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Greyce Mara R. de Medeiros DOENÇAS EXANTEMÁTICAS As doenças exantemáticas podem ser classificadas pelo comprometimento clínico em: exantema maculopapular morbiliforme : SARAMPO; RUBÉOLA; MONONUCLEOSE INFECCIOSA; ENTEROVIROSES; TOXOPLASMOSE; REAÇÕES A DROGAS escarlatiniforme: ESTREPTOCOCCIAS; ESTAFILOCOCCIAS; MONONUCLEOSE INFECCIOSA; REAÇÕES A DROGAS exantema vesicobolhoso VARICELA / HERPES ZOSTER; HERPES SIMPLES 1 e 2 ; ESTREPTOCOCCIAS; ESTAFILOCOCCIAS; REAÇÕES A DROGAS exantema petequial MENINGOCOCCEMIA; DENGUE; FEBRE MACULOSA; REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE (vasculites) Para o diagnóstico diferencial das doenças exantemáticas é importante considerar: Epidemiologia ; Período prodrômico ; Característica do exantema ; Sinais característicos ; Imunização prévia (por doença ou vacina). VARICELA é uma infecção viral primária, aguda, caracterizada por surgimento de exantema de aspecto MACULOPAPULAR, de DISTRIBUIÇÃO CENTRÍPETA, que, após algumas horas, adquire aspecto VESICULAR, evoluindo rapidamente para PÚSTULAS e, posteriormente, formando CROSTAS em 3 a 4 dias. Pode ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos. A principal característica clínica é o POLIMORFISMO DAS LESÕES CUTÂNEAS , que se apresentam nas diversas formas evolutivas, acompanhadas de PRURIDO. Em crianças, geralmente, é doença benigna e autolimitada. O herpes zoster, geralmente, é decorrente da reativação do vírus da varicela em latência, ocorrendo em adultos e pacientes imunocomprometidos, como portadores de doenças crônicas, neoplasias, aids e outras.

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• DOENÇAS EXANTEMÁTICAS

As doenças exantemáticas podem ser classificadas pelo comprometimento clínico em:

• exantema maculopapular

morbiliforme : SARAMPO; RUBÉOLA; MONONUCLEOSE INFECCIOSA; ENTEROVIROSES; TOXOPLASMOSE; REAÇÕES A DROGAS

escarlatiniforme: ESTREPTOCOCCIAS; ESTAFILOCOCCIAS; MONONUCLEOSE INFECCIOSA; REAÇÕES A DROGAS

• exantema vesicobolhoso

VARICELA / HERPES ZOSTER; HERPES SIMPLES 1 e 2 ; ESTREPTOCOCCIAS; ESTAFILOCOCCIAS; REAÇÕES A DROGAS

• exantema petequial

MENINGOCOCCEMIA; DENGUE; FEBRE MACULOSA; REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE (vasculites)

Para o diagnóstico diferencial das doenças exantemáticas é importante considerar:

Epidemiologia; Período prodrômico; Característica do exantema;

Sinais característicos; Imunização prévia (por doença ou vacina).

• VARICELA

é uma infecção viral primária, aguda, caracterizada por surgimento de exantema de aspecto MACULOPAPULAR, de DISTRIBUIÇÃO CENTRÍPETA, que, após algumas horas, adquire aspecto VESICULAR, evoluindo rapidamente para PÚSTULAS e, posteriormente, formando CROSTAS em 3 a 4 dias. Pode ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos. A principal característica clínica é o POLIMORFISMO DAS LESÕES CUTÂNEAS, que se apresentam nas diversas formas evolutivas, acompanhadas de PRURIDO. Em crianças, geralmente, é doença benigna e autolimitada. O herpes zoster, geralmente, é decorrente da reativação do vírus da varicela em latência, ocorrendo em adultos e pacientes imunocomprometidos, como portadores de doenças crônicas, neoplasias, aids e outras.

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EPIDEMIOLOGIA: Faixa etária mais acometida 2-8anos, e é mais rara em menores de 3 meses de idade. Maior prevalência na primavera e no inverno.

AG. ETIOLÓGICO: vírus DNA, o Varicella-zoster( HERPESVIRUS VERICELLAE)

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 14 a 21 dias. Período que compreende a viremia primária e secundária e vai desde a exposição do suscetível ao vírus até o início do exantema cutâneo. Pode ser mais curto em pacientes imunodeprimidos e mais longo após imunização passiva.

PERÍODO PRODRÔMICO: 1 a 3 dias. Manifestações discretas- febre, cefaléia, irritabilidade e mialgia.

PERÍODO EXANTEMÁTICO: 8 a 10 dias. Carcteriza-se por erupção

generalizada,de DISTRIBUIÇÃO CENTRÍPETA, onde máculas eritematosas

pápulasvesículas pústulas crostas(as crostas não contêm vírus viáveis) podem estar presentes ao mesmo tempo. A evolução de pápulas até crostas ocorre em até 8 a 48 hs. Sensação pruriginosa tb ocorre. EVOLUÇÃO RÁPIDA. POLIMORFISMO REGIONAL. LESÕES EM MUCOSA E COURO CABELUDO.

PERÍODO DE CONTÁGIO: 1 a 2 dias antes do exantema até a última crosta. Enquanto houver vesículas, a infecção é possível. Alta contagiosidade. TRANSMISSÃO: contato direto (GOTÍCULAS); vias indiretas (mãos e roupas).

CARACTERÍSTICAS: IMUNIDADE PERMANETE, DISTRIBUIÇÃO CENTRÍPETA, EM SURTOS, POLIMORFISMO REGIONAL. LESÕES EM MUCOSA E COURO CABELUDO. LESÕES RESTRITAS À PELE ou acometendo diversos órgãos (esôfago, fígado, pâncreas, rins, ureteres, útero e supra-renais). NÃO DEIXA CICATRIZES RESIDUAIS. Crianças que tiveram varicela com menos de 1 ano de idade podem desenvolver herpes zoster, pois não houve memória. Varicela acima de 1ano,procurar causas de imunocomprometimento.

COMPLICAÇÕES: INFECÇÃO BACTERIANA SECUNDÁRIA DE PELE (impetigo, absesso, celulite, erisipela – causada por S. aureus, Streptococcus pyogenes, que podem levar a quadros sistêmicos de sepse, com artrite, pneumonia,endocardite; encefalite ou meningite e glomerulonefrite); PNEUMONIA (febre, dispnéia, cianose e hemoptise; surge na 1ª semana da doença; uma ausculta pobre e quadro radiológico com infiltrado nodular difuso em ambos campos pulmonares; mais freqüente em adultos; SNC (ataxia cerebelar aguda ou encefalite); SISTEMA HEMATOPOIÉTICO(púrpura trombocitopenica, leucopenia, trombose disseminada); SÍNDROME DE REYE(encefalopatia hepática).

TRATAMENTO: Varicela em crianças é uma doença benigna, não sendo necessário tratamento específico. É sintomático na maioria dos casos.

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ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO. Para o prurido, uso de anti histamínicos VO. Pacientes em uso de corticosteróides, deve-se reduzir a dose a níveis fisiológicos. Deve-se tratar os imunocomprometidos, adolescentes > de 13 anos e adultos, neuronato infectado (<1 mês) e contactante infectado do caso índice. O aciclovir pode ser usado.

• SARAMPO

O sarampo é uma doença AGUDA, de etiologia VIRAL, altamente CONTAGIOSA, caracterizada por FEBRE ALTA, TOSSE, CORIZA, CONJUNTIVITE e um EXANTEMA ESPECÍFICO (sinal de KOPLIK), seguido de erupção MACULOPAPULAR GENERALIZADA. Embora a maioria dos casos tenha evolução favorável, o sarampo não pode ser considerado uma doença benigna, dado seu potencial para complicar-se, especialmente em crianças desnutridas. As complicações incluem PENUMONIA, OTITE MÉDIA, diarréia, cegueira e encefalite.

EPIDEMIOLOGIA: Doença de distribuição universal, endêmica nos grandes conglomerados urbanos e epidemias a cada 2 ou 4 anos. Desde 1968 é uma doença de NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA (de todo caso suspeito*) no Brasil e de investigação epidemiológica obrigatória imediata. É necessário estar sob estrita vigilância dada a possibilidade de importação dos casos. Faixa etária mais comumente afetada é a pré-escolar e a escolar.

*caso suspeito= todo aquele que apresente FEBRE, EXANTEMA, TOSSE e/ou CORIZA e/ou CONJUNTIVITE.

ETIOLOGIA: vírus RNA, pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae. Vasculite generalizadana viremia.

TRANSMISSÃO: a principal fonte de infecção é o próprio doente, sendo a transmissão DIRETA, mediada por GOTÍCULAS na saliva (tosse,espirro) e secreções catarrais. A maior contagiosidade ocorre durante os períodos PRODRÔMICO e inicial EXANTEMÁTICO. Crianças menores de 5 anos são as mais atingidas.

DIAGNÓSTICO: Clínico, laboratorial e epidemiológico.

• D. LABORATORIAL:

a) Elisa (IgM e IgG), fixação do complemento, inibição de hemaglutinação ou imunofluorescência indireta; IgG e IgM –fase aguda, detectados no sangue desde os primeiros dias após o início do exantema. IgM elevados por 6 semanas. IgG detectáveis após anos.

b) isolamento do vírus em cultura de células, a partir de secreção nasofaríngea e urina, até o 7º dia do início do exantema.

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• D. CLÍNICO:

período de incubação: 7 a 14 dias

período prodrômico: duração de 3 - 5 dias. FEBRE de intensidade moderada a alta e sintomas catarrais-RINORRÉIA (coriza, lacrimejamento, diarréia e tosse seca), CONJUNTIVITE e fotofobia. Os linfonodos estão pouco aumentados na região cervical e, algumas vezes, os intra-abdominais dão reações dolorosas à palpação do abdome. Nas últimas 24 horas deste período surge, na altura dos pré-molares, o sinal de Koplik – pequenas manchas branca com halo eritematoso, consideradas sinal PATOGNOMÔNICO do sarampo.

período exantemático: 5-7 dias. Ocorre a acentuação de todos os sintomas anteriormente descritos, com prostração importante do paciente e surgimento do exantema característico: MACULOPAPULAR, de COR AVERMELHADA, com distribuição em sentido CÉFALO-CAUDALl, que SURGE na região RETRO-AURICULAR e FACE. Dois a três dias depois ESTENDE-SE AOS TRONCOS E ÀS EXTREMIDADES, persistindo por 5-6 dias; Após atingir os membros, o exantema começa a regredire uma descamação fina aparece, também de maneira descendente (período descamativo), e as lesões tomam uma cor mais escura e hiperpigmentada. DESCAMAÇÃO LEVE, NUNCA EM MÃOS E PÉS.

período de contágio: de 4-6 DIAS ANTES(INCUBAÇÃO) DO EXANTEMA ATÉ 5 DIAS APÓS. alta contagiosidade

CARACTERÍSTICAS: MANCHAS DE KOPLIK E IMUNIDADE DURADOURA

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: deve ser feito ppalmente com rubéola, escarlatina, exantema súbito (roseola infantum),eritema infeccioso, farmacodermias, dengue, enteroviroses, sífilis secundária, riquetsioses, D. de kawasaki e meningococemia, etc. Durante a evolução da rubéola os pródromos, qnd presentes, são menos acentuados. A febre é de menor intensidade e o exantema tem duração menor. O achado de gânglios linfáticos suboccipitais e retroauriculares ingurgitados e dolorosos é muito sugestivo desta virose. Na escarlatina observa-se, juntamente com o início do exantema, amigdalite aguda, com presença de exsudato purulento nas criptas, sugerindo infecção estreptocócica. Facilitam o diagnóstico a “língua em framboesa”, caracterizada por hipertrofia das papilas, palidez perioral e exantema de cor escarlate, que não deixa pele sã entre uma lesão e outra. A roseola infantum, causada pelo herpesvirus humano tipo 6, é uma doença comum na infância , que geralmente evolui em febre alta de início agudo, irritabilidade, com duração de 3 a 4 dias, e o aparecimento de exantema maculopapular após a queda da febre. Com freqüência tem evolução benigna, embora o envolvimento do SNC tenha sido relatado em alguns casos. O eritema infeccioso (parvovirose humana) ocorre ppalmente em

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crianças de 5 a 14 anos de idade, sendo caracterizado por exantema maculopapular, algumas vezes com aparência reticular, que pode recorrer após exercícios ou exposição ao sol.Tb são descritas manifestações catarrais, febre e, especialmente em adultos, comprometimento articular (artralgia e artrite).

COMPLICAÇÕES: virais (pneumonia intersticial, encefalite, laringite obstrutiva-crupe do sarampo, miocardite, estomatite,lesões oculares e diarréia), bacterianas(pneumonias, gastrenterite e otite média) e de etiologia desconhecida. Geralmente pela manutenção ou retorno da febre no final do período exantemático.

TRATAMENTO: é sintomático, podendo ser utilizado antitérmicos, hidratação oral, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento materno e higiene adequada dos olhos, pele e vias aéreas superiores. Atentar para a reposição hídrica e de sais minerais. A OMS recomenda o uso de uma dose elevada e única de vit.A em populações onde é reconhecido a deficiência dessa vit. Tratar com ATB as complicações bacterianas.

PREVENÇÃO: VACINA de vírus vivos atenuados - esquema básico: uma dose da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) aos 12 meses de idade.Segunda dose: 4-6 anos de idade ou num intervalo de 4 meses após a primeira. Contra-indicação: gestantes; imunossuprimidos; crianças que fizeram uso recente de gamaglobulina(menos de 3 meses) ou que apresentam quadro febril agudo.

• RUBÉOLA

É uma infecção viral aguda de crianças e adultos. A doença é caracterizada clinicamente pela presença de EXANTEMA, FEBRE E LINFADENOPATIA e, eventualmente, pode ser confundida com formas mais atenuadas do sarampo. Em adultos, especialmente os do sexo feminino, tende a provocar artropatias (artralgias e artrites). A infecção apresenta, com relativa freqüência, evolução subclínica. Mesmo quando não determina manifestações clínicas na gestante, o vírus da rubéola pode causar infecção fetal, trazendo como conseqüência malformações congênitas.

EPIDEMIOLOGIA: incidência maior na primavera, em crianças de 5 a 14 anos de idade.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 14 a 21 dias

PRÓDROMOS: geralmente não há.

EXANTEMA: MACULAR DISCRETO (que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para o tronco e membros, acompanhada por linfadenopatia generalizada, principalmente subocipital, pós-auricular e cervical posterior, geralmente precedendo o exantema, em 5 a 10 dias.

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Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite, conjuntivite, coriza e tosse), SEM CONFLUÊNCIA, SEM DESCAMAÇÃO

PERÍODO DE CONTÁGIO: 7 dias antes a 7 dias depois do exantema. Pouco contagiosa.

CARACTERÍSTICAS: Consequências danosas para o feto. Linfadenopatia cervical posterior e retroauricular. Petéquias no palato. Imunidade duradoura.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: O diagnóstico sorológico pode ser realizado através da detecção de anticorpos IgM específicos para rubéola, até o 28o dia do início do exantema. A sua presença indica infecção recente. A detecção de anticorpos IgG ocorre, geralmente, após o desaparecimento do exantema, alcançando pico máximo entre 10 e 20 dias, permanecendo detectáveis por toda a vida.

• EXANTEMA SÚBITO OU ROSEOLA INFANTUM

Doença infectocontagiosa que causa febre, de evolução benigna e afeta crianças (6 meses a 3 anos).

ETIOLOGIA: alguns vírus da espécie herpes vírus humano sendo mais freqüente o do tipo 6

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 10 a 14 dias

PRÓDROMOS: 3-4 dias; Manifesta-se com febre alta e irritabilidade.

EXANTEMA: 1-3 dias ou horas; MACULAR e fugaz, com início no tronco e sem descamação

PERÍODO DE CONTÁGIO: é desconhecido e há baixa contagiosidade. Mas pode ser transmitido pelo contato com crianças infectadas.

CARACTERÍSTICAS: a erupção surge quando a febre cai, em crise. Pode ser recorrente.

• ERITEMA INFECCIOSO – SÍNDROME DA BOFETADA

Também conhecido como quinta doença, é uma doença infecciosa geralmente inócua da infância causada pelo parvovírus B19.

FAIXA ETÁRIA: 5 – 12 anos

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 6 – 14 dias

PRÓDROMOS: geralmente ausentes

EXANTEMA: 7 – 21 dias. MACULAR recorrente, sem descamação

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PERÍODO DE CONTÁGIO: é desconhecido. Pode ocorrer intradomiciliar ou na escola.

TRANSMISSÃO: contato direto

DIAGNÓSTICO: O diagnóstico é por detecção de anticorpos especificos contra o vírus, por imunofluorescência.

CARACTERÍSTICAS: exantema facial em forma de borboleta “CRIANÇA ESBOFETADA” e palidez perioral (SINAL FILATOV)

• ESCARLATINA

Doença infecciosa causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes), que atinge principalmente as crianças, em sua maioria meninos, não sendo, no entanto uma doença perigosa atualmente, pois a bactéria é sensível à penicilina, entre outros antibióticos. A escarlatina é quase sempre uma complicação da amigdalite/faringite estreptocócica, aparecendo cerca de 2 dias após o início dos sintomas desta.

FAIXA ETÁRIA: 3-12 anos

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2- 4 dias

PRÓDROMOS: 12hs a 2 dias. FEBRE, FARINGITE, TOSSE E VÔMITOS

EXANTEMA: ERITEMATOSO E PUNTIFORME. É GENERALIZADO. Com início nas zonas de flexão. Descamação tardia de mãos e pés.

PERÍODO DE CONTÁGIO: 1-2 dias após o início do exantema.

CARACTERÍSTICAS: palidez perioral (Filatov), lesões mais intensas em pregas cutâneas (Pastia) e língua em framboesa (hipertrofia das papilas linguais). (A língua inicialmente é amarela devido à inflamação, mas depois descama e torna-se vermelho-viva, com aparência de um morango.Em alguns casos a língua fica com bolhas pequenas)

A aplicação do manguito do esfingmomanômetro no braço do paciente, mantendo-se a pressão entre a máxima e a mínima durante 5 minutos, leva ao aparecimento de numerosas petéquias na face anterior do antebraço (sinal de RumpelLeede)

TRANSMISSÃO: através da saliva, por via nasal, tosse, espirros e respiração ou ainda através do contacto com vestuário e objetos contaminados

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TRATAMENTO: administração de antibióticos, constituindo a penicilina, ainda hoje, o fármaco de primeira linha, dada a ausência de resistência documentada.

Nas formas graves (hipertóxicas e sépticas) podem instalar-se vários tipos de complicações: comprometimento intenso do estado geral, insuficiência cardíaca, renal e/ou respiratória, icterícia, CID e choque.

• ENTEROVIROSES

A síndrome exantemática mais conhecida causada pelos enterovírus, geralmente associada aos enterovírus 71 e coksackie A16, é a “doença de mãos-pés e boca”. As crianças, na faixa etária de 1 a 5 anos, são o ppal grupo de risco.

QUADRO TÍPICO: aparecimento de múltiplas lesões maculares avermelhadas e discretas, medindo cerca de 4mm de diâmetro. Estas lesões estão localizadas ppalmente na palma das mãos, sola dos pés, e nádegas. O exantema é similar àquele presente na herpangina. Na realidade, os mesmos sorotipos de enterovírus podem causar tanto herpangina qnt “doença de mãos-pés e boca”. A ppal diferença é q na última há uma tendência das lesões ocorrerem na cavidade oral anterior. A síndrome pode ser completa ou incompleta com manifestação das mãos, pés ou boca somente ou uma combinação destas. Qnd presentes , as lesões nas nádegas praticamente confirmam o diagnóstico. Rashes tb são comuns manifestações por infecções por enterovírus.

Ag. ETIOLÓGICO: são vírus RNA incluindo 23 grupos de Coxsackievírus A (tipos A1-A24,exceto A23); 6 grupos de Coxsackie B (tipos B1-B6); 28 Echovírus (tipos 1-33, exceto tipos 8, 10, 22, 23 e 28) e 5 Enterovírus (tipos 68, 71 e 73).

SAZONALIDADE: em regiões de clima temperado, são mais comuns no verão e início da primavera; padrões de sazonalidade são raros nos trópicos.

EPIDEMIOLOGIA: a disseminação se dá por via fecal-oral, de mãe para RN na hora do parto e por meio de objetos contaminados. A taxa de infecção é maior em crianças pequenas, de baixo nível socioeconômico, regiões tropicais e de higiene deficiente. FAIXA ETÁRIA: menores de 2 anos.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: de 4 a 7 dias.

PRÓDROMOS: geralmente ausentes; às vezes febre e faringite

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: os enterovírus são responsáveis por um grande número de doenças em lactentes e crianças: manifestações respiratórias (herpangina, pneumonia,etc); manifestações cutâneas: exantema geralmente não característico, podendo ser maculopapular, vesicular, petequial, morbiliforme, urticariforme, escarlatiniforme,

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rubeoliforme e pustular (Echovírus 9: exantema petequial; Coxsackie A16 e Enterovírus 71: síndrome mão-pé-boca); manifestações neurológicas; manifestações GI; manifestações oculares; manifestações cardíacas: miopericardite (Coxsackie B1 a B15).

PERÍODO DE CONTÁGIO: variável

DIAGNÓSTICO: isolamento de partícula viral (extraído de garganta, fezes e swab retal; LCR e sangue); IFI; PCR; FC; ensaio imunoenzimático.

TRATAMENTO: medidas de suporte em pacientes sintomáticos, exceto imunodeprimidos, que podem receber gamaglobulina.

PRECAUÇÕES: precauções de contato.

CARACTERÍSTICAS: isolamento de vírus em fezes, sangue, faringe e liquor. SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA

• MONONUCLEOSE INFECCIOSA – (DOENÇA DO BEIJO ou ANGINA MONOCÍTICA)

É uma doença linfoproliferativa sistêmica, viral aguda causada pelo vírus Epstein-Barr(VEB)(herpes vírus humano 4, HVH4), que se caracteriza por FEBRE PROLONGADA + LINFADENOPATIA adenomegalia + FARINGOAMIGDALITE EXSUDATIVA (TRÍADE), cefaléia, mialgia, fadiga, odinofagia, esplenomegalia, e rash máculo-papular. Intensa LINFOCITOSE COM LINFÓCITOS ATÍPICOS.

EPIDEMIOLOGIA: acomete crianças(acima de 2 anos) e adolescentes. É uma doença cosmopolita. No Brasil, revela maior prevalência em crianças do que em adultos, porém a suscetibilidade é geral. Seu reconhecimento é necessário pela forte associação com neoplasias.

TRANSMISSÃO: Inter-humano, pelo contato íntimo de secreções orais (saliva). É rara a transmissão através de transfusão sangüínea ou contato sexual.

PRÓDROMOS: 1-2 semanas. Mal-estar, fadiga, cefaléia e dor abdominal.

EXANTEMA: 2-7 dias. O rush cutâneo ocorre em cerca de 3 a 8%, em geral é MACULOPAPULAR difuso, eritematoso, com textura de lixa fina, podendo ainda ser urticariforme, escarlatiniforme, morbiliforme, hemorrágico ou petequial. O uso de ampicilina leva a exantema em 70 a 100% dos casos.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: varia de 30 a 50 dias.

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PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: pode durar 1 ano ou mais. Baixa contagiosidade

DIAGNÓSTICO: Clínico, associado ao leucograma, que revela leucocitose com elevada linfocitose atípica. Para confirmação laboratorial, pode-se usar: testes rápidos para a detecção de anticorpos heterófilos e/ou de anticorpos específicos para o vírus Epstein-Barr.

CARACTERÍSTICAS: TRÍADE (faringite exsudativa + adenomegalia + febre prolongada)e LINFOCITOSE ATÍPICA

COMPLICAÇÕES: Anemia hemolítica, trombocitopenia, granulocitopenia,meningite, encefalite, síndrome de Guillain-Barré, rutura esplênica, infecção crônica pelo VEB, etc.

TRATAMENTO: Sintomático - O uso de corticoterapia pode ser útil no caso de complicação com obstrução de vias aéreas por hipertrofia tonsilar, na trombocitopenia grave e na anemia hemolítica.

PREVENÇÃO: Não se faz necessário o isolamento do paciente na fase aguda; vacinas ainda estão em desenvolvimento; evitar contato com saliva de pessoas portadoras do VEB, durante o período de transmissibilidade.

PRECAUÇÕES PADRÃO em hospitalizados.

• DOENÇA DE KAWASAKI

É uma vasculite que pode provocar aneurismas, principalmente das artérias coronárias. É uma enfermidade que envolve a boca, a pele e nódulos linfáticos e afeta, tipicamente, crianças abaixo de 5 anos de idade. Sua causa ainda é desconhecida, mas se seus sintomas forem reconhecidos logo, as crianças com esta doença podem se recuperar completamente em poucos dias. Se não tratada, pode levar a sérias complicações que podem envolver o coração.

FAIXA ETÁRIA: 6 meses a 5 anos

PRÓDROMOS: febre alta, prolongada; exantema; edema palmo-plantar; conjuntivite, linfadenopatia, artrite, alterações cardiovasculares, trombocitose; VHS,MUCO E PROTEÍNA C ELEVADOS

EXANTEMA: Polimorfo generalizado –morbiliforme, maculopapular ou escarlatiniforme. Irritações na pele se situam-se principalmente o tronco, virilhas e nádegas

PERÍODO DE CONTÁGIO: Não é uma doença contagiosa.

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CARACTERÍSTICAS: Diagnóstico clínico (possível comprometimento coronariano –aneurismas); alterações multissistêmicas; Leucocitose com desvio a esquerda, eosinofilia e plaquetose.

TRATAMENTO: Durante quase 5 dias os médicos administram altas doses de imunoglobulina via endovenosa e aspirina pela via oral. Cessando a febre, são prescritas doses baixas de aspirina, durante vários meses para evitar aparecimento de coágulos e proteger contra risco de lesão coronariana. Os aneurismas do coração são tratados com anticoagulantes e aspirina. Já aneurismas de menor monta, utiliza-se somente aspirina. Para evitar a síndrome de Reye, em casos de gripe e varicela, podem ser usados, no lugar da aspirina dipiridamol.