12

Click here to load reader

A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

Embed Size (px)

DESCRIPTION

4º Congresso Nacional de Administração PúblicaNovos Modelos da Administração PúblicaINA, Lisboa, Novembro de 2006

Citation preview

Page 1: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

4º Congresso Nacional de Administração PúblicaNovos Modelos da Administração PúblicaINA, Lisboa, Novembro de 2006

A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na

Administração Pública port

Abstract

No início do século XXI, algumas normas legislativas têm ditado alterações profundas nos processos de avaliação, tanto dos funcionários como dos dirigentes da Administração Pública em Portugal.

A presente comunicação propõe-se realizar legais mas também de uma nova filosofia de avaliação que a Administração Pública portuguesa parece querer imprimir na sua gestão de recursos humanos.

1. Introdução

Num contexto de crescente impcapacidade de reajustamento das organizações públicas aos novos desafios estratégicos torna-se imperativa. Desta forma, volta a ganhar relevância na Administração Pública, na vida político partidária, como discussão relativa aos meios também aos dirigentes públicos. Com efeito, estes apresentaminstância, como os grandes responsáveis pela adequada e atempada execuçãopolíticas públicas ditadas pelo governo e pelo poder político em geral.

A experiência internacional, e em particular a que se refere aos países da Europa Ocidental, aponta para a existência de uma panóplia de soluções de modelos de avaliação, todas elas indissociáveis da história da evolução cultural e política das elites burocráticas nos diferentes estados. Com efeito, todo o desenvolvimento das Administrações nos diversos países, está ancorada em matrizes culturais de tradição centenária, pelo que qualquer linha de reforma administrativa deverá estar atenta ao

1 Investigador Auxiliar do Departamento de Investigação e Desenvolvimento do InAdministração (INA); Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Economia e da Empresa da Universidade Lusíada 2 Técnico Superior de 1º Classe do Departamento de Investigação e Desenvolvimento do Instituto Nacional de Administração (INA)

onal de Administração Pública Novos Modelos da Administração Pública

Novembro de 2006

A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na

Administração Pública portuguesaavanços e incoerências

CÉSAR MADUREIRA1, MIGUEL RODRIGUES

No início do século XXI, algumas normas legislativas têm ditado alterações profundas nos processos de avaliação, tanto dos funcionários como dos dirigentes da Administração Pública em Portugal.

se realizar uma apreciação crítica sobre a aplicação dos novos diplomas legais mas também de uma nova filosofia de avaliação que a Administração Pública portuguesa parece querer imprimir na sua gestão de recursos humanos.

Num contexto de crescente imprevisibilidade da envolvente socio-económica, uma capacidade de reajustamento das organizações públicas aos novos desafios

se imperativa. Desta forma, volta a ganhar relevância na Administração Pública, na vida político partidária, como na sociedade civil, a discussão relativa aos meios de avaliação e controlo aplicados aos funcionários mas também aos dirigentes públicos. Com efeito, estes apresentam-se, em primeira instância, como os grandes responsáveis pela adequada e atempada execuçãopolíticas públicas ditadas pelo governo e pelo poder político em geral.

A experiência internacional, e em particular a que se refere aos países da Europa Ocidental, aponta para a existência de uma panóplia de soluções de modelos de

las indissociáveis da história da evolução cultural e política das elites burocráticas nos diferentes estados. Com efeito, todo o desenvolvimento das Administrações nos diversos países, está ancorada em matrizes culturais de tradição

ualquer linha de reforma administrativa deverá estar atenta ao

Investigador Auxiliar do Departamento de Investigação e Desenvolvimento do Instituto Nacional de

Administração (INA); Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Economia e da Empresa da

Técnico Superior de 1º Classe do Departamento de Investigação e Desenvolvimento do Instituto Nacional

1

A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na

uguesa: avanços e incoerências

DRIGUES2

No início do século XXI, algumas normas legislativas têm ditado alterações profundas nos processos de

uma apreciação crítica sobre a aplicação dos novos diplomas legais mas também de uma nova filosofia de avaliação que a Administração Pública portuguesa parece

económica, uma capacidade de reajustamento das organizações públicas aos novos desafios

se imperativa. Desta forma, volta a ganhar relevância na na sociedade civil, a

e controlo aplicados aos funcionários mas se, em primeira

instância, como os grandes responsáveis pela adequada e atempada execução das

A experiência internacional, e em particular a que se refere aos países da Europa Ocidental, aponta para a existência de uma panóplia de soluções de modelos de

las indissociáveis da história da evolução cultural e política das elites burocráticas nos diferentes estados. Com efeito, todo o desenvolvimento das Administrações nos diversos países, está ancorada em matrizes culturais de tradição

ualquer linha de reforma administrativa deverá estar atenta ao

stituto Nacional de Administração (INA); Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências da Economia e da Empresa da

Técnico Superior de 1º Classe do Departamento de Investigação e Desenvolvimento do Instituto Nacional

Page 2: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

2

seu entorno cultural, do qual dependerá o sentido, a velocidade e a sustentabilidade da mesma. Nesta matéria a experiência portuguesa não foge à regra (Araújo, 1999, Rocha, 2001).

O cuidado a dever ser tido nas extrapolações, que por vezes abusivamente se fazem de certas experiências internacionais de reforma administrativa, sem se levar em linha de conta as idiossincrasias dos cenários extremamente diferenciados aos quais se tentam aplicar, nãocristalização de procedimentos ou de comportamentos administrativos. Desta forma, e porque política, economia e sociedade (e consequentemente a Administração Pública) são dinâmicas, em Portugal anovidades no que concerne à avaliação de desempenho na Administração Pública (Tavares, 2004).

A criação do SIADAP em 2004, veio ajudar a uma sistematização e a uma harmonização do sistema de avaliação portugueses. No que concerne aos dirigentes, foram publicados nos últimos dois anos, dois diplomas, o primeiro aprovando o Estatuto do Pessoal Dirigente dos Serviços e Organismos da Administração Central, Regional e de Janeiro) e o segundo estabelecendo regras para as nomeações dos Altos Cargos Dirigentes da Administração Pública (Lei nº51/2005 de 30 de Agosto), ambos pretendendo fazer ressaltar a importância estratégica da vertentefuncionamento das organizações públicas. A Lei nº51/2005 parece mesmo pretender asseverar a formalização de algumas medidas para o controlo no que concerne ao recrutamento, selecção e avaliação dos dirigentes máximos dos organismos públicoContudo, e pese embora os avanços verificados, alguns aspectos continuam porém a favorecer o aparecimento de incongruências, no capítulo da avaliação, na Administração enquanto todo organizacional e funcional.

2. A avaliação de desempenho dos funcionáPública portuguesa

Durante as décadas de 80 e 90, as principais críticas à avaliação de desempenho apontavam para uma excessiva importância atribuída aos instrumentos de notação, para uma indiferença relativamente à diversidade de ququais se efectua a avaliação e para a desconsideração de factores como as motivações individuais, as capacidades e o tipo de relacionamento (através da organização formal e informal) existente entre avaliador e avaliado (Murphy & forma, as opiniões sobre a validade e a importância de um sistema coerente e integrado de avaliação de desempenho, assim como sobre o seu peso nos resultados e na produtividade têm

Passando em revista um considerável número de abordagens e estudos científicos sobre questões relacionadas com a “avaliação do desempenho”, um relatório publicado pela OCDE (1993) sugeria a possibilidade da ainda manifesta falta de operacionalidade dos sistemas de avaliação de desempenho se poder dever ao facto

seu entorno cultural, do qual dependerá o sentido, a velocidade e a sustentabilidade da mesma. Nesta matéria a experiência portuguesa não foge à regra (Araújo, 1999,

ever ser tido nas extrapolações, que por vezes abusivamente se fazem de certas experiências internacionais de reforma administrativa, sem se levar em linha de conta as idiossincrasias dos cenários extremamente diferenciados aos quais se tentam aplicar, não deve no entanto ser visto como sinónimo de imobilismo ou de cristalização de procedimentos ou de comportamentos administrativos. Desta forma, e porque política, economia e sociedade (e consequentemente a Administração Pública) são dinâmicas, em Portugal assistimos nos últimos anos ao surgimento de um rol de novidades no que concerne à avaliação de desempenho na Administração Pública

A criação do SIADAP em 2004, veio ajudar a uma sistematização e a uma harmonização do sistema de avaliação de desempenho dos funcionários públicos portugueses. No que concerne aos dirigentes, foram publicados nos últimos dois anos, dois diplomas, o primeiro aprovando o Estatuto do Pessoal Dirigente dos Serviços e Organismos da Administração Central, Regional e Local do Estado (Lei nº2/2004 de 15 de Janeiro) e o segundo estabelecendo regras para as nomeações dos Altos Cargos Dirigentes da Administração Pública (Lei nº51/2005 de 30 de Agosto), ambos pretendendo fazer ressaltar a importância estratégica da vertentefuncionamento das organizações públicas. A Lei nº51/2005 parece mesmo pretender asseverar a formalização de algumas medidas para o controlo no que concerne ao recrutamento, selecção e avaliação dos dirigentes máximos dos organismos públicoContudo, e pese embora os avanços verificados, alguns aspectos continuam porém a favorecer o aparecimento de incongruências, no capítulo da avaliação, na Administração enquanto todo organizacional e funcional.

2. A avaliação de desempenho dos funcionários na APública portuguesa

Durante as décadas de 80 e 90, as principais críticas à avaliação de desempenho apontavam para uma excessiva importância atribuída aos instrumentos de notação, para uma indiferença relativamente à diversidade de quadros organizacionais nos quais se efectua a avaliação e para a desconsideração de factores como as motivações individuais, as capacidades e o tipo de relacionamento (através da organização formal e informal) existente entre avaliador e avaliado (Murphy & Cleveland, 1991). Desta forma, as opiniões sobre a validade e a importância de um sistema coerente e integrado de avaliação de desempenho, assim como sobre o seu peso nos resultados e na produtividade têm-se dividido, a nível académico como a nível organiz

Passando em revista um considerável número de abordagens e estudos científicos sobre questões relacionadas com a “avaliação do desempenho”, um relatório publicado pela OCDE (1993) sugeria a possibilidade da ainda manifesta falta de

de dos sistemas de avaliação de desempenho se poder dever ao facto

seu entorno cultural, do qual dependerá o sentido, a velocidade e a sustentabilidade da mesma. Nesta matéria a experiência portuguesa não foge à regra (Araújo, 1999,

ever ser tido nas extrapolações, que por vezes abusivamente se fazem de certas experiências internacionais de reforma administrativa, sem se levar em linha de conta as idiossincrasias dos cenários extremamente diferenciados aos quais se

deve no entanto ser visto como sinónimo de imobilismo ou de cristalização de procedimentos ou de comportamentos administrativos. Desta forma, e porque política, economia e sociedade (e consequentemente a Administração Pública)

ssistimos nos últimos anos ao surgimento de um rol de novidades no que concerne à avaliação de desempenho na Administração Pública

A criação do SIADAP em 2004, veio ajudar a uma sistematização e a uma de desempenho dos funcionários públicos

portugueses. No que concerne aos dirigentes, foram publicados nos últimos dois anos, dois diplomas, o primeiro aprovando o Estatuto do Pessoal Dirigente dos Serviços e

Local do Estado (Lei nº2/2004 de 15 de Janeiro) e o segundo estabelecendo regras para as nomeações dos Altos Cargos Dirigentes da Administração Pública (Lei nº51/2005 de 30 de Agosto), ambos pretendendo fazer ressaltar a importância estratégica da vertente da avaliação no funcionamento das organizações públicas. A Lei nº51/2005 parece mesmo pretender asseverar a formalização de algumas medidas para o controlo no que concerne ao recrutamento, selecção e avaliação dos dirigentes máximos dos organismos públicos. Contudo, e pese embora os avanços verificados, alguns aspectos continuam porém a favorecer o aparecimento de incongruências, no capítulo da avaliação, na

rios na Administração

Durante as décadas de 80 e 90, as principais críticas à avaliação de desempenho apontavam para uma excessiva importância atribuída aos instrumentos de notação,

adros organizacionais nos quais se efectua a avaliação e para a desconsideração de factores como as motivações individuais, as capacidades e o tipo de relacionamento (através da organização formal

Cleveland, 1991). Desta forma, as opiniões sobre a validade e a importância de um sistema coerente e integrado de avaliação de desempenho, assim como sobre o seu peso nos resultados e

se dividido, a nível académico como a nível organizacional.

Passando em revista um considerável número de abordagens e estudos científicos sobre questões relacionadas com a “avaliação do desempenho”, um relatório publicado pela OCDE (1993) sugeria a possibilidade da ainda manifesta falta de

de dos sistemas de avaliação de desempenho se poder dever ao facto

Page 3: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

de se estudar o problema com base em falsas questões de partida (por vezes com base em paradigmas científicos mas de parcas possibilidades de aplicação aos problemas sentidos pelos gestores no quadro do real funcionamento das organizações). Poderia partir da simples constatação, porventura carente de sentido científico mas de grande actualidade prática, de que um dos principais problemas da avaliação de desempenho residiria no facto de esem que se preocupasse em perceber o que os motivava e determinava verdadeiramente. Nesta perspectiva estarefectiva preocupação na determinação das suas causas, analisase recorrer ao estudo da sua génese. Contudo, a literatura produzida nas duas últimas décadas foi-se dedicando a particularizar a importância de variáveis como a natureza das relações interpessoais ou dos contextos de trabalho na detedesempenho individual (Mohrman & Lawlwer, 1983, Murphy & Cleveland, 1991, Caetano, 1999).

Desta forma, alguns autores têm vindo também a desenvolver o estudo das particularidades da avaliação e da gestão do desempenho no contexto da gestão estratégica dos recursos humanos na Administração Pública (OCDE, 1996, Pollitt, 2002, De Bruijn, 2002, Tompkins, 2002, Guillaume, Dureau & Silvent, 2002, Poister, 2003, Lecture, 2005, Moynihan, 2005).

No que concerne à realidade do sector público portuguêsdesempenho, embora exista um consenso generalizado em que políticos, gestores públicos e líderes da sociedade civil clamam pelos desígnios da justiça, da equidade e da meritocracia, também nestes grupos, poucos são aqueles que pôr em causa o sistema existente e discutir as reais possibilidades de mudança da cultura organizacional e dos padrões comportamentais existentes no seio do funcionalismo público, discussão essa que é absolutamente necessária para se abrilugar à implementação de um sistema de avaliação de desempenho que possa vir a ter consequências efectivas no contexto da reforma administrativa. Diversos autores sugerem que o receio da perda de privilégios ou de controlo (que podem decorrer da reorganização de uma estrutura e das suas funções), a incerteza quanto ao futuro e a perda da hegemonia das competências (decorrente, por exemplo, de um novo sistema tecnológico que os funcionários não dominam) levam a que não raramente funcionários e dirigentes resistam à mudança organizacional (Kanter et al, 1992, Rocha, 2001, Madureira, 2004) e consequentemente à criação de um sistema que tenda a avaliar tão objectivamente quanto possível os desempenhos de todos. Este fenómeno de resistência é particularmente reexcessivamente burocratizada e regulamentada como é a portuguesa, onde as promoções na carreira ainda se devem no essencial “à antiguidade”.

Por outro lado, importa não perder de vista que, à semelhança dcom todas as organizações, também as organizações públicas são essencialmente decorrentes de um constructo de pessoas e não apenas das suas estruturas físicas ou do seu organograma formal. Para que se desenvolvam solidamente modelos de reforma e de modernização administrativa, estes estarão sempre dependentes em

de se estudar o problema com base em falsas questões de partida (por vezes com base em paradigmas científicos mas de parcas possibilidades de aplicação aos problemas

no quadro do real funcionamento das organizações). Poderia partir da simples constatação, porventura carente de sentido científico mas de grande actualidade prática, de que um dos principais problemas da avaliação de desempenho residiria no facto de esta não raras vezes medir e avaliar desempenhos sem que se preocupasse em perceber o que os motivava e determinava verdadeiramente. Nesta perspectiva estar-se-iam a estudar consequências sem uma efectiva preocupação na determinação das suas causas, analisando-se resultados sem se recorrer ao estudo da sua génese. Contudo, a literatura produzida nas duas últimas

se dedicando a particularizar a importância de variáveis como a natureza das relações interpessoais ou dos contextos de trabalho na determinação do desempenho individual (Mohrman & Lawlwer, 1983, Murphy & Cleveland, 1991,

Desta forma, alguns autores têm vindo também a desenvolver o estudo das particularidades da avaliação e da gestão do desempenho no contexto da gestão

ratégica dos recursos humanos na Administração Pública (OCDE, 1996, Pollitt, 2002, De Bruijn, 2002, Tompkins, 2002, Guillaume, Dureau & Silvent, 2002, Poister, 2003, Lecture, 2005, Moynihan, 2005).

No que concerne à realidade do sector público português, em matéria de avaliação de desempenho, embora exista um consenso generalizado em que políticos, gestores públicos e líderes da sociedade civil clamam pelos desígnios da justiça, da equidade e da meritocracia, também nestes grupos, poucos são aqueles que realmente aceitam pôr em causa o sistema existente e discutir as reais possibilidades de mudança da cultura organizacional e dos padrões comportamentais existentes no seio do funcionalismo público, discussão essa que é absolutamente necessária para se abrilugar à implementação de um sistema de avaliação de desempenho que possa vir a ter consequências efectivas no contexto da reforma administrativa. Diversos autores sugerem que o receio da perda de privilégios ou de controlo (que podem decorrer da

zação de uma estrutura e das suas funções), a incerteza quanto ao futuro e a perda da hegemonia das competências (decorrente, por exemplo, de um novo sistema tecnológico que os funcionários não dominam) levam a que não raramente

esistam à mudança organizacional (Kanter et al, 1992, Rocha, 2001, Madureira, 2004) e consequentemente à criação de um sistema que tenda a avaliar tão objectivamente quanto possível os desempenhos de todos. Este fenómeno de resistência é particularmente relevante no contexto de uma Administração Pública excessivamente burocratizada e regulamentada como é a portuguesa, onde as promoções na carreira ainda se devem no essencial “à antiguidade”.

Por outro lado, importa não perder de vista que, à semelhança daquilo que se passa com todas as organizações, também as organizações públicas são essencialmente decorrentes de um constructo de pessoas e não apenas das suas estruturas físicas ou do seu organograma formal. Para que se desenvolvam solidamente modelos de reforma e de modernização administrativa, estes estarão sempre dependentes em

3

de se estudar o problema com base em falsas questões de partida (por vezes com base em paradigmas científicos mas de parcas possibilidades de aplicação aos problemas

no quadro do real funcionamento das organizações). Poder-se-ia partir da simples constatação, porventura carente de sentido científico mas de grande actualidade prática, de que um dos principais problemas da avaliação de

sta não raras vezes medir e avaliar desempenhos sem que se preocupasse em perceber o que os motivava e determinava

iam a estudar consequências sem uma se resultados sem

se recorrer ao estudo da sua génese. Contudo, a literatura produzida nas duas últimas se dedicando a particularizar a importância de variáveis como a natureza

rminação do desempenho individual (Mohrman & Lawlwer, 1983, Murphy & Cleveland, 1991,

Desta forma, alguns autores têm vindo também a desenvolver o estudo das particularidades da avaliação e da gestão do desempenho no contexto da gestão

ratégica dos recursos humanos na Administração Pública (OCDE, 1996, Pollitt, 2002, De Bruijn, 2002, Tompkins, 2002, Guillaume, Dureau & Silvent, 2002, Poister,

, em matéria de avaliação de desempenho, embora exista um consenso generalizado em que políticos, gestores públicos e líderes da sociedade civil clamam pelos desígnios da justiça, da equidade e

realmente aceitam pôr em causa o sistema existente e discutir as reais possibilidades de mudança da cultura organizacional e dos padrões comportamentais existentes no seio do funcionalismo público, discussão essa que é absolutamente necessária para se abrir lugar à implementação de um sistema de avaliação de desempenho que possa vir a ter consequências efectivas no contexto da reforma administrativa. Diversos autores sugerem que o receio da perda de privilégios ou de controlo (que podem decorrer da

zação de uma estrutura e das suas funções), a incerteza quanto ao futuro e a perda da hegemonia das competências (decorrente, por exemplo, de um novo sistema tecnológico que os funcionários não dominam) levam a que não raramente

esistam à mudança organizacional (Kanter et al, 1992, Rocha, 2001, Madureira, 2004) e consequentemente à criação de um sistema que tenda a avaliar tão objectivamente quanto possível os desempenhos de todos. Este fenómeno

levante no contexto de uma Administração Pública excessivamente burocratizada e regulamentada como é a portuguesa, onde as

aquilo que se passa com todas as organizações, também as organizações públicas são essencialmente decorrentes de um constructo de pessoas e não apenas das suas estruturas físicas ou do seu organograma formal. Para que se desenvolvam solidamente modelos de reforma e de modernização administrativa, estes estarão sempre dependentes em

Page 4: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

4

larga escala dos funcionários, dos seus comportamentos e desempenhos (Maddock, 2002). Com efeito, sem que se possa diagnosticar o desempenho dos actores administrativos e consequeficiência e eficácia, difícil será procedermodernização e reforma administrativa de sucesso (Rocha, 2001, Madureira, 2004). De Bruijn (2002) defende mesmo que sem estuma confiança bilateral e de uma interacção natural entre os diversos níveis hierárquicos, então não poderá haver uma avaliação e uma gestão harmoniosa dos desempenhos.

Atento a este problema que há tanto vem Pública portuguesa, o XVº Governo Constitucional aprovou em 2003 as linhas de orientação da reforma da administração Pública, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 95/2003 de 30 de Julho, posteriormente do Conselho de Ministros n.º 53/2004 de 21 de Abril. A reforma delineada nestes documentos, não tendo sido interrompida pelos governos posteriores, preconiza “uma nova ideia de avaliação dos desempenhos, seja dos serviços, sfuncionários”3, bem como a adopção de um sistema de «gestão por objectivos» como a grande matriz da mudança. É neste contexto que é publicada a Março, criando o Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública (SIADAP), revogando o anterior modelo, a «classificação de serviço».

Porém, a introdução deste novo modelo de avaliação dos funcionários reveloubastante difícil, apresentando resistências por parte de funcionários e dirigentes, nomeadamente duramodelo propõe duas diferenças fundamentais em relação ao precedente. Primeiro, privilegia uma avaliação baseada em resultados (a deverem ser atingidos pelos funcionários) e depois, limita as clascompreensão, aceitação e apreensão destas novidades implica uma mudança cultural, para a qual não foi preparado qualquer plano de formação ou informação alargado para a generalidade dos funcionários público

Ainda de salientar que, sendo aparentemente o novo paradigma administrativo português o da «gestão por objectivos», este sistema implica o envolvimento profundo de toda a estrutura hierárquica na definição e controlo de objectivos, começando pelo dirigente máximo de cada organismo. Tal envolvimento temescasso e incipiente, o que terá levado o XVIIº Governo Constitucional a publicar a Resolução do Conselho de Ministros n.º 199/2005 de 29 de Dezembro, que determina inequivocamente a responsabilidade dos órgãos máximos dos organismos pela

3 N.º 1, d) da Resolução do Conselho de Ministros n.º 95/2003 de 30 de Julho4 Ao longo dos anos de 2004/2005/2006 os autores deste artigo fizeram parte de uma equipa de consultores que acompanhou a introdução do novo sistema de avaliação de desempeorganismos públicos. Ao longo deste processointermédias, muitas das quais pertinentes (visto que o sistema apresenta ainda algumimperfeições). Não obstantpessoas com responsabilidades hierárquicas.

larga escala dos funcionários, dos seus comportamentos e desempenhos (Maddock, 2002). Com efeito, sem que se possa diagnosticar o desempenho dos actores administrativos e consequentemente influenciá-lo no sentido de incrementar a sua eficiência e eficácia, difícil será proceder-se com êxito a qualquer tipo de modernização e reforma administrativa de sucesso (Rocha, 2001, Madureira, 2004). De Bruijn (2002) defende mesmo que sem estarem criadas condições para a existência de uma confiança bilateral e de uma interacção natural entre os diversos níveis hierárquicos, então não poderá haver uma avaliação e uma gestão harmoniosa dos

Atento a este problema que há tanto vem sendo discutido no seio da Administração Pública portuguesa, o XVº Governo Constitucional aprovou em 2003 as linhas de orientação da reforma da administração Pública, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 95/2003 de 30 de Julho, posteriormente operacionalizada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2004 de 21 de Abril. A reforma delineada nestes documentos, não tendo sido interrompida pelos governos posteriores, preconiza

uma nova ideia de avaliação dos desempenhos, seja dos serviços, s, bem como a adopção de um sistema de «gestão por objectivos» como a

grande matriz da mudança. É neste contexto que é publicada a Lei nº 10/2004 de 22 de Março, criando o Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração

ública (SIADAP), revogando o anterior modelo, a «classificação de serviço».

Porém, a introdução deste novo modelo de avaliação dos funcionários reveloubastante difícil, apresentando resistências por parte de funcionários e dirigentes, nomeadamente durante o primeiro ano da sua aplicação. Antes de mais, porque o modelo propõe duas diferenças fundamentais em relação ao precedente. Primeiro, privilegia uma avaliação baseada em resultados (a deverem ser atingidos pelos funcionários) e depois, limita as classificações superiores por um sistema de quotas. A compreensão, aceitação e apreensão destas novidades implica uma mudança cultural, para a qual não foi preparado qualquer plano de formação ou informação alargado para a generalidade dos funcionários públicos4.

Ainda de salientar que, sendo aparentemente o novo paradigma administrativo português o da «gestão por objectivos», este sistema implica o envolvimento profundo de toda a estrutura hierárquica na definição e controlo de objectivos, começando pelo

ente máximo de cada organismo. Tal envolvimento tem-se no entanto revelado escasso e incipiente, o que terá levado o XVIIº Governo Constitucional a publicar a Resolução do Conselho de Ministros n.º 199/2005 de 29 de Dezembro, que determina

a responsabilidade dos órgãos máximos dos organismos pela

Resolução do Conselho de Ministros n.º 95/2003 de 30 de Julho

Ao longo dos anos de 2004/2005/2006 os autores deste artigo fizeram parte de uma equipa de consultores que acompanhou a introdução do novo sistema de avaliação de desempenho (SIADAP) em diversos organismos públicos. Ao longo deste processo, várias foram as dúvidas levantadas por quadros e chefias intermédias, muitas das quais pertinentes (visto que o sistema apresenta ainda algum

ão obstante, foi absolutamente notória uma resistência à mudança por parte de algumas onsabilidades hierárquicas.

larga escala dos funcionários, dos seus comportamentos e desempenhos (Maddock, 2002). Com efeito, sem que se possa diagnosticar o desempenho dos actores

lo no sentido de incrementar a sua se com êxito a qualquer tipo de

modernização e reforma administrativa de sucesso (Rocha, 2001, Madureira, 2004). De arem criadas condições para a existência de

uma confiança bilateral e de uma interacção natural entre os diversos níveis hierárquicos, então não poderá haver uma avaliação e uma gestão harmoniosa dos

sendo discutido no seio da Administração Pública portuguesa, o XVº Governo Constitucional aprovou em 2003 as linhas de orientação da reforma da administração Pública, através da Resolução do Conselho de

operacionalizada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2004 de 21 de Abril. A reforma delineada nestes documentos, não tendo sido interrompida pelos governos posteriores, preconiza

uma nova ideia de avaliação dos desempenhos, seja dos serviços, seja dos , bem como a adopção de um sistema de «gestão por objectivos» como a

Lei nº 10/2004 de 22 de Março, criando o Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração

ública (SIADAP), revogando o anterior modelo, a «classificação de serviço».

Porém, a introdução deste novo modelo de avaliação dos funcionários revelou-se bastante difícil, apresentando resistências por parte de funcionários e dirigentes,

nte o primeiro ano da sua aplicação. Antes de mais, porque o modelo propõe duas diferenças fundamentais em relação ao precedente. Primeiro, privilegia uma avaliação baseada em resultados (a deverem ser atingidos pelos

sificações superiores por um sistema de quotas. A compreensão, aceitação e apreensão destas novidades implica uma mudança cultural, para a qual não foi preparado qualquer plano de formação ou informação alargado

Ainda de salientar que, sendo aparentemente o novo paradigma administrativo português o da «gestão por objectivos», este sistema implica o envolvimento profundo de toda a estrutura hierárquica na definição e controlo de objectivos, começando pelo

se no entanto revelado escasso e incipiente, o que terá levado o XVIIº Governo Constitucional a publicar a Resolução do Conselho de Ministros n.º 199/2005 de 29 de Dezembro, que determina

a responsabilidade dos órgãos máximos dos organismos pela

Ao longo dos anos de 2004/2005/2006 os autores deste artigo fizeram parte de uma equipa de consultores nho (SIADAP) em diversos

várias foram as dúvidas levantadas por quadros e chefias intermédias, muitas das quais pertinentes (visto que o sistema apresenta ainda algumas ambiguidades e

foi absolutamente notória uma resistência à mudança por parte de algumas

Page 5: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

definição de objectivos estratégicos, que deverão subsequentemente servir de base para a definição de objectivos em implementação de uma gestão por objeespecialização mas também, como afirma Drucker (2004) de uma dinâmica de actualização técnica mas sobretudo comportamental dos gestores. Ora em Portugal, um estudo muito recente mostra um alheamento de muitos concerne às questões relacionadas com a mudança cultural e comportamental (Madureira, 2004).

A concorrência de todos estes factores sensibilização/informação/formação generalizada sobre o modelo; ade um novo modelo de gestão; a resistência à mudança cultural/comportamental e o não envolvimento do órgãos de gestão de topo no processo de definição de objectivos – torna o processo de implementação do SIADAP demasiado complexo e difícna realidade tem resultado na sua não aplicação em inúmeros organismos da Administração Pública5.

Embora a criação de um sistema de avaliação de desempenho seja de importância capital para a concretização de uma reforma administrativa participado SIADAP deverá ser encarado como um instrumento de experimentação, e por isso sujeito a revisões que se venham a manifestar como correctoras das falhas e deficiências ainda existentes.

3. Avaliação de desempenho dos dirigentes da AdminiPública portuguesa

Nas organizações públicas como nas privadas, a mudança, e consequentemente todo o tipo de reformas dela decorrentes, estão dependentes antes de mais de transformações nos sistemas de valores e nos quadros de referência de todos No caso da Administração Pública portuguesa, onde existe um forte predomínio das estruturas hierárquicas piramidais, com decisões e regras a serem ditadas no topo, o papel dos dirigentes afigura-2001, Madureira, 2004). No entanto, não raras vezes estes surgem como um dos grupos mais resistentes à mudança, nomeadamente pelo facto da mesma poder acarretar novos contornos de organização e de gestão, porventura passíveis de descentralização de protagonismo, diminuição de responsabilização para aqueles que desempenham cargos de elite ou de direcção na Administração (Madureira, 2004).

Porém, como em qualquer outro Estado, no Portugal de hoje, o papel dos dirigentesnum processo de reforma da Administração Pública é absolutamente nuclear. Dirigentes ausentes da reforma não devem ter lugar num processo de modernização administrativa (Correia de Campos, 2002). Ao contrário para que um processo de

5 Não se sabe de todo quantos Organismos do Estado aplicaram efectivamente o SIADAP ao longo dos anos civis de 2004 e de 2005

definição de objectivos estratégicos, que deverão subsequentemente servir de base para a definição de objectivos em todas as unidades orgânicas. Por outro lado, a implementação de uma gestão por objectivos implica a existência de competências de especialização mas também, como afirma Drucker (2004) de uma dinâmica de actualização técnica mas sobretudo comportamental dos gestores. Ora em Portugal, um estudo muito recente mostra um alheamento de muitos dos dirigentes no que concerne às questões relacionadas com a mudança cultural e comportamental

A concorrência de todos estes factores – não avaliação dos organismos; não sensibilização/informação/formação generalizada sobre o modelo; a introdução tácita de um novo modelo de gestão; a resistência à mudança cultural/comportamental e o não envolvimento do órgãos de gestão de topo no processo de definição de objectivos

torna o processo de implementação do SIADAP demasiado complexo e difícna realidade tem resultado na sua não aplicação em inúmeros organismos da

Embora a criação de um sistema de avaliação de desempenho seja de importância capital para a concretização de uma reforma administrativa participada e sustentada, o SIADAP deverá ser encarado como um instrumento de experimentação, e por isso sujeito a revisões que se venham a manifestar como correctoras das falhas e deficiências ainda existentes.

3. Avaliação de desempenho dos dirigentes da Administração

Nas organizações públicas como nas privadas, a mudança, e consequentemente todo o tipo de reformas dela decorrentes, estão dependentes antes de mais de transformações nos sistemas de valores e nos quadros de referência de todos quantos nelas trabalham. No caso da Administração Pública portuguesa, onde existe um forte predomínio das estruturas hierárquicas piramidais, com decisões e regras a serem ditadas no topo, o

-se como determinante no processo de reforma (Rocha, 2001, Madureira, 2004). No entanto, não raras vezes estes surgem como um dos grupos mais resistentes à mudança, nomeadamente pelo facto da mesma poder acarretar novos contornos de organização e de gestão, porventura passíveis de

zação de protagonismo, diminuição de status e incremento da responsabilização para aqueles que desempenham cargos de elite ou de direcção na Administração (Madureira, 2004).

Porém, como em qualquer outro Estado, no Portugal de hoje, o papel dos dirigentesnum processo de reforma da Administração Pública é absolutamente nuclear. Dirigentes ausentes da reforma não devem ter lugar num processo de modernização administrativa (Correia de Campos, 2002). Ao contrário para que um processo de

Não se sabe de todo quantos Organismos do Estado aplicaram efectivamente o SIADAP ao longo dos anos

5

definição de objectivos estratégicos, que deverão subsequentemente servir de base orgânicas. Por outro lado, a

ctivos implica a existência de competências de especialização mas também, como afirma Drucker (2004) de uma dinâmica de actualização técnica mas sobretudo comportamental dos gestores. Ora em Portugal,

dos dirigentes no que concerne às questões relacionadas com a mudança cultural e comportamental

não avaliação dos organismos; não introdução tácita

de um novo modelo de gestão; a resistência à mudança cultural/comportamental e o não envolvimento do órgãos de gestão de topo no processo de definição de objectivos

torna o processo de implementação do SIADAP demasiado complexo e difícil, o que na realidade tem resultado na sua não aplicação em inúmeros organismos da

Embora a criação de um sistema de avaliação de desempenho seja de importância a e sustentada,

o SIADAP deverá ser encarado como um instrumento de experimentação, e por isso sujeito a revisões que se venham a manifestar como correctoras das falhas e

stração

Nas organizações públicas como nas privadas, a mudança, e consequentemente todo o tipo de reformas dela decorrentes, estão dependentes antes de mais de transformações

quantos nelas trabalham. No caso da Administração Pública portuguesa, onde existe um forte predomínio das estruturas hierárquicas piramidais, com decisões e regras a serem ditadas no topo, o

reforma (Rocha, 2001, Madureira, 2004). No entanto, não raras vezes estes surgem como um dos grupos mais resistentes à mudança, nomeadamente pelo facto da mesma poder acarretar novos contornos de organização e de gestão, porventura passíveis de

e incremento da responsabilização para aqueles que desempenham cargos de elite ou de direcção na

Porém, como em qualquer outro Estado, no Portugal de hoje, o papel dos dirigentes num processo de reforma da Administração Pública é absolutamente nuclear. Dirigentes ausentes da reforma não devem ter lugar num processo de modernização administrativa (Correia de Campos, 2002). Ao contrário para que um processo de

Não se sabe de todo quantos Organismos do Estado aplicaram efectivamente o SIADAP ao longo dos anos

Page 6: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

6

reforma e de renovaçãoimporta escolher os dirigentes com base em critérios objectivos, delegandotarefas, poderes mas também reais responsabilidades, e esperando o cumprimento de objectivos/resultados concretos e participação activa positiva dos dirigentes poderá ser possível num processo de mudança e de reforma administrativa.

Para além das alterações políticas, estruturais/organizacionais, técnicas e/ou processuais, a necessidade de mudança das “mentalidades burocráticoadministrativas” constituisolução de reforma na Administração Pública. Formados durante décadas numa lógica de centralização e de sobrevalorizaçãcomo de alheamento das necessidades e das críticas dos utentes, os dirigentes e gestores públicos promovem o “anteriormente convencionado” em detrimento do risco da inovação. Por outro lado, a experiência portuguesa deproximidade ao poder político possui efeitos inibidores no comportamento dos dirigentes, ilustrado pela forma excessivamente cautelosa com que emitem pareceres, salvaguardam as suas posições ou evitam ter responsabilidades objectivas (Ganhão,1994). Desta forma, toda a decisão passível de conter um conteúdo ambíguo, não estandartizado, é frequentemente remetida ao superior hierárquico (muitas das vezes representado na figura de poder político). Esta questão é tanto mais perceptível se tivermos em atenção que, como vimos atrás, no caso do nosso país, ao longo de toda a História, grande parte dos cargos directivos terem sido de nomeação política. Tal facto vem reforçar os receios dos dirigentes que evitam actuar fora do previamente traçado, sob uma ameaça implícita de perda dos seus privilégios.

Segundo Teixeira da Cruz (1992:18), “o Directorligação entre o governo e a função pública. É um cargo de confiança política e, portanto, a escolha será o método mais adequadacadémica específica que possa ter” (1992:18). Hoje contudo, as tendências diversas do pensamento administrativo, do cada vez mais para um entendimento dos dirigentes de topo políticas públicas mas também enquanto agentes activos de mudança, com resultados (passíveis de serem quantificados e como tal medidos) a alcançar e metas a cumprir (não teria sentido estabelecerempara os funcionários sem o fazermos para os dirigentes de topo).

A tarefa fundamental para um dirigente é a da eficácia. Mas para que esta possa ser aferida, é necessária a mensuração do desempenho dirigente, com o respectivo estabelecimento de planos, de padrões de controlo e de detecção e correcção de desvios. Um estudo recente OECD (2005), aponta para usarem informações sobre o desempenho (decisões. Estes dados revelam que, ddos dirigentes de topo das Administrações Públicas são pouco tidos em conta nas decisões da esfera política.

reforma e de renovação possa ser efectivo, como vimos no capítulo precedente, importa escolher os dirigentes com base em critérios objectivos, delegandotarefas, poderes mas também reais responsabilidades, e esperando o cumprimento de objectivos/resultados concretos e passíveis de serem avaliados. Só assim, uma participação activa positiva dos dirigentes poderá ser possível num processo de mudança e de reforma administrativa.

Para além das alterações políticas, estruturais/organizacionais, técnicas e/ou ais, a necessidade de mudança das “mentalidades burocrático

administrativas” constitui-se como variável preponderante em toda e qualquer solução de reforma na Administração Pública. Formados durante décadas numa lógica de centralização e de sobrevalorização de regras e de procedimentos, assim como de alheamento das necessidades e das críticas dos utentes, os dirigentes e gestores públicos promovem o “anteriormente convencionado” em detrimento do risco da inovação. Por outro lado, a experiência portuguesa deproximidade ao poder político possui efeitos inibidores no comportamento dos dirigentes, ilustrado pela forma excessivamente cautelosa com que emitem pareceres, salvaguardam as suas posições ou evitam ter responsabilidades objectivas (Ganhão,1994). Desta forma, toda a decisão passível de conter um conteúdo ambíguo, não estandartizado, é frequentemente remetida ao superior hierárquico (muitas das vezes representado na figura de poder político). Esta questão é tanto mais perceptível se

em atenção que, como vimos atrás, no caso do nosso país, ao longo de toda a História, grande parte dos cargos directivos terem sido de nomeação política. Tal facto vem reforçar os receios dos dirigentes que evitam actuar fora do previamente traçado,

ma ameaça implícita de perda dos seus privilégios.

Segundo Teixeira da Cruz (1992:18), “o Director-Geral ou equiparado é o elo de ligação entre o governo e a função pública. É um cargo de confiança política e, portanto, a escolha será o método mais adequado, independentemente da formação académica específica que possa ter” (1992:18). Hoje contudo, as tendências diversas do pensamento administrativo, do New Public Management à Governance,cada vez mais para um entendimento dos dirigentes de topo enquanto executores das políticas públicas mas também enquanto agentes activos de mudança, com resultados (passíveis de serem quantificados e como tal medidos) a alcançar e metas a cumprir (não teria sentido estabelecerem-se objectivos, metas e indicadorespara os funcionários sem o fazermos para os dirigentes de topo).

A tarefa fundamental para um dirigente é a da eficácia. Mas para que esta possa ser aferida, é necessária a mensuração do desempenho dirigente, com o respectivo

o de planos, de padrões de controlo e de detecção e correcção de desvios. Um estudo recente OECD (2005), aponta para o facto de osusarem informações sobre o desempenho (performance informationdecisões. Estes dados revelam que, de uma maneira geral, os desempenhos efectivos dos dirigentes de topo das Administrações Públicas são pouco tidos em conta nas

política. Segundo Schedler (2004), raramente os políticos se deixam

possa ser efectivo, como vimos no capítulo precedente, importa escolher os dirigentes com base em critérios objectivos, delegando-se neles tarefas, poderes mas também reais responsabilidades, e esperando o cumprimento de

passíveis de serem avaliados. Só assim, uma participação activa positiva dos dirigentes poderá ser possível num processo de

Para além das alterações políticas, estruturais/organizacionais, técnicas e/ou ais, a necessidade de mudança das “mentalidades burocrático-

se como variável preponderante em toda e qualquer solução de reforma na Administração Pública. Formados durante décadas numa

o de regras e de procedimentos, assim como de alheamento das necessidades e das críticas dos utentes, os dirigentes e gestores públicos promovem o “anteriormente convencionado” em detrimento do risco da inovação. Por outro lado, a experiência portuguesa demonstra que a proximidade ao poder político possui efeitos inibidores no comportamento dos dirigentes, ilustrado pela forma excessivamente cautelosa com que emitem pareceres, salvaguardam as suas posições ou evitam ter responsabilidades objectivas (Ganhão, 1994). Desta forma, toda a decisão passível de conter um conteúdo ambíguo, não estandartizado, é frequentemente remetida ao superior hierárquico (muitas das vezes representado na figura de poder político). Esta questão é tanto mais perceptível se

em atenção que, como vimos atrás, no caso do nosso país, ao longo de toda a História, grande parte dos cargos directivos terem sido de nomeação política. Tal facto vem reforçar os receios dos dirigentes que evitam actuar fora do previamente traçado,

Geral ou equiparado é o elo de ligação entre o governo e a função pública. É um cargo de confiança política e,

o, independentemente da formação académica específica que possa ter” (1992:18). Hoje contudo, as tendências diversas do

New Public Management à Governance, se inclinam enquanto executores das

políticas públicas mas também enquanto agentes activos de mudança, com resultados (passíveis de serem quantificados e como tal medidos) a alcançar e metas a cumprir

se objectivos, metas e indicadores de desempenho

A tarefa fundamental para um dirigente é a da eficácia. Mas para que esta possa ser aferida, é necessária a mensuração do desempenho dirigente, com o respectivo

o de planos, de padrões de controlo e de detecção e correcção de o facto de os políticos não

performance information) na tomada de e uma maneira geral, os desempenhos efectivos

dos dirigentes de topo das Administrações Públicas são pouco tidos em conta nas Segundo Schedler (2004), raramente os políticos se deixam

Page 7: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

guiar por medidas e avaliações de desempenpolíticas.

Não obstante, não nos devemos esquecer que a decisão de escolher um dirigente de topo da Administração Pública, e consequentemente de o avaliar, poderá ser considerada, para além de uma decisão política, upoderá depender o desempenho global de um organismo público. Moynihan (2005) acredita mesmo que, para que a reforma administrativa transforme as Administrações Públicas em organizações que busquem activamente resultados, éavaliação de desempenho passe a fazer parte de um paradigma reproduzido, multiplicado e apreendido por toda a organização.

Em Portugal, o lançamento do SIADAP, tema já sobejamente tratado no ponto 2, sugere que para que a avaliação possa sede objectivos em cascata desde o topo hierárquico até à base operacional. Com efeito, se outros deméritos tiver, este novo sistema tem o mérito de tentar romper com uma matriz cultural predominantemente passivaintervenção avaliativa tendo por propósito o desenvolvimento de sistemas profissionais progressivamente mais orientados por questões de ordem meritocrática e não apenas de antiguidade. É evidente que as suas fragilidades mas não é esse o cerne da nossa questão neste capítulo. Na presente análise importanos antes perceber: “Se os gestores públicos portugueses são avaliados pelos resultados da organização: porque não se estabelecem objectivos, metas e ide desempenho para eles?”

Poderemos desdobrar-nos em respostas de cariz mais estatutário, funcional, empírico ou científico para justificar uma diferenciação nos instrumentos e nos métodos para avaliação do desempenho de Dirigentes de Topo (Direquiparados)6. Na Secção II da Lei nº 2/2004 de 15 de Janeiro de 15 de Janeiro prevêem-se os “Princípios de Actuação” dos dirigentes. O artigo 3º descreve“Missão”, o artigo 4ª os “Princípios Gerais de Ética” e o artGestão”. No nº 1 deste artigo é mesmo afirmado que os dirigentes”...devem promover uma gestão orientada para resultados, de acordo com os objectivos anuais a atingir...”. A avaliação desta gestão por resultados é mais tarde parcial14º que mais não nos diz do que “O pessoal dirigente será avaliado em termos a definir em diploma próprio, tendo como objectivo a apreciação do desempenho nos respectivos domínios de responsabilidade.” A lei de 2004 mais não fez doperpetuar uma omissão relativamente à avaliação dos dirigentes de topo.

Assim, só em 2005, a Lei nº51/2005 de 30 de Agosto vem apresentar novidades no que concerne à questão da avaliação dos titulares de cargos de dirigentes de topo da Administração Pública portuguesa. No nº 2 do artigo 14 prevê

6 Aproveita-se para esclarecer que actualmente na Administração Pública portuguesa,intermédios de 1º e 2º grau (directores de serviços e chefes de divisão) também são avaliados de acordo com as regras propostas pelo SIADAP.

guiar por medidas e avaliações de desempenho quando se trata de tomarem decisões

Não obstante, não nos devemos esquecer que a decisão de escolher um dirigente de topo da Administração Pública, e consequentemente de o avaliar, poderá ser considerada, para além de uma decisão política, uma decisão de pragmatismo da qual poderá depender o desempenho global de um organismo público. Moynihan (2005) acredita mesmo que, para que a reforma administrativa transforme as Administrações Públicas em organizações que busquem activamente resultados, é preciso que a avaliação de desempenho passe a fazer parte de um paradigma reproduzido, multiplicado e apreendido por toda a organização.

Em Portugal, o lançamento do SIADAP, tema já sobejamente tratado no ponto 2, sugere que para que a avaliação possa ser efectiva importa a adopção de uma filosofia de objectivos em cascata desde o topo hierárquico até à base operacional. Com efeito, se outros deméritos tiver, este novo sistema tem o mérito de tentar romper com uma matriz cultural predominantemente passiva, ensaiando a possibilidade de uma intervenção avaliativa tendo por propósito o desenvolvimento de sistemas profissionais progressivamente mais orientados por questões de ordem meritocrática e não apenas de antiguidade. É evidente que as suas fragilidades são ainda múltiplas, mas não é esse o cerne da nossa questão neste capítulo. Na presente análise importanos antes perceber: “Se os gestores públicos portugueses são avaliados pelos resultados da organização: porque não se estabelecem objectivos, metas e indicadores

nos em respostas de cariz mais estatutário, funcional, empírico ou científico para justificar uma diferenciação nos instrumentos e nos métodos para avaliação do desempenho de Dirigentes de Topo (Directores-Gerais e Sub-Directores e

. Na Secção II da Lei nº 2/2004 de 15 de Janeiro de 15 de Janeiro se os “Princípios de Actuação” dos dirigentes. O artigo 3º descreve

“Missão”, o artigo 4ª os “Princípios Gerais de Ética” e o artigo 5º os “Princípios de Gestão”. No nº 1 deste artigo é mesmo afirmado que os dirigentes”...devem promover uma gestão orientada para resultados, de acordo com os objectivos anuais a atingir...”. A avaliação desta gestão por resultados é mais tarde parcialmente retomada no artigo 14º que mais não nos diz do que “O pessoal dirigente será avaliado em termos a definir em diploma próprio, tendo como objectivo a apreciação do desempenho nos respectivos domínios de responsabilidade.” A lei de 2004 mais não fez do que ajudar a perpetuar uma omissão relativamente à avaliação dos dirigentes de topo.

Assim, só em 2005, a Lei nº51/2005 de 30 de Agosto vem apresentar novidades no que concerne à questão da avaliação dos titulares de cargos de dirigentes de topo da

inistração Pública portuguesa. No nº 2 do artigo 14 prevê-se que “os titulares dos

se para esclarecer que actualmente na Administração Pública portuguesa, os dirigentes

intermédios de 1º e 2º grau (directores de serviços e chefes de divisão) também são avaliados de acordo com

7

ho quando se trata de tomarem decisões

Não obstante, não nos devemos esquecer que a decisão de escolher um dirigente de topo da Administração Pública, e consequentemente de o avaliar, poderá ser

ma decisão de pragmatismo da qual poderá depender o desempenho global de um organismo público. Moynihan (2005) acredita mesmo que, para que a reforma administrativa transforme as Administrações

preciso que a avaliação de desempenho passe a fazer parte de um paradigma reproduzido,

Em Portugal, o lançamento do SIADAP, tema já sobejamente tratado no ponto 2, r efectiva importa a adopção de uma filosofia

de objectivos em cascata desde o topo hierárquico até à base operacional. Com efeito, se outros deméritos tiver, este novo sistema tem o mérito de tentar romper com uma

, ensaiando a possibilidade de uma intervenção avaliativa tendo por propósito o desenvolvimento de sistemas profissionais progressivamente mais orientados por questões de ordem meritocrática

são ainda múltiplas, mas não é esse o cerne da nossa questão neste capítulo. Na presente análise importa-nos antes perceber: “Se os gestores públicos portugueses são avaliados pelos

ndicadores

nos em respostas de cariz mais estatutário, funcional, empírico ou científico para justificar uma diferenciação nos instrumentos e nos métodos para

Directores e . Na Secção II da Lei nº 2/2004 de 15 de Janeiro de 15 de Janeiro

se os “Princípios de Actuação” dos dirigentes. O artigo 3º descreve-nos a igo 5º os “Princípios de

Gestão”. No nº 1 deste artigo é mesmo afirmado que os dirigentes”...devem promover uma gestão orientada para resultados, de acordo com os objectivos anuais a atingir...”.

mente retomada no artigo 14º que mais não nos diz do que “O pessoal dirigente será avaliado em termos a definir em diploma próprio, tendo como objectivo a apreciação do desempenho nos

que ajudar a

Assim, só em 2005, a Lei nº51/2005 de 30 de Agosto vem apresentar novidades no que concerne à questão da avaliação dos titulares de cargos de dirigentes de topo da

se que “os titulares dos

os dirigentes intermédios de 1º e 2º grau (directores de serviços e chefes de divisão) também são avaliados de acordo com

Page 8: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

8

cargos de direcção superior do 1º grau são avaliados em função do nível de cumprimento dos objectivos fixados na carta de missão a que se refere o artigo 19º

Este artigo aditado à Lei nº 2 de 2004 tem a seguinte redacção:

“Artigo 19º-A - Carta de Missão”

1 – No momento do provimento, o membro do Governo competente e o titular do cargo de direcção superior do 1º grau assinam uma carta de missão, que constitui um compromisso de gestão onde, de forma explícita, são definidos os objectivos, devidamente quantificados e calendarizados, a atingir no decurso do exercício de funções.

2 – A carta de missão, pode ainda prever, em termos a regulamentar, a atribuição de prémios de gestão para o serviço ou organismo e ou para o titular do cargo, em função do progressivo cumprimentos dos objectivos definidos”

A Resolução de Conselho de Ministros nº 199/2005 refere também a importância da carta de missão do dirigente máximo de um odever agir enquanto elemento base norteador do estabelecimento de objectivos “em cascata” para os demais dirigentes do organismo assim como para os restantes trabalhadores.

Poder-se-ia dizer que em termos legislativosevolução no que diz respeito à avaliação do patamar hierárquico mais elevado da Administração Pública. Com efeito, pouco sentido teria a existência de um SIADAP sem uma avaliação rigorosa do desempenho dos mais altos encadeamento de objectivos, de metas e até de indicadores de desempenho só poderá ser possível num esquema de interligação e interdependência entre os desempenhos dos vários escalões hierárquicos.

Contudo, importa não perder de vistos mais altos dirigentes, na assunção de que podem não cumprir os objectivos a que se propõem, emerge enquanto factor de injustiça relativa, quando apreciado pelo funcionário que nesta matéria tem condições

Conclusão

Pensamos ter ficado claro ao longo deste artigo que a avaliação de desempenho é um instrumento chave na construção de uma reforma administrativa. Contudo, num paísque tenta reorganizar a sua Administração Pública hconstantes das leis e “filosofias” no que concerne à reforma e consequentemente à gestão dos recursos humanos, têm contribuído para que não se clarifique como deverá ser utilizada esta avaliação de funcionários e dirigentes nmodernização administrativa.

A introdução do SIADAP para avaliar os funcionários públicos constituinovidade importante uma vez que simboliza uma viragem na cultura organizacional

cargos de direcção superior do 1º grau são avaliados em função do nível de cumprimento dos objectivos fixados na carta de missão a que se refere o artigo 19º

o aditado à Lei nº 2 de 2004 tem a seguinte redacção:

Carta de Missão”

No momento do provimento, o membro do Governo competente e o titular do cargo de direcção superior do 1º grau assinam uma carta de missão, que constitui um

misso de gestão onde, de forma explícita, são definidos os objectivos, devidamente quantificados e calendarizados, a atingir no decurso do exercício de

A carta de missão, pode ainda prever, em termos a regulamentar, a atribuição de de gestão para o serviço ou organismo e ou para o titular do cargo, em função

do progressivo cumprimentos dos objectivos definidos”

A Resolução de Conselho de Ministros nº 199/2005 refere também a importância da carta de missão do dirigente máximo de um organismo público, designadamente por dever agir enquanto elemento base norteador do estabelecimento de objectivos “em cascata” para os demais dirigentes do organismo assim como para os restantes

ia dizer que em termos legislativos existe com esta lei, uma considerável evolução no que diz respeito à avaliação do patamar hierárquico mais elevado da Administração Pública. Com efeito, pouco sentido teria a existência de um SIADAP sem uma avaliação rigorosa do desempenho dos mais altos níveis de direcção. O encadeamento de objectivos, de metas e até de indicadores de desempenho só poderá ser possível num esquema de interligação e interdependência entre os desempenhos dos vários escalões hierárquicos.

Contudo, importa não perder de vista que a ausência de um factor sancionatório para os mais altos dirigentes, na assunção de que podem não cumprir os objectivos a que se propõem, emerge enquanto factor de injustiça relativa, quando apreciado pelo funcionário que nesta matéria tem condições de avaliação mais adversas.

Pensamos ter ficado claro ao longo deste artigo que a avaliação de desempenho é um instrumento chave na construção de uma reforma administrativa. Contudo, num paísque tenta reorganizar a sua Administração Pública há mais de 30 anos, as mudanças constantes das leis e “filosofias” no que concerne à reforma e consequentemente à gestão dos recursos humanos, têm contribuído para que não se clarifique como deverá ser utilizada esta avaliação de funcionários e dirigentes num processo que vise a modernização administrativa.

A introdução do SIADAP para avaliar os funcionários públicos constituinovidade importante uma vez que simboliza uma viragem na cultura organizacional

cargos de direcção superior do 1º grau são avaliados em função do nível de cumprimento dos objectivos fixados na carta de missão a que se refere o artigo 19º-A”.

No momento do provimento, o membro do Governo competente e o titular do cargo de direcção superior do 1º grau assinam uma carta de missão, que constitui um

misso de gestão onde, de forma explícita, são definidos os objectivos, devidamente quantificados e calendarizados, a atingir no decurso do exercício de

A carta de missão, pode ainda prever, em termos a regulamentar, a atribuição de de gestão para o serviço ou organismo e ou para o titular do cargo, em função

A Resolução de Conselho de Ministros nº 199/2005 refere também a importância da rganismo público, designadamente por

dever agir enquanto elemento base norteador do estabelecimento de objectivos “em cascata” para os demais dirigentes do organismo assim como para os restantes

existe com esta lei, uma considerável evolução no que diz respeito à avaliação do patamar hierárquico mais elevado da Administração Pública. Com efeito, pouco sentido teria a existência de um SIADAP

níveis de direcção. O encadeamento de objectivos, de metas e até de indicadores de desempenho só poderá ser possível num esquema de interligação e interdependência entre os desempenhos

a que a ausência de um factor sancionatório para os mais altos dirigentes, na assunção de que podem não cumprir os objectivos a que se propõem, emerge enquanto factor de injustiça relativa, quando apreciado pelo

de avaliação mais adversas.

Pensamos ter ficado claro ao longo deste artigo que a avaliação de desempenho é um instrumento chave na construção de uma reforma administrativa. Contudo, num país

á mais de 30 anos, as mudanças constantes das leis e “filosofias” no que concerne à reforma e consequentemente à gestão dos recursos humanos, têm contribuído para que não se clarifique como deverá

um processo que vise a

A introdução do SIADAP para avaliar os funcionários públicos constitui-se como novidade importante uma vez que simboliza uma viragem na cultura organizacional

Page 9: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

na Administração Pública portuguesa. Com euma cultura de avaliação no meio organizacional administrativo. Pese embora existam imprecisões neste instrumento recémaperfeiçoamento poderá levar a que a almejada cultura de realidade administrativa portuguesa e assim possa contribuir para a reforma.

Contudo, interessa não descurar a questão de como deverá ser efectuada a avaliação de desempenho dos dirigentes de topo da Administração portuguesaatrás demonstrado, pouco sentido teria um investimento numa avaliação rigorosa do desempenho, sem que se tornassem claras quais as formas (ou métodos) de avaliação a aplicar aos mais altos níveis de direcção. Com efeito, o cumprimento de objectem cascata (tal como aparece consagrado no SIADAP), só poderá ser possível num esquema de interligação e interdependência entre os desempenhos dos vários escalões hierárquicos. Para que o SIADAP possa funcionar de forma harmoniosa, na avaliação do desempenho de dirigentes e funcionários deverão então ser expressos com rigor, quais os direitos e deveres de cada um, quais os objectivos, metas e indicadores de desempenho, mas também quais as consequências reais do mérito ou do falhanço. Só assim a moralização e a produtividade da Administração Pública poderão ser asseguradas no contexto da reforma administrativa.

Bibliografia Geral ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM NÚMEROS (2001) 2º Recenseamento Geral da Administração Pública. Instituto de Gestão da Base de dados dos Recursos Humanos da Administração Pública, Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública.

AGRANOFF, R. (2005), Changing the Boundaries of the State?, Vol. 29, Nº1, September, pp-18-45

ARAÚJO, J.E. (1999), Reform and Institutional Persistence in Portuguese Central Administrationof Exeter, Doctoral Thesis

BOSSAERT, D., DEMMKE, C., NOMDEN, K., POLET, R. (2001), Quinze, European Institute of Public Administration (EIPA), Maastricht.

CAETANO, A. (1999), Avaliação de Desempenho

CASTILHO, S. (2005), Carta Aberta ao Engenheiro José Sócrates in

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES, (2005), Números sobre a Administração Pública portuguesa (números não publicados)

CORREIA DE CAMPOS, A (2002), Reforma da Administração Pública in de mudança, Luís Valadares Tavares, Abel Mateus e FrOficina do Livro.

DE BRUIJN, H. (2002), Managing Performance in the Public Sector, London, Routledge.

DOLAN, Julie (2000), Influencing Policy at the Top of the Federal Bureaucracy: A Comparison of Career and Political Senior Executives, Public Administration Review581.

7 Importa não esquecer que os dirigentes intermédios também são avaliados de acordo com as regras estabelecidas pelo SIADAP

na Administração Pública portuguesa. Com efeito, esta é a primeira tentativa de criar uma cultura de avaliação no meio organizacional administrativo. Pese embora existam imprecisões neste instrumento recém-concebido, só a insistência no seu aperfeiçoamento poderá levar a que a almejada cultura de avaliação se sedimente na realidade administrativa portuguesa e assim possa contribuir para a reforma.

Contudo, interessa não descurar a questão de como deverá ser efectuada a avaliação de desempenho dos dirigentes de topo da Administração portuguesa7. Como já ficou atrás demonstrado, pouco sentido teria um investimento numa avaliação rigorosa do desempenho, sem que se tornassem claras quais as formas (ou métodos) de avaliação a aplicar aos mais altos níveis de direcção. Com efeito, o cumprimento de objectem cascata (tal como aparece consagrado no SIADAP), só poderá ser possível num esquema de interligação e interdependência entre os desempenhos dos vários escalões hierárquicos. Para que o SIADAP possa funcionar de forma harmoniosa, na avaliação

empenho de dirigentes e funcionários deverão então ser expressos com rigor, quais os direitos e deveres de cada um, quais os objectivos, metas e indicadores de desempenho, mas também quais as consequências reais do mérito ou do falhanço. Só

ação e a produtividade da Administração Pública poderão ser asseguradas no contexto da reforma administrativa.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM NÚMEROS (2001) 2º Recenseamento Geral da Administração Pública. ados dos Recursos Humanos da Administração Pública, Ministério da

Reforma do Estado e da Administração Pública.

AGRANOFF, R. (2005), Changing the Boundaries of the State?, Public Performance & Management Review

Reform and Institutional Persistence in Portuguese Central Administration, University

BOSSAERT, D., DEMMKE, C., NOMDEN, K., POLET, R. (2001), La fonction publique dans l’Europe des Public Administration (EIPA), Maastricht.

Avaliação de Desempenho – Metáforas Conceitos e Práticas, Lisboa, Editora RH.

CASTILHO, S. (2005), Carta Aberta ao Engenheiro José Sócrates in Jornal Público, 06/06/05, Lisboa.

AL DE APOSENTAÇÕES, (2005), Números sobre a Administração Pública portuguesa

CORREIA DE CAMPOS, A (2002), Reforma da Administração Pública in Reformar Portugal – 17 estratégias , Luís Valadares Tavares, Abel Mateus e Francisco Sarsfield Cabral (coordenação), Lisboa,

DE BRUIJN, H. (2002), Managing Performance in the Public Sector, London, Routledge.

DOLAN, Julie (2000), Influencing Policy at the Top of the Federal Bureaucracy: A Comparison of Career Public Administration Review, November/December, Vol.60, Nº6, pp

e os dirigentes intermédios também são avaliados de acordo com as regras

9

feito, esta é a primeira tentativa de criar uma cultura de avaliação no meio organizacional administrativo. Pese embora

concebido, só a insistência no seu avaliação se sedimente na

Contudo, interessa não descurar a questão de como deverá ser efectuada a avaliação mo já ficou

atrás demonstrado, pouco sentido teria um investimento numa avaliação rigorosa do desempenho, sem que se tornassem claras quais as formas (ou métodos) de avaliação a aplicar aos mais altos níveis de direcção. Com efeito, o cumprimento de objectivos em cascata (tal como aparece consagrado no SIADAP), só poderá ser possível num esquema de interligação e interdependência entre os desempenhos dos vários escalões hierárquicos. Para que o SIADAP possa funcionar de forma harmoniosa, na avaliação

empenho de dirigentes e funcionários deverão então ser expressos com rigor, quais os direitos e deveres de cada um, quais os objectivos, metas e indicadores de desempenho, mas também quais as consequências reais do mérito ou do falhanço. Só

ação e a produtividade da Administração Pública poderão ser

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM NÚMEROS (2001) 2º Recenseamento Geral da Administração Pública. ados dos Recursos Humanos da Administração Pública, Ministério da

Public Performance & Management Review,

, University

La fonction publique dans l’Europe des

, Lisboa, Editora RH.

, 06/06/05, Lisboa.

AL DE APOSENTAÇÕES, (2005), Números sobre a Administração Pública portuguesa

17 estratégias ancisco Sarsfield Cabral (coordenação), Lisboa,

DOLAN, Julie (2000), Influencing Policy at the Top of the Federal Bureaucracy: A Comparison of Career , November/December, Vol.60, Nº6, pp-573-

e os dirigentes intermédios também são avaliados de acordo com as regras

Page 10: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

10

FREDERICKSON, G. (1996), Comparing the Reinventing Government with the New Public Management, Public Administration Review

GANHÃO, M.T. (1994), Desburocratização da Administração Pública, Instituto de Estudos e Divulgação Sociológica

GUILLAUME, H., DUREAU, G, SILVENT F. (2002), Presses de Sciences Po et Dalloz, Amphi.

HOOD, C., LODGE, M (2004), Competency, Bureaucracy and Public Management Reform: A Comparative Analysis, Governance, pp

JENSEN, H., KNUDSEN T. (1999), Senior Officials in the Danish Central Adminito Policy Professionals and Managers, in Scholarship Online Monographs, pp

KANTER, R.M., STEIN B.A, JICK, T.D. (1992),

KIKERT, W. (1999), Public Management Reforms in Western GovernmentsAdministração Pública no limiar do Século XXI: Os Grandes Desafios,

LANE, J.E. (1995), Public Sector: Concepts, Models and Appro

LECTURE, D.C. (2005), Performance: Promises to keep and Miles to Go, July/August, Vol.65, Nº4, ASPA, pp

LOWNDER, V. (1997), Change in Public Sector Management: New Institutions anRegimes, Local Government Studies

MADDOCK, S. (2002), Making Modernisation work: New Narratives, change strategies and people management in the public sector, pp-13-43.

MADUREIRA, César (2004), A formação comportamental no contexto da reforma da Administração Pública portuguesa, Oeiras, Edições INA.

MADUREIRA, C., CORREIA DE CAMPOS, A (2001), Portugal: Criação do Curso de Estudos Avançados em Gestão PúblicaPúblicas, vol.1, nº2

MADUREIRA, C. (2000), A organização neoProblemas e Práticas, nº32, CIE

MAGONE, J. (2004), The Publishers

MC.ADAM, R, HAZLETT, S., CASEY, C. (2005), Performance management in the UK public sector Adressing multiple stakeholdNº3, pp-256-273

MORHMAN, A,M, LAWLER, E.E. (1983), Motivation and performance appraisal behavior. Zedeck & J. Cleveland (Eds.),

MOYNIHAN, D.P. (2005), GoalAdministration Review, March/April, Vol. 65, Nº2, ASPA, pp

MUELLER, D.C. (1979), Public Choice

MURPHY, K.R., CLEVELAND, J.N. (1991), Allyn and Bacon.

OECD (2005), Modernising Government

OECD (2003), Managing Senior Management: Senior Civil ServParis, PUMA

FREDERICKSON, G. (1996), Comparing the Reinventing Government with the New Public Management, Public Administration Review, volume 56, nº3, pp-263-270

GANHÃO, M.T. (1994), Desburocratização da Administração Pública, Forum Sociológico Instituto de Estudos e Divulgação Sociológica, Nº 5, pp-7-18.

GUILLAUME, H., DUREAU, G, SILVENT F. (2002), Gestion Publique – L’État et la performancePresses de Sciences Po et Dalloz, Amphi.

HOOD, C., LODGE, M (2004), Competency, Bureaucracy and Public Management Reform: A Comparative , pp-313-333

JENSEN, H., KNUDSEN T. (1999), Senior Officials in the Danish Central Administrationto Policy Professionals and Managers, in Bureaucratic Elites in Western European StatesScholarship Online Monographs, pp-229-249

KANTER, R.M., STEIN B.A, JICK, T.D. (1992), The Challenge of Organizational Change

Public Management Reforms in Western Governments, Conferência sobre a Administração Pública no limiar do Século XXI: Os Grandes Desafios, Lisboa, INA.

Public Sector: Concepts, Models and Approaches, London, Sage Publications

LECTURE, D.C. (2005), Performance: Promises to keep and Miles to Go, Public Administration ReviewJuly/August, Vol.65, Nº4, ASPA, pp-390-395.

LOWNDER, V. (1997), Change in Public Sector Management: New Institutions anLocal Government Studies, Volume 23, nº2, pp-42-66.

MADDOCK, S. (2002), Making Modernisation work: New Narratives, change strategies and people management in the public sector, The International Journal of Public Sector Managem

MADUREIRA, César (2004), A formação comportamental no contexto da reforma da Administração Pública portuguesa, Oeiras, Edições INA.

MADUREIRA, C., CORREIA DE CAMPOS, A (2001), A formação superior em Administração Pública Portugal: Criação do Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública, Revista de Administração e Políticas

MADUREIRA, C. (2000), A organização neo-taylorista do trabalho no fim do século XX, , nº32, CIES, ISCTE, pp-159-182.

MAGONE, J. (2004), The Developing Place of Portugal in the European Union, New Jersey, Transaction

MC.ADAM, R, HAZLETT, S., CASEY, C. (2005), Performance management in the UK public sector Adressing multiple stakeholder complexity, International Journal of Public Sector Management

MORHMAN, A,M, LAWLER, E.E. (1983), Motivation and performance appraisal behavior. Zedeck & J. Cleveland (Eds.), Performance Measurement and Theory, Hillsdale, NJ: LEA

MOYNIHAN, D.P. (2005), Goal-Based Learning and the future of Performance Management, , March/April, Vol. 65, Nº2, ASPA, pp-203-216.

Public Choice, Cambridge, Cambridge University

MURPHY, K.R., CLEVELAND, J.N. (1991), Performance appraisal: An Organizational Perspective

Modernising Government – The way foreward, OECD Publishing.

Managing Senior Management: Senior Civil Service Reform in OECD Member Countries

FREDERICKSON, G. (1996), Comparing the Reinventing Government with the New Public Management,

Forum Sociológico – Revista do

L’État et la performance, Paris,

HOOD, C., LODGE, M (2004), Competency, Bureaucracy and Public Management Reform: A Comparative

stration : From Bureaucrats Bureaucratic Elites in Western European States, December, Oxford

ange, NY, Free Press.

, Conferência sobre a

, London, Sage Publications

Public Administration Review,

LOWNDER, V. (1997), Change in Public Sector Management: New Institutions and New Managerial

MADDOCK, S. (2002), Making Modernisation work: New Narratives, change strategies and people The International Journal of Public Sector Management, Volume 15 nº1,

MADUREIRA, César (2004), A formação comportamental no contexto da reforma da Administração Pública

A formação superior em Administração Pública em Revista de Administração e Políticas

taylorista do trabalho no fim do século XX, Sociologia

, New Jersey, Transaction

MC.ADAM, R, HAZLETT, S., CASEY, C. (2005), Performance management in the UK public sector – International Journal of Public Sector Management, Volume 18,

MORHMAN, A,M, LAWLER, E.E. (1983), Motivation and performance appraisal behavior. In F. Landy, S. Hillsdale, NJ: LEA

Based Learning and the future of Performance Management, Public

Performance appraisal: An Organizational Perspective, Boston,

ice Reform in OECD Member Countries,

Page 11: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

OECD, (1996), Performance Management in GovernmentNº 9, Paris.

OECD (1995), Managing Administrative Reform: A case study of Portugal (1976Occasional Papers, Puma, Paris

OCDE, (1993), L’Évaluation des performances: Pratique, problèmes et questions à débattreGestion Publique, Université d’Australie Occidentale, Paris.

PETERS, T., WATERMAN, R. (1982), In Search of Excellenc

OSBORNE, D., GAEBLER, T. (1992),

PAGAZA, I.P. (2000), La Globalización y la Reforma a las Administraciones Públicas, Iberoamericana de Administración Púb

PESSOA DE AMORIM, R. (1997), O emprego público (manuscrito não publicado).

POISTER, T. (2003), Measuring Performance in Public and NonBass

POLLITT, C., BOUCKAERT, G. (2000), Oxford University Press.

POLLITT, C. (1990), Managerialism and the Public Services: The AngloBlackwell.

PAGE, E.C., WRIGHT, V. eds. (1999), Analysis of Top Officials, Oxford, University Press.

RHODES, R. (1995), Reinventing White wall, 1979Public Administration, Erasmus University, Rotterdam, 6

ROCHA, J.AO. (2001), Gestão Pública e Modernização Administrativa

ROCHA, J.AO. (1998), La fin de l’État Administratif au PortugalPublique, Institut International d’Administration Publique, nº86, Avril

SCHEDLER, K. (2004), Developing Performance indicators and Measurement systems in Public Administration, in Strategies for Public Management ReformResearch in Public Policy Analysis and Management, Volume 13, Elsevier JAI.

TAVARES, L.V. (2005), A Administração Pública da Suécia

TAVARES, L.V; PEREIRA, M.J. (2005),

TAVARES, L.V. (2004), O Novo Quadro Legal da Administração Pública: Inovação e mudança culturalOeiras, INA

TEIXEIRA DA CRUZ, J.M. (1992), O recrutamento, a selecção e a avaliação dos dirigentes, Administração, Dirigentes e Técnicos do Estado

TOMPKINS, J. (2002), Strategic Human Resources Management in Government: Unresolved Issues, Personnel Management, pp-95-110.

Bibliografia Jurídica Decreto-Lei nº 323/89 de 29 de Setembro

Decreto-Lei nº 204/98 de 11 de Julho

Decreto Regulamentar nº 19-A/2004 de 14 de Maio Trabalhadores e Dirigentes Intermédios da Administração Pública

Performance Management in Government, PUMA – Public Management, Occasional Papers,

Managing Administrative Reform: A case study of Portugal (1976-1994), Public Man

L’Évaluation des performances: Pratique, problèmes et questions à débattre, PUMA Gestion Publique, Université d’Australie Occidentale, Paris.

PETERS, T., WATERMAN, R. (1982), In Search of Excellence, New York, Harper and Row.

OSBORNE, D., GAEBLER, T. (1992), Reinventing Government, Addisson, Wesley Publishers Company.

PAGAZA, I.P. (2000), La Globalización y la Reforma a las Administraciones Públicas, Iberoamericana de Administración Pública, nº5, Julio-Deciembre

O emprego público - Antecipar a mudança, gerir a mudança

Measuring Performance in Public and Non-Profit Organizations, San Francisco, Josse

POLLITT, C., BOUCKAERT, G. (2000), Public Management Reform, A comparative analysis, New York,

Managerialism and the Public Services: The Anglo-American Experience, Oxford, Basil

(1999), Bureaucratic Elites in Western European States – A comparative , Oxford, University Press.

Reinventing White wall, 1979-1995: Evolving the new governance, European Group of ministration, Erasmus University, Rotterdam, 6-9 September 1995.

Gestão Pública e Modernização Administrativa, Oeiras, INA.

ROCHA, J.AO. (1998), La fin de l’État Administratif au Portugal, Revue Française d’Administration Institut International d’Administration Publique, nº86, Avril-Juin, pp-219-229

SCHEDLER, K. (2004), Developing Performance indicators and Measurement systems in Public Strategies for Public Management Reform, L. Jones, K. Schedler, R. Mussari (eds.),

Research in Public Policy Analysis and Management, Volume 13, Elsevier JAI.

A Administração Pública da Suécia, Cadernos INA

TAVARES, L.V; PEREIRA, M.J. (2005), A Administração Pública na Finlândia, Cadernos INA

O Novo Quadro Legal da Administração Pública: Inovação e mudança cultural

TEIXEIRA DA CRUZ, J.M. (1992), O recrutamento, a selecção e a avaliação dos dirigentes, Administração, Dirigentes e Técnicos do Estado, Série 3, Nº3, Maio-Junho

TOMPKINS, J. (2002), Strategic Human Resources Management in Government: Unresolved Issues,

Lei nº 323/89 de 29 de Setembro

A/2004 de 14 de Maio – Regulamento da Avaliação do Desempenho dos Trabalhadores e Dirigentes Intermédios da Administração Pública

11

Public Management, Occasional Papers,

, Public Management

, PUMA –

, Addisson, Wesley Publishers Company.

PAGAZA, I.P. (2000), La Globalización y la Reforma a las Administraciones Públicas, Revista

Antecipar a mudança, gerir a mudança, Lisboa

, San Francisco, Jossey

, New York,

, Oxford, Basil

A comparative

, European Group of

, Revue Française d’Administration

SCHEDLER, K. (2004), Developing Performance indicators and Measurement systems in Public Mussari (eds.),

O Novo Quadro Legal da Administração Pública: Inovação e mudança cultural,

TEIXEIRA DA CRUZ, J.M. (1992), O recrutamento, a selecção e a avaliação dos dirigentes, Revista

TOMPKINS, J. (2002), Strategic Human Resources Management in Government: Unresolved Issues, Public

Regulamento da Avaliação do Desempenho dos

Page 12: A avaliação do desempenho dos funcionários e dos dirigentes na Administração Pública portuguesa: avanços e incoerências

12

Despacho conjunto nº 1071/2005

Lei nº 2/2004 de 15 de Janeiro Administração Central, Regional e Local do Estado

Lei nº 10/2004 de 22 de Março Pública

Lei nº 51/2005 de 30 de Agosto Administração Pública

Resolução do Conselho de Ministros nº 199/2005

Resolução do Conselho de Ministros nº 97/2002

Despacho conjunto nº 1071/2005

Lei nº 2/2004 de 15 de Janeiro – Aprova o Estatuto do Pessoal Dirigente dos Serviços e Organismos da Administração Central, Regional e Local do Estado

Lei nº 10/2004 de 22 de Março – Cria o Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração

Lei nº 51/2005 de 30 de Agosto – Estabelece regras para as nomeações dos altos cargos dirigentes da

Resolução do Conselho de Ministros nº 199/2005

Resolução do Conselho de Ministros nº 97/2002

Pessoal Dirigente dos Serviços e Organismos da

Cria o Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração

regras para as nomeações dos altos cargos dirigentes da