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75 anos Crea-RJ A invenção de um novo tempo Rio de Janeiro | 2009

75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Rio de Janeiro | 2009

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CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA NACIONAL

C912s Crea-RJ. 75 anos Crea-RJ: a invenção de um novo tempo / organizadores: Cláudia Mesquita, Olinio Gomes P. Coelho. Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2009. 160p, : il. ; 21cm. Bibliografia: p. 154-155 ISBN 978-85-88204-16-4 1. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro – História. 2. Tecnologia – ciências aplicadas. I. Mesquita, Cláudia. II. Coelho, Olinio Gomes P. III. Título.

CDD – 620.0098153

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OrganizaçãoCláudia Mesquita

Olinio Gomes P. Coelho

Rio de Janeiro2009

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SUMÁRIO

ApresentaçãoPalavra do presidenteMensagem do Confea

A invenção de um novo tempo:uma história de longa duração

O Crea-RJ e a construção de um Brasil moderno

página 7 página 13 página 27

APRESENTAÇÃO PARTE 1 PARTE 2

4

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SUMÁRIO

Novos horizontes e os desafios que atravessam o futuro

CronologiaGaleria dos presidentes

AgradecimentosDiretoria do Crea-RJCâmaras EspecializadasComissõesEntidades de ClasseInstituições de EnsinoInspetorias e Postos de RelacionamentoReferências bibliográficas

Crea-RJ: uma instituição cidadã

página 77 página 111 página 134 página 152

PARTE 4 CRONOLOGIA FICHA TÉCNICAPARTE 3

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Atual sede do Crea-RJ. Rua Buenos Aires 40, Centro.

Foto: Zeca Linhares.

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ApresentaçãoA memória institucional é hoje um dos elementos chaves para compreendermos a sociedade e reafirmarmos sua

cultura e identidade. É sabido que a instituição é feita, sobretudo, de pessoas. Portanto, a memória institucional do

Crea-RJ não transcende o indivíduo, ao contrário, sua história é feita das pessoas que estão dentro dela, da ação desses

sujeitos, no coletivo e nas suas trajetórias individuais. Portanto, a memória do Crea-RJ compreende, ao mesmo tempo,

diversidade e homogeneidade. Diversidade das ações individuais e coletivas na dinâmica interna da instituição, e

homogeneidade no que diz respeito a sua relação externa com a sociedade, vista como um corpo unívoco.

Desse modo, no momento em que o Crea-RJ completa 75 anos de existência, esse registro, além de produzir memória

e conhecimento, também se impõe como homenagem, reflexão e reafirmação da importância dos profissionais do

Conselho para a sociedade brasileira, ao longo do tempo.

Mais do que artífices de novas tecnologias, homens e mulheres, engenheiros, arquitetos, agrônomos, geólogos,

geógrafos, meteorologistas, técnicos e tecnólogos foram, sobretudo, inventores de novos tempos e de grandes

utopias, intérpretes e construtores de uma identidade nacional. Ao lado de poetas, romancistas, artistas plásticos,

compositores, ensaístas, a nação brasileira viria a tomar corpo nos traços, projetos e construções de

Nestor Egydio de FigueiredoOctavio Cantanhede AlmeidaOdair GrilloOscar NiemeyerPaulo Antunes RibeiroPaulo de Camargo e AlmeidaPaulo Rodrigues FragosoRaymundo Barbosa de Carvalho NettoRoberto Burle MarxRoberto Magno de CarvalhoSergio Marques de SouzaSidney Gomes dos SantosUbi BavaWladimir Alves de Souza

Aderson Moreira da RochaAffonso Eduardo ReidyAlcides Rocha MirandaAldary ToledoÁlvaro Vital BrazilÂngelo BrunhsAntônio Alves de NoronhaArtur Eugênio JermannAry Garcia RozaAtílio Corrêa LimaCarlos LeãoCarmem PortinhoElza Martins OsborneErnani Vasconcellos

APRESENTAÇÃO

Eugênio HimeFelippe dos Santos ReisFirmino SaldanhaGastão da Cunha BahianaHélio Uchoa CavalcantiHenrique MindlinHermínio Andrade e SilvaJerônimo de Souza Monteiro FilhoJorge Machado MoreiraJosé de Oliveira ReisJosé Furtado SimasLúcio CostaMarcello RobertoMilton Roberto

e tantos outros herdeiros e discípulos dessa geração que ajudou a delinear o perfil de um Brasil moderno na primeira

metade do século XX(1).

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Desse modo, é na relação dialética entre indivíduos, instituição e sociedade, que a memória do Crea-RJ se constitui

como elemento essencial da cultura brasileira, cujo pioneirismo em diferentes aspectos, desde a sua criação, em

1934, é a marca registrada do Crea-RJ no âmbito do Sistema Confea/Crea.

Esta publicação visa também prestar uma justa homenagem a todos os funcionários que ajudaram a construir

essa história. Considerados a “joia permanente” do Crea-RJ(2) – pois atravessando diferentes conselhos e mandatos

são os responsáveis pela continuidade necessária às transformações –, esses funcionários vêm disponibilizando

seus talentos às mais variadas atividades, confundindo, muitas vezes, suas trajetórias individuais, com a da própria

instituição.

Sob um enfoque não passadista, mas de valorização do elemento humano, da tradição e da estreita relação do

Crea-RJ como tempo presente, a evocação do passado tem aqui o papel de condução explicativa e de reflexão

sobre desafios futuros, a fim de prospectar dias melhores para os profissionais, funcionários e para todos os cidadãos

brasileiros, razão de ser do Conselho em 75 anos de serviços prestados à sociedade.

A todos uma boa leitura e parabéns, pois você, caro leitor, é também parte dessa história.

Cláudia Mesquita

Olinio Gomes P. Coelho

Organizadores

(1) Este livro registra em destaque – Laboris Causa – 75 nomes de profissionais já desaparecidos que podem ser considerados representantes dos muitos profissionais – de nível superior, técnicos e tecnólogos – que com competência e responsabilidade contribuíram para o progresso da engenharia, da arquitetura, da agronomia, da geologia, da geografia e da meteorologia no Brasil.

(2) Palavras do presidente Agostinho Guerreiro ao se referir aos funcionários do Crea-RJ. Depoimento. Projeto Memórias&História do Crea-RJ. Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2009.

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História de presentes e futurosHá 75 anos, ao presidir a primeira sessão Plenária do Conselho da 5ª Região, o engenheiro civil

Dulphe Pinheiro Machado acreditava ser protagonista de um acontecimento histórico. Diante

do papel que desempenhava e do notável ciclo de desenvolvimento econômico e industrial no

país, iniciado na década de 1930, ele, ao anunciar a criação do que viria a se tornar o atual Crea-

RJ, afirmou: “[...] uma nova era se abriu para as nossas classes e vamos integrá-las no ritmo de

renovação que ora agita todas as camadas sociais”.

Visionário, Dulphe também queria a instituição com visão de futuro, preparada para as sucessivas

mutações da tecnociência que viriam a influenciar o exercício profissional ao longo do século XX.

“Os membros deste Conselho hão de firmar, nos seus julgados e decisões, a jurisprudência de

nossa lei que, em futuro, permita ao legislador ajustá-la aos progressos da arte, da técnica ou das

especializações profissionais”, afirmou em seu discurso.

Sete décadas e meia passadas, nosso presente é a concretização do futuro esperado pelo então

presidente. Vivemos uma era de renovação. A produção de conhecimento científico e tecnológico

em larga escala gerou especializações e exige do profissional, além de novas qualificações e

ferramentas, compromisso ético na sua aplicação. Nesse sentido, os procedimentos do Crea-RJ

e a legislação do Sistema têm também procurado acompanhar a evolução e as necessidades do

dia a dia de seus profissionais.

O conhecimento científico é o principal insumo para o desenvolvimento econômico e social de

uma nação. Entretanto, ele deve ser traduzido em tecnologias que não agridam os princípios

da sustentabilidade, ambiental e social, sob pena de contribuir para a rápida degradação das

condições de vida no planeta. Nada mais necessário que um sistema profissional organizado,

que defenda a sociedade, fiscalizando o exercício legal das profissões da área tecnológica.

Assim como colhemos o que foi plantado, ao longo desses últimos 75 anos, por todos os gestores,

conselheiros, entidades de classe, instituições de ensino, funcionários e demais colaboradores,

também as gerações futuras serão impactadas por nossas ações realizadas nesse presente. Por

isso, o conteúdo deste livro sobre a história do Crea-RJ não está restrito ao que foi realizado até

Palavra do presidente

PALAVRA DO PRESIDENTE

Presidente do Crea-RJEngenheiro agrônomoAgostinho Guerreiro

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então. Ele apresenta a história de nosso país, principalmente dos últimos 75 anos, situando o

cenário e a dinâmica pelos quais trilharam nossas profissões até os dias atuais, mas sem deixar

de mirar o amanhã.

Como o presidente Dulphe, na década de 1930, queremos pensar o presente e enxergar o

futuro, mas conscientes de que conhecer e valorizar o passado é fundamental para avaliar os

avanços, conhecer as limitações e construir essa jornada do ser humano, na qual os profissionais

e empresas da área tecnológica têm responsabilidades sem fim.

Agostinho Guerreiro

Presidente do Crea-RJ

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Profissões a serviço do país. Essa deve ser a principal atribuição de um sistema que congrega mais de 800 mil profissionais e se propõe a “Pensar o Brasil para Construir o Futuro da Nação”. E olhar para o futuro significa planejar, definir metas e traçar objetivos. Condições que passam, necessariamente, pela Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia – profissões consideradas vetores do desenvolvimento humano, social e econômico de um país. Mas como materializar esse projeto de desenvolvimento? É preciso conhecer o passado de lutas, desafios, sucessos e realizações de cada uma das profissões – de nível superior, técnicos e tecnólogos, do Conselho Federal e dos 27 Conselhos Regionais, para analisarmos o que foi alcançado e o muito que ainda se tem por fazer. Nesse sentido, a década de 30 pode ser considerada um marco histórico, tanto para o país, quanto para o nosso sistema profissional, que foi criado e teve as profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor regulamentadas em 1933. A política desenvolvimentista da Era Vargas fez despontar no mercado fortes setores da Engenharia, como a Siderurgia e a Mineração. Em consequência, na década seguinte, foram criadas grandes empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941) e a então Vale do Rio Doce (1942), que hoje são referências no cenário mundial. Nos anos 50, com Juscelino Kubitschek, até a década de 70, o Brasil viveu um período de desenvolvimento econômico e inovação. A concretização da construção de Brasília e o Plano de Metas de JK – focado na expansão de cinco setores: Energia, Transportes, Alimentação, Indústria de Base e Educação –, ratificaram a importância da valorização dos setores tecnológicos para posicionar o país no contexto mundial. Foi nesse período que se estruturou o setor das telecomunicações e nasceram a Petrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, a Eletrobrás, a Embrapa. E hoje, após duas décadas de estagnação, a globalização impôs novas preocupações. Com transformações significativas na sociedade, conter a urbanização desenfreada, minimizar o impacto das mudanças climáticas e preservar a biodiversidade se tornaram desafios que o mundo precisa enfrentar. Nesse contexto o setor tecnológico tem resgatado sua importância. O conhecimento técnico e científico voltou a ser valorizado. Integrando esses esforços, o Sistema Confea/Crea cumpre sua missão perante os profissionais e a sociedade. Por isso, na comemoração dos 75 anos do Crea-RJ devemos celebrar nossas conquistas com os olhos voltados para o futuro.

Marcos Túlio de MeloPresidente do Confea

Mensagem do Confea

MENSAGEM DO CONFEA

Presidente do ConfeaMarcos Túlio de Melo

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A invenção de um novo tempo:uma história de longa duração

PARTE 1

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Pode-se dizer que o início da edificação da cultura humana se deu quando

o homem conseguiu ultrapassar a simples ocupação de abrigos dados

pela natureza, transformando-os, concebendo espaços e projetando-

os para determinadas funções. Muitos séculos foram dedicados às

observações e análises dos abrigos oferecidos pela natureza, sobretudo

os edificados pelos animais – e da escolha de materiais in natura, ou de

sua produção, adequados à realização de suas obras. Resultaram em

elaborações científicas, tecnológicas e conceituais que possibilitaram o

homem conceber, antecipadamente, ou melhor, projetar, os diferentes

tipos de espaços, necessários às diversas funções originárias de sua

vivência em sociedade.

A apropriação do termo engenheiro, pessoa que tinha engenho,

inteligente, criador de artefatos, aquele que “aprende as ciências e artes

mais dificultosas, inventa e obra muitas cousas”, tal qual Arquimedes

foi qualificado por Tito Lívio como exímio engenheiro (BLUTEAU, 1717),

resolveu o problema salarial e de inserção no serviço público das

monarquias europeias, já que havia o quadro de militares com soldos

definidos, aos quais era acrescido o correspondente valor da especialização

como engenheiro.

Em Paris, no final do século XVII foi criado o curso regular de Arquitetura

Civil na Escola de Belas-Artes, com dominante na formação artística. No

século XVIII, três outros cursos foram fundados, porém mais técnicos, a

partir de 1747, na École Nationale des Ponts et Chaussés e na École Nationale

Engenheiros e arquitetos: criadores de um conhecimento milenar

PARTE 1CARLOS DELGADO DE CARVALHO

Paris, FR, 1884Geógrafo

École Libre de Sciences Politiques, Paris, 1908

Antiga Escola Politécnica, atual Instituto de Filosofia e Ciências Sociais /IFCS/ UFRJ. Largo de São Francisco, Rio de Janeiro. Foto: Zeca Linhares.

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Supérieure des Mines. Posteriormente, em 1795, foi criada a École Polytechnique. Essas escolas

que ensinavam Arquitetura Civil, com ênfase nas matérias técnicas, científicas e de construção,

adotaram o termo engenharia civil para seus cursos. Assim passaram a ser qualificados os

alunos formados na Escola de Belas-Artes como arquitetos e os alunos das outras escolas como

engenheiros civis. Os cursos militares mantiveram o título de seus formados como engenheiro

militar. Os países que criaram cursos juntando matérias dos cursos franceses diferenciados para

arquiteto e para engenheiro civil, titularam seus formados como engenheiros-arquitetos.

Os técnicos

A construção de um projeto era entregue a um conjunto de profissionais especializados:

pedreiros, canteiros, cavouqueiros, ladrilheiros, estucadores, carpinteiros, marceneiros, ferreiros,

pintores, etc. Dependendo da obra, participariam, ainda, outros artistas, como entalhadores,

escultores, muralistas, pintores etc. Cada área profissional possuía três níveis de especialização,

cada qual contando com salários diferenciados: o mestre, o oficial e o aprendiz. Os serventes não

se incluíam nas categorias acima.

Cabia ao mestre a responsabilidade sobre a qualidade do serviço de sua especialização e o direito

de manter cursos particulares sobre a sua arte. O certificado de oficial ou de mestre, dependendo

da organização profissional e das regras da sociedade, poderia ser outorgado pelo próprio

mestre-professor, ou por banca formada por outros mestres.

Esses profissionais da construção se organizaram em Corporações de Ofícios verdadeiros sindicatos

profissionais, fortes na Idade Média, e garantiram a reserva de mercado para seus filiados, além de

espaço na sociedade e na política. Tornaram-se preocupação para os governantes de monarquias

católicas que as extinguiram, substituindo-as por Irmandades, vinculadas à Igreja e ao Estado, que

aprovavam, ou não, os seus estatutos. Essas Irmandades registravam-se na Câmara de Vereadores

de cada vila ou cidade e indicavam o mestre que as representava durante o período estabelecido

pelos vereadores. Qualquer obra só poderia ser iniciada com o seu registro na Câmara e ter como

responsável um mestre filiado à Irmandade.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

GASTÃO DA CUNHA BAHIANATeresópolis, RJ, 1874Engenheiro civilÉcole des Hautes Études Industrielles de Lille, França, 1893

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PARTE 1

As Irmandades e a defesa de um Brasil português

Chegando ao Brasil, os colonizadores portugueses trouxeram essa estrutura de organização

dos técnicos em Irmandades, e os profissionais da construção, já definidos como arquitetos,

engenheiros militares, cartógrafos, desenhistas e mestres da ribeira. Os dois primeiros profissionais

atuavam em qualquer área da Arquitetura Civil e Militar e, os mestres da ribeira, na Arquitetura

Naval.

Na estrutura colonial no Brasil, não havia cargo para arquiteto ou engenheiro, o que levava os

profissionais a se filiarem ao Exército para exercerem suas funções técnicas, formando o Real

Corpo de Engenheiros. Cabia a esses profissionais servir ao governador da capitania, ou ao vice-

rei no caso da capital, e às Câmaras de Vereadores, projetando e construindo todas as obras

realizadas com recursos públicos.

Fortaleza de Santa Cruz, Niterói, Rio de Janeiro. Cartão-postal. Arquivo particular.

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Nesse período colonial, tivemos algumas exceções, como o caso da equipe que, em 1750, a Corte

mandou, para o trabalho de demarcação das fronteiras do Brasil, da qual participou Antonio

José Landi, arquiteto bolonhês, que fixou residência em Belém do Pará e assumiu o posto de

arquiteto régio. Ou o caso do arquiteto Antonio Gomes Mendes Adler, que projetou o palácio do

governador da capitania de Pernambuco e, ao voltar para Lisboa levando o “risco”, em 1784, não

se apresentara com título militar.

A função de arquiteto civil no serviço público administrativo na cidade do Rio de Janeiro só

ocorreu quando da instalação, em 1808, do governo do príncipe regente d. João. Como a cidade

passou a ser sede do Império português, isto é, a Corte, foram criadas, à semelhança de Lisboa, a

função de Arquiteto da Cidade e a Real Casa das Obras. O arquiteto português José Joaquim de

Santa Anna foi o primeiro profissional a ocupar esse importante cargo. A Real Casa das Obras foi

dirigida por Antônio de Azevedo Santos, mestre-pedreiro e arquiteto das Obras Reais do Rio de

Janeiro, já morador da cidade, e João da Silva Muniz, arquiteto vindo de Lisboa.

O ensino da Arquitetura Militar realizava-se, inicialmente, através dos engenheiros militares que

vinham servir no Brasil e recebiam um adicional salarial para ensinar a sua arte na capitania em

que estivessem atuando. Assim, o capitão-engenheiro Gregório Gomes Henriques foi nomeado

para servir no Rio de Janeiro, em 4 de janeiro de 1694, com obrigação de também lecionar, o

mesmo ocorrendo com o capitão-engenheiro José Paes Estevens, nomeado em 3 de dezembro

de 1686 para servir em Pernambuco, e que, em 1696, encontrava-se em Salvador, na Bahia. Em

carta patente de 4 de dezembro de 1696, o rei de Portugal d. Pedro II, promovendo-o a sargento-

mor, destaca: “[...] além de proceder com zelo e assistência às fortificações e mais obras de que

foi encarregado e atualmente estar lendo e ensinando a sua profissão na Aula que se instituiu da

fortificação naquela cidade”.

Em 24 de abril de 1709, o engenheiro militar José Paes Estevens foi transferido para o Rio de

Janeiro e assumiu a Aula de Fortificação carioca, criada em 15 de janeiro de 1699 pelo rei

d. Pedro II. Esse curso funcionou ininterruptamente até meados do século XIX, quando deu

lugar à Escola Central, criada em 1858, voltada para o ensino da Engenharia Civil, sendo que

o de Engenharia Militar foi transferido para o âmbito exclusivo do Exército. Depois, aquela

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ADOLFO MORALES DE LOS RIOS FILHOSan Sebastian, Espanha, 1887Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, 1914

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Escola passou a se denominar Escola Politécnica, e hoje pertence à Universidade Federal do

Rio de Janeiro. Portanto, neste ano de 2009, a Escola Politécnica está completando 310 anos de

existência.

O ensino regular de Arquitetura começa com a chegada do arquiteto Grandjean de Montigny,

integrante da Missão Artística Francesa, em 1816, com ensino semelhante ao do curso da Escola

de Belas-Artes de Paris. Inicialmente, Grandjean lecionou em seu ateliê até 1827, quando é dado

início ao curso na Imperial Academia de Belas Artes, em edifício projetado por ele e inaugurado

em 5 de novembro de 1826.

Esse curso pioneiro tornou-se independente da Escola Nacional de Belas Artes em 31 de agosto

de 1945, passando a ser ministrado na recém-criada Faculdade Nacional de Arquitetura, da então

Universidade do Brasil. Esta, por sua vez, foi transformada em Universidade Federal do Rio de

Janeiro, sendo o curso atualmente oferecido pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

No final do século XVIII, o sargento-mor engenheiro, segundo arquiteto das Obras Reais, de Lisboa,

PARTE 1

Portada da antiga Academia Imperial de Belas Artes.Arquiteto Grandjean de Montigny. 1826.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. Arquivo particular.

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José Manoel de Carvalho e Negreiros propôs, em abril de 1797, a constituição de uma entidade

laica congregando os arquitetos, os engenheiros e os técnicos da construção civil. A entidade

teria sua sede em Lisboa e departamentos em várias cidades do reino e nas colônias. Além da

fiscalização profissional, Negreiros propôs que a entidade fosse responsável pela formação dos

profissionais das “Artes Mecânicas e Fabris, e de todas as mais Artes em geral”. A proposta de

Negreiros, encaminhada ao rei em 1798, não foi aprovada pela administração monárquica.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFRJ. Arquiteto Jorge Machado Moreira e equipe. Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.

ANGELO BRUNHSRio de Janeiro, 1896Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, 1917

Page 23: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

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O pioneirismo do Instituto Politécnico Brasileiro e o papel dos engenheiros e arquitetos na invenção de uma cultura nacional

No contexto da chamada segunda revolução industrial, a arquitetura e a engenharia brasileiras, a partir da

segunda metade do século XIX, precisavam legitimar-se, buscando a articulação com empresas estrangeiras

recém-instaladas no país, investindo, porém, na criação de instituições públicas que promovessem o

desenvolvimento de um “modelo” nacional. Com base no desenvolvimento educacional e tecnocientífico,

através da iniciativa governamental na abertura de escolas politécnicas, surgiram a indústria têxtil, a

indústria do ferro, a construção de estradas de ferro, a construção naval e a produção química.

Até a criação do Instituto Politécnico Brasileiro, em 17 de dezembro de 1862, apesar da existência de

cursos regulares de arquitetura e de engenharia e do significativo aumento do número desses profissionais

formados no Brasil ou no exterior, não havia entidade que defendesse os interesses e valorizasse essas

profissões. O Instituto era uma sociedade que tinha “por objetivo o estudo e a difusão dos conhecimentos

teóricos e práticos dos diferentes ramos da engenharia, e das ciências e artes acessórias”.

O Instituto Politécnico estava organizado em 11 seções temáticas, e cada sócio poderia pertencer a

duas delas, conforme a especialidade de cada um. Eram essas seções: a) administração, estatística e

economia política aplicada à engenharia; b) arquitetura civil; c) arquitetura naval; d) ciências físicas e

naturais; e) geografia, geodesia e topografia; f ) máquinas e aparelhos; g) matemática – pura e aplicada;

h) minas e metalurgia; i) navegação e hidrografia; j) obras hidráulicas e vias de comunicação fluvial; k) vias

de comunicação terrestre.

O desenvolvimento da Escola Politécnica em seus primórdios se deu pela experiência francesa do período

napoleônico, modelo para diversas instituições de ensino no Brasil como na Europa e na Rússia. Houve

avanços na biologia e na matemática, predominadas pelas ideias positivistas e pelo empirismo. A construção

civil teve importância fundamental na materialização dessas ideias, pois era importante para o país uma

infraestrutura que garantisse o abastecimento de água e saneamento para a população, aproximando-a da

ideia de progresso.

PARTE 1ALBERTO MARTINS FONTES

Rio de Janeiro, 1958Engenheiro florestal

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1984

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Antiga Escola Politécnica. Cartão-postal. Arquivo particular.

Atual Instituto de Filosofia e Ciências Sociais/IFCS/UFRJ. Foto Zeca Linhares.

ARCHIMEDES MEMÓRIAIpú, CE, 1893Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, 1917

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O Clube de Engenharia

A aprovação dos Estatutos do Clube de Engenharia, em 10 de

dezembro de 1881, pelo decreto imperial nº 8.253, foi um grande,

e decisivo, passo para a organização dos profissionais do Sistema. A

nova entidade nasceu com o objetivo de “[...] promover e estreitar

relações entre as classes de engenharia e as dos vários ramos

industriais, no que diz respeito aos interesses recíprocos das suas

profissões [...]”. A partir de então, o Clube de Engenharia vem

cumprindo essa determinação, destacando-se, desde o decreto nº

23.569 de 11 de dezembro de 1933, na luta pela regulamentação

profissional da Engenharia e piso salarial mínimo, na defesa das

políticas públicas na área da energia, construção civil, legislação

e desenvolvimento urbano, transportes, como a implantação do

metrô na cidade do Rio de Janeiro, entre tantas outras conquistas.

Referência do mundo associativo profissional, o Clube de Engenharia

tem sido palco de importantes debates e ações públicas em defesa

das liberdades e dos rumos do desenvolvimento do país. Sempre

em prol de um projeto de desenvolvimento soberano e justo para

o Brasil e para o estado do Rio de Janeiro, suas diretorias e divisões

técnicas promoveram estudos e debates em torno de questões

fundamentais para a sociedade brasileira.

O edifício sede do Clube de Engenharia recebeu o nome do

engenheiro Edison Junqueira Passos, presidente da instituição

entre 1943 e 1946, grande incentivador da obra. Em 2011, o Clube

de Engenharia irá festejar 130 anos de existência, comemorando

a tradição de se constituir na entidade de classe mais longeva das

profissões integrantes do Sistema Confea-Crea.

PARTE 1

Antiga sede do Clube de Engenharia. Avenida Central, hoje Rio Branco, 124. Cartão-postal. Arquivo particular.

Atual sede do Clube de Engenharia.

Arquiteto Jacques Pilon. Avenida

Rio Branco,124, Rio de Janeiro, RJ.

Foto: Zeca Linhares

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O Instituto de Arquitetos do Brasil

No dia 26 de janeiro de 1921, na sala de História e Teoria da Escola Nacional de Belas

Artes, foi realizada a assembleia de fundação do Instituto Brasileiro de Arquitetos,

com a presença de 27 engenheiros arquitetos, sendo eleito como seu presidente

Gastão da Cunha Bahiana. Ocorrendo desavenças entre os membros da diretoria

e fundadores da entidade, os estatutos não foram registrados e do rompimento

entre eles surgiu outra entidade: a Sociedade Central de Arquitetos, presidida por

Adolfo Morales de los Rios. Essa última aprovou um novo estatuto em 1 de agosto

de 1921, cujo artigo 1º registrava ser “uma associação composta de engenheiros-

arquitetos e de todos aqueles que se dedicam à arquitetura”.

Se nos discursos na primeira assembleia de fundação os oradores referiam-se

exclusivamente a arquitetos, após a separação passaram a enfatizar o engenheiro-

arquiteto. Os Estatutos da Sociedade Central de Arquitetos admitiam como sócios os

“não diplomados”, desde que fosse formulado parecer favorável por cinco membros

diplomados, e o candidato apresentasse “uma obra arquitetônica de valor, construída

ou projetada” pelo próprio.

Os sócios não diplomados e os engenheiros não arquitetos não poderiam

exceder um terço do total dos sócios diplomados. Foram considerados “sócios

aderentes”, sem direito a voto e a serem votados, os “desenhistas, ornamentistas ou

decoradores e aquarelistas”, que trabalhassem em arquitetura e fossem propostos

por três sócios efetivos. Em 1924, as duas entidades se fundiram, sob a influência

de José Marianno Carneiro da Cunha Filho, o mecenas do movimento neocolonial,

dando origem ao Instituto Central de Arquitetos, presidido por Fernando Nereu de

Sampaio. Em 1934, o Instituto faz sua primeira reforma estatutária, passando a se

denominar Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Sede do Instituto de Arquitetos do Brasil - RJ. Rua do Pinheiro, 10, Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.

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PARTE 1WALDEMIR JOÃO HORA

São Paulo, SP, 1950Engenheiro florestal

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1973

Senge-RJ: vanguarda do “novo sindicalismo” brasileiro

A história do atual Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ) se inscreve na

conjuntura de ascensão da engenharia nacional, nas décadas de 1930 e 1940, quando são

criadas diversas entidades de classe, entre as quais o Sindicato Central dos Engenheiros, em 1931.

Nesse mesmo ano, o Governo Vargas, através do decreto nº 19.790, reconhece legalmente essas

associações e sindicatos, impondo a necessidade de regulamentação do exercício profissional,

baseada no imposto sindical e na vinculação dos sindicatos ao Ministério do Trabalho.

Rompendo com essa estrutura sindical, herdada do fascismo italiano, a história do Sindicato dos

Engenheiros do Rio de Janeiro se inscreve, sobretudo, na criação do chamado “novo sindicalismo”

brasileiro, ocorrido na segunda metade dos anos de 1970 e início dos anos 80, no contexto do

movimento de resistência à ditadura militar e de luta pelas liberdades democráticas.

Na liderança do movimento de retomada dos sindicatos, das associações profissionais e demais

entidades representativas da sociedade, o Senge-RJ estimulou a organização sindical pela base,

ajudando a construir um novo sindicalismo mais atuante, mais combativo, mais representativo dos

próprios trabalhadores. Nessa perspectiva, a atuação do Senge-RJ pela renovação do movimento

sindical foi tão profunda que conseguiu alcançar engenheiros das empresas privadas e estatais,

tornando-se uma das maiores lideranças políticas sindicais no estado do Rio de Janeiro, a tal

ponto que, junto com o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, liderou o processo de fundação

da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Rio de Janeiro, em 1983.

Sem abrir mão dos grandes temas da engenharia, do desenvolvimento tecnológico nacional,

e das negociações dos engenheiros assalariados, o Senge-RJ, ao lado do Clube de Engenharia

e outras entidades de classe, participou de todos os movimentos em favor das liberdades

democráticas e contra a ditadura, sendo protagonista de muitas lutas importantes, entre elas a

das Diretas Já.

Uma vez restabelecido o Estado de Direito, nas últimas décadas o Senge-RJ vem atuando nas

jornadas contra as privatizações das empresas estatais e dos serviços públicos, nos movimentos

ecológicos e dos Sem-Terra, na campanha contra a ALCA – entre tantas outras –, se consolidando,

ao longo da sua existência, como um dos pólos aglutinadores da vida associativa dos profissionais

da engenharia e da sociedade brasileira como um todo.

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O Crea-RJ e a construção de um Brasil moderno

PARTE 2

27

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Cristo Redentor em construção. Arquivo Isabel Noronha.

Heitor da Silva Costa (Rio de Janeiro, 1873-1947). Engenheiro arquiteto e professor de desenho de arquitetura, foi projetista e construtor de muitos edifícios no Rio de Janeiro e no interior. Destacou-se, sobretudo, na arquitetura religiosa pela construção de igrejas e capelas – a ele se deve a conclusão da Catedral de Petrópolis – e na arte monumental, tendo feito estátuas e monumentos. Entre eles, as estátuas de Pasteur e d. Pedro II, no Rio de Janeiro, o monumento à Nossa Senhora de Fátima, em Petrópolis, e os do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro e em São João del Rey (MG).

PEDRO PAULO BERNARDES BASTOSLivro do Mérito, 1958. Rio de Janeiro, 1900Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1924

Cristo Redentor, 1931. Cartão-postal. Arquivo particular.

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29

Com o fim da Primeira Guerra Mundial e sua consequente devastação humana e material, a

crença no futuro da civilização baseada nos padrões da cultura europeia entra em declínio, e a

fé na velha Europa é substituída pela crença no progresso da nova América, então vista como

um mundo jovem e promissor. No rastro dessa descrença com o velho modelo de civilização

e com o entusiasmo provocado pela redescoberta da América e do Brasil, surge o movimento

modernista, propondo uma nova maneira de pensar o Brasil, experimentando novas linguagens,

valorizando a memória nacional a partir de nossas raízes étnicas e culturais.

Nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, aconteceu um dos momentos de maior

efervescência cultural do movimento modernista. A Semana de Arte Moderna, em fevereiro de

1922, foi apenas o estopim da criação artística e intelectual ao longo do século. Ao contrário

de São Paulo, o modernismo no Rio de Janeiro não nasceu de um movimento pioneiro de um

grupo de intelectuais, mas da dinâmica cultural da cidade e suas redes de sociabilidade, tais

como os salões, cafés, clubes, livrarias, escolas, incluindo também as festas populares e as ruas.

PARTE 2

Exposição Internacional de 1922. Pavilhões em construção. Foto Augusto Malta. Arquivo

Fundação Museu da Imagem e do Som.

JOSÉ RICARDO NEVES FACRERio de Janeiro, 1963Engenheiro florestal

Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1987

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

A revista Estética, lançada em 1924, dirigida por Sérgio Buarque de Holanda e Prudente de Moraes,

é considerada um dos porta-vozes do Modernismo no Rio de Janeiro. Publicações humorísticas –

como a D. Quixote (1917-27), dirigida por Bastos Tigre, foram expressões dessas novas ideias.

O início da Primeira Guerra Mundial deu impulso a todos os setores da vida nacional e a

construção civil não deixou de acompanhar o ritmo desse crescimento. Na capital federal era

intenso o movimento nos canteiros de obras, e data dessa época a maior produção de Adolfo

Morales de los Rios Filho, Ângelo Brunhs, Archimedes Memória, Emilio Baumgart, Edison Passos e

outros arquitetos e engenheiros.

Hotel Copacabana Palace. Arquiteto Joseph Gire. Rio de Janeiro, 1923. Cartão-postal. Arquivo particular.

O movimento modernista de 1922 compreendeu, no campo das letras e das artes, uma afirmação da brasilidade. Representou o desejo de fazer de diversas linguagens artísticas uma expressão da nacionalidade. Heitor Villa-Lobos causa impacto quando incorpora à sua orquestra elementos musicais das culturas indígena e negra, tais como instrumentos de congada, tambores e uma folha de zinco vibratória. Identificado com a idéia da utilização da cultura como mecanismo de integração social, Villa-Lobos realiza intensa campanha pela educação musical, promovendo o canto orfeônico nas escolas e realizando monumentais apresentações nas quais reunia, durante o Estado Novo, milhares de alunos e professores em amplos espaços abertos.

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A Revolução de 30 e a modernização do paísA Revolução de 30 marcou uma importante mudança

no que diz respeito à centralização de poder e ao

intervencionismo econômico, bem como ao papel do

Estado na formação de uma identidade nacional. A nova

estrutura política não seria mais a expressão imediata da

hierarquia social e econômica das oligarquias. O chefe do

executivo, Getúlio Dornelles Vargas, promoveu a abertura

do Estado à participação dos diferentes grupos nele

integrados, não mais como blocos regionais, mas como

participantes de campos específicos de interesse.

A questão da educação esteve no centro das preocupações

dos vencedores de 1930, cujo objetivo era formar uma

elite intelectualmente bem preparada para esse novo

empreendimento. Com esse propósito, foi criado o

Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, em

14 de novembro de 1930, integrado por duas correntes

opostas de intelectuais: a dos reformadores liberais e a dos

pensadores católicos. Coube aos educadores liberais, como

Fernando Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho, o

papel primordial do ensino público gratuito, sem distinção

de sexo, expresso no Manifesto da Escola Nova.

PARTE 2

Estação D. Pedro II. Arquiteto Roberto Magno de Carvalho. Rio de Janeiro, 1943. Cartão-postal. Arquivo particular.

ATILIO CORRÊA LIMALivro do Mérito, 1958. Roma, Itália, 1901

ArquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1925

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Esse novo modelo de Estado se vinculou paulatinamente à influência das ideias

autoritárias, culminando com a implantação do Estado Novo em 1937. Os apelos

simbólicos e as concessões econômicas às massas trabalhadoras seriam a tônica do

getulismo no primeiro governo Vargas. O favorecimento à burguesia também não

correspondeu a choque aberto com o setor dominante no campo.

O Estado Novo empreendeu uma política de substituir importações pela

produção interna e de estabelecer uma indústria de base, com grande incentivo à

industrialização, associada ao nacionalismo. A Constituição de 1937 reservava aos

brasileiros a exploração das minas e quedas d’água. Determinava que a lei regulasse a

sua nacionalização progressiva, assim como a das indústrias consideradas essenciais

à defesa econômica ou militar. Estabelecia também que só poderiam funcionar no

país bancos e companhias de seguros cujos acionistas fossem brasileiros. Concedia-

se às empresas estrangeiras um prazo, a ser fixado por lei, para que se transformassem

em nacionais. A produção do aço e a exploração do petróleo são particularmente

significantes para se compreender a política de investimentos estatais nas indústrias

de base, tendo, cada uma delas, um tratamento diverso por parte do governo.

PAULO FERREIRA SANTOSRio de Janeiro, 1904Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1926

Antigo Ministério da Educação e Saúde Pública, hoje Palácio Gustavo Capanema. Arquitetos Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Machado Moreira, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, com consultoria de Le Corbusier e engenheiro Emílio Baumgart. Rio de Janeiro, 1945. Arquivo particular.

Marcas da Era Vargas foram deixadas na paisagem urbana da cidade do Rio de Janeiro, principalmente nos palácios construídos para abrigar os ministérios e órgãos públicos da nova administração.

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O concreto armado revoluciona a construção civil

PARTE 2

O edifício do jornal À Noite, projeto do arquiteto Joseph Gire, com estrutura de concreto armado do engenheiro civil Emílio Baumgart, além de ser um ícone do uso pioneiro dessa tecnologia na engenharia nacional, sediou a Rádio Nacional, inaugurada em 1936. A Rádio Nacional teve uma função exemplar na divulgação da ideologia do Estado Novo, com a pioneira utilização deste tipo de mídia por Getúlio Vargas, bem como respondeu pela uniformização de um padrão cultural nacional a partir dos elementos da cultura popular.

Edifício À Noite. Arquiteto Joseph Gire e engenheiro Emílio Baumgart. Praça Mauá, Rio de Janeiro, RJ, 1930. Cartão-postal. Arquivo particular.

A utilização industrial do concreto armado nos primeiros anos do século

XX revolucionara a construção civil em todo o mundo. O concreto

possibilitava uma plasticidade e uma durabilidade que rapidamente

mudou paradigmas seculares presentes na construção. Sem ele, como seria

possível erguer grandes edifícios industriais e residenciais? Misturando-se

argamassa (baseada em cimento), agregados e armadura de ferro, chega-

se ao concreto armado, que possibilita inúmeras vantagens, entre elas, a

resistência a efeitos térmicos e à compressão.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Edifício Hotel Serrador. Arquiteto Stélio Alves de Souza. Rio de Janeiro, RJ, 1944. Cartão-postal. Arquivo particular.

O primeiro edifício construído sobre pilotis foi projetado pelo arquiteto Stélio Alves de Souza, no Rio de Janeiro, em 1931.

GREGORI WARCHAVCHIKOdessa, Rússia, 1896ArquitetoRegio Istituto Superiore di Belle Arti, Roma, 1920

Primeira casa modernista do Rio de Janeiro. “Alguma coisa de novo para se ver!”

(O Jornal, Rio de Janeiro, 23 out. 1931)

Em 22 de outubro de 1931, é inaugurada a exposição da primeira

casa modernista do Rio de Janeiro, projetada e construída pelo

arquiteto Gregori Warchavchik, na rua Tonelero, 138, Copacabana.

Compareceram ao curioso acontecimento, o arquiteto Frank

Lloyd Wright, o escultor Celso Antônio, o pintor Cândido

Portinari, o poeta Manuel Bandeira, o arquiteto Lúcio Costa,

os srs. Herbert Moses, Renato Villela, Jorge Machado Moreira e

os membros do Diretório Acadêmico da Escola de Belas Artes,

arquitetos, engenheiros, pintores, escultores e muitas outras

pessoas. (Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 23 out. 1931).

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As mudanças na capital federal e no interior do estado do Rio de Janeiro A partir de 1930, a intervenção do Estado se faz presente na capital federal, por meio de importantes reformas urbanas realizadas

na gestão dos prefeitos Pedro Ernesto e Henrique Dodsworth. O traçado urbano é modificado, ocorre um surto de crescimento e a

ocupação da zona sul da cidade do Rio de Janeiro se torna uma realidade. A construção de grandes edifícios públicos foi uma das marcas

desse período na paisagem urbana, com a sede do Ministério do Trabalho, na avenida Presidente Antonio Carlos, recém-inaugurada.

No interior do estado do Rio de Janeiro, a construção de estradas de rodagens, hidrelétricas, como a de Macabu, a criação da

Companhia Nacional de Álcalis, em Arraial do Cabo, e a da Fábrica Nacional de Motores, em Duque de Caxias, marcam a expansão dos

investimentos públicos no território fluminense. A Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, projetada durante os tempos

de guerra e inaugurada no segundo Governo Vargas (1951/1954) foi um ícone desse período, pois que, uma construção arrojada,

representou a possibilidade de barateamento de vários tipos de aço utilizados na construção civil.

PARTE 2

Ministério do Trabalho. Arquiteto Mário dos Santos Maia.

Rio de Janeiro. Inaugurado em 1938. Arquivo particular.

CELSO FRANCORio de Janeiro, 1950

Engenheiro eletricistaEscola de Engenharia, Universidade Gama Filho, 1975

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

A história da implantação da grande indústria siderúrgica é obra do Estado Novo – a criação da

Usina de Volta Redonda e a sua constituição ficaram definidas em julho de 1940, sendo que a

questão do petróleo encontra um desfecho somente no segundo governo Vargas, com a criação

da Petrobras, em outubro de 1953.

Em 9 de abril de 1941, é fundada a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que inicia suas

operações em 1 de outubro de 1946, tendo sido privatizada em abril de 1993.

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Volta Redonda, Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/data.

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Engenheiros, arquitetos e agrônomos na invenção de uma nova ordem nacionalA realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra especializada, tornando-se imperativo

investir na educação. Em 1930 foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, responsável

pela organização do ensino secundário e criação das primeiras universidades brasileiras, medidas

conhecidas por “Reforma Francisco Campos”, nome do então ministro da Educação de Getúlio

Vargas. Nesse período, Lúcio Costa, como diretor da Escola Nacional de Belas Artes, realiza a iniciativa

pioneira de introduzir o ensino da arquitetura moderna no Brasil, através da contratação do arquiteto

russo, graduado em Milão, Gregori Warchavchik. Em 29 de dezembro de 1929, Lúcio Costa concede

entrevista ao arquiteto Gerson Pompeu Pinheiro, recém-formado e doublé de repórter e caricaturista,

publicada no jornal O Globo, em que declara:

PARTE 2

Embora julgue imprescindível uma reforma em toda a Escola,

aliás como é do pensamento do governo, vamos falar um pouco

de arquitetura. Acho que o curso de arquitetura necessita de uma

transformação radical. Não só o curso em si, mas os programas

das respectivas cadeiras e principalmente a orientação geral

do ensino. A atual é absolutamente falha. A divergência entre

a arquitetura e a estrutura, a construção propriamente dita, tem

tomado proporções simplesmente alarmantes. Em todas as

grandes épocas as formas estéticas e estruturais se identificaram.

Nos verdadeiros estilos, arquitetura e construção coincidem

[...] Fazemos cenografia, “estilo”, arqueologia, fazemos casas

espanholas de terceira mão, miniaturas de castelos medievais,

falsos coloniais, tudo, menos arquitetura.Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Morais – “Pedregulho”. Arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Rio de Janeiro, RJ, 1958. Arquivo particular.

HELIO CREDERMedalha do Mérito, 2001. Livro do Mérito, 2006. Santa Bárbara, MG, 1926

Engenheiro eletricista e militarEscola Técnica do Exército, 1958

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Para a engenharia e a arquitetura nacionais, esses tempos foram marcados por novos postulados, uma nova estética, valorização do

princípio associativo e de militância classista, criação de escolas e entidades, e a luta pela regulamentação profissional. A realização,

em 1930, do IV Congresso Pan-americano de Arquitetos, na cidade do Rio de Janeiro, expressa a efervescência da arte e arquitetura

nacionais iniciada nos anos 1920, em que se destacam a visita do arquiteto modernista Le Corbusier, em 1929, bem como o embate

entre as correntes neocolonial, proposta por José Marianno Carneiro da Cunha Filho, e a modernista, conduzida por Gregori

Warchavchik, com a vitória da segunda sobre a primeira, durante esse Congresso.

O esforço pela modernização industrial, a ampliação de novos cursos de nível superior, com diversificada formação técnica, e a criação

de instituições vinculadas ao Estado, ampliaram consideravelmente o mercado de trabalho dos arquitetos e engenheiros nas áreas

públicas – ministérios e órgãos de assessoramento do governo federal –, como também na esfera privada. No pós-30, os profissionais

do Sistema assumiram uma posição de liderança na modernização da sociedade, pois atrelados ao setor urbano-industrial, o prestígio

e espaço de atuação dos engenheiros era proporcional ao crescimento das indústrias e das cidades brasileiras no século XX.

O desenvolvimento da engenharia, da arquitetura e demais modalidades profissionais, as mudanças nos processos de construção

com os quais se implantavam as novas estruturas metálicas, o concreto armado, além de muitos outros novos processos, exigiam

definido grau de especialização. Àquela época, os profissionais formados ainda sofriam forte concorrência de leigos e profissionais

estrangeiros, formados ou não. Era preciso, portanto, disciplinar o mercado de trabalho e valorizar o profissional brasileiro.

Presidente Getúlio Vargas visita a obra de construção da garagem subterrânea do Ministério da Fazenda, na Esplanada do Castelo. Rio de Janeiro, RJ, 1941. Arquivo CPDOC/FGV.

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A luta pela regulamentação das profissõesA partir de 1930, lideradas pelas mais atuantes entidades de classe, surgiram movimentos

em prol da regulamentação das profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor. Em

1932, o ministro do Trabalho recebeu do Sindicato Nacional de Engenharia o “Anteprojeto

de lei regulamentando o exercício da profissão de engenheiro, arquiteto e agrimensor”. O

documento – publicado com poucas modificações no Diário Oficial de 14 de abril desse ano,

resultou da participação de outras entidades de classe, entre as quais o Clube de Engenharia

do Rio de Janeiro e de Pernambuco, o Instituto de Engenharia de São Paulo, a Sociedade

Mineira de Engenheiros, a Associação de Engenheiros Civis da Bahia, o então Instituto Central

dos Arquitetos e o Instituto Mineiro de Arquitetura.

Nos anos subsequentes, os debates sobre a forma da nova lei prosseguiram através de

comissões integradas por renomados profissionais, entre os quais: o diretor geral do

Departamento Nacional do Povoamento do Ministério do Trabalho, Engenheiro Dulphe

Pinheiro Machado; Adolfo Morales de los Rios Filho, do Instituto Central dos Arquitetos;

Augusto Varella Cursino, da Associação dos Construtores Civis; Cezar do Rego Monteiro

Filho, do Sindicato Nacional dos Engenheiros; Domingos José da Silva Cunha, da Sociedade

Brasileira dos Engenheiros; José Cezário Monteiro Lins, do Instituto de Engenharia de São

Paulo; José Furtado Simas, da Associação Brasileira de Concreto; José Luiz Mendes Diniz, do

Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; e Luiz Simões Lopes, pela classe dos agrônomos, cuja

profissão foi regulamentada em 12 de outubro de 1933, pelo decreto nº 23.196. A partir desse

marco histórico, além dos cursos superiores serem exigidos para o exercício profissional, as

profissões técnicas são também reconhecidas pelo Ministério da Educação e Saúde Pública.

PARTE 2GILDA MARIA TEIXEIRA UFLAKER

Rio de Janeiro, 1927Engenheira eletricista e engenheira civil

Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1951

Como resultado das ações das entidades profissionais de então: Clube de Engenharia, Sindicato Central dos Engenheiros, Instituto Central de Arquitetos, todos sediados no Rio de Janeiro, capital da República, foi criado, através do decreto federal nº 23.569 de 11 de dezembro de 1933, o Sistema Confea/Crea, regulamentando o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor. As profissões de geólogo, geógrafo, meteorologista, tecnólogo e técnico, foram regulamentadas posteriormente.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Como resultado da conjugação de esforços entre o governo e o espírito associativo das entidades

de classe, em 11 de dezembro de 1933, o decreto nº 23.569 regulamentava o exercício das

profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor e dispunha sobre a fiscalização dos serviços

desenvolvidos por engenheiros, arquitetos e agrimensores, a cargo do Conselho Federal de

Engenharia e Arquitetura (Confea) e dos Conselhos Regionais (Creas), criados por esse mesmo

decreto.

STÉLIO ALVES DE SOUZABelém, PA, 1905Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930

Datas comemorativas dos profissionais do SistemaDia do Engenheiro Cartográfico – 6 de maio

Dia do Geógrafo – 29 de maio

Dia do Geólogo – 30 de maio

Dia do Engenheiro Agrimensor – 4 de junho

Dia do Engenheiro Florestal – 12 de julho

Dia do Engenheiro Sanitarista – 13 de julho

Dia do Engenheiro Químico – 20 de setembro

Dia do Técnico Industrial – 23 de setembro

Dia do Engenheiro Agrônomo – 12 de outubro

Dia do Meteorologista – 14 de outubro

Dia do Engenheiro Agrícola – 27 de outubro

Dia do Técnico em Eletrônica e do Técnico Agrícola – 5 de novembro

Dia do Engenheiro Eletricista – 23 de novembro

Dia do Eng. de Segurança e do Técnico de Segurança do Trabalho – 27 de novembro

Dia do Engenheiro, do Arquiteto e do Agrônomo – 11 de dezembro

Dia do Eng. de Pesca, do Eng. Avaliador e do Perito em Engenharia – 14 de dezembro

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PARTE 2

A representação do Sistema na Assembleia Nacional Constituinte de 1933Em 23 de abril de 1934 é realizada a sessão solene de instalação do Conselho Federal de

Engenharia e Arquitetura, com sede na capital federal, cujo presidente seria indicado pelo

presidente da República. Coube ao Confea a organização e disposição dos primeiros Conselhos

Regionais de Engenharia e Arquitetura. Os Conselhos Regionais foram inicialmente divididos

em oito grandes regiões – 1a. Região: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e território do Acre,

sede em Belém; 2a Região: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, sede em Recife;

3a Região: Bahia, Sergipe e Alagoas, sede em Salvador; 4a Região: Minas Gerais e Goiás, sede em

Belo Horizonte; 5a Região: Rio de Janeiro, Espírito Santo e Distrito Federal, sede no Distrito Federal;

6a Região: São Paulo e Mato Grosso, sede em São Paulo; 7a Região: Paraná, sede em Curitiba;

8a Região: Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sede em Porto Alegre.

A participação dos engenheiros na Assembleia Nacional Constituinte, oficialmente instalada em

15 de novembro de 1933, revela a importância dessa categoria profissional. Como representante

classista dos engenheiros, o presidente do Confea, Pedro Demóstenes Rache, foi eleito deputado

federal e, nessa condição, foi outorgante da Constituição de 1934, passando a Presidência do

Conselho, ao vice-presidente, Adolfo Morales de los Rios Filho, que permaneceu no cargo de

1934 a 1960. Primeiro, como interino, e a partir de 1935, por escolha do presidente Getúlio Vargas,

com mandatos trienais renovados até 1960.

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PARTE 2

No mesmo edifício projetado pelo arquiteto Adolfo Morales de los Rios para a Escola Nacional

de Belas Artes, na antiga avenida Central, hoje, Rio Branco, na sala dos professores, seria

instalado o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da 5ª Região, no dia 5

de junho de 1934.

Na ata dessa primeira sessão do Conselho, que compreendia o Distrito Federal e os estados do

Rio de Janeiro e Espírito Santo, podemos destacar a posição dos profissionais, no discurso de seu

presidente, engenheiro civil Dulphe Pinheiro Machado:

Nasce o Crea-RJ sob o signo da modernidade e do espírito associativo

[...] uma nova era se abriu para as nossas classes e vamos integrá-las no ritmo de renovação que ora agita todas as camadas sociais. Dulphe Pinheiro Machado.

O Conselho Regional, nesta fase inicial de atividades, nesta vertiginosa evolução da classe do engenheiro e do arquiteto, terá, a meu ver, que esforçar-se bastante e de agir, dentro da autonomia que lhe é própria, [...] orientado sempre por uma ação de equilíbrio verdadeiramente organizadora de controle coletivo, terá de revelar o mais sincero espírito de solidariedade e de coesão.[...] A lei que vamos fazer cumprir resume a média das aspirações gerais sem exclusivismos descabidos e sem transigências indefensáveis [...] nova era se abriu para nossas classes. Vamos integrá-las no ritmo de renovação que ora agita todas as camadas sociais [...], de modo a deixá-las desafogadas e livres num ambiente de verdadeira confiança e de inabalável fé no futuro.[...] O Governo Provisório cercou o Conselho de grande soma de prestígio, facultando-lhe prerrogativas de maior valia e proporcionou às profissões de engenheiro e de arquiteto, elementos novos de incontestável vitalidade.Escadaria da antiga Escola Nacional de Belas Artes,

hoje, Museu Nacional de Belas Artes. Avenida Rio Branco, 199, Rio de Janeiro, RJ. Local da primeira sessão de instalação do Crea-RJ, em 1934. Foto: Zeca Linhares.

MAURICIO JOPPERT DA SILVAMedalha do Mérito, 1961. Rio de Janeiro, 1890

Engenheiro civil e geógrafoEscola Politécnica, 1915

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Nessa ocasião foram eleitos o vice-presidente, o

secretário e o tesoureiro do conselho, tendo tomado

posse os conselheiros: arquitetos Salvador Duque

Estrada Batalha, Affonso Eduardo Reidy e Fernando

Nereu de Sampaio; e os engenheiros Antonio H.

Marcolino Fragoso, Dulcídio de Almeida Pereira,

Jeronymo Monteiro Filho, João Gonçalves Pereira,

Ruy Maurício de Lima e Silva e Maurício J. da Silva. A

diretoria era composta pelo presidente, engenheiro

civil Dulphe Pinheiro Machado, vice-presidente,

engenheiro civil João Gonçalves Pereira Lima,

secretário, arquiteto Fernando Nereu de Sampaio, e

tesoureiro, arquiteto Salvador Duque Estrada Batalha.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Fachada do Museu Nacional de Belas Artes. Foto: Zeca Linhares.

Ata da instalação e eleição da Diretoria do Crea 5ª Região.

Cedoc/Crea-RJ.

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Mulheres entram em cena e fazem a diferençaDesde o movimento sufragista brasileiro do início do século XX, liderado pela bióloga e zoóloga

Berta Lutz, fundadora da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, ao lado de Carmem Portinho,

Stela Guerra Duval, Maria Amália Bastos, as mulheres brasileiras vêm conquistando o seu direito

à cidadania e colocando-se na vanguarda dos principais movimentos sociais, com destacada

importância nos movimentos em prol da democracia e dos direitos humanos. No campo do saber

tecnológico, o lugar da liderança feminina é também uma realidade em nosso país, personificado

nas figuras emblemáticas da engenheira agrônoma Johanna Döbereiner, a brasileira mais citada pela

comunidade científica mundial, da engenheira civil Carmem Velasco Portinho, primeira mulher a

receber o título de urbanista no Brasil, entre tantas outras que fizeram a história do Sistema Confea-

Crea e da autonomia tecnológica brasileira.

PARTE 2WLADIMIR ALVES DE SOUZA

Belém, PA, 1908Engenheiro arquiteto

Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930

Johanna Döbereiner nasceu em 28 de novembro de 1924, na Tchecoslováquia. Estudou Agronomia na Universidade de Munique, emigrando para o Brasil em 1951, quando começou a trabalhar no Laboratório de Microbiologia de Solos do antigo DNPEA do Ministério da Agricultura, localizado em Seropédica. Tornou-se cidadã brasileira em 1956, e completou sua pós-graduação na Universidade de Wisconsin, em 1963. Em 1979, Johanna Döbereiner tornou-se Cidadã Honorária do Rio de Janeiro, e em 1997 foi indicada para o Prêmio Nobel de Química, entre outros prêmios e distinções. Além da sua enorme contribuição científica, sua liderança e entusiasmo têm sido muito importantes, não somente para o Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia, que é um produto direto da sua liderança, mas também para todos os cientistas que ela treinou, muitos dos quais também alcançaram posições de destaque na comunidade científica.

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46

As pioneiras do Crea-RJA história da conquista do direito da mulher brasileira à cidadania é um

capítulo importante da trajetória do Crea-RJ, e vice-versa. No mesmo

período da criação do Conselho fluminense, as mulheres conquistam o

direito ao voto, participando, pela primeira vez, das eleições em 1934. Data

desse mesmo ano, o ingresso das primeiras mulheres no Crea-RJ, cujo

registro pioneiro cabe à engenheira civil Elza Osborne, então Elza Martins

Gomes de Pinho.

Engenheira civil ELZA PINHO OSBORNEEscola Politécnica, 26.06.1934Registro em 21.09.1934

Arquiteta RUTH FIGUEIREDO R. DA LUZEscola Nacional de Belas Artes, 08.01.1934Registro em 16.11.1934

Engenheira civil CARMEN VELASCO PORTINHOEscola Politécnica, 30.04.1926Registro em 06.12.1934

Arquiteta DULCE VIANNA DE ANDRADEEscola Nacional de Belas Artes, 31.12.1932.Registro em 19.2.1935

Arquiteta DEA TORRES DE PARANHOSEscola Nacional de Belas Artes, 22.12.1934.Registro em 10.6.1935

Engenheira civil GALBA DE BOSCOLIEscola Politécnica, 03.08.1934Registro em 25.6.1935

Arquiteta HELENA MAYERHOFEREscola Nacional de Belas Artes, 06.12.1934Registro em 01.10.1940

Arquiteta DANUZIA PINHEIRO RIBEIROEscola Nacional de Belas Artes, 15.03.1929Registro em 28.12.1946

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

AFFONSO EDUARDO REIDYParis, França, 1909Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930

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PARTE 2FRANCISCO DE PAULA LOPES BOLONHA

Belém, PA, 1923Arquiteto

Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1945

Elza Osborne foi a primeira mulher engenheira a administrar quadros do funcionalismo da Prefeitura do Distrito Federal. Foi a responsável por diversas obras na zona oeste, então zona rural, como a construção do viaduto Engenheiro Alim Pedro, Teatro de Arena, Teatro Arthur Azevedo, o anfiteatro da Praça Filomena, entre outras. No teatro, escreveu inúmeras peças, entre elas Zé do Pato, que deu ao Teatro Rural do Estudante 11 prêmios em disputa no I Festival Nacional de Teatro.

Lona Cultural Elza Osborne, Campo Grande, Rio de Janeiro. Foto: Zeca Linhares.

O Crea-RJ foi também pioneiro na manifestação formal da questão de gênero no Sistema Confea/Crea, por

meio da assinatura do Programa Pró-Equidade, firmado com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres,

em 12 de novembro de 2009.

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48

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

MARCELLO ROBERTORio de Janeiro, 1908Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1930

Carmen Velasco Portinho nasceu em 1903, em Corumbá, Mato Grosso. Ingressou no curso de Engenharia da Escola Politécnica da Universidade do Brasil, pelo qual concluiu a graduação em 1925, sendo a terceira mulher a se formar em engenharia no país. Começou a vida profissional na Diretoria de Obras e Viação da prefeitura do Rio de Janeiro, e ao longo da vida foi uma das mais notáveis defensoras dos direitos das mulheres no país, fundando em 1929 a União Universitária Feminina, e em 1937, a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas. Em 1936, concebeu o anteprojeto para a construção de Brasília e foi a primeira mulher a receber o título de urbanista no Brasil, pela extinta Universidade do Distrito Federal, com diploma assinado por Mário de Andrade. Durante a década de 1940 chefiou o Departamento de Habitação Popular. Posteriormente, dirigiu o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Escola Superior de Desenho Industrial, de 1967 a 1988. Carmen Portinho faleceu em 2001, aos 98 anos.

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49

A força crescente das mulheres no Crea-RJA inserção das mulheres no Conselho desde 1934 vem seguindo uma trajetória ascendente, com lugares

cada vez maiores ocupados pelas mulheres técnicas e profissionais da engenharia, arquitetura, agronomia,

geologia, meteorologia e geografia no mercado de trabalho. O reconhecimento da mulher profissional, e o

seu papel decisivo na soberania tecnológica brasileira, bem como na construção de uma sociedade melhor,

é hoje um marco da atuação do Crea-RJ, através do seu GT Mulher. Criado em 1986, esse Grupo de Trabalho

tem como principais objetivos promover a consciência participativa das mulheres do sistema Confea/Crea

pelo seu reconhecimento como agentes comprometidas com os interesses sociais e humanos, incentivar a

sua participação em todas as esferas do Conselho, assim como garantir formação qualificada e continuada

no exercício profissional. O Fórum da Mulher, promovido por esse grupo de trabalho, é um exemplo do

grande potencial da participação feminina nos destinos do Crea-RJ no século XXI.

PARTE 2LÚCIO COSTA

Livro do Mérito, 1998. Marselha, França, 1902.Engenheiro arquiteto

Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1931.

Clara Steinberg: abrindo caminho para novas gerações

Clara Perelberg Steinberg nasceu em 15 de Janeiro de 1924. Ingressou na Escola

Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, na qual concluiu os cursos

de Engenharia Civil e Engenharia Industrial (modalidade Química) em 1946 e

Engenharia Econômica em 1963. Desenvolveu muitos projetos nas empresas

do Grupo Servenco, do ramo da construção civil, e participou ativamente de

diversas associações profissionais e culturais, entre elas a Associação Brasileira

para o Desenvolvimento da Mulher, da qual foi fundadora em 1984, Academia

Nacional de Engenharia, Clube de Engenharia do Rio de Janeiro. Em 1997, criou

o Instituto Rogerio Steinberg para dar apoio especializado às crianças carentes e

desenvolver talentos. Vem recebendo distinções ao longo de sua vida, entre elas

a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, concedida em 1995, o prêmio Ao Eminente

Engenheiro do Ano, em dezembro 1999, pelo Clube de Engenharia, e a Medalha

do Mérito Profissional, homenagem do Crea-RJ, em 2002.

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50

Tempos de guerra e tempos de pazApós o fim da Segunda Guerra, o Brasil passaria por mudanças significativas em

sua estrutura produtiva. Houve uma maior diversificação da atividade industrial,

que sofreu um impulso ao longo do conflito mundial devido à necessidade

de substituição das importações. Ao mesmo tempo em que a indústria se

fortalecia, o Estado passava a assumir um papel fundamental, implementando

políticas de desenvolvimento econômico. Esse processo, iniciado no governo

Vargas (1951-1954) e acelerado no governo JK, correspondeu ao surgimento

de novos segmentos intelectuais com perfil diferente daqueles de formação

essencialmente humanística. Surgiam novos grupos de influência constituídos

por profissionais com conhecimentos tecnocientíficos, muitos deles engajados

na formulação de políticas de desenvolvimento. Paralelamente, intensificava-

se o processo de formação de uma sociedade que reclamava não só bens de

consumo, mas também bens culturais.

Os anos compreendidos entre o fim do Estado Novo (1945) e o segundo

governo Vargas (1951) representaram um interregno para as tendências

estatizantes até então vigentes no campo da política econômica, em nome da

euforia “democratizante” que se opunha a todos os vestígios de autoritarismo.

Nesse momento, rearticulam-se as forças conservadoras partidárias do

arrefecimento da industrialização pesada e da reintegração do país ao “livre

comércio” internacional. Porém, o retorno de Vargas ao poder pelo voto

popular, em 1951, correspondeu à tentativa de implantação de um projeto

nacional popular de desenvolvimento econômico.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

FIRMINO SALDANHASantana do Livramento, RS, 1906Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1931

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PARTE 2

Chegada dos primeiros aviões a jato ao Brasil. Campo de aviação de Santa Cruz, 1953. Arquivo CPDOC/FGV.

HELOISA FRAENKELLivro do Mérito, 2007. Rio de Janeiro, 1923

Engenheira civilEscola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1948

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Indústria têxtil. Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/ data.

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53

PARTE 2

No segundo Governo Vargas (1951-1954), a industrialização acelerada como condição de

progresso social era a meta. Com essa finalidade, o Estado armou-se de novas instituições e

instrumentos capazes de viabilizá-la, calcado em quatro elementos básicos: 1) elaboração de

um plano de desenvolvimento, integrando agricultura, indústria pesada e a emergência das

massas; 2) afirmação da empresa pública como fator de dinamização do desenvolvimento;

3) fundação de um banco de investimento, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

(BNDE), constituído como agente do Tesouro para as operações financeiras de longo prazo;

4) articulação entre empresários e Estado, não mais nos moldes corporativistas.

Refinaria da Petrobras, Duque de Caxias, Rio de Janeiro, 1977. Arquivo Crea-RJ.

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54

O petróleo é nosso!

Em dezembro de 1951, Getúlio Vargas concebeu um projeto para estabelecer o monopólio estatal

do petróleo, gerando a campanha nacional “O petróleo é nosso”, da qual participaram diversos

setores da sociedade – militares, intelectuais, estudantes universitários, imprensa, Congresso

Nacional e sindicatos, resultando na criação da Petrobrás em outubro de 1953, empresa brasileira

de exploração e refino de petróleo.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Plataforma na baía de Guanabara, Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.

Plataforma de Macaé, Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/ data.

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55

PARTE 2

Na comemoração do Primeiro de Maio de 1951, Vargas proferiu um discurso em que explicitava sua intenção de se apoiar nos trabalhadores para realizar uma política nacionalista, que priorizasse a industrialização do país. Tal associação entre o trabalhismo e o nacionalismo econômico foi expressa na campanha “O Petróleo é Nosso” e na criação da Petrobras.

FÁBIO DE MACEDO SOARES GUIMARÃESRio de Janeiro, 1906

Engenheiro geógrafo e civil. Licenciado em Geografia e HistóriaEscola Politécnica, Univ. do Brasil, 1928. Faculdade Nacional de Filosofia, Univ. do Brasil, 1940

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

O presidente Juscelino Kubitschek na capa da revista O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 7 de maio de 1960. Arquivo particular.

JORGE MACHADO MOREIRAParis, França, 1904Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1932

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Os Anos JK (1956-1960) foram de estabilidade política e de otimismo, marcados por altos índices de

crescimento econômico e pelo sonho realizado da construção de Brasília. Os “cinquenta anos em

cinco” da propaganda oficial repercutiram em amplas camadas da população. Foi sob a égide do

Plano de Metas, lançado na segunda metade dos anos 1950, que o país ingressou em sua fase de

economia industrial avançada, concretizando-se uma estrutura monopolista específica que articulou,

de modo peculiar, a empresa multinacional, a empresa privada nacional e a empresa pública.

A expressão nacional-desenvolvimentismo, em vez de nacionalismo, sintetizava uma política

econômica que tratava de conciliar o Estado, a empresa privada nacional e o capital estrangeiro

para promover o desenvolvimento, com ênfase na industrialização. Uma industrialização calcada

na produção de bens de consumo duráveis, em que a instalação da indústria automobilística foi

a marca indelével desse projeto desenvolvimentista.

Os anos 1950 foram particularmente favoráveis ao florescimento das artes e da literatura,

principalmente para as classes médias urbanas que viviam o boom de desenvolvimento industrial

e de otimismo pós-guerra, iniciado no segundo governo Vargas, e acelerado no governo JK,

no período de 1956 à 1960. Esse processo correspondeu ao surgimento de novos segmentos

intelectuais, com perfil diferente daqueles de formação essencialmente humanística, com

novos grupos de influência constituídos por profissionais com conhecimentos tecnocientíficos,

muitos deles engajados na formulação de políticas de desenvolvimento. A produção cultural

caracterizou-se pela valorização do popular como o fundamento mais genuíno da nacionalidade

brasileira, sintonizado com o espírito nacionalista que crescia na época e com a crença nas

possibilidades de desenvolvimento e transformação do país.

Um novo Crea-RJ nos Anos JK

PARTE 2

O governo JK promoveu uma ampla atividade do Estado tanto no setor de infraestrutura como no incentivo direto à industrialização, mas assumiu também abertamente a necessidade de atrair capitais estrangeiros, concedendo-lhes inclusive grandes facilidades.

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Como nos primeiros anos republicanos, quando a cidade do Rio de Janeiro fora remodelada para

sediar uma capital federal que se pretendia “europeia”, Brasília pode ser considerada a cidade-

síntese do período áureo do nacional-desenvolvimentismo e da estética modernista. No governo

de Juscelino Kubitschek, o automóvel tornou-se um dos ícones do seu projeto desenvolvimentista,

sinônimo de sucesso e de um estilo de vida que correspondia à inserção definitiva das capitais

brasileiras nos moldes das sociedades urbano-industriais. Emblemático do modelo sociocultural

dos anos JK, o automóvel passou a exercer um verdadeiro fascínio, alimentando no imaginário

coletivo da sociedade brasileira expectativas de crescimento pessoal e de realização.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Com o aceleramento do nacional-desenvolvimentismo dos Anos JK, aumentava a demanda por engenheiros especializados em diversos e novos setores, acarretando ao Sistema Confea-Crea inúmeras deliberações voltadas para a fiscalização do exercício profissional.

Criação da indústria automobilística nacional nos Anos JK. Linha de montagem de automóveis, 1960. Arquivo Nacional.

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PARTE 2HENRIQUE EPHIM MINDLIN

São Paulo, SP, 1911Engenheiro arquiteto

Escola de Engenharia Mackenzie, 1932

Belacap versus Novacap: Brasília e Guanabara como ícones da modernidade nacionalA transferência da capital para Brasília ocorreu em 21 de abril de 1960, data em que também foi

criado o estado da Guanabara, em substituição ao antigo Distrito Federal. Porém, desde o início do

governo de Juscelino Kubitschek, em 1956, essa foi a principal meta do seu governo, expressa na

realização do concurso nacional para a escolha do plano piloto da capital e a criação da Companhia

Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Metáfora das disputas partidárias entre Carlos Lacerda e

JK, Brasília, chamada Novacap, era acusada pelos udenistas como responsável por todas as mazelas

nacionais, o que era rebatido pelos petebistas, que colocavam a antiga capital, apelidada Velhacap,

como a vilã de todos os vícios de um Brasil arcaico que exigia mudanças. Contagiada por essa falsa

dualidade, a intelligentzia carioca, defensora da força do Rio de Janeiro como base formadora da

cultura nacional, investiu como nunca na imagem da “cidade maravilhosa cheia de encantos mil”,

para além das inúmeras mazelas que assolavam o Rio de Janeiro na época.

Tanto em oposição à Novacap, como também ao desprestigioso título de Velhacap, nasceu a Belacap,

versão idealizada de cidade cordial e amorosa construída nas areias de Copacabana, em oposição à

terra vermelha do Planalto Central. Espelhada na decantada beleza natural da cidade, musa eterna do

poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade:

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

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Minha cidade do Rio,

meu castelo de água e sol,

a dois meses de mudança

dos dirigentes de prol;

minha terra de nascença

terceira, pois foi aqui,

em êxtase, alumbramento,

que o mar e seus mundos vi;

...................................

cidade que tantos bens

deste a todos, e tão pouco,

em gratidão e carinho,

agora te dão em troco;

...................................

Rio antigo, Rio eterno,

Rio-oceano, Rio amigo

O governo vai-se? Vá-se!

Tu ficarás e eu contigo.

(Carlos Drummond de Andrade.“Canção do fico”, 21-2-1960)

Parque do Flamengo. Arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

O fato é que antiga capital, repaginada como a cidade-estado da Guanabara,

foi objeto de profundas intervenções urbanas e melhoramentos, entre os anos

de 1960 e 1965, com a construção de túneis, aterros, escolas, estações de água

e esgoto e o Parque do Flamengo, inaugurado em 12 de outubro de 1965, com

1.200 km2, à beira-mar. Obra emblemática do moderno paisagismo brasileiro, com

projeto do arquiteto Affonso Eduardo Reidy e jardins de Roberto Burle Marx, atribui-

se a Carlota de Macedo Soares (Lota) a ideia de ter levado ao governador Carlos

Lacerda a proposta da criação desse grande parque, junto às pistas de rolamento

da ligação centro-sul.

Em meio à grande polarização da Guerra Fria, os últimos anos do governo de JK foram marcados por grande agitação política e social, por forte mobilização das camadas populares no campo e nas cidades, crescimento das atividades sindicais, movimento estudantil e agitação da baixa oficialidade no interior das Forças Armadas. Correspondeu também ao esgotamento do modelo nacional-desenvolvimentista e ao abandono final do plano de estabilização, com Juscelino declarando rompimento do Brasil com o Fundo Monetário Internacional.

ALVARO VITAL BRAZILS. Paulo, SP, 1909Eng. arquiteto - Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1934Engenheiro - Escola Politécnica da Universidade Técnica Federal, 1934

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63

Técnica e ciência a serviço da sociedadeNa virada para o século XX, a vida nas cidades fluminenses, especialmente

nas capitais, foi vertiginosamente alterada por novas tecnologias. O

advento da luz elétrica, o bonde elétrico, o fogão a gás canalizado, o

telefone, entre tantas outras inovações, alteraram profundamente o dia a

dia das pessoas. O aceleramento da urbanização e da industrialização, na

segunda metade do século passado, fez crescer a demanda por serviços

de infraestrutura, levando a criação de empresas públicas para esse fim,

entre as quais a superintendência de Urbanização e Saneamento (Sursan),

inaugurada em 1957. No ano de 1961, em decorrência do caos da falta

d’água na cidade do Rio de Janeiro, a administração pública recorreu a

vultosos empréstimos externos para a construção de novos reservatórios,

e criou a Companhia Estadual de Águas da Guanabara (Cedag). Com

a fusão ao estado do Rio de Janeiro, em 1975, ocorreu a integração

das empresas de saneamento dos dois lados da baía, dando origem à

Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae).

O Instituto de Geotécnica do Rio de Janeiro (Geo-Rio), criado em 1966 pelo

então governador do estado da Guanabara, Francisco Negrão de Lima, é

também um exemplo da ação positiva da engenharia pública na resolução

dos graves problemas urbanos, como os provocados pelos temporais de

1966 e 1967. As maiores enchentes e deslizamentos de terras e pedras

aconteceram em 11 de janeiro de 1966 e 23 de janeiro de 1967, causando

mais de 1.900 óbitos nos dois eventos, atingindo principalmente a cidade do

Rio de Janeiro, então estado da Guanabara, e municípios vizinhos da Baixada

Fluminense e da Serra das Araras e Serra dos Órgãos, na área metropolitana.

PARTE 2

Obras da Geo-Rio. Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.

ALCIDES DA ROCHA MIRANDARio de Janeiro, 1909

Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1932

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A falta de água na cidade do Rio de Janeiro na década de 1960. Arquivo Crea-RJ.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

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Obras de ampliação da Adutora do Rio Guandu, 1975. Arquivo Crea-RJ.

A Adutora do Rio Guandu foi uma das maiores e mais importantes obras de engenharia de sua época. Inaugurada em 16 de dezembro de 1965, com um reservatório de 73 metros de profundidade cravado na rocha, esta obra resolveu a crônica falta d’água na cidade do Rio de Janeiro, tendo com meta abastecer a população carioca até o ano 2000.

PARTE 2

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Os movimentos de terra se devem a razões topográficas e geológicas, mas o principal agente de

sua ocorrência é a ação da água, fazendo com que a maioria dos acidentes ocorra em períodos

de chuvas. Na ocasião, não havia órgãos municipais com estrutura e corpo de profissionais,

principalmente engenheiros e geólogos, para solução de problemas dessa natureza, bem como

não havia recursos orçamentários disponíveis.

A gravidade da situação traumatizou a população, resultando na implantação de uma nova política

de enfrentamento de problemas dessa natureza. Foram então tomadas medidas estruturais, com

realização de obras emergenciais, utilizando-se as técnicas tradicionais com base nos conceitos

vigentes e medidas não estruturais, através da criação do Instituto de Geotécnica, com vistas a

disciplinar, coordenar e fiscalizar a realização de obras em encostas, exercer maior controle sobre

exploração de pedreiras, saibreiras e areais, e elaborar um mapeamento de áreas de risco, entre

outras ações não menos importantes.

Desabamento de pedras de 20 toneladas durante enchente em

1966. Realengo, Rio de Janeiro, RJ. Agência JB.

ERNANI MENDES DE VASCONCELLOSLivro do Mérito, 2005. Rio de Janeiro, 1912Engenheiro arquiteto Escola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1934

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PARTE 2

O Crea-RJ em ritmo de “Brasil Grande”As diferenças políticas entre o regime representativo, vigente

entre 1945 e 1964, e o regime militar são claras. Com o golpe

militar, o Congresso Nacional deixa de ser uma instância decisória

importante, cabendo à alta cúpula do Exército, aos órgãos

de informação e repressão e à burocracia técnica estatal, a

responsabilidade sobre os destinos da nação. O regime, que após o

AI-5 conheceu sua feição mais dura, implantou a censura e reprimiu

duramente os movimentos sociais. Os sindicatos, porém, apesar da

forte repressão, não foram materialmente destroçados. O imposto

sindical permaneceu em vigor, garantindo a sobrevivência, e, com

o passar do tempo, a expansão dos organismos sindicais.

No campo da política econômica, permanências e rupturas

ocorreram em relação aos padrões anteriores de desenvolvimento.

Permaneceu o princípio da forte presença do Estado na atividade

econômica e na regulação da economia, representados pelos

todo-poderosos ministros da economia de então, formuladores

do chamado “milagre brasileiro”. O período compreendido

entre os anos de 1969 e 1973 foi caracterizado por altas taxas

de crescimento econômico e baixa inflação. Reconhecendo as

profundas desigualdades socioeconômicas do país, mas com uma

política de concentração de renda, a justificativa era “fazer crescer

o bolo para depois distribuir”.

Carlos Alberto Torres com a Taça Jules Rimet, em Guadalajara, México, 1970.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

MILTON ROBERTOPetrópolis, RJ, 1914Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Rio de Janeiro, 1934

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PARTE 2

Ponte Rio–Niterói: mérito da engenharia nacional

Desde o final do século XIX se desejava uma ligação entre a antiga província fluminense e a

capital federal. Antes da ponte, para se chegar a Niterói era preciso contornar a baía de Guanabara

até Magé, num percurso de mais de 100 km, tomar as barcas ou as balsas de carro. Em 1963, foi

instalado um grupo de trabalho para realizar esse sonho antigo da engenharia nacional que, entre

outras opções, decidiu-se pela construção da ponte. Com investimentos vultosos, as obras da

ponte começaram em janeiro de 1967 e ela foi inaugurada em 4 de março de 1974, cinco anos e

três meses depois. Projetada pelo escritório do engenheiro Antonio Alves Noronha e por Howard

Needles Tammen and Bergendoff International, Inc. (New York), foi construída pelo consórcio

formado pelas empresas Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Rabello S.A. e Sociedade de Engenharia

e Comércio, representando o mais extenso conjunto estrutural do mundo em obras desse tipo.

Tem 13.290 m de extensão, 8.836 m sobre a baía de Guanabara, 26,60 m de largura, com seis faixas

de rolamento e dois acostamentos de 1,80 m e altura de 72 m acima do mar.

Primeiros veículos atravessando a Ponte Rio–Niterói, Rio de Janeiro, 1974. Agência JB.Montagem do vão central da Ponte Rio–Niterói, Rio de Janeiro. Agência JB.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Esse traço intervencionista não foi sempre igual, variando com os governos, sendo, por exemplo, mais típico no governo Geisel

do que no governo Castelo Branco. O II Plano Nacional de Desenvolvimento do governo Geisel buscava completar o processo de

substituição de importações iniciados há décadas, mudando o seu conteúdo. Já não se tratava agora de substituir a importação

de bens de consumo, mas de avançar no caminho da autonomia da indústria de bens de capital.

O modelo que se esboçara no período Juscelino tomou ampla dimensão. Os empréstimos externos e o estímulo ao ingresso do

capital estrangeiro tornaram-se elementos essenciais para financiar e promover o desenvolvimento econômico. Esse modelo

– chamado de desenvolvimento associado – privilegiou as grandes empresas, certamente as multinacionais, mas também as

nacionais, tanto públicas quanto privadas. Desse modo, o regime rompeu claramente com a prática do governo de João Goulart

(1961-1964), que incluía a tentativa de promover o desenvolvimento autônomo, a partir da burguesia nacional.

Apesar da crise internacional do petróleo, o governo Geisel continuou a apostar na vocação do Brasil para o crescimento, na tese

do “Brasil Grande”. Porém, esse modelo viria a se esgotar inexoravelmente a partir de 1980, com aumento galopante da inflação

e da dívida externa, mergulhando o país numa das mais profundas recessões da sua história.

Em defesa do profissional brasileiro e da soberania da nação, o Crea-RJ participou ativamente da seleção dos projetos e acompanhou, com rigor, a construção da ponte Rio–Niterói e da Usina Nuclear de Angra dos Reis, fiscalizando e obrigando os técnicos estrangeiros a transferir os conhecimentos tecnológicos para os profissionais brasileiros (Depoimento Carlos Prestes. Memórias & História do Crea-RJ. 19/09/2009).

ARY GARCIA ROZAItapemirim, ES, 1911Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil. 1937

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71

PARTE 2

O avanço das telecomunicações e da propaganda governamentalA ditadura militar não se limitou à repressão e à censura. O regime

se dedicou também a conquistar a adesão de uma parcela da

população, que vivia a esperança do crescimento econômico do

período Médici. Nessa empreitada, o governo contou com o grande

avanço das telecomunicações no país, utilizando-a como veículo

de divulgação de mensagens políticas e persuasão ideológica. A

propaganda governamental passou a ter um canal de expressão

como nunca existira na história do país. O Brasil do “Ame-o ou

deixe-o” era divulgado em cadeia nacional em defesa do banimento

político dos adversários do governo, tomados como inimigos da

nação. Outro momento áureo do marketing político da ditadura

militar compreendia a criação de slogans de cunho ufanista, como

“Ninguém segura esse país” e da marchinha “Pra frente Brasil”, que

embalou a vitória da Copa do Mundo de 1970.

Antena parabólica Embratel. Itaboraí, Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/data.

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72

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Usina Termelétrica de Macaé, Rio de Janeiro, 2001. Agência JB.

Subestação de energia elétrica. Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.

Page 75: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

73

PARTE 2

A Guanabara desaparece do mapa do Brasil

A cidade-estado da Guanabara foi extinta em 1974, quando

o Congresso Nacional aprovou a lei complementar nº 20,

de 1 de julho desse ano, que determinava a sua fusão

com o estado do Rio de Janeiro, a partir de 15 de março

de 1975. Assim, a Guanabara daria lugar ao município do

Rio de Janeiro, capital do novo estado do Rio de Janeiro,

desaparecendo do mapa do Brasil, como também da mídia,

do debate parlamentar, dos currículos escolares, e pouco a

pouco da memória dos cariocas e fluminenses, deixando

para trás uma rara experiência de autonomia político-

administrativa da cidade do Rio de Janeiro e um período de

grandes intervenções urbanas e projetos culturais.

ALDARY HENRIQUES TOLEDORio de Janeiro, 1915

Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1939

Centro Administrativo São Sebastião. Sede da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Arquiteto Marcos Konder Netto. Rio de Janeiro, RJ, 1973. Foto: Antônio Agenor Barbosa.

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74

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

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75

A criação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de JaneiroCom a fusão da cidade-estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, ficam

extintas a 5ª e a 13ª regiões. Em 16 de dezembro de 1977, através da resolução nº 251,

do Confea, foi estabelecido, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro e com

jurisdição sobre todo o estado, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ).

PARTE 2

Antiga sede do Crea-RJ. Avenida Rio Branco, 133.

Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.

Sede do antigo Crea 13ª Região, atual Inspetoria de Niterói. Avenida Roberto Silveira, 245, Icaraí, Niterói, RJ. Foto: Zeca Linhares.

ORLANDO VALVERDEMedalha do Mérito, 2003. Rio de Janeiro, 1917

Licenciado em Geografia e História Faculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil, 1940

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Crea-RJ: uma instituição cidadã

PARTE 3

77

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78

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

DONATO MELLO JÚNIORAlfenas, MG, 1915Engenheiro arquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1941

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79

Democracia, sinônimo de desenvolvimentoSeguindo a tendência mundial, a acelerada industrialização e a urbanização da primeira metade

do século XX avançaram sobre o mundo rural, invertendo a secular predominância do campo

sobre a cidade. A economia, conduzida por um Estado forte com funções cada vez mais

ampliadas e sustentada pelo aumento do consumo de massa cresceu a taxas elevadas. Sob a

bandeira do nacionalismo, os diferentes governos, democráticos ou autoritários, perseguiram

o desenvolvimento, até chegar a um resultado paradoxal: oitava economia do mundo, o

Brasil tornou-se campeão da concentração de renda. A partir de 1980, o modelo político e

econômico vigente se esgotou. As taxas de crescimento, bem como o tamanho e o poder do

Estado diminuíram, a abertura econômica ao capital estrangeiro se acentuou, e uma certeza se

consolidou: a de que a democracia é a única via capaz de levar ao desenvolvimento.

PARTE 3

Ao longo dos seus 75 anos, o Crea-RJ, como órgão fiscalizador do exercício profissional, vem contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população, atuando sensivelmente em prol da inclusão social, da capacitação para o mercado de trabalho e da redução da degradação do meio ambiente. Está ao lado dos profissionais do Sistema e de toda a sociedade na invenção de novos tempos.

Cidadão brasileiro exercendo seu direito ao voto. Arquivo Crea-RJ, s/data.

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80

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

MAURÍCIO ROBERTOLivro do Mérito, 1964. Rio de Janeiro, 1921ArquitetoEscola Nacional de Belas Artes, Universidade do Brasil, 1944

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81

Democracia e movimentos sociais

Aqueles de nós, que estivemos nas escolas de engenharia nos anos 50, 60 e 70, não fizemos nossa opção profissional apenas por um gosto da matemática ou um desejo de construir obras físicas; por trás da opção de muitos de nós, da maior parte, certamente estava um novo espírito com um Brasil diferente. Nossa vocação profissional tinha quase sempre uma elevada dose de vontade social. Engenheiro, educador e senador Cristovam Buarque.

O Rio de Janeiro, como “laboratório da nação” brasileira foi palco de grandes mobilizações e

movimentos sociais que marcaram a história brasileira no século XX. Mulheres, operários, jovens,

estudantes, sindicatos e escolas abriram caminho para novos costumes, novas formas de

comportamento, uma nova ética e importantes conquistas sociais e políticas. O marinheiro negro

João Cândido desafiou os laços de opressão, abrindo um século de consciência e de mobilização

pelos direitos de cidadania no Brasil. Os operários fizeram a primeira greve geral em 1917. Os

jovens conquistaram um lugar de vanguarda, atuando em movimentos que mudaram o século,

alguns a favor da guerra contra o nazifascismo e muitos em defesa da paz. A participação dos

jovens estudantes, e professores, das faculdades de engenharia, arquitetura e agronomia das

instituições de ensino superior da cidade e do estado do Rio de Janeiro, bem como das entidades

de classe ligadas ao Sistema, como o Clube de Engenharia, o Instituto de Arquitetos do Brasil,

entre tantas outras, foi decisiva nos movimentos pela soberania e redemocratização do país.

PARTE 3

Movimento pela anistia ampla, geral e irrestrita. Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, 1979. Agência JB.

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82

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Movimento pela anistia e Diretas Já

O movimento pela anistia surgiu em meados dos anos

de 1970, teve abrangência nacional e reivindicava a

liberdade dos presos e perseguidos políticos, o retorno

ao país dos exilados, a recuperação dos direitos políticos

e a restauração das liberdades democráticas. No início da

década de 1980, os presos políticos foram libertados e os

exilados tiveram permissão para retornar ao país. Em 1981,

as primeiras manifestações em favor da redemocratização

surgiram dentro dos movimentos sindicais, sociais e

partidários. Em 1984, o presidente seria eleito novamente

pelo colégio eleitoral, em um contexto no qual o regime

militar completaria 20 anos e a sociedade civil, insatisfeita,

mobilizou-se para reivindicar as eleições diretas. O

deputado federal e engenheiro Dante de Oliveira, autor da

emenda constitucional pelas Diretas Já, batizada com seu

nome, estimulou a organização de diversas manifestações

em todo o país, que tornaram essa emenda pública. No Rio

de Janeiro, em 10 de abril de 1984, cerca de 1 milhão de

pessoas mobilizaram-se no centro da cidade, e menos de

uma semana depois cerca de 1,7 milhão manifestaram-se

em São Paulo. Apesar de toda a mobilização da sociedade,

a emenda não foi aprovada por 2/3 dos parlamentares do

Congresso Nacional, adiando o sonho do voto direto para as

eleições presidenciais de 1989.

Comício pelas Diretas Já. Avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro, RJ, 1984. Agência JB.

A revista Módulo, editada por Oscar Niemeyer, circulou de 1955 a 1965, quando foi proibida pela censura militar. Voltou a circular em 1975, até 1989, e nessa edição, de 1978, apoia o movimento pela Anistia, nos primeiros anos da abertura política. Revista Módulo, Rio de Janeiro, Editora Avenir, 1978.

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83

PARTE 3

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84

O teatro do engenheiro químico e dramaturgo Augusto Boal (1931-2009) em manifestação de rua pelo impeachment do Collor. Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro, RJ, 1992. Agência JB.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

SERGIO WLADIMIR BERNARDESRio de Janeiro, 1919ArquitetoFaculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1949

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85

PARTE 3

Diretas Já no Crea-RJNos anos de 1980, os ventos da democracia começaram a soprar no Crea-RJ, com a adoção de

uma série de medidas e inovações que asseguraram maior participação dos conselheiros e dos

profissionais do Sistema no processo eleitoral. Como resultado da mobilização dos profissionais

da engenharia, arquitetura e agronomia, bem como da sociedade em geral, o plenário do Crea-

RJ teve um papel preponderante na ratificação da primeira consulta prévia aos profissionais do

Conselho na eleição do seu presidente, pela via indireta, em 1985. No ano de 1991, a lei nº 8.195

garantiu a escolha dos presidentes do Sistema Confea/Crea pelo voto direto, concluindo esse

ciclo de conquista democrática, do qual o Crea-RJ foi pioneiro.

O engenheiro agrônomo Arciley Alves Pinheiro foi eleito nesses dois momentos-chave da experiência democrática no Crea-RJ: para os mandatos de 1985 a 1987 e 1994 a 1996.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

ACÁCIO GIL BORSOIMedalha do Mérito, 1998. Rio de Janeiro, 1924ArquitetoFaculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1949

Sob o comando do presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães (PMDB/SP), a “Constituição Cidadã”, como ele a chamou, foi promulgada em 1988. Na ocasião, Ulysses pronunciou as palavras históricas: “Declaro promulgado o documento da liberdade, da democracia e da justiça social do Brasil”.

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A Constituição Cidadã de 1988

O momento verdadeiramente democrático pelo qual o Brasil atravessa hoje se deve à luta do

povo brasileiro, cujas conquistas foram inscritas na Constituição de 1988. Os direitos políticos

dos cidadãos foram ampliados, pondo fim à restrição que valera por toda a República, a

proibição do voto do analfabeto, regra que provavelmente contribuiu para associar o enorme

desenvolvimento econômico à manutenção de altas taxas de desigualdade ao longo do século

XX. Consagrar essa mudança no texto constitucional foi fundamental para garantir um sufrágio

universal, reforçado pela possibilidade do voto aos 16 anos e pela criação de novas formas de

participação política, como os instrumentos de democracia semidireta (plebiscito e referendo) e

os conselhos de políticas públicas. A Constituição de 1988 permitiu a ampliação do número de

atores institucionais capazes de influenciar o jogo político, ficando para o presente e o futuro o

fortalecimento dos direitos civis.

A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja o nosso grito. Mudar para vencer. Muda Brasil. Ulysses Guimarães.

PARTE 3

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88

Ouvidoria Crea-RJ: de portas abertas para a sociedade

A Constituição Federal de 1988 veio afirmar os valores da ética e da transparência na sociedade

brasileira. O Código de Defesa do Consumidor (CDC), lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990,

torna-se um novo paradigma nas relações de consumo no país. Nesse cenário de fortalecimento

da cidadania, foram criadas no Brasil inúmeras ouvidorias em diversas instituições e empresas –

públicas e privadas – prestadoras ou fornecedoras de serviços aos cidadãos.

Em sintonia com os anseios da sociedade, a Ouvidoria constitui-se numa referência, interna

e externa, na busca da qualidade dos serviços prestados pela organização. A criação de uma

ouvidoria significa um ato de coragem de um gestor, demonstrando transparência e aceitação

de apreciações sobre o trabalho da instituição.

A Lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços. Parágrafo 3º do art. 37 da Constituição Federal de 1988.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

ULYSSES PETRONIO BURLAMAQUIRio de Janeiro, 1925 Engenheiro arquitetoFaculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1950

A Ouvidoria é, pois, um eficaz instrumento da busca da melhoria da qualidade dos serviços, ao manter um canal no qual o público pode expressar diretamente suas criticas, insatisfações e reclamações. Ao exercer a sua função, a Ouvidoria não faz um simples atendimento, mas procura identificar as causas dos problemas e não apenas atacar os seus efeitos. Contribui, assim, para apresentar soluções amplas e duradouras. É isso que faz a diferença. Engenheiro Antonio Martins, primeiro Ouvidor Geral do Crea-RJ.

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89

PARTE 3

Acompanhando o movimento das ouvidorias

no Brasil, a do Crea-RJ foi criada em 1998,

inicialmente integrada à Secretaria Geral do

Conselho. Em março de 1999, com o apoio da

Associação Brasileira dos Ouvidores, Seção Rio

de Janeiro (ABO/RJ), foi oficialmente lançada e

estruturada.

Em 2000, com a reestruturação organizacional

do Crea-RJ, a Ouvidoria passou a ter a dedicação

exclusiva do ouvidor, mantendo-se diretamente

ligada ao presidente do Conselho. Primeira

ouvidoria do Sistema Confea/Crea, a do Crea-RJ

tornou-se referência para os demais Conselhos.

Em 2005, o Colégio de Presidentes recomendou

a criação de ouvidorias nos Creas, ampliando

consideravelmente o seu número, desde então.

Em 2006, foi criada a Ouvidoria do Confea.

Crea-RJ: uma instituição cidadã.Arquivo Crea-RJ.

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90

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Fiscalização-ART: valorização profissional e respeito à cidadaniaNa qualidade de uma “autarquia profissional” e não a de uma “autarquia corporativa”, o

Crea-RJ tem por objetivo precípuo a defesa da sociedade, e não somente a dos interesses

gerais da respectiva categoria. Quando ordena e disciplina as profissões integrantes do

Conselho, e desempenha a fiscalização do exercício e atividades dos seus profissionais,

o Crea-RJ aspira proteger a sociedade do leigo e zelar para que os empreendimentos

tenham qualidade e segurança, garantidas por um profissional habilitado e registrado

como responsável pela sua execução. A fiscalização do Crea-RJ nesta trajetória de seus 75

anos vem se aproximando cada vez mais do interesse público ao realizar programas como

a Fiscalização Preventiva e Integrada, que faz um trabalho preventivo e orientativo voltado

para os chamados espaços públicos, no que se refere ao meio ambiente, patrimônio

cultural, saúde e alimentos, segurança e coletividade.

Fiscalização de construções irregulares. Recreio dos Bandeirantes. Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.

ANTÔNIO PEDRO GOMES DE ALCÂNTARALivro do Mérito, 2007. Rio de Janeiro, 1926ArquitetoFaculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1955

Em 2009, pela primera vez no Crea-RJ, as Câmaras Especializadas produziram Manuais de Fiscalização, a fim de uniformizar os procedimentos administrativos relativos à verificação do exercício das profissões.

A Anotação de Responsabilidade Técnica valoriza o exercício profissional, confere legitimidade documental e assegura, com fé pública, a autoria e os limites da responsabilidade e participação técnica em cada obra ou serviço. Com o registro da ART, todo profissional constrói seu Acervo Técnico, como um espelho de suas realizações, de sua carreira, constituindo um documento indispensável em licitações e grande diferencial de sucesso individual. Porém, mais do que assegurar o campo profissional para engenheiros, agrônomos e arquitetos, e distingui-los no mercado profissional, a fiscalização orientativa e preventiva em obras prediais é uma obrigação legal dos profissionais do Crea-RJ e razão da existência do Conselho em sua missão de zelar pelo direito do cidadão-consumidor, e pelo bem-estar da sociedade como um todo.

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91

PARTE 3

Funcionários do Crea-RJ: uma trajetória de independência e cidadania

Funcionários mais antigos nos 75 Anos do Crea-RJ

Edir Ferreira (admissão em 22.10.1965), Joaquim Reis Ramos (admissão em 01.04.1968), Vania Maria Seabra de Andrade (admissão em 22.04.1968), Marilete Bastos Alves da Silva (admissão em 12.11.1969), José da Fonseca Chaves Irmão (admissão em 21.01.1970), Alda de Carvalho Neves (admissão em 20.04.1970), Sérgio Luis Ribeiro Soares (admissão em 02.05.1972).

O Crea-RJ para mim é minha casa [...] pois, em toda minha vida, setenta por cento passei aqui [... ] comecei tímido, nunca havia trabalhado numa empresa de tão grande porte, foi aí que ganhei o apelido de Zezinho [...] agradeço a todos que fizeram parte dessa minha história nesses 39 anos de Crea-RJ. José da Fonseca Chaves Irmão. (Responsável pela sonorização

do plenário).

Parte atuante da história do Conselho, os funcionários têm a sua própria

trajetória associativa na instituição. A Associação dos Servidores do Crea-RJ

(AsCrea), vem desde a sua fundação, em 1977, atuando em defesa dos

interesses dos funcionários do Crea-RJ e da sociedade como um todo.

Inicialmente, de caráter essencialmente recreativo, com os anos, a Associação

também mudou, passando a refletir o crescimento dos movimentos sociais

e da redemocratização do Brasil. Assumiu a reivindicação e a negociação

de melhorias salariais e outros benefícios, conquistando muitas vitórias e

direitos que se consagraram ao longo do tempo. Em seu percurso histórico,

a AsCrea buscou a valorização dos servidores, lutando por condições dignas

de trabalho e salário. Com a marca da independência, a Associação chega

aos 32 anos como uma instituição respeitada e reconhecida junto aos

servidores e sucessivas gestões do Conselho.

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92

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Segurança alimentar: um direito de todos

Quando lançou, em 1993, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, o

sociólogo Herbert de Souza, Betinho, defendia a concepção de que fome e democracia

eram incompatíveis. Sua chamada foi ouvida pelo governo e a sociedade civil, por meio da

criação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, em 1994, entre outras iniciativas.

No Brasil, houve um esforço de se construir uma visão de segurança alimentar que fosse

além da questão do acesso aos alimentos e que incorporasse outras dimensões como

a inocuidade do alimento à saúde humana. Neste sentido, o Crea-RJ teve uma atuação

histórica na luta pela implantação do Receituário Agronômico, instrumento de controle

do uso dos agrotóxicos previsto na chamada Lei dos Agrotóxicos, e mesmo na própria

promulgação da lei, fruto da luta do movimento social no qual a autarquia teve uma

destacada participação. Este movimento se deu em conjunto com a Associação dos

Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de Janeiro (AEARJ), a Associação Profissional dos

Engenheiros Florestais do Estado do Rio de Janeiro (APEFERJ) e a Federação das Associações

dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (FAEAB).

O Crea-RJ, além da fiscalização do uso do receituário agronômico no estado, vem editando

publicações educativas sobre agrotóxicos, transgênicos e defensivos alternativos (agentes

de controle de pragas e doenças na agricultura inócuos à saúde humana). Atualmente, a

Revista do Crea-RJ e a Folha Crea-RJ Ambiente dão especial atenção aos temas relacionados

à segurança alimentar.

Segurança alimentar é garantir a todos as condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana. Cúpula Mundial de Alimentação (Roma, 1996).

CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOSLivro do Mérito, 1999. Rio de Janeiro, 1943ArquitetoFaculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1967

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93

PARTE 3

O Crea-RJ apoia os projetos de incentivo à agricultura familiar,

como alternativa a um modelo de agricultura produtivista

ainda predominante no Brasil, que desemprega e provoca

o êxodo rural, além de comprometer o meio ambiente.

Apesar de representar apenas 0,5% do território do país, o

estado do Rio de Janeiro concentra o maior adensamento

de agricultores familiares do Brasil, com crescimento da

produção de alimentos orgânicos.

Segundo a lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, que estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional de Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, os critérios que definem uma propriedade de base familiar são: aquela que é praticada por mão de obra da própria família, que extrai sua renda de uma mesma propriedade, de gerenciamento famíliar, praticada em área de, no máximo, quatro módulos (8 hectares, ou 80 mil metros quadrados, em média, dependendo do estado).

Com o objetivo de expressar o reconhecimento às

personalidades, instituições e entidades que tenham se

distinguido por suas posições, ações, trabalhos, estudos e

projetos na área da agronomia, o Prêmio Johanna Döbereiner

é concedido anualmente pelo Crea-RJ e Associação dos

Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de Janeiro (Aearj).

A iniciativa permite a identificação de valores morais e éticos

que contribuem para a melhoria da qualidade de vida e de

comportamentos, servindo de exemplo para nortear as

ações da sociedade e das organizações. Desde 2001, já foram

premiados oito profissionais e uma empresa de agronomia.

ANTÔNIO ARLINDO LAVIOLARio de Janeiro, 1906

Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1932

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ. Arquiteto Ângelo Alberto Murgel. Seropédica,

RJ, 1947. Foto: Zeca Linhares.

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95

PARTE 3

O Ensino agrícola no Brasil e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

O ensino agrícola no Brasil teve sua primeira regulamentação pelo decreto nº 8.319, de 20 de

outubro de 1910, assinado pelo presidente Nilo Peçanha, quando já existiam quatro cursos em

funcionamento no país: São Bento das Lages (BA), 1877, Pelotas (RS), 1883, Piracicaba (SP), 1901, e

Lavras (MG), 1908. Esse decreto estabeleceu as bases fundamentais do ensino agrícola, criando a

Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária, sendo instalada no Rio de Janeiro.

A Universidade Rural nasce com o decreto-lei nº 6.155, de 30 de dezembro de 1943, que

reorganiza o Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNEPA). Pelo decreto nº 1.984,

de 10 de janeiro de 1963, a Universidade Rural passou a ser denominada Universidade Federal

Rural do Brasil, integrando a Escola Nacional de Agronomia, a Escola Nacional de Veterinária, as

Escolas de Engenharia Florestal, Educação Técnica e Educação Familiar, além dos cursos técnicos

de nível médio dos Colégios Técnicos de Economia Doméstica e Agrícola Ildefonso Simões

Lopes. Com a lei nº 4.759, de 20 de agosto de 1965, passa a se denominar Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro.

EDMON NIMERCarangola, MG, 1931

GeógrafoUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, 1961

“Numa relevante contribuição para a segurança alimentar brasileira, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro desenvolve em parceria com a Embrapa (Agrobiologia e Solos) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO), o Sistema Integrado de Produção Agroecológica, conhecido como a “Fazendinha Agroecológica km 47”. O projeto funciona como um espaço motivador de pesquisas e do exercício da agroecologia. Acumula desde 1993 dezessete anos de experiência no manejo de sistema orgânico de produção com ações de pesquisa, ensino e capacitação, atraindo e estimulando estudantes e pesquisadores para a avaliação dos componentes inter-relacionados da produção agroecológica.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

HÉLIO RIBAS MARINHORio de Janeiro, 1924ArquitetoFaculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1949

A década de 1990 marcou uma mudança radical do papel do Estado brasileiro no que diz respeito a sua intervenção nas áreas

econômica e social. A lei de implantação do Plano Nacional de Desestatização, de 12 de abril de 1990, cumprindo determinação

do Fundo Monetário Internacional (FMI), inaugurou um intenso processo de privatização das empresas nacionais brasileiras, sob

o argumento de que o governo precisaria de mais recursos para reduzir o déficit público, investir em áreas sociais e tecnologia

e universalizar os serviços essenciais. Entretanto, a venda das estatais não provocou o declínio da dívida pública, ou sequer a

melhoria dos serviços públicos e redução das desigualdades sociais. Por outro lado, grande parte dos investimentos nas empresas

privatizadas vieram de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), isto é, do próprio Estado.

Esse modelo de privatização fechou milhares de postos de trabalho, equipes técnicas de excelência foram desmanteladas,

diminui-se a ação do Estado nas atividades básicas essenciais para garantia de desenvolvimento econômico-social com justiça,

e a população passou a receber serviços de pior qualidade, uma vez que as demissões em massa geraram sérias lacunas na

execução dos serviços, ocupadas com mão-de-obra mais barata e sem treinamento adequado.

O Crea-RJ em defesa do patrimônio público e da soberania nacional

Movimento contra a privatização do setor elétrico. Centro do Rio de

Janeiro, 2001. Arquivo Crea-RJ.

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97

PARTE 3

Essa política tornou-se referência para diversas administrações estaduais. No Rio

de Janeiro, o Programa Estadual de Desestatizações (PED), lançado em novembro

de 1995, transferiu para a iniciativa privada a infraestrutura de desenvolvimento

econômico-social do Estado, desestatizando, entre os anos de 1996 e 1998, o

Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro); a Conerj (Companhia de Navegação do

Estado do Rio de Janeiro); a Cerj (Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro); o

Metrô (Companhia do Metropolitano); a Coderte (Companhia de Desenvolvimento

Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro); a Via Lagos; a Flumitrens

(Transporte Ferroviário de Passageiros do Rio de Janeiro); parte da Cedae (Companhia

de Águas e Esgoto do Estado); a CEG (Companhia Estadual de Gás do Rio de Janeiro)

e a Riogas S/A, primeiras empresas do setor de gás canalizado privatizadas no Brasil.

Junto ao Clube de Engenharia, Senge-RJ, Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas (Sarj)

e movimento sindical em geral, entidades de classe e da sociedade civil, o Crea-RJ

tem se posicionado bravamente na defesa do nosso patrimônio público e contra

o desmantelamento das equipes técnicas de excelência de nossas ex-empresas

estatais. Como marco dessa luta, em dezembro de 2000, ao lado da Comissão Pro-

Revisão Privatizações no Estado do Rio de Janeiro, o Crea-RJ promoveu o Fórum de

Debate “A Verdade Sobre as Privatizações – O Processo de Privatização das Empresas

Estatais no Estado do Rio de Janeiro”, voltado para a defesa do patrimônio público e

dos direitos dos usuários e consumidores.

Especialmente para os engenheiros e para a engenharia do Estado do Rio de Janeiro,

as privatizações da década de 1990 representaram um golpe, pois as estatais foram

abolidas com o parque de consultoria existente, levando muitos profissionais a

abandonarem a profissão. Porém, com a crise do império neoliberal e a retomada

do crescimento nacional, a engenharia, e as profissões tecnológicas em geral,

recuperaram espaço. Já é possível vislumbrar um futuro melhor para os profissionais

do Sistema Confea/Crea, na medida em que o atual crescimento econômico

do país tornou a valorizar o engenheiro como o profissional, por excelência, do

desenvolvimento e da soberania nacional.

Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro

O Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro (Sarj) descende da Associação de Profissionais de Arquitetura, fundada em 1971. Desde sua criação tem lutado pelos legítimos interesses dos arquitetos e urbanistas, desenvolvendo notáveis campanhas, entre elas, a da garantia do salário-mínimo profissional e participação em acordos coletivos, a do programa de construção de habitações populares, com a aplicação da lei que estabelece a Assistência Técnica para a Habitação de Interesse Social, a da real implantação do Estatuto das Cidades, como cumprimento da função social da propriedade e da cidade, a da luta pela preservação do patrimônio cultural e natural de nossas cidades fluminenses e a da campanha contra a privatização de empresas estatais, em parceria com o Clube de Engenharia, Sindicato dos Engenheiros no Rio de Janeiro e Crea-RJ.

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98

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Comunicação, cidadania e memória: você é parte dessa históriaA comunicação tornou-se ferramenta estratégica no mundo contemporâneo. Produzir e selecionar

informações qualificadas, potencializando as vantagens de cada uma das mídias disponíveis, são

desafios permanentes numa sociedade em mudança, que fez do conhecimento o elemento-chave

em todas as dimensões da vida social.

Em tempos de globalização, aceleração tecnológica e de perda de identidade nacional e

regional, a questão da memória surge como um dos elementos estratégicos na preservação da

nossa identidade e soberania. A engenharia civil, a arquitetura e a agronomia são reconhecidas

internacionalmente, quer pela qualidade e importância de sua produção de alta tecnologia, quer

pela beleza e plasticidade de suas obras arquitetônicas. Nesse sentido, o resgate e a apresentação

dessa memória para a sociedade é importante no sentido de valorizar a produção tecnológica

brasileira e seus profissionais, bem como oferecer um exemplo da fascinante experiência da ação

transformadora do homem sobre a natureza e a sociedade.

Para ampliar o raio de alcance de suas diretrizes político-administrativas, o Crea-RJ tem disponível

múltiplas ferramentas de comunicação. É inegável, porém, a amplitude do meio impresso, que

além de especialmente voltado para o público alvo do Conselho, aborda temas de interesse geral

da sociedade.

EDISON JUNQUEIRA PASSOSCarangola, MG, 1893Engenheiro civilEscola Politécnica, 1917

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99

PARTE 3

A comunicação entre os profissionais da abrangência do Sistema

Confea/Crea de engenharia e arquitetura sempre foi uma

importante ferramenta para a produção de informações técnicas

e reivindicações de classe, sendo prática que se realizava desde

a antiga Escola Nacional de Belas Artes e Escola Politécnica.

Inúmeros periódicos foram publicados por entidades associativas

e acadêmicas ao longo do exercício da profissão no Brasil, muitas

delas verdadeiros clássicos sobre a produção intelectual dos

profissionais da área.

ARQUITETURA E URBANISMO

Primeira revista oficial do IAB. Lançada em 1936 sob a direção do

arquiteto Cyprianno Lemos e editada até 1938. Rio de Janeiro.

REvISTA MUNIcIpAl dE ENgENhARIA

Revista oficial da Prefeitura do Distrito Federal, lançada em janeiro

de 1932 com o nome de Revista da Diretoria de Engenharia e

circulando até hoje. Rio de Janeiro.

MÓdUlO

Editada de 1955 até 1965 e de 1975 até 1989, sob a supervisão do

arquiteto Oscar Niemeyer. Rio de Janeiro.

Debate em revista: periódicos que fazem história

Arquitetura e Urbanismo. Rio de Janeiro, IAB, 1936.

Módulo. Rio de Janeiro, 1960.

Revista Municipal de Engenharia. Rio de Janeiro, 1998.

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100

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

EMILIO HENRIQUE BAUMGARTBlumenau, SC, 1890 Engenheiro civilEscola Politécnica, 1918

Revista do Clube de Engenharia. Edição Comemorativa do Centenário do Clube fundado em 1880. Rio de Janeiro, ano 95, n. 423, fev. 1981.

A cASA

Revista bi-mensal de Arquitetura e Arte Decorativa. Lançada em

outubro de 1923 sob a direção do arquiteto Ricardo Wriedt e

editada até setembro de 1938. Rio de Janeiro.

ARQUITETURA REvISTA

Publicada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/UFRJ,

sob a supervisão do arquiteto Ulysses Burlamaqui e editoria

do arquiteto Jorge Czajkowski. Lançada em setembro de 1983,

circulou até 1989. Rio de Janeiro.

REvISTA dO clUBE dE ENgENhARIA

Editada em janeiro de 1887, sob a direção dos engenheiros Pedro

Betim Paes Leme, André Gustavo Paulo de Frontin e Manoel Maria

de Carvalho, circulando até hoje. Rio de Janeiro.

JORNAl dO ENgENhEIRO

A partir de 1979, com a vitória do novo sindicalismo, o Senge-

RJ passou a publicar uma série de periódicos modernos, de

conteúdo que reflete a proximidade do Sindicato com os

movimentos sociais e sua preocupação com as políticas públicas

governamentais voltadas para a população de baixa renda. Em

maio de 1995, lança o Jornal do Engenheiro, em formato tablóide.

Arquitetura Revista. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, FAU/UFRJ, Rio de Janeiro, 1983.

A Casa. Rio de Janeiro, RJ, 1923.

Jornal do Engenheiro. Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, ano XIV, n. 136, set. 2009.

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101

PARTE 3

RevIstA dO CReA-RJ: uma tradição renovadaNesse sentido, a Revista do Crea-RJ, lançada em maio de 1996,

é uma tradição renovada, cujo projeto editorial tem como

objetivos principais reforçar a imagem institucional do Conselho

junto ao seu público-alvo, difundir informações de interesse dos

profissionais e da sociedade em geral, contribuir para reforçar

os valores da cidadania, da solidariedade e da ética no exercício

das profissões do Sistema, além de estreitar os laços entre as

entidades de classe e as instituições de ensino.

O atual projeto editorial busca acompanhar a evolução do

conhecimento científico-tecnológico e o surgimento de novos

campos de atuação profissional, com o objetivo primordial de

fazer da Revista a expressão – a mais autêntica possível – do

conjunto de demandas não apenas de profissionais e empresas,

mas também da sociedade.

A Revista do Crea-RJ, pioneira dentro do Sistema Confea/Crea, hoje fala pela instituição. O aperfeiçoamento do seu modelo editorial e gráfico tem sido um processo ininterrupto, cujo alvo é a eficácia da comunicação institucional do Conselho. O veículo, hoje com 130 mil exemplares por edição, é uma referência para os profissionais e empresas de todo país.

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102

Centro de Documentação: informação de valor histórico

Preservar e organizar os arquivos institucionais significa produzir e

assegurar o uso da informação social nelas produzida, realizando o apoio

gerencial necessário às administrações e servindo como manancial de

informações que integram a memória social. A unidade de documentação,

denominada arquivo, sempre existiu no Conselho, desde a sua fundação,

porém a informação não era vista como fonte histórica, o arquivo apenas

guardava os documentos e processos administrativos que estavam em

tramitação ou aqueles que já estavam encerrados.

O descarte da documentação obedecia tão-somente o critério da

temporalidade, colocando em risco a perda de valiosa documentação

sobre a história recente de nosso país. A partir do ano de 2006, o novo

organograma do Crea-RJ implantou a Coordenação de Documentação,

estruturada pelas atividades de protocolo, arquivo e biblioteca. A nova

estruturação disciplinou o tratamento do acervo documental do Conselho,

através de uma nova mentalidade arquivística e a implantação de um

sistema de informação integrado, no qual o documento administrativo é

potencialmente reconhecido como de valor histórico.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Fac-símile dos documentos do CDOC.

FELIPPE DOS SANTOS REISRio de Janeiro, 1895Engenheiro civil, mecânico e eletricistaEscola Politécnica, 1918

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103

PARTE 3

O Crea-RJ na vanguarda da comunicação e da informação eletrônica

Concebida em 2003 e lançada em 2004, a Web TV Crea-RJ é a pioneira no

Sistema Confea/Crea e em TVs corporativas, alcançando destacada posição

de vanguarda. O Centro de Mídia Eletrônica (CME), criado em 2002, converge

Web Rádio, Web TV e o jornalismo eletrônico em um mesmo espaço,

marcando a entrada do Conselho na era da comunicação e da informação

eletrônica. Com a integração de novas tecnologias em um polo de produção

multimídia, a instituição passou a contar com uma poderosa ferramenta de

relacionamento com seus profissionais, colaboradores e com a sociedade.

O CME foi concebido com o objetivo de agilizar o fluxo de informações do

Conselho de forma dinâmica e testemunhal, cobrindo as ações institucionais

em tempo real. Por outro lado, todo esse material fica também disponível

como arquivos de vídeos para futuros acessos. Tanta agilidade cria um conceito

de transparência extremamente eficaz para os interesses corporativos, já que

alia um diferencial com altíssimo valor institucional: a credibilidade.

NILO BERNARDESLivro do Mérito, 2002. Lavrinhas, SP, 1922

GeógrafoPontifícia Universidade Católica, RJ, 1945

Web Rádio. Arquivo Crea-RJ.

Web TV. Arquivo Crea-RJ.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Portal do Crea-RJ: transparência e democracia www.crea-rj.org.br

O Portal do Crea-RJ, criado em 1996, disponibiliza os serviços prestados pelo Crea-RJ, via web, gratuitamente, para uso

tanto dos profissionais quanto da sociedade; inclui o Centro de Mídia Eletrônica (CME), site de apresentação de vídeos

institucionais e técnicos, contando ainda com a apresentação em tempo real das sessões plenárias. O Portal Crea-RJ

destaca-se pela sua apresentação moderna, de fácil navegação, tornando-se referência do segmento. Ferramenta

importante para gestão transparente do Conselho, na qual a sociedade pode acompanhar a prestação de contas,

acessar as licitações em andamento, saber a inspetoria mais próxima de si, bem como ter acesso direto ao canal da

Ouvidoria do Conselho, agilizando o contato da sociedade com a instituição. A partir de 2009, o Portal passou a priorizar

a democratização da informação e sua utilização na questão da inclusão social.

JERONIMO DE SOUZA MONTEIRO FILHOLivro do Mérito, 1962. São Paulo, SP, 1899Engenheiro civilEscola Politécnica, 1919

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105

PARTE 3

Centro de Cultura e Memória do Crea-RJ: um lugar de memória, encontro e reflexão

O Centro de Cultura e Memória da Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (CCM), situado no

Espaço Oscar Niemeyer, na sede do Crea-RJ, inclui o Café Memória e o Centro de Referência e Documentação,

e vem paulatinamente constituindo o acervo da memória tangível e intangível dos profissionais, servidores e

colaboradores do Sistema, bem como do seu legado simbólico e material para a memória cultural fluminense.

Trata-se de uma reconceitução do anterior Espaço Cultural Crea-RJ, inaugurado em 21 de junho de 1999.

Aberto ao público, voltado para ações educativas e valorização das manifestações artístico-culturais dos

servidores do Crea-RJ, as linhas de ação do CCM também compreendem o registro, preservação e difusão

do exercício profissional das ciências tecnológicas no estado do Rio de Janeiro; da trajetória institucional do

Conselho; e a dos indivíduos que construíram e constroem essa história.

Visita dos alunos da Escola Municipal Santa Catarina à Exposição sobre o Cristo Redentor , em 23 de novembro de 2009.

Em comemoração aos 75 anos do Crea-RJ e 78 de construção da estátua do Cristo Redentor, o Centro de Cultura e Memória (CCM) do Crea-RJ recebeu a exposição Christo Redemptor, da cineasta Bel Noronha, bisneta de Heitor da Silva Costa, autor do projeto e construtor do monumento. Apresentada em 32 painéis, vasto material iconográfico e documentário dirigido pela curadora, a exposição recupera a verdadeira história da construção do Cristo Redentor, demovendo muitas lendas que a envolvem. Segundo Bel Noronha, o trabalho de pesquisa para o documentário e exposição revelou o quanto existe de desinformação sobre o maior ícone da cidade do Rio de Janeiro, uma das sete Maravilhas do Mundo Moderno, e orgulho da engenharia brasileira.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

JOÃO CARLOS VITALPorto Alegre, RS, 1900Engenheiro CivilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1924

A “Constituição Verde” e o meio ambienteA Constituição Federal de 1988 trouxe também grandes inovações na esfera ambiental, sendo

tratada por alguns como “Constituição Verde”. Diferentemente das constituições anteriores,

procurou dar efetiva tutela ao meio ambiente, trazendo mecanismos para sua proteção e

controle, e, por conseguinte, valorizando o ambientalismo como direito fundamental do homem,

não como simples aspecto da atribuição de órgãos ou de entidades públicas. A Constituição de

1988 trata as questões ambientais como fundamentais para a continuidade da vida na Terra.

Sustentabilidade é a palavra de ordem para o presente e para o futuro. Ao longo dos anos, o Crea-

RJ vem participando de análises, reflexões, estudos e debates sobre temas ambientais como água,

florestas, cidades sustentáveis, saneamento, agroecologia, agrotóxicos, transgênicos, reforma

agrária, entre outros. E, no espírito de uma nova cultura institucional voltada para as questões

socioambientais do nosso tempo, implantou o seu Programa de Coleta Seletiva Solidária, que

tem como fundamento o conceito dos 3 Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Separação para reciclagem na Riocoop – Cooperativa de Coleta Seletiva e Reciclagem

de Materiais Plásticos e Resíduos Ltda, uma das cooperativas parceiras do Crea-RJ no Programa de

Coleta Seletiva Solidária. Arquivo Crea-RJ, s/data.

Lançado em 2009, informativo mensal eletrônico do Crea-RJ sobre questões ambientais.

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Memórias & História do Crea-RJA história oral é hoje um importante recurso utilizado por centros acadêmicos, arquivos públicos

e privados, no sentido de recuperar, registrar e difundir a memória dos indivíduos, grupos sociais

e instituições. O projeto Memórias & História do Crea-RJ, além de lançar o programa de história

oral, com vistas à constituição de um arquivo de depoimentos orais do Centro de Cultura e

Memória do Crea-RJ, vem prestar uma justa homenagem a todos que fizeram e fazem a história

do Sistema. Nesse projeto, memórias individuais entrelaçam-se com a história da instituição, da

ciência e da cultura brasileiras, e com momentos-chave da história recente do nosso país.

O projeto Memórias & História do Crea-RJ está legando às futuras gerações, a vivência e a experiência de homens e mulheres que construíram e constroem grande parte do saber acadêmico e tecnológico brasileiro nos séculos XX e XXI.

PARTE 3

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108

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

PAULO RODRIGUES FRAGOSORecife, PE, 1904Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1925

A primeira sessão, realizada em 19 de outubro de 2009, teve como entrevistados o atual do presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, o ex-presidente Carlos Prestes Cardoso e o ex-conselheiro Mario Lucio Machado Melo Jr., tendo como entrevistadores os arquitetos Lucia Helena Pereira da Silva e Olinio Coelho, com coordenação da historiadora Cláudia Mesquita.

Memórias de quem faz a história: depoimentos orais

“Bem, eu entrei para a universidade num ano que foi muito marcante; foi em 1964. Eu tinha vindo fazer vestibular no Rio e

no início de março estavam começando as aulas. Nós morávamos nos alojamentos da Universidade Rural. Para quem não

conhece, é uma universidade que fica no interior, em Itaguaí, hoje Seropédica. Então, 30 dias depois, nós acordamos e a

universidade estava tomada por tanques e caminhões do exército, soldados armados e, enfim, nós todos, muito assustados,

fomos obrigados a entender que alguma coisa tinha mudado.”

Agostinho Guerreiro

“Outra obra importante que nós tivemos, como presidente do Crea, a oportunidade de acompanhar, foi a usina nuclear de

Angra dos Reis, onde começamos a autuar os técnicos estrangeiros, obrigando que eles passassem os seus ensinamentos e as

suas técnicas aos profissionais brasileiros. Nós começamos a autuar, quer dizer, multar, e querer mandá-los embora. Chegamos

a isso. Fomos até chamados à Brasília, no Itamarati, numa reunião de vários presidentes de Crea [...] na verdade era eu, era o

Crea do Rio de Janeiro, que estava apertando muito os profissionais estrangeiros. Nós também fazíamos expediente cobrando,

autuando, multando, para obrigá-los a passar o seu ensinamento aos profissionais que estavam em Angra e eram da nossa

jurisdição. Então nós estávamos procurando defender o profissional e defender a nação brasileira.”

Carlos Prestes Cardoso

“O sonho não acabou, não acaba nunca, se acabar a gente morre. Acho que o sonho continua cada vez mais intenso e

a gente atua com mais experiência. Meu trabalho hoje, no Incra, que é o Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária, é totalmente fundamentado nas teses de estudantes, na defesa da reforma agrária. [...] O que eu faço hoje

é completamente ligado com o que eu sempre defendi na minha profissão, [...] a defesa de um desenvolvimento social

sustentável, valorizando o coletivo, as cooperativas, num modo de produção social, mais próximo possível do socialismo

dentro do capitalismo, que é o sistema econômico predominante. Quer dizer, a luta continua, não mudou, eu acredito em

tudo em que eu acreditava.”

Mario Lucio Machado Melo Jr.

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“Vim parar no Crea representando a Universidade, na época era a Faculdade de Arquitetura, vim pra cá e aqui fiquei

quase como um “filho do Crea”, nasci aqui e continuei minha vida dentro do Crea por vários anos. [...] Nós aqui fazíamos

muitas palestras, conferências, provocávamos vindas ao Crea de com reuniões de três dias para formação, organização de

universidades. [...] Porque nós temos que atuar mais lá fora, porque o nosso papel não é fazer com que o engenheiro faça, a

obrigação é deles, mas aqui ele recebe as luzes da experiência que o Conselho tem, que o passado tem.”

Mauro Ribeiro Viegas

“Na minha primeira gestão, de 1985 a 1987, nós estávamos vivendo um período de redemocratização do país, e da mesma

forma que se estava lutando pela redemocratização do país, se estava lutando pela redemocratização das nossas entidades.

Eu participei ativamente desse processo no Sindicato dos Engenheiros, e em seguida esse vento de redemocratização chegou

até o Clube de Engenharia e depois ao Crea. Esse movimento de redemocratização e renovação foi ganhando forças e, em

1984, nós aprovamos em Plenário que o presidente do Crea sairia de uma consulta prévia de todos os profissionais. Da

mesma forma que existia um movimento pela Constituinte e pelas Diretas Já, aqui no Crea nós queríamos que o presidente

fosse eleito diretamente pelos profissionais registrados.”

Arciley Alves Pinheiro

“Eu cheguei no Crea através de concurso , em 1972, na antiga 13ª. Quando houve a fusão da 13ª com 5ª região e criou-se a

21ª região, lá no 133 da Rio Branco, fui uma das últimas pessoas de Niterói a vir para o Rio. Na reorganização do CREA me

mantive com a função de Chefe da Unidade de Protocolo. [...] Me marcou muito, eu muito jovem, ter ascendido a posição

de chefia. [...] O grande aprendizado foi conviver a cada três anos com um novo presidente, a cada ano com uma nova

diretoria. [...] A Ascrea, Associação de Servidores do Crea, teve a sua participação política no movimento pelas Diretas Já.

Estávamos lá segurando a faixa.”

Márcia da Silva Tavares

PARTE 3

Participaram da segunda sessão, realizada em 17 de novembro de 2009, os ex-presidentes do Crea-RJ, Mauro Ribeiro Viegas e Arciley Alves Pinheiro e a servidora Márcia da Silva Tavares, tendo como entrevistadores o arquiteto e conselheiro do Crea-RJ, Cláudio Lima, e o jornalista e ex-servidor do Conselho, Fernando Campos Lopes, com coordenação da historiadora Cláudia Mesquita.

ALBERTO FINKELSTEINRio de Janeiro, 1939

Engenheiro geólogoEscola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1964

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Novos horizontes e os desafios que atravessam o futuro

PARTE 4

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112

O futuro começa hoje: o coletivo na construção do amanhãCalcado no binômio tradição e vanguarda, e no coletivo

como força motriz na construção do amanhã, o Crea-RJ está

inserido nas discussões acerca de um novo projeto de nação,

alicerçado no desenvolvimento nacional sustentável com

justiça social. O grande desafio dos profissionais do Sistema

é aliar a tecnociência aos princípios da sustentabilidade

ambiental com progresso social, buscando equacionar

problemas que atravessam o tempo, como a fome e a falta

de moradia digna para as populações de baixa renda, e

outros que se impõem cada vez mais no presente, como o

agravamento da questão ambiental.

Em meio à atual era de renovação e de ampliação dos campos

do conhecimento e das especializações profissionais, colocar

esse conhecimento científico-tecnológico como principal

insumo para o desenvolvimento nacional sustentável com

justiça social, é a missão do Crea-RJ no presente, e o seu

compromisso assumido com o futuro, através da valorização

da educação, do patrimônio cultural e, sobretudo, do ser

humano como patrimônio maior.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

CÉZAR REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA Medalha do Mérito, 1961. Rio de Janeiro, 1903Engenheiro civil, mecânico e elétricoEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1925

15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), realizada de 7 a 18 de dezembro de 2009, em Copenhague, Dinamarca. UNFCCC.

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PARTE 4

José Geraldine (conselheiro Federal), Carlos Minc (ministro

do Meio Ambiente), Agostinho Guerreiro (presidente do Crea-RJ)

e Alfredo Silveira (representante da Sociedade Brasileira de

Meteorologia - Sbmet) fizeram parte da delegação brasileira na

COP-15. Acervo Crea-RJ.

15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), realizada de 7 a 18 de dezembro de 2009, em Copenhague,

Dinamarca. UNFCCC.

O presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, na Plenária da COP-15. Ao fundo, a ministra Dilma Roussef, que chefiou a delegação brasileira, e o

embaixador Luiz Alberto de Figueiredo

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Arquivo Crea-RJ, s/data.

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115

O campo e a urbe: crescimento e desigualdadesNo início da década de 1960, o Brasil deixou de ser um país eminentemente rural para se transformar em um

país com a maioria da sua população vivendo em grandes aglomerados urbanos litorâneos. Esse processo

de urbanização acelerado e desigual, sem planejamento urbano, vem acarretando uma série de problemas

ambientais e sociais, constituindo um grande desafio para o futuro das grandes cidades brasileiras e para a

sociedade como um todo. O texto final da Constituição de 1988 estabelece os pilares da reforma urbana, com

um capítulo específico da política urbana, garantindo a função social da cidade e da propriedade e a gestão

democrática das cidades brasileiras. A regulamentação destes princípios constitucionais seria feita muito mais

tarde, em 2001, com a lei federal nº 10.257 do Estatuto das Cidades.

O processo de verticalização das cidades, alavancado pelo acesso ao avanço tecnológico e associado a

interesses imobiliários, foi desenhando a paisagem de quase todas as capitais brasileiras. Nos últimos anos, o

crescimento vertical dos centros urbanos é ilustrado por construções cada vez mais audaciosas, inspiradas nas

metrópoles estrangeiras. Por outro lado, a construção civil encontrava-se impulsionada por programas sociais,

facultando o acesso à moradia de classes econômicas mais baixas, e, por isso, o desenvolvimento de novos

materiais de construção que possibilitassem a redução de custos.

Maior referência dos estudos sobre as relações campo e cidade no Brasil, Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, BA, 3 de maio de 1926 – São Paulo, SP, 24 de junho de 2001) foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970. Sua militância permanente em prol da cidadania e da ética extrapolou os muros acadêmicos. Produziu um obra numerosa e complexa, uma verdadeira teoria geográfica do espaço, alcançando reconhecimento internacional com Prêmio Vautrin Lud (conferido por universidades de 50 países), recebido em 1994. Sua obra O espaço dividido, de 1979, é um clássico, na qual desenvolve teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos. Suas ideias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo estão reunidas em Por uma outra globalização, no qual faz uma abordagem crítica do processo perverso de globalização na lógica do capital, apresentado como um pensamento único.

PARTE 4

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Engarrafamento de veículos: caos do transporte urbano na cidade do Rio de Janeiro. Arquivo Crea-RJ, s/data.

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117

O transporte urbano constitui um dos maiores problemas das grandes cidades fluminenses, como o Rio de Janeiro, e é também um problema de longa data, que a chegada e expansão do metrô não conseguiu resolver, tornando-se necessário um eficiente projeto articulado entre transportes ferroviários com o sistema rodoviário.

SPERIDIÃO FAISSOLLivro do Mérito, 2002. Ituiutaba, MG, 1923

GeógrafoFaculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil, 1940

Usuários do Metrô em trens lotados.

PARTE 4

Filas enormes, tumulto, calor, atraso nas embarcações e recorrentes acidentes vêm atrapalhando a vida de milhões de cidadãos cariocas e fluminenses, usuários das conduções marítimas que cruzam a baía de Guanabara. No estrito cumprimento da sua missão de defender a sociedade, e fiscalizar a atuação dos profissionais do Sistema, o Crea-RJ vem atuando como um importante aliado da CPI das Barcas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – presidida pelo deputado estadual Gilberto Palhares –, no sentido de fiscalizar o quadro técnico e melhorar a qualidade dos serviços prestados à população pela concessionária Barcas S/A.

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118

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Luz, ar e som: conforto ambiental em habitações popularesO conforto é uma sensação de bem-estar físico e mental do ser humano,

percebido em todos os nossos sentidos. Como principal provedor das

habitações populares, o Estado deve proporcionar os índices de conforto

determinados pelo modo como o ambiente é servido de luz, ar e som. O

Crea-RJ vem se destacando na pesquisa e fiscalização do cumprimento

das normas estabelecidas para as tipologias adotadas pelas moradias

populares, entendendo que esses aspectos interferem na qualidade da

moradia e, por conseguinte, na qualidade de vida das populações de

baixa renda.

Na defesa de um desenvolvimento social sustentável, valorizando o

coletivo, o Crea-RJ compartilha de uma visão nova de gestão na qual,

em parceria com as redes públicas, é o coletivo que constrói. Hoje a

construção civil se encontra alavancada por programas sociais, o que

tem facultado o acesso à moradia de classes econômicas mais baixas, e

o desenvolvimento de novos materiais de construção que possibilitem a

redução de custos. O Crea-RJ está na liderança, junto a outras entidades

de classe, na Campanha Nacional pela Moradia Digna, em prol da

reserva de fundos dos estados, Distrito Federal e municípios, destinados

à habitação de interesse social. São iniciativas que, de um lado, podem

enfrentar com êxito o problema da sub-habitação e, de outro, abrir

um mercado de trabalho para os profissionais através dos governos

estaduais e das prefeituras.

RICARDO BATALHA MENESCALVitória, ES, 1930ArquitetoFaculdade Nacional de Arquitetura, Universidade do Brasil, 1955

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119

Em busca de uma cidade sem obstáculos

A Lei da Acessibilidade, regulamentada pelo decreto federal nº 5.296,

de 2 de dezembro de 2004 em conformidade como Estatuto da

Cidade, estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção

de ações voltadas para a inserção e a qualidade de vida das pessoas

com necessidades especiais. Em abril de 2006, o Plenário do Confea

aprovou por unanimidade a recomendação aos Creas do cumprimento

das normas de acessibilidade estabelecidas na legislação federal, a fim

de que realizem ações fiscalizatórias e em casos de irregularidades

recorram ao Ministério Público. O Crea-RJ vem trabalhando em várias

frentes para difundir e intensificar a aplicação da lei.

Em 2005, o Crea-RJ criou o Grupo de Trabalho de Acessibilidade,

com o objetivo de estabelecer os procedimentos de fiscalização nas

atividades de projeto arquitetônico e urbanístico e desenvolver ações

de conscientização e capacitação voltadas para os profissionais do

Sistema. Em uma ação pioneira, assinou um Termo de Cooperação

Técnica com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com

a finalidade de criar o Programa de Certificação de Conformidade com

a Acessibilidade. O referido decreto obriga os Conselhos Regionais

a exigirem a responsabilidade profissional declarada na Anotação de

Responsabilidade Técnica, no que diz respeito ao atendimento às regras

de acessibilidade previstas nas normas técnicas da ABNT.

O modelo habitacional adotado hoje no Brasil, defendido pelo Confea e Crea-RJ, é baseado na premissa da acessibilidade, mobilidade e melhoria habitacional.

LYSIA MARIA CAVALCANTI BERNARDESLivro do Mérito, 2004. Rio de Janeiro, 1924

Licenciada em Geografia e HistóriaFaculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil, 1944

PARTE 4

Page 122: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

120

Agenda esportiva e novas especializaçõesA agenda esportiva para a cidade do Rio de Janeiro nos próximos anos cria uma

especificidade no cenário contemporâneo para a engenharia e a arquitetura brasileiras.

Com os Jogos Militares de 2011, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016,

dar-se-á um grande investimento na formação acadêmica, na busca por especialização

em equipamentos esportivos e novas tecnologias. Fato que anuncia bons ventos para

os profissionais do Sistema e para a sociedade fluminense, onde o Crea-RJ tem um

importante papel a cumprir.

Para voltar a realizar o sonho de realizar uma Copa do Mundo, o Brasil, além de melhorar

a infraestrutura das cidades-sede dos jogos, deve garantir a segurança nos estádios de

futebol. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a segurança do torcedor, e assegurando

a efetiva participação de profissional devidamente habilitado na elaboração e execução

de laudos técnicos de engenharia e arquitetura, um convênio de Cooperação Técnica foi

firmado entre o Ministério do Esporte (ME), o Confea e os 27 Creas. Por esse convênio, os

Conselhos Regionais passam a organizar cadastramento de profissionais interessados e

legalmente habilitados para a prestação de serviços de emissão de laudos de vistoria em

engenharia e laudos de estabilidade estrutural nos estádios de futebol.

O setor de transportes do Rio de Janeiro é um dos maiores desafios para a realização

dos Jogos Olímpicos em 2016. Problemas como ônibus cheios e em mau estado de

conservação, paralisação no sistema ferroviário e a falta de pontualidade nas barcas e

metrô preocupam e fazem sofrer os que dependem diariamente dos transportes públicos.

A par dos avanços e investimentos no setor (linha 1 do Metrô, ramais ferroviários), é certo

que o Rio de Janeiro tem um longo caminho a percorrer e muitos desafios a serem

superados. O Crea-RJ vem cumprindo seu dever de fiscalizar o dia a dia dos transportes

públicos e promover um ampla reflexão sobre o tema. A solicitação constante do Crea-RJ

pela mídia e o reconhecimento da sociedade tem servido de estímulo ao desdobramento

desses trabalhos.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

MAURICIO AMOROSO TEIXEIRA DE CASTRORio de Janeiro, 1910Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1934

Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão). Arquitetos Carlos Porto, Gilson Santos, Geraldo Lopes e

José Raymundo Ferreira Gomes. Rio de Janeiro, RJ, 2007.

Estádio Mário Filho (Maracanã), inaugurado em 1950. Arquitetos Antonio Dias Carneiro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bastos e Raphael Galvão, com projeto estrutural dos

engenheiros Alberto Rodrigues da Costa, Antonio Alves de Noronha, Paulo Fragoso e Sergio Marques de Souza.

Rio de Janeiro, RJ. Arquivo Crea-RJ, s/data.

Page 123: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

121

PARTE 4

Cedoc/Crea-RJ.

A partir da iniciativa pioneira dos Creas do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, foi assinado um convênio com o Ministério dos Esportes e a CBF, através do qual o Crea-RJ e demais Conselhos de todo o país irão realizar treinamentos e estimularão profissionais para vistorias, além das fiscalizações relativas às obras e serviços de recuperação dos estádios brasileiros sedes dos torneios da Copa do Mundo em 2014.

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122

O futuro na educaçãoA velocidade das novas tecnologias – como nanotecnologia,

robótica, telecomunicações e engenharia esportiva – vem

exigindo formação específica e novos cursos para atender

o mercado de trabalho. Reforçar os laços com os futuros

profissionais tem sido uma ação permanente desenvolvida

pelo Crea-RJ, a fim de ampliar a formação técnica, as atividades

acadêmicas, o empreendedorismo e o conhecimento dos

estudantes sobre o papel do Conselho. Os cursos, congressos,

seminários oferecidos aos estudantes abrangem uma ampla

diversidade temática a partir da necessidade específica de

cada região. A integração do Crea-RJ com os estudantes

compreende informações sobre o mercado de trabalho,

as atribuições do Conselho, a importância da Anotação de

Responsabilidade Técnica, o Código de Ética. Para o Crea-

RJ, a dignidade da profissão implica em ser contemporâneo

sem esquecer a linha do tempo, em encontrar soluções

de harmonia entre o homem e o meio ambiente em que

vive, sem esquecer que dele não prescinde, em atender às

demandas da profissão sem esquecer da natureza como

paisagem cultural, em estar atento ao avanço tecnológico

sem esquecer que ele está a seu serviço. E, principalmente,

não esquecer jamais a responsabilidade social de qualquer

projeto e todas as implicações éticas que ele trará.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

ANTONIO ALVES DE NORONHALivro do Mérito, 1962. Teresina, PI, 1904Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1926

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123

PARTE 4

Cursos de Capacitação Programa de Capacitação e Desenvolvimento dos Profissionais do Sistema Confea/Crea (Progredir) promove cursos de curta duração, seminários e palestras técnicas, buscando atender às necessidades de atualização dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea, e atua nas seguintes áreas de interesse: produção, gestão, eletrotécnica, elétrica, mecânica, geologia, arquitetura, telecomunicações, civil, segurança do trabalho, química, eletrônica, agronomia e geografia.

Crea-RJ EstudanteCrea-RJ Estudante compreende a integração dos futuros profissionais das áreas tecnológicas com o Sistema Confea/Crea, através de ações destinadas a divulgar e facilitar o acesso aos programas de fomento em pesquisas, estágios e publicações. As ações abrangem os estudantes, os docentes, a direção das escolas, o setor governamental e as empresas registradas no Crea-RJ.

Crea-RJ: um espaço de formação continuada

Em face das rápidas transformações tecnológicas, o mercado

cada vez mais exige um profissional atualizado e capaz

de ajustar seu desempenho às realidades da sociedade e

do conhecimento. Atuando em conjunto com entidades

representadas no Conselho, o Crea-RJ oferece programas

permanentes de qualificação e atualização dos profissionais,

através de cursos e palestras: gerenciamento de projetos,

legislação urbanística, impactos ambientais, iluminação

industrial, geoprocessamento, recuperação estrutural,

saneamento.

Vitória da geologia fluminense: a descoberta do vulcão de Nova Iguaçu

Em 1977, os geólogos André Calixto Vieira e Victor de Carvalho Klein desenvolviam estudos sobre a geologia do estado do Rio de Janeiro quando, num certo dia de trabalho na UFRRJ, analisando fotos aéreas de Nova Iguaçu, constataram ocorrências de rochas vulcânicas que, dispostas de forma circular, cobriam uma extensa área da Serra de Madureira, no Maciço do Gericinó. De 1977 a 1979 realizaram mapeamentos geológicos e, em 1980, publicaram os resultados dos seus estudos. Assim, foi descoberto no município de Nova Iguaçu, estado do Rio de Janeiro, o único vulcão brasileiro. Esse fato relevante foi notícia, em 19 de dezembro de 1979, em sessão extraordinária na Academia Brasileira de Ciências do Rio de Janeiro: a descoberta do Vulcão de Nova Iguaçu.

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124

Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) na Cidade Universitária/UFRJ: construção do maior centro de pesquisa em tecnologia de petróleo da América Latina. Foto: Zeca Linhares.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Matriz do conhecimento, inovações tecnológicas e atribuições profissionaisEm vigor desde 1º de julho de 2007, a resolução do Confea nº 1.010, de 22 de agosto de 2005, estabelece novas

regras para atribuições de títulos profissionais, atividades e competências no âmbito da atuação profissional, para

efeito de fiscalização do exercício das profissões integradas no Sistema Confea/Crea: engenheiro, arquiteto e

urbanista, engenheiro agrônomo, geólogo, geógrafo, meteorologista, tecnólogo e técnico.

Esta resolução nasceu da necessidade de se conceder novas atribuições aos profissionais, em vista da grande

flexibilidade das matrizes curriculares de seus cursos de formação, impulsionada pelo atual desenvolvimento da

ciência e das inovações tecnológicas. Por esta resolução, os profissionais, uma vez atualizados, poderão desenvolver

novas atribuições dentro do seu grupo e nível profissionais.

Por outro lado, essa resolução conduziu à maior integração entre as instituições de ensino e o Sistema Confea-Crea,

na medida em que o Sistema passa a ser consultado quando da criação de novos cursos de formação profissional.

Com efeito, esta integração permite hoje um trabalho conjunto entre o Sistema e o Ministério da Educação, que

recentemente assinou um convênio com o Confea para a criação de comissões de especialistas junto ao Ministério,

destinadas a analisar a abertura de novos cursos e a adequação de suas grades curriculares ao sistema produtivo.

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125

Preservação do patrimônio cultural fluminense: um compromisso com as futuras geraçõesO patrimônio cultural – material e imaterial – constitui um dos principais reflexos

e vetores da identidade nacional. Preservar essa riqueza é garantir às gerações

vindouras o direito à sua memória e identidade, é projetar para o futuro o nosso

passado recomposto, isto é, a memória da nossa sociedade. Por outro lado, a

conscientização da defesa e preservação de bens culturais é um terreno cada

vez mais promissor para os profissionais do Sistema Confea/Crea, balizado pelo

estudo e investigação nas áreas histórico-artística e arquitetônica, bem como no

campo do restauro e da conservação do patrimônio cultural.

Na sociedade brasileira, o poder público, nos níveis federal, estadual e municipal,

participa desse processo cultural através de mecanismos formais que induzam e

possibilitem a permanência da integração social e a identidade cultural brasileira.

No Brasil, o início da preservação cultural institucionalizada também ocorreu

no bojo da construção de um Brasil moderno, através da criação do Serviço do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), em 1937, órgão responsável

pelo estabelecimento de critérios de tombamento ou classificação dos bens, que,

na visão da burocracia cultural então vigente, deveriam, ou não, ser preservados.

A legislação do estado da Guanabara iniciou uma política de tombamento mais

participativa, na qual os moradores dos bairros cariocas tinham o poder de uma

vontade própria no processo seletivo de preservação dos bens culturais. A então

Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico Estadual, conduzida em seu primeiro

momento por Marcelo de Ipanema, foi a primeira experiência como órgão de

preservação cultural de âmbito estadual criado no Brasil, também pioneira na

implantação de uma política de identificação dos bens culturais a preservar,

atendendo ao anseio das camadas sociais.

PARTE 4JOSÉ MAURÍCIO MACIEL CANINÉ

São Paulo, SP, 1943Geólogo

Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1968

Movimento popular pelo tombamento do Castelinho da Praia do Flamengo, 158. Rio de Janeiro, 1982. Arquivo particular.

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126

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Memória da destruiçãoO Palácio Monroe, demolido em 1978, é um marco da destruição do patrimônio cultural nacional e fluminense. Destacam-se também como parte dessa memória os seguintes edifícios: a Embaixada da Argentina, o Solar de Monjope, o Magazin À Torre Eiffel, a Embaixada da Itália, o Solar do Marquês de Inhambupe, o Solar do Marquês de Itanhaém, o Solar da Baronesa de Sorocaba, a Casa Martinelli e o edifício do antigo Laboratório do Elixir de Nogueira.

O Sphan, na administração Aluísio Magalhães, no final dos anos 1970 até o princípio da década

de 1980, inicia um processo de socialização do patrimônio cultural, trazendo à tutela oficial não

somente as preciosas igrejas barrocas e os solares neoclássicos de nossas cidades, mas também

edificações do século XX e bens imateriais, como os meios de produção de práticas artesanais

e comportamentos religiosos, por exemplo, ainda vivos na sociedade brasileira. Não se tratava

apenas do tombamento de bens pretéritos, mas de representações sociais contemporâneas.

A partir desse momento, são vários os exemplos em que o povo reivindica a preservação de um

bem, como o Castelinho da Praia do Flamengo, tombado pelo município do Rio de Janeiro depois

de um excepcional movimento popular contra a sua demolição, como ainda o calçamento de

pedras pé-de-moleque de uma ladeira de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, cujo tombamento foi

solicitado pelos moradores locais.

No entanto, sem uma política em nível nacional que pudesse se espraiar nos estados e municípios,

perdemos bens muito significativos, como um singular sítio natural habitado por garças brancas,

na ilha do Governador, ou uma cava na pedra do Arpoador, onde fora implantado um dos marcos

das sesmarias da cidade do Rio de Janeiro, pois a inflexibilidade dos dispositivos do diploma legal

de 1937 não contemplava os tombamentos de tais bens.

JOSÉ OCTACÍLIO DE SABOYA RIBEIROFortaleza, CE, 1903Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1929

Palácio Monroe, antigo Senado Federal. Rio de Janeiro, RJ. Cartão-postal. Arquivo particular.

Page 129: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

127

PARTE 4

Municípios fluminenses que contam a história do Brasil

O governo do estado e a iniciativa privada têm investido no mapeamento e na restauração dos

circuitos da maior importância para o estado do Rio de Janeiro. No Vale do Paraíba, em plena

Serra do Mar, é possível encontrar cidades que se destacaram no século XIX, nos tempos do

Segundo Reinado, e hoje vêm à tona como grandes atrativos de um crescente turismo histórico

e rural. Ainda hoje o chamado “ciclo do café” pode ser vivenciado nessa região, que ocupa 250

km2 no sul do estado, e é formada principalmente pelos municípios de Vassouras, Valença e seu

distrito Conservatória, Barra do Piraí, Miguel Pereira e Paty do Alferes.

As fazendas do Vale do Paraíba e o turismo rural

Turismo rural. Mais do que revelar a diversidade do patrimônio cultural e a riqueza dos atrativos

naturais locais, o fomento do turismo rural pretende identificar potencialidades, valorizar a

qualidade da agroindústria artesanal, consolidando seus produtos como fonte da diversificação

da economia regional, buscando a integração entre o campo e a cidade.

Fazenda Conceição do Mato Dentro, Vassouras, RJ, séc XIX. Arquivo particular.

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Restauração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Foto: Zeca Linhares.

Revitalização e restauração do complexo arquitetônico do Convento e Igreja de Santo Antônio. Largo da Carioca, Rio de Janeiro, RJ. Foto: Zeca Linhares.

Nos últimos anos, com os incentivos fiscais instituídos pela lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 – a chamada Lei Rouanet –, as empresas estatais e até as empresas privadas estão investindo na restauração e revitalização do patrimônio cultural brasileiro. O grandioso complexo arquitetônico do Convento e Igreja de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, está sendo restaurado e revitalizado com recursos financiados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Petrobras e diversas empresas privadas, com apoio institucional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).O Theatro Municipal do Rio de Janeiro tem sua restauração financiada pelo BNDES, Petrobras, Eletrobrás, Embratel e Vale, com apoio institucional do Iphan e do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).

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129

Das pedras pisadas do cais ao porto do futuroNa condição de cidade-capital do Império colonial português, da Monarquia e da República,

a cidade do Rio de Janeiro ocupou um lugar emblemático na trajetória da sociedade

brasileira. O Porto destaca-se nessa história, pela importância estratégica no estabelecimento

do Rio de Janeiro como cidade mercantil e cosmopolita, cuja cultura popular urbana é

constituída, em grande parte, pela herança cultural dos descendentes de escravos negros

que aqui chegaram. A história do Porto do Rio é também parte importante da história da

engenharia e da arquitetura, vetor de crescimento da cidade que, no limiar do século XX

passou por profundas reformas urbanas e de saneamento, com destaque para a reforma

do Porto do Rio de Janeiro. Ruas e avenidas foram abertas para escoar os produtos que

aqui chegavam e saíam, e o crescimento urbano alterado em sua função. Hoje, no limiar

do século XXI, o Porto volta a sofrer uma das maiores intervenções da sua história, por meio

do projeto da Prefeitura Municipal, intitulado Porto Maravilha, no qual se valoriza, além da

pujança econômica, o grande potencial do Porto do Rio como polo cultural. Mais uma vez, o

Porto abre as portas para o futuro.

PARTE 4CELSO SUCKOW DA FONSECA

Medalha do Mérito, 1960. Rio de Janeiro, 1905Engenheiro civil

Escola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1929

Projeto de revitalização do Porto do Rio de Janeiro. Foto: Instituto Pereira Passos.

Revitalização da área portuária do Rio de Janeiro. Arquivo Instituto Pereira Passos.

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130

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

PLÍNIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA Rio de Janeiro, 1910Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1932

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131131

PARTE 4

O espírito associativo na corrida para o futuro

Ao lado das associações de classe, dos servidores, colaboradores, profissionais do Sistema e toda a

sociedade, o espírito associativo que marcou a constituição do Crea-RJ nos anos 1930, atravessou

o futuro, chegando ao século XXI com a mesma vitalidade de outrora, fazendo ecoar as palavras

inaugurais do engenheiro civil Dulphe Pinheiro Machado, em seu discurso de inauguração do

Conselho: “[...] uma nova era se abriu para as nossas classes e vamos integrá-las no ritmo de renovação

que ora agita todas as camadas sociais”.

JOSÉ DE OLIVEIRA REISRibeirão Preto, SP, 1903

Engenheiro civil e geógrafoEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1925

Seaerj a serviço da sociedadeA Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj), fundada em 19 de julho de 1935, congrega esses profissionais para o aprimoramento da engenharia e arquitetura públicas do estado do Rio de Janeiro e respectivos municípios. Tem como objetivos principais promover o aperfeiçoamento técnico e cultural dos associados, como também a tecnologia e as boas práticas da engenharia e arquitetura, colaborando com a administração do estado do Rio de Janeiro. É um exemplo do espírito associativo a serviço do bem público.

Tradicional corrida em homenagem aos 75 anos do Crea-RJ. Arquivo Crea-RJ.

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132

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Crea-RJ: uma instituição cada vez mais jovemOs 75 anos do Crea-RJ foram comemorados com eventos e homenagens, promovidas pelo Conselho

e recebidas de outras entidades representativas da sociedade fluminense. No dia 5 de junho, dia

do aniversário do Conselho, com a participação de colaboradores, conselheiros e servidores, um

grande bolo foi simbolicamente cortado pelo presidente Agostinho Guerreiro e pelos funcionários

mais antigos, Silvio Continentino e Edir Ferreira, ao som do Coral Crea-RJ, interpretando músicas

populares de autores brasileiros. No mesmo mês, o Conselho recebeu homenagem da Assembleia

Legislativa do estado do Rio de Janeiro, proposta pelo deputado Gilberto Palmares, cujo discurso

enalteceu a atuação marcante do Crea-RJ no processo de democratização da sociedade brasileira.

Na oportunidade, profissionais destacados na área tecnológica do estado do Rio de Janeiro foram

homenageados, e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) lançou selo personalizado e

carimbo comemorativo dos 75 anos do Conselho, inspirado na imagem do Cristo Redentor.

Em outubro foi inaugurado, pelo seu Centro de Cultura e Memória (CCM), o projeto Memórias & História

do Crea-RJ, com o intuito de registrar e difundir a memória da Instituição, reunindo depoimentos de

profissionais, colaboradores, e funcionários de diferentes gerações. Também no CCM do Crea-RJ foi

inaugurada a exposição Christo Redemptor, da curadora Bel Noronha, atraindo um grande número de

escolas e visitantes em geral, inserindo, em grande estilo, o Crea-RJ no circuito cultural da cidade.

O tradicional evento de encerramento anual dos trabalhos do Crea-RJ ganhou destaque em 2009,

sendo ampliado para uma grande confraternização pelos 75 anos da Instituição. Mil pessoas,

entre colaboradores, diretores, conselheiros, inspetores, reuniram-se na casa de espetáculos Viva

Rio, no mês de dezembro, encerrando um ano marcado por eventos e homenagens. Na ocasião,

os vencedores do projeto “Trocando Idéias” – voltado para contribuição dos funcionários do

Crea-RJ sobre temas da atualidade – foram agraciados com premiações.

A presente edição do livro 75 anos Crea-RJ: a invenção de um novo tempo completa este

significativo conjunto de atividades comemorativas pelo aniversário de um Conselho cada vez

mais jovem e renovado pela vitalidade de seus profissionais, funcionários e colaboradores, e pelo

compromisso incessante com o bem-estar social de todos os cariocas e fluminenses.

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133

PARTE 4

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134

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

1930Le Corbusier publica o livro Précisions sur un état présent de l’Architecture et de

l’Urbanisme. Paris: Les Éditions G. Crès et Cie, 1930. Esse livro é resultante das

dez conferências que pronunciara em Buenos Aires, em outubro, acrescido de

dois capítulos em que descreve sua experiência no Brasil, Prologue Américain et

corollaire Brésilien, e de um anexo em que analisa o estágio da arquitetura em

Paris e Moscou, em 1929.

Março, 20Abertura da “Exposição de uma Casa Modernista”, pelo arquiteto Gregori

Warchavchik, realizada na rua Itápolis, 119, Pacaembú, S. Paulo. A exposição

permanece aberta até 20 de abril. Afirma Geraldo Ferraz: “A partir desta

‘exposição’ estava dado o grande impulso à renovação arquitetônica brasileira.

O acontecimento foi transcendente na quietude provinciana, inaugurando

uma nova fase nas preocupações da vanguarda, tornando-se uma referência,

e o completamento da revolução assinalada pela Semana de Arte Moderna de

1922.”

Março, 27É publicado no jornal Diário da Noite, em S. Paulo, artigo de Carlos Pinto Alves com

o título “Uma casa modernista”, em que o autor registra a importância da casa

da rua Itápolis, 119, em S. Paulo, em exposição pública. Assinala o artigo: “A casa

que Warchavchik está mostrando ao público na rua Itápolis deve ser considerada

o marco inicial da fundação de uma cidade nova, que logo se espraiará pelos

arredores ondulados de São Paulo. [...] Naquele quadrado de alvenaria do

Pacaembú – simples como um teorema euclidiano –, o arquiteto russo conseguiu

principalmente integrar o paulista no ambiente de sua terra. Depois da taba

indígena, temos, afinal, a primeira habitação que se harmoniza com a natureza do

Brasil. Agora, o imigrante não precisará trazer mais nos bolsos a sua casa exótica”.

ADHEMAR DA CUNHA FONSECABelo Horizonte, MG, 1912Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1933

Cronologia

Datas comemorativas e fatos históricos pertinentes à engenharia, arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia

Abril, 5É publicado no jornal Diário Nacional, em S. Paulo, artigo do crítico de arte e

escritor Mário de Andrade, com o título “Exposição duma casa modernista”,

enaltecendo o acontecimento que foi a exposição da casa projetada pelo

arquiteto Gregori Warchavchik, na rua Itápolis, 119, no Pacaembú, S. Paulo.

JunhoRealização do IV Congresso Pan-americano de Arquitetos, no Rio de Janeiro. O

arquiteto Flávio de Rezende Carvalho apresenta duas teses: “A cidade do homem

nu” e “Antropofagia no século XX“.

Junho, 26Início do curso de Engenharia Cartográfica e Engenharia de Fortificação e

Construção no Instituto Militar de Engenharia (IME), Rio de Janeiro, RJ.

Agosto, 26Início dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e de Armamento

e Engenharia Química no Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro.

Outubro, 24Inauguração do edifício da Escola Normal, hoje, Instituto de Educação, situado

na rua Mariz e Barros, nº 273, Rio de Janeiro, projetado pelos arquitetos Angelo

Brunhs e José Cortez, no denominado estilo neocolonial brasileiro.

Dezembro, 8O presidente Getúlio Vargas nomeia o arquiteto Lúcio Costa diretor da Escola

Nacional de Belas Artes, onde este propõe a modernização do ensino da

arquitetura, tomando posse a 12 desse mês.

Dezembro, 29O arquiteto Lúcio Costa concede uma entrevista ao arquiteto Gerson Pompeu

Pinheiro, recém-formado e doublé de repórter e caricaturista, publicada no jornal

O Globo, em que declara:

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135

CRONOLOGIA

“Embora julgue imprescindível uma reforma em toda a Escola, aliás, como é do

pensamento do governo, vamos falar um pouco de arquitetura. Acho que o curso

de arquitetura necessita de uma transformação radical. Não só o curso em si, mas os

programas das respectivas cadeiras e principalmente a orientação geral do ensino.

A atual é absolutamente falha. A divergência entre a arquitetura e a estrutura, a

construção propriamente dita, tem tomado proporções simplesmente alarmantes.

Em todas as grandes épocas, as formas estéticas e estruturais se identificaram. Nos

verdadeiros estilos, arquitetura e construção coincidem. [...] Fazemos cenografia,

‘estilo’, arqueologia, fazemos casas espanholas de terceira mão, miniaturas de

castelos medievais, falsos coloniais, tudo, menos arquitetura”.

1931Primeiro edifício construído sobre pilotis, projetado pelo arquiteto Stélio Alves de

Souza, professor de Teoria de Arquitetura da Faculdade Nacional de Arquitetura,

hoje, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (UFRJ).

Abril, 1 Início do curso de Engenharia Mecânica e Engenharia Metalúrgica na atual

Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criado por

Carta Régia de 4 de dezembro de 1810, Rio de Janeiro, RJ.

Abril, 11Início do curso de Geografia na Universidade Federal Rio de Janeiro (UFRJ), Rio

de Janeiro.

Setembro, 1Inauguração da 38ª Exposição Nacional de Belas Artes, sob a direção do arquiteto

Lúcio Costa, com a participação do arquiteto Flávio de Rezende Carvalho, Rio de

Janeiro.

Setembro,18O arquiteto Lúcio Costa pede demissão da direção da Escola Nacional de Belas

Artes, em consequência das pressões de alguns professores que não aceitavam

as suas reformas.

Setembro, 22Fundação do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge/RJ).

OutubroChegam ao Rio de Janeiro, para o julgamento da segunda etapa do Concurso do

Farol de Colombo, os arquitetos Frank Lloyd Wright, representando a América do

Norte, Eliel Saarinen, a Europa, e Acosta y Lara, a América do Sul.

Um grupo de estudantes de arquitetura procura Frank Lloyd Wright para

pronunciar conferências, em que Wright foi quase carregado em triunfo pelo

grupo, informa o professor Paulo F. dos Santos.

F. L. Wright visita a casa “moderna” que o arquiteto Gregori Warchavchik estava

construindo na rua Tonelero, no Rio de Janeiro, e fica impressionado com o

arrojo do balanço da varanda como solução arquitetônica, “seu geometrismo

desnudo”, como diz Paulo Santos, e certamente a toma como modelo em sua

famosa Casa da Cascata, opinião da qual não compartilhava Warchavchik.

Outubro, 12Inauguração do Monumento ao Cristo Redentor, projetado pelo arquiteto Heitor

da Silva Costa, classificado em concurso público, Rio de Janeiro.

1933A Associação dos Artistas Brasileiros, que, desde 1931, sob a presidência do

arquiteto Nestor de Figueiredo propugnava por um plano integral de educação

artística, promove o Salão de Arquitetura Tropical, publicando um catálogo

em que colaboram Ana Amélia Carneiro de Mendonça e San Tiago Dantas,

entre outros, cada qual dizendo como desejaria a sua casa ideal, e com uma

apresentação do professor Celso Kelly, então presidente dessa Associação.

Nesse Salão expõem os arquitetos Affonso Eduardo Reidy e Gerson Pompeu

Pinheiro com o projeto do Abrigo da Boa Vontade, no Rio de Janeiro; Marcelo

Roberto com uma residência em Laranjeiras; e Lúcio Costa com duas residências,

também no Rio de Janeiro.

Julho, 28Início do curso de Engenharia Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Setembro, 3Fundação da Associação Comercial, Industrial e Agro Pastoril de Barra Mansa, RJ.

Outubro, 12Decreto nº 23.196: regula o exercício da profissão agronômica.

Outubro, 24Lançamento da pedra fundamental da cidade de Goiânia, atual capital do estado

de Goiás, projetada pelo arquiteto Atílio Correia Lima.

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136

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Dezembro, 11Decreto nº 23.569: cria o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia (Confea) e os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura (Creas)

e regula o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor,

alterado pelo decreto-lei nº 8.620 de 10/01/1946.

1934A Revista Engenharia e Arquitetura publica o decreto nº 24.515, referente à

demarcação da área do bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, com planta e

perspectiva.

Abril, 23Sessão solene de instalação do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, na

Escola Nacional de Belas Artes, na avenida Central, hoje Rio Branco, Rio de Janeiro.

Maio, 29Reunião do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura da 5ª Região, que

compreendia o Distrito Federal e os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo,

para a eleição de três membros desse Conselho.

Junho, 5Realização da primeira sessão do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura

da 5ª Região, na sala dos professores da Escola Nacional de Belas Artes, com o

objetivo de eleger o vice-presidente, o secretário e o tesoureiro desse Conselho.

Julho, 12Decreto-lei nº 24.693: regula o exercício da profissão de químico.

1935Março, 23Publicação no Diário Oficial do edital do concurso para a elaboração do projeto

de arquitetura para a sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de

Janeiro.

Julho, 19Fundação da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de

Janeiro (Seaerj).

Dezembro, 7Fundação da Federação Brasileira de Engenheiros.

SIDNEY MARTINS GOMES DOS SANTOSRio de Janeiro, 1912Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1935

Dezembro, 12O arquiteto Archimedes Memória recebe o prêmio como vencedor do concurso

para o projeto arquitetônico do edifício sede do Ministério da Educação e Saúde,

no Rio de Janeiro.

1936É instituído o concurso para o projeto de construção do edifício sede da

Associação Brasileira de Imprensa, sob a presidência de Herbert Moses, um

entusiasta da arquitetura moderna e que tinha sido o tradutor das conferências

pronunciadas por Frank Lloyd Wright, quando de sua vinda ao Rio de Janeiro,

em 1931. Concorrem, entre outros, os arquitetos Oscar Niemeyer, Jorge

Machado Moreira com Ernani de Vasconcellos e Marcelo Roberto e Milton

Roberto, vencedores do concurso, cujo projeto, por sua originalidade e ousadia,

colocava seus autores no primeiro plano do movimento moderno da arquitetura

brasileira.

Março, 25O ministro Gustavo Capanema, da Educação e Saúde, envia carta ao arquiteto

Lúcio Costa convidando-o a elaborar um projeto arquitetônico para construção

da sede desse Ministério, depois de concedido o prêmio ao vencedor do

concurso, o arquiteto Archimedes Memória.

MaioO Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) edita sua primeira revista: Arquitetura e

Urbanismo, maio e junho de 1936 – órgão oficial do Instituto de Arquitetos do

Brasil.

Julho, 13 Chegada de Le Corbusier ao Rio de Janeiro, a bordo do Zepellin, onde

permaneceu até 18 de agosto, a convite do ministro da Educação e Saúde

Gustavo Capanema, a fim de prestar consultoria à equipe brasileira, coordenada

pelo arquiteto Lúcio Costa, para a elaboração do projeto arquitetônico do edifício

sede desse Ministério e proferir seis conferências sobre arquitetura moderna.

Também elaborou estudos para a construção da Cidade Universitária para a

então Universidade do Brasil.

Agosto, 18Le Corbusier parte para a França a bordo do navio Lutetia.

Page 139: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

137

CRONOLOGIA

Novembro, 14Fundação da Associação Norte Fluminense de Engenheiros e Arquitetos

(Anfea).

Dezembro, 19Os arquitetos Wladimir Alves de Souza e Enéas Silva são classificados em primeiro

lugar no concurso para o projeto do Ministério da Fazenda, a ser construído na

avenida Passos, Rio de Janeiro, onde existira a Academia de Belas Artes. Este

projeto pioneiro de linhas contemporâneas não é executado. O ministro da

Fazenda decidiu fazer a sede em outro terreno na avenida Presidente Antonio

Carlos, com um projeto executado pela equipe desse Ministério sob a direção do

arquiteto Luiz Eduardo Moura.

1937Projeto da Obra do Berço, de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, na avenida

Epitácio Pessoa, Rio de Janeiro.

Março, 24Decreto federal nº 1.527 cria o Conselho Nacional de Geografia.

Junho, 14Decreto federal nº 1.713 cria o Parque Nacional do Itatiaia, Itamonte, RJ, e Bocaina

de Minas, MG.

Junho, 19Fundação da Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer).

Junho, 29Fundação da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (ABEE).

Julho, 1Decreto nº 6.000: o interventor no Distrito Federal, Olympio de Mello, institui o

Código de Obras do Distrito Federal.

Julho, 5Lei nº 452: cria a Universidade do Brasil, antiga Universidade do Rio de Janeiro,

pelo decreto nº 14.343, de 7/09/1920, hoje Universidade Federal do Rio de

Janeiro, pela lei nº 4.831, de 5/11/1965.

Julho, 10Inauguração do trecho eletrificado da Estrada de Ferro Central do Brasil, entre D.

Pedro II e Madureira, Rio de Janeiro.

Julho, 19Fundação da Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (Abea).

Novembro, 30Decreto-lei nº 25: organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.

1938É aberto o concurso para o projeto do Pavilhão do Brasil na Feira de Nova York.

O arquiteto Lúcio Costa é o primeiro colocado, ficando em segundo lugar o

arquiteto Oscar Niemeyer. Lúcio protesta dizendo que o primeiro lugar deveria

ser de Oscar Niemeyer. O ministro decide contratar os dois arquitetos. Do projeto

original de Oscar Niemeyer nasce o projeto definitivo em que ângulos e curvas

se contrapõem. Integram ainda o pavilhão painéis de Cândido Portinari e uma

réplica da estátua de Celso Antônio para o Ministério de Educação e Saúde,

como também jardins do paisagista americano Thomas Price e mostruários do

arquiteto americano Paul Lester Wiene.

Março, 14Início do curso de Engenharia Metalúrgica no Instituto Militar de Engenharia

(IME).

Novembro, 23Criação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ).

1939Março, 14Início do curso de Engenharia de Comunicações no Instituto Militar de

Engenharia (IME), Rio de Janeiro.

Março, 28Decreto federal nº 3.871: cria a Universidade Santa Úrsula (USU).

Abril, 4Início do curso de Meteorologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ).

1940Dezembro, 28Decreto nº 6.897: prefeito do Distrito Federal, Henrique Dodsworth, aprova o

Page 140: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

138

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

plano de urbanização da área atingida pelo prolongamento da avenida do

Mangue, para a abertura da avenida Presidente Vargas.

Outubro, 30Decreto federal nº 6.409: cria a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

(PUC-Rio).

1941Por indicação de Rodrigo de Melo Franco de Andrade, é confiada ao arquiteto

Oscar Niemeyer, pelo prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o projeto

para o conjunto arquitetônico da Pampulha, compreendendo o Cassino, o

Restaurante, o Iate Clube e a Capela de S. Francisco, com suas formas parabólicas

e os azulejos de Cândido Portinari.

Janeiro, 20Abertura do I Congresso Brasileiro de Urbanismo, no Rio de Janeiro.

Fevereiro, 20Criação do Correio Aéreo Nacional.

Março, 1Início do curso de Geografia e Meio Ambiente na Pontifícia Universidade Católica

do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Abril, 9Fundação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que inicia suas operações

em 1 de outubro de 1946, tendo sido privatizada em abril de 1993, em Volta

Redonda, RJ.

Maio, 2Criação do curso de bacharelado em Geografia na Universidade do Estado do

Rio de Janeiro (Uerj).

Maio, 13Início do curso de Geografia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),

Rio de Janeiro.

Dezembro, 26Decreto nº 7.197: o prefeito do Distrito Federal, Henrique Dodsworth, aprova

o Plano de Urbanização da área atingida pelo prolongamento da avenida

Presidente Vargas, no trecho compreendido entre as praças da República e da

Bandeira.

ARTUR EUGÊNIO JERMANNLivro do Mérito, 2007. Rio de Janeiro, 1914Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1935

1942Janeiro, 22Decreto-lei nº 4.048: cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai),

oficializando o ensino industrial e técnico no Brasil.

1943Março, 1Inauguração da Escola Técnica Nacional, hoje, Centro Federal de Educação

Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Rio de Janeiro.

Maio, 1Decreto-lei nº 5.452: aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

Novembro, 10Inauguração do edifício sede do Ministério da Fazenda, projetado pelo arquiteto

Luis Eduardo Moura.

1944Setembro, 7Inauguração da avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro.

1945Junho, 14Inauguração da eletrificação da Linha Auxiliar, no trecho de D. Pedro II a Honório

Gurgel, Rio de Janeiro.

Agosto, 31Decreto-lei nº 7.918: organiza a Faculdade Nacional de Arquitetura da

Universidade do Brasil, criada pela lei nº 452, de 5/07/1937, hoje, Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Outubro, 3Inauguração do edifício do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio

Capanema, projetado pelos arquitetos Lucio Costa, Affonso Eduardo Reidy, Jorge

Machado Moreira, Ernani Vasconcellos, Carlos Azevedo Leão e Oscar Niemeyer,

seguindo risco de Le Corbusier.

Outubro, 24Abertura da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 26 de junho de 1945.

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139

CRONOLOGIA

1946Janeiro, 10Decreto-lei nº 8.620: dispõe sobre a regulamentação do exercício das profissões

de Engenheiro, de Arquiteto e de Agrimensor, regida pelo decreto nº 23.569, de

11/12/1933.

Agosto, 15Decreto-lei nº 9.585: concede o título de Engenheiro Agrônomo aos diplomados

por estabelecimento de ensino superior de Agronomia.

1948Janeiro, 21Criação dos cursos de Engenharia Elétrica e Civil na Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

1949Abril, 11Fundação da Associação dos Engenheiros da Estrada de Ferro Leopoldina

(AEEFL).

1950Julho, 10Inauguração do Estádio Municipal do Maracanã, hoje Estádio Mário Filho,

projetado pelos arquitetos Antonio Dias Carneiro, Orlando Azevedo, Pedro

Paulo Bastos e Raphael Galvão, com projeto estrutural dos engenheiros Alberto

Rodrigues da Costa, Antonio Alves Noronha, Paulo Fragoso e Sergio Marques de

Souza.

Dezembro, 4Lei municipal nº 547: cria a Universidade do Distrito Federal (UDF), depois

Universidade do Estado do Rio e Janeiro (Uerj).

1951Janeiro, 19Inauguração da rodovia Presidente Dutra ligando as cidades do Rio de Janeiro

e São Paulo.

1953Março, 10Fundação do Instituto de Engenharia Legal (IEL).

Maio, 31Criação da Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis.

Outubro, 3Lei nº 2.004: estabelece o monopólio da União Federal sobre as atividades de

indústria do Petróleo e autoriza a criação da Petróleo Brasileiro S. A. (Petrobras),

que foi constituída em 12/03/1954 e aprovada pelo decreto nº 35.308, de

2/04/1954.

Novembro, 25Fundação da Associação Fluminense de Engenheiros de Arquitetos (Afea).

1956Junho, 18Lei nº 2.800: cria os Conselhos Federal e Regionais de Química, dispõe sobre a

profissão do químico e dá outras providências

1957Fevereiro, 1Inauguração da rodovia Rio de Janeiro–Belo Horizonte.

Setembro, 17Fundação da Associação de Engenheiros de Volta Redonda (AEVR).

Dezembro, 6Fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro (IHGRJ).

1958Outubro, 28Fundação da Sociedade Brasileira de Cartografia, Geodésia, Fotogrametria e

Sensoriamento Remoto (SBC).

Dezembro, 29Fundação da Sociedade Brasileira de Meteorologia.

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140

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

1960Abril, 21A capital federal é transferida para Brasília e é criado o estado da

Guanabara.

Dezembro, 18Lei nº 3.848: cria a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, passando

a se denominar Universidade Federal Fluminense (UFF), com a lei nº 4.831, de

5/11/1965.

1961Abril, 7Criação do curso de Engenharia Mecânica na Universidade Católica de

Petrópolis (UCP).

Maio, 16Decreto federal nº 50.599: cria a Faculdade de Engenharia da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro.

Julho, 6 Decreto nº 50.923: cria o Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, alterado pelo

decreto nº 70.186, de 23/02/1972.

Julho, 26Lei nº 3.924: dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.

Novembro, 21Fundação da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE).

Dezembro, 20Decreto nº 383: cria a Universidade Católica de Petrópolis (UCP).

1962Junho, 23Lei nº 4.076: regula o exercício da profissão de Geólogo, alterada pela

lei nº 7.399, de 4/11/1985 e regulamentada pelo decreto nº 85.138, de

15/09/1980.

Novembro, 17Fundação da Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos (Apea).

OCTÁVIO REIS DE CANTANHEDE ALMEIDA Medalha do Mérito, 1998. Livro do Mérito, 2005. Rio de Janeiro, 1913Engenheiro geógrafo e engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Rio de Janeiro, 1933 e 1936

1964Março, 31Golpe militar depõe o governo do presidente João Goulart (1919-1976).

1965Maio, 28Fundação do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda (Senge-VR).

Maio, 31Lei nº 4.643: determina a inclusão da especialização de Engenheiro Florestal na

enumeração do art. 16 do decreto-lei nº 8.620, de 10/01/1946.

Setembro, 15Lei federal nº 4.771: institui o Novo Código Florestal, revogando o decreto nº

23.793, de 23/01/1934.

Outubro, 12Inauguração do Parque do Flamengo, projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo

Reidy, com a participação do paisagista Roberto Burle Marx.

1966Abril, 22Lei nº 4.950-A: dispõe sobre a remuneração de profissionais diplomados em

Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária.

Outubro, 22Criação do curso de Engenharia Elétrica na Universidade Católica de Petrópolis

(UCP).

Dezembro, 24Lei nº 5.194: regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e

Engenheiro Agrônomo, alterada pela lei nº 6.619, de 16/12/1978 e pela lei nº

8.195, de 26/06/1991.

1967Fevereiro, 28Decreto-lei nº 241: inclui entre as profissões cujo exercício é regulado pela lei nº

5194, de 24/12/1966, a profissão de Engenheiro de Operação.

Page 143: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

141

CRONOLOGIA

Fevereiro, 28Decreto-lei nº 243: fixa as Diretrizes e Bases da Cartografia Brasileira e dá

outras providências, entre elas, regulamenta o funcionamento da Comissão de

Cartografia (Cocar).

Outubro, 3Inauguração do Túnel Rebouças, Rio de Janeiro.

Novembro, 9Criação da Faculdade de Engenharia das Faculdades Integradas Geraldo Di Biase

(FIGB, antiga FERP), Volta Redonda, RJ.

1968JunhoÉ realizada a Passeata dos Cem Mil, manifestação popular de oposição ao regime

militar (1964-1985), percorrendo a avenida Rio Branco até a Cinelândia, no Rio

de Janeiro.

Novembro, 5Lei nº 5.524: dispõe sobre o exercício da profissão de Técnico Industrial de nível

médio, regulamentada pelo decreto nº 90.922, de 6/02/1985 e alterada pelo

decreto nº 4.560, de 30/12/2002.

Dezembro, 4Lei nº 5.550: dispõe sobre o exercício da profissão de Zootecnista.

Dezembro, 13O governo militar decreta o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que concedia poder

irrestrito aos governantes, incluindo a censura aos meios de comunicação,

o fechamento do Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras

Municipais, a cassação de parlamentares, entre outras medidas.

1969Militantes do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR8) e da Ação

Libertadora Nacional (ALN) sequestram o embaixador dos Estados Unidos da

América, Charles Burke Elbrick. Em troca de sua libertação, foram libertados e

banidos para o México quinze presos políticos.

Março, 29Criação do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Santa Úrsula

(USU), Rio de Janeiro.

Março, 24Criação da Escola de Engenharia da Fundação Oswaldo Aranha (FOA), Volta

Redonda, RJ.

Abril, 11Decreto-lei nº 2: define os bens integrantes do patrimônio histórico, artístico e

paisagístico do estado da Guanabara e institui medidas para sua proteção.

Julho, 17Fundação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Friburgo

(Aeanf ).

Julho, 20Pousa na superfície da Lua a nave americana tripulada Apollo XI. Neil Armstrong

é o primeiro homem a pisar no solo lunar.

Novembro, 7Fundação da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Iguaçu (Seani).

1970Abril, 3É firmado o Compromisso de Brasília no I Encontro de Governadores,

estabelecendo recomendações para a preservação do patrimônio histórico,

artístico, arqueológico e natural nacional.

Abril, 13Decreto-lei estadual nº 250: cria o Parque Estadual do Desengano, Santa Maria

Madalena, São Fidelis e Campos, RJ.

1971Março, 23Fundação da Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos (Abec), Rio de

Janeiro.

Maio, 6Fundação da Associação de Profissionais de Arquitetura (APA), hoje, Sindicato de

Arquitetos e Urbanistas do Estado do Rio de Janeiro (Sarj).

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142

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Junho, 26Decreto estadual nº 15.273: cria o Parque Estadual da Ilha Grande, Angra dos

Reis, RJ.

Julho, 1Criação do curso de Arquitetura e Urbanismo no Instituto Metodista Bennett.

Setembro, 30Resolução nº 205: adota o Código de Ética Profissional, alterado pela resolução

nº 1.002, de 26/11/2002.

Outubro, 22Criação das Faculdades Integradas Silva e Souza, Rio de Janeiro.

Outubro, 29É firmado o Compromisso de Salvador, no II Encontro de Governadores,

estabelecendo recomendações para a preservação do patrimônio histórico,

artístico, arqueológico e natural nacional.

Dezembro, 22Criação do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia do Centro

Universitário Augusto Motta (Unisuam), Rio de Janeiro.

1972Março, 24Decreto federal nº 70.330: cria o Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da

Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro.

Junho, 19Decreto nº 70.725: cria o Centro de Operações Cartográficas do Exército, na

Fortaleza da Conceição, Rio de Janeiro.

Julho, 13Criação do curso de Engenharia Elétrica na Universidade Veiga de Almeida (UVA),

Rio de Janeiro.

Julho, 28Criação da Faculdade de Engenharia da Fundação Técnico-Educacional Souza

Marques (FTESM), Rio de Janeiro.

NATHAN FEFERMANMoguilhov Podolsky, Bessarabia, 1905Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade Rio de Janeiro, 1936

1973Junho, 29Resolução nº 218: discrimina as atividades das diferentes modalidades

profissionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

1974Março, 4 Inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva – Ponte Rio-Niterói, projeto

do engenheiro Antonio Alves Noronha e de Howard Needles Tammen and

Bergendoff International, Inc. (New York).

Março, 11Decreto federal nº 73.791: cria a Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva

Jardim, RJ, destinada a assegurar a sobrevivência do mico-leão-dourado e da

preguiça-de-coleira.

Junho, 28Lei estadual nº 2.377: cria o Parque Estadual da Pedra Branca, onde se encontra

o ponto mais alto da cidade, o Pico da Pedra Branca, com 1.204 m de altura, Rio

de Janeiro.

Julho, 1Lei complementar nº 20: determina a fusão dos antigos estados da Guanabara

e do Rio de Janeiro.

Agosto, 29Resolução nº 221: dispõe sobre o acompanhamento pelo autor, ou pelos

autores ou coautores, do projeto de execução da obra respectiva de Engenharia,

Arquitetura ou Agronomia.

Novembro, 20Decreto estadual nº 7.549: cria a Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba,

Rio de Janeiro, alterado pelo decreto estadual nº 5.415, de 31/03/1982 e pelo

decreto estadual nº 32.365, de 10/12/2002.

1975Janeiro, 22Criação dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Mecânica na Universidade

Santa Úrsula (USU), Rio de Janeiro.

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143

CRONOLOGIA

Janeiro, 29Fundação da Associação Profissional dos Geólogos do Estado do Rio de Janeiro

(APG-RJ).

Março, 24Decreto-lei estadual nº 39: cria a Fundação Estadual de Engenharia do Meio

Ambiente (Feema).

Outubro, 9Resolução nº 235: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de Produção.

1976Janeiro, 1Criação do curso de Engenharia Química na Universidade do Estado do Rio de

Janeiro (Uerj).

Janeiro, 2Criação dos cursos de Engenharia Civil/Construção Civil, Engenharia Cartográfica

e Engenharia de Produção e do curso de Geologia na Universidade do Estado do

Rio de Janeiro (Uerj).

Abril, 27Criação dos cursos de Engenharia Civil - Estruturas, Engenharia Civil - Sanitária

e Engenharia Civil - Transportes, do curso de Engenharia Elétrica - Eletricidade

Industrial, Engenharia Elétrica - Sistemas de Potência, Engenharia Elétrica -

Sistemas e Computação e Engenharia Elétrica - Sistemas Eletrônicos, e do curso

de Engenharia Têxtil, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Julho, 31Resolução nº 241: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de Materiais.

Agosto, 16Fundação da Sociedade de Engenharia de Segurança do Trabalho do Estado do

Rio de Janeiro (Sobes-RIO).

1977Janeiro, 20Inauguração do Aeroporto Internacional do Galeão, ao lado do antigo, construído

em 1952, hoje denominado Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, Rio

de Janeiro.

Junho, 21Fundação da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos

(Asaerla).

Dezembro, 7Lei nº 6.496: institui a Anotação de Responsabilidade Técnica na prestação de

serviços de Engenharia, de Arquitetura e Agronomia; autoriza a criação, pelo

Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), de uma

Mútua de Assistência Profissional.

Dezembro, 16Resolução n º 251: altera a denominação do Crea 5ª Região para Conselho Regional

de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ).

Dezembro, 17Decisão normativa nº 252: cria a Mútua de Assistência dos Profissionais da

Engenharia, Arquitetura e Agronomia

1978FevereiroÉ fundado no Rio de Janeiro o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), com a

realização de ato público na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Maio, 27Resolução nº 256: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro Agrícola.

Junho, 22Decreto estadual nº 1.921: cria a Reserva Florestal do Grajaú, Rio de Janeiro, que

passa a ser denominada Parque Estadual do Grajaú, pelo decreto estadual nº

32.017, de 15/10/2002.

Setembro, 4Realização do I Congresso Nacional pela Anistia, no Teatro Ruth Escobar, São Paulo.

Dezembro, 1Fundação da Associação Profissional dos Engenheiros Florestais do Estado do

Rio de Janeiro (Apeferj).

Dezembro, 31O presidente Ernesto Geisel sanciona a revogação do Ato Institucional nº 5

(AI-5), aprovada pelo Congresso Nacional em 28 de dezembro de 1978, principal

instrumento de arbítrio da ditadura militar, que durou 10 anos e 18 dias.

NESTOR DE OLIVEIRA JÚNIORRio de Janeiro, 1915

Engenheiro civilEscola Politécnica, Universidade do Brasil, 1937

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144

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

1979Março, 5Inauguração do Sistema Metroviário na Cidade do Rio de Janeiro.

Junho, 22Resolução nº 261: dispõe sobre o registro de Técnicos de 2º Grau nos Conselhos

Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Junho, 26Lei nº 6.664: disciplina a profissão de Geógrafo, alterada pela lei nº 7.399, de

4/11/1985.

Julho, 28Resolução nº 262: dispõe sobre as atribuições dos Técnicos de 2º Grau, nas áreas

de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Agosto, 28O presidente João Figueiredo sanciona a Lei de Anistia, nº 6.683, de iniciativa do

governo e aprovada pelo Congresso, anistiando todos os cidadãos punidos por

atos de exceção desde 9 de abril de 1964, data da edição do AI-1. O benefício

incluiu estudantes, professores e cientistas afastados das instituições de ensino e

pesquisa nos anos anteriores.

Novembro, 27Lei nº 7.410: dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em

Engenharia de Segurança do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do

Trabalho, regulamentada pelo decreto nº 92.530/86.

1980Maio, 5Lei nº 161: dispõe sobre o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio

Cultural do Rio de Janeiro, complementada pela lei nº 166 de 27/05/1980, que

dispõe sobre o processo de tombamento.

Maio, 6Fundação da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc-RJ).

Junho, 12Fundação da Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de

Janeiro (Aearj).

HÉLIO MELLO DE ALMEIDAMedalha do Mérito, 1963. Livro do Mérito, 2002. Rio de Janeiro, 1919Engenheiro civil e eletricista Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil. 1943

Setembro, 15Decreto nº 85.138: regulamenta a lei nº 6.664, de 26/06/79, que disciplina a

profissão de Geógrafo.

Outubro, 14Lei nº 6.835: dispõe sobre o exercício da profissão de Meteorologista.

Dezembro, 19Os geólogos André Calixto Vieira e Victor de Carvalho Klein anunciam, em sessão

extraordinária da Academia Brasileira de Ciências do Rio de Janeiro, a descoberta

de um vulcão extinto na Serra de Madureira, Maciço de Gericinó, Nova Iguaçu, RJ.

1981Março, 20Resolução nº 269: dispõe sobre o registro de Meteorologista nos Conselhos

Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Abril, 7Decreto nº 85.877: estabelece normas para execução da lei nº 2.800, de

18/06/1956, sobre o exercício da profissão de Químico, e dá outras providências.

1982Março, 15Inauguração da Usina Angra I, primeira usina nuclear brasileira, Angra dos Reis, RJ.

Junho, 9 Fundação da Associação dos Técnicos da Light (Atel).

Novembro, 4Resolução nº 277: inclui o Técnico em Celulose e Papel e o Técnico em Siderurgia

entre as habilitações de Técnicos de 2º Grau, constantes da resolução nº 262, de

28/07/1979.

1983Março, 30Fundação da Associação Duque Caxiense de Arquitetos e Engenheiros (Adae).

Maio, 27Resolução nº 278: dispõe sobre o exercício profissional dos Técnicos Industriais e

Técnicos Agrícolas de nível médio ou de 2º Grau.

Page 147: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

145

CRONOLOGIA

Junho, 15Resolução nº 279: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de

Pesca.

Dezembro, 7Resolução nº 288: designa o título e fixa as atribuições das novas habilitações em

Engenharia de Produção e Engenharia Industrial.

1984Abril, 10No Rio de Janeiro, cerca de 1 milhão de pessoas mobilizaram-se no centro da

cidade, e menos de uma semana depois cerca de 1,7 milhão manifestaram-se

em São Paulo, no comício da campanha pelas “Diretas Já”.

1985Fevereiro, 6Decreto nº 90.922: regulamenta a lei nº 5.524, de 5/11/1968, que dispõe sobre

o exercício da profissão de Técnico Industrial e Técnico Agrícola de nível médio

ou de 2º Grau.

Outubro,25Fundação da Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET) - Núcleo Regional

do Rio de Janeiro.

Novembro, 4Lei nº 7.399: altera a redação da lei nº 6.664, de 26/06/1979, que disciplina a

profissão de Geógrafo.

Novembro, 27Lei nº 7.410: dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em

Engenharia de Segurança do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do

Trabalho, regulamentada pelo decreto nº 92.530, de 9/04/1986.

1986Janeiro, 10Decreto nº 92.290: regulamenta a lei nº 7.399, de 4/11/1985, que altera

a redação da lei nº 6.664, de 26/06/1979, que disciplina a profissão de

Geógrafo.

Março, 21Resolução nº 308: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro Químico

– modalidade Têxtil.

Abril, 9Decreto nº 92.530: regulamenta a lei nº 7.410, de 27/11/1985, que dispõe sobre

a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do

Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.

Julho, 23Resolução nº 310: discrimina as atividades do Engenheiro Sanitarista.

Setembro, 26Resolução nº 313: dispõe sobre o exercício profissional dos Tecnólogos das

áreas submetidas à regulamentação e fiscalização instituídas pela lei nº 5.194,

de 24/12/1966.

Outubro, 7Fundação da Associação Fluminense de Engenharia de Minas (Afem).

Outubro, 31Resolução nº 317: dispõe sobre Registro de Acervo Técnico dos Profissionais da

Engenharia, Arquitetura e Agronomia e expedição de certidão.

Novembro, 18Lei estadual nº 1.071: cria o Instituto Estadual de Florestas, depois transformado

em Fundação Instituto Estadual de Florestas, pelo decreto estadual nº 11.782, de

28/08/1988.

1987Fevereiro, 1É instalada a Assembleia Nacional Constituinte, presidida pelo deputado Ulysses

Guimarães.

1988Outubro, 5O Congresso promulga a nova Constituição da República Federativa do Brasil,

consagrando o regime presidencialista.

SERGIO MARQUES DE SOUZALivro do Mérito, 2006. Rio de Janeiro, 1918

Engenheiro civilEscola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1940

Page 148: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

146

1989Maio, 23Decreto federal nº 97.780: cria a Reserva Biológica do Tinguá, Nova Iguaçu, RJ.

Fevereiro, 22Lei federal nº 7.735: cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis e dá outras providências.

Julho, 11Lei nº 7.802: dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a

embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização,

a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino

final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a

inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras

providências.

1990Maio, 9Decisão normativa nº 34; dispõe quanto ao exercício por profissional de

nível superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de

Engenharia.

Maio, 11Resolução nº 342: discrimina atividades relativas a empreendimentos

agropecuários, florestais, agroindustriais e de armazenagem com ou sem

utilização de Crédito Rural ou Incentivo Fiscal, que implicam a participação

efetiva e autoria declarada de profissionais legalmente habilitados

Julho, 27Resolução nº 344: define as categorias profissionais habilitadas a assumir a

Responsabilidade Técnica na prescrição de produtos agrotóxicos, sua aplicação

e atividades afins.

Julho, 27Resolução nº 345: dispõe quanto ao exercício por profissional de nível superior

das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia.

Setembro, 11Lei nº 8.078: dispõe sobre a proteção do consumidor, e dá outras providências.

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

1991Junho, 26Lei nº 8.195: altera a lei nº 5.194, de 24/12/1966, que regula o exercício das

profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, dispondo sobre

as eleições diretas para presidente dos Conselhos Federal e Regionais de

Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Julho, 31Resolução nº 358: dispõe sobre a inclusão do Técnico em Segurança do Trabalho

entre as constantes da resolução nº 262, de 28/07/1979.

Julho, 31Resolução nº 359: dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades

do Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Novembro, 29Lei estadual nº 1.901: cria o Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e

Maricá, RJ, regulamentada pelo decreto estadual nº 18.598, de 19/04/1993.

Reconhecido pela Unesco como Reserva da Biosfera da Floresta Atlântica, em

10/10/1992.

1992Março, 26Fundação da Associação dos Engenheiros Ferroviários (Aenfer), resultante

da fusão da Associação de Engenheiros da Estrada de Ferro Central do Brasil,

fundada em 19/06/1937, da Associação de Engenheiros da Administração

Geral da RFFSA, fundada em 27/08/1962 e da Associação de Engenheiros da

Companhia Brasileira de Trens Urbanos, fundada em 22/02/1986.

Agosto, 21Decisão normativa nº 43: dispõe sobre a obrigatoriedade do registro de empresas

do ramo da indústria naval nos Creas.

Agosto, 21Decisão normativa nº 44: dispõe sobre a titulação dos Técnicos Industriais e

Agrícolas de 2º Grau.

Agosto, 25Fundação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Angra dos Reis

(Assear).

EDGARD ALBERTO MOREIRA ROCHARio de Janeiro, 1916Engenheiro eletricista, engenheiro civil e engenheiro industrial modalidade MecânicoEscola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1940

Page 149: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

147

CRONOLOGIA

Setembro, 29A Câmara dos Deputados aprova o impeachment do presidente Fernando Collor

de Mello.

Outubro, 20Criação do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Veiga de

Almeida (UVA).

Dezembro, 16Decisão normativa nº 47: dispõe sobre as atividades de parcelamento do Solo

Urbano e as competências para executá-las.

Dezembro, 30Criação do curso de Engenharia de Produção Mecânica na Universidade do

Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

1993Março, 3 Decisão normativa nº 50: dispõe sobre o desempenho das atividades de Técnicos

de 2º Grau em Meteorologia.

Setembro, 28Resolução nº 377: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)

dos serviços de Aviação Agrícola e dá outras providências.

Dezembro, 17Resolução nº 380: discrimina as atribuições provisórias dos Engenheiros de

Computação ou Engenheiros Eletricistas com ênfase em Computação.

1993Setembro, 30Inauguração da Linha Vermelha, parte de um projeto global de circulação viária

para o Rio de Janeiro.

1995Março, 2Criação do curso de Engenharia Elétrica-Telecomunicações na Universidade do

Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Março, 17Resolução nº 392: regulamenta o parágrafo 2º do artigo 2º da resolução nº

323, de 26/06/1987, que dispõe sobre o registro dos Geógrafos nos Conselhos

Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Maio, 5Decisão normativa nº 56: dispõe sobre o Registro, Fiscalização e Anotação de

Responsabilidade Técnica de Redes de Emissoras de Televisão, Rádio AM e Rádio

FM e dá outras providências

1996MaioLançamento do primeiro número da Revista do Crea-RJ, que é publicada até hoje.

Setembro, 2Inauguração do Museu de Arte Contemporânea, projetado pelo arquiteto Oscar

Niemeyer e com projeto estrutural do engenheiro Bruno Contarini, Niterói, RJ.

Dezembro, 20Lei nº 9.394: estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

1997Janeiro, 8Lei nº 9.433: institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Agosto, 6Lei nº 9.478: dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao

monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a

Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.

Novembro, 24Inauguração da Linha Amarela, parte integrante de um projeto global de

circulação viária para o estado da Guanabara, de autoria do arquiteto Constantino

Doxiadis, Rio de Janeiro.

1998Dezembro, 18Resolução nº 425: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica.

Page 150: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

148

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

1999Março, 5Resolução nº 427: discrimina as atividades profissionais do Engenheiro de

Controle e Automação.

Março, 9Lançada publicamente a Ouvidoria do Crea-RJ.

Julho, 20Inauguração da ampliação do Aeroporto Internacional do Galeão, que passa

a ser denominado Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, Rio de

Janeiro.

Agosto, 13Resolução nº 430: relaciona os cargos e funções dos serviços da administração

pública direta e indireta, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos

municípios, cujo exercício é privativo de profissionais da Engenharia, da

Arquitetura ou da Agronomia e dá outras providências

Novembro, 27Resolução nº 437: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART

relativa às atividades dos Engenheiros e Arquitetos, especialistas em Engenharia

de Segurança do Trabalho.

Novembro, 27Decisão normativa nº 65: Dispõe sobre registro nos Creas e fiscalização de

empresas prestadoras das diferentes modalidades de Serviços de Distribuição de

Sinais de TV por Assinatura.

2000Fevereiro, 2 Inauguração do Terminal de Contêineres da Companhia Vale do Rio Doce,

Sepetiba, Rio de Janeiro.

Fevereiro, 25Decisão normativa nº 66: dispõe sobre o registro nos Creas de empresas

fabricantes de pólvora, explosivos, detonantes, munição para caça e esporte,

fósforos de segurança e artigos pirotécnicos.

Abril, 14Resolução nº 444: dispõe sobre os procedimentos relativos ao consórcio de

empresas, participação de empresas estrangeiras em licitações e acervo técnico

de obras e serviços realizados no exterior.

Junho, 16Decisão normativa nº 67: dispõe sobre o registro e a anotação de

responsabilidade técnica das empresas e dos profissionais prestadores de

serviços de desinsetização, desratização e similares.

Setembro, 22Resolução nº 447: dispõe sobre o registro profissional do Engenheiro Ambiental

e discrimina suas atividades profissionais.

Setembro, 22Resolução nº 448: dispõe sobre o registro dos cursos sequenciais de formação

específica e de seus egressos nos Creas e dá outras providências.

Dezembro, 15Resolução nº 453: estabelece normas para o registro de obras intelectuais no

Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

2001Março, 23Decisão normativa nº 69: dispõe sobre aplicação de penalidades aos profissionais

por imperícia, imprudência e negligência e dá outras providências

Abril, 27Resolução nº 458: dispõe sobre a fiscalização do exercício profissional referente

à inspeção técnica de veículos, automotores e rebocados, e das condições de

emissão de gases poluentes e de ruído por eles produzidos.

Outubro, 26Decisão normativa nº 70: dispõe sobre a fiscalização sobre os serviços técnicos

referentes aos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (pararraios).

Dezembro, 14Decisão normativa nº 71: define os profissionais competentes para elaboração

de projeto e utilização de explosivos para desmonte de rochas e dá outras

providências.

Page 151: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

149

CRONOLOGIAALCINA KOENOW PINHEIRO

Livro do Mérito, 1999. Rio de Janeiro, 1919Engenheira civil

Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1943

2002Novembro, 26Resolução nº 473: institui Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea.

Novembro, 26Resolução nº 1.002: adota o Código de Ética Profissional da Engenharia, da

Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia.

Dezembro, 13Decisão normativa nº 72: dispõe sobre responsabilidade técnica de atividade em

projeto, execução e manutenção de estrada rural.

Dezembro, 30Decreto nº 4.560: altera o decreto nº 90.922, de 6/02/1985, que regulamenta a

lei nº 5.524, de 5/11/1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de Técnico

Industrial e Técnico Agrícola de nível médio ou de 2º grau.

2003Junho, 27Resolução nº 1.004: aprova o Regulamento para a Condução do Processo Ético

Disciplinar.

Dezembro, 5Resolução nº 1.007: dispõe sobre o registro de profissionais, aprova os modelos e

os critérios para expedição de Carteira de Identidade Profissional.

2005Agosto, 22Resolução nº 1.010: dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos

profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação

dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do

exercício profissional.

2006Abril, 28Decisão normativa nº 79: revoga a decisão normativa nº 77, de 24/08/2005, que

dispõe sobre as atribuições do Engenheiro Florestal e Engenheiro Agrônomo no

que se refere à Silvicultura.

Dezembro, 8Resolução nº 1.019: dispõe sobre a composição dos plenários e a instituição de

câmaras especializadas dos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia (Creas).

Dezembro, 8Resolução nº 1.020: aprova o Estatuto da Mútua.

2008Maio, 30Resolução nº 1.023: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e o

Acervo Técnico Profissional e dá outras providências

Setembro, 26Decisão normativa nº 83: dispõe sobre procedimentos para a fiscalização do

exercício e das atividades profissionais referentes a monumentos, sítios de valor

cultural e seu entorno ou ambiência.

Setembro, 26Resolução nº 509: dispõe sobre as atividades profissionais do Engenheiro de

Exploração e Produção de Petróleo

2009Agosto, 21Resolução nº 1.024: dispõe sobre a obrigatoriedade de adoção do Livro de

Ordem de obras e serviços de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geografia,

Geologia, Meteorologia e demais profissões vinculadas ao Sistema Confea/

Crea.

Outubro, 30Resolução nº 1.025: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e o

Acervo Técnico Profissional, e dá outras providências.

Page 152: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

150

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

LEOPOLDO RODOPHO FEIJÓ BITTENCOURTRio de Janeiro, 1918Engenheiro eletricista, engenheiro geógrafo e engenheiro civilEscola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1943

1934-1936Engenheiro civil Dulphe Pinheiro Machado

1937-1939Engenheiro civil Adroaldo Junqueira Ayres

1940-1963 (7 mandatos)Engenheiro civil Luiz Onofre Pinheiro Guedes

1963-1975Engenheiro civil Carlos Prestes Cardoso(presidente da ex-13ª região)

1964-1965Engenheiro civil Mário Monteiro de Abreu Pinto (renunciou em 11.01.65)

1965-1972(3 mandatos)Arquiteto Mauro Ribeiro Viegas

1973-1975Engenheiro industrial Annibal Alves Bastos

1976-1978Arquiteto e urbanista e engenheiro civil Durval Coutinho lobo

1979-1981Engenheiro agrônomo Bernardino Bruno

Galeria dos presidentes

Page 153: 75 Anos Crea-RJ – A invenção de um novo tempo

151

CRONOLOGIA

1982-1984Engenheiro civil Darcy Aleixo Derenusson

1985-19871994-1996Engenheiro agrônomo Arciley Alves Pinheiro

1988-1990Engenheiro civil Alexandre Duarte Santos

1991-1993Engenheiro civil Alberto Caruso

1997-19992000-2002Engenheiro eletricista José Chacon de Assis

2003-20052006-2008Engenheiro eletricista Reynaldo Barros

2009-2011Engenheiro agrônomo Agostinho Guerreiro

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152

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Ficha técnica

PAULO PARDALRio de Janeiro, 1928Engenheiro civilEscola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, 1951

Ana Tereza Barrocas

Célia Maria Leite Costa

Claudia Petrucio Salgado César

Cláudio de Souza Novaes

Fernando Fernandes

Juliana Oakim

Juliene Marques

Marcelo Landrino

Maria da Conceição de Souza

Mário Aizen

Mônica Xexéo

Paula Serrano

Pedro Eduardo Monteiro Marinho

Suelen de Mendonça Soares

Crea-RJ (aos conselheiros, servidores e colaboradores)

Clube de Engenharia

Instituto Pereira Passos

Fundação Museu da Imagem e do Som

Museu Nacional de Belas Artes / MinC

Subsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design / Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Coordenação editorialCláudia Mesquita

Organização e textoCláudia MesquitaOlinio Gomes P. Coelho

ColaboradoresAntônio José MartinsEliana Alves da SilvaEliana Barroso Conde LeiteLucia Helena Pereira da SilvaMaria Clara Amado MartinsNireu Oliveira CavalcantiRegina Moniz RibeiroRonaldo Young

Projeto gráficoNogueira, D.M.

DiagramaçãoPaula Barrenne

RevisãoBenjamin AlbagliSimone Isnard

PesquisaEduardo Araujo Fernanda Rocha Luciano Ottino

FotografiaZeca Linhares

Foto da capaZeca Linhares

AgradecimentosIlustraçãoClaudio Duarte

Secretária executivaMarta Bandeira Maia

BibliotecáriaAna Cristina Monteiro Mesquita

Assessoria de marketing e comunicação

AssessoresRodrigo MachadoMaria Dolores BahiaNato Kandhall

EquipeClarissa de OliveiraConceição Taborda Ferraz da SilvaCoryntho BaldezJoceli FriasLeonardo MinerviniLuciana SoaresUallace LimaVera MonteiroViviane Maia

EstagiáriosAna Rosa CruzFabianna AltinoLeandro Carvalho CoelhoNathália RonfiniRafael de Jesus MendesVinicius da Silva Azevedo

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153

FICHA TÉCNICA

PresidenteEng. Agrônomo Agostinho Guerreiro2009-2011

Diretoria 2009

1º Vice-presidenteEng. Eletricista Luiz Antonio Cosenza

2º Vice-presidenteEng. Mecânico Oduvaldo Siqueira Arnaud

1º Diretor administrativoArquiteta Sônia Azevedo Le Cocq d’ Oliveira

2º Diretor administrativoTécnico em Eletrotécnica e Eng. Eletricista Ricardo do Nascimento Alves

3º Diretor administrativoEng. Mecânico Alexandre Sheremetieff Júnior

1º Diretor financeiroEng. Eletricista Alcebíades Fonseca

2º Diretor financeiroEng. Civil Eliezer Alves dos Reis

3º Diretor financeiroArquiteto Jefferson Roselo Mota Salazar

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro

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154

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Abea – Associação Brasileira de Engenheiras e ArquitetasABEE – Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas Abenc – Associação Brasileira de Engenheiros CivisABPE – Associação Brasileira de Pontes e EstruturasAdae – Associação Duquecaxiense de Arquitetos e Engenheiros Aeanf – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Nova Friburgo AEA-RJ – Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio de Janeiro AEEFL – Associação de Engenheiros da Estrada de Ferro Leopoldina Aenf – Associação de Engenheiros Agrônomos do Noroeste Fluminense Aenfer – Associação de Engenheiros Ferroviários AEVR – Associação de Engenheiros de Volta Redonda Afea – Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos Afem-RJ – Associação Fluminense de Engenheiros de Minas Alfea – Associação Leste Fluminense de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Amega – Associação Macaense de Engenheiros, Geólogos e Arquitetos Anfea – Associação Norte Fluminense de Engenheiro e Arquiteto Apea – Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos Apeferj – Associação dos Profissionais dos Engenheiros Florestais do Estado do RJ APG-RJ – Associação dos Profissionais Geólogos do Estado do Rio de Janeiro Asaerla – Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos Assea – Associação de Engenheiros e Arquitetos de Três Rios e Região Assear – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Angra dos Reis Atel – Associação dos Técnicos Industriais do Estado do Rio de Janeiro CE – Clube de Engenharia IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil Dep/RJ IEL – Instituto de Engenharia Legal Sarj – Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro SBMET – Sociedade Brasileira de Meteorologista Seaerj – Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro Seani – Sociedade de Engenheiros e Arquitetos de Nova Iguaçu Senge-RJ – Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro Senge-VR – Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda Sintec-RJ – Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado do Rio de JaneiroSobes-Rio – Sociedade de Engenharia de Segurança do Estado do Rio de Janeiro

Engenharia Civil (Ceec)Engenharia Elétrica (CEEE)Engenharia Mecânica e Metalurgia (Ceem)Engenharia Química (Ceeq)Geologia e Engenharia de Minas (CEGM)Engenharia de Agrimensura (Ceagri)Arquitetura (Cearq)Agronomia (Ceagro)Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST)

Entidades de classe representadas no Crea-RJCâmaras Especializadas

PermanentesAtos Administrativos Normativos (CAN)Educação (CED)Ética Profissional (CEP)Meio Ambiente (CMA)Orçamento e Tomada de Contas (COTC)Análise e Prevenção de Acidentes (Capa)Relações Institucionais (CRI)Renovação do Terço (CRT)

EspeciaisMérito - CMEditorial - CEEleitoral - CER

Comissões

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155

FICHA TÉCNICA

Instituições de ensino representadas no Crea-RJ

Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet)

Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam) Curso de Engenharia Civil

Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB-FERP) Unidade de Volta Redonda Unidade de Nova Iguaçu

Faculdades Integradas Silva e Souza (Fiss) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Centro Universitário de Volta Redonda Fundação Oswaldo Aranha (UniFOA)

Fundação Técnico-Educacional Souza Marques (Ftesm) Faculdade de Engenharia

Centro Universitário Metodista Bennett (Unibennett) Curso de Arquitetura e Urbanismo

Instituto Militar de Engenharia (IME)

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Centro Técnico Científico

Universidade Católica de Petrópolis (UCP) Escola de Engenharia

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Faculdade de Engenharia

Universidade Federal Fluminense (UFF) Escola de Engenharia Escola de Arquitetura e Urbanismo

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola Politécnica Instituto de Geociências Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Instituto de Tecnologia Instituto de Agronomia Instituto de Florestas

Universidade Gama Filho (UGF) Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

Universidade Santa Úrsula (USU) Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Centro de Arquitetura e Artes

Universidade Veiga de Almeida (UVA)

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156

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

Inspetorias e Postos de Relacionamento

CREA-RJ

Rio de Janeiro • Rua Buenos Aires, 40 - Centro - CEP 20070-022 - Tel: (21) 2179-2000 - TeleCrea: (21) 2179-2007 - www.crea-rj.org.br - [email protected]

METROPOLITANA

Barra da Tijuca • Av. das Américas, 700 - Bloco 8 - LJ 103 D - CEP 22640-100 - Telefax: (21) 2494-7397 / 2494-9023 - [email protected]

Campo Grande • Estrada do Cabuçu, 271 LJ J – Centro - CEP 23052-230 Tel: (21) 2413-9992 - [email protected]

Duque de Caxias • Rua Marechal Deodoro, 557/406 - Bairro 25 de Agosto - CEP 25071-190 - Tel: (21) 2671-9352 - [email protected]

Ilha do Governador • Estrada do Galeão, 2500/201-B - Cacuia - Centro CEP 21931-003 - Tel: (21) 3393-4398 - [email protected]

Miguel Pereira • Av. da Paz, 115 - Sala 6 - Centro - CEP 26900-000 - Tel: (24) 2484-5035 - [email protected]

Nova Iguaçu • Rua Dom Walmor, 383 Sl 208 - Centro - CEP 26215-220 Telefax: 2669-3166 - [email protected]

Posto de Relacionamento de Itaguaí • Rua Curvelo Cavalcanti, 189 sala 311 - Centro - CEP 23810-201 - [email protected]

Posto de Relacionamento do Recreio dos Bandeirantes • Av. das Américas, 19.019 - Recreio Shopping Center - Sala 384 - Recreio dos Bandeirantes - CEP 22790-701 - Tel: (21) 2490-0243 - [email protected]

Posto de Relacionamento de Madureira • Estrada do Portela nº 99 sala 903 - Shopping Polo I - Madureira - CEP 21351-050 - Tel: 2450-1873 - [email protected]

Posto de Relacionamento de São João de Meriti • Av. Automóvel Clube, nº 2384 - Sala 303 - Shopping Rio Ville - Vilar dos Teles - São João de Meriti - CEP 25.565-172 - Tel: (21) 3752-3815 - [email protected]

Posto de Relacionamento de Jacarepaguá • Estrada do Gabinal, 313 Lj 235 A - Freguesia - Jacarepaguá - CEP 22.760-151- Tel: (21) 2443-8174 - [email protected]

NORTE

Campos dos Goytacazes • Pça. S. Salvador, 41 S/7 - Centro - CEP 28010-000 - Tel: (22) 2733-1474 - [email protected]

Itaocara • Rua Cel Pita de Castro, 230 Loja 102 - Centro - CEP 28570-000 Tel: (22) 3861-3090 - [email protected]

Itaperuna • Rua Tiradentes, 50 - Centro - CEP 28300-000 - Telefax: (22) 3824-3387 - [email protected]

Inspetoria de Santo Antonio de Pádua • Praça Pereira Lima, 63 sala 17 - Centro - CEP 28.470-000 - Telefax: (22) 3851-0546 - [email protected]

SUL

Angra dos Reis • Rua Professor Lima, 160/101 - Centro - CEP 23900-000 Telefax: (24) 3365-2135 / 3365-3600 - [email protected]

Barra do Piraí • Pça. Dr. Nilo Peçanha, 27 Sala 2 Anexo - Centro - CEP 27123-020 - Telefax: (24) 2442-0234 / 2442-0342 - [email protected]

Posto de Relacionamento na Eletronuclear • Br 101 Km 132 - Itaorna - CEP 23900-000 - Tel: (24) 3362-1439 - [email protected]

Paraty • Av. Roberto Silveira, 149 Sala 5 - Shopping Paraty - Portão de Ferro II - Paraty - CEP 23970-000 - Tel: (24) 3371-2261 - [email protected]

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FICHA TÉCNICA

Resende • Rua Vila Adelaide, 201 - Jd. Brasília - CEP 27514-100 - Telefax: (24) 3354-6233 - [email protected]

Valença • Rua Rafael Januzzi, 15 - Sala 406 - Centro - CEP 27600-000 Telefax: (24) 2453-3164 - [email protected]

Volta Redonda • Rua 21 - Nº 48 - Vl. Sta Cecilia - CEP 27260-610 - Tel: (24) 3342-4570 - Fax: 3342-9820 - [email protected]

Posto de Relacionamento de Pinheiral • Rua Coronel Antônio Ribeiro, 146 - Centro - Pinheiral - CEP: 27.197-000 - Tel: (24) 3356-6223 - [email protected]

LESTE

Araruama • Av. Brasil, 41 - Centro - Araruama - CEP 28970-000 - Telefax: (22) 2665-4511 / 2665-7389 - [email protected]

Armação dos Búzios • Av. José Bento Ribeiro Dantas, 5.400 - Sala 27 Manguinhos - CEP 28925-000 - Tel: (22) 2623-3032 - [email protected]

Cabo Frio • Av. Nilo Peçanha, 73 Lj. 05 - Centro - CEP 28901-970 - Telefax: (22) 2645-6524 - [email protected]

Macaé • Av. Rui Barbosa, 698 Sala 602 - Centro - CEP 27910-362 - Telefax: (22) 2762-9550 / 2772-4758 - [email protected]

Rio das Ostras • (Horário de Atendimento: 8h às 17h). Rua das Casuarinas, 595 - sala 15 - 2º andar - Centro de Cidadania - Âncora - Rio das Ostras - CEP 28890-000 - Telefax: (22) 2771-2166 - [email protected]

Posto de Relacionamento de São Pedro da Aldeia • Atendimento: 2ª e 5ª de 9h às 17h - Rua Teixeira Brandão, 19 sala 4 - B. Estação - CEP 28940-000 - Tel: (22) 2627-6607 - [email protected]

LESTE METROPOLITANA

Magé • Av. Simão da Motta, 578/303 - Centro - CEP 25900-000 - Tel: (21) 2633-2563 - [email protected]

Maricá • Praça Conselheiro Macedo Soares, 206 Sala 1 - Centro - CEP 24900-000 - Tel: (21) 2637-1931 - [email protected]

Niterói • Av. Roberto Silveira, 245 - Icaraí - CEP 24230-151 - Tel: 2711-1317 / 2610-9832 - [email protected]

São Gonçalo • Rua Alfredo Backer, 115/204 e 205 - Mutondo - CEP 24452-001 - Telefax: (21) 2602-5801 - [email protected]

Posto de Relacionamento de Piratininga • Estrada Francisco da Cruz Nunes, 5.428 - sala 135 - Shopping Condominio Barravento - Piratininga - Niterói - CEP 24.350-310 - Tel: (21) 2619-1578 - [email protected]

Itaboraí • Rua Doutor Pereira dos Santos, 130 sala 213 - Centro - CEP 24800-000 - Tel: (21) 2635-2987 - [email protected]

SERRANA

Cantagalo • Rua Getulio Vargas, 287/205 - Centro - CEP 28500-000 - Tel: (22) 2555-5442 / 2555-4808 - [email protected]

Nova Friburgo • Praça Presidente Getulio Vargas, 105/206 - Centro - CEP 28610-170 - Telefax: (22) 2522-4890 - [email protected]

Petrópolis • Rua Barão do Amazonas, 88 - Centro - CEP 25685-070 - Telefax: (24) 2242-2815 / 2237-7997 - [email protected]

Teresópolis • Av. Lucio Meira, 330/201 - Centro - CEP 25953-001 - Telefax: 2742-7179 - [email protected]

Três Rios • Praça São Sebastião, 124 - Centro - CEP 25804-080 - Telefax: (24) 2255-1557 - [email protected]

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75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

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Este livro registra o caminho percorrido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ) em seus 75 anos de existência. Estão assinalados os mais importantes acontecimentos desse percurso e também são apresentados os profissionais que, com dignidade e competência, souberam exercer suas atividades: engenheiros, arquitetos, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologistas, tecnólogos e técnicos. O livro desvela a integração entre esse Conselho e a sociedade à qual tem servido, por meio de sua participação em todos os eventos sociais, políticos, culturais, técnicos e científicos que pontilham a vida de cariocas e fluminenses.

Rua Buenos Aires, 40 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20070-022

Rio de Janeiro | 2009

75 anos Crea-RJA invenção de um novo tempo

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