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maria-figueiredo
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dossier do nosso trabalho na mostra
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QUEM SOMOS NÓS?Somos estudantes do 3º ano do curso de De-
sign de Comunicação da Faculdade de Belas
Artes da Universidade do Porto. No âmbito
da cadeira de Design Gráfico foi-nos pro-
posto a participação na Mostra da Up com
um projecto que permitisse a elucidação e
demonstração do que consiste o nosso cur-
so, sendo o público alvo os jovens do ensino
básico e secundário que estejam a ponderar
a sua futura área de estudo ou curso mas
também mas ao cidadão interessado pelo
conhecimento (seja este científico, humanís-
tico, artístico) ou pela forma como a acção da
Universidade se reflecte no desenvolvimento.
POR QUE CRIÁMOS ESTE LIVRO?Este livro surge como forma de dossier onde
o principal objectivo é documentar as várias
fases do nosso trabalho inclusivé partes rele-
vantes de toda a acção que englobou a nossa
participação na mostra. Este diário de registos
informa os leitores de todo o processo para
a realização do projecto. Este processo vai
desde o lançamento da proposta por parte do
professor até a própria execução deste livro.
EM QUE CONSISTE A MOSTRA? “A Mostra da U.Porto é o espaço ideal para
se perceber a diversidade da oferta formativa
da Universidade do Porto, mas também para
a exploração, de forma interactiva, de varia-
dos aspectos do conhecimento científico.
Estudantes, docentes e investigadores univer-
sitários estarão, durante estes quatro dias, di-
sponíveis para esclarecer os visitantes sobre os
variados aspectos do quotidiano académico,
sobre a especificidade dos mais de 50 cursos
de 1.º ciclo ou de 1.º + 2.º ciclo que a U.Porto
oferece, ou sobre a formação pós-graduada,
ou, ainda, sobre a actividade de investigação e
a forma como esta contribui simultaneamente
para a aventura do conhecimento humano
e para aplicações práticas que se reflectem
no quotidiano de todos. Pensada como um
espaço informal de troca de impressões, em
que é obrigatório interrogar, experimentar e
participar, a Mostra da U.Porto dirige-se par-
ticularmente aos jovens do ensino básico e
secundário que estejam a ponderar a sua fu-
tura área de estudo ou curso, mas também ao
cidadão interessado pelo conhecimento – seja
este científico, humanístico, artístico… –, ou
pela forma como a acção da Universidade se
reflecte no desenvolvimento. Em paralelo com
a 7.ª Mostra da U.Porto, decorrerá no auditório
da Biblioteca Almeida Garrett o encontro de
comunicadores de ciência e diversas conver-
sas e debates sobre ciência sob a designa-
ção de “Science: what else?”. Veja, na secção
Programa, detalhes sobre esta iniciativa.“
O PROJECTO
Com este projecto a nossa principal preo-
cupação foi mostrar/esclarecer os alunos
sobre o que consiste o curso de design de
comunicação. Assim, juntamos dois projec-
tos: um que consistia na fotografia de um
cenário com a interacção das pessoas e o
outro que partia do conceito de estereogra-
fia, manipular as imagens tornando-as tridi-
mensionais (3D). Todo este conceito aliou-se
ao objectivo da mostra: “a exploração, de
forma interactiva, de variados aspectos do
conhecimento científico”, ou seja, encamin-
har, informar e tornar mais conscientes os
estudantes das suas ambições profissionais
em relação ao futuro. Neste nosso espaço
cénico era obrigatório explorar, experimen-
tar e participar. Pretendiamos, assim, dois
tipos de abordagem: uma mais formal que
dizia respeito a sua futura área de estudo
ou curso e outro mais informal que per-
mitia ao aluno dar azo à imaginação e ex-
perimentar um pouco do nosso curso, que
se resume muitas das vezes a criatividade.
A decisão de realizar o nosso projecto
através de fotografia foi desde início unânime
e não questionável entre nós. Após sessões
de brainstorming um conceito surgiu e, natu-
ralmente, foi amadurecendo. Uma vez que o
objectivo era transparecer um pouco da ac-
tividade passível de se realizar na faculdade
de belas artes, nomeadamente no curso de
Design de Comunicação (no nosso caso) num
único projecto integrado na Mostra da UP,
concordámos em elaborar um espaço cénico
com o qual o público alvo pudesse interagir.
O objectivo seria, portanto criar um cenário
apelativo, recorrendo a objectos que se asso-
ciassem desde logo às várias profissões pos-
síveis dentro dos cursos na Universidade do
Porto. Assim, os estudantes do ensino básico
e secundário que visitassem a Mostra e que
quisessem participar no nosso projecto pode-
riam interagir directamente com os objectos
consoante a profissão ou curso com que mais
se identificassem. Contudo, passámos por
várias fases de experimentação e tivemos ide-
ias distintas. Inicialmente, pensámos o pro-
jecto como uma forma informar as pessoas
sobre o design, para isso iriamos recorrer aos
mandamentos de Bruce Mau, elaborando uma
imagem fotográfica que transmitisse cada
um deles em forma de postais que seriam
dados ao visitantes da Mostra. Infelizmente,
este projecto não se concretizou devido à
escassez de meios. Depois partimos para
uma ideia que consistia em fazer fotografias
aéreas dos participantes que estariam no
chão encenando uma determinada profis-
são. Este método permitia-nos simular mo-
vimento por parte dos personagens mas, in-
felizmente, esta técnica tornou-se impossível
de realizar pois não tinhamos material nem
permissão para fotografar das bancadas do
pavilhão Rosa Mota. Finalmente, optámos
pela ideia que acabámos por concretizar na
Mostra, com o único pormenor de que ini-
cialmente os objectos a utilizar seriam to-
dos bidimensionais e apareceriam no fundo
branco. Após todo este processo surgiu-nos
a proposta de nos aliarmos a outro grupo.
Este outro grupo pretendia fazer imagens tri-
dimensionais da mostra, por isso criamos um
espaço cénico com vários planos e desistimos
dos objectos tridimensionais para optar pelos
tridimensionais. Para este efeito 3D funcionar
era necessário a utilização de vários planos.
Após o projecto consolidado iniciamos uma
nova fase de experimentação recorrendo ao
estúdio de fotografia da Faculdade para verifi-
car os níveis de luz, assim como da organiza-
ção espacial do cenário que pretendiamos
montar. Com estas experiências foi-nos pos-
sível compreender e aperfeiçoar os nossos
conhecimentos acerca de fotografia manual,
a disposição dos objectos integrantes do es-
túdio (tripé, focos de luz, flashmeter, máquina,
guarda-chuvas, etc). Esta pré-produção per-
mitiu-nos ter tudo mais controlado nos dias
da Mostra de forma a não termos problemas
e usufruirmos totalmente desta experiência.
O feedback e o proveito pessoal que retirá-
mos desta experiência foram extremamente
consideráveis. Pessoalmente, consideramos
o nosso trabalho como positivo, tendo todas
as expectativas correspondido ao que es-
perámos e previmos antes do evento. Após
o grande esforço que concentrámos na an-
gariação de material e infra-estruturas para
a concepção da ideia prévia, foi realmente
proveitoso receber o resultado como ele se
apresentou no final. Tecnicamente, grande
parte do trabalho fotográfico pode ser con-
siderado como positivo, tendo apenas havido
problemas em cerca de 10% das fotografias,
devido a alterações nas condições lumíni-
cas do local, facto que tinhamos previsto. O
objectivo comum de desenvolvimento das
competências individuais em fotografia de
estúdio foi, portanto, conseguido. Além dis-
so, as diferentes condições físicas e lumíni-
cas presentes no espaço da mostra, mostr-
aram-se como um desafio interessante, que
consideramos ter sido igualmente cumprido.
Outro aspecto claramente positivo desta
nossa participação foi o feedback ao nível
do público alvo, que correspondeu de forma
positiva. Sendo um trabalho de interacção, este
factor era indispensável à realização do projec-
to. A parte humana do projecto fora, então, a
par da parte técnica, o outro factor de extremo
enriquecimento em todo o processo. É ex-
tremamente gratificante poder, primeiramente,
observar agrado e contentamento por parte do
público em geral, em relação aos resultados e
ideia de um projecto pessoal, inteiramente do
nosso agrado, tal como, naturalmente numa
fase posterior, poder, com um projecto tão
pessoal e rico para a nossa experiência en-
quanto alunas de design, influenciar outros
jovens a escolher estudar o que estudamos.
As reacções eram variadas; e houve de tudo,
das mais previsíveis às mais surpeendentes.
Diversificado era também o público. Desde
adolescentes que vinham em grupo de amigos
ou acompanhados pelo professor, aos pais que
acompanhavam os filhos, a meros interessa-
dos em conhecer o que se faz no meio artístico
universitário, vasto foi o interesse demonstra-
do. Cativados pelo cenário colorido, interroga-
vam “Que giro..o que é?”, “ De que curso são
vocês?”, seguindo-se as reacções de ânimo
e muitos “ Podemos tirar uma fotografia?”.
Se o feedback a esta primeira parte do pro-
jecto, sem o efeito 3D, era positivo, este
acrescia quando o efeito era aplicado e as
fotografias eram mostradas no monitor. Mui-
tas explicações referentes ao processo de
criação da imagem 3D foram procuradas, e
por nós dadas, com a maior clareza possível.
FOTOGRAFIA
Não foi de forma aleatória que nos junta-
mos para fazer um projecto comum, todas
tinhamos como prioridade realizar um pro-
jecto dentro da fotografia. Embora o design
não esteja directamente ligado com a fo-
tografia, esta pode ser conforme os gostos
e motivações muito usada neste campo de
comunicação. Não como fonte principal de
comunicação mas como uma das. Nós, pos-
suíamos um gosto em comum: a fotografia.
Existem optativas e disciplinas na nossa
faculdade que nos ajudam a desenvolver
esta vertente artística, no entanto, para nós
um projecto livre é sempre uma forma de o
idealizarmos como uma oportunidade para
fazer algo dentro deste campo. Possuimos
este gosto em comum em conformidade
com o curso de design de comunicação. Ex-
istem formas de fazer design, e a fotografia,
a nosso ver é uma delas. Permite-nos comu-
nicar, através de imagens que nos aliciam,
o nosso ponto de vista e a nossa mensa-
gem. Daí, surgir-nos primeiramente a ideia
de passar os mandamentos de Bruce Mau
sobre o design através de montagens fotográ-
ficas. Mas, como foi referido, os meios de o
realizar eram escassos e, por isso, decidimos
fazer algo mais interactivo (cenário), aliciante
(3D) e, acima de tudo, informativo (acerca do
curso). Foi neste contexto que pensámos em
criar um cenário e produzir fotografia de es-
túdio na própria mostra onde fosse permitido
a interacção dos próprios visitantes e não
só, tirar uma fotografia que os caracterizasse
mas não saindo do tema da mostra, o futuro
escolar e profissional de que poderão seguir
usufruindo dos cursos fornecidos pela Univer-
sidade do Porto. Daí a frase “eu quero ser”.
CENÁRIO TRIDIMENSIONAL
Como já referimos, além do interesse em
respondermos de modo eficiente à pro-
posta que nos fora dada, fora também
objectivo nosso poder aliar esta eficiente
resposta aos nossos interesses enquanto
praticantes de design. Nesta perspectiva,
aliámos a prática fotográfica à criação de
um cenário tridimensional, um lugar em
três dimensões onde pudéssemos criar a
nossa experiência gráfica. E foi esta tendên-
cia tridimensional emergente no design
gráfico, que aliámos à técnica fotográfica.
Olhando em volta, é fácil notar que, muitos
objectos, colagens, esculturas, instalações,
são firmemente enraizadas no design grá-
fico. Libertos das páginas e dos ecrãs, os
designers começam a criar grafismo no
espaço tridimensional, criando uma sim-
biose entre o 2D e o 3D. Os objectos, em
grande parte ajudados pela tecnologia digi-
tal, libertam-se da sua função primordial
e vulgar, assumindo progressivamente um
novo significado carregado de criatividade.
Esta tendência, de raízes na pop art nos anos
60, despertou o nosso interesse e decidimos
assim aplicá-la ao nosso projecto. Decidimos
então construir um cenário com objectos co-
muns, que pertencessem ao universo da nos-
sa temática, o universo das diferentes áreas
profissionais, visualmente cativante e esteti-
camente rico, de onde pudéssemos tirar boas
imagens. Com isto, o objectivo não era apenas
executarmos boas imagens para este projecto
mas, eventualmente, produzir boas imagens
que nos sirvam para trabalhos futuros. A inter-
acção do público com estes objectos foi igual-
mente um objectivo: as características formais
apelativas destes incitaram a imaginação do
público, como se pode verificar nas fotografias.
DESIGN
Em resposta às inúmeras vezes que fo-mos abordadas na mostra acerca do De-sign como conceito, e do nosso trabalho enquanto aspirantes a designers de co-municação, achámos relevante esclare-cer e clarificar um pouco acerca desse tema que é a nossa área de trabalho.“Para o designer, é um processo inter-minável de exploração, aprendizagem e trabalho, que cria um veículo de comunica-ção. Para a comunidade, o design gráfico facilita a compreensão da informação. Tem um propósito e uma intenção. Também dá a possibilidade de ligar pessoas.” Deborah Adler, Milton Glaser Inc. Nova Iorque, E.U.A.
O design está em todo o lado, rodeia-nos a toda a hora, em todos os aspectos da vida social. Mais concretamente, o design gráfico, actua fundamentalmente como forma de co-municação, e pode manifestar-se em diversas sub-categorias, tais como design de editorial, de jogos, de som, de informação, identidade, tipos, software, sinalização, publicidade, etc. Basicamente, para atingir o público alvo de forma apelativa qualquer objecto ou assunto
que queira ser divulgado e/ou “comunicado”, recorre ao design gráfico como meio, de modo que consiga responder às suas exigências. Nos dias que correm, graças ao excesso de produção e de informação a que temos acesso a todo o momento, recorrer a um bom e apelativo design é essencial para se sair destacado no meio de tanta concorrência. E é aí que actua o designer, enquanto profis-sional, responsável por comunicar de forma eficaz e por atingir o público que pretende, respondendo tanto às suas próprias necessi-dades como às dos clientes que os procurem.
“O design gráfico é um factor determinante em como a mensagem é recebida. Pode torná-la mais transparente, pode dar ênfase ou estimular interpretações diferentes. Pode divertir ou entreter. Pode até fazer com que o objecto mais simples seja mais agradáv-el de usar. Pode tornar o mundo num sítio mais bonito e funcionar melhor, também, e o maravilhoso é que é fundamentalmente ig-ualitário – visto e usado por toda a gente.”
Lucienne Roberts, sans+baum, Londres, R.U.