40
A ALIANÇA DO PENSAR E DO FAZER EM BEJA Po DEZEMBRO 2018 CADERNOS DA EDITORIAL

A AliAnçA do PensAr e do FAzer em BejA › Documents › IPBEJA AO DIA...o livro «HumAnizAr A sociedAde» 10 o autor do livro A apresentação do livro, pela dr.ª maria teresa tavares

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • A AliAnçA do PensAre do FAzer em BejA

    PortuguesaCaritas´

    dezemBro 2018

    cAdernosdA editoriAl

  • EDITORIAL CÁRITAS Praça Pasteur, nº 11 — 2.º, Esq. | 1000 –238 [email protected] | Tel. +351 911 597 808, fax. +351 218 454 221

    ÍndiceA AliAnçA do PensAr e do FAzer em BejA 3

    AssinAturA de Protocolo entre A editoriAl cáritAs – cáritAs PortuguesA, A cáritAs diocesAnA de BejA e o instituto Politécnico de BejA 6

    Prémio d. josé do PAtrocÍnio diAs 8

    o livro «HumAnizAr A sociedAde» 10o autor do livroA apresentação do livro, pela dr.ª maria teresa tavares de Almeida, professora do 1.º ciclo do ensino Básico, em Beja

    o livro «mYm, eu consigo» 20A autora do livroA apresentação do livro, pela dr.ª laura chagas, autora do livro e professora de informática do Agrupamento de escolas do Bonfim, em Portalegre

    o livro «desenvolvimento de comPetênciAs no cuidAdor inFormAl» 28A autora do livroA apresentação do livro, pelo dr. miguel Bento, Professor do instituto Politécnico de Beja e subdiretor da escola superior de educação

    À conversA com joão mArtim de PortugAl e vAsconcelos FernAndes 32vice ‑Presidente do instituto Politécnico de Beja

    À conversA com isAurindo oliveirA 34Presidente da direção da cáritas diocesana de Beja

    À conversA com josé mAnuel cordeiro 37membro da direção da cáritas Portuguesa

  • 3

    a aliança do pensar e do fazer

    A AliAnçA do PensAr e do FAzer em BejA

    No passado dia 06 de dezembro realizou ‑se na Galeria «Ao lado» do Instituto Politécnico de Beja a Conferência «A aliança do Pensar e do Fazer» onde, após uma sessão de abertura, se procedeu à Assina‑tura de Protocolo entre Instituto Politécnico de Beja, Cáritas Dioce‑sana de Beja e Cáritas Portuguesa, no âmbito do projeto «A Aliança do Pensar e do Fazer». Seguiu ‑se a apresentação de três livros da Editorial Cáritas. Esta Conferência foi organizada em parceria entre a Editorial Cáritas, a Cáritas Diocesa‑na de Beja e o Instituto Politécnico

    de Beja e contou com a presença de vários professores da Universidade, alguns representantes de entidades locais e regionais, bem como algu‑mas dezenas de alunos, num total de cerca de 50 pessoas. Na mesa da sessão de abertura es‑tiveram o Bispo da Diocese de Beja, D. João Marcos, o Vice ‑Presidente do Instituto Politécnico de Beja, João Martim de Portugal e Vascon‑celos Fernandes, o Presidente da Direção da Cáritas Diocesana de Beja, Isaurindo Oliveira e o membro da Direção Cáritas Portuguesa, José Manuel Cordeiro.

  • 4

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    João Martim de Portugal e Vascon‑celos Fernandes, Vice ‑Presidente do Instituto Politécnico de Beja, abriu a sessão com uma palavra de sauda‑ção e de boas vindas a todos cha‑mando a atenção para a relevância de Sessões como a presente e que pretende estreitar laços entre os vários parceiros envolvidos e com a comunidade.De seguida, D. João Marcos, bispo de Beja, endereçou a todos uma pala‑vra de gratidão pela realização desta Sessão, bem como pela parceria que a consubstancia entre a Cáritas Dio‑cesana, a Editorial Cáritas e o Insti‑tuto Politécnico de Beja desejando

    ainda que, também desta forma, o Natal aconteça.Depois, José Manuel Cordeiro, membro da Direção da Cáritas Portuguesa, saudou e agradeceu a presença de todos e referiu ‑se ao papel da Editorial Cáritas no senti‑do de contribuir para a promoção da pessoa humana, seja a nível local, seja a nível nacional, seja a nível in‑ternacional, particularmente, a nível dos países de expressão portuguesa.Por sua vez, Isaurindo Oliveira, Pre‑sidente da Direção da Cáritas Dio‑cesana de Beja saudou os presentes agradecendo a presença de todos e de cada um e desejou que os traba‑

  • 5

    a aliança do pensar e do fazer

    lhos resultantes desta Parceria en‑tre a Cáritas Diocesana, a Editorial Cáritas e o Instituto Politécnico de Beja, sejam proveitosos para todos. Finda a Sessão de Abertura, procedeu ‑se à Assinatura de Pro‑tocolo entre Instituto Politécnico de Beja, Cáritas Diocesana de Beja e Cáritas Portuguesa, no âmbito do projeto «A Aliança do Pensar e do Fazer».Após a assinatura do Protocolo, seguiu ‑se a apresentação de três livros da Editorial Cáritas: o Livro «Humanizar a Sociedade», pela Dr.ª Maria Teresa Tavares de Almeida, o Livro «MYM, eu consigo», pela Dr.ª

    Laura Chagas, sua autora; e o Livro «Desenvolvimento de competências no cuidador informal», pelo Dr. Mi‑guel Bento.Após a apresentação de cada um dos livros, abriu ‑se um tempo breve de debate tendo a sessão sido en‑cerrada pelo Prof. Dr. João Martim de Portugal e Vasconcelos Fernan‑des, Vice ‑Presidente do Instituto Politécnico de Beja, que salientou a riqueza pessoal e institucional que a realização desta Sessão represen‑tou.

    PortuguesaCaritas´

  • 6

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    AssinAturA de Protocolo entre A editoriAl cáritAs – cáritAs PortuguesA, A cáritAs diocesAnA de BejA e o instituto Politécnico de BejA

    No decorrer da Sessão de apresen‑tação «A aliança do Pensar e do Fa‑zer» realizada, no passado dia 06 de dezembro, na Galeria «Ao lado» do Instituto Politécnico de Beja, foi as‑sinado o Protocolo de Cooperação entre o Instituto Politécnico de Beja, a Cáritas Diocesana de Beja e a Edi‑torial Cáritas ‑ Cáritas Portuguesa. No âmbito deste Protocolo, «a Cáritas Portuguesa, através da Editorial Cáritas, editará em livro a melhor tese de Mestrado na área de investigação em Serviço Social» sendo que «às três instituições cabe a responsabilidade de constituírem um júri de apreciação e seleção das

    obras a concurso, designando, para tal, um representante cada uma». De referir que, no âmbito do mes‑mo Protocolo «compete à Cáritas Diocesana escolher a personalidade da diocese que, nos últimos 100 anos, mais se tenha distinguido na

  • 7

    a aliança do pensar e do fazer

    sua atividade social, cujo nome de‑signará o prémio a atribuir» sendo que «as três instituições organiza‑rão, em conjunto, uma conferência sobre os trabalhos de investigação, na qual será feito o lançamento e apresentação da obra premiada». A personalidade local escolhida pela Cáritas Diocesana de Beja para dar nome ao respetivo prémio é D. José

    do Patrocínio Dias, bispo da Dioce‑se, que se destacou na área social, num contexto social e político par‑ticularmente difíceis.Este prémio distinguirá, assim, em cada ano, a melhor tese de mestra‑do do Instituto Politécnico de Beja nas áreas sociais.

    PortuguesaCaritas´

  • 8

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    Prémiod. josé do PAtrocÍnio diAs

    No âmbito do Protocolo entre a Editorial Cáritas – Cáritas Portugue‑sa, a Cáritas Diocesana de Beja e o Instituto Politécnico de Bragança, a personalidade escolhida pela Cáritas Diocesana da personalidade da diocese que, nos últimos 100 anos, mais se distinguiu na sua ação social e que dá o nome à melhor tese de mestrado, em cada ano, do Instituto Politécnico de Beja nas áreas sociais, é: D. José do Patrocínio Dias. D. José do Patrocínio Dias nasceu na Covilhã a 23 de julho de 1884. Concluídos os estudos primários, ingressou no Colégio de São Fiel, da Companhia de Jesus, em Cas‑telo Branco, onde recebeu uma

    educação que mais tarde o levou a matricular ‑se na Faculdade de Teo‑logia, da Universidade de Coimbra (1902–1907), tendo concluído o curso com distinção. Foi ordenado em dezembro de 1907, na Guarda. Foi nomeado Cónego da Sé da Guar‑da em 1915 e, em 1917, ofereceu ‑se como voluntário para capelão mili‑tar, sendo nomeado Capelão ‑Chefe dos Capelães do Corpo Expedicio‑nário Português para assistência aos soldados portugueses na Primeira Guerra Mundial, em França. Em 1921 foi sagrado Bispo na Sé da Guarda tendo tomado posse da Diocese de Beja aos 38 anos

  • 9

    a aliança do pensar e do fazer

    de idade, no dia 5 de fevereiro de 1922 num contexto de perturbação social e política na região.Num ambiente de ruína e desolação, entregou ‑se de imediato à recons‑trução da Diocese de Beja e, anima‑do por uma total entrega começou por fazer Missões Populares em to‑dos os Concelhos da Diocese, tendo levado, em 1947, a imagem de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições, a percorrer e dar novo fervor de fé ao povo alentejano.

    Das muitas obras que fundou destacam ‑se: o Seminário de Beja; o Paço Episcopal de Beja; o Car‑melo do Sagrado Coração de Jesus, que restaurou a presença das Irmãs Carmelitas da Antiga Observância na cidade ‑berço do ramo feminino da Ordem do Carmo em Portu‑gal; o Bairro de Nossa Senhora da Conceição, para albergar as famílias pobres; a Sopa dos Pobres São Si‑zenando; o Jornal Notícias de Beja; a restauração da Sé Catedral; e a Congregação das Oblatas do Divino Coração que, desde a primeira hora, o acompanharam em todas as obras religiosas e sociais da Diocese de Beja. Foi agraciado com a Grã ‑Cruz da Ordem de Benemerência e a Grã‑‑Cruz da Ordem Militar de Cristo. A 24 de Outubro de 1965 faleceu em Fátima.Os seus restos mortais encontram‑‑se atualmente sepultados na Sé Catedral de Beja

    PortuguesaCaritas´

  • 10

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    o livro «HumAnizAr A sociedAde»

    o Autor do livro

    Georgino Rocha é padre da dio‑cese de Aveiro. Nasceu em Calvão, Vagos, estudou teologia em Lisboa, nos Olivais e exerceu inicialmente o ministério paroquial em Ílhavo, onde «toma contacto» com as pobrezas locais e dá início, com leigos, a inicia‑tivas de assistência e promoção.Foi chamado a assumir a responsa‑bilidade de serviços diocesanos de pastoral mantendo sempre uma liga‑ção aos mais vulneráveis e acompa‑nhando grupos de intervenção nas áreas da pobreza, da doença, da pri‑são, da itinerância (designadamente dos ciganos), da formação de jovens,

    dos membros das conferências vi‑centinas e dos agentes da Cáritas.Fez a licenciatura e o doutoramento em teologia pastoral no Instituto Superior de Pastoral sediado em Madrid, da Universidade Pontifícia de Salamanca, o master em Doutri‑

  • 11

    a aliança do pensar e do fazer

    na Social da Igreja no Instituto Leão XIII, em Madrid e a pós‑graduação em gerontologia social no Instituto Bissaya‑Barreto, em Coimbra.Leccionou em várias Escolas Teoló‑gicas, nomeadamente na Universida‑de Católica Portuguesa, colaborou e é director do Movimento por um Mundo Melhor, em Portugal. Des‑locou‑se a vários países africanos e latino‑americanos em acções de formação e de aprendizagem, es‑creve em jornais e revistas, publica livros, com forte incidência na reno‑vação da Igreja e seu serviço ao bem comum da sociedade.

    Além de Pró‑Vigário Geral do bispo de Aveiro, é presidente da comissão «Justiça e Paz» da diocese e capelão da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro.

    A APresentAção do livro, PelA dr.ª mAriA teresA tAvAres de AlmeidA, ProFessorA do 1.º ciclo do ensino Básico, em BejA

    A minha participação no evento em que foi assinado um protocolo de colaboração entre a Editorial Cári‑tas, o Instituto Politécnico de Beja e a Cáritas Diocesana de Beja foi,

  • 12

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    por mim, encarada como uma par‑tilha da leitura que fiz do livro e não como uma conferência conforme foi divulgado.Antes de iniciar a apresentação da obra, gostaria de colocar o leitor ao corrente de alguns aspetos que se prendem com o pedido formulado pela Cáritas Diocesana de Beja se‑gundo o qual eu teria de escolher um livro e apresentá ‑lo. Satisfeita com a liberdade que tinha na es‑colha, consultei o site da Editorial Cáritas, li os títulos dos livros, se‑lecionei os que se me afiguraram passíveis de levar avante a tarefa proposta de acordo com os abstrats

    que li e fiz a minha escolha. O título sugeria ‑me a intemporalidade do tema (humanizar é tarefa para on‑tem, hoje e amanhã), o abstrat apon‑tava para alguns campos de ação que já tinha percorrido e que, portanto, poderiam ser aproveitados no pro‑cesso e, por fim , seria momento de aprendizagem e crescimento. Mãos à obra. Não sabia onde me estava a meter. Ingenuidade pura.Sou professora do 1º Ciclo do Ensi‑no Básico, fiz outras formações para além do Magistério Primário mas nada no domínio da Teologia. Apre‑sentar a obra de um autor douto‑rado em Teologia e master em Dou‑trina Social da Igreja constituiu, para mim um desafio arrojado e, diga ‑se de passagem, pensei muitas vezes no decorrer do processo que, afinal com 58 anos feitos e 38 de professo‑ra, era uma irresponsável. Socorri ‑me do seguinte pensamento: a Editorial Cáritas escreve só para especialistas? O Povo de Deus a que pertenço pode e deve adquirir livros e crescer na fé. Mas… o que fica depois de ler? É por isso que lhe chamei partilha e foi assim que deixei de ter receio.

  • 13

    a aliança do pensar e do fazer

    Comecei a apresentação citando D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e, na altura do lançamento do livro, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Hu‑mana. Dizia no prefácio: «A obra do Pe. Georgino é a confirmação duma capacidade em conjugar a reflexão nos seus ensaios, apresentando propostas no domínio da sugestão e oferecendo testemunhos que su‑blinham não tratar ‑se de uma teoria longínqua ou afastada do contexto.

    Nesta perspetiva, resulta um tratado inovador e motivador para o empe‑nho e compromisso de todos.»Em seguida, li um episódio passado numa comunidade da África subsa‑riana o qual, de acordo com o Pe. Georgino, contém em embrião o conteúdo do livro, pois, confronta duas visões da vida: a competição egocêntrica e a cooperação solidá‑ria: «Um antropólogo inglês havia feito as pesquisas necessárias para conhecer a tribo africana Ubuntu.

  • 14

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    Enquanto esperava o dia do regres‑so, passa numa aldeia e vê um grupo de crianças a brincar. Aproxima ‑se, começa a falar com elas e, sorri‑dente, propõe ‑lhes um jogo: ‑ Tenho aqui um saco de doces. Vou colocá‑‑lo junto àquela árvore e, quem chegar primeiro, ganha o prémio ficando com tudo o que o saco tem.As crianças aceitam colocando ‑se em linha como lhes tinha sido indi‑cado e, à palavra de ordem «já», dão as mãos e correm ao ritmo das mais

    débeis e pequenas. Chegadas junto ao local, erguem o saco e, sorriden‑tes e felizes, repartem as guloseimas entre todas. Gostosamente comem a parte que coube a cada uma e manifestam a sua alegria pulando de satisfação, bamboleando o corpo em ritmo elegante, fazendo festa em conjunto como se de uma só família se tratasse.O especialista que pensava conhe‑cer a fundo aquele povo, estranha a atitude inicial das crianças, admira a

  • 15

    a aliança do pensar e do fazer

    modalidade de cooperação escolhi‑da e não de competição como lhes propôs, deixa ‑se levar pelo espanto ao ver como repartem o «troféu». A prova estava a ser para ele a maior das lições sobre a idiossincrasia da‑quela tribo.Admirado e intrigado, aproxima ‑se do grupo e diz com voz suave: Por que não fizestes como vos disse, competindo umas com as outras e fostes de mãos dadas? As vozes das crianças erguem ‑se em coro e respondem: “Ubuntu, tio. Como poderia ficar feliz a que vencesse, só uma, se todas as outras estives‑sem tristes?” E o sábio antropólogo aprendeu mais com este “jogo” do que com toda a sua investigação.»Uma das vertentes importantes da leitura é remeter ‑nos para outras leituras. Tive curiosidade em pesqui‑sar mais a palavra ubuntu que quer dizer «Sou o que sou graças ao que somos todos nós». Fui ao Google e deparei ‑me com a definição do que é uma pessoa com ubuntu referida pelo Arcebispo Desmond Tutu (Pré‑mio Nobel da Paz em 1984): «Uma pessoa com ubuntu está aberta e

    disponível para as outras, apoia as outras, não se sente ameaçada quan‑do as outras pessoas são capazes e boas, com base numa confiança que vem do conhecimento de que ele pertence a algo maior que é dimi‑nuído quando outras pessoas são humilhadas ou diminuídas, quando são torturadas ou oprimidas (…) uma pessoa com ubuntu é acolhe‑dora, hospitaleira, generosa, dispos‑ta a compartilhar. A qualidade do ubuntu dá às pessoas a resiliência, permitindo ‑as sobreviver e emergir humanas, apesar de todos os esfor‑ços.» Também Nelson Mandela se refere a esta forma de ser.Pensei, fiz a analogia e transmiti ‑a: este livro, que agora apresento, é o que é graças ao que outros são: A Bíblia ‑ o Livro da Palavra de Deus. Se não fosse esta obra, também ela conjunto de obras, não estaríamos nesta sessão; a Doutrina Social da Igreja – conjunto de ensinamentos contidos na Doutrina e no Magis‑tério da Igreja Católica e que tem como finalidade fixar princípios, cri‑térios e diretrizes gerais a respeito da organização social e política dos

  • 16

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    povos e das nações; a Constituição da República Portuguesa ‑ o con‑junto de princípios por que se rege a nossa democracia e onde estão consignados os direitos e deveres dos cidadãos portugueses e tantos outros livros referidos na bibliogra‑fia ou que, não tendo sido citados, fizeram parte da construção da pes‑soa do Pe. Georgino.Neste livro, o autor vai apresentan‑do, nos vários capítulos, a articulação dos princípios e das posturas dos

    variados e específicos documentos eclesiais com a organização política portuguesa sugerindo propostas de atuação. Ou seja, revelando como a Palavra pode ser vida. Muito resumidamente, no capítulo sobre comunicação, por exemplo, partindo da constatação de que todo o ser humano é um ser em re‑lação, um ser social, cita a Constitui‑ção Pastoral Gaudium et Spes (1965) sublinhando que o ser humano «(…) não pode viver nem desenvolver as

  • 17

    a aliança do pensar e do fazer

    suas qualidades à margem das rela‑ções com os outros». Aborda, entre muitos aspetos, as questões ligadas às relações interpessoais, à emo‑ção, à assertividade, à capacidade de saber comunicar, à comunicação na era digital… Desenvolve a sua reflexão sobre a Família, célula da sociedade e a Sociedade. Apresenta‑‑nos a liberdade e a ética como ei‑xos muito importantes da educação para a participação. Refere que há que educar na e para a liberdade frisando que os bispos portugueses insistem em que os projetos e as comunidades educativas têm que contemplar: o aprender a conhecer juntos, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a viver.Numa linha muito pragmática, o Pe. Georgino chama a atenção para a onda avassaladora do consumismo, do crescimento ilimitado e do bem ‑estar a todo o custo. Faz apelo à modera‑ção e alia a sobriedade à vigilância, à temperança e à austeridade no senti‑do da utilização equilibrada dos bens pois o homem tem tendência a ter mais do que necessita e a consumir mais do que é conveniente. Neste

    contexto deparei ‑me com outra ver‑tente importante da leitura: remeter para pensadores que nos deixam «marca». Recordei Agostinho da Silva «Levamos a vida a comprar coisas e, depois, tornamo ‑nos escravos delas.» Os bibelots que se enchem de pó, a roupa que se vai acumulando…No capítulo «Por um projeto de vida humanizada», no seguimento de um apelo de Bento XVI sobre a necessidade da mudança de mentali‑dade que induza à adoção de novos estilos de vida, o Pe. Georgino apre‑senta «(…) elementos que podem configurar um novo projeto de vida e abrir horizontes a uma cultura alternativa mais condicente com dignidade humana e com a solidarie‑dade justa». Neste âmbito apresenta várias atitudes básicas: a humildade (reconhecimento de que todos somos cúmplices do consumismo); programação e controle (realização de orçamentos, previsão de custos, controle de gastos); ter vida sóbria e solidária (pertencer a voluntariado/instituições/organizações/associa‑ções/movimentos…); ter uma ótica não violenta e a ascese para indicar

  • 18

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    um rumo para alcançar o auto do‑mínio, o controle dos desejos su‑perficiais, por exemplo); recorrer ao consumo alternativo ou comércio justo (apoio a ONG`s) e o apreço pelo contributo ecologista (pensar globalmente e atuar localmente usando os 3 «erres» ‑ reduzir, recu‑perar, reciclar).Neste livro podemos conhecer pro‑jetos concretos e crescer com tes‑temunhos de vida. Não cabe, neste artigo, a riqueza que a obra apresenta mas nomeio alguns: RMG (Rendi‑mento Mínimo Garantido), na altura, e RSI (Rendimento Social de Inser‑ção), na atualidade; Re(construir), em

    Oliveira de Azeméis, sobre toxicode‑pendência e alcoolismo; Pinceladas, em Sever do Vouga, com mulheres pintoras, em linho; com cultura ciga‑na, cadeia, idosos. Em todos e com todos se trabalha a liberdade, a auto‑confiança, a autoestima, o sentimen‑to de pertença a uma comunidade e a dignificação da sua humanidade.Não resisti, mais uma vez, a ler na sessão e a transcrever neste arti‑go, uma forma de agir a que o Pe. Georgino denomina de «Paradigma de ação regeneradora»: «Na África do Sul, há uma tribo que tem uma forma de proceder muito expres‑siva em relação a quem se “desvia” dos costumes e regras tradicionais. Quando alguém comete algo pre‑judicial e errado, os chefes levam a pessoa para o centro da aldeia e toda a tribo se junta à volta dela e, durante dois dias, vai ‑lhe lembrando as coisas boas que já fez. A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom e que cada um de nós deseja segurança, amor, paz, felicidade. Às vezes, po‑rém, na busca dessas coisas, as pes‑soas cometem erros.

  • 19

    a aliança do pensar e do fazer

    A comunidade entende esses erros como um grito de socorro, um alerta da situação alterada. Então, unem ‑se todos para o erguer, o «reconetar» com a sua verdadeira natureza, lembrando ‑lhe da sua autêntica rea‑lidade. A pessoa faltosa acaba por re‑conhecer a verdade de que se havia «desconectado» temporariamente, dizendo: «Eu sou bom», Sawabona Shikoba! Sawabona é um cumprimen‑to usado na África do Sul e significa: «Eu te respeito, eu te valorizo. Tu és importante para mim». Em resposta, a pessoa afirma: Shikoba, isto é, «En‑tão eu existo para ti.»Finalmente, tal como refere o RSBC (Responsabilidade Solidária pelo Bem Comum, 2003) «Construir uma comunidade mais justa e so‑lidária é tarefa de todos» sendo a sociedade civil apresentada como a força motriz dos direitos humanos.Neste contexto, D. Jorge Ortiga, no prefácio deste livro diz o seguinte: «Se todos são sujeitos, ninguém pode ser mero objeto que recebe sem nada dar numa aceitação dum assistencialismo que não dignifica ninguém. Os mais fragilizados ou os

    que pensam ser importantes nunca poderão colocar ‑se à margem da so‑ciedade humana. Devem integrar ‑se e fazer ver, nunca por oportunismo ou aproveitamento egoísta, a situa‑ção em que se envolveram ou para a qual foram empurrados, por culpa própria ou pela habilidade desres‑peitadora dos direitos humanos. To‑dos têm um tesouro que a humani‑dade deve descobrir, para isso, esta necessita da sua manifestação para acordar da inércia ou para incomo‑dar pelos oportunismos de alguns que sabem explorar mesmo sem olhar aos meios. A obrigatoriedade é de todos e ninguém é incapaz.»Se esta reflexão levar a bons cami‑nhos, nas palavras do autor, estare‑mos a contribuir para a construção do tão urgente novo modelo de sociedade ou, de acordo com a DSI, a Civilização do Amor. Neste tempo de Advento que vivemos: Vigiai! Pois, «há caminhos não andados mas que esperam por alguém».

    PortuguesaCaritas´

  • 20

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    o livro «mYm, eu consigo»

    A AutorA do livro

    Laura Chagas. Nasceu em Portale‑gre em 1976. É casada e mãe de dois filhos.Terminou a licenciatura em Informá‑tica de Gestão em 1999 e em 2017 concluiu o mestrado em Educação Especial ramo de problemas cogniti‑vos e motores.Foi coordenadora do projeto «MyM ‑ Eu Consigo!» premiado com o 2º lugar, do 5º Escalão, da 13ª edição do Prémio Ciência na Escola da Funda‑ção Ilídio Pinho.É docente de Informática no Agru‑pamento de Escolas do Bonfim e desempenha funções no Centro de

    Recursos de Tecnologias de Informa‑ção e Comunicação (CRTIC) para a educação especial de Portalegre.É Presidente da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas José Régio e dirigente do Sport Clube Estrela.

  • 21

    a aliança do pensar e do fazer

    A APresentAção do livro, PelA dr.ª lAurA cHAgAs, AutorA do livro e ProFessorA de inFormáticA do AgruPAmento de escolAs do BonFim, em PortAlegre

    O projeto MyM ‑ Eu consigo!, deu origem à minha tese de mestrado em Educação Especial pela Escola Superior de Educação de Portalegre e, posteriormente, foi publicada em Livro pela Editorial Cáritas ao ven‑cer o Prémio João Serra Bonacho.

    A minha apresentação centra ‑se num pequeno vídeo que ilustra todo o trabalho desenvolvido ao longo do projeto. Assim:• Na primeira etapa escolheram ‑se as músicas, escolha que foi condicionada pelo facto de se ter decidido que só teriam 8 notas musicais. Definiram ‑se as cores para cada nota e começaram a construir ‑se os protótipos. Foram‑‑se testando os protótipos com os alunos, mas, nesta fase, foi com o JP, devido à sua distrofia muscular que se detetaram vários problemas nos

  • 22

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    teclados construídos, pelo que se foram construindo outros que foram evoluindo até chegarem ao protó‑tipo com as teclas retangulares que serviu de base para a construção do modelo 3D;• Na segunda etapa escreveram ‑se as sete músicas escolhidas com símbo‑los ARASSAC, notas musicais, cores, símbolos coloradd e algarismos;• Na terceira etapa fizeram ‑se visitas à unidade de apoio à multideficiência (nesta fase apenas se conheciam os alunos através dos seus processos

    individuais, pelo que se tentaram observar outras características dos alunos que não constavam nos seus processos, observou ‑se a relação entre pares, com as docentes de Ensino Especial e a auxiliar e tentou criar ‑se relação com os alunos da unidade); • Na quarta etapa criaram ‑se 4 pro‑gramas distintos para as atividades planificadas, sendo que em todos os programas se introduziu um con‑tador para a atividade física, pelo que, sempre que o aluno tocava no

  • 23

    a aliança do pensar e do fazer

    material condutor o contador era incrementado de uma unidade;• Na quinta etapa foi apresentado o projeto aos cursos profissionais;• Na sexta etapa ocorreu o desen‑volvimento do hardware e imagem do produto, sendo que, aqui, o en‑volvimento, empenho e dedicação dos alunos dos cursos profissionais e vocacional foi surpreendente (estes alunos mostraram que são capazes! São capazes de fazer bem e que quando são envolvidos e mo‑tivados conseguem mesmo superar as expectativas de quem já acredita neles);• Na sétima etapa foram estrutu‑rados diferentes tipos de atividade para a utilização dos diferentes pro‑tótipos que posteriormente foram avaliadas;• Na oitava etapa realizaram ‑se testes de software e hardware, no sentido de detetar qualquer anoma‑lia no produto desenvolvido (esta etapa foi desenvolvida pelos alunos do curso vocacional);• Na nona etapa desenvolveu ‑se o manual do utilizador, associou ‑se ao texto e a imagem, de forma a tornar

    o manual acessível ao maior número de pessoas possível.Sobre o trabalho desenvolvido com os alunos com Necessidades Edu‑cativas Especiais (NEE), apresento um segundo vídeo com as diferen‑tes atividades desenvolvidas com o Augusto. Aliás, todas as atividades foram filmadas e posteriormente analisadas permitindo chegar aos seguintes resultados:O Vítor (aluno com perturbação do desenvolvimento intelectual) apresen‑tou um desempenho impressionante na memorização da pauta de cores, memorizando a música «as pombinhas da Catrina» com 60 notas musicais. O João e o José (ambos com pertur‑bação do desenvolvimento intelec‑tual) aumentaram no parâmetro da memorização das pautas de cores e o João, que dizia não conseguir decorar nada, conseguiu memorizar metade da música do «ré mi a mim». Em algumas sessões, estes alunos apresentaram valores próximos de 100% na leitura dos cadernos de música codificados de várias formas.Todos os alunos com perturbação do desenvolvimento intelectual

  • 24

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    demonstraram gostar de utilizar o MyM ‑ Eu consigo! e sentiram ‑se mo‑tivados a tentar fazer sempre melhor.Relativamente aos resultados obti‑dos com os alunos da Unidade de Apoio à Multideficiência (UAM), após o desenvolvimento das ativida‑des constatou ‑se que:O Pedro (aluno da multideficiência, distrofia muscular congénita com me‑rosina negativa), apesar de ter distrofia muscular, foi na maioria das atividades o aluno com maior atividade física,

    situação que se deveu ao facto de o aluno ter percebido que se levantasse e baixasse os dedos sucessivamente ouvia o som da nota musical.À exceção do Manuel (aluno da multideficiência, paralisia cerebral tipo atetósica, síndrome de «Pitt Hopkins») todos os alunos identifi‑caram cores ou algarismos. O Augusto (aluno da multideficiên‑cia, microcefalia e perturbação da comunicação) e o Pedro, começa‑ram a utilizar os símbolos que eles

  • 25

    a aliança do pensar e do fazer

    associavam às cores e, aos poucos, foram deixando de os utilizar. Em relação aos algarismos, o Augusto e a Alice (aluna da multideficiência, perturbação do espectro de autismo, défice auditivo periférico bilateral) apresentaram % elevadas demons‑trando aquisição das aprendizagens.Todos os alunos conseguiram asso‑ciar o toque ao efeito. O Manuel, que tem perturbação do desenvolvimento intelectual profun‑da, conseguiu nas últimas sessões to‑car, sem ajuda, no material condutor.A Alice e o Pedro memorizaram o final da música do «re mi a mim», tanto a cantar como a tocar na nota musical correta.Os alunos da UAM conseguiram e gostaram de utilizar os protótipos do MyM ‑ Eu consigo!. A Luísa (aluna da multideficiência, perturbação do espectro de autis‑mo), mesmo em sofrimento, nunca recusou a atividade e, por vezes, verificou ‑se que o seu desenvolvi‑mento atenuou o seu sofrimento.A partir do momento que os alunos perceberam que depois da atividade sem uso da tecnologia se seguia a

    atividade com tecnologia, demons‑travam querer ouvir o som ou ver a animação no monitor, permanecen‑do, assim, pouco tempo na atividade sem tecnologia.Apesar de não fazer parte dos nossos objetivos deste estudo, constatou ‑se que o Augusto con‑seguiu seguir o caderno de música codificado por cores e algarismos.Assim, pode ‑se concluir que esta tecnologia: a) promove a igualdade de oportunidades para os alunos com NEE, podendo ser utilizada por alunos com um vasto leque de problemáticas; b) promove a inclu‑são social, pois, todas as atividades podem ser desenvolvidas em grupo e por alunos com e sem NEE; e c) promove o sucesso educativo de alunos com NEE, permitindo ad‑quirir ou reforçar novos conceitos como as cores, os algarismos e as notas musicais. Como mais ‑valias do desenvolvi‑mento deste projeto com os alunos com NEE salientam ‑se os seguintes aspetos:O desempenho do Augusto durante as atividades levou as docentes de

  • 26

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    Ensino Especial a ponderarem a uti‑lização de um sistema aumentativo e alternativo de comunicação.O João conseguiu memorizar meta‑de de uma música e dizia que não era capaz de decorar nada. O Vítor conseguiu memorizar uma música de 60 sequências de notas.O Augusto conseguiu seguir um caderno de música codificado por cores e algarismos, necessitando apenas de um apontador.Ficou ainda demonstrado que, quando se desenvolve e adapta

    uma tecnologia para alunos com dificuldades graves, eles conseguem adquirir conhecimentos e participar de forma mais ativa nas atividades. O Manuel baixava as mãos para re‑cusar a atividade sem tecnologia e apesar de não demonstrar interes‑se nunca recusou a atividade com tecnologia. O Augusto conseguiu, nas últimas sessões identificar os algarismos 1 e 5 sem necessidade de contar.Saliento ainda que as potencialida‑des do MyM não se esgotam nas

  • 27

    a aliança do pensar e do fazer

    atividades que foram desenvolvidas neste projeto de intervenção, pois, muitas mais poderão ser realizadas e dependerão apenas da criatividade do docente ou técnico. O MyM é muito versátil, permitin‑do a criação de novos programas e novos teclados adaptados às neces‑sidades educativas dos alunos.É, pois, com grande satisfação que apresento este Projeto e manifesto

    a minha disponibilidade para apresentar o MyM ‑ Eu Consigo! nas escolas e instituições do país que o desejarem.

    PortuguesaCaritas´

  • 28

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    o livro «desenvolvimento de comPetênciAs no cuidAdor inFormAl»

    A AutorA do livro

    Cláudia dos Santos Catela Daniel Paixão, é natural de Alter do Chão, distrito de Portalegre, nasceu no dia 3 de novembro de 1992. É licencia‑da em Serviço Social desde junho de 2013 e Mestre em Gerontolo‑gia‑ Ramo de Especialização Social desde 22 de abril de 2016.Iniciou o seu percurso profissio‑nal desempenhando funções de Assistente Social numa Instituição Particular de Solidariedade Social, ingressou após concurso publico, no ano de 2015, como Técnica Su‑perior de Serviço Social na Câmara Municipal de Anadia. Actualmente é

    Técnica Superior de Serviço Social na Câmara Municipal de Abrantes. Tem participado como co‑auto‑ra e autora em diversos artigos científicos.Premiada com Bolsas de Mérito da Direcção‑Geral de Ensino Superior

  • 29

    a aliança do pensar e do fazer

    de melhor aluno/a nos anos lectivos 2012/2013 e 2013/2014 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Portalegre e com o Prémio Ensino Magazine‑ melhor aluno/a Grau Mestre do Instituto Politécnico de Portalegre no ano lectivo 2015/2016.

    A APresentAção do livro, Pelo dr. miguel Bento, ProFessor do instituto Politécnico de BejA e suBdiretor dA escolA suPerior de educAção

    O livro em apreço resulta de uma Dissertação de Mestrado em Ge‑rontologia e do ponto de vista da tipologia de estudo, a mesmo é de natureza quantitativo – qualitativa. Antes de falar de outros contri‑butos, queria realçar um aspeto extremamente importante, que se relaciona com a dimensão didática do livro, e que se revela de enor‑me utilidade para investigadores, estudantes e profissionais das mais diversas áreas, já que e sob a forma de anexo, apresenta um conjunto de instrumentos de recolha de dados,

    muito bem elaborados, que podem funcionar como exemplo prático do tipo de questões que se devem colocar num estudo em torno da problemática abordada, sendo que os instrumentos referidos são: Questionário aplicado aos Cuida‑dores Informais; Questionário de Avaliação de Sobrecarga no Cuida‑dor Informal; Questionário de Perfil de Resiliência Familiar; Guião da Entrevista aplicada aos cuidadores informais no contexto das Visitas Domiciliárias

  • 30

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    Um segundo aspeto, prende ‑se com o facto do livro ser um bom con‑tributo para aprofundar o conhe‑cimento em torno do outro lado do CUIDAR, porque de um modo geral, os estudos e publicações, durante muitos anos, centraram ‑se quase em exclusivo naquela pessoa, ou pessoas, que era alvo dos cuida‑dos, relegando para segundo plano, nalguns casos omitindo, OS CUI‑DADORES, que muitas das vezes também necessitam eles próprios, de determinado tipo de apoios, em suma, de cuidados.

    Quanto ao conteúdo concreto do livro e relativamente ao seu enqua‑dramento teórico, que vai desde o conceito de cuidador, à prestação de cuidados propriamente ditos, pas‑sando por questões como a sobre‑carga ou a resiliência familiar, queria chamar a atenção para a parte das Emoções do Cuidador, que surgem particularmente bem tratadas a par‑tir de uma abordagem entrecruzada que a investigadora produziu a par‑tir da sistematização de um vasto conjunto contributos de autores referenciados.

  • 31

    a aliança do pensar e do fazer

    Ainda no tocante à componente teórica, no ponto das competências sociais queria ressaltar uma outra dimensão, também ela muito bem trabalhada, que tem a ver com a COMUNICAÇÃO. Ressalto este ponto, porque muitas das vezes, o cuidar, sobretudo quando aquele que é alvo dos cuidados está numa situação de maior dependência, há por vezes, uma certa mecanização de gestos, comportamentos e até palavras, que transformam o ato de cuidar, desprovido de qualquer afeto comunicacional. O livro prossegue depois com o enquadramento metodológico, sen‑do que face à tipologia de estudo, quer os instrumentos de recolha de dados, quer o tratamento dos mesmos, me parecem adequados à investigação em apreço. Segue ‑se uma apresentação deta‑lhada dos dados recolhidos, onde ressaltaria a questão da sobrecarga do cuidador, as adaptações do quo‑tidiano, as respostas sociais e apoios e, as preocupações e emoções. E mais uma vez me centro nas emo‑ções associadas aos cuidadores infor‑

    mais, que tanto podem ser de angús‑tia, raiva, tristeza, mas também podem ser, em sentido oposto de felicidade e bem ‑estar, e que estão particular‑mente bem expressas na investigação a partir de uma reprodução bem con‑seguida de excertos das entrevistas, onde esses testemunhos na primeira pessoa emprestam ao estudo uma carga humanista enriquecedora da obra de Cláudia Paixão. Esta é, em suma, uma pesquisa de grande utilidade para vários profis‑sionais que prestam cuidados, para estudantes de Serviço Social ou das mais diversas áreas da saúde, assim como da gerontologia, da psicologia e mesmo para todos os cuidadores. E acrescentaria, para TODAS AS PESSOAS, pois todos nós, pelo menos uma vez na vida, por mais tempo ou menos tempo, cuidamos de alguém. É, pois, importante que o façamos com conhecimento técnico, e sobretudo com amor. Este livro é um bom contributo para isso. Obrigado à autora, a Cláudia Catela Paixão, obrigado à Caritas pela di‑vulgação.

    PortuguesaCaritas´

  • 32

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    Editorial Cáritas (EC): Como vê o papel do Instituto Politécnico de Beja na sua relação com o território onde se encontra e, de um modo especial, com as instituições sociais que nele existem?

    João MartiM dE Portugal E VasCon-CElos FErnandEs (JMPVF): O papel das Instituições de Ensino Superior e em particular dos Politécnicos, para além da qualificação das pessoas, é funcionarem também como estru‑turas de produção de conhecimento que contribua para a resolução dos problemas que se fazem sentir nas respetivas regiões onde estão im‑plantadas. No caso do IP Beja, existe um contacto estreito com as institui‑ções sociais, desde logo por via dos

    protocolos estabelecidos visando a realização de estágios da licencia‑tura de Serviço Social. Para além disso, no âmbito dos mestrados de Gerontologia Social e Comunitária e de Desenvolvimento Comunitário e Empreendedorismo, algumas das Dissertações ou Relatórios finais desses ciclos de estudo, incidem so‑bre problemáticas ou necessidades sociais concretas que atingem as pessoas com que essas organiza‑ções trabalham, sendo que muitas das vezes esses estudos acabam por traduzir ‑se não só em melhores prá‑ticas profissionais por parte dos seus autores, mas também em mudança de atitude relativamente ao modo como as organizações se relacionam com as diferentes questões.

    À conversA com

    joão mArtim de PortugAl e vAsconcelos FernAndesvice ‑Presidente do instituto Politécnico de BejA

  • 33

    a aliança do pensar e do fazer

    Por outro lado, existem duas es‑truturas no IP Beja , o Centro de Estudos em Serviço Social e Desen‑volvimento Local e o Observatório das Dinâmicas do Envelhecimento, que estão agora a começar a produ‑zir estudos sobre problemáticas re‑gionais, e que naturalmente importa depois reverter para a comunidade, nomeadamente para os técnicos e dirigentes dessas entidades, mas também para a administração públi‑ca, no sentido de que com os dados dessas investigações se possam implementar melhores práticas e melhores politicas públicas.

    EC: Que mais ‑valia pode represen‑tar para o Instituto Politécnico de Beja esta parceria com a Editorial Cáritas e com a Cáritas Diocesana de Beja e que passa por uma «alian‑ça entre o pensar e o fazer»?

    JMPVF: O ensino superior Politécni‑co é muito marcado pela ponte que deve fazer entre o conhecimento e a prática. O chamado conhecimento aplicado. Esta parceria com a Edito‑rial Cáritas constitui ‑se assim como

    um excelente incentivo para que todos os alunos da área do social e que frequentem mestrados no IP Beja, possam de algum modo ter a preocupação, saudável, de produzir trabalhos finais nesse ciclo de estu‑dos que possam vir a ser agraciados com o Prémio agora instituído. Por outro lado, o Protocolo, permite também dar um impulso a uma la‑cuna que por vezes a academia apre‑senta, e que tem a ver com o facto da comunicação entre o meio acadé‑mico e o mundo civil, não acontecer com a fluidez desejada. Isto é, muito do conhecimento produzido não é divulgado, pelo que a sua utilidade se perde. A produção do conhecimento não pode ser um fim em si mesmo: ela só faz sentido se aplicada à reali‑dade no sentido de elevar o nível de vida das comunidades.

    PortuguesaCaritas´

  • 34

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    Editorial Cáritas (EC): Como vê o papel da Cáritas Diocesana na sua relação com o território onde se encontra e com as instituições que nele existem?

    isaurindo oliVEira (io): Uma coisa é o discurso outra é a ação. A Cári‑tas Diocesana de Beja (CDB) tem primado a sua ação como IPSS, e como tal, assegurado o seu finan‑ciamento através de um conjunto de protocolos com a Segurança Social (RLIS, RSI, SAD, Comunidade de Inserção) e com o Ministério da Saúde (Comunidade Terapêutica). Esta atividade cabe perfeitamente dentro da missão da Cáritas, con‑tudo, parece ser muito redutora daquilo que está definido como

    missão e, pela natureza de muitos protocolos, restringida a uma área muito localizada (Beja cidade e Beja Concelho) dentro da enormidade do território da Diocese.Face a esta aparente focalização numa área e atividade restritas, le‑vou a atual Direção a estabelecer como objetivo prioritário a ligação efetiva da CDB a todo o território da Diocese com especial ênfase aos Grupos Paroquiais de Ação Social (GPAS)/Cáritas Paroquiais (CP). Embora este tenha sido um dos objetivos principais deste 1º ano de mandato, da avaliação feita, constatou ‑se que pareceu haver um certo divórcio/desconhecimento/ desligamento entre os GPAS/CP e o serviço central Cáritas existente

    À conversA com

    isAurindo oliveirAPresidente dA direção dA cáritAs diocesAnA de BejA

  • 35

    a aliança do pensar e do fazer

    em Beja, ou até mesmo um certo sentimento da possibilidade de concorrência de atividades. A apro‑ximação/ligação, pareceu apenas existir na altura das campanhas – 10 milhões de estrelas, semana Cáritas, ou outras que pudessem surgir. Em‑bora aqui e ali esta ligação vá sendo feita, na maioria dos casos ela não passa do nível do discurso. Face a esta realidade, talvez caibam aqui perguntas como: será que os páro‑cos conhecem as linhas mestras da Pastoral Social definidas pela Co‑missão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e pela Dioce‑se de Beja? Será que sabem que as

    Cáritas Diocesanas são o Secreta‑riado Diocesano desta mesma Pas‑toral? Por outro lado, atendendo às autonomias das Dioceses, e não sei se mesmo das paróquias, parece ‑me que deveria haver, talvez, ao nível da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, um trabalho de reflexão e coordenação que permita uma maior sensibiliza‑ção para o pilar da Caridade a este nível. A não ser feito este trabalho, e de acordo com a realidade des‑te território, temo que este pilar da ação da Igreja possa ficar como um anexo à vida da Igreja e que o lema de trabalho definido pelo seu

  • 36

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    presidente, D. José Traquina, aquan‑do da sua tomada de posse, em Novembro de 2017, ‑ a importância da proximidade e da presença no terreno ‑, fiquem longe das pessoas e dos locais.

    EC: Que mais valias pode represen‑tar para a Cáritas Diocesana esta Parceria com a Editorial Cáritas e com o Instituto Politécnico de Beja e que passa por uma «aliança entre o pensar e o fazer»?

    io: A Cáritas na sua ação ao ní‑vel de Diocese de Beja, e no que à pastoral social diz respeito, tem tido a sua ação muito concentrada em Beja (cidade) e nos seus limites próximos. A extensão da sua mis‑são a toda a Diocese de Beja exige, para além de outras ações, o co‑nhecimento da realidade geral de todo o território, e das caracterís‑ticas específicas de cada comunida‑de, dada, não só a extensão desse mesmo território, como a variabili‑dade no seu desenvolvimento.A parceria entre a Cáritas Dio‑cesana/Diocese de Beja (CDB),

    o Instituto Politécnico de Beja (IPB) e a Cáritas Portuguesa (CP) poderá ser uma forma de, atra‑vés do «lobby» que a CDB possa exercer na escolha dos trabalhos na Área Social, a serem desenvol‑vidos no âmbito desta parceria através de teses de mestrado e/ou doutoramento no IPB, e assim gerar conhecimento, apresentar pistas, ideias que permitam ajudar a definir a sua estratégia para que, por si só, ou em parceria com as Instituições existentes na área da Diocese, possa dar resposta aos problemas que urge resolver, ou minorar os seus efeitos, ajudando a dignificar as pessoas residentes ou de passagem por este territó‑rio. Esta parceria, se prosseguir os objetivos definidos, poderá gerar sinergias entre os diversos parcei‑ros para que, tirando partido das valências de cada um, o conheci‑mento e a ação possam construir uma aliança mais forte em defesa da dignificação da pessoa humana na Diocese de Beja. PortuguesaCaritas´

  • 37

    a aliança do pensar e do fazer

    Editorial Cáritas (EC): Como re‑laciona a ação da Cáritas marcada, sobretudo, por um trabalho de proximidade com as populações mais vulneráveis, com a e edição de livros com um caráter eminente‑mente académico?

    José ManuEl CordEiro (JMC): Agradecendo desde já a questão gostaria também de apontar um muito mal entendido que tem grassado na nossa sociedade e que tem cavado um pseudo fosso entre o mundo académico e a sociedade para a qual a academia se encontra ao serviço. Seria, da nossa parte, ingrato tomar esta postura de en‑carar e aceitar como real tal afas‑tamento. Digamos que tem havido

    lacunas de informação e de media‑ção entre o trabalho académico e sociedade para a qual a academia tem incessantemente trabalhado. É, também, para colmatar tais la‑cunas que a Editorial Cáritas tem desenvolvido um trabalho que tem permitido não só dar a conhecer o trabalho meritório que a acade‑mia tem produzido mas também mostrar que o tem produzido em consonância com as necessidade da sociedade em geral e particu‑larmente na resposta a questões sociais prementes dos meios em que se encontra inserida. Posto isto, torna ‑se mais percetível o trabalho que a Editorial Cáritas tem vindo a desenvolver, pois, a Cáritas Portuguesa e as Cáritas

    À conversA com

    josé mAnuel cordeiromemBro dA direção dA cáritAs PortuguesA

  • 38

    CáritasEditorial

    PortuguesaCaritas´

    Diocesanas não podiam ficar de braços cruzados quando ao seu conhecimento chega uma tão vasta produção de saber alcançado pela nossa academia e que deverá dar corpo a uma das missões que a Cáritas e o setor social constante‑mente procuram, que é a de «fa‑zer bem o Bem». Não só é dever divulgar o que de bom vai sendo produzido pela academia como é dever partilhá ‑lo como fonte de «bem saber» e «bem fazer». Assim, entendemos que a Cáritas Portuguesa deverá continuar com esta missão de divulgação científica diretamente relacionada com o

    «fazer bem o Bem» e que poderá ser, e que bom seria, mais desen‑volvida no nosso país pelo maior número de atores sociais possível para colmatar anunciadas lacunas comunicacionais entre a academia e a sociedade em que se encontra inserida. Concluindo, entendemos que estamos perante uma missão fundamental quando se editam obras baseadas no mérito científi‑co, porque se tratam de provas aca‑démicas, e de mérito social porque se trata de teses que pretendem dar resposta a problemas sociais, também de proximidade geográfi‑ca, e, como se pode verificar pela

  • 39

    a aliança do pensar e do fazer

    leitura das obras já publicadas, com um elevado grau de humanismo.

    EC: Que mais valias pode represen‑tar para a Cáritas, seja a nível na‑cional, seja a nível diocesano, esta Parceria com o Instituto Politéc‑nico de Beja e que passa por uma «aliança entre o pensar e o fazer»?

    JMC: Como já fomos dizendo pen‑samos que fica claro que a Cáritas não procura mais valias institu‑cionais ou mais valias económicas com os protocolos que tem vindo a estabelecer com a academia. Procura, isso sim, servir a comuni‑dade. Ficando claro este princípio podemos perspetivar algumas mais valias para a comunidade devido ao Protocolo estabelecido entre a Caritas Portuguesa, a Caritas Diocesana de Beja e o Instituto Politécnico de Beja. Um primeiro aspeto a realçar é que a Cáritas en‑cara o trabalho desenvolvido pelo IPB como um trabalho de elevada qualidade nas áreas sociais e que deverá ser divulgado e promovido de um modo mais amplo, não só na

    sociedade local em que se encon‑tra inserido mas em toda a luso‑fonia. Mas não podemos deixar de dizer também que o princípio da subsidiariedade ficou bem expres‑so pelo envolvimento estimulante do Senhor D. João Marcos, Bispo da Diocese de Beja, e do Presiden‑te da Cáritas Diocesana, o Sr. Eng. Isaurindo Oliveira que, desde o iní‑cio, abraçaram entusiasticamente esta estratégia editorial. Sabemos que o envolvimento empenhado da Cáritas Diocesana de Beja irá ultrapassar toda e qualquer expe‑tativa que tenhamos à partida – foi e é assim com todas as Caritas Diocesanas que já abraçaram esta iniciativa e estamos certos que assim será com as demais que cer‑tamente se seguirão.Uma última nota não poderia dei‑xar de ser senão para realçar o em‑penho demonstrado pelos órgãos de gestão do Instituto Politécnico de Beja que se envolveu desde o início ao mais alto nível nesta Par‑ceria e que sem o seu empenho e envolvimento também não seria possível termos aqui chegado.

    PortuguesaCaritas´

  • TíTulos PuBlICaDos PEla EDITorIal CárITas

    O Amor que Transforma o Mundo | René Coste

    Dar ‑se de Verdade: Para um desenvolvimento Solidário | vários

    Cónego José M. Serrazina | vários

    Teresa de Saldanha | Helena Ribeiro de Castro

    Moralidade Pessoal na História | Sergio Bastianel

    Humanizar a Sociedade | Georgino Rocha

    Cartas de Ozanam | Diogo Castelbranco de Paiva Brandão

    Entre Possibilidades e Limites | Sergio Bastianel

    Perspectivas sobre o Envelhecimento Ativo | vários

    Procissão dos Passos | Abel Varzim

    Serviço Social e Desemprego de Longa Duração | Aida Ferreira

    Maritain e Bento XV | Diogo Madureira

    Cristãos Pensadores do Social I | Jean Yves Calvez

    Um Intelectual ao Serviço dos Pobres | Gérard Cholvy

    Um Genocídio de Proximidade | Teresa Nogueira Pinto

    Caminhos para uma vida Solidária | Carlos Azevedo

    Pobreza e Relações Humanas | Delfim Jorge Esteves Gomes

    Rendimento Social de Inserção | Mafalda Santos

    Cuidar do Outro — Estudos em homenagem a Sergio Bastianel sj | vários autores

    Crimes e Criminosos no norte de Portugal | Alexandra Esteves

    A Consciência Social da Igreja Católica — 124 Anos de História1891–2015 | Domingos Lourenço Vieira

    Ética e Teologia — Declinações de uma Relação | Américo Pereira

    O Impacto da Doutrina Social da Igreja no Trabalhador e no Empresário | Hermenigildo Moreira Encarnação

    O Padre das Prisões Portuguesas | Inês Leitão

    Palavras de Liberdade | vários

    O Pensamento Social do Papa Francisco | J. M. Pereira de Almeida (Org,)

    O Cuidar como Relação de Ajuda – Por uma ética teológica do cuidar Antonino Gomes de Sousa

    O Problema do Mal | Étienne Borne

    Rosto Social da Religião | Roberto Mariz

    O futuro do Estado Social | Volumes I e II / Cáritas Europa (Org.)

    Entendimento Global e Compromisso com as PeriferiasAmérico Pereira (Org.)

    Pensamento Social do Papa Francisco | Volume II / J.M. Pereira de Almeida (Org.)

    Cristãos Pensadores do Social II | O Pós ‑Guerra / Jean Yves Calvez

    Ação Sócio Educativa dos Jesuítas e o Colégio de São Fiel | Jorge Nuño Mayer (coord.) | Ernesto Candeias Martins

    Desenvolvimento de Competências Sociais no Cuidador Informal | Cláudia Catela Paixão

    Manual Observatórios Sociais de Pobreza | Jorge Nuño Mayer (coord.)

    Perceção do Stresse, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social | Ana Berta Alves

    MYM, eu consigo – Desenvolvimento de uma tecnologia de apoio para alunos com necessidades especiais | Laura Chagas

    As Infâncias na História Social da Educação – Fronteiras e Interceções Sócio Históricas | Ernesto Candeias Martins

    Crónicas Ainda Atuais | Pedro Vaz Patto