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Ano 24 nº 249 Abril/2015 Boletim Informativo da Diocese de São Carlos A Boa Nova ONDE ESTÃO NOSSAS CRIANÇAS? Depois, Jesus tomou uma criança, colocou-a no meio deles e, pegando-a nos braços, disse- lhes: “Aquele que receber uma destas crianças, em meu nome, a mim recebe” (Mt. 18,5). Como naquele tempo, também hoje, esta cena, provocada pela disputa entre os discípulos, continua a representar uma enorme provocação. Aos discípulos que discutem uns com os outros, Jesus afirma que não são os adultos mas sim as crianças que são os primeiros candidatos ao Reino de Deus. “As crianças são um presente à Igreja. Hoje, da mesma forma que naquele tempo na Galiléia, o Senhor da Igreja coloca-as bem no meio da Igreja, como o modelo mais acabado do discípulo. A Igreja que deixa de acolher incondicionalmente as crianças em sua comunidade não apenas retira-lhes aquilo a que elas têm direito, mas o prejuízo a que se expõe é bem maior”, diz o Conselho Britânico das Igrejas. Fazer com que as crianças conheçam a experiência da acolhida (Mc. 10, 13-16 ) é um tema que escapa à esfera do meramente infantil. Trata-se de uma mudança radical de ponto de vista e de perspectiva. Será que em nossa Igreja a situação é tal que as crianças possam, efetivamente, sentir-se bem acolhidas? Ou será que, pelo contrário, muitas vezes elas são obrigadas a verificar que não existe um lugar previsto para elas ou, se existe, ele não passa de um lugar marginal? E que elas são vistas como incômodas, perturba- doras do sossego? Podemos afirmar que um dos paradoxos da história moderna consiste no “adiamento” da acolhida das crian- ças na Igreja, negando a elas o direito à Eucaristia, exatamente no momento em que elas se tornam “protagonistas” na utilização das últimas invenções tecnológicas. Crianças de seis, sete anos, estão ensinando a seus avós a manusear o celular. E, no entanto, não estão preparadas para receber Jesus na Eucaristia, porque, segundo alguns, não sabem distinguir a hóstia consagrada de um pão comum? Não se encontraria aqui um desafio especial para uma Igreja que tem por missão assumir e transmitir a alegre mensagem da incondicional aceitação e acolhida das crianças? Para isto é necessário que também dentro da Igreja se leve a sério o fato de as crianças serem sujeitos plenos, inclusive da Fé - assim como Jesus pôs em prática em sua convivência com elas. O Catecismo da Igreja Católica, publicado em 12 de outubro de 2012, é referência fundamental para a Cate- quese em todas as suas etapas. Precioso dom que João Paulo II fez à Igreja, ele é um referencial seguro para a formação e o aprofundamento da fé em nossos dias. Infelizmente, o Catecismo que deveria ser um “livro de cabeceira” - como desejava o Papa - hoje se transformou em “livro de prateleira”. Por que? Por vários motivos: primeiro, pela extensão do texto, que fez dele um “livro grosso”, com mais de 753 páginas e, consequentemente, caro. As outras edições o Youcat (Catecismo para jovens) e o Compêndio publicado pela CNBB, igualmente caros. Por outro lado, a resistência de alguns, classifi- cando o Catecismo de perguntas e respostas de “decoreba”. O propósito do Catecismo é evan- gelizador e, para isso, se faz necessário realizar adaptações da exposição e dos métodos catequéticos exigidos pelas diferenças de culturas, de idades, de situações sociais e eclesiais daqueles a quem a Catequese é dirigida. E como anda a Catequese em nossas paróquias? Na realidade, na maioria das paróquias, o que se faz é algo superficial, para cumprir agenda. Às vezes nem é um “cursinho”, mas alguns encontros em que alguém da comunidade ensina as orações e passa conceitos moralistas, exagerando na dimensão do pecado. A Catequese se transforma numa aula, sem um texto de referência, funcionando segundo a “inspiração” do catequista no momento. A publicação de um Pequeno Catecismo da Igreja Católica, que seja pequeno no tamanho e no preço, por parte das Edições CNBB, seria um grande contributo para as Paróquias e Dioceses do Brasil. Dom Paulo Sérgio Machado Bispo Diocesano

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Ano 24 • nº 249 • Abril/2015

Boletim Informativo da Diocese de São Carlos

A Boa Nova

ONDE ESTÃO NOSSAS CRIANÇAS?Depois, Jesus tomou uma criança,

colocou-a no meio deles e, pegando-a

nos braços, disse- lhes: “Aquele que

receber uma destas crianças, em meu

nome, a mim recebe” (Mt. 18,5). Como

naquele tempo, também hoje, esta cena,

provocada pela disputa entre os

discípulos, continua a representar uma

enorme provocação. Aos discípulos que

discutem uns com os outros, Jesus

afirma que não são os adultos mas sim

as crianças que são os primeiros

candidatos ao Reino de Deus.

“As crianças são um presente à

Igreja. Hoje, da mesma forma que

naquele tempo na Galiléia, o Senhor da

Igreja coloca-as bem no meio da Igreja,

como o modelo mais acabado do

discípulo. A Igreja que deixa de acolher

incondicionalmente as crianças em sua

comunidade não apenas retira-lhes

aquilo a que elas têm direito, mas o

prejuízo a que se expõe é bem maior”,

diz o Conselho Britânico das Igrejas.

Fazer com que as crianças

conheçam a experiência da acolhida

(Mc. 10, 13-16 ) é um tema que escapa à

esfera do meramente infantil. Trata-se

de uma mudança radical de ponto de

vista e de perspectiva. Será que em nossa

Igreja a situação é tal que as crianças

possam, efetivamente, sentir-se bem

acolhidas? Ou será que, pelo contrário,

muitas vezes elas são obrigadas a

verificar que não existe um lugar

previsto para elas ou, se existe, ele não

passa de um lugar marginal? E que elas

são vistas como incômodas, perturba-

doras do sossego?

Podemos afirmar que um dos

paradoxos da história moderna consiste

no “adiamento” da acolhida das crian-

ças na Igreja, negando a elas o direito à

Eucaristia, exatamente no momento em

que elas se tornam “protagonistas” na

utilização das últimas invenções

tecnológicas. Crianças de seis, sete anos,

estão ensinando a seus avós a manusear

o celular. E, no entanto, não estão

preparadas para receber Jesus na

Eucaristia, porque, segundo alguns, não

sabem distinguir a hóstia consagrada de

um pão comum?

Não se encontraria aqui um desafio

especial para uma Igreja que tem por

missão assumir e transmitir a alegre

mensagem da incondicional aceitação e

acolhida das crianças? Para isto é

necessário que também dentro da Igreja

se leve a sério o fato de as crianças serem

sujeitos plenos, inclusive da Fé - assim

como Jesus pôs em prática em sua

convivência com elas.

O Catecismo da Igreja Católica,

publicado em 12 de outubro de 2012, é

referência fundamental para a Cate-

quese em todas as suas etapas. Precioso

dom que João Paulo II fez à Igreja, ele é

um referencial seguro para a formação e

o aprofundamento da fé em nossos dias.

Infelizmente, o Catecismo que

deveria ser um “livro de cabeceira” -

como desejava o Papa - hoje se

transformou em “livro de prateleira”.

Por que? Por vários motivos: primeiro,

pela extensão do texto, que fez dele um

“livro grosso”, com mais de 753 páginas

e, consequentemente, caro. As outras

edições o Youcat (Catecismo para

jovens) e o Compêndio publicado pela

CNBB, igualmente caros. Por outro

lado, a resistência de alguns, classifi-

cando o Catecismo de perguntas e

respostas de “decoreba”.

O propósito do Catecismo é evan-

gelizador e, para isso, se faz necessário

realizar adaptações da exposição e dos

métodos catequéticos exigidos pelas

diferenças de culturas, de idades, de

situações sociais e eclesiais daqueles a

quem a Catequese é dirigida.

E como anda a Catequese em nossas

paróquias? Na realidade, na maioria das

paróquias, o que se faz é algo superficial,

para cumprir agenda. Às vezes nem é

um “cursinho”, mas alguns encontros

em que alguém da comunidade ensina

as orações e passa conceitos moralistas,

exagerando na dimensão do pecado.

A Catequese se transforma numa

aula, sem um texto de referência,

funcionando segundo a “inspiração” do

catequista no momento. A publicação de

um Pequeno Catecismo da Igreja

Católica, que seja pequeno no tamanho e

no preço, por parte das Edições CNBB,

seria um grande contributo para as

Paróquias e Dioceses do Brasil.

Dom Paulo Sérgio Machado

Bispo Diocesano

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02

SEMANA SANTA NA CATEDRALDom Paulo presidiu às celebrações, assessorado pelo Cura da Catedral, Pe. José Luis Beltrame. Foi grande a participação dos fiéis. Na quarta-feira, como acontece todos os anos, foi celebrada a Missa da Unidade, com a bênção e consagração dos Santos Óleos. Foi expressiva a participação dos sacerdotes, diáconos, seminaristas e povo de Deus. Após a celebração foi servido um almoço para os padres, diáconos e seminaristas. O Coral dos Encontristas e o Coral da Catedral cuidaram da parte musical. Parabéns ao Pe. Beltrame, ao Tadeu, aos cerimoniários e acólitos, aos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão pela beleza das celebrações.

MUTIRÃO DE CONFISSÕESQuase todas as paróquias ofereceram aos fiéis a possibilidade da Confissão Sacramental, através do “mutirão de confissões”. Grande número de fiéis puderam, através da Confissão, participar mais intensamente da Semana Santa. Foi também uma ocasião para uma retomada do valor e do significado do Sacramento da Penitência.

DIOCESE SE PREPARA PARA O SÍNODO DA FAMÍLIAAs Paróquias da nossa Diocese estão recebendo o livreto “DEUS HABITA ESTA FAMÌLIA”, com celebrações preparativas para o Sínodo da Família. O livreto é acompanhado de um cartaz que deverá será colocado na porta da casa, como se costuma fazer por ocasião da Novena do Natal. O preço do livreto é R$ 2,00 (dois reais), sendo R$ 0,50 (cinquenta centavos) para a paróquia e o restante será cobrado no boleto da paróquia. É uma maneira de nos prepararmos para o Sínodo da Família e, também, uma oportunidade para fazer deslanchar, na paróquia, a Pastoral da Família.

1º CONGRESSO VICENTINODom Paulo já entrou em contacto com o Pe. Nilson de Paula Francisco, novo Assistente Diocesano dos Vicentinos e também com o Conselho Central da SSVP (Sociedade São Vicente de Paulo) a respeito do assunto. O objetivo é congregar os vicentinos de nossa Diocese num grande encontro celebrativo e que deverá ser realizado todos os anos. O primeiro será em São Carlos. No final do Congresso se escolhe o local do próximo. As cidades se candidatam a ser sede e se faz uma eleição para a escolha.

Em meio aos debates sobre a redu-

ção da maioridade penal, estatísticas

mostram avanço nos roubos envolven-

do jovens com menos de 18 anos, que

têm participação cada vez maior em

delitos do tipo. Em vias de ser aprovada

pela Câmara dos Deputados, em

Brasília, a Proposta de Emenda

Constitucional (PEC) 171/ 93 levanta a

discussão sobre os efeitos práticos de

reduzir de dezoito para dezesseis anos a

maioridade penal. De um lado há os que

defendem a aprovação da Emenda, pois

os jovens de dezesseis anos têm

discernimento para compreender o

caráter ilícito de uma conduta crimino-

sa e, por isso, devem assumir a respon-

sabilidade legal; de outro lado, há os

que defendem a tese de que o problema

se deve a uma falta de investimento em

educação e outras políticas públicas.

Uma juíza argumenta que “a maior

parte das infrações é de menor

gravidade e diz respeito a conflitos

escolares, brigas, uso de drogas...” E,

continua a referida juíza, “em 99 % dos

crimes que adolescentes praticam há

A QUESTÃO DA MAIORIDADE PENAL

algum tipo de participação de adultos”.

E é exatamente aqui que está a “chave

do problema”: os adultos usam os

menores para o tráfico de drogas e até

mesmo para a prática de crimes, pois

eles são inimputáveis. Ou a Justiça está

cega ou não quer enxergar o problema

em toda a sua extensão e gravidade.

Todos os dias, milhares de jovens

enchem as páginas policiais dos jornais.

A sociedade não pode ficar à mercê de

um a legislação permissiva que deixa

nas ruas bandidos perigosos sob o

pretexto de que “são menores”. E, para

engrossar o número de eleitores,

deixam de ser menores?

O Brasil vive um tempo de crise

profunda. Para 50% dos brasileiros a

atuação dos Deputados e Senadores é

ruim ou péssima. A Presidente Dilma

alcançou o mais elevado índice de

rejeição e é alvo de críticas e muitos

querem o “impeachment” dela.

“Mensalão”; corrupção na Petrobrás;

envolvimento do Partido dos Trabalha-

dores; das grandes construtoras; de

políticos corruptos; das badernas do

MST de João Stédile, o general de um

“exército ideologizado”; inflação galo-

pante com alta do petróleo, da energia e

dos alimentos; racionamento da água...

e por aí vai. Um país desestabilizado,

em que a Presidente, sem saída para a

crise, terceiriza a Economia (Levy) e a

Política (Michel Temer). Dentre as

muitas medidas a serem tomadas, a

primeira deverá ser a “Reforma

Política”. A CNBB chegou a distribuir

uma Cartilha a respeito. Mas, penso que

os Bispos devem cobrar a Reforma Polí-

REFORMA POLÍTICA URGENTE

tica que deverá ser feita com a parti-

cipação popular e do Congresso. Mas é

preciso tomar cuidado para não “as-

sinar” projetos de Reforma que podem

nos conduzir ao que aconteceu recente-

mente, por exemplo, na Venezuela.

Outro aspecto que deve ser levado em

conta é o uso da “ urna eletrônica”. Até

um Juiz da Alta Corte chegou a sugerir

um teste público de confiabilidade nas

referidas “urnas”. E uma pergunta

paira no ar e incomoda a muita gente:

Por que os países do primeiro mundo

não adotaram a urna eletrônica? Outra

questão relevante é o “financiamento”

de campanhas políticas.

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03

53ª ASSEMBLÉIA DA CNBBDe 15 a 24 de abril, em Aparecida, realizar-

se-á a 53ª Assembléia da Conferência

Nacional dos Bispos do Brasil. Esta será a

24ª Assembléia com a participação de Dom

Paulo. Além dos assuntos da pauta, a

Assembléia será eletiva: serão eleitos o

Presidente, o Vice-Presidente, o Secretário

Geral e os Presidentes das diversas

Comissões Pastorais.

CASA DE EMAÚSEm encontro realizado entre os represen-

tantes do Cursilho de Cristandade de

Araraquara e o Conselho Diocesano para

assuntos econômicos, foi apresentada a

proposta para que a Mitra Diocesana

assuma a direção da Casa de Emaús. Ela

passará por uma ampla reforma e sediará

os Encontros Diocesanos, inclusive os

Retiros do Clero. Dom Paulo manifestou

interesse, pois a nossa Diocese precisa de

um local apropriado que possa acolher um

bom número de pessoas. A Casa estará

aberta a todas as Pastorais e Movimentos,

inclusive o Cursilho.

PE. FREDERICO SOFREU UM

PEQUENO ACIDENTE

“DOMÉSTICO”Pe. Frederico, recém retornado da Itália,

onde concluiu o curso de “arquitetura

sacra”, ao fazer um pequeno reparo na sua

igreja, na cidade Araci, caiu da escada.

Dom Paulo, ao visitá-lo na Santa Casa de

São Carlos, brincou: “ Também o senhor

superestimou a resistência da escada e

subestimou o seu peso, né?”. Pe. Frederico

já está em casa e passa bem. Ele foi, nas

cerimônias da Semana Santa, substituído

pelo Pe. Ferdinando, a quem agrade-

cemos.

FALECEU O BISPO DE PARANAGUÁ

(PR)Dom Frei João Alves dos Santos, Bispo de

Paranaguá, faleceu aos 58 anos de idade.

Ele estava internado no Hospital Santa

Catarina em São Paulo, com complicações

de saúde e veio a falecer por falência

múltipla dos órgãos. Dom João era

franciscano, nasceu em Nova Veneza (SP),

foi ordenado presbítero em 1982, foi

Vigário paroquial na Arquidiocese de

Campinas (SP), promotor vocacional,

formador e professor. Em 2006 foi eleito

Bispo de Paranaguá pelo Papa Bento XVI.

A Solenidade da Páscoa é memorial do

dia em que o Pai tirou Jesus do túmulo da

morte e o exaltou “Senhor dos vivos e dos

mortos”. A Liturgia celebra esta ação do

Senhor em cada dia do ano. As cores alegres e

festivas, com a predominância do branco,

indicam o caráter festivo deste tempo.

Os cinquenta dias do tempo pascal são

como que “um só dia”, “um grande

domingo” (Santo Atanásio), onde prolongamos o aleluia dando graças ao Senhor,

porque ressuscitou Jesus e porque nos insere neste mistério de vida.

Para celebrarmos verdadeiramente a Páscoa, é importante não esquecermos

alguns símbolos, gestos e ações rituais que marcam este tempo como

prolongamento da Páscoa:

• O Círio Pascal, durante os cinquenta dias da Páscoa, está no centro de nossas

celebrações como sinal do Cristo vivo, ressuscitado, luz de nossas vidas. É

importante que ele seja bonito e enfeitado. Ele pode e deve ser aceso e incensado no

início da celebração.

• Uma das expressões mais fortes, o “Aleluia”, palavra hebraica que significa

“louvor a Deus”, é o canto novo da vitória do Cristo.

• As flores ligam a Páscoa com a natureza, sempre superando a hostilidade do

tempo e irrompendo com força de vida e encanto.

• O rito da aspersão da água, no tempo pascal, mais do que um sentido

penitencial, faz memória do Batismo e pode substituir o ato penitencial.

• Os cinquenta dias da Páscoa, que vão do domingo da Ressurreição até

Pentecostes, são celebrados com alegria como um “grande dia festivo”, um “grande

Domingo”.

A LITURGIA NO TEMPO PASCAL

No dia 21 de fevereiro p.p. o Cardeal Angelo Amato,

Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos,

anunciou que São Gregório de Narek será proclamado

Doutor da Igreja. Até o presente momento, somente 35

(trinta e cinco) Santos ou Santas, possui este restrito título.

Quatro são as condições indispensáveis para a obtenção do

título de Doutor da Igreja:

• Fidelidade à Doutrina da Fé;

• Santidade comprovada do escritor;

• Relevância ou novidade da Doutrina;

• A influência benéfica desta sobre os fiéis.

São Gregório de Narek foi um monge, teólogo e filósofo nascido em

Andzevatsik, atual Turquia, por volta do ano 950 e falecido em 1003, no mosteiro de

Navek. Sua obra mais notável é o “Livro das Lamentações”, contendo 95 orações,

muitas das quais rezadas na Divina Liturgia de Rito Armênio. Foi também autor de

numerosas poesias e cantos sacros. A qualidade literária de seus escritos faz com que

estes sejam também considerados obras mestras da linguagem erudita armênia.

Sobressaiu São Gregório por uma particular devoção à Santíssima Virgem e, em sua

honra, compôs o “Discurso panegírico à Bem-Aventurada Virgem Maria” e um

colóquio com a Mãe de Deus intitulado “Do fundo do coração”. São Gregório de

Narek é descrito no Martirológio Romano como “monge, doutor dos Armênios,

insigne pela doutrina, escritos e ciência mística”.

SÃO GREGÓRIO DE NAREK, NOVO DOUTOR DA IGREJA

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CARTA PASTORAL DIRIGIDA AOS IDOSOS

Dom Paulo pretende escrever, ainda neste ano, a sua

Quarta Carta Pastoral e será dirigida aos idosos. Um bilhão e

quinhentos milhões de idosos em 2025 e mais de dois bilhões

em 2050. Os números não dão espaço a dúvidas: a sociedade

mundial envelhece rapidamente. E, no entanto, como

ressaltou o Papa Francisco, “a sociedade não está preparada

para reconhecer o papel e a dignidade das pessoas idosas;

aliás, tende a considerá-las como um peso para a

comunidade, principalmente quando se trata de pessoas

doentes e, portanto, a descartá-las”. A Igreja “não pode e não

quer conformar-se com uma mentalidade de intolerância -

voltou a insistir o Papa Francisco - e, muito menos, de

indiferença e de desprezo, em relação à velhice”. E, fazendo

eco às palavras de Bento XVI, acrescentou: “Onde não há

respeito pelos idosos, não há futuro para os jovens”.

O Presidente da Câmara dos Vereadores de Araraquara,

Vereador João Farias, comunicou que Dom Paulo, por

indicação do Vereador Jair Martineli, foi agraciado com o

título de “ Cidadão Araraquarense”. Local e data serão ainda

definidos. Obrigado à Câmara de Araraquara!

DOM PAULO RECEBERÁ O TÍTULO DE CIDADÃO ARARAQUARENSE

QUAL O SENTIDO DO ABRAÇO?

São inúmeras as vantagens de um abraço:

• produz calor: sempre aquece o coração;

• tem efeitos duradouros;

• preenche espaços vazios em nossas vidas;

• torna os dias mais felizes;

• faz a gente se sentir bem;

• torna aceitáveis os dias difíceis;

• abre passagem para os sentimentos;

• constrói a auto-estima;

• é democrático: todos podem abraçar;

• é universal: em qualquer lugar é sempre compre-

endido.

O abraço é, em suma, um método simples de oferecer

apoio, cura e crescimento e todos têm capacidade natural

para compartilhar abraços maravilhosos. É a forma

perfeita de mostrar o que as palavras não conseguem

dizer.

Autor desconhecido

PESCANDO EM LUGAR ERRADO

O lago de Genesaré, na Galiléia, foi palco de numerosos

episódios significativos na vida de Jesus de Nazaré. E cenário

onde o Mestre realizou diversos milagres também.

Aquela noite fora um noite ruim de pescaria. Pedro e os

companheiros já recolhiam as redes, abatidos, frustrados. De

súbito, a surpresa, Jesus aparece sem aviso prévio, vê o

desconsolo dos homens e sugere:

- “Lançai as redes novamente!”

Cético, Pedro argumenta:

- “Nós somos pescadores calejados. Existem noites em

que tudo sai errado. O jeito é voltar pra casa, assim mesmo, de

rede vazia... mas, já que o Senhor nos solicita, vamos entrar

em ação novamente.

As redes foram lançadas, meio a contragosto. E o

milagre aconteceu. A grande rede de Pedro tornou-se

pequena, insuficiente, para acolher o resultado daquela

pescaria fora de série.

A vida humana é uma espécie de pescaria. Desafortu-

nadamente, milhões de seres humanos, de ontem e de hoje,

pescaram e pescam em lugares errados, em momentos

inoportunos, em lagos e rios equivocados.

Esta é uma prece que deveríamos rezar e repetir diaria-

mente: “Senhor, que eu seja lúcido e humilde pescador, no

lago de Genesaré do meu quotidiano, sempre dócil às tuas

recomendações de sabedoria, misericórdia e bondade

infinita“.

Pe. Roque Schneider, sj

PRESIDENTE DA CNBB ABRE CONSULTA ÀS DIOCESES SOBRE O SÍNODO

DA FAMÍLIA“Ficaria muito grato se o senhor promovesse uma

consulta ampla com o povo de Deus da sua Diocese para o

bom êxito do processo sinodal que se concluirá com a

segunda e última etapa do Sínodo sobre a Família, em

outubro próximo” disse o Arcebispo de Aparecida e

Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis,

em carta enviada aos Bispos. No site do Vaticano está

disponível o questionário que deverá nortear os trabalhos

de estudos nas Dioceses.

CATÁLOGO DIOCESANO 2015

No meu tempo de seminário em Belo Horizonte,

havia um jornal de circulação interna que se chamava

“Sai quando pode”. É o que podemos aplicar ao nosso

Catálogo Diocesano. Até que enfim, agora pode! A

demora se deve à pesca de informações. É, parafraseando

a passagem evangélica, uma “pesca milagrosa”. De fato,

custou mas “valeu a pena”. O Catálogo está cada vez mais

rico em informações, principalmente agora com a criação

de sete novas paróquias. Muitos padres perguntam:

“Quando sai o catálogo?” Boa pergunta, pois mostra que

há quem o valorize e sinta falta dele. Obrigado!