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A, B, C… A ORGIA DAS LETRAS, EM PALAVRAS E POESIA! Pedro Santiago Faria 2004

A, B, C… a meter-me, em grande espalhafato, dizendo, redizendo, refazendo, torcendo, explanando, citando uma e outra vez a dita frase. A certa altura o tipo até olhou para mim com

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A, B, C…

A ORGIA DAS LETRAS, EM PALAVRAS E POESIA!

Pedro Santiago Faria

2004

AMAR A POESIA, DIGITALMENTE _______________________

A poesia em formato digital terá o mesmo sabor, o mesmo odor?

Seremos capazes de encontrar o prazer da leitura num ecrã de computador?

Editamos poesia desde 1996 e queremos, agora, dar o passo para além dos limites do

papel. E cada leitor poderá, em sua casa, imprimir e construir o seu livro. Também ele cúmplice desta batalha pela poesia que não pode ter

fronteiras, nem barreiras.

Elefante Editores

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A, B, C…

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Lisboa, 2003 (ou talvez já começo de 2004)

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A

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Há A Há A Ah! Ana Alfa - Bruto!!! – Aqui só há Ar para A’s!!!! Não B’s !!?!!

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B

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Bonito borracho barrigudo labuta, labutava com bué de disbulia para abater o besunto até que um dia beliscou-se não de béri-béri mas de anorexia... Pobre do B parecia o parvo do P!

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C

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C’um caralho! Não cabes c’us cornos?, cabrão! ... Caco de cão!

(ouvi esta frase na carreira de Penacova para a Aveleira, devia andar aí no meu 10º ano. O miúdo que a disse era um daqueles rústicos rapazes do campo, dos sossegados, consciente de que os homens são duros e sisudos, não se devendo irritar facilmente. Pois bem, ele estava sentadinho e o seu colega atrás achou que não poderia ser assim durante muito tempo, razão pela qual lhe ia dando vigorosos calos na cabeça. Vários vezes foram ensaiados, cada vez com maior poder acústico, até que o rapaz se levantou, simula um murro na cara do outro no assento do mesmo e diz esta frase estonteante! Eu, sentado uns bancos mais atrás, pasmei perante a beleza da dita. Acho que fui o caminho todo a dizê-la e a recitá-la das mais diversas maneiras. Penso que a meu lado ia uma amiga com quem eu fui o caminho todo a meter-me, em grande espalhafato, dizendo, redizendo, refazendo, torcendo, explanando, citando uma e outra vez a dita frase. A certa altura o tipo até olhou para mim com um ar chateado – mas como eu fazia parte da categoria dos loucos, não disse nada.

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Andei meses com esta frase na boca. Depois acabei por esquecê-la, até que agora resolvi trazê-la para o lugar de destaque que ela merece. Estragando-a um pouco, resolvi acrescentar o ultimo verso, suavizando-a).

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D

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Dei-me conta de estar um pouco Doido Naquele primeiro Dia. Seria da Droga? Ou da Doutoura? Ou do deus que adorei e não devia? Foi mais um Dia ... apenas mais um dia destinado a ser D.

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E

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Já que não tenho razão quero ser louco e louco quero ser e louco, porque não? porque não é de louco ser-se louco sem razão. Já que não tenho razão

quero rasgar AA´s

na carne e cravar as unhas nas pedras

e soltar I I I I´s

de raiva e pairar no ar e soltar

furiosamente OOO´s de espante murmurar depois

U´s de calma.

e o É! e o É!?!

e o É ! ? ! ? !

Quero esquecer que o é !!!!

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o

perguntam

F

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de Futilidades Sei de uma menina que se chateia por ver a veia de quem anseia... e um rapaz que é capaz de ir atrás de um tanto faz... Sei de um rapaz e de uma menina que se chateiam que se anseiam e vão atrás de um tanto faz... tanto me faz que se chateiem... anseio por ir atrás...

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G

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Gato é G. E não há mais palavras que soem a G que Gato que G de Gato. .... E não há mais palavras para mais me definir.

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H

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Letra discreta Honesta presença inaudível e muda começo discreto de outras tantas coisas na multidão das letras define-se em palavras e em pares de outras tantas letras e tudo muda e altera fruto da sua presença companheira ... H de ó-mãe Embora achasse Que seria mais de Mulher.

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I

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Imaginaste-me um dia ... mas eu era real: Lugar incerto Simples segmento de recta Traço, nem sempre vertical Maiúsculo. Desfiz-me em vocábulos Sílabas, letras e sons. ... Intransponível barreira do som. ... Eu sou do “e” do ser... E tudo me ficou a “i”.

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J

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Hoje já não há J. Algures Jaz ... (juraria que ainda todos a amam).

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K

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Tinha uma ideia ... que não era assim tão rarefeita. ... Nestes dias nem sei a que me agarro ... ou a quem ... (São apenas mortas as horas que temos para gastar) ... (e eu sempre gostei do encanto das folhas soltas!) ... umas costas direitas uma perna no chão um braço no ar ...

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(será que acena a alguém?) ... desconfio ... Será que tinha qualquer coisa a dizer? Terá vindo ao mundo Com um propósito explicito? ... E a arte? Era em firme traço preto Ou, sendo final, era só esboço Nunca passou de esquiço ... (se calhar foi mais uma vítima do desejo carnal de rebuliço) ... aí! Tudo está tão complicado! E eu.... ... tinha uma ideia original talvez no começo ... mas há qualquer coisa que me escapa

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... qualquer coisa que me escapa ... simplesmente kualker koisa ke me es-k.

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L

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(no meio a virtude ou talvez a Loucura total) Quantas vezes pode um homem dissertar sobre o mesmo tema? Anátema! Teorema! Escama a mente Mama a antena Berra! ouvido da gente! Pensas que não posso cometer Nos meus versos, um pouco mais de absurdo! Pé-nisfa-lofi-cur-mudo Trom-bizom-bie Tára-lhouco-mouco Tudo! Dizias que eu não tinha Nem mais um pouco de amor para te dar E que a loucura era a droga pois, olha: Arde loucopouco brisa-fúria Ar de fogo enchente Ar triste teria Ares de tu cracia QuésQuistoQuerias Cristo visto Viste misto CataPumPumPum

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PásZásTrásPás Da pinga-pinga Toque a reboque Sexo anexo Seque e siga sega e seca saco zico pipo pipa rica rico PásZásTrásPaz Paz Paz Paz Paz Guerra e nega Preto e pega peca Penca pinga-pinga Já vão duas, jacto três Lava leva louva Viva vulto vida Tiritita Tira três Trás p’a trás Paz Paz Ranca rente a rosa rã-tacar Espinho cravo Doutadadoedou Louco leca laca Palma pão papado Bu-la-bo-le-e-bo-la Pô-la-pi-la-dá-dâ Dama cama ama Trama-Teima-queima Atão a tal atada Calci-mento-calci-crada Fula-ninha-ciga-nada Pê-lopê-lopê-lapada Pê-dropé-drapá-drepapá-papada Jogalhofalhofalhafaladafadajigamegafalhajogatanagiotanojohajonamama

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Não penses que leio

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Para te fazer um Filho! Leio Porque me dá prazer Porque me eleva a mente Porque me tranquiliza o corpo Leio para que sorria e floresça Ou para ter em mim algo mais do mundo

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M

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Minha ®! Tu és Minha ®! Não Quero saber! Registei-te! Marquei-te com a marca Com que me marcaste! E fiz-te Minha ® Minha ® Minha ® Minha ® ( Não não sou proxeneta: não te vendo não te troco não te compro Não! Apenas te recordo E fiz-te Minha ® Minha ® Minha ® ) Minha ® Mão marota Minha ® Mulher Minha ® Letra M

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Marquei-te com a marca Com que me marcaste! E fiz-te Minha ® Minha ® Minha ® Minha ®

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N

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(de Nostálgico) sentado olhando o poente com espinha direita pernas curvadas em v virado Nada ou Ninguém ... Nunca A Norte tropas caiam Nacionais e notáveis nebulosas de núbios mas... Nada ou Ninguém ... Nunca A Este nadava este e aquele não Nenufares de níquel e "nicles" para ninguém mas... Nada ou Ninguém

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... Nunca A Sul era a Ninfa Necessária Nubente dúbia nódoa narcisa colhendo nabos mas... Nada ou Ninguém ... Nunca Nada ou Ninguém o desligava de Oeste ... esperava-a Nua mas Nunca... vezes sem conta N vezes sentado olhando o poente com espinha direita pernas curvadas em v virado

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O

_______________________ Mote (de Marília): como uma cotovia em agonia

Circulo mágico OH OH OH expressemos as nossas vidas! Não nos deixemos cair em círculos... O o o não (n)os confundamos com zeros! Ó Ó Ó tracemos o risco! Cantemos os círculos que fizemos e os suaves dedos de prazer OHHHHHHHH OHHHHHHHH OHHHHHHHH

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P

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(dedicado ao João e a mim, à Lia e a ela) Vivia no Presente Como no Passado Ensimesmado, em ti Permaneci, em Palavras que Passaram dia aPós dia no Pensamento. Eu era Pedra Ou Poeira Ou Poalha Perturbada Poder Prepotente Ou Praga – NÃO – Paixão Permanente! ou aPenas Paixão...

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Q

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(Crise de Identidade)

Primeiro disseram-me que era o Nove Mas depois, questão da curva, Foi dito que era apenas tal e qual. Como que o quê do Q Continuasse a questionar Quiseram convencer-me do Que do Q clamando continuava - Qual é o que, que o Q contém?! Não descansou. Tudo continuava: “Qual quê! Não passas de um O com cunha!” “De um 9 exausto, cansado, sentado De rabinho entre as pernas!” (poderá ser que sejamos senão comparações de alguém aquele quê que o q sofreu ) “Qual quê! Não passas de um O com cunha! De um 9 exausto, cansado, sentado!” “Palhaço!”

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R

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Que não te lembre a morte a vida Como um remorso. Que te fulmine como um Raio! Que te trague com um Rasgo! Que te brilhe como a Raiva! Que te faça Rebelar!

AIOS TA PARTAM! Há sempre um toque de festa Na hora de arrumar!

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S

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(A beijar-te os seios!!!)

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Isto são laranjas Isto são maçãs Isto são meloas Morangos, marmelos Isto são Mangas Saborosas Figos tenros, cerejas de prazer Isto são cornetos de morango, de chocolate Orgias de Mousses suspiros doces a derreterem-se na boca bombons de caramelo Isto são poemas de nata, Versos profiteroles Palavras pontiagudas cozidas Na minha boca em Letras de mamilos estaladiços Isto são abóboras doces Broinhas de gila Nevadas doces, queijadas, Ovos moles magias culinárias Crepes glassé Souflés crocantes de Açúcar Tiramissou’s de carne ...

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Isto são seios Que eu sinto ! Isto são seios Que eu sei !

.... .... .... .... Não! Não gosto de ti 10! Não gosto de ti 9! Não gosto de ti inteiro, Nem racional! Gosto de ti num intervalo De 9.9 a 10.18 Gosto de ti em números reais Contínuos, densos Gosto de ti irracional Imaginária Gosto de ti em linha recta deitada no plano gosto de ti em Rn

gosto de ti hiperbolóide escalena,

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parábola, corda teórica, nó adimensional banda de Móbius de uma só face gosto de ti no plano multidimensional singularidades temporais matéria e anti-matéria buracos negros, quasares pulsando sangue universos paralelos ... e linhas de alta tensão! 10! Gosto de ti! Porra!

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T

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Tautologia do T eu sou teu e tu nem sabes tu és tua e sabes ser de quem quiseres ele é teu e ele nem sabe eu, tu, ele teu tua teu tautologia do teu T do teu "tu" que tens em ti. porque ele é teu

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... e nem sabe, o palerma!

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U

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(Ui!, macios, aveludados, quentes!) Ui! Ui! Ui! Ui! Ui! Ui! Beijos! Trago-te beijos! Não, não tenho prenda Trago-te, apenas, beijos macios, aveludados, quentes embrulhados em papel de celofane trago-te beijos esqueci-me do telefone mas trago-te beijos trago um buraco que te ofereço um início, exterior do meu corpo que fica dentro de mim trago-te beijos e trago-te de um só trago com os beijos que te trago trago-te beijos e bebo em ti refresco-me em ti és o meu solo és o meu chão e eu beijo-te de joelhos semeio em ti beijos e colho em ti beijos trago-te beijos

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beijos beijos beijos Ui! Ui! Ui! Ui! Ui! Ui! (macios, aveludados, quentes!)

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V

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V de vitória! Da tumba não ressurgirão os mortos! O tempo passa em flechas Sem dó ou caridade Tudo se apaga na memória… V de Vitória à Eternidade! V de vitória! Somos pedras caindo pelo vale polindo arestas de atitudes, sentimentos lisos e suaves e um corpo desprendendo-se, desfeito em pó, depositado irremediavelmente no potencial zero do chão. (Se ao menos o teu esforço amigo cantasse mais alto que o tempo e me levantasse do chão!) V de Vitória! Não ficará sombra ou rasto Da vileza ou da dor que sentimos Apenas dias inocentes Cantando V’s de Vitórias inúteis. V de Vitória! Destruição, aniquilação, desgaste total! Wermacht! Fantasmas do meu quarto Féretros que guardo em mim imaginados - talvez judeus que tenha sido em vida passadas que já não recordo – ou talvez mesmo só um futuro cíclico presente de passados.

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V de vitória! Algo me incomoda Sem que o consiga saber Partem-me os dentes? Trucidam-me as ulhas? Ou é a fome pouca que me faz sentir este confortável desfalecer? V de vitória! Somos, Amamos e Esquecemos para sobreviver, em vida Aprendemos a lição a tempo, Tudo passa em nós, por quem passa o tempo. Derrotada a memória: V de Vitória!

(Ontem não me sentia bem. Estava cansado e tinha ainda levado trabalho para casa – que como perceberão não fiz. Quando saí, por volta das 19:00, sentia-me doente, fraco, enjoado. Preocupado ainda com trabalho de um parecer para uma questão em tribunal, e por uma questão técnica que ando à meses a tentar resolver. Cheguei a casa procurando termómetros que me explicassem o mal estar. Tinha fome, mas a simples ideia de o fazer causava-me alguma repugnância, o que de todo, não é normal em mim. Dormi profundamente e acordei passava já muito da meia noite. É

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fantástico como a solidão da noite nos pode transformar em aves agoirentas. De dia posso ser um tecnocrata de eficiência aparente e à noite escrever coisas tão teatrais como estas. Tenho pena de não conseguir escrever algo melhor. Reencontrei hoje o poema em linha recta. Tinha saudades dele, velho amigo com o qual me identifiquei desde a primeira hora. Sei que se não escrevesse tanto, não necessitaria de o olhar como uma espécie de alter ego. Custa-me que alguns se possam exprimir tão bem e a outros não caiba senão a difícil tarefa de ler. Ás vezes penso que moro semi-enterrado, numa cave escura e incomplacente. Gosto ainda assim da vastidão do meu reino. Apetecia-me passar aqui o inverno fechado, tranquilamente a escrever tudo o que me pulasse ao espírito. Alguma coisa haveria de sair que se aproveitasse. Gosto do exercício da escrita. Não preciso de me alimentar por ele. Basta estar e escrever. Tenho algo em mim de monástico ou eremita, tanto quanto de louco impulsivo. Dir-se-ia que, para felicidade de todos, já deveria ter aprendido a comportar-me em sociedade.)

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W

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WOW!!!! O decote do V! Veludo Vivo a ventura de o ver deixa-me o coração em ~ ! Vem! Tira o vestido Desfaz esse duplo V! Deixa-me vir Em ti! WOW!!!!

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X

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X de Totobola X 1 X 2 X tabuadas 5 X X’s X de marcar o sítio X e assinalar a passagem X de assinatura, não me chateies X de Xá X padrão que se repete X contar cem vezes X vezes sem conta X fêmea cromossoma X vida X incógnita ... X?

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Y

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Eu tinha escrito todo um texto sobre a importância de se ser Grego. Mas não o consigo encontrar! Resolvi então fazer este verso (apenas para te enganar).

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Z

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1Zé - Porque chegaste em último? Z - Não ze zateie, zeu zé. Foi aqui que me puzeram. Zaratrusta - És mesmo um Z – Ninguém! Z de Zé Zaratrusta de zurzir e de zás! ... Z de Finalmente!

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ÍNDICE (ou ABCedário)

A 4 B 5 C 6 D 8 E 9 F 10 G 11 H 12 I 13 J 14 K 15 L 18 M 21 N 23 O 25 P 26 Q 28 R 29 S 30 T 33 U 34 V 36 W 39 X 40 Y 41 Z 42

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Colecção

digit@lmente

1

CASIMIRO DE BRITO Poemas Mínimos

2

ALEXANDRA MALHEIRO Sombras de Noite

3

PEDRO SILVA SENA Poemas de Cal

4

MIGUEL BRANDÃO A Transformação das Sombras

5

J. A. NUNES CARNEIRO O Beijo Ainda Intacto

6

PEDRO SANTIAGO FARIA ABC…

(A Orgia das Letras em Palavras e Poesia)

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Título: ABC… (A Orgia das Letras em Palavras e Poesia)

Autor: PEDRO SANTIAGO FARIA

(que também desenhou as letras)

Edição: Dezembro de 2004

Design: MAIS LIVROS www.maislivros.online.pt

© Autor e Elefante Editores

para esta edição digital

Contactos: Apartado 720

4501-901 Espinho PORTUGAL

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Ideias e Paixões que vamos descobrindo em cada livro e em cada palavra

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Editores de Poesia desde 1997

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