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9 DOMICÍLIO Proveniente do direito romano. “Domus” – Lar, mas o lar no direito romano não significava apenas o local de morada, mas também o local onde se cultuava os antepassados (Influência desse significado no direito de família Bem de família). CC, Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Necessário entender a diferença entre: - Morada - Residência - Domicílio Morada: Roberto de Ruggiero chamava morada de “estadia”, o que influenciou Caio Mário e Orlando Gomes. Morada não se confunde com domicílio. É apenas o lugar em que a pessoa se estabelece temporariamente. É temporária, transitória. Residência: Diferente da morada, a residência é o lugar em que a pessoa se estabelece com habitualidade. É habitual, permanente. Falta na residência a essência que o domicílio possui. Domicílio: O Domicílio, nos termos do art. 70 do Código Civil, abrange o conceito de residência, mas é mais profundo, pois apenas no domicílio verifica-se o ÂNIMO de ficar e transformar aquele local em centro de sua vida jurídica e profissional. Esse é o “plus” do domicílio: o efeito psicológico, o ânimo de ficar, o “ANIMUS MANENDI” 9.1 - PLURALIDADE DE DOMICÍLIOS É possível a pluralidade de domicílios??

9 DOMICÍLIO - esmeg.org.br · desse significado no direito de família – Bem de família). ... Roberto de Ruggiero chamava morada de “estadia”, o que influenciou Caio Mário

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9 – DOMICÍLIO

Proveniente do direito romano. “Domus” – Lar, mas o lar no

direito romano não significava apenas o local de morada, mas também o local onde se cultuava os antepassados (Influência

desse significado no direito de família – Bem de família).

CC, Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.

Necessário entender a diferença entre:

- Morada

- Residência - Domicílio

Morada:

Roberto de Ruggiero chamava morada de “estadia”, o que

influenciou Caio Mário e Orlando Gomes.

Morada não se confunde com domicílio. É apenas o lugar em que a pessoa se estabelece temporariamente. É temporária,

transitória.

Residência:

Diferente da morada, a residência é o lugar em que a pessoa se

estabelece com habitualidade. É habitual, permanente.

Falta na residência a essência que o domicílio possui.

Domicílio:

O Domicílio, nos termos do art. 70 do Código Civil, abrange o conceito de residência, mas é mais profundo, pois apenas no

domicílio verifica-se o ÂNIMO de ficar e transformar aquele local em centro de sua vida jurídica e profissional.

Esse é o “plus” do domicílio: o efeito psicológico, o ânimo de

ficar, o “ANIMUS MANENDI”

9.1 - PLURALIDADE DE DOMICÍLIOS

É possível a pluralidade de domicílios??

Se a pessoa possui em cada cidade completa vida jurídica e

profissional e seu ânimo é de viver alternadamente em cada uma delas, por influência do direito germânico, o nosso sistema admite a

pluralidade de domicílios de acordo com o art. 71 do CC.

Será determinado juridicamente como seu domicílio qualquer

um dos múltiplos domicílios existentes.

CC, Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

9.2 - DOMICÍLIO PROFISSIONAL

O domicílio profissional, previsto no art. 72 do CC, é fruto de influência da CLT e existe apenas para contemplar efeitos do

exercício da profissão da pessoa física. Por esse motivo não é um domicílio geral.

É novidade do Código Civil de 2002.

Exemplo: PSF

CC, Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é

exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações

que lhe corresponderem.

9.3 - DOMICÍLIO OCASIONAL OU APARENTE

Teoria especialmente desenvolvida pelo civilista belga Henri de Page, o domicílio aparente é aquele criado por ficção jurídica

para pessoas que não tenham domicílio certo e vivam

constantemente em viagens.

Definido pelo art. 73 do CC. Exemplos: Caixeiro viajante, ciganos, integrantes do MST, *caminhoneiro, integrantes de

circos.

CC, Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

9.4 - DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA

Regra geral, o domicílio da pessoa jurídica de direito privado se

estabelece onde está a sua sede, assim determinado em seu estatuto, contrato social ou ato constitutivo equivalente.

As pessoas jurídicas de direito público têm o seu domicílio

determinado pelo art. 75 do CC.

9.5 - ESPÉCIES DE DOMICÍLIO

9.5.1 - DOMICÍLIO VOLUNTÁRIO

Domicílio geral e comum fixado por simples ato de vontade.

O ato de fixação do domicílio voluntário é um ato jurídico em sentido estrito.

9.5.2 - DOMICÍLIO LEGAL OU NECESSÁRIO

Domicílio imposto pela lei. Arts. 76 e 77, CC.

O domicílio legal é obrigatório e não pode ser afastado pela

simples vontade, mas se a competência não é questionada, será prorrogada.

Art. 77 – Ex.: Diplomata. Se não indicar seu domicílio, pode ser

demandado no DF ou em seu último domicílio no Brasil.

Art. 76 – Tem domicílio necessário:

O incapaz

O servidor público (que tem função permanente)

O militar

O marítimo (marinheiro particular)

O preso

PESSOA COM DOMICÍLIO NECESSÁRIO

LOCAL DO DOMICÍLIO NECESSÁRIO

Incapaz Domicílio do seu representante

ou assistente

Servidor público Lugar onde exerce

permanentemente suas funções

Militar

Onde servir. Sendo da Marinha

ou da Aeronáutica, na sede do comando a que se encontrar

imediatamente subordinado.

Marítimo Onde o navio estiver matriculado

Preso

Onde cumprir a sentença

(Sentença! Não prisão provisória).

9.5.3 – DOMICÍLIO ESPECIAL, OU DE FORO, OU DE ELEIÇÃO

CC, art. 78 e CPC, art. 111.

CC, Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos

e obrigações deles resultantes.

Atentar-se para o entendimento do STJ – Considera nula a cláusula de eleição prejudicial ao consumidor aderente (REsp

201195/SP).

Em contrato de consumo, é válida a cláusula que fixa domicílio desfavorável ao consumidor?

Para Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, tal cláusula é ilegal, pois

viola o art. 51, IV do CDC que determina:

“Considera-se nula de pleno direito a cláusula que obrigação iníqua, abusiva, que coloque o consumidor em desvantagem

exagerada, ou seja incompatíveis com a boa-fé e a equidade”

Diz Pablo Stolze:

“Mesmo que seja dada prévia ciência da cláusula ao consumidor, o sistema protetivo inaugurado pelo Código, moldado por superior interesse público, proíbe que o

fornecedor se beneficie de tal prerrogativa, especialmente em se considerando que nos contratos de adesão a liberdade

negocial do consumidor é extremamente restrita”

Artigo 112 do CPC foi alterado pelo Código de Defesa do

Consumidor – Hoje pode o juiz declinar dessa competência de ofício.

CPC, Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.

Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que

declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.(Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006)

Nesse sentido, segue o julgado:

FORO DE ELEIÇÃO. Código de Defesa do Consumidor. Banco.

Alienação fiduciária. - A atividade bancária de conceder financiamento e obter garantia mediante alienação fiduciária é atividade que se

insere no âmbito do Código de Defesa do Consumidor. - É nula a cláusula de eleição de foro inserida em contrato de adesão quando

dificultar a defesa do aderente em juízo, podendo o juiz declinar de ofício de sua competência. Precedentes. Recurso não conhecido.

(RESP 201.195/SP, Rel. Ministro Ruy Rosado de Aguiar, Quarta Turma, julgado em 07.12.2000, DJ 07.05.2001)”

10 - PESSOA JURÍDICA

Conceito de Pablo Stolze:

“Pessoa jurídica é um grupo humano, criado na forma da lei e dotado de personalidade jurídica própria para atingir fins

comuns”, tornando-se passível de direitos e deveres na esfera civil. É sujeito de direito e possui autonomia jurídica.

Pessoa jurídica é consequência da tendência natural dos seres

humanos de se agruparem. É consequência do fato associativo.

Eram chamadas de pessoas morais, místicas, ideais, passando a chamar pessoas jurídicas após o início do séc. XX, nome

adotado pelo Brasil, Espanha, Itália e Alemanha.

São chamadas de pessoas coletivas, em Portugal, pessoas

morais, na França e entes de existência ideal, na Argentina (inspiração dada por Teixeira de Freitas).

O sentimento gregário do homem permite afirmar que a

associação é inerente à natureza, corrigindo-lhe as fraquezas e suprindo com a sua continuidade a brevidade da vida. O espírito criador engendra então entidades coletivas, resultantes

de um agregado de pessoas ou de um acervo de bens, por via

dos quais logra a obtenção de resultados mais positivos e mais amplos do que consegue o esforço individual isolado.

Caio Mário da Silva Pereira.

(...) é induvidosa a necessidade de emprestar personalidade

jurídica a agrupamentos humanos. Pela impossibilidade de exercer, realizar, por si só, certas atividades e atingir

determinadas finalidades que ultrapassam suas forças e limites, a pessoa natural precisa se unir a outras pessoas humanas, formando grupos com desiderato próprio. A estas

entidades o ordenamento jurídico empresta autonomia e independência, dotando-as de estrutura própria e

personalidade jurídica distinta daqueles que a instituíram. Surge, portanto, a pessoa jurídica das próprias necessidades sociais. Tem como pano de fundo a tendência humana ao

convívio em grupos (não se pode olvidar que o homem é um ser gregário) e a imprescindibilidade da cooperação de mais de

uma pessoa para a consecução de determinadas atividades. ...

Derivam, assim, tais entidades da união de pessoas naturais ou de pessoas naturais e patrimônios destinados a um fim

específico, no exemplo das fundações. Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald

A pessoa jurídica pode ser:

o Pessoa jurídica intersubjetiva ou universitas

personarum – Constituída pela união de duas ou mais pessoas com objetivos comuns, criando uma pessoa

autônoma e distinta. Caso das corporações (Associações e sociedades).

o Pessoa jurídica patrimonial ou universitas bonorum

– Proveniente da afetação de um patrimônio livre destinado a um fim específico. Caso das fundações.

Empresário individual é pessoa jurídica??

Mesmo possuindo CNPJ, pagando tributos de pessoa jurídica, empresário individual não é pessoa jurídica. Trata-se de uma ficção

jurídica, e uma ficção tributária.

10.1 - TEORIAS EXPLICATIVAS DA PESSOA JURÍDICA

Teorias negativistas – Defendidas, dentre outros, por Ihering.

Teorias afirmativistas – Defendidas, dentre outros, por Savigny e Clóvis Beviláqua.

10.1.1 – TEORIAS NEGATIVISTAS DA PESSOA JURÍDICA

As teorias negativistas negam completamente a existência da pessoa jurídica, mas seus argumentos embasadores variam de

acordo com o pensador:

“Pessoa jurídica é apenas um patrimônio afetado a uma finalidade.”

“Pessoa jurídica não tem existência, é apenas um patrimônio coletivo, um condomínio.”

“Pessoa jurídica não existe, é apenas um grupo de pessoas

físicas reunidas.”

Todos esses pensamentos não convenceram e as teorias negativistas não são mais utilizadas, imperando hoje as teorias

afirmativistas.

10.1.2 – TEORIAS AFIRMATIVISTAS DA PESSOA JURÍDICA

Para as teorias afirmativistas, a pessoa jurídica existe e é sujeito de direitos.

São 4 as teorias afirmativistas:

Teoria da Ficção Legal - Defendida por Savigny, embasado

pelo pensamento de Windscheid.

Teoria da Realidade Objetiva ou Teoria Organicista - Defendida por Gierke e Zitelman.

Teoria da Realidade Técnica - Defendida por Saleilles e

Ferrara.

Teoria da Realidade das Instituições Jurídicas – Defendida por Hauriou.

10.1.2.1 - Teoria da Ficção Legal (Savigny).

Teoria prevalecente no séc. XVIII na Alemanha e na França,

afirmava que a pessoa jurídica teria existência meramente ideal,

sendo assim, seria apenas uma criação da técnica jurídica.

Savigny pensava que só as pessoas naturais poderiam titularizar relações jurídicas. Assim, a pessoa jurídica não poderia agir

no campo social, pois era apenas uma instituição de direito, uma criação artificial da lei.

Savigny fez uma teoria extremamente abstrata, a qual foi

facilmente rebatida pela teoria da realidade objetiva.

10.1.2.2 - Teoria da Realidade Objetiva ou Teoria Organicista.

Extremamente sociológica, diz que a pessoa jurídica não é

apenas é uma abstração da lei, mas uma “célula social viva”,

dotada de existência própria, real e social, como qualquer indivíduo.

As pessoas jurídicas teriam existência e VONTADE PRÓPRIOS, ignorando a VONTADE HUMANA.

10.1.2.3 - Teoria da Realidade Técnica.

Tal teoria englobou o melhor das duas teorias anteriores, dizendo que tanto Savigny quanto os sociológicos não estavam

completamente errados, mas apenas desequilibrados.

A pessoa jurídica seria, portanto, ente personificado pelo Direito, embora possua ampla atuação social e seja sujeito de direito.

Por essa teoria, a técnica do direito personifica a pessoa jurídica, mas não lhe nega a atuação social.

Ocorre que, para essa teoria, a pessoa jurídica seria real,

porém dentro de uma realidade técnica, distinta da realidade das pessoas naturais.

É adotada por Caio Mário da Silva Pereira.

10.1.2.4 – Teoria da Realidade das Instituições Jurídicas

A Teoria da Realidade das Instituições Jurídicas também configura um misto das teorias anteriores.

Entende que a personalidade humana deriva do direito e

também pode ser conferida a determinados entes que possuam finalidade própria, a partir da VONTADE HUMANA, da vontade das

pessoas naturais que lhe constituíram.

Para tal teoria, a pessoa jurídica é uma realidade jurídica

pendente da vontade humana.

10.2 - AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Como já vimos anteriormente, a pessoa física adquire sua personalidade jurídica com o nascimento com vida (de acordo

com a teoria natalista). E a pessoa jurídica? Quando adquire a personalidade jurídica?

Requisitos para a constituição da pessoa jurídica, segundo

Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald:

A vontade humana que lhe dá origem (a chamada

vontade humana criadora).

A organização de pessoas ou destinação de um

patrimônio afetado a um fim específico.

A licitude de seus propósitos.

A capacidade jurídica reconhecida pela norma jurídica.

O atendimento das formalidades legais (CC, art. 45 –

Registro civil das pessoas jurídicas).

A aquisição da personalidade jurídica da pessoa jurídica se dá

na forma do art. 45, CC:

CC, Art. 45 – Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no

respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do poder executivo, averbando-se no

registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único – Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por

defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação e sua inscrição no registro.

O REGISTRO é o ato que dá personalidade jurídica à pessoa

jurídica, assim a pessoa jurídica só se personifica, passando a

ter existência legal de pessoa, após realizado o registro de seus

atos constitutivos (estatuto ou contrato social).

O REGISTRO DA PESSOA JURÍDICA É ATO CONSTITUTIVO DE

SUA PERSONALIDADE E OPERA EFEITOS “EX NUNC” (não retroativos).

Em determinados casos necessita-se do registro e da

autorização especial do Poder Executivo.

A pessoa jurídica não registrada é considerada como “sociedade despersonificada”, irregular ou de fato, o que gera a

responsabilidade pessoal de seus sócios ou administradores. São regidas pelos artigos 986 e seguintes do CC.

Não confundir pessoa jurídica com grupos despersonificados

(massa falida, espólio, condomínio…)

Após constituída, a pessoa jurídica passa a ter as seguintes

características:

Existência jurídica própria, distinta da de seus criadores.

Personalidade própria, autônoma, distinta da personalidade

de seus criadores.

Patrimônio próprio, distinto do patrimônio de seus criadores

(Salvo excepcionalmente em casos de desconsideração da personalidade jurídica).

Possibilidade de titularizar, ativa ou passivamente, relações civis ou penais.

Impossibilidade de titularizar relações típicas de pessoas naturais, como o casamento e a adoção.

Pessoa Jurídica pode sofrer DANO MORAL??

Há 2 correntes:

A corrente majoritária determina que a pessoa jurídica PODE

sofrer dano moral. Embasa-se na Súmula 227 do STJ e no art. 52 do CC.

A corrente minoritária, defendida por Arruda Alvim e Nilson

Melo da Silva, determina que a pessoa jurídica NÃO PODE sofrer dano moral.

Embasa-se no Enunciado 286 da IV Jornada de Direito Civil –

Qualquer dano que uma pessoa jurídica sofra gera repercussão econômica, sendo portanto dano material. O enunciado 286 afirma

que pessoa jurídica não pode ser titular de direitos da personalidade

e se não é titular de direitos da personalidade, não é passível de dano moral.

CC, Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a

proteção dos direitos da personalidade. Súmula 227 STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

En. 286 – Art. 52. Os direitos da personalidade são direitos

inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos.

En. 274 – Art. 11. Os direitos da personalidade, regulados de

maneira não-exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade da

pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica

da ponderação.

Os direitos da personalidade tem seu fundamento na CLÁUSULA GERAL DA PERSONALIDADE ou DIREITO GERAL DA PERSONALIDADE

proveniente do preceito constitucional da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

Por esse entendimento não seria possível ser a pessoa jurídica

detentora de direitos da personalidade.

Mesmo sendo o conceito de dano moral vinculado à violação de direito da personalidade, e mesmo chegando à conclusão de que

pessoa jurídica não é detentora de direitos da personalidade, ainda assim é o melhor entendimento dizer que o art. 52 do Código Civil e a

Súmula 227 do STJ são amplamente aplicáveis. Ou seja, PESSOAS

JURÍDICAS SOFREM DANO MORAL.

Fundamento: Nenhum dos dispositivos anteriormente citados determinam que a pessoa jurídica possui DIREITOS DA

PERSONALIDADE. Pelo contrário, o art. 52 do CC não diz que a pessoa jurídica possui DIREITO da personalidade. Ele diz que aplica-

se às pessoas jurídicas, NO QUE COUBER, a PROTEÇÃO dos direitos da personalidade .

Aplica-se portanto a proteção dos direitos da personalidade à

pessoa jurídica naquilo “que a sua falta de estrutura biopsicológica

permita exercer.” . Ex.: Nome, imagem, honra objetiva. Não podendo

ser aplicado à, por exemplo, integridade física ou intimidade.

Para o doutrinador Cristiano Chaves de Farias, a Súmula 227

poderia ter melhor redação se tratasse: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, NO QUE COUBER”

(Naquilo que for compatível com a sua falta de estrutura biopsicológica.)

Aplicação deste posicionamento: STJ Resp 433.954 (Protesto

indevido de duplicada pode gerar dano moral à pessoa jurídica.)

10.3 - CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS

De Direito Público De Direito Privado

Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo:

-Estados Estrangeiros (Chile,

Espanha,…)

-Pessoas regidas pelo Direito Internacional Público (ONU,

OEA, Mercosul…)

Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno:

-União

-Estados -Municípios

-DF e territórios -Autarquias -

Associações Públicas -Entidades de caráter -

Fundações públicas

público criadas por lei.

Associações

Fundações

Sociedades

Organizações religiosas

Partidos políticos

* Duas últimas espécies

acrescentadas pela Lei 10.825/03.

11 - ASSOCIAÇÕES

“As associações são entidades de direito privado, formadas pela

união de indivíduos com o propósito de realizarem fins não-econômicos”.

CC, Art. 53. Constituem-se as associações pela união de

pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e

obrigações recíprocos.

Fins não econômicos ≠ Ausência de LUCRO. Pode ter conteúdo econômico, como patrimônio.

Veja-se que as associações podem (e, por que não dizer,

devem) ter ganho financeiro. No entanto, o eventual lucro obtido no exercício da atividade associativa será reaplicado na própria entidade, vedando-se a partilha entre os sócios.

Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald

Seguem o Princípio da Liberdade Associativa:

CF, Art. 5º, XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

Atentado contra a liberdade de associação

CP, Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de

determinado sindicato ou associação profissional: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

As associação tem como ato constitutivo um ESTATUTO e seu registro é feito no CRPJ.

No estatuto deverá conter, sob pena de nulidade – Art. 54*, CC.

CC, Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações

conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação;

II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados;

IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos

deliberativos e administrativos; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos

deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)

CC-02 inovou no Art. 57 - O CC, em seu art. 57* e a posterior

alteração dada pela Lei nº 11.127/2005 passou a permitir a exclusão de associado em caso de justa causa assim

reconhecida por procedimento que assegure direito de defesa e

recurso (Princípios do Devido Processo Legal, do Contraditório e da Ampla Defesa) – Conceito aberto – princípio da

operabilidade ou concretude.

CC, Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure

direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

Não confundir com o condomínio! Condômino não é associado,

é co-proprietário, por isso não pode ser excluído. Condômino com mau comportamento não pode ser excluído, mas pode ser

obrigado a pagar multa progressiva.

Assembléia Geral é o órgão máximo das associações - CC, Art. 59* Determina a competência das Assembléias Gerais.

Atenção! O Art. 54 regula o estatuto das associações, mas quem tem o poder de alterá-lo é apenas a Assembléia Geral.

Dissolução da Associação – CC, art. 61* - O patrimônio líquido

será destinado à outra entidade de fins não econômicos

prevista no estatuto ou, se este é omisso, a qualquer entidade sem fins lucrativos municipal, estadual ou federal.

12 - FUNDAÇÕES

“Diferentemente das associações e das sociedades, as

fundações resultam, não da união de indivíduos, mas da afetação de um patrimônio, por testamento ou escritura

pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual se destina.”

Assim como as associações, as fundações não podem ter fins

lucrativos, o que não se confunde com conteúdo econômico.

FUNDAÇÃO COM FIM LUCRATIVO É IRREGULAR! A FUNDAÇÃO TEM FINALIDADE IDEAL!

A fundação não decorre do agrupamento de pessoas, como

ocorre com as associações e as sociedades. Decorre sim da afetação de um patrimônio que se personifica - CC, art. 62.

É entidade típica de quem tem muito $ - (Fundação Bradesco, Fundação Roberto Marinho).

CC, ARTIGO 62 – DOIS RÓIS

CC, Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará,

por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando,

se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para

fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. (Grifo nosso)

Art. 62 – Fundação pode ser formada por (ROL TAXATIVO):

- Escritura pública - Testamento

Art. 62, parágrafo único: Fundação pode ser formada para fins (ROL EXEMPLIFICATIVO):

- Religiosos - De assistência…

- Morais

* Esse rol de finalidades não é taxativo. Pode haver finalidade educacional, ambiental… O que não pode é qualquer finalidade

lucrativa.

Enunciados JDC:

8 – Art. 62, parágrafo único: a constituição de fundação para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio ambiente

está compreendida no CC, art. 62, parágrafo único.

9 – Art. 62, parágrafo único: o art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos.

ETAPAS PARA CRIAÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO

1. Afetação de bens livres por meio de escritura pública ou testamento (Ato de Dotação Patrimonial).

2. Criação do estatuto.

Pode ser feito pelo próprio criador – Elaboração direta. Pode ser feito por terceiro delegado pelo criador – Elaboração

fiduciária. *Art. 65, parágrafo único – Estatuto pode ser feito,

subsidiariamente, pelo MP.

CC, Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação

do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação

projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo

assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

3. Aprovação do estatuto pelo MP.

4. Registro civil no CRPJ – Apenas após o registro que a

fundação “nascerá”.

FUNDAÇÕES E MP

De acordo com o CC, art. 66, a função fiscalizatória das

fundações cabe ao Ministério Público do estado onde situadas.

CC, Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.

§1.º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal.

§2.º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

Assim, se a fundação for estadual, velará por ela o MP estadual.

Se a fundação for do DF, velará por ela o MPF ???

DF possui MP-DF??

ADI 2794, proposta pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público – CONAMP, pedia a declaração de

inconstitucionalidade do parágrafo 1º do art. 66 do CC.

Foi julgada procedente, o parágrafo foi determinado como inconstitucional e foi reconhecido que a atribuição de fiscalizar as

fundações do DF é do Ministério Público do Distrito Federal, não da Procuradoria da República (Ministério Público Federal).

*Claro que se o caso for de fundação do DF que receba verbas

da União poderá passar por fiscalização do MPF, o que não gera a

usurpação de atribuição.

FUNDAÇÕES - ALTERAÇÃO DO ESTATUTO

Atenção ao art. 67 e 68 do CC!!

Art. 67, I – quórum de 2/3 dos componentes – Novidade do CC-

02. Código de 1916 pedia maioria absoluta.

A minoria vencida, se houver, poderá impugnar a alteração na

forma do art. 68, CC – Prazo decadencial de 10 dias.

EXTINÇÃO DA FUNDAÇÃO

CC, art. 69* – O patrimônio da fundação extinta será englobado

por fundação determinada pelo juiz, fundação esta que possua a mesma finalidade.

CORPORAÇÃO X FUNDAÇÃO

Corporação = associação de pessoas (sociedade, associação) X Fundação = reunião de bens.

Corporações objetivam realizar os fins internos, determinados pelos sócios e para proveito dos mesmos. Há patrimônio, mas

este exerce um papel secundário apenas de meio para realização do objetivo final da corporação.

Fundações objetivam realizar fins externos, determinados pelo

instituidor. O patrimônio é o elemento essencial.

13 - SOCIEDADES

“A sociedade é espécie de corporação, dotada de personalidade

jurídica própria, e instituída por meio de contrato social (art. 981), com a precípua finalidade de exercer atividade econômica

e partilhar lucros.”

SOCIEDADE = Atividade econômica + Divisão de lucros

Busca do proveito econômico.

SOCIEDADES – ANTIGA DIVISÃO.

As sociedades ERAM divididas em:

- Sociedades Comerciais ou Mercantis - Sociedades Civis

Ambas objetivavam o lucro, mas, à luz da teoria francesa, as

sociedades comerciais agiam com “atos de comércio”, os quais não eram característicos das sociedades civis.

Hoje não existe mais tal diferenciação.

O comerciante, desde o séc. XX, é considerado “empresário”.

SOCIEDADES – Divisão atual

HOJE as sociedades são divididas em:

- Sociedades empresárias - Sociedades simples

Ambas possuem seu regramento determinado pelo art. 982 do

CC.

CC, Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de

atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-

se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

*Atenção! O termo correto é “Sociedades empresárias”, não

“Sociedades empresariais”. Empresariais é atividade, não característica.

13.1 - SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

Embora aproximem-se das antigas sociedades mercantis, não

são as mesmas.

CC, Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil

das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um

dos tipos de sociedade empresária.

É uma sociedade tipicamente capitalista! Quem presta a atividade diretamente não são os sócios. Estes apenas analisam

e decidem quanto a fatores de produção (capital, tecnologia, trabalho, matéria prima, mão de obra…). Não há pessoalidade

na prestação do serviço.

Exemplo: Indústrias.

O registro será feito no Registro Público de Empresas Mercantis

a cargo das Juntas Comerciais.

Está submetida à Lei de falências e recuperação de crédito.

Toda Sociedade Anônima é empresária.

13.2 - SOCIEDADES SIMPLES

Sociedade simples é aquela que se caracteriza pela realização pessoal do trabalho pelos próprios sócios. Quem presta a

atividade ou coordena diretamente é o próprio sócio, havendo, portanto, grande pessoalidade.

Não será registrada em Registro Público de Empresas Mercantis

a cargo das Juntas Comerciais, e sim no CRPJ.

Exemplos: Prestadores de serviço (médicos que formam uma

clínica, advogados…).

Segundo o CC 2002, toda cooperativa é sociedade simples. *Até a entrada em vigor do Código Civil de 2002, as

cooperativas eram registradas na junta comercial, mas hoje, de acordo com a posição majoritária, devem ser registradas no

CRPJ. A posição minoritária continua determinando que as cooperativas devem ser registradas nas juntas comerciais sob a

alegação de que a Lei das Cooperativas é lei anterior ao CC, mas é lei especial e portanto não foi alterada pelo CC.

CC 2002 Lei das Cooperativas

CC, Art. 982, Parágrafo

único. Independentemente de seu objeto, considera-se

empresária a sociedade por

ações; e, simples, a cooperativa.

Lei 5764/71, Art. 18, § 6º Arquivados os documentos na

Junta Comercial e feita a respectiva publicação, a

cooperativa adquire personalidade jurídica,

tornando-se apta a funcionar.

13.3 - ART. 977 - SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES

O Código Civil estabelece em seu artigo 977 uma série de restrições à sociedade entre cônjuges.

CC, Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação

obrigatória.

Tal artigo permanece em vigor, mas para parte da doutrina é inconstitucional, pois fere o princípio da isonomia. Tais

restrições se embasam na presunção de fraude ao regime de bens e fraude não deve ser presumida.

O parecer nº 125/2003 do DNRC (Departamento Nacional de

Registro de Comércio) determinou que o art. 977 não será aplicável às sociedades anteriores ao Novo Código Civil.

14 - EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

Pode ocorrer por:

- Dissolução convencional - Dissolução administrativa

- Dissolução judicial

A dissolução convencional ocorre geralmente nos casos de sociedades, quando os próprios sócios elaboram um distrato e

dissolvem a sociedade.

A dissolução administrativa, segundo Caio Mário, ocorre com a cassação da autorização especial de constituição e funcionamento. É

forma de dissolução extremamente específica. Exemplo: Bancos,

empresas de seguro.

A dissolução judicial ocorre por sentença. Exemplo: Dissolução proveniente de procedimento de falência. As sociedades não

submetidas à Lei de falências passarão por dissolução judicial de acordo com o art. 1.218, CPC (que é resquício do CC de 1939!!!)

15 - BENS JURÍDICOS

“É toda utilidade física ou ideal que seja objeto de um direito

subjetivo”

Assim, bem jurídico não é todo e qualquer bem. O espaço sideral, por exemplo, não é bem jurídico.

15.1 - BEM X COISA

A diferença entre bem e coisa não é pacífica na doutrina:

Orlando Gomes defende que bem é gênero e coisa é espécie. Embasa-se na doutrina alemã, segundo a qual “coisa” é sempre

objeto corpóreo, físico, material, enquanto “bem” engloba tanto as coisas quanto utilidades ideais, não materiais, como a honra, a vida,

a imagem. O CC trata o bem como gênero, tanto que seu título fala

“Dos bens” e não “Das coisas”.

Maria Helena Diniz e Silvio Salvo Venosa não concordam com Orlando Gomes e defendem que o conceito de “coisa” engloba o

conceito de “bem”

Washington de Barros defende que “coisa” e “bem” são sinônimos.

15.2 – PATRIMÔNIO JURÍDICO

Segundo Pablo Stolze:

“A doutrina clássica sustentava que o patrimônio seria a representação econômica da pessoa, com base nessa idéia

afirma-se que a natureza jurídica do patrimônio é uma universalidade de bens, direitos e obrigações.

A doutrina moderna vai além e passou a admitir o denominado “patrimônio moral da pessoa”. O conjunto dos seus direitos da

personalidade. (defendido por Carlos Alberto Bittar, Wilson Melo da Silva, Maria Helena Diniz, Clayton Reis, Rodolfo

Pamplona Filho)”

Também é polêmica a questão da quantidade de patrimônios que uma pessoa pode ter. Para Clóvis Beviláqua, o indivíduo só pode

ser titular de um único patrimônio e mesmo em caso de cônjuges

casados em comunhão universal o patrimônio é um só, mas

proveniente de dois lados (dois cônjuges).

O Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo.

O estatuto jurídico do patrimônio mínimo é a tese formada por Luiz Edson Fachin que determina que, com base no princípio da

dignidade da pessoa humana e por uma perspectiva civil e constitucional, é obrigação da legislação ordinária resguardar

para cada pessoa um mínimo de patrimônio que garanta a manutenção de uma vida digna.

É o Princípio da Dignidade Humana aplicado no campo das

relações patrimoniais.

Conteúdo mínimo do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:

1. Integridade física e psíquica

2. Liberdade e Igualdade 3. Mínimo vital (Estatuto jurídico do patrimônio mínimo)

Tal teoria é aplicada, por exemplo, nos casos de:

CC, art. 548 – Proibição da doação universal.

Normas do Bem de Família – Núcleo patrimonial protegido

da penhora.

Proteção dada aos pródigos

Lei 11.382/06 (alterou 649 CPC) - Bens móveis como

impenhoráveis

CPC, Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:

… II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que

guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; (Redação dada

pela Lei nº 11.382, de 2006). III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do

executado, salvo se de elevado valor; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). ...

Informativo 441 STJ: REsp 715.259/SP 05.08.2010 - STJ

afasta a possibilidade de penhora de bem imóvel de alto valor.

Posição contrária: Luiz Guilherme Marinoni – Aplicação da

norma princípio e não da norma regra.

15.3 – BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

São bens imóveis aqueles não passíveis de transporte sem

alteração de sua substância. Ex: Casa, terreno.

São bens móveis aqueles bens que podem ser transportados, que podem mudar de lugar sem alteração de sua substância.

Ex: geladeira.

São bens semoventes aqueles bens móveis que possuem capacidade de movimento próprio. Ex: Um gato, um cachorro.

15.3.1 - Bens Imóveis

CC, Art. 79 – São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

De acordo com o art. 79 do CC, incorpora-se como bem imóvel,

a casa, o solo, a árvore que nasceu sem a intenção humana… A natureza jurídica dessa árvore também será de bem imóvel.

*Antigamente se considerava também como imóvel o bem incorporado por acessão intelectual: bens empregados no imóvel,

aqueles bens cujo proprietário tinha a intenção de incorporar no imóvel, empregar no imóvel, como maquinário agrícola, trator,

escada de incêndio.

Hoje, a doutrina moderna entende que os bens imóveis incorporados por acessão intelectual não existem mais, são

considerados bens móveis – Enunciado nº 11 da I Jornada de Direito Civil.

11– Art. 79: não persiste no novo sistema legislativo a categoria dos bens imóveis por acessão intelectual, não

obstante a expressão “tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”, constante da parte final do art. 79 do CC.

CC, Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

CC, art. 80, II - considera como bem imóvel o direito à

sucessão aberta.

Assim, o direito à herança tem natureza imobiliária. A intenção

da lei nessa determinação é tornar mais dificultosa, menos passível de fraude, os atos relacionados à sucessão aberta.

Deriva disso, por exemplo, a exigência da outorga uxória do

cônjuge do renunciante para que proceda à renúncia. Como a renúncia trata de sucessão aberta e esta é considerada bem imóvel,

terá seus procedimentos comparáveis ao de uma alienação de bem imóvel, a qual exige a referida outorga.

Diz Pablo Stolze:

“A doutrina brasileira é forte no sentido (Francisco Cahali) de

que, por ter natureza imobiliária, a renúncia dos direito hereditários é cercada de formalismos (escritura pública,

outorga uxória do cônjuge do renunciante que não for casado em separação de bens)”.

Para Pablo Stolze, essa outorga é necessária apenas para a

renúncia translativa, não sendo exigida para a renúncia abdicativa.

Comparando os artigos 81, II, que trata de bens imóveis e 84,

que trata de bens móveis:

CC, Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para

outro local; II – os materiais

provisoriamente separados de um prédio, para nele se

reempregarem. (Grifo nosso)

CC, Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção,enquanto não forem

empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem

essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.(Grifo nosso)

15.3.2 - Bens Móveis

CC, Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento

próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

CC, Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações

correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas

ações.

CC, art. 83, I – Considera como móveis as energias que tenham

valor econômico. São: energia biológica, energia elétrica…

*sêmen de boi

15.3.3 - Bens Fungíveis / Infungíveis

CC, art. 85:

Bens fungíveis – aqueles passíveis de substituição por outro da

mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex: $

Bens infungíveis – aqueles não passíveis de substituição. Ex: obra de arte.

15.3.4 - Bens Consumíveis / Inconsumíveis

CC, art. 86:

Bens consumíveis – bens móveis dos quais a utilização gera a

destruição imediata da própria substância. o Bens consumíveis de fato – concretamente consumíveis,

como um sanduíche. o Bens consumíveis de direito - Bens destinados à

alienação.

Bens inconsumíveis – aqueles passíveis ao uso continuado. Ex: carro, moto.

“Pode o bem consumível tornar-se inconsumível pela vontade

das partes, como um comestível ou uma garrafa de bebida rara emprestados para uma exposição. Assim também, um bem

inconsumível de fato pode transformar-se em juridicamente consumível, como os livros (que não desaparecem pelo fato de serem utilizados) colocados à venda nas prateleiras de uma

livraria” Carlos Roberto Gonçalves

15.3.5 - Bens Divisíveis / Indivisíveis

CC, art. 87:

Bens divisíveis – aqueles que podem ser divididos em porções

reais e distintas, sendo cada uma delas um todo real e perfeito. Ex: saca de arroz.

Bens indivisíveis – aqueles que não admitem divisão sem desvalorização ou dano. Ex: boi.

CC, art. 89:

Bens singulares – aqueles considerados em sua individualidade,

determinados por uma unidade autônoma, diferente de qualquer outra. Ex: caneta, revista, livro.

Bens coletivos ou universalidades – aqueles que formam um

conjunto homogêneo. o Universalidade de fato: um rebanho ou uma biblioteca

o Universalidade de direito: a herança, o patrimônio, o qual, como já vimos, é uma universalidade jurídica que

engloba inclusive os direitos da personalidade, segundo a

doutrina moderna.

15.4 – BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

CC, Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do

principal.

- Bem principal – A árvore em relação ao fruto, a vaca em

relação ao bezerro

- Bem acessório – O fruto em relação à árvore, o bezerro

em relação à vaca.

15.4.1 - Bens Acessórios

São considerados bens acessórios:

Os frutos

Os produtos Os rendimentos

As pertenças As benfeitorias

As partes integrantes

Para a doutrina moderna, a exemplo de Cristiano Chaves e

Nelson Rosenvald, as pertenças e as partes integrantes não constituem bens acessórios:

Outrossim, é de se explicitar que as pertenças não constituem bens acessórios, não seguindo a regra da gravitação jurídica. Por isso, ao ser adquirido um apartamento, não se presume

incluído no preço o aparelho de ar condicionado. Tampouco a aquisição de um automóvel faz presumir que o adquirente tem

direito ao aparelho de som. Também as partes integrantes não são acessórios, pois constituem elementos componentes do próprio bem principal.

É de se concluir, então, que a legislação civil cuida das pertenças das partes integrantes e dos bens acessórios com

autonomia, dedicando a cada espécie regras próprias, a partir de sua destinação, não havendo relação de gênero e espécie.

Para corroborar esta posição, mais uma vez, vale invocar o

esclarecedor escólio de Marcelo Junqueira Calixto: “temos então que o Código determina a ocorrência de três situações

jurídicas, uma para as partes integrantes, outra para as pertenças e outra para os bens acessórios. As primeiras (partes integrantes) estão irremediavelmente ligadas ao bem, não

sendo objeto de relações jurídicas próprias, salvo a exceção do art. 95. As segundas (pertenças) podem ser destacadas do

bem principal, podendo, portanto, ser objeto de relações jurídicas próprias, sendo que, como regra, não seguem a sorte do bem principal. Os bens acessórios, entendidos como aqueles

que não se enquadram no conceito de partes integrantes nem no de pertença (exemplo é o fruto percebido e não empregado

na destinação econômica do principal), podem ser objeto de negócios jurídicos autônomos, mas, como regra, seguem a sorte do bem principal. Isto é decorrência do citado princípio da

gravitação jurídica que, embora não esteja mais expresso, decorre do sistema mantido pelo novo Código.

Exemplo de concurso público que adotou posição contrária:

Concurso para Juiz de Direito Substituto – Estado do Piauí 2007

Questão 23 - Com relação aos bens, julgue os itens a seguir.

I Os bens móveis fungíveis podem ser objeto dos contratos de mútuo, por serem passíveis de substituição por outro bem da mesma espécie, qualidade e quantidade, seja por vontade das

partes ou por serem naturalmente fungíveis.

II São bens imóveis por natureza o solo e tudo aquilo que é a

ele aderente em estado de natureza, isto é, o que não é resultante do trabalho da cultura do homem. São bens imóveis por acessão física as árvores destinadas ao corte, os arbustos,

as sementes lançadas à terra ou qualquer planta fixada ao solo

pelas raízes, cuja existência resulta da ação do homem.

III Os frutos e os produtos são considerados bens acessórios,

que advêm do bem principal. A percepção dos frutos não causa a destruição da coisa principal, mas a percepção ou extração dos produtos diminui a existência e a substância do bem

principal. As pertenças também são bens acessórios, sendo que elas não são partes integrantes do bem principal,

mas o embelezam ou lhe são úteis.

IV Denomina-se bem de família voluntário o único bem que a família possuir e nele residir. Esse bem é inalienável e

impenhorável, independentemente de qualquer registro, e não responderá por qualquer dívida, por ser coisa fora do comércio.

Entretanto, a família pode renunciar a essa proteção ao bem, bastando, para isso, indicá-lo para penhora em ação de execução.

V A alienação dos bens públicos de uso comum do povo e dos de uso especial dependerá de prévia alteração de sua natureza

jurídica, segundo lei específica. Assim, os bens públicos suscetíveis de valoração patrimonial podem perder a

inalienabilidade que lhes é peculiar, pelo instituto da desafetação.

Estão certos apenas os itens

A I, II e IV.

B I, III e V.

C I, IV e V.

D II, III e IV.

E II, III e V.

Gabarito: B

15.4.1.1 - Frutos

Os frutos são as utilidades renováveis, aquilo que o principal produz periodicamente, sendo que esta produção não diminui a

essência da coisa principal. Os frutos encontram seu cerne na “renovação”. Exemplos: frutas, verduras…

São classificados quanto à natureza e quanto ao vínculo com a

coisa principal.

– Quanto à natureza os frutos se classificam em:

Naturais – produzidos naturalmente pela coisa principal,

sem a intervenção direta do homem (frutas),

Industriais – Provenientes da atividade industrial humana

(manufaturas),

Civis – Aquilo que a coisa principal produz periodicamente

e que gera uma renda (juros, aluguel).

– Quanto ao vínculo com a coisa principal, ou quanto ao seu

estado, se classificam em:

Colhidos ou percebidos – Existentes, mas já arrancados, destacados da coisa principal,

Pendentes - Ainda ligados à coisa principal, unidos à

coisa que os produziu,

Percipiendos – Aqueles que deveriam ter sido colhidos,

percebidos, mas não foram,

Estantes – Já colhidos, mas que estão estocados ou

acondicionados para a venda,

Consumidos – Não existem mais por que já foram

utilizados.

15.4.1.2 - Produtos

Os produtos são as utilidades não renováveis, aquelas cuja

produção diminui a essência da coisa principal. Ex: carvão retirado de mina esgotável.

Nunca confundir FRUTO e PRODUTO. O cerne se encontra na renovação.

Fruto – Renovável

Produto - Não renovável

15.4.1.3 - Rendimentos

Os rendimentos são os típicos frutos civis, aqueles produzidos

periodicamente pela coisa principal e que geram renda – Juros, aluguel.

15.4.1.4 - Pertenças

As pertenças constituem categoria nova introduzida pelo CC.

São os bens móveis que não são partes integrantes (como os frutos,

os produtos e as benfeitorias), mas que se integram à coisa principal.

Não fazem parte daquela, não integram a sua estrutura, mas estão acopladas permanentemente à coisa principal, facilitando a sua

utilização ou a ornamentando.

Ex: Ar condicionado, caixas de som da sala de aula, tratores de

uma fazenda, objetos de decoração de uma casa – Art. 93*

CC, Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

Nunca confundir pertença com parte integrante!

Art. 94* - No caso específico desse bem acessório, foge-se à regra de que o “acessório segue o principal”.

CC, Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das

circunstâncias do caso.

15.4.1.5 - Benfeitorias

As benfeitorias são todas as obras produzidas pelo homem na

estrutura da coisa principal com o objetivo de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la.

– Conservá-la ou evitar que se deteriore – Benfeitoria

necessária. Abrangem também os atos realizados para permitir a normal exploração econômica do bem. Ex: Reforma de uma viga,

adubação. ... Os custos de conservação jurídica e física do bem como pagamento de tributos, gastos com processos demarcatórios e

divisórios, adubação de terreno e ração para animais são benfeitorias necessárias, compreendidas no sentido amplo de

despesas essenciais à conservação física ou integridade jurídica da coisa. CC/NR

– Melhorá-la – Benfeitoria útil. Aquelas que aumentam ou facilitam o uso da coisa principal. Ex: Aumento da entrada de uma

garagem, instalação de aparelhos hidráulicos, cobertura de uma garagem.

– Embelezá-la – Benfeitoria voluptuária. Aquelas feitas para o mero prazer, que, mesmo aumentando o valor ou tornando-a mais

agradável, não aumentam o uso habitual da coisa principal. Ex:

Jardins, fontes, esculturas talhadas na parede.

Benfeitoria é bem acessório, mas toda benfeitoria é artificial!

Não existe benfeitoria natural!

Benfeitoria é diferente de acessão!

Acessões industriais ou artificiais (Arts. 1.253 a 1.259 CC) são

formas de aquisição da propriedade imóvel. São construções e plantações, são obras que geram coisas novas, diversas da coisa

principal. Coisas que aumentam o volume da coisa principal. Não são bens acessórios.

Já as benfeitorias são obras feitas em estrutura que já está

pronta, não visa o aumento do bem.

Um curral, assim como uma laje não são exemplos de

benfeitoria, mas de acessão.

Benfeitoria – Caráter COMPLEMENTAR, de melhoramento. Acessão – Caráter INOVADOR.

Esclarece Francisco Amaral que as acessões são modo

originário de aquisição da propriedade imobiliária, não criando, tecnicamente, um bem acessório, pois se destinam a aumentar o volume ou valor da coisa, ao revés das benfeitorias , que

possuem a mera intenção de melhoramento. Ou seja, o traço distintivo repousa sobre a funcionalidade da coisa. Se é

destinada a aumentar o conteúdo da própria coisa, trata-se de acessão (exemplo a construção de uma casa sobre um terreno), mas, se propende a melhorar o que já existe, será

benfeitoria (como na hipótese da colocação de cercas em uma fazenda de gado). Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald

A benfeitoria também não se confunde com a especificação

(Forma originária de aquisição de bem móvel – CC, Arts. 1.269 a 1.271). Assim, não é benfeitoria a pintura em relação à tela, a

escultura em relação à matéria-prima, a escritura e qualquer outro trabalho gráfico em relação à matéria-prima que os recebe.

15.4.1.6 - Partes integrantes

As partes integrantes integram completamente a coisa principal

de forma que a separação prejudicaria o normal andamento do todo,

da coisa principal. Exemplo: A lâmpada em relação ao lustre, a corda

em relação ao violão.

Nunca confundir com pertença!

15.5 – BENS PÚBLICOS E PARTICULARES

Diferenciação feita de acordo com o titular do domínio:

– Se bens de uso comum do povo, uso especial e dominicais – Bens Públicos.

– Se não dentre aqueles, bens particulares.

*Arts. 98 a 103, CC - Diz o En. 287 da IV Jornada de Direito

Civil:

287 – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens

públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja

afetado à prestação de serviços públicos.

Bens públicos – Classificação:

A classificação dos bens públicos se dá de acordo com a destinação e os divide em 3 espécies:

Bens de uso comum do povo – Rios, mares, estradas, praças – Aqueles que podem ser usados por qualquer pessoa, sem maiores

formalidades.

São bens do DOMÍNIO PÚBLICO DO ESTADO, INALIENÁVEIS enquanto conservarem a classificação e NÃO PASSÍVEIS DE

USUCAPIÃO.

Pode o poder público regulamentar seu uso ou torná-lo oneroso

(pedágio) sem que perca sua característica de bem de uso comum do povo. O povo não detém o domínio de tais bens, apenas o

direito de usá-los e, inclusive, questiona-se até mesmo se a pessoa jurídica de direito público possui o domínio de tais bens,

analisando como um domínio especial, uma “propriedade sui generis” um poder de guarda, administração e fiscalização, um

poder de gestão, não um direito de propriedade.

Bens de uso especial – edifícios ou terrenos destinados a serviço

ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

São aqueles bens de DOMÍNIO PÚBLICO DO ESTADO especialmente destinados à execução dos serviços públicos.

São INALIENÁVEIS enquanto conservarem a classificação e NÃO

PASSÍVEIS DE USUCAPIÃO.

Bens dominicais – aqueles que constituem o patrimônio das

pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades, assim como os

bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado, salvo lei em contrário.

São bens de DOMÍNIO PRIVADO DO ESTADO, agindo este como

proprietário. São as terras devolutas, as estradas de ferro, oficinas

e fazendas de propriedade do Estado.

PODEM SER ALIENADOS observadas as exigências da lei (contanto que não sejam afetados à finalidade pública específica, caso em

que serão inalienáveis) e NÃO SÃO PASSÍVEIS DE USUCAPIÃO.