudadePergunto a D. Silvia o que ela falaria aos filhos, se tivesse oportunidade. “Eu diria que estou com saudade. Que queria poder dar um abraço neles, dar um beijo. Gostaria de ver meus filhos”, diz. De acordo com Jefferson, haverá festa no domingo, feita pela comuni-dade, em comemoração à data. Assim como D. Silvia, diversas outras senho-ras que também não recebem visita da família, não perdem a esperança de que os filhos apareçam para lhes fazer uma surpresa no Dia das Mães. “Tem parente que vem até a recepção, mas não entra pra ver o idoso, pra dizer um oi. Elas estão falando menos hoje, depende muito do dia. Acho que porque está perto do Dia das Mães, ela vão ficando mais tristes”, analisa. Para a equipe que trabalha no Asilo São Vicente de Paulo, o mais difícil é suprir a necessidade de afeto dos velhinhos. Todas as tarefas diárias como café da manhã, banho, almoço, café, atividade de lazer, são cumpridas com base em um cronograma a fim de deixá-los preparados e à vontade para o período da tarde, que é o ho-rário de visitas. Das 77 pessoas que vivem ali, apenas 8 são particulares. A grande maioria é assistencial e está sozinha no mundo, sem família ou alguém que zele por eles. Toda a responsabilidade fica por conta do asilo. “Temos necessidades financeiras, mas também de um grupo efetivo de voluntários que realize atividade de recreação com eles. Para eles, o afe-to é o que mais faz falta. As pessoas passam pela porta do asilo e parece que têm medo de entrar, como se isso estivesse muito distante da realidade delas. Envelhecer é o destino de todo mundo, a não ser que venham a falecer cedo”, avalia.

colaboração sHeL aLMeiDa

Tem parente que vem até a recepção, mas não entra pra ver o

idoso, pra dizer um oi

Jefferson coordenador do asilo

D. Silvia vive há 3 anos no Asilo São Vicente de Paulo. Desde então os filhos não vieram visitá-la.

Vaidosa, D. Silvia não dispensa os anéis. Sempre ganha algum novo das cuidadoras.

D. Silvia se sente acolhida pela equipe de cuidadoras do asilo mas, no Dia das Mães, gostaria de ver os filhos.

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Numa época em que o tempo é o bem mais precioso que uma pessoa pode ter, torna-se cada vez mais

comum o fato de idosos ficarem sob o cuidado de instituições ou profissionais de saúde. Se antes a família era constituída pela figura do pai provedor e da mãe que permanecia no lar cuidando de crianças e idosos, essa realidade mudou. Não só as mulheres passaram a ter uma vida profissional fora do lar, como também a expectativa de vida dos idosos aumentou. O resul-tado disso é que a função de cuidador foi delegada à outras pessoas que não filhos ou parentes. É verdade também que muitos idosos se mantêm ativos e independentes, con-tinuam trabalhando e vivendo sozinhos. Mas, em dado momento, mesmo estes precisarão de alguém para auxiliá-los com as tarefas do dia-a-dia. Foi assim com a senhora Ana Teixeira. Aos 65 anos, ela vive há três meses no Asilo São Vicente de Paulo. D. Ana tem dois filhos e uma filha e se mantinha ativa até o ano passado quando, por causa de problemas de saúde, precisou de cuidados. “Eu morava com meu filho mais novo. Mas minha casa tem escada, não dá mais pra eu ficar lá. Minha filha mora em São Paulo, queria que eu fosse com ela pra lá, mas não gosto de São Paulo. Minha filha entrou em depressão quando eu vim cá, mas eu estou bem aqui, estou sossegada. As meninas aqui gostam muito de mim”. Assim como em muitos outros casos, D. Ana chegou a um momento da vida em que precisou tomar uma decisão. Ela decidiu ficar no asilo.

Escolha“Foi meu filho que arrumou pra eu vir, porque ele precisa trabalhar e não pode cuidar de mim. Meu filho mais velho morava fora, voltou pra Bragança pra ficar mais perto de mim. Minha filha mora em São Paulo, mas agora eu vejo ela mais vezes do que quando ela morava em Bragança. Aqui a vida dela era corrida demais. Meu filho percebeu que era melhor pra mim ficar aqui. Antes eu ficava em casa o dia todo sozinha e só chorava. Agora eu não fico mais sozinha e não choro mais”, explica. D. Ana conta que a vida toda os filhos foram sua única família. Ficou casada por apenas sete anos e a partir de então foi mãe e pai. “Quando meu marido foi embora, eles eram pequenos. Eu ralei pra criar sozinha os meus filhos. Aonde eu ia os três iam junto. Sou de família grande, mas não tive apoio. Eu não deixava meus filhos nem na casa da minha irmã. Hoje minha filha fala que eu fui muito rígida com eles, que não deixava os meninos nem soltar uma pipa na rua, não deixava ela ir pra casa das amigas. Mas era preo-cupação, queria mantê-los perto de mim, protegidos”. Hoje D. Ana recebe visita dos filhos todo final de semana e da filha a cada 15 dias. Ela diz que cada um vem em um horário diferente para poderem ficar com ela mais tempo. “Eles ficam com ciúmes, cada um quer que eu dê atenção só pra ele”, diz. D. Ana conta que os filhos tiveram uma infância sofrida. “As vezes eles queriam brinquedo e eu não tinha dinheiro pra comprar. Quando eu era solteira eu tinha

joia, adorava. Precisei vender, vender cortina que eu tinha em casa pra manter meus filhos. Sempre gostei de trabalhar, sou costureira. Uma vez meu filho queria um boneco do He-Man e eu não tinha dinheiro pra comprar. Eu tinha um conjunto jeans de casaco e saia que uma mulher queria comprar de todo jeito. Vendi pra ela o conjunto, deixei as crianças na escola vim

pra Bragança pra comprar. Nessa época eu morava em Extrema. Quando fui buscar as crianças na escola e dei o boneco pro meu filho, ele não se continha de alegria. Mostrava pra todo mundo e dizia que foi a mãe dele que tinha comprado. Até dormia com o boneco.

Acho que ele tem esse boneco guardado até hoje”. No domingo D. Ana aguarda os três filhos para a festa de Dia das Mães. “Minha filha e meu genro já falaram que vem. Meu filho mais velho veio semana passada e eu já cobrei que quero ele e o irmão aqui também. Mãe tem saudade dos filhos. Já falei pra eles que não quero presente, quero a presença”.

SozinhaEm casos bem diferentes do de D. Ana, existem mulheres vivendo no Asilo São Vicente de Paulo que não tiveram filhos. É o caso da senhora Leontina Bueno de Souza, conhecida como D. Marta, de 77 anos. Há sete anos vivendo no lar de idosos, D. Marta nunca se casou. Nascida em família de muitos filhos, a maior parte de suas irmãs já faleceram. Segundo ela, ainda estão vivos um irmão que “é bem velhinho e a filha cuida dele” e uma irmã mais nova. “Minha irmã é muito boa, ela faz tudo pra mim. Qualquer coisa que eu quero é só ligar que ela já vem”, fala. Assim como outros idosos, D. Marta é nostálgica e fala muito sobre o passado, talvez da época da vida que tenha sido mais feliz, ou que tenha mais saudade. “Minha mãe teve oito filhos, só dois homens. A gente trabalhava na lavoura pra ajudar. Meu pai morreu quando eu ainda era menina pequena. Lembro dele na cama e quando eu olhava pela porta do quarto ele dava com a mão pra eu ir embora”, recorda. Quando lhe pergunto sobre sobrinhos, ela ignora e volta a falar das irmãs. “Quando eu nasci eu era doentinha, só chorava. Até hoje, por qualquer coisa eu choro. Tenho muita saudade, muita saudade das minhas irmãs, que até água pelos olhos corre”, emociona-se. “Minha geração de gente tá acabando”, diz. Sobreviver no asilo ela diz: “Graças a Deus eu estou bem aqui. Durmo em boa cama, arrumo minha cama sozinha”. De acordo com o coordenador Jefferson Donizete Bueno, boa parte dos idoso que vivem no local se sentem sozinhos e nostálgicos como D. Marta. E mesmo para aqueles que, como ela, que não tiveram filhos, a equipe de funcionários, em especial as cuidadoras, tornam-se filhos e netos. “A festa que estamos programando para o Dia das Mães é para todas, as que têm filhos e as que não têm e também para as funcionárias, já que muitas delas também são mães e estarão aqui no dia cuidando das nossos velhinhos”.

colaboração sHeL aLMeiDa

Mãe tem saudade dos filhos. Não

quero presente, quero a presença

D. Ana

Idosos sozinhos como D. Marta é um dos perfis mais frequentes de moradores do lar de idosos. Funcionários se tornam família.

D. Marta não se casou e não teve filhos. Ela vive no Asilo há sete anos e sente muita falta das irmãs

Dormitório Feminino do asilo

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Muitas mulheres, por opção ou por conta dos rumos que a vida toma, não têm filhos. No entanto, é comum que algumas acabem

exercendo o instinto materno com sobri-nhos, ou mesmo com filhos de patrões. Dão carinho, afeto, ajudam a cuidar e a educar e depositam nessas crianças o amor que dedicariam a um filho ou uma filha. As memórias de D. Angelina Siqueira Cesar são mais ou menos assim. Ela ajudou a cuidar de muitos filhos dos outros. Aos 83 anos, solteira e sem filhos, D. Angelina está há dois meses vivendo no Asilo São Vicente de Paulo. Sua estadia ali continua em fase de adaptação. “Eu ainda não acos-tumei muito bem. Gostaria de morar com a família. Mas é bom aqui, com a idade a gente gosta de ficar sossegada”, ela diz. D. Angelina passou a vida com as irmãs ou trabalhando em casas de família. Nos últimos tempos estava morando na casa de um dos sobrinhos. “Mas a situação pra ele também estava complicada então ele me trouxe para morara aqui”, explica. De acordo com o coordenador do Asilo, Jefferson Donizete Bueno, muitos outros senhores e senhoras têm histórias similares à de D. Angelina. Sempre foram pessoas independentes e não formaram a própria família. Conforme a família de origem - pais e irmãos - vai falecendo, eles vão ficando sozinhos. Os demais moradores e a equipe de funcionários do asilo acabam por tornam-se as suas famílias no fim da vida.

Lembranças“Eu sou da redondeza de Bragança. Tenho família grande, em casa éramos todas mulheres. Cresci trabalhando no cafezal, com a enxada. No tempo de jovem fui pra São Paulo pra trabalhar de doméstica. Não casei porque não encontrei ninguém, conheci alguns rapazes, mas não tive sorte, não valia a pena, aí eu não quis também. Sempre fui independente”, lembra D. An-gelina. “Em São Paulo, trabalhei em muitas casas de família, as patroas me adoravam, as crianças me adoravam. Sempre fiz mui-ta amizade com as crianças, eu cuidava bem, dava carinho. As patroas saiam e deixavam as crianças comigo, confiavam em mim”, conta. Pergunto se ela manteve contato com alguma das crianças que ajudou a criar, ela diz que não e abaixa a cabeça. Parece que está submersa em seus próprios pensamentos. De repente volta a falar bastante sobre o passado e retorna às mesmas histórias. Relembra a vida ao lado das irmãs, a juventude em São Paulo trabalhando em casas de família e dos sobrinhos. “Minhas irmãs casaram, eu não casei. Eu vivia entre Bragança e São Paulo. Quando estava na casa delas eu ajudava a cuidar dos sobrinhos. Agora só fiquei eu, não tenho mais irmãs. Eu fiquei muito sozinha. Minha sobrinhada hoje também já tem filho moço, filha ca-sada”, fala. Sobre o Dia das Mães, ela diz que não tinha costume de comemorar, mesmo mantendo uma espécie de relação maternal com os filhos das patroas e os sobrinhos. “Minhas patroas eram as mãe, minhas irmãs eram as mães, eu só ajudava a cuidar”, ela responde. Pergunto se ela gostaria de receber a visita dos parentes no próximo domingo. “Depende da von-tade deles, se quiserem vir. Eu não forço. Meu sobrinho veio me visitar uma vez, falou que vinha toda semana, não veio”. A conversa termina quando se aproxima

a hora do almoço e os funcionários come-çam a buscar os idosos para fazerem a refeição. D. Angelina diz que não está com vontade de comer, mas que vai descansar um pouco no quarto. Se despede, calada.

VisitasDe acordo com Jefferson, as realidades dentro do Asilo são muitas. Alguns mo-radores estão ali por opção, mesmo com a família por perto. Outros vão para lá e perdem totalmente o contato com a família. Há ainda os que não têm família alguma, mas que às vezes recebem visita de amigos e conhecidos. Jefferson explica que no período da tarde as portas do Asilo São Vicente de Paulo estão abertas para que quiser visitar os velhinhos e velhinhas. “Todos os dias, de segunda a domingo, das 13h às 17h”, fala. Outra forma de atrair visitas são

as missas, realizadas na Capela do próprio asilo e que acontecem às 9h15 das terças-feiras e às 18h dos sábados, sempre abertas à população. Como forma de atrair visitantes, entreter os moradores do local e ainda arrecadar fundos para manutenção do lar de idosos, o Asilo São Vicente de Paulo realiza alguns projetos no de-correr do ano. Alguns são bem conhecidos, como a Festa Junina, que em

2013 contará com a 59º edição, e o ‘Show de Prêmios’ que acontece todo segundo sábado do mês. Há ainda um projeto de música com apresentação de artistas, que acontecerá em um final de semana por mês e um projeto chamado ‘Casa das Flores’ que prevê a visita de escolas. Os idosos plantarão flores e as crianças poderão levá-las pra casa. A intenção do projeto é estimular as visitas e fazer com que as crianças, através do cuidado que precisarão ter para manter as flores, percebam a importância de se cuidar bem dos idosos. “O Asilo precisa de recursos financeiros para se manter. Tem-se uma falsa ideia de que, como temos alguns moradores particulares, não precisamos de doações. Mas dos 77 idosos vivendo aqui, apenas 8 são particular, os demais são todos assistencial. E muitos dos que estão aqui já estão bem debilitados, não saem da cama, precisam de cuidado integral. Aqui recebemos os idosos de nível 2 e 3, aqueles que necessitam de mais cuidados, que já não são mais independentes. Muitos estão em cadeira de rodas, os que ainda conseguem andar têm muita dificuldade e precisam do auxílio de bengalas”, explica. “Mas tão importante quanto os recursos financeiros, o que falta muito aqui são visitas, voluntários e afeto”, conclui.

No momento o que o Asilo São Vicente de Paulo mais tem precisado é de leite. Para contribuir, você pode levar sua doação diretamente à instituição, que fica na R. Albino Dantas, 220, ao lado do Jardim Público ou ligar para o número 4033-0545. Além disso, durante todo o ano, o Asilo aceita doações em dinheiro, ou em materiais, como roupas, móveis e até mesmo materiais para reforma, já o local está passando por adaptações físicas. Aos sábados há ainda a venda de Feijoada Completa, das 11h às 14h. As encomendas precisam ser feitas antecipadamente pelo mesmo telefo-ne. Existem muitas formas de ajudar, escolha a sua!www.facebook.com/asilosaovicen-tedepaulo

colaboração sHeL aLMeiDa

Eu ainda não acostumei muito bem.

Gostaria de morar com a família. Mas é bom aqui, com a

idade a gente gosta de ficar sossegada

D. Angelina

Alguns moradores do asilo, como D. Angelina, perderam totalmente o contato com a família.

D. Angelina está no asilo há dois meses, mas ainda não se adaptou. Ela não teve filhos, mas ajudou a cuidar dos sobrinhos

Missa na capela do próprio asilo, acontecem às 9h15 das terças-feiras e às 18h dos sábados, sempre abertas à população

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A liberdade é a possibilidade e, ao mesmo tempo, o resultado das es-colhas que fazemos todos os dias. Com um pouco de exagero pode-

-se dizer que a liberdade surge como uma exigência a qual, infelizmente, nem sempre conseguimos cumprir.As infinitas possibilidades diárias são con-troladas pela posição que assumimos e pelo papel social que desempenhamos, desde o momento em que nascemos no mundo, desde a nossa presença física no mundo, e para o mundo, desde o momento que temos consciência de nosso papel no mundo. As inúmeras situações que experimentamos exigem respostas e estas cobram respon-sabilidades de todos nós. No entanto, nem sempre é fácil ou possível ter plena consciência de ambas já que não somos educados para tanto, ou seja, as instituições que deveriam nos apresentar estas ideias, dentre elas a família e a escola, não se preocupam mais

com estas questões. É preciso que tenhamos a consciência de que o ensinar valores de liberdade e de responsabilidade em nada se parece com as disciplinas impostas aos brasileiros ao longo da ditadura militar. Quando pensamos nas ideias acima, na liberdade e na responsabilidade, perce-bemos que as nossas decisões e escolhas, conscientes ou inconscientes, podem nos levar a liberdade ou a domesticação.A escolha por qual dos caminhos iremos tomar depende de uma resposta coletiva que contemple o maior número de demandas sociais, políticas e econômicas que um país como o Brasil apresenta. Este processo não é fácil nem mesmo breve, mas é absoluta-mente necessário se analisarmos o quadro político que comanda o país.Cabe, por hora, nos perguntarmos por qual quadro social devemos começar. Uma sugestão é pensarmos a educação brasileira que parece ser concebida pro-

positalmente para ser algo desagradável e sem sentido prático, o que leva as crianças e adolescentes, desde muito cedo, a ver a escola como uma mera formalidade. Uma longa e chata formalidade.O espírito criativo e alegre das crianças é pouco a pouco domesticado, controlado e apagado. A própria palavra aluno, que significa ser sem luz, nos dá uma visão de como as pessoas responsáveis pela edu-cação brasileira pensam nossas crianças. Seu espírito e vivacidade são sufocados por regras de disciplina questionáveis e aplicadas, muitas vezes, de forma injusta e arbitrária, em uma busca por resultados que nada tem a ver com a realidade da maioria da população brasileira. Para os adolescentes a idéia é a mesma. Um período cheio de dúvidas, de esperanças e de descobertas é visto como algo distante da escola, afastando-os de uma instituição que deveria acompanhar esta nova fase

de uma maneira aberta, discutindo temas como sexualidade, primeiro emprego, entre outros tantos, ajudando a formular uma visão de maturidade e de cidadania, ou seja, é difícil acreditar que a educação e a escola brasileira possuem outra função que não a domesticação de crianças e jovens para favorecer sabe-se lá quem.A tomada de responsabilidade e seu colocar--se no mundo, posições que compõem a liberdade, encontram-se distantes da rea-lidade da educação brasileira e, sem isso, o que esperar destas crianças e adolescentes quando se tornarem adultos quando pensa-mos nas atribuições que eles possuirão? Que tipo de comportamento social assistiremos quando esta geração for a responsável social sem ter a noção clara do que seja liberdade e responsabilidade?Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: [email protected]

Por PeDro MarceLo GaLasso

Nossas Escolhas

por FeLiPe GonçaLves

Senti-se especial

Aprendendo a escolher

Num pleno e ensolarado sábado à tarde, eu estava caminhando pelas ruas da cidade e encontrei um amigo que não o via à muito

tempo, aqueles amigos de escola que você lembra pelas brincadeiras, pelas sessões de estudo, pela algazarra que fazíamos aos 10 anos de idade, lembramos destes amigos por uma amizade mais pura.......fiquei super feliz quando o vi saudável e bem, e espontaneamente perguntei a ele.:- Como está meu amigo ? Quanto tempo ! Moramos na mesma cidade e estamos à anos sem nos ver, afirmei.Com um olhar em declínio e uma voz quase silenciosa respondeu.:- Caminhando e você ?De certo estávamos caminhando, literal-mente, mais confesso que não esperava esta devolutiva tão entristecida, since-ramente esperava um “ Estou ótimo “, “Estou bem”, algo mais convencional, mesmo que seja superficial.Acredito que todos nós nos deparamos com alguém querido ou até mesmo um conhecido, que mostra-se através de seu olhar, de suas palavras, de sua postura.....uma certa carência.Sentir-se carente é algo que acontece com todos os seres humanos, a carência afetiva pode ser mais ou menos intensa, pode durar um período curto ou longo, algumas pessoas vivem no estado de ca-rência uma vida inteira.Na nossa luta diária, parece que é impos-sível viver bem consigo mesmo e com as pessoas, ninguém dá atenção a ninguém, às vezes as pessoas olham para seus olhos enquanto conversam, mostram uma aten-ção disponibilizada, mais ninguém garante que realmente estão ali, de corpo e alma.Ninguém mais diz: “Puxa, como você é importante para mim”. E é aí que começam as carências, come-

çam os conflitos. O Especialista em Análise Transacional Cecílio Kherma, diz que: “Quando você não estiver entendendo o que está acon-tecendo com alguém, pense em termos de carícias”. Assim:• Um adolescente pode usar drogas como forma de dizer aos pais: “Preciso de sua atenção”. • Uma jovem tem atos de rebeldia por talvez estar precisando de alguém que lhe diga: “Você é muito inteligente”.• Um universitário que vive estressado para tirar a nota máxima pode estar so-frendo da necessidade de que alguém lhe fale: “Eu amo você independentemente da nota que você tirar”. • Um funcionário exemplar que começa a atrasar pode estar dizendo: “Eu não me sinto importante aqui”. • Uma pessoa que se tranca no quarto para ficar horas na internet pode estar totalmente incapaz de criar um vínculo afetivo pessoal. • Uma mulher linda que começa a ficar desleixada pode estar precisando ser vista como competente. • Uma mãe com crise de alergia sem uma causa aparente pode estar dizendo que sente falta de carinho. Quando alguém, em qualquer lugar, tiver um comportamento que não faz parte do seu jeito de ser, pode estar falando bem alto: “Preciso me sentir importante para você!”. O corpo perde o viço, o olhar perde o brilho, a pessoa não consegue se sentir impor-tante para quem ama ou quem considera importante e admira. Quando uma pessoa estiver agindo de mo-do autodestrutivo, em conflito, é preciso descobrir de que tipo de carícia ela está precisando.

Descobrir e dar a carícia essencial de que esse indivíduo precisa é a melhor maneira de esvaziar o comportamento distorcido dele, fazer com que ele volte ao eixo. E, sem dúvida, é a melhor maneira de ajudá-lo. Vejo que neste mundo de cobranças desu-manas as pessoas precisam, mais do que nunca, se sentir importantes e reconhecidas naquilo que fazem de melhor. Quando esses sintomas aparecem, é hora de você agir, de sair do próprio umbigo e olhar para o outro com generosidade, e descobrir como você pode ajudá-lo a ser feliz. Neste mundo, está fácil dar todo tipo de presente, do eletrônico que o filho pede, a rosas para a mulher que se quer conquistar. O que não se encontra facilmente é alguém que nos ajude a nos sentirmos especiais. E você pode ser essa pessoa na sua família, no seu trabalho, na sua roda de amigos. Você pode fazer a diferença e viver bem com aqueles que ama, com as pessoas que são realmente importantes para você. Quando você se sentir carente, volte seu olhar para os outros setores de sua vida e perceba o quanto está perdendo em qua-lidade de vida afetiva. Preste atenção em:•Sua família - seus pais, por mais que vocês tenham problemas de convivência, demonstram o amor das mais variadas formas: fazendo aquela comida gostosa, cuidando da organização e sustento da casa, se interessando por seu bem estar. Abra seu coração para esse carinho silen-cioso, saiba receber e retribuir. Reconheça o afeto contido nas pequenas atitudes. •Seus filhos - pequenos ainda, ou adoles-centes e mesmo já adultos, demonstram seu carinho com uma brincadeira, dividin-do um segredo, partilhando uma alegria, demonstrando confiança. •Seus amigos - o convite para uma festa, a declaração de amizade, o ombro oferecido

sem outro interesse a não ser amparar você ou a busca de seu ombro confiando problemas. • Seus colegas de trabalho ou de colégio/faculdade - a ajuda prestada numa matéria ou a orientação sobre as diretrizes da empresa são uma atitude generosa, o convite para o almoço ou para a balada demonstrando que sua presença é querida... Se você aprende a reconhecer nos pequenos gestos uma atitude afetiva, você passa a se sentir muito mais suprido e feliz, mas tão importante quanto sentir-se nutrido por colegas, amigos, familiares e filhos, é aprender a nutrir a si mesmo, valorize suas qualidades e aprenda a reconhecer as coisas legais que você faz, a pessoa bacana que você é! Aprenda a dar a você mesmo pequenos presentes, desde uma xícara gostosa de café até uma merecida viagem de férias, mas faça isso com cons-ciência, sem ligar o “piloto automático”, enquanto estiver preparando seu café, curta esse momento, perceba que você pode se afagar quando curte o prazer de deitar em lençóis cheirosos ou quando prepara a pipoca para assistir àquele filme que queria tanto ver.Amar e sentir-se amado é fórmula para resolver nossos problemas, a vida parece ficar mais leve e colorida quando somos amados e amamos, este sentimento ajuda em nossos trabalhos, melhora nossa qua-lidade de vida, nossos relacionamentos e nosso auto estima, sinta-se amado, ame !Tenha uma boa vida !

Felipe GonçalvesGraduado em Química, MBA em Supply Chain, Especialização em Desenvolvimen-to de Líderes, Mestrando em Engenharia Química, Profissional Corporativo e Pro-fessor Universitário. E-mail:[email protected]

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Sexta 10 • Maio • 2013 Jornal do Meio 69114 Seu sorriso COM saúde

A queilite actinica (do grego kheilos= lábio; actínico = danos causados pelos raios ultravio-

leta) é uma alteração principalmente dos lábios inferiores, já que estes são expostos constantemente ao sol. Esta lesão acomete preferencialmente pes-soas de pele clara e é mais comum em pacientes mais velhos que se expuseram ao longo da vida à radiação ultravioleta, ou ainda, pessoas de meia idade com exposição intensa ao sol sem proteção, principalmente por exercerem atividades profissionais externas como agricultores, sitiantes, vendedores ambulantes, espor-tistas, pescadores, etc.. Esta exposição do lábio aos raios ultravioletas causa efeitos e danos cumulativos. Considerada uma doença potencial-mente maligna, podendo evoluir para Câncer de lábio inferior (Carcinoma Epidermóide) assim como acontece com Ceratose actínica (lesão de pele também causada pelo sol) deve ser corretamente identificada e tratada afim de prevenir--se à transformação maligna em tempo de melhorar o prognóstico e evitar as sequelas, danos estéticos e funcionais nos pacientes envolvidos.Seus aspectos clínicos variam desde a descamação crônica do lábio, podendo apresentar ulceração (“feridas” que demo-ram à cicatrizar), áreas esbranquiçadas

(leucoplasias), edema do lábio inferior (“inchaço”), perda do limite da linha do vermelhão do lábio, popularmente chamado de “linha do batom” e perda de elasticidade do lábio. Estes achados podem acontecer no paciente de forma isolada ou em conjunto.O tratamento baseia-se principalmente na gravidade da lesão estabelecida, após uma consulta detalhada, o estomatologis-ta poderá indicar o melhor tratamento para o paciente, podendo variar desde tratamento cirúrgico (vermelhonectomia ou remoção cirúrgica do vermelhão do lábio inferior), criocirurgia (cauterização pelo frio com nitrogênio liquido), abla-ção (com laser de CO2) e casos mais brandos e iniciais com filtros solares e medicamentos tópicos. Quaisquer que tenham sido as formas de tratamento escolhidas, os pacientes precisam ser acompanhados por longos períodos , sendo altamente recomendável medi-das preventivas de exposição ao sol, como o uso de protetores labiais com bloqueadores de raios ultravioleta, uso de chapéu com aba larga e diminuição no tempo de exposição ao sol. Procure seu dentista para o diagnóstico e orientações.Dr. Alexandre ThomazCRO/SP: 42.905Mestre e Especialista em Estomatologia.

inForMe PuBLicitário

Dra. Luciana Leme Martins KabbabeCRO/SP 80.173Dra. Mariana Martins Ramos LemeCRO/SP 82.984Dra. Maria Fátima Martins ClaroCRO/SP 18.374Dr. Luis Fernando Ferrari BellasalmaCRO/SP 37.320 Dr. André Henrique PossebomCRO/SP 94.138

Dra. Juliana Marcondes ReisCRO/SP 70.526Dra. Helen Cristina R. RibeiroCRO/SP 83.113 DR. Luis Alexandre ThomazCRO/SP 42.905

Praça Raul Leme, 200 – salas 45/46/49 Edifício Centro Liberal. Telefones: 11 4034 – 4430 ou 11 4034 – 1984

COM - Centro Odontológico Martins

Fomos a última geração que fazia canções mais transgressoras. Rolava uma abertura maior para bandas com letras ferozes e riffs

fortes. Atualmente, a indústria fonográ-fica, amedrontada pela pirataria, prefere investir em fórmulas fáceis de vender. É uma pena”, declara Canisso, baixista do Raimundos. Grupo que se manteve na ativa desde os anos 1990, com Digão assumindo o micro-fone depois da saída do vocalista Rodolfo --que virou evangélico--, Raimundos está de volta às radios e aos shows lotados. Mas esse renascimento passa longe de tiozinhos saudosistas. “A grade da plateia dos shows é dominada 90% por garotos de 15 anos. É gratificante!”, exalta Canisso. “Essa melação pop de Restart e genéricos eu não aguento ouvir de jeito nenhum”, brada o estudante Fernando Costa, 14, que fala de bandas brasileiras como se estivesse numa rodinha de amigos há 20 anos. “Tinha despontado o Charlie Brown, rolava Rumbora, era uma época de bandas com letras muito mais diver-tidas, escrachadas. Hoje eu não sinto a mesma pegada”, declara o estudante Felipe Holanda do Nascimento, 21, que visita frequentemente os estúdios da rádio UOL 89 FM e tem pavor de rock bonitinho demais. mudança de gênero Até hoje o paulistano Gabriel de Souza Shon, 25, consegue se lembrar do dia em que voltou do colégio, em 2006, e ligou o rádio. Tomou um susto que deu um nó em sua garganta roqueira. “Ouvia a 89 FM direto, era a trilha sonora do meu dia a dia. Do nada, começou a tocar dance music.

Chocante, tinha virado uma rádio pop!” Após um período em que mudou radi-calmente seu estilo musical, a emissora famosa como “a rádio rock” voltou ao gênero. Além de se manter no dial, passou a ser hospedada na internet com a marca UOL 89 FM. “Esperávamos atender somente um pú-blico na faixa dos 35 anos, saudosista dos anos 1990. Mas nos surpreendemos com o grande número de adolescentes que nem era nascido no auge da emissora e hoje prefere ouvir bandas daquela época. E o ibope está respondendo com sucesso”, afirma Ricardo Dutra, diretor de marke-ting do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha. É gente como Shon e outros adolescentes que ainda usavam fraldas enquanto os shows do Raimundos agitavam rodinhas de pogo ao som de “Quero Ver o Oco”. Falta de transgressão nas letras, melo-dias sobre o amor e o visual meigo da maioria das bandas brasileiras de hoje são reclamações de uma legião de teens fãs das mesmas bandas da adolescência de Shon. Inclusive sua irmã Heloísa, 18, que tinha só dois anos quando o Planet Hemp foi detido pela polícia, acusado de apologia às drogas. “Até gosto de algumas bandas atuais, mas acho quase sempre bobinhas. Prefiro ouvir Raimundos, Planet Hemp e Charlie Brown Jr.”, afirma a garota. Outro termômetro que atesta essa tendên-cia no gosto dos adolescentes é a presença desses grupos nos grandes festivais de música. No próximo dia 31, o Planet Hemp fecha a noite do palco Butantã no Lollapalooza Brasil, em São Paulo.

por DaniLa Moura/FoLHaPress

Rock do Século passado

Lesões de lábioPrevenção e Tratamento

Escritor e músico Tony Bellotto, 52 anos, na sede da editora “Companhia das Letras” no bairro Itaim em São

Paulo. Tony lança seu novo livro “Machu Picchu”

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A atualidade de Heidegger “Heidegger está à altura do nosso tempo. Para questões fundamentais de nossa época, ele é mais adequado que o próprio

Nietzsche.” É assim que Oswaldo Giacoia Jr., professor de filosofia da Unicamp e autor de vários estudos sobre Friedrich Nietzsche (1844-1900), explica sua recente dedicação a Martin Heidegger (1889-1976). Um dos frutos desse interesse é o livro “Heidegger Urgente - Introdução a um Novo Pensar”, do selo Três Estrelas, que se propõe a apresentar o filósofo ao público leigo e a discutir a atualidade de suas ideias. “É ‘urgente’ no sentido de necessário”, diz Giacoia sobre o chamado filósofo da Floresta Negra. Do começo ao fim do livro, o autor enfatiza a importância e a peculiaridade de Heidegger, considerado um dos pensadores mais relevantes dos últimos tempos. De acordo com estudiosos, Heidegger se destaca por tentar responder por que existe o ser em vez do nada, isto é, por que existem algumas coisas em vez de coisa nenhuma. Giacoia reconhece o valor dessas medi-tações de Heidegger, mas o professor da Unicamp está particularmente interes-sado nas discussões sobre a tecnologia moderna. “Sua reflexão acerca da técnica é ‘sui generis’, e não podemos pensar a época contemporânea sem a técnica. Ela se es-palhou como lógica planetária, e parece que não vê nenhum tipo de limite.” Enquanto diversos filósofos pensaram a tecnologia como instrumento a serviço do homem (para o bem ou para o mal), Heidegger a caracterizou como uma espécie de mecanismo de criação. Para Heidegger, porém, a tecnologia, em

sua forma moderna, provoca, de certa maneira, uma distorção nesse mecanis-mo, que termina por exercer um controle cada vez maior sobre a natureza. Seu exemplo clássico é a geração de energia. Se, no passado, as pás de um moinho eram movidas pela passagem do vento, hoje uma hidrelétrica barra o curso das águas e põe o rio à disposição da criação de eletricidade. O problema é que o controle do homem sobre esse processo poderia ser uma ilusão ingênua. O desenvolvimento da tecnologia atômica e o fenômeno das mudanças climáticas são dois exem-plos que jogam a favor do argumento heideggeriano. Embora a discussão sobre a tecnologia moderna conste sobretudo dos escritos mais tardios do filósofo alemão, o livro “Heidegger Urgente” abrange a chamada primeira fase do pensador, na qual ele produziu “Ser e Tempo”, sua obra de maior destaque. “É um erro achar que o primeiro Heidegger esteve alheio a questões da técnica”, diz Giacoia, que reserva boa parte do livro à apresentação dos conceitos do alemão. “Uma tarefa difícil”, reconhece o pro-fessor da Unicamp. “O pensamento de Heidegger é hermético, e falta o recuo histórico para haver decantação até de seu léxico.” Além da parte conceitual, “Heidegger Urgente” ainda traz uma apresentação do contexto filosófico e da vida do pen-sador alemão, com comentários inclusive a respeito de sua polêmica ligação com o nazismo.

Heidegger urgenteAutor: Oswaldo Giacoia Jr. Editora: Três Estrelas Quanto: R$ 29,90 (144 págs.)

por caDÃo voLPato/FoLHaPress

Filósofo alemão Martin Heidegger

Foto: Divulgação

Volume apresenta ao leitor leigo os conceitos do filósofo, autor de “Ser e Tempo”, e discute urgência de sua obra

antenado

O buquê da noiva merece uma

atenção especial e deve ser feito

por mãos habilidosas de um floris-

ta especializado, sendo ele a verdadeira

jóia de uma noiva! O buquê encanta os

convidados com seu toque jovial e alegre!

O buquê só pode ser escolhido depois de

saber qual o vestido de noiva que você vai

usar, qual o sapato, o véu, penteado e ou-

tros. Mesmo assim, o buquê do casamento

é um item bastante especial, pois quando

bem escolhido, complementa o visual da

noiva. Existem várias opções de buquê,

de combinações de flores e acessórios que

fazem parte do estilo da noiva.

O fator principal para a escolha do

buquê de noiva ideal é a personalidade

da noiva. Para noivas conservadoras,

a dica são buquês clássicos, como os

brancos, com poucas flores e delica-

dos. Para as noivas mais modernas, o

buquê pode ser com cores vivas, lilás,

vermelho, amarelo, ou composto com

várias tonalidades.

O mais comum é o buquê redondo. Este

buquê deve ter um formato cheio em

um arranjo compacto. Prefira usar os

botões ao invés de flores abertas, pre-

enchendo o restante dos espaços com

flores miúdas, para dar delicadeza ao

conjunto. O acabamento pode ser feito

com fitas e brilhos que são colocados

de forma estratégica pelo florista para

a noiva brilhar ainda mais!

Vestidos mais elaborados com bordados,

pedem um buquê mais simples. E se o

vestido for muito simples, o buquê deve

ser mais elaborado e com um toque de

cores. Casamentos realizados no verão

e ao ar-livre combinam com folhagens

verdes junto ao buquê. A dica para

as flores do buquê é escolher flores

da época, pois além de mais fáceis de

encontrar, custam menos.

Sobre a tão aguardada hora de jogar o

buquê para as convidadas que desejam

encontrar um par, a noiva pode optar por

fazer um buquê menor e mais simples,

mas semelhante ao verdadeiro buquê

para que este seja jogado para as moças!

Assim, o seu verdadeiro buquê pode

permanecer intacto e a noiva poderá

leva-lo para casa.

Mande suas sugestões para nosso e-

-mail, [email protected]

Podemos auxiliá-los em suas dúvidas!

Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza.

Ou se preferir, venha conhecer nossa

loja, estaremos prontos para atendê-los.

Por ana carolina serafim e nazaré Brajão

O buquê certoSPASSU da Elegância

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Por JuLiana vines/FoLHaPress

Amargo e gordo O chocolate tem sido um dos alimentos fun-cionais preferidos pelas pesquisas. Poderes contra doenças cardíacas, envelhecimento precoce e até sobrepreso são atribuídos ao

produto, principalmente na sua formulação amarga. A razão apontada são as substâncias antioxidantes presentes no cacau. A Folha e a Unicamp decidiram medir a quantidade dessas substâncias, os polifenois, em barras das três marcas mais vendidas do mercado. Foram comparadas as composições dos tipos “ao leite” e “meio amargo” (porcentagem de cacau entre 30% e 50%) dessas marcas. Preferidos dos nutricionistas e valorizados em es-tudos, os chocolates mais escuros são tão calóricos e gordurosos quanto os com leite. A diferença está mesmo nos polifenois: sua quantidade dobra nas versões meio amargas. Das marcas testadas, o meio amargo da Nestlé foi o que apresentou o maior teor de antioxidantes por 100 g do produto (2,4 g de polifenois). A menor quantidade da substância foi encontrada no Lacta ao leite, 0,98 g. O produto meio amargo da Lacta, que ficou em terceiro lugar no quesito antioxidante, é, entretan-to, o menos calórico de todos. Mesmo assim, não é pouca coisa: são 504 calorias por 100 g. O fato de o chocolate ter o gosto mais amargo sugere mais antioxidantes. Mas isso não é determinado diretamente pelo teor de cacau. “Na porcentagem de cacau entram tanto a massa quanto a manteiga de cacau. Esta última não tem nada de polifenois”, diz a engenheira de alimentos Priscilla Efraim, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, onde foi feito o teste. O amargor também não significa que o produto tem menos açúcar: em todos os chocolates testados, o açúcar é o ingrediente em maior proporção na fórmula--maior do que a do cacau, inclusive. “Nessa época já se come muito chocolate, os be-nefícios não podem ser desculpa para exageros”, diz Lara Natacci, nutricionista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo.

PropagandaPara a endocrinologista Rosana Radominski, do Departamento de Obesidade da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a indústria estimula a divulgação da ideia de que comer chocolate todo dia é bom para a saúde. “Não há prova disso. O que podemos dizer é que a pessoa pode comer uma coisa gostosa que não vai fazer mal se for consumida em pequenas quanti-dades”, diz a médica. A maioria das pesquisas indicando benefícios do chocolate utilizou extratos com alta concentração de polifenois, segundo Efraim. Para obter esses efeitos com as marcas testadas, por exemplo, a pessoa precisaria comer quase cem gramas do tipo meio amargo por dia, avalia a professora. “Do ponto de vista do consumo de antioxidantes, o meio amargo é melhor. Mas não vale apostar no chocolate como um superalimento. Não é tudo isso. Mas é gostoso”, diz o nutrólogo Daniel Magnoni, do HCor (Hospital do Coração) de São Paulo. O consumo “controlado” das pesquisas dificilmente é replicado na vida real. Uma sugestão da nutricionista Lara Natacci para quem come o doce habitualmente é trocar a versão ao leite pela meio amarga. “O teste mostrou uma diferença significativa na quantidade de antioxidantes, mesmo em produtos populares e facilmente encontrados no mercado”, diz. Os resultados sobre a concentração de polifenois são coerentes com o que se espera de um choco-late mais amargo, na opinião de Carlos Thadeu de Oliveira, gerente do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). “O que não dá para entender é por que poucos fabricantes colocam a porcentagem de cacau na embalagem dos produtos vendidos no Brasil”, diz ele. Dos produtos testados, só o amargo da Lacta tem essa informação. Segundo Oliveira, o dado é comum nos chocolates importados e em “edições limitadas” de produtos gourmet. “Quanto mais barato o produto, menor o número de informações oferecido ao consumidor”, diz. Alimento ganha a coloração azul na experiência em laboratório O teste do chocolate foi feito no laboratório de fru-tas e hortaliças da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp. Para a análise, a Folha entregou ao laboratório duas barras grandes (entre 150 g e 170 g) de cada

chocolate a ser testado, compradas em supermer-cado de São Paulo. No local, as barras foram derretidas e homogenei-zadas, para que os pesquisadores tivessem cem gramas de cada amostra. Em seguida, um reagente químico foi usado para retirar a gordura do produto, restando apenas a massa de cacau. O material foi colocado em uma solução de acetona, que tem a propriedade de extrair os polifenois da massa. Para determinar a quantidade de antioxidantes, o extrato líquido de polifenois foi colocado em uma solução com produtos químicos que, ao reagirem com o antioxidante, deixam o líquido azul: quanto mais intensa a cor, mais polifenois presentes. “Nessa etapa, já dá para perceber visualmente as diferenças nas amostras”, diz Priscilla Efraim, professora da FEA que conduziu o teste. Em seguida, as amostras foram colocadas em um equipamento eletrônico chamado espectrofotô-metro. Por meio do comprimento de ondas de luz, o aparelho consegue “ler” a intensidade da cor e traduzir isso em quantidade (gramas) de polifenois. A metodologia usada é validada por estudos pu-blicados em revistas científicas.

Outro lado Lei não obriga a informar teor de cacau, diz fábrica A reportagem procurou os fabricantes dos chocolates analisados para que comentassem a relação entre quantidade de antioxidantes e valor calórico dos produtos e explicassem a ausência de informações sobre o teor de cacau nas embalagens. A Mondelez Brasil, responsável pela marca Lacta, informou em nota que, até o momento, não fez análise dos polifenois no produto. “Não exploramos esse nutriente na embalagem. Além disso, a legis-lação não pede esse monitoramento”, diz a nota. Em relação ao sódio presente nas barras de Lacta, a empresa afirma que não adiciona sal nas formu-lações de seus chocolates e que a quantidade en-contrada nos produtos da marca é proveniente do sódio naturalmente presente nas matérias-primas. Na nota, a empresa, que declara o percentual de cacau na embalagem do chocolate meio amargo, mas não na do chocolate ao leite, diz que a legis-lação da Anvisa não prevê que a quantidade de cacau seja informada na embalagem. A Chocolate Garoto (que pertence ao grupo Nestlé) informa que, “a exemplo das outras empresas do setor”, optou por colocar a informação apenas em linhas especiais, com maior percentual de cacau. Não se manifestou sobre aspectos nutricionais analisados. Já a marca Nestlé não enviou resposta até o fechamento da edição. Chocolate amargo pode até ajudar a emagrecer, sugerem pesquisas Vedete de pesquisas científicas recentes, o choco-late, além de tudo, é agora um possível aliado na luta para a perda de peso, conforme um estudo feito pela Universidade da Califórnia. O trabalho, publicado na revista americana “Ar-chives of Internal Medicine”, analisou os hábitos alimentares de 972 pessoas entre 20 e 85 anos sem doenças cardiovasculares, diabetes ou colesterol. Entre os voluntários, aqueles que relataram comer chocolate mais vezes, mesmo mantendo no cardá-pio uma quantidade maior de gordura saturada e calorias, foram os que tiveram menor IMC (índice de massa corporal). O benefício atribuído ao ali-mento foi identificado até entre os participantes que não praticavam atividades físicas. O trabalho não investigou como isso acontece. Porém, há algumas hipóteses. Beatrice Golomb, autora do estudo, afirmou a jor-nais americanos que os ácidos fenólicos presentes no cacau, como os flavonoides, ajudam a equilibrar a produção do hormônio leptina, que se comunica com o hipotálamo, no cérebro, aumentando a sen-sação de saciedade e acelerando a queima calórica. Outro estudo, da Universidade Real de Copenha-gue, avaliou o apetite de 16 jovens saudáveis antes e depois da ingestão 100 g de chocolate amargo ou ao leite. “Sempre que comiam o chocolate amargo, os parti-cipantes sentiam menos fome e consumiam menos alimentos”, afirmou à Folha a pesquisadora Lone Sorensen, coordenadora da pesquisa. A ingestão de calorias pós-chocolate amargo foi 15% menor em comparação com consumo pós--chocolate ao leite. Para ela, uma explicação é o alto teor de manteiga de cacau no produto, que significa mais ácido esteárico (tipo de ácido graxo). A substância retarda o esvaziamento do estômago e do intestino.

Chocolate na versão amarga tem o do-bro de antioxidantes em relação ao produto convencional, mas, apesar do rótulo de saudável, é rico em calorias, gordura e açúcar

comportamento

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Em segmentos superiores, os sedãs são associados à beleza e ao requin-te. Com os sedãs compactos não é bem assim. Os consumidores são

movidos pelo preço e pelo espaço que o carro oferece. Ainda assim, a emoção não pode ser desprezada. É isso que o Toyota Etios vem comprovando desde que foi lançado. O objetivo inicial era apelar para o lado racional em mercados emergentes. Oferecer a confiabilidade da marca com espaço e preço acessível. Mas no Brasil, essa lógica não funcionou de cara. Prin-cipalmente porque o preço de R$ 43.400 estabelecido pela Toyota confrontou o Etios sedã com rivais de respeito, como o Chevrolet Prisma e o Hyundai HB20S. No primeiro momento, o bom conjunto mecânico e o baixo consumo de combustí-vel do modelo não foram capazes de fazer o consumidor abstrair do design pouco inspirado e do interior com acabamento abaixo da média. O caso é que as compras alimentadas pela emoção são as feitas por impulso, enquanto as racionais são feitas de forma calculada e levam um tempo para ganhar fôlego. O comportamento das vendas do compacto da Toyota seguiu rigorosamente esta lógica. A média esperada pela marca era de pouco menos de 70 mil unidades nos três primeiros anos do Etios no Brasil. Isso corresponde a 6 mil unidades mensais, sendo 4 mil para a versão hatch e 2 mil para a sedã. Só que a média dos primeiros meses de comercialização do sedã ficaram bem abaixo disso, em torno de 800 unida-des mensais. Mas neste começo de 2013 a coisa mudou. Nos três primeiros meses de 2013, o Etios sedã manteve a média de 1.770 licenciamentos mensais – número bem próximo do almejado pela montadora.O fator tempo tem contado a favor do sedãzinho da Toyota. Isso porque suas qualidade passam a ser mais conhecidas, mas também porque a desarmonia de suas linhas ficam menos notáveis. Outro fato que certamente ajuda nesta recuperação é a “correção informal” do preço do modelo promovida pela marca. A partir de feirões e promoçòes, o Etios sedã fica, na prática, mais barato que os rivais e do que o valor inicialmente pretendido pela fabricante. Seja por descontos diretos, seja através de brindes valiosos como aparelhos de TV, bônus em combustível ou IPVA pago para os compradores.O que o Etios tem a oferecer, além do dis-tintivo da Toyota, é uma grande vocação para o dia a dia na cidade. O sedã é equi-pado por um motor de 1.5 litro flex, com comando duplo no cabeçote. A potência de 96,5 cv a 5.600 rpm e o torque máximo de 13,9 kgfm na faixa de 3.100 giros suge-rem boa agilidade. O propulsor é sempre acoplado a uma transmissão manual de cinco velocidades. O design pouco atraente e conservador segue a tradição da Toyo-ta. As linhas do Etios são extremamente simples e não há sequer um detalhe que desminta a intenção espartana do projeto. A linha de cintura é retilínea e os vincos do capô ajudam a melhorar o aspecto do sedã. Mas o friso cromado na tampa do porta-malas e a grade frontal, com uma curva que dá um aspecto “sorridente” ao compacto, são as principais características estéticas do modelo.No interior do Etios, fica evidente que é um

carro destinado a mercados emergentes. E o excesso de objetividade deixou a cabine com aparência simplória. O quadro de ins-trumentos fica em posição nada comum, no centro do painel. Os mostradores seguem a pobreza peculiar ao sedã. O velocímetro e o conta-giros são analógicos. Há ainda uma tela de LCD com o hodômetro e um minúsculo marcador de combustível. O básico rádio e os comandos do ar condi-cionado aparecem logo abaixo. Não há qualquer indício de requinte, mas também não falta espaço – principal atrativo do interior do sedã.A lista de equipamentos de série é razoá-vel. Na versão testada, a XLS com motor 1.5, estão presentes ABS e airbag duplo, obrigatórios a partir de 2014, além de ar--condicionado, alerta de portas abertas, direção, vidros e travas elétricos e desem-baçador traseiro. Também são de série o rádio/CD/USB, os faróis de neblina e rodas de liga leve de 15 polegadas. Uma receita simples para atingir planos objetivos.

Ponto a pontoDesempenho – O motor 1.5 tem força suficiente para mover o Etios. Associado ao baixo peso, de 980 kg, o propulsor dá alguma agilidade ao sedã. Além disso, o bom torque deixa o carro rápido nas ar-rancadas e retomadas, com boas respos-tas nas situações exigidas pelo cotidiano urbano. Nota 8.Estabilidade – Pode-se dizer que o Etios é “bom de curvas”. Significa que o carro é bem acertado, que resulta em firmeza e equilíbrio. Nem mesmo as curvas mais exigentes tiram do motorista a sensação de controle. Ao trafegar em velocidades mais elevadas, a estabilidade diminui, pois o sedã flutua um pouco. Nota 7.Interatividade – Fica claro que a Toyota privilegiou o comportamento dinâmico em detrimento da relação “motorista-carro”. O compacto, mesmo em sua versão topo, não oferece itens banais como ajuste elétrico do retrovisor ou computador de bordo. O rádio está longe de ser moderno e o sistema de áudio também não é dos melhores. A posição do painel de instru-mentos, centralizado, além de não agradar visualmente e é pouco funcional, já que as informações ficam confusas e distantes do condutor. A maior interatividade ocorre com os sons exteriores, pois o isolamento acústico do Etios é inexistente. Ao menos a visibilidade externa é boa. Nota 5.Consumo – O Programa Brasileiro de Etiquetagem classificou o Etios como “A” no segmento e “B” no geral. A média registrada pelo InMetro é de 8,7 km/l com etanol e 12,6 km/l com gasolina. Nota 8.Tecnologia – O lado tecnológico não é o forte do Etios, que oferece poucos equi-pamentos em todas as versões. O rádio é simples e não há sequer computador de bordo. Também faz falta o ajuste elétrico dos retrovisores. Porém, é montado sobre uma plataforma nova, de 2010, e movido por um motor que consegue aliar desem-penho e bom índice de consumo. Nota 7.Conforto – A Toyota acertou ao calibrar a suspensão do Etios de forma macia, mas os pneus finos permitem que os impactos das irregularidades sejam transmitidos aos passageiros. O sedã oferece espaço para cinco adultos, mas falta ergonomia aos bancos. A marca evitou usar qualquer

material fonoabsorvente e diminuiu até a espessura dos vidros para deixar o carro mais leve. Os ruídos externos e do motor invadem diretamente a cabine e impedem até uma conversa em tom normal. Nota 5.Habitabilidade – O Etios proporciona bom espaço. Há poucos porta-objetos, mas o existente no console central é bas-tante acessível e supre a necessidade. A abertura do porta-luvas e o formato da tampa quase reduzem a efetividade de seu tamanho. Nota 7.Acabamento – O interior do Etios im-pressiona mal. Não há qualquer sinal de requinte e os plásticos utilizados não agradam. Como são peças inteiriças, geram poucos rangidos – pelo menos no modelo testado, com pouco uso. Não há desleixo ou rebarbas na montagem, mas o material usado tem sempre aspecto e textura desagradáveis. Nota 4.Design – A Toyota costuma ser conser-vadora no visual de seus carros. Mas o Etios eleva essa característica ao máximo. Suas linhas parecem ter saído de uma prancheta dos anos 90. Não há nada que chame a atenção no design do compacto, que exibe linhas bem diretas e um perfil bastante comum. Pequenos detalhes, como o recorte da tampa do porta-malas e o formato da grade dianteira tentam amenizar a simplicidade do sedã, mas sem qualquer sucesso. Nota 5.Custo/benefício – O Etios é um modelo que briga declaradamente com carros de entrada das outras marcas. O sedã tem bom comportamento dinâmico. O problema é que a maioria dos rivais conta com mais recheio e charme. Enquanto o compacto da Toyota custa R$ 43.400 e fica devendo itens como travamento automático das portas em movimento, retrovisores elétricos e computador de bordo, o Chevrolet Pris-ma 1.4, com esses equipamentos inclusos, custa R$ 42.390. O Hyundai HB20S, com motor 1.6, sai por R$ 44.995. Não conta com os retrovisores elétricos mas oferece, entre outros itens, regulagem de altura do banco do motorista. De positivo, o bom consumo de combustível. Nota 6.Total – O Toyota Etios somou 62 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigirO Toyota Etios não atrai pelo impacto visual. Ao contrário. Tudo no carro é pragmático. As linhas são previsíveis e nada surpreendentes. O interior do sedã segue o mesmo estilo. Todos os materiais passam a sensação de falta de requinte. Por outro lado, a exatidão dos arremates agrada, mas a aparência dos revestimentos internos transmite a sensação de falta de qualidade. E, se a cabine não é sofisticada, ao menos oferece bastante espaço. O habi-táculo é grande internamente e comporta cinco adultos sem problemas.Alguns itens que facilitariam a vida do motorista fazem falta. Como a ausência de ajuste elétrico para os retrovisores, mesmo na versão de topo. O banco do motorista não tem regulagem de altura e o volante só é ajustável na altura. Ao girar a chave, o conforto é insultado pelo fraco isolamento acústico, que permite a entrada de todos os ruídos do entorno na cabine.Já dinamicamente o Etios vai um pouco melhor. A direção elétrica facilita a condu-ção e as manobras e o conjunto dinâmico

é correto. O motor, aliviado por empurrar um carro emagrecido de itens de conforto, mostra uma boa agilidade. A transmissão tem engates certeiros e a suspensão é bem ajustada, mas é um tanto atrapalhada pelo pneus finos. Ainda assim, há pouco oscilação de carroceria nas curvas. Como é muito leve e pouco aerodinâmico, o sedã sofre explicitamente os efeitos de ventos laterais – o balanço da cabine é sentido não só pelo motorista, mas por todos os ocupantes.Em velocidades mais elevadas, o Etios fica excessivamente impreciso. No trân-sito da cidade, porém, o motor 1.5 não tem qualquer dificuldade para mover o sedã. O torque não demora a aparecer, o que resulta em rapidez nas arrancadas e boa resposta nas retomadas. E, por mais que a música da campanha publicitária fale das “curvas da estrada de Santos”, a maior vocação do Etios é claramente o uso urbano.

Ficha técnicaToyota Etios XLS 1.5Motor 1.5: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.496 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por ci-lindro e duplo comando no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acele-rador eletrônico.Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrô-nico de tração.Potência máxima: 92 cv com gasolina e 96,5 cv com etanol a 5.600 rpm.Aceleração 0-100 km/h: 11,3 segundosVelocidade máxima: NI.Torque máximo: 13,9 kgfm com gasolina e etanol a 3.100 rpm.Diâmetro e curso: 75 mm X 84,7 mm. Taxa de compressão: 12,5:1.Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira com rodas semi-independentes, com eixo de torção e molas helicoidais, amorte-cedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.Pneus: 175/65 R14.Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás com ABS. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares com 4,26 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,51 m de altura e 2,55 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais. Não oferece airbags laterais nem de cabeça.Peso: 980 kg em ordem de marcha.Capacidade do porta-malas: 562 litros.Tanque de combustível: 45 litros.Produção: Sorocaba, Brasil.Lançamento mundial: 2010Lançamento no Brasil: 2012.Itens de série: Airbags frontais, luz indica-dora de portas abertas e para-choque na cor do carro, freios ABS, direção elétrica, desembaçador traseiro, ar-condicionado, vidros e travas elétricas, conta giros, rádio/CD/MP3/USB, maçanetas e retrovisores na cor do carro, apliques cromados no exterior, rodas de liga leve de 15 polega-das, faróis de neblina, alarme com acionamento à distância.Preço: R$ 43.400.

por MicHaeL FiGuereDo/auto Press

veículos

Fotos: PeDro Paulo FigueireDo/Carta Z NotíCias

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As vendas de motocicletas no Brasil se concentram em modelos de baixa cilindrada, focados para o transporte urbano. Mas lá na outra extremidade, o mercado é frequentado pelas superesportivas

mais potentes, as maxitrails mais robustas e as touring mais luxuosas do planeta. É nesta casta que surgem motos impresionantes como a BMW K 1600 GTL. Além de todo o requinte exigido naturalmente pelo segmento, a marca alemã injetou no modelo uma dose cavalar de tecnologia. Com um novíssimo motor de seis cilindros, sistema de som embarcado de primeira linha, controle de tração, suspensão com ajuste eletrônico e outros “mimos”, é uma das maiores traduções do que a BMW pode fazer quando resolve investir em duas rodas.A empresa alemã já tem alguma tradição no segmento de touring, mas em “escala” menor. Até 2011, os seus modelos tinham motores de quatro cilindros e tamanho entre 1.000 e 1.200 cc. Há dois anos surgiu a necessidade de fazer um ataque mais agressivo ao segmento liderado por Honda Goldwing e Harley-Davidson Electra Glide Ultra Limited. O mercado norte-americano, por sinal, é o principal des-tino desses modelos, geralmente dotados de um ótimo desempenho em estradas retas e menor agilidade para lidar com sinuosas serras.A linha K1600 hoje é composta de dois modelos. A GT é uma espécie de sport touring. Uma abordagem menos “séria” do conceito de moto estradeira. O rádio é opcional e a posição de pilotar é um tanto mais voltada para a es-portividade. A GTL é o “pacote completo”. Traz para-brisa eletricamente ajustável, três cases de bagagens, assento duplo, manoplas e assento do piloto aquecido, controle de cruzeiro, computador de bordo e sistema de som com entradas auxiliares.A linhagem K da BMW significa motores com cilindros em linha. No caso da 1600, são seis deles. Para alinhá-los em uma área tão estreita, a engenharia tomou várias provi-dências. A construção traz pouco espaçamento entre os cilindros e a própria arquitetura do propulsor o transforma em um motor extremamente estreito. A economia de espaço acarretou uma economia de material e o resultado foi um propulsor com pouco mais de 100 quilos – cerca de 20% abaixo de um motor 1.6 normal, utilizado em automóveis. A diferença é que este gera 160 cv de potência a 7.750 rpm e 17,9 kgfm de torque a 5.250 rotações.O controle de tração oferece três ajustes para dosar a forma que o motor atinge a roda traseira, tracionada por cardã. O mais suave é o “Rain”, para chuva. O “Road” permite uma certa filtragem da potência e é para o uso cotidiano. A configuração “Dynamic” é a mais esportiva e promove um despejo de potência bastante “cru”. A suspensão também é ajustável de acordo com o peso e a distribuição dele sobre a moto. Um sistema eletrônico consegue alterar proprie-dades como amortecimento e pré-carga das molas, além da rigidez do conjunto em si. Também são três modos: Sport, Normal e Comfort. A pequena hélice estilizada encravada no tanque e a alta tecnologia embarcada geram um preço bem alto para a K1600 GTL. A touring da BMW custa R$ 108.500, valor significativamente superior ao de seus concorrentes. A Honda cobra R$ 92 mil pela Goldwing, a Kawazaki pede R$ 74.990 pela Concours 14 e a Harley-Davidson tabelou sua Electra Glide Ultra Limited em R$ 70.900. Custo alto que não impediu um bom desempenho de mercado da K1600 neste ano. De acordo com dados da Fenabrave, já foram 52 unidades vendidas no três primeiros meses de 2013, uma média de 17 por mês que a coloca como segunda de seu segmento. A líder é a Harley-Davidson, com média de 36 mês. A Goldwing emplaca oito unidades mensalmente enquanto a Concours vendeu as mesmas oito unidades em todo o primeiro trimestre. Em um segmento tão exclusivo, o preço acaba se tornando apenas mais um detalhe.

Impressões ao pilotarParada, a BMW K 1600 GTL impressiona pelo enorme aparato tecnológico que dispõe. No primeiro contato, é preciso consumir um tempo para conhecer os sistemas que ela oferece e personalizar as regulagens. A partir daí, a GTL se torna uma motocicleta extremamente simples. Os quase 350 kg de peso desaparecem assim que ela é posta em movimento. O banco baixo, de apenas 75 cm de altura, e o escudo formado pela carenagem frontal e pelo para--brisas deixa o piloto confortável e protegido – sob chuva em movimento, quase não se é atingido pela água. É quase como se estivesse numa scooter, com diversas vantagens.Nas várias situações enfrentadas em mais de 1 mil km de teste, a GTL saiu-se bem em praticamente todas. Em es-tradas e em vias expressas é onde ela fica mais à vontade. As acelerações e retomadas são extremamente ágeis e ela é capaz de enfrentar curvas sem qualquer reserva. A boa altura para o solo e a suspensão regulável mantém o con-forto e a estabilidade mesmo em pavimentos irregulares.A GTL também se dá bem em ruas e áreas urbanas menos rápidas, desde que haja caminho livre à frente. As limitações da touring da BMW só aparecem mesmo no trânsito pesado. A tarefa de andar entre os carros é inglória. E não só pela larga área frontal, capaz de cobrir o motor de seis cilindros em linha, mas principalmente pelos enormes baús laterais, que ancoram a moto entre os carros. O melhor desta BMW é seguir à risca a vocação touring e aplicá-la em passeios não muito apressados. E assim poder usufruir do ótimo sistema de som, dos assentos confortáveis e do suave e agradável ruido do motor seis cilindros.

por eDuarDo rocHa e roDriGo MacHaDo/auto Press

Fotos: PeDro Paulo FigueireDo/Carta Z NotíCias

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A Ford lan-

ç o u n o s

E s t a d o s

Unidos uma série

especial da já ex-

clusiva F-150 SVT

Raptor. Chamada

apenas de Special

Edition, a picape

ganhou novo visual,

com decalques espe-

cíficos, novos tecidos

e acabamento mais

caprichado. A parte

mais interessante

continua sendo a

mecânica, capitane-

ada pelo motor 6.2

V8 de 417 cv e 59,9

kgfm de torque e pela

imensa capacidade

off-road proporcio-

nada pelas dimen-

sões e altura da

carroceria

por auGusto PaLaDino/autoPress

Foto: Divulgação

Ford F-150 SVT Raptor Special Edition

Visual especial

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por auGusto PaLaDino/autoPress

No trote – A Fiat lançou uma curiosa série especial para a Strada. Agora, a picape compacta passa a poder vir com o pacote Mangalarga Marchador, resultado de uma

parceria com a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador. Entre os itens exclusivos da versão estão as novas rodas de liga leve, adesivos alusivos na carroceria e padronagem diferente dos bancos e nos tapetes. Os preços são de R$ 46.550 para a Trekking 1.6 cabine estendida e R$ 59.440 para a Adventure 1.8 cabine dupla. A própria Fiat admite que público-alvo são associa-dos à entidade, cavaleiros e criadores e da raça Mangalarga Marchador.

Cobra brasileira – O Viper ainda não é trazido ofi-cialmente pelo Grupo Chrysler ao Brasil. Porém, um empresário paulista decidiu ser o primeiro brasileiro dono do novo SRT Viper. O modelo foi comprado através de uma importadora com sede em São Paulo e custou R$ 462,9 mil. O cliente escolheu a clássica cor vermelha “Adrenaline” para combinar com o motor V10 de 8.4 litros que desenvolve 640 cv de potência. O câmbio é manual de seis velocidades.

Ainda este ano – A Triumph não esconde a sua animação com o mercado brasileiro. Depois de ampliar a sua produção e acelerar o processo de criação de novas concessionárias, a marca inglesa

vai apresentar duas novidades no Salão Duas Ro-das, que acontece entre 8 e 13 de outubro, em São Paulo. Uma delas é a Trophy, touring com motor de três cilindros de 1.215 cc, 132 cv e 12,2 kgfm de torque, que vem para brigar com Honda Goldwing e BMW K1600 GTL. A outra a chegar é a Tiger 1050 SE, versão mais urbana da Tiger Explorer.

Leão da montanha – A Peugeot revelou as pri-meiras imagens do 208 preparado para competir na tradicional corrida de Pikes Peak, no estado norte-americano do Colorado. O 208 T16 Pikes Peak é mais largo que o 208 e ostenta grandes arcos de roda, uma entrada de ar no teto e um generoso spoiler traseiro. A marca não divulgou dados técnicos, mas especula-se que o carro seja movido por um V6 biturbo de 850 cv de potência. O piloto escolhido pela Peugeot é Sebastien Loeb, nove vezes campeão do WRC – mundial de rali –, pela Citroën.

Ecológico e veloz – A Aston Martin vai entrar nas 24 Horas de Nurburgring com o Hybrid Hydrogen Rapide S. Como o próprio nome já antecipa, o cupê de quatro portas ganhou um sistema de propulsão a hidrogênio para ajudar o V12 a gasolina instalado sob o capô. De acordo com a marca, o Rapide S vai poder percorrer 20% da competição apenas com o uso do hidrogênio, combustível que não produz emissões.

automotivaNotícias

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