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ESPECIAL LINHAS DE EMPENHO EUROPA Barcelona 2019Peregrinos da nossa época…nas pegadas de Dom Bosco

Publicação enviada gratuitamente aos associados

união • Nº 5-6 • Julho-Agosto 2019 • ano 99ºRegist. del Trib. di Roma n. 552/97 del 10.10.1997 - nuova serie - Iscriz. R.N.S. ID750

Associato Unione Stampa Periodica Italiana

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Editor:Confederação MundialEx-alunas/os das F.M.A.

Redação:Director responsávelConcetta Apolito Zecchino

Vice-directorAnna Maria Musso Freni

Grupo redaçãoA. M. Musso FreniCristiana Mariani CasiraghiGabriela PatiñoGianni RadaelliLaura Pollino RavarinoLorenzo Trapassi

Colaboraram neste número:Antonio Martinelli SDBMaria Rosa OlivellaAlessandro CiqueraRaffaela Messina

Serviço gráficaCristiana Mariani Casiraghi

Secretaria, administração e envioMarta Bovese FerrariGiuliana Ceccarelli MossiniElena Mattiacci Fioravanti

Traduções:Ana Margarida Pires: português

Tipolitografia:Istituto Salesiano Pio XI Via Umbertide, 11 - 00181 Romae-mail: tipolito@donbosco.it

n o n°. 5-6 2019, è statoofoi entregue aos correios a 20 maio 2019

n Este número foi imprimidono mês de julho de 2019

Sum

ário

No príncipio a Palavra Façam aquilo que vos dirà

O espírito de Deus flutuava... Génesis 1,1 5Espírito Santo de A. Martinelli 6

Santos em caminhoDorotea a primeira Cooperadora Salesiana de M.B. Olivella 8

A procura dos valores de G. Patiño 10

Caminhamos juntos No Carisma dos Fundadores

Um pensamento para viverO comentário do diretor

Tornar o silêncio palavra de C. Apolito 4

“Peregrinos da nossa época nas pegadas de Dom Bosco”Resumo da saudação da Madre Yvonne 11Carisma Salesiano e transformação da sociedade europeia de M.A.G. Maimar 12Como Dom Bosco e Madre Mazzarello mudaram a minha vida de M.A. Pavon 13Também em Barcelona “Ela fez tudo” de L. Pollino 14BARCELONA Sensações e impressões 16Em BARCELONA nas pegadas de Dom Bosco 19Peregrinos da nossa época de D. Castelletti 20... nas pegadas de Dom Bosco de L. Motta 21

Álbum de família em Barcelona 22Boas acções de vida experiências de ex-alunos 24MOÇÕES FINAIS 27

ESPECIAL LINHAS DE EMPENHO EUROPA 2019/21

As mãos no mundo Empenho sem fronteiras

A grande mentira da violência de A. Ciquera 28Nem um a menos Onlus - Projetos 29Ler é uma aventura

Quo Vadis? escrito por L. Trapassi 30

A Família torna-se naquilo que és Explorar o mundo das relações

Adopção: escolha de amor de R. Messina 31

Terceiro Milénio O presente que é já futuro

Créditos Finais As mulheres que mudaram a história de C. Mariani 32Eu não desperdiço: reutilizo 34

de M. Maghini 3Uma Ex-Aluna Especial: Madre Antonia Colombo

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Uma Ex-Aluna Especial: Madre Antonia Colombo

Queridas/os,

Enquanto enviavamos o jornal para impressão,chegou-nos a notícia do desaparecimento daMadre Antonia Colombo, uma Ex-Aluna espe-cial.

Madre Antonia Colombo, Superiora Geral Emé-rita, conheceu as FMA no Oratório de Lecco e foi atraída pelo seu estilo educativo e a sua alegria.

Inscreveu-se na Universidade Católica de Milãoe como ela próprio escreveu, escolheu a facul-dade de direito para «se tornar advogada e aju-dar as pessoas mais pobres a defender os seus di-reitos humanos. Pensava, naquela altura, na es-colha profissional que me permitisse concretizaruma tarefa social ao serviço das pessoas mais ne-cessitadas, especialmente dos jovens que vivemnum contexto familiar pobre ou em risco moral».

Depois do noviciado em Contra di Missaglia, fezos votos a 6 de Agosto de 1959, no mesmo anoconseguiu a licenciatura em Direito e em 1963,na Universidade Católica de Leuven (Bélgica), alicenciatura em Psicologia Aplicada.

Em 1996, foi eleita Madre Geral do Instituto, de-pois reeleita para outro sexénio em 2002.

Em 1997, recebeu o prémio Marisa Bellisariocom a seguinte motivação: “Pela sua particularsensibilidade pelos problemas femininos, mani-festada já nos anos em que foi Presidente da Faculdade Pontífica das Ciências da Educação“Auxilium”, e que inspirou as suas numerosas

publicações, pesquisas e relações com organis-mos religiosos e laicos empenhados nos temasda mulher, a começar pela educação”.

Na sua animação, Madre Antonia favoreceu oempenho por uma cidadania ativa e promoveuuma modalidade circular de animação, comocondição para valorizar os recursos de cada pes-soa e como testemunha de comunhão. Encora-jou as comunidades educativas a serem labora-tórios de vida e de reciprocidade através das re-lações educativas. Defendeu a importância deeducar dentro dos valores de solidariedade paraajudar na construção de uma convivência huma-na no caminho da civilização do amor e da pazenraizadas nos valores do Evangelho. Humanizara cultura e as relações à luz da mensagem de Je-sus e do carisma salesiano não era um slogan pa-ra Madre Antonia, mas um empenho específicoque identificava a sua missão de Mãe e de guiade formação.

Madre Antonia chegou à meta e agora pensamosnela feliz na alegria de Deus para sempre lem-brando-se de todas nós ex- Alunas/os do mundo,de quem gostou muito, sendo ela própria umaex- aluna.

Que a Madre Yvonne e todas as Irmãs do Insti-tuto das FMA, nos sintam próximas com o afetoe a oração.

Maria MaghiniPresidente Confederal

P.S. Quem tiver uma lembrança ou um testemunhopode enviá-la para: unione@exallievefma.org

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Estamos de tal maneira envolvidos no absurdodos ruídos que falar de silêncio é um paradoxo,é anacreontístico nesta altura onde o próprio ho-mem é produtor de barulho. A estrada, os Cen-tros Comerciais, as nossas casas, as próprias igre-jas, às vezes as nossas palavras tornam-se espaçosonde o barulho é soberano: precisamos de “ou-vir” o barulho e não de “escutar” o silêncio. Damanhã à noite tornamo-nos escravos do barulhoe a própria palavra, aquela falada e não a falante,tornou-se barulhenta. Uma canção moderna dizrepetidamente “antes de falar pensa, fica só uminstante, mais um instante com a cabeça entre asmãos”, é um grito de alarme que nos convida anão deitar fora palavras, palavras, palavras vazias,piegas, banais, produzidas só por um movimentopaleatal mais do que das sinapses cerebrais. Te-mos que recuperar o falar autêntico, mas com aexpansão dos barulhos diminuiu a dimensão dosilêncio e o homem contemporâneo, com a mor-te do silêncio, sofreu também a morte da palavra.

Claro que, para educarmos ao silêncio é precisocomeçar a ficar calados, a disciplinar a língua,mas não chega, porque fazer silêncio não é sónão falar. Podemos estar calados e ser barulhen-tos. Por exemplo, pensemos numa pessoa aonosso lado que está em silêncio, mas, dentroguarda rancor, ressentimento, este é um silêncioque doí, que tem a dimensão de negatividade.O silêncio não é um vazio, requer um exercíciocontínuo, um exercício que permite, a quem per-severa, de recuperar os valores mais profundos.É no silêncio que nos podemos encontrar a nóspróprios e ao nosso verdadeiro eu que está vira-do para o nosso infinito. Então as palavras quenascem do silêncio são calmas, são bonitas, sãoverdadeiras, cheias de significado, cheias deDeus. Aprendi a descobrir a beleza do silêncioem Avigliana, uma casa de Espiritualidade Sale-siana, onde o nosso Dom Florenzo nos acompa-nhou durante o retiro a descobrir o silêncio da Criação, o silêncio cósmico que nos permiteentrar em sintonia com a transcendência. Umaexperiência que nos torna mais humanos e mais divinos!

Fazer silêncio para “escutar” …“É mesmo no silêncio exterior, mas sobretudo na-quele interior, que ele (Celestino V) consegue sentira voz de Deus, capaz de orientar a sua vida... Carosirmãos e irmãs não tenhamos medo de fazer silên-cio dentro e fora de nós, se queremos ser capazesnão só de persentir a voz de Deus, mas também avoz de quem está ao nosso lado, a voz dos outros.(Bento XVI, domingo 4 de Julho de 2010).

Concetta Apolito

Um pensamento para viver

O comentário do diretor

Tornar o silêncio palavra

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No princípio a PalavraFaçam aquilo que vos dirá

O espírito de Deus flutuava na superfície das águas

Génesis 1,1-25

Esta frase magistral traz a esperança de volta e restabelece a ordem destruída pelo caos e pelo mal, para nos lembrar que a ordem em que o homem pode viver,

tem origens divinas  Transcrito do Evangelho.

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ESPÍRITO SANTO a fonte da Santidadede Antonio Martinelli *

Não existem só perigos e inimigos no caminho da santidade. Existem ajudas e apoios seguros para poder continuar rapidamente.O ponto de referência é o Espírito Santo. Sem o Espírito Santo seria vão o nosso esforço!A santidade cristã não é antes de mais obra nossa, mas é fruto da docilidade – desejada e cultivada – ao Espírito.

Com o Pentecostes inicia a Histó-ria da santidade cristã, porque oEspírito Santo é a fonte da santi-dade, que é a vocação de todos.Desde o dia de Pentecostes atéhoje esta santidade, cuja pleni-tude é Cristo, é doada a todosaqueles que se abrem à ação doEspírito Santo e se esforçam parase tornarem dóceis para comEle. É o Espírito que nos faz sen-tir uma alegria plena e vindo anós abre os nossos corações àesperança e estimula e favoreceo amadurecimento interior narelação com Deus e com o pró-ximo.O Catecismo da Igreja Católicalembra-nos: “Por meio da forçado Espírito Santo, nós participamos na paixão deCristo morrendo para o pecado, e na sua Ressur-reição nascemos para uma nova vida; somos mem-bros do seu corpo que é a Igreja, ramos enxertadosna Videira que é Ele próprio.Através do Espírito, todos nós somos chamados a serparticipantes de Deus. Começamos a fazer parte danatureza divina mediante a participação com Espírito.Eis porque o Espírito diviniza aqueles nos quais elese apresenta”.Portanto a santidade tem a sua última raiz principalna graça batismal, ao sermos enxertados no mistérioPasqual de Cristo, com o qual nos é comunicado oseu Espírito, a sua vida de ressuscitado.Olho para Maria, exemplo e modelo de santidadepara todos os crentes, e à ação do Espírito na sua vidaquotidiana.

MARIA, TERRA FECUNDADA PELO ESPÍRITO PARA UMA NOVA CRIAÇÃOEscreve Mateus: “(1, 18) a origem de Jesus, O Mes-sias, foi assim: Maria, sua Mãe, estava prometidaem casamento a José, e, antes de viverem juntos,Ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo”.Os doutores da lei mostram-nos, a propósito doconto de Mateus, a possível ligação lexical com olivro de Génesis, desde o momento em que Mateusquer de facto apresentar “a génesis = o nascimen-to” de Jesus. Jesus representa o novo Adão; é o ho-mem novo que dá curso à nova história e aliança.Também Lucas (1,35) implicitamente chama o livrode Génesis, onde afirma que “o espírito de Deussoprava sobre as águas” (Génesis 1, 2) com a suaforça criadora e vivificante.Chegou o tempo da nova Criação.Maria representa a nova terra, que se tornou fecun-

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Faça o que ele lhe disserExiste depois uma “presença” que invade a tendada Demora, preparada pelo desenho do próprioDeus (Êxodo 40, 34 ss.).Existe uma “presença que já não manifesta a dis-tância e a separação entre Deus e o homem (Êxodo33, 20), mas a condescendência que torna Deuspróximo do seu povo: Ele mora no meio deles (cfr.Deuteronómio 4, 7 e 12, 5).A etapa definitiva é representada pela “presença”da glória de Deus em Cristo Jesus (cfr. João 1, 14).Deus, invisível e inacessível, em Jesus rende-seacessível, e mesmo que velado pela sua humani-dade, tem vários modos para se fazer reconheceratravés dos “sinais” que concretiza na sua vida.Maria está envolvida neste caminho da “presença”de Deus entre os seus, ensombrada pelo EspíritoSanto (cfr. Lucas 1, 35).A santidade é dom e tarefa: confirma-o o evange-lista Lucas, contando-nos a história de Zaqueu.A santidade é acolher Jesus que passa, é deixar-seolhar por Ele fazendo verdades, é acolhê-lo na pró-pria casa, é começar um caminho de conversão dodesejo entrando na lógica do dom.Neste sentido, o desafio é passar da reivindicaçãoda gestão do encontro com Deus à disponibilidadea ser alcançados por Ele e levados por Ele mais paraalém daquilo que imaginavam. É deixar agir o Espírito dentro de nós.

MARIA TRANSPARÊNCIA PESSOAL AO MISTÉRIO DO ESPÍRITOMaria quando chegou ao final do seu caminho como Senhor Jesus, seu Filho, encontra-se ligada a umacomunidade, aquela do Pentecoste, isto é, ligada àIgreja nascente.Antes na Anunciação, depois no Pentecoste, Mariapara ser colaboradora responsável do Pai e mãe doFilho e dos novos filhos deve fazer-se “transparênciapessoal” ao mistério do Espírito, da qual se torna sím-bolo vivo. Para conhecer a atividade do Espírito, para discerniros sinais da sua força e da sua esperança escatológica,devemos fixar-nos em Maria.Não se está em caminho na rua da santidade sem aintervenção e a ajuda do Espírito.

* SDB

da pelo Espírito de Deus, porque, tornando-se fér-til, oferece ao mundo o homem novo.“Nada é impossível a Deus” (Lucas 1, 37), nem a es-terilidade de Elizabete, nem a virgindade de Maria.A intervenção do Espírito vence todos os ob-stáculos.O crente recebeu e recebe sempre o dom do Espí-rito, através dos sacramentos e dos dons do próprioEspírito, para realizar a vocação à santidade. Esque-cer o Espírito na própria existência diária é esque-cer o empenho que assumimos com o batizado,com a confirmação, com a penitência, com a ora-ção. “Vem Espírito Santo, enche o coração dos teusfiéis e acende neles o fogo do teu amor”.A parábola do semeador que espalha abundante-mente a semente aplica-se corretamente ao Espíri-to Santo, espalhado no coração do homem: en-contrando um terreno fecundo florescerá comosantidade.É o Espírito que vindo a nós abre os nossos coraçõesà esperança e estimula e favorece o amadureci-mento interior na relação com Deus e com o pró-ximo. É o que nos diz São Paulo: «O fruto do Espí-rito é amor, alegria, paz, magnanimidade, bondade,fidelidade, clemência, domínio de si».«O Espírito Santo arrasta-nos, faz-nos continuar emfrente no caminho da santidade».Papa Francisco exprime-se assim: «Para dizê-lo cla-ramente: o Espírito Santo chateia-nos. Porque nosmexe, nos faz caminhar, arrasta a Igreja para conti-nuar em frente. Queremos que o Espírito Santo nosalivie. Queremos domesticar o Espírito Santo. E issonão está bem. Porque Ele é Deus e Ele é aquelevento que vai e vem e não sabes de onde. É a forçade Deus, é aquilo que nos dá a consolação e a forçapara continuar em frente. E isto chateia. Não pôrresistência ao Espírito Santo: é esta a graça que eugostaria que todos nós pedíssemos ao Senhor: a do-cilidade ao Espírito Santo, àquele Espírito que vemde nós e nos faz continuar em frente no caminhoda santidade».

MARIA INABITADA PELO ESPÍRITO PARA UMA NOVA PRESENÇA DO SENHOR ENTRE OS SEUS.Existe uma “presença” de Deus que se manifesta comos sinais das grandes teofanias (cfr. Êxodo 24, 16).

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de Maria Rosa Olivella *

SSantos em caminhoDOROTEA a primeira Cooperadora Salesiana

A S.ra Dorotea di Chopitea é uma figura central no começo do carisma salesiano em Espanha, concretamente em Barcelona. Certamente que a conhecemos mal.Hoje temos a ocasião de descobrir esta grande pessoa, esta mulher do olhar profundo e de ação profética. Sem a sua intervenção a cidade não teria sido a mesma.

Algumas notas biográficasDorotea di Chopitea e de Villota nasceu no Chile a 4de Junho de 1816. Pedro Nicolás Chopitea, origináriode Lequeito (Vizcaya), emigrou para o Chile em1790. Casou com Isabel Villota, uma jovem crioula.Formaram uma família rica de bens e virtude cristã,empenhada em usar as próprias riquezas para bene-fício das pessoas pobres das redondezas. Deus aben-çoou a casa de Pedro e Isabel com muitos filhos. Do-rotea foi uma das últimas a chegar.Naqueles anos os chilenos começavam a desejar a in-dependência da Espanha, que obtiveram em 1881.Em 1881, depois das agitações políticas que podiamatingir os filhos mais velhos, Dom Pedro decidiu voltarpara a Espanha. Escolheu a cidade de Barcelona parase estabelecer e começar uma nova vida. No séculoXIX, Barcelona era uma cidade em plena expansão in-dustrial (empresas têxteis, metalúrgicas), cultural (mo-dernismo na arquitetura) e espiritual.

Dorotea só tinha três anos quando chegou à cida-de. A Rua Montcada, onde a família vivia, e a Igrejade Santa Maria do Mar foram os lugares da sua infân-cia e juventude.Aos treze anos, aconselhada pela sua irmã Josefina,escolheu como guia espiritual o sacerdote PedroNaudó que foi durante 50 anos o seu confessor e oseu conselheiro nos momentos mais delicados e difí-ceis. Foi educada na gentileza, na coragem e na ca-pacidade de separar o coração das “riquezas”. Rece-beu a educação que se dava às raparigas das famíliasricas da época.Em 1832, com só dezasseis anos, casou José MaríaSerra que pertencia a outra família de emigrados doChile, comerciantes ativos. A família de Dorotea vol-tou para o Chile, mas ela decidiu antecipar o casa-mento e ficar em Barcelona. Era uma jovem alta, decarater forte e decidido e madura. O “amar-te-ei para

sempre” jurado pelos noivos diante de Deus desen-volveu-se numa carinhosa e sólida vida matrimonialalegrada por seis filhas: Dolores, Ana María, Isabel,María Luisa, María Jesús e Carmen.Cinquenta anos depois o Sr. Serra disse: “O nossoamor cresceu de dia para dia”.

O trabalho e a boa sorte de José María nos negó-cios, trouxeram uma notável prosperidade económi-ca à família. Serra foi um dos fundadores do Bancode Barcelona e da importante empresa metalúrgicaLa Macchinista Marítima e Terrestre, em 1855. A ri-queza permitiu-lhes construir uma grande casa naGran Via em 1870, quando foram destruídas as anti-gas muralhas da cidade.Apesar da sua posição social, Dorotea não deixou deviver uma autêntica espiritualidade evangélica, e con-cretizou uma intensa atividade social para com asclasses humildes e em benefício da Igreja.

O seu dia: levantava-se às 5:30 e dedicava algumashoras à oração na igreja do Sagrado Coração. Era or-ganizada e organizadora, ativa e decidida.

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Santos em caminhoTrabalhava sempre, até durante as férias. O dia pas-sava-se entre a casa e o escritório: de manhã, cartas,livros de contas, compras, pagamentos e recupera-ção de créditos. Planeava a distribuição dos recur-sos: esmolas, lares, bolsas de estudo... Consumia oalmoço com a família e dedicava a tarde a coser len-çóis e roupas para os órfãos e criar decorações deigreja. Visitava as direções, as autoridades e os for-necedores responsáveis pelos centros. Finalmentechegava o momento para a leitura e o rosário dejoelhos, até às 11 da noite. A sua casa era formadapor uma grande companhia familiar: marido, filhas,pessoal de serviço e sobretudo os pobres. Criouuma grande rede de relações.Dorotea é a senhora da casa e a inteligente colega domarido. Está ao seu lado em todos os momentos eacompanha-o nas viagens à Rússia, a Roma, onde foirecebida pelo Papa Leão XIII.Os empregados da casa sentem-se parte da família eela está ao lado deles quando adoecem e dá ordena-dos superiores ao normal.

Os seus bens: sendo milionária, tornou-se pobre poramor a Cristo e pelos pobres. Empenhava-se nos ne-gócios e nos investimentos porque, se estes funciona-vam bem, podia dedicar os bens às instituições so-ciais. Soube levar avante uma administração rigorosa,com muito sacrifício e empenho. Era poupada e aus-tera, discreta e meticulosa, muito carinhosa, fazia-seamar. Sabia ser discreta, frequentemente ficava noanonimato, não queria ser fotografada.

A vocação: a sua vida foi uma resposta a Deus domais profundo. Cristo era o centro da sua vida decontemplação amorosa e da sua ação social. De ca-rater forte e intencional, vivia semprena presença de Deus. De1882, depois da morte domarido, até 1891 continuousozinha a gestão comercial,cansada e oprimida porquequeria construir uma Cidadepara todos, formar os mais po-bres para que se pudessem de-fender com as suas forças. Tu-do por amor aos outros e poramor a Deus.Com a eficácia da sua gestão ea sua incansável ação e empe-

nho, conseguiu pessoalmente pôr a funcionar muitasinstituições. Era conhecida como “a mãe dos pobres”.

A sua obra:Dorotea usou dois instrumentos: o traba-lho e a fé. Foi uma mulher que olhava profundamentepara o ambiente, para as necessidades das pessoas euma mulher de ação profética porque agia com duascaraterísticas: não entregava só os meios económicos,mas doava-se a si própria; não dava esmola, mas cria-va instituições educativas e sanitárias para que tomas-sem conta principalmente das necessidades educati-vas e morais dos mais pobres em Barcelona. Fundouos primeiros infantários para as crianças das mulheresque trabalhavam nas fábricas, que morriam prematu-ramente ou que eram abandonados. Tomava contada educação e promoção cultural das meninas e dasjovens para evitar que as filhas das famílias pobres, porfalta de formação, se tornassem jovens da má vida.Comprou terrenos para construir hospitais, estruturasde trabalho e acolhimento. Fundou igrejas, escolas,oficinas, hospitais. Em especial: uma Igreja dos Jesuí-tas e três dos Salesianos: Sarrià, Tibidabo, Rocafort;15 escolas, entre estas, duas geridas pelos SDB e umapelas FMA; 4 hospitais; 7 residências para crianças,meninas, jovens e idosos.Na sexta-feira santa de 1891, na fria igreja da MariaReparadora apanhou uma pulmonite. Tinha 75 anose perceberam logo que não conseguiria ultrapassar acrise. Dom Rinaldi correu para a sua cabeceira, eacompanhou-a nos últimos momentos. Morreu emBarcelona dia 3 de Abril de 1891, rodeada das filhas,genros e netos. As suas exéquias descansam no santuário Maria Auxiliadora de Sarrià. Foi declaradavenerável por João Paulo II a 9 de Junho de 1993.

* FMA

Legenda sobre Dorotea exposto na casa salesianade Torre Gironella

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Caminhamos juntosNo Carisma dos Fundadores

de Gabriela Patiño, FMA *

O espírito que aprofunda as suas raízes no sistema preventivo e no estilo mornesino manifesta-se com as suas caraterísticas.

La ricerca dei valori

Estatuto diz: a espiritualidade de quem adere à As-sociação exprime-se na procura dos valores quepromovem o crescimento da pessoa e contribuempara o desenvolvimento da cultura humana e civil.Dom Filipe Rinaldi, no início do século XX, porvolta de 1900, foi o confessor de muitas jovens mu-lheres do Oratório das FMA. Havia um pequenogrupo de jovens que vinham ao oratório e que de-pois de terem recebido a formação e a educaçãono Oratório queriam empenhar-se, ajudando-seuns aos outros na experiência e na divulgação dosprincípios e dos valores recebidos no Oratório.Este desejo refletia-se no primeiro regulamento daAssociação: “Manter viva a memória dos anos pas-sados no Oratório, encorajando-se a ficar nos bonsprincípios”. Estes ainda estão vivos em muitas mu-lheres e homens que fazem parte da Associaçãoporque foram formados na Casas das FMA, inde-pendentemente das suas origens religiosas, cultu-rais, sociais e étnicas. Querem partilhar, aprofundare testemunhar os valores humanos e religiosos se-guindo o Sistema Preventivo de Dom Bosco.Desta maneira, todos os Ex-Alunos e Ex-Alunaspodem, com a própria vida, onde quer que estejam,nas várias esferas de ação: na Igreja, na família, noambiente de trabalho e de estudo, no mundo políticoe social, no mundo escolar, no tempo livre e comu-nicação social, contribuir responsavelmente na afir-mação dos valores na qual se baseia a dignidade dapessoa.Como diz Papa Francisco na Christus Vivit, “Éverdade que nós membros da Igreja não devemosser tipos estranhos. Todos devem poder sentir-se ir-mãos e próximos, como os Apóstolos, que desfru-tavam «do favor de todo o povo» (At 2, 47; cfr 4,21.33; 5, 13).No entanto, ao mesmo tempo, devemos ter cora-

gem para ser diferentes, de mostrar outros sonhosque este mundo não oferece, de testemunhar a be-leza da generosidade, do serviço, da pureza, da força,do perdão, da fidelidade à própria vocação, da ora-ção, da luta pela justiça e pelo bem comum, do amorpelos pobres, da amizade social” (CV 36).Todos os valores que aprendemos na casa salesianae que nos fazem sentir próximos, irmãs e irmãos, emfamília.

Tenta identificar os valores que te distinguemcomo Ex-Aluna/o FMA. Que sonho tens como Ex-Aluna/o FMA?

* Delegada Confederal

Ó Pai do Céu, a tua bondadeentregou-me a Maria Auxiliadora

desde a minha juventude.Com a sua ajuda maternal tornou-me

capaz de enfrentar a vidacom a mentalidade de Jesus

de amar à sua maneira no Espírito Santo.

Que eu possa concretizar com Maria a tua vontademesmo nas dificuldadese acreditar sempre,

com confiança e esperança,na tua Providência.

Faz com que com a tua ajuda,todas as Ex-Alunas/os

vivam os valores salesianos e o empenho batismal.

Ámen

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“Peregrinos da nossa época nas pegadas de Dom Bosco”

ESPECIAL LINHAS DE EMPENHO EUROPA 2019/21

resumo da saudação da Madre Yvonne

Queridas, desejo que vivam uma profunda experiên-cia de encontro entre vocês, caracterizada pelo espí-rito salesiano, pela alegria da partilha criada para avossa vida pessoal e para a vida da Confederação.Barcelona foi escolhida para pôr-vos em contactocom a grande santidade salesiana em todas as suasformas. Barcelona recebeu Dom Bosco em 1886,dando-lhe honras triunfais porque soube reconhecernele o apostolado dos jovens trabalhadores, o homemtodo em Deus e todo nos jovens, especialmente dosmais pobres. Para além disso, Barcelona é a cidadede Dorotea De Chopitea, a primeira Salesiana Coo-peradora a quem começaram o processo de beatifica-ção. Durante a guerra civil espanhola a presença sale-siana sofreu um grande número de mártires. Por fim, a cidade tem uma lembrança monumental davisita de Dom Bosco: o templo do Sagrado Coração,no topo de Tibidabo.Encorajo-vos a viver as visitas que vos serão propor-cionadas como uma peregrinação. A tarefa que vosespera nestes dias é apaixonante e requer trabalho, aoquerer conjugar o carisma salesiano com a realidadeda sociedade europeia de hoje.Vêm de toda a Europa, e cada uma traz consigo hu-mores, medos, esperanças e sonhos que atravessam o próprio país. Não falo só da dimensão política eeconómica, mas aquela relativa à identidade cristã comum, e antes disso, da cultura grega e românica, a primeira que percebeu o valor da pessoa humana.Não podemos negar que somos europeus. Estaconsciência incentivou os pais fundadores da UniãoEuropeia, convencidos que só um laço forte entre to-dos os países do continente poderia afastar novas

guerras e favorecer o crescimento pacífico de todos. A cultura europeia reúne sensibilidade e valores diferentes, para além da presença de povos de origemdiferentes. Temos que considerar isto e muito mais,para elaborar as linhas de empenho.Os ambientes onde temos de ter cuidado à partesocial hoje em dia são muitos e diferentes, em espe-cial ligados aos territórios e à sua história, à evoluçãopolítica, ao acolhimento ou não das migrações, à inte-gração ou não de quem veio para a Europa à procurade condições de vida menos difíceis. O carisma salesiano adapta-se bem a esta tarefa: ca-da uma pode olhar à sua volta e questionar-se comocontribuir para tornar os jovens menos pobres, garan-tir fraternidade e apoio para quem vive nas margens,favorecer a aprendizagem da cultura, da promoçãosocial e do trabalho.Temos indicações importantes, como aquelas dadaspelo Papa Francisco: a Laudato si’, que nos chama aempenhar-nos a tomar conta da casa comum; o Amo-ris laetitia, que nos lembra o empenho para com a fa-mília e por fim a Exortação apostólica Christus vivit,que nos leva para o coração do campo preferido de Dom Bosco e de Madre Mazzarello: a educaçãodas novas gerações.Desejo-vos terem olhos e coração que saibam ver asnecessidades e procurar juntos respostas que envol-vam as pessoas e que as façam sentir protagonistas,permitindo-lhes valorizar os próprios recursos.Que a Auxiliadora, que sempre acompanhou a mis-são da Família Salesiana, vos acompanhe na vossapesquisa e vos mostre o caminho a propor à Associa-ção para os próximos anos.

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especial linhas de empenho EUroPA

CARISMA SALESIANO E TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE EUROPEIA

Resumo da relação da Ir. Maria Angeles Garcia Maimar

do medo do outro, do estranho, do receio de perderbenefícios pessoais. Na Europa nascem movimentosextremistas e populistas juntamente com perigosasnostalgias nacionalistas.O Papa recrimina que não é tempo de construir trin-cheiras, mas de trabalhar para realizar o sonho dos Paisfundadores de uma Europa unida e coesa, comunidadede povos que desejam partilhar um destino de desen-volvimento e de paz; a paz exige amor pela verdade ecriatividade. A União Europeia poderá manter-se fiel ásua palavra pela paz se mantiver a esperança e a capa-cidade de se renovar para responder às necessidades eàs expetativas dos seus cidadãos, se souber enfrentar oproblema dos grandes fluxos migratórios que muitas ve-zes acabam em tragédias humanitárias. A Europa deve tomar a sério as motivações destasmudanças de massa, no respeito de cada povo, culturae pessoa, favorecendo o desenvolvimento integral dohomem.Não há violência que encontre justificação na religião,lembra Papa Francisco.Como Dom Bosco e Madre Mazzarello, somos cha-mados a promover os direitos dos marginalizados e dosesquecidos. O centro da nossa missão educativa devecontinuar a ser os jovens, com as suas dúvidas do senti-do da vida. Como Família Salesiana oferecemos a edu-cação integral da pessoa, como resposta às chamadasda Igreja, da sociedade, pela promoção e a defesa dosDireitos Humanos.O nosso carisma pede-nos para conjugar o Evange-lho com a História, nas periferias existenciais, edu-cando ao respeito, à atenção por cada membro deuma comunidade.Nas periferias existenciais, onde é mais evidente a de-gradação, a educação qualifica-se como preventiva, tra-balhando em rede com os organismos sociais. Os jovensde hoje, como nos tempos de Dom Bosco, precisam deuma mão amiga que os guie à descoberta de Deus e doseu projeto de felicidade para cada um de nós, de al-guém que tenha confiança neles.Somos, portanto, convidados a abrir os olhos paraalém das nossas quatro paredes, a não olhar a vidapela varanda, a não ter medo de ser rejeitados, a incar-nar o carisma vivendo o sistema preventivo.Que seja este o nosso caminho de santidade.

Decorre o septagésimo aniversário da Declaraçãodos Direitos Humanos. A reflexão sobre este texto aju-dar-nos-á a contextualizar o momento histórico que es-tamos a viver e a perceber a atual transformação da so-ciedade europeia.Com a Declaração Internacional dos Direitos Humanosgarantia-se pela primeira vez a todos os homens o re-conhecimento dos direitos inalienáveis da pessoa hu-mana válidos em todo o mundo e em todas as épocashistóricas, que devem ser reconhecidos, aceites e pro-movidos.No final da Segunda Guerra Mundial, os estadosfundadores da União Europeia concordaram objeti-vos e aspirações comuns para escrever este texto, pararealizar um mundo onde fosse possível a convivênciabaseada em aspirações de paz, desenvolvimento e derespeito recíproco. Estas aspirações, estes direitos, ho-je não são respeitados e não constituem pontos de re-ferência para execução do poder político. É preocu-pante o aumento da violência e dos conflitos emmuitos países. A violação dos direitos hoje, leva aosconflitos de amanhã; violação que muitas vezes deriva

A estátua de Dom Bosco no jardim da casa de Sarrià

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COMO DOM BOSCO E MADRE MAZZARELLOMUDARAM A MINHA VIDA

Resumo da relação de Maria Angels Pavon

M. Angels Pavon, salesiana cooperadora espa-nhola, professora e psicóloga, fala da própria expe-riência de voluntariado, que começou na Ludotecade Sant Boi, e continuou no centro Dom Bosco.Empenhada desde a adolescência na luta pelos valores da justiça e da solidariedade, fascinada pelaobra dos Salesianos, que viviam o desafio de DomBosco ao serviço dos necessitados, M. Angels identi-fica os pontos fortes do carisma, que condicionaramas suas escolhas de vida:Sentido positivo da vida, vinda da alegria que nascede dentro, da convicção de sentir-se amados, aceites,pertos de Deus e em paz. Com esta certeza pode-seolhar para o futuro na esperança que a transformaçãopositiva seja possível, trabalhando com os jovens econcretizando com eles a mudança.Acolhimento incondicional.O carisma ensina a aco-lher as diferenças sociais e de origem, mas tambémas situações de vida mais duras, para conseguirmudá-las. A experiência vivida no centro salesianode Sant Boi ensina como, através da comunidade,

podemos tomar conta de famílias que vivem situa-ções de pobreza, de doença, de droga, e, juntas,levar à mudança.Espiritualidade em comunidade. A proposta sale-siana de santidade é para viver em grupo, laicos eReligiosos juntos. A comunidade ajuda a interpretara vontade de Deus para cada um de nós e a realizaro Reino aqui, hoje. A comunidade salesiana criauma rede de apoio nos momentos difíceis.Formação. A formação ajuda a encontrar as razõesda nossa fé. O caminho de formação, o reencon-trar-se, permite aos jovens descobrir a própria vocação, o projeto de Deus para a nossa vida.Ajuda a desfazer as dúvidas, a conhecer si próprio,a encontrar propostas adequadas às várias idades.O sentir-se chamados por Deus dá um novo sen-tido ao carisma salesiano. A minha família partilhaas minhas escolhas e eu não posso deixar de agra-decer quem veio antes de mim e quem agora me acompanha, despertando em mim o grande tesouro da fé.

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TAMBÉM EM BARCELONA “Ela fez tudo”A Basílica de Tipidabo de Laura Pollino *

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BBAARRCCEELLOONNAASensações e impressões

Quando me propuseram participar nasjornadas de Barcelona como represen-tante “jovem” devo dizer que comeceipor sentir-me honrada por tal proposta,mas com o aproximar-se da data da par-tida, também um pouco preocupada.Questionava-me qual poderia ser o meucontributo para um evento de tal nívelque se propunha a trabalhar as linhas deempenho europeias para o próximo bié-nio… logo eu que só sou presidente deuma pequena União há pouco tempo.Mesmo assim senti desde logo a Graçadestes poucos dias: do acolhimento dasminhas companheiras de viagem noaeroporto, aos sorrisos de quem, em vá-rias línguas, nos recebeu na residênciaMarti Codolar, a cada momento organizado na me-lhor maneira para que pudéssemos aproveitar aomáximo. Tive a possibilidade de conhecer a reali-dade salesiana presente em Barcelona e a forte pe-gada deixada também naquela terra por Dom Bos-co, mas sobretudo toquei com a mão aquele espíritode família salesiana que, apesar de sermos de sítios,idades e formações diferentes, permitiu-me verda-deiramente sentir-me em casa.

Não sei qual contributo eu tenha dado, mas estoucerta que o tesouro que levei para casa tenha umvalor inestimável e sobretudo fez-me sentir oquanto eu não estou sozinha nesta viagem, masposso contar com o apoio e a força de uma comu-nidade viva!

Claudia

Desde de manhã, indo visitar o Templo do Sagra-do Coração de Tibidabo, fomos in-vadidas por uma grande emoção,não só pela beleza arquitetónica doTemplo, mas sobretudo porque vol-támos atrás no tempo, quando onosso Santo com o seu carisma, asua genialidade e a sua previdên-cia conseguia concretizar os seus so-nhos, confiando só na Divina Provi-dência.Dom Bosco veio a Barcelona pararecolher as ajudas que serviam paracompletar a igreja do Sagrado Co-ração em Roma; não só obteve is-so, como foi convidado a fundarinstitutos salesianos masculinos efemininos em terras espanholas. Jápassaram muitos anos, mas aqui

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continua-se a sentir a presen-ça salesiana.A maior alegria foi ver que ascasas desejadas pelo nosso San-to ainda estão ativas e a funcio-nar, graças à frequência demuitos estudantes. As escolasde vários níveis funcionam emcheio, sempre com o mesmoespírito salesiano: “Da Mihianimas, coetera tolle”.Um obrigado a Dom Boscoque soube apanhar o comboiocerto no momento certo.Agora que é preciso, entrenós, existirão outros que vãoapanhar o comboio certo nomomento certo? Confiamosna Divina Providência e na ajuda dos nossos Santosprotetores.

Franca, Fabiola e Giusy

Uma bela aventura, ir a Barcelona para reencon-trar-se e trabalhar juntas para o futuro! A organiza-ção permitiu-nos um passeio muito interessanteatravés da cidade, mas os nossos dias foram enri-quecidos pelas intervenções das Ex-Alunas de vá-rios estados europeus que contaram as suas ex-periências na vida do dia-a-dia, com capacidade eabnegação para com as pessoas necessitadas.Estas são as boas ações, intervenções voltadas paraassistir e ajudar as pessoas que estão em dificuldade.Como aquela contada por uma Ex-Aluna da EscolaM. Auxiliadora de Valência. Existem mulheres, espo-sas e mães que, mesmo seguindo a própria família,conseguem dar assistência às mulheres emigrantes

que se encontram em situações de dificuldade. AsEx-Alunas da escola Maria Auxiliadora de Valênciae alguns membros da ADMA coordenam cursos deformação para a colocação no mundo do trabalho aestas mulheres a quem dão os primeiros conheci-mentos, mas também ajuda para adquirir competên-cias para a convivência intercultural, para aumentara sua autoestima. Dedicam-se há já 18 anos ao aco-lhimento, ao desenvolvimento de um programa or-ganizado, de uma oportunidade de trabalho, moni-torizando as inserções para avaliar as condições detrabalho. No final do percurso as participantes tam-bém obtêm um certificado de acreditação que, coma inscrição no curso, pode ajudar a obter a autoriza-ção de residência.Uma outra atividade que me marcou foi a da

União de Rossana,na província de Cu-neo. A Associaçãodas Ex-Alunas/os en-carregou-se de con-tinuar a missão dasFMA que já não es-tão no território des-de 2005, primeiroatravés das inscriçõesno registro regionalde voluntariado paraa promoção da cul-tura, da educação e

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especial linhas de empenho EUroPAda instrução permanente e empenhando-se a seguiralguns percursos para satisfazer as necessidades devários grupos etários através de projetos ad hoc.Começa-se pela preparação ao catecismo, à pre-paração dos animadores para o oratório, aos serviçosna Paróquia, à solidariedade, ao teatro, às festas so-ciais, às atividades com os reformados, visitas, tor-neios e por aí diante. Estratégias estas que estão adar ótimos resultados seja na relação com os jovensseja nas atividades de grupo. Vivendo com eles, noconhecimento são mais valorizados os seus talen-tos e têm mais cuidado nas relações. Os adolescen-tes aprendem a ter confiança nos seus animadores ea perceber o que significa a gratidão.Os animadores com mais de 18 anos empenham-setambém em formar os mais jovens e a torna-los au-tónomos. Esta escolha de vida responsável, mas desacrifício, ensina também a cortar momentos do diajá cheios de empenhos escolares e obter grandes sa-tisfações.Especial e forte foi o testemunho da União deAlassio que em 2003 abriu uma clínica de enferma-gem gratuita para “tomar conta” no dia-a-dia de to-dos aqueles que não conseguem pagar a assistênciamédica. As Ex-Alunas, com voluntários e três enfer-meiras, preocuparam-se em formar os associados,acompanhando os doentes e as suas famílias comespírito de caridade. Com o tempo tornou-se tam-bém num “Centro de Escuta” onde as pessoas maisfrágeis sentem-se “em casa”. A assistência, a escutae o amor com o qual se intervém são típicos do ca-risma salesiano.

Ouvir estas experiências fez-nos refletir e fez-nosperceber que ninguém constrói o futuro isolando-se. Como disse a irmã Luisa Miranda: “... uma mis-são demasiado grande para vivê-la sozinho, quemquer seguir-me saiba que também tem de caminharnos espinhos”. A partilha dos valores, isto deve aju-dar a encontrar maneiras para viver na nossa época;é a nossa vez de sermos pais do nosso futuro e nãofilhos do nosso passado.As experiências contadas esclareceram aquilo quea sociedade espera de nós.Os projetos que tiveramsucesso são aqueles que se inserirão dentro das rea-lidades vivas de crianças, de jovens e de adolescen-tes; onde é necessário estar presentes com a capaci-dade de educar e de dar amor.Então na Associação são precisas novidades paradesenvolver novas estratégias, sem por isso deixar-mos se encontrar dificuldades, mas continuar comfé, alegria e esperança. É importante ESTAR PRESENTE! A sociedade pre-cisa de nós, da presença de pessoas dispostas a pôr-se em jogo gratuitamente, ao serviço dos mais fracoscomo fizeram durante toda a vida Dom Bosco e Madre Mazzarello.O Encontro terminou: as Ex-Alunas despediram-secom entusiasmo e com a verdadeira vontade de tra-balhar nas linhas de empenho nas próprias realidades,mas já temos um encontro marcado; o de 2021!

Franca PiromalloVice-Presidente da Federação Sagrada Família

Milão Bonvesin

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EM BARCELONA … NAS PEGADAS DE DOM BOSCODa esquerda: A casa onde morou Dom Bosco – A varanda onde falava às pessoas – Interior do Colégio – Escola salesiana dedicada a Dorotea de Chopitea – Celebração na capela –Irmã Gabriela com o acompanhante do colégio de Sarrià, Joseph Maria Maideu SDB

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PEREGRINOS DA NOSSA ÉPOCAA celebração da Missa da manhã em espanhol com algumas partes em italiano, dizer e ouvir orações em várias línguas, fez-me sentir parte da Igreja universal.

A peregrinação começa de manhã com o temponebulado. Visitámos a aldeia de Sarrià e a casa“Can Prats” dos Salesianos onde Dom Bosco viveuum mês. Nos anos da guerra civil (1936 – 38)houve uma terrível perseguição religiosa contra aIgreja. Morreram mártires 31 salesianos e 2 FMA.Nesta casa foi construída uma capela onde os Sa-lesianos se reuniam a rezar para que estes massa-cres acabassem.Continuámos o caminho para Torre Gironella, aprimeira casa oferecida às Filhas de Maria Auxilia-dora na Espanha pela Dona Dorotea de Chopitea.A chuva fazia-nos companhia enquanto chegáva-mos ao cimo do Tibidabo, posição que, com amagnífica Igreja do Sagrado Coração, contribuíapara parecer ainda mais majestosa. É possível subir“ainda mais alto”, quase cruzando o olhar com orosto de Cristo que estende os braços e está aocentro do campanil. Parece levitar no céu com osbraços abertos sobre a cidade de Barcelona, masrecebe em si todos os pecados do mundo. Tibi-dabo significa “Vou-te dar”, inspirado no “local”onde Jesus foi tentado pelo Diabo pela terceira vez.

A construção do templo começou em 1902 e aca-bou em 1961; Dom Bosco quis dedicá-lo ao Sa-grado Coração.Na sexta-feira à tarde, graças a duas experiências,aprofundamos o tema “carisma salesiano e transfor-mação da sociedade europeia hoje”; ao fim dividi-mo-nos em grupos de trabalho, trazendo de volta àassembleia as considerações a que chegámos.Por fim, na manhã de sábado, não podíamos nãovisitar a Sagrada Família, templo em constanteconstrução e importante símbolo da religiosidadeespanhola, obra-prima do arquiteto Gaudì, quededicou 16 anos da sua vida à sua construção. Foiuma descoberta maravilhosa, com uma guia local.Não é possível explicar com palavras a beleza den-tro e fora da Igreja, que tem cinco naves, todascom predomínio vertical.Gaudì, arquiteto genial, cristão praticante, de cer-teza que nesta obra se inspirou em Deus. Em Julhode 2010 abriu-se em Roma o processo para a suabeatificação.

Daniela CastellettiPresidente da União de Legnano SS. Martiri

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… NAS PEGADAS DE DOM BOSCO

Debaixo do olhar da Au-xiliadora, com a invoca-ção: “vem, espiritu deDios, sobremí, me abro atu presencia, cambiarásmi corazon”, começa oEncontro das Linhas deempenho europeias nalinda residência de MartiCodolar, oferecida pelafamília de Marti Codolara Dom Bosco duranteuma sua viagem e agorasede dos nossos irmãossalesianos em Barcelona.

O espírito tem de soprarforte nestes três dias depermanência, porque aotrabalho estão Ex-Alunas que chegaram de váriaspartes da Europa: Itália, França, Bélgica, Eslováquia,Polónia, Espanha e Portugal, como “Peregrinos danossa época ... nas pegadas de Dom Bosco”.

O objetivo do encontro é interessante e requer es-forço. Trata-se de encontrar a resposta de comoconjugar o carisma salesiano com a realidade eu-ropeia de hoje e redescobrir a dimensão social.

Dos grupos de trabalho do Encontro tirámos as mo-ções finais, entre as quais está o ponto: “ouvir os jo-vens...” que nos toca, especialmente, pelo carismasalesiano ao qual nos inspiramos e que decidimosviver no dia-a-dia.

O ponto 67 da exortação apostólica Christus vivit,diz: “os jovens são a nossa terra sagrada a partir deum olhar que deve mudar e maturar para eles”.Chamados por vocação para ter um olhar de amorsobre os jovens, somos convidados pelo Papa Fran-cisco a partir de um olhar de quem é pai, (e tam-bém mãe) e guia, para reconhecer e individuar per-cursos onde outros não vêm senão paredes ou pe-rigos e tudo isto, indo para além das aparências.

De um olhar pode nascer uma escuta, da escuta...podemos esperar uma participação nos projetosque valorizam os talentos doados a cada um. “Assimé o olhar de Deus Pai, capaz de valorizar e alimentaros rebentos de bem, semeados no coração dos jovens”.Podemos pôr-nos todos ao serviço de uma Europanova? Claro! Com Olhos e coração que sabem veras necessidades das pessoas e com elas procurarrespostas, aqui onde estamos, onde vivemos e tra-balhamos, na vocação que nos foi confiada. Olhosatentos à Criação, o coração à família, aos jovens,atenção a todas as realidades que devem sempreocupar o primeiro lugar na sociedade a começarsempre em nós, com ações movidas sempre porboas intenções.

Então, as palavras que bem conhecemos: “a ti asentrego” nos acompanhem na procura quotidianade estradas para propor e traçar juntas com todasas Ex-Alunas da Europa....um bom ponto de partida!

Lorena MottaPresidente da Federação Lombarda

Sagrada Família Milão

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Álbum de família em

BARCELONA

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De ITÁLIA Rossana Criada nos anos Sessenta, a União de Rossana,tem-se, desde Setembro de 2005, depois dapartida das FMA que tiveram que fechar acasa, encarregado de continuar a missão edu-cativa salesiana mornesina, dividindo-se emgrupos de atividade no território, para respon-der às exigências das várias idades, com: Organização de vida oratoriana nas festas e durante a semana, com formação dos ani-madores, férias de verão no mar e na montanha,realização de espetáculos. Organização de festassociais, como a Passagem de Ano, lanches de soli-dariedade, jantares de amizade com outros gruposde voluntariado, iniciativas de solidariedade e de apoio para idosos e lares.Atividades de catequese e vários serviços na Paró-quia; atividades recreativas para reformados e desolidariedade missionária. Muitas Ex-Alunas jovensfazem serviço de voluntariado também fora da paróquia e noutros países.Criação e manutenção de relações com todos osassociados, com um importante objetivo: encontraros jovens, interessá-los, valorizá-los, envolvendo-osem iniciativas de bem.Graças ao contributo da Região de Cuneo e do CSVforam realizados projetos interessantes, para criarmalabaristas e especializados nas artes circenses,produção de um filme com o dialeto da região,onde participaram atores amadores de todas as ida-des, para mostrar a realidade das terras de Cuneo,a seguir à guerra. Através da dança e do espetáculoos jovens participam, e são-lhes transmitidos valorescomo o dever do acolhimento, o sentimento doperdão, a ação missionária do crente. Neste per-curso compreende-se que para dialogar com as outras idades é preciso aceitar o passar dos anos,dando exemplos de alegria e de empenho no ser-viço gratuito para Cristo.Ocorre valorizar os jovens, através de encontros deoração pessoal e comunitária, estimulá-los para quese empenhem na programação das iniciativas.É importante criar um espaço depois do Crisma, lai-cos e religiosos juntos, para manter unidos os gru-

pos de adolescentes e responder às suas perguntas.Temos saudades das FMA, fazem muita falta, masqueremos continuar pelo caminho que elas traçaram,mantendo-nos em contacto com as instituições, dasEx-Alunas e da Família Salesiana.

ALASSIO: POMOS O CORAÇÃO…Dom Bosco chegou a Alassio em 1869, a pedidodo pároco, Francesco Della Valle, e da Administra-ção da Câmara. A casa de Alassio foi a primeira queele fundou fora do Piemonte.Foi no dia 20 de Setembro de 1870. Alassio tornou-se numa meta de descanso e de trabalho. Em 1876,chamadas por Dom Bosco, chegaram as FMA, que du-rante muito tempo não tiveram uma casa própria, mastrabalhavam como suporte para os Salesianos. A Uniãodas Ex-Alunas nasceu em Alassio dia 12 de Novembrode 1971, e desde logo classificou-se como instituiçãojovem, dinâmica e muito ativa, com encontros perió-dicos, atividades filodramáticas, distribuição de donsaos pobres, visitas aos doentes. O slogan que a cara-teriza é “Tomar contar...”. A União é concebida comoespaço para criar laços, construir o sentimento de pertença à Associação criando um espírito de família.Torna-se assim uma casa onde VIVER, construindo relações, CONTAGIAR adultos “perdidos” para rea-proximá-los à fé, COMEÇAR atividades juntos, ajudando-se uns aos outros.É dedicada especial atenção aos jovens, que queremser ouvidos com o coração aberto, realizar juntos pro-jetos de solidariedade. Com os jovens percorre-se umcaminho de formação permanente através de encon-tros, momentos recreativos abertos também às famíliase experiências de acompanhamento dos doentes. Em

BOAS ACÇÕES DE VIDA

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especial linhas de empenho EUroPA2003 nasce o que podemos definir a obra-prima daUnião: a clínica de enfermagem Milena Gazzano, in-titulado a uma presidente da União que faleceu pre-maturamente, uma das idealizadoras do projeto. Fun-ciona em locais oferecidos pela Câmara, a clínica ofe-rece prestações de enfermagem e curas gratuitas paratodos, graças a uma rede de voluntariado que envolveenfermeiros, Ex-Alunas, Ex-Alunos e outros grupos devoluntariado. Também é sobretudo um centro de es-cuta onde o paciente sente-se o centro de tudo. A mo-tivação que anima os voluntários é a de manter com-portamentos de verdadeira caridade, estando ao ladodas pessoas e das suas fragilidades, fazendo própria achamada de Madre Mazzarello: “Tenham uma grandecaridade, amem-se umas às outras”.

Da ESPANHA: VALÊNCIAEm colaboração com as FMA, com a ADMA e gru-pos de voluntários, numa casa salesiana, as Ex-Alu-nas de Valência realizam um projeto deacolhimento-integração e promoção humana paramulheres migrantes, provenientes de várias zonasda África e da Europa de leste.As destinatárias do projeto são mulhe-res migrantes entre os 18 e os 65 anosde idade, com poucos recursos pessoaise económicos, vários níveis culturais einteresses pela formação.As atividades são articuladas em váriosníveis:1) Inscrição e acolhimento, através de

uma relação pessoal diária de diálo-go e conhecimento recíproco.

2) Conhecimento dos elementos bási-cos da culinária, da limpeza da casa,

da organização do trabalho doméstico, tomarconta dos idosos e dos doentes, conhecimentode medicamentos e das várias terapias.

3) Criação de oportunidades de trabalho, atravésdo conhecimento das ofertas do mercado, emrelação às capacidades e às possibilidades decada uma delas, também em relação às exigên-cias individuais de horários e de transportes. Às participantes é dado um atestado de partici-pação, que, mesmo não sendo oficial, dá a possibilidade de obter uma autorização de resi-dência.

4) Nesta fase de follow up avaliam-se as condiçõesdas migrantes depois da colocação nos vários lo-cais de trabalho, considerando o número dospedidos consoante o número das pessoas colo-cadas, as condições gerais de trabalho e a pos-sibilidade de continuar o mesmo.

As voluntárias empenhadas neste tipo de serviçomuitas vezes também o financiam. O apoio dasFMA é muito válido dando locais e assistência diá-ria, o da ADMA que também participa com umapoio financeiro.O projeto é publicitado, através da distribuição depanfletos, em várias instituições e paróquias. O pe-dido de ajuda cresce continuamente, para além dasnossas possibilidades de satisfazer todas.

VALDEPENAS: Projeto SONHOSPorquê SONHOS? Porque somos herdeiros degrandes sonhadores: Dom Bosco e Madre Mazza-rello. Para reunir os 159 sonhos de Dom Bosco erealizar o sonho de fazer com que todas as criançase adolescentes cresçam e sejam felizes de se torna-

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especial linhas de empenho EUroPArem pessoas autênticas. O nosso projeto baseia-seno Sistema Preventivo, com uma proposta educa-tiva focalizada na pessoa e na presença ativa doseducadores. O projeto, que começou no ano esco-lar 2009/2010, na fundação Valsè das FMA para daruma resposta às situações de risco e de exclusão so-cial presente na zona, quer repetir a ação educativadesenvolvida pela Beata Ir. Teresa Valsè entre as jo-vens da zona de Trastevere.No início oferecia 15 lugares de apoio escolar acrianças que frequentavam escolas públicas, de ida-des entre os 6 e os 12 anos. Numa estrutura dasFMA podíamos encontrar, das 16 às 18:30, ajudapara fazer os deveres de casa, lanche, ajuda miradaà transmissão dos valores humanos.Hoje o apoio é oferecido a 30 crianças, dos 6 aos16 anos, com o objetivo de:Melhorar o rendimento escolar e torna-los parteativa da vida do bairro.Favorecer o desenvolvimento integral do menor ea sua capacidade de se relacionar com outros.Desenvolver capacidades pessoais e sociais, au-mentando a autoestima.Ajudar e seguir as famílias com a criação de umclima que torne agradável o encontro.

SUECA – TORRENTPresentes em Sueca desde 1933, chamadas pelaBeata Carmen Viel, mártir da guerra civil, as FMAtransmitiram o espírito salesiano a centenas de me-ninas que passaram pela escola e pelo oratório. Nacidadezinha, na altura agrícola, perto de Valência,mais de trinta jovens abraçaram avida religiosa. A Associação dasEx-Alunas nasceu cedo e desen-volveu muitas atividades, entre asquais a teatral, que criou verda-deiras atrizes. Hoje o Conselho di-retivo é formado por Ex-Alunasrelativamente jovens, que traba-lham com a ADMA, e outras asso-ciações pastorais.As principais atividades são: Rea-lização de uma Newsletter publi-cada três vezes por ano, de tipoformativo e de informação.Laboratório solidário, onde se rea-

lizam objetos destinados a ser vendidos para sus-tentar o VIDES.Atenção aos jovens, com a organização de festas eencontros para conhecer a Associação. É impor-tante a preparação das festas da Páscoa, de DomBosco e de Madre Mazzarello, data em que se ce-lebra também a festa da União, com as boa-vindasàs novas associadas. É muito forte a tradição dafesta antes do natal, celebrada na sexta-feira antesdo Natal, com a missa, seguida por um jantar e umalotaria.A mais significativa é a festa de Maria Auxiliadora,preparada pela ADMA.

Da POLÓNIA WROCLAWA Ex-Aluna Malgorzata Welpa Mlunarezyk, profes-sora de língua polaca, desenvolve atividades de vo-luntariado para crianças migrantes. Dá apoiolinguístico com o ensinamento da filha polaca aosfilhos de migrantes provenientes da China, Coreia,Rússia, Ucrânia, que se estabeleceram na Polónia,e aos filhos dos polacos emigrados para os EUA oupara o Reino Unido e que voltaram a estabelecer-se na Polónia. A ajuda é também destinada ao paisem dificuldade.Desde 2018 toma conta permanentemente deduas meninas ucranianas.São muitas as Ex-Alunas envolvidas neste tipo de vo-luntariado, que realizam o Sistema Preventivo na pró-pria vida, que lembram os ensinamentos das FMA:As Ex-Alunas são como rios, que se enriquecem deágua no seu percurso, para levá-la de volta ao mar.

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Continuar a criar laços entre as Confederações,Federações e Uniões.

Individuar as necessidades do território pondo em sinergia as capacidades de cada um para estar presentes hoje, olhando para o futuro.

Ouvir os jovens e torna-los participantes nos projetos valorizando os seus talentos.

Perguntar ao Instituto das FMA, onde é preciso, a instituição de uma figura laica com o carisma que ajude a Delegada.

Moções da Itália: As Federações italianas propõem a entrada na reforma do Terceiro sector para poder ser reconhecidas e operar no território juridicamente.

Pedir à Confederação para construir a Entidade italiana.

Linhas de empenho europeias 2019 – 2021 MOÇÕES FINAIS

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As mãos no mundoEmpenho sem fronteiras

A grande mentira da violência de Alessandro Ciquera *

Caminhando pelos bairros destruídos de Homs, tra-zes dentro uma curiosidade quase exagerada poraquilo que te rodeia.Queres perceber, tocar as ruínas, comer com osolhos, depois dos anos que passaste a ouvir históriase a ver fotografias e mapas nos campos de refugia-dos da Líbia.Depois chegas mesmo a Homs, pela segunda veznum ano, e percorres estas terras.Porém o vazio que está no ar não fala, puxa-te paraum remoinho onde não existe lógica, e os pensa-mentos e os panoramas são todos iguais.Estavas à espera de sentir algo especial, e caminhas,e fotografas estas zonas esquecidas do mundo e de-vastadas pela violência, e continuas a andar, entrepoças e civis à procura de lenha para roubar paraqueimar e se aquecerem.Procuras algo que não encontras e perguntas-te porquê.O instinto diz-te para ir para a frente ... mas à frenteonde?A corrida acabou, estás na última paragem da tuapesquisa, para além destes destroços cinzentos sóestá uma solidão ensurdecedora.Esta é a grande mentira da violência, é um buracoescuro que te ilude, te atrai, faz-te acreditarque podes domá-la, podes dialogar com elae depois prende-te, arrasta-te para baixo.Para além destes destroços cinzentos nãohá nada. Chegaste ao ponto que procuravas, masnão sentes aquilo que pensavas que ias sen-tir, só sentes frio, e o amargo sabor de umengano. Não podes tentar absorver alguma coisaporque não há nada, o nada absoluto, nãoexistem relações e sem relações não há vida, não existem estímulos, não existemrecordações para criar, emoções ao qualagarrar-se.Um lugar que não cria recordações é um

lugar morto, um lugar parecido a milhares de ou-tros, estes bairros são assim, podem-se ver muitos,não te deixam marcado nenhum detalhe, só destrui-ção e estragos, vês um é como se os tivesses vistos atodos.O que cria as lembranças mais profundas é a vida, avida vivida, a troca, o gesto, apaga estes simples ele-mentos e apagarás a própria existência de uma cida-de. Demasiado frequentemente subestima-se a for-ça de uma relação, de uma amizade, de um amor.Por estas prioridades estamos dispostos a correr ris-cos, mas pelo vazio não, ninguém arriscaria um mi-nuto da sua vida; por isso o vazio usa os enganos,traveste-se. O mal é superficial, banal, “expande-se horizontal-mente como um fungo, contagiando aquilo que to-ca” escrevia Hannah Arendt em 1948 depois daguerra, enquanto que o bem vai “em profundida-de”, o mal só sabe ser extremo, banal está certo,mas extremo.Só o bem pode ser “radical”, porque só o bem vaiem profundidade dentro de nós, planta-se comouma semente e salva-nos da escuridão.

* Ex-Aluno União M. Mazzarello – Via Cumiana – Torino

união • n. 7-8 - 2019 29

Projecto de desenvolvimento das ex-alunas/os das filhas de Maria Auxiliadora

www.nonunodimeno.org

nem um a menos onlus

149 - Honduras – São Pedro Sula ESCOLA MARIA MAZZARELLOO ESTUDO PARA SENSIBILIZAR A ESPERANÇAPara quem? Por volta de 21 crianças.Onde? Em São Pedro Sula, Honduras.O quê? A escola local “Maria Mazzarello” acolhe por volta de 250crianças e adolescentes – 80% dos quais são meninas – que estãoem grandes riscos sociais e sem o apoio das próprias famílias. O pro-jeto prevê recursos económicos para ajudar o estudo a algumas crian-ças que pertencem a famílias aborígenes para ensinar aos jovens aconsciência de um possível futuro diferente e de uma esperançanova.Custo do projeto: Euro 3.800,00 / Responsável do projeto: Ir. Carmen Leticia Rubio Veja

COM O 5 POR MIL realizámos um projeto de apoio lúdico e cultural para crianças em dificuldade e umprojeto de acolhimento para meninas problemáticas.

codice fiscale della ONLUS: 97397810587

152 – Instituto Filhas de Maria Auxiliadora Salesianas DBCAMPANHA DE SOLIDARIEDADE PELA SÍRIA

A presença das FMA em terras sírias começou em 1913 através das obras do Hospital Italiano, no bairrode Mazraa ad Aleppo. Durante a guerra civil em 2011, que mais tarde tornou-se num conflito interna-cional, as irmãs de Dom Bosco ficaram fiéis à sua missão com a presença e o apoio da população local.As necessidades de um território que ainda está a tentar uma difícil pacificação são muitas naturalmente,mas começando pelas pequenas coisas, um pedido feito pelas nossas operadoras de paz é um pro-grama operativo para a gestão das fichas clínicas dos pacientes e um computador portátil paracada departamento, para que médicos e enfermeiros possam constantemente monitorizar e atualizaros dados dos muitos pacientes.

Ajudemos estas Irmãs através de uma campanha de sensibilizaçãoResponsável do projeto: Ir. Vilma Tallone, e-mail: info@missionegiovanifma.org

www.cgfmanet.org – www.missionegiovanifma.orgvídeo da campanha: youtube.com/youtube.com/MissioneGiovaniFMA

união • n. 7-8 - 201930

de Lorenzo Trapassi *

Ler é uma aventuraQUO VADIS? de Henryk Sienkiewicz

O AutorHenryk Sienkiewicz, escritor e jornalista polaco, nasceu em 1846 e morreu em1916. Incansável viajante, o Autor nutria um profundo amor pela Itália, que visitouvárias vezes.Foi efetivamente em Roma que Sienkiewicz encontrou a inspiração para escrever“Quo vadis?”, após ter visitado o lugar – entre a Rua Appia e a rua Ardeatina –onde a tradição diz que o Apostolo Pedro encontrou Jesus.

O romance deste mês, fala de uma história de su-cesso entre as mais extraordinárias da literatura in-ternacional. Traduzido em quase todas as línguasdo mundo, mas também fonte de várias adapta-ções de cinema e de televisão. O título do livro,que até se tornou numa expressão coloquial, é fa-miliar até para aqueles que nunca leram o livro.Estou a falar de “Quo vadis?”, a obra prima do po-laco Henryk Sienkiewicz, um lindo romance histó-rico que foi publicado entre 1894 e 1895 umcapítulo de cada vez no jornal, usando uma mo-dalidade de publicação muito na moda naquela al-tura e que antecede as nossas telenovelas, quetambém saem em episódios.O romance decorre num dos momentos mais in-teressantes da história de Roma, o reino de Nero.É no ambiente da Roma imperial que os leitores seirão apaixonar por uma história de amor emocio-nante e contrariada ao mesmo tempo: aqueleentre o aristocrata romano Marco Vinício e a lindaestrangeira Lícia. Um amor que tem como princi-pal obstáculo a religião: ele, um patrício pagão, eladevota de Jesus Cristo e da sua mensagem revolu-cionária de uma fé num só Deus que sacrificou opróprio Filho para a salvação da humanidade.A história de amor dos dois jovens confunde-secom aquela da comunidade cristã que na épocade Nero se espalhava por Roma, sobre a guia doVicário de Cristo, o apóstolo Pedro. Uma comuni-dade vítima de suspeitas e de preconceitos, queacabou por ser cruelmente perseguida sobretudodepois do assustador incêndio que destruiu Romano ano 64.

Entre os ricos aristocratas da corte de Nero, matro-nas e centuriões, escravos e gladiadores, os leitorespodem apreciar, durante o livro, uma das melhoresrepresentações históricas da antiga Roma, um per-feito romance histórico que deu ao Autor o PrémioNobel da literatura em 1905.

união • n. 7-8 - 2019 31

A família torna-se naquilo que ésExplorar o mundo das relações

ADOPÇÃO: ESCOLHA DE AMOR de Raffaela Messina *

Nos meses passados, ocupámo-nos das etapas fun-damentais do ciclo de vida familiar, evidenciandoos momentos críticos e como enfrentá-los para quese tornem recursos e não obstáculos. A nossa via-gem começava pela formação do casal e do nasci-mento do filho que marcam um dos momentosmais intensos dentro do ciclo da vida e realiza odesejo mais precioso.

Mas o que é que acontece quando este desejo nãopode ser realizado?Descobrir que não se pode ter filhos cria no casaluma ferida extremamente dolorosa. O parceiro es-téril pode ser visto pelo outro como aquele ouaquela que não permite a realização do própriodesejo de reprodução. Ele próprio sente-se incom-pleto, com inevitáveis pesos de consciência paracom o outro. A descoberta da esterilidade podecriar recriminações e um rancor silencioso que nal-guns casos pode levar a uma grande crise no casalou até ao fim da própria relação.

Hoje a ciência permite ultrapassar alguns limitesimpostos pelo nosso corpo, mas muitas vezes issoimplica um percurso longo e difícil, feito de espe-ranças e, às vezes, de muitas desilusões.Um outro caminho para realizar o desejo de terum filho é a adoção, uma verdadeira escolha deamor sempre que antes se tenha elaborado o lutorelativo à própria capacidade de reprodução.Se esta elaboração não for feita o desejo de um fi-lho transforma-se irremediavelmente na neces-sidade obsessiva de um filho fazendo falir o pro-jeto da família.Nos próximos artigos falaremos do tema adoção etentaremos perceber juntos como se articula, doponto de vista jurídico e psicológico, este longo e

difícil percurso que por si só cria a promessa de umlaço.

Na exortação apostólica pós-sinodal do Papa Fran-cisco “Amoris Laetitia” sobre o amor na família, oSanto Padre afirma que a escolha da adoção e dacustódia exprime uma particular fecundidade daexperiência conjugal, para além dos casos queestão dolorosamente marcados pela esterilida-de. Diante destas situações em que o filho é de-sejado a qualquer custo, como um direito paraa sua plena realização, a adoção e a custódiamostram um aspeto importante da paternidadee da filiação, enquanto que ajudam a reconhecerque os filhos, sejam eles naturais, adotados ouconfiados, são para além de si próprio e têm de ser acolhidos, amados, cuidados e não sóprocriados.Desejo a todos um sereno verão

* Psicóloga, Ex-Aluna salesiana

união • n. 7-8 - 201932

Terceiro milénioO presente que já é futuro

AS MULHERES QUE MUDARAM A HISTÓRIAMulheres, do presente ou do passado, de quem se fala, mas fala-se pouco

escrito por Cristiana Mariani

‘Elegante e confortável’ é o novo modelo femini-no que Chanel inventará para as mulheres do novoséculo: dinâmicas e trabalhadoras, que já não seconseguem identificar com as roupas constritas daBelle Époque. Na altura a moda ainda estava liga-da a ideias retrogradas: os corpetes, a crinolina,gaiolas onde as mulheres se fechavam para obter oequilíbrio estético apreciado, mas pouco saudável.Assim, Chanel, sempre conta-corrente, sempre re-volucionária, começa a propôr modelos desporti-vos, de linhas simples e suaves, para além de qual-quer constrição e seguindo as novas tendênciassaudáveis do início do século.

Nasceu em Saumur, região de Loire, dia 19 deAgosto de 1883. Uma infância desafortunada: amorte prematura da mãe, o abandono do pai Hen-ri-Albert Chanel, que era vendedor ambulante, osanos na custódia das irmãs do sagrado Coração,em Aubazine. Rodeada por mulheres vestidas sócom roupas austeras, rigorosamente brancas e pre-tas, e com a arquitetura rigorosa da abadia, é mes-mo aqui que Gabrielle começa a tornar-se Chanel:a antítese das cores opostas e a rigidez das linhasserão, um dia, a caraterística distintiva da sua mo-da. A extrema elegância do branco e preto. O pre-to, no guarda-roupa de uma mulher até aquelemomento, só era usado em situações de luto. Cha-nel transforma-o numa cor para vestir em qualquerocasião, elegante e sensual. Ela defendia que o lu-xo não é o contrário da pobreza, mas da vulgari-

dade. A simplicidade pode ser chique e refinada,enquanto que os excessos arriscam-se a obter oefeito oposto. “Antes de sair, olha-te para o espelhoe tira alguma coisa” é a frase que melhor exprimeesta regra de estilo, baseada na subtração.

Feitos os 18 anos, Gabrielle está livre para ir embo-ra de Aubazine e de começar, ao nascer do dia dosdezoitos anos, a viver a sua própria vida. Trabalhoucomo empregada de caixa na loja Maison Gram-payre em Moulins, e ao mesmo tempo como can-tora num café: quem cantava a canção Qui qu’a vu

COCO CHANELNo registo Gabrielle Chanel, foi a estilista mais revolucionária de 1900. As revoluções não são só‘bélicas’, mas também culturais, sociais e ‘na moda’. Todos gostam de se sentir bem na roupa quevestem, as escolhas fazem-se consoante os próprios gostos, mas, indiscutivelmente, tentando seguir amoda do momento. E se os homens já não vestem perneiras, não obriguem as mulheres a vestircrinolina... é exatamente isso que também achava a Coco Chanel.

Terceiro milénioCoco? (Quem viu Coco?) e, segunda a lenda, é nes-sa altura que todos começaram a chamá-la Coco.De facto é num café de Moulins que tem o primeirodos muitos encontros importantes da sua vida, co-nhece Étienne de Balsan, filho de empresários tes-teis, que se torna o seu primeiro financiador: Cocotem um grande talento para criar chapéus e, muitocedo, as mulheres que frequentam a companhia deBalsan apaixonam-se por eles.Em 1916 quando Rodier, outro industrial têxtilfrancês, lhe dá a exclusiva do jersey, tecido que setorna o melhor interprete das criações de Chaneldevido à sua suavidade sobre o corpo e a sua ca-pacidade, inata, de libertar o físico da mulher.

Mas é em 1920 que chega a consagração: nesseano, abre a primeira boutique em Paris no nº 31da Rue de Cambon. E, a partir desse momento, ocaminho é a descer porque o sucesso chegou defi-nitivamente, se bem que Coco Chanel não é umapessoa que pára e, sobretudo, de se contentar.Cria o seu primeiro e célebre perfume, o ChanelNº 5. “Uma mulher sem perfume é uma mulhersem acontecer”. O perfume é uma sensação, umamagia que pode levantar os nossos dias e deixarrecordações inesquecíveis na nossa memória e nados outros. O seu Chanel Nº 5 é uma fragânciasem tempo, ainda hoje, considerada uma das me-lhores concebidas até agora.A estilista começa a desenhar jóias, considera-asacessórios indispensáveis para exprimir da melhormaneira a feminilidade. Também neste campo,Coco Chanel, quebra a tradição. A ela devemos ainvenção da “bijutaria”: jóias para todas as cartei-ras, realizadas com metal e pedrassemi-preciosas, para vestir emqualquer momento do dia. Cola-res, pulseiras e brincos tornaram-se “amigos” inseparáveis da mu-lher moderna.

‘A moda passa, o estilo fica’. Ameio dos anos ’20 esta análisetransforma-se no petit robe noir, ovestidinho preto com as linhas omais simples possíveis capaz detornar todas as mulheres iguaisumas às outras, mas com imensoestilo. Um perfeito exemplo destavisão é o sucesso absoluto obtido

pelo tailleur Chanel: de gabardine, tweed ou emjersey, uma criação sempre igual a si própria paraa procura do corte e do cuidado das costuras, masnão para os tecidos, sempre diferentes, sempre se-guindo os tempos.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, Cha-nel é obrigada a retirar-se da cena da moda, massó por pouco tempo. Porque o seu regresso, em’54, vê-a vencedora mais uma vez. Gabrielle, ago-ra, é uma mulher de 71 anos e os críticos da alturaconsideram-na falida. Mas Coco não é uma mu-lher disposta a parar e, assim, na sua nova coleçãoN.5 põe no desfile o tailleur de malha, o que seráutilizado por muitas mulheres do mundo, das maisàs menos famosas. Entre elas também Jackie Ken-nedy que, no dia do assassinato do marido JFK,vestia um tailleur Chanel de malha de um cor-de-rosa forte: assim, a alta moda cruzou-se com umdos acontecimentos mais dramáticos do século XX.

A 10 de Janeiro de 1971 Gabrielle Coco Chanelmorre com 87 anos na sua suite no Hotel Ritz emParis. Depois da sua morte, a loja foi mantida aber-ta por Gaston Berthelot e Ramon Esparza, assisten-tes da Madame Chanel, para depois passar em ’83para a guia criativa de Karl Lagerfeld, extraordiná-rio designer que soube tornar contemporâneos oscódigos estilísticos da casa da moda sem, nunca,trair a visão de Coco.

Fontes: Giovanni Deponti www.westwing.itwww.lofficielitalia.com

* Ex-Aluna

união • n. 7-8 - 2019 33

união • n. 7-8 - 201934

Terceiro milénio

EU NÃO DESPERDIÇO: Reutilizo CANECAS dE CErâMiCA qUE já Não SE USAM

Com o tempo, parece que as canecas se multiplicam sozinhas no móvel.Sem dúvida que vocês também têm em casa canecas e chávenas que já não usam. Talvez porqueperderam o par, uma pequena racha ou foram substituídas por canecas novas. Por sorte existem váriasideias que nos podem ajudar para não as deitar fora. Podem ser recicladas, transformadas com simplestrabalhos manuais, assim que se tornem úteis na nossa casa.

A alfineteira. Pegamos num pedaço de tecido,se possível colorido, enchemo-lo com acolchoa-mento e fechamo-lo criando uma pequena almofada que será colocada dentro da caneca.E já está!

O vaso. Uma velha chávena torna-se num ele-gante vaso para uma pequena plantinha para pôrna cozinha ou no parapeito da janela da sala.Ou talvez na varanda ou no terraço.

O comedouro para os passarinhos. Basta colar achávena na parte de baixo do prato e amarrar àpega uma corda que amarre a chávena a uma ár-vore. No pratinho pode-se pôr a comida para ospassarinhos.

O prato para os bolos. Virem ao contrário umacaneca e na base colem um prato para bolos viradopara cima. Este tornar-se-á numa base onde apoiaro vosso bolo e fazer sucesso com os convidados.

Terceiro milénio

união • n. 7-8 - 2019 35

Despedaça as canecas e usa-as como pedraspara a drenagem nos vasos das flores e das plan-tas. Coloca-as debaixo de um pano grosso e par-te-as usando um martelo até obter pedaços su-ficientemente pequenos. Depois, utiliza-as co-mo pedras para a drenagem colocando-as nofundo dos vasos. Os pedaços de cerâmica tam-bém podem funcionar como cascalho para favorecer a drenagem do terreno.

Usa a caneca para fazer uma prenda. É pre-ferível escolher uma chávena que não estejamanchada ou não seja personalizada. Ninguémquer receber uma chávena manchada de caféque tem o teu nome (a não ser que seja um ho-mónimo). Enche-a de rebuçados, chocolates,quadrados de açúcar, café em grãos... ou aquiloque agrada ao destinatário. Embrulha-a com umlaço: será uma linda lembrança, sem compromis-so, mas muito original e gentil.

Conserva nela os produtos para a higiene pes-soal. Numa caneca podes pôr uma escova e umapasta dos dentes e noutra podes pôr pentes e giletes.Mas cuidado! Assegura-te que a caneca tem um lu-gar onde não corre o risco de cair de manhã...quando ao acordar ainda estamos a dormir em pé.

Se tens muitas canecas em casa, podes pôruma no carro ou no escritório para usá-la emvez de usar copos ou taças de plástico nos ca-fés. É uma ideia ecológica! Em perfeita sintoniacom o fim do uso da plástica.

DCOER1657

Periódico da Confederação MundialEx-alunas/os das FMA

Poste Italiane S.p.A. Spedizione in Abb. Postale D.L. 353/2003(conv. in L. 27/02/2004 nº 46) art. 1, comma 1, Aut. C/RM/48/2006

periódicoomologato

ORAÇÃO A MARIA AUXILIADORAExcerto do instrumento de trabalho do Encontro das Linhas de Empenho da Europaa

MMadre Auxiliadora, aqui estamos debaixo do teu olhar materno para te pedir,mais uma vez, que o teu coração de Mãe interceda por nós diante do teu Filho.

Entregamos-te a ti Maria,da mesma maneira que nos entregámos na infância,

quando as nossas irmãs Salesianas, tuas Filhas, nos ensinaram a amar-te como uma mãe

que acolhe debaixo do seu manto todos aqueles que a procuram.

Apresentamos-te mais uma vez a nossa Associação, todas as Ex-Alunas e Ex-Alunos do mundo, que confiem no teu Auxílio e sejam capazes

de enfrentar qualquer obstáculo e dificuldade.

Entregamos-te, Santa Mãe, as irmãs Salesianas,tuas filhas, que diariamente rezam pelas nossas necessidades

e reservam-nos, através de Ti, graças infinitas: temos as raízes no coração e daí ninguém as poderá arrancar.

Intercedem por nós aos teus pés os nossos Santos Fundadores, Dom Bosco e Madre Mazzarello que constantemente protegem

e tomam conta da Família Salesiana.

Nada nos afasta do constante esforço no mundo de hoje: queremos ser e dar testemunhas da nossa salesianidade através

da nossa vida e das nossas alegres promessas.Temos as mãos no mundo e podemos transformá-lo com o nosso amor.

Guia-nos, Auxiliadora e apoia-nos todos os dias.

Ámen