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6ª Inspetoria Geral
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9.1. &-0</0@�
O Programa de Segurança para os Parques Naturais Municipais, de acordo com o
art. 4º da Resolução SMAC nº 307/03 deverá ser elaborado com o apoio da Coordenadoria
Militar do Gabinete do Prefeito.
A segurança dos Parques e a fiscalização contra caça, depredação, etc., previstas
na Resolução SMAC Nº 111/01 são efetuadas pelos Guardas do GDA23 (Grupamento de
Defesa Ambiental), da Empresa Municipal de Vigilância (Guarda Municipal).
Os PNM da Prainha e do Mendanha contam com um efetivo de quatro guardas do
GDA cada um, que se revezam em turnos de doze horas (com descanso de 36 horas) com
dois guardas durante o dia (à noite não permanecem guardas nos parques).
O Parque de Grumari não conta com um efetivo de guardas do GDA.
O Parque de Marapendi funciona com dois turnos (12 h cada) de guardas do GDA
(duas turmas de dois guardas de dia e dois à noite), que efetuam rondas nas proximidades
da sede do Parque. Os guardas dispõem de boa infra-estrutura, incluindo um barco a motor
novo, usado na fiscalização ao longo da Lagoa.
O Parque da Serra da Capoeira Grande não possui estrutura própria de segurança.
A Patrulha Ambiental atua a partir de ocorrências ou denúncias que lhes sejam informadas
por moradores e servidores municipais que trabalham em uma escola vizinha ao Parque.
A Patrulha Ambiental, que também é composta por GDAs, tem uma base no PNM
de Marapendi, e conta com um efetivo de 29 GDAs (incluindo os dois guardas da segurança
do Parque), que se revezam em turnos de doze horas.
É a Patrulha Ambiental que fica no Parque de prontidão, oferecendo apoio externo
na zona oeste quando solicitado e através de denúncia, também efetuando rondas noturnas
em outras Unidades de Conservação, como nas APAs que não contam com um efetivo de
guardas responsáveis exclusivamente pela sua segurança.
23 O Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) foi criado em 13 de abril de 1994 para auxiliar órgãos oficiais de
preservação nas ações contra crimes ao meio ambiente.
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Conforme informação da Sra. Lílian Goelzer, responsável pela Patrulha Ambiental,
esta contava com um efetivo de 80 guardas até o término do contrato nº 65/01, de
09/07/2001, para apoio ao projeto da Patrulha Ambiental. Através deste contrato, eram
fornecidas viaturas com motorista, motor para o barco, computadores, motoserras,
máquinas fotográficas, atendentes para o recebimento de denúncias e pessoal
administrativo. Com o fim do contrato em agosto de 2003, não tendo infra-estrutura para
operar, o efetivo da Patrulha Ambiental foi distribuído por outras unidades, sendo reduzido
para o quantitativo atual de 41 guardas. Apesar do novo contrato nº 85/04, assinado em
05/08/2004, não houve a recomposição do quantitativo anterior que compunha a Patrulha
Ambiental.
Foto 22: diversos tipos de armadilhas e utensílios destinados à
caça de animais apreendidos no interior do Parque do Mendanha.
9.2. �<2?2.456�2�D619032�0��.DE./;6@�
Segundo o ´Guia de Chefe das UCs Federais´ disponibilizado pelo IBAMA, de
modo geral, pode-se dizer que o homem é o principal causador dos incêndios florestais24
porque a maioria deles é iniciada em decorrência de algum tipo de atividade humana.
Existem, também, os incêndios causados por fenômenos naturais, porém são mínimos.
24 fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação.
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As causas mais freqüentes dos incêndios florestais são: fogueiras em áreas de
visitação pública, incêndios intencionais, fumantes, linhas elétricas (redes de alta tensão
que cruzam áreas de florestas), pescadores e caçadores que se dedicam à atividade
noturna (utilizando lampiões, fogareiros, velas etc.) e descargas elétricas (causa natural).
Impedir totalmente que os incêndios ocorram é praticamente impossível, mas é
fundamental impedir seu avanço no ecossistema. O Guia/IBAMA disponibiliza o Manual de
Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, a fim de disseminar informações e
procedimentos básicos sobre como agir para evitar a ocorrência de tais incêndios.
A Resolução SMAC nº 111/01 prevê como Recomendação Geral, dotar as UCs de
equipamentos e planos de combate a incêndios florestais.
A Patrulha Ambiental atua na prevenção e combate a incêndios florestais em
Unidades de Conservação, agindo, muitas vezes, em auxílio à brigada de incêndios do
Corpo de Bombeiros.
Os PNM de Marapendi e Prainha dispõem, como equipamentos destinados ao
combate à incêndios, de bombas costais e abafadores (Fotos 23 e 24). O abafador é
utilizado para apagar as chamas, em ação direta contra o fogo e a bomba costal é um
equipamento utilizado para lançar água sobre as chamas e reduzir a intensidade do fogo.
O Parque do Mendanha dispõe apenas de abafadores para combate a incêndios.
Conforme informação do gestor do Parque, possui também torre de observação para a
identificação de possíveis focos de incêndio. A equipe de inspeção não constatou a
existência desta torre porque, ainda segundo o informado, está localizada em local de
acesso precário.
Os Parques de Grumari e da Serra da Capoeira Grande, assim como as APAs
correspondentes, dependem somente da Patrulha Ambiental em caso de ocorrência de
incêndio, e não dispõem de material de combate a incêndio.
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Foto 23: bombas costais no Parque da Prainha.
Foto 24: abafadores para combate a incêndios no PNM Mendanha.
10. ��������� ��������
A sinalização de uma Unidade de Conservação é parte importante do processo de
informação dos seus usuários. Por esse motivo não se restringe à simples tarefa de
"colocar placas". Implica na verificação do que deve ser informado e de que forma isso
pode ser feito com eficácia.
Mesmo que algumas situações emergenciais exijam a colocação de placas, a
sinalização da unidade deve ser feita por meio de um projeto global. Dessa forma, garante-
se que este processo de informação por meio de letreiros e outros sinais visuais se adeqüe
ao ambiente, tenha características de durabilidade e consiga comunicar sucintamente ao
usuário aquilo que ele precisa saber para se orientar na Unidade de Conservação. (Guia de
Chefe / IBAMA).
Ainda de acordo com o IBAMA, a sinalização deve contribuir para que a unidade
atinja seus objetivos de criação através da abordagem dos seguintes aspectos, dentre
outros: indicação de acessos à mesma, bem como dos seus limites; indicação de serviços e
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facilidades oferecidas (como trilhas, mirantes etc.); atividades oferecidas; infra-estrutura de
apoio administrativo existente na unidade; indicação de aspectos ligados à segurança do
visitante; horário de funcionamento e normas e regulamentos existentes, sobre os quais o
visitante deva ser informado. Caso a Unidade não possua um Plano de Manejo, deverá se
limitar a uma sinalização básica de: limites, identificação da Unidade, síntese dos
regulamentos de uso, acessos, orientações essenciais para os visitantes - uso atual da
área.
Em uma Unidade de Conservação existem dois tipos de sinais: os Indicativos - de
orientação dos visitantes; e os Interpretativos. Os interpretativos são, em geral, mais
complexos que os indicativos e ambos têm por finalidade explicar aos visitantes algo sobre
os aspectos culturais ou naturais de uma Unidade de Conservação.
Conforme o IBAMA, as Unidades de Conservação não são o local para grande
concentração de sinais e a primeira regra deve ser: quanto menos sinais, melhor. A
segunda regra é que, se sinais serão implantados, que sejam bem feitos, em locais
apropriados, posicionados com cuidado especial em razão do ambiente das Unidades.
Embora a delimitação visual das UCs, através da colocação de marcos e placas
indicativas, se encontre prevista na Resolução SMAC nº 111/01, nenhuma das unidades
avaliadas possui suas fronteiras definidas satisfatoriamente. Mesmo os funcionários lotados
nestas Unidades não têm certeza sobre os limites das áreas protegidas e seu zoneamento
interno.
10.1. �;.08;F0456��G32<.0�
A sinalização externa deve contemplar placas afixadas ao longo das estradas e
rodovias, indicando a existência e a identificação da Unidade, a sua direção e a distância a
ser percorrida até o(s) seu(s) acesso(s). Placas de aproximação podem agregar sinais de
atrativos turísticos, formando com elas um só conjunto e com a função de orientar o
usuário-turista dentro do contexto trânsito, atendendo à evolução e às necessidades deste
segmento específico.
Foi observado que no tocante às Unidades de Marapendi, Grumari, Prainha e
Serra da Capoeira Grande, a sinalização externa nas rodovias a caminho do Parque é
praticamente inexistente. Em relação à Unidade do Mendanha, pode ser observada uma
sinalização, a partir da Avenida Brasil, nas imediações do Parque.
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10.2. ���;.08;F0456��.32<.0�
O PNM de Marapendi não possui mapas-índice da unidade e mapa de trilha. Nas
proximidades da Sede, constata-se a existência de sinalização informativa e educativa em
boas condições. Com relação às trilhas, esta sinalização é inexistente.
Foto 25: sinalização indicativa da Flora e Fauna no PNM de Marapendi
Nas demais UCs avaliadas há deficiência em relação à sinalização interna. Com
exceção do PNM do Mendanha, não foram identificados os mapas-índice da unidade. Em
nenhuma delas estavam disponíveis as sinalizações de trilha, informativa e educativa,
especificamente sobre o conhecimento das espécies, zoneamento, restrições a visitantes
etc.
Foto 26: sinalização improvisada no PNM do Mendanha
Foto 27: Mapa-índice no PNM do Mendanha
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10.3. �<;8A0@�
As trilhas representam o principal contato do visitante com as belezas cênicas do
lugar, além de mostrar “in situ” a fauna e a flora característica do bioma representativo da
Unidade. Embora o lazer promovido pelas trilhas seja o principal objetivo da maioria dos
visitantes, pode-se considerá-las como uma ferramenta de manejo para a educação
ambiental já que através de sinalização interpretativa e a orientação e condução de guias,
através de seus acessos, o visitante tem a sua percepção ambiental ampliada para além de
uma simples recreação.
Nas UCs visitadas, somente a da Prainha tem uma
trilha considerada ideal para que se tenha uma visão geral
de seu bioma. Seu formato circular permite uma visão
abrangente da Unidade proporcionando lazer e educação
ambiental.
Nas demais UCs visitadas inexistem trilhas como
as consideradas anteriormente. Na do PNM do Mendanha,
existem vias de acesso a lugares de lazer sem que se tenha
no trajeto a questão da educação ambiental.
Foto 28: trilha do Morro dos Caetés – PNM da Prainha
Outras vias de acessos somente são percorridas onde o poder institucional tenha
que se manter presente, mas não estão abertas ao público. Na de Grumari, as trilhas são
usadas como caminhos comuns por usuários da comunidade local e estranhos e ainda não
há orientação por parte da SMAC de usá-las para fins educacionais e de percepção
ambiental.
11. ���&������� ������)���
A efetiva implantação de uma UC seja de proteção integral (caso dos Parques
Naturais) ou de uso sustentável (Áreas de Proteção Ambiental), passa necessariamente
pela ordenação dos direitos e deveres dos titulares de domínio ou de posse sobre as
respectivas áreas. Sem o devido equacionamento da regularização fundiária das áreas
envolvidas, não há que se falar de infra-estrutura. Por conseguinte, a não regularização
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fundiária das UCs, principalmente para aquelas de Proteção Integral, torna difícil, senão
impossível, se falar na operacionalização destas unidades para o cumprimento dos seus
objetivos.
O objetivo básico de uma Unidade de Proteção Integral é preservar a natureza,
sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais.
Nas Unidades de Conservação de Proteção Integral se faz necessário que o Poder
Público tenha a propriedade e posse da área da Unidade, além das benfeitorias que
porventura existam sobre a mesma. São inúmeras as dificuldades criadas naquelas
unidades que não possuem sua situação fundiária regularizada. NETO (2002) aponta como
resultados das dificuldades de entendimento geradas pela ´confusão fundiária´ :
- ações ilegais e degradação ambiental do patrimônio natural abrangido pela UCs
(implantação de loteamentos clandestinos, grilagem de terras, invasões, extração
ilegal de produtos florestais, etc.);
- obstáculos à implantação de infra-estrutura de apoio ao desenvolvimento de
atividades de administração, visitação pública, pesquisa e outras nos processos de
implantação das UCs;
- limitações à demarcação de divisas e às atividades de fiscalização;
- desvios na análise e tramitação de processos administrativos e judiciais que tratam
da defesa dos interesses públicos relativos à regularização e proteção das UCs; e
- limitações à resolução de conflitos sociais que freqüentemente incidem sobre as
UCs.
Os conceitos doravante abordados neste tópico foram extraídos do Manual de
Apoio ao Gerenciamento das Unidades de Conservação Federais - produzido pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis / IBAMA com o apoio da
Cooperação Técnica da Alemanha através da Deutsche Gesellschaft für Technische
Zusammenarbeit / GTZ – que foi utilizado como material de pesquisa para a presente
auditoria.
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11.1. ��/28;1;30456�>H@;D0�
Os limites da unidade de conservação são definidos no momento de sua criação.
Usualmente, os limites de uma Unidade são normalmente referidos a acidentes geográficos
(rios etc.) ou mesmo obras como rodovias, canais etc., bem como coordenadas geográficas
que fixam pontos e linhas de contorno da Unidade. Concluídos os trabalhos técnicos
referentes à delimitação de uma Unidade, esses elementos são objeto de um decreto do
Chefe do Executivo, que legaliza os limites propostos. Uma alteração destes limites só pode
ser feita por lei.
Para aquelas Unidades já criadas que não tiveram sua delimitação perfeitamente
estabelecida, no todo ou em parte, há a possibilidade de sofrerem propostas de alteração
de seus limites. O processo de verificação da situação da propriedade e posse, assim como
os procedimentos para que a situação descrita no parágrafo anterior seja obtida é
denominada ´regularização fundiária´.
Assim, a regularização fundiária destina-se a concretizar o domínio e a posse do
Estado sobre as terras inseridas nos limites da unidade de conservação, objetivando livrá-
las de quaisquer ônus, a fim de cumprirem os objetivos de conservação a que se destinam.
11.1.1. ��/28;1;30456�.6�����/0��<0;.A0�
O Decreto “N” 17.426 de março de 1999 estabeleceu a delimitação do território do
Parque considerando os limites de suas fronteiras e seu zoneamento interno. Esta
delimitação ocorreu através de coordenadas geográficas.
No art. 6° do referido Decreto são citadas as cinco zonas25 em que foi dividida a
área do Parque e no art. 7° são apresentados os conceitos destas. O texto do Decreto
encontra-se na íntegra em nosso Anexo.
25 Embora citada, a Zona de Uso Especial não está conceituada no Decreto nem tem a sua base cartográfica
estabelecida.
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Para análise das coordenadas geográficas, a equipe de inspeção contou com a
colaboração da Profª. Doutora Julia Strauch da Escola Nacional de Ciências Estatísticas –
ENCE/IBGE. As coordenadas foram analisadas durante visita à UC, cujos achados de
auditoria encontram-se a seguir:
1. Inexistência de menção ao fuso.
As coordenadas em U.T.M.26 que definem os limites do Parque se referem à
base cartográfica IPLAN n° 308-D na escala27 1:10.000 de 1990. Trabalhando com o
sistema de projeção Universal Transversal de Mercator, deveria ser acrescentado o
fuso ao qual se está referindo para uma localização eficaz de pontos sobre a
superfície terrestre;
2. Coordenadas invertidas
Existe uma troca, neste sistema de projeção, de coordenadas. As coordenadas
(X,Y) são citadas trocadas, ou seja, o ponto X é tratado como Norte e o ponto Y
como Leste.
3. Deficiência em diversas coordenadas, conforme análise dos pontos do Mapa28 a
seguir:
26 U.T.M. (Sistema Universal Transversal de Mercator): Sistema de projeção cartográfica do tipo cilíndrica,
transversal e secante ao globo terrestre. Ele possui sessenta fusos, com seis graus de amplitude cada, contados do anti-meridiano de Greenwich, no sentido oeste-leste. FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. Centro Universitário La Salle. Canoas. 2000
27 Relação ou proporção existente entre as distâncias lineares existentes em um mapa, e aquelas representadas no terreno, ou seja, na superfície real. No caso de 1:10.000, a cada centímetro representado no mapa corresponderá no terreno a dez mil centímetros, ou seja, 100 metros. FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. Centro Universitário La Salle. Canoas. 2000.
28 Fonte: Anexo preparado pela Profª. Doutora Julia Strauch da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE com base no Decreto Municipal citado. As coordenadas foram processadas no software Arcview 9.0, pela própria Professora.
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Ponto Deficiência
A suas coordenadas estão no mar
B chama a atenção pelo seu deslocamento
F idem, além de estar fora da área do Parque
G dois pares de coordenadas
H dois pares de coordenadas
4. As zonas de uso estabelecidas no art. 7° do Decreto citado estão sobrepostas, o
que torna inviável o reconhecimento delas dentro de suas finalidades como
estabelece o referido diploma legal.
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11.1.2. ��/28;1;30456�.0@�/210;@�-.;/0/2@�0-/;30/0@�
Nas demais unidades auditadas a delimitação se dá através de referências dadas
por ruas e avenidas, acidentes naturais e marcos existentes anteriormente como, por
exemplo, linhas de transmissão de energia elétrica, conforme definição de seus Decretos e
Leis de criação.
APA de Marapendi: delimitada, em linhas gerais, pela Avenida Arenápolis, pelo Oceano
Atlântico, Avenida Alvorada, Avenida Sernambetiba, Rua Professor Alfredo Colombo,
Avenida das Américas, Avenida Mário Fernandes Guedes, Avenida Moisés Castelo Branco
Filho, Avenida Otávio Dupont até seu encontro com a Avenida Arenápolis.
APA da Prainha: delimita-se ao sul com a APA da Orla Marítima; ao norte por uma linha
reta imaginária traçada para a esquerda e para a direita, a partir do topo do Morro da Boa
Vista; a oeste com a APA de Grumari; e a leste com o Recreio dos Bandeirantes.
APA da Serra da Capoeira Grande: delimita-se pela Estrada da Pedra, Rua Motorista
Manuel Duarte, Rua Domingos Correa de Morais, Rua Diogo Jacome, Estrada do Magarça,
Avenida das Américas, Estrada da Capoeira Grande, Rua São Domingos, Rua Várzea de
Palma, Rua Inimutaba, Rua Morro do Pilar, Rua Pedra de Indaiá, Rua Sapucaí Mirim, Rua
Três Marias, Rua Mantena, Avenida Alto Maranhão e Estrada do Catruz.
PNM de Grumari: delimitação especificada no Anexo Único do Decreto de criação
( figura 1 do subitem 3.7).
PNM do Mendanha: delimitada pelo cruzamento da Estrada do Guandu do Sena com a do
Boqueirão, em direção ao norte até as Serras do Gericinó e do Mendanha. Ao sul, ela se
estende até a Serra do Quitungo (cota cem metros) voltando a Estrada do Guandu do Sena.
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PNM da Serra da Capoeira Grande: constituído pelas áreas de arborização do
PAL29 19.600, do PAL 17.434 e pelo lote doado para escola, adjacente à área arborizada do
PAL 19.600 (figura 2 do subitem 3.9).
A APA de Grumari e o PNM de Marapendi não possuem suas delimitações especificadas
nas respectivas Leis de criação.
A partir da delimitação, o processo de regularização fundiária realiza:
• demarcação;
• levantamento fundiário;
• vistoria;
• avaliação; e
• aquisição de terras.
Essas etapas são abordadas em maiores detalhes a seguir.
11.2. ��/210<D0456�
É a materialização física dos limites de uma Unidade, efetuada com base no
decreto que os estabelece e discrimina. Estes limites deverão ficar claros no terreno, de
modo a serem identificados fácil e corretamente, podendo ser verificados e identificados por
meio de marcos, como também incluir placas e outros indicadores mais visíveis,
especialmente quando estes corresponderem a acidentes geográficos (rios etc.) ou obras
(canais, rodovias etc.).
Uma correta demarcação deve contemplar as fases de determinação de pontos
geodésicos, materialização e monumentalização. Estas fases são abordadas em maiores
detalhes em nosso Anexo.
No município do Rio, embora a realização da delimitação física se encontre
prevista na Resolução SMAC nº 111/01 dentre as suas diretrizes, foi constatado na maioria
das Unidades a inexistência de delimitadores físicos quer nos limites das APAs, suas Zonas
ou nos limites dos Parques.
29 Projetos de Alinhamento e Loteamentos.
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Nos Parques de Grumari, do Marapendi e da Prainha, a área demarcada é inferior
a 30%, enquanto os Parques do Mendanha e da Serra da Capoeira Grande não possuem
dados sobre a demarcação. Neste percentual foi considerado o percentual do perímetro da
UC demarcado comparado com o perímetro demarcável; ou seja, partes do perímetro que
possuem limites naturais não entraram no cálculo.
As APAs não possuem dados precisos quanto ao percentual da área demarcada e
pode ser constatado que a delimitação ocorre apenas por ruas e avenidas que definem os
limites das Ucs. Não foram identificadas outras formas de delimitação.
11.3. ��2?0.3012.36��-./;I<;6�
A segunda etapa no processo de regularização fundiária tem por objetivo
identificar, caracterizar e definir os limites físicos das propriedades e ocupações existentes
na unidade de conservação. Compreende, para cada propriedade ou ocupação na área da
Unidade, um levantamento topográfico e um estudo dominial, ou seja, um estudo dos títulos
e registros que asseguram a propriedade dos imóveis ou ocupações, incluindo a verificação
de suas origens.
O levantamento fundiário implica em:
• levantamento dos limites das propriedades;
• pesquisa cartorial;
• elaboração do laudo de informação fundiária;
• identificação dos imóveis e seus ocupantes;
• características dos ocupantes.
A verificação da infra-estrutura existente e a avaliação serão feitas nas fases
seguintes. As etapas do levantamento fundiário são abordadas em maiores detalhes em
nosso Anexo.
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Nas Unidades de Conservação auditadas, a situação fundiária se encontra da
seguinte forma:
UC Situação Fundiária
da Unidade
PNM de Grumari 0 – 29% regularizada
PNM do Mendanha 0 – 29% regularizada
PNM do Marapendi 90 – 100% regularizada
PNM da Prainha 90 – 100% regularizada
PNM da Serra da
Capoeira Grande
dados inexistentes
Fonte: Formulário para Coleta de Informações utilizado para apurar o grau de implementação / 6ª IGE.
Observa-se que os Parques de Grumari e do Mendanha encontram-se atualmente
em uma situação precária do ponto de vista fundiário, onde menos de um terço da área total
é de domínio público. Tal fato contraria o determinado na legislação vigente, a qual
determina que nos Parques (Nacionais, Estaduais ou Municipais), o domínio das terras
inseridas nos perímetros destas UCs deverão ser públicas em sua totalidade (SNUC, 2000).
As UCs de proteção integral analisadas foram criadas anteriormente à edição da
Lei nº 9985/00 permanecendo com populações em seu interior contribuindo para conflitos
fundiários.
Essa situação fundiária causa inúmeros empecilhos à devida gestão das áreas,
com notório comprometimento das atividades de proteção dos recursos naturais inseridos
nas UCs. Conforme aponta VILLANI (2004), é extremamente difícil, conciliar o uso e manejo
das áreas particulares com as atividades de conservação e fomento à regeneração natural
da vegetação a serem desenvolvidas por uma Unidade de Conservação de Proteção
Integral. Foi observado que nessas propriedades particulares, os proprietários desenvolvem
atividades exploratórias com a substituição da vegetação nativa por outros usos. O manejo
inadequado das áreas para a viabilização dessas atividades muitas vezes compreende
queimadas, supressões da vegetação e impedimentos à regeneração natural através de
roçadas.
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Para o Parque de Grumari foi efetuado um levantamento pelo Grupo de Trabalho
instituído pela Resolução SMAC nº 316, de 06/07/2003, concluído em maio de 2004 com o
objetivo de elaborar estudos visando a implantação do PNM de Grumari. Através deste
estudo foi efetuado um levantamento da situação fundiária da área, com prioridade para as
áreas situadas na planície, onde se procurou definir os lotes que compõem a área e sua
titularidade. O resultado deste trabalho está consubstanciado no Mapa da Situação
Fundiária, em nosso Anexo.
Para o Parque do Mendanha não foram localizadas evidências de realização de
levantamento fundiário. Em visita ao local observam-se as propriedades no interior da
Unidade.
Fotos 29, 30, 31: propriedades particulares no
interior do PNM Mendanha.
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Uma situação fundiária em situação precária com conflitos sobre posse e domínio
de terras representa um dos maiores obstáculos à implementação e à gestão de uma área
protegida. Por esta razão é importante que seja feito um levantamento fundiário e um
planejamento de regularização da área incluída nos limites do Parque.
�
11.4. �;@36<;0�
A verificação da infra-estrutura existente será feita através de vistoria técnica e
preenchimento de laudo fundiário, visando o levantamento das benfeitorias existentes em
cada propriedade ou ocupação devendo ser levantadas, georeferenciadas e caracterizadas.
A caracterização deve incluir uma descrição das edificações, tipo de material empregado
nas paredes, piso e cobertura; existência e tipo de rede de energia elétrica, água e esgoto;
estado de conservação e uso atual. Outras benfeitorias, tais como cercas, deverão ter suas
características, extensão, materiais, e estado de conservação especificados. Quando as
cercas forem nos limites da propriedade, os limites cercados devem ser marcados nas
plantas individuais dos imóveis. Para culturas permanentes e pastagens plantadas,
especificar o tipo de cultivo, sua qualidade agronômica e fitossanitária, área ocupada,
quando foi plantada e expectativa de vida útil.
No caso do Parque de Grumari, o Grupo de Trabalho (Resolução SMAC nº 316/03)
identificou a presença de grandes proprietários e uma pequena comunidade rural
(posseiros) com 35 famílias com uma média de 4 a 5 pessoas por família dispostos em 35
edificações.
11.4.1. &<-10<;�*�&<0./2@��<6B<;23I<;6@�
Dentre os maiores proprietários que se encontram na área do Parque foram
identificados:
6ª Inspetoria Geral
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�0B0�/6@�10;6<2@�B<6B<;23I<;6@�/0�I<20�/6��0<=-2�
�Fonte: Relatório final do GT (Resolução SMAC nº 316, de 06/07/2003)
Proprietários área (m2)
1 – Condomínio Grumari (glebas I e II) 4.099.150,00
2 – Faculdades Simonsen (lotes 11, 12 e 13) 31.784,00
3 – Feliz de Castro Martins (lote 5) 11.480,85
4 – João Osório Ferraz de Barros (lote 10) 9.488,16
5 – Empresa Mar Bravio 2.400.000,00
Fonte: Relatório final do GT (Resolução SMAC nº 316, de 06/07/2003)
Observa-se pelos dados apresentados pelo Grupo de Trabalho que o processo de
desapropriação da área é fundamental e prioritário para a implantação efetiva do Parque
Natural Municipal de Grumari.
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11.4.2. &<-10<;�*��61-.;/0/2�JB2@D0/6<2@�2�07<;D-836<2@K�
Essa comunidade possui energia elétrica que, conforme apontado no estudo do
GT, pode acabar por incentivar uma expansão da comunidade, bem como permitir o uso de
equipamentos elétricos dentro do Parque.
Em visita ao local, embora não tenha sido possível confirmar o número de 35
residências, pode-se confirmar a existência da energia elétrica e a utilização de água de
nascentes como fonte local. A seguir, são evidenciadas algumas edificações da
comunidade Grumari observadas por ocasião da visita ao local.
Fotos 32, 33, 34 e 35: construções no PNM de Grumari / 6ª IGE
6ª Inspetoria Geral
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Uma parte dessa comunidade
trabalha no Projeto Mutirão Reflorestamento
realizado na área e, atualmente, no horto de
espécies ameaçadas de extinção implantado
na área da sede do Parque.
Foto 36: viveiros de mudas nativas / Grumari
Já a atividade pesqueira, de acordo com o citado estudo, é pequena e os
pescadores não residem no local, embora por vezes pernoitem nos ranchos. Segundo o
estudo, existem cinco instalações no canto direito da praia. Algumas instalações, utilizadas
por antigos pescadores, se transformaram em pequenos bares. O Grupo de Estudo realizou
o cadastramento dos pescadores e suas instalações.
A população da comunidade de Grumari encontra-se organizada em uma
Associação de Moradores o que pode facilitar o envolvimento dos moradores na discussão
de soluções relativas à conservação da UC.
Nas Unidades do Mendanha e da Serra da Capoeira Grande também há potencial
para que a população local, através de uma associação possa contribuir e ser envolvida em
soluções para o Parque. No Marapendi e Prainha, este envolvimento pode ser feito com
grupos que freqüentam assiduamente o local, como no caso da Associação de Surfistas e
Amigos da Prainha.
11.5. �?08;0456�
Nesta fase, deverão ser identificados e registrados os parâmetros normalmente
utilizados na região para a formação de preços de terra, bem como coletadas informações
junto às fontes mais fidedignas da região sobre valores correntemente praticados no
mercado para terras com as características daquelas incluídas no perímetro levantado.
6ª Inspetoria Geral
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11.6. �=-;@;456�/2��2<<0@�
Trata-se do processo mediante o qual ocorre o domínio patrimonial das terras
contidas nos limites das unidades de conservação de proteção integral. Isto se dá através
de desapropriação, com justa e prévia indenização.
De acordo com o estudo do GT, no caso do PNM de Grumari, algumas áreas já
permitiriam a desapropriação imediata. Essa relação encontra-se em Anexo ao nosso
Relatório.
Finalizando, uma unidade de conservação é reconhecida como regularizada
quando esta se encontra devidamente demarcada, sem propriedades e ocupações de
terceiros e com toda a sua área e benfeitorias em nome do Poder Público, no nosso caso,
do Município do Rio.
Tal qual a demarcação, a regularização fundiária também se encontra prevista na
Resolução SMAC30 nº 111/01 dentre as suas diretrizes.
12. ������������������*�������
Problemas fundiários podem ameaçar a integridade da área protegida que se quer
conservar conforme abordado no item 11. Mas, vale observar que o uso da terra do entorno
da área protegida é tão fundamental quanto a situação no interior da unidade e, por isso,
assume grande relevância.
O art. 2531 do SNUC dispõe que as UCs devem possuir uma zona de
amortecimento, assim entendida como o entorno de uma Unidade de Conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de
minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Seus limites poderão ser definidos no ato
de criação da unidade ou posteriormente.
301. Diretrizes do Plano Diretor: �Fazer a regularização fundiária (promover estudos de levantamento fundiário e a negociação de imóveis, com fins de desapropriação, visando a implantação de UCs).
31 Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.
6ª Inspetoria Geral
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A seguir, é demonstrado o percentual da área do entorno que recebe o respectivo
manejo adequado para a zona de amortecimento.
UC Percentual
PNM de Grumari 30 – 49%
PNM do Mendanha dados inexistentes
PNM da Prainha 30 – 49%
PNM do Marapendi dados inexistentes
PNM da Serra da
Capoeira Grande
dados inexistentes
Fonte: Formulário para Coleta de Informações utilizado para apurar o grau de vulnerabilidade / 6ª IGE.
Observa-se que não existem medidas específicas para tratamento do entorno,
visando caracterizar seu funcionamento como uma possível zona de amortecimento.
Segundo SOARES et. al.(2002), ações com UCs e seu entorno pressupõem a presença de
pelo menos três atores importantes: os moradores da região e, em alguns casos, os
residentes em seu interior; o órgão responsável pela manutenção e administração da
unidade; e os agentes promotores de ações na região.
Foto 37: entorno do PNM da Serra da Capoeira Grande
Pela inexistência de uma zona de
amortecimento no entorno do PNM da
Serra da Capoeira Grande, foram
observadas diversas construções próximas
ao mesmo.
6ª Inspetoria Geral
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Na auditoria operacional realizada em agosto/2004 já havia sido apontada a
inexistência de Conselhos Consultivos. Conforme o art. 29 do SNUC cabe ao Poder Público
fomentar a criação destes Conselhos em todas as UCs, realizando para tal um trabalho de
conscientização da comunidade local e demais organizações que possam estar envolvidas
neste processo.
13. ������� ���������� �������������������
Efetuando uma análise da porcentagem de áreas alteradas dentro da unidade de
conservação, o resultado fica assim demonstrado:
UC Percentual
PNM de Grumari 70 – 89%
PNM do Mendanha 90 – 100%
PNM do Marapendi dados inexistentes
PNM da Prainha 0 – 10%
PNM da Serra da Capoeira Grande dados inexistentes
Fonte: Formulário para Coleta de Informações utilizado para apurar o grau de vulnerabilidade / 6ª IGE.
As unidades, de uma forma geral, vêm sofrendo com a crescente invasão de
espécies exóticas.
a) andando pelo Parque de Grumari observa-se uma
grande plantação de bananeiras.
Foto 38: plantação de bananeiras nas áreas baixas do PNM de Grumari
6ª Inspetoria Geral
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Plantação essa que já ocupa uma área expressiva como se pode observar pela área
circundada com a linha verde na foto a seguir. Toda a vegetação que apresenta uma
coloração verde claro dentro da área demarcada representa a área onde a vegetação nativa
foi retirada para dar lugar à plantação de bananeiras.
Foto 39: plantação de bananeiras no PNM de Grumari
Em nosso Anexo, consta o Mapa das áreas a serem recuperadas no PNM de
Grumari elaborado pelo Grupo de Trabalho da Res. SMAC 316/03.
b) no Parque de Grumari também se
observa uma grande plantação de
coqueiros e outras espécies exóticas
para comercialização.
Foto 40: plantação de coqueiros no PNM de
Grumari
6ª Inspetoria Geral
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c) o Parque do Mendanha também
acusa a presença de bananeiras e
ainda de diversas jaqueiras.
Foto 41: plantação de bananeiras no PNM
Mendanha.
d) na comunidade de Grumari, anteriormente à criação do Parque, a SMAC
desenvolveu um projeto junto aos moradores incentivando o plantio de espécies
nativas com potencial econômico, como forma alternativa aos bananais. Este e
outro projeto posterior com características similares acabaram por serem
interrompidos. Atualmente se observa que a vegetação nativa no entorno das
casas foi suprimida e várias residências fazem cultivo de espécies ornamentais
exóticas.
e) no PNM da Serra da Capoeira Grande foram detectadas espécies exóticas no
entorno da Unidade (Foto 36). Como não se obteve acesso ao interior do Parque
não foi possível verificar outras incidências.
f) na APA da Serra da Capoeira
Grande observa-se plena atividade
de exploração de recursos naturais.
Foto 42: Morro da Pedra – Pedreira.
No tocante à fauna, a introdução de espécies de animais domésticos (como cães,
gatos, galinhas, patos, porcos, cavalos etc.) e exóticas (como sagüi-de-tufo-branco,
periquito-australiano etc.), causam danos ao equilíbrio dos ecossistemas, seja por
6ª Inspetoria Geral
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competirem pelos recursos disponíveis com as espécies nativas (abrigos e alimentos, por
exemplo), seja por predarem ou servirem como vetores para parasitas e doenças,
contribuindo para a diminuição de certas populações nativas e mesmo para o
desaparecimento de outras. (Grupo de Trabalho – PNM de Grumari). Vale ressaltar ainda a
constante ameaça de caçadores, abordado em nosso relatório no item 9.1.
14. ������� ����&������������������ +����
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Os parques naturais e as áreas de proteção ambiental têm por objetivo manter
amostras representativas da fauna e da flora, atraindo o interesse da população que,
através da visitação e da educação ambiental, ganha uma consciência maior da importância
da preservação do meio ambiente.
A fim de se avaliar a atual condição de implementação, vulnerabilidade e risco das
Unidades de Conservação, objeto desta auditoria, utilizou-se um estudo qualitativo e
quantitativo de avaliação com metodologia desenvolvida pelo IBAMA e pela WWF-Brasil,
que se encontra explicitada no Anexo deste relatório. Ressaltamos que, esta ferramenta foi
aplicada, apenas, às unidades de conservação de uso indireto (Parques Naturais).
As informações desta avaliação foram colhidas junto aos Gestores das Unidades
de Conservação selecionadas, todos servidores da SMAC, em maio de 2005. A pontuação
de cada resposta dada variou de 0 a 4 e o grau de implementação e de vulnerabilidade das
unidades de conservação foi obtido pela média aritmética dos pontos.
Esta metodologia possibilita uma análise comparativa entre as diversas unidades
de conservação no que se refere ao grau de implementação e de vulnerabilidade das
mesmas, facilitando a visualização dos principais problemas existentes e das unidades que
requerem uma atuação mais urgente.
A criação de uma unidade de conservação, a priori é uma boa notícia. Todavia, a
simples criação não implica necessariamente que os objetivos de conservação da
biodiversidade sejam atingidos. Há a necessidade de se implementar a unidade com o
6ª Inspetoria Geral
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mínimo necessário para que ela possa cumprir eficientemente as funções para a qual foi
criada.
O procedimento identifica oito elementos importantes para avaliar o grau de
implementação. Na escala determinada de 0 a 4 para a análise dos resultados,
considerou-se que a condição ótima esperada é a de mais alto valor. As pontuações
menores que 2 seriam consideradas insuficientes.
O Grau de Implementação é assim classificado:
Grau de Implementação
Média Classificação
0 – 1,99 Situação precária
2,0 – 2,99 Minimamente implementada
3,0 – 4,00 Razoavelmente implementada
As variáveis utilizadas, no caso em questão, para medir a implementação foram:
(1) situação fundiária da UC; (2) existência de instrumento de planejamento; (3) tipo de uso
destinado para a UC; (4) relação entre os recursos financeiros aplicados e os necessários
para a unidade no ano em questão; (5) demarcação física da UC; (6) determinação do
número de funcionários da UC; (7) equipamentos e materiais existentes na UC; (8) infra-
estrutura da UC.
O resultado obtido se encontra demonstrado a seguir.
Grau de Implementação por unidade de conservação analisada :
UC Média Classificação
Prainha 2,3 Minimamente implementada
Grumari 0,8 Situação precária
Mendanha 1,5 Situação precária
Marapendi 2,3 Minimamente implementada
Serra da Capoeira Grande 0,4 Situação precária
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• das 5 unidades avaliadas, Grumari, Mendanha e Serra da Capoeira Grande foram
consideradas em Situação Precária, não oferecendo condições de cumprir a
função para a qual foram criadas; e Marapendi e Prainha foram consideradas
Minimamente Implementadas.
• 100% das unidades avaliadas não possuem Plano de Manejo.
• nenhuma das unidades avaliadas está com sua situação fundiária totalmente
regularizada. No Parque do Mendanha e de Grumari, estima-se que, no máximo,
30% da área já esteja regularizada. Não há dados confiáveis em relação ao PNM
Capoeira Grande, nem o representante da SMAC soube estimar um percentual de
regularização fundiária para esta Unidade.
• em relação à demarcação física das unidades (percentual do perímetro da UC
demarcado comparado com o perímetro demarcável) a situação é bastante crítica.
Em todas as unidades selecionadas a demarcação ocorre, na melhor situação, em
menos de 30% do perímetro demarcável.
• os Gestores das unidades avaliadas estimam que o número de funcionários é, em
média, 50% do número ideal, sendo que no caso da Serra da Capoeira Grande não
há qualquer funcionário alocado exclusivamente na UC. No caso específico da
Patrulha Ambiental, que serve a todas as Unidades do Município, o quantitativo de
Guardas caiu pela metade (de 80 para 41), a partir de agosto de 2003, segundo
informações da Coordenadora desta equipe.
• nenhuma das 5 Unidades avaliadas possui infra-estrutura completa, equipamentos
e materias adequados ao seu bom funcionamento. Nos Parques de Mendanha,
Grumari e Prainha não existe qualquer linha telefônica disponível, seja para
atendimento ao público ou para uso administrativo. A Unidade de Capoeira Grande
não possui qualquer infra-estrutura.
O Grau de Vulnerabilidade reflete as pressões externas e internas que
comprometem a integridade da área, incluindo o grau de insularização da unidade (nível de
desmatamento no entorno da mesma); a forma predominante de uso da terra, dentre
outros.
6ª Inspetoria Geral
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Cada elemento contém um jogo de condições e é qualificado com base em uma
escala de 0 a 4, e neste caso, a relação se inverte, onde as unidades com grau de
vulnerabilidade menor que 2, são unidades pouco vulneráveis.
O Grau de Vulnerabilidade é assim classificado:
Grau de Vulnerabilidade
Média Classificação
3,0 – 4,00 Muito vulnerável
2,0 – 2,99 Mediamente vulnerável
0 – 1,99 Pouco Vulnerável
O procedimento identificou, adaptado para o caso, cinco elementos importantes para
avaliar o grau de vulnerabilidade: (1) percentual da área do entorno que recebe o manejo
adequado; (2) porcentagem de áreas alteradas dentro da UC; (3) exploração dos recursos
naturais dentro da unidade; (4) forma predominante de uso da terra no entorno;
(5) existência de projetos setoriais conflitivos com os objetivos da UC.
Grau de Vulnerabilidade por unidade de conservação analisada:
UC Média Classificação
Prainha 1,5 Pouco Vulnerável
Grumari 2,8 Mediamente vulneráveis
Mendanha 3,8 Muito vulnerável
Marapendi 2,5 Mediamente vulneráveis
Serra da Capoeira Grande 3,8 Muito vulnerável
Da análise dos dados de cinco unidades foi constatado que:
• das 5 unidades avaliadas, o Parque do Mendanha e da Serra da Capoeira Grande
foram considerados Muito Vulneráveis, Grumari e Marapendi Mediamente
Vulneráveis e Prainha Pouco Vulnerável.
• nenhuma das Unidades avaliadas recebe tratamento no entorno ou possui manejo
adequado para a zona de amortecimento, como por exemplo o plantio de árvores
nativas nas ruas que circundam a UC.
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• apenas o Parque da Prainha possui um percentual pequeno (entre 0 e 10%) de
áreas alteradas dentro da unidade de conservação. As demais, ou não tinham
dados confiáveis ou apresentavam percentual acima de 30%.
• foram detectados problemas relacionados a forma de uso da terra no entorno da
unidade e, em alguns casos, dentro da própria unidade. Nas unidades de Grumari,
Marapendi e Mendanha existe ocupação por comunidade de baixa renda. Além
disto, a plantação e exploração de bananeiras é facilmente identificável nos
Parques de Grumari e da Prainha.
• foi identificada a existência de apenas um projeto setorial com risco de
incompatibilidade com os objetivos das unidades de conservação. Este projeto
refere-se a construção de um resort em Grumari e tem sido defendida por um
proprietário privado de uma grande área ainda não desapropriada, dentro da
unidade.
No município do Rio de Janeiro constata-se uma situação crítica em relação
implementação das Unidades de Conservação e de sua vulnerabilidade à ação do homem.
�03<;F�/2�;@D6�
Visando identificar prioridades na aplicação de recursos humanos e financeiros nas
unidades, a seguir é apresentada uma matriz de risco, contendo as médias de
implementação e vulnerabilidade das unidades analisadas.
O grau de risco é o resultado do grau de implementação combinado com a
vulnerabilidade da área. Quanto maior for a vulnerabilidade e menor for a implementação,
maior o risco que a unidade está correndo.
Uma combinação dos 2 fatores (GI x [1 / GV]) fornece um parâmetro que permite
visualizar as unidades com uma situação geral mais crítica e que, portanto, deveriam ser
priorizadas nos programas da SMAC.
6ª Inspetoria Geral
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Desta forma, a Matriz de Risco das Unidades de Conservação avaliadas é a
seguinte :
Situação Geral (GI x [1 / GV] )
UC Média
Serra da Capoeira Grande 0,11
Grumari 0,34
Mendanha 0,40
Marapendi 0,92
Prainha 1,5
A metodologia aplicada aponta Serra da Capoeira Grande com sendo a Unidade
com situação mais crítica dentre as que foram analisadas. As Unidades de Grumari e
Mendanha estão praticamente empatadas também em situação crítica. A Unidade da
Prainha seria a menos crítica e a de Marapendi ocupa uma situação intermediária se
comparada às demais.
- Cri
ticid
ade +
Metodologia WWF-IBAMA
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Implementação
Vul
nera
bilid
ade
Marapendi
Prainha
Grumari
I1 - Situação PrecáriaI2 - Minimamente
implementadaI3 - Razoavelmente
implementadaI1 I2 I3
V1 - Muito vulnerávelV2 - Mediamente
vulnerávelV3 - Pouco vulnerável
ImplementaçãoVulnerabilidade
V3
V2
V1 MendanhaCapoeiraGrande
6ª Inspetoria Geral
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15. ��&����� ���#�#��&�����
Toda a legislação aplicada, bem como a bibliografia utilizada neste trabalho
encontra-se em Anexo a este relatório.
16. &���)��
ABIÓTICA - Relativa à abiose, ausência de vida, ou caracterizado por ela.
BIÓTICA - Relativa aos seres vivos.
DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL - Alteração das características do meio
ambiente.
ECOSSISTEMA - parte definida do meio ambiente, formando um sistema aberto,
compreendendo seres vivos (inclusive o homem) e os elementos não vivos (ar, água, solo,
etc.), onde se verifica uma troca de matéria e energia entre seus componentes.
ENTORNO - Área que circunscreve um território, o qual tem limites estabelecidos, por
constituir espaço ambiental ou por apresentar homogeneidade de funções.
FAUNA - Conjunto de espécies animais que vivem numa determinada área.
FLORA - Conjunto de espécies vegetais de um determinado ambiente, área ou extrato
geológico.
MANGUEZAL - Ecossistema litorâneo, que ocorre em terrenos baixos sujeitos à ação da
maré e localizados em áreas relativamente abrigadas, como baías, estuários e lagunas.
São normalmente constituídos de sedimentos lodosos recentes, aos quais se associa um
tipo particular de fauna e flora.
Possui vegetação adaptada à alta concentração de sal e à mobilidade e pouca oxigenação
do solo, que fica alagado durante as marés mais altas. Limitado em diversidade florística,
mas variado em relação à fauna. (PCRJ, 2000)
RESTINGA - Formações vegetais que colonizam as areias litorâneas. Pode suportar altas
temperaturas e é muito influenciada pelo solo e pela ação dos ventos e da maresia. Os
solos são pobres. (PCRJ, 2000).
6ª Inspetoria Geral
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17. ������ �
Diante do exposto e visando contribuir para a melhoria do atendimento ao art. 225
da CF/88 e do desempenho das Unidades de Conservação, a equipe apresenta
Recomendações, Oportunidades de Melhoria, bem como solicita Esclarecimentos e/ou
Justificativas.
17.1. 2D612./04L2@�M��2D<230<;0��-.;D;B08�/2��2;6��19;2.32�
I. Que seja providenciada a correta delimitação visual nas Unidades de
Conservação (subitens 10.1 e 10.2).
A sinalização de uma UC é parte importante do processo de informação dos seus
usuários. Por esse motivo não se restringe à simples tarefa de “colocar placas”, implicando,
também na verificação do que deve ser informado e de que forma isso pode ser feito com
eficácia.
A correta delimitação das áreas e a colocação de placas informando as restrições
de uso de cada Zona é essencial para garantir o cumprimento dos dispositivos legais
atribuídos à Unidade. Muitas atividades irregulares, cometidas por desconhecimento dos
limites e restrições de uso e ocupação, poderiam ser evitadas com esta ação e com a
colocação de sinalização de advertência.
II. Que seja estabelecido um planejamento para realizar a regularização fundiária
dos PNM do Mendanha e de Grumari, disponibilizando-se os recursos
necessários (subitens 11.3, 11.4, 11.5, 11.6 e item 14).
A regularização fundiária de uma UC é um processo complexo que envolve várias
secretarias da Prefeitura por envolver questões ambientais, econômicas, orçamentárias e
sociais.
Nas UCs avaliadas, esta questão é extremamente relevante dentre os aspectos que
determinam o baixo grau de implementação e a alta vulnerabilidade expostas na matriz de
risco (item 14.1).
A Resolução SMAC nº 111/01 estabelece em suas Diretrizes do Plano Diretor:
“Fazer a regularização fundiária (promover estudos de levantamento fundiário e a
negociação de imóveis, com fins de desapropriação, visando a implantação de UCs)”.
6ª Inspetoria Geral
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III. Que se elabore o Plano de Manejo para as Unidades de Conservação Municipais
(item 14).
A totalidade das unidades auditadas não possui Plano de Manejo. Sua existência é
de obrigatoriedade prevista no caput do art. 27 da Lei nº 9.985/00, no art. 12 do Decreto
nº 4.340, bem como na Resolução SMAC nº 111/01 e item 35 do Anexo Único do Decreto
nº 25571/05.
O parágrafo 3º do art. 27 da Lei nº 9.985/00 determina que o mesmo deve ser
elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de criação da unidade de conservação.
Entretanto, até o momento, nenhuma das unidades municipais avaliadas possui seu plano
de manejo.
IV. Que sejam adotadas medidas de manejo ambiental no entorno das Unidades de
Conservação.
A sustentabilidade das UCs aumenta na medida em que a área que a circunda seja
alvo de medidas adequadas de manejo, criando assim uma zona de amortecimento que
reduza os impactos do meio urbano no entorno das Ucs (item 12).
Medidas mais abrangentes deverão ser adotadas para tratamento do entorno dos
Parques Naturais Municipais.
V. Que as Unidades de Conservação sejam dotadas de equipamentos completos e
de planos de combate a incêndios florestais (subitem 9.2).
Para que sejam minimizados os riscos de dano e destruição em uma unidade de
conservação é imprescindível que esta possua equipamentos de combate à incêndio em
boa quantidade e prontos para uso. Além disso, é fundamental a existência de um plano de
combate à incêndio e pessoal treinado para executá-lo, conforme o previsto na Resolução
SMAC nº 111/01.
6ª Inspetoria Geral
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VI. As ações de fiscalização e controle do GDA devem ser intensificadas com o
objetivo de impedir a caça predatória da fauna das Ucs (subitem 9.1).
Manter a fiscalização (caça, depredação, etc.), consta como uma das diretrizes do
Plano Diretor para as Unidades de Conservação Ambiental do Município do Rio de Janeiro,
previstas na Resolução SMAC nº 111/01 de 11/07/2001.
Em todos os parques foram constatados problemas para se realizar rondas nas
áreas mais afastadas da sede. Segundo os gestores, o quantitativo pequeno de guardas
torna perigoso esse procedimento, visto que a sede ficaria desprotegida durante o período
em que os servidores estivessem realizando a ronda.
A falta de vigilância efetiva e fixa na área dos parques e das APAs deixa a fauna
nativa constantemente ameaçada pela ação dos caçadores. O Grupo de Trabalho da
Resolução SMAC 316/2003 identificou como animais mais cobiçados, no caso de Grumari,
as aves de bela plumagem e/ou canoras, os de maior porte, como os jacarés-de-papo-
amarelo e os mamíferos como as capivaras, pacas, cutias, gatos-do-mato etc.
VII. Que seja regularizada a situação do esgotamento sanitário (item 5 - b, f).
VIII. Que seja estudada a pertinência de se restringir o número de visitantes nos
Parques que ainda não possuem planos de manejo, principalmente naqueles que
se encontram funcionando em situação precária, como o PNM do Mendanha
(itens 4, 5, 6 e 7).
IX. Que seja implantada a demarcação física dos limites das unidades (subitem 11.2
e item 14).
X. Que seja providenciada a preservação e conservação dos recursos naturais
existentes nas UCs (item 13).
XI. Que sejam providenciados os serviços que garantam a manutenção, limpeza e
conservação dos Parques de Grumari, Mendanha e da Serra da Capoeira Grande.
6ª Inspetoria Geral
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17.2. B6<3-.;/0/2@�/2��28A6<;0�
A constatação de alguns pontos de carência na execução da política de
preservação e conservação de Unidades de Conservação do Município sinaliza
oportunidades de melhorias a serem implementadas:
17.2.1. Realização de um novo levantamento cartográfico das fronteiras do PNM
da Prainha e das áreas correspondentes ao seu zoneamento interno,
incorporando novos dados ao novo levantamento (subitem 11.1.1).
É necessário um novo levantamento cartográfico das fronteiras do Parque e das
áreas correspondentes ao zoneamento interno com novas tecnologias de obtenção de
coordenadas geográficas em campo, como por exemplo, o GPS32, sendo observado o que
consta no anexo.
Novos dados podem ser incorporados ao novo levantamento tais como: altimetria,
drenagem, trilhas dentro do Parque, áreas degradadas, áreas freqüentemente invadidas,
espécies exóticas e outras informações que possam ajudar no Plano de Manejo do Parque.
17.2.2. Providenciar acertos ao Decreto de criação do PNM da Prainha
(subitem 11.1.1).
Incorporar ao Decreto a descrição e os objetivos da Zona de Uso Especial,
inclusive sua base cartográfica.
17.2.3. Oportunidades de Melhoria do GT do PNM de Grumari.
a. observar o máximo de aproveitamento dos recursos naturais como
iluminação e ventilação natural, dentro no Parque e na comunidade, reduzindo a
necessidade de energia elétrica, bem como prever equipamentos eficientes como
(lâmpadas eficientes, geladeiras eficientes etc.) Em locais onde a rede de energia
elétrica ainda não foi instalada, utilizar energia solar fotovoltaica e no caso de
necessidade de água quente, energia solar térmica.
32 Sistema de transmissão de dados via satélite para obtenção de coordenadas geográficas em campo.
Fonte: FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. Centro Universitário La Salle. Canoas. 2000.
6ª Inspetoria Geral
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b. em futuras instalações, para a comunidade de Grumari ou para a sede,
deverá ser utilizada água de subsolo, preservando assim os córregos locais. O
bombeamento desta água deve ser feito com uso de energia solar fotovoltaica.
c. devem ser observados princípios para o uso eficiente da água, utilizando-se
equipamentos (torneiras, vasos sanitários etc.) de baixo consumo de água. O reuso de
águas “cinzas” deve ser considerado para os vasos sanitários.
d. o projeto arquitetônico dos equipamentos a serem instalados deve considerar
ainda outros princípios ecológicos, como os seguintes: implantação do projeto no
terreno visando preservar o perfil natural deste e uso de materiais reciclados e
recicláveis.
17.2.4. Que seja estudada a implementação de trilhas nas UCs considerando
aspectos técnicos.
Os Planos de Manejo das Unidades de Conservação do Município do Rio de
Janeiro poderiam contemplar técnicas que permitam o aproveitamento das trilhas já que
estas representam o principal contato do visitante com as belezas cênicas do lugar. Estes
planos devem efetivar, em geral: evitar a degradação; aumentar a percepção ambiental do
visitante; fornecer uma visão geral da Unidade, destacando seu bioma; educar
ambientalmente; conservar os caminhos; sinalizar interpretativamente; resolver os
problemas dos atalhos erosivos; planejar as trilhas para torná-las circulares (subitem 10.3).
17.2.5. Que seja estudada a implementação da operacionalização da lanchonete,
da eco-loja e outros serviços que possam gerar renda para as UCs.
Uma boa estrutura de apoio é fundamental para aumentar o número de visitantes
nas UCs. Neste sentido, o funcionamento destes equipamentos, além de propiciar um maior
conforto e atratividade para os visitantes, poderia ser uma fonte de receita para o Parque,
tornando-o menos dependente dos recursos do orçamento municipal.
Foram verificadas várias oportunidades neste sentido, dentre elas: implantação de
lanchonete e eco-loja nas unidades de Marapendi, Prainha e Mendanha e a cobrança de
taxa para utilização do chuveiro nestas 2 últimas unidades.
6ª Inspetoria Geral
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Os recursos gerados no PNM do Mendanha poderiam ser utilizados na reforma e
manutenção dos banheiros públicos, que se encontram em péssimo estado de
conservação, bem como na manutenção da atração conhecida como Ponte das Árvores,
atualmente em situação de abandono (item 4).
17.2.6. Que seja reavaliada a forma de coleta de lixo na UC de Grumari.
Pelos relatos da comunidade e conforme documentado pelas fotos tiradas no local,
foi constatado que a freqüência de coleta de lixo não é suficiente para manter a UC em
boas condições de limpeza e higiene. É preciso reavaliar o processo atual para que esta
situação possa ser resolvida com urgência, dado os riscos ambientais e principalmente
pelos riscos sanitários para a comunidade local e visitantes de Grumari (item 5 – a).
17.2.7. Que seja avaliada a instalação de postos de coleta seletiva nas Unidades
de Conservação que ainda não possuem.
As Unidades de Conservação têm como um de seus objetivos a promoção de
iniciativas relacionadas à educação ambiental, como por exemplo, a coleta seletiva de lixo.
Esta medida requer um investimento relativamente baixo e tem um efeito bastante positivo
ao possibilitar que o público tome conhecimento da razão e da importância desta iniciativa
que está sendo implantada no município do Rio de Janeiro (item 5).
17.2.8. Que seja implementada a instalação de uma infra-estrutura mínima com
equipamentos de apoio ao visitante no PNM da Serra da Capoeira Grande
(item 4).
17.2.9. Que seja disponibilizada a chave da sala utilizada pela ASAP/Prainha
(item 4).
17.2.10. Que seja avaliada a real ‘utilidade pública’ de se admitir o uso das unidades
por redes de televisão sem qualquer contrapartida pela sua utilização, visto
que o custo dos danos causados recaem sobre a sociedade (item 4 /
Grumari).
6ª Inspetoria Geral
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17.2.11. Que sejam implementadas ações de educação ambiental no PNM do
Mendanha (item 7), Grumari e Serra da Capoeira Grande.
17.2.12. Que seja avaliada a criação de uma estrutura própria de segurança no PNM
da Serra da Capoeira Grande (subitem 9.1) e no PNM de Grumari.
17.3. �@D80<2D;12.36@� �N-@3;>;D03;?0@�
17.3.1. à Secretaria Municipal de Meio Ambiente
I. Explique qual o documento legal utilizado para a exploração da lanchonete
do Parque do Mendanha por particular, uma vez não ter sido apresentado
termo correspondente pelo gestor (item 4 - a);
II. Explique qual o documento legal que estabelece e normatiza a utilização de
uma sala do Parque da Prainha pela Associação de Surfistas e Amigos da
Prainha (ASAP), uma vez não ter sido apresentado termo correspondente
pelo gestor (item 4);
III. Explique a razão pela qual o quantitativo da Patrulha Ambiental caiu de 80
para 39 guardas com o término do contrato nº 65/01 em agosto de 2003 e
não foi recomposto até o momento, mesmo após o início do contrato 85/04
de 05/08/2004 (Item 9.1);
17.3.2. à Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB
IV. Esclareça se tinha ciência quanto às deficiências relativas à coleta de lixo na
comunidade de Grumari (item 5 – “a”), informando possíveis providências a
fim de regularizar o apontado.
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6ª Inspetoria Geral
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Por fim, submetendo o presente relatório à consideração superior, sugerimos o
encaminhamento de cópias do presente:
a) à Secretaria Municipal de Meio Ambiente;
b) à Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB;
c) ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente para ciência; e
d) à Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal
Espera-se que a implementação das recomendações e oportunidades de melhoria,
formuladas por esta Inspetoria em decorrência de auditoria realizada, possa contribuir para
uma utilização mais efetiva dos recursos disponibilizados.
6ª IGE, em 26 de julho de 2005.
Marta Varela Silva
Inspetora Geral
Matrícula: 40/901.266
César Orestes Mega Técnico de Controle Externo
Matrícula: 40/900.769
Luciano Quintella Técnico de Controle Externo
Matrícula: 40/901.367
Jorge Alberto Campista de Melo Técnico de Controle Externo
Matrícula: 40/901.369
Reinaldo Barreiros Goulart Auxiliar de Controle Externo
Matrícula: 40/901.424