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Bragança Paulista Sexta 17 Maio 2013 Nº 692 - ano XI [email protected] 11 4032-3919 jornal do meio FOTO : ADRIAN MCOY

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Edição 17.05.2013

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B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta17 Maio 2013

Nº 692 - ano [email protected]

11 4032-3919

jorn

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me

io

Foto : adrian mcoy

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Sexta 17 • Maio • 2013 Jornal do Meio 6922

Faz algum tempo aqui,

no Brasil, as igrejas Pres-

biteriana Unida, Sirian

Ortodoxa de Antioquia, Evangélica

de Confissão Luterana, Episcopal

Anglicana, Católica e, também,

Metodista (afastada recentemente

por divergências internas) iniciaram

aproximação e diálogo no intuito

de buscar caminhos comuns no

seguimento de Jesus Cristo. Para

compreender-se melhor nas suas

diferenças e, no fundo, alicerçar na

fraternidade a vivência do maior

mandamento: Amar a Deus sobre

todas as coisas e ao próximo como

a si mesmo! O diálogo entre igrejas

cristãs é definido como diálogo

ecumênico. Quando se trata do

diálogo da Igreja Católica com

religiões não cristãs dá-se o nome

de diálogo inter-religioso. Muitas

vezes o leitor deve se interrogar

sobre essa grande quantidade de

igrejas que afirmam seguir Jesus

Cristo e pregam o seu Evangelho. É

de muito tempo o quadro dividido

entre os que se dizem cristãos.

Temos nos Atos dos Apóstolos a

narrativa da dificuldade de com-

preensão entre os cristãos que

vinham do judaísmo e os cristãos

que vinham das outras nações (os

judeus os chamavam de pagãos).

São Paulo, o grande evangelizador

dos pagãos, tem em suas cartas

muitos relatos de suas dificulda-

des em fazer com que os cristãos

tivessem clareza do que significava

seguir Jesus Cristo. Ao longo da

história aparecem muitas pessoas

e grupos que apresentam a pessoa

de Jesus Cristo ora negando sua

humanidade ora negando sua

divindade. O comport amento de

pessoas que formavam a Igreja foi

causa de muitas divisões. Digamos

que o ponto clássico da divisão foi

marcado pela atitude de Martinho

Lutero. Especialmente a partir

dele, com a afirmação do livre

exame da Escritura (o Espírito

Santo inspira a todos e cada um

tem o direito de seguir o caminho

dessa inspiração), se favoreceu

a divisão cada vez maior entre

as comunidades cristãs. Isso faz

entender a quantidade de igrejas

que a cada dia surgem. Cada uma

tendo, em sua denominação, a

fundamentação para a proposta

que deseja apresentar. A divisão

na Igreja sempre foi uma ferida

aberta e de difícil cicatrização.

Sempre ferida preocupante. Como

é possível que o mesmo Senhor

seja seguido com fiéis que não

se entendem? Como se o próprio

Cristo estivesse dividido. Na busca

de maior aproximação o Concílio

Vaticano II (reunião de todos os

bispos da Igreja Católica nos anos

1962 a 1965) propôs um documento

que leva o nome de “Unitatis Re-

dintegratio” – em tradução livre

diríamos que seria a busca da

unidade. Não se trata de unificar

as igrejas existentes reunindo-as

na Igreja Católica. Trata-se, como

disse acima, de promover um diálogo

respeitoso e fraterno para que se

evidencie a fundamental escolha

por Jesus Cristo. No Brasil se es-

colheu a semana que antecede a

festa de Pentecostes para celebrar a

“Semana de Orações pela unidade

dos Cristãos”. Com certeza pelo

significado fundante dessa festa.

O dom do Espírito Santo foi pro-

messa reiterada por Jesus aos seus

apóstolos e discípulos para que eles

fossem recordados dos seus ensi-

namentos e ensinados a como agir

ao longo dos tempos. Recordados

porque muito do que Jesus falou e

fez não foi compreendido em toda

sua extensão. Apesar da atitude e

das palavras do Senhor, em três anos

de convivência, havia expectativa

que ele seria o libertador de Israel,

o messias político, o novo rei. Até

mesmo na narrativa da Ascenção,

quando se trata da volta de Jesus

para o Pai – fim de sua missão - nós

lemos isso. Ensinados pelo Espirito

para atualizar a missão do Senhor.

Porque a fé cristã tem sua fonte na

pessoa e na palavra de Jesus Cristo.

E daquilo que bebe busca resposta

que acenda a esperança às pessoas

do nosso tempo. A razão da oração

pela unidade está focada na neces-

sidade de despertar em nossos dias

a certeza de que é em Jesus Cristo

que se poderá encontrar o alento

para a transformação da sociedade

e para que a construção do futuro

não desemboque na destruição da

vida humana e do nosso planeta.

A corrida gananciosa para o acú-

mulo da riqueza a qualquer custo,

os discursos conservacionistas de

horizonte limitado e interesseiro, a

banalização da vida com a sempre

mais presente justificativa de que

os fins justificam os meios, são sin-

tomas, nada etéreos, de um porvir

sombrio. Discursos carregados de

promessas para o bem de todos

escondem a morte lenta da maioria.

Nesta situação os que adoram o

Senhor da Vida têm a grave missão

de anunciar que existe a possibili-

dade de viver o Paraíso desejado

por Deus. E os que são crentes

no Evangelho, Boa Notícia, têm

o dever de mostrar na atuação

diária que isso não é uma quime-

ra. O grande problema de todos

os que cremos em Jesus Cristo,

seja qual for a nossa Igreja, é a

separação entre a fé que pro-

fessamos e a vida que vivemos.

Nesse problema vai encaixada a

dificuldade de caminhar juntos

no que nos é comum e dialogar

sobre o que nos faz diversos. Nós

cristãos acreditamos ter a resposta

para as angústias e incertezas do

nosso tempo. Busquemos

testemunhá-las!

por Mons. Giovanni Baresse

Jornal do MeioRua Santa Clara, 730Centro - Bragança Pta.Tel/Fax: (11) 4032-3919

E-mail: [email protected]

Diretor Responsável:Carlos Henrique Picarelli

Jornalista Responsável:Carlos Henrique Picarelli(MTB: 61.321/SP)

As opiniões emitidas em colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não, necessariamente, da

direção deste orgão.

As colunas: Casa & Reforma, Teen, Informática, Antenado e Comportamento são em parceria com a FOLHA PRESS

Esta publicação é encartada no Bragança Jornal Diário às Sextas-Feiras e não pode ser vendida separadamente.

Impresso nas gráficas do Bragança Jornal Diário.

ExpEdiEntE

para pensar

Unidade doscristãos? possível?

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Sexta 17 • Maio • 2013 Jornal do Meio 692 3comportamento

Por JULiana vines /FoLHaPress

300 calorias por dia “A dieta daqui é tão restrita que seu corpo vai achar que você está morren-do”, disse a enfermeira. E me mandou tirar a roupa para a primeira pesagem,

a única em que ela é autorizada a falar o peso do paciente em voz alta. O ritual da balança deve se repetir todo dia sob pena de o interno ficar sem jantar, avisa a placa no Spa Med Sorocaba Campus, onde passei uma semana vivendo com 300 calorias por dia. É menos do que uma pessoa normal come no café da manhã. É o mesmo que dois pãezinhos sem margarina. Famoso por lendas de tráfico de comida, o spa de Sorocaba disciplina gordos à base de regras rígidas, diárias salgadas (partem de R$ 595 e a estadia mínima é de sete dias) e dieta hiperrestrita. Tudo lá é controlado, até folhas de alface. Só escapam refrigerante zero, água, chá, café e suco light, além de picolé de gelo feito com o suco. Nada mais entra, nem o inocente chiclete sem açúcar que tinha na bolsa, confiscado na revista de boas-vindas. “Vocês pegam muita comida escondida?”, per-guntei às moças que me escoltaram até o quarto e fuçaram minha mala. “Sempre”, disse uma. Depois, ouvi de internos (nada de hóspedes por lá) histórias de doce de leite em frasco de xampu e torta de frango no filtro de ar do carro (“Ainda chega quentinha”).

Hora FelizPrimeiro jantar. Seguindo as instruções da enfermeira terrorista, escolhi sopa. Sábio conselho. Apesar de ter muita água e um cubo de frango de 3 cm, o prato estava cheio. Com salsinha e limão, ficou uma delícia. A comida do spa não tem nada de sal, açúcar ou gordura. As 300 calorias/dia são repartidas em seis refeições, que de novo são divididas no almoço e no jantar entre entrada, prato e sobremesa. Milagre da multiplicação? Não. A porção de arroz é do tamanho de um co-pinho de café, e a sobremesa, menor do que uma caixa de fósforos. Há quem tenha o privilégio de comer 450 calo-rias. Dá direito a um café da manhã melhor e ao dobro dos lanches da tarde e da noite (no meu caso, meia fatia de pão com um nada de patê ou três tomates-cereja, você escolhe). Há ainda a primeira classe das 600 calorias (idosos, grávidas, veteranos e “fracos” em geral), que pode comer dois pratos no almoço. A mim e aos companheiros de fome restava descobrir qual era a coisa mais bem-servida do dia e sublimar as preferências pessoais. Aprendi a não cair na cilada dos nomes apetitosos. Disse não ao nhoque (eram seis unidades), ao hambúrguer e à minipizza. Optei por arroz integral com frango ou legumes, os pratos maiores. Já a decisão de trocar sobremesa por salada era mais difícil. Adotei a tática de sobrevivência de me concentrar na quantidade (o pedaço de doce equivalia só a uma garfada) e esquecer que estava substituindo bolo prestígio por um pouco mais de alface. A barganha por comida corre solta no refei-tório gigantesco e nada glamouroso. É um bisbilhotando o prato do outro e todos patru-lhando a dieta alheia, querendo saber por que a comida do vizinho tem um aspargo a mais. No café, há quem “estique” sua única fatia de pão cortando-a na horizontal. Outros poupam todos os lanchinhos do dia para um banquete noturno regado à refrigerante zero do frigobar. Passado o choque inicial, o segundo e o terceiro dias foram tranquilos. Já tinha perdido dois quilos e estava bem. Só sentia fome perto da hora de comer e antes de dormir. No terceiro dia, quase todo mundo que tinha entrado comigo no spa já havia trocado de dieta. Sim, qualquer um pode pedir para comer mais caso se sinta mal. Eu, brava, passava duas horas na academia entre esteira, bike, dança e hidroginástica. Nada mal para uma sedentária acima do peso. Tudo estava sob controle até que, na madru-gada do terceiro para o quarto dia, sonhei que fazia um caça-palavras com expressões do spa. E me animei ao encontrar laxante no meio das letras. Era o primeiro sinal de loucura. Mais tarde, descobri que tinha engordado cem gramas. Quem me contou foi uma companheira de spa que viu um exame meu por engano. Era o que faltava para que eu entrasse na histeria coletiva. Por que engordei? Cada um tinha uma te-oria. Para uns, eu estava bebendo pouca água; para outros, faltava tomar mais chá de gengibre ou trocar de dieta para dar um “choque” no organismo. Todos contavam a própria via-sacra. O interno, querendo ou não, fica sabendo quem está com intestino preso e quem toma diurético. Para dar mais raiva, sempre tem um homem que diz estar perdendo um quilo por dia. Na manhã seguinte, decidi ir ao clínico do spa para afastar os palpites e tentar recuperar a sanidade. Segundo ele, eu não precisava de diuréticos ou laxantes e não deveria trocar de dieta porque tinha perdido mais 900 gramas. Ufa. Prometi não olhar o peso até o último dia.

Estratégias de fugaA prisão no spa torna as coisas proibidas mais gostosas. Já as permitidas... “No último dia você vai odiar gelatina”, profetizou a copeira que atua como fiscal do lanche e não deixa o posto nem por um minuto. Tinha razão. Quem sai do spa sob licença médica, permitida depois de sete dias, só pensa em dar uma esca-pada. O programa preferido é comer a coxinha de uma padaria sorocabana. De volta da licença, o paciente é pesado. Se tiver ganho mais de 2% do peso, perde o direito à voltinha. Outro evento é a ida ao cinema. Cercados por monitores e com sacos de pipoca sem sal fomos levados ao shopping num micro-ônibus apelidado de “transbanha”. Notei a falta de duas pessoas na fila. Claro: driblaram a vigilância e foram comprar san-duíches, degustados no escurinho do cinema. Não cometi nenhuma infração, mas quase. No final, a fome apertou. No quinto dia estava tão faminta que fiquei imóvel na beira da piscina, depois da aula de hidro. Foi a única vez que precisei de transporte para voltar ao quarto. Mas não desmaiei. Na consulta final com o médico, a notícia: perdi 4,5 quilos, 3 cm de barriga e 2,5 cm de cintura não revelo o peso nem sob tortura. Minha taxa de glicemia, que era 108 (pré-diabetes), baixou para 99, o limite da normalidade. “Se você comer quatro vezes o que comeu aqui, vai continuar emagrecendo”, disse o médico. É o truque do spa para tentar deixar você feliz com uma dieta de mil calorias. Tem funcionado. Não perdi um número no manequim, mas minhas roupas estão mais largas. No mais, descobri que não sou tão molenga para exercícios. De alta, na volta, minha primeira providência foi comer uma esfirra em uma lanchonete na estrada. “Dieta radical é tratamento agudo para do-ença crônica’ Dietas com baixíssimo valor calórico, como as do Spa Med de Sorocaba, têm o efeito colateral de inibir o apetite, de acordo com o endocri-nologista Lucas Tadeu Moura, médico do spa. Isso ocorre porque a restrição intensa leva o organismo a entrar em cetose quando o corpo passa a queimar gordura para obter energia. “Pesquisas já mostraram que uma pessoa que consome 300 calorias diárias sente menos fome do que uma que come 900.” Segundo Moura, a cetose começa até o segundo dia de restrição, quando acabam as reservas de glicose do corpo. Por esse motivo a maioria das pessoas sente mais fome nos primeiros dias de spa. A mudança no metabolismo, no entanto, não causa um “choque” no organismo, diz o endo-crinologista. “O corpo não interpreta que você está morrendo. Não há nenhum sentido fisioló-gico nisso. Ele interpreta que está saindo mais energia do que entrando e se adapta a isso.” Tanto a dieta de 300 calorias quanto a de 450 e a de 600 são consideradas muito restritivas e resultam em perda rápida de peso. “A resposta à dieta é muito individual. Muita gente não consegue fazer a de 300 calorias.”

Não faça em casaRegimes como os de spa são arriscados e não podem ser feitos sem acompanhamento. “A dieta mínima recomendada para se fazer em casa é de 800 calorias, isso para pessoas muito pequenas, que têm o metabolismo basal de mil calorias”, diz Moura. O nutrólogo Celso Cukier, do Instituto de Metabolismo e Nutrição, explica que uma restrição alimentar muito exagerada pode causar problemas como dor de cabeça, náusea, halitose e mudança de humor. “O organismo redistribui micronutrientes e usa reservas intracelulares”, explica. O problema está na volta à dieta normal. “O corpo produz muita insulina e, no retorno dos nutrientes às células, pode haver a falta aguda de alguma substância.” De acordo com Cukier, a maior parte do peso perdido em um spa é água, principalmente nos primeiros dias. “Pode servir como estímulo, no máximo. E é preciso voltar à rotina com calma, comendo alimentos mais leves no começo.” A longo prazo, a dieta mínimaa recomendada por ele é de 1.200 calorias. Para o endocrinologista Bruno Geloneze, do Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes da Unicamp, dietas muito restritivas não devem ser feitas nem mesmo em spas. “Só vejo desvantagens. É um tratamento agudo para uma doença crônica, que é a obesidade. Para perder e manter o peso é preciso um tratamento contínuo”, diz. O mesmo pensa a nutróloga Ana Luisa Vilela. “Os spas só sobrevivem porque as pessoas vol-tam. Acaba virando problema crônico. A pessoa só emagrece lá porque tem alguém vigiando. Depois sai e engorda de novo. É ilusório.” Segundo Moura, o tratamento serve para der-rubar mitos relacionados ao emagrecimento. “Muita gente chega ao spa achando que não consegue emagrecer. E aqui a pessoa percebe o quanto estava comendo e como pode reduzir muito a sua ingestão de calorias.”

Testamos o spa médico que há décadas disciplina gulosos com regras duras, diárias salgadas e regimes hiperrestritos

O Spa Med Sorocaba oferece tratamentos medicos para obesos onde a proposta é consumir apenas 300 calorias

Foto: Victor moriyama/Folhapress

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Seu Cido, um dos moradores de rua mais antigo de Bragança, que sempre estava na companhia de dois cães, está vivendo há dois meses no Asilo

São Vicente de Paulo.. Ele chegou por enca-minhamento da assistência social, de acordo com José Carlos de Pádua, coordenador de almoxarifado do asilo. “Ele fica o dia inteiro sentadinho, se alguém conversar com ele, ele conversa, senão ele fica na dele. Ele não vem falar com a gente, mas se alguém fala com ele, ele responde”, explica. De acordo com os registros, Seu Cido se chama Aparecido de Godoy Moreira e nas-ceu em Tuiuti no dia 20 de em abril de 1947, tem, portanto, 66 anos. “Nasci na Mãe dos Homens, trabalhava na fazenda que meu pai deixou pra mim quando morreu”, conta.

TrabalhoSeu Cido fala pouco. Ele responde o que lhe é perguntado e durante todo o tempo de conversa menciona o trabalho. Se o assunto for a época em que foi morador de rua, ele não fala. É difícil saber se ele ignora por não querer se lembrar ou se simplesmente apagou esse período da memória. “Plantava milho, fazia cerca de boi, tirava leite da vaca, soltava os bois no pasto, plantava café, fazia tijolo”, enumera. Quando pergunto sobre os cães que o acompanhavam pela cidade, ele diz que eles os ajudavam a tocar o gado. Pergunto se ele sente falta deles, ele diz que não, porque estão bem cuidados. “A gente achava que ele iria sentir falta dos cães, mas não. Ele não toca nesse assunto” diz José Carlos. Seu Cido pre-fere focar suas memórias em uma época diferente, certamente mais feliz e próspera. “Às vezes não precisa nem chamar o Cido pra tomar café, ele acorda e já vem. E fala que tem que andar logo porque precisa trabalhar. Ele fala disso o tempo inteiro”, explica José Carlos. Pergunto a Seu Cido se ele não pensa em aproveitar o tempo para descansar. Ele diz que não, que gosta de trabalhar. “Aqui não tem serviço pra fazer, não gosto de ficar parado. Quan-do a gente fica mais velho o governo quer aposentar a gente. Tá louco?” ele responde. “E o senhor não passeava, não saia pra se divertir?”, eu falo. “Passeava por aí só um pouquinho. Eu ficava batendo papo com os amigos, eles me indicavam serviço”, diz. Conto a ele que muita gente na cidade quer saber se ele está bem. “O senhor quer mandar algum recado pra essas pessoas, Seu Cido?”, pergunto. “Fala que eu to por aqui, que eu to aqui,” responde. “E se alguém vir visitar o senhor. Pode? O senhor vai gostar?”. “Pode, pode vir visitar. Eu vou gostar de receber visita, vou gostar,” fala. Quem quiser visitar Seu Cido e os demais idosos que vivem no asilo, o horário é das 13h às 17h, de segunda a domingo. O endereço é R. Albino Dantas, 220, ao lado do Jardim Público e o telefone é 4033- 0545.

BenfeitoresDurante o período que permaneceu vi-vendo pelas ruas de Bragança, Seu Cido conquistou amigos e benfeitores. A maioria dessas pessoas que, de uma forma ou de outra fizeram o bem a essa figura tão des-protegida, permanece anônima. Quase por acaso, conseguimos encontrar uma delas e conversar por telefone. D. Lourdes* preferiu não se identificar, por isso usamos um nome fictício. Ela conhece Seu Cido há 28 anos, mas demorou um tempo até que conseguisse ter liberdade para se aproximar. “Ele era jovem ainda, e bebia. Um dia eu o vi com a orelha machucada e tentei me entrosar para amenizar um pouco seu sofrimento. Curei o machucado dele e ele foi confiando em mim. Ele não sabia se esconder da chuva, vivia molhado, a roupa secava no corpo. Viveu sozinho a vida toda, mas dava pra perceber que teve uma boa criação. Sabia comer direitinho, nunca entrou na casa de ninguém, nem pra se esconder do frio, não pedia nada. É uma alegria saber que agora

ele dorme na caminha dele”, emociona-se. Todos os dias, no mesmo horário, Seu Cido ficava na frente da casa de D. Lourdes espe-rando pelo café da manhã. “Eu falava com ele todo dia, umas quatro ou cinco vezes por dia. Quando ele bebia ficava mais difícil, às vezes eu avisava que ia buscar o prato de comida, quando voltava ele estava indo embora. Eu corria atrás dele com o prato na mão, chamava, mas ele não dava bola, nem olhava pra trás, continuava andando. No outro dia ele estava aqui de novo”. Perio-dicamente D. Lourdes ia até o bazar do asilo e comprava um paletó novo para Seu Cido. Era quando ela, a prima Marli e o esposo conseguiam fazer com que Seu Cido entrasse na casa de D. Lourdes para que pudessem lhe dar um banho, cortar o cabelo e a barba e vestir-lhe roupas limpas. “Ele ia depois de muito agrado. Eu tinha um irmão doente também, já estava acostumada, sabia como lidar. Quando ele terminava o banho tinha que ter um paletó limpo, senão ele vestia o sujo mesmo, não gostava de ficar sem o paletó. O que eu fiz por ele não foi nada”, diz. D. Lourdes ficou feliz quando soube que ele estava vivendo no Asilo, mas precisou conter a saudade. “Eu esperei uma semana pra ir vê-lo, porque eu tinha receio de ele me ver e ficar agitado, querer ir embora. Ele é como um irmão pra mim. Você acredita que ele batia palma pra me chamar do mesmo jeito que o meu irmão fazia? Se eu tivesse condições, queria ele comigo, mas não posso, infelizmente. Quando encontrei ele no asilo pela primeira vez, chorei o dia inteiro de alegria. Agora eu vou vê-lo sempre, dá uma louca em mim, eu pego o ônibus e vou”, fala.

“Ele sofreu demais, é uma pessoa que está cumprindo uma missão muito bonita aqui na Terra”, conclui. De acordo com Erinor Baratella Jr, Presidente do Asilo São Vicente de Paulo, toda a equipe está surpresa com o número de pessoas que vão até a instituição para ver Seu Cido. “Muitos

funcionários do comércio vêm até aqui pra saber como ele está. Ele é uma das pessoas que mais recebe visitas”, conta.

CãesEntramos em contato com a Faros D’Ajuda para saber sobre os cães que acompanha-vam Seu Cido e, para nossa surpresa, a presidente Márcia Davanso nos contou que eles, na verdade, tinham donos: os irmãos Astrid e Othelo Dubard. Fomos até a casa deles para descobrir como começou essa relação curiosa entre Seu Cido e os inseparáveis amigos Negão, o cão preto, e Dartagnan, o cão amarelo. “O Cido aparecia aqui às vezes e os cães acabaram se apegando a ele. Já fazia uns cinco anos que eles acompanham o Cido. Eles gostavam de andar com ele porque aqui eles comem ração, na rua o povo dava coxinha, carne, frango assado”, brinca D. Astrid. Ela explica que de todos os cães que cuida – 17 no total – apenas os dois seguiam Seu Cido. Às vezes ficavam 10 ou 15 dias na companhia do amigo, pe-rambulando pelas ruas da cidade. Depois voltavam pra casa, ficavam uns três dias, e voltavam pra perto de Seu Cido. “Quando o Cido foi pro asilo, o preto voltou pra casa sozinho. O amarelo foi pra Faros. Ele não andava quando chegou lá, ninguém sabe o que aconteceu. Quando ele ficou bom a Márcia trouxe ele de volta. No começo, quando ele ouvia barulho de ambulância, ele berrava, acho que lembrava do dia que o Cido foi internado. Só depois eu fiquei sabendo o que tinha acontecido, que ele estava no asilo, porque as margaridas contaram. Elas falam que ninguém podia chegar perto do Cido que cães avançavam. Parece até que uma vez o Cido se envolveu em uma briga com outro morador de rua e o amarelo entrou no meio pra defender ele”, fala. “Agora eles estão sentindo falta do Cido. Todo dia eu solto eles lá pelas 6h da manhã e eles saem pra procurar ele. Só voltam lá pelas 7h30”.

colaboração sHeL aLMeiDa

É uma alegria saber que agora ele dorme

na caminha dele

D. Lourdes

Negão e Dartagnan acompanharam Seu Cido por 5 anos. Hoje eles saem todas as manhãs à procura do amigo.

Negão e Dartagnan, os cães preto e amarelo que eram os amigos inseparáveis de Seu Cido

Tela pintada em março de 2009 pelo artista plástico Djalma Fernandes, a partir da foto original

Seu Cido morou nas ruas por mais de 25 anos. Está há dois meses no asilo e é quem mais recebe visitas.

Foto: djalma Fernandes

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Os doces finos da recepção do casamento são mimos que os noivos podem oferecer aos

convidados e que enchem os olhos de qualquer um. Mas quais doces escolher? Essa é uma das perguntas que muitos se fazem ao decidir por doces finos, não sabem qual sabor e decoração irá agradar a seus convida-dos, ou qual é a melhor opção. Então ai vai umas dicas:Não necessariamente os doces finos têm que ter a mesma cor da decoração da festa. Quanto ao sabor, você deve escolher de acordo com o cardápio: caso na sua festa seja servido apenas bolo você pode optar por doces finos mais doces como os com sabor leite condensado, chocolate branco, ao leite, trufados… Caso seja servido o bolo e outra sobremesa, você pode optar por doces com frutas, nozes, amêndoas e chocolate amargo, assim os seus convidados não ficaram tão enjoados com muitas coisas doces. Já a decoração do docinho vai depender do estilo da festa: Caso você queira uma festa mais diferente, você deve optar por doces finos sem flores e sem corações, e sim doces marmorizados,

pirâmides, doces com brilho e formatos inusitados. Caso sua festa seja mais romântica você deve escolher doces mais delicados, com cores suaves e desenhos como flores, corações, noi-vinhos, e as iniciais dos noivos.Para calcular a quantidade de doces finos para a sua festa é simples. Se os doces forem apenas para enfeitar a

sua mesa de bolo, recomendamos 2 doces finos por pessoa. Mas se forem servidos de mesa em mesa, recomen-damos de 4 a 5 doces por convidado.Lembrando também do tradicional Bem-Casado, que é indispensável em qualquer festa!Um abraço a todos e boa festa, cheia de muitos doces finos, sejam eles

quais forem!

Mande suas sugestões para nosso e-mail, [email protected] Podemos auxiliá-los em suas dúvidas! Acesse nosso Facebook: Spassu Plaza. Ou se preferir, venha conhecer nossa loja, estaremos pron-tos para atendê-los.

Por ana Carolina serafim e nazaré Brajão

Doces finos na recepção

SPASSU da Elegância

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Brigas, gritos e objetos arremessa-dos. No meio do tiroteio emocional, uma adolescente de 16 anos busca o amor da mãe bipolar.

São cenas do musical da Broadway “Quase Normal”, em cartaz em São Paulo. Ao final da peça, a atriz carioca Carol Futuro, 33, que interpreta a adolescente Natalie, é surpreendida por uma menina de 15 anos, que a abraça forte. A garota diz, chorando: “Eu entendo você! Dói quando a gente está buscando o amor dos pais e eles nem veem que a gente está aqui. Eles estão mais preocupados com os problemas deles”. Outra menina, também com a voz em-bargada, emenda: “Eu não queria levar meu namorado para casa porque é uma maluquice lá. Nunca sei como minha mãe vai estar”. A personagem Natalie é muito real para as adolescentes. O transtorno bipolar é caracterizado pela alternância entre depressão e eufo-ria. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, atinge cerca de 4,2 milhões de brasileiros. A mãe de Jennypher Ramos, 19, e Stéphany Ramos, 20, sofre do mal há 20 anos, mas começou o tratamento em 2010. Separada do marido há um ano, ela e as filhas lutam por uma boa convivência. “Foi muito difícil para minhas filhas. Às vezes, não conseguia levantar para ir ao banheiro, vivia chorando e batia nelas”, conta Liz Lílian Ramos, 37. “Quando o namorado da mais velha vinha à nossa casa, me trancava no quarto. Tudo me incomodava.” Entenda a doença transtorno bipolar Como a doença evolui? Com crises recorrentes e cada vez mais

frequentes. Se não for tratada, o paciente pode perder neurônios, com crises mais intensas. Ele perde a memória e a con-centração. Não consegue fazer tarefas simples e conviver em família. Como ela é controlada? Com medicação contínua para impedir crises. Elas podem desaparecer, mas, se a medicação for interrompida, voltam em 90% dos casos. Não tem cura, mas tem tratamento. O paciente em tratamento contínuo pode levar uma vida normal. Fonte: ÂNGELA SCIPPA, médica da Associação Brasileira de Psiquiatria Adulta em papel de adolescente, Carol Futuro se preparou com uma bipolar Carol Futuro, 33, já interpretou muitos adolescentes nos últimos quatro anos em que trabalhou no projeto “Teatro Jovem”, criado em 1996 pelo diretor Tadeu Aguiar e pelo produtor Eduardo Bakr. Isso facilitou na hora de viver Natalie em “Quase Normal”, também dirigida e produzida por eles. “Minha mãe diz que eu nunca larguei a adolescência. As minhas birras, as minhas manias, são todas de adolescente. Meu marido concorda com ela plenamente”, brinca a atriz durante entrevista em um hotel em São Paulo. Carol conta que a personagem Natalie é uma adolescente que amadureceu preco-cemente quando se viu sem o apoio da mãe bipolar [Diana, interpretada pela atriz Vanessa Gerbelli Ceroni]. “Ela foi criada sobrevivendo aos vários baques que a mãe teve, às várias quedas e crises. Às vezes, tem essa facilidade de eu ser uma pessoa mais velha fazendo essa personagem, porque ela tem uma maturidade, um amargo da vida que uma

adolescente acha que tem porque tudo é muito difícil.” Com o papel de Natalie em mãos, a atriz recebeu a consultoria do psiquiatra Fábio Barbirato e foi em busca de experiências reais para entender a bipolaridade. Ela não precisou ir muito longe. “A preparadora vocal da peça, Mirna, é bipolar, medicada, e, como aluna, eu convivi com sua bipolaridade. Um mês a gente estava tendo uma aula maravilhosa e, no mês seguinte, ela estava enlouquecida, dando aula em alta velocidade.”

Mirna Rubim, 51, foi diagnosticada com transtorno bipolar em 2004, entrou em tratamento, mas achou que estava bem e desistiu de tomar os remédios. Durante os ensaios da peça, ela viu os sintomas da doença voltarem, sobretudo a euforia. “Eu fui a um shopping e em dois finais de semana gastei R$ 5.000. Você não consegue se controlar, é desesperador”, conta Mirna. “O musical me ajudou a tomar mais consciência da minha doença.” Ela retomou o tratamento.

A atriz Carol Ventura, que interpreta a filha de uma mae bipolar no musical; Quase Normal.

Seu sorriso COM saúde

Todos aqueles que são pais de-sejam que seus filhos tenham uma educação adequada em

todas as áreas de suas vidas. Sabemos que educar dá trabalho. Nem sempre os filhos querem ouvir aquele conselho ou seguir aquela orientação. Querem agir por seus próprios impulsos e isso ocorre em todas as idades, de acordo com suas peculiaridades. Cada faixa etária tem suas características e é muito importan-te que sejam observadas atentamente pelos pais, para que o objetivo desejado seja alcançado com êxito.Após muitos anos de trabalho com crianças, notamos que elas precisam de direcionamento, de orientações ob-jetivas e diretas e também de pessoas que as lembrem constantemente aquilo que aprenderam. Elas se esquecem ra-pidamente e somente uma rotina diária poderá estabelecer hábitos adequados. É preciso também que haja coerência nas atitudes de quem ensina, pois se um dia a criança é cobrada em relação a uma determinada situação e no outro não, aquele ensinamento vai se perdendo e o aprendizado fica deficiente. Pode-mos observar que isto está de acordo com uma educadora de nossa cidade, Tânia Sprosser Novas. Em seu livro “A Importância dos Limites na Educação” ela ressalta o seguinte: “A coerência é fundamental para uma educação equi-librada e funcional”.Quando falamos em educação em saúde bucal entendemos que é preciso seguir as mesmas regras sugeridas para a educação como um todo. A criança deve ser lembrada diariamente de sua higiene bucal (escovação e uso de fio

dental), diríamos que não somente lembrada mas também orientada e supervisionada. Ela não tem condições de assumir essa responsabilidade. Por isso a orientação que passamos aos pais é que até, mais ou menos, a idade de oito anos a higienização bucal deve ser realizada pelo adulto. Por sua vez, é importante ressaltar que a criança precisa aprender por si só a escovar seus dentes. Isso deve ocorrer aos poucos até que ela adquira a coordenação motora fina para que os movimentos utilizados durante a higienização sejam eficientes. Desta forma, conforme vai ocorrendo o crescimento da criança, sugerimos aos pais que, deleguem a elas, sempre com supervisão, algumas escovações durante o dia, mas a que ocorre à noite, antes de dormir, seja realizada por eles. Outra sugestão que fazemos é que esta última escovação não seja quando a criança está com muito sono. Nesse momento ela ficará irritada, chorosa e isso levará a uma escovação inadequada.É fato que, na maior parte das vezes, os filhos adquirem, por imitação, os hábitos de seus pais. Desta forma sabemos que não adianta apenas falarmos, devemos agir de acordo com nossa fala para que os pequenos ouçam e observem, e com isso criem hábitos adequados para uma vida saudável.Não é fácil, mas é possível e o resultado de uma educação com amor e auto-ridade só trará benefícios para nosso pequeno ser.Maria de Fátima Martins Claro CRO 18.374Especialista e Mestre em Odontopediatria

inForMe PUBLiCitário

Dra. Luciana Leme Martins KabbabeCRO/SP 80.173Dra. Mariana Martins Ramos LemeCRO/SP 82.984Dra. Maria de Fátima Martins ClaroCRO/SP 18.374Dr. Luis Fernando Ferrari BellasalmaCRO/SP 37.320 Dr. André Henrique PossebomCRO/SP 94.138

Dra. Juliana Marcondes ReisCRO/SP 70.526Dra. Helen Cristina R. RibeiroCRO/SP 83.113 DR. Luis Alexandre ThomazCRO/SP 42.905

Praça Raul Leme, 200 – salas 45/46/49 Edifício Centro Liberal. Telefones: 11 4034 – 4430 ou 11 4034 – 1984

COM - Centro Odontológico Martins

por aDriana Farias/FoLHaPress

Gangorra emocional Musical que traz adolescente e sua relação com a mãe bipolar emociona jovens nessa situação

Educação em saúde bucal

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Foto: Fabio braga/Folhapress

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Sexta 17 • Maio • 2013 Jornal do Meio 692 7informática & tecnologia

Por YUri GonZaGa/FoLHaPress

Bike high-tech Imagine-se pedalando pelos Al-pes, onde são realizadas etapas da Volta da França, no mesmo momento em que os melhores

ciclistas do mundo competem entre si. Isso já é possível -pelo menos virtualmente. Novos sistemas de ciclismo indoor, como o Realaxiom (R$ 6.200), da Elite, permi-tem que o usuário acople sua bicicleta a um rolo de treinamento que dificulta a pedalada automaticamente, conforme o trecho reproduzido. Em outras palavras, quando o ciclista vê, na tela do computador ou na TV, uma subida se aproximar, sente nas pernas a inclinação do relevo -e o mesmo acontece durante as descidas. O aparelho ainda registra o esforço realizado (em watts), o ritmo da pedalada e, com um acessório, a frequência cardíaca. “Quarenta minutos [pedalando] no rolo de treinamento equivalem a mais ou me-nos duas horas na estrada”, diz Roberto Vitório, 38, professor de educação física. Vitório ganhou uma competição realizada por uma loja carioca usando o sistema -os competidores “percorreram” montanhas nos Pireneus franceses e na Sardenha, ilha italiana. O sistema funciona com vídeos feitos pela própria empresa ou por marcas especializadas em programas de trei-namento, tal qual a Sufferfest. Também dá para criar percursos virtuais usando o programa Google Earth. Alternativa mais acessível (US$ 10 por mês), o software TrainerRoad permite o uso de rolos de treinamento mais baratos, que custam de R$ 1.000 a R$ 3.000, também com vídeos. “É um ótimo treino, bem pesado”, diz o consultor de tecnologia Arthur Soares, 26.

Metamorfose Para o ciclista de ultramaratonas Claudio Clarindo, 35, a tecnologia está transfor-mando a modalidade. “O uso de GPS foi um divisor de águas, mas também tem o câmbio eletrônico”, diz, referindo-se aos novos sistemas de troca de marcha que usam motor elétrico e radiotransmissores, como o Campag-nolo EPS e o Shimano Di2. Tecnologia no pedal Tido como referência da “mais saudável rede de usuários entre qualquer rede social”, o aplicativo para ciclistas Strava vem se popularizando no Brasil. Seu principal atrativo é a competição que proporciona com rankings virtuais -e está ligada a dois acidentes fatais nos EUA. Funciona assim: ao fim de uma pedalada, o usuário “sobe” para o site o trajeto que acabou de percorrer, gravado com o smartphone ou um aparelho de GPS. O Strava, então, compara o tempo recém--enviado ao de outros ciclistas que já haviam passado pelas mesmas ruas. O usuário ganha um prêmio virtual para cada um dos trechos em que foi mais veloz que outros ciclistas. “Nem penso em sair de casa sem ‘ligar’ o Strava”, diz o assistente de palco José Armando Peixoto, 41, que usa o aplicativo desde 2011, ano em que voltou a “pegar pesado na bike”, segundo ele. Desde então, Peixoto -que agora participa de provas amadoras de ciclismo- perdeu 11 kg e parou de fumar. Em um desafio de quilometragem pro-posto pelo Strava, em janeiro, ele foi o oitavo brasileiro mais dedicado, com 2.160 km no mês. No total, ele acumula 26,2 mil km. “Antes, eu ganhava todos esses desafios, mas agora está muito popular e concorrido.” “Em nosso último desafio, o primeiro e o segundo lugares foram ocupados por ciclistas do Brasil”, disse à Folha o presidente-executivo do Strava, Michael Horvath, em entrevista por e-mail. No ano passado, o número de usuários do app decuplicou, sendo 60% dos novos adeptos de fora dos EUA.

Brincadeira? Também em 2012, o Strava foi processado pela família de Kim Flint, que morreu ao tentar descer mais rápido um morro de Berkeley, na Califórnia. O trecho, hoje marcado por usuários com a ferramenta para sinalizar perigo, não permite mais competição (veja em bit.ly/Descida). “Gosto de usar para brincar com meus amigos, mas acho uma babaquice o cara sair de casa só para fazer determinado trecho mais rápido”, diz a ciclista pro-

fissional Gisele Gasparotto, 33. “Nossos usuários são os responsáveis por sua própria segurança e devem agir conforme a lei e o bom senso”, diz Hovarth. Peixoto concorda e diz que “é motivador, mas a coisa tem limite.” Outro usuário do Strava atropelou um idoso de 71 anos, matando-o, ao ignorar um sinal vermelho em San Francisco, e hoje está respondendo por homicídio. Um dos trechos mais cobiçados em São Paulo é a subida do Pico do Jaraguá, na zona oeste, percorrida 1.494 vezes por 282 usuários. O “rei” da descida da avenida Rebouças registrou velocidade média de 64 km/h, acima da máxima permitida, que é de 60 km/h. Sincronizado com celular, GPS envia posição ao vivo Quando foi anunciado, em janeiro, o GPS Edge 810, da Garmin, ganhou a atenção de um sem-fim de publicações ciclísticas, especialmente por sua capacidade de parear-se ao smartphone, aproveitando sua conexão à internet. Dessa maneira, é possível saber o posi-cionamento em tempo real do seu usu-ário, que no começo da pedalada pode enviar por e-mail o link da visualização do trajeto para amigos ou familiares. “Para alguém te encontrar é um facili-tador, além de existir uma questão de segurança [em caso de acidentes]”, diz o arquiteto Jair Augusto de Santis Mou-rão, 35, que pratica ciclismo por hobby. Com tela de 2,6 polegadas, o Edge 810 registra as coordenadas geográficas, a altitude, a velocidade e, com o uso de acessórios, o batimento cardíaco e o ritmo da pedalada, funções que também são encontradas em alternativas, como os aparelhos das marcas Polar e Earthmate. Um diferencial, contudo, é a navegação: antes de sair de casa, o ciclista pode baixar da internet um trajeto que deseja realizar (ou criar seu próprio percurso) e seguir as instruções curva a curva, assim como faz um GPS de carro.

Treino inteligente “É possível programar um treino interva-lado: o GPS te fala quando pegar pesado, chegar a certo batimento cardíaco, e quando descansar”, detalha a ciclista profissional Gisele Gasparotto. Para Claudio Clarindo, a tecnologia de transmissão em tempo real é “algo surreal”, mas que deve “virar febre” em pouco tempo. Sobre o histórico que consegue criar a partir dos registros de suas pedaladas, ele conta que o GPS é um auxílio estimulante. “Quanto mais informação, mais você melhora.” Motor elétrico ajuda a não suar e a encarar a subida O suor é um dos fatores que pode fazer desistir da ideia quem pensa em pedalar até o trabalho, especialmente em dias quentes ou quando o percurso envolve trechos ladeira acima. Para contornar isso, é possível instalar um motor elétrico na magrela. É o caso do administrador de banco de dados Cleber Augusto Rafael, 35, que diz que gastou cerca de R$ 1.600 para transformar sua bicicleta (que valia R$ 1.000) em uma versão equipada com suspensão dianteira e motor elétrico, que custou quase a totalidade do valor investido. Hoje, ele economiza cerca de R$ 230 por mês com o carro na garagem. “Estimo o custo em R$ 0,02 por km.” “Queria voltar a pedalar e não podia chegar suado ao escritório, onde trabalho com roupa social”, conta, explicando que a bicicleta estava “estacionada” havia um bom tempo. “A cidade onde moro [Maringá (PR)] é plana, mas o trajeto que faço tem subidas.” Seu percurso é de seis quilômetros e, por ser curto, pode ser totalmente feito sem pedalar. O motor que instalou é relativamente forte, com potência de 1.000 W (carga máxima de 150 kg). Cleber diz que a conversão dura cerca de três horas. Uma desvantagem é o peso, maior.

Vulnerável Para Willian Cruz, editor do site “Vá de Bike”, versões elétricas podem ser perigosas. “É fácil abusar da velocidade quando o motor está ligado”, diz. “Além disso, seu usuário fica em situação de vulnerabilidade jurídica, pois o uso de bikes elétricas não é regulamentado.”

Dispositivos de alta tecnologia con-quistam quem usa a bicicleta para o lazer e para o transporte

Roberto Vitório, 38 anos, é ciclista, professor de ducação física e personal trainer. Ele treina na Bicicletaria Gran Ciclismo, Barra da Tijuca, onde há um sistema de ciclismo indoor que usa um suporte para a roda traseira com

ajuste de dificuldade automática. O ciclista pedala e assiste em uma tela posicionada a sua frente o vídeo de um percurso real, enquanto a roda traseira demanda maior ou menor esforço conforme o trecho do filme.

Fotos: : Fernando Frazão/Folhapress

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Vivemos um momento curioso na política brasileira dada a distância entre os discursos políticos e a prática política brasileira, que se diferencia,

inclusive, nos ambitos interno e externo.Pensemos primeiro na política externa – nosso país é tido como o mais importante no contexto político latino americano por conta de suas dimensões continentais e por sua capacidade econômica o que lhe habilita a servir de referência quanto aos problemas que surgem na América Latina, além de ser um parceiro econômico dispu-tado pelos demais países do continente, inclusive os EUA. Externamente, o Brasil adota uma postura progressista e agressiva que inclui o financiamento de ações em países mais pobres.Internamente, entretanto, o Brasil conti-nua o mesmo, ou seja, antigas e superadas práticas políticas ainda vigoram e domi-

nam nosso cotidiano. Dentre as inúmeras práticas políticas temos a permanência da ideia do enriquecimento rápido e fácil, pois a vida pública é procurada e tida como uma forma segura de enriquecimento sem muito trabalho. Curioso é pensar que uma das falas comuns é de que se for preciso e possível é normal conseguir este enri-quecimento de forma ilícita já que “todos levam um pouquinho”.Além desta visão, permanece a política do favorecimento que aparece, explicitamente, na distribuição dos famigerados e cobiça-dos cargos de confiança. Se a política lida com o poder e com as regras e lógica da administração pública, toda ela permeada por leis e normas, é justo perguntar qual o papel dos cargos de confiança, pois como o próprio termo designa confiança não tem relação direta com a burocracia do poder público. Os defensores dos cargos

de confiança, que em pequena escala se-riam aceitos, podem dizer que os quadros políticos devem se apoiar em pessoas que trabalham ou que entendem as ideias e propostas dos grupos políticos, mas se o poder público deve governar para todos, a burocracia e suas normas deveriam ser suficientes para tanto. Por isso não é de se estranhar que os mais raivosos defensores desta prática são os interessados ou os beneficiados por ela, usando inúmeros artifícios para a sua manutenção. O que por si só já coloca esta prática em dúvida.No entanto, o que mais assusta na polí-tica brasileira é o abismo que separa os desejos da população, que existem ainda que nem sempre organizados ou claros, e as práticas dos políticos que tomam suas decisões a revelia dos desejos populares, pois os interesses pessoais e partidários são mais importantes para as próximas

eleições e são dissimulados por discursos bem feitos, boas propagandas e renovadas promessas políticas.Além disso, há o crescimento de grupos políticos específicos com ideais particulares e questionáveis, sem um horizonte polí-tico definido, que ganham espaço devido a falta de interesse do cidadão comum preocupado com sua vida cotidiana, pois não entende ou não se preocupa com a relação entre ambas.A apatia política é, para aqueles que não vivem da política, a saída mais cômoda e, ao mesmo tempo, irresponsável, ou seja, ela é uma dos pilares da suposta demo-cracia brasileira que existe sim e é uma construção de todos nós.

Pedro Marcelo Galasso - cientista político, professor e escritor. E-mail: [email protected]

Reflexão e Práxis

Por PeDro MarCeLo GaLasso

Nossas Escolhas

por FeLiPe GonçaLves

O que você quer ser quando crescer ?

A suposta democracia brasileira

Tive uma grande surpresa esses dias, fiz aquele centenária pergunta ao meu filho de 5 anos.O que você quer ser quando crescer ?

Como todo pai, imaginava a resposta padrão........Médico, Jogador de Futebol, Professor e etc....quando ele rapidamente respondeu.:- Pai, quero ser o Homem de Ferro !Me surpreendi com a resposta, porém ava-liando a inocência de uma criança, adorei e nos divertimos muitos.Mais fiquei curioso o porque da escolha em querer ser o Homem de Ferro, sendo que ao meu ver outros super-heróis como o Hulk, Super Man, Capitão América e Batman me parecem mais comprometido com o verdadeiro objetivo de ser um super-herói.Um super-herói é um personagem fictício sem precedentes das proezas físicas dedi-cadas aos atos em prol do interesse público, o objetivo dos super-heróis é, geralmente, a defesa do bem, da paz, o combate ao crime, tomando para si a responsabilidade de ser protagonista na luta do bem contra o mal.Estes heróis com superpoderes que nada têm a ver com o mundo real na maior parte deles são mitos criados no imaginário das pessoas. Neste texto vamos refletir um pouco sobre seus heróis, pense por alguns segundos nas pessoas que você admira. Apesar de ter plena consciência de que essa imagem não passa de pura fantasia, a maioria das pessoas embarca nela de cabeça, e se ilude querendo mostrar que são super-executivos, super-empresários, super-mães, super-professores......entre outros. Queremos ser unanimidade! Desejamos impressionar as pessoas o tempo todo, in-sistimos em ser aplaudidos pela população mundial. E, para conseguir esse reconheci-mento, tentamos desesperadamente parecer aquilo que não somos em nossa essência:

pessoas de aço, indestrutíveis, inabaláveis.As pessoas podem e devem dar sempre o melhor de si, é altamente positivo buscar a excelência em cada coisa que fazemos, isso não quer dizer, no entanto, que sempre sairemos vitoriosos de nossas batalhas.Ninguém consegue ganhar todas as dis-putas da vida.Em 1958 o futuro Rei do Futebol Pelé e Garrincha levaram o Brasil à ser campeão mundial de futebol.Em 1962, a dupla, Pelé e Garrincha estavam de volta e levaram o Brasil ao bicampeonato de futebol na Chile..Em 1970 com Garrincha já fora da seleção brasileira, Pelé novamente liderou o Brasil ao tricampeonato mundial, agora com reforços de Gerson, Jairzinho e Tostão por exemplo.Porém, o que aconteceu em 1966 na In-glaterra...? Tínhamos Pelé, Garrincha, Jairzinho, Tostão, Gerson....todos juntos !! Porque não ganhamos...?Estes craques realizaram todas as metas de sua carreira, mas nem por isso fracassaram quando foram derrotados.Quem exige de si vencer o tempo todo está se candidatando a viver crises de depressão ou, pior ainda, agir sem ética para vencer a qualquer preço, quem precisa se sentir importante o tempo todo está criando um grande vazio em sua vida... Essa é uma ilusão perigosa, alguns conhecidos meus, por exemplo, esperam ansiosamente que a empresa os chame no fim de semana para resolver um problema urgente.A interpretação deles é a seguinte:Sou tão importante e indispensável que a organização não sobrevive um único segundo sem mim.No entanto, seria mais eficaz pensar em algo como:Estamos tendo problemas urgentes com muita frequência, como nossa equipe pode

se organizar melhor? Onde precisamos melhorar nossos processos?É preciso estar muito consciente para não embarcar nesse jogo de aparências e não se deixar envolver em atividades sem sentido para sua vida. Perdemos um tempo imenso correndo atrás da bagunça que criamos para nos sentir importantes. Desperdiçamos a vida porque ficamos brincando de super--heróis, prontos a entrar em ação.O problema é que acabamos entrando nessa viagem maluca de ser sensacionais em tudo e destruímos nossa paz de espírito. Na verdade, o ponto de equilíbrio é aliar a qualidade de vida ao sucesso. A questão não é medir o tamanho do sucesso, e sim estar atentos ao preço que pagaremos para conquistá-lo e, principalmente, lutar por objetivos que tenham sentido para nós.Contudo, a loucura é tamanha que a gente não para pensar no que está fazendo ao entrar nessa corrida, seguimos adiante como máquinas, querendo mostrar que somos super-heróis.A verdade é que pessoas acometidas deste mal se deslumbram com as oportunidades e este é o primeiro sintoma marcante para o diagnóstico, uma vez que a principal ten-dência de comportamento deste estágio da doença é tomar para si a responsabilidades que são de outras pessoas e buscar acu-mular funções diversas a fim de alardear sua competência tentando demonstrar a incompetência de outros.Após a excitação inicial provocada pela sedução da oportunidade e do potencial para se tornar um super-herói, inicia-se um novo estágio deste ma, definitivamente investido na condição de vítima traz fatos pontuais, na maioria das vezes totalmente fora do contexto dos acontecimentos, que, logicamente, provam a incompetência de todos os que o antecederam. Trata-se de um massacre com o intuito de provar de

vez a incompetência de todos em prol de sua competência. E você deve estar se perguntando, existe algum remédio para este mal tão terrível? Eu diria que existe sim. O único remédio para curar esta doença, e que poderia ser indicado em qualquer fase, é uma boa dose de humildade, infelizmente os orgulhosos preferem não tomá-lo, afinal, humildade é um remédio amargo para eles e de gosto horrível. Devemos reagir a este tipo de disputa de poder ou de doença de acordo com os valores morais, valores estes que são construídos no seio familiar e no convívio social. Porém, o seio familiar e o convívio social são, simultaneamente, o terreno onde serão desenvolvidos e assentados os nossos valores morais. Ou seja, eles ajudam a construir e a sustentá-los. Mas, quem constrói nossos valores somos nós mesmos, nos atos cotidianos, ao refletir sobre as conseqüências destes na nossa vida e na vida dos outros. Caso você conheça alguma pessoa que esteja sofrendo desta terrível síndrome, procure ajudá-la na reflexão de que ela não é um super-herói que controla o tempo, as pessoas e as coisas, procure persuadi-la de que é apenas vítima de sua falta de análise prévia. Ajude-a entender que a pílula da hu-mildade não acabará com sua auto-estima, nem lhe fará menor do que os outros e que, portanto, deve tomá-la, em beneficio de si mesma e dos que o rodeiam.Tenha uma boa vida !

Felipe GonçalvesGraduado em Química, MBA em Supply Chain, Especialização em Desenvolvimento de Líderes, Mestrando em Engenharia Quí-mica, Profissional Corporativo e Professor Universitário. E-mail:[email protected]

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Foi com muita alegria que fotografei o casamento desse lindo casal sarita e erik. Um casal muito querido que fez do casamento um acontecimento inesquecível para todos os familiares e amigos. sarita é um doce de pessoa. linda e alegre fez seu making of com as amigas e a mãe num clima de festa. enquanto o maquiador juninho caprichava no visual das meninas elas se divertiam com sarita.a cerimônia religiosa aconteceu na igreja santa terezinha lindamente decorada e cheia de convidados. erik estava um pouco tenso, mas sempre era paparicado pelos amigos e familiares tirando o sorriso do noivo.a cerimônia foi maravilhosa e encantou todos os presentes. após os juramentos o casal trocou as alianças num clima de muita alegria. depois dos cumprimentos calorosos dos pais e padrinhos o casal passou pela nave da igreja com um lindo sorriso no rosto.na sequência seguimos para o salão de festas lelo’s onde o casal ofereceu uma belíssima recepção. a entrada triunfal do casal foi um dos pontos marcantes do grande dia! todos ovacionaram o casal enquanto a banda pires “arrebentava” na animação da festa. impressionante era ver a pista de danças sempre lotada e todos se divertindo. ainda pra ajudar, um show da bateria da escola de samba 9 de julho arrematou, com chave de ouro, toda a alegria da galera. mais um dia muito especial que guardo com muito carinho.toleba.

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A matemática é simples. O mercado nacional está pratica-mente estagnado em 2013 e a concorrência cresceu. Logo, de

uma maneira geral, os carros que já estavam na briga passaram a dividir o “bolo” com os novatos. Foi mais ou menos o que o Chevrolet Cobalt enfrentou nos últimos meses. O es-paçoso sedã saiu da média mensal de 5.500 unidades, conseguida no ano passado, para um número mais modesto de 4.300 emplacamentos por mês neste primeiro trimestre de 2013. Retração de 22% que fez o sedã cair do 12º lugar no ranking brasileiro para 16º. As perdas do Cobalt poderiam ser bem piores. É que em agosto do ano passado, a Chevrolet incrementou a linha do sedã com uma versão 1.8. A ideia na época, bem otimista, era aumentar em exatamente 20% as vendas do modelo. A nova versão foi até bem-sucedida e logo dividiu o mix de produção com a versão mais simples – tem agora exatos 50,8%. Só que o total de vendas praticamente não subiu – apenas acompanhou o crescimento no segundo semestre. Ou seja: a nova versão de certa forma impediu que a queda do Cobalt no mercado fosse ainda maior. Isso porque desde que foi lançado, outros modelos com o mesmo perfil foram apareceram, como o fortíssimo Fiat Grand Siena – que, inclusive, deu à Fiat a liderança entre os se-dãs. Além dele, já estava no mer-cado o Nissan Versa, que também é um sedã de entre-eixos alongado e com motorização mais forte que o 1.4 Econoflex da GM. Além deles, as chegadas de Hyundai HB20S e do próprio Chevrolet Prisma acir-raram a competição entre os sedãs compactos espaçosos na faixa dos R$ 45 mil. Para dar este incremento ao Cobalt, a Chevrolet foi atrás do motor intro-duzido na Spin alguns meses antes. Se trata do mesmo 1.8 mostrado no antigo Corsa, só que retrabalhado melhorar o torque – algo desejável para modelos mais “encorpados”. Tanto é que a diferença de potência entre o 1.4 e o novo 1.8 é praticamen-te nula: 102 para 108 cv. Já o torque sobe 30% e atinge 17,1 kgfm a 3.200 rpm. A Chevrolet ainda garante que 90% desta força aparece aos 2.500 giros. Para gerenciar o propulsor, o três volumes traz um câmbio manual de cinco marchas ou um automático de seis. Este último, por sinal, não estava nos planos iniciais da marca, mas apareceu por apelo do público. O Cobalt 1.8 pode vir nas versões LT e LTZ. Por R$ 44.390, a mais barata já traz itens básicos como ar, direção hidráulica, airbag duplo, ABS, vidros e travas elétricas. A mais equipada ainda agrega rodas de liga leve, rádio/CD/MP3/Bluetooth, computador de bordo e vidros elétricos por R$ 48.090.

Ponto a pontoDesempenho – O motor 1.8 é uma adição saudável para o Cobalt. Nem

tanto pela potência, mas principal-mente pelo torque mais robusto que o disponível no 1.4. A força máxima aparece em giros médios, o que ajuda o sedã a ficar mais ágil no trânsito urbano. Nada que inspire esporti-vidade, mas dá uma sensação de maior sobra. O câmbio manual de cinco marchas tem alavanca e curso curto e faz um bom conjunto com o propulsor. Nota 8.Estabilidade – O Cobalt não é projetado para ser um sedã com excelente comportamento dinâmi-co. Ao contrário, é um carro que foca no conforto. Por isso, o acerto de suspensão é macio e permite adernagens da carroceria. Mesmo assim, aderência e segurança são constantes. O mesmo pode-se dizer do desempenho do modelo em altas velocidades, sempre preciso. Nota 7.Interatividade – O Cobalt é um carro simples de ser usado. A posição de dirigir é “altinha” e permite melhor visão do trânsito. Os comandos vitais são bem posicionados e o volante traz comandos do rádio. Os pedais são macios e acompanham a propos-ta do sedã de oferecer conforto. A transmissão traz engates precisos. O sistema de som, apesar de ter um aspecto um tanto simplório, é bem completo. Nota 8.Consumo – A Chevrolet não disponi-bilizou nenhum modelo para testes do InMetro. O computador de bordo acusou uma média de 7,7 km/l de etanol em trajeto misto. Nota 6.Tecnologia – Mesmo com um recente “banho de loja”, o antigo motor 1.8 Econo.Flex destoa do resto. A pla-taforma é bem recente, inaugurada em 2011 no Sonic e fornece ótimo conforto e espaço interno. A lista de equipamentos traz apenas o esperado em um carro desta categoria e preço. Falta um sistema de entretenimento mais vistoso – como o usado no Onix, por exemplo – e outros mimos como ar-condicionado automático. Nota 7.Conforto – É o grande destaque do sedã da Chevrolet. Para começar, o tamanho da cabine é realmente notável. Cinco adultos viajam com conforto e com espaço de sobra. A suspensão é macia e absorve com bastante competência as imperfeições das ruas. Para completar, os ruídos externos são suavizados pelo bom isolamento acústico do sedã. Nota 9.Habitabilidade – É possível se po-sicionar com facilidade no interior do Cobalt. Os vãos de acesso são amplos e facilitam a entrada e saída do carro. Lá dentro, a oferta de porta--objetos é ligeiramente limitada – o mais útil fica à frente do câmbio, onde também estão as entradas auxiliares do rádio. O porta-malas é grande, com generosos 563 litros para bagagem. Nota 8.Acabamento – O interior do Cobalt é simples, mas feito com cuidado. Todo o painel é feito de plástico rígido, mas traz encaixes precisos e aparenta esmero na montagem. A mesma lógica se repete no restante do carro. Nota 7.

Design – Talvez a principal des-vantagem do sedã. A dianteira do Cobalt causa estranhamento, com os faróis muito grandes e a grade bipartida. De lado, a linha de cintura reta mostra pouca modernidade no design. A traseira é mais inspirada, com dois vincos em formato de cruz e as lanternas verticais. Nota 5.Custo/beneficio – Se o Cobalt 1.4 já não era um carro propriamente barato, o 1.8 piora ainda mais a relação custo/benefício do sedã. O modelo parte de R$ 44.390 e atinge R$ 48.090 na versão topo, a testada LTZ. São valores superiores aos cobrados pela Fiat no Grand Siena e pela Nissan no Versa, ambos com motor 1.6 16V e pacote de equipamen-tos semelhante. Os dois principais concorrentes ainda têm visual mais inspirado e desempenho superior ao Cobalt. Entretanto, ficam devendo no quesito conforto em relação ao Chevrolet. Nota 6.Total – O Chevrolet Cobalt 1.8 LTZ somou 71 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigirO tempo passa, mas o visual do Cobalt ainda não convence. É verdade que a dianteira pouco inspirada ficou mais familiar, mas a presença do Prisma, um sedã bem melhor resolvido, de-finitivamente não ajuda o Cobalt a ganhar fãs. A dúvida que a estética levanta, a experiência direta com os modelos derruba. E pesa, em muitos momentos, a favor do modelo maior. O interior do Cobalt é extremamente espaçoso a ponto de ser mais amplo até do que de sedãs médios. Cinco adultos viajam sem grandes sacri-fícios. A posição do motorista tam-bém é bem confortável. Os bancos têm apoios laterais e a espuma tem densidade suficiente para segurar o corpo. Na prática, significa que dá para ficar bastante tempo ao volante sem reclamar – mais um grande apelo a taxistas, que respondem por 10% das compras do modelo.O conforto embarcado do Cobalt aparece mais uma vez ao botar o sedã em movimento. A adição do motor 1.8 é bem-vinda, mas não am-plia drasticamente a disposição do modelo. Certamente ele é um carro mais esperto e ligeiro no trânsito urbano, fruto do torque 30% maior que na versão 1.4. Entretanto, a melhor maneira de conduzi-lo é com calma e parcimônia. Isso até apesar do instigante câmbio manual com engates precisos e justos. O desem-penho comportado torna a escolha da Chevrolet em usar um painel de instrumentos inspirado em motos superesportivas no mínimo curiosa. É, definitivamente, uma relação que passa longe da proposta do sedã.O rodar só comprova isso. O iso-lamento acústico, por exemplo, é acima da média. É possível atingir

giros altos sem perceber, tamanho o silêncio na cabine. A suspensão é macia e faz com competência o trabalho de absorver a buraqueira das cidades brasileiras. A escolha do acerto mais “molenga” gera a óbvia consequência de uma menor capacidade dinâmica. A carroceria rola sem grandes cerimônias nas curvas. Mesmo assim, a impressão geral é que o Cobalt mantém a se-gurança nas trocas de direção, com uma direção relativamente precisa.

Ficha técnicaChevrolet Cobalt 1.8 LTZMotor: Gasolina e etanol, diantei-ro, transversal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.Transmissão: Câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não possui controle de tração.Potência máxima: 108 cv e 106 cv a 5.400 rpm com etanol e gasolina.Torque máximo: 17,1 kgfm e 16,4 kgfm a 3.200 rpm com etanol e gasolina.Diâmetro e curso: 80,5 mm X 88,2 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.Suspensão: Dianteira do tipo McPher-son, com braço de controle ligado a haste tensora, com molas helicoi-dais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Traseira semi--independente, com eixo de torção, barra estabilizadora soldada no eixo, molas helicoidais e amortecedores pressurizados.Pneus: 195/65 R15.Freios: Dianteiros a disco ventilados e traseiros a tambor. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,47 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 m de altura e 2,62 m de entre-eixos. Peso: 1.137 kg.Capacidade do porta-malas: 563 litros.Tanque de combustível: 54 litros.Produção: São Caetano do Sul, São Paulo.Lançamento: Novembro de 2011.Lançamento da versão: Agosto de 2012Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de aço de 15 polegadas, chave canivete, banco do motorista e encostos de cabeça reguláveis em altura, airbag duplo frontal, ABS com EBD, grade dian-teira cromada, coluna de direção com regulagem de altura, rodas de liga leve, faróis de neblina, barra cromada na traseira, rádio/CD/MP3/Bluetooth, computador de bordo e trio elétrico.Preço: R$ 48.090.

por roDriGo MaCHaDo/aUto Press

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Fotos: jorge rodrigUes jorge/carta z notícias

Versão 1.8 até vende bem, mas não consegue ampliar alcançe do Chevrolet Cobalt

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A Suzuki parecia não dar muita bola para o Brasil. Há tempos o representante da

marca japonesa não fazia um inves-timento ou lançava novas motos por aqui. Tanto é que alguns dos modelos vendidos no país ainda estão desatualizados com o que há de mais moderno no resto do mundo. Na hora de ensaiar uma retomada, a Suzuki foi um tanto mais ousada. Resolveu apresen-tar logo de uma vez cinco motos novas, de média e alta cilindrada, que chegam entre maio e junho de 2013. O lançamento é oportuno. Afinal, com o segmento de baixa cilindrada em grande retração, as motos maiores têm sido respon-sáveis pelos melhores resultados das empresas do setor. Dos novos lançamentos, três são inéditos para o Brasil, enquanto as outras duas são novas gerações de motos que já eram comerciali-zadas por aqui. Com exceção da V-Strom, bigtrail de 650 cc lançada no segundo semestre de 2012 na Europa, os outros quatro modelos já existiam em outros mercados há bastante tempo. Um dos des-taques, a naked Gladius, está à venda na Europa desde 2008, por exemplo. Representada no Brasil pelo Grupo J. Toledo, a Suzuki até se desculpou pela desatualização e prometeu diminuir o “gap” entre o lançamento de um modelo lá fora e aqui.A Gladius, por sinal, é a mais an-tiga em circulação lá fora. Mesmo assim, talvez seja o integrante mais interessante da nova leva da Suzuki. O visual guarda semelhan-ças com a italiana Ducati Diavel com o quadro em treliça exposto, o farol rodeado de carenagem e a traseira curta. Mecanicamente, a Gladius traz o motor bicilíndrico de 645 cc com injeção eletrônica, refrigeração líquida e capacidade de gerar 72 cv a 8.400 rpm e torque de 6,5 kgfm – o mesmo que equipa a V-Strom. A naked chega às lojas em junho com três opções de cor e com preço de R$ 26.990.Outra a explorar o segmento de

motos urbanas de apelo esportivo é a GSR 750, outra inédita no mer-cado nacional, mas que já existe desde 2011. O nome já denuncia o motor maior, com 749 cc, 106 cv e 8,16 kgfm de torque. O design é mais agressivo, com uma frente bem “pesada” e cheia de detalhes. Os dois eixos contam com suspensão ajustável na pré-carga da mola e freios a disco com ABS. O preço é de R$ 36.900 e as vendas começam já no próximo mês.Quem completa a lista de gran-des novidades da Suzuki é a GSX 1250FA. Lançada mundialmente em 2010, ela é praticamente uma versão carenada da Bandit 1250, vendida por aqui desde 2009. Com preço de R$ 39.900 e o início das vendas marcadas para junho, a sport touring traz o mesmo motor que já era usado por aqui. Com 1.255 cc, ele gera 98 cv e 11 kgfm. O grande diferencial em relação à Bandit é a dianteira, mais protegida do vento por carenagens laterais e que for-mam um conjunto mais esportivo. Outro destaque é a introdução dos freios ABS, indisponíveis no modelo mais antigo.A Suzuki também aproveitou a opor-tunidade para atualizar outros dois modelos já conhecidos do mercado local. A V-Strom, que compartilha a mecânica com a Gladius, traz 67 cv e 6,1 kgfm. A aventureira ficou mais moderna, com adição de freios ABS, redução de peso e uma esté-tica revista. O valor é de R$ 34.900. Diferentemente de todas as suas novas companheiras, a V-Strom é uma moto nova também na Europa. Recebeu esta última atualização no segundo semestre do ano passado.A outra é a GSX-R 750, que, apesar de ter continuado em circulação por aqui, havia sido renovada no exterior em 2011. Ao menos, as mudanças foram pequenas. A esportiva ganhou um facelift, com direito a um novo farol e carenagem redesenhada. O propulsor continua com 150 cv e 8,8 kgfm. As vendas começam em junho e o preço é de R$ 49.900.

por rodrigo Machado/aUto Press

Fotos: diVUlgação

Suzuki sai da inércia e lança cinco novos modelos no Brasil, com foco no mercado de média e alta cilindrada

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Na comemo-ração e seus 50 anos, a Lamborghini

apresentou, no Salão de Xangai, a edição especial do Aventa-dor LP 720-4 50 An-niversario. A versão do esportivo tem 20 cv a mais que os 700 da original, como o próprio número “720” indica, mas mantém o mesmo V12 de 6.5 litros. O bólido tem algumas características de design diferentes do “convencional”, como um novo pacote aerodinâmico que inclui um grande difusor em fibra de carbono nas partes dianteira e traseira e saias laterais. A produção vai se limitar a 100 unidades.

por aUGUsto PaLaDino/aUtoPress

Foto: diVUlgação

Lamborghini Aventador LP 720-4 50 Anniversario

Touro especial

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por aUGUsto PaLaDino/aUtoPress

Na reta de chegada – A Volvo não vai demorar para entrar na briga dos hatches médios pre-mium do mercado nacional. A fabricante sueca vai lançar em junho o V40, o dois volumes apre-

sentado por aqui no ano passado durante o Salão de São Paulo, que chega para disputar espaço com BMW Série 1, Mercedes-Benz Classe A e o futuro Audi A3. O V40 aposta na tecnologia de segurança ao ser o primeiro carro do mundo com airbag para pedestre. O motor é um 2.0 turbo de 180 cv aliado a uma transmissão auto-mática de seis marchas e o preço estimado gira na faixa dos R$ 100 mil.

Fantasma centenário – Em 1913, a Rolls-Royce Silver Ghost foi aclamado como “melhor carro do mundo” ao vencer a Alpine Trial, corrida de mais 3 mil km nos Alpes austríacos. Agora, cem anos depois, a marca lan-çou uma série especial, inspirada nos quatro modelos que completaram a antiga prova. O sedã Ghost Alpine Trial Centenary, apresentado no Salão de Xangai, tem pintura azul clara, do mesmo tom dos carros vencedo-res, assim como rodas e grades pretas. É a primeira vez que a Rolls-Royce faz uma homenagem a um de seus próprios carros.

Do contra – Para o CEO da Maserati, Harald Wester, todo o foco da indústria automotiva para a criação de carros elétricos é inútil. Durante o Salão de Xangai, o executivo declarou que não acredita que o automóvel elétrico ou até o híbrido sejam a solução para a mobi-lidade. Wester lembra que poucos se preocupam com o efeito gerado para recarregar ou produzir as baterias em si, processos que podem ser mais poluentes que o uso de combustíveis fósseis. Para ele, a saída é apostar

ainda mais em carros a diesel e com GNV.

Está próximo – Conceito apresentado mundialmente durante o Salão de São Paulo de 2012, o utilitário Taigun está em processo final de desenvolvimento. De acordo com o designer chefe da Volkswagen, Klaus Bischoff, o jipinho não deve demorar muito a chegar ao mercado. Além disso, o executivo acredita que seria um grande erro vendê-lo apenas na América do Sul. Baseado na plataforma do Up!, o Taigun deve ser bem compacto, com pouco menos de 4 metros de comprimento. Com o baixo peso, até um motor 1.0 aspirado é cogitado para equipar o modelo.

Protegidos – A Toyota mandou blindar 12 unidades do compacto para o transporte de seus executivos no Brasil. Foram 10 sedãs e dois hatches, todos entregues à blindadora Concept. A empresa precisou fazer um estudo especial de como reforçar o carro sem que ele perdesse a capacidade dinâmica. Fazer um carro com motor 1.5 receber todo o peso extra de uma blindagem especial requer realmente muita pesquisa.

Crescer para cima – A ordem dentro da Audi é explorar o mercado dos utilitários. Pelo menos é o que garantiram alguns executivos da marca durante o Salão de Xangai. A grande prioridade é o Q2, um crossover compacto, pro-vavelmente na plataforma do A1. Outro modelo que tem boas chances de chegar ao mercado europeu é um acima do Q7, um eventual Q8. A ideia, no caso, é criar um SUV com luxo equiparável ao A8, o carro mais refinado da marca. Para bater o martelo, porém, a Audi precisa da autorização da Volkswagen.

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