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1 A ATUAÇÃO DO SEBRAE-SP NA IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DENVOLVIMENTO DAS MPEs EM FRANCA – (2011- 2015) PRADO, Lucimara de Oliveira Correia 1 PAVARINA, Paula, Regina de J.Pinsetta 2 Eixo Temático: 13 - DESENVOLVIMENTO E POLÍTICAS PÚBLICAS RESUMO A Lei Complementar 123/2006, denominada de Lei Geral das Microempresas, é uma politica pública de desenvolvimento que estabelece normas gerais concernentes ao tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e às empresas de pequeno porte, doravante MPE. Em linhas gerais esta política pública se refere à desburocratização, simplificação e redução da carga tributária e melhoria do ambiente regulatório às MPEs e o estímulo ao empreendedorismo no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Com a aprovação do Decreto Nº 9662/2011, Franca teve regulamentada a Lei Geral visando a melhoria do ambiente local para o Micro Empreendedor Individual – MEI e as MPEs. Este trabalho visa relatar por meio de análise documental os desdobramentos da Lei Geral no município de Franca a partir da interlocução do SEBRAE, junto aos atores políticos públicos para implementação dos principais itens desta Lei em Franca no período de 2011 a 2015. Palavras-Chave: Lei Geral, Politica de desenvolvimento local, SEBRAE 1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Mestranda do curso de Planejamento e Análise de Politicas Públicas. E-mail.: [email protected] 2 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Doutora.E-mail.: [email protected]

A ATUAÇÃO DO SEBRAE-SP NA IMPLEMENTAÇÃO DAS … · efetivamente para a agenda política nacional e um centro de apoio aos pequenos negócios fora ... para cobrança e arrecadação

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A ATUAÇÃO DO SEBRAE-SP NA IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DENVOLVIMENTO DAS MPEs EM FRANCA – (2011- 2015)

PRADO, Lucimara de Oliveira Correia 1

PAVARINA, Paula, Regina de J.Pinsetta2

Eixo Temático: 13 - DESENVOLVIMENTO E POLÍTICAS PÚBLICAS

RESUMO

A Lei Complementar 123/2006, denominada de Lei Geral das Microempresas, é uma politica

pública de desenvolvimento que estabelece normas gerais concernentes ao tratamento

diferenciado e favorecido às microempresas e às empresas de pequeno porte, doravante MPE.

Em linhas gerais esta política pública se refere à desburocratização, simplificação e redução

da carga tributária e melhoria do ambiente regulatório às MPEs e o estímulo ao

empreendedorismo no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios. Com a aprovação do Decreto Nº 9662/2011, Franca teve regulamentada a Lei

Geral visando a melhoria do ambiente local para o Micro Empreendedor Individual – MEI e

as MPEs. Este trabalho visa relatar por meio de análise documental os desdobramentos da Lei

Geral no município de Franca a partir da interlocução do SEBRAE, junto aos atores políticos

públicos para implementação dos principais itens desta Lei em Franca no período de 2011 a

2015.

Palavras-Chave: Lei Geral, Politica de desenvolvimento local, SEBRAE

1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Mestranda do curso de Planejamento e Análise de

Politicas Públicas. E-mail.: [email protected] 2 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Doutora.E-mail.: [email protected]

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THE SEBRAE-SP THE PERFORMANCE IN THE IMPLEMENTATION OF PUBLIC POLICY DENVOLVIMENTO MPEs IN FRANCA - (2011- 2015)

Theme axis: 13 - DEVELOPMENT AND PUBLIC POLICY

ABSTRAT The Complementary Law 123/2006, named Micro company Law, is a developmental public politic through which general normative concerning differentiated and special treatment dedicated to the micro companies and small size companies, also called MPE, are applied. Broadly, this public politic refers to the debureaucratization, simplification and tributary load reduction as well as an improvement on the MPE regulatory environment and stimulation to entrepreneurship on all Powers of the Union, States, Federal District and Cities. With the approval of Decree nº 9662/2011, Franca had the Overall Law regulated aiming to improve the local environment for the Individual Entrepreneur, known in Portuguese as ‘MEI’ and MPEs. This research aims to relate, through documental analysis, the unfolding of the Overall Law in Franca, considering Sebrae’s involvement with the political players for the implementation of this Law starting on 2011 until 2015. Key words: Overall Law, Local Development Politics, Sebrae.

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, os pequenos negócios adquiriu nos últimos 30 anos, grande relevância para

a economia nacional. As microempresas e empresas de pequeno porte (doravante MPEs) se

tornaram as principais geradoras de riquezas principalmente no setor de comercio,

representando 53,4% do PIB deste setor, o PIB da indústria é de 22,5% e se aproxima ao das

médias empresas (24%) ao passo que o PIB do serviço, 36,33% são oriundos dos pequenos

negócios. Das 19 milhões de empresas ativas no Brasil, 98% são de pequeno porte, e

empregam 58% da mão-de-obra brasileira. Tal fato foi acelerado pelas alterações na dinâmica

do mercado externo, proveniente da globalização e da abertura do mercado

brasileiro.(SEBRAE, 2011)

A Lei 123/2006 aprovada em 5 de dezembro de 2006 trouxe clareza como os

municípios devem agir para viabilizar a melhoria do ambiente para o desenvolvimento

sustentável das MPES, no entanto, o fato da Lei existir não resulta diretamente na sua

execução, o que torna relevante o papel dos atores políticos para sua implementação e

beneficiamento de seu público alvo.

O SEBRAE é um ator político privado de interesse público, mas sem fins lucrativos,

atua junto à União, Estados e Municípios para a adequação da legislação e da estrutura

pública para fortalecimento das MPEs. Institucionalmente não é “fazedor” da Política Pública,

nem avaliador da mesma, no entanto, um ator apoiador das MPEs, tão relevante para o

desenvolvimento econômico.

Este trabalho é parte inicial de uma pesquisa ainda em andamento e tratará aqui,

especificamente da atuação do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas do Estado de

São Paulo (SEBRAE/SP) no desenvolvimento de Políticas Públicas municipais de apoio às

MPEs no âmbito do Escritório Regional de Franca (ER-Franca), no período de 2006 a 2015.

Tal análise é inédita em âmbito regional, podendo ser material de referência no município de

Franca, especificamente, e visa contribuir para novas diretrizes de atuação do SEBRAE no

âmbito dos escritórios regionais e ao mesmo tempo avaliar a atuação deste ator político

privado ao desenvolvimento de Políticas Públicas municipais. O recorte temporal 2006 a 2015

considerou a aprovação da Lei Complementar 123/2006 e o ano da última atualização da

mesma, 20015.Trata-se de um estudo de caso e por assim ser, possui vantagens de

aprofundamento no conhecimento do objeto pesquisado (YIN, 2011).

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2 DESENVOLVIMENTO

A década de 70 ficou conhecida no Brasil como a “década do milagre brasileiro” e

com a instabilidade econômica internacional e a crise do petróleo houve a desaceleração da

econômica internacional o que favoreceu o crescimento da economia interna brasileira. As

exportações bateram recordes históricos e a produção industrial e a construção civil ampliava

vertiginosamente, ao passo que diretrizes estatais inibiam as importações. Houve também o

reconhecimento de que os problemas econômicos e financeiros das empresas eram na maioria

dos casos oriundos de sérios problemas gerenciais, e assim, os pequenos negócios entraram

efetivamente para a agenda política nacional e um centro de apoio aos pequenos negócios fora

criado, o CEBRAE- Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa. Com a

promulgação da Lei nº 8.029/90 o Cebrae é autorizado a desvincular-se da administração

pública e estabelece critérios de arrecadação de recursos, que agora advêm da alíquota de

0,3% sobre as remunerações pagas pelas empresas contribuintes do SESI/SENAI e

SESC/SENAC aos seus empregados, transformando-se em serviço social autônomo -

SEBRAE e desde então passou a ser denominado Serviço Brasileiro de apoio às Micro e

Pequenas Empresas- SEBRAE, passando a fazer parte do Sistema S Composto por Conselho

Deliberativo e Conselho Fiscal eleito para um mandato de quatro anos e possui uma dezena de

Entidades Associadas.

Com advento da globalização nos anos 1990 e a partir da abertura dos mercados

internacionais e do avanço tecnológico e da internet, a estrutura empresarial tradicional

deixou de atender as novas demandas por produtos inovadores e com isso, a dinâmica se

alterou significativamente, pedindo empresas inovadoras e competentes, instaurando também

no Brasil, a urgência de um dinamismo econômico, com viés empreendedor, enaltecendo a

importâncias das MPEs.

À medida que o conhecimento codificado e os procedimentos de rotina não são mais os motores do desenvolvimento econômico e social, as organizações amplamente planejadas e burocráticas são vistas atualmente como absoletas, e enfrentam o desafio de redes cada vez mais criativas e inovadoras de pessoas e organizações do tipo bottom-up3. (GURISATTI, Paol, 2006, p.155)

As empresas de menor porte são institucionalmente consideradas estruturalmente

menos burocráticas, logo, as MPEs passaram a ter importância econômica significativa para o

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desenvolvimento do país, e na ânsia de enquadrar o país nesta dinâmica de mercado

internacional, os governos brasileiros passaram a se “espelhar” em vários “modelos

evolutivos” internacionais de aglomerados industriais para planejar o futuro do

desenvolvimento local, o que não foi facilmente engendrado no contexto brasileiro.

(GURISATTI). Aqui dentre os desafios iminentes para promover o desenvolvimento estava

em favorecer o ambiente local para que as empresas de menor porte pudessem gerar emprego

e renda de maneira a alavancar a economia local/regional, porém tal desafio era vital para o

desenvolvimento dos pequenos negócios. Alguns passos foram dados nesta direção,

Constituição Federal de 1988 que instituía que a União, Estados, Distrito Federal e

Municípios trouxe a diretriz do tratamento jurídico diferenciado para as microempresas e

empresas de pequeno porte, eliminando ou reduzindo obrigações administrativas, tributárias,

previdenciárias e creditícias. O artigo 146 da Constituição Federal (CF/88) previu a criação de

lei complementar para tratar das normas gerais tributárias abrangendo o tratamento

diferenciado e favorecido para as MPEs, no que se referia à criação de regimes simplificados

para cobrança e arrecadação de impostos para as MPEs nos âmbitos Nacional, Estadual e

Municipal. A criação de um ambiente favorável aos micro e pequenos empreendimentos, ao contrário, caracteriza-se por uma reorientação da atuação do Estado, que passa a atuar de forma mais descentralizada e em parceria coma sociedade cível e a própria iniciativa privada. Por isso, por trás das redes de pequenas e médias empresas, deve haver um radical processo de mobilização democrática da sociedade. (SILVA& COCCO,p.235, 2006)

Esse movimento resultou, nos anos 1990, na regulamentação dos seguintes

documentos: a Lei do Simples Federal (Lei Nº 9.317 de 5 de dezembro de 1996) e a criação

do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Nº9.841 de 5 de outubro de

1999).O Simples Federal tratava de um sistema simplificado de recolhimento de tributos e

contribuições federais. No entanto, os Estados não aderiram ao Simples Federal, preferindo

instituir regimes próprios de tributação, resultando em 27 formas de tratamento tributários no

país. O mesmo aconteceu na esfera municipal. Poucos municípios aderiram ao Simples e a

maioria não adotou qualquer benefício para as microempresas e empresas de pequeno porte

em funcionamento em sua comarca.

O Estatuto das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte instituiu benefícios nos

campos administrativos, trabalhista, de crédito e de desenvolvimento empresarial. Entretanto,

esses benefícios estavam limitados à esfera de atuação do Governo Federal, mostrando que

seus mecanismos eram insuficientes para beneficiar de fato as MPEs.

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Estas duas iniciativas demonstraram-se insuficientes para efetivamente tratar de

maneira diferenciada e beneficiar as MPEs, o que culminou em um movimento civil nacional

liderado pelo SEBRAE juntamente com as confederações Nacionais do Comércio, Indústria e

Serviços, que encaminhou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 42, de 19 de

dezembro de 2003. Esta emenda sugeria modificações no artigo 146 da Constituição Federal

(CF/88), que trata do Sistema Tributário Nacional, em que foi acrescentado um novo tema a

ser alvo da Lei Complementar: “a definição de tratamento diferenciado e favorecido para as

microempresas e para empresas de pequeno porte” (MEMORIAL SEBRAE). Promulgada

esta Emenda Constitucional, alterou-se o regime tributário nacional.

Com a aprovação da Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006 –

conhecida como Lei Geral das Microempresas ou Estatuto da Microempresas - foram

esclarecidas as normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido às MPEs, no

que se refere à desburocratização do processo de legalização de empresas, incentivo à

participação das MPEs nas licitações municipais, no fortalecimento da atuação do Agente de

Desenvolvimento local (AD) e ao estimulo à formalização do Microempreendedor Individual

(MEI).

A partir da promulgação desta Lei Nacional, coube aos gestores públicos municipais

empreenderem esforços para a efetiva implementação da Lei Geral, tanto na esfera legal

(propondo decretos para promover a desburocratização da legislação relacionada à MPE ou

para o fortalecimento do uso do poder de compra) ,como no âmbito administrativo (por meio

da figura do agente de desenvolvimento (AD)) e burocrático (estimulando a formalização do

MEI e a rápida liberação de funcionamento para as atividades de baixo risco), enquanto

elementos fundamentais para diminuição da informalidade e geração de emprego e renda.

Neste contexto para melhor governabilidade, indicadores das MPEs foram

fundamentais para redirecionamento de Política Públicas de desenvolvimento econômico

local, e atores políticos privados contribuíram para isso, O mais impressionante resultado de vinte anos de comprometimento em âmbito nacional (e também internacional) para organizar o desenvolvimento local no Brasil, em que lideraram instituições nacionais como Serviço brasileiro de Apoio às Micro e Pequenos (SEBRAE), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (BNDES)etc., é justamente o fato de que os indicadores econômicos estão melhorando rapidamente, ao passo que a integração e a justiça social não avançam na mesma proporção. (GURISATTI, p.156, 2006)

Também na esfera microeconômica, o papel destas instituições se tornaram ainda mais

relevantes. Institucionalmente o SEBRAE atuou de maneira pontual junto aos gestores

municipais para apoiar na viabilização de leis em prol das MPEs, de modo que o ambiente se

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tornasse adequado ao desenvolvimento e sobrevivência dos pequenos negócios, em

conformidade com a Lei Geral.

O SEBRAE-SP possui 33 ER- Escritórios Regionais, que atuam por meio de

articulações politicas entre gestores de Políticas Públicas (funcionários do SEBRAE), agentes

de Desenvolvimento Local- AD (funcionários nomeados pela Prefeitura), secretários e

Prefeitos para o desenvolvimento de Políticas que favoreçam as MPEs como proposto na LEI

123/2006. As estratégias do SEBRAE são de abrangência macro (Nacional) e de atuação

micro (municipal). A Lei 123/2006, aprovada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva,

em 5 de dezembro de 2006, tornou se o Novo Estatuto das MPES ao definir conceito de

Micro e Pequenas Empresas, e estabelecer o tratamento favorecido e diferenciado para as

microempresas e empresas de pequeno porte, especificamente, no que concerne a

Desburocratização, Tributação e Compras Governamentais. O ER- Franca, objeto de estudo

desta pesquisa, atua no atendimento de Franca e outras 18 cidades da região. Dentre a divisão

da equipe, temos os gestores por área de atuação, dentre eles o gestor de Politicas Públicas.

O gestor de Politicas Publicas tem a função de articular junto aos gestores públicos a

viabilização da LC nº123/16, através de orientação, consultoria jurídica e capacitação de

servidores AD- Agentes de Desenvolvimento nos itens meta para implementação da lei, ou

seja, são os gestores de política publica quem representa o SEBRAE no que se refere a Lei

Geral das microempresas.

Aprovada a Lei da MPE, as ações políticas do Sebrae em prol das MPEs se

intensificaram ainda mais no ano de 2008, quando o SEBRAE-NA aprovou projetos de

capacitação empresarial para 25 Estados visando atender a demanda do Governo Federal no

Programa Territórios da Cidadania, concebido para promover o desenvolvimento regional e

garantir os direitos sociais para as regiões mais carentes do Brasil. O SEBRAE tinha a

perspectiva de por meio do estímulo ao empreendedorismo, inserir de maneira produtiva

pessoas que vivessem nessas localidades apontas pelo programa. Este programa federal aliado

aos projetos regionais do SEBRAE foi decisivo para implementação da Lei Geral da Micro e

Pequena Empresa. Neste mesmo ano, entrou em vigor a Lei Complementar nº 128/2008, que

instituiu a figura jurídica do MEI - Microempreendedor individual, proporcionando diversos

benefícios sociais, favorecendo a formalização de novos empreendimentos para milhares de

trabalhadores informais com até um funcionário ( PLANALTO, 2016)

Embora o Código Civil, já considerava a figura do perfil empresarial MEI, foi a Lei

128/2008 que definiu critérios de “quem” e “de que forma” se enquadraria nesta política

pública. A compreensão deste novo perfil empresarial necessitava de estratégias pontuais

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tanto dos atores políticos públicos (adequação do ambiente municipal) quanto dos privados

para a compreensão e conscientização social do MEI e sua formalização. Tais necessidades

intensificaram as ações do SEBRAE- SP junto aos agentes públicos, no apoio da

conscientização, capacitação e atendimento, que impulsionou o desdobramentos local da Lei

Geral das MPEs.(PORTAL DO EMPREENDEDOR)

No município de Franca, em 2007 foi criado pela Prefeitura, o Fórum Permanente de

Desenvolvimento pela Secretaria de Desenvolvimento de Franca, na ocasião SEBRAE-SP/ER

Franca foi parceiro do evento com capacitação na área de Política Públicas abordando os

principais pontos da Lei 123/2006 e as adequações necessárias para viabilização desta lei em

Franca.(PORTAL FRANCA, 2016) Com a aprovação da Lei 128/2008, a parceria entre

SEBRAE e municípios se intensificaram, e como desdobramento da parceria entre SEBRAE–

SP/ER-Franca e Prefeitura Municipal local, registou-se na criação do Dia do Empreendedor

Individual (13 de março) e posteriormente no 1º Mutirão do MEI, integrando instituições

reguladoras como Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiro, CETESB; contadores e o do

SEBRAE-SP como apoiador e patrocinador. Tais ações culminou na aprovação do Decreto

municipal Nº 9662/2011, que regulamentou a Lei Geral 123/2006 no município visando a

melhoria do ambiente local para o Micro Empreendedor Individual – MEI e às MPEs. Dentre

as principais conquistas aprovadas pelo Decreto, estão programas de: I – incentivo à geração

de emprego (caminho para o Emprego); II – incentivo à formalização de empreendimento (

instituição da Sala do Empreendedor); III – Implantação do SIL – Sistema integrado de

licenciamento; IV – Obrigatoriedade da observância, em nível municipal, dos benefícios

genéricos destinados às micro e pequenas empresas referentes às compras públicas; V –

Inovação tecnológica e educação empreendedora (Incubadora de Empresa e JEPP- Jovens

Empreendedores Primeiros Passos) e VI – Incentivo ao associativismo e

cooperativismo(Acesso a mercados e fortalecimento do mercado local).

§2º Para efeito de se implementar a educação empreendedora para Franca, desenvolver-se –a ações de caráter curricular ou extracurricular, voltadas a aluno do ensino fundamental de escolas públicas e privadas, assim como a alunos de e nível médio e superior de ensino, nos termos da Lei Municipal n.7.482, de 13 de Dezembro de 2010, que firma convenio de ensino fundamental das escolas municipais.(DECRETO,2011)

Em 2010, na VI Edição do PSPE- Premio SEBRAE Prefeito Empreendedor, o então

Prefeito de Franca Sidnei Franco da Rocha, ganhou o prêmio, com os projetos de Cursos de

Geração de Renda do Fundo Social de Solidariedade e o Do Empreendedorismo ao

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Profissionalismo (MEI). Projeto criado pelo próprio prefeito Sidnei Rocha, previa a criação da

Sala do Empreendedor, importante programa de atendimento ao MEI, na formalização e

formação empresarial. Ao todo, sete ações do município foram cadastradas no concurso,

sendo que o Prefeito nesta edição foi o vencedor na etapa estadual na categoria MEI. Na

IX Edição em 2015, o então prefeito Alexandre Augusto Ferreira conquistou o 3 º lugar na

categoria Desburocratização, o PSPE tem como premissa valorizar e reconhecer:

(...) gestores que tenham implantado projetos com resultados comprovados, ainda que parciais, de estímulo ao surgimento e ao desenvolvimento de pequenos negócios e à modernização da gestão pública, contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento econômico e social do município. (MANUAL PSPE,2015)

Destaca-se então, a atuação pontual e estratégica do ER- Franca como facilitador e

dinamizador local do processo de integração entre as partes SEBRAE-PREFEITURA-

POPULAÇÃO, no que tange a viabilização das Políticas de Desenvolvimento Local, referente

ao fortalecimento das MPEs. A evidencias desta interação no processo direto de

conscientização empresarial para o desenvolvimento territorial local, havendo por meio das

instituições públicas e privadas e também cidadãos francanos o SEBRAE-SP/ER-Franca

como referência institucional para o apoia das MPEs.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as iniciativas supracitadas apresentam, ainda que com resultados parciais, a

relação direta do SEBRAE com as Políticas Públicas em prol da MPE no município de

Franca. A partir do apoio e a intervenção do SEBRAE, junto a gestores municipais e Agentes

de Desenvolvimento de Franca, as empresas MEI e MPEs passaram a ter respaldo legal

referente a redução de tributos, favorecimento em compras e licitação; desburocratização no

licenciamento e alvarás; acesso a créditos e mercados; capacitação e educação empresarial,

um sistema integrado para viabilização e um local referência para orientação e serviços ao

MEI, de maneira integrada e funcional. Elevou a cidade no ranque para o 13º lugar estadual

na formalização do MEI, servindo de referência no modelo implantado de Sala do

Empreendedor, o que evidencia a contribuição desse ator privado na implementação de

Políticas Públicas de Desenvolvimento econômico local.

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4 REFERÊNCIAS AGÊNCIA SENADO. O Sistema S. http://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/sistema-s. Acesso em: 30 de junho de 2016.

DECRETO MUNCIPAL DE FRANCA.N.º9662/2006. http://www.franca.sp.gov.br/portal/ - Acesso em 20 de abril de 2016. FORÚM PERMANENTE DE DESENVOLIMENTO. http://www.franca.sp.gov.br/ForumPermanenteDesenvolvimento/ind43_com17.htm. Acesso: 20 de abril de 2016.

GURISATTI, Paolo, in SILVA, Geraldo. COCCO, Giusepp.Territórios Produtivos: Oportunidades e Desafios para o Desenvolvimento Local. Editora SEBRAE, 2011.

LEI COMPLEMENTAR 123/2006. Estatuto das Micro e Pequenas empresas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm. Acesso em: 10 de março de 2016. LEI COMPLEMETAR 128/2008.Lei do Micro Empreendedor Individual. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp128.htm. Acesso em 10 de março de 2016. MEMÓRIAL SEBRAE. História. http://memorial.sebrae.com.br/ - Acesso em 30 de março de 2016. MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL. Que é? http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual. Acesso em: 15 de abril de 2016. PRÊMIO SEBRAE PREFEITO EMPREENDEDOR. Manual. http://www.prefeitoempreendedor.sebrae.com.br/. Acesso em: 20 de março de 2016. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENA EMPRESAS. Conheça o SEBRAE. http://www.sebrae.com.br/. Acesso em: 15 de abril de 2016. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENA EMPRESAS – São Paulo. Franca é a 13ª cidade de São Paulo em Formalização do MEI. http://www.sebraesp.com.br/. Acesso em: 20 de abril e 2016. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENA EMPRESAS. Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira. Revista Sebrae, Julho de 2014.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2ª ed . Porto Alegre: Bookman, 2001.