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A América Colonial Espanhola A conquista da América pelos espanhóis significou a dizimação de boa parte dos povos originários e a submissão daqueles que foram dominados, manifestando uma severa intolerância para com os diferentes modos de viver e ver o mundo das populações que lá já se encontravam. A exploração colonial e as civilizações pré-colombianas A integração do que viria a se tornar a América ao contexto europeu se deu por meio do colonialismo mercantilista. O crescimento do comércio europeu a partir do século XV, graças à expansão marítima, provocou uma verdadeira revolução comercial. Tendo definido que seus objetivos econômicos era acumular ouro e prata, várias Coroas europeias partiram para a montagem e exploração de impérios coloniais. Desde o princípio, observa-se que as colônias europeias na América tinham uma função econômica bem definida, estabelecida por um conjunto de normas que definia suas relações com a metrópole. Segundo essas normas, as metrópoles exerceriam o exclusivo comercial, isto é, o monopólio sobre tudo o que as populações das colônias importassem ou exportassem. A colônia não podia competir com a produção da metrópole, tendo a função de complementar as demandas de produtos sem aumentar a concorrência, ou seja, só podia produzir aquilo que a metrópole determinasse. Um lucrativo comércio colonial era fundamental para a prosperidade da burguesia metropolitana e, portanto, da manutenção de um Estado absolutista forte. Submetendo a população nativa, explorando seu trabalho, exterminaram grande parte dessas populações, o que causou o declínio de povos evoluídos como os incas da América do Sul e os astecas do México. Os povos originários Os chamados incas eram chefiados por um imperador que, além de chefe militar, era considerado um deus na terra, o “filho do sol”. O auge desta civilização ocorreu nos séculos XV-XVI, entre 1438 até a invasão dos espanhóis, em 1531. Esse período foi marcado por grande expansão territorial, estendendo-se por quase 4 mil km, desde o atual Equador até o Chile. Cuzco transformou- 1

A América Colonial Espanhola

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A América Colonial Espanhola

A conquista da América pelos espanhóis significou a dizimação de boa parte dos povos originários e a submissão daqueles que foram dominados, manifestando uma severa intolerância para com os diferentes modos de viver e ver o mundo das populações que lá já se encontravam.

A exploração colonial e as civilizações pré-colombianas

A integração do que viria a se tornar a América ao contexto europeu se deu por meio do colonialismo mercantilista. O crescimento do comércio europeu a partir do século XV, graças à expansão marítima, provocou uma verdadeira revolução comercial. Tendo definido que seus objetivos econômicos era acumular ouro e prata, várias Coroas europeias partiram para a montagem e exploração de impérios coloniais.

Desde o princípio, observa-se que as colônias europeias na América tinham uma função econômica bem definida, estabelecida por um conjunto de normas que definia suas relações com a metrópole. Segundo essas normas, as metrópoles exerceriam o exclusivo comercial, isto é, o monopólio sobre tudo o que as populações das colônias importassem ou exportassem. A colônia não podia competir com a produção da metrópole, tendo a função de complementar as demandas de produtos sem aumentar a concorrência, ou seja, só podia produzir aquilo que a metrópole determinasse.

Um lucrativo comércio colonial era fundamental para a prosperidade da burguesia metropolitana e, portanto, da manutenção de um Estado absolutista forte. Submetendo a população nativa, explorando seu trabalho, exterminaram grande parte dessas populações, o que causou o declínio de povos evoluídos como os incas da América do Sul e os astecas do México.

Os povos originários

Os chamados incas eram chefiados por um imperador que, além de chefe militar, era considerado um deus na terra, o “filho do sol”. O auge desta civilização ocorreu nos séculos XV-XVI, entre 1438 até a invasão dos espanhóis, em 1531. Esse período foi marcado por grande expansão territorial, estendendo-se por quase 4 mil km, desde o atual Equador até o Chile. Cuzco transformou-se na capital do império, com cerca de 100 mil habitantes. Outra cidade importante, exemplo de planejamento e sofisticação urbana, foi Machu Pichu, cujos vestígios ainda hoje causam profunda impressão. Em todo o império viviam e trabalhavam cerca de 6 milhões de pessoas. Predominava a servidão coletiva em uma sociedade fortemente hierarquizada. A terra era considerada propriedade do imperador, administrada por funcionários locais, que, em todas as aldeias, determinavam a organização do trabalho, o montante de impostos destinados ao imperador, e a mita, trabalho compulsório em obras públicas. A mita era um sistema que obrigava os habitantes a trabalhar em obras de irrigação e terraços cultiváveis nas íngremes encostas das montanhas andinas, produzindo excedentes agrícolas e o alimento para a própria população andina.

A civilização maia tinha o seu centro na península de lucatâ, na região Sudeste do México, e conheceu seu apogeu entre os séculos III e XI. Organizava-se em cidades-estado, e o domínio social era exercido por uma elite religiosa e militar de caráter hereditário. Em torno dos centros urbanos, encontravam-se aldeias de camponeses submetidos à servidão coletiva.

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Pouco se sabe a respeito das causas da decadência maia. Suas cidades foram abandonadas e, na época da invasão espanhola, não mais existia uma civilização maia organizada.

A civilização asteca foi a mais grandiosa das civilizações da mesoamérica. Os astecas chegaram a controlar um império que se estendia do Oeste mexicano até o Sul da Guatemala, incluindo uma população de talvez 12 milhões de habitantes. Sua capital, Tenochtitlán (atual cidade do México). Cobria uma área de13 km2, e chegou a ter mais de 100 mil habitantes.

A invasão espanhola

O império Inca foi invadido sobre o comando de Franco Pizarro, que se aproveitou da disputa que ocorria entre Huascar e Atahualpa após a morte do Imperador Huayna Capac, em 1525. Pizarro se aliou a Huascar e capturou Atahualpa. Entretanto, no mesmo período o exército de Atahualpa capturaram Hauscar. Huascar acabou morto em meio aos conflitos, e, por sua vez, Atahualpa foi morto a mando de Pizaro, em agosto de 1533. No entanto, a resistência inca durou até 1572.

O império Asteca foi formado no Século XV, tendo entrado em decadência com a invasão espanhola. O último imperador, Montezuma II, assistiu à destruição do império e de sua bela capital promovida pelo espanhol Fernão Cortez, entre 1519 e 1521.

A ideia da expansão da fé católica por meio da conversão dos indígenas foi utilizada como justificativa para a exploração da América. As doenças europeias, desconhecidas pelos nativos e para as quais seu organismo não possuía resistências, também foram responsáveis pelo extermínio de grande número deles.

Explorava-se o trabalho indígena por meio da mita, que já existia no Império Inca. Outra forma de exploração do trabalho foi a encomenda, bastante empregada. O rei da Espanha, por meio de administrados locais, distribuía encomenderos, obrigatoriamente espanhóis estabelecidos na América, o direito de explorar o trabalho de indígenas.

A sociedade colonial era controlada pelos chapetones, espanhóis provenientes da metrópole que cuidavam da administração, justiça, clero e exército. Abaixo deles, estavam os criollos, verdadeira aristocracia colonial, formada por homens brancos, descendentes de espanhóis, porém nascidos na América. Eram grandes proprietários de terra e dedicavam-se também ao comércio. Haviam também os mestiços, nascidos da união de espanhóis e indígenas, em geral trabalhadores livres.

A crescente prosperidade econômica da América foi grande fator gerador de tensões entre criollos e chapetones. De fato, grande parte da riqueza produzida, notadamente os metais preciosos, era transferida para a metrópole, em prejuízo das colônias. Ao mesmo tempo, a autoridade total dos chapetones sobre os criollos e o veto à participação destes na administração colonial, culminaram, no século XIX, com o movimento de independência da América espanhola.

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