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A cabana primitiva

Casa de adão/evaMasculino /feminino

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capítulo primeiro do Livro II de De Architectura de Vitruvio:

«Portanto, com o fogo surgiram entre os homens as reuniões, as assembleias e a vida em comunidade, que cada vez se foram sendo mais concorridas no mesmo lugar;

E como, a diferencia-los dos restantes animais, os homens receberam primeiramente e da Natureza o privilegio de andar erguidos e não inclinados sobre a terra;

Secundariamente a aptidão de usar com grande facilidade as suas mãos e os órgãos do seu corpo todo quando se propõem, começaram uns a procurar telhados usando ramos e outros a cavar grutas debaixo de montes e alguns a fazer, imitando os ninhos dos pássaros com barro e ramos, recintos onde se pudessem guardar. Logo os outros, observando os tectos dos seus vizinhos e juntando-lhes novas ideias, foram de dia após dia melhorando os seus abrigos;

E como os homens são por natureza imitadores e dóceis, fizeram alarde das suas novas invenções, mostravam uns aos outros as melhorias das suas edificações, exercitando assim o seu engenho foram degrau a degrau melhorando os seus gostos. »

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Ilustração sobre a descrição de Vitruvio na construção da cabana Primitiva.

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capítulo primeiro do Livro II de De Architectura de Vitruvio:

“Ao principio plantam troncos,e entrelaçando-as com ramos levantaram paredes que cobriram com barro;

Outros edificaram, com torrões e troncos secos, sobre os quais colocaram paus cruzados, cobrindo tudo com canas e ramos secos para resguardar-se das chuvas e do calor;

No entanto, para que semelhantes abrigos pudessem resistir às chuvas invernais, rematavam-nas nos extremos e cobriam-nas com barro para que, na mercê dos tectos inclinados, resvalasse a agua».

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Desenho de viollet-le-duc sobre a cabana primitiva de Vitruvio

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Cabana primitiva – desenho de Laugier

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Desenho do arquitecto e escultor italiano Filarete (António Averulino) sobre o homem de Vitruvio

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sec. XVII e princípios do XVIII:

o tema da cabana encontrará um desenvolvimento privilegiado no âmbito da teorização arquitectónica do classicismo francês.

Cours d'Architecture de François BLONDEL

ultimo aspecto de vitruvio sobre a cabana primitiva:

“da construção de madeira à de pedra, com o que reafirmava como a ideia de estrutura em linha como origem directa da arquitectura entendida não como construção mas sim como arte.”

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Desenho do arquitecto francês Blondelsobre a cabana primitiva

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Claude PERRAULT, no seu Ordonnance des cinq espèces des colonnes, afirmava:

- Uma radical separação entre a construção como resposta a uma necessidade humana imediata e a arquitectura como arte

-entendia que é erróneo fazer derivar a segunda da primeira.

-Criticava a ideia de que a arquitectura seja uma arte de imitação, o que levava, consequentemente, a negar a teoria da origem primogénita da arquitectura na cabana.

- Não é da imitação que dependem a graça e a beleza na arquitectura, «...porque si assim fosse estas coisas deveriam ter mais beleza quanto mais exactas fossem as ditas imitações».

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Desenho de Perrault – a cabana primitiva segundo Vitruvio.

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Serlio

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Desenho do arquitecto Milizia sobre a cabana primitiva

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A grande novidade da teoria arquitectónica de Laugier:

- propunha uma arquitectura racionalista e funcional despojada detodas as licenças e frivolidades que uma prática secular desviada lhe foi juntando,

-a elevação da cabana primitiva desde a categoria de ilustração de um passado remoto e irrecuperável à de principio - base operativo a partir do qual é possivel agora deduzir uma reforma prática da arquitectura.

- a invenção da cabana por Laugier não é mais que uma variação entre outras descrições similares que vão desde a de Vitruvio até às versões da tratadística classicista francesa;

- a sua importância para a historia das ideias arquitectónicas não reside aí, senão em saber a forma da cabana «...o grande principio de que agora é possível deduzir leis imutáveis»

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Ilustração da página de rosto do livro “Essai sur l’Architecture” do abade Marc-Antoine Laugier (1753).

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A conclusão de Laugier :

«Tal é a marcha da simples natureza: é a imitação dos seus procedimentos a que deve a arte o seu nascimento. A pequena cabana rústica que acabo de descrever é o modelo sobre o qual se imaginaram todas as magnificências da Arquitectura. É acercando-se, na execução, à simplicidade de este primeiro modelo que se evitam os defeitos essenciais e se conseguem as perfeições verdadeiras».

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Em 1750 no Discurso sobre as Ciências e as Artes com que obteve o premio da academia Francesa de Dijon, assinalava Rosseau:

“Não é possível reflectir acerca dos costumes sem procurarmos recordar a simplicidade dos tempos primitivos…) quando os homensinocentes e virtuosos queriam ter os deuses como testemunhas dosseus actos, habitavam juntos nas mesmas cabanas, no entanto, convertidos em nefastos, cansaram-se de tão incómodos espectadores e ofereceram-lhes magníficos templos. Finalmente expulsaram-nos para instalarem-se ali eles mesmos ou quanto muito os templos dos deuses não se distinguiram das moradas dos cidadãos.”

a cabana funciona assim, no pensamento rousseauniano,

------- símbolo da felicidade e ingenuidade dos tempos primitivos.

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Figure 9: Durand’s catalog of plans, elevations, and roof forms, from his Précis des Leçons d’architecture, 1802.

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Figure 10: Bragdon’s ratios expressive of musical intervals, redrawn from hisThe Beautiful Necessity, Seven Essays on Theosophy and Architecture, 1910.

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The East facade of Louvre, Paris, by Claude Perrault; an acknowledged paradigm for French architecture during the Eighteenth and Nineteenth centuries.

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Anatomy theater and plan; note the severelyneo-antique atmosphereand pure geometry of the lecture hall.

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Desenho do arquitecto Óscar Niemeyer sobre a cabana primitiva

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Alison and Peter Smithson, Eduardo Paolozzi and Nigel Henderson: a Brutalist, ironic interpretation of the primitive hutas a garden shed in the 1956 exhibition “This is tomorrow”.

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Figure 1: De l’Orme’s engravings of the "bad" and the "good" architect, from his Le Premier Tome de l’Architecture, 1567.

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Figure 1: De l’Orme’s engravings of the "bad" and the "good" architect, from his Le Premier Tome de l’Architecture, 1567.

Figure 1: De l’Orme’s engravings of the "bad" and the "good" architect, from his Le Premier Tome de l’Architecture, 1567.

VITRUVIO - CLASIFICAÇÃO :

- UTILITAS - FIRMITAS - VENUSTAS

“De architectura”

esta é a racionalização mais clássica na arquitectura

> idade média ............... Renascença .......... Imprensa............

Divulgação ...................... Estudo dos edifícios clássicos .........

Confiança no conhecimento (investigação) .......... Valorização

do homem ..... Preocupação com o conhecimentos das coisas

.................... Procura de explicações cientificas / racionais ......

Condensação dos conhecimentos em livro .............. Tratados

........ Cânones ........................ Regras ...................... modelos

E. Boullée - Projecto para uma Biblioteca na Vandome

Basílica de Boullée - templo dos tenebres

Basílica de Boullée - templo dos tenebres

Boullée

Cenotaphe de Newton

E. Boullée - Cenotaphe

E. Boullée - Projecto para um Cénotaphe

E. Boullée - Projecto para um MuseuE. Boullée - Projecto para um Museu

Claude N. Ledoux - utopiasClaude N. Ledoux - utopias

Claude N. Ledoux - utopiasClaude N. Ledoux - utopias

Claude N. Ledoux - utopiasClaude N. Ledoux - utopias

Tratado -

Estudo ou obra escrita sobre tema cientifico, artistico, etc...

Cânone -

Conjunto de de autores e obras literárias que, em

determinado período histórico e em determinada comunidade

são valorados como modelares (gr. Kanón «regra»).

Tipologia -

Estudo dos traços característicos de um conjunto de dados e

determinação dos seus tipos ou sistemas (gr. Týpos «tipo» +

lógos «tratado» + ia).

As ordens Toscana, Dórica, Jónica e

Coríntia tinham sido baptizadas por

Vitruvio.

Alberti classificou a composição.

Sérlio foi o primeiro a exibir as cinco

ordens como uma série fechada que não

permitia adições

Tratadistas Italianos:

- LEON BATTISTA ALBERTI (1404 - 1472)

- SEBASTIANO SERLIO (1475 - 1554)

- GIACOMO VIGNOLA (1507 - 1573)

- ANDREA PALLLADIO (1508 - 1580) Serlio - 4º livro

Alberti:Escreve “De Re Aedificatori”

Faz um uso extensivo do trabalho de

Vitruvio, mas é um trabalho de grande

originalidade.

Faz uma análise dos edifícios

romanos. Teve grande influência nos

tratadistas que lhe sucederam.

Vignola:

Desenvolve o trabalho “Regra das

cinco ordens de arquitectura”

Não inclui texto só notas, mas os seus

desenhos são a base das gravuras que

chegaram aos nossos dias.Vignola - as 5 ordens

Sérlio:É um dos artistas que em França difundiram o Renascimento

Italiano. Estuda Geometria, óptica e cenários teatrais.

Escreve 7/8 livros:1. GEOMETRIA - Princípios de Geometria.

2. PERSPECTIVA

3. ANTIGUIDADES - A maior parte dos edifícios que há em Roma e em Itália e

fora dela, diligentemente medidos.

4. AS ORDENS.

5. TEMPLOS - Maneiras e formas de templos desenhados: Redondo, quadrado,

hexagonal, ortogonal, oval e em cruz. As suas plantas, alçados e escorços

diferentemente medidos.

6. LIBRO EXTRAORDINÁRIO - Todas as maneiras de aposentos e habitações e

as suas disposições desde o Palácio, às villas, como para as cidades e casas

de campo.______________________________________________________

7. (PÓSTUMO) - Restauração e acrescentos de casas e como fazer aproveitar

edifícios velhos. ______________________________________________

O trabalho de Sérlio constitui um dos

primeiros catálogos da arquitectura

antiga como exemplo da nova prática

e “manual” para engenhos

arquitectónicos.

- o arquitecto não é tanto o chefe de

obra, mas mais o “desenhador”. No

desenho assenta o seu dominio

supremo. »»»» nova concepção de

arquitectura como arte de

representação.

- O catalogo de Sérlio contempla toda

a espécie de edifícios civis.

Palladio:

realiza o último dos grandes tratados. Gerou uma escola de arquitectura e um

fenómeno insólito - “o paladismo”

Escreve os quatro livros da arquitectura:

1. As ordens

2. Edifícios domésticos (incluindo os seus próprios projectos de palácios e villas)

3. Edifícios públicos.

4. Templos.

Classificações de Palladio:

- Superioridade da arquitectura romana antiga

- Autoridade de Vitruvio - sua única influência

- Testemunho essencial das ruínas e desenhos de reconstrução dos

edifícios originais.

- Ignorância dos “bárbaros”, isto é o passado recente.

- Medição das razões e proporções.

Para Palladio “ordenar um edifício é sinónimo de fazer arquitectura”

A casa é o fundamento das sua obra

Palácios e Villas