8/18/2019 A Chuva Esta Em Toda Parte

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A Chuva Está em Toda Parte

Tam Huyen Van - Dezembro, 2005 - Ano Budista de 2549

Revisado em 2010

mestre e seu dis!"#u$o a#ro%imavam-se de seu monast&rio, a#'s $on(a !amin)ada* A a$(umas

!entenas de metros da entrada, uma !)uva torren!ia$ se ini!ia* dis!"#u$o #arte em dis#arada bus!ando o

abri(o do #orta$ de entrada*

+uando !)e(a $, en!)ar!ado, vo$ta-se e #er!ebe ue seu mestre ainda !amin)a norma$mente sob o manto

intenso da !)uva*

.o$"!ito !om a sa/de e !onorto do mestre, o mon(e (rita ansioso

3orra, estre Ven)a #ara o abri(o

mestre !omenta, sim#$esmente

6or ue se a#ressar7 A !)uva 8 est em toda #arte***

3onto en

 

O contexto principal da vida, em minha opinião, está em nos oferecer uma

gama de possibilidades através das uais poderemos amadurecer a!"es em prol da

obten!ão de sabedoria e bem estar # ou então distorc$#las de forma a aprofundar

nosso sofrimento e ignor%ncia, &amais logrando reconhecer o mundo com olhosplenamente abertos e a mente desperta' Estas a!"es se tradu(em não apenas nos

atos feitos por for!a de nossas pr)prias decis"es e plane&amentos, mas também por

for!a de todas as circunst%ncias *s uais nos envolvemos, se&am os peuenos

incidentes cotidianos ou as grandes e extraordinárias situa!"es nas uais de

alguma forma uma a!ão está envolvida # se&a consciente ou não'

 Tudo o ue existe, existe como desdobramento de uma a!ão' +uito ao

contrário do ue arma o senso banal, o contexto do -arma não se ap)ia em uma

cadeia l)gica de a!"es e rea!"es. o sentido real desta lei se fundamenta na a!ão,pura e simples a!ão' Todo o desdobramento /ármico ocorre em fun!ão de uma

a!ão, e a pr)pria exist$ncia no universo se tradu( por a!"es ue geram outras

a!"es, e &amais por a!"es criando rea!"es' Eis porue os méritos e deméritos na 0ei

do -arma são de todo incognosc1veis2 uma determinada a!ão pode dar margem *

outra a!ão aparentemente in&usta ou abstrusa' 3inguém pode se arrogar a

capacidade de di(er ual tipo de a!ão irá resultar em méritos2 a 0ei do -arma está

além das deni!"es humanas' Todo o escopo da prática budista se sustenta na

busca pela melhor forma de integrar corretamente nossa consci$ncia e

sensibilidade com o encadeamento intenso, sutil e misterioso das a!"es

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existenciais' 4m gesto simples, um peueno detalhe, pode permitir a ueda de

impérios ou fomentar a nossa ilumina!ão'

O 5uddha diagnosticou o fen6meno da percep!ão sens)ria 7a capta!ão dos

sentidos, por meio de suas 8portas9 ou )rgãos de contato: como um processo

absolutamente dominador, torrencial, onde um n;mero innito de sensa!"es

assaltam nossa mente com uma avide( desesperada, todas elas exigindo aten!ão e

nos oferecendo est1mulos sem cessar'

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encontrar pessoas e experimentar o mundo sem sucumbir aos enganos, simpatias e

antipatias, dese&os e desgostos, perversidades, desesperos cotidianos

Para chegar a tal ponto, eis minha sugestão2 pare de temer a pa(' Abandone

a desconan!a de ue não será capa( de alcan!ar a harmonia' Aprenda a conar

em si mesmo' 3ão falo deste 8nome#e#forma9 relativo e ego1sta ao ual voc$

aprendeu a identicar#se, mas da sua realidade interior ue certamente supera o

seu sonho de indiv1duo' Acorde, abra os olhos da alma' +as antes disso, saiba

reconhecer suas ang;stias e inseguran!as aprendendo ue o mundo sempre

oferece uma sa1da' 3inguém vive s), isolado do mundo' Os solitários são aueles

ue se perderam de si mesmos, e não dos outros * sua volta' A sa1da para a doen!a

de percep!ão ue nos a@ige está em saber mergulhar na torrencial corrente do rio

das sensa!"es sem nos perder de n)s mesmos' Atentos ao sonho ue a exist$ncia

mundana representa, saberemos enxergar a outra margem da realidade' Destaforma, aprendemos ue não se pode fugir das gotas de chuva, pois elas

estão em toda parte. Por mais que se corra, caremos molhados e o

encontro com as gotas é inevitável '

3ão podemos deixar de pensar, de sentir, e assim nos arriscar a viver

$xtases e dores' +as podemos deixar de nos perder em nossas ang;stias e auto#

indulg$ncias' Podemos deixar de odiar, de inve&ar, de agir com estupide( e

inconse$ncia' A prática para isso passa pelo compromisso com a vida2 se

tivermos coragem de observar melhor o ue estamos fa(endo, di(endo e pensando

através da paci$ncia e cuidado, aos poucos # muito delicadamente # iremos

experimentar vislumbres da pa( integral' Pois esta á a meta2 .er ;nte(rado'

Fntegrar#se signica aprender a estratégia da harmonia com as a!"es'

+esmo as mais desesperadoras experi$ncias possuem um naco de oportunidade

para ue possamos nos curar do sofrimento ue elas nos imp"em' 3a verdade,

mesmo o indiv1duo mais cruel ou doentio pode descobrir a sa1da de seu sofrimento

ego1sta ou de sua limita!ão humana'

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cin(enta possui a magia da vida' Percebe a li!ão por trás disso Ou!a2 é a chuva lá

fora' 3ão fu&a dela. caminhe devagar, passo a passo, e se abra para cada por!ão de

vida ue acontecer'