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6ª Inspetoria Geral 9. & 9.1. &-0</0@ O Programa de Segurança para os Parques Naturais Municipais, de acordo com o art. 4º da Resolução SMAC nº 307/03 deverá ser elaborado com o apoio da Coordenadoria Militar do Gabinete do Prefeito. A segurança dos Parques e a fiscalização contra caça, depredação, etc., previstas na Resolução SMAC Nº 111/01 são efetuadas pelos Guardas do GDA 23 (Grupamento de Defesa Ambiental), da Empresa Municipal de Vigilância (Guarda Municipal). Os PNM da Prainha e do Mendanha contam com um efetivo de quatro guardas do GDA cada um, que se revezam em turnos de doze horas (com descanso de 36 horas) com dois guardas durante o dia (à noite não permanecem guardas nos parques). O Parque de Grumari não conta com um efetivo de guardas do GDA. O Parque de Marapendi funciona com dois turnos (12 h cada) de guardas do GDA (duas turmas de dois guardas de dia e dois à noite), que efetuam rondas nas proximidades da sede do Parque. Os guardas dispõem de boa infra-estrutura, incluindo um barco a motor novo, usado na fiscalização ao longo da Lagoa. O Parque da Serra da Capoeira Grande não possui estrutura própria de segurança. A Patrulha Ambiental atua a partir de ocorrências ou denúncias que lhes sejam informadas por moradores e servidores municipais que trabalham em uma escola vizinha ao Parque. A Patrulha Ambiental, que também é composta por GDAs, tem uma base no PNM de Marapendi, e conta com um efetivo de 29 GDAs (incluindo os dois guardas da segurança do Parque), que se revezam em turnos de doze horas. É a Patrulha Ambiental que fica no Parque de prontidão, oferecendo apoio externo na zona oeste quando solicitado e através de denúncia, também efetuando rondas noturnas em outras Unidades de Conservação, como nas APAs que não contam com um efetivo de guardas responsáveis exclusivamente pela sua segurança. 23 O Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) foi criado em 13 de abril de 1994 para auxiliar órgãos oficiais de preservação nas ações contra crimes ao meio ambiente.

6ª Inspetoria Geral - Tribunal de Contas do Município do ... · 6ª Inspetoria Geral ˘ ˇ ˙˚ 10.2. ; .08F456 32< O PNM de Marapendi não possui mapas-índice da unidade e mapa

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6ª Inspetoria Geral

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9. ��&������

9.1. &-0</0@�

O Programa de Segurança para os Parques Naturais Municipais, de acordo com o

art. 4º da Resolução SMAC nº 307/03 deverá ser elaborado com o apoio da Coordenadoria

Militar do Gabinete do Prefeito.

A segurança dos Parques e a fiscalização contra caça, depredação, etc., previstas

na Resolução SMAC Nº 111/01 são efetuadas pelos Guardas do GDA23 (Grupamento de

Defesa Ambiental), da Empresa Municipal de Vigilância (Guarda Municipal).

Os PNM da Prainha e do Mendanha contam com um efetivo de quatro guardas do

GDA cada um, que se revezam em turnos de doze horas (com descanso de 36 horas) com

dois guardas durante o dia (à noite não permanecem guardas nos parques).

O Parque de Grumari não conta com um efetivo de guardas do GDA.

O Parque de Marapendi funciona com dois turnos (12 h cada) de guardas do GDA

(duas turmas de dois guardas de dia e dois à noite), que efetuam rondas nas proximidades

da sede do Parque. Os guardas dispõem de boa infra-estrutura, incluindo um barco a motor

novo, usado na fiscalização ao longo da Lagoa.

O Parque da Serra da Capoeira Grande não possui estrutura própria de segurança.

A Patrulha Ambiental atua a partir de ocorrências ou denúncias que lhes sejam informadas

por moradores e servidores municipais que trabalham em uma escola vizinha ao Parque.

A Patrulha Ambiental, que também é composta por GDAs, tem uma base no PNM

de Marapendi, e conta com um efetivo de 29 GDAs (incluindo os dois guardas da segurança

do Parque), que se revezam em turnos de doze horas.

É a Patrulha Ambiental que fica no Parque de prontidão, oferecendo apoio externo

na zona oeste quando solicitado e através de denúncia, também efetuando rondas noturnas

em outras Unidades de Conservação, como nas APAs que não contam com um efetivo de

guardas responsáveis exclusivamente pela sua segurança.

23 O Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) foi criado em 13 de abril de 1994 para auxiliar órgãos oficiais de

preservação nas ações contra crimes ao meio ambiente.

6ª Inspetoria Geral

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Conforme informação da Sra. Lílian Goelzer, responsável pela Patrulha Ambiental,

esta contava com um efetivo de 80 guardas até o término do contrato nº 65/01, de

09/07/2001, para apoio ao projeto da Patrulha Ambiental. Através deste contrato, eram

fornecidas viaturas com motorista, motor para o barco, computadores, motoserras,

máquinas fotográficas, atendentes para o recebimento de denúncias e pessoal

administrativo. Com o fim do contrato em agosto de 2003, não tendo infra-estrutura para

operar, o efetivo da Patrulha Ambiental foi distribuído por outras unidades, sendo reduzido

para o quantitativo atual de 41 guardas. Apesar do novo contrato nº 85/04, assinado em

05/08/2004, não houve a recomposição do quantitativo anterior que compunha a Patrulha

Ambiental.

Foto 22: diversos tipos de armadilhas e utensílios destinados à

caça de animais apreendidos no interior do Parque do Mendanha.

9.2. �<2?2.456�2�D619032�0��.DE./;6@�

Segundo o ´Guia de Chefe das UCs Federais´ disponibilizado pelo IBAMA, de

modo geral, pode-se dizer que o homem é o principal causador dos incêndios florestais24

porque a maioria deles é iniciada em decorrência de algum tipo de atividade humana.

Existem, também, os incêndios causados por fenômenos naturais, porém são mínimos.

24 fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação.

6ª Inspetoria Geral

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As causas mais freqüentes dos incêndios florestais são: fogueiras em áreas de

visitação pública, incêndios intencionais, fumantes, linhas elétricas (redes de alta tensão

que cruzam áreas de florestas), pescadores e caçadores que se dedicam à atividade

noturna (utilizando lampiões, fogareiros, velas etc.) e descargas elétricas (causa natural).

Impedir totalmente que os incêndios ocorram é praticamente impossível, mas é

fundamental impedir seu avanço no ecossistema. O Guia/IBAMA disponibiliza o Manual de

Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, a fim de disseminar informações e

procedimentos básicos sobre como agir para evitar a ocorrência de tais incêndios.

A Resolução SMAC nº 111/01 prevê como Recomendação Geral, dotar as UCs de

equipamentos e planos de combate a incêndios florestais.

A Patrulha Ambiental atua na prevenção e combate a incêndios florestais em

Unidades de Conservação, agindo, muitas vezes, em auxílio à brigada de incêndios do

Corpo de Bombeiros.

Os PNM de Marapendi e Prainha dispõem, como equipamentos destinados ao

combate à incêndios, de bombas costais e abafadores (Fotos 23 e 24). O abafador é

utilizado para apagar as chamas, em ação direta contra o fogo e a bomba costal é um

equipamento utilizado para lançar água sobre as chamas e reduzir a intensidade do fogo.

O Parque do Mendanha dispõe apenas de abafadores para combate a incêndios.

Conforme informação do gestor do Parque, possui também torre de observação para a

identificação de possíveis focos de incêndio. A equipe de inspeção não constatou a

existência desta torre porque, ainda segundo o informado, está localizada em local de

acesso precário.

Os Parques de Grumari e da Serra da Capoeira Grande, assim como as APAs

correspondentes, dependem somente da Patrulha Ambiental em caso de ocorrência de

incêndio, e não dispõem de material de combate a incêndio.

6ª Inspetoria Geral

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Foto 23: bombas costais no Parque da Prainha.

Foto 24: abafadores para combate a incêndios no PNM Mendanha.

10. ��������� ��������

A sinalização de uma Unidade de Conservação é parte importante do processo de

informação dos seus usuários. Por esse motivo não se restringe à simples tarefa de

"colocar placas". Implica na verificação do que deve ser informado e de que forma isso

pode ser feito com eficácia.

Mesmo que algumas situações emergenciais exijam a colocação de placas, a

sinalização da unidade deve ser feita por meio de um projeto global. Dessa forma, garante-

se que este processo de informação por meio de letreiros e outros sinais visuais se adeqüe

ao ambiente, tenha características de durabilidade e consiga comunicar sucintamente ao

usuário aquilo que ele precisa saber para se orientar na Unidade de Conservação. (Guia de

Chefe / IBAMA).

Ainda de acordo com o IBAMA, a sinalização deve contribuir para que a unidade

atinja seus objetivos de criação através da abordagem dos seguintes aspectos, dentre

outros: indicação de acessos à mesma, bem como dos seus limites; indicação de serviços e

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facilidades oferecidas (como trilhas, mirantes etc.); atividades oferecidas; infra-estrutura de

apoio administrativo existente na unidade; indicação de aspectos ligados à segurança do

visitante; horário de funcionamento e normas e regulamentos existentes, sobre os quais o

visitante deva ser informado. Caso a Unidade não possua um Plano de Manejo, deverá se

limitar a uma sinalização básica de: limites, identificação da Unidade, síntese dos

regulamentos de uso, acessos, orientações essenciais para os visitantes - uso atual da

área.

Em uma Unidade de Conservação existem dois tipos de sinais: os Indicativos - de

orientação dos visitantes; e os Interpretativos. Os interpretativos são, em geral, mais

complexos que os indicativos e ambos têm por finalidade explicar aos visitantes algo sobre

os aspectos culturais ou naturais de uma Unidade de Conservação.

Conforme o IBAMA, as Unidades de Conservação não são o local para grande

concentração de sinais e a primeira regra deve ser: quanto menos sinais, melhor. A

segunda regra é que, se sinais serão implantados, que sejam bem feitos, em locais

apropriados, posicionados com cuidado especial em razão do ambiente das Unidades.

Embora a delimitação visual das UCs, através da colocação de marcos e placas

indicativas, se encontre prevista na Resolução SMAC nº 111/01, nenhuma das unidades

avaliadas possui suas fronteiras definidas satisfatoriamente. Mesmo os funcionários lotados

nestas Unidades não têm certeza sobre os limites das áreas protegidas e seu zoneamento

interno.

10.1. �;.08;F0456��G32<.0�

A sinalização externa deve contemplar placas afixadas ao longo das estradas e

rodovias, indicando a existência e a identificação da Unidade, a sua direção e a distância a

ser percorrida até o(s) seu(s) acesso(s). Placas de aproximação podem agregar sinais de

atrativos turísticos, formando com elas um só conjunto e com a função de orientar o

usuário-turista dentro do contexto trânsito, atendendo à evolução e às necessidades deste

segmento específico.

Foi observado que no tocante às Unidades de Marapendi, Grumari, Prainha e

Serra da Capoeira Grande, a sinalização externa nas rodovias a caminho do Parque é

praticamente inexistente. Em relação à Unidade do Mendanha, pode ser observada uma

sinalização, a partir da Avenida Brasil, nas imediações do Parque.

6ª Inspetoria Geral

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10.2. ���;.08;F0456��.32<.0�

O PNM de Marapendi não possui mapas-índice da unidade e mapa de trilha. Nas

proximidades da Sede, constata-se a existência de sinalização informativa e educativa em

boas condições. Com relação às trilhas, esta sinalização é inexistente.

Foto 25: sinalização indicativa da Flora e Fauna no PNM de Marapendi

Nas demais UCs avaliadas há deficiência em relação à sinalização interna. Com

exceção do PNM do Mendanha, não foram identificados os mapas-índice da unidade. Em

nenhuma delas estavam disponíveis as sinalizações de trilha, informativa e educativa,

especificamente sobre o conhecimento das espécies, zoneamento, restrições a visitantes

etc.

Foto 26: sinalização improvisada no PNM do Mendanha

Foto 27: Mapa-índice no PNM do Mendanha

6ª Inspetoria Geral

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10.3. �<;8A0@�

As trilhas representam o principal contato do visitante com as belezas cênicas do

lugar, além de mostrar “in situ” a fauna e a flora característica do bioma representativo da

Unidade. Embora o lazer promovido pelas trilhas seja o principal objetivo da maioria dos

visitantes, pode-se considerá-las como uma ferramenta de manejo para a educação

ambiental já que através de sinalização interpretativa e a orientação e condução de guias,

através de seus acessos, o visitante tem a sua percepção ambiental ampliada para além de

uma simples recreação.

Nas UCs visitadas, somente a da Prainha tem uma

trilha considerada ideal para que se tenha uma visão geral

de seu bioma. Seu formato circular permite uma visão

abrangente da Unidade proporcionando lazer e educação

ambiental.

Nas demais UCs visitadas inexistem trilhas como

as consideradas anteriormente. Na do PNM do Mendanha,

existem vias de acesso a lugares de lazer sem que se tenha

no trajeto a questão da educação ambiental.

Foto 28: trilha do Morro dos Caetés – PNM da Prainha

Outras vias de acessos somente são percorridas onde o poder institucional tenha

que se manter presente, mas não estão abertas ao público. Na de Grumari, as trilhas são

usadas como caminhos comuns por usuários da comunidade local e estranhos e ainda não

há orientação por parte da SMAC de usá-las para fins educacionais e de percepção

ambiental.

11. ���&������� ������)���

A efetiva implantação de uma UC seja de proteção integral (caso dos Parques

Naturais) ou de uso sustentável (Áreas de Proteção Ambiental), passa necessariamente

pela ordenação dos direitos e deveres dos titulares de domínio ou de posse sobre as

respectivas áreas. Sem o devido equacionamento da regularização fundiária das áreas

envolvidas, não há que se falar de infra-estrutura. Por conseguinte, a não regularização

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fundiária das UCs, principalmente para aquelas de Proteção Integral, torna difícil, senão

impossível, se falar na operacionalização destas unidades para o cumprimento dos seus

objetivos.

O objetivo básico de uma Unidade de Proteção Integral é preservar a natureza,

sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais.

Nas Unidades de Conservação de Proteção Integral se faz necessário que o Poder

Público tenha a propriedade e posse da área da Unidade, além das benfeitorias que

porventura existam sobre a mesma. São inúmeras as dificuldades criadas naquelas

unidades que não possuem sua situação fundiária regularizada. NETO (2002) aponta como

resultados das dificuldades de entendimento geradas pela ´confusão fundiária´ :

- ações ilegais e degradação ambiental do patrimônio natural abrangido pela UCs

(implantação de loteamentos clandestinos, grilagem de terras, invasões, extração

ilegal de produtos florestais, etc.);

- obstáculos à implantação de infra-estrutura de apoio ao desenvolvimento de

atividades de administração, visitação pública, pesquisa e outras nos processos de

implantação das UCs;

- limitações à demarcação de divisas e às atividades de fiscalização;

- desvios na análise e tramitação de processos administrativos e judiciais que tratam

da defesa dos interesses públicos relativos à regularização e proteção das UCs; e

- limitações à resolução de conflitos sociais que freqüentemente incidem sobre as

UCs.

Os conceitos doravante abordados neste tópico foram extraídos do Manual de

Apoio ao Gerenciamento das Unidades de Conservação Federais - produzido pelo Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis / IBAMA com o apoio da

Cooperação Técnica da Alemanha através da Deutsche Gesellschaft für Technische

Zusammenarbeit / GTZ – que foi utilizado como material de pesquisa para a presente

auditoria.

6ª Inspetoria Geral

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11.1. ��/28;1;30456�>H@;D0�

Os limites da unidade de conservação são definidos no momento de sua criação.

Usualmente, os limites de uma Unidade são normalmente referidos a acidentes geográficos

(rios etc.) ou mesmo obras como rodovias, canais etc., bem como coordenadas geográficas

que fixam pontos e linhas de contorno da Unidade. Concluídos os trabalhos técnicos

referentes à delimitação de uma Unidade, esses elementos são objeto de um decreto do

Chefe do Executivo, que legaliza os limites propostos. Uma alteração destes limites só pode

ser feita por lei.

Para aquelas Unidades já criadas que não tiveram sua delimitação perfeitamente

estabelecida, no todo ou em parte, há a possibilidade de sofrerem propostas de alteração

de seus limites. O processo de verificação da situação da propriedade e posse, assim como

os procedimentos para que a situação descrita no parágrafo anterior seja obtida é

denominada ´regularização fundiária´.

Assim, a regularização fundiária destina-se a concretizar o domínio e a posse do

Estado sobre as terras inseridas nos limites da unidade de conservação, objetivando livrá-

las de quaisquer ônus, a fim de cumprirem os objetivos de conservação a que se destinam.

11.1.1. ��/28;1;30456�.6�����/0��<0;.A0�

O Decreto “N” 17.426 de março de 1999 estabeleceu a delimitação do território do

Parque considerando os limites de suas fronteiras e seu zoneamento interno. Esta

delimitação ocorreu através de coordenadas geográficas.

No art. 6° do referido Decreto são citadas as cinco zonas25 em que foi dividida a

área do Parque e no art. 7° são apresentados os conceitos destas. O texto do Decreto

encontra-se na íntegra em nosso Anexo.

25 Embora citada, a Zona de Uso Especial não está conceituada no Decreto nem tem a sua base cartográfica

estabelecida.

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Para análise das coordenadas geográficas, a equipe de inspeção contou com a

colaboração da Profª. Doutora Julia Strauch da Escola Nacional de Ciências Estatísticas –

ENCE/IBGE. As coordenadas foram analisadas durante visita à UC, cujos achados de

auditoria encontram-se a seguir:

1. Inexistência de menção ao fuso.

As coordenadas em U.T.M.26 que definem os limites do Parque se referem à

base cartográfica IPLAN n° 308-D na escala27 1:10.000 de 1990. Trabalhando com o

sistema de projeção Universal Transversal de Mercator, deveria ser acrescentado o

fuso ao qual se está referindo para uma localização eficaz de pontos sobre a

superfície terrestre;

2. Coordenadas invertidas

Existe uma troca, neste sistema de projeção, de coordenadas. As coordenadas

(X,Y) são citadas trocadas, ou seja, o ponto X é tratado como Norte e o ponto Y

como Leste.

3. Deficiência em diversas coordenadas, conforme análise dos pontos do Mapa28 a

seguir:

26 U.T.M. (Sistema Universal Transversal de Mercator): Sistema de projeção cartográfica do tipo cilíndrica,

transversal e secante ao globo terrestre. Ele possui sessenta fusos, com seis graus de amplitude cada, contados do anti-meridiano de Greenwich, no sentido oeste-leste. FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. Centro Universitário La Salle. Canoas. 2000

27 Relação ou proporção existente entre as distâncias lineares existentes em um mapa, e aquelas representadas no terreno, ou seja, na superfície real. No caso de 1:10.000, a cada centímetro representado no mapa corresponderá no terreno a dez mil centímetros, ou seja, 100 metros. FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. Centro Universitário La Salle. Canoas. 2000.

28 Fonte: Anexo preparado pela Profª. Doutora Julia Strauch da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE com base no Decreto Municipal citado. As coordenadas foram processadas no software Arcview 9.0, pela própria Professora.

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Ponto Deficiência

A suas coordenadas estão no mar

B chama a atenção pelo seu deslocamento

F idem, além de estar fora da área do Parque

G dois pares de coordenadas

H dois pares de coordenadas

4. As zonas de uso estabelecidas no art. 7° do Decreto citado estão sobrepostas, o

que torna inviável o reconhecimento delas dentro de suas finalidades como

estabelece o referido diploma legal.

6ª Inspetoria Geral

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11.1.2. ��/28;1;30456�.0@�/210;@�-.;/0/2@�0-/;30/0@�

Nas demais unidades auditadas a delimitação se dá através de referências dadas

por ruas e avenidas, acidentes naturais e marcos existentes anteriormente como, por

exemplo, linhas de transmissão de energia elétrica, conforme definição de seus Decretos e

Leis de criação.

APA de Marapendi: delimitada, em linhas gerais, pela Avenida Arenápolis, pelo Oceano

Atlântico, Avenida Alvorada, Avenida Sernambetiba, Rua Professor Alfredo Colombo,

Avenida das Américas, Avenida Mário Fernandes Guedes, Avenida Moisés Castelo Branco

Filho, Avenida Otávio Dupont até seu encontro com a Avenida Arenápolis.

APA da Prainha: delimita-se ao sul com a APA da Orla Marítima; ao norte por uma linha

reta imaginária traçada para a esquerda e para a direita, a partir do topo do Morro da Boa

Vista; a oeste com a APA de Grumari; e a leste com o Recreio dos Bandeirantes.

APA da Serra da Capoeira Grande: delimita-se pela Estrada da Pedra, Rua Motorista

Manuel Duarte, Rua Domingos Correa de Morais, Rua Diogo Jacome, Estrada do Magarça,

Avenida das Américas, Estrada da Capoeira Grande, Rua São Domingos, Rua Várzea de

Palma, Rua Inimutaba, Rua Morro do Pilar, Rua Pedra de Indaiá, Rua Sapucaí Mirim, Rua

Três Marias, Rua Mantena, Avenida Alto Maranhão e Estrada do Catruz.

PNM de Grumari: delimitação especificada no Anexo Único do Decreto de criação

( figura 1 do subitem 3.7).

PNM do Mendanha: delimitada pelo cruzamento da Estrada do Guandu do Sena com a do

Boqueirão, em direção ao norte até as Serras do Gericinó e do Mendanha. Ao sul, ela se

estende até a Serra do Quitungo (cota cem metros) voltando a Estrada do Guandu do Sena.

6ª Inspetoria Geral

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PNM da Serra da Capoeira Grande: constituído pelas áreas de arborização do

PAL29 19.600, do PAL 17.434 e pelo lote doado para escola, adjacente à área arborizada do

PAL 19.600 (figura 2 do subitem 3.9).

A APA de Grumari e o PNM de Marapendi não possuem suas delimitações especificadas

nas respectivas Leis de criação.

A partir da delimitação, o processo de regularização fundiária realiza:

• demarcação;

• levantamento fundiário;

• vistoria;

• avaliação; e

• aquisição de terras.

Essas etapas são abordadas em maiores detalhes a seguir.

11.2. ��/210<D0456�

É a materialização física dos limites de uma Unidade, efetuada com base no

decreto que os estabelece e discrimina. Estes limites deverão ficar claros no terreno, de

modo a serem identificados fácil e corretamente, podendo ser verificados e identificados por

meio de marcos, como também incluir placas e outros indicadores mais visíveis,

especialmente quando estes corresponderem a acidentes geográficos (rios etc.) ou obras

(canais, rodovias etc.).

Uma correta demarcação deve contemplar as fases de determinação de pontos

geodésicos, materialização e monumentalização. Estas fases são abordadas em maiores

detalhes em nosso Anexo.

No município do Rio, embora a realização da delimitação física se encontre

prevista na Resolução SMAC nº 111/01 dentre as suas diretrizes, foi constatado na maioria

das Unidades a inexistência de delimitadores físicos quer nos limites das APAs, suas Zonas

ou nos limites dos Parques.

29 Projetos de Alinhamento e Loteamentos.

6ª Inspetoria Geral

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Nos Parques de Grumari, do Marapendi e da Prainha, a área demarcada é inferior

a 30%, enquanto os Parques do Mendanha e da Serra da Capoeira Grande não possuem

dados sobre a demarcação. Neste percentual foi considerado o percentual do perímetro da

UC demarcado comparado com o perímetro demarcável; ou seja, partes do perímetro que

possuem limites naturais não entraram no cálculo.

As APAs não possuem dados precisos quanto ao percentual da área demarcada e

pode ser constatado que a delimitação ocorre apenas por ruas e avenidas que definem os

limites das Ucs. Não foram identificadas outras formas de delimitação.

11.3. ��2?0.3012.36��-./;I<;6�

A segunda etapa no processo de regularização fundiária tem por objetivo

identificar, caracterizar e definir os limites físicos das propriedades e ocupações existentes

na unidade de conservação. Compreende, para cada propriedade ou ocupação na área da

Unidade, um levantamento topográfico e um estudo dominial, ou seja, um estudo dos títulos

e registros que asseguram a propriedade dos imóveis ou ocupações, incluindo a verificação

de suas origens.

O levantamento fundiário implica em:

• levantamento dos limites das propriedades;

• pesquisa cartorial;

• elaboração do laudo de informação fundiária;

• identificação dos imóveis e seus ocupantes;

• características dos ocupantes.

A verificação da infra-estrutura existente e a avaliação serão feitas nas fases

seguintes. As etapas do levantamento fundiário são abordadas em maiores detalhes em

nosso Anexo.

6ª Inspetoria Geral

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Nas Unidades de Conservação auditadas, a situação fundiária se encontra da

seguinte forma:

UC Situação Fundiária

da Unidade

PNM de Grumari 0 – 29% regularizada

PNM do Mendanha 0 – 29% regularizada

PNM do Marapendi 90 – 100% regularizada

PNM da Prainha 90 – 100% regularizada

PNM da Serra da

Capoeira Grande

dados inexistentes

Fonte: Formulário para Coleta de Informações utilizado para apurar o grau de implementação / 6ª IGE.

Observa-se que os Parques de Grumari e do Mendanha encontram-se atualmente

em uma situação precária do ponto de vista fundiário, onde menos de um terço da área total

é de domínio público. Tal fato contraria o determinado na legislação vigente, a qual

determina que nos Parques (Nacionais, Estaduais ou Municipais), o domínio das terras

inseridas nos perímetros destas UCs deverão ser públicas em sua totalidade (SNUC, 2000).

As UCs de proteção integral analisadas foram criadas anteriormente à edição da

Lei nº 9985/00 permanecendo com populações em seu interior contribuindo para conflitos

fundiários.

Essa situação fundiária causa inúmeros empecilhos à devida gestão das áreas,

com notório comprometimento das atividades de proteção dos recursos naturais inseridos

nas UCs. Conforme aponta VILLANI (2004), é extremamente difícil, conciliar o uso e manejo

das áreas particulares com as atividades de conservação e fomento à regeneração natural

da vegetação a serem desenvolvidas por uma Unidade de Conservação de Proteção

Integral. Foi observado que nessas propriedades particulares, os proprietários desenvolvem

atividades exploratórias com a substituição da vegetação nativa por outros usos. O manejo

inadequado das áreas para a viabilização dessas atividades muitas vezes compreende

queimadas, supressões da vegetação e impedimentos à regeneração natural através de

roçadas.

6ª Inspetoria Geral

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Para o Parque de Grumari foi efetuado um levantamento pelo Grupo de Trabalho

instituído pela Resolução SMAC nº 316, de 06/07/2003, concluído em maio de 2004 com o

objetivo de elaborar estudos visando a implantação do PNM de Grumari. Através deste

estudo foi efetuado um levantamento da situação fundiária da área, com prioridade para as

áreas situadas na planície, onde se procurou definir os lotes que compõem a área e sua

titularidade. O resultado deste trabalho está consubstanciado no Mapa da Situação

Fundiária, em nosso Anexo.

Para o Parque do Mendanha não foram localizadas evidências de realização de

levantamento fundiário. Em visita ao local observam-se as propriedades no interior da

Unidade.

Fotos 29, 30, 31: propriedades particulares no

interior do PNM Mendanha.

6ª Inspetoria Geral

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Uma situação fundiária em situação precária com conflitos sobre posse e domínio

de terras representa um dos maiores obstáculos à implementação e à gestão de uma área

protegida. Por esta razão é importante que seja feito um levantamento fundiário e um

planejamento de regularização da área incluída nos limites do Parque.

11.4. �;@36<;0�

A verificação da infra-estrutura existente será feita através de vistoria técnica e

preenchimento de laudo fundiário, visando o levantamento das benfeitorias existentes em

cada propriedade ou ocupação devendo ser levantadas, georeferenciadas e caracterizadas.

A caracterização deve incluir uma descrição das edificações, tipo de material empregado

nas paredes, piso e cobertura; existência e tipo de rede de energia elétrica, água e esgoto;

estado de conservação e uso atual. Outras benfeitorias, tais como cercas, deverão ter suas

características, extensão, materiais, e estado de conservação especificados. Quando as

cercas forem nos limites da propriedade, os limites cercados devem ser marcados nas

plantas individuais dos imóveis. Para culturas permanentes e pastagens plantadas,

especificar o tipo de cultivo, sua qualidade agronômica e fitossanitária, área ocupada,

quando foi plantada e expectativa de vida útil.

No caso do Parque de Grumari, o Grupo de Trabalho (Resolução SMAC nº 316/03)

identificou a presença de grandes proprietários e uma pequena comunidade rural

(posseiros) com 35 famílias com uma média de 4 a 5 pessoas por família dispostos em 35

edificações.

11.4.1. &<-10<;�*�&<0./2@��<6B<;23I<;6@�

Dentre os maiores proprietários que se encontram na área do Parque foram

identificados:

6ª Inspetoria Geral

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�0B0�/6@�10;6<2@�B<6B<;23I<;6@�/0�I<20�/6��0<=-2�

�Fonte: Relatório final do GT (Resolução SMAC nº 316, de 06/07/2003)

Proprietários área (m2)

1 – Condomínio Grumari (glebas I e II) 4.099.150,00

2 – Faculdades Simonsen (lotes 11, 12 e 13) 31.784,00

3 – Feliz de Castro Martins (lote 5) 11.480,85

4 – João Osório Ferraz de Barros (lote 10) 9.488,16

5 – Empresa Mar Bravio 2.400.000,00

Fonte: Relatório final do GT (Resolução SMAC nº 316, de 06/07/2003)

Observa-se pelos dados apresentados pelo Grupo de Trabalho que o processo de

desapropriação da área é fundamental e prioritário para a implantação efetiva do Parque

Natural Municipal de Grumari.

6ª Inspetoria Geral

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11.4.2. &<-10<;�*��61-.;/0/2�JB2@D0/6<2@�2�07<;D-836<2@K�

Essa comunidade possui energia elétrica que, conforme apontado no estudo do

GT, pode acabar por incentivar uma expansão da comunidade, bem como permitir o uso de

equipamentos elétricos dentro do Parque.

Em visita ao local, embora não tenha sido possível confirmar o número de 35

residências, pode-se confirmar a existência da energia elétrica e a utilização de água de

nascentes como fonte local. A seguir, são evidenciadas algumas edificações da

comunidade Grumari observadas por ocasião da visita ao local.

Fotos 32, 33, 34 e 35: construções no PNM de Grumari / 6ª IGE

6ª Inspetoria Geral

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Uma parte dessa comunidade

trabalha no Projeto Mutirão Reflorestamento

realizado na área e, atualmente, no horto de

espécies ameaçadas de extinção implantado

na área da sede do Parque.

Foto 36: viveiros de mudas nativas / Grumari

Já a atividade pesqueira, de acordo com o citado estudo, é pequena e os

pescadores não residem no local, embora por vezes pernoitem nos ranchos. Segundo o

estudo, existem cinco instalações no canto direito da praia. Algumas instalações, utilizadas

por antigos pescadores, se transformaram em pequenos bares. O Grupo de Estudo realizou

o cadastramento dos pescadores e suas instalações.

A população da comunidade de Grumari encontra-se organizada em uma

Associação de Moradores o que pode facilitar o envolvimento dos moradores na discussão

de soluções relativas à conservação da UC.

Nas Unidades do Mendanha e da Serra da Capoeira Grande também há potencial

para que a população local, através de uma associação possa contribuir e ser envolvida em

soluções para o Parque. No Marapendi e Prainha, este envolvimento pode ser feito com

grupos que freqüentam assiduamente o local, como no caso da Associação de Surfistas e

Amigos da Prainha.

11.5. �?08;0456�

Nesta fase, deverão ser identificados e registrados os parâmetros normalmente

utilizados na região para a formação de preços de terra, bem como coletadas informações

junto às fontes mais fidedignas da região sobre valores correntemente praticados no

mercado para terras com as características daquelas incluídas no perímetro levantado.

6ª Inspetoria Geral

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11.6. �=-;@;456�/2��2<<0@�

Trata-se do processo mediante o qual ocorre o domínio patrimonial das terras

contidas nos limites das unidades de conservação de proteção integral. Isto se dá através

de desapropriação, com justa e prévia indenização.

De acordo com o estudo do GT, no caso do PNM de Grumari, algumas áreas já

permitiriam a desapropriação imediata. Essa relação encontra-se em Anexo ao nosso

Relatório.

Finalizando, uma unidade de conservação é reconhecida como regularizada

quando esta se encontra devidamente demarcada, sem propriedades e ocupações de

terceiros e com toda a sua área e benfeitorias em nome do Poder Público, no nosso caso,

do Município do Rio.

Tal qual a demarcação, a regularização fundiária também se encontra prevista na

Resolução SMAC30 nº 111/01 dentre as suas diretrizes.

12. ������������������*�������

Problemas fundiários podem ameaçar a integridade da área protegida que se quer

conservar conforme abordado no item 11. Mas, vale observar que o uso da terra do entorno

da área protegida é tão fundamental quanto a situação no interior da unidade e, por isso,

assume grande relevância.

O art. 2531 do SNUC dispõe que as UCs devem possuir uma zona de

amortecimento, assim entendida como o entorno de uma Unidade de Conservação, onde as

atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de

minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Seus limites poderão ser definidos no ato

de criação da unidade ou posteriormente.

301. Diretrizes do Plano Diretor: �Fazer a regularização fundiária (promover estudos de levantamento fundiário e a negociação de imóveis, com fins de desapropriação, visando a implantação de UCs).

31 Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������������������ � ��

A seguir, é demonstrado o percentual da área do entorno que recebe o respectivo

manejo adequado para a zona de amortecimento.

UC Percentual

PNM de Grumari 30 – 49%

PNM do Mendanha dados inexistentes

PNM da Prainha 30 – 49%

PNM do Marapendi dados inexistentes

PNM da Serra da

Capoeira Grande

dados inexistentes

Fonte: Formulário para Coleta de Informações utilizado para apurar o grau de vulnerabilidade / 6ª IGE.

Observa-se que não existem medidas específicas para tratamento do entorno,

visando caracterizar seu funcionamento como uma possível zona de amortecimento.

Segundo SOARES et. al.(2002), ações com UCs e seu entorno pressupõem a presença de

pelo menos três atores importantes: os moradores da região e, em alguns casos, os

residentes em seu interior; o órgão responsável pela manutenção e administração da

unidade; e os agentes promotores de ações na região.

Foto 37: entorno do PNM da Serra da Capoeira Grande

Pela inexistência de uma zona de

amortecimento no entorno do PNM da

Serra da Capoeira Grande, foram

observadas diversas construções próximas

ao mesmo.

6ª Inspetoria Geral

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Na auditoria operacional realizada em agosto/2004 já havia sido apontada a

inexistência de Conselhos Consultivos. Conforme o art. 29 do SNUC cabe ao Poder Público

fomentar a criação destes Conselhos em todas as UCs, realizando para tal um trabalho de

conscientização da comunidade local e demais organizações que possam estar envolvidas

neste processo.

13. ������� ���������� �������������������

Efetuando uma análise da porcentagem de áreas alteradas dentro da unidade de

conservação, o resultado fica assim demonstrado:

UC Percentual

PNM de Grumari 70 – 89%

PNM do Mendanha 90 – 100%

PNM do Marapendi dados inexistentes

PNM da Prainha 0 – 10%

PNM da Serra da Capoeira Grande dados inexistentes

Fonte: Formulário para Coleta de Informações utilizado para apurar o grau de vulnerabilidade / 6ª IGE.

As unidades, de uma forma geral, vêm sofrendo com a crescente invasão de

espécies exóticas.

a) andando pelo Parque de Grumari observa-se uma

grande plantação de bananeiras.

Foto 38: plantação de bananeiras nas áreas baixas do PNM de Grumari

6ª Inspetoria Geral

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Plantação essa que já ocupa uma área expressiva como se pode observar pela área

circundada com a linha verde na foto a seguir. Toda a vegetação que apresenta uma

coloração verde claro dentro da área demarcada representa a área onde a vegetação nativa

foi retirada para dar lugar à plantação de bananeiras.

Foto 39: plantação de bananeiras no PNM de Grumari

Em nosso Anexo, consta o Mapa das áreas a serem recuperadas no PNM de

Grumari elaborado pelo Grupo de Trabalho da Res. SMAC 316/03.

b) no Parque de Grumari também se

observa uma grande plantação de

coqueiros e outras espécies exóticas

para comercialização.

Foto 40: plantação de coqueiros no PNM de

Grumari

6ª Inspetoria Geral

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c) o Parque do Mendanha também

acusa a presença de bananeiras e

ainda de diversas jaqueiras.

Foto 41: plantação de bananeiras no PNM

Mendanha.

d) na comunidade de Grumari, anteriormente à criação do Parque, a SMAC

desenvolveu um projeto junto aos moradores incentivando o plantio de espécies

nativas com potencial econômico, como forma alternativa aos bananais. Este e

outro projeto posterior com características similares acabaram por serem

interrompidos. Atualmente se observa que a vegetação nativa no entorno das

casas foi suprimida e várias residências fazem cultivo de espécies ornamentais

exóticas.

e) no PNM da Serra da Capoeira Grande foram detectadas espécies exóticas no

entorno da Unidade (Foto 36). Como não se obteve acesso ao interior do Parque

não foi possível verificar outras incidências.

f) na APA da Serra da Capoeira

Grande observa-se plena atividade

de exploração de recursos naturais.

Foto 42: Morro da Pedra – Pedreira.

No tocante à fauna, a introdução de espécies de animais domésticos (como cães,

gatos, galinhas, patos, porcos, cavalos etc.) e exóticas (como sagüi-de-tufo-branco,

periquito-australiano etc.), causam danos ao equilíbrio dos ecossistemas, seja por

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������������������ � ��

competirem pelos recursos disponíveis com as espécies nativas (abrigos e alimentos, por

exemplo), seja por predarem ou servirem como vetores para parasitas e doenças,

contribuindo para a diminuição de certas populações nativas e mesmo para o

desaparecimento de outras. (Grupo de Trabalho – PNM de Grumari). Vale ressaltar ainda a

constante ameaça de caçadores, abordado em nosso relatório no item 9.1.

14. ������� ����&������������������ +����

������#������������������������

Os parques naturais e as áreas de proteção ambiental têm por objetivo manter

amostras representativas da fauna e da flora, atraindo o interesse da população que,

através da visitação e da educação ambiental, ganha uma consciência maior da importância

da preservação do meio ambiente.

A fim de se avaliar a atual condição de implementação, vulnerabilidade e risco das

Unidades de Conservação, objeto desta auditoria, utilizou-se um estudo qualitativo e

quantitativo de avaliação com metodologia desenvolvida pelo IBAMA e pela WWF-Brasil,

que se encontra explicitada no Anexo deste relatório. Ressaltamos que, esta ferramenta foi

aplicada, apenas, às unidades de conservação de uso indireto (Parques Naturais).

As informações desta avaliação foram colhidas junto aos Gestores das Unidades

de Conservação selecionadas, todos servidores da SMAC, em maio de 2005. A pontuação

de cada resposta dada variou de 0 a 4 e o grau de implementação e de vulnerabilidade das

unidades de conservação foi obtido pela média aritmética dos pontos.

Esta metodologia possibilita uma análise comparativa entre as diversas unidades

de conservação no que se refere ao grau de implementação e de vulnerabilidade das

mesmas, facilitando a visualização dos principais problemas existentes e das unidades que

requerem uma atuação mais urgente.

A criação de uma unidade de conservação, a priori é uma boa notícia. Todavia, a

simples criação não implica necessariamente que os objetivos de conservação da

biodiversidade sejam atingidos. Há a necessidade de se implementar a unidade com o

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������ ��������� ������ ��

mínimo necessário para que ela possa cumprir eficientemente as funções para a qual foi

criada.

O procedimento identifica oito elementos importantes para avaliar o grau de

implementação. Na escala determinada de 0 a 4 para a análise dos resultados,

considerou-se que a condição ótima esperada é a de mais alto valor. As pontuações

menores que 2 seriam consideradas insuficientes.

O Grau de Implementação é assim classificado:

Grau de Implementação

Média Classificação

0 – 1,99 Situação precária

2,0 – 2,99 Minimamente implementada

3,0 – 4,00 Razoavelmente implementada

As variáveis utilizadas, no caso em questão, para medir a implementação foram:

(1) situação fundiária da UC; (2) existência de instrumento de planejamento; (3) tipo de uso

destinado para a UC; (4) relação entre os recursos financeiros aplicados e os necessários

para a unidade no ano em questão; (5) demarcação física da UC; (6) determinação do

número de funcionários da UC; (7) equipamentos e materiais existentes na UC; (8) infra-

estrutura da UC.

O resultado obtido se encontra demonstrado a seguir.

Grau de Implementação por unidade de conservação analisada :

UC Média Classificação

Prainha 2,3 Minimamente implementada

Grumari 0,8 Situação precária

Mendanha 1,5 Situação precária

Marapendi 2,3 Minimamente implementada

Serra da Capoeira Grande 0,4 Situação precária

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������������������ � �

• das 5 unidades avaliadas, Grumari, Mendanha e Serra da Capoeira Grande foram

consideradas em Situação Precária, não oferecendo condições de cumprir a

função para a qual foram criadas; e Marapendi e Prainha foram consideradas

Minimamente Implementadas.

• 100% das unidades avaliadas não possuem Plano de Manejo.

• nenhuma das unidades avaliadas está com sua situação fundiária totalmente

regularizada. No Parque do Mendanha e de Grumari, estima-se que, no máximo,

30% da área já esteja regularizada. Não há dados confiáveis em relação ao PNM

Capoeira Grande, nem o representante da SMAC soube estimar um percentual de

regularização fundiária para esta Unidade.

• em relação à demarcação física das unidades (percentual do perímetro da UC

demarcado comparado com o perímetro demarcável) a situação é bastante crítica.

Em todas as unidades selecionadas a demarcação ocorre, na melhor situação, em

menos de 30% do perímetro demarcável.

• os Gestores das unidades avaliadas estimam que o número de funcionários é, em

média, 50% do número ideal, sendo que no caso da Serra da Capoeira Grande não

há qualquer funcionário alocado exclusivamente na UC. No caso específico da

Patrulha Ambiental, que serve a todas as Unidades do Município, o quantitativo de

Guardas caiu pela metade (de 80 para 41), a partir de agosto de 2003, segundo

informações da Coordenadora desta equipe.

• nenhuma das 5 Unidades avaliadas possui infra-estrutura completa, equipamentos

e materias adequados ao seu bom funcionamento. Nos Parques de Mendanha,

Grumari e Prainha não existe qualquer linha telefônica disponível, seja para

atendimento ao público ou para uso administrativo. A Unidade de Capoeira Grande

não possui qualquer infra-estrutura.

O Grau de Vulnerabilidade reflete as pressões externas e internas que

comprometem a integridade da área, incluindo o grau de insularização da unidade (nível de

desmatamento no entorno da mesma); a forma predominante de uso da terra, dentre

outros.

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������ ��������� ������ �!

Cada elemento contém um jogo de condições e é qualificado com base em uma

escala de 0 a 4, e neste caso, a relação se inverte, onde as unidades com grau de

vulnerabilidade menor que 2, são unidades pouco vulneráveis.

O Grau de Vulnerabilidade é assim classificado:

Grau de Vulnerabilidade

Média Classificação

3,0 – 4,00 Muito vulnerável

2,0 – 2,99 Mediamente vulnerável

0 – 1,99 Pouco Vulnerável

O procedimento identificou, adaptado para o caso, cinco elementos importantes para

avaliar o grau de vulnerabilidade: (1) percentual da área do entorno que recebe o manejo

adequado; (2) porcentagem de áreas alteradas dentro da UC; (3) exploração dos recursos

naturais dentro da unidade; (4) forma predominante de uso da terra no entorno;

(5) existência de projetos setoriais conflitivos com os objetivos da UC.

Grau de Vulnerabilidade por unidade de conservação analisada:

UC Média Classificação

Prainha 1,5 Pouco Vulnerável

Grumari 2,8 Mediamente vulneráveis

Mendanha 3,8 Muito vulnerável

Marapendi 2,5 Mediamente vulneráveis

Serra da Capoeira Grande 3,8 Muito vulnerável

Da análise dos dados de cinco unidades foi constatado que:

• das 5 unidades avaliadas, o Parque do Mendanha e da Serra da Capoeira Grande

foram considerados Muito Vulneráveis, Grumari e Marapendi Mediamente

Vulneráveis e Prainha Pouco Vulnerável.

• nenhuma das Unidades avaliadas recebe tratamento no entorno ou possui manejo

adequado para a zona de amortecimento, como por exemplo o plantio de árvores

nativas nas ruas que circundam a UC.

6ª Inspetoria Geral

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• apenas o Parque da Prainha possui um percentual pequeno (entre 0 e 10%) de

áreas alteradas dentro da unidade de conservação. As demais, ou não tinham

dados confiáveis ou apresentavam percentual acima de 30%.

• foram detectados problemas relacionados a forma de uso da terra no entorno da

unidade e, em alguns casos, dentro da própria unidade. Nas unidades de Grumari,

Marapendi e Mendanha existe ocupação por comunidade de baixa renda. Além

disto, a plantação e exploração de bananeiras é facilmente identificável nos

Parques de Grumari e da Prainha.

• foi identificada a existência de apenas um projeto setorial com risco de

incompatibilidade com os objetivos das unidades de conservação. Este projeto

refere-se a construção de um resort em Grumari e tem sido defendida por um

proprietário privado de uma grande área ainda não desapropriada, dentro da

unidade.

No município do Rio de Janeiro constata-se uma situação crítica em relação

implementação das Unidades de Conservação e de sua vulnerabilidade à ação do homem.

�03<;F�/2�;@D6�

Visando identificar prioridades na aplicação de recursos humanos e financeiros nas

unidades, a seguir é apresentada uma matriz de risco, contendo as médias de

implementação e vulnerabilidade das unidades analisadas.

O grau de risco é o resultado do grau de implementação combinado com a

vulnerabilidade da área. Quanto maior for a vulnerabilidade e menor for a implementação,

maior o risco que a unidade está correndo.

Uma combinação dos 2 fatores (GI x [1 / GV]) fornece um parâmetro que permite

visualizar as unidades com uma situação geral mais crítica e que, portanto, deveriam ser

priorizadas nos programas da SMAC.

6ª Inspetoria Geral

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Desta forma, a Matriz de Risco das Unidades de Conservação avaliadas é a

seguinte :

Situação Geral (GI x [1 / GV] )

UC Média

Serra da Capoeira Grande 0,11

Grumari 0,34

Mendanha 0,40

Marapendi 0,92

Prainha 1,5

A metodologia aplicada aponta Serra da Capoeira Grande com sendo a Unidade

com situação mais crítica dentre as que foram analisadas. As Unidades de Grumari e

Mendanha estão praticamente empatadas também em situação crítica. A Unidade da

Prainha seria a menos crítica e a de Marapendi ocupa uma situação intermediária se

comparada às demais.

- Cri

ticid

ade +

Metodologia WWF-IBAMA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

Implementação

Vul

nera

bilid

ade

Marapendi

Prainha

Grumari

I1 - Situação PrecáriaI2 - Minimamente

implementadaI3 - Razoavelmente

implementadaI1 I2 I3

V1 - Muito vulnerávelV2 - Mediamente

vulnerávelV3 - Pouco vulnerável

ImplementaçãoVulnerabilidade

V3

V2

V1 MendanhaCapoeiraGrande

6ª Inspetoria Geral

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15. ��&����� ���#�#��&�����

Toda a legislação aplicada, bem como a bibliografia utilizada neste trabalho

encontra-se em Anexo a este relatório.

16. &���)��

ABIÓTICA - Relativa à abiose, ausência de vida, ou caracterizado por ela.

BIÓTICA - Relativa aos seres vivos.

DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL - Alteração das características do meio

ambiente.

ECOSSISTEMA - parte definida do meio ambiente, formando um sistema aberto,

compreendendo seres vivos (inclusive o homem) e os elementos não vivos (ar, água, solo,

etc.), onde se verifica uma troca de matéria e energia entre seus componentes.

ENTORNO - Área que circunscreve um território, o qual tem limites estabelecidos, por

constituir espaço ambiental ou por apresentar homogeneidade de funções.

FAUNA - Conjunto de espécies animais que vivem numa determinada área.

FLORA - Conjunto de espécies vegetais de um determinado ambiente, área ou extrato

geológico.

MANGUEZAL - Ecossistema litorâneo, que ocorre em terrenos baixos sujeitos à ação da

maré e localizados em áreas relativamente abrigadas, como baías, estuários e lagunas.

São normalmente constituídos de sedimentos lodosos recentes, aos quais se associa um

tipo particular de fauna e flora.

Possui vegetação adaptada à alta concentração de sal e à mobilidade e pouca oxigenação

do solo, que fica alagado durante as marés mais altas. Limitado em diversidade florística,

mas variado em relação à fauna. (PCRJ, 2000)

RESTINGA - Formações vegetais que colonizam as areias litorâneas. Pode suportar altas

temperaturas e é muito influenciada pelo solo e pela ação dos ventos e da maresia. Os

solos são pobres. (PCRJ, 2000).

6ª Inspetoria Geral

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17. ������ �

Diante do exposto e visando contribuir para a melhoria do atendimento ao art. 225

da CF/88 e do desempenho das Unidades de Conservação, a equipe apresenta

Recomendações, Oportunidades de Melhoria, bem como solicita Esclarecimentos e/ou

Justificativas.

17.1. 2D612./04L2@�M��2D<230<;0��-.;D;B08�/2��2;6��19;2.32�

I. Que seja providenciada a correta delimitação visual nas Unidades de

Conservação (subitens 10.1 e 10.2).

A sinalização de uma UC é parte importante do processo de informação dos seus

usuários. Por esse motivo não se restringe à simples tarefa de “colocar placas”, implicando,

também na verificação do que deve ser informado e de que forma isso pode ser feito com

eficácia.

A correta delimitação das áreas e a colocação de placas informando as restrições

de uso de cada Zona é essencial para garantir o cumprimento dos dispositivos legais

atribuídos à Unidade. Muitas atividades irregulares, cometidas por desconhecimento dos

limites e restrições de uso e ocupação, poderiam ser evitadas com esta ação e com a

colocação de sinalização de advertência.

II. Que seja estabelecido um planejamento para realizar a regularização fundiária

dos PNM do Mendanha e de Grumari, disponibilizando-se os recursos

necessários (subitens 11.3, 11.4, 11.5, 11.6 e item 14).

A regularização fundiária de uma UC é um processo complexo que envolve várias

secretarias da Prefeitura por envolver questões ambientais, econômicas, orçamentárias e

sociais.

Nas UCs avaliadas, esta questão é extremamente relevante dentre os aspectos que

determinam o baixo grau de implementação e a alta vulnerabilidade expostas na matriz de

risco (item 14.1).

A Resolução SMAC nº 111/01 estabelece em suas Diretrizes do Plano Diretor:

“Fazer a regularização fundiária (promover estudos de levantamento fundiário e a

negociação de imóveis, com fins de desapropriação, visando a implantação de UCs)”.

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������������������ � ��

III. Que se elabore o Plano de Manejo para as Unidades de Conservação Municipais

(item 14).

A totalidade das unidades auditadas não possui Plano de Manejo. Sua existência é

de obrigatoriedade prevista no caput do art. 27 da Lei nº 9.985/00, no art. 12 do Decreto

nº 4.340, bem como na Resolução SMAC nº 111/01 e item 35 do Anexo Único do Decreto

nº 25571/05.

O parágrafo 3º do art. 27 da Lei nº 9.985/00 determina que o mesmo deve ser

elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de criação da unidade de conservação.

Entretanto, até o momento, nenhuma das unidades municipais avaliadas possui seu plano

de manejo.

IV. Que sejam adotadas medidas de manejo ambiental no entorno das Unidades de

Conservação.

A sustentabilidade das UCs aumenta na medida em que a área que a circunda seja

alvo de medidas adequadas de manejo, criando assim uma zona de amortecimento que

reduza os impactos do meio urbano no entorno das Ucs (item 12).

Medidas mais abrangentes deverão ser adotadas para tratamento do entorno dos

Parques Naturais Municipais.

V. Que as Unidades de Conservação sejam dotadas de equipamentos completos e

de planos de combate a incêndios florestais (subitem 9.2).

Para que sejam minimizados os riscos de dano e destruição em uma unidade de

conservação é imprescindível que esta possua equipamentos de combate à incêndio em

boa quantidade e prontos para uso. Além disso, é fundamental a existência de um plano de

combate à incêndio e pessoal treinado para executá-lo, conforme o previsto na Resolução

SMAC nº 111/01.

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������ ��������� ������ ��

VI. As ações de fiscalização e controle do GDA devem ser intensificadas com o

objetivo de impedir a caça predatória da fauna das Ucs (subitem 9.1).

Manter a fiscalização (caça, depredação, etc.), consta como uma das diretrizes do

Plano Diretor para as Unidades de Conservação Ambiental do Município do Rio de Janeiro,

previstas na Resolução SMAC nº 111/01 de 11/07/2001.

Em todos os parques foram constatados problemas para se realizar rondas nas

áreas mais afastadas da sede. Segundo os gestores, o quantitativo pequeno de guardas

torna perigoso esse procedimento, visto que a sede ficaria desprotegida durante o período

em que os servidores estivessem realizando a ronda.

A falta de vigilância efetiva e fixa na área dos parques e das APAs deixa a fauna

nativa constantemente ameaçada pela ação dos caçadores. O Grupo de Trabalho da

Resolução SMAC 316/2003 identificou como animais mais cobiçados, no caso de Grumari,

as aves de bela plumagem e/ou canoras, os de maior porte, como os jacarés-de-papo-

amarelo e os mamíferos como as capivaras, pacas, cutias, gatos-do-mato etc.

VII. Que seja regularizada a situação do esgotamento sanitário (item 5 - b, f).

VIII. Que seja estudada a pertinência de se restringir o número de visitantes nos

Parques que ainda não possuem planos de manejo, principalmente naqueles que

se encontram funcionando em situação precária, como o PNM do Mendanha

(itens 4, 5, 6 e 7).

IX. Que seja implantada a demarcação física dos limites das unidades (subitem 11.2

e item 14).

X. Que seja providenciada a preservação e conservação dos recursos naturais

existentes nas UCs (item 13).

XI. Que sejam providenciados os serviços que garantam a manutenção, limpeza e

conservação dos Parques de Grumari, Mendanha e da Serra da Capoeira Grande.

6ª Inspetoria Geral

������������������������������������������������������������������������������������������������������������ � ��

17.2. B6<3-.;/0/2@�/2��28A6<;0�

A constatação de alguns pontos de carência na execução da política de

preservação e conservação de Unidades de Conservação do Município sinaliza

oportunidades de melhorias a serem implementadas:

17.2.1. Realização de um novo levantamento cartográfico das fronteiras do PNM

da Prainha e das áreas correspondentes ao seu zoneamento interno,

incorporando novos dados ao novo levantamento (subitem 11.1.1).

É necessário um novo levantamento cartográfico das fronteiras do Parque e das

áreas correspondentes ao zoneamento interno com novas tecnologias de obtenção de

coordenadas geográficas em campo, como por exemplo, o GPS32, sendo observado o que

consta no anexo.

Novos dados podem ser incorporados ao novo levantamento tais como: altimetria,

drenagem, trilhas dentro do Parque, áreas degradadas, áreas freqüentemente invadidas,

espécies exóticas e outras informações que possam ajudar no Plano de Manejo do Parque.

17.2.2. Providenciar acertos ao Decreto de criação do PNM da Prainha

(subitem 11.1.1).

Incorporar ao Decreto a descrição e os objetivos da Zona de Uso Especial,

inclusive sua base cartográfica.

17.2.3. Oportunidades de Melhoria do GT do PNM de Grumari.

a. observar o máximo de aproveitamento dos recursos naturais como

iluminação e ventilação natural, dentro no Parque e na comunidade, reduzindo a

necessidade de energia elétrica, bem como prever equipamentos eficientes como

(lâmpadas eficientes, geladeiras eficientes etc.) Em locais onde a rede de energia

elétrica ainda não foi instalada, utilizar energia solar fotovoltaica e no caso de

necessidade de água quente, energia solar térmica.

32 Sistema de transmissão de dados via satélite para obtenção de coordenadas geográficas em campo.

Fonte: FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. Centro Universitário La Salle. Canoas. 2000.

6ª Inspetoria Geral

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b. em futuras instalações, para a comunidade de Grumari ou para a sede,

deverá ser utilizada água de subsolo, preservando assim os córregos locais. O

bombeamento desta água deve ser feito com uso de energia solar fotovoltaica.

c. devem ser observados princípios para o uso eficiente da água, utilizando-se

equipamentos (torneiras, vasos sanitários etc.) de baixo consumo de água. O reuso de

águas “cinzas” deve ser considerado para os vasos sanitários.

d. o projeto arquitetônico dos equipamentos a serem instalados deve considerar

ainda outros princípios ecológicos, como os seguintes: implantação do projeto no

terreno visando preservar o perfil natural deste e uso de materiais reciclados e

recicláveis.

17.2.4. Que seja estudada a implementação de trilhas nas UCs considerando

aspectos técnicos.

Os Planos de Manejo das Unidades de Conservação do Município do Rio de

Janeiro poderiam contemplar técnicas que permitam o aproveitamento das trilhas já que

estas representam o principal contato do visitante com as belezas cênicas do lugar. Estes

planos devem efetivar, em geral: evitar a degradação; aumentar a percepção ambiental do

visitante; fornecer uma visão geral da Unidade, destacando seu bioma; educar

ambientalmente; conservar os caminhos; sinalizar interpretativamente; resolver os

problemas dos atalhos erosivos; planejar as trilhas para torná-las circulares (subitem 10.3).

17.2.5. Que seja estudada a implementação da operacionalização da lanchonete,

da eco-loja e outros serviços que possam gerar renda para as UCs.

Uma boa estrutura de apoio é fundamental para aumentar o número de visitantes

nas UCs. Neste sentido, o funcionamento destes equipamentos, além de propiciar um maior

conforto e atratividade para os visitantes, poderia ser uma fonte de receita para o Parque,

tornando-o menos dependente dos recursos do orçamento municipal.

Foram verificadas várias oportunidades neste sentido, dentre elas: implantação de

lanchonete e eco-loja nas unidades de Marapendi, Prainha e Mendanha e a cobrança de

taxa para utilização do chuveiro nestas 2 últimas unidades.

6ª Inspetoria Geral

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Os recursos gerados no PNM do Mendanha poderiam ser utilizados na reforma e

manutenção dos banheiros públicos, que se encontram em péssimo estado de

conservação, bem como na manutenção da atração conhecida como Ponte das Árvores,

atualmente em situação de abandono (item 4).

17.2.6. Que seja reavaliada a forma de coleta de lixo na UC de Grumari.

Pelos relatos da comunidade e conforme documentado pelas fotos tiradas no local,

foi constatado que a freqüência de coleta de lixo não é suficiente para manter a UC em

boas condições de limpeza e higiene. É preciso reavaliar o processo atual para que esta

situação possa ser resolvida com urgência, dado os riscos ambientais e principalmente

pelos riscos sanitários para a comunidade local e visitantes de Grumari (item 5 – a).

17.2.7. Que seja avaliada a instalação de postos de coleta seletiva nas Unidades

de Conservação que ainda não possuem.

As Unidades de Conservação têm como um de seus objetivos a promoção de

iniciativas relacionadas à educação ambiental, como por exemplo, a coleta seletiva de lixo.

Esta medida requer um investimento relativamente baixo e tem um efeito bastante positivo

ao possibilitar que o público tome conhecimento da razão e da importância desta iniciativa

que está sendo implantada no município do Rio de Janeiro (item 5).

17.2.8. Que seja implementada a instalação de uma infra-estrutura mínima com

equipamentos de apoio ao visitante no PNM da Serra da Capoeira Grande

(item 4).

17.2.9. Que seja disponibilizada a chave da sala utilizada pela ASAP/Prainha

(item 4).

17.2.10. Que seja avaliada a real ‘utilidade pública’ de se admitir o uso das unidades

por redes de televisão sem qualquer contrapartida pela sua utilização, visto

que o custo dos danos causados recaem sobre a sociedade (item 4 /

Grumari).

6ª Inspetoria Geral

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17.2.11. Que sejam implementadas ações de educação ambiental no PNM do

Mendanha (item 7), Grumari e Serra da Capoeira Grande.

17.2.12. Que seja avaliada a criação de uma estrutura própria de segurança no PNM

da Serra da Capoeira Grande (subitem 9.1) e no PNM de Grumari.

17.3. �@D80<2D;12.36@� �N-@3;>;D03;?0@�

17.3.1. à Secretaria Municipal de Meio Ambiente

I. Explique qual o documento legal utilizado para a exploração da lanchonete

do Parque do Mendanha por particular, uma vez não ter sido apresentado

termo correspondente pelo gestor (item 4 - a);

II. Explique qual o documento legal que estabelece e normatiza a utilização de

uma sala do Parque da Prainha pela Associação de Surfistas e Amigos da

Prainha (ASAP), uma vez não ter sido apresentado termo correspondente

pelo gestor (item 4);

III. Explique a razão pela qual o quantitativo da Patrulha Ambiental caiu de 80

para 39 guardas com o término do contrato nº 65/01 em agosto de 2003 e

não foi recomposto até o momento, mesmo após o início do contrato 85/04

de 05/08/2004 (Item 9.1);

17.3.2. à Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB

IV. Esclareça se tinha ciência quanto às deficiências relativas à coleta de lixo na

comunidade de Grumari (item 5 – “a”), informando possíveis providências a

fim de regularizar o apontado.

6ª Inspetoria Geral

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17.4. �<6B6@30�/2��.D01;.A012.36�

Por fim, submetendo o presente relatório à consideração superior, sugerimos o

encaminhamento de cópias do presente:

a) à Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

b) à Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB;

c) ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente para ciência; e

d) à Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal

Espera-se que a implementação das recomendações e oportunidades de melhoria,

formuladas por esta Inspetoria em decorrência de auditoria realizada, possa contribuir para

uma utilização mais efetiva dos recursos disponibilizados.

6ª IGE, em 26 de julho de 2005.

Marta Varela Silva

Inspetora Geral

Matrícula: 40/901.266

César Orestes Mega Técnico de Controle Externo

Matrícula: 40/900.769

Luciano Quintella Técnico de Controle Externo

Matrícula: 40/901.367

Jorge Alberto Campista de Melo Técnico de Controle Externo

Matrícula: 40/901.369

Reinaldo Barreiros Goulart Auxiliar de Controle Externo

Matrícula: 40/901.424