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Prof. Rodrigo Otávio Rodrigues de Melo Souza - Irrigação e Drenagem / UFRA - ICA UIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔIA ISTITUTO DE CIÊCIAS AGRÁRIAS - ICA RESUMO DAS AULAS DISCIPLINA: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM Prof. Dr. Rodrigo Otávio Rodrigues de Melo Souza Março/2010 Belém-PA

803 Resumo Geral Irrigacao

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    UIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZIA

    ISTITUTO DE CICIAS AGRRIAS - ICA

    RESUMO DAS AULAS

    DISCIPLINA: IRRIGAO E DRENAGEM

    Prof. Dr. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza

    Maro/2010 Belm-PA

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    SUMRIO

    DISCIPLINA: Objetivo, contedo, avaliaes e bibliografia 05

    1 INTRODUO 07

    2 GUA NO SOLO 13

    3 INFILTRAO DA GUA NO SOLO 27

    4 DEMANDA HDRICA 35

    5 IRRIGAO POR SUPERFCIE 41

    6 IRRIGAO POR ASPERSO 57

    7 IRRIGAO LOCALIZADA 97

    8 DRENAGEM AGRCOLA 113

    ANEXOS 139

    1 LISTA DE EXERCCIOS 141

    2 LISTA DE EXERCCIOS 145

    EXERCCIO: Projeto de asperso convencional 151

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    DISCIPLIA: Irrigao e Drenagem Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza

    OBJETIVOS: Capacitar os participantes a manejar a gua em agroecossistemas, visando beneficiar a produo vegetal; Habilitar os participantes a elaborar projetos de drenagem e de irrigao e avaliar a eficincia de projetos em operao. COTEDO: 1.INTRODUO 2.GUA NO SOLO 3.INFILTRAO DGUA NO SOLO 4.NECESSIDADE DE IRRIGAO 5 IRRIGAO POR SUPERFCIE 6 IRRIGAO POR ASPERSO 7 IRRIGAO LOCALIZADA 8 DRENAGEM AGRCOLA AVALIAES

    Avaliaes A B C 1/1 NAP 1 NPC

    19/04 28/04 20/04

    2/1 NAP 2 NPC

    07/06 09/06 08/06

    2 NAP 17/05 19/05 18/05 60% -Projeto em sala 30% - Projeto no campo 10% - Exerccios

    LEMBRETES Freqncia mnima a 75% das aulas; Respeito ao horrio de incio e trmino das aulas; No perturbar o ambiente; Respeitar datas de entrega de exerccios e relatrios; Perder avaliao implica em ficar com nota zero; Desligar celulares. BIBLIOGRAFIA: Manual de Irrigao, Salassier Bernardo Os Mtodos de Irrigao, F. L. Olitta Drenagem na Agricultura, D. E. Crucciane Irrigao, Vol. 1 e 2. SBEA.

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    CAPTULO 1

    ITRODUO

    Prof. Rodrigo Souza

    1 ITRODUO 1.1 Conceitos Irrigao uma tcnica que consiste em aplicar a quantidade de gua necessria ao solo nos momentos adequados, para que a espcie vegetal cultivada possa expressar todo seu potencial produtivo; Drenagem uma tcnica que permite controlar o excesso de gua eventualmente presente no solo, para permitir o processo de aerao, a movimentao de mquinas e evitar a salinizao. 1.2 Importncia da irrigao rea irrigada: 4,8% Responsvel por 16% da produo agrcola total O que representa 35% do valor da produo O Brasil tem potencial para irrigar 30 milhes de hectares 1.3 Vantagens e limitaes da irrigao - Vantagens: Garantia de produo - com a instalao de um sistema de irrigao adequado, voc no ficar mais na dependncia das chuvas. Diminuio dos riscos - aps todos os investimentos na preparao do solo, na compra de sementes, na aplicao de corretivos e adubos, voc no correr o risco de ver tudo perdido por falta de gua. Colheita na entressafra - a irrigao possibilita obter colheitas fora de poca de safra, o que resulta em remunerao extra e abastecimento regular do mercado consumidor. Aumento de Produtividade - com todos os fatores do processo produtivo devidamente equilibrados, o uso da irrigao, alm de garantir a produo, possibilitar, tambm um aumento dos rendimentos. Fertirrigao - possibilita a aplicao de adubo por meio da gua de irrigao, substituindo a adubao convencional por meio de tratores, reduzindo o consumo de leo, desgaste de mquina e o emprego de mo de obra. - Limitaes: Alto custo inicial Falta de mo de obra especializada, o agricultor deve ser orientado para saber a diferena entre irrigar e molhar. 1.4 Recursos Hdricos

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    2,5% de gua doce

    97,5% de gua salgada

    gua doce

    69%

    30%

    1%

    gua congelada

    gua no subsolo

    Outros

    APEAS 0,3% SO RIOS, RESERVATRIOS E LAGOS

    2,5% de gua doce

    97,5% de gua salgada

    gua doce

    69%

    30%

    1%

    gua congelada

    gua no subsolo

    Outros

    APEAS 0,3% SO RIOS, RESERVATRIOS E LAGOS 1.5 rea irrigada

    Censo Agropecurio 2006.

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    1.6 Onde irrigar?

    1.7 Mtodos de Irrigao

    Belm-PA Marab-PA

    Petrolina-PE

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    1.7.1 Irrigao por Asperso

    1.7.2 Irrigao por Superfcie

    Superfcie 60% Asperso 36%

    Localizada 4%

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    1.7.3 Irrigao Localizada

    1.8 Drenagem Agrcola

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    CAPTULO 2

    GUA O SOLO

    Prof. Rodrigo Souza 2 GUA O SOLO 2.1 Reteno da gua pelos solos

    Matriz do solo: Parte slida que consiste principalmente de partculas minerais e substncias orgnicas

    Poros do solo: Parte no ocupada pela matriz

    Solo Saturado

    Solo no saturado

    Dois processos explicam a reteno de gua pelos solos:

    o Capilaridade: a reteno de gua ocorre nos microporos dos agregados

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    o Adsoro: a reteno ocorre nas superfcies dos slidos do solo como filmes

    Foras mtricas: fora capilar + foras de adsoro

    2.2 Clculo da gua o solo

    V = x.y.z V = Vs + Vp Vs volume de slidos Vp volume de poros Vp = Va + Var Va volume de gua Var volume de ar V = Vs + Va + Var

    Da mesma forma:

    m = ms + ma + mar

    m massa

    Desprezando-se mar:

    m = ms + ma

    2.2.1 Densidade dos slidos

    s

    ss V

    m=

    Unidades: kg/m3 ou g/cm3 Solo mineral mdio : 2650 kg/m3 Exemplo: Determinar s (mtodo do lcool): Volume da bureta = 50 ml = 50.10-6 m3 Volume do balo volumtrico = 50 ml = 50.10-6 m3 ms = 5,4g = 5,4.10

    -3 kg Leitura da bureta = 48 ml = 48.10-6 m3

    X

    Y

    Z

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    ( )3

    6

    3

    s

    ss m/kg2700

    10.4850

    10.4,5

    V

    m=

    ==

    2.2.2 Densidade do solo

    V

    ms=

    Unidades: kg/m3 ou g/cm3 Exemplo: Coletou-se uma amostra indeformada de solo num anel volumtrico c/ 7,5 cm de dimetro e 7,5 cm de altura. Aps a coleta a amostra foi colocada numa estufa 105C. Posteriormente verificou-se que a massa da amostra permaneceu constante e igual a 0,458 kg. Qual o valor da densidade do solo? Reposta: = 1384 kg/m3 2.2.3 Porosidade do solo ()

    V

    VV

    V

    VV

    V

    V sarap =+

    ==

    100V

    VV(%) s

    =

    1001(%)s

    =

    DEDUZIR PARA CASA

    0 ml

    50 ml

    48 ml

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    2.2.4 Porosidade de aerao (Porosidade drenvel)

    V

    Vara =

    Muito utilizada na drenagem Corresponde ao volume de gua drenado e ao rebaixamento do lenol fretico

    2.2.5 Umidade do solo ( base de massa)

    s

    s

    s

    a

    m

    mm

    m

    mU

    ==

    Unidades: kg/kg, g/g ou %

    ( ) 100m

    mm%U

    s

    s

    =

    2.2.6 Umidade do solo ( base de volume)

    V

    Va=

    Unidades: m3/m3, cm3/cm3 ou %

    ( ) 100V

    V% a =

    ( ) 100.%V

    mm

    a

    s

    =

    UU relativa

    a

    =

    = DEDUZIR PARA CASA

    Exemplo: - anel volumtrico: 2.10-4 m3 - m = 0,322 kg - ms = 0,281 kg

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    - s = 2700 kg/m3 - Determinar: Densidade do solo, umidade com base em massa e umidade com base em volume. Resposta: = 1405 kg/m3; U=14,5%; =20,5% Exemplo: - Anel metlico: dimetro = 5cm e altura = 5 cm - massa do anel = 82,5 g - Anel + solo mido = 224,85g - Anel + solo seco = 193,55g - Determinar: Densidade do solo, umidade com base em massa e umidade com base em volume. Resposta: = 1,13 g/cm3; U=28%; =31% 2.2.7 Mtodos de Determinao da umidade do solo

    A determinao da umidade atual do solo de fundamental importncia no manejo da irrigao. Muitos so os mtodos disponveis para esta determinao, cada qual com suas vantagens e desvantagens. A escolha de qual mtodo utilizar, depender da finalidade da determinao (pesquisa ou prtica), disponibilidade financeira, grau de instruo da mo de obra disponvel, grandeza do empreendimento, preciso desejada, tempo de resposta necessrio, sensibilidade da cultura ao dficit hdrico etc. Os principais mtodos podem ser separados diretos e indiretos.

    Mtodo direto: - Mtodo gravimtrico

    Mtodos indiretos: - Mtodo dos blocos de resistncia eltrica - Mtodo do tensimetro - Mtodo da moderao de nutrons - Reflectometria no domnio do tempo

    Mtodo gravimtrico (padro)

    - Bastante preciso - Exige balana e estufa - S fornece o resultado 24 horas depois Procedimento: - Retirar a amostra da profundidade desejada - Colocar em recipiente fechado - Determinar a massa do conjunto (amostra + recipiente) - Abrir o recipiente e lav-lo para a estufa (105C) durante 24 horas - Pesar o conjunto com a amostra seca

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    Exemplo: - massa recipiente + amostra mida = 230 g - massa recipiente + amostra seca = 205 g - massa recipiente = 110 g - Determinar a umidade com base em massa (U). Resposta: U = 26,32%

    Mtodo dos blocos de resistncia eltrica

    - Baseado na medida da resistncia eltrica do solo - Praticidade e rapidez - Bloco de gesso, nylon ou fibra de vidro - A resistncia eltrica do solo varia com o seu contedo de gua

    mido Resistncia

    - A soluo no interior do bloco entra em equilbrio com a soluo do solo - Necessita de calibrao

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    Mtodo da moderao de nutrons

    - Os nutrons emitidos por uma fonte so moderados pela gua do solo - Moderao de nutrons: reduo da energia, nutrons rpidos para nutrons lentos - O tomo de hidrognio da gua tem capacidade de atenuar a energia cintica dos nutrons

    rpidos - Equipamento utilizado: sonda de nutrons (fonte, detector de nutrons e medidor porttil) - Deve ser instalado em um tubo de alumnio ou ao no solo - Introduz-se a sonda at a profundidade desejada - Nutrons rpidos so emitidos, colidem com tomos de hidrognio e so reduzidos p/

    nutrons moderados, os quais so detectados pela sonda - Quanto mais mido o solo maior a contagem de nutrons moderados - Existe uma relao entre a umidade do solo e a contagem de nutrons moderados, portanto

    necessrio a calibrao para cada condio - Custo elevado

    TDR Reflectometria no domnio do tempo

    - Mtodo no destrutivo - Rpido e preciso - A velocidade de propagao de uma onde de energia em hastes paralelas inseridas no solo

    dependente do contedo de gua no mesmo - O equipamento mede o tempo para um pulso ir do comeo ao final de uma haste inserida no

    solo - Com o osciloscpio faz-se a medida do tempo - Necessita de calibrao local - Custo elevado

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    Tcnicas Tensiomtricas

    - Tensimetros so equipamentos que medem a tenso ("fora") com que a gua retida pelo solo, a qual afeta diretamente a absoro de gua pelas plantas. So disponveis com manmetro metlico ou de mercrio. Os metlicos so de mais fcil instalao e manuteno e mais seguros do ponto de vista ambiental. As unidades de medida podem ser em kPa, cbar, mmHg e cmH2O

    - O tensimetro consiste em um tubo, geralmente de PVC, cheio de gua, uma cpsula porosa

    na base, rolha para vedao da ponta superior do tubo e um elemento sensvel, indicador do vcuo existente dentro do aparelho. O elemento sensvel pode ser um vacumetro metlico, de mercrio ou tensmetro

    - A medida que o solo vai perdendo umidade, vai succionando gua do tensimetro por meio

    da cpsula porosa formando-se vcuo no interior do aparelho, que registrado pelo elemento sensvel indicador do vcuo. Quanto mais gua ele perde para o solo, maior o vcuo aumentando a leitura. Por outro lado, quando a umidade do solo aumenta, em virtude de chuva ou irrigao, o fluxo da gua via cpsula porosa inverte ou seja, ela passa a ser succionada do solo, caindo a leitura

    - Os tensimetros operam bem at uma tenso de 0,8 atm (bar). Nas tenses maiores ocorre

    penetrao de ar do solo atravs da cpsula, eliminando o vcuo, inutilizando a instalao.

    - Nmero e local de instalao: a) escolher um local vegetado com a cultura de interesse, de fcil acesso e representativo da rea; b) instalar os aparelhos nas entrelinhas de culturas de porte baixo ou na projeo da copa de rvores; c) instalar pelo menos uma "bateria" (preferencialmente duas) em cada rea que difere na textura e profundidade do solo, tipo de cultura, declividade ou mtodo de irrigao. Denomina-se "bateria" a instalao de mais de um aparelho no mesmo local, porm, a diferentes profundidades.

    - O nmero de aparelhos por "bateria": a) em plantas jovens instala-se o tensimetro superficialmente a aprofunda-se o equipamento medida que se observa o desenvolvimento das razes;

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    b) geralmente utiliza-se apenas um tensimetro na metade da profundidade efetiva das razes de plantas com sistemas radicular de at 0,40 m; c) para plantas com razes mais profundas (0,50 - 1,30 m), recomenda-se instalar um aparelho a 1/4 da profundidade efetiva das razes e outro a 3/4 deste valor. A leitura obtida no primeiro tensimetro indica o momento oportuno da irrigao e a mais profunda indica as condies de penetrao de gua.

    - Leitura da tenso: - O tensimetro com coluna de mercrio: Neste modelo de tensimetro a leitura da tenso realizada atravs da altura da coluna de mercrio levando-se em considerao a distncia do centro da cpsula porosa at a superfcie do solo e tambm a distncia no nvel do mercrio na cuba ate a superfcie do solo. O valor da tenso pode ser obtido pela expresso 1.

    Pm h h h= + +12 6 1 2, (1) Em que: h = altura da coluna de mercrio (cm). h1 = distncia nvel do mercrio na cuba at a superfcie do solo (cm). h2 = distncia do centro da cpsula at a superfcie do solo (cm).

    - O tensimetro com vacumetro metlico: Neste modelo de tensimetro a leitura realizada no ponteiro do vacumetro, estando geralmente disponvel em cmHg ou em kpa. O valor da tenso pode ser obtido pela expresso 2. Pm l c= + 0 098, (2) Em que: l = leitura em kPa c = distncia do centro da cpsula at o vacumetro (cm)

    H

    H2

    H3

    Exemplo: Determine o potencial matricial com base na leitura do tensimetro de mercrio. H = 20 cmhg; H1 = 5 cm e H2 = 30 cm. Resposta: -217 cmca

    H1

    H2

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    2.2.8 Armazenamento de gua no solo

    Va = X.Y.h

    h=VaX.Y (m

    3 de gua)/(m2 de solo)

    Lembrando que:

    = Va/V = (X.Y.h)/(X.Y.Z) = h/Z

    Portanto:

    h = . (m, cm, mm)

    Lembrete: = 0,4 cm3/cm3 0,4 cm de gua / cm de solo

    Altura de gua armazenada no solo Lmina armazenada

    h = 1 mm = 1 L/m2 = 0,001m3/m2 = 0,001 m = 1 mm

    Exemplo: Que altura de gua (a = 1000 kg/m3) contm um solo at a profundidade de 1,8 m, se o valor da umidade de todo o perfil de 0,2 kg/kg e o valor da densidade do solo de 1500 kg/m3? Resposta: h = 540 mm 2.2.9 Disponibilidade de gua no solo

    gua disponvel: quantidade de gua que um solo pode armazenar entre a Capacidade de campoe o Ponto de murcha permanente

    Z

    h

    X

    Y

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    TENSO NO SOLO

    gua gravitacional

    gua disponvel

    gua gravitacional

    gua disponvel

    Capacidade de campo: Quantidade de gua retida pelo solo depois que o excesso tenha sido drenado e a taxa de movimento descendente tenha decrescido acentuadamente.

    Ponto de Murcha Permanente: Contedo de gua de um determinado solo quando uma

    planta indicadora, crescendo neste solo, murcha e no se recupera quando colocada em uma cmara mida (limite inferior de gua no solo)

    2.2.10 Clculo de gua disponvel

    Disponibilidade total de gua (DTA)

    =10

    UUDTA

    pmpcc

    Em que: DTA mm / cm de solo Ucc umidade de capacidade de campo com base em massa (%) Upmp - umidade de ponto de murcha permanente com base em massa (%) - g/cm3

    Capacidade total de gua no solo (CTA)

    ZDTACTA = Em que: Z Profundidade efetiva do sistema radicular (cm) CTA - mm

    Capacidade real de gua no solo (CRA)

    fCTACRA =

    0 atm

    0,3 atm - CC

    15 atm - PMP

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    Em que: f fator de disponibilidade (decimal) CRA - mm

    Lembretes: 0 < f < 1; Quanto menor o f mais sensvel a planta a falta de gua; f = 0,35 significa que utilizaremos apenas 35% da CTA no manejo da irrigao. Exemplo: cc = 35% pmp = 20% f = 0,4 Qual a umidade crtica? Quanto devo aplicar de gua (mm) para elevar a umidade do crtica para o cc, considerando um Z = 60 cm? Resposta: crtica = 29%; h = 36 mm

    Irrigao real necessria (IR) Sem considerar chuva: IRN CRA Casos Considerando a chuva: IRN CRA Pe Pe - Precipitao efetiva (quantidade de gua que chegou na zona radicular)

    Irrigao total necessria (IT)

    aE

    IRNITN =

    Em que: Ea Eficincia de aplicao de gua (decimal) ITN - mm Exemplo:

    CRA

    cc

    crtica

    pmp

    CTA

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    Ucc = 34% Upmp = 20% f = 0,5 = 1,25 g/cm3 Z = 0,5 m Ea = 75% S/ chuva Determine: DTA, CTA, CRA, IRD, ITD Resposta: 1,75 mm/cm; 87,5 mm; 43,75 mm; 43,75; 58,3 mm

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    CAPTULO 3

    IFILTRAO DA GUA O SOLO

    Prof. Rodrigo Souza 3 IFILTRAO DA GUA O SOLO

    Infiltrao: Entrada de gua no solo atravs da superfcie do solo

    Velocidade de infiltrao: quantidade de gua que atravessa a unidade de rea da superfcie do solo por unidade de tempo (mm/h, cm/h)

    Infiltrao acumulada: quantidade total de gua infiltrada durante um determinado

    intervalo de tempo (mm ou cm)

    Velocidade de infiltrao X Tempo

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    1,4

    0 50 100 150 200 250

    Tempo (min)

    VI (c

    m/m

    in)

    VIB velocidade de infiltrao bsica Classificao da VIB segundo Bernardo (2005): VIB muito alta: > 3,0 cm/h VIB alta: 1,5 - 3,0 cm/h VIB mdia: 0,5 1,5 cm/h VIB alta: < 0,5 cm/h

    VIB

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    Infiltrao acumulada X Tempo

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    0 50 100 150 200 250

    Tempo (min)

    Inf.

    Acu

    m. (cm

    )

    3.1 Equaes que descrevem a infiltrao 3.1.1 Equao potencial

    nTaI = Em que: a, n constantes que dependem do solo; T tempo de infiltrao (min); I infiltrao acumulada (cm)

    Velocidade de infiltrao em um instante qualquer:

    1nT.n.adT

    dIVI ==

    Problemas com essa equao:

    T

    T.n.aT.n.aVI

    n1n ==

    Logo: Quando T VI 0 Na verdade, quando T VI VIB

    Forma para determinao dos parmetros da equao da infiltrao:

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    - Regresso Linear

    nTaI = )Ta(LogLogI n=

    nLogTLogaLogI += LogT.nLogaLogI += X.BAY +=

    Y = Log I A = Log a B = n

    X = Log T

    ( )

    =

    N

    XX

    N

    Y.XY.X

    B2

    2

    N nmero de leituras realizadas

    X.BYA =

    DADOS:

    I T X Y X.Y X2

    . . . . . .

    . . . . . .

    . . . . . .

    X Y XY X2

    n = B

    a = antLog A

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    nTaI =

    - Papel Log-Log (Di-Log)

    1

    10

    100

    1 10 100 1000

    Tempo (min)

    Inf.

    Acu

    m. (cm

    )

    3.2.1 Equao de Kostiakov-Lewis

    I = a . Tn + k.T

    k velocidade de infiltrao bsica

    VI = a . n . Tn-1 + k

    Quando T infinito VI K = VIB 3.2 Mtodos de determinao da infiltrao 3.2.1 Infiltrmetro de anel Dois anis metlicos:

    a c

    d

    n = c/d

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 31

    Os anis devem ser enterrados at 15 cm

    Fixar rgua Anel externo evita infiltrao lateral Adicionar gua simultaneamente nos dois anis Realizar leituras A altura da lmina dgua nos anis deve ser de 10 cm com uma variao mxima de 5cm Intervalo entre leituras:

    - No incio: 1 a 5 min - No final: 20 a 60 min

    Exemplo: Teste de infiltrao com os anis infiltrmetros.

    Hora Intervalo de tempo (min)

    Tempo acumulado (min)

    Leitura (cm) Reposio (cm)

    Infiltrao (cm)

    Infiltrao acumulada

    (cm)

    07:00 0 0 10,0 - 0

    07:01 1 1 8,5 1,5 1,5

    07:02 1 2 7,0 1,5 3,0

    07:04 2 4 6,0 1,0 4,0

    07:06 2 6 5,0 10,5 1,0 5,0

    07:11 3 11 9,5 1,0 6,0

    15 cm

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 32

    Exerccio: Determinar a equao da infiltrao e da velocidade de infiltrao. DADOS OBTIDOS EM UM ESAIO PARA DETERMIAO DA IFILTRAO DE

    GUA O SOLO PELO MTODO DO IFILTRMETRO DE AEL

    Hora Tempo

    (min) *

    Tempo

    Acumulado

    (min)

    Leitura da

    rgua (cm)

    Reposio

    (cm)

    Infiltrao

    (cm)

    Infiltrao

    acumulada

    (cm)

    08:00 10,5

    08:01 7,9

    08:02 6,4

    08:04 5,3 10,7

    08:06 9,9

    08:11 7,3 10,5

    08:16 8,0

    08:26 5,3 10,6

    08:36 8,7

    08:51 6,2 10,4

    09:06 7,4 10,5

    09:36 6,1 10,4

    10:06 6,1 10,6

    10:36 7,9

    11:06 5,3 10,7

    11:36 7,5

    * Intervalo de tempo entre as leituras

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 33

    VALORES DE X, Y, XY E X2, DO ESAIO DE IFILTRAO

    Tempo Acumulado X Y X.Y X2

    Soma

    Mdia

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 34

    3.2.2 Mtodo da entrada e sada de gua no sulco.

    - Para de determinar a velocidade de infiltrao da gua, basta medir a diferena entre a vazo na entrada e a vazo na sada do sulco.

    - Para medir a vazo no sulco podem ser utilizados vertedores e calhas.

    Exemplo: Determinao da velocidade de infiltrao em sulco com 40 m de comprimento.

    Hora Tempo

    acumulado

    (min)

    Estaca A

    Vazo

    (L/min)

    Estaca B

    Vazo

    (L/min)

    Velocidade de Infiltrao

    (L/min)

    40 m 10 m

    8:27 0 30 13 17 4,2

    8:33 6 31 15,5 14,5 3,6

    8:38 11 28 17,5 12,5 3,1

    ... ... ... ... ... ...

    Mdia = 30 L/min

    Sulco

    Vazo na entrada

    Vazo na sada

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 35

    CAPTULO 4

    DEMADA HDRICA

    Prof. Rodrigo Souza 4 DEMADA HDRICA DAS CULTURAS

    EVAPORAO + TRAPIRAO = EVAPOTRASPIRAO

    - Importncia da determinao da necessidade hdrica:

    - Projeto hidrulico: estimativa da demanda hdrica mxima - Manejo da irrigao: realizar a irrigao conforme a necessidade da cultura

    4.1 Evapotranspirao de Referncia (ET0) a taxa de evapotranspirao de uma superfcie coberta com grama (8 a 15 cm), em fase de

    crescimento ativo, com o teor de umidade no solo prximo capacidade de campo Determinao feita indiretamente por intermdio de:

    Evaporao

    Transpirao

    - Equaes - Tanque Classe A

    Grama ET0

    Cultura ETc

    x Kc

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 36

    Equaes: - Penmam - Thorthwaite - Blaney Cridle

    Tanque Classe A

    - ET0 = Ev . Kp em que: Ev evaporao do tanque Kp coeficiente do tanque

    4.2 Evapotranspirao da cultura (Etc) Quantidade de gua consumida em um intervalo de tempo pela cultura em plena atividade

    vegetativa, livre de enfermidades com o teor de umidade no solo prximo capacidade de campo

    Etc = ET0 x Kc Kc coeficiente de cultivo O valor de Kc varia: Para uma mesma cultura, durante as diversas fases de desenvolvimento

    Tempo

    Kc

    De cultura para cultura:

    Tempo

    Kc

    Para casa: Resumir artigo cientfico que tenha como tema a determinao do kc

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 37

    4.3 Manejo da irrigao com tensimetro

    Tensimetros instalados no campo

    Tensimetro com medidor de vcuo analgico

    Tensimetro com tensmetro (medidor de vcuo digital)

    - Exemplo: Dados:

    - Solo: Textura mdia Massa seca = 125 g Volume do cilindro = 100 cm3 = ?

    = 125 / 100 = 1,25 g/cm3

    - Curva Caracterstica:

    Tenso (- cm.c.a) 60 80 100 330 1000 5000 15000 U (g/g) 0,40 0,36 0,32 0,28 0,24 0,16 0,12

    (cm3/cm3) 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,20 0,15

    - Cultura: Mamo

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 38

    Z = 30 cm Tenso mxima: - 40 kPa (-400 cm.c.a.)

    - rea: 3 ha - PMP -15000 cm.c.a. pmp = 0,15 cm

    3/cm3

    - CC Solo Arenoso -60 cm.c.a. Solo Text. Mdia -100 cm.c.a. cc = 0,40 cm

    3/cm3

    Solo Argiloso -330 cm.c.a.

    - Qual o valor de da umidade (i) para a tenso crtica (-400 cm.c.a.)?

    Determina-se a umidade com base nos dados da curva caracterstica

    - Qual a lmina e qual o volume de gua necessrios para elevar o teor de umidade do solo de i para cc?

    Lmina Lquida = (cc - i) . Z = 1,8 cm = 18 mm

    Considerando uma eficincia de 70%

    Lmina Bruta = = 18 / 0,7 = 25,7 mm

    Volume = 257 m3/ha x 3 ha = 771 m3

    (cm3/cm3)

    Tenso

    (-cm.c.a.)

    400

    0,34

    i = 0,34 cm3/cm3

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 39

    4.4 Manejo da irrigao com o tanque classe A Tanque Classe A

    - Material: ao inoxidvel ou chapa galvanizada; - Dimetro interno: 121 cm - Profundidade: 25,5 cm - Estrado de madeira: Altura = 15 cm

    Tanque Classe A na estao meteorolgica

    Equipamento para medio

    - Micrmetro de gancho - Rgua graduada

    Micrmetro

    Determinao da evapotranspirao:

    Poo tranqilizador

    Micrmtero

    Evaporao ET0 ETc x Kc x Kp

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 40

    Exemplo: Dados: cc = 32% pmp = 18% Kc = 1,1 Z = 40 cm f = 0,5 Kp = 0,7 Ea = 80% CTA = (0,32 0,18) . 400 = 56 mm CRA = 56 . 0,5 = 28 mm

    Partindo do solo na capacidade de campo

    Data CTA mm

    CRA mm

    Ev mm/dia

    Kp ET0 mm/dia

    Kc Etc mm/dia

    Lm. Arm. mm

    Prec. mm

    IRN mm

    ITN mm

    .... .... .... .... .... .... .... .... 56,00 .... .... ....

    15/03 56 28 5,25 0,7 1,1 -

    16/03 56 28 4,40 0,7 1,1 -

    17/03 56 28 6,87 0,7 1,1 5,00

    18/03 56 28 6,94 0,7 1,1 -

    19/03 56 28 9,90 0,7 1,1 -

    20/03 56 28 9,00 0,7 1,1 -

    21/03 56 28 8,00 0,7 1,1 -

    .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ....

    Sabendo que o aspersor utilizado no espaamento de 12 x 12 m, tem uma taxa de precipitao de 10 mm/h, determine o tempo de irrigao.

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 41

    CAPTULO 5

    IRRIGAO POR SUPERFCIE

    Prof. Rodrigo Souza 5 IRRIGAO POR SUPERFCIE 5.1 Introduo Os sistemas de irrigao por superfcie caracterizam-se por utilizar a superfcie do solo para

    distribuir a gua; A inundao da superfcie pode ser temporria, o suficiente para infiltrar a quantidade de gua

    requerida ao solo, ou prolongada, procurando manter uma lmina lquida superficial, durante a maior parte da estao de irrigao;

    Raramente a condio original das terras cultivadas apresentam condies favorveis distribuio uniforme da gua aplicada, por conseguinte, quase sempre, haver necessidade de se proceder uma sistematizao da superfcie;

    A irrigao por superfcie prevalece em 70% das reas irrigadas do mundo;

    Irrigao por superfcie

    A distribuio de reas irrigadas por superfcie no Brasil pode ser vista na figura a seguir:

    Fonte: Cristofidis

    4,8%

    12%

    3,7%

    12,7% 66,8%

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 42

    No Brasil utilizada a irrigao por superfcie em 1.729.834 ha (Cristofidis). 5.2 Vantagens e Limitaes VANTAGENS: Baixo custo Em alguns casos, pode ser realizada irrigao sem energia eltrica Menor dependncia da qualidade fsica e biolgica da gua LIMITAES: Acentuada dependncia da topografia (sistematizao) Inadequados aos solos excessivamente permeveis Dificuldades para operao noturna e automao Tende a ter uma eficincia menor Por que a baixa eficincia? A irrigao por superfcie tende a ter uma eficincia menor em funo dos diferentes lminas

    aplicadas. No inicio o sulco ou em contato com a gua durante um tempo maior do que

    no final do sulco. No final, aplica-se a lmina necessria, portanto, o maior tempo de

    aplicao no incio implica em perda de gua.

    Tempo de infiltrao em cada posio do sulco

    5.3 Classificao Dentre os principais sistemas utilizados na irrigao por superfcie pode-se citar: Irrigao por sulcos

    Exemplo de irrigao por sulcos

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 43

    Irrigao por faixas

    Exemplo da irrigao por faixas

    4. Irrigao por inundao

    Exemplo da irrigao por inundao

    5.4 Irrigao por sulcos Este tipo de irrigao se adapta maioria das culturas (principalmente as cultivadas em fileiras);

    Consiste na conduo da gua em pequenos canais paralelos durante o tempo necessrio para

    que a gua, infiltrada ao longo do sulco, seja suficiente para umedecer o solo.

    Irrigao por sulcos 5.4.1 Forma do sulco 5.4.2 Infiltrao

    25-30 cm

    15-25 cm

    15 cm

    Solo Arenoso Solo Argiloso

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 44

    5.4.3 Espaamento O espaamento entre sulcos deve considerar que o movimento lateral da gua entre sulcos adjacentes deve umedecer toda a zona radicular antes de umedecer regies abaixo dela. Na maioria das vezes o espaamento definido pelo espaamento da cultura.

    Infiltrao em diferentes tipos de solos

    5.4.4 Declividade O sulco deve possuir um declive que proporcione a mxima velocidade sem provocar eroso. Normalmente a declividade do sulco fica entre 0,5 e 2%. 5.4.5 Vazo do sulco Aplica-se inicialmente a maior vazo que o sulco pode conduzir sem que ocorra transbordamento ou eroso (vazo mxima no erosiva). Na prtica, recomenda-se uma vazo inicial (no-erosiva) e posteriormente uma vazo reduzida (manter o sulco com gua).

    Sulcos abastecidos com sifo

    5.4.6 Frmulas para determinao da vazo no-erosiva Gardner:

    ai

    CQ =

    Em que: Q vazo mxima no-erosiva (L/s); i declividade do sulco (%); C e a - constantes que dependem do solo.

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 45

    Tabela. Valores de C e a (Bernardo, 1995)

    Textura C a

    Muito fina 0,892 0,937

    Fina 0,988 0,550

    Mdia 0,613 0,733

    Grossa 0,644 0,704

    Muito Grossa 0,665 0,548

    Criddle (no leva em considerao o tipo de solo):

    i

    631,0Q =

    5.4.7 Tempo de avano A determinao do tempo de avano dever ser feita na rea em que ser realizada a irrigao. Medir o tempo que a gua leva para alcanar as estacas espaadas de 10 m.

    Estacas a cada 10 m

    Exemplo:

    5. Os dados podem ser ajustados a trs tipos de equaes:

    Eq. Potencial: T = a.Lb

    Eq. Exponencial: T = a.(ebL 1)

    Eq. Quadrtica: T = a.L + b.L2

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    5.4.8 Fases da irrigao por sulcos

    Fases da irrigao por sulcos

    Avano: deslocamento da gua at o final do sulco; Reposio: tempo necessrio para infiltrar a lmina de irrigao no final do sulco; Recesso: tempo em que a gua permanece no sulco aps ser encerrado o abastecimento de gua;

    Tempo de oportunidade: tempo total de infiltrao em cada posio do sulco. 5.4.9 Comprimento do sulco Nas vezes em que o comprimento do sulco no limitado pelas dimenses da rea utiliza-se o mtodo de Criddle para a sua determinao. Mtodo de Criddle: O tempo para a frente de avano chegar ao final do sulco deve ser igual a 1/4 do tempo necessrio para aplicar a lmina de irrigao. 5.5 Irrigao por faixas A aplicao de gua feita atravs de faixas. Esse sistema se adapta s culturas cultivadas com pequeno espaamento entre plantas (arroz, trigo, pastagens).

    4 20 m

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    Layout da irrigao por faixas

    5.5.1 Declividade A declividade da faixa est diretamente relacionada com o tipo de solo e a velocidade de escoamento da gua. As mesmas consideraes realizadas sobre a irrigao por sulcos valem para a irrigao por faixas.

    Canal de distribuio

    Canal coletor

    Dique

    Faixa

    Canal de distribuio

    Canal coletor

    Dique

    Faixa

    0,2 6%

    Nvel

    Canal de distribuio

    Canal coletor

    Dique

    Faixa

    Canal de distribuio

    Canal coletor

    Dique

    Faixa

    0,2 6%

    Nvel

    5.5.2 Comprimento da faixa O comprimento da faixa deve ser inversamente proporcional capacidade de infiltrao do solo. Quanto menor a capacidade de infiltrao maior deve ser o comprimento. O comprimento da faixa varia entre 50 e 400 m.

    Comprimento da faixa

    5.5.3 Manejo Para evitar excesso de escoamento no final da faixa, a vazo aplicada deve ser cortada quando frente de avano atinge 2/3 a 3/4 do comprimento da faixa.

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    Esquema da irrigao por faixas

    5.6 Irrigao por inundao Nessa irrigao a aplicao de gua feita por meio de bacias ou tabuleiros. A irrigao por inundao o sistema mais utilizado no Brasil e no Mundo.

    Irrigao por inundao

    5.6.1 Tabuleiros O tamanho dos tabuleiros pode variar desde 1 m2 at 5 ha. A irrigao dos tabuleiros pode ser intermitente ou inundao contnua. Na irrigao intermitente a cultura permanece inundada durante um determinado perodo, que seja suficiente para infiltrar a lmina de irrigao. Na inundao contnua a cultura permanece permanentemente inundada (arroz inundado).

    Irrigao por inundao

    Os tabuleiros podem ser retangulares ou em contorno.

    Tabuleiro retangular Tabuleiro em contorno

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    5.7 Exemplos de dimensionamento (Irrigao por sulcos) 5.7.1 Exemplo 1 - Dados:

    Ucc = 30% Upmp = 10% = 1,2 g/cm3 Profundidade do sistema radicular (Z) = 40 cm Fator de disponibilidade (f) = 0,5 Jornada de trabalho = 12 h/dia Vazo disponvel = 50 L/s Declive do terreno (i) = 0,73% Evapotranspirao da cultura (Etc) = 4 mm/dia Espaamento entre sulcos = 0,5 m Sem considerar a chuva - Dados de Campo: Vazo no erosiva = 0,6 L/s Equao de infiltrao: I (mm) = 14,2708 . T0,356(min) Equao de avano: L (m) = 12,4516 . T0,6336(min) - Passos: Sistematizao do terreno Determinao da vazo no erosiva

    Determinao da equao de infiltrao Determinao da equao de avano Clculos - Clculos:

    a) Irrigao total necessria (IT)

    ( )mm962,140

    10

    1030CTA =

    =

    CRA = CTA . f = 96 . 0,5 = 48 mm IRN = CRA ITN = IRN / Ea = 28,8 / 0,4 = 72 mm

    b) Comprimento do sulco Equao de infiltrao p/ sulcos espaados de 1 m: I (mm) = 14,2708 . T0,356(min) Tempo necessrio para infiltrar a lmina de 48 mm:

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    48 = 14,2708 . T0,356 T = 30,2 min Mtodo de Criddle: O tempo de avano (Ta) deve ser do tempo necessrio para infiltrar a lmina de irrigao: Ta = 30,2 / 4 = 7,6 min Comprimento do sulco para o Ta de 7,6 min: L = 12,4516 . (7,6)0,6336 L = 45 m

    c) de sulcos por hectare Asulco = 45 m . 0,5 m = 22,5 m

    2 N de sulcos/ha = 10.000 m2 / 22,5 m2/sulcos = 444 sulcos

    d) Volume de gua a ser aplicado por sulco e tempo de aplicao Tempo de aplicao = 30,2 + 7,6 = 37,8 min Volume = 0,6 L/s . 37,8 min . 60 s/min = 1.360,8 L

    e) Turno de Rega (TR) - Turno de Rega: intervalo de tempo entre duas irrigaes sucessivas no mesmo lugar

    ETc

    CRATR =

    dias12dia/mm4

    mm48TR ==

    TR = 12 dias

    f) sulcos irrigados por vez

    cossul83s/L6,0

    s/L50=

    g) Area irrigada por dia

    Jornada = 12 h = 720 min

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 51

    37.8 min 1 irrigao 720 min x x = 19 irrigaes por dia 1 sulco 22,5 m2 83 sulcos - x x = 1.867,5 m2 1 irrigao 1967,5 m2 19 irrigaes x x = 35.482,5 m2 rea irrigada por dia = 3,55 ha

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 52

    5.7.2 Exemplo 2 (BERARDO, 1995) DADOS: A = 10,8 ha Cultura: milho Espaamento entre plantas: 20 cm Espaamento entre fileiras: 90 cm Profundidade efetiva do sistema radicular: 50 cm

    Mxima demanda de irrigao: Perodo: 2 quinzena de janeiro

    ET0 = 6,4 mm/dia ETc = 7,0 mm/dia (kc = 1,1) Precipitao provvel: 3,0 mm/dia Demanda: 7,0 3,0 = 4,0 mm/dia

    Solo com Textura argilosa Ucc = 30,5% Upmp = 18%

    Densidade do solo = 1,12 g/cm3

    Fator de disponibilidade: f = 0,6

    COM BASE NOS TESTES DE CAMPO

    VAZO NO EROSIVA = 1 L/s I = 2,547.T0,554 (L por metro de sulco)

    VI = 1,411.T-0,446 (L/min por metro de sulco)

    Teste de avano:

    540 m

    200 m

    I = 0,5%

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 53

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    0 50 100 150 200 250

    L (m)

    T (m

    )

    CAPACIDADE REAL DE ARMAZENAMENTO (CRA)

    mm426,0x50x12,1x10

    )185,30(CRA =

    =

    TURNO DE REGA (TR)

    dias5,10dia/mm4

    mm42TR ==

    TR = 10 dias

    COMPRIMENTO DO SULCO

    PELA FIGURA: 100 ou 200 m

    SULCO COM 100 m

    TEMPO DE AVANO = 35 min

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    0 50 100 150 200 250

    L (m)

    Tempo de Infiltrao:

    I = 2,547.T0,554 (L por metro de sulco)

    T (min)

    T (min)

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 54

    9,0

    T.34,2I

    554,0

    =

    I = 2,83.T0,554 (mm por metro de sulco)

    P/ Infiltrar 42 mm T = 130 min

    Tempo de oportunidade (To) = Tavano + Tinfiltrao

    To = Ta + Ti

    To = 35 + 130 = 165 min

    Eficincia (Ea)

    mm110m9,0.m100

    min/s60.min165.s/L0,1aplicada_aminL ==

    %38100.110

    42Ea ==

    SULCO COM 200 m

    TEMPO DE AVANO = 90 min

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    0 50 100 150 200 250

    L (m)

    Tempo de Infiltrao:

    I = 2,83.T0,554 (mm por metro de sulco)

    P/ Infiltrar 42 mm T = 130 min

    Tempo de oportunidade (To) = Tavano + Tinfiltrao

    To = Ta + Ti

    To = 90 + 130 = 220 min

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 55

    Eficincia (Ea)

    mm73m9,0.m200

    min/s60.min220.s/L0,1aplicada_aminL ==

    %57100.73

    42Ea ==

    SEM REDUO DE VAZO:

    L = 200 m

    To = 220 min

    LMINA APLICADA = 73 mm

    Ea = 57 %

    COM REDUO DE VAZO: - Para facilitar o manejo deve-se reduzir a vazo na metade do tempo de aplicao de gua (110 min) - Pelo clculo das infiltraes parciais: Qreduzida = 0,75 L/s

    Dist.(m) Ta(min) T(min)* Velocidade de Infiltrao

    L/min por m Mdia/m Mdia/20m

    0 0 110 0,173

    20 5 105 0,177 0,175 3,50

    40 9 101 0,180 0,179 3,57

    ....... ....... ....... ....... ....... .......

    180 79 31 0,305 0,285 5,69

    200 90 20 0,371 0,338 6,76

    Total infiltrado 44,81 L/min 0,75 L/s

    * Tempo com vazo no-erosiva

    Eficincia (Ea)

    ( ) ( )[ ]mm64

    m9,0.m200

    60.75,0x1100,1x110aplicada_aminL =

    +=

    %66100.64

    42Ea ==

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 56

    NMERO DE SULCOS IRRIGADOS POR VEZ

    N total de sulcos = 540 / 0,9 = 600 sulcos

    N de sulcos irrigados por dia = 600 sulcos / 10 dias = 60 sulcos

    Jornada de trabalho = 12 h/dia

    parcelas27,3min220

    hmin/60.dia/h12parcelas_N ==

    N de parcelas = 3 parcelas

    N de sulcos em cada parcela = 60 / 3 = 20 sulcos

    VAZO NECESSRIA

    110 min iniciais:

    Q = 1 L/s . 20 sulcos = 20 L/s

    110 min finais:

    Q = 0,75 L/s . 33 sulcos = 15 L/s

    LAYOUT

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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    CAPTULO 6

    IRRIGAO POR ASPERSO

    Prof. Rodrigo Souza 6 IRRIGAO POR ASPERSO Definio: a gua aspergida sobre a cultura por meio de dispositivos especiais chamados

    aspersores. O jato ao chocar-se com o ar, pulveriza-se em gotas caindo sobre a cultura

    em forma de chuva artificial.

    6.1 Vantagens e limitaes - Vantagens:

    - Adapta-se em diversas condies de solo e cultura - Comumente apresenta maior eficincia do que a irrigao por superfcie - Facilidade de manejo - Quimigao

    - Limitaes

    - Alto custo Sistema R$/ha

    Asperso convencional 1.200,00 Auto-propelido 1.200,00 1.500,00 Piv 1.500,00 Localizada 2.000,00 6.000,00

    - Limitaes climticas: vento e evaporao

    6.2 Asperso no Brasil

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    Fonte: Cristofidis

    6.3 Tipos de sistemas

    - Sistemas convencionais: - Porttil - Semi-porttil - Fixo

    Asperso convencional porttil Asperso convencional fixa

    - Sistemas mecanizados: - Auto-propelido - Piv-central - Lateral mvel

    Auto-propelido

    0,8%

    25,4%

    16,7%

    47,5% 9,6%

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 59

    Lateral mvel Piv-central 6.4 Componentes do sistema

    - Componentes: - Motobomba - Tubulaes - Aspersores - Acessrios

    6.4.1 Motobomba No Brasil as bombas mais utilizadas para a irrigao so as centrfugas de eixo horizontal com acionamento eltrico ou diesel.

    Bomba Centrfuga Motobomba Sistema de bombeamento 6.4.2 Tubulaes As tubulaes utilizadas na irrigao por asperso podem ser de:

    - Alumnio: presses at 120 mca - Ao zincado: presses at 150 mca - Ao galvanizado: presses at 200 mca - PVC: presses at 80 mca

    Essas tubulaes so fabricadas em comprimentos padres de 6 m. O tubo de PVC o mais utilizado em funo da facilidade de manuseio e baixo o custo. Porm quando so necessrias altas presses devemos utilizar tubos mais resistentes. A conexo entre os tubos de PVC pode ser:

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 60

    - Soldvel: tubulao fixa

    - Junta elstica: tubulao fixa e enterrada

    - Com rosca: tubulao mvel

    6.4.3 Aspersores Os aspersores so utilizados para pulverizar o jato dgua. Os mesmos devem assegurar uma distribuio adequada da precipitao que cai sobre a superfcie do terreno. 6.4.3.1 Classificao

    a) Quanto ao porte: - Aspersor pequeno:

    - Presso: < 20 mca - Baixa rotao (3 a 6 rpm) - Vazo: < 1 m3/h - Espaamento: < 15m - Utilizao: pomar, jardim e estufas

    Aspersor sub-copa

    - Aspersor mdio:

    - Presso: 20 - 40 mca - Baixa rotao < 3 rpm - Vazo: 1 - 6 m3/h - Espaamento: 12 36 m - Utilizao: feijo, soja, batata, alho, .....

    Aspersor mdio

    - Aspersor grande (canho):

    - Presso: > 40 mca - Baixa rotao - Vazo: > 6 m3/h - Alcance: > 30 m - Utilizao: culturas resistentes ao impacto de gotas (cana, capim, milho)

    Canho

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 61

    b) Quanto ao funcionamento: - Esttico: no existem peas mveis

    Difusores

    - Dinmico: Existem aspersores dinmicos com movimentao no eixo horizontal e emergentes

    Eixo horizontal Emergente

    c) Quanto ao ngulo de funcionamento:

    - Sub-copa: 7 9

    Aspersor sub-copa

    - Normal: 20 30

    Aspersor normal d) Quanto ao material de fabricao:

    - Ao galvanizado - Bronze - Alumnio - Ao inox - Termoplstico

    6.5 Seleo do aspersor Para a correta seleo do aspersor necessrio o conhecimento de suas caractersticas de funcionamento, bem como um espaamento correto no campo.

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 62

    Fatores que afetam o desempenho do aspersor:

    a) Dimetro do bocal b) Presso

    - Presso excessiva: provoca a pulverizao excessiva com deposio de gua prximo ao aspersor - Presso baixa: provoca uma inadequada pulverizao proporcionando uma maior deposio da gua na extremidade

    Presso alta Presso baixa

    Presso satisfatria

    c) Vento: O vento altera o perfil distribuio do aspersor

    Sem vento Com vento

    Efeito do vento

    d) Espaamento entre aspersores

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 63

    Para a obteno de uma boa uniformidade de aplicao os aspersores devem ser espaados de modo que se obtenha uma sobreposio entre os perfis de distribuio (12x12, 12x18, 18x18, 18x24, ......, 30x30).

    Sobreposio

    e) Intensidade de aplicao

    A intensidade de aplicao de gua deve ser menor do que a capacidade de infiltrao do solo.

    2E1E

    3600QI

    =

    Em que: I intensidade de aplicao (mm/h) Q vazo do aspersor (L/s) E1 espaamento entre aspersores (m) E2 espaamento entre linhas laterais

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    6.6 Asperso convencional 6.6.1 Descrio do sistema A asperso convencional consiste na aplicao de gua atravs de aspersores, esses

    aspersores esto conectados as linhas laterais (tubulao que conduz a gua at o aspersor) que por

    sua vez recebe gua da linha de derivao (tubulao que conduz a gua at as linhas laterais).

    Dependendo do tamanho do sistema pode-se ter a linha principal.

    MB

    LL

    LL

    LD

    MB

    LL

    LL

    LD

    Esquema da Asperso convencional

    6.6.2 Levantamento de dados

    - Disponibilidade hdrica

    Linha Principal

    Linha Lateral

    Linha de Derivao

    Captao

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 65

    - Quantidade - Qualidade: salinidade, toxidez das plantas, microorganismos, slidos suspensos

    - Disponibilidade de energia

    - eltrica - Diesel

    - Parmetros do solo

    - Velocidade de infiltrao bsica - VIB - Capacidade de Campo - CC - Ponto de murcha permanente - PMP - Densidade do solo

    - Parmetros sobre a cultura

    - Profundidade efetiva do sistema radicular - Evapotranpirao (Etc, Kc)

    - Topografia da rea

    6.6.3 Disposio do sistema no campo

    - Localizao da fonte de gua - O sistema deve ficar o mais prximo possvel da fonte de gua

    - Tamanho e forma da rea

    - reas muito grandes devem ser subdivididas para baratear o projeto - A rea deve ter forma quadrada ou retangular para facilitar o transporte das linhas laterais

    - Direo e comprimento das linhas laterais

    - As linhas laterais devem ser instaladas perpendicularmente maior declividade do terreno - O comprimento da linha lateral limitado pela dimenso da rea e pelo limite de perda de carga (20% da presso de servio do aspersor)

    O comprimento da linha lateral deve ser definido de forma que a perda de carga na linha

    lateral seja no mximo 20% da presso de servio do aspersor, o que proporciona uma

    variao de aproximadamente 10% de vazo entre os aspersores da linha lateral

    - Linha de derivao

    - A linha de derivao deve ser instalada na direo da declividade do terreno 6.6.4 Quantidade de gua requerida

    a) Disponibilidade total de gua (DTA)

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 66

    = .10

    )UpmpUcc(DTA

    em que: Ucc umidade na capacidade de campo (% em peso) Upmp - umidade no ponto de murcha permanente (% em peso) - densidade do solo (g/cm3) DTA mm / cm de solo

    b) Capacidade total de gua no solo (CTA) CTA = DTA . Z Z profundidade efetiva do sistema radicular (cm) CRA - mm Exemplo: Banana 50 cm, ; Alface 20 cm; Feijo 30 cm; Milho 50 cm

    c) Capacidade Real de gua no solo (CRA) CRA = CTA . f f fator de disponibilidade

    d) Irrigao real necessria (IR&)

    - Sem chuva: IRN = CRA - Com chuva: IRN = CRA - Pe

    Pe precipitao efetiva

    e) Turno de rega (TR)

    - Intervalo, em dias, entre duas irrigaes sucessivas em um mesmo local

    - ETc

    CRATR =

    ETc Evapotranspirao potencial da cultura

    f) Irrigao total necessria (IT&)

    Ea

    IRNITN =

    Ea eficincia de aplicao de gua (decimal)

    g) Intensidade de aplicao de gua (Ia)

    - Ia < VIB

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 67

    - 2E.1E

    3600).s/L(Q)h/mm(Ia =

    Q -vazo do aspersor E1 espaamento entre aspersores E2 espaamento entre linhas laterais

    h) Tempo por posio

    )h/mm(Ia

    )mm(ITN)h(Ti =

    OBS: acrescentar o tempo para a troca de posio

    i) & de horas de funcionamento por dia (&H)

    - Quanto maior o n de horas, menor ser a ociosidade do sistema - Quando possvel utilizar 18-20 horas

    j) & de posies por dia (&p)

    Np = NH / Ti Exerccio para entregar: Dados: Ucc = 30%, Upmp = 15%, = 1,2 g/cm3, Z = 50 cm, f = 0,6, Ea = 80%, S/ chuva Calcular: DTA, CTA, CRA, IRD, ITD

    k) & total de posies de laterais (&)

    124 m

    360 m

    MB

    124 m

    360 m

    MB

    rea: 360 m x 124 m Esp. entre aspersores: 12m Esp. entre linhas laterais: 12m N de ns = 10 N de sadas = 20

    l) & de posies irrigadas por dia (&D)

    ND = N / Pi Pi - Perodo de Irrigao

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 68

    Exemplo: TR = 9 dias, Pi = 9 1 (dia p/ manuteno) = 8 dias

    m) & de linhas laterais (&L) NL = ND / Np

    n) Vazo necessria (Qnec)

    )dia/h(NH)dias(Pi

    )mm(ITN)m(A)h/L(Qnec

    2

    =

    ou Qnec = Vazo da linha lateral . N de linhas laterais 6.6.5 Dimensionamento das linhas laterais

    - O dimetro e o comprimento da linha lateral devem ser tais, que a maior diferena de vazo na linha no exceda 10% ou 20% da presso de servio do aspersor

    - No dimensionamento deve-se considerar que a presso no aspersor no meio da linha lateral

    deve ser igual a presso de servio (no incio da linha teremos uma presso maior, no final uma presso menor e na mdia teremos a presso de servio)

    - A relao entre a Presso no incio da linha lateral e a Presso no meio determinada por:

    Pin = PS + HF 0,5 Z + Aa

    Em que: Pin presso no incio da linha lateral PS presso de servio do aspersor HF perda de carga na linha lateral Z desnvel entre o incio e o final da linha lateral Aa altura do aspersor

    Pmax

    Pmin

    3/4HF

    PS

    1/4HF

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 69

    6.6.5.1 Perda de carga em tubulaes com mltiplas sadas

    HF = HF x F Em que: HF perda de carga em tubulaes com mltiplas sadas HF - perda de carga se no existisse sada intermediria F fator de mltiplas sadas (tabela ou frmula) FRMULA

    2N.6

    1m

    N2

    1

    1m

    1F

    ++

    +=

    Em que:

    N nmero de sadas ao longo da tubulao m coeficiente que depende do expoente da velocidade na equao de utilizada para o clculo da perda de carga Hazen Willians: m=1,85 Darcy-Weisbach: m=2,00 6.6.5.2 Linha lateral em nvel

    - Selecionar aspersor: - Presso de servio (PS) - Espaamento

    Catlogo do aspersor

    - A presso mdia na linha lateral deve ser igual a PS do aspersor - A perda de carga na linha lateral deve ser menor que 20% da PS

    HF = 0,2 . PS

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 70

    F

    PS.2,0'HF =

    QLL = n aspersores . Qasp QLL vazo da linha lateral Qasp vazo do aspersor Para determinar o Dimetro utilizo a frmula de Hazen Willians:

    852,13

    87,4 C

    )s/m(Q

    )m(D

    )m(L.643,10)mca('HF

    =

    HF perda de carga; L comprimento do tubo; D dimetro do tubo; Q vazo; C coeficiente de HW

    852,187,4

    C

    Q

    'HF

    L.643,10D

    =

    Obs: Com o dimetro escolhido, determino o HF com HW Para determinar a presso necessria no incio da linha lateral utiliza-se a frmula abaixo: Pin = PS + HF 0,5 Z + Aa Como Z=0 Pin = PS + HF + Aa 6.6.5.3 Linha lateral em Declive

    HF = 0,2 . PS + Z

    F

    PS.2,0'HF =

    QLL = n aspersores . Qasp QLL vazo da linha lateral Qasp vazo do aspersor Para determinar o Dimetro utilizo a frmula de Hazen Willians:

    Z

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 71

    852,13

    87,4 C

    )s/m(Q

    )m(D

    )m(L.643,10)mca('HF

    =

    HF perda de carga; L comprimento do tubo; D dimetro do tubo; Q vazo; C coeficiente de HW

    852,187,4

    C

    Q

    'HF

    L.643,10D

    =

    Obs: Com o dimetro escolhido, determino o HF com HW Para determinar a presso necessria no incio da linha lateral utiliza-se a frmula abaixo: Pin = PS + HF - 0,5 Z + Aa 6.6.5.4 Linha lateral em Aclive

    HF = 0,2 . PS - Z

    F

    PS.2,0'HF =

    QLL = n aspersores . Qasp QLL vazo da linha lateral Qasp vazo do aspersor Para determinar o Dimetro utilizo a frmula de Hazen Willians:

    852,13

    87,4 C

    )s/m(Q

    )m(D

    )m(L.643,10)mca('HF

    =

    HF perda de carga; L comprimento do tubo; D dimetro do tubo; Q vazo; C coeficiente de HW

    Z

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 72

    852,187,4

    C

    Q

    'HF

    L.643,10D

    =

    Obs: Com o dimetro escolhido, determino o HF com HW Para determinar a presso necessria no incio da linha lateral utiliza-se a frmula abaixo: Pin = PS + HF + 0,5 Z + Aa Exerccio: Dimensionar a linha lateral, em nvel, com declive de 1% e aclive de 1%, utilizando os dados abaixo: L = 180m PVC C = 140 Aspersor:

    - Espaamento: 18 x 24 m - PS = 30 mca - Q = 3 m3/h

    Hf permitida = 20% da PS Altura do aspersor = 1 m Determine:

    - D de aspersores por linha lateral - F de mltiplas sadas - HF permitida - HF - Q incio da LL - Dimetro da LL - Presso no incio da LL

    6.6.6 Dimensionamento de linhas principais e secundrias

    - Critrio da velocidade mdia: Determinar o dimetro dos diferentes trechos de modo que a velocidade mdia da gua em cada trecho fique entre 1,0 e 2,5 m/s

    Exerccio: Dimensionar a linha principal. Dados: QLL = 6,5 L/s Presso no incio da LL = 35 mca Terreno plano

    LL

    MB

    LL

    MB

    60m

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 73

    Resoluo:

    MB

    3 QLL

    3 QLL

    2 QLL

    2 QLL

    1 QLL

    1 QLL

    MB

    3 QLL

    3 QLL

    2 QLL

    2 QLL

    1 QLL

    1 QLL

    Trechos Comprimento (m) Vazo (L/s) MB A 120 19,5 A- B 120 13 B - C 120 6,5

    Trecho MB - A

    D (mm) A (m2) V (m/s) 150 0,01767 1,10 125 0,01227 1,59 100 0,00785 2,48

    mca3,2140

    0195,0

    125,0

    120.643,10HF

    852,1

    87,4=

    =

    Trecho A - B

    D (mm) A (m2) V (m/s) 125 0,01227 1,06 100 0,00785 1,65 75 0,00441 2,94

    mca22,3140

    013,0

    1,0

    120.643,10HF

    852,1

    87,4=

    =

    Trecho B - C

    D (mm) A (m2) V (m/s) 100 0,00785 0,83 75 0,00441 1,47 50 0,00196 3,31

    A

    B

    C

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 74

    mca63,3140

    0065,0

    075,0

    120.643,10HF

    852,1

    87,4=

    =

    6.6.7 Seleo do Conjunto Moto-bomba

    - A seleo do conjunto moto-bomba realizada com base na vazo e na altura manomtrica do sistema (Hman)

    entodimren.75

    )mca(Hman).s/m(Q.1000)cv(Pot

    3

    =

    Hman = Hs + Hr + HFp + HFloc + Pin + Hfsuc Hs altura geomtrica da suco Hr altura geomtrica do recalque HFp perda de carga (linha principal e secundria) Hfloc perda de carga localizada Pin Presso no incio da LL Hfsuc perda de carga na suco

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 75

    6.6.8 Exemplo de dimensionamento (Asperso convencional)

    - Dados iniciais: - Cultura: Milho - Prof. Efetiva do sistema radicular = 50 cm - Perodo de mxima demanda : ET0 = 6 mm/dia, Kc = 1,1 - S/ considerar chuva - Fator de disponibilidade = 0,5 - Ucc = 35% - Upmp = 18 % - Densidade do solo = 1,2 g/cm3 - VIB = 10 mm/h - Eficincia de aplicao de gua = 85 % - Jornada de trabalho = 16 h/dia - Altura do aspersor = 1,8 m

    - Planta Topogrfica

    360 m

    580 m

    515 m

    510 m

    505 m

    30 m

    RioCota do Rio = 500 m

    360 m

    580 m

    515 m

    510 m

    505 m

    30 m

    RioCota do Rio = 500 m

    - gua disponvel

    cmmmDTA /04,22,110

    1835=

    =

    CTA = 2,04 . 50 = 102 mm CRA = 102 . 0,5 = 51 mm IRN 51 mm ITN = 51/0,85 = 60 mm

    - Turno de Rega ETc = 6 . 1,1 = 6,6 mm/dia

    dias7,7dia/mm6,6

    mm51TR =

    TR = 7 dias

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 76

    - Perodo de irrigao PI = 7 1 = 6 dias Obs: 1 dia para manuteno do sistema

    - IR& para 7 dias IRN = 7 dias . 6,6 mm/dia = 46,2 mm

    - IT& para 7 dias ITN = 46,2 mm/0,85 = 54,4 mm

    - Seleo do aspersor - Selecionar um aspersor que tenha uma intensidade de aplicao de gua menor do que a VIB; - Aspersor Selecionado:

    - Presso de Servio (PS) = 30 mca - Vazo = 3,5 m3/h - Raio = 16 m - Espaamento = 18 x 24 m

    - h/mm1,8m24.m18

    h/L3500Ia ==

    - Tempo de irrigao por posio (Ti)

    h72,6h/mm1,8

    mm4,54Ti ==

    Tempo para mudana da linha lateral (Tm) = 0,5 h Ti = 6,72 + 0,5 = 7,22 h

    - & de posies irrigadas por dia (uma linha lateral)

    posies22,2h22,7

    dia/h16Np ==

    Np = 2 posies por dia

    - & total de posies na rea(&)

    posies48224N

    245,24m24

    m580N

    ==

    ==

    - & de posies que devem ser irrigadas por dia (&d)

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    dia/posies8dias6

    posies48Nd ==

    - & de linhas laterais (&L)

    linhas4linha/dia/posioes2

    dia/posies8NL ==

    - & de aspersores na linha lateral(&asp)

    aspersores10m18

    m180Nasp ==

    - Vazo da linha lateral (QLL)

    QLL = 10 aspersores . 3,5 m

    3/h = 35 m3/h

    - Dimensionamento da linha lateral QLL = 35 m

    3/h = 0,00972 m3/s PS = 30 mca Hfadmissvel = 0,2 . 30 = 6 mca Fator de mltiplas sadas (tabelado): F10 sadas = 0,402 HF= 6 / 0,402 = 14,92 mca Coeficiente de Hazen Willians p/ PVC: C = 140

    852,1

    852,1

    87,4 C

    Q

    D

    L643,10'HF =

    HF perda de carga no tudo sem sadas (mca) D dimetro do tubo (m) L comprimento do tubo (m) Q vazo (m3/s)

    87,4

    1

    852,1

    852,1

    140

    00972,0

    92,14

    180643,10D

    =

    D = 0,071 m = 71 mm Descolhido = 75 mm HF para D = 75 mm (utilizar HW): HF = 11 ,46 mca HF para D = 75 mm (utilizar F): HF = 4,6 mca Pin = 30 + 4,6 + 1,8 = 35,25 mca

    - Dimensionamento da linha principal

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    MB

    24 m

    14 m

    14 m

    MB

    24 m

    14 m

    14 m

    Trechos Comprimento (m) Vazo (m3/h) Vazo (m3/s) MB A 164 140 0,0389 A B 144 105 0,0282 B C 144 70 0,0194 C D 144 35 0,00972

    Trecho MB-A

    D (mm) rea (m2) Velocidade (m/s) 200 0,031415 1,24 150 0,01767 2,2 125 0,01227 3,17

    Trecho A-B

    D (mm) rea (m2) Velocidade (m/s) 150 0,01767 1,65

    Trecho B-C

    D (mm) rea (m2) Velocidade (m/s) 125 0,01227 1,58

    Trecho C-D

    D (mm) rea (m2) Velocidade (m/s) 100 0,007854 1,23

    A

    B

    C

    D

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 79

    Perda de Carga (utilizar HW, C = 140) Trechos D (mm) HF (mca) MB - A 150 4,65 A - B 150 2,40 B - C 125 2,74 C - D 100 2,25 Total = 12,04 mca

    - Dimetro da tubulao de suco Dimetro da suco Dimetro do recalque Dimetro da suco = 150 mm Considerando:

    - Comprimento da suco = 10 m - Altura geomtrica de suco = 2 m - CHW = 140

    Perda de carga na suco: Hfsuco = 0,28 mca

    - Altura manomtrica total Pin = 35,25 mca Hf na linha principal = 12,04 mca Hf na suco = 0,28 mca Altura geomtrica de recalque = 15 m Altura geomtrica de suco = 2 m Hf localizada 5% do total Hman (s/ Hfloc)= 35,25 + 12,04 + 0,28 + 15 + 2 = 64,57 mca Hfloc (5%) = 64,57 . 0,05 = 3,22 mca Hman (c/ Hfloc) = 64,57 + 3,22 = 67,8 mca

    - Vazo da bomba Qbomba = 4 . 35 = 140 m

    3/h - Procurar nos catlogos dos fabricantes uma bomba que fornea aproximadamente uma altura manomtrica de 67,8 mca e uma vazo de 140 m3/h.

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 80

    Bomba escolhida: Thebe Multi-estgio TMDL-27, rotor = 265 mm, = 74%, 2 estgios (duas vezes a altura manomtrica), Pot = 45 cv

    - Clculo da potncia

    )decimal(entodimren.75

    )mca(Hman).s/m(Q.1000)cv(Pot

    3=

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 81

    - Lista de Material

    Material Quantidade

    RECALQUE Aspersores 40 un Tubo PVC (Branco) 1 (tubo de subida) 40 un Trip 40 un Te de 75 mm c/ sada p/ aspersor 40 un Te de 150 mm c/ sada 75 mm 24 un Te de 125 mm c/ sada 75 mm 12 un Te de 100 mm c/ sada 75 mm 12 un Cap 75 mm 48 un Cap 100 mm 1 un Tubo de PVC (Azul) 75 mm (linha lateral) 120 barras Tubo de PVC (Azul) 100 mm (linha principal) 24 barras Tubo de PVC (Azul) 125 mm (linha principal) 24 barras Tubo de PVC (Azul) 150 mm (linha principal) 52 barras Reduo 150 x 125 mm 1 Reduo 125 x 100 mm 1

    SUCO Mangote de 150 mm (suco) 10 m Vlvula de p c/ crivo 150 mm 1 un Curva de 90 de 150 mm 3 un Reduo 150 x 125 mm (entrada da bomba) 1 un Reduo 150 x 100 mm (sada da bomba) 1 un Registro 150 mm 1 un Vlvula de reteno 150 mm 1 un

    OUTROS Bomba: Thebe TMDL-27, rotor = 265 mm, 2 estgios, Pot = 45 cv

    1 un

    Lixa 10 un Cola para PVC 2 un Veda Rosca 10 un

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    6.7 Piv-Central 6.7.1 Caractersticas gerais

    - O sistema de irrigao foi desenvolvido nos Estados Unidos e em 1960 j estavam em funcionamento mais de 200 conjuntos. O primeiro piv central a ser lanado no Brasil foi o VALMATIC, em 1979, pela associao da ASBRASIL com a VALMONT (EUA).

    Piv-central

    - Sistema de irrigao por asperso que opera em crculo, constitudo de uma linha lateral

    com aspersores, ancorada em uma das extremidades e suportada por torres dotadas de rodas, equipadas com unidades propulsoras que, na maioria das vezes, so compostas por motoredutores de 1 cv que transmite o movimento, mediante eixo card, aos redutores das rodas que so do tipo rosca sem fim.

    Motoredutores

    - A linha lateral realiza um giro completo ao redor da torre central do piv. - A velocidade de rotao regulada atravs do rel percentual na caixa de controle, que

    comanda a velocidade da ltima torre.

    Caixa de controle

    - Cada torre tem uma velocidade diferente.

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    - O alinhamento das torres garantido por um sistema de guias localizadas em cada torre, o qual responsvel por ligar e desligar o sistema de propulso.

    - Distncia entre torre: 38 52 m. - Altura: 2,7 3,0 m. - N de torres: 4 a 15. - rea: 12 a 122 ha.

    Layout do sistema

    - comum a utilizao do canho no final da linha lateral para aumentar a rea irrigada,

    exemplo: Raio do piv = 402 m rea = 50,7 ha Alcance do canho = 30 m rea total = 58,6 ha (15,6%)

    Foto do piv com canho

    - Recomenda-se para reas maiores do que 50 ha. - No piv podem ser utilizados os seguintes emissores:

    - Impacto: possuem um alcance maior do que os outros tipos. Faz-se necessrio em solos com baixa velocidade de infiltrao de gua; - Fixos Spray: possuem menor alcance, mas operam c/ menores presses (economia de energia); - L.E.P.A: mangueira conectada a linha lateral que desliza entre as linhas de plantio.

    - Vlvula reguladora de presso: so utilizadas com o objetivo de compensar as perdas de

    carga da tubulao do piv e as diferenas de nvel dentro da rea irrigada. 6.7.2 Vantagens e desvantagens

    - Vantagens: - Pouca mo-de-obra;

    MB

    LL

    Adutora

    Piv

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    - Ao trmino da irrigao a Linha lateral j se encontra na posio adequada p/ o incio da irrigao seguinte; - Quando capta gua de poo pode se dispensar a adutora; - Boa uniformidade (quando bem dimensionado).

    - Desvantagens: - Perda de rea (20%); - Alta precipitao no final da linha lateral; - Elevado gasto com energia.

    6.7.3 Princpios de operao (Frizzone, 2002) A intensidade de aplicao de gua sobre um ponto no terreno varia continuamente enquanto passa a linha lateral. Inicialmente, a intensidade de aplicao baixa, aumentando com o tempo at atingir um valor mximo quando a lateral posiciona-se sobre o ponto. A partir desse instante, a intensidade de aplicao volta a diminuir progressivamente. Independente da velocidade de rotao do equipamento, a largura da faixa molhada, a intensidade mxima de aplicao de gua e a intensidade mdia permanecero constantes a uma mesma distncia do ponto do piv. Entretanto, o tempo de aplicao de gua e a lmina aplicada diminuem com o aumento da velocidade de rotao.

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    1,4

    Tempo (min)

    VI (c

    m/m

    in)

    Taxa de aplicao x infiltrao no solo

    Ao longo da linha lateral, a intensidade de aplicao depende do dimetro do bocal dos emissores, da presso de operao, do comprimento da tubulao, do espaamento entre emissores e do tipo de emissores utilizado. Fixados esses parmetros, a intensidade de aplicao varia desde baixos valores, prximo ao ponto do piv, at valores mais elevados, no final da linha lateral. Isto porque, para aplicar a mesma lmina de gua ao longo de todo o raio do sistema, e uma vez que a velocidade das torres cresce do centro para a periferia, a intensidade de aplicao deve crescer no mesmo sentido. Assim, a partir do ponto do piv, o tempo de aplicao de gua por unidade de comprimento da tubulao diminui e, portanto, a intensidade de aplicao deve aumentar. A alternativa de utilizao de pendurais para minimizar a perda de gua por evaporao e por arraste pelo vento, tem o inconveniente de aumentar a intensidade de aplicao e reduzir a sobreposio dos perfis de distribuio dos emissores, podendo reduzir a uniformidade de distribuio de gua. O avano das torres ao redor do ponto do piv determinado pela velocidade da ltima torre. Um dispositivo denominado temporizador percentual comanda o intervalo de tempo que o motor da ltima torre dever funcionar no espao de tempo de 1 min. Assim, o temporizador ajustado em 100% indica que a ltima torre estar com velocidade mxima, pois no havero paradas. Ajustando-se para 70%, a ltima torre permanecer parada por 18 s e se movimentar por 42 s, aplicado uma lmina maior que no primeiro caso. Portanto, o temporizador destinado a ajustar a lmina de gua aplicada de acordo com o solo e com a necessidade da cultura. O ajuste pode ser feito para diferentes valores inferiores a 100%.

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    A distribuio de gua pode ser feita por aspersores de impacto ou por difusores fixos ou rotativos, acoplados sobre a linha lateral e convenientemente espaados para permitir adequada uniformidade de distribuio de gua. Quanto presso de servio, os emissores podem operar em baixa e alta presso, isto , presses de 15 mca a 50 mca. Por razes de economia de energia dada preferncia aos sistemas que operam a baixas presses. A vazo dos emissores o resultado da presso de operao e do dimetro do bocal.

    Aspersores fixos

    6.7.4 Fatores intervenientes

    - Topografia Declives recomendados

    Lance Dimetro da tubulao Declives (%) Ideal Mximo

    Padro (39 m) 8 6 12 Padro (39 m) 65/8 18 26 Mdio (45 m) 65/8 12 18 Longo (59 m) 65/8 6 12

    - Localizao

    Local que permita a expanso futura da rea irrigada com mxima utilizao da rea. Sempre

    que possvel a fonte de gua deve estar o mais prximo possvel do piv (Maximizao da rea irrigada e minimizao de custos).

    - Solo

    Deve ser avaliada a capacidade de infiltrao e reteno de gua do solo, de forma que a lmina e a freqncia de irrigao estejam em conformidade com a capacidade de reteno e a intensidade de aplicao seja menor do que a capacidade de infiltrao do solo.

    - Disponibilidade de gua

    Normalmente so requeridas vazes maiores que 150 m3/h. 6.7.5 Parmetros para manejo do sistema

    - Tempo de revoluo do sistema

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    Tempo necessrio para completar uma volta Quanto maior a velocidade menor a lmina aplicada O tempo de revoluo no deve exceder o intervalo necessrio entre duas irrigaes

    sucessivas Deve permitir a aplicao de gua requerida pela cultura e no resultar em

    escoamento superficial Tempo mximo de revoluo (Tmax):

    min

    max

    V

    Ru..2

    ETc

    h.24maxT

    ==

    Em que: Tmax horas Etc necessidade de gua da cultura (mm/dia) hmax mxima lmina de gua que pode ser aplicada por irrigao sem que ocorra escoamento superficial (mm) Ru raio at a ltima torre (m) Vmin velocidade mnima de deslocamento (m/h) sem que ocorra escoamento superficial

    Tempo mnimo de revoluo (Tmin):

    maxV

    Ru..2minT

    =

    Em que: Tmin horas Vmax a velocidade mxima de deslocamento fornecida pelo fabricante (m/h)

    - Lmina aplicada por volta do piv

    rea

    Tempo.VazoaminL =

    )ha(A

    )horas(H).s/L(Q36,0)mm(aminL =

    Q vaza do sistema H tempo para dar uma volta A rea irrigada Exerccio 1: Calcular a lmina aplicada (mm), sabendo que: Q = 126 m3/h rea = 55 ha H 24 horas Resposta: 5,5 mm Exerccio 2: Calcular a lmina aplicada (mm), sabendo que: Q = 0,04 m3/s rea = 60 ha

    H 20 horas Resposta: 4,8 mm

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    6.7.6 Manejo da irrigao Exemplo: Com base na equao de infiltrao calculamos que a velocidade mnima de deslocamento da ltima torre dever ser 83,2 m/h, correspondendo a um ajuste do percentmetro em 47%. A partir da podemos construir uma tabela til ao manejo da irrigao, a qual fornecer para os tempos de revoluo do sistema e as correspondentes lminas de irrigao em funo das diferentes velocidades de deslocamento. Tabela. Parmetros para o manejo da irrigao com o piv central para uma vazo do sistema igual

    a 130 m3/h, raio at a ltima torre 386,93 m e raio da rea efetivamente irrigada 396 m.

    Velocidade Tempo de revoluo Lmina bruta V (%) V (m/h) Tr (h) Hb(mm) 100 177,0 13,7 3,6 90 159,3 15,3 4,0 80 141,6 17,2 4,5 70 123,9 19,6 5,2 60 106,2 22,9 6,0 50 88,5 27,5 7,3 47 83,2 29,2 7,7

    Frmulas:

    V

    Ru2Tr

    = ;

    A.10

    Tr.Qhb = ; 10000

    RA

    2e=

    Em que: Ru raio at a ltima torre (m) V velocidade de deslocamento (m/h) Q vazo do sistema (m3/h) Tr tempo de revoluo (h)

    Re raio efetivamente irrigado (m) 6.7.7 Exemplo de dimensionamento Dados: ET0 = 3,94 mm/dia Kc = 1,0 Ea = 85% TR = dirio

    Piv:

    - N de torres = 8 - N emissores/torre = 16 - N emissores no balano = 4 - N total de emissores = 132 - Espaamento entre emissores = 2 m - Comprimento at o final do balano = 264 m - Comprimento at a ltima torre = 256 m

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    - Velocidade de deslocamento da ltima torre = 125 m/h (100%) - Tempo de funcionamento por dia = 20 h - Presso no final do piv = 14 mca - Diferena de nvel do centro ao ponto mais elevado da rea irrigada = 3,5 m - Altura do aspersor = 2,7 m

    Clculos

    a) Vazo

    Lmina de irrigao = diammx

    /64,485,0

    194,3=

    Lmina = volume / rea Vol = Lmina . rea = 4,64 . (.2642) = 1.015.957,9 litros Vazo = volume/tempo = 1.015,96 litros / 20 horas Q = 50,8 m3/h b) Qual o tempo que o piv necessita para dar 1 volta (percentmetro 100%)?

    hhm

    m

    velocidade

    PermetroT 87,12

    /125

    256..2%100 ===

    c) Qual a lmina aplicada quando o percentmetro est regulado em 100%?

    20 h 4,64 mm 12,87 h L100%

    L100% = 2,99 mm

    d) Qual a regulagem do percentmetro p/ aplicar uma lmina de 4,64 mm?

    X

    LL %100x =

    Lx lmina aplicada a X% X regulagem do percentmetro

    64,064,4

    99,2%100 ===mm

    mm

    L

    LX

    x

    X = 64 % e) Qual dever ser a vazo do emissor n 22?

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 89

    22

    44 m

    43 m

    45 m

    22

    44 m

    43 m

    45 m

    rea de influncia = (R2 r2) = (452 432) = 552,92 m2 Volume = Lmina x rea = 4,64 L/m2 x 552,92 m2 = 2565,55 L

    h/L25,128h20

    L55,2565Q22 ==

    f) Qual a presso necessria na entrada do Piv? (Pi) Pi = Pfinal + Hf piv + Altura dos emissores + Z Em que: Pfinal presso requerida pelo ltimo emissor (mca) Hf piv perda de carga ao longo do piv (mca) Z diferena de nvel do centro do piv at a parte mais elevada do terreno Frmula par determinao do fator de mltiplas sadas:

    2N.6

    1m

    N2

    1

    1m

    1F

    ++

    +=

    Em que: m - coeficiente que depende do expoente da velocidade na equao de perda de carga (p/ H.W. m = 1,85) N nmero de sadas

    852,1

    852,1

    87,4 C

    Q

    D

    L643,10HFpiv = x F (fator de mltiplas sadas)

    Dfabricante = 6

    5/8 = 0,146 m CHW = 119

    852,1

    852,1

    87,4 119

    3600

    8,50

    146,0

    256643,10HFpiv

    = x 0,54

    Hf piv = 0,93 mca

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 90

    Pi = 14 + 0,93 + 2,7 + 3,5 = 21,13 mca g) Adutora (Idem asperso convencional) - Critrios: 1 < Velocidade da gua < 2,5 m/s h) Seleo do conjunto moto-bomba (Idem asperso convencional) Bomba:

    - Vazo = 50,8 m3/h - Hman = (Pi + Hf suc + Hf adutora + Altura geomtrica) + 5%

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 91

    6.8 Autopropelido 6.8.1 Descrio e classificao

    - Mquinas que irrigam faixas longas e estreitas - Deslocamento sobre o solo seco - Alcance: > 30 m

    Autopropelido

    - Classificao:

    - Aparelhos tracionados a cabo - Aparelhos tracionados s/cabo (trao do tubo de alimentao)

    Tracionado a cabo

    Tracionado pelo tubo de alimentao

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    6.8.2 Aplicabilidade e componentes

    - No se recomenda p/ culturas delicadas - No se recomenda p/ regies com fortes ventos - Milho, pastagem, cana, citros

    - Tracionados a cabo:

    - Aspersor - Carreta com dispositivo p/ enrolamento do cabo - Mangueira - Cabo de ao

    - Tracionados s/ cabo:

    - Aspersor - Carrinho - Tubo e polietileno - Carreta c/ tambor enrolador

    6.8.3 Planejamento e manejo do sistema

    - No tem problema c/ qualidade da gua - Utilizar rea preferencialmente retangular - Modelos disponveis irrigam at 60 ha por TR - Comprimento da faixa igual ao comprimento do cabo (180 500 m) - Largura da faixa funo do alcance do aspersor

    Velocidade do vento

    (m/s) Largura da faixa (% do alcance)

    1 80-85 1 a 2 70-75 3 a 4 60-65 5 a 10 50-55 10 Suspender

    - Presses at 80 mca - Perdas at o aspersor: 50 mca - Vazes: 30-200 m3/h - Veloc. De caminhamento: 5-180 m/h

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 93

    L.h

    qVa =

    Va veloc. de avano (m/h) q vazo do aspersor (L/h) h altura de chuva (lmina) aplicada (mm) L largura da faixa (m) Logo:

    L.Va

    qh =

    6.8.4 Cuidados e manuteno

    - Efetuar lubrificao dos componentes mveis - Ajuste dos componentes sujeitos as tenses - Guardar equipamento em lugar coberto - Proteger mangueira contra roedores - Guardar mangueira sempre vazia

    Autopropelido

    6.8.5 Exemplo de dimensionamento A = 35 ha TR = 7 dias Lmina necessria = 19 5 mm

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 94

    1) Escolha do autopropelido (P/ uma lmina de 19,5mm) Dimetro do bocal = 39,6mm PS = 50 mca Vazo = 95,6 m3/h Raio = 62 m Largura da faixa = 102 m Velocidade de avano = 50 m/h Lmina bruta aplicada = 19 mm h = 95.600 / (50 . 102) = 18,7 mm 2) Dimensionamento hidrulico a) Caractersticas o equipamento: Dimetro da mangueira = 110 mm Comprimento da mangueira = 450 m Comprimento mximo da faixa molhada= 500 m Largura mxima irrigada = 70 90 m b) Perda de carga na mangueira C = 140 Dimetro = 110 mm Vazo = 95,6 m3/h L = 450 m H.W Hf = 29,6 mca c) Perda de carga na turbina Fornecido pelo fabricante em funo da velocidade e da vazo:

    225 m

    215 m

    200 m

  • Prof. Rodrigo Otvio Rodrigues de Melo Souza - Irrigao e Drenagem / UFRA - ICA 95

    Para 50 m/s e 95,6m3/h: Hfturbina = 8 mca d) Perda de carga na linha principal necessrio conhecer o layout do sistema para a definio da posio mais crtica Layout do sistema

    Comprimento da linha principal = 10 + 7 . 87,5 + 43,75 = 666,25 m Tubo de Ao zincado: C = 130 P/ V = 1,5 m/s devo utilizar o dimetro de 150 mm Q = 95,6 m3/h Hf = 10,7 mca e) Altura manomtrica Hman = Hfmangueira+HFturbina+HFLP+Alturaaspersor+Alturarecalque+ Alturasuco+PS+HFsuco+HFlocalizada HFlocalizada = 5% do total Hman = 28,7 + 8 + 10,7 + 3,91 + 35 + 3,0 + 50 + 2 + 7 = 148,31 mca f) Bomba Selecionar a bomba para uma altura manomtrica de 148,31mca e uma vazo de 95,6m3/h 3) Verificao das condies operacionais

    Tempo de percurso =h/m50

    m450=9 horas

    Tempo de mudana = 30 min Tempo por posio = 9 + 0,5 = 9,5 h Volume aplicado = 9 h x 95,6 m3/h = 860,4m3

    rea = 87,5 x 500 = 43.750 m2

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    Lmina bruta = 2m750.43

    L400.860= 19,7 mm

    N de posies = 8 Tempo total de irrigao = 9,5 h x 8 posies = 76 h

    Regime de trabalho = dias

    h

    7

    76=10,9 horas/dia

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    CAPTULO 7

    IRRIGAO LOCALIZADA

    Prof. Rodrigo Souza 7 IRRIGAO LOCALIZADA 7.1 Introduo

    - Conceito: Mtodo de irrigao que aplica gua diretamente sobre a regio onde se concentra o sistema radicular da cultura, com pequenas vazes, mas com alta freqncia, de modo a manter a umidade do solo em teores elevados.

    - Na irrigao localizada a gua aplicada em pontos localizados com turno de rega pequenos (diariamente ou at 3 dias), de forma a manter o teor de umidade sempre prximo a Capacidade de campo.

    - Geralmente so sistemas fixos com alto custo de implantao.

    - Histrico: a irrigao localizada foi utilizada pela primeira vez, na Inglaterra, no final da

    dcada de 1940, e, em Israel, na dcada de 1950. Comeou a ter importncia comercial na dcada de 60. No Brasil a irrigao por gotejamento comeou em 1972 e a microasperso em 1982.

    7.2 Vantagens e Desvantagens

    - Vantagens:

    - A irrigao no dificulta as outras operaes de cultivo - Economia de mo-de-obra - Maior eficincia no uso da gua - Maior controle da irrigao - Controle mais fcil de ervas daninhas

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    - Economia de gua e energia - Possibilidade de automao

    - Desvantagens:

    - Sensibilidade obstruo - Desenvolvimento radicular demasiadamente limitado - Custo de implantao

    7.3 Componentes do sistema Na irrigao localizada a gua aplicada atravs de emissores (gotejadores e microaspersores), de baixa vazo, situados nas linhas laterais, que formam um extenso reticulado de canalizaes que abrangem toda a rea ao mesmo tempo, distribuindo gua sob presso ao p da planta. Em geral, os sistemas de irrigao localizada possuem:

    - Motobomba - Cabeal de controle - Linha principal - Vlvulas - Linha de derivao - Linha lateral - Emissores

    Componentes do sistema

    7.3.1 Motobomba Normalmente so utilizadas bombas centrfugas. Como a irrigao localizada consome menos gua e energia, so utilizadas motobombas com potncias pequenas, quando comparadas com a irrigao por asperso.

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    7.3.2 Cabeal de controle O cabeal de controle fica aps a motobomba, no incio da linha principal. O cabeal de controle constitudo por:

    - medidores de vazo - filtro de areia, tela ou disco - injetor de fertilizante - registros - manmetros

    - Filtros

    Os filtros so de trs tipos mais comuns: de areia, de tela e de disco. O de areia usado para reter o material orgnico e partculas maiores e, por isso, o primeiro do sistema. Sua limpeza feita com a retrolavagem, recomendada a cada aumento de 10 a 20 % da perda de carga normal do filtro, quando limpo (aproximadamente 2 mca). Atualmente, em funo do grande desenvolvimento na rea de sistemas automticos de filtragem comum a no utilizao do filtro de areia (Miranda, 2003).

    Filtro de areia

    O filtro de tela tem grande eficincia na reteno de pequenas partculas slidas, como areia

    fina, porm entopem facilmente com algas. A tela usada apresenta orifcios que podem variar de 0,074 mm (200 mesh ou malhas por polegada) at 0,2 mm (80 mesh) (Miranda, 2003). No filtro de disco o elemento filtrante um conjunto de discos ranhurados que se comprimem umas contra as outras ao se enroscar a carcaa, formando um cilindro de filtragem. Os

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    filtros de disco tm forma cilndrica e so inseridos em srie com a tubulao em posio horizontal. A gua filtrada ao passar pelos pequenos condutos formados entre os anis consecutivos.

    Filtros de discos.

    Os elementos filtrantes so compostos de numerosos discos plsticos finos, que so armazenados num ncleo telescpico. Ambos os lados dos discos so ranhurados e as ranhuras atravessam uma as outras quando empilhadas e comprimidas juntas. O elemento filtrante do disco permite uma filtrao profunda com alta capacidade de reter matria orgnica.

    Percursos a serem percorridos pela gua em funo da sobreposio dos discos.

    A semelhana do filtro de areia, o filtro de disco possui volume de filtragem, com uma alta eficincia na separao de slidos, graas ao grande nmero de capas filtrantes (em comparao com a capa nica do filtro de malha).

    O grau de filtragem depende do nmero de ranhuras existentes nos discos e oscila entre 0,42 e 0,11 mm. Existem vrios cores para diferenciar os discos em funo do nmero de ranhuras.

    Uma vantagem destes filtros que a limpeza realizada facilmente abrindo a carcaa e aplicando nos discos um jato de gua. Sua limpeza tambm pode ser automtica, basta inverter o sentido do fluxo de gua, o que tem popularizado o seu uso. 7.3.3 Tubulaes

    As tubulaes utilizadas podem ser dos mais diferentes materiais. A linha de recalque e a linha principal so normalmente enterradas, e o material mais utilizado o PVC. A linha de derivao, tambm normalmente enterrada, apresenta inmeras sadas para as linhas laterais e por isso so de polietileno, material que facilita a perfurao do tubo. As linha