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760 - dehoniana.edu.brdiziam os cristãos dos primeiros tempos (Pastor de Hermas 8,1). Deus criou o mundo em ordem à comunhão na sua vida divina, comunhão que se realiza pela "convocação"

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  • Cat.I.Cat. 760: «O mundo foi criado em ordem à Igreja», diziam os cristãos dos primeiros tempos (Pastor de Hermas 8,1). Deus criou o mundo em ordem à comunhão na sua vida divina, comunhão que se realiza pela "convocação" dos homens em Cristo, e esta "convocação" é a Igreja. A Igreja é o fim de todas as coisas (Santo Epifânio). Até as próprias vicissitudes dolorosas, como a queda dos anjos e o pecado do homem, não foram permitidas por Deus senão como ocasião e meio de pôr em ação toda a força do seu braço, toda a medida do amor que queria dar ao mundo:

    «Assim como a vontade de Deus é um ato e se chama mundo, do mesmo modo a sua intenção é a salvação dos homens e chama-se Igreja» (Clemente de Alexandria).

    A IGREJA, Prefigurada desde a origem do

    mundo

  • A Igreja preparada na Antiga Aliança

    • Cat.I.Cat. 761. A reunião do povo de Deus começa no instante em que o pecado destrói a comunhão dos homens com Deus e entre si. A reunião da Igreja é, por assim dizer, a reação de Deus ao caos provocado pelo pecado. Esta reunificação realiza-se secretamente no seio de todos os povos: «Em qualquer nação, quem O teme e pratica a justiça, é aceite por Ele» (At 10, 35) (LG 9).

  • Cat.I.Cat. 762. A preparação remota da reunião do povo de Deus começa com a vocação de Abraão, a quem Deus promete que há de vir a ser o pai de um grande povo (Gn 12,2; 15,5-6). A preparação imediata começa com a eleição de Israel como povo de Deus (cf. Ex 19,5-6; Dt 7, 6). Pela sua eleição, Israel deve ser o sinal da reunião futura de todas as nações (cf. Is 2,2-5; Mq 4,1-4). Mas já os profetas acusam Israel de ter quebrado a aliança, comportando-se como uma prostituta. Eles anunciam uma Aliança nova e eterna (cf. Jr 31,31-34; Is 55,3). «Esta Aliança nova, instituiu-a Cristo» (LG 9).

  • • Cresce o consenso entre muitos estudiosos de que há um nexo inescondível entre Jesus e a Igreja pós-pascal com Israel e, por isso mesmo, sob o conceito de “Reunião de Israel”.

    • Jesus histórico delimita sua atividade e a dos discípulos a Israel (cf. Mt 10,5-17; Mc 7,27). Ele pretende reunir o todo o Povo de Israel, e não apenas um resto santo e separado, para instaurar o Reinado de Deus. Este povo, porém, está “perdido” política, religiosa e moralmente.

    .

    Jesus

    “sonha” reunir Israel

    I. Reunir e salvar todo Israel

  • • Jesus de Nazaré pertence a este povo, bem como sua mãe e os seus discípulos.

    • “Portanto, não estava nas intenções de Jesus criar um povo de Deus inteiramente novo que substituísse Israel, mas um Israel renovado e verdadeiro, que se constituísse, em sua integridade original, de novo e definitivamente como o povo das doze tribos obediente e devotado à justiça...” (M. Kehl, A Igreja, 246).

  • • Por isso Jesus não se contenta com a ideia dominante em seu tempo a de ocupar-se apenas com as remanescentes duas tribos e meia (Judá, Benjamim e parte de Levi). Ele desperta a esperança profética da nova criação escatológica de reunir as Doze Tribos.

    • Para tanto, duas tarefas devem ser efetuadas: 1) Superar o escandaloso abismo entre os diversos partidos/seitas (fariseus e saduceus, essênios e zelotas) e as massas de pobres abandonados e explorados. Por isso dedica-se especialmente a esses últimos. 2) Israel uma vez reunido deve colocar-se a serviço do Reinado universal de Deus. A salvação e as benevolências divinas não se restringem a Israel mas destinam-se a todos os povos. No fim dos tempos, todos os povos afluirão ao banquete que para todos Deus preparou (cf. Mt 8,11).

  • • A partir do obrar e ensinar de Jesus, opera-se nítida divisão em Israel: de um lado estão os que o acolhem e se abrem à sua mensagem; de outro, os que se lhe opõem e o boicotam, acabando por eliminá-lo.

    • Quando a maioria das lideranças oficiais toma partido contra Jesus, também cresce a recusa do Israel em geral.

    • A oposição torna-se tão evidente de modo tal que entre as possibilidades que despontam no horizonte inclui-se a morte violenta do Mestre de Israel.

    • No entender de G. Lofhink para Jesus, Israel entrou na crise decisiva de sua história. Basta conferir os juízos contra algumas cidades (cf. Lc 10,13-15; 13,34-35), contra Israel em geral (Mt 8,11-12) e contra a geração do seu tempo (Lc 11,29-32. 49-52).

    • A severidade de Jesus visa mostrar a seriedade da situação e incentivar à conversão de seu povo.

    II. Israel recusa a oferta de reunião

  • • Tanto para os discípulos em geral quanto para os Doze em particular Jesus, em princípio, não cogitou um grupo “separado e exclusivo”. A constituição dos Doze tinha um duplo sentido:

    1) Os Doze. Simboliza a vontade de Jesus em reunir de novo e definitivamente todo povo das Doze Tribos de Israel. Esta ação simbólica remete aos Doze Patriarcas (cf. Lc 22,28-30) que julgarão a totalidade do Povo de Deus reunido. Esse grupo tem a tarefa de pregar o Reino de Deus para todo o Povo de Israel. Os discípulos são chamados e enviados em vista do Reino de Deus e a reunião escatológica do Povo de Deus (cf. Mc 6,7-13; Lc 10,1-12.16).

    III. O grupo dos Doze para a reunião de

    Israel

  • 2) Todos os Discípulos. Não só os Doze, mas todos os discípulos são chamados em causa para o restabelecimento de Israel. Também eles não devem ser comunidade separada e fechada; devem permanecer agregados a todo Israel.

    Todos os discípulos participam ativamente da reunificação do Povo de Israel: cabe-lhes acolher o Reinado de Deus na disponibilidade das crianças, dar testemunho de exemplar estilo de vida, partilhar os bens e viver a fraternidade na simplicidade e pobreza, pregar em nome do Senhor.

    Assim a comunidade reunida ao redor de Jesus representa e simboliza visivelmente o verdadeiro Israel escatológico. O que vale para todo Israel é simbolicamente emblematizado pelos discípulos da primeira hora.

  • IV. A Ceia derradeira

    Também ante a iminente morte do Senhor seus discípulos mantém a mesma simbólica representatividade do Israel reunificado. Demonstra-o bem a celebração da última Ceia. Ela é símbolo real para todo Israel. Os muitos pelos quais Jesus há de derramar o sangue (Mc 14,24) incluem, primeiramente os filhos de Israel e, por sua mediação, todos os homens. Isso, pois, configura a nova e eterna Aliança, anunciada pelos pro- fetas (cf. Jr 31,31-33) e inaugurada em Jesus (cf. 1Cor 11,25-26).

    Jesus entende sua entrega como última oferta da Aliança de Deus para Israel. Deus perdoa Israel e seu pecado é expiado pela obediência e fidelidade de Jesus que responde pelo Reino do Pai misericordioso que deseja salvar todos. Na última Ceia os Doze representam o Povo da Aliança, o verdadeiro Israel.

  • V. O que a Igreja Cristã herdou de Israel?

    * O monoteísmo: Reconhecemos a Deus como único. O Shemá: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6,4). * A fé na criação pela bondade de Deus: O mundo foi criado (bará) por Deus, bom e belo. Bereshit: no princípio, Deus já é Criador: Sl 33,9; Sl 148,5. Deus derramou a sabedoria sobre todas as suas obras (Eclo 1,9). Cria salvando... * A pessoa humana é criada à imagem de Deus: Gn 1,26.27: Deus criou homem e mulher à sua imagem (tzelem) e semelhança (demût). * Atitudes filiais e respeitosas para com Deus:

  • 1. Santidade: a vida, segundo a Torá, consiste na santificação do dia-a-dia. Deus é Santo e somos chamados à santidade (Lv 19,2). 2. Obediência: significa ouvir, observar e praticar (Lv 18,5). 3. Temor de Deus que não é medo, mas reverência admiradora e obediente (Pr 1,7). 4. Conhecimento de Deus: ato pessoal de reconhecer, confiar, progredir, entregar-se e acreditar (Is 43,9). 5. Amor: Deus ama Israel por causa de sua eleição (Dt 4,37). Ele ama todos os povos. Cabe a Israel e aos povos retribuir tal amor (Dt 4,5). O fiel é exortado a amar o próximo como a si mesmo (cf. Lv 19,18). O amor a Deus deve concretizar-se no amor ao próximo.

  • 6. Fidelidade, confiança, fé: “Abraão creu no Senhor e lhe foi tido em conta de justiça” (Gn 15,6). Abraão é considerado o pai de todos os que creem (Rm 4,11).

    7. Conversão: converter-se (shuv). Envolve a salvação escatológica. A conversão genuína consiste na volta radical a Deus e à Aliança: “Vinde, retornemos ao Senhor” (Os 6,1).

    8. Louvor a Deus: Louvar é viver, viver é louvar. O lugar apropriado para louvar a Deus é na assembleia, no culto, na liturgia, na comunidade de fé, na vida baseada na prática do bem, da justiça e da caridade.

  • * A Aliança: A Aliança assinala o relacionamento perene entre Israel (e todos os povos que nele creem) e Deus, entre Deus e o mundo. A Aliança vai da criação à ressurreição de Jesus, o Cristo. * A promessa messiânica: A raiz dessa ideia para judeus e cristãos está fundada no Primeiro Testamento (2Sm 7,12.13.16). *A fé na salvação: Salvação vindoura do povo judeu, das nações e de toda a humanidade (Sf 3,16.20b; Mc 16,6.1519-20). * Empenho em favor do direito, da paz e da justiça: Em comunhão com Israel, o cristianismo luta para que haja “um novo céu e uma terra nos quais habitará a justiça” (2Pd 3,13). Contra a injustiça (Mq 3,9-11a). * Fé na mediação e expiação: É Deus quem realiza o perdão. Jesus morre na cruz para expiar (perdoar) os pecados da humanidade (cf. Mt 26,28).

  • * Valor da Consciência e aceitação do decálogo.: Consciência no Judaísmo = coração (unidade do querer, sentir e pensar). Órgão equipado para ouvir as instruções divinas da Torá. Na consciência operam as decisões da pessoa. Viver de acordo com a consciência é atender à voz de Deus. Ouvir é pertencer, é escutar, é obedecer.

    * O Decálogo, os Dez Mandamentos ou as 10 Palavras visam a defesa da pessoa e da comunidade. Representam o compêndio da consciência moral do gênero humano. Quer evitar que o “homem seja lobo do homem” (T. Hobbes) e assegure o homem como imagem de Deus.

    * A memória das magnalia/mirabilia Dei: Deus se lembra: do pacto com Noé e “com todos os seres vivos (Gn 9,15); da Aliança com os patriarcas (Ex 2,24; 6,5; Lv 26,42.45); da Aliança com o seu povo Israel (Ez 16,60). No seu lembrar Deus manifesta a sua fidelidade apesar das infidelidades de Israel, pois o seu pacto é eterno.

  • * Israel: o povo que se lembra das ações salvíficas de Deus. Lembra-se no louvor, no agradecimento e pela narração para tornar a sua história presente. O povo judeu lembra a cada ano a sua redenção/libertação da escravidão no Egito (Pessach=passagem). Jesus, a cada momento, está lembrando as ações de Deus na história de Israel.

    * Na Última Ceia (פסח/Páscoa): “Fazei isto

    em memória de mim”, como continui-

    dade da Aliança de Deus com a huma-

    nidade, pela mediação do povo judeu.

    * O Dia do Senhor, sábado/domingo: trabalhar 6 dias e repousar (κατάπαυσις /katápausis) no sétimo. Guardar o sábado. Deus criou em 6 dias o céu, a terra e todas as demais criaturas. O Deus Criador abençoou o sétimo dia para a bênção, a consagração e glória acima de todos os outros dias. O “sábado é para o Senhor teu Deus”, porque Deus repousou de toda a sua obra criadora (Ex 20,10; Dt 5,14). O séti-mo dia representa a plenitude da criação. O Domingo cristão acentua o ápice da fé cristã está voltado para a Ressurreição de Jesus, o Cristo.

  • * A fé na ressurreição: Última consequência da fé no Senhor é a Ressurreição e semelhança com Deus. A Ressurreição dos mortos é consequência lógica da fé em Deus. Deus é fiel em vivificar os mortos. O homem do 1º. Testamento é uma totalidade e a ressurreição deve incluir o corpo. Jesus defendia essa doutrina contra a negação dos saduceus porque Deus é o Deus dos vivos (Mc 12,18-27). A redenção final da pessoa inclui o corpo e é obra reservada de Deus. Ele próprio ressuscitou e é garantia de nossa ressurreição.

    * A Escritura Sagrada do Antigo Testamento é continuada e completada pelo Novo Testamento.

    * Vários elementos do culto

    cristão, da organização eclesial

    e do sacerdócio cristão

    organizaram-se a partir da

    experiência sinagogal.

  • A IGREJA A PARTIR

    DE JESUS CRISTO

  • A IGREJA – INSTITUÍDA POR JESUS CRISTO

    Segundo o Cat.I.Cat.

    • Cat.I.Cat. 749. O artigo sobre a Igreja depende também

    inteiramente do artigo sobre o Espírito Santo, que o precede. “Com efeito, depois de ter mostrado que o Espírito Santo é a fonte e o dador de toda a santidade, nós confessamos agora que foi Ele quem dotou de santidade a Igreja” . A Igreja é, segundo a expressão dos Padres, o lugar “onde floresce o Espírito” (Sto. Hipólito, Trad. Apost., 35).

    • Cat.I.Cat. 763. Pertence ao Filho realizar, na plenitude dos tempos, o plano de salvação do seu Pai; tal é o motivo da sua “missão” (LG 3). “O Senhor Jesus deu início à sua Igreja, pregando a boa-nova do advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas Escrituras” (LG 5). Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou na terra o Reino dos céus. A Igreja “é o Reino de Cristo já presente em mistério” (LG 3).

  • A Igreja, Instituída por Jesus Cristo

    • Cat.I.Cat. 764. ”Este Reino manifesta-se aos homens na palavra, nas obras e na presença de Cristo” (LG 5), Acolher a palavra de Jesus é “acolher o próprio Reino” (LG 5). O germe e começo do Reino é o “pequeno rebanho” (Lc 12, 32) daqueles que Jesus veio congregar ao seu redor e dos quais Ele próprio é o Pastor . Eles constituem a verdadeira família de Jesus. Aqueles que assim juntou em redor de si, ensinou uma nova maneira de agir, mas também uma oração própria.

  • A IGREJA – INSTITUÍDA POR JESUS CRISTO

    • Cat.I.Cat. 765. O Senhor Jesus dotou a sua comunidade duma estrutura que perma-necerá até ao pleno acabamento do Reino. Temos, antes de mais, a escolha dos Doze, com Pedro como chefe. Representando as doze tribos de Israel, são as pedras do alicerce da nova Jerusalém. Os Doze e os outros discípulos participam da missão de Cristo, do seu poder, mas também da sua sorte. Com todos estes atos, Cristo prepara e constrói a sua Igreja.

  • A IGREJA – INSTITUÍDA POR JESUS CRISTO

    • Cat.I.Cat. 766. Mas a Igreja nasceu principalmente do dom total de Cristo pela nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na cruz. “Tal começo e crescimento da Igreja exprimem-nos o sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado” (LG 3). Porque “foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o sacramento admirável de toda a Igreja” (SC 5). Assim como Eva foi formada do costado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração trespassado de Cristo, morto na cruz.

  • Igreja, Sacramento da Salvação e os desafios do mundo atual

    “A Igreja é, em Cristo, o sacramento ou o sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humanos” (LG 1).

    Em 1966 surgiu um livro provocador: A Igreja,

    túmulo de Deus? (Het Kerk Graf van God),

    de Robert Adolfs. Para o autor, a Igreja é o grande escândalo do mundo. A saída é o seguimento radical de Jesus Cristo, no caminho da “kênosis”, serviço, despojamento e amor preferencial aos pobres. Daí o nexo indissolúvel entre a Igreja da LG e da GS.

    Na mesma época apareceu o artigo de F. Roustang, “Le troisième homme”, na Revista Christus. A alternativa proposta é a da não confissão, não adesão às reformas tímidas... Resultado: desinteresse.

  • • Para falar da Igreja é preciso retornar a Cristo, no paradoxo ou escândalo da encarnação, descrito por São

    Gregório: “Mescla inaudita! Fusão paradoxal! Aquele que é vem a ser; o infinito é criado, é contido no

    espaço...

    • O Verbo faz-se sensível, o Invisível

    é visto, o Intocável é tocado,

    o Intemporal entra no tempo,

    o Filho de Deus torna-se filho

    do homem” (Discurso 38:

    PG 36, 818b. 325).

    • Sentimento muito difundido: “Jesus, ja; Kirche, nein! /Jesus, sim; Igreja, não” (G. Müller) e a reflexão de Wolfhart Pannenberg (1928-2014), Christsein ohne Kirche... (Ser cristão sem a Igreja).

  • • Contudo, como saberíamos

    de Cristo sem a Igreja?

    Como seríamos Igreja sem Cristo?

    Na verdade, a Igreja é totalmente

    relativa a Cristo, nele se fundamenta,

    nele se funda, dele depende, em função dele existe.

    • A partir da explicitação histórica da Igreja em

    Pentecostes, com a presença decisória de Pedro e

    demais apóstolos e, depois, Paulo: a Igreja assume

    seu futuro, na missão de Cristo; e professa sua raiz

    no passado, na orientação de Jesus.

  • Jesus, fundamento / Fundador da Igreja

    • “Jesus é a Cabeça da Igreja”, de acordo com Ef 5,23.

    • Jesus é a Pedra sobre a qual a Igreja está edificada, conforme Mt 16,18; cf. At 4,11-12; 1Pd 2,4-8.

    • Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens (1Tm 2,5; cf. Jo 14,6).

    • Jesus nos dá o “Outro Paráclito” na Pessoa do Espírito Santo (Jo 14,16).

    • Jesus adquiriu a Igreja com seu sangue (At 20,28).

    • Retomemos pelas três decisões principais...

  • 1) “Tu és Pedro e sobre

    esta pedra edificarei a

    minha Igreja e as portas

    do inferno não prevalecerão

    contra ela” (Mt 16,18).

    2) A escolha dos doze apóstolos:

    “Depois subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a Ele. Designou doze entre eles para ficar em sua companhia” (Mc 3,13-14). Doze eram as

    tribos de Israel, surgidas dos doze filhos de

    Jacó; doze foram os apóstolos para testemunhar

    a continuidade do Plano de Deus por meio da Igreja.

  • 3) A Última Ceia: "Tomou em seguida o pão e, depois de ter

    dado graças , partiu-o e o deu a eles dizendo: Isto é o meu

    corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do

    mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear,

    dizendo: Este é o cálice da nova aliança em meu sangue, que

    é derramado por vós..." (Lc 22,19-20).

  • - Assim como era costume para os judeus,

    Jesus também reuniu os seus apóstolos

    para celebrar a páscoa. Durante esta cerimônia

    foi celebrada a última Ceia. Jesus se apresenta

    como o novo e verdadeiro Cordeiro, dá aos

    Seus seguidores o alimento do seu Corpo e Sangue.

    - As palavras "fazei isto em memória de mim”

    apresentam o distintivo do novo povo de Deus.

    Deste modo, a última Ceia passou a ser o alicerce

    e o centro da vida da Igreja que estava nascendo.

    Afinal, por meio da Ceia o Senhor se torna

    de um modo mais forte presente entre

    o seu povo.

  • • Segundo Santo

    Agostinho, a Igreja

    começou "onde o Espírito

    Santo desceu do céu e

    encheu 120 pessoas que se

    encontravam na sala do

    cenáculo".

    • A efusão do Espírito, em Pentecostes, foi como que a inauguração oficial da Igreja para o mundo.

  • CTI, Temas seletos de Eclesiologia

    Desenvolvimento e etapas no processo de fundação da Igreja (TSE, 1.4)

    • As promessas veterotestmentárias sobre o Povo de Deus;

    • O convite que Jesus faz de todos converterem-se a Ele;

    • A chamada e a instituição dos Doze como sinal do futuro restabelecimento de todo Israel;

    • A imposição do nome a Pedro e seu lugar de destaque na comunidade e na missão;

    • A recusa de Israel e a ruptura entre o judaísmo e os discípulos de Jesus;

    • A Ceia como sacramento da entrega de Jesus por muitos;

  • • A reconstituição da Comunidade após a Páscoa;

    • O envio do Espírito Santo que faz da Igreja verdadeira criatura de Deus;

    • A missão dos discípulos para os pagãos.

    • Nenhum desses elementos isoladamente constitui argumento suficiente para a fundação da Igreja. Mas tomados em seu conjunto mostram que a fundação da Igreja está baseada no ensinamento e na ação de Jesus, selados pelo Espírito Santo.

  • A origem permanente da Igreja em

    Jesus Cristo

    • “Fundada por Cristo, a Igreja não depende dele somente no seu nascimento exterior, histórico e social; mas provém do seu Senhor de maneira ainda mais íntima, sendo ele que a nutre e edifica incessantemente mediante o Espírito. A Igreja nasce, como diz a Escritura, no sentido entendido pela tradição, do lado ferido de Jesus Cristo (cf. Jo,19-24; LG 3): é adquirida pelo sangue do Filho (At 20,28; Tt 2,14); e a sua natureza se funda no mistério da pessoa de Jesus Cristo e da sua obra salvífica. A Igreja, portanto, vive constantemente do seu Senhor e para o seu Senhor” (TSE, 1.5).

  • A FUNDAÇÃO DA IGREJA

    Foi convicção dos primeiros cristãos que Cristo quis fundar a Igreja, embora não lhe tenha definido a forma e os detalhes: “A Igreja foi fundada pelas palavras e obras de Cristo” (Cat.I.Cat. 778).

  • a) POR PALAVRAS: a mais significativa é Mt 16, 18-19: “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus e o que atares na terra será atado nos céus e o que desatares na terra ficará desatado nos céus”. Há um vínculo muito forte entre Jesus e Pedro, como se pode constatar ao longo dos Evangelhos.

    Jesus promete explicitamente fundar a Sua Igreja (…edificarei a Minha Igreja); anunciou hierarquias humanas e visíveis da sua Igreja (Tu és Pedro e sobre esta pedra…); durará sempre, nada poderá destruí-la (as portas do inferno não prevalecerão contra ela); possuirá a tarefa de dispensar a salvação (dar-te-ei as chaves do reino); governada por Pedro como vigário de Cristo (recebe poder de outro); as determinações da Igreja terão valor decisivo perante Deus (atar e desatar na terra como nos céus).

  • b) POR ATOS: Os atos de Jesus são verdadeiros atos fundacionais da Igreja.

    Eleição dos discípulos:

    Chamou os que quis e continua

    a chamar. Chama 12, que

    simbolizam a totalidade do

    Povo de Deus (Mc 3,13-15).

    Vocação dos apóstolos: ”Apóstolo” (ἀπόστολος) quer dizer enviado, para pregar o Reino de Deus, com poder de salvação (batizar, perdoar os pecados e celebrar a Eucaristia). Promete a sua presença até ao final do mundo.

  • • O primado de Pedro:

    Pedro tem sempre a primazia

    (“foi contar aos discípulos e a Pedro…”;

    “Pedro, tu amas-me mais do que a estes?... Apascenta as minhas ovelhas”, “Tu és

    Pedro….”, etc.

    • Acontecimentos pascais: Na Última Ceia, institui a Eucaristia e o sacerdócio; a Igreja nasce da Cruz, “A Eucaristia faz a Igreja” (CIC nº 1396); com a Ressurreição, Jesus garante

    sempre a sua presença viva e envia

    o Espírito Santo.

  • 1) As promessas veterotestmentárias sobre o Povo de Deus;

    2) O convite que Jesus faz de todos converterem-se a Ele;

    3) A recusa de Israel e a ruptura entre o judaísmo e os discípulos de Jesus;

    4) A chamada e a instituição dos Doze, com a imposição do nome a Pedro e seu lugar de destaque na comunidade e na missão;

    5) A Ceia como sacramento da entrega de Jesus por muitos, seguida de sua Morte e Ressurreição e da reconstituição da Comunidade após a Páscoa;

    6) O envio do Espírito Santo em Pentecostes que constitui o nascimento histórico da Igreja;

    7) A missão dos discípulos para os pagãos.

    NB) Nenhum desses elementos isolados constitui argumento suficiente para a fundação da Igreja. O seu conjunto é que configura as razões para atribuir a fundação da Igreja a Jesus Cristo.

    Síntese dos elementos que constituem

    Jesus fundamento/fundador da Igreja