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A ARTE NO PERODO PALEOLTICO

Histria da Arte

Escrito por Ra T. Rio

Histria da Arte um termo usado paradesignar o conjunto das obras de uma poca, povoou mesmo uma escolae, na linguagem comum,refere-se histria das artes visuais mais tradicionais, como a pintura, escultura e a arquitetura. A arte, verdadeiramente, a expresso mxima de ummomentohistrico de uma civilizao inteira ou at mesmo de umapessoa. Para compreender melhor a arte no tempo, os historiadorescostumamdeterminar como "movimentos", os perodos que empregam determinadoestilo esttico. Esta classificao ajuda a entender como a arteregistra as idias e os ideais das culturas e etnias, sendo, assim, importante para a compreenso da histria do Homem e de sua vivncia no mundo.

A Arte do Paleoltico tem a ver como incio da histria da arte e amais antiga produo artstica de que se tem conhecimento na histria. A arte deste perodo situa-se na Pr-Histria(a fase da Histria que precede a escrita), na chamadaIdade da Pedra Lascada, cujoincio datacerca de dois milhoes de anos estendendo-se at8.000 a.C. O Paleoltico primeirodos trs perodos da Idade da Pedra, seguido peloMesoltico epelo Neoltico (Idade da Pedra Polida). Situa-se,do ponto de vista geolgico, na Idade do Gelo. Mas foi apenasno incio do sculo XXque se deram as primeiras descobertas de achados pr-histricos. Issocausouceticismo nos estudiosos, uma vez que amaturidade artstica num nvel to embrionrio da histria da humanidade no parecia possvel aos olhos dos historiadores.Embora ainda hoje persistam dvidas quanto ao efetivo objetivo das peas de arte paleolticas, a verdade que a qualidade e criatividade que estas revelam so inegveis e de extrema importncia para a compreenso da mentalidade do Homem. Instrumentos de pedra talhada, decorao de objetos e jias para diferentes partes do corpo, pequenas esculturas representando a figura feminina,relevos e pinturas parietais com temtica de caa e figuras isoladas de animais ou caadores impressionam no apenas pelo o seu forte apelo comunicativo, mas tambm pela sua indiscutvel qualidade artstica. Para entender o tempo e o movimento da arte paleoltica, divide-se este perodo em outrostrs sub-perodos, conforme abaixo: Paleoltico Inferior (2.500.000 - 2.000.000 at 120 - 100.000 a.C.), Paleoltico Mdio (300 - 200.000 at 40 - 30.000 a.C.), Paleoltico Superior (40 - 30.000 at 10 - 8.000 a.C.).

Considera-se que noperodo Paleoltico Superior que se concentrae se encontra a produo artstica mais consciente, como resultado de uma necessidade espiritualdo Homem, embora acredite-seque este nvel seja o culminar de um longo processo de amadurecimento artstico e tcnico, e que muito do que foi criado em pocas anteriores simplesmente no tenha sobrevivido at aos nossos dias. Por esta razo subsistem ainda muitas incgnitas e questes em aberto, podendo-se apenas especular sobre quais seriam as verdadeiras motivaes artsticas do Homem pr-histrico. Para uma abordagem mais prxima s primeiras criaes artsticas, essencial relacion-las com o seu pano de fundo cultural, geogrfico e social, o que no tema deste artigo, por enquanto.O fato que o Homem, extremamente influenciado peloseu meio-ambiente-nem sempre propcio vida humana -ao longo dos tempos, sempre foilevado por este a tomardecises na vida, como fazerdeslocamentos constantemente, por exemplo. Esta condio levou o homem paleoltico a refletir seu meio, imbuindo sua arte com sua experincia pessoal, como tem sido at hoje.Por isso, os temas da arte paleoltica focam, sobretudo,elementos do seu meio-ambiente (como o reino animal, principalmente o alvo da sua caa manadas de renas das plancies e vales), fazendo surgir, assim,a Arte e Pintura rupestres ou ainda a Gravura Rupestre,nome que se d s mais antigas representaes pictricas conhecidas deste perodo.As mais antigas artes rupestres so datadas do perodo Paleoltico Superior, gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos, ou tambm em superfcies rochosas ao ar livre, mas em lugares protegidos, normalmente datando de pocas pr-histricas. Na vida do Homem pr-histrico tinham lugar a arte e o esprito de conservao daquilo de que necessitava. Conforme estudos arqueolgicos,o Homem da Pr-Histria j conservavacermicas, armas,utenslios trabalhados na pedra enos ossos dos animais e tambmno metal. Arquelogos e antroplogos datando e estudando peas extradas em escavaes conferem a estes vestgios seu real valor como "documentos histricos", verdadeiros testemunhos da vida do Homem em tempos remotos.Trabalhosarqueolgicos srios feitosna Europa, sia,fricae outras tantas regies,revelaram em que meio surgiramos primeiros artistasque pintavam, esculpiam e gravavam, demonstrando que o desejo de expresso atravs das artes inerente ao ser humano.As "Venus Esteatopgicas", esculturas em pedra ou marfim de figuras femininas estilizadas, com formas muito acentuadas, por exemplo, so manifestaes artsticas das mais primitivas do "Homo Sapiens" .Outro destaque so aspinturas encontradas nos tetos e paredes de escuras grutas, descobertas por acaso, situadas em fundos de cavernas. Estaspinturas,realizadas em policromia,causam grande impresso, dada a suafirme determinao de imitar a natureza com o mximo de realismo.Na Caverna de Altamira (a chamada Capela Sistina da Pr-Histria), na Espanha, por exemplo, a pintura rupestre do bisonte impressiona pelo tamanho e pelo volume conseguido com a tcnica claro-escuro. Em algumas destas pinturas, pontos vitais do animal esto marcados por flechas, o que, para alguns, indica "a magia propiciatria" destinada a garantir o xito do caador e, para outros estudiosos, era a apenas a vontade de produzir arte. Mas qualquer que seja a justificativa, a arte preservada por milnios permitiu que as grutas pr-histricas se transformassem nos primeiros museus da humanidade.Acredita-se que estas pinturas -cujos materiais mais usados so o sangue, argila e excrementos humanos -alm de arte, tenha um fortecunho ritualstico.Uma teoria alternativa e mais moderna quanto ao objetivo destas pinturas, baseada em estudos de sociedades mais recentes de caadores-coletores, que as pinturas foram feitas por xams do grupo dos Cro-Magnon. Os xams, para aplicar sua arte, se retiravampara a escurido das cavernas, entravamem estado de transe e pintariam, assim, as imagens de suas vises.Esta teoriafavorece a explicao sobre a antigidade de algumas pinturas (que freqentemente ocorrem em cavernas profundas e pequenas) e a variedade dos motivos (de animais de presa a predadores e desenhos de mos humanas). Normalmente os desenhos so formados por figuras de grandes animais selvagens, como bises, cavalos, cervos entre outros.

Na arte rupestre, a figura humana surge raramente, sugerindo muitas vezes atividades como a dana e, principalmente, a caa, mas normalmente em desenhos esquemticos e no de forma naturalista, como acontece com os desenhos dos animais. Paralelamente encontram-se tambm palmas de mos humanas e motivos abstratos (linhas emaranhadas), chamados pelo estudioso Henri Breuill de macarres. Em muitosstios espalhados pelo mundo, opadro mesmo encontrar, alm dos desenhos parietais, figuras e objetos decorativos talhados em osso, modelados em argila, pedra ou chifres de animais. Os stios mais conhecidos e estudados encontram-se na Europa, em pases como Frana (Lascaux, por exemplo), Espanha (Caverna de Altamira) e Portugal (destaque para Oliveira Frates).No Brasil so encontrados diversos arquiplagos onde existem manifestaes de arte rupestre. Os mais conhecidos ficam em Naspolini, no Estado de Santa Catarina, na regio Sul do pas. Em Minas Gerais na regio de Lagoa Santa e Varzelndia. Destacam-se tambm a Toca da Esperana, regio central da Bahia e Florianpolis,Santa Catarina.No nordeste tambm foram encontradas pinturas no Estado do Piau, na Serra da Capivara. As cidades mais prximas dos stios arqueolgicos so Coronel Jos Dias e So Raimundo Nonato (30 km). Na Paraba e no estado do Rio Grande do Norte, diversos stios tambm so encontrados, neste Estado nas regies do serid e na chapada do Apodi, tendo como destaque o Lajedo de Soledade.Segundo informao da FUMDHAM (Fundao Museu do Homem Americano), de So Raimundo Nonato - PI, h 260 stios arqueolgicos com pinturas rupestres na rea do Parque Nacional da Serra da Capivara, que foi criado em 1979. De acordo com informaes no confirmadas, as pinturas rupestres dos mencionados stios teriam idade entre 10.000 e 12.000 anos, porm estudos mais recentes datam 50.000 anos. Contudo, outros estudiosos consideram impossivel a data de 50.000 anos, uma vez que se estima que os primeiros Homo Sapiens chegaram a America pelo estreito de Bering h apenas cerca de 13.000 anos. A questo continua em aberto e tema de acaloradas discuses entre estudiosos da arte rupestre e historiadores.Escultura PaleolticaDa escultura paleoltica so famosas as estatuetas femininas de pequenas dimenses designadas genericamente por vnus. Identificadas como possveis dolos para o culto da fertilidade e sexualidade estas figuras apresentam caractersticas semelhantes entre si:so representadas nuas, de p e revelam os elementos mais representativos do corpo feminino em linhas exacerbadas. O exagero destes elementos traduz-se num peito, ventre e ancas voluminosos em oposio a braos e pernas delicados e cabea pequena. A face, tratada com linhas simples reduzidas ao essencial, onde no possvel reconhecer traos individuais, transforma-se, com o tempo, num elemento cada vez mais estilizado e simblico, assim como todo o corpo da figura.O que se tem notcia que estes dolos surgiram pela primeira vez durante o Paleoltico e so a origem dos dolos da arte cicldica de 2.000 a.C.. A mais antiga estatueta conhecida a Vnus de Tan-Tan encontrada em Marrocos do perodo Acheulense e com 6 cm de altura. Entre as mais antigas, com 30 000 anos, contam-se as vnus encontradas na Europa, na rea do Danbio, como a Vnus de Willendorf (ustria), a Dame de Sireuil (Frana), a Mulher com corno de Bisonte (relevo na rocha, Frana) de formas realistas, ou a Vnus de Vstonice (Repblica Checa) de formas estilizadas. No perodo do Paleoltico Superior, foramfeitas as primeiras pinturas em cavernas e paredes externas de pedra, h aproximadamente 15.000 anos.

Fonte:http://www.artes.raisites.com/historia-da-arte/71-a-arte-no-pero-paleolco.html