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MARÇO DE 2007 ANO XX nº 756 SEG 5 TER 6 QUA 7 QUI 8 SEX 9 SÁB 10 DOM 11 sintufrj.org.br [email protected] Sindicato convoca Assembléia Será às 14h desta quarta-feira, dia 7, na subsede do SINTUFRJ, no HU. Na pauta, a discussão do PAC e da campanha salarial. A assembléia também vai eleger delegados para a plenária da Fasubra (dias 12 e 13) e para a plenária dos SPFs (dia 14). 3,17%, 28% pensionista e FGTS Atualize suas informações sobre esses assuntos. Página 2 Sua opinião é fundamental! Por intermédio de sua página na internet, o Sindicato realiza, a partir de hoje, pesquisa inédita com a categoria, para elaborar o conjunto de reivindicações a serem encaminhadas ao futuro reitor. Aloísio Teixeira é candidato único. Páginas 3 e 4 Mulheres: dramas e conquistas 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Trata-se de data comemorada mundialmente cuja origem se relaciona com o início da conquista de direitos civis pelas mulheres. Na UFRJ, as mulheres são a maioria (4.865 na ativa e 2.399 aposentadas). Para homenagear momento tão marcante, quatro páginas desta edição se ocupa do tema, com abordagens diferentes. Páginas 6, 7, 8, 9 e Editorial. Universidade Nova O Grupo de Trabalho de Educação do SINTUFRJ começou o ano discu- tindo o projeto Universidade Nova, uma proposta que vem sendo debatida no meio universitário e que pretende mudanças na forma de ingresso nas universidades federais e alterações na estrutura curricular dos cursos. Página 12 BATALHAS COTIDIANAS. A pesquisadora Silvia Reis estuda a gravidez de adolescentes. As professoras da Faculdade de Medicina, Juraci Ghiaroni (ao centro) e Silvia Zahar, desvendam os segredos da menopausa. São exemplos de profissionais que mergulham no dia-a-dia do surpreendente universo feminino

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MARÇO DE 2007 ANO XX nº 756 SEG 5 TER 6 QUA 7 QUI 8 SEX 9 SÁB 10 DOM 11 sintufrj.org.br [email protected]

Sindicato convoca AssembléiaSerá às 14h desta quarta-feira, dia 7, na subsede do SINTUFRJ, no HU. Na pauta, a discussão do PAC e da campanha salarial.

A assembléia também vai eleger delegados para a plenária da Fasubra (dias 12 e 13) e para a plenária dos SPFs (dia 14).

3,17%, 28%pensionista e FGTS

Atualize suas informações sobre esses assuntos. Página 2

Sua opinião é fundamental!Por intermédio de sua página na internet, o Sindicato realiza, a partir de hoje, pesquisa inédita com a categoria, para elaborar o

conjunto de reivindicações a serem encaminhadas ao futuro reitor. Aloísio Teixeira é candidato único. Páginas 3 e 4

Mulheres: dramas e conquistas8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Trata-se de data comemorada mundialmente cuja origem se relaciona com o início da conquista de direitos

civis pelas mulheres. Na UFRJ, as mulheres são a maioria (4.865 na ativa e 2.399 aposentadas). Para homenagear momento tão marcante, quatro páginasdesta edição se ocupa do tema, com abordagens diferentes. Páginas 6, 7, 8, 9 e Editorial.

Universidade NovaO Grupo de Trabalho de Educação do SINTUFRJ começou o ano discu-

tindo o projeto Universidade Nova, uma proposta que vem sendo debatidano meio universitário e que pretende mudanças na forma de ingresso nasuniversidades federais e alterações na estrutura curricular dos cursos.Página 12

BATALHAS COTIDIANAS. A pesquisadora Silvia Reis estuda a gravidez de adolescentes. As professoras da Faculdade de Medicina, Juraci Ghiaroni (ao centro) eSilvia Zahar, desvendam os segredos da menopausa. São exemplos de profissionais que mergulham no dia-a-dia do surpreendente universo feminino

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JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Denise Francisco Góes, Jeferson Mota Salazar e Odilon Campinas Filho / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenaçãode Comunicação / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. / Estagiária: Renata Souza / Secretária: Katia Barbieri / ProjetoGráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Luís Fernando Couto e Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Niko Júnior / Revisão: RobertoAzul / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência:aos cuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61

doispontos

O futuronos pertence

Não precisamos de umdia especial para sermosfelicitadas. O que precisa-mos é de respeito ao espa-ço que conquistamos emtodos estes séculos e quereafirmamos a cada segun-do, minuto e hora. Somosmaioria da população bra-sileira, essenciais no mer-cado de trabalho, somosmães, irmãs, companhei-ras, chefes de família, pro-fissionais e, acima de tudo,mulheres. Temos brilhopróprio, garra, determina-ção. Somos sensíveis, masnão frágeis.

O 8 de Março tem paranós, mulheres, um simbo-lismo muito importante.Mas mais do que isso, oque importa é a nossa atu-ação cotidiana, seja emcasa, no trabalho, no sin-dicato, no partido político,associação de moradores.Porque as mulheres estãoem toda parte e lugar.

Nosso horizonte é ili-mitado e a nossa capaci-dade infinita. Superamoshá muito tempo a fase demulher x homem para en-trarmos na fase homem emulher. Os patamares sãoos mesmos. Ainda não der-rubamos totalmente a bar-reira do machismo, mas oque nos aniquilava e im-pedia nosso avanço hojenos impulsiona a querermais. Não existe obstáculoque nos segure.

Portanto, este dia, maisdo que comemoração, nosimpõe um exercício de re-flexão sobre o nosso futu-ro. Porque hoje as condi-ções estão mais do quepropícias para nós, mulhe-res, ampliarmos nossasconquistas pessoais e co-letivas.

As diretoras do SINTU-FRJ saúdam todas as traba-lhadoras em educação daUFRJ

FGTS: advogadoinforma o Sindicato

28,86%: pensionistas

Como já havia sido informado anteriormente, o juiz daação dos 3,17% nomeou o contador da Justiça Federalcomo seu perito, para conferir as contas de atrasados doprocesso. O contador no mês de janeiro de 2007 devolveuo processo para o juiz, informando que necessitava queprimeiro ele decidisse os critérios a serem adotados, to-mando como base as questões apresentadas pela Advoca-cia-Geral da União (AGU), que são: 1 – Limitação temporal– A AGU quer que o juiz limite o direito aos atrasados atémaio de 2001. 2 – Exclusão de quem recebeu valores naJustiça – A AGU quer que o juiz exclua do processo as

3,17%: situação atualpessoas que já receberam valores pela Justiça em processosindividuais. O contador judicial solicitou também informa-ção sobre valores recebidos administrativamente pelos ser-vidores. Já nos primeiros dias de fevereiro o juiz devolveu oprocesso ao contador, informando que os elementos exigi-dos para conferência das contas já estão no processo, indi-cando as informações. O prazo estimado de permanênciano contador é de três meses, e a assessoria jurídica vempressionando para que este prazo seja reduzido, com a de-volução do processo para que o juiz possa decidir as ques-tões levantadas pela AGU.

Calendário da Fasubra

Reunião da VigilânciaDia 9 de março, sexta-feira, às 14h, no Espaço Cultural.

Pauta: Seminário Nacional de Vigilância e propostas da Coor-denação de Seguridade Social da Fasubra para 2007.

GT-CarreiraReunião dia 6 de março, às 14h, na subsede do HU. Pauta:

pendências do Plano de Carreira.

GT SaúdeReunião dia 6 de março, terça-feira, às 10h, na subsede do

HU. Pauta: saúde suplementar e proposta da Coordenação dePolíticas Sociais para 2007.

SeminárioA diretoria do SINTUFRJ realizou um seminário so-

bre planejamento nos dias 14 e 15 de fevereiro, no qualforam discutidas várias propostas pelas diversas coor-denações que ainda continuam em debate.

O advogado Júlio Rome-ro passou as seguintes in-formações à Direção do Sin-dicato sobre os processos da29ª e 9ª Varas Federais:

No processo da 29ª VaraFederal, o advogado infor-mou que a Caixa Econômicarequereu judicialmente pra-zo de 90 dias, a contar de 26de fevereiro, para realizarum levantamento de todosos sindicalizados que aindanão receberam seus saldospara identificar as possíveispendências que estão impe-dindo o pagamento. Nesseprazo de 90 dias, a Caixa secompromete a resolver aspendências e proceder aopagamento, corrigido comjuros, atualização e correçãomonetária. Não é acordo. Éandamento para dar cum-primento à decisão judicial.Embora considere que aCaixa já devesse ter liberadoos saldos de todos os inte-grantes desse processo, oSindicato não vai contestaro pedido da Caixa, porquevislumbra a perspectiva definalizar o processo, com o

efetivo pagamento de todos.É aguardar o prazo, semmais necessidade de ir àsagências da Caixa.

No processo da 9ª VaraFederal, o advogado infor-mou que está procedendo àmovimentação jurídica ob-jetivando abrir pauta, aindano mês de março, para queo Pleno do Tribunal Regio-nal Federal julgue o conflitode competência existente,ou seja, esclareça qual Tur-ma examinará o pedido derestabelecimento da limi-nar, anteriormente conquis-tada pelo advogado JúlioRomero, visando à anteci-pação de tutela, que possi-bilitará o pagamento aos in-tegrantes do processo. Ha-vendo julgamento favorá-vel, o pagamento será feitodiferente do processo da 29ªVara. Nesse processo, todosreceberão na mesma agên-cia da CEF, situada na Justi-ça Federal, e todos recebe-rão comunicado do Sindi-cato. Portanto, não haveráprocessamento por lotes debeneficiários.

Plantão FGTSPróximo plantão do advogado Júlio Romero será dia 14

de março, quarta-feira, às 10h30, na sede do SINTUFRJ.

Como já havia feito emoutros processos movidospelo SINTUFRJ, a Advocacia-Geral da União também apre-sentou embargos à execuçãono processo que reivindica28,86% para os pensionis-tas. Sobre os argumentos dorecurso da AGU, também não

há qualquer novidade, poisvoltam a atacar a legitimida-de do Sindicato para promo-ver a execução coletiva e ale-gam pagamentos feitos emprocessos individuais.

O SINTUFRJ já contestouo recurso que está sendoanalisado pelo juiz.

O calendário de março daFasubra foi organizado da se-guinte forma: nos dias 6, 7 e 8será realizada a reunião daComissão de Informática. Nosdias 7 e 8, ocorrerá a reuniãodo GT-Educação, das Coorde-nações de Assuntos de Apo-sentadoria e de Políticas Soci-ais. Ainda nos dias 7 e 8, a co-ordenação de política sindicaldiscutirá a sistematização daproposta de estatuto. A dire-ção nacional se reúne entre osdias 9 e 11. Haverá plenário

setorial da Fasubra nos dias12 e 13. No dia 14, será realiza-da a plenária nacional dosSPFs.

Na segunda quinzena demarço, dia 15, será lançada acampanha salarial. Nos dias 16,17 e 18, haverá reuniões do GT-Educação e das Coordenaçõesde Assuntos de Aposentaria ede Políticas Sociais. A reuniãodo GT-Carreira ocorrerá nosdias 19 e 20. O Seminário Naci-onal da CIS será realizado nosdias 21 e 22.

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REELEIÇÃO

Candidato único na UFRJ

No dia 1º, pouco de-pois das 9h, AloísioTeixeira e Sylvia Var-

gas registraram sua chapa –a única inscrita – e apresen-taram o programa de traba-lho para a pesquisa em quea comunidade escolherá onovo reitor e seu vice, mar-cada para dias 2, 3 e 4 deabril. A chapa deve apresen-tar em breve, com o início dacampanha nesta semana, aequipe de pró-reitores.

Esta pesquisa poderá ser,pela primeira vez, realizadacom urnas eletrônicas. Se-gundo a professora LigiaVianna, da comissão eleito-ral, o Tribunal Regional Elei-toral (TRE) ainda está anali-sando o pedido de cessãodas urnas. E disse que, comocandidatura única, e se aurna eletrônica for adotada,a chapa, que seria número 1na cédula convencional, ga-nha o número 10.

O resultado da pesquisaserá apresentado ao colégioeleitoral, composto peloConselho Universitário,CEG, CEPG e Conselho deCuradores, que será reuni-do no dia 26 de abril, paraformação da lista tríplice –nos termos da legislação vi-gente – que será entregue aoMEC.

Mesmo sendo chapa úni-ca, a eleição é um compro-misso importante, do qualtodos devem participar,contribuindo para a conso-lidação dessa conquista queé a realização de um pro-cesso democrático de esco-lha com peso igual para ostrês segmentos. Segundo aregra que vem se consoli-dando, a comunidade apon-ta a chapa preferida. O re-sultado é acolhido pelo Co-légio Eleitoral e tambémpelo Ministro da Educação,como foi na última eleição.

Só para lembrar, depoisdo triste episódio em que oMEC nomeou Vilhena ape-sar da comunidade ter apon-tado Aloísio, na eleição se-

guinte, de Carlos Lessa, em2002, foi feita uma consultaà comunidade realizada ofi-cialmente pelo Conselhoatendendo à imposição de70% , 15% e 15% de ponde-ração; já na de Aloísio, em2003, foi realizada uma pes-quisa informal paritária,com o peso de 1/3 para cadasegmento, regra seguidapelo regimento atual.

Reitor afastadoO Conselho Universitá-

rio do dia 22 de fevereiroautorizou o afastamento deAloísio Teixeira e Sylvia Var-gas do cargo de reitor e vicepara candidatar-se ao cargode reitor (cumprindo artigo71) do Estatuto por 60 dias apartir de 1º de março. OConsuni designou José LuizMonteiro (da PR-2) pararesponder pelo cargo dereitor e Carlos Levi (da PR-3) para o cargo de vice, du-rante o afastamento.

Pesquisa poderá ser realizada, pela primeira vez, através de urnas eletrônicas cedidas pelo TRE

O Conselho Universitário aprovou, na ses-são de 22 de fevereiro, o regimento da pes-quisa para escolha de reitor e vice para a ges-tão 2007 a 2011. Pela regra, a apuração, dia 5,na sala de reuniões do Consuni, começa às 9haté a conclusão. A ponderação para soma dosvotos levará em consideração o peso de 1/3para docentes, técnico-administrativos e es-tudantes.

“A paridade não é novidade. Mantem-se oavanço. Na medida da legislação existente, asregras são as melhores para manter a vonta-de dos três segmentos comparecerem às ur-nas. A paridade tem um peso mais democráti-co em que pese o fato de que, na paridade, osegmento docente mantém a supremacia,uma vez que o contingente de eleitores é maisfácil de mobilizar”, diz Marcílio Araújo, repre-sentante dos TA no Consuni.

Para o conselheiro, deve-se incentivar umacampanha maciça nos segmentos e ainda des-tacar a importância da eleição conjunta: “Vaiser uma eleição combinada: os técnico-admi-nistrativos vão votar duas vezes. Uma noscandidatos a reitor e vice e outra nos repre-

Paridade se consolidasentantes para os colegiados – Consuni, CEGe CEPG.”

Marcílio informa que a instituição, res-ponsável pelas duas eleições, vai econo-mizar tempo, mão-de-obra e dinheiro eacha que será uma eleição rápida porquevão ser usadas urnas eletrônicas. O conse-lheiro ponderou também que a desincom-patibilização do reitor – aprovada no mes-mo Consuni – deve ser regra.

Para a representante dos estudantes, Flá-via Cale da Silva, muitas das demandas histó-ricas dos estudantes foram incluídas nas re-gras elaboradas pela comissão eleitoral, pre-sidida pelo professor Edwaldo Cafezeiro, con-siderado progressista e da qual os estudantestambém fazem parte: “A gente está participan-do desse processo democrático”, resume ela.

Ricardo Kubrusly, 1º secretário da ADU-FRJ, acredita que a paridade é a forma maisjusta dentro das possibilidades que existem,porque dá voz a todos os segmentos – estu-dantes, funcionários e professores: “Voz ver-dadeira e oportunidade aos grupos de se uni-rem e equilibrar o processo.”

Foto: Niko Júnior

ALOÍSIO TEIXEIRA. Depois de quase 4 anos à frente da UFRJ, é agora candidato único para ser reconduzido ao cargo

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REITORIA

Sua opinião é fundamental!Antecipando-se aos debates previs-

tos para o curso da campanha, o SIN-TUFRJ quer construir uma pauta de rei-vindicações sintonizada com os ansei-os da comunidade universitária. Este éo objetivo da pesquisa on line. O que sequer é ampliar ao máximo o espaço departicipação no processo eleitoral.Veja como participar . . .

Todo mundo deve acessar, entre osdias 5 e 9, a página do SINTUFRJ(www.sintufrj.br). Clique no botão “par-ticipe”. Uma página é aberta na qual ousuário deve escrever sua sugestão. Cli-que no botão “envia” ao fim da página esua reivindicação estará registrada.

No dia 12, as sugestões estarão sen-do tabuladas para formação da nossapauta de reivindicações, que será con-cretizada na reunião de diretoria nomesmo dia.

Sindicato começa, apartir desta segunda-feira, dia 5, e que irá seestender até sexta, dia9, na sua página naInternet, pesquisa paraouvir a sua opiniãosobre o que deve sercobrado como plano deação da futura Reitoria.A consulta servirácomo base para aelaboração da pauta dereivindicação que seráentregue ao candidatoúnico Aloísio Teixeira.

O pesquisador Adalberto Vieyra,que foi diretor do Instituto de Ciênci-as Biomédicas por oito anos, é o co-ordenador da campanha de AloísioTeixeira à reeleição. Adalberto expli-cou que a chapa irá aproveitar a cam-panha para discutir novas idéias parao próximo quadriênio e refletir so-bre o que foi feito: “Refletir sobre oque não foi possível realizar e teceruma grande aliança com os três seg-mentos para que as esperanças eobras ainda não concretizadas pos-sam ser realizadas com a participa-ção de todos. A campanha deve teresse efeito mobilizado.”

MUDANÇAS – Ele não sabe quaismudanças devem ocorrer na equi-pe da administração central, mascomenta: “Considero uma equipede sucesso. Por isso me envolvi nacampanha e aceitei ser coordena-dor. Uma equipe comprometidacom o futuro da UFRJ. Mas mudan-ças que eventualmente possamocorrer serão coordenadas pelo rei-tor. Mas essa é uma questão queserá discutida pelo corpo social, atéporque, mais importante que no-mes são as propostas e como serãoconstruídas ao longo da campanhacomo continuidade de todo diálo-go e participação que foi estimula-

Adalberto Vieyra é o coordenadorda ao longo da gestão”.

CAMPANHA – Nesta segunda-fei-ra logo de manhã, Aloísio e Sylviavisitam os andares do HU para dia-logar com as pessoas. Ele já visitouPrefeitura e dependências da Reito-ria conversando com funcionários.“Ter começado pelos técnicos-admi-nistrativos tem dimensão simbólicapolítica extremamente importante. Oreconhecimento de que sem essesegmento não há construção políti-ca de nada”, diz Adalberto, comen-tando que nos 20 dias úteis de cam-panha os candidatos vão visitar di-ferentes setores da UFRJ. “Haverá ca-minhadas por diversos lugares. E oscandidatos irão aonde forem solici-tados. Haverá debate permanente aolongo da campanha com todo os seg-mentos.”

EIXO – “Um grande eixo progra-mático será o documento do PDI,uma proposta integradora em todosos planos. Mas haverá mensagenspermanentes a todos os segmentosque têm especificidades na constru-ção do programa. Outro eixo é que amobilização e a participação que seespera sejam as formas de estabele-cer um compromisso e que essecompromisso seja estabelecido portodos. O compromisso por toda UFRJ

Campanha com debates – 5 a 30 de

março

Pesquisa – 2, 3, 4 de abril

Divulgação do resultado – 5 de abril

Debates – A Comissão Coordenado-

ra da Pesquisa organizará duas reu-

niões públicas para apresentação e

debate do programa de trabalho.

21/3, 18h, na Praia Vermelha – Salão

Pedro Calmon

27/3, 11h, na Ilha do Fundão – Audi-

tório do CT

não pode estar numa chapa, mas emtodos os segmentos que compõemo tecido da UFRJ”, conclui o coorde-nador.

DOCUMENTO – Os eleitores terãode identificar-se na votação com aapresentação de um dos seguintes do-cumentos: identidade; carteira funci-onal; carteira de estudante e caderne-ta escolar (no caso de estudantes doCAP e dos cursos básico e intermediá-rio da Escola de Música).

Calendário

Foto: Niko Júnior

ADALBERTO. Recebeu convite deAloísio no início da semana passada

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BANCADAS NOS CONSELHOS

Duas eleições em umaRepresentantes nos colegiados superiores serão escolhidos no mesmo dia da pesquisa para reitor

O REITOR DA UNIVERSIDA-DE FEDERAL DO RIO DEJANEIRO, no uso das atri-buições conferidas peloDecreto de 24 de junho de2003, publicado no DiárioOficial da União de 25 dejunho de 2003, e em con-formidade com o parágra-fo 7º, do Artigo 64, do Esta-tuto da UFRJ, que determi-na que os representantesdos servidores técnico-ad-ministrativos nos órgãoscolegiados superiores se-rão escolhidos pelos seuspares, segundo processoconvocado e supervisiona-do pela Reitoria e organi-zado pela entidade repre-sentativa, torna público opresente edital de convo-cação.

EDITAL

REGIMENTO ELEITORALPARA ESCOLHA DOS RE-PRESENTANTES DOS TÉC-NICOS-ADMINISTRATIVOSNO CONSELHO UNIVERSI-TÁRIO (ConsUni); CONSE-LHO DE ENSINO DE GRA-DUAÇÃO (CEG) E CONSE-LHO PARA GRADUADOS(CEPG)

I – DA INSCRIÇÃO:1)A inscrição será por cha-pa, com a apresentação dosnomes completos, registrona UFRJ, e no Siape, e uni-dade de trabalho. A(s)chapa(s) deverá(ão) conter:* Para o Conselho Univer-sitário:5 (cinco) candidatos e seusrespectivos suplentes* Para o Conselho de Ensi-no e Graduação:1 (um) candidato e seu res-pectivo suplente* Para o Conselho de Ensi-no Para Graduados:

Segundo a portarianº 533, de 22 defevereiro de 2007,antecipada pelo Jornaldo SINTUFRJ na edição755 e publicada noboletim extraordinárioda UFRJ de 26 defevereiro (reproduzidaao lado), o regimentoeleitoral prevê que nosdias 2, 3 e 4 os técnicos-administrativos, alémde apontar reitor e vice,vão escolher osrepresentantes TA noConselho Universitário,Conselho de Ensino deGraduação e Conselhode Ensino paraGraduados e Pesquisa.Nestes colegiados sãodefinidos prioridades edestinos daUniversidade. E ostécnicos-administrativos, depoisde mais de uma décadade lutas, conseguiramestar representadoscom voz e voto.A inscrição para estaeleição será nos dias 13e 14, das 9h às 17h, naSecretaria dos ÓrgãosColegiados. Será porchapa: 5 titulares e 5suplentes para oConselho Universitário;1 candidato e suplentepara o CEG e 1candidato com seusuplente para o CEPG.A comissão eleitoralavaliará a possibilidadede organizar debates. Aapuração será dia 9 deabril, a partir das 9h, nosalão do Consuni.Vence a chapa queobtiver a maioriasimples dos votos.

ATOS DO REITORPORTARIA Nº 533, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2007

1 (um) candidato e seu res-pectivo suplente;2) Não serão aceitas inscri-ções que não apresentarema chapa completa, titulares erespectivos suplentes, paracada órgão colegiado;3) Apenas poderão concor-rer às eleições, servidorestécnico-administrativos lota-dos em unidades pertencen-tes à Universidade Federaldo Rio de Janeiro;4) Para a representação dostécnico-administrativos noConsUni é permitida a re-condução dos atuais mem-bros; e no CEG e CEPG, ape-nas uma recondução dosatuais representantes, con-forme regimento interno dosrespectivos conselhos;5) A inscrição ocorrerá de 9hàs 17h, nos dia 13 e 14 demarço de 2007, na Secretariados Órgãos Colegiados(SOC) – 2º andar do Prédioda Reitoria;6) A homologação das ins-crições de chapas fica sob aresponsabilidade da Comis-são Eleitoral, e ocorrerá às14h do dia 15 de março, nasala da Secretaria dos ÓrgãosColegiados (SOC) – 2º andardo Prédio da Reitoria, obe-decendo os critérios previs-tos no regimento interno dosrespectivos colegiados.

II – DA ELEIÇÃO:1) As eleições ocorrerão nosdias 2, 3 e 4 de abril de 2007;2) A localização das urnas, ohorário de votação e a com-posição das mesas eleitoraisserão definidas pela Comis-são Eleitoral e amplamentedivulgadas;2 / BOLETIM Nº 04 - 26 DEFEVEREIRO DE 2007 - EX-TRAORDINÁRIO3) A guarda das urnas do 1ºpara o 2º dia de eleição fica-

rá sob a responsabilidade daComissão Eleitoral;4) A fiscalização será de res-ponsabilidade das chapasconcorrentes;5) A cédula eleitoral deveráconter o nome das chapascom os nomes dos respecti-vos candidatos, para a repre-sentação em cada órgão co-legiado. Em caso de umaúnica chapa, para qualquerdos três, ou para os três ór-gãos colegiados, na céduladeverão estar impressas aspossibilidades SIM e NÃO;6) A comissão eleitoral ava-liará a possibilidade de or-ganizar debates com a(s)chapa(s) inscrita(s).

III – DO PROCESSO:1) O SINTUFRJ apoiará oprocesso fornecendo a cadauma das chapas inscritas ototal de 5(cinco) mil cópiasem papel A4, para divulga-ção das propostas de cadachapa, 200 cartazes em pa-pel A3 e publicará em umapágina de seu jornal, na se-mana que antecede as elei-ções, textos com a divulga-ção de cada chapa queserá(ão) avisada(s) previa-mente do espaço (númerode caracteres) a que terá(ão)direito.2) As cédulas, o material dasmesas de votação e apura-ção, e as listagens de votan-tes ficarão a cargo da PR4/Reitoria, com apoio do SIN-TUFRJ.

IV – DA APURAÇÃO:1) Data da apuração: dia 9 deabril de 2007;2) Horário: a partir das 9 ho-ras;3) Local: salão do ConsUni;4) A apuração será feita em4(quatro) mesas apurado-ras, com 2 (dois) apuradores

indicados pela ComissãoEleitoral e 1(um) fiscal decada chapa por mesa.Obs: Votos válidos são osatribuídos a uma chapa.Em caso de chapa única adeclaração de SIM ou NÃO

V – DO RESULTADO:1) Para a representação noConsUni, CEG e CEPG se-rão considerados eleitos ostitulares e seus respectivossuplentes constantes dachapa que obtiver a maio-ria simples dos votos;2) No caso de chapa única,a mesma será consideradavitoriosa se conseguir mai-oria simples de votos SIM.Em caso de maioria de vo-tos NÃO, o processo seráanulado e novo processodeverá ser convocado pelareitoria;3) Declarado o resultado, aComissão Eleitoral aguar-dará por 24h para análisede eventuais solicitaçõesde recurso, antes da pro-mulgação do resultado;4) Não havendo recurso ouo mesmo sendo deferidopela Comissão Eleitoral, oresultado será enviado aoPresidente do ConselhoUniversitário da UFRJ;5) A posse dos representan-tes dos técnico-administra-tivos será após o términodo mandato dos atuais re-presentantes, de acordocom os prazos dos respec-tivos colegiados.

V – DISPOSIÇÕES GERAIS:1) Os casos omissos e nãoprevistos serão apreciadose resolvidos pela ComissãoEleitoral.

Aloisio TeixeiraReitor

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Nascer e viver bem todasas fases da vida é tudo debom. O primeiro passo nestadireção é entender as mu-danças que ocorrem no cor-po da gente e saber como li-dar com elas. Para a mulher,o climatério ou menopausa éo período mais sensível desua existência, biologica-mente falando. Uma espéciede divisor de águas que semanifesta nas brasileirascom a média de idade entre48 e 50 anos.

Para falar sobre o assunto,o Jornal do SINTUFRJ ouviuduas renomadas especia-lis-tas, as ginecologistas do Hos-pital Universitário Clementi-no Fraga Filho e professorasda Faculdade de Medicina daUFRJ, Juraci Ghiaroni e SilviaZahar. Nesta entrevista, elasesclarecem sobre os riscos ebenefícios da reposição hor-monal e conclamam para umcombate duro à idéia de queas mulheres têm que ser jo-vens eternamente, a despei-to de terem ou não alcança-do sucesso profissional ouindependência financeira.

O QUE É MENOPAUSA? –Na definição de Juraci Ghia-roni, do ponto de vista médi-co, menopausa é o nome daúltima menstruação, o perío-

Mulher ESPECIAL

Os segredos da menopausa

É preciso entender asmudanças biológicas paragarantir uma vida saudável

Desejo sexualAs queixas de alteração

de humor (irritabilidade,choro fácil e intolerância)não são, avisou Ghiaroni,atributos da fase do climaté-rio; tem a ver com o períodode tensão pré-menstrual,que ocorre mensalmente emvirtude da mudança do per-fil hormonal. Mas acrescen-tou que, dependendo docontexto de vida de cadapessoa, estas alterações cos-tumam aparecer também noclimatério, assim como per-da da libido. “São sintomasmuito subjetivos e influen-ciados por várias coisas. Hámulheres, por exemplo, quese queixam de diminuiçãode libido desde os 30 anos”,disse.

REPOSIÇÃO HORMO-NAL – Todos esses sintomasnão são para sempre, tran-qüiliza a ginecologista. Sefazem presentes apenas nafase de transição, ou seja, de

parada da função ovariana.E a reposição hormonal, avi-sa, deve ser feita só para tra-tar os sintomas: insônia, ca-lores, irritabilidade, depres-são, desânimo profundo, fal-ta de libido. Jamais para pre-venir osteoporose, doençacardiovascular, entre outrosmales. E, assim mesmo, senão houver nenhuma contra-indicação: obesidade, histó-rico de doença trombótica,acidente vascular ou de tu-mor estrógeno, como câncerde mama. Há riscos paraquem fuma.

Tanto Juraci como Silviarecomendam que a mulhersó deve fazer reposição hor-monal se precisar e puder, soborientação médica e depoisde fazer todos os exames ne-cessários: mamografia e ul-tra-som intravaginal, que se-rão repetidos anualmente, ede identificar todos os fato-res de riscos.

do que se chama climatério.O que poucas mulheres sa-bem é que todas nascem como número de óvulos que vaigastar ao longo da vida. Por-tanto, os óvulos de uma mu-lher de 30 anos têm a mesmaidade mais o tempo de vidadurante a gestação. “A gentenasce com útero, ovário enão nascemos menstruando,da mesma forma que compernas e não nascemos an-dando. O nosso sistema ner-voso vai amadurecendo e co-meçamos a menstruar com12 e 13 anos, na puberdade.O funcionamento do ovárioé determinado pelo númerode óvulos que temos. Então,a menopausa é inexorável. Oque determina o climatério éa parada do ovário de produ-zir estrogênio.” Ao contráriodo homem que produz esper-matozóide continuamenteenquanto viver.

Na concepção de SilviaZahar, “a menopausa é omeio da vida, o período detransição entre a função re-produtiva e a não reproduti-va.” Segundo a médica, amulher sofre muito com es-sas alterações biológicas,porque a elas se soma suaprópria história de vida: “Sea mulher acumula muitas

frustrações terá uma meno-pausa mais exacerbada”, diz.Silvia considera importanteque a mulher tenha uma vi-são global sobre esse perío-do, uma visão biopsicosso-cial. “A mulher precisa enten-der essa fase da vida não sócomo uma etapa biológica,mas de mudança, de encami-nhamento para a senilidade.Mais de 12% da populaçãofeminina brasileira se encon-tra na faixa etária da meno-pausa ou da pré-menopau-sa”, informou.

IRREVERSÍVEL – “Os óvu-los envelhecem e acabam.Não existe tratamento ne-nhum que faça a mulher vol-tar a ter óvulos”, esclareceJuraci. No entanto, ressaltaque o envelhecimento não éuma função exclusiva do ová-rio. “Aos 18 anos o seu ovárioestá ótimo; aos 30, também,mas você está envelhecendo.O mesmo acontece com ohomem. Aos 80 o espermato-zóide dele pode fazer filho,mas ele está velho”, disse.

SINTOMAS – A maioriadas mulheres brasileiras co-meça a sentir a chegada doclimatério aos 45 anos. “A di-minuição da função do ová-rio, ou seja, baixa produçãode estrogênio, fica mais mar-

cante a partir dessa idade. Ossintomas são irregularidademenstrual – os ciclos ficammuito curtos ou muito irre-gulares, a menstruação faltaou vem a cada dois meses;

calores noturnos, os fogachos– uma onda de calor que amulher sente mais no rosto ecolo; insônia e ressecamentovaginal”, listou Juraci Ghia-roni.

“Os óvulos envelhecem e acabam. Não existe tratamentonenhum que faça a mulher voltar a ter óvulos’”, diz amédica Ghiaroni.

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A professora Juraci Ghiaroni observa quea diferença entre o homem e a mulher éque os homens não passam por essa coisabrusca de parar de menstruar: “É como se agente tivesse levado uma carimbada: olha,você ficou velha, não menstrua mais, nãofaz mais filho”. Segundo a professora,muitas mulheres passam a ter umasensação de inutilidade e isso édeterminado por diversos motivos, comopeso exagerado que se dá à juventude, àbeleza, à necessidade de a mulher sersedutora a vida toda.

“Não basta ser uma profissional bem-sucedida, não basta ganhar dinheiro. Amulher tem que ser magérrima, linda etcetera e tal. E por conta desse papel que asociedade exige da mulher, e que ela nãopode cumprir, porque não está mais nova, éque a leva a pensar que a menopausadetermina a velhice”, afirma aginecologista.

Não àditadurada belezada belezada belezada belezada beleza

Felicidade não ésinônimo de belezaeterna, diferente do queimpõe a sociedademachista em quevivemos

Mulher não precisa só de hormônios

VIDA SAUDÁVEL – JuraciGhiaroni recomenda que asmulheres tentem viver bemdentro das limitações que aprópria vida vai impondo.Uma das providências é ocuidado com a saúde: ir aomédico e não esquecer dosexames anuais para rastrearcâncer no ovário e de mama,o mais comum, e doençasdegenerativas que aparecemcom a idade. Não fumar e nãoingerir bebida alcoólica emexcesso, ter uma alimentaçãosaudável, fazer exercícios eevitar sobrepeso. “É assimque a gente garante um en-velhecimento com qualida-de. Não adianta tomar hor-mônio para ficar mais jovemque isso não acontece. A mu-lher que faz isso só se frustra.É preciso lembrar que pare-cer jovem não é garantia defelicidade”, disse.

Como médica e professo-ra de futuros médicos, elaconsidera responsabilidadede todos os profissionais dasua área dar combate duro àidéia de que as mulheres têmque ficar jovens eternamen-te. “Isso é uma coisa muitochata e faz as pessoas muitoinfelizes. Por que eu precisoparecer ter 30 anos quandotenho 50?”, pergunta. Umacobrança que segundo ela éfeita até às mulheres bem-sucedidas na vida, ao contrá-

rio do que acontece com oshomens: “Os homens ficamesses bagulhos totais, care-cas e barrigudos, mas conti-nuam com poder de fogo por-que têm dinheiro.”

Juraci Ghiaroni trabalhano HU há 28 anos e garanteque convive muito bem como envelhecimento, e só umacoisa a chateia: ter que usaróculos. “Isso é uma chatice,pois botar e tirar óculos dádor de cabeça. Mas quandodizem para eu parar de usaróculos porque eles me enve-lhecem, eu pergunto: se eusubstituí-los por lentes decontato vão achar que eu te-nho quantos anos? Vinte, trin-ta? Eu tendo 50 anos.”

À frente do ambulatóriode climatério do HU que atu-almente funciona só para ospacientes cadastrados na uni-dade, e autora de tese de dou-torado sobre reposição hor-monal, Silvia Zahar, 55 anos,afirma que a mulher não pre-cisa só de hormônios, masde apoio psicobiossocial, ser

ouvida, compreendida, aceita,principalmente as mulheresdo Sistema Único de Saúde(SUS). “A qualidade de vida e afelicidade dessas mulheres nãoestão no hormônio, até por-que custa caro e elas não têmcomo comprá-lo. O ideal é queexistisse política pública paragarantir a elas atendimento de

saúde. Trabalhar no HU é frus-trante porque não existe in-fra-estrutura para atendê-lasnesse período tão crítico desuas vidas. É desestimulanteum ambulatório de climaté-rio onde não há aparelhosdisponíveis para exames es-senciais que precisam ser fei-tos”, desabafou a médica.

SILVIA ZAHAR. Dirige o ambulatório de climatério do HU, e reclama da falta de condições

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Mulher ESPECIAL

Durante muitos anos apediatra Silvia Reis dos San-tos acompanhou gravidez ematernidade de adolescentesdas periferias da Ilha do Fun-dão no Ambulatório Mater-no-Infantil do Instituto dePuericultura e Pediatria Mar-tagão Gesteira (IPPMG), queé um centro de referência nopaís. Como seus colegas deprofissão, tratava aquelasmeninas como sendo umproblema de saúde pública.Mal olhava para elas, a con-sulta era feita para o adultoacompanhante, normalmen-te a avó do bebê que carrega-vam, quase sempre uma mu-lher de seus 30 e poucos anos.Legitimar a mãe-criança, nempensar. Achava aquilo umacoisa horrível, triste e acon-selhava: “agora você vai secuidar”. Até que aquele pa-drão de atendimento come-çou a incomodá-la e Silviapassou a se interessar em sa-ber como elas viviam. E o re-sultado foi surpreendente.

A curiosidade da pediatraacabou em tese de doutora-do, na USP: “Vivência da ma-ternidade na adolescênciaprecoce,” e abriu um outroolhar sobre a realidade dasmães meninas. Silvia Reis afir-ma que a metodologia utili-zada no trabalho investigati-vo foi decisiva para a quebrada hegemonia da prática mé-dica, onde a pessoa dá lugara um monte de fatores de in-variáveis que não explicanada.

PESQUISA – O mote da in-vestigação de Silvia Reis foimeninas que ficaram mãesentre 10 e 14 anos de idade,mas elas só foram estudadasquando o bebê já tinha porvolta de nove meses a umano. “Essas meninas sabemtudo sobre como evitar a gra-videz, podem ter aprendidode forma equivocada, masnão desconhecem os méto-dos de evitar filhos. No en-tanto ficam grávidas, e atémais de uma vez, na adoles-cência. Então, se é uma coi-sa tão ruim como nós pro-fissionais de saúde acha-mos, como é que essas me-ninas engravidam? Fiqueiachando que tinha algumacoisa que a gente não con-seguia entender dessa rea-lidade”, diz a pediatra.

A gravidez quechega cedo

Pesquisadoralança um outro

olhar sobreadolescentesgrávidas e se

surpreende

O primeiro movimento deSilvia, especialista em epide-miologia clínica, foi procurarentender uma pesquisa qua-litativa que estuda a subjeti-vidade. Ela achava que pre-cisava de um outro métodopara seu objetivo, pois a me-todologia que conhecia nãodava conta. E chegou à Meto-dologia Q introduzida porum professor inglês.

A gravidez quechega cedo

A pesquisaSilvia fez entrevistas

abertas com adolescentesmães e não mães de escolaspúblicas e de ambulatóriospara tirar frases sobre o queelas achavam da maternida-de na adolescência. Depoispedia para que ordenasseme escolhessem três frasesque pudessem dizer: “estasou eu”. Do total de 87 opi-niões, Silvia selecionou 36 eas submeteu às 20 meninasque foram mães entre 10 e14 anos de idade, pinçadasna unidade de saúde públi-ca da Cidade de Deus e noambulatório materno-infan-til do IPPMG.

SURPRESA – As 20 mãesadolescentes precoces orde-naram em um tabuleiro asfrases que respondiam aduas perguntas: “A partir dasua experiência de vida,como é ser mãe para você? eSua vida hoje é melhor oupior ao que era antes de vocêficar grávida?” E daí resultoua constatação da existênciade dois grupos de contrapo-sição à maternidade na ado-lescência.

Para a maioria das ado-lescentes (70%), a vida erapior antes de ficar grávida.

As frases com as quais mais seidentificaram diziam, porexemplo: “A vida ganhoumais sentido”, “Tenho alguémpara cuidar”, “É bom ficar como neném e ensinar ele a cres-cer”, “A vida com meu filho émuito mais alegre”. Esse mes-mo grupo, que foi denomina-do pela pesquisadora comodas satisfeitas e dependentesdo afeto do filho, discordouradicalmente de frases como:“Às vezes acho que outra pes-soa iria criar ele melhor”, “Terfilho tão cedo é perder o me-lhor da juventude”, “Às vezesdá vontade de sumir”, “Anteseu era alvo das atenções, ago-ra é só o neném”, “Ficamolhando como se a gente fos-se anormal” e “Logo que oneném nasce dão atenção,mas depois a gente fica sozi-nha”.

Já o grupo das deprimidase estressadas se identificoucom as frases “Às vezes dámedo, tristeza, vontade dechorar”, “O futuro preocupa,como vai ser a nossa vida?”,“Às vezes dá vontade de su-mir. Não ser homem pra mesegurar”, “Ser mãe é muito di-fícil, muita responsabilidade”.E rejeitaram as frases que di-

ziam “A gente fica mais boni-ta, mais mulher”, Quando oneném nasce a gente ganhaliberdade”, “É bom logo teroutro filho para fazer com-panhia a esse”, “A mãe novi-nha é tão boa quanto a mãemais velha”.

Segundo Silvia Reis, pro-fessores e profissionais desaúde que tiveram acesso àsfrases selecionadas pelo pri-meiro grupo tacharam asadolescentes como imaturase irresponsáveis. “Tiveramuma visão moralista da si-tuação e as julgaram culpa-das”, analisou a pesquisa-dora.

CONCLUSÃO – Para Sil-via, o resultado do seu tra-balho de pesquisa possibili-tou observar que a vivênciada maternidade não é únicanem homogênea. Para algu-mas adolescentes, ser mãepode ser uma experiênciagratificante. “Foi um traba-lho acho que original, massingelo no sentido de que le-vanta uma lebre e traça ca-minhos de como deveria ha-ver um atendimento diferen-ciado para essas meninas nosambulatórios médicos”, afir-mou a pesquisadora.

SILVIA REIS. Autora de pesquisa inédita sobre um universo sempre visto pelas lentes do preconceito social

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Mulher ESPECIAL

Renata Souza é um exem-plo de mulher que vai à lutae chega aonde quer. A estu-dante de comunicação –que cumpre estágio no Jor-nal do SINTUFRJ – nãomede esforços para alcan-çar seus objetivos. Renatavem conquistando espaçoa cada dia e começa a co-lher os frutos da sua obsti-nação. Recentemente teveseu trabalho de conclusãode curso - Jornal “ O Cida-dão” e o Complexo da Maré- selecionado entre mais de20 mil concorrentes de todo

8 de março –Dia Internacional

da MulherA data é sinônimo de luta por

uma sociedade mais justa. Nesse diatambém se comemora a conquistados direitos civis pelas mulheres aolongo da História. Também servepara a humanidade refrescar a me-mória e reverenciar quem se dedi-cou e ainda se dedica a asseguraruma vida mais digna a todas as mu-lheres. Para garantir os mesmos di-reitos e oportunidades dos homens,foi necessário a organização de mui-tos protestos públicos, greves e co-ragem de enfrentar a polícia. Mes-mo com toda a luta, muitas mulhe-res tiveram que agüentar até 17 ho-ras de trabalho diário em fábricasquentes, úmidas e mal-iluminadas,na metade do século XVIII, quandoeclodiu a Revolução Industrial.

Há muitas controvérsias entrepesquisadores sobre a tragédia queinspirou a comemoração em 8 demarço. O certo mesmo é que, em1910, a ativista alemã Clara Zetkinpropôs, na conferência mundial daDinamarca, que a luta de todas asmulheres do mundo fosse comemo-rada nesse dia. Isso não significa quenão ocorreu o massacre das 129 te-celãs de Nova York, em 1857. As ope-rárias entraram em greve pela redu-ção da jornada de 10 horas de traba-lho. Quando a polícia chegou, se re-fugiaram na fábrica. Os patrões tran-caram as portas e todas morreramasfixiadas e carbonizadas.

Homenagensno dia 8

Flores na Central – Das 6h às 7h,ativistas da Casa da Mulher Traba-lhadora vão distribuir 10 mil rosasna Central do Brasil.

Passeata da Candelária à Cine-lândia (organizada pela CT-RJ emparceria com várias outras entida-des). Às 17h.

Valorização do trabalho femininode acordo com as Convenções da Or-ganização Internacional do Trabalho(OIT) – é o tema do debate promovi-do pelo Sindicato dos Metalúrgicosdo Rio de Janeiro, com a participaçãode representantes da Delegacia Regi-onal do Trabalho (DRT), OIT e Mi-nistério Público do Trabalho. Às18h30. A entidade fica na Rua AnnaNery, 132, São Cristóvão.

Brasil para um programade qualificação de profis-sionais da comunicaçãopara a cobertura das temá-ticas sociais. “Escrevi o tra-balho sem muitas expec-tativas. O resultado foi umagrande surpresa. Fiqueimuito boba e feliz. Afinal,é um reconhecimento pro-fissional e pessoal”, decla-ra. “Eu tento tudo, não per-co nenhuma oportunida-de”, completa.

O programa para Bol-sa, chamado InFormação,é elaborado pela Agência

de Notícias dos Direitos daInfância (Andi). O objetivoé contribuir para que essesprofissionais estejam maispreparados para apresen-tar informações críticas so-bre as questões sociais, es-colhendo qualificadamen-te os temas e atuandocomo fiscalizadores dosgovernos e dos diversosatores sociais. Foram 27trabalhos escolhidos paraa concessão de Bolsa, sen-do três do Rio de Janeiro. Otrabalho de Renata trata doveículo de comunicação da

Renata vai à luta

Tempo dividido

comunidade da Maré, cria-do em 1999, e que hoje édistribuído gratuitamentepara 17 comunidades doComplexo, com uma tira-gem de 20 mil exemplares.Impresso pela Ediouro,com edição mensal e colo-rido, o projeto do jornalbusca trabalhar a auto-es-tima do morador, oferecen-do a ele um jornal bem aca-bado e rompendo com alógica cristalizada de queprodução feita em comu-nidade pobre não tem apu-ro técnico.

Atualmente Renata sedivide entre o Jornal doSINTUFRJ, do qual é esta-giária desde 2006, e o ga-binete do deputado esta-dual Marcelo Freixo(PSOL), como assessorana área de comunicaçãopopular. Aliás, a militân-cia social é o norte de Re-nata. A jovem de 24 anos,moradora da Maré, nãotem do que reclamar des-

ta opção idealista que mui-ta gente da sua geraçãonão abraçou. Foi exata-mente atuando na comu-nicação popular dentro dacomunidade da Maré queiniciou sua trajetória. An-tes de entrar para a PUC-RJ, onde conquistou umabolsa integral por conta desua boa colocação e garra,trabalhou no jornal “Vozda Comunidade” e poste-

riormente integrou a equi-pe de “O Cidadão”, quemistura profissionais e jo-vens da região. Foi para oNúcleo Piratininga de Co-municação (NPC), fez cur-so de Comunicação Comu-nitária e foi convidadapara integrar a equipe doRepórter da Terra, de ondeobteve a indicação paraestagiar no SINTUFRJ.Desta equipe sentirá mui-

tas saudades (ela termi-na o estágio no fim demarço), e diz que o quemais a marcou foi a inte-gração do grupo. “Esseazeite da equipe de co-municação é impressio-nante. Foi muito bom eprodutivo!” Para o futuroRenata pretende seguir acarreira acadêmica e tra-balhar com mídia alter-nativa. Alguém duvida?

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VÁRIAS

A comunidade acadêmi-ca terá uma surpresa na vol-ta às aulas da UFRJ. As refor-mas do campus do Fundão,que começaram em dezem-bro, já apresentam melho-rias nas principais vias da Ci-dade Universitária. O asfal-tamento que está sendo rea-lizado entre as Ruas LoboCarneiro, Milton Santos eMaria Paulina de Souza fazparte de um convênio entreo Cenpes e a Universidade.O convênio, de R$ 4,5 mi-lhões, foi aprovado peloConselho Superior de Coor-denação Executiva (CSCE). APrefeitura da UFRJ e a Cop-pe são responsáveis pela co-ordenação de execução doconvênio.

Para economizar gastoscom energia elétrica, está

Campus preparado para a volta às aulassendo investido R$ 350 milem um sistema de eficienti-zação de iluminação. Este in-vestimento dará uma novailuminação às Praças Sami-ra (próxima à Reitoria) eGiulio Massarani (perto doCT). O sistema público deiluminação da Cidade Uni-versitária está tecnologica-mente ultrapassado. Porisso, pretende-se alcançar aeficiência energética e com-bater o desperdício de ener-gia com a substituição dosistema público de ilumina-ção com postes de 15m. Elesserão distribuídos no centrodos canteiros das vias prin-cipais. Segundo a PrefeituraUniversitária, a substituiçãopropicia a redução de cus-tos, de manutenção e deenergia consumida.

Os 29 anos de ensino,pesquisa e assistência de ex-celência do Hospital Univer-sitário Clementino Fraga Fi-lho (HUCFF) foi marcadopor atividades realizadasnos dias 1º e 2 de fevereiro.Na programação houve dis-cussões especificas, voltadaspara a área científica, que ex-ploraram o debate sobre cé-lulas-tronco e sua aplicabili-dade na medicina. Houve,

HUCFF comemorou aniversário

Mídia, estados e governos“As relações perigosas em tempos de globalização” é o tema do de-

bate que será realizado pela Escola de Comunicação da UFRJ. O eventoocorrerá no dia 29 de março, às 18h30, na Praia Vermelha. A presença deDenis de Moraes e Virgínia Fontes já está confirmadas.

Democratização dacomunicação

História da África ecultura afro-brasileira

ainda, conferências sobreasma, hepatite C, transplantede órgãos e radiologia inter-vencionista. No segundo diade evento, as conferências fo-ram pautadas no debate depolíticas públicas. Por isso, foirealizado um debate sobre onovo governo e o secretárioestadual de Saúde, SérgioCortes, apontou os desafios,projetos e metas. A discussãodo SUS, gestão plena e a expe-

riência do Rio de Janeiro, foifeita pelo secretário munici-pal de Saúde, Jacob Klinger-man. As dificuldades de im-plantação do SUS foramapontadas pelo subsecretá-rio de Saúde do município,Valmir Peçanha. Além disso,foi realizada a discussão so-bre o futuro dos hospitaisuniversitários, e o professorClementino Fraga Filho foihomenageado no evento.

O Centro de Articulação de Po-pulações Marginalizadas (Ceap),em parceria com o Ministério daEducação, está promovendo oCurso de Capacitação de Profes-sores em História da África e Cul-tura Afro-Brasileira. O curso, vol-tado para educadores dos ensinos

fundamental e médio, busca qua-lificar professores para desenvol-ver em sala de aula esses temasque não constam dos currículosescolares. Mais informações peloe-mail [email protected], ou pelos telefo-nes (21) 2224-8530 e 2232-7077.

A Frente de Luta pela Democra-tização da Comunicação realizará oEncontro da Frente Nacional por umSistema Democrático de Rádio e TVDigital. O seminário ocorrerá nos dias15 e 16 de março. No primeiro dia deevento, que começa às 11h, serão dis-cutidos os aspectos políticos e econô-micos. Já na segunda mesa serãoabordados os aspectos tecnológicose regulatórios. No dia 16, a partir das

10h, serão debatidas a conjunturanacional e as propostas de ações. Oencontro, que ocorrerá no Clube deEngenharia, que fica na Av. Rio Bran-co, 124, espera, aproximadamente,200 pessoas do Brasil inteiro. Entreelas, especialistas no assunto, estu-dantes e professores de comunica-ção. Os interessados podem fazer asinscrições através do [email protected].

MÃOS À OBRA. A Prefeitura Universitária realizou uma faxina no campus do Fundão

HOMENAGENS. Para marcar a data, o HU realizou várias atividades na semana passada

Foto: Divulgação

Foto: Niko Júnior

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VÁRIAS

A luta dos trabalhadores em livroHistória das Lutas dos

Trabalhadores no Brasil é otítulo do livro do coorde-nador do Núcleo Piratinin-ga de Comunicação (NPC),Vito Giannotti. Resultadoda constatação de que nãoexiste no país livros quenarrem as origens históri-cas da luta dos brasileiros,a edição sai às ruas apósdez anos de trabalho e pes-quisa. Mais de 500 livros,além de jornais e revistas,foram consultados para queesse trabalho fosse concre-tizado. Segundo o autor, aobra foi escrita em lingua-gem clara, simples e com-preensível para qualquertrabalhador. Além disso,para evitar possíveis impre-cisões históricas, o livro foirevisado por doutores emHistória, pesquisadores,

historiadores e jornalistas.Entre os livros escritos

por Giannotti estão: O queé estrutura sindical (Brasili-ense), CUT ontem e hoje(Vozes), Força Sindical – Acentral neoliberal (Mauad),Muralhas da l inguagem(Mauad), O que é jornalis-mo operário (Brasiliense) eComunicação sindical – Aarte de falar para milhões(Vozes), este último emparceria com sua mulher, ajornalista Claudia Santiago.

Publicado pela EditoraMauad, com 320 páginas,História das lutas dos traba-lhadores no Brasil será lan-çado no dia 27 de março. Oevento ocorrerá às 18h30 noSindicato dos Metroviáriosdo Rio de Janeiro, que ficana Av. Rio Branco, 277, sala410, Cinelândia.

Informação... de onde vem?Na seqüência de pesquisas desenvolvidas pelo Núcleo

de Pesquisa de Opinião da UFRJ, e que vêm revelando operfil da comunidade, em breve será divulgado o relatóriodenominada “Informação, de onde vem?”. Tereza Beneza-th, que coordenou o trabalho, informa que a pesquisaapontou os canais de informação de interesse da comuni-dade que compõem a Universidade e suas preferências.

A pesuisa envolveu professores, técnicos-administrati-vos, alunos de pós-graduação e de graduação. Todos oscentros do Fundão, Praia Vermelha, Largo de São Francis-co e Centro estão representados na amostra, garantindoassim a participação dos diferentes estratos que compõema população ativa na UFRJ. O relatório final deve ficarpronto em breve.

Segundo Virgínia Affalo, chamou atenção o fato da maio-ria dos entrevistados (cerca de 3.500 pessoas) se informarpela televisão, mais que pelos jornais. Segundo Virgínia, oJornal do SINTUFRJ é bastante lido, e o jornal eletrônicoda UFRJ também é bastante consultado.

Você se considera bem informado?Bem Informado – 31%Razoavelmente Informado – 62%Pouco Informado – 7%Você tem acesso à internet?Professores e Alunos – Todos têm algum acessoTécnicos – 7% não têm acesso algum; 22% em casa, 24%na Universidade e 40% nos dois

Você se informa sobre assuntos da atualidade através de :Jornal televisivo – 71%,Internet – 66%,Jornal Impresso – 52%Conversa – 43%

Pré-Vestibular:aula inaugural

A tradicional aula de aber-tura do ano letivo do CursoPré-Vestibular (CPV) do SIN-TUFRJ será nesta segunda-feira, 5 de março, às 18h, noSalão Nobre, 2º andar, do Ins-tituto de Filosofia e CiênciasSociais (IFCS), no centro doRio. A apresentação do cursoserá feita pelas CoordenaçõesGeral e de Educação do SIN-TUFRJ.

A aula inaugural será pro-ferida pelo historiador Antô-nio José Barbosa de Oliveira,ex-aluno do CPV/SINTUFRJem 1995. Antônio é técnico-administrativo da UFRJ, res-ponsável pelo Projeto Memó-ria do Sibi e professor substi-tuto do Curso de Biblioteco-nomia e Gestão de Unidadesde Informação da Faculdadede Administração e CiênciasContábeis da UFRJ.

Ginecologia: 60 anos

Dia Internacionalda Mulher

“Celebrando a Mulher” éo tema do evento organizadopela decania do Centro deTecnologia (CT) em homena-gem as trabalhadoras. Nodia 8 de março, a partir das9h, no hall do bloco A, diver-sas atividades darão ênfaseao combate à violência con-tra a mulher. Às 10h, haveráum painel sobre esta temáti-ca no Salão Nobre da deca-nia, no 2º andar do bloco A. Opúblico também assistirá aapresentações de Tai chichuan e da Oficina de Dançado SINTUFRJ.

1º de MaioA CUT-RJ já organiza o 1º de Maio. No dia 1º de março

foi realizada uma plenária preparatória para o Dia doTrabalhador. Participaram do encontro dirigentes sindi-cais e entidades que compõem a coordenação dos movi-mentos sociais.

CUT discutedesenvolvimento

A Central Única dos Tra-balhadores do Rio de Janeiro(CUT-RJ) realizará no dia 20,às 9h, um seminário sobredesenvolvimento. Na pautade discussão está a apresen-tação e o debate do Programade Aceleração do Crescimen-to (PAC); a jornada pelo de-senvolvimento nacional e doRio de Janeiro; e também odiagnóstico financeiro e pa-trimonial da CUT-RJ. O even-to ocorrerá no Sindicato dosBancários que fica na Av. Pre-sidente Vargas, 502, 20º andar,Centro.

Fundado em 1947, o Instituto de Ginecolo-gia (IG) comemora o 60° aniversário. Duranteo ano haverá diversas atividades, e a primeiradelas será a formatura da 42ª Turma do Curso

de Especialização em Ginecologia. O eventoocorrerá no dia 7, às 9h, no Anfiteatro Geral doIG, que fica na Rua Moncorvo Filho, 90, Cen-tro. Mais informações pelo telefone 2232-2970.

Foto: Niko Júnior

GIANNOTTI. Preocupação constante com a mamória do movimento dos despossuídos no país

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EDUCAÇÃO

O Grupo deTrabalho deEducação doSINTUFRJ começouo ano discutindo oprojetoUniversidade Nova,uma proposta quevem sendo debatidano meiouniversitário e quepretende mudançasna forma deingresso nasuniversidadesfederais e alteraçõesna estruturacurricular doscursos. A primeirareunião do GTocorreu na terça-feira, 27 defevereiro, nasubsede do HU. Oobjetivo do grupo éesmiuçar a propostado projetoUniversidade Novae dirimir dúvidas afim de somar aodebate que trata dofuturo da educaçãosuperior pública nopaís.

O futuro dauniversidade

Assunto foi pauta da primeira reunião do anodo GT-Educação do SINTUFRJ

O fim do vestibular

A apresentação da propos-ta foi feita no I Seminário Na-cional da Universidade Nova– Reestruturação da Arquitetu-ra Acadêmica da Educação Su-perior no Brasil, realizado noinício de dezembro, em Salva-dor. Deste seminário, organi-zado pelo reitor da Universi-

dade Federal da Bahia, Nao-mar de Almeida, e com parti-cipação de reitores de univer-sidades federais e de repre-sentantes do Ministério daEducação, foi produzido oManifesto da UniversidadeNova. Vários dirigentes subs-creveram o documento que

vem provocando debatesnas universidades federais.

O reitor (hoje licenciado)da UFRJ, Aloísio Teixeira,participou do seminário, eafirmou no encontro que aoportunidade de discutir auniversidade assume di-mensões históricas neste

momento. Para ele, o proble-ma não está na qualidade daformação que se oferece, masna natureza estrutural da uni-versidade. Na UFRJ o debateainda não chegou aos órgãoscolegiados e tampouco à co-munidade universitária. Acoordenadora-geral do SIN-TUFRJ e integrante do GT-Educação, Ana Maria Ribei-ro, afirma que o assunto re-quer muita atenção, pois seráo referencial para tratar dosrumos do ensino superiorpúblico brasileiro, assimcomo o projeto de lei que tra-mita no Congresso sobre areforma do ensino superior.

O projeto UniversidadeNova deve voltar a ser deba-tido oficialmente em um se-gundo seminário, previstopara ser realizado entre mar-ço e abril, na Universidadede Brasília (UnB).

Projeto reforça divisão socialA dirigente do SINTUFRJ Ana Maria Ribeiro, técnica em

assuntos educacionais da UFRJ e que representa os técnicos-administrativos no Conselho de Ensino de Graduação, elabo-rou um estudo sobre o Universidade Nova. Ela destaca seiseixos que necessitam de uma reflexão coletiva. São eles: osistema de títulos; a excessiva precocidade na escolha da car-reira; o sistema de ingresso na educação superior ser so-cial-mente excludente; os currículos de graduação estreitos e rígi-dos; a ausência de conteúdos culturais, científicos e humanís-ticos na formação superior; e a possível incompatibilidade denosso sistema com relação aos países desenvolvidos.

Para Ana Maria, a grande contradição da proposta do Uni-versidade Nova é o seu distanciamento em relação aos ansei-os da juventude e às condições socioeconômicas das cama-das que almejam o ingresso no ensino superior. “A propostareforça a divisão social e técnica do trabalho e fortalece aestrutura dualista (técnica e acadêmica) de ensino”, afirma.

Uma das modificaçõespretendidas no modelo atualse refere à forma de ingres-so na universidade. O vesti-bular seria abolido e substi-tuído por outro sistema deacesso. O Exame Nacionaldo Ensino Médio (Enem)está entre as alternativaspossíveis de substituição. Oprocesso de seleção é umadas questões mais polêmi-cas dentro do projeto Uni-versidade Nova, haja vistaque há anos discute-se mu-danças na forma de ingres-

so sem que se consiga altera-ções significativas na estrutu-ra atual. Outra modificaçãoproposta seria na estrutura cur-ricular. Seriam implantados osBacharelados Interdisciplina-res (BIs), voltados para um âm-bito mais geral de ensino e quelevariam cerca de três anos.Eles seriam aplicados em áre-as como artes, humanidades esaúde, e deveriam ser freqüen-tados pelos alunos antes doinício de um curso profissio-nalizante e específico, comoMedicina ou Engenharia, por

exemplo. Um problema se-ria a garantia, inexistente,do estudante do bachare-lado conseguir vaga noscursos posteriores, de pro-fissionalização. Outro pro-blema levantado é que aotérmino do bacharelado oestudante, já com o diplo-ma, não teria condições deentrar no mercado de tra-balho, especialmente nasprofissões que exigem for-mação específica, como éo caso da Engenharia, Me-dicina e Direito.