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Faculdade de Tecnologia da Paraíba Análise e Desenvolvimento de Sistemas Thalles Ramon Pinheiro de Sousa Planejamento e desenvolvimento de um sistema Web para receptação, validação e integração de Nota Fiscal Eletrônica Cabedelo - PB 2011

99481700 Desenvolvimento Para Receptacao Validacao Integracao de NFe

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Faculdade de Tecnologia da Paraíba Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Thalles Ramon Pinheiro de Sousa

Planejamento e desenvolvimento de um sistema Web para receptação, validação e

integração de Nota Fiscal Eletrônica

Cabedelo - PB 2011

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Thalles Ramon Pinheiro de Sousa

Planejamento e desenvolvimento de um sistema Web para receptação, validação e

integração de Nota Fiscal Eletrônica

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia da Paraíba - FATECPB como parte dos requisitos para a obtenção do título de Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Orientadora: Profª. MSc. Alana Marques de Morais

Cabedelo - PB 2011

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Dados de acordo com: AACR2, CDU e Cutter Biblioteca Central – IESP Faculdades – PB

S725p Sousa, Thalles Ramon Pinheiro de

Planejamento e desenvolvimento de um sistema web para receptação, validação e integração de nota fiscal eletrônica /Thalles Ramon Pinheiro de Sousa. – Cabedelo, PB: [s.n], 2011. 38f. Monografia – Faculdade de Tecnologia da Paraíba (FATEC PB) - Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, 2011. 1. Desenvolvimento de sistemas. 2. Nota fiscal eletrônica. I. Título.

CDU 004.41(043.4)

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“Ninguém é tão sábio que nada tenha para aprender, nem tão tolo que nada tenha pra ensinar.”

Blaise Pascal

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: DANFE emitido em folha comum. .......................................................................... 12

Figura 2: Modalidades de emissão da NF-e. ......................................................................... 13

Figura 3: NF-e em formato XML com os padrões especificados. ........................................ 14

Figura 4: Tela de pesquisa de NF-e – Radar RVi_NF-e. ..................................................... 16

Figura 5: Diagrama de envio e recebimento - NF-e AFA. .................................................... 17

Figura 6: Ilustração do IDE Eclipse. ....................................................................................... 19

Figura 7: Representação gráfica do ciclo de vida no Modelo em Cascata. ........................ 23

Figura 8: Diagrama de Casos de Uso – RVI_NFe. ............................................................... 25

Figura 9: Diagrama de Classes - RVI_NFe. .......................................................................... 26

Figura 10: Diagrama de Sequência – RVI_NFe. ................................................................... 28

Figura 11: Arquivo de configuração do agendamento. ......................................................... 29

Figura 12: Classe RVI_NFeScheduler. .................................................................................. 30

Figura 13: Gráfico comparativo de validações - RVI_NFe ................................................... 31

Figura 14: Tela de login - RVI_NF-e....................................................................................... 32

Figura 15: Tela de definição dos parâmetros - RVI_NF-e .................................................... 33

Figura 16: Tela de pesquisa de NF-e com geração de relatórios ........................................ 34

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LISTA DE SIGLAS API Application Programming Interface

CRM Customer Relationship Management

DANFE Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica

DPEC Declaração Prévia de Emissão em Contingência

ENCAT Encontro Nacional dos Administradores e Coordenadores

Tributários Estaduais

ERP Enterprise Resourse Planning

FS Formulário de Segurança

FS-DA Formulário de Segurança para impressão de Documento

Auxiliar de Documento Fiscal Eletrônico

GLP General Public License

ICP-Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira

IDE Integrated Development Environment

NF Nota Fiscal

NF-e Nota Fiscal Eletrônica

RVI_NFe Receptação, Validação e Integração - Nota Fiscal Eletrônica

SCAN Sistema de Contingência do Ambiente Nacional

SEFAZ Secretaria da Fazenda

SINIEF Sistema Nacional de Informações Econômicas e Fiscais

SRM Supplier Relationship Management

TI Tecnologia da Informação

XML Extensible Markup Language

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 7

1.1 Objetivo ........................................................................................................................ 8

1.2 Grupo E-Gen ............................................................................................................... 8

1.3 Estrutura do relatório .................................................................................................. 9

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 10

2.1 NF-e ........................................................................................................................... 10

2.2 Normas para emissão da NF-e................................................................................ 12

2.3 Sistemas semelhantes ............................................................................................. 15

2.4 Ferramentas utilizadas ............................................................................................. 18

2.4.1 IDE Eclipse ............................................................................................................ 18

2.4.2 API JavaMail .......................................................................................................... 19

2.4.3 Framework Quartz ................................................................................................ 20

3. O PROJETO RVI_NFE ...................................................................................................... 22

3.1 Objetivo da ferramenta ............................................................................................. 22

3.2 Metodologia de desenvolvimento ............................................................................ 22

3.3 Atividades Percorridas .............................................................................................. 24

3.3.1 Diagramas ............................................................................................................. 24

3.3.1.1 Diagrama de Caso de Uso ............................................................................... 24

3.3.1.2 Diagrama de Classes ........................................................................................ 26

3.3.1.3 Diagrama de Sequência ................................................................................... 27

3.3.2 Testes de software e validação ........................................................................... 28

3.3.3 Configuração do Quartz ....................................................................................... 29

4. RESULTADOS ..................................................................................................................... 31

4.1 Cenário de Uso ......................................................................................................... 31

5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 34

5.1 Dificuldades ............................................................................................................... 35

5.2 Trabalhos futuros ...................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, diante deste mundo globalizado e competitivo, as empresas e

organizações buscam os sistemas computacionais para suprir suas

necessidades, melhorar a produtividade das operações e serviços, controlar

gastos e receitas, com isso, atingir seus objetivos corporativos.

Gonçalves (1993, apud PRATES e OSPINA, 2004) ratifica essa premissa

ao afirmar que a tecnologia é o fator individual de mudança de maior importância

na transformação das empresas. Concomitantemente, há Parsons (1983) que

discute em seu trabalho as relações da TI (Tecnologia da Informação) com as

empresas, como pode ser visto no extrato a seguir:

A aplicação da Tecnologia da Informação (TI) pode trazer ganhos significativos a uma organização, mas a escolha e seleção da tecnologia adequada dependem de profundo entendimento das estratégias adotadas pela empresa (...). (PARSONS, 1983 apud SACCOL et al., 2004, pag. 11)

Existem muitos tipos de sistemas aplicados as grandes corporações.

Segundo Filho (2009), os sistemas corporativos de maior importância são:

Sistemas ERP (Enterprise Resourse Planning): Sistemas que integram

diversos módulos necessários na administração empresarial;

Sistemas CRM (Customer Relationship Management): Responsável por

gerenciar o relacionamento com os clientes;

Sistemas SRM (Supplier Relationship Management): Responsável por

gerenciar o relacionamento com os fornecedores;

Partindo desse contexto, o Governo Federal do Brasil, por meio da Receita

Federal e do ENCAT (Encontro Nacional dos Administradores e Coordenadores

Tributários Estaduais), criou em 2005 o Ajuste SINIEF 07/05 que institui

nacionalmente a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e o Documento Auxiliar da Nota

Fiscal Eletrônica (DANFE), com a finalidade de alterar a sistemática atual de

emissão da Nota Fiscal (NF) em papel, por NF-e.

Podemos conceituar a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) como sendo um documento de existência exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar uma operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e a Autorização de Uso fornecida pela administração tributária do domicílio do contribuinte. (MANUAL, 2009, p. 10).

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8

As principais vantagens encontradas na alteração da sistemática de

emissão da NF são: redução de custos de impressão e armazenagem, redução

do consumo de papel, com impacto positivo em termos ecológicos, diminuição da

sonegação de impostos resultando no aumento da arrecadação, melhoria no

processo de controle fiscal.

Com essas novas diretrizes, impostas pelo Governo Federal, a Lojas Maia

para atender estas necessidades, decidiu automatizar o processo de

recebimento, validação e integração da NF-e, que anteriormente era feito de

forma manual.

Diante do exposto, este trabalho apresenta as etapas de planejamento e

desenvolvimento do sistema RVI_NFe, que tem o intuito de automatizar todo o

processo de entrada das NF-e.

1.1 Objetivo

Este trabalho tem por objetivo geral mostrar o planejamento e

desenvolvimento de uma aplicação Web para receptação, validação e integração

das notas fiscais eletrônicas de entrada. O desenvolvimento deste sistema teve

como patrocinador a rede varejista Magazine Luíza, com a finalidade de atender a

necessidade de automatização do processo na rede Lojas Maia, empresa

pertencente ao grupo. Para atender a este objetivo geral, foi necessário percorrer

os seguintes objetivos específicos:

Desenvolver um mecanismo de acesso ao email fornecido pelo Magazine

Luíza, utilizando um filtro para o acesso apenas aos emails referentes às

NF-e;

Desenvolver um mecanismo de automatização para gerenciar todo o

processo de download, validação e integração ao banco de dados;

Utilizar o WebService padrão disponibilizado para validação automática

das NF-e junto ao site da SEFAZ (Secretaria da Fazenda);

Criação de um script para Oracle.

Salvar os dados da NF-e no Banco de dados após validação na SEFAZ;

1.2 Grupo E-Gen

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9

O Grupo E-Gen é uma empresa de desenvolvimento de software, sediada

em João Pessoa-PB. Criada no ano de 2002, com o principal objetivo de

aumentar a produtividade no desenvolvimento de sistemas corporativos, tendo

como consequências imediatas à redução dos custos e a possibilidade de

agregar valor rapidamente.

Utilizando esse conceito, foi criado o e-Gen Developer1, ambiente de

desenvolvimento baseado na plataforma Java para criação de aplicações

corporativas no padrão Web, sendo ele Open-Source e licença GPL2 (General

Public License).

A empresa foi responsável pelo gerenciamento e acompanhamento de

alguns projetos utilizando o e-Gen Developer, dentre as principais empresas

parceiras são a rede de varejo Lojas Maia, Banco do Brasil, Schartner AG e Brasil

Telecom, incorporado posteriormente à Oi Telecomunicações.

No estágio recebi treinamento para a utilização do e-Gen Developer em

conjunto com a plataforma Java e seus componentes, linguagem de programação

padrão da empresa. Os projetos foram desenvolvidos sob a orientação do

Analista Desenvolvedor, Sr. Juracy Neto e acompanhados pela equipe de

desenvolvimento.

1.3 Estrutura do relatório

Este documento é composto por mais quatro capítulos, além desta

introdução:

O Capítulo 2 encontra-se a fundamentação teórica com os conceitos e

definições relacionadas à NF-e, API JavaMail e ao framework Quartz, destacando

os requisitos para o desenvolvimento de cada um deles neste projeto.

No Capítulo 3 é apresentado o Projeto RVI_NFe, mostrando o objetivo do

sistema, metodologia de desenvolvimento utilizada e as atividades percorridas

durante o projeto.

O Capítulo 4 encontra-se os resultados, obtidos a partir do

desenvolvimento, testes e implantação do sistema na rede Lojas Maia.

Por fim, no Capítulo 5 estão contidas as conclusões a respeito do trabalho

e do período de estágio. 1 http://www.egen.com.br 2 Designação oficial da licença para software livre.

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10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O objetivo deste capítulo é apresentar os conceitos relacionados à NF-e e

as normas necessárias para a sua emissão. Também são apresentados sistemas

equivalentes ao software desenvolvido, mostrando suas principais

funcionalidades. Por fim, apresentar algumas ferramentas utilizadas no

desenvolvimento do projeto RVI_NFe.

2.1 NF-e

O Projeto NF-e tem como objetivo a implantação de um modelo nacional

de documento fiscal eletrônico, substituindo no processo de validação, a emissão

da NF-e em papel. Desenvolvida pela Receita Federal do Brasil em conjunto com

as SEFAZ estaduais e o ENCAT, garante integridade e validade jurídica, por meio

da assinatura digital do emitente e recepção, pelo fisco.

De acordo com o Manual (2009), a NF-e é um documento emitido e

armazenado eletronicamente, cuja existência se limita aos meios digitais, com o

intuito de documentar uma operação de circulação de mercadorias ou prestação

de serviços ocorrida entre as partes. O processo simplificado consiste na geração de um arquivo eletrônico, contendo as informações fiscais da operação comercial. Este arquivo deverá conter a assinatura digital da empresa emissora, garantindo a integridade dos dados. Esta NF-e será transmitida pela Internet para a SEFAZ de emissão que devolverá uma autorização de uso. (EMISSOR, 2010, p.4).

A NF-e tem como principais vantagens:

Redução de custos: como a NF-e é emitida eletronicamente, não se faz

necessário a aquisição de papel para impressão e alocação de espaço

para armazenamento;

Transparência fiscal e eficiência da fiscalização: com a emissão da NF-e,

devido à segurança e padrões como os certificados digitais e web

services, ocorrem uma diminuição na sonegação de tributos e um

aumento na eficiência da fiscalização pelo órgão responsável.

Padronização e incentivo ao uso de tecnologias: a adoção da NF-e

acarreta numa padronização dos equipamentos e sistemas utilizados no

processo, seguindo as normas predefinidas, incentivando assim a

melhoria e automatização das empresas brasileiras.

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11

Para o transporte da mercadoria, é necessária a impressão de um

documento auxiliar para representação gráfica da NF-e, intitulado DANFE. Tendo

em seu conteúdo, a chave de acesso para consulta da NF-e na Internet e um

código de barras para a confirmação de informações da NF-e pelas unidades

fiscais.

2.1.1 DANFE

“O DANFE é um documento fiscal auxiliar que tem a finalidade de

acobertar a circulação da mercadoria e não se confunde com a NF-e da qual é

mera representação gráfica” (MANUAL, 2009, p.18).

A validade deste documento está condicionada à existência da NF-e

devidamente autorizada na SEFAZ de origem e não tem nenhum valor fiscal se

emitido em papel comum.

Segundo o Manual (2009, p. 90), os principais objetivos da impressão do

DANFE são:

Acompanhar o trânsito de mercadorias;

Colher a firma do destinatário/tomador para comprovação de entrega

das mercadorias ou prestação de serviços;

Prover a necessidade de representações impressas adicionais previstas

expressamente na legislação;

Auxiliar a escrituração da NF-e pelo destinatário não credenciado como

emissor de NF-e.

A estrutura do DANFE contém todas as informações relacionadas ao

produto ou serviço prestado e pode ser observada na figura 1.

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12

Figura 1: DANFE emitido em folha comum.

Fonte: http://inforviasistemas.com.br/NFeInicial.htm

O DANFE poderá ser impresso em papel, com exceção de papel jornal, no tamanho mínimo A4 (210 x 297 mm) e no máximo Ofício 2 (230 x 330 mm), podendo ser utilizadas folhas soltas, formulário de segurança, Formulário de Segurança para Impressão de Documento Auxiliar de Documento Fiscal Eletrônico (FS-DA), formulário contínuo ou formulário pré-impresso. (CONTINGÊNCIA, 2009, p. 18).

2.2 Normas para emissão da NF-e

O Projeto da NF-e é baseado no conceito de documento fiscal eletrônico:

um arquivo eletrônico com as informações fiscais da operação comercial que

tenha a assinatura digital do emissor.

Para a emissão da NF-e, o contribuinte deve seguir algumas normas

definidas pelo Manual da Contingência (2009), que vai desde a autorização para

o uso da NF-e às exigências técnicas. De acordo com o Manual de Contingência

(2009), atualmente existem as seguintes modalidades de emissão de NF-e

mostradas a seguir na Figura 2:

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13

Figura 2: Modalidades de emissão da NF-e.

Fonte: http://www.spedbrasil.net/forum/topics/contingencia-desobrigacao-da

Normal: é o procedimento padrão de emissão da NF-e com transmissão da

NF-e para a Secretaria de Fazenda de origem do emissor para obter a

autorização de uso, o DANFE será impresso em papel comum após o

recebimento da autorização de uso da NF-e;

FS - Contingência com uso do Formulário de Segurança: é a alternativa mais

simples para a situação em que exista algum impedimento para obtenção da

autorização de uso da NF-e. O emissor pode optar pela emissão da NF-e em

contingência com a impressão do DANFE em Formulário de Segurança.

FS-DA - Contingência com uso do Formulário de Segurança para impressão

de Documento Auxiliar do Documento Fiscal eletrônico – FS-DA: é um modelo

operacional similar ao modelo operacional da contingência com uso de

Formulário de Segurança – FS, a única diferença é o aumento dos pontos de

venda do Formulário de Segurança com a criação da figura do

estabelecimento distribuidor do FS-DA;

SCAN – Sistema de Contingência do Ambiente Nacional: Nesta modalidade

de contingência o DANFE pode ser impresso em papel comum e não existe

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14

necessidade de transmissão da NF-e para SEFAZ de origem quando

cessarem os problemas técnicos que impediam a transmissão.

DPEC – Declaração Prévia de Emissão em Contingência: O registro prévio

das NF-e permite a impressão do DANFE em papel comum. A validade do

DANFE está condicionada à posterior transmissão da NF-e para a SEFAZ de

Origem.

2.2.1 XML

XML é uma linguagem de marcação de dados que provê um formato para

descrever dados estruturados facilitando declarações mais precisas do conteúdo

e resultados mais significativos (FURTADO Jr., 2009). Concomitantemente,

Menéndez (2002) afirma que XML é um padrão da indústria de informática que

tem como maior objetivo o intercâmbio de dados, possibilitando que sistemas

possam trocar informações de uma forma mais abrangente.

Figura 3: NF-e em formato XML com os padrões especificados.

Fonte: Contingência, 2009.

Como visto na Figura 3, o Projeto NF-e adota a especificação do

documento XML recomendado pela W3C (World Wide Web Consortium) para

XML 1.0 e a codificação dos caracteres em UTF-8, com todos os documentos

XML iniciados com a declaração <?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>.

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15

2.2.2 Certificado Digital

Um dos requisitos tecnológicos para a emissão de NF-e é que a empresa

disponha de um certificado digital de pessoa jurídica, emitida pela ICP-Brasil

(Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira).

De acordo com o Manual (2009), esse certificado digital possui duas

funções: assinar digitalmente as NF-e e identificar o servidor da empresa no

momento em que ele se conectar ao sistema da SEFAZ para transmitir as NF-e.

Emissor (2010) define dois tipos de certificados digitais de pessoa jurídica:

Padrão ICP-Brasil: o processo de emissão de um certificado digital de

pessoa jurídica requer a apresentação dos documentos, a validação

presencial e a assinatura de Termos de Titularidade pelo responsável

legal pela entidade certificada;

e-CNPJ: É emitido pelas AC (Autoridades Certificadoras)

subordinadas à Receita Federal do Brasil, é o responsável legal que

assina o Termo de Responsabilidade e é ele que deve manter,

exclusivamente, a senha e a posse do certificado.

2.2.3 Web Service

Bambinete (2008, apud Snell, Tidwell, Kulchenko, 2002), define Web

Service como uma interface acessível pela rede de funcionalidades de

aplicações, construída usando padrões da internet. Web Services são

ferramentas computacionais que aceitam solicitações de outros sistemas através

da Internet (Menéndez, 2002).

Destacam-se como principais vantagens encontradas nos Web Services à

integração entre aplicações construídas em diferentes tecnologias e a facilidade

de implementação.

O Manual (2009) define como padrão de comunicação Web Services

disponibilizados pelo Sistema de Contingência da SEFAZ, responsáveis pela

tramitação das NF-e na Internet.

2.3 Sistemas semelhantes

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16

Partindo da obrigatoriedade da emissão da NF-e, imposta pelo Governo

Federal, muitas empresas desenvolveram seus próprios sistemas gerenciadores

de NF-e, no intuito da comercialização de seus produtos para outras empresas ou

mesmo para suprir as suas necessidades.

Dentre os sistemas utilizados no mercado, merece destaques o Radar

RVI_NF-e, NF-e AFA, Systax:

2.3.1 Radar RVI_NF-e

Desenvolvido pela WK Soluções, sediada em Blumenau, Santa Catarina, o

Radar RVI_NF-e 3é o sistema no qual é baseada a estrutura do sistema RVI_NF-

e, destacam-se as principais funcionalidades a automatização do processo de

recepção, validação e integração da NF-e, disponibilizando-o na tela de entradas

do sistema, proporcionando agilidade e segurança ao processo.

Na figura 4, observa-se o funcionamento do processo de listagem de NF-e

no sistema Radar RVI_NF-e.

Figura 4: Tela de pesquisa de NF-e – Radar RVi_NF-e.

Fonte: http://www.prodatasystems.com.br/img/wkradar/nf-e/Site NF-e.jpg

2.3.2 NF-e AFA

3 http://www.wk.com.br/Produtos/RadarRVI-NFe.aspx

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17

Com o objetivo de proporcionar agilidade e fácil acesso as funções do

sistema, foi desenvolvido pela AFA Assessoria e Informática, o NF-e AFA4, tendo

seu público alvo às empresas que possuem sistemas para emissão da NF-e e

necessitam de um gerenciador que faça a receptação e validação da NF-e.

Figura 5: Diagrama de envio e recebimento - NF-e AFA.

Fonte: http://www.afa.inf.br/nf-e/imagens/envio_retorno.png Observa-se na figura 5, a descrição de todos os processos utilizados pelo

sistema NF-e AFA. O processo de envio se caracteriza pela emissão das NF-e

por sistemas proprietários, importação das NF-e para o sistema NF-e AFA,

verificação e validação por meio de uma conexão com o WebService. A partir do

processo de envio, faz-se necessário o retorno das NF-e, contendo a geração de

relatórios e da DANFE, impressão e armazenamento em banco de dados.

2.3.3 Systax Validação NF-e

Tendo como principal função a validação tributária da NF-e, desenvolvida

pela FISCOSoft, o Systax5 garante a verificação adequada da incidência do

tributo como um diferencial, processando mais de 452.700 regras de tributação,

viabilizando um sistema que possibilite interagir com os sistemas empresarias

implantados nas empresas, resultando em agilidade e maior qualidade dos

processos.

4 http://www.afa.inf.br/nf-e/notafiscal.html 5 http://www.systax.com.br/

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18

Software RVI-NFe Radar RVI-NFe

NFe-AFA Systax NF-e

Empresa Grupo E-gen WK Soluções AFA FISCOSoft Funções Receptação,

Validação e Integração

Receptação, Validação e Integração

Validação Validação

Telas do Sistema

Disponibiliza Disponibiliza Não disponibiliza

Não disponibiliza

Tabela 1 - Quadro comparativo entre os sistemas de validação Fonte: Próprio autor.

A tabela acima mostra um comparativo sobre cada um dos sistemas

expostos. O Grupo E-gen no desenvolvimento do RVI_NFe tomou por referência

o Radar RVI-NFe por ser completo e bem aceito no mercado. O NFe-AFA se

destaca por utilizar um fluxo inteligente e simples do funcionamento, mas não

contém um módulo para receptação das NF-e, precisando assim de outro

software ou disponibilização de um usuário. O Systax NF-e tem seu ponto forte na

tributação de impostos, por conter grandes informações e regras implementadas.

2.4 Ferramentas utilizadas

No desenvolvimento deste software, foram utilizadas além da plataforma

Java, algumas ferramentas para auxiliar a construção da aplicação. As principais

ferramentas descritas neste trabalho são: IDE Eclipse6, API JavaMail7 e o

Framework Quartz8.

Segundo Larman (2004), um framework pode ser definido como um

conjunto coeso de interfaces e classes que colaboram para fornecer serviços para

a parte básica e constante de um subsistema lógico. Neste trabalho, adotou-se o

termo framework para definir um conjunto de classes e interfaces implementadas,

utilizada para reuso do código. Também foi adotado o termo API como um

conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para a utilização das

suas funcionalidades.

2.4.1 IDE Eclipse

6 http://www.eclipse.org/ 7 http://www.oracle.com/technetwork/java/javamail/index.html 8 http://www.quartz-scheduler.org/

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19

É um ambiente de desenvolvimento, desenvolvido em Java, que

disponibiliza recursos para o desenvolvimento de aplicações em diversas

linguagens de programação.

Eclipse é um IDE (Integrated Development Environment) desenvolvido em Java, seguindo o modelo open source de desenvolvimento de software. O projeto Eclipse foi iniciado na IBM que desenvolveu a primeira versão do produto e doou-o como software livre para a comunidade. (LUCKOW e MELO, 2010)

Nos dias atuais, o Eclipse é o IDE Java mais utilizado no mundo. Possui

como características marcantes o uso da SWT e não do Swing como biblioteca

gráfica, amplo suporte ao desenvolvedor, baseado na forte orientação ao

desenvolvimento em plug-ins que procuram atender as diferentes necessidades

dos programadores.

A figura 6 ilustra o funcionamento do IDE Eclipse, contendo abas de

controle para otimização e organização no desenvolvimento de sistemas.

Figura 6: Ilustração do IDE Eclipse.

Fonte: http://www.yolinux.com/TUTORIALS/images/JavaIDE-Eclipse_FullSizeImage.gif

2.4.2 API JavaMail

Desenvolvida pela Sun Microsystems, a API JavaMail fornece uma

estrutura independente de plataforma e de protocolo para construir e-mail e

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20

aplicativos de mensagens. A API JavaMail está disponível para uso na plataforma

Java SE e Java EE.

2.4.3 Framework Quartz

O Quartz é um framework Open Source simples e flexível, utilizado nas

plataformas Java EE e Java SE. Permite o desenvolvimento aplicações com

agendamentos por intervalos de tempo, propiciados pelos Jobs de serviços em

aplicações, onde é possível construir vários relacionamentos entre os elementos

de sua estrutura básica: Jobs, Trigger e Scheduler.

As principais características do Quartz são:

Criação de agendamentos em tempo de execução;

Agendamentos definidos por ano, data, hora, minuto e segundo;

Persistência de trabalho fornecida por vários mecanismos de

armazenamento;

2.4.3.1 Jobs

Os Jobs são as tarefas que serão executadas pelo Quartz. A execução está vinculada a uma determinada condição associada a este processo que deve ser satisfeita. É parte do código responsável por executar a tarefa propriamente dita do agendamento. (GUIA, 2010, p. 4)

O Job é uma simples classe Java que realiza uma tarefa. A única exigência

é que esta classe implemente a interface org.quartz.Job e dispare uma JobExecu-

tionException no caso de um erro grave.

2.4.3.2 Trigger

Segundo o Guia (2010), Trigger, ou gatilho, está associado ao evento do

disparo durante a execução de um processo. É parte do código responsável por

determinar quando determinado Job deverá ser executado.

Triggers são usados para disparar a execução de Jobs. Para o

agendamento da tarefa, é necessário instanciar uma Trigger e configurar suas

propriedades para prover o agendamento que deseja. Atualmente existem dois

tipos de Triggers:

Page 22: 99481700 Desenvolvimento Para Receptacao Validacao Integracao de NFe

21

SimpleTrigger: é utilizado para agendamento de tarefas que devem ser

executadas uma vez em uma determinada data ou em uma data

específica e em um determinado intervalo.

CronTrigger: mais utilizado que o SimpleTrigger, trata de expressões

mais complexas, determinando quando e de quanto em quanto tempo a

tarefa deve ser executada.

Nome Obrigatório Faixa de Valores Especiais Segundos Sim 0-59 , - * / Minutos Sim 0-59 , - * / Hora Sim 0-23 , - * / Dia do mês Sim 1-31 , - * ? / LW Mês Sim 1-12 ou JAN-DEC , - * / Dia da semana

Sim 1-7 ou SUN-SAT , - * ? / L #

Ano Não 1970-2099 , - * /

Tabela 2 - Formato das expressões do CronTrigger. Fonte: Próprio autor.

Conforme observado na tabela 1, são listados os requisitos para a criação

de expressões de controle CronTrigger. Observa-se ainda a faixa de valores e

caracteres especiais suportados pelo framework.

2.4.3.3 Scheduler

É a interface que concentra os Jobs, responsável por iniciar, pausar e

parar todo o processo de agendamento. Contém os principais métodos para o

gerenciamento, tais como:

scheduling/unscheduling;

Starting/Stopping/Pausing;

ScheduleJob();

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22

3. O PROJETO RVI_NFE

Este Capítulo tem como objetivo a apresentação do sistema RVI_NFe,

desenvolvido no Grupo e-Gen, descrevendo os requisitos do sistema, funcionais e

não-funcionais, a metodologia de desenvolvimento, além de todo o processo

utilizado no sistema.

3.1 Objetivo da ferramenta

O intuito principal do desenvolvimento do sistema RVI_NFe, é a

implementação de uma aplicação Web, criando solução para os problemas

referentes a validação das NF-e, encontrados na rede Lojas Maia.

O processo consiste em automatizar toda a funcionalidade de validação,

sem a necessidade de mão de obra, anteriormente empregado.

Atualmente, o sistema está em pleno funcionamento no Departamento de

Tecnologia da Informação das Lojas Maia, em sua matriz, localizado na BR230.

3.2 Metodologia de desenvolvimento

Segundo Sommerville (2003), o modelo em cascata foi o primeiro modelo

publicado de desenvolvimento de software, baseado em outros processos de

engenharia. Concomitantemente Victorino e Bräscher (2009) afirmam que o

modelo em cascata foi proposto por Winston W. Royce em 1970, e se caracteriza

por possuir progressão sequencial entre as fases.

O modelo em cascata sugere uma abordagem linear e contínua entre

todas as atividades envolvidas no desenvolvimento de software, também sendo

conhecido como ciclo de vida do software por sua característica sequencial de

eventos (Pressman, 2006). Amplamente utilizado, esta metodologia se destaca

nos dias atuais por sua simplicidade e qualidade gerada ao desenvolvimento do

software.

O modelo de processo em cascata tem como principais vantagens a

produção de documentação ao final de cada fase e a sua aderência a outros

modelos de processo (Sommerville, 2003).

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23

Figura 7: Representação gráfica do ciclo de vida no Modelo em Cascata.

Fonte: Sommerville, 2003.

Como pode ser visto na figura 7, Sommerville (2003), concomitantemente

com Pressman (2006), definem as seguintes fases do modelo em cascata:

Análise dos requisitos de software: “As funções, as restrições e os

objetivos do sistema são estabelecidos por meio da consulta aos usuários

do sistema. Também são definidos os detalhes que servem como

especificação do sistema” (SOMMERVILLE, 2003)

Projeto de software: Sommerville (2003) define projeto de software como

o processo que agrupa os requisitos de hardware e software,

estabelecendo uma arquitetura e envolvendo a identificação e descrição

do sistema de software.

Desenvolvimento: De acordo com Pressman (2006), a atividade de

desenvolvimento consiste em transformar, através de técnicas de

programação, o projeto de software em um produto executável e

operacional.

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24

Integração e Testes: Para Sommerville (2003), as unidades de programas

individuais são integrados e testados como um sistema completo, a fim de

garantir que os requisitos de software foram atendidos.

Operação e Manutenção: Ainda segundo Sommerville (2003), é a fase

mais longa do processo. O sistema é instalado e colocado em operação e

a manutenção envolve a correção dos erros que não foram descobertos

em estágios anteriores.

3.3 Atividades Percorridas

Esta seção apresentada detalhadamente as principais atividades

realizadas nos processos de planejamento e desenvolvimento do sistema

RVI_NFe.

3.3.1 Diagramas

Como técnica para diagramação do sistema RVI_NFe, foi escolhido o

padrão UML (Unified Modeling Language) em conjunto com a ferramenta de

modelagem Astah* Community9, desenvolvido pela Change Vision, Inc. A UML (Unified Modeling Language) é uma linguagem para especificação, documentação, visualização e desenvolvimento de sistemas orientados a objetos. Sintetiza os principais métodos existentes, sendo considerada uma das linguagens mais expressivas para modelagem de sistemas orientados a objetos. (Vargas, 2008, p.1)

A UML tem por objetivo permitir que desenvolvedores e clientes visualizem

os produtos e trabalho realizado em diagramas padronizados.

3.3.1.1 Diagrama de Caso de Uso

O diagrama de Caso de Uso descreve um cenário que mostra as

funcionalidades do sistema do ponto de vista do usuário. Larman (2007) define

casos de uso como uma coleção de cenários relacionados de sucesso e fracasso,

que descrevem um ator usando um sistema como meio para atingir um objetivo.

9 http://astah.net/editions/community

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25

Figura 8: Diagrama de Casos de Uso – RVI_NFe.

Fonte: Próprio autor Na Figura 8 são apresentadas as ações do sistema, o papel de cada ator e

como as ações se relacionam entre si. A seguir são descritos individualmente

cada um dos casos de uso apresentados no diagrama de casos de uso:

Conectar e-mail: consiste na realização da conexão automática com a

conta de e-mail referente à recepção das NF-e, para a conexão, o

administrador precisa informar o e-mail e a senha correspondente.

Baixar anexos: O processo consiste em realizar o download dos

anexos XML das NF-e e armazená-las em um diretório do servidor.

Toda a manipulação é realizada pelo framework Quartz.

Validar NF-e: realiza a validação das NF-e, junto ao site da SEFAZ. O

sistema enviará a chave de acesso contida na NF-e, consultando sua

situação atual, caso o retorno seja “Autorizado”, será executado o

armazenamento da NF-e no banco de dados.

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26

Armazenar no banco de dados: Este procedimento consiste em salvar

no banco de dados as informações contidas na NF-e válidas.

3.3.1.2 Diagrama de Classes

O diagrama de Classes é uma representação da estrutura e relações das

classes implementadas no sistema.

Figura 9: Diagrama de Classes - RVI_NFe.

Fonte: Próprio autor A seguir são descritos individualmente cada classe apresentados no

diagrama da Figura 9:

NFe: contém atributos referentes aos campos da NF-e emitida,

necessários para a validação junto ao site da SEFAZ. Tais atributos

são preenchidos por meio do método Operações, contido na classe

Operações;

Operações: seus atributos recebem links para os Web Services

disponibilizados para a validação na SEFAZ, de acordo com o estado

federativo. Contém ainda o método validarNFe para a solicitação de

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27

validação e o método Operações responsável pela execução de outros

processos no software;

RVI_NFeJob: executa o agendamento criado por meio do método

execute;

RVI_NFeScheduler: principal classe do framework Quartz, contém um

atributo instanciado da classe nativa Job e o método SchedulerJob,

responsável por iniciar o agendamento dos processos.

ConsultarNFe: é responsável por buscar o resultado da validação,

armazenados nos seus atributos.

Parametros: contém todos os atributos necessários para a execução

do sistema, como a conta de e-mail, senha, certificado e assinatura

digital, armazenados no banco de dados.

ConectarEmail: responsável pela conexão e download das NF-e,

contém atributos passados pela classe Parametros.

3.3.1.3 Diagrama de Sequência

O diagrama de sequência é utilizado para representar a continuação dos

processos durante a execução do sistema.

Na Figura 9 é apresentada a sequência de processos do sistema

RVI_NFe, o papel de cada ator e como as ações se relacionam entre si. O

protótipo utiliza a classe Quartz para, através dela, executar todos os processos.

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28

Figura 10: Diagrama de Sequência – RVI_NFe.

Fonte: Próprio autor

3.3.2 Testes de software e validação

Os testes de software têm como objetivos validar as funcionalidades

desenvolvidas e avaliar se o que foi construído está de acordo com o que o

cliente solicitou, tornando-se assim, uma das fases mais importantes da

metodologia de desenvolvimento em cascata.

O plano de testes utilizado para a verificação e validação do RVI_NFe

foram os Testes Unitários, utilizando a framework JUnit, disponibilizado na IDE

Eclipse.

O JUnit10 é um framework de testes unitários automatizados para a

linguagem Java. A utilização do JUnit facilita a criação de código automático para

testes, podendo assim fazer a verificação se cada método de uma classe

funciona da forma esperada, exibindo possíveis erros ou falhas (NETO, 2009).

A validação do sistema veio a partir de testes de implementação,

desenvolvidos em ambiente de produção da rede Lojas Maia. O sistema RVI_NFe

passou um período de sete dias em funcionamento, com testes diários de

receptação e validação de NF-e. Após este período de analise dos resultados, o

sistema recebeu a permissão de implantação e utilização.

10 http://www.junit.org/

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29

3.3.3 Configuração do Quartz

Dentro do processo de codificação do sistema RVI_NF-e, algumas

atividades foram desenvolvidas para a automatização do sistema. O framework

Quartz foi utilizado no RVI_NF-e para proporcionar o agendamento das

operações.

Nesta fase, fez-se necessário a configuração do arquivo quartz-jobx.xml,

utilizando as expressões CronTrigger para definição do intervalo de tempo ao

qual o sistema será executado, conforme ilustrado na imagem 11.

Figura 11: Arquivo de configuração do agendamento.

Fonte: RVI_NFe A figura 11 descreve a estrutura do arquivo quartz-jobs.xml, contendo

marcações do tipo:

<job>: estrutura que organiza todas as marcações;

<job-detail>: informa o nome do arquivo, grupo de utilização,

descrição e a classe controladora;

<trigger>: define que será implementado um Trigger no sistema;

<cron>: informa o nome da expressão, nome do Job utilizado, grupo

de utilização, descrição e a classe controladora;

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30

<cronexpression>: contém a expressão que define o intervalo de

tempo, utilizando valores e caracteres especiais descritos no quadro 1, na

página 20;

Figura 12: Classe RVI_NFeScheduler.

Fonte: RVI_NFe

A figura 12 mostra a classe RVI_NFeScheduler, responsável pelo disparo

dos Jobs e Triggers implementados no sistema. A estrutura desta classe contém

o método RVI_NFeScheduler() que instancia objetos do tipo SchedulerFactory,

Scheduler e SimpleTrigger.

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31

4. RESULTADOS

Os resultados obtidos com o desenvolvimento deste trabalho se mostraram

aceitáveis visto que todos os objetivos foram atendidos, tais como, o

desenvolvimento de um sistema automático para receptação e validação de NF-e,

e a criação de um banco de dados para o armazenamento das informações

relacionadas às NF-e.

Figura 13: Gráfico comparativo de validações - RVI_NFe

Fonte: Informações cedidas pelo do núcleo de tecnologia das Lojas Maia. A figura 13, mostra com base em relatórios mensais gerados pela equipe

de TI das Lojas Maia, a comparação entre a quantidade de NF-e validadas

utilizando o processo antigo, manualmente operado por funcionários e o novo

modelo de processo, utilizando o RVI_NFe. Nota-se que com a validação feita a

partir do RVI_NF-e, o processo tem um maior desempenho, validando assim 50%

de NF-e a mais do que no processo anterior.

4.1 Cenário de Uso

Nesta seção, será mostrado o cenário de uso do sistema RVI_NFe. As

telas de gerenciamento do sistema foram construídas com a utilização do e-Gen

Developer, sistema para geração de código em diversas plataformas. As imagens

a seguir exibem as telas do sistema, visando um melhor entendimento da

utilização do RVI_NFe.

0

5

10

15

20

25

Quantidade de Validações

Processo Anterior

RVI_Nfe

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32

Figura 14: Tela de login - RVI_NF-e

Fonte: RVI_NF-e A figura 14 apresenta a tela inicial da ferramenta. No centro da imagem,

observa-se os campos username e password. O usuário deve utilizar um nome de

usuário e senha cadastrados no sistema para obter permissão de uso.

Apenas algumas funções do sistema podem ser manipuladas pelas telas

do sistema, pois o framework Quartz encapsula de maneira otimizada outras

funções do sistema. As principais vantagens no seu uso são: simplicidade no

processo de pesquisa NF-e, criação de relatórios e definição dos parâmetros

necessários na configuração, evitando assim complexidade e alteração no código

fonte.

A figura 15 ilustra a utilização do processo de definição dos parâmetros no

sistema RVI_NF-e.

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33

Figura 15: Tela de definição dos parâmetros - RVI_NF-e

Fonte: RVI (2011) Conforme visto na figura 15, a tela de definição de parâmetros proporciona

a criação e armazenamento no banco de dados de parâmetros de utilização no

sistema RVI_NF-e. Faz-se necessário o preenchimento do código do parâmetro,

nome e valor relacionado.

A tela de pesquisa contém os campos da NF-e armazenada, mostrando

com detalhe todos os valores relacionados. Encontra-se também nesta tela, a

opção de criação de relatórios em alguns tipos de arquivo, tais como: doc, pdf e

xls. A figura 16 ilustra essa situação.

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34

Figura 16: Tela de pesquisa de NF-e com geração de relatórios

Fonte: RVI_NF-e

5. CONCLUSÕES

Neste trabalho, foi apresentado o sistema Web RVI_NFe, que teve por

objetivo prover um software para dar suporte ao processo de validação das NF-e

de entrada da rede de varejo Lojas Maia.

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35

Durante o planejamento do sistema, fez-se necessário o estudo

aprofundado do Projeto NF-e, suas normas e diretrizes impostas a fim de

conhecer a regra de negócio necessária no desenvolvimento da aplicação. Além

disso, o planejamento contemplou a definição da metodologia de

desenvolvimento, levantamento de requisitos do sistema e o plano de testes.

Todo esse estudo garantiu um desenvolvimento com qualidade elevada, seguindo

todo o planejamento e documentação produzida.

5.1 Dificuldades

Uma dificuldade encontrada no desenvolvimento deste sistema foram os

prazos estipulados para a entrega do produto final, estimados em apenas dez

dias úteis, contanto a partir do planejamento e definição dos requisitos. Este

prazo foi estipulado pela urgência no desenvolvimento do software, entretanto foi

possível cumpri-lo, pois foi alocada uma equipe experiente, gerando assim a

satisfação do cliente por automatizar o processo de validação e recursos para o

Grupo E-Gen.

Outra dificuldade foram os testes de integração de envios e validação à

SEFAZ, pois foi necessária a utilização de um certificado digital válido, solicitado

às Lojas Maia e validado apenas na sede da empresa, por motivos de segurança.

Podemos concluir que o uso das novas tecnologias e diretrizes

relacionadas à NF-e, impostas pelo Governo Federal do Brasil possibilita a

melhoria nos processos de emissão, validação, controle e fiscalização, além de

reduzir os custos para todos os envolvidos, trazendo assim impacto positivo em

termos ecológicos.

5.2 Trabalhos futuros

Como trabalho futuro sugere-se o desenvolvimento de um módulo do

sistema para execução de procedimentos de emissão da NF-e seguindo o modelo

e normas estabelecidas pelo Manual (2009). Com este módulo, o sistema

disponibilizará de todos os recursos, podendo futuramente ser comercializado

com outras organizações.

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36

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