A árvore do saber aprender

A árvore do Saber Aprender

Adaptação do texto de Helene Trocmé-Fabre

“O papel dos educadores é o de lembrar ao aprendente que

aprender é por essência a recusa ao fechamento.”

(Helene Trocmé Fabre)

RELAÇÕES E PERCEPÇÕES SOBRE O AMBIENTE EM QUE SE APRENDE...

Saber aprender:

Saber Descobrir(contextualizar)

Saber Descobrir(contextualizar) • Prepare um exercício que

desenvolva a habilidade de contextualizar na disciplina que você leciona?

A primeira etapa do “saber aprender” é a aptidão para utilizarmos os nossos órgãos sensoriais, nossos ouvidos, nosso corpo, para termos referências do mundo que nos cerca e sermos capazes de contextualizar.É o saber descobrir. Nesse nível o terreno da aprendizagem é imenso e cobre tudo o que nos permite entrar em relação com o mundo físico, as formas , as cores, as dimensões, das distâncias, os sons, os odores, os sabores, as associações, as relações, as nuances...e todas as espécies de combinações.


Saber Reconhecer as leis do vivo(respeitar a lógica dos viventes)

Saber reconhecer as leis do vivo • Prepare uma atividade

relacionada a sua disciplina e que ajude os estudantes a perceber as normas do contexto estudado.

• Esta atividade deve ajudá-los a perceber em que sistemas estas normas se aplicam ou não.

Trata-se de saber reconhecer as normas do contexto no qual vivemos:Saber ler a complexidade (a nossa, a dos outros, a da matéria);Saber que existem diferentes escalas, as do micro e do macro cosmo;Saber evitar aplicar a mesma norma, o mesmo instrumento ou o mesmo código, a situações ou contextos diferentes;Saber reconhecer a diversidade.



Saber organizar(selecionar, classificar em categorias)

Saber organizar • Qual o melhor modo de organizar as informações e conhecimentos em sua disciplina? Como propor uma atividade em que os alunos possam desenvolver sua habilidade para organizar estes mesmos conhecimentos?

Neste nível vamos exercitar as habilidades de comparar, selecionar, generalizar, codificar, abstrair.

Nosso cérebro é uma estrutura anatômica e fisiologicamente seletiva: ele é feito para escolher, para “estabilizar o mundo”.

A falta de organização é tão perigosa quanto o seu excesso. Nas duas condições o perigo é fazer compreensões reducionistas e que desconsideram a complexidade da realidade.




Saber criar sentidoancorar

Ambiente

Saber criar sentido• Nos dias de hoje, uma das

críticas que mais se escuta em relação ao sistema educacional é que, para o estudante de hoje, ele é desprovido de sentido.

• Qual a atividade que você usaria em sua disciplina para promover o encontro do sentido maior do que se está aprendendo?

Neste estágio, o aprendente tem necessidade de ancorar os conhecimentos que ele recolheu em sua própria experiência: ninguém pode aprender em seu lugar, nem compreender, nem amarrar o que ele acabou de aprender com o que ele já sabe. Cabe a ele criar o sentido, um sentido que lhe permitirá se auto estruturarTrata-se de saber dar um sentido a partir do que somos, do que fomos do que queremos ser. É o espaço-tempo necessário para que a contribuição das camadas profundas de nosso cérebro, nossa afetividade, nossa memória, nossos, medos e sonhos, desejos e expectativas...se somem às nossas reações sensoriais, e para que possa emergir o sentido

RELAÇÕES E PERCEPÇÕES SOBRE SI MESMO E SOBRE O OUTRO...

Saber aprender





Saber Escolherdecidir, engajar

Saber escolher• Saber escolher faz do

aprendente co-autor do processo de ensino-aprendizagem e portanto, igualmente responsável pelos resultados alcançados.

• Em sua disciplina, quais os pontos que podem ser colocados em discussão e que permitirão que os estudantes exercitem sua capacidade de escolher arcando com as consequências de suas decisões?

O papel do educador é o de criar as condições para que esse saber-escolher se desenvolva. ...........................................................A escolha do tema, a escolha do material em relação com o sujeito, a escolha do campo de dados, a escolha do ou dos parceiros num sub-grupo, a escolha da duração e do rítmo, a escolha do tipo avaliação...todas essas escolhas podem ser os elementos de um contrato e dar lugar a um diálogo pedagógico , uma troca , um questionamento.Trata-se de (...)criar o espaço educativo necessário para que o aprendente tenha um projeto em direção ao qual se orientar, um projeto que lhe pertença particularamente, isto é, um projeto que tenha uma história e que faça parte de sua biografia.





Saber Escolherdecidir, engajar

Saber inovarImaginar, criar, diferenciar

Saber inovação• Qual o espaço - tempo para

criação do aprendente em sua disciplina?

• Em que momentos/ atividades ele pode trazer a sua perspectiva pessoal/individual sobre o assunto que está sendo tratado?

• Qual o espaço para o novo?

Criar é saber diferenciar e, sobretudo, é saber acolher o inesperado, enriquecer o que já sabemos...Precisamos criar antes de poder trocar......Criar numa perspectiva de trocar, é entrar em relação, é criar um “poder dizer” (que vai além do “querer dizer”), é deixar lugar ao outro para a sua própria interpretação, o seu próprio sentido. É fazer viver o objeto criado.




Saber criar sentido(ancorar)

Saber Escolher(decidir, engajar)

Saber inovar(imaginar, criar, diferenciar)

Saber Trocar(entrar em reciprocidade)

Si

Mesmo

&

Outro

Saber trocar

• A autora nos diz: “Dar muito sem receber ou, ao contrário, receber muito sem dar. Esse desequilíbrio é flagrante em certas práticas pedagógicas que fornecem uma grande quantidade de informação e não propõem ao aprendente o tempo de integração, de reação e de expressão.”

• Em que medida em sua disciplina estes tempos estão relacionados?

• Quais as atividades que você propõe para facilitar a integração, reação e expressão individual dos aprendentes?

Exprimir, se exprimir, trocar, exigem o saber tomar posição, o se abrir para a realização social, para a reciprocidade, para a obra comum.

Podemos sem dúvida, nos admirar que o saber trocar venha tão tarde no desenvolvimento do saber aprender. Mas essa não é uma reação do nosso desejo pedagógico de verificar a eficácia de nossas intervenções educativas ? Não é ela a prova da nossa pedagogia da impaciência? O fato de exprimir-se pela linguagem, pelos gestos, pelo olhar, pelo corpo...traduz a pessoa inteira. A expressão do pensamento, que se deseja autêntica e destinada ao OUTRO, deve ser estruturada e nutrida. Portanto, anteriormente amadurecida e criada.

O CAMINHO DA AUTONOMIASaber aprender...

AUTONOMIA• Auto + nomia = gestão de si mesmo• O organismo que ganha em autonomia deve estender suas trocas

com o exterior e, para isso, é necessário que “se desenvolvam, não somente as estruturas que ligam o organismo ao seu meio, mas também as interações que coordenam os constituintes do organismo”

• Autonomia é construção fora & dentro, é base para a auto-sustentação.

• A dinâmica e a qualidade da troca entre os diferentes atores condiciona, com efeito, a subida da seiva, durante o itinerário da aprendizagem.

• Deste ponto em diante, o aluno é o autor de sua aprendizagem e o tempo pedagógico se encerra aqui.

A autonomia do aprendente se manifesta, se estrutura através de 3 saber fazer que estão, lembremos mais uma vez, fora do

tempo pedagógico. São eles:

• Saber compreender, ou seja a capacidade de entrar em relação, de construir a troca, de re-fletir, de devolver a imagem, de entrar em ressonância...;

• Saber integrar, ou seja, acolher, englobar o que exige um sentido profundo do conjunto, da globalidade do real, seja ele qual for, e do tempo favorável e do momento justo.

• Saber comunicar, que representa o saber- Ser com maiúscula.








Saber compreender








Saber compreender Saber -Integrar








Saber compreender Saber -Integrar

Saber Comunicar

Autonomia

É EVIDENTE QUE, PARA SUBIR PELOS RAMOS DA ÁRVORE DO SABER APRENDER, SOMENTE O APRENDENTE ESTÁ NO COMANDO.

Se eu não sou eu, quem o será THOREAU

Adaptação para capacitação de docentes por Daisy Grisolia, Elizabeth Fantauzzi e Clausia AntonelliNovembro de 2011

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