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lais-almeida
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RESUMO
Com intuito de determinar a dureza da água de torneira realizou-se este
experimento. Para tal usamos procedimentos complexométricos e EDTA como titulante.
Após os cálculos concluímos que a água da torneira não está dentro do padrão da
legislação brasileira e que sua dureza é igual 38,8 mg de CaCO3/L.
INTRODUÇÃO
Historicamente, a “dureza” de uma água foi definida em termos da capacidade dos
cátions na água em deslocar os íons sódio ou potássio em sabões e formar produtos
poucos solúveis que produzem uma espécie de resíduo que adere às pias e banheiras. A
maioria dos cátions com cargas múltiplas compartilha dessa propriedade. [1]
Denomina-se dureza total a soma das durezas individuais atribuídas à presença de
íons cálcio de magnésio. Outro cátion que se encontram associados a estes dois, tais
como: ferro, alumínio, cobre e zinco, são geralmente mascarados ou precipitados antes
da determinação. [2]
A composição química da água e, portanto, a sua dureza depende em grande
parte do solo da qual procede. Assim águas brandas são encontradas em solos
basálticos, areníferos e graníticos, enquanto que as águas que procedem de solos
calcários apresentam freqüentemente durezas elevadas. [2]
Em numerosos processos industriais, tais como fábricas de cervejas, conservas de
papel e celulose, e muitas outras, requerem águas brandas. Para o caso de lavanderias às
águas duras ocasionam um elevado consumo de sabão (em conseqüência da formação
de sabões insolúveis de cálcio de magnésio) e resultam em danos para os tecidos. [2]
Outro fato importante a considerar que as águas duras formam crostas em cadeiras
de vapor, ocasionando, dessa maneira, elevadas perdas de calor além de contribuir para
a ocorrência de explosões. Mediante um controle periódico, utilizando-se titulações com
EDTA, torna-se possível garantir maior segurança para essas instalações industriais. [2]
A água dura é geralmente determinada por meio de uma titulação com EDTA
após a amostra ter sido tamponada a pH 10. O magnésio, que forma o complexo menos
estável com EDTA, dentre todos os cátions multivalentes comuns nas amostras típicas
de água, não é titulado até que tenha sido adicionado reagente suficiente para complexar
todos os outros cátions na amostra. [1]
1
Portanto, um indicador para o íon magnésio como a calmagita ou Negro de
Eriocromo T pode servir como indicador nas titulações de água dura. Além disso, é
freqüente a adição de uma pequena quantidade de quelato magnésio-EDTA ao tampão
ou titulante para assegurar a presença de íons magnésio suficientes para uma ação
satisfatória do indicador. [1]
Equações envolvidas no processo:
Ca2+ + H2Y2- ↔ CaY2- + 2H+ (1)
Ca2+ + MgY2- ↔ CaY2- + Mg2+ (2)
Mg2+ + HIn2- ↔ MgIn- + H+ (3)
MgIn- + H2Y2-↔ MgY2- + HIn2- + H+ (4)
Onde Y é a molécula de EDTA sem hidrogênios e HIn2- é o indicador metalocrômico
apropriado. [2]
OBJETIVOS
Este experimento tem como objetivo determinar a dureza da água de
torneira, através de procedimentos complexométricos. Explicar porque o tampão
NH3/NH4Cl deve ser adicionado antes do indicador utilizado. Além de determinar o que
deve ser feito para eliminar ferro e cobre (em teores significativos) e que porventura
estejam em solução.
PROCEDIMENTOS
Inicialmente, adicionou-se em uma pipeta o volume de 50 mL de uma amostra
desconhecida (água de torneira). Em seguida, esse conteúdo foi transferido para um
Erlenmeyer de 250 mL. Para cada alíquota, adicionou-se primeiro 3,00 mL de solução
tampão NH3/NH4Cl. Depois disso, adicionou-se 2 gotas do indicador negro de
eriocromo T. Posteriormente, o Elermeyer contendo a amostra desconhecida foi titulado
com solução de EDTA 0, 0006 mols L-1 usando-se uma bureta de 50 mL. Realizou-se
essa mesma seqüência para o preparo de outras duas amostras. Após a realização da 1ª
titulação o volume gasto de EDTA foi anotado, sendo que, para realizar a 2ª titulação, a
bureta foi preenchida até a marca de 50 mL. O mesmo procedimento foi adotado para
2
titular a terceira amostra. Portanto foram obtidos os seguintes volumes de EDTA na
titulação das amostras: V1= 32,1 mL, V2= 32,6 mL e V3= 32,1 mL.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A dureza da água refere-se à concentração total de íons alcalino-terrosos (Grupo
2) presentes na água [2]. É causada pela presença de sais minerais dissolvidos,
principalmente de cátions bivalentes, incluindo cálcio, magnésio, ferro, zinco e outros.
A concentração dos cátions [Ca2+] e [Mg2+] são normalmente muito maiores do
que as concentrações dos outros íons alcalino-terrosos, a dureza pode ser igualada a
[Ca2+] + [Mg2+]. A dureza é normalmente expressa como o número de miligramas de
CaCO3 por litro. Assim, se [Ca2+] + [Mg2+] = 1mM, dizemos que a dureza é 100 mg de
CaCO3 por litro, pois 100 mg de CaCO3 = 1mmol de CaCO3.[2]
A titulação com EDTA é realizada em pH = 10. Um tampão deve ser
adicionado antes do Èrio T, de tal modo que pequenas quantidades de ferro presentes na
amostra precipite sob forma de hidróxido de ferro, impedindo sua reação com o
indicador. Se este procedimento não for adotado o indicador será bloqueado, já que o
ferro forma um complexo muito estável com o Èrio T. [1] Por esse motivo, usa-se uma
solução tampão amoniacal (NH3/NH4Cl) que permite determinar a concentração total
de Ca2+ e Mg2+ presente na água.[3] Dentre todos os cátions multivalentes comuns nas
amostras típicas de água “o magnésio, que forma o complexo menos estável com
EDTA, não é titulado até que tenha sido adicionado reagente suficiente para complexar
todos os outros cátions na amostra. [2]
Fig1: ESTRUTURA DO EDTA
3
Abaixo segue os cálculos para determinação de íons Mg+2 e Ca+2. Os volumes
gastos de EDTA foram anotados, assim que, se atingiu o ponto final da titulação,
quando o indicador negro de eriocromo T mudou sua coloração de vinho avermelhado
para azul .
Ao adicionar gotas do indicador:
HInd2- + Ca2+ ↔ CaInd- + H+ (1)
(substância de cor azul) (complexo de cor vermelha)
Ao adicionar EDTA:
Ca2+ + Y4- ↔ CaY2- (2)
(incolor) (incolor)
Esgotando-se o Ca2+ livre, o ETDA passou a complexar o Ca2+ do quelato, CaInd-,
expulsando o indicador:
CaInd- + Y4- + H+ ↔ CaY2- + HInd- (3)
(complexo de cor vermelha) (complexo incolor)
Tabela 1 : Volumes gastos de EDTA
1ª Titulação V1=32,1 mL
2ª Titulação V2=32,6 mL
3ª Titulação V3=32,1 mL
Com titulações utilizando-se EDTA as equações envolvidas no processo são:
4
CaCO3 + EDTA↔EDTA-Ca + EDTA-Mg (4)
Ca2+ + H2Y2- ↔ CaY2- + 2H+ (5)
Ca2+ + MgY2- ↔CaY2- + Mg2+ (6)
Mg2+ + HIn2-↔ MgIn- + H+ (7)
MgIn- + H2Y2- ↔ MgY2- + HIn2- + H+ (8)
1ª Titulção
nCaCo3 = nEDTA
nCaCO3= µb .Vb
nCaCO3= 0,0006 x 32,1x10-3L
nCaCO3= 1,926 x 10-5 mols
2ª Titulação
nCaCo3 = nEDTA
nCaCO3= µb .Vb
nCaCO3= 0,0006 x 32,6x10-3L
nCaCO3= 1,956 x 10-5 mols
3ª Titulação
nCaCo3 = nEDTA
nCaCO3= µb .Vb
nCaCO3= 0,0006 x 32,1x10-3L
nCaCO3= 1,926 x 10-5 mol
Obtendo a média do número de mols de EDTA temos:
Sendo x1 = 1, 926 x 10-5 mol, x2 = 1, 956 x 10-5 mol, x3 = 1, 926x 10-5 mol e N = 3,
temos:
Xmédia = 1, 926 x 10 -5 mol+ 1, 956x10 -5 mol +1, 926 x 10 -5 mol = 1, 936 x 10-5 mol
3
5
Desvio-padrão = s = = 1, 732 x10-7
A partir dos cálculos percebe-se que o número de mols de CaCO3 presente na
água é aproximadamente (193,6 x 10-7 ± 1,732 x 10-7) mols.
Dessa maneira podemos obter o número de íons Ca+2 e Mg+2 presente na solução
Massa molar do CaCO3 = 100,1 g/mol
1 mol de CaCO3 ______________________ 100,1 g
1,936 x 10-5 mol ________________________x g
X = 1,94 x 10 -3 g de CaCO3
1,94 x 10 -3 g CaCO3___________________ 50 mL de água
y g de CaCO3 _______________________________1000 mL de água
y= 38,8 mg/L de CaCO3
O resultado encontrado de 38,8 mg/L de CaCO3. Pode-se então concluir também
que 38,8 mg/L é a quantidade de íons Ca2+ e Mg2+ presente na amostra de água
analisada.
A nitidez do ponto final da titulação aumenta com o pH, mas este não pode ser
aumentado indefinidamente para não ocorrer precipitação de CaCO3 ou Mg(OH)2. Além
do mais, o complexo muda de cor em valores de pH elevados. O outro fator que
melhora a nitidez do ponto final é a presença de magnésio que deve ser adicionada em
pequena quantidade na forma de um sal complexometricamente neutro de EDTA.
6
Alguns metais como ferro e cobre interferem no método causando um
enfraquecimento do ponto final tornando-o, às vezes, indistinto. Esta interferência pode
ser reduzida pela adição do inibidor MgCDTA (1,2 - ciclohexonodiaminatetracetato de
magnésio), o qual tem vantagem de não ser tóxico e/ou malcheiroso, mas libera algum
magnésio na solução contribuindo para a dureza. Os inibidores I(NaCN) e II(Na2S)
podem ser escolhidos conforme as concentrações de interferentes representados na
Tabela 2.
Tabela 2 - Concentrações máximas permissíveis de interferentes para a seleção de
inibidores.
Com base num volume de 25mL de amostra diluído para 50ml.
Máxima concentração
interferente
Interferente (mg / L)
Inibidor I Inibidor II
Alumínio 20 20
Bário * *
7
Cádmio * 20
Chumbo * 20
Cobalto mais de 20 0,3
Cobre mais de 30 20
Estrôncio * *
Ferro mais de 30 5
Manganês
(Mn+)
* 1
Níquel mais de 20 0,3
Zinco * 200
Polifosfatos * 10
* titulado como dureza
A eliminação de matéria orgânica suspensa ou coloidal que também interfere na
definição do ponto final é feita pela evaporação da amostra e ignição do resíduo a
550°C durante 15 minutos. O resíduo ignizado é, então, dissolvido com 20 mL de ácido
clorídrico 1M, neutralizado para uma PH= 7 com NaOH 1M e diluído para 50ml com
água destilada.
CONCLUSÃO
8
De acordo com a Legislação Brasileira, os níveis ideais de dureza da água
situam-se entre 40mg/L e 170mg/L de carbonato de cálcio (CaCO3), sendo o valor
médio de 80mg/L de CaCO3, não apresentando assim, risco à saúde humana. Como o
valor obtido, na prática, para avaliação da dureza da amostra de água foi de 38,8 mg/L
de CaCO3, pôde-se concluir que a mesma apresenta uma dureza fora dos padrões
exigidos pela Legislação Brasileira, estando consideravelmente abaixo do valor mínimo
exigido, sendo assim classificada como água mole. Portanto a água que sai da torneira é
imprópria para o consumo, podendo trazer vários problemas de saúde caso seja ingerida
sem o tratamento necessário.
BIBLIOGRAFIA
[1] BACCAN, N.; Andrade, J.C., Godinho, O.E.S.; Barone, J.S. Química
Analítica Quantitativa Elementar, 3ª edição, São Paulo: Edgar Blücher, 2001, 260 p.
[2] SKOOG; WEST; HOLLER; CROUCH. Fundamentos de Química Analítica,
Thomson, 2006,456 p.
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