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8/12/2019 72 Perguntas Frequentes Sobre Oramento Participativo
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72 PERGUNTAS FREQUENTESSOBRE ORAMENTO PARTICIPATIVO
SRIE CAIXA DE FERRAMENTAS DE GOVERNAO URBANA
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CAMPANHA GLOBAL PELAGOVERNAO URBANA
72 PERGUNTAS FREQUENTESSOBRE ORAMENTO PARTICIPATIVO
Reedio especial para o vigsimo aniversrio dos oramentos participativos
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Direitos de Autor UN-Habitat(Programa das Naes Unidas para os Assentamentos Humanos)
Foto da capa: Municpio de Caxias do SulTodos os direitos reservados. Impresso em Quito, Julho de 2004Desenho grfico da edio original: Amira Prez A.Impresso por: AH Editorial
O UN-Habitat apoia a reproduo deste material. No entanto,nenhuma parte desta publicao poder ser usada ou reproduzidasem autorizao por escrito, salvo no caso de citaes brevesincorporadas em artigos crticos, anlises ou estudos especiais. Asdesignaes utilizadas e a apresentao do material desta publicao
no representam nenhuma opinio da Secretaria das NaesUnidas sobre a condio legal de qualquer pas, territrio, cidadeou regio, bem como do seu poder pblico, ou sobre a delimitaodas suas fronteiras ou divisas, dos seus sistemas econmicosou do seu grau de desenvolvimento. As anlises, concluses erecomendaes desta publicao no reflectem, necessariamente,a viso do UN-Habitat, do Conselho Administrativo do UN-Habitatou dos seus Estados Membros.
Srie Caixa de Ferramentas de Governao UrbanaISBN: 92-1-131699-5HS/722/04E
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II. Agradecimentos
Equipa do Programa de Gesto Urbana em Quito.
cidade de Porto Alegre, que contribuiu com a documentaosobre os casos ilustrativos atravs da Rede Urbal 9 (FinanciamentoLocal e Oramento Participativo).
Um agradecimento especial Comisso de Edio e Reviso destedocumento. As suas observaes e contribuies foram de grandevalor tanto em termos de contedo como de forma.
Ao Gabinete de Gesto da Iniciativa Comunitria Equal de Portugalpelo apoio para que a edio portuguesa deste manual se tornasseuma realidade, e por outras iniciativas de fomento participaocidad.
s cidades e instituies que generosamente providenciaram osmateriais e informaes para os novos destaques da presenteedio.
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I. Questes Gerais
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A presente edio em portugus actualiza a verso original em lnguaespanhola de 2004 e inclui numerosas inovaes e adaptaes desenvolvidaspor cidades europeias.
Autor Principal Yves Cabannes, Unidade de Planeamento do Desenvolvimento (DPU/UCL).
Coordenao Giovanni Allegretti, arquitecto e urbanista, Coordenador do OPP Povos Observatrio de Prticas de Participao e Investigador do Centro de EstudosSociais da Universidade de Coimbra. Juliana Torquato Luiz, sociloga, colaboradora do OPP Povos Observatrio
de Prticas de Participao do Centro de Estudos Sociais da Universidadede Coimbra. Nelson Dias, socilogo, Coordenador do Projecto Oramento ParticipativoPortugal e Presidente da Direco da Associao In Loco.
Edio e Reviso Ana Raquel Matos, sociloga, Investigadora do Centro de Estudos Sociaisda Universidade de Coimbra. Giovanni Allegretti, Juliana Torquato Luiz, Nelson Dias.
Traduo do espanhol para a lngua portuguesa Ana Raquel Matos
Financiamento Iniciativa Comunitria Equal
Produo/ Impresso Ideias em Ba/ SIG - Soc. Ind. Grfica.
Depsito legal/ Data/ Tiragem 294043/09 - Maio 2009 - 3000 ex.
III. Crditos Institucionais da Edio Portuguesa
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Crditos Institucionais da primeira edio ...................Agradecimentos ................................................................................Crditos Institucionais da edio Portuguesa ..........Lista de Destaques ..........................................................................
Prefcio ..................................................................................................Sobre o Manual .................................................................................
I. Perguntas Gerais1.O que o Oramento Participativo (OP)? ..............................................2.Quando se iniciou o OP? ........................................................................3.Como se expandiram as experincias de OP? .......................................4.Quantas cidades j tiveram experincia de OP? ....................................
5.Onde ocorre o OP? .................................................................................6.Em que tipo de cidades so implementados OPs? ...............................7.O OP implementado apenas a nvel municipal? ..................................8.Existem diferenas regionais na forma de implementar o OP? ..............9.Que benefcios comporta o OP para a cidade e seus cidados? ...........10.Que benefcios comporta o OP para a administrao pblica local? ...11.Quem beneficia do OP? ........................................................................12.Quais as dimenses do OP? ................................................................13.Onde encontrar mais informaes sobre OP? ......................................
II. Incio e implementao de um OramentoParticipativo14.Qualquer municpio pode implementar o OP? ......................................15.Quais so as condies bsicas necessrias para implementar um
OP num municpio? ..............................................................................16.Em que condies no se recomenda a implementao do OP? ........
17.Quais so os princpios bsicos do OP? ..............................................18.Como se pe em prtica um OP?..........................................................19.Quais so as principais fases do OP?...................................................
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I. Questes Gerais
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III. Dimenso Financeira20.Que percentagem do oramento municipal submetida a anlise no OP?21.Que proporo do oramento municipal colocada a discusso? ......22.Existe um valor percentual ptimo do oramento municipal a submetera discusso pblica? ...................................................................................23.Qual a origem dos recursos que so discutidos? .................................
24.Qual o impacto do OP sobre a arrecadao fiscal e a receita municipal? .25.Todas as reivindicaes dos cidados resultam em obras e serviospblicos? .....................................................................................................26.Como so distribudos os recursos dentro de uma cidade? Por sector?Por regio? .................................................................................................27.Como se definem os critrios oramentais? .........................................28.Onde se discute o OP e quem tem autoridade para tomar decises? .29.O OP est limitado ao planeamento de despesas a curto prazo? ........30.Existe uma participao maior e melhor quando os recursos municipais
so mais elevados? Nesse sentido, o facto de haver poucos recursos paradiscusso torna-se num obstculo ou factor condicionador? .....................31.O processo de OP discute apenas receitas prprias do municpio? ....32.Existem processos para garantir a prestao de contas no mbito do OP?33.Quanto custa o processo ao municpio e como so cobertos essescustos? .......................................................................................................
IV. Dimenso Participativa Participao Cidad34.Quem participa no OP? ........................................................................35.Quantas pessoas participam nos OPs? ...............................................36.Se a participao limitada, tal no retira legitimidade ao processo? .37.Onde so tomadas as decises durante o processo? ..........................38.Se o Conselho do Oramento Participativo COP o actor central,por quem formado? ..................................................................................39.Os delegados e conselheiros do OP podem ser reeleitos? ..................40.Como se pode evitar a burocratizao ou mesmo a corrupo entre
delegados do OP? ......................................................................................41.Qual o nvel de participao das mulheres? .........................................42.Existem OPs sensveis questo de gnero? ....................................
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43.De que forma a populao excluda e marginalizada participa no OP?No existe risco de uma maior excluso social, por exemplo, no caso dosimigrantes, dos trabalhadores ilegais ou dos sem-abrigo? .........................44. De que forma se pode facilitar a participao da populao pobre,excluda e no organizada? ........................................................................45. Quem supervisiona e monitoriza a execuo do oramento e dos
projectos aprovados? ..................................................................................46.Qual o papel das ONGs, universidades e profissionais no OP? .......47.Existe voluntariado no OP? Qual o seu papel? .................................
Participao do Governo48.Qual o papel do governo local em todo o processo? .........................49.Qual a lgica subjacente ao lugar dos Oramentos Participativos nosgovernos locais? .........................................................................................50.Qual a rea ou pelouro municipal responsvel pelo processo? ........
51.O OP depende apenas de uma unidade da administrao municipal?52.Qual o papel do poder legislativo municipal no OP? .........................53.De que forma o municpio convida a populao a participar no OP? ...54.Que medidas pode o municpio implementar para encorajar e mobilizara comunidade a participar no OP? .............................................................55.De que forma se relaciona o OP com outros instrumentos e mecanismosde participao cidad? ..............................................................................56. Quais so as principais dificuldades que os municpios enfrentamdurante a implementao de um OP? ........................................................
Participao do Sector Privado57.Como que o sector privado pode ser integrado no OP? ....................58. De que forma os sectores informais ou solidrios da economia sepodem integrar no OP? ...............................................................................
V. Dimenso Normativa e Legal59.Como e quando o processo de OP deve ser formalizado e legalizado?60.Que aspectos do OP devem ser inscritos num quadro legal? ..............61. necessrio o OP estar relacionado com um Plano de Desenvolvimento(de longo prazo, estratgico ou fsico)? ......................................................
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I. Questes Gerais
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62.Como que o OP se pode vincular aos instrumentos de planeamentourbano? ......................................................................................................63.Quem faz a ligao entre os planos de longo prazo e o OP? ..............64.Existem mecanismos ou sistemas de avaliao do OP? .....................
VI. Dimenso Territorial
65.De que forma o OP se relaciona com o processo de descentralizaomunicipal? ..................................................................................................66. Existe um nmero ideal de regies ou sub-regies que garanta ofuncionamento adequado do OP? ..............................................................67.Existem OPs em zonas rurais? ...........................................................68.A metodologia do OP semelhante em zonas rurais e urbanas? ........
VII. Perguntas Finais69.O OP uma proposta de alguns partidos polticos? Esses partidos tm
saberes especficos? ..................................................................................70.Existe o risco de o OP ser considerado uma panaceia para todos osmales? ........................................................................................................71.O OP reduz a corrupo? .....................................................................72.Como se pode garantir a sustentabilidade do processo de OP? .........
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Nota Introdutria: O nmero entre parnteses refere-se ao nmero dapergunta frequente.
1.Portugal: continuidade e descontinuidade dos processos de OP at 2008(3)2.A Rede Estatal de Oramentos Participativos de Espanha (3)3.Parcerias como mecanismo de ampliao dos OPs. CES/IN LOCO/CEFA/
Autarquias Portuguesas no projecto OP Portugal (3)3a. Lisboa, primeira capital Europeia a implementar o Oramento Participativo (6, 27).4. Mapa da Participao - Regio Lazio, Itlia (7)5.Carnide, Portugal: exemplo de um OP de Junta de Freguesia (7)6.Experincias de OP Infra Municipais7.Porto Alegre: resultados alcanados em 15 anos de OP (1989 2003) (11)8.Crdoba e a reactivao dos espaos pblicos (11)9.Sites da Internet sobre Oramento Participativo
10.Recursos para apoiar o OP na facilitao de transferncias inter-regionais(PGU / UN Habitat) (13)11.Mtodo para um estudo pr-diagnstico: a experincia de Salford, Inglaterra (17)12.O ciclo de OP em Porto Alegre em 2004 (19)13.O ciclo de OP de Santa Cristina dAro, Espanha (19)14.O ciclo de OP de Cotacachi, Equador (19)15.O ciclo de OP das crianas e jovens de So Brs de Alportel, Portugal (19)16.O ciclo de OP dos jovens de Pinheiral, Brasil (19)17.O ciclo do OP de Belo Horizonte, Brasil: do planeamento execuo de
obras e servios pblicos (19)18.Mundo Novo e Porto Alegre: duas cidades que discutem 100% de seuoramento com a populao (21)19. Proporo de capital (investimentos) do oramento discutido no OP(1997-2003) em 103 municpios brasileiros (21)20.A relao entre OP e desempenho fiscal (24)21.Um exemplo de assembleias temticas em Icapu, 2004 (26)22.Critrios para alocao de recursos: exemplos da Villa El Salvador, Peru (2002) (27)23. Ficha de priorizao de aces e projectos para habitao e servios
colectivos utilizados, em 2007, pela Cmara Municipal de Alcochete (27)24. Experincias de cidades com recursos per capita mais baixos (30)25. Palmela folheto de calendrio de reunies pblicas de prestao de
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IV.Lista de Destaques
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I. Questes Gerais
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contas em 2008 (32)26. Localizao das intervenes financiadas atravs do OP no mapa dacidade (32)27.Sorteio em Pont de Claix, Frana (34)28.Fotos do processo de OP por sorteio, Berlim, Lichtenberg (34)29.Variaes anuais na participao em Belo Horizonte, Brasil (35)30.Exemplo de composio de Conselhos do Oramento Participativo: Frum
Municipal de Icapu, 2001 / 2002 (38)31. Exemplo de composio de Conselhos do Oramento Participativo:estrutura do congresso da cidade de Belm, 2002 (38)32.Cartaz de Sevilha, Espanha, para a incluso das mulheres no processo (42)33.Mecanismos para promover a participao dos excludos em So Paulo (42)34.Apropriao pelas organizaes de mulheres do espao do OP (42)35.Facilitar a incluso dos imigrantes. Getafe, Espanha (44)36.OP Jovem, So Brs de Alportel, Portugal (44)
37. A experincia do Comit de Superviso Cidad e transparncia emCotacachi (45)38. Cadernos de Capacitao Cidad. OP de Charleroi, Blgica (46)39.Formas de mobilizao comunitria para o OP (1997 2000) em 103municpios brasileiros (53)40.Duas experincias de mobilizao de pessoas: Villa El Salvador, Peru eBarra Mansa, Brasil (54)41. Mobilizao/Sensibilizao em Petrer, Espanha: nota em Euros Toma tuparte del Presupuesto (54)
42.Mobilizao/Sensibilizao em Sevilha, Espanha: Leque exemplo dematerial de comunicao social (54)43. A relao entre oramento participativo e outros mecanismos departicipao em Porto Alegre, Santo Andr e Crdoba (55)44. Outros mecanismos de Participao Cidad relacionadas com o OP emBobigny, Frana: Parlons Franchement Falemos francamente (55)45.Outros mecanismos de Participao Cidad relacionados com o oramentoem Sigtuna, Sucia: Referenduns Deliberativos (55)46.Grottamare, Itlia. O OP como fonte de inspirao para parcerias entre
sector pblico e empresas privadas (57)47. Cmara Municipal de Palmela, Portugal. O OP como activador dodesenvolvimento econmico das reas rurais do municpio (68)
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V. Prefcio
Uma das reas estratgicas de trabalho do UN-Habitat apoiar as cidades naadopo de governao e gesto urbanas socialmente integradas, inclusivas,acessveis, transparentes, participativas e responsveis, a fim de asseguraro desenvolvimento urbano sustentvel. Como ponto focal da ONU paraas autoridades locais, o UN-Habitat incentiva as cidades a aplicarem boasprticas de governao urbana, atravs de dois mecanismos complementares
a Campanha Global pela Governao Urbana e o Programa de GestoUrbana.
A Campanha Global pela Governao Urbana fez crescer a aceitao e autilizao dos princpios de governao urbana. Atravs de actividades deadvocacy e impacto, colaborao e articulao com parceiros e eleitores,bem como o lanamento de campanhas nacionais, as normas de Governaourbana receberam ampla aceitao, aplicao e adaptao. A fim de traduziros princpios de Governao urbana em medidas prticas, a Campanha
desenvolveu uma srie de ferramentas. A campanha teve sucesso ao iniciaractividades concretas voltadas para a promoo de mudanas nas polticase o aprimoramento da capacidade organizacional em mais de 30 pases domundo.
O Programa de Gesto Urbana (PGU) representa uma grande iniciativapara o UN-Habitat e o PNUD, juntamente com agncias de apoio externas,a fim de fortalecer a contribuio das cidades e municpios dos pases emdesenvolvimento para o crescimento econmico, o desenvolvimento social e
a reduo da pobreza. Ele complementa o esforo da Campanha, trabalhandoatravs de 19 instituies ncora e mais de 40 instituies locais e nacionais,que esto empenhadas em desenvolver a capacidade dos parceiros locais egovernos municipais em busca da governao participativa, alcanando 140cidades em 58 pases. Nos ltimos 18 anos, o PGU tem vindo a fornecer umaplataforma para que os parceiros possam envolver-se e trabalhar com temasrelativos gesto urbana.
O Oramento Participativo surge como uma prtica de gesto urbanainovadora, com excelente potencial para a promoo de princpios de boaGovernao Urbana. De facto, o oramento participativo pode trazer vrios
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I. Questes Gerais
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benefcios para o governo local e tambm para a sociedade civil. Ele podepromover a transparncia das despesas municipais e estimular o envolvimentodos cidados na tomada de deciso sobre recursos pblicos. Pode tambmimpulsionar o crescimento da receita municipal. Pode redireccionar oinvestimento municipal para a satisfao de necessidades ao nvel de infra-estruturas bsicas em zonas mais pobres. Pode fortalecer as redes sociais
e ajudar a mediar as diferenas entre os lderes eleitos e os grupos dasociedade civil.
Ao ampliar e aprofundar a participao dos cidados na alocao de recursospblicos, o Oramento Participativo parece constituir-se um processo positivopara a construo de cidades inclusivas, onde os que so geralmentemarginalizados conseguem escapar ao ciclo de excluso. Ao contribuir paraa boa governao pblica, o Oramento Participativo tem provado ser umaferramenta importante para a democratizao das cidades. Um nmero cada
vez maior de cidades tem adoptado o Oramento Participativo, com diversasvariaes locais.
Esses benefcios em potencial levaram a Campanha Global pela GovernaoUrbana e o Gabinete do Programa de Gesto Urbana para a Amrica Latinae Carabas a unirem esforos no sentido de desenvolverem uma Caixade Ferramentas ou uma Colectnea de Recursos capaz de aprofundar acompreenso sobre o Oramento Participativo e a ampliar a sua aplicao.As respostas s 72 Perguntas Frequentes, discutidas nesta publicao, so
uma componente chave desta colectnea.
A Caixa de Ferramentas baseia-se, principalmente, nas experincias decidades latino-americanas, as quais foram complementadas com algumasexperincias recentes em cidades europeias. Entretanto, o UN-Habitat temvindo a receber um nmero crescente de pedidos de cidades de frica e dasia que tambm gostariam de implementar o Oramento Participativo. Comesta Caixa de Ferramentas, o Programa UN-Habitat pretende contribuir paraa promoo de transferncias inter-regionais de experincias de OramentoParticipativo.
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I. Questes Gerais
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1 Cidades brasileiras (Porto Alegre, Belo Horizonte, Campinas, Alvorada, Caxias do Sul, So Paulo e
Icapu), 5 de outras partes da Amrica Latina (Montevidu, Villa El Salvador, Cuenca, Cotacachi e Ilo)
e 2 da Europa (Crdoba e Saint Denis).
2 Participatory Budgeting: Conceptual Framework and Analysis of its Contribution to Urban Gover-
nance and the Millenium Development Goals [Oramento Participativo: Marco Conceptual e Anliseda sua Contribuio para a Governana Urbana e para as Metas de Desenvolvimento do Milnio],
Documento de Trabalho do PGU-ALC, Julho de 2004 - Seco I.
VI. Sobre o manual
Este Manual de Perguntas pretende responder de forma directa e prtica sperguntas gerais sobre como implementar, de maneira eficaz, um OramentoParticipativo. O Manual representa um ponto de partida chave para a Caixade Ferramentas mais ampla sobre Oramento Participativo, que se baseianuma coletnea de quatro tipos de recursos teis para todas as pessoasinteressadas em adoptar e adaptar o Oramento Participativo num contexto
particular. Esses quatro componentes esto intimamente interligados e foramorganizados da seguinte forma:
a) Biblioteca Digitalb) Conjunto de instrumentos tcnicos e legaisc) Folhas de dados sobre as cidades1d) Directrio de Recursos: pessoas, organizaes, contactos e sitesda Internet (ver diagrama).
Estas informaes encontram-se disponveis nos sites www.unhabitat.org/governance e http://www.cigu.org.
O Oramento Participativo no se pode encaixar num nico modelo, j quea prtica representa uma gama de iniciativas com caractersticas prprias,que esto em constante evoluo e mudana. So processos multifacetadosque podem ser vistos luz de 4 dimenses especficas: a) participativa;b) oramental; c) normativa/legal, e d) territorial/fsica. Um DocumentoConceptual 2publicado como parte da srie de documentos de trabalho do
PGU-ALC desenvolve um conjunto de variveis para diferenciar esse universoheterogneo.
Uma caracterstica importante do Oramento Participativo que ele um
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3 Ibidem, Seco II.
4 Ibidem, Seco III.
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VI. Sobre o manual
processo regulado pelo tempo (geralmente, ciclos anuais ou bianuais), porterritrio fsico (normalmente os limites da cidade) e onde os principais actoresso o governo local e a sociedade civil. As contribuies do OramentoParticipativo para optimizar a governano urbana, por ordem de importncia,so as seguintes: i) expanso e aprofundamento da participao; ii) aumentoda eficcia; iii) sistema de prestao de contas qualitativamente diferente; iv)
maior igualdade; v) maior segurana pblica3
.
O Oramento Participativo no apenas um processo que contribuipositivamente para a boa governao urbana. Uma das suas caractersticasmais importantes vincular os processos democrticos com resultadosconcretos e perceptveis a curto-prazo. Eles incorporam-se, conforme ocaso, nos servios bsicos, habitao, centros de sade, infra-estruturaeducacional, etc. Essas melhorias nas condies de vida, particularmenteentre os pobres urbanos, so contribuies tangveis e positivas para as
Metas de Desenvolvimento do Milnio a nvel local.4
Portanto, enquanto o Manual de Perguntas Frequentes tem como foco ocomo?, o Documento Conceptual busca responder pergunta por qu?.Nenhuma das duas abordagens deriva de um nico modelo ou receita; pelocontrrio, elas tratam de um leque diverso e abrangente de experinciascom o Oramento Participativo. Sendo assim, elas no pretendem indicarque tipo de Oramento Participativo o melhor, mas mostrar uma gama desolues, bem como gerar perguntas que vo ajudar a escolher a soluomais apropriada de acordo com cada contexto local.
Para simplificar a compreenso sobre a Caixa de Ferramentas do OramentoParticipativo e identificar o lugar do presente documento dentro dela, napgina anterior h um diagrama de navegao.
A maioria das perguntas idntica quelas feitas sobre as cidadesilustrativas nos estudos de caso da Rede Urbal 9: Oramentos Participativos
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I. Questes Gerais
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CAIXADEFERRAMENTASDOORAMENTOPARTICIPATIVOUma colectnia de recursos para facilitar as transferncias inter-regionais
O qu? Porqu? Como? Quem? Onde? Quando?
Bsico Avanado
FAQPerguntas Frequentes
Disponvel tambm, na forma
de folheto, em Espanhol/Ingls
Documento conceptualContribuio para a Governao
e Metas de Desenvolvimento
do Milnio
FOLHAS DE DADOS SOBRE CIDADES14 cidades ilustrativas
BIBLIOTECA DIGITAL10+20+130 publicaes
INSTRUMENTOS16 documentos tcnicos e 7 documentos legais
DIRECTRIO DE RECURSOSPessoas, instituies, contactos e sites na internet
FER
RAMENTAS
FER
RAMENTAS
38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 67 68 69 70
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72 Questes Frequentes sobre Oramento Participativo
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e Financiamento Local. Por outras palavras, para muitas das perguntasincludas no presente Manual, existe uma resposta para cada cidade s vezes convergente, outras divergente, que permite ao leitor interessadoaprender sobre os detalhes prticos e as nuances que respostas directas erelativamente simplistas como estas aqui colocadas no tm como oferecer.
Os estudos de caso escolhidos como cidades ilustrativas e como refernciade destaques da presente edio so:
Amrica Latina
BrasilBelmBelo HorizonteCampinasCaxias do SulDouradosIcapuMundo NovoPorto Alegre
So PauloSanto Andr
Europa
AlemanhaLichtenberg,BerlimBlgicaCharleroiEspanhaCrdobaGetafePetrer
Santa CristinadAroSevilha
EquadorCotacachiCuencaPeruVila El SalvadorIloUruguaiMontevideu
FranaBobignySaint-DenisPont de ClaixItliaGrotamareModenaRegione LazioPortugal
AlcocheteJunta de Freguesiade CarnidePalmelaSo Brs de AlportelLisboaSuciaSigtuna
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I.C A P T U L O
PERGUNTASGERAIS
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Destaque 1:
Portugal: continuidade e descontinuidade dos processos
de OP at 2008
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Palmela
JF Carnide
JF So Sebastio
Santiago do Cacm
Serpa
Avis
Vila Real de Santo
So Brs de Alportel
Alcochete
Alvito
Faro
JF Agualva
Tomar
Sesimbra
JF Castelo
Braga
Castro Verde
MarvoBatalha
Lisboa
Odivelas
JF Arrouquelas
JF Geraz do Lima
(Processos desenvolvidos por Cmaras Municipais e Juntas de Freguesias)
Fonte: Nelson Dias, Associao In Loco
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I. Questes Gerais
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2
1
5 Ver Review of the Local Authority Service Delivery Action Plans (LASDAPs) [Reviso dos Planosde Aco sobre a Prestao de Servios Pblicos Locais (LASDAPs)], no Qunia, por Nick Devas et
al.. Nairbi, Maio de 2002.
3
O que o Oramento Participativo (OP)?
No existe uma definio nica, j que o Oramento Participativo se apresenta
de formas diferentes de um lugar para outro. Este Manual representa umatentativa de revelar essa diversidade. Entretanto, em termos gerais, umOramento Participativo um mecanismo (ou processo) atravs do qual apopulao decide, ou contribui para a tomada de deciso sobre o destino deuma parte, ou de todos os recursos pblicos disponveis.
Ubiratan de Souza, um dos principais responsveis pelo OramentoParticipativo em Porto Alegre (Brasil), prope uma definio mais precisa eterica, que pode ser aplicada maioria dos casos no Brasil: Oramento
Participativo um processo democrtico directo, voluntrio e universal, ondeas pessoas podem discutir e decidir sobre oramentos e polticas pblicas.A participao do cidado no se limita ao acto de votar, para eleger o poderexecutivo ou legislativo, mas envolve tambm as prioridades para os gastospblicos e o controle da administrao do governo. Ele deixa de ser algumque possibilita a continuidade da poltica tradicional e torna-se um protagonistapermanente na administrao pblica. O OP combina a democracia directacom a democracia representativa, uma conquista que deve ser preservada evalorizada.5
Quando se iniciou o OP?
Apesar das experincias parciais anteriores, o OP s teve formalmente incio em1989, em algumas cidades brasileiras, particularmente Porto Alegre. Fora do Brasil,a partir de 1990, a populao de Montevidu, Uruguai, foi convidada a participar nautilizao dos recursos do municpio no seu planeamento quinquenal.
Como se expandiram as experincias de OP?
Podem ser identificadas trs grandes fases de expanso: a primeira (1989-1997) caracterizada pela experimentao num pequeno nmero de cidades;a segunda (1997-2000) marcada pela consolidao no Brasil, em que mais
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de 130 cidades adoptaram o oramento participativo; e a terceira (2000 emdiante) pela expanso e diversificao fora do Brasil, por exemplo, na Europae, em particular, em municpios portugueses.
Se bem que o nmero de processos de OP esteja em expanso, vriasexperincias foram entretanto interrompidas, embora outras tivessemretomado o processo aps alguns anos. (Ver destaque 1, Portugal:continuidade e descontinuidade dos processos de OP at 2008).
Quantas cidades j tiveram experincia de OP?
Actualmente, pelo menos 1000 cidades, escala mundial, adoptaram estemtodo de administrao pblica.
Onde ocorre o OP?
O OP existe principalmente nas cidades, mais especificamente, a nvelmunicipal. As experincias a nvel supra-municipal (Provncias, Regies,
Naes) no so muito difundidas, excepto no Peru onde todas as provnciase regies devem praticar anualmente o oramento participativo.
Dada a rpida expanso do processo, torna-se difcil monitorar todas asexperincias. O Brasil continua sendo um dos principais pases onde ocorremoramentos participativos. Os pases da Regio Andina (Peru, Equador e,mais recentemente, a Bolvia, a Colmbia e a Venzuela) so outra fontede experincias. Entretanto, existem tambm experincias de OramentoParticipativo a diferentes nveis e com variados graus de formalizao, noutros
pases da Amrica Latina e do Caribe (Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile,Nicargua, El Salvador, Mxico e Repblica Dominicana, onde quase todos osmunicpios praticam uma forma de OP). Vrias cidades europeias iniciaram,a partir do ano 2000, processos de Oramento Participativo (principalmenteem Espanha, Itlia, Portugal e Alemanha). Mais recentemente, formas de OPesto em expanso massiva em Inglaterra.
Vrias cidades africanas (por exemplo, nos Camares, no Senegal e emMoambique) e asiticas (por exemplo, na China) esto a iniciar os seusprprios processos.
4
5
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72 Questes Frequentes sobre Oramento Participativo
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Destaque 3:
Parcerias como mecanismo de ampliao dos OPs.
CES/IN LOCO/CEFA/Autarquias Portuguesasno Projecto OP Portugal
Trata-se de um projecto apoiado pela Iniciativa Comunitria EQUAL que
tem como objectivo geral disseminar o tema e a metodologia do Oramento
Participativo (OP) a nvel nacional, atravs de um conjunto de actividades
bastante diversificadas, nomeadamente, formaes e workshops regionais,
encontros nacionais, consultoria individualizada, uma pgina na Internet, um
boletim informativo digital mensal, assim como a criao de uma aplicaoinformtica em formato Web infoOP - para apoiar a concepo, gesto e
avaliao de processos de OP.
A parceria que sustenta toda esta interveno formada por um colectivo in-
terdisciplinar e multi-organizacional de forte complementaridade, que permite
assegurar coerncia e solidez ao processo de disseminao:
- uma associao de desenvolvimento local (In Loco), coordenadora do pro-
jecto, com uma larga experincia na concepo e implementao de proces-
sos de desenvolvimento local numa perspectiva participada, que inclui o OP;
- um centro de investigao universitrio (CES Centro de Estudos Sociaisda Universidade de Coimbra), que integra nos seus quadros alguns dos prin-
cipais especialistas nacionais e internacionais sobre o tema, essenciais ao
suporte formativo e produo de conhecimento;
- o nico instituto pblico nacional de formao para as autarquias (CEFA),
dando garantias de um trabalho de exigncia e qualidade, assim como de um
alcance e visibilidade do projecto junto dos poderes locais de todo o pas;
- duas Cmaras Municipais (Palmela e So Brs de Alportel), onde se de-
senvolvem experincias de OP das mais consolidadas em Portugal, permi-
tindo desse modo uma interlocuo directa com outras Cmaras Municipais
interessadas em implementar o processo;
- uma Junta de Freguesia (Carnide, em Lisboa), que possui uma vasta expe-
rincia de promoo de processos participativos, em que se inclui tambm o
OP. A sua presena oferece garantias de participao dos dois nveis autr-
quicos da administrao pblica local portuguesa.
Fonte: Nelson Dias, Associao In Loco, 2009.
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6 Ver Review of the Local Authority Service Delivery Action Plans (LASDAPs) [Reviso dos Planos
de Aco sobre a Prestao de Servios Pblicos Locais (LASDAPs)], no Qunia, por Nick Devas etal. Nairbi, Maio de 2002.
7 Ver Caixa de ferramentas do OP, Cidades Ilustrativas. Estudo de Caso sobre Icapu e bibliografia.
6
Algumas cidades utilizam outros mecanismos participativos para a alocaodos recursos municipais e, mesmo sem seguir um esquema do tipo OramentoParticipativo, tm caractersticas semelhantes (na Sucia ou no Qunia,6porexemplo).
Em que tipo de cidades so implementados OPs?
So realizados Oramentos Participativos em todo o tipo de cidades. Desdemunicpios com menos de 20 mil habitantes (Icapu7e Mundo Novo, no Brasil;Rheinstetten, Alemanha; ou Grottomare, Itlia), como tambm em cidadescom milhes de habitantes (como Fortaleza, Brasil). Existem em capitais
regionais como Sevilha, em Espanha, ou em capitais nacionais, como Lisboa,em Portugal, que chegou a ser a primeira capital europeia a implementar umOP (ver destaque 3.A) ou como Maputo, em Moambique, primeira capitalcom OP no continente Africano. Existe em municpios rurais ou semi-rurais(como Vila Gonzles, Repblica Dominicana) ou totalmente urbanizados(como Belo Horizonte). Ocorre ainda em municpios com poucos recursospblicos, como Villa El Salvador, no Peru (com um oramento anual de US$20 por habitante, correspondendo a cerca de 15 ) ou em cidades europeiascom recursos elevados (receita municipal de US$ 2.000 per capita, ou mais,o que corresponde a cerca de 1.500 ).
O OP implementado apenas a nvel municipal?
No exclusivamente. Porm, grande parte dos Oramentos Participativos implementada a nvel municipal, onde h uma discusso sobre a utilizaodas verbas pblicas. A nvel sub-nacional (provncia, regio, estado, etc.)
merece destaque a experincia (actualmente suspensa) do Estado do RioGrande do Sul, Brasil, que surgiu a partir do que se passava em Porto Alegre.Tambm foram notveis as iniciativas supra-municipais na Colmbia, ao nvelda provncia (agrupamento dos municpios de Los Nevados, em El Tolima)ou a nvel departamental (por exemplo, em Risaralda, a partir de 2002). OPeru tambm implementou processos a nvel provincial, por exemplo, em
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72 Questes Frequentes sobre Oramento Participativo
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Destaque 3.a:
Lisboa, primeira capital Europeia
a implementar o Oramento Participativo
Para alm de Lisboa ser a primeira capital europeia a implementar o Ora-
mento Participativo (OP), o processo revela ainda algumas particularidades
interessantes no contexto Portugus, nomeadamente:
O carcter evolutivo da iniciativa. Em 2007, o OP consistiu na realizao
de 4 reunies consultivas em toda a cidade; em 2008, o Executivo destinou
um pouco mais de 5 milhes de Euros para o financiamento de projectos es-colhidos pelos muncipes atravs da Internet; em 2009, o OP prev a imple-
mentao das Assembleias Participativas, permitindo tambm a participao
presencial dos muncipes;
O enquadramento normativo escolhido. O Executivo Municipal aprovou em
Reunio de Cmara uma
Carta de Princpios que jus-
tifica a adopo do OP como
uma opo inspirada nos va-
lores da democracia partici-pativa, inscrita no artigo 2
da Constituio da Repbli-
ca Portuguesa.
A formao para tcnicos
e para outras entidades do
territrio. A Cmara Munici-
pal de Lisboa incluiu no seu
plano formativo a organiza-
o de seminrios destina-
dos a tcnicos da autarquia,
a elementos das 53 Juntas
de Freguesia da cidade, a
organizaes da sociedade
civil, assim como a cidados
em nome individual.
Fonte:www.cm-lisboa.pt/op. Elaborao Nelson Dias e Yves Cabannes, 2009.
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I. Questes Gerais
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8 Ver Caixa de Ferramentas do Oramento Participativo. Instrumentos Tcnicos: a) Legislao Nacio-
nal; b) Regulamentao Nacional e c) Lei Suprema.
Chucampas, Celendin e Moropon Chulucanas, entre muitos mais. At hoje,apenas dois pases, o Peru e a Repblica Dominicana, possuem legislaoNacional de Oramento Participativo para todos os municpios e provnciasdo pas.8Na Europa merece destaque a Regio Lazio, Itlia, (Ver destaque 4, Mapa daParticipao) que ampliou os oramentos participativos a 132 municpios, dos380 da Regio, com o programa Metti la tua voce in bilancio.
Por outro lado, alguns Oramentos Participativos comeam numa parte domunicpio (bairros, zonas, delegaes) ou limitam-se a elas, particularmentenas grandes cidades. Foi o caso de Buenos Aires e, mais recentemente,do Distrito 7 (populao: 34.000) da cidade de El Alto (populao: 680.000)
na Bolvia. Em Portugal, vrios processos de OP acontecem em juntas defreguesias, territrio administrativo/poltico infra-municipal. Tal o casode Carnide na Regio Metropolitana de Lisboa (Ver destaque 5, Carnide,Portugal: Exemplo de um OP em Junta de Freguesia). Este processo, e outrospara alm de Portugal, como no Distrito de Plateau Mont Royal em Montreal,Canad, so elementos que obrigam a reconsiderar as relaes poltico-administrativas existentes entre instituies municipais e infra-municipais(Ver destaque 6, Experincias de OP infra-municipais).
Existem diferenas regionais na forma de implementaro OP?
Sim, e essas diferenas so positivas. No existe um modelo nico e tal noseria desejvel, j que as experincias so produto da realidade de cadaregio, da histria e da cultura locais, da organizao da sociedade civil, dosrecursos disponveis e tambm da cultura administrativa dos governos queadministram os OPs. No Brasil, a fora dos movimentos sociais nas cidadese a sua presena no Partido dos Trabalhadores explica por que razo osOramentos Participativos tendem a ser mais urbanos. Na regio Andina,a presena dos Oramentos Participativos em municpios pequenos oumdios deve-se vitalidade de alguns movimentos sociais e ONGs nessasregies. Na Europa, os Oramentos Participativos permitem, acima de tudo,a modernizao da administrao pblica ligada participao cidad.
8
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Destaque 4:
Mapa da Participao da Regio de Lazio, Itlia
Destaque 5:
Fonte: Junta de Freguesia de Carnide, Portugal.
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I. Questes Gerais
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Que benefcios comporta o OP para a cidade e paraos cidados?
A maioria dos estudiosos e participantes dos OPs concordam que um dos seusprincipais benefcios contribuir para aprofundar o exerccio da democraciaatravs do dilogo que o poder pblico estabelece com os cidados. Outrobenefcio que o Oramento Participativo faz com que o Estado preste contasaos cidados, contribuindo, assim, para a modernizao da administraopblica.
Em diversos casos, o Oramento Participativo uma ferramenta para ordenaras prioridades sociais e para promover a justia social. Os cidados passamde simples observadores a protagonistas da administrao pblica, ou seja,participantes integrais, activos, crticos e reivindicadores. O OP d aos cidadosmelhores oportunidades de acesso a obras e servios como saneamentobsico, pavimentao das ruas, melhorias na rede de transportes pblicose centros de sade e educao. Os cidados, participando activamente noprocesso do Oramento Participativo, definem as suas prioridades e, ao faz-lo, tm a oportunidade de melhorar de forma significativa a sua qualidadede vida dentro de um perodo relativamente curto. Alm disso, eles tm a
possibilidade de controlar e monitorar a execuo do oramento.
Por outro lado, o OP tambm incentiva os processos de modernizaoadministrativa e alimenta o processo de planeamento estratgico domunicpio.
Que benefcios o OP comporta para a administrao
pblica local?O Oramento Participativo: Aumenta a transparncia da administrao pblica e a eficincia dos gastospblicos; Incentiva a participao dos cidados na tomada de decises e na distribuioe superviso da utilizao do oramento pblico; Exige maior prestao de contas aos lderes e gestores pblicos; Permite a priorizao colectiva e a co-gesto de recursos;
Gera maior confiana entre o governo e a populao; Cria uma cultura democrtica dentro da comunidade e fortalece o tecido social.
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Destaque 6:
Experincias de OP infra-municipais
O OP aplicado nos territrios infra-municipais tem vindo a ser um importante ele-mento para questionar as relaes entre instituies municipais e infra-municipais.
Entre 2003 e 2008, na Europa e na Amrica do Norte, destacaram-se diferentestipologias de experincias auto-denominadas de OP, com resultados variados.
1)Em algumas cidades (por vontade prpria) certos distritos experimentaram formas deOP aplicadas ao oramento da instituio infra-municipal, com a ambio de alcanar
casos piloto de referncia para uma extenso da experincia a outras reas do conce-lho ou mesmo de mbito municipal. Alguns destes OPs ficaram isolados, no obtendoa ateno esperada por parte do respectivo municpio (exemplo do distrito XX de Parise do de Borough de Harrow em Londres); outros (como o municpio XI de Roma ou osdistritos de Lichtenberg e Marzanh em Berlim) vo reproduzindo tais efeitos noutros dis-tritos graas ao dilogo horizontal entre administraes infra-municipais; outros ainda,como o Distrito Saione de Arezzo, Itlia, ou a Junta de Freguesia de Carnide em Lisboa)comearam isoladamente, mas foram ganhando visibilidade graas contribuio de-terminante que proporcionaram no mbito de um cenrio de mudana poltica possvel
a nvel municipal. Como consequncia, os novos Presidentes da Cmara tornaram-semais receptivos extenso territorial do OP.
2)Noutras cidades (Veneza, Trente, Bergamo e Modena, em Itlia) as experinciasinfra-municipais de OP foram, desde logo, consideradas casos piloto da cidade,da que tivessem sido suportadas conjuntamente pela administrao infra-munici-pal e a Cmara Municipal. Este acordo prvio serviu para proteger o processo dasfrustraes que os cidados poderiam vir a sofrer enquanto participantes de umaexperincia que podia no garantir a realizao de obras pblicas co-decididas,dada a falta de autonomia oramental por parte das instituies infra-municipais.
importante ainda lembrar que, nos OPs portugueses, os Presidentes das Insti-tuies infra-municipais so tambm membros de direito da Assembleia Municipal(no caso do Distrito de Plateau-Mont-Royal, em Montreal, no Canad a Presidente membro do executivo do concelho), pelo que deveria ser mais fcil uma natu-ral relao de colaborao entre as instituies cidads e as experimentaes deOP que abrangem esses territrios de mbito infra-municipal.
Texto Elaborado por Giovanni Allegretti, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
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Quem beneficia do OP?
Todas as regies, reas e sectores que participam no processo de discusso
so beneficiados. Como os recursos disponveis so, geralmente, insuficientesface ao volume de reivindicaes, os sectores melhor organizados eque participam mais tm maiores probabilidades de obter benefcioscomparativamente. (Ver destaque 7, Porto Alegre, Brasil. Resultadosalcanados em 15 anos de OP, 1989 2003)
Em vrias cidades, o OP levou, em pouco tempo, a uma melhoria visveldos espaos pblicos, dos jardins e praas. Tal o caso de Crdoba (Verdestaque 8, Crdoba e a reativao dos espaos pblicos com o OP). Neste
caso particular, a melhoria das praas e das vias pedestres permitiu reactivare facilitar a tradio popular do passeio El paseo, nas horas frescas dasnoites do vero andaluz.
Quais so as dimenses do OP?
O Oramento Participativo um processo multidimensional:
1. Dimenso oramental/financeira2. Dimenso participativa (1. e 2. so dimenses base do processo)3. Dimenso normativa e jurdico-legal4. Dimenso espacial/territorial5. Dimenso poltica/governao
As primeiras quatro so exploradas neste Manual.9
Onde encontrar mais informaes sobre o OP?
Alguns sites especializados, recentes, permitem aceder a vrios tipos dedocumentos e informao diversa. Para alm disso, as cidades que trabalhamcom o Oramento Participativo tambm dispem de sites actualizados naInternet, onde descrevem as suas experincias (Ver destaque 9, Selecode Sitesdo Oramento Participativo na Internet). Algumas organizaes no--governamentais especializaram-se numa ou noutra cidade. Entretanto, a
11
9 A dimenso poltica/governao desenvolvida num documento separado. Entretanto, como se
trata de um tema transversal, ele acaba por ser tratado em vrias das perguntas deste documento.
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Destaque 7:
Porto Alegre, Brasil
Resultados Alcanados com 15 anos de OP (1989 2003)
a.Habitao. Foi possvel expandir o nmero mdio de fogos construdos,passando de 493 por ano, no perodo de 1973 a 1988, para 1.000 por ano,no perodo de 1989 a 2003, permitindo, pela primeira vez, que Porto Alegreconseguisse conter o crescimento do dfice habitacional.b.Pavimentao de ruas. O dfice de pavimentao de ruas foi reduzido de690 km, em 1998, para 390 km, em 2003. O OP ajudou a melhorar o acesso
ao transporte colectivo e a infra-estruturas pblicas nas reas mais carentesde Porto Alegre.c. gua e saneamento bsico. A percentagem de moradias com acesso agua potvel (tratada) aumentou de 94,7%, em 1989, para 99,5%, em 2002;a populao com acesso rede de esgoto municipal passou de 46%, em1989, para 84%, em 2002; a percentagem de resduos lquidos tratados subiude 2%, em 1989, para 27,5%, em 2002.d.Educao. O nmero de escolas pblicas aumentou de 29, em 1988, para84, em 2002, com um aumento correspondente no nmero de alunos matricu-lados: de 17.862 para 55.741 alunos. Para alm disto, ampliou-se a ofertade servios educativos, incluindo Alfabetizao de Adultos e Educao deJovens e Adultos, atravs de programas integrados no sistema pblico deeducao. Atravs do OP foi criado, tambm, o Complexo de Ateno Cri-ana, que atende, hoje, 126 instituies que dedicam o seu trabalho infn-cia, abrangendo 10 mil crianas.e. Sade. Embora somente a partir de 2000 a sade se tivesse tornado umadas trs prioridades do OP, a gesto da sade pblica responsabilidade
integral do governo municipal, isto apesar do congelamento no nmero detransferncias anuais do governo federal. Hoje, a autarquia dedica aproxima-damente 18% dos gastos da administrao central para a sade, comparadocom uma mdia anual abaixo de 10% na dcada de 90.f.Aco Social. Esta rea s foi includa como prioridade do OP a partir de1997. As vrias actividades em curso esto voltadas para grupos diversos,como pessoas com necessidades especiais, crianas e jovens em situaode risco, sem abrigo, vtimas de violncia, idosos em situao de abandono,famlias de baixos rendimentos, entre outros.
Fonte: Baierle, S. em Documento Base.
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informao limitada se se considerar a riqueza dos processos existentes e,geralmente, disponibilizada em Espanhol e/ou Portugus.
No contexto da Campanha Global pela Governana Urbana, o Programa UN-Habitat, atravs do Gabinete Regional para a Amrica Latina e o Caribe doPrograma de Gesto Urbana (PGU-ALC), selecionou vrios recursos (VerDestaque 10, Recursos para apoiar o OP na facilitao de transfernciasinter-regionais - PGU/UN-HABITAT), disponveis no site de UN HABITAT edo CIGU, a fim de fornecer informaes e ferramentas que anteriormente seencontravam bastante dispersas. Esses recursos complementam o presenteManual.
Para alm disto, a Rede URBAL 9 de Oramento Participativo e FinanciamentoLocal, com 200 cidades e instituies, coordenada pela cidade de PortoAlegre. Um dos objectivos da rede a produo de conhecimento e a troca deexperincias. Para mais informaes ir a www.portoalegre.rs.gov.br/urbal/.
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Destaque 8:
Crdoba e a reactivao dos espaos pblicos com o OP
O Oramento Participativo da cidade de Crdoba, Espanha, tem proporcionado
uma significativa melhoria na qualidade das suas infra-estruturas. Diferentes
necessidades da populao relacionadas com a pavimentao e iluminao,
como parques e jardins, por exemplo, so comunicadas de forma directa ao
Governo Municipal e posteriormente executadas, modificando positivamente
a viabilidade e esttica dos espaos pblicos, especialmente em algumas
regies perifricas do municpio.
Fonte: Rocio Lpez Lozano, Coordenadora do Departamento de Participao Cidaddo Ayuntamiento de Crdoba.
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I. Questes Gerais
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DESTAQUE 9
Seleco de Sites sobre Oramento Participativo
Sites Gerais sobre OP
Rede Urbal 9
www.portoalegre.rs.gov.br/urbal
CIGU
www.cigu.org
Projecto Democracia Participativa
www.democraciaparticipativa.org
Municpios por uma Democracia
Participativa
www.presupuestosparticipativos.com
Observatrio de Prticas de
Participao OPP-Povos CES
www.ces.uc.pt/opp
Sistema de Informao sobre
Oramentos Participativos
http://www.infoop.org
PortugalOP-Portugal
www.op-portugal.org
Junta de Freguesia de Carnide
www.jf-carnide.pt
Cmara de Odivelas
www.cm-odivelas.pt
Cmara de Palmela
www.cm-palmela.pt
Cmara de So Brs de Alportelwww.cm-sbras.pt
Outros Europa
Bobigny, Frana (parlons franchement)
www.ville-bobigny.fr
Saint Denis, Frana
http://www.ville-saint-denis.fr
Comune di Modena, Itlia
http://www.comune.modena.it
Crdoba, Espanha
http://www.participacionciudadana.
ayuncordoba.es
Getafe, Espanha
www.getafe.es
Sevilha, Espanha
http://www.presupuestosparticipativo-
sdesevilla.org
Inglaterra
http://www.participatorybudgeting.org.uk
Brasil
Belo Horizonte
www.portalpbh.pbh.gov.br/op/cidade
www.opdigital.pbh.gov.br/
Guarulhos
http://www.guaru.com/op/
Porto Alegre
www2.portoalegre.rs.gov.br/op/cidadehttp:www.ongcidade.org/site/php/co-
mum/capa.php
Recife
http://www.recife.pe.gov.br/pr/secorcamento
Santo Andr
http://www.santoandre.sp.gov.br
Algumas Cidades da Amrica Latina
Cotacachi, Equadorwww.cotacachi.gov.ec/htms/esp/Muni-
cipio/opp2007.htm
Cuenca, Equador
www.cuenca.gov.ec/contenido.
php?id=695
Montevidu, Uruguai
http://www.montevideo.gub.uy/
descentra/pp.htm
Rosario, Argentina
www.rosario.gov.ar
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72 Questes Frequentes sobre Oramento Participativo
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Destaque 10:
Recursos para apoiar o OP na facilitao
de transferncias inter-regionais (UN-Habitat)
Quatro componentes encontram-se interligadas:
(A) Uma Biblioteca Digital composta por 3 partes distintas: (I) bibliografia
anotada com 20 documentos bsicos que so uma introduo ao estado da
arte, seleccionados entre 200 referncias; (II) bibliografia geral com 130 ttulos,
organizada por cidades, especialmente aquelas que constituem estudos de casos
ilustrativos; (III) biblioteca do PGU, composta de 10 ttulos produzidos pelo PGU
e seus parceiros. Esto todos disponveis em formato PDF. A biblioteca do PGU
contm tambm artigos da edio especial Era Urbana sobre OP.
(B)Um conjunto de ferramentas composto por instrumentos prticos e tcnicos,
bem como leis e regulamentos criados pelas cidades ilustrativas e usados com
sucesso. Com as 15 ferramentas tcnicas includas e os exemplos de textos
legais, os interessados ficam capacitados para enfrentar as questes cruciais
inerentes implementao do OP e para descobrir como definir critrios para
a alocao oramental, regras de funcionamento, exemplos de diferentes ciclos
de OP, documentos de prestao de contas, sistemas de controle, legislao
municipal enquadrando a transparncia do processo, etc.(C)Folhas de Dados sobre Cidades, com 14 Cidades Ilustrativas, demonstrando
a abrangncia das experincias e do contexto actual: dimenso das cidades,
diferenas regionais, ndice de consolidao, nvel e origem dos recursos e
variedade de abordagens. O utilizador convidado a utilizar a abordagem modelo
e a estudar a diversidade e adaptabilidade s diferentes situaes locais.
(D)Um Directrio composto por 3 partes: (I) pessoas de contacto nas cidades
ilustrativas; (II) profissionais e estudiosos, particularmente alguns dos autores dos
livros que constam da bibliografia anotada, e (III) lista dos sites das principais
cidades, inclusive das cidades ilustrativas.
Dois pontos de entrada:
1.Este Manual procura ser o mais prtico e simples possvel. Os utilizadores
interessados em obter informaes mais detalhadas podem consultar os folhetos
informativos sobre as cidades. As respostas s FAQs tambm levam o leitor a
consultar o conjunto de ferramentas e a biblioteca digital.
2.O Documento Conceptual mostra ao leitor a bibliografia anotada, os estudos de caso
e as ferramentas e instrumentos legais. Esse documento bastante conceptual, mas
est profundamente arraigado nas experincias prticas. Ele associa o OP CampanhaGlobal pela Governao Urbana e s Metas de Desenvolvimento do Milnio.
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II.C A P T U L O
INCIO EIMPLEMENTAO DE
UM ORAMENTOPARTICIPATIVO
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72 Questes Frequentes sobre Oramento Participativo
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Qualquer municpio pode implementar o OP?
Em princpio, sim. Entretanto, a experincia tem confirmado que certos pr-
-requisitos so essenciais ao seu sucesso.
Quais as condies bsicas necessrias paraimplementar um OP num municpio?10
Existem vrios pr-requisitos para a implementao de um OramentoParticipativo. O primeiro a vontade poltica do Presidente da Cmara e demais
decisores no mbito do municpio. necessrio, portanto, existir a vontadepoltica necessria para sustentar toda a dinmica participativa. A manifestaomais visvel dessa vontade deve ocorrer na fase da implementao do processo,aquando da concretizao dos compromissos sobre investimentos tangveis.
O segundo a presena e interesse das organizaes da sociedade civil edos cidados em geral. Esta condio decisiva para a sustentabilidade doprprio processo.
O terceiro uma definio clara e partilhada das regras do jogo. Estas regrasreferem-se aos montantes que iro a debate, s fases do processo, aosperodos de execuo das decises, s regras para a tomada de deciso (e,no caso de no haver acordo, responsabilidade e autoridade que cadaactor assume no mbito do processo de tomada de deciso), ao mtodo paradelegar responsabilidade, autoridade e recursos entre as diferentes unidadesterritoriais do processo, bem como composio do Conselho do OramentoParticipativo. A deciso sobre estas regras no pode ser alcanada de
forma unilateral. Ela compreende a ampla participao da populao e asua definio est aberta a constantes ajustes, a cada ciclo, com base nosresultados e no funcionamento do processo.
O quarto pr-requisito a vontade para promover a capacitao da populaoe das autoridades municipais sobre o oramento pblico, em geral, bemcomo sobre o Oramento Participativo, em particular. Isto pressupe fornecer
10 Consultar a Biblioteca Digital da Caixa de Ferramentas do OP. Conceptualizao do OramentoParticipativo a partir de experincias latino-americanas, pp: 81-89. Procedimentos do Seminrio Interna-
cional sobre Oramentos Participativos no Contexto Boliviano PGU-ALC, Documento No. 130 (PDF).
14
15
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II. Incio e implementao de um Oramento Participativo
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explicaes sobre montantes, fontes de financiamento e sobre o sistemade despesas vigente. importante tambm esclarecer quais as reas dedespesa pblica que so da responsabilidade do municpio e as que nodependem das autoridades locais.
Um quinto pr-requisito a ampla divulgao da informao, que deve serfeita de todas as formas possveis. Assim, a populao deve ser informadasobre as datas e locais das reunies, bem como sobre as regras do jogo aimplementar.Finalmente, o sexto pr-requisito a priorizao das reivindicaes feita pelapopulao, a qual se relaciona com critrios tcnicos que incluem uma anlise
das falhas existentes em termos de infra-estruturas e servios pblicos. Isto importante para facilitar uma distribuio mais justa dos recursos.
Em que condies no se recomenda aimplementao do OP?
No se recomenda a implementao do OP quando no se encontramreunidas as condies que garantam o cumprimento dos pr-requisitosenunciados. Alm disso, no aconselhvel implementar o processo se umaou duas das partes envolvidas - o governo e/ou os cidados - no estiveremreceptivos mudana e gesto partilhada dos recursos pblicos.
A implementao do OP deve ainda ser evitada caso falte honestidade etransparncia por parte da administrao local. Implementar um OP nessascondies legitimaria ou ocultaria prticas contrrias aos princpios bsicosdefendidos pelo processo.
Quando as condies locais reunidas no forem as ideais num determinadomomento, tal no significa que as pessoas e as instituies interessadasdevam abandonar a inteno de implementar o OP. Nesse sentido, podemser tomadas outras iniciativas como, por exemplo, tentar introduzir maiortransparncia no processo oramental.11
11 Sobre iniciativas e mtodos para melhorar o nvel local de transparncia, ver Tools to SupportTransparency in Local Governance [Ferramentas de Apoio Transparncia para a Governao Lo-
cal], publicado com o patrocnio da Campanha Global sobre Governao Urbana, Maro de 2004.
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Destaque 11:
Mtodo para um estudo pr-diagnstico
A experincia de Salford, Inglaterra
Os trs objectivos do estudo apresentado Cmara Municipal de Salford
foram os seguintes:
1. Desenvolver uma Matriz Oramental capaz de explorar as prioridades e os
temas estabelecidos no Plano Comunitrio de Salford.
2. Explorar a forma como essa Matriz poderia ser integrada no planeamento
comunitrio e nos processos de gesto oramental, e os seus ciclos.
3. Avaliar as oportunidades e desafios apresentados por esta anlise a fim
de incorporar uma abordagem mais participativa na gesto oramental de
Salford.
Para alm disso, definiram-se 7 fases para o desenvolvimento de uma Matriz
Oramental:
Fase 1: Identificar o total disponvel para investimento
Fase 2: Desenvolver prioridades e ideias locais
Fase 3: Transformar as prioridades locais em prioridades para toda a cidade
Fase 4: Fazer ajustes para a populao
Fase 5: Fazer ajustes para os nveis de necessidades
Fase 6: Ponderar a matriz oramental
Fase 7: Determinar alocaes especficas
Iniciativa Comunitria. Construindo um Oramento Popular, Estudo da Matriz Oramen-
tal de Salford. Relatrio apresentado ao Comit Oramental da Cmara Municipal de
Salford, Maio de 2003. Direitos autorais: CPI [email protected].
A organizao de fruns ou outras actividades, com a presena derepresentantes legtimos da sociedade civil, pode ser um mecanismo para
pressionar a abertura de uma discusso pblica sobre o oramento e seucontrole por parte dos cidados. Muitas cidades esto, neste momento, apassar por um estgio preparatrio para o Oramento Participativo.
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II. Incio e implementao de um Oramento Participativo
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Quais so os princpios bsicos do OP?
Os princpios fundamentais assentam na adopo da democracia participativa
enquanto modelo poltico e enquanto estratgia de boa governao12
. Se essesprincpios forem considerados universais, cada cidade ou pas convert-los- emmeios prticos capazes de reflectir as suas necessidades e o contexto local.
Como ilustrao, seguem os 8 princpios norteadores (resumidos) da Lei doOramento Participativo no Peru. Participao Transparncia Igualdade
Tolerncia Eficincia e eficcia Imparcialidade Competitividade Respeito pelo que for acordadoA co-gesto dos recursos pblicos oferece uma outra dimenso a estesprincpios.
Como se pe em prtica um OP?
No existe uma receita universal para comear um Oramento Participativo.Depende muito do contexto em que se pretende implementar o processo.
O primeiro passo que se sugere fazer uma anlise da situao (oudiagnstico) para avaliar o grau de respeito pelos princpios essenciais ese os pr-requisitos so atendidos. Essa anlise pode variar, em termos de
contedo, de uma cidade para outra (Ver destaque 4, Mtodo para um estudopr-diagnstico, a experincia de Salford, Inglaterra).
Um segundo passo passa por criar, tambm de forma participada, um mapa(ou avaliao) dos actores locais interessados no processo e aqueles quepoderiam opor-se sua implementao.
Um terceiro passo consiste numa anlise clara e numa definio, por parte
12 Ver UN-HABITAT, Campanha Global sobre Governao Pblica, Concept Paper, Maro 2002.
26pp+anexo e site
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Destaque 12:
O Ciclo de OP em Porto Alegre de 2004
Fonte: Prefeitura de Porto Alegre, 2004.
do governo, do valor e da origem dos recursos que seriam submetidos considerao no processo de Oramento Participativo, bem como dosrecursos necessrios para que o municpio o implemente. Sobre este aspecto,recomenda-se que o municpio faa uma anlise da relao custo/benefcioda iniciativa.
O prximo passo assenta na criao de alianas e na abertura ao dilogocom o objectivo de conquistar mais adeptos para a ideia e aumentar a sualegitimidade no municpio. Os elementos chave, neste sentido, passariam por:
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II. Incio e implementao de um Oramento Participativo
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Estabelecer um acordo com o governo Dialogar com os principais representantes da sociedade civil Procurar o envolvimento inicial dos membros do Conselho do OP eleitos
O quinto passo o desenho dos regulamentos internos do OramentoParticipativo, que definem as regras do jogo para o primeiro ano.
importante levar em conta os seguintes princpios operacionais:
Participao universal: Todos os cidados podem participar, independen-temente da sua condio scio-econmica, embora os grupos organizadostenham um papel importante no processo. Na verdade, torna-se necessrio
pensar, de forma intencional, estratgias para envolver sectores da popula-o que no estejam a exercer os seus direitos de cidadania. Transparncia do Oramento: Tanto ao nvel das receitas como das despesas. Flexibilidade: O processo deve ser suficientemente flexvel de forma apermitir uma avaliao e ajustes contnuos. Objectividade: Devem ser usados critrios objectivos e explcitos no mbitoda alocao dos recursos visando, assim, a credibilidade do processo. nfase na questo do gnero: Participao igualitria, entre homens emulheres, no processo. A este propsito, importante, sempre que possvel,
desagregar os dados sobre o oramento e sobre os impactos dos investimentosem funo da varivel gnero. Foco pluri-cultural e multi-tnico: Assegurar uma discriminao positiva e aadopo de aces afirmativas que assegurem a participao e o poder de tomardecises de grupos populacionais excludos (por exemplo, grupos indgenas).
Quais so as principais fases de um OP?
Os diferentes estgios fazem parte do ciclo anual, chamado Ciclo doOramento Participativo. Existem variaes de cidade para cidade14. Trsexemplos so destacados e ilustram as variaes e adaptaes locais. Osdois primeiros referem-se a OPs adultos: Porto Alegre (Ver destaque 12,O Ciclo de OP em Porto Alegre 2004); Santa Cristina dAro, Espanha (Verdestaque 13) e Cotacachi, Equador (ver destaque 14). Os dois seguintesilustram ciclos de OPs para crianas e jovens na Europa (Destaque 15, Ciclo
19
14 Ver Caixa de Ferramentas do Oramento Participativo: trs exemplos do Ciclo do Oramento Par-
ticipativo.
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Destaque 13:
O Ciclo do OP de Santa Cristina dAro, Espanha
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II. Incio e implementao de um Oramento Participativo
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OP Crianas e Jovens de So Brs de Alportel, Portugal) e na Amrica Latina(ver destaque 16, O ciclo de OP em Pinheiral, Brasil).
Seguem em baixo as fases principais do processo. O ciclo de discusso, ne-gociao e elaborao do Oramento Participativo leva um ano e normalmen-te composto pelas seguintes fases (especialmente nas grandes cidades):
Assembleias Locais (parquia, bairro, distrito, etc.) e SectoriaisNestas assembleias o presidente da cmara apresenta os empreendimentosconstrudos/actividades realizadas que antes no existiam, bem como o planode investimentos e as Regras do Processo de Oramento Participativo. Osdelegados locais e sectoriais (por temtica e/ou por questes especficas) do
Oramento Participativo so eleitos (ou designados) com base em critriospreviamente estabelecidos.
Reunies locais e sectoriais (opcionais)So encontros entre os delegados(as) e as comunidades que representam.Estas reunies podem acontecer sem a presena das autoridades, se osdelegados assim entenderem. Nestas reunies os participantes decidemquais os projectos prioritrios a executar.
Na Europa, e em vrias cidades da Amrica Latina, necessrio envolver ogoverno local, pelo menos em algumas das assembleias, dado a sociedadecivil no estar organizada ou no estar preparada para realizar esta fase porconta prpria.
A discusso nas assembleias deve ser complementada com discussesregulares entre os delegados, sobre regies, sobre questes especficas esobre a cidade como um todo, sobretudo, porque a qualidade dos debatesem algumas assembleias baixa. Este exerccio torna-se necessrio para
que o Oramento Participativo no se limite a um plebiscito ou a uma formade populismo.
Cmara MunicipalEnquadra-se a este nvel a entrega oficial ao Presidente da Cmara, peloComit do OP, da lista de projectos prioritrios definidos pela populao. neste evento que os membros do Comit do Oramento Participativo soefectivamente instalados.
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Destaque 14:
O Ciclo do OP de Cotacachi, Equador
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II. Incio e implementao de um Oramento Participativo
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Desenho da matriz oramentalO municpio e o Comit do Oramento Participativo desenham a matrizoramental. Estes so momentos essenciais e constituem-se como sendodos mais controversos no mbito do processo. O Plano de Investimento criado, partilhado com a populao e, de seguida, publicado para efeitos demonitorizao e cumprimento do que foi acordado.
Avaliao do processoUma vez concludo o ciclo, as Regras do Processo do OP so avaliadase ajustadas geralmente pelos delegados e/ou conselheiros eleitos do OP, ecom os responsveis municipais do OP. As novas Regras sero usadas noano seguinte.
Existe um segundo ciclo, usualmente designado como Ciclo de Implementao,que comea no ano seguinte (Ver destaque 17, O Ciclo do OramentoParticipativo em Belo Horizonte: do planeamento execuo de obras eservios pblicos)15. Durante este ciclo, que comea com estudos tcnicos etermina com a inaugurao dos projectos aprovados, as autoridades locais,os cidados e, geralmente, as comisses especficas de monitorizao doprocesso continuam a interagir.
15 Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Oramento Participativo: 10 anos de experincia em Belo
Horizonte: A gente faz uma BH melhor. Belo Horizonte, 2002, 14 p.
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Destaque 15:
O Ciclo do OP Crianas e Jovens de So Brs de Alportel, Portugal
Fonte: Cmara Municipal de So Brs de Alportel.
Dezembro (OP + OPCJ)
Avaliao de todo o processo
Outubro Novembro (OP)
sesses pblicas descentralizadas
anlise tcnica das propostas e sua
integrao na proposta oramental da
Autarquia
devoluo dos resultados (sesso
pblica e Pgina Web da Autarquia.
Julho Setembro (OP)
definio do cronograma, locais
e metodologia das sesses pbli-
cas com a populao adulta
reviso das regras do processo
Junho (OPCJ)
sesso plenria do OPCJ. Apre-
sentao e debate pblico das pri-
oridades do OP Crianas e Jovens
com o Executivo Municipal
Maio (OPCJ) definio de prioridades
visitas s prioridades para funda-
mentao das mesmas
Janeiro (OPCJ) definio do ciclo de participao
formao da equipa, incluindo
professores das Escolas
sesso de filhos para pais
divulgao do OP
Fevereiro Abril (OPCJ)
sesses de apresentao e debate de
propostas ao nvel de cada turma (Escola
EB 2, 3 e Escola Secundria)
eleio de delegados e delegadas do
OP Crianas e Jovens
Ciclo do OP e OP
Crianas e Jovens
de So Brs de Alportel
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II. Incio e implementao de um Oramento Participativo
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Destaque 16:
O Ciclo do Oramento Participativo em Pinheiral
Fonte: Municpio de Pinheiral O Ciclo do Oramento Participativo das crianas
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Destaque17:
O Ciclo do Oramento Participativo em Belo Horizonte:
do planeamento execuo de obras e servios pblicos
Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte. Brasil, 2004.
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III. Dimenso Financeira
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III.C A P T U L O
DIMENSOFINANCEIRA
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Destaque 18:
Mundo Novo e Porto Alegre:
Duas cidades que discutem 100%do seu oramento com a populao
Em Porto Alegre, at ao ano de 2004, 100% do oramento consideradoparticipativo porque o Conselho do Oramento Participativo (COP), consti-tudo por delegados eleitos, analisa e comenta todo o oramento (antes deser enviado Cmara Municipal). A parte discutida nas assembleias, ondetodos os cidados participam, equivale a 100% dos recursos disponveis
para investimento, que varia anualmente e chegou, em alguns anos, a maisde 10% do oramento total.
Isto acontece tambm em Mundo Novo, um pequeno municpio do MatoGrosso do Sul, Brasil, com 16 mil habitantes, onde 100% do oramento foisubmetido a discusso popular. Nesse caso, ao contrrio de Porto Alegre, tal feito de maneira directa, atravs de reunies abertas a todo o municpio.Esta a forma mais avanada de se fazer o oramento participativo,demonstrando que todo o oramento municipal pode ser submetido a debate
pblico, inclusive o salrio do Presidente da Cmara.
Fonte: Documento base (op. cit.) Ver Biblioteca digital (Caixa de Ferramentas OP).
Que percentagem do oramento municipal
submetida a anlise no OP?16
O OP, em geral, particularmente no Brasil, representa entre 2 a 10% dooramento executado, ou seja, do valor efectivamente gasto, e que tende a sermenos que o oramento planeado no ano anterior. Estes valores representamuma proporo varivel do oramento municipal para investimento.
So poucas as cidades que colocam mais de 10% do seu oramento discusso popular, e muito poucas, como Mundo Novo ou Porto Alegre,
16 Para obter mais informaes, ver pergunta 23 das Folhas de Dados sobre Cidades Ilustrativas.
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III. Dimenso Financeira
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discutem, pelo menos tecnicamente, 100% dos seus oramentos (Verdestaque 18, Mundo Novo e Porto Alegre: Duas cidades que discutem 100%do seu oramento com a populao). No outro extremo encontram-se algumascidades, principalmente na Europa, onde o processo de OP envolve menosde 1% de todo o oramento municipal disponvel.
Que proporo do oramento municipal colocadaa discusso?
Varia entre 100% do investimento total e um pequeno percentual, s vezes
inferior a 5% do total investido pelo municpio (Ver destaque 19, Proporo dooramento de investimento discutido no OP, 1997-2003, em 103 municpiosbrasileiros). Pode-se dizer, ento, que alguns Oramentos Participativostrabalham com um P maisculo, significando um alto nvel de participao,mas com um o minsculo, significando um valor nfimo de recursos colocadosa discusso. recomendvel equilibrar Participao e Oramento.
Existe um valor percentual ptimo do oramentomunicipal a submeter a discusso pblica?
No, tal depende do contexto local, particularmente, da vontade poltica domunicpio e da presso exercida pelos cidados. Em algumas cidades, essevalor tem crescido anualmente, medida que a experincia se vai consolidandoe os participantes tanto os polticos quanto a populao em geral voganhando confiana no processo. Entretanto, quanto maior a percentagem deoramento discutida, maior a experincia e o interesse dos cidados.
Qual a origem dos recursos que so discutidos?
Embora os recursos provenham, geralmente, do oramento municipal, importante observar o seguinte elenco de situaes tpicas:
O caso mais comum o valor a discutir fazer parte do oramento global
(seja o oramento para investimento ou mais), claramente identificado comoOramento Participativo. Em vrias cidades, particularmente na regio andina, o OP trabalha com uma
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72 Questes Frequentes sobre Oramento Participativo
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Destaque 20:
A relao entre OP e desempenho fiscal
Em Campinas, Recife e Cuenca, a arrecadao de impostos aumentou signi-
ficativamente em poucos anos, enquanto em Porto Alegre, o nvel de impos-
tos sobre imveis e propriedades desceu de 20 para 15%. Os efeitos disto
so bvios em menos de 10 anos, os impostos sobre imveis subiram de 6
para quase 12% da receita do municpio. Em Mundo Novo, Brasil, destaca-se
tambm a reduo dos nveis de evaso ou fraude fiscal.
Nos municpios de Ilo e Villa El Salvador, no Peru, a distribuio dos recursos
do Oramento Participativo est directamente ligada ao nvel de arrecadao
de impostos. Embora no haja uma evidncia directa e tangvel dos efeitos
dos critrios fiscais envolvidos sobre as melhorias nos nveis de evaso ou
fraude fiscal, fica claro que no municpio de Ilo o processo permite uma maior
consciencializao sobre os recursos municipais, seus limites e origens.
Fonte: Estudos de Caso, VES e Ilo Ver casos ilustrativos (Caixa de Ferramentas OP).
Destaque 19:
Proporo de capital (investimento) do oramento
discutido no OP (1997-2003) em 103 municpios brasileiros
Proporo do oramento
de investimento discutido
Nmero
de municpios
% relativa a todos
os municpios
De 1 - 10%
De 11- 20%
De 21 - 30%
De 31 - 40%
De 41 - 50%
De 51 - 60%
De 61 - 70%
De 71 - 80%
De 81 - 90%
De 91 - 99%
100%
No discute os recursos
No respondeu
TOTAL
15
05
04
05
07
---
02
05
01
---
22
10
27
103
15.0
05.0
04.0
05.0
07.0
---
02.0
05.0
01.0
---
21.0
10.0
26.0
100.0
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III. Dimenso Financeira
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percentagem das verbas transferidas pelo Governo nacional (por exemplo,no Peru, o chamado Fundo de Compensao Municipal). Neste caso, asdiscusses podem estar sujeitas a condies ligadas a esses fundos. Em alguns pases, as transferncias do Governo nacional so sujeitas aum processo semelhante ao do Oramento Participativo. Por exemplo, noQunia,17o Plano de Aco dos Servios Pblicos Locais (LASDAP) uminstrumento que envolve as comunidades nas decises sobre a utilizao dastransferncias do governo nacional para o governo local. As verbas discutidas no Oramento Participativo tambm podem serlimitadas a recursos designados para outra rea, por exemplo, aco socialou educao. As discusses tambm podem limitar-se a recursos de umprograma especfico como, por exemplo, a reabilitao de uma praa, a
revitalizao de um centro histrico ou a construo de um canal de guaspluviais (St. Feli de Lobregat, Espanha). Nesses casos, os recursos podemser provenientes de diferentes nveis: nacional, regional ou municipal.
At ao momento, os recursos discutidos pela populao, na Amrica Latina ena Europa, so essencialmente endgenos, ou seja, recursos nacionais oulocais, e no emprstimos ou doaes internacionais.
Qual o impacto do OP sobre a arrecadao fiscal ea receita municipal?18
Na Amrica Latina existe uma clara evidncia de que o processo doOramento Participativo traz um aumento na arrecadao fiscal (impostos eoutras taxas) e uma reduo na sonegao. Os motivos so a transparnciada administrao pblica, que fica implcita no Oramento Participativo.A visibilidade a curto-prazo das obras e servios pblicos que resulta do
OP tambm tende a alterar a cultura cvica fiscal. No existe evidnciado impacto, positivo ou negativo, do OP sobre a arrecadao fiscal emcidades portuguesas ou europeias (ver destaque 19, Proporo de capital(investimento) do oramento discutido no OP (1997-2003) em 103 municpiosbrasileiros).
17 Ver Reviso dos Planos de Aco dos Servios Pblicos Locais (LASDAPs), no Qunia, por NickDevas et al., Nairobi.
18 Para obter mais informaes, ver pergunta 25 das Folhas de Dados sobre Cidades Ilustrativas.
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Destaque 21:
Um exemplo de Assembleias temticas em Icapu, 2004
As Assembleias Temticas representam, no processo do OP, um espaode debate com os sectores sociais. Essas reunies tratam de questesde interesse geral para a populao, bem como de polticas e programasmunicipais sobre um assunto especfico. Em cada 9 grupos temticos, 2representantes e 2 substitutos so nomeados para participar do Frum doOramento Participativo.
Fonte: Prefeitura de Icapu, 2004.
DIAFELIZ
SADE
HABITAO
GENERO EDUCAO
ECULTURA
MELHOR
IDADE
JUVENTUDE
OBRAS
MEIOAMBIENTEDESENVOLVIMENTO
TURISMO
ESEGURANAPUBLICA
ORAMENTO
PARTICIPATIVOA d m i n i s t r a o M u n i c i p a l
E s p e r a n a n a G e n t e
8/12/2019 72 Perguntas Frequentes Sobre Oramento Participativo
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III. Dimenso Financeira
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Todas as reivindicaes dos cidados resultam emobras e servios pblicos?19
No. Geralmente, o nmero de reivindicaes e projectos propostos e seusvalores correspondentes so maiores do que os recursos disponveis. Poreste motivo, os critrios para a priorizao e o processo de seleco dessasprioridades crucial a cada ano. Uma reivindicao que no foi seleccionadacomo prioridade para o ano corrente pode ser apresentada no ano seguinte.Em algumas cidades, o nmero de projectos a financiar fixado de antemo,por exemplo, 1 ou 2 para cada sub-regio do municpio.
Para alm disso, algumas das reivindicaes da populao podem estarfora da jurisdio do governo local e depender de prerrogativas do Governonacional ou regional. Nesses casos, geralmente, as demandas no soaceites.
Como so distribudos os recursos dentro de umacidade? Por sector? Por regio?20
Os recursos podem ser designados de duas maneiras. A primeira relativa designao dos recursos por regio ou sub-regio, s vezes com umadistribuio privilegiada para as reas mais pobres (favelas, localidadespobres, etc.). A segunda a designao por sector ou rea. Estas prioridadessectoriais reflectem as prioridades de uma cidade para um ano especfico(Sade para Todos, Transporte Inteligente para as Pessoas, Um futuromelhor para nossas crianas, incluso social, urbanismo e meio ambiente,etc.), podendo variar de um ano para outro. importante compreender este
sistema duplo de distribuio a fim de entender como o OP construdo combase em reunies especficas de cada sector ou rea, plenrias ou fruns(Ver destaque 21, Um exemplo de Assembleias Temticas em Icapu, 2004 edestaque 3.A. Lisboa primeira capital europeia a implementar o OP, 2009).21
19 Para obter mais informaes, ver pergunta 26 das Folhas de Dados sobre Cidades Ilustrativas.20 Para obter mais informaes, ver pergunta 27 das Folhas de Dados sobre Cidades Ilustrativas.
21 Ver Caixa