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Poços de Caldas 2017
LAÍS DOS SANTOS FREITAS PEDRO
A AÇÃO ANTIMICROBIANA E ANTI-INFLAMATÓRIA DO ÓLEO RESINA DE COPAÍBA NO TRATAMENTO DE
DOENÇAS CUTÂNEAS
Poços de Caldas
2017
NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA
A AÇÃO ANTIMICROBIANA E ANTI-INFLAMATÓRIA DO ÓLEO RESINA DE COPAÍBA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CUTÂNEAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.
Orientador: Thamara Silva
LAÍS DOS SANTOS FREITAS PEDRO
A AÇÃO ANTIMICROBIANA E ANTI-INFLAMATÓRIA DO ÓLEO RESINA DE COPAÍBA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CUTÂNEAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.
Aprovado em: __/__/____
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Dedico este trabalho a minha avó
Maria, que embora não soubesse ler ou
escrever, foi a pessoa mais sábia que já
conheci, a quem devo grande parte do
que sou e do que conquistei em minha
vida. E aos meus pais que são meus
maiores incentivadores.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado força e sabedoria, por ter me capacitado para concluir
mais uma etapa em minha vida.
Ao meu marido e a minha família, por estarem sempre ao meu lado, pelo apoio,
incentivo, paciência, confiança e amor incondicional dedicados a mim.
Agradeço aos professores, pela orientação, dedicação e apoio.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.
PEDRO, Laís dos Santos Freitas. A ação antimicrobiana e anti-inflamatória do óleo resina de copaíba no tratamento de doenças cutâneas. 2017. Número total de folhas 37. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade Pitágoras, Poços de Caldas, 2017.
RESUMO
As plantas medicinais têm se tornado uma opção cada vez mais viável para o
tratamento de diversas doenças. O óleo de copaíba dentre suas diversas indicações,
é muito utilizado por sua ação antimicrobiana, anti-inflamatória e cicatrizante. Pode
ser administrado por via oral ou tópica. Este trabalho tem como objetivo descrever a
ação antimicrobiana e anti-inflamatória do óleo resina de copaíba para o tratamento
tópico de doenças cutâneas. Apresenta o óleo de copaíba como uma opção segura
e eficaz de tratamento. Os dados e informações nele contidos foram obtidos pela
metodologia de revisão bibliográfica. São muitos os artigos que comprovam a
eficácia do óleo de copaíba e sua indicação tópica, o que faz com que seu uso seja
cada vez mais aceito e disseminado pela população. Contudo, dos estudos
encontrados, poucos abordam a ação do óleo resina de copaíba como anti-
inflamatório e antimicrobiano tópico em alguma doença cutânea específica. Conclui-
se que são necessários mais estudos que visem elucidar seus efeitos em longo
prazo e principalmente, com foco em doenças cutâneas especificas.
Palavras-chave: óleo de copaíba, antimicrobiano, anti-inflamatório, doenças
cutâneas
PEDRO, Laís dos Santos Freitas. The antimicrobial and anti-inflammatory action of copaiba resin oil in the treatment of skin diseases. 2017. Número total de folhas 37. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade Pitágoras, Poços de Caldas, 2017.
ABSTRACT
Medicinal plants have become an increasingly viable option for the treatment of
various diseases. Copaiba oil, among its various indications, is widely used for its
antimicrobial, anti-inflammatory and cicatrizing action. It can be given orally or
topically. This work aims to describe the antimicrobial and anti-inflammatory action of
copaiba resin oil for the topical treatment of cutaneous diseases. It presents copaiba
oil as a safe and effective treatment option. The data and information contained
therein were obtained by the bibliographic review methodology. There are many
articles that prove the effectiveness of copaiba oil and its topical indication, which
makes its use increasingly accepted and disseminated by the population. However,
from the studies found, few address the action of copaiba resin oil as an anti-
inflammatory and topical antimicrobial in some specific cutaneous disease. It is
concluded that further studies are needed to elucidate its effects in the long term and
mainly, focusing on specific skin diseases.
Key-words: copaiba oil, antimicrobial, anti-inflammatory, skin diseases
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................ 9
1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO............................................................................... 9
2 A PELE ................................................................................................................. 10
2.1 ANATOMIA ........................................................................................................ 10
2.2 HISTOLOGIA ..................................................................................................... 10
2.2.1 Epiderme ......................................................................................................... 11
2.2.2 Derme ............................................................................................................. 12
2.3 FISIOLOGIA ....................................................................................................... 13
2.4 PATOLOGIAS .................................................................................................... 15
3 O ÓLEO RESINA DE COPAÍBA .......................................................................... 20
3.1 ORIGEM DO ÓLEO RESINA DE COPAIBA E SUAS PRIMEIRAS APLICAÇÕES . ....................................................................................................................................20
3.2 EXTRAÇÃO ....................................................................................................... 20
3.3 ASPECTOS BOTÂNICOS .................................................................................. 21
3.4 COMPOSIÇÃO QUÍMICA .................................................................................. 22
3.5 INDICAÇÕES E UTILIZAÇÕES ......................................................................... 23
3.6 TOXICIDADE, EFEITOS COLATERAIS, E CONTRAINDICAÇÕES ................... 24
4 MECANISMO DE AÇÃO DO ÓLEO RESINA DE COPAÍBA COMO ANTI-INFLAMATORIO E ANTIMICROBIANO NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CUTANEAS ............................................................................................................. 25
4.1 MECANISMO DA INFECÇÃO E DA INFLAMAÇÃO ........................................... 25
4.1.1 Mediadores da Inflamação .............................................................................. 26
4.2 MECANISMO DE AÇÃO DO ÓLEO RESINA DE COPAIBA COMO ANTI-INFLAMATORIO ...................................................................................................... 27
4.3 MECANISMO DE AÇÃO DO ÓLEO RESINA DE COPAIBA COMO ANTIMICROBIANO .................................................................................................. 28
4.4 O ÓLEO RESINA DE COPAIBA NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS CUTANEAS INFLAMATORIAS E INFECCIOSAS .................................................... 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................31
REFERÊNCIAS.....................................................................................32
8
1 INTRODUÇÃO
As plantas medicinais são conhecidas e descritas por suas propriedades
terapêuticas desde o início da civilização. Após sofrer uma queda no século XX, a
procura por medicamentos à base de plantas voltou a crescer em todo o mundo. As
razões para esse aumento podem estar associadas a uma alternativa mais saudável
de tratamento, as tendências naturalistas e até mesmo ao não acesso aos
medicamentos industrializados. No Brasil, onde os recursos naturais são abundantes
e de fácil acesso, o uso de plantas medicinais pela população é comum.
O óleo resina de copaíba é uma das plantas de uso medicinal mais utilizada e
conhecida no país e pode ser administrada por via oral ou tópica. É conhecida por
suas ações antimicrobianas, anti-inflamatórias, cicatrizante, expectorante, dentre
muitas outras. Foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration), que é um
órgão governamental dos Estados Unidos que faz o controle dos alimentos,
suplementos alimentares, medicamentos, cosméticos, equipamentos médicos,
materiais biológicos e produtos derivados do sangue humano, no ano de 1972, após
obter resultado negativo a testes de sensibilização e irritação em voluntários.
Dentre as muitas doenças que podem ser tratadas com o óleo resina de
copaíba destacam-se as doenças cutâneas, que podem ocorrer por diversas causas
e normalmente apresentam grande melhora com um tratamento por via tópica. As
doenças cutâneas podem estar relacionadas com fatores intrínsecos e extrínsecos
ao corpo humano. Essas doenças acometem milhões de brasileiros e sua gravidade
está diretamente relacionada com sua etiologia.
Existe um grande interesse cientifico pelo desenvolvimento de pesquisa de
plantas usadas na medicina popular. Assim, existem estudos que comprovam a
atividade farmacológica de vários componentes do óleo resina de copaíba. Isso faz
com que o óleo resina de copaíba seja cada vez mais indicado, e se torne cada vez
mais uma opção terapêutica segura e eficaz no tratamento de doenças, substituindo
o uso excessivo de antibióticos sintéticos e, evitando assim a resistência de
bactérias.
Este trabalho busca discutir evidências sobre a ação antimicrobiana e anti-
inflamatória do óleo de copaíba no tratamento das doenças cutâneas de forma a
apresentá-lo como uma maneira alternativa, eficaz e segura de tratamento.
9
A metodologia utilizada é a revisão de literatura especializada, com consultas
a livros, resoluções, artigos de universidades, revistas virtuais, banco de artigos
Scielo, Lilacs e Medline-Bireme, desde o ano de 2002. A avaliação inicial do material
bibliográfico ocorreu mediante a leitura dos resumos, cujo, a busca deu-se através
das palavras chaves: óleo de copaíba, anti-inflamatório, antimicrobiano, doenças
cutâneas. De posse dos artigos completos, passou-se a etapa seguinte, ou seja,
leitura minuciosa de cada artigo, visando ordenar e sistematizar as informações
necessárias para a construção da pesquisa bibliográfica, atendendo os objetivos
especificados.
1.1 Problema de Pesquisa
Qual a importância do óleo resina de copaíba com efeito antimicrobiano e
anti-inflamatório para o tratamento de doenças cutâneas?
1.2 Objetivos do Trabalho
Geral:
Descrever a ação antimicrobiana e anti-inflamatória do óleo resina de copaíba
para o tratamento de doenças cutâneas.
Específicos:
Abordar a anatomia, histologia, fisiologia e doenças da pele.
Descrever as características botânicas, químicas e as utilizações e
indicações do óleo resina de copaíba.
Explicar o mecanismo de ação do óleo resina de copaíba como anti-
inflamatório e antimicrobiano no tratamento de doenças cutâneas.
10
2 A PELE
2.1 ANATOMIA
A pele faz parte do sistema tegumentar juntamente com os pêlos e as unhas.
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, a área total de pele
corresponde a 2m2 e constitui 16% do peso corporal. A espessura da pele pode
variar dependendo da região, nas áreas de pressão e atrito como a planta dos pés é
mais espessa, já nas pálpebras é bem mais fina. A faixa etária é responsável por
variações na espessura e elasticidade da pele, sendo que estas diminuem com a
idade (DANGELO; FATTINI, 2002).
Uma forma de classificar a pele é em pilosa, glabra e orificial. A pele pilosa
reveste a maior parte do corpo, as partes que possuem pelos. A pele glabra é
denominada assim por não ter pelos, e está presente nas palmas das mãos e
plantas dos pés. A pele orificial é a que se encontra entre a pilosa e as mucosas
(RIBEIRO, 2010).
Uma característica individual da pele é a sua cor. A cor pode variar
dependendo da quantidade de pigmentos, o número de vasos sanguíneos e a
espessura da camada córnea. Dentre os pigmentos, o de maior relevância é a
melanina. A pigmentação da pele pode variar quando exposta ao calor, a radiação
UVA e UVB e após uma inflamação (CORRÊA, 2012).
A pele possui duas camadas: a epiderme, que é mais superficial e a derme,
subjacente a ela. Estas possuem ainda subdivisões, a epiderme se divide em estrato
córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato germinativo ou
basal, a derme se divide em derme papilar e derme reticular (MONTANARI, 2016).
2.2 HISTOLOGIA
A pele é composta por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado em
sua superfície, a epiderme, e de uma camada mais profunda de tecido conjuntivo, a
derme. A epiderme deriva do ectoderma e a derme do mesoderma. As duas se
interdigitam através da formação de cristas epidérmicas e de papilas dérmicas, onde
estão separadas por uma membrana basal. Logo abaixo está localizada a
hipoderme, formada por tecido adiposo, esta não faz parte da pele, é considerada
uma camada subcutânea (BARBOSA, 2011).
11
A figura 1 representa um corte da pele e seus anexos. São eles: as glândulas
sudoríparas e sebáceas, e os pelos. As unhas também são anexas da pele, mas não
aparecem na representação abaixo.
Figura 1 – Microestrutura (histologia) da pele e anexos.
Fonte: Corrêa (2012, p. 414)
Através de suas terminações nervosas sensitivas ou receptores cutâneos, a
pele recebe constantemente informações sobre o ambiente e as envia para o
sistema nervoso central. Essas terminações nervosas são responsáveis pelas
sensações como frio, calor, tato, pressão e dor. Nas regiões da pele que são
cobertas por pêlo, existem terminações nervosas especificas nos folículos pilosos
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
2.2.1 Epiderme
Como já foi citada, a epiderme está dividida em cinco camadas ou estratos. O
estrato basal é a camada mais profunda e suas células tem formato cuboide a
colunar, são responsáveis pela renovação celular, através de mitoses. As células
originadas nesse processo são progressivamente empurradas para cima, em direção
12
à superfície, formando assim a camada mais espessa, o estrato espinhoso. Esta
camada é composta por células poliédricas (espinhosas) com numerosos
prolongamentos curtos que formam os desossomos, estes garantem a conexão
entre células adjacentes. A nutrição celular é feita através de espaços linfáticos entre
as células espinhosas, onde circulam os fluidos vindos das papilas. O estrato
granuloso é composto por células granulares que são achatadas e acumulam
grânulos de querato-hialina, os quais preenchem as células por completo. O estrato
lúcido está presente na pele da palma da mão e planta do pé, as células contem
filamentos de queratina densamente compactados, e eleidina. A camada mais
superficial é o estrato córneo, formado por pilhas de células mortas superpostas,
queratinizadas chamadas escamas. Essa camada é descamada na mesma
proporção em que vão sendo substituídas pela atividade mitótica dos estratos basal
e espinhosa (GARTNER; HIATT, 2007).
A epiderme é composta além das células epiteliais, pelos seguintes tipos
celulares: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e as células de Merkel.
Os queratinócitos são responsáveis pela produção de queratina, são as mais
numerosas. Os melanócitos são responsáveis pela produção de melanina, que é
sintetizada nos melanossomas. As células de Langerhans atuam como células
apresentadoras de antígenos em respostas imunológicas. Por último, as células de
Merkel formam complexos com terminações nervosas aferentes, que atuam como
receptores para toque (ELDER, 2011).
2.2.2 Derme
A derme deriva da mesoderme e é formada de tecido conjuntivo, no qual se
encontram vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e suas terminações. O tecido
conjuntivo é constituído quase totalmente de fibras colágenas e em maior grau, de
fibras elásticas reticulares (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
Na derme, estão localizadas as glândulas sudoríparas e as glândulas
sebáceas. As glândulas sudoríparas são responsáveis pela produção do suor, e por
meio dele são importantes para a regulação da temperatura corporal, através da
absorção do calor pela evaporação da água. As glândulas sebáceas são
responsáveis pela produção de uma secreção denominada sebo, que atua na
lubrificação da pele e pelos. As glândulas sudoríparas são abundantes nas palmas
13
das mãos e nas plantas dos pés, já as sebáceas são ausentes nesses locais
(COLICIGNO, 2008).
A derme é dividida em duas camadas, uma superficial chamada de derme
papilar, e outra mais profunda e espessa, rica em feixes colágenos, chamada derme
reticular. As duas são compostas por fibras, células e substancia fundamental,
constituída por um gel composto principalmente, por muco polissacarídeos ácidos ou
glicosaminoglicanas (CORRÊA, 2012).
A derme papilar é delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo que forma
as papilas dérmicas. Ela possui fibrilas especiais de colágeno, que se inserem por
um lado na membrana basal e pelo outro penetram profundamente a derme, assim,
contribuem para prender a derme a epiderme. A derme papilar juntamente com o
corpo de Malpighi (estrato basal mais estrato espinhoso), constituem o setor mais
importante da pele, onde se realiza a maioria dos processos patológicos
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
A derme reticular é composta por feixes espessos de fibras colágenas, de
mistura com fibras elásticas e reticulíneas, em uma matriz de substância
fundamental rica em glicosaminoglicanas ligadas ou não a proteína. Ela suporta um
plexo vascular e interdigita-se com a hipoderme subjacente (GARTNER; HIATT,
2007).
2.3 FISIOLOGIA
A pele exerce funções essenciais ao organismo como barreira química e
microbiologia, barreira contra a radiação ultravioleta, barreira térmica, barreira
elétrica, proteção imunológica, função de percepção, síntese de vitamina D, além de
servir para a diferenciação pessoal através de sua variação de cor, odor e textura
(OTUKI, 2004).
Uma das funções da pele é a função de barreira química e microbiológica.
Nesse contexto, camada córnea assume importância relevante, constituindo-se em
interface entre o organismo e o meio ambiente, graças a suas propriedades:
impermeabilidade relativa a água e eletrólitos, evitando perdas hídricas e
eletrolíticas, bem como limitando a penetração de substancias exógenas; relativa
resistência a agentes corrosivos; restringe a passagem da corrente elétrica através
da pele; superfície relativamente seca, retardando a proliferação de microrganismos;
14
quimicamente representa uma membrana limitadora a passagem de molécula. Sem
o revestimento de queratina da camada córnea, o organismo perderia líquido,
secaria e morreria. Ao considerarmos queratina e pH cutâneo, observamos que a
epiderme constitui uma barreira contra a invasão microbiana e, impede que fungos e
bactérias atinjam tecidos viáveis da pele (CORRÊA, 2012).
Outra função é a de barreira frente à radiação solar. A melanina é sintetizada
a partir da tirosina, passando por várias etapas que requerem a enzima tirosinase. A
melanina é produzida e armazenada nos melanossomos, uma organela
especializada. Os melanossomos são fagocitados por queratinócitos e transportados
para uma região acima do núcleo do queratinócito, atuando como um escudo
protetor contra a radiação ultravioleta. A principal função da melanina é proteger a
pele das radiações ultravioleta do sol através da difração e/ou reflexão da energia
radiante. A exposição à radiação UV estimula a produção de melanina no interior
dos melanossomos (SOUTOR, 2015).
A pele, juntamente com os tecidos subcutâneos e o tecido adiposo funcionam
como um isolador, como uma barreira térmica para o corpo. A temperatura normal
do corpo é de 37ºC. A termoregulação é feita fundamentalmente pelo sistema
vascular e sudoríparo da pele. As glândulas sudoríparas esfriam a superfície
corporal através da evaporação de água enquanto os vasos sanguíneos ampliam ou
diminuem o fluxo sanguíneo periférico, permitindo aumentar ou diminuir o calor
através de sua dilatação ou constrição. Impulsos termossensoriais da pele e a
temperatura sanguínea constituem-se em informações que são integradas ao
hipotálamo (GUYTON, 2011).
Além destas barreiras, a pele também tem função de barreira elétrica. A pele
seca exibe uma impedância (resistência gerada pela pele) muito elevada ao fluxo
das correntes elétricas. Tudo leva a crer que é o estrato córneo que, em mais alta
escala origina esse efeito de barreira, dado que a resistência elétrica diminui cerca
de seis vezes após a sua remoção (BOLFE et al., 2007).
A pele é um órgão de grande atividade imunológica graças aos componentes
dérmicos participantes do sistema reticulo endotelial. Os antígenos que penetram a
pele são captados pelas células de Langerhans e transportados, via vasos linfáticos,
para o linfonodo da região ou para o baço, onde se inicia uma resposta imune contra
o antígeno (SANTANA, 2006).
15
Uma das funções mais importantes da pele é receber estímulos do meio
ambiente. A pele é o receptor sensorial mais extenso do organismo. As terminações
nervosas livres são sensíveis ao toque, a pressão, as variações de temperatura, dor
coceira e outras sensações, funcionam como receptores. As células de Merkel, são
de localização intraepidérmica, e a elas estão associadas terminações nervosas,
possivelmente mecanorreceptores. Os corpúsculos de Meissner situam-se nas
papilas dérmicas e são receptores de sensações de tato, delicadas. Em seu interior
existe uma terminação nervosa que é recoberta por uma bainha de células
achatadas. Os corpúsculos de Vater-Pacini são receptores presentes na derme e
encontrados também no tecido conjuntivo associado a vísceras, ossos e
articulações. Seu tamanho é maior que o dos outros receptores. São revestidos por
uma cápsula que envolve inúmeras lamelas concêntricas. No centro da estrutura há
uma terminação nervosa que, ao entrar, é mielinizada e termina amielínica. Esses
receptores respondem a pressão (ABRAHAMSOHN, 2016).
As principais fontes de vitamina D são constituídas pela dieta e pela produção
de precursores da vitamina D pela pele. Com a exposição a luz ultravioleta, a
provitamina D3 (7-di-hidrocolesterol) existente na epiderme e convertida em pré-
vitamina D que se converte em vitamina D3. A vitamina D3 e convertida para sua
forma metabolicamente ativa no fígado e nos rins (CASTRO, 2011).
2.4 DOENÇAS DA PELE
Quando os fatores que controlam a homeostase existente entre as células da
pele estão desequilibrados, podem ocorrer alterações como rugas, quedas de
cabelo, erupções cutâneas, bolhas, e até mesmo neoplasias malignas e distúrbios
imunológicos graves. As doenças da pele são muito comuns e afetam grande parte
da população mundial. Como a pele é de fácil acesso visual, é possível ver a
aparência e a distribuição das lesões na pele, o que é muito importante para se
chegar a um diagnostico (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016).
No estudo das patologias da pele temos alguns termos e definições
importantes que descrevem a aparência macroscópica e microscópica das lesões.
Os mais relevantes serão apresentados a seguir nos Quadros 1 e 2.
Quadro 1: Nomenclatura das lesões macroscópicas da pele
Lesões macroscópicas Definições
Escoriações Lesão traumática caracterizada por epiderme
16
rompida, produzindo uma área linear (arranhão profundo); frequentemente por autolesão.
Mácula, mancha Lesão plana circunscrita, distinguida da pele circundante pela cor. As máculas têm 5 mm de diâmetro ou menos, as manchas são maiores do que 5 mm.
Liquenificação Pele áspera, espessa (semelhante a um líquen sobre uma rocha); geralmente o resultado de atrito repetido.
Onicólise Separação entre a placa e o leito ungueal.
Pápula, Nódulo Lesão elevada em forma de redoma ou com topo achatado. As pápulas têm 5 mm ou menos de diâmetro, enquanto os nódulos têm mais do que 5 mm de tamanho.
Placa Lesão elevada com a parte superior achatada, geralmente com largura maior que 5 mm.
Pústula Lesão discreta e elevada contendo pus.
Escama Excrescência seca, córnea, em forma de placa; comumente como resultado de cornificação imperfeita.
Vesícula, Bolha Lesão elevada preenchida por líquido com 5 mm ou menos de diâmetro (vesículas) ou com mais de 5 mm no maior eixo (bolha). Bolha é o termo comum para qualquer delas.
Pápula Lesão elevada, transitória e pruriginosa com palidez e eritema variável devido à presença de edema na derme.
Fonte: Kumar; Abbas; Aster, (2016 p. 2101).
O Quadro 1, mostra os nomes dados as lesões macroscópicas mais comuns
da pele e sua definição. Os patologistas utilizam-se tais expressões das lesões para
simplificar a comunicação e explicação das doenças.
Quadro 2: Nomenclatura das lesões microscópicas da pele
Lesões microscópicas Definição
Acantose Hiperplasia difusa da epiderme.
Disceratose Queratinização prematura e anormal das células abaixo da camada granulosa.
Erosão Descontinuidade da pele apresentando perda incompleta da epiderme.
Exocitose Infiltração da epiderme por células inflamatórias.
Tumefação (balonização) Edema intracelular dos queratinócitos, frequentemente observado nas infecções virais.
Hipergranulose Hiperplasia da camada granulosa, frequentemente devido ao atrito intenso.
17
Hiperceratose Espessamento da camada córnea, muitas vezes associado à anormalidade qualitativa da queratina.
Lentigo Um padrão linear de proliferação dos melanócitos na camada basal.
Papilomatose Elevação da superfície causada por hiperplasia e aumento das papilas dérmicas contíguas.
Paraceratose Queratinização com retenção dos núcleos na camada córnea. Nas membranas mucosas, a paraceratose é normal.
Espongiose Edema intercelular da epiderme.
Ulceração Descontinuidade da pele caracterizada pela perda completa da epiderme, expondo a derme ou tecido subcutâneo
Vacuolização Formação de vacúolos dentro ou adjacente às células; frequentemente se refere à área das células basais e membrana basal.
Fonte: Kumar; Abbas; Aster, (2016 p. 2101).
O Quadro 2, mostra os nomes dados as lesões microscópicas mais comuns
da pele e sua definição. Assim como nas lesões microscópicas, os patologistas
utilizam-se tais expressões das lesões para simplificar a comunicação e explicação
das doenças, de forma a criar um padrão.
Brasileiro Filho (2011), traz as doenças de pele divididas nos seguintes
grupos: doenças congênitas ou genodermatoses, doenças vesicobolhosas,
dermatoses inflamatórias agudas e crônicas, dermatoses metabólicas, alterações da
pigmentação e dos melanócitos, imunopatias, doenças bacterianas, doenças
causadas por vírus, doenças causadas por fungos, e neoplasias.
As genodermatoses constituem um grupo de diferentes doenças que afetam a
pele, sendo que a gravidade delas pode variar. São hereditárias, porém, nem
sempre se manifestam logo após o nascimento. A ictiose, a epidermólise bolhosa, o
xeroderma pigmentoso, a mastocitose, a incontinência pigmentar e a poroceratose
são exemplos de doenças congênitas da pele (SAMPAIO; OLIVEIRA; MIGUELEZ,
2007).
Embora em outras condições como por exemplo na infecção por herpes vírus,
possa aparecer bolhas, as doenças vesicobolhosas constituem um grupo de
distúrbios em que as vesículas e bolhas são os aspectos primários e mais
característicos da doença. Essas doenças produzem lesões dramáticas e em
algumas condições podem ser fatais se não tratadas. Podem ser inflamatórias ou
18
não inflamatórias. Fazem parte deste grupo doenças como as erupções
eczematosas, um grupo de afecções denominadas pênfigo, dermatite herpetiforme,
epidermólise bolhosa e porfíria (MITCHELL et al., 2012)
As dermatoses inflamatórias agudas constituem um grupo enorme de
doenças, caracterizadas por sua curta duração e presença de infiltrados
inflamatórios mononucleares associados com edema e dano tecidual variável. As
dermatoses inflamatórias crônicas são persistentes, caracterizadas pela
descamação excessiva e formação anormal de escamas. São exemplos de
dermatoses inflamatórias a psoríase, a dermatite seborreica, o líquen plano, a
urticária e a pitiríase (BRASILEIRO FILHO, 2011).
As dermatoses metabólicas resultam de distúrbio local ou geral do
metabolismo, com acúmulo, na pele, de substâncias como lipídeos, proteínas,
uratos, cálcio e porfirinas; as manifestações cutâneas fazem parte do quadro geral
do transtorno metabólico. As mucinoses, a pelagra, as histiocitoses e a calcinose
cutânea, integram este grupo (RUBIN et al., 2006).
A perda focal ou disseminada da pigmentação protetora normal pode tornar
os indivíduos mais vulneráveis aos efeitos prejudiciais da luz solar. Alterações em
lesões pigmentadas preexistentes podem significar doenças primárias importantes
ou apontar para a existência de um distúrbio sistêmico subjacente. As doenças mais
comuns relacionadas aos distúrbios de pigmentação e dos melanócitos são as
sardas, o lentigo, o melanoma e as dermatoses atróficas (KUMAR; ABBAS; ASTER,
2016).
As imunopatias são doenças cuja a natureza primaria é um distúrbio na
resposta imunitária. Fazem parte deste grupo doenças como o Lúpus eritematoso, a
dermatomiosite, a esclerose sistêmica, poliartrite nodosa e as paniculites
(BRASILEIRO FILHO, 2011).
As doenças de pele causadas por microrganismos mais comuns são as
piodermites, a hanseníase, herpes zoster e verrugas. Essas doenças possuem
características diferentes entre si e a gravidade também varia. São doenças que
requerem tratamento e analise diagnostica adequados (BARBOSA, 2013).
Por último, as neoplasias primárias da pele, benignas e malignas, originam-se
na epiderme, na derme ou nos anexos cutâneos. A classificação das neoplasias
cutâneas é difícil pois não há unanimidade entre os autores quanto à interpretação
19
histogenética de alguns tumores. Para fins didáticos, as neoplasias cutâneas
primárias são divididas em neoplasias da epiderme, da derme, dos anexos, nevas
pigmentados e melanomas. Destacam-se os papilomas, o nevo epidérmico, o
ceratoacantoma, carcinoma de células escamosas, carcinoma basocelular,
hiperplasia sebácea e os cistos epidérmicos (BRASILEIRO FILHO, 2011).
20
3 O ÓLEO DE COPAÍBA
3.1 ORIGEM DO ÓLEO RESINA DE COPAIBA E SUAS PRIMEIRAS APLICAÇÕES
O óleo de copaíba é proveniente de uma árvore, chamada popularmente de
copaibeira. A árvore da copaíba é nativa do Brasil, e está presente nas regiões
sudeste, centro-oeste e amazônica. Também é encontrada em outros países da
América Latina e África Ocidental, sendo que algumas espécies são encontradas
somente no Brasil. Supõe-se que a origem do nome venha do tupi “cupa-yba” que
significa “árvore de deposito” (YAMAGUCHI; GARCIA, 2012).
O óleo de copaíba já era conhecido pelos índios brasileiros que o utilizavam
para o tratamento de feridas. Acredita-se que tal conhecimento veio da observação
dos índios aos animais feridos, que se esfregavam no tronco das arvores de copaíba
esperando a cicatrização de seus ferimentos. Com a colonização do Brasil, este
conhecimento passou também aos viajantes e aos colonizadores. Os primeiros
médicos que trabalharam no país utilizavam o óleo de copaíba como remédio e os
viajantes o levavam antes de partir para lugares desconhecidos (PIERI; MUSSI;
MOREIRA, 2009).
Segundo registros, o Brasil exporta o óleo de copaíba para países como
França, Alemanha e Estados Unidos desde 1796, na época, toneladas eram
exportadas no ano. Hoje, a exportação ainda acontece, mas em menor volume. O
óleo de copaíba é encontrado em farmácias naturais e de manipulação no Brasil, em
algumas regiões, como a Amazônia, pode ser encontrado também em mercados.
(VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002).
3.2 EXTRAÇÃO
Algumas literaturas dizem que o óleo de copaíba funciona como uma defesa
da planta contra animais, fungos e bactérias e, é o produto da desintoxicação do
organismo vegetal. Está localizado nos canais secretores, localizados em toda parte
da árvore e principalmente no tronco que possui camadas lenhosas onde se formam
bolsas. A quantidade de óleo resina extraído pode variar bastante e ainda não se
tem estudos que definem o tempo necessário para a recomposição desse óleo pela
copaibeira (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002).
21
Segundo Yamaguchi e Garcia (2012), o óleo resina de copaíba pode ser
extraído por três métodos diferentes: a extração tradicional, total e parcial. Na
extração tradicional faz-se um grande corte na região do tronco da árvore, com isso,
desperdiça-se muito óleo e após o processo a planta é inutilizada, sendo assim não
é um método muito viável. Na extração total retira-se todo o volume de óleo de
árvores abertas e derrubadas, também não é o mais indicado. O método mais
adequado e mais sustentável é a extração parcial, onde é feito um pequeno corte no
tronco da árvore e insere-se um material que conduz o óleo para fora da árvore. Este
método permite a vedação (com argila ou tampa de plástico) depois de retirado o
óleo, o que protege a planta e facilita extrações futuras. A extração é feita apenas
uma vez a cada ano.
Segundo Shanley (2009), o processo de extração ainda pode sofrer
alterações entre as regiões e entre os extrativistas. Em algumas regiões o óleo de
copaíba é extraído no período de chuvas, noutra na época da seca, e tem regiões
que levam em consideração a fase lunar. Alguns extratores têm algumas
superstições, como por exemplo, a de que não se deve olhar para a copa da
copaibeira quando estiver tirando o óleo ou ainda, nunca levar uma mulher grávida
perto da árvore que se deseja furar. Eles dizem que assim o óleo não sai.
3.3 ASPECTOS BOTÂNICOS
O óleo resina de copaíba pertence ao gênero Copaifera da família
Leguminosae-caesalpiniaceae com 72 espécies, sendo algumas destas espécies
encontradas somente no Brasil. Entre as mais numerosas encontram-se: C.
officinalis, C. reticulata e C. langsdorffii. Todas estas espécies têm a mesma
utilização medicinal e mesmo com algumas diferenças botânicas, se parecem muito.
As árvores chegam a medir até 40 metros de altura, e podem ter até 4 metros de
diâmetro tem casca castanha escura, rugosa e aromática, folhagem densa, com
folhas alternas, ovais e alongadas, flores pequenas e brancas e seus frutos são em
forma de vagem carnosa, com uma semente ovóide. O plantio destas árvores é feito
com sementes. Embora seja vulgarmente chamada de óleo, a parte usada da
copaíba é o bálsamo (CORRÊA; BATISTA; QUINTAS, 2011).
Segundo Rosa e Gomes (2009), elas ocorrem em terras firmes, solos
argilosos e arenosos e com chuvas regulares. Raramente é encontrada em regiões
22
com períodos longos de seca. A temperatura ideal para seu crescimento está entre
17ºC a 28ºC. O período de floração ocorre de dezembro a março e, o de frutificação
de agosto a outubro, a partir de cinco anos após o plantio. As aves são as principais
responsáveis pela dispersão de sementes da copaíba que acontece durante este
período de frutificação.
O bálsamo provém de canais secretores que são formados pela expansão de
espaços intercelulares e estão presentes em todas as partes da árvore, é o produto
da exsudação da árvore em condições patológicas. O óleo depois de filtrado tem
sabor amargo e odor aromático característico. A cor varia do amarelo-pálida a pardo-
esverdeada, e pode apresentar ligeira fluorescência (LORENZI; MATOS, 2008)
3.4 COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Por meio de análise cromatográfica verificou-se que o óleo resina de copaíba
é formado por uma parte fixa, não volátil, que contem ácidos diterpênicos, o principal
é o ácido copálico. Esta fração fixa é a resina, responsável por 55 a 60% do óleo e
pela maioria das propriedades terapêuticas. A outra parte é volátil, o óleo essencial,
formada por compostos sesquiterpênicos, dos quais se destacam o beta-cariofileno
e alfa-copaeno. O aroma do óleo de copaíba é devido à fração dos sesquiterpenos.
A concentração de diterpenos e sesquiterpenos pode variar um pouco, porém,
apenas estas substâncias podem estar presentes na composição do óleo puro.
Foram identificados 72 tipos sesquiterpenos e 27 de diterpenos (PIERI; MUSSI;
MOREIRA, 2009).
Segundo Veiga Junior e Pinto (2002), os principais sesquiterpenos
encontrados nos óleos-resinas de copaíba são: β- cariofileno, óxido de cariofileno, α-
humuleno, δ-cadineno, α-cadinol, α-cubebeno, α- e β- selineno, β-elemeno, α-
copaeno, trans-α-bergamoteno e β-bisaboleno. Quanto aos diterpenos, os mais
citados são os ácidos: copálico, polialtico, hardwickiico, caurenóico e ent-caurenóico,
juntamente com os seus derivados, os ácidos: 3-hidróxi-copálico, 3-acetóxi-copálico,
e entagático.
Os óleos de copaíba disponíveis no mercado geralmente são uma mistura de
diferentes espécies de Copaifera e em alguns casos são adulterados com álcool ou
óleos graxos. O ácido copálico foi o único diterpeno encontrado em todos os óleos
23
de diferentes espécies analisadas e por isso serve como marcador de identificação
da composição do óleo da copaibeira (RAMOS, 2006).
3.5 INDICAÇÕES E UTILIZAÇÕES
O óleo resina de copaíba, como descrito por Carvalho e Milke (2014), possui
indicações como anti-inflamatório, antisséptico, cicatrizante, antitumoral
antibacteriano, citotóxico, vasorelaxante, embriotóxico, expectorante, analgésico,
antiviral, antioxidante, neoangiogênico, antiblenorrágico, antitetânico,
antiulcerogênico, estimulante, antidiarreico, cercaricida, contra urticárias, moléstias
da pele, psoríase e reumatismo. Ainda segundo Carvalho e Milke (2014), apesar de
ser muito utilizado e conhecido, nem todas as aplicações do óleo de copaíba foram
cientificamente comprovadas. As atividades anti-inflamatória, antimicrobiana,
cicatrizante, gastroprotetora, antitumoral e renal, possuem estudos relacionados a
elas.
O óleo resina de copaíba é utilizado na indústria de perfumes como fixador e
na fabricação de fragrâncias por conter notas frescas que harmonizam e combinam
muito bem com as notas florais, tradicionalmente utilizadas (VEIGA JUNIOR; PINTO;
MACIEL, 2005).
Na dermatologia, devido principalmente a suas ações antimicrobianas, anti-
inflamatórias e cicatrizantes, o óleo resina de copaíba é muito utilizado em
formulações contra a acne. Além disso, o óleo como germicida, atua de forma a
evitar afecções na pele e couro cabeludo. Pode ser encontrado na composição de
xampus, condicionadores, sabonetes e loções hidratantes (RIBEIRO, 2010).
Outra área que utiliza o óleo resina de copaíba é na odontologia. Ele tem se
mostrado eficiente como substituto para o eugenol em formulações além de ser
menos irritativo e apresentar melhor atividade antimicrobiana. Neste caso, o óleo
essencial apresentou melhor ação bactericida enquanto o óleo resina apresentou
apenas ação bacteriostática (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002).
O óleo resina de copaíba é utilizado também na indústria de vernizes como
secativo, como amolecedor de vernizes para pinturas em tela e como solvente para
tintas em pó, nesse caso, deve ser usado com outros óleos para demorar mais a
secar já que o óleo resina de copaíba seca rápido. Em fotografias é utilizado como
um acelerador na revelação (PIERI; MUSSI; MOREIRA, 2009).
24
3.6 TOXICIDADE, EFEITOS COLATERAIS, E CONTRAINDICAÇÕES
Não se tem muitos estudos sobre a toxicidade, efeitos colaterais e contra-
indicações do óleo de copaíba. Um estudo feito em ratas determinou que a dose
letal aguda do óleo resina de copaíba foi estimada como maior que 2000 mg/Kg, o
que indica uma grande margem de segurança. As ratas não apresentaram sinais
clínicos de toxicidade ou neurotoxicidade e nem efeitos colaterais. Este estudo
avaliou também o efeito do óleo de copaíba nos órgãos maternos. Os resultados
apontam toxicidade quando administrado em dose igual ou superior a 1000mg/Kg,
interferindo no ganho de peso e diminuição no consumo de ração. Na dose de
500mg/Kg não houve alterações o que demonstra uma segurança relativa sobre seu
uso na idade fértil (SACHETTI, 2010).
Segundo Veiga Junior, Pinto e Maciel (2005), estudos comprovam que o óleo
de copaíba quando adulterado com óleos vegetais ou minerais, pode causar efeito
contrário ao esperado: ao invés da ação anti-inflamatória, a inflamação é
potencializada aumentando assim o volume do edema.
Quando analisado em sua dose normal, o óleo de copaíba não ocasiona dor
gástrica como acontece com outros anti-inflamatórios orais. No entanto, em doses
elevadas pode provocar diarreia, náuseas, vômito, irritações gástricas e intestinais,
produção excessiva de saliva e até depressão do sistema nervoso central. No
peritônio causou irritação, provocando aderência e formação de abscessos
(YAMAGUCHI; GARCIA, 2012).
Para sua aplicação tópica, vários autores trazem o óleo de copaíba in natura
ou em formulações a 10% para os tratamentos cutâneos evidenciando que em seu
uso tópico o óleo de copaíba não tem atividade tóxica. Não foram encontrados
estudos ou artigos que apresentassem contraindicações para a utilização do óleo de
copaíba para administração tópica ou oral. Porém como já foi dito anteriormente, os
estudos nesta área ainda são escassos o que dificulta melhores conclusões e
explicações.
Sendo assim, embora ainda não tenha apresentado contraindicações, tenha
baixa toxicidade e poucos efeitos colaterais, para que o óleo resina de copaíba
possa ser usado e indicado com segurança, são necessários mais estudos e
pesquisas que acompanhem seus efeitos no organismo, principalmente quando
usado a longo prazo.
25
4 MECANISMO DE AÇÃO DO ÓLEO RESINA DE COPAÍBA COMO ANTI-
INFLAMATÓRIO E ANTIMICROBIANO NO TRATAMENTO DE DOENÇAS
CUTÂNEAS
4.1 MECANISMO DA INFECÇÃO E DA INFLAMAÇÃO
A infecção é causada por agentes externos e ocorre quando o organismo
reage a entrada de microrganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Os
patógenos podem se espalhar dentro do corpo de várias maneiras sendo a forma de
disseminação mais comum, através da corrente sanguínea. A maioria dos patógenos
é transmitida de pessoa para pessoa pelas vias respiratória, fecal-oral ou sexual. O
resultado da infecção é determinado pela virulência do micróbio e a natureza da
resposta imune do hospedeiro, a qual pode eliminar a infecção ou, em alguns casos,
exacerbar ou mesmo ser a causa principal do dano tecidual. A infecção, na maioria
das vezes, leva a uma inflamação (BRASILEIRO FILHO, 2011).
As infecções cutâneas em pessoas saudáveis são causadas principalmente
por organismos pouco virulentos que entram na pele através das lesões superficiais.
Alguns fungos podem causar infecções superficiais do estrato córneo intacto, cabelo
e unhas, porém a maioria das infecções de pele é iniciada por uma lesão mecânica
da epiderme. Alguns patógenos penetram na pele através da picada de um inseto ou
da mordida de um animal. Em geral, os microrganismos não podem atravessar a
pele intacta mas existem as exceções como as larvas de Schistosoma (KUMAR;
ABBAS; ASTER, 2016).
A inflamação é um processo complexo que ocorre em resposta à lesão. Esta
lesão pode ser causada por agentes químicos, físicos ou biológicos. Nesse
processo, grandes quantidades de histamina, bradicinina, serotonina e outras
substâncias são liberadas pelos tecidos lesados nos líquidos circundantes. Com
isso, o fluxo sanguíneo local e a permeabilidade dos capilares venosos e das
vênulas aumentam, permitindo que grandes quantidades de liquido e de proteína
vazem para os tecidos. Disso resulta o edema extracelular localizado com
coagulação dos líquidos extracelular e linfático, devido ao efeito coagulante dos
exsudatos dos tecidos sobre o fator de coagulação fibrinogênio do líquido que vazou
(GUYTON, 2011).
26
A inflamação aguda é um processo natural do organismo que visa recuperá-lo
por meio de mecanismos de fagocitose e mediadores químicos. Sua duração é curta
e envolve a liberação de exsudato. Caso a inflamação aguda persista, ela pode
resultar em inflamação crônica. A inflamação crônica é uma inflamação de duração
prolongada, em que ocorre inflamação, destruição do tecido e tentativas de reparo
(LEITÃO; QUERICHELLI, 2006).
4.1.1 Mediadores da Inflamação
Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as
reações inflamatórias. Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as
aminas vasoativas, os produtos lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos), as
citocinas (incluindo as quimiocinas) e os produtos da ativação do complemento.
Mediadores são secretados a partir de células ou produzidos a partir de proteínas
plasmáticas. Os principais tipos de células que produzem mediadores de inflamação
aguda são as sentinelas, que detectam invasores e dano tecidual, ou seja,
macrófagos, células dendríticas e mastócitos. A maioria dos mediadores tem vida
curta e podem estimular a liberação de outros mediadores. Dentre esses
mediadores, serão descritos os que são produzidos através do ácido aracdônico.
(BRASILEIRO FILHO, 2011).
As prostaglandinas são produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células
endoteliais e muitos outros tipos celulares, e estão envolvidas em reações
vasculares e sistêmicas da inflamação. São geradas pelas ações de duas
ciclooxigenases, chamadas COX-1 e COX-2. A COX-1 é produzida em resposta a
estímulos anti-inflamatórios, e também é particularmente expressa na maioria dos
tecidos, onde pode executar uma função homeostática. Em contraste, a COX-2 é
induzida pelos estímulos inflamatórios, gerando, dessa forma, as prostaglandinas
que são envolvidas nas reações inflamatórias, porém é baixa ou ausente na maioria
dos tecidos normais (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2016).
A COX-1 é essencial para a manutenção do estado fisiológico normal de
muitos tecidos, incluindo a proteção da mucosa gastrointestinal; controle do fluxo
sanguíneo renal; homeostasia; respostas autoimunes; funções pulmonares e do
sistema nervoso central; cardiovasculares e reprodutivas. A COX-2, induzida na
inflamação por vários estímulos, origina prostaglandinas indutoras, que contribuem
27
ao desenvolvimento do edema, rubor, febre e hiperalgesia. A COX-2 se expressa
também nas células vasculares endoteliais normais, que secretam prostaciclina em
resposta ao estresse de cisalhamento. O bloqueio da COX-2 resulta em inibição da
síntese de prostaciclina (BATLOUNI, 2010).
As prostaglandinas são divididas em séries baseadas em características
estruturais codificadas por uma letra (PGI, PGE, PGF, PGG e PGH) e por um
número subscrito, que indica o número de duplas ligações no composto. As mais
importantes na inflamação são PGE2, PGD2, PGF2α, PGI2 (prostaciclina) e TXA2
(tromboxano A2), cada qual derivado da ação de uma enzima específica em um
intermediário da via. Além de seus efeitos locais, as prostaglandinas estão
envolvidas na patogênese da dor e da febre na inflamação (KUMAR; ABBAS;
ASTER, 2016).
Os leucotrienos são produzidos por leucócitos e mastócitos através da ação
da lipoxigenase, e são envolvidos nas reações vasculares e do músculo liso, bem
como no recrutamento de leucócitos. As lipoxinas também são geradas a partir do
ácido aracdnôcino através da via de lipoxigenase, mas, diferentemente das
prostaglandinas e leucotrienos, as lipoxinas suprimem a inflamação ao inibir o
recrutamento de leucócitos (BRASILEIRO FILHO, 2011).
4.2 MECANISMO DE AÇÃO DO ÓLEO RESINA DE COPAÍBA COMO ANTI-
INFLAMATÓRIO
O mecanismo de ação do óleo resina de copaíba como anti-inflamatório ainda
não foi totalmente elucidado, mas, sabe-se que sua atividade ocorre pela presença
de diterpenos. Diterpenos são metabólitos secundários das plantas, ou seja, são
compostos elaborados com a função de protegerem as plantas contra insetos,
pássaros e mamíferos (LOPES; GOBBO NETO, 2006).
Na literatura, existem vários estudos que buscam comprovar a ação anti-
inflamatória do óleo resina de copaíba. Estes estudos demonstraram que seu
mecanismo está relacionado com a inibição do edema, com o aumento da
permeabilidade capilar e com o aumento do tecido de granulação (CARVALHO;
MILKE, 2014).
Um estudo realizado utilizando o modelo de indução de edema por
carragenina, que é um modelo usado para avaliar a atividade anti-inflamatória de
28
novas medicações. Com isso, demonstrou que houve diminuição do edema formado
em ratos que foram tratados com o óleo resina de copaíba em diferentes diluições.
Os resultados indicam que o mecanismo envolvido interfere na atividade da
ciclooxigenase. O óleo resina de copaíba assim como os outros anti-inflamatórios
não esteroidais inibem as ciclooxigenases. Inibe tanto COX-1 como COX-2, inibindo
assim, a síntese de prostaglandinas. Isso alivia os sintomas da inflamação e da dor.
Um exemplo de anti-inflamatório com esse mecanismo, que é semelhante ao do óleo
resina de copaíba, é a indometacina (MUNIZ et al., 2009).
Segundo o estudo de Martins e Silva (2010) o óleo resina de copaíba in
natura apresentou grande efetividade terapêutica como anti-inflamatório tópico.
Observou-se redução do edema e da inflamação dos tecidos lesados, além de
favorecer o processo de multiplicação do tecido granuloso contribuindo com a
cicatrização da lesão.
O óleo resina de copaíba foi testado através da avaliação da reação sob o
espaço pleural induzida por Zimosan, que é um polissacarídeo derivado da parede
celular de um fungo. O óleo fez com que diminuísse o número de leucócitos e
neutrófilos, além de inibir a produção de óxido nítrico (YAMAGUCHI; GARCIA,
2012).
4.3 MECANISMO DE AÇÃO DO ÓLEO RESINA DE COPAÍBA COMO
ANTIMICROBIANO
Os antimicrobianos podem ser naturais (antibióticos) ou sintéticos
(quimioterápicos), que agem sobre microrganismos causando sua destruição ou
inibindo seu crescimento. Os antibióticos são as classes de medicamentos mais
prescritos e mais utilizados dentre os tipos de antimicrobianos (MOTA et al., 2010).
Mendonça e Onofre (2007) realizaram um estudo que buscava comprovar a
atividade antimicrobiana do óleo resina de copaíba em três espécies patógenas:
Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Avaliando os
resultados, constataram que houve inibição do crescimento bacteriano sobre as três
espécies utilizadas. A atividade antimicrobiana variou de acordo com a concentração
do óleo, que se mostrou eficiente nas diluições de 100% a 1,56%.
Outros estudos comprovaram que o óleo resina de copaíba exerce atividade
antimicrobiana apenas em bactérias Gram-positivas e nenhuma atividade sobre
29
bactérias Gram-negativas. A resposta para isso pode estar relacionada ao tipo de
parede celular das bactérias, as Gram-negativas possuem uma parede mais
resistente. Quando o óleo foi testado, causou danos a parede celular, sendo
possível observar alterações morfológicas e estruturais, levando ao rompimento da
parede bacteriana e liberação de conteúdo citoplasmático em bactérias Gram-
positivas (MASSON, 2011).
Em outros estudos, o óleo resina de copaíba demonstrou atividade antifúngica
de moderada a leve frente a dois tipos de dermatófitos: Trichophyton
mentagrophytes e Trichophyton rubrum. Apresentou atividade fungistática em
microrganismos dos gêneros Aspergillus e Candida, por um período de oito dias. Foi
comprovado ainda, ação fungitóxica em leveduras como Candida guilliermondii,
Candida tropicallis e Candida parapsilosis (SVETLICHNY, 2014).
Segundo um estudo feito por Deus, Alves e Arruda (2011), o óleo resina de
copaíba apresentou atividade fungistática menor do que o óleo essencial de
copaíba. A possível causa para isso pode estar relacionada ao aumento das
concentrações de -copaeno do óleo essencial. Foram acompanhados
microrganismos dos gêneros Aspergillus e Candida também por oito dias, como no
estudo citado anteriormente. Assim, supôs-se que ou os microrganismos estão
degradando as substâncias inibitórias, o que é pouco provável, ou as mesmas estão
se difundindo no ar por volatilização, fenômeno que permitiu a minimização do efeito
tóxico no meio de cultura, fazendo com que os microrganismos pudessem se
desenvolver após o período de oito dias.
4.4 O ÓLEO RESINA DE COPAÍBA NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS
CUTÂNEAS INFLAMATÓRIAS E INFECCIOSAS
Foram realizados estudos que comprovam a eficácia da ação do óleo resina
de copaíba para o tratamento de doenças inflamatórias agudas ou crônicas, como
dermatite, eczema e a psoríase. As doenças cutâneas infecciosas em que o óleo
resina de copaíba foi testado e apresentou eficácia foram a leishmaniose tópica,
candidíase, dermatofitose e frieira. No uso popular, há relatos dos efeitos do óleo
resina de copaíba para o tratamento de celulite, urticária, herpes, acnes, feridas e
picadas de insetos (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2002).
30
Analisando o seu provável mecanismo de ação e as utilizações e indicações
populares, o óleo resina de copaíba pode ser muito eficaz contra os diversos tipos
de doenças cutâneas. Entretanto, mesmo com tantos artigos e estudos em relação a
ação do óleo, a própria literatura indica que são necessários mais estudos para
comprovarem de fato sua atividade. Com isso, os artigos pesquisados apresentam o
óleo resina de copaíba com um grande potencial terapêutico, mas, porém, pouco
estudado se levado em consideração o tempo em que é usado pela população e o
número de atividades atribuídas a ele (CARVALHO; MILKE, 2014).
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pele é responsável por diversas funções no organismo e para que
desenvolva todas é preciso estar em homeostasia. Uma das suas funções é a de
barreira de defesa do organismo contra agentes externos, com isso, está mais
suscetível a algumas doenças. As doenças cutâneas acometem milhares de
pessoas pelo mundo e são, na maioria das vezes, de fácil diagnostico. O tratamento
para essas doenças é geralmente feito com medicamentos de uso tópico.
O óleo resina de copaíba já é usado e conhecido por muito tempo e sua
principal indicação popular é como anti-inflamatório e antimicrobiano tópico. Essas e
outras propriedades farmacológicas do óleo resina de copaíba foram comprovadas
através de diversos estudos encontrados na literatura. O óleo resina de copaíba
além de apresentar uma boa ação anti-inflamatória e antimicrobiana, possui baixa
toxicidade quando administrado por via oral ou tópica. Com isso, o óleo resina de
copaíba se apresenta como uma importante opção de tratamento para as doenças
cutâneas inflamatórias e infecciosas.
Contudo, dos estudos encontrados, poucos abordam a ação do óleo resina de
copaíba como anti-inflamatório e antimicrobiano tópico em alguma doença cutânea
específica. Com base nos resultados obtidos neles e analisando seu mecanismo de
ação, pode-se chegar à conclusão de que o óleo resina de copaíba é eficaz e seguro
no tratamento das doenças cutâneas inflamatórias e infecciosas, o que justifica o
seu uso popular, mas ainda deixa dúvidas para que possa ser indicado e prescrito
para o tratamento de doenças cutâneas com segurança por profissionais da saúde.
Portanto, tendo em vista a popularidade do uso do óleo resina de copaíba e
sua comprovada ação anti-inflamatória e antimicrobiana, conclui-se que são
necessários mais estudos que visem elucidar seus efeitos a longo prazo e
principalmente, com foco em doenças cutâneas especificas. Assim, o óleo resina de
copaíba pode se tornar um importante agente terapêutico, uma opção alternativa e
eficaz, contribuindo para o tratamento de diversas doenças cutâneas.
32
REFERÊNCIAS
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